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PÁG. | 20 PÁG. | 16 PÁG. | 24 EDUCAÇÃO CONTINUADA: O SABER EM CONSTRUÇÃO MENTORING: FORMAÇÃO ACADÊMICA E HUMANA JUNTAS Busca pela excelência: alunos da FASEH projetam o futuro FASEH REVISTA SETEMBRO | 2018 | #1 RONALDO GUIMARÃES

RONALDO GUIMARÃES - faseh.edu.br · formadores de opinião que, assim como nós, estão interessados em superar desafios por meio do ensino – importante aliado na desconstrução

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EDUCAÇÃO CONTINUADA: O SABER EM

CONSTRUÇÃO

MENTORING: FORMAÇÃO

ACADÊMICA E HUMANA JUNTAS

Busca pela excelência: alunos da FASEHprojetam o futuro

FASEHR E V I S T A S E T E M B R O | 2 0 1 8 | # 1

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C A R T A A O L E I T O R

C aro leitor, é com prazer que fazemos chegar a você a primeira edição da Revista da FASEH, publicação institucional que busca dar visibilidade às ações, ao esforço coletivo por uma educação de qualidade e às transformações da comunidade em que estamos presentes. Nosso principal objetivo é que o conhecimento aqui gerado ultrapasse as

fronteiras da instituição e alcance a comunidade local, nossos parceiros e os formadores de opinião que, assim como nós, estão interessados em superar desafios por meio do ensino – importante aliado na desconstrução de paradigmas e nas mudanças socioculturais que todos almejamos.

Como destaque desta edição, abordamos a busca constante pela excelência e seus reflexos tanto para a comunidade acadêmica quanto para Vespasiano e região. Assuntos como inovação, responsabilidade social, metodologia de ensino, pesquisa e educação continuada também estão em pauta nas páginas desta publicação, para ilustrar a força transformadora da educação. Nosso intuito é o de propor discussões pertinentes a cada área de ensino da FASEH, de forma sintonizada com a atualidade e a prática acadêmica e profissional.

A partir de agora, queremos tê-lo conosco a cada edição. Críticas e sugestões serão sempre bem-vindas, para que façamos da Revista da FASEH um veículo verdadeiramente capaz de cumprir a missão a que se propõe: tornar-se uma referência de informação e boas práticas para seus leitores.

Boa leitura!

R E V I S T A F A S E H

[email protected]

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@fasehoficial @faseh.vespasiano FASEH OFICIAL

E M P A U T A

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MEDICINAENSINO DE PONTA

Tecnologia a serviçoda Medicina

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CAPAFORMAÇÃO CIDADÃFASEH alia teoria à

capacidade de reflexão

Publicação da Faculdade da Saúde e Ecologia HumanaANO 1 | NÚMERO 1 | SETEMBRO DE 2018R. São Paulo, 958 - Jardim Alterosa - Vespasiano/MG

NOSSOS CANAIS DE COMUNICAÇÃO SÃO FEITOS PARA VOCÊ. SIGA, ACESSE E ACOMPANHE!

www.faseh.edu.br

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E X P E D I E N T E

ALIADOS ESTRATÉGICOS

Parcerias internacionais para combater doenças

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ANTES DE TUDO, CUIDAR

Tema guia reflexões sobre exercício da

Enfermagem

P Á G . | 8

PRIMEIROSPASSOS

Ciclo básico forma e prepara para a

prática médica

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APOIO ÀCOMUNIDADE

Alunos trabalham na resolução de

conflitos fundiários

P Á G . | 1 0

INDÚSTRIA 4.0Engenharia busca

soluções inovadoras e criativas

P Á G . | 1 1

CLÍNICA ESCOLAIniciativa oferece apoio

a quem mais precisa

P Á G . | 1 4

PARA ALÉM DA GRADUAÇÃO

Faculdade investe em cursos de

especialização

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ECOLOGIA HUMANAAs múltiplas dimensões

do aprendizado

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ACONTECE NA FASEHAlunos de Direito vencem MedTech

P Á G . | 2 2

ASSISTÊNCIA COMPLETA

Mentores auxiliam alunos a aprender

e a viver

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PRIMEIROS SOCORROS

Projeto capacita para atendimento

de urgência

P Á G . | 2 6

MEDICINA NO FUTURO

Dr. Ricardo Guimarães fala

sobre o que virá

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DOIS DIAS NA AMAZÔNIA

Teoria levada à prática em aldeia

indígena

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DIRETORIADr. Ricardo Guimarães – Presidente da CESUV (Mantenedor da FASEH) Dr. João Lúcio dos Santos Junior – Diretor Geral Dra. Hérica Soraya Albano Teixeira – Diretora Acadêmica

COMITÊ EDITORIALDra. Hérica Soraya Albano Teixeira – Diretora Acadêmica Jorge Tadeu Ramos Neves – Coordenador dos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Pós-Graduação Patrícia Nunes de Gusmão – Coordenadora do curso de Direito Raquel Ratton – Gerente de Comunicação e Marketing Rebeca dos Santos Duarte Rosa – Coordenadora do curso de Enfermagem Tamires de Fátima – Analista de Comunicação e Marketing Tatiane Miranda – Coordenadora do curso de Medicina Valéria Prata Lopes – Coordenadora do curso de Fisioterapia

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO E MARKETINGEstefânia Lourenço, Raquel Ratton e Tamires de Fátima

Produção: Prefácio Comunicaçãowww.prefacio.com.br | (31) 3292-8660Editora e jornalista responsável: Ana Luiza Purri (MG 05523 JP)Coordenação: Débora SantanaRedação: Isabela LoboRevisão: Luciara OliveiraProjeto gráfico: Tércio Lemos

Fotos: Arquivo FASEHTiragem: 3.000Impressão Formato Artes Gráficas

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I N O V A Ç Ã O

A busca constante por aprimoramento junto à comunidade científica internacional deu origem a uma das experiências de grande sucesso da FASEH: o Programa de Internacionalização. A parceria com as universidades de Stanford e Emory já resulta na publicação de artigos científicos que abordam dilemas em saúde pública regional e doenças que desafiam a Medicina brasileira, que têm tornado a instituição uma referência no estudo de medidas de prevenção e manejo de diferentes patologias.

O responsável pela viabilização do projeto de cooperação científica entre a FASEH e as universidades norte-americanas, professor José Antônio Ferreira, comemora os resultados do projeto, que está perto de completar uma década. “As parcerias ampliam a visibilidade das instituições de ensino e abrem portas para o financiamento na área de ensino e pesquisa.”

PARCERIA ESTRATÉGICAO primeiro termo de cooperação, firmado em 2011,

surgiu do contato do professor com profissionais do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e com a Universidade Emory, ambas localizadas na cidade de Atlanta, capital no Estado da Geórgia, EUA, que é conhecida como a capital mundial da saúde pública. Como parte da parceria, residentes e pesquisadores norte-americanos conhecem de perto o sistema de saúde brasileiro e, em parceria com alunos e docentes da FASEH, estudam alternativas para melhorá-lo. Em 2016, ao iniciar seus estudos na Califórnia como pós-doutor, o professor mediou uma nova parceria, dessa vez com a Universidade de Stanford, instituição de ensino internacionalmente

reconhecida, que passou a apoiar pesquisas e atendimentos nas áreas de pediatria, doenças infecciosas e arboviroses (doenças virais transmitidas por artrópodes como mosquitos, entre outros).

Para o professor, a escolha das instituições parceiras se baseou na qualidade dos convênios firmados. “O que buscamos é ajudar na resolução de problemas regionais. Hoje nos orgulhamos em contribuir com o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico e de auxiliar na implementação de políticas públicas de saúde para o controle da hanseníase, além de estudar, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Vespasiano, o impacto de doenças como febre amarela, chikungunya e zica vírus em nossa região”, explica.

REFLEXOS DO CONVÊNIOO fruto dessa parceria são alunos engajados em

pesquisa e profissionais estrangeiros empenhados em minimizar os efeitos de problemas de saúde característicos de determinada região. Entre os resultados dessa junção de esforços está o avanço no estudo de métodos preventivos e de tratamento de patologias, além do contato direto com pacientes, que contam com apoio presencial e análise personalizada de casos por parte de uma equipe renomada de profissionais. Mas os benefícios vão além, como explica o Dr. Michael Maurer, residente norte-americano da Universidade de Stanford. “Convênios como esse permitem reunir grandes organizações dedicadas a promover mudanças na saúde pública. Combinamos recursos, conhecimento e paixão pela Medicina para fazer a diferença nas comunidades que atendemos.”

Para a acadêmica Laura Pinheiro, aluna do 10º período

Inovação aserviço da saúdeFASEH SE UNE A RENOMADAS UNIVERSIDADES INTERNACIONAIS PARA COMBATER DOENÇAS INFECCIOSAS

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R E V I S T A F A S E H

SEMANA DE INTERNACIONALIZAÇÃOAMPLIA FRONTEIRAS DO CONHECIMENTO

Para que o contato com profissionais e docentes das universidades estrangeiras não ficasse restrito aos estudantes diretamente envolvidos no programa, criou-se a Semana de Internacionalização da FASEH. “É uma forma de aproveitar a presença dos médicos e pesquisadores norte-americanos e ampliar o debate com a comunidade acadêmica da FASEH, gestores da saúde pública e a população”, explica o professor José Antônio. A próxima edição do evento, prevista para março de 2019, marcará os dez anos de sucesso do programa.

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Convênios estimulam troca de informações sobre problemas locais

Parcerias têm possibilitado que alunos de Medicina façam a diferença nas comunidades em que atuam

de Medicina da FASEH, que participa do programa há três anos, além de desenvolver habilidades ligadas à prática profissional, à pesquisa e ao idioma estrangeiro, o programa poderá ser decisivo na realização de um sonho. “Penso em fazer uma pós-graduação nos Estados Unidos, e essa experiência poderá abrir portas em instituições de ensino estrangeiras”, diz a aluna, que, em dezembro de 2017, teve a chance de conhecer de perto o trabalho de profissionais e alunos da Universidade de Emory, graças a um intercâmbio viabilizado pela FASEH. Paola Santos, outra acadêmica de Medicina da FASEH que participa do convênio, considera o desenvolvimento de tais estudos essenciais para a prática médica. “Quero atuar nessa área e, por isso, a experiência tem sido muito importante.”

Assista à entrevista

com a médica, professora e

pesquisadora da Universidade de

Stanford Desiree Labeaud,

concedida durante o Simpósio

Internacional de Doenças

Emergentes e Reemergentes

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Cuidar, na linguagem corrente, possui significados variados, como atender, curar, interessar-se, medicar, observar, ocupar-se de algo ou alguém, zelar ou se responsabilizar. No campo da Enfermagem, a arte do cuidar vai além. “Não se refere somente ao adoecimento do paciente, mas envolve toda a assistência segura, incluindo gestão de processos e pessoas. É a busca pela inovação, pela capacitação de profissionais, com foco na qualidade do atendimento. Essa é a base da enfermagem”, explica a coordenadora do curso de Enfermagem da FASEH, Rebeca Rosa. Cuidar, a propósito, é o tema escolhido pela Associação Brasileira de Enfermagem para guiar as reflexões sobre a profissão em 2018 – o assunto também foi pauta das discussões da Semana da Enfermagem da FASEH, realizada em maio deste ano.

A ARTE DE CUIDARPara que o enfermeiro cumpra o papel de cuidador,

foram elencados eixos que devem ser priorizados, não só durante a formação acadêmica, mas em toda a carreira. “Na atualidade, o cuidado é a essência das relações humanas, pois é o que garante o bem-estar físico e moral. O cuidador

deve possuir habilidades diversas para ser eficaz”, reflete a professora Ana Cláudia Fernandes, docente da FASEH. Para isso, o cuidar deve estar fundamentado nos seguintes eixos: • Assistência: deve proporcionar segurança a quem necessita de cuidados. A ação preventiva precisa garantir que as demandas do paciente, como ser humano ativo, pensante e autônomo, sejam respeitadas.• Ensino: é a busca contínua por capacitação e aprimoramento, por meio da formação acadêmica e da experiência prática. O que se pretende é a constante evolução nas diferentes áreas e tecnologias do cuidado. • Investigação: traduz a melhoria contínua de processos e, consequentemente, de resultados, por meio de pesquisa – seja ela vinculada a instituições de ensino ou por meio da revisão de práticas cotidianas no ambiente de trabalho.• Gestão: envolve, de maneira ampla, todo o processo de cuidar. Nesse quesito, cabe ao enfermeiro vislumbrar todos os aspectos que interferem na assistência – desde o planejamento e a definição de Procedimentos Operacionais Padrão (POP) até a distribuição de tarefas junto aos profissionais de apoio.

A enfermagem nas dimensões do cuidarALÉM DE OFERECER ASSISTÊNCIA A PACIENTES QUE NECESSITAM DE CUIDADOS, PROFISSIONAL CUMPRE PAPEL ESTRATÉGICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

E N F E R M A G E M

“Na nossa Constituição, saúde é dever do Estado e direito do povo. Nesse sentido,

compete ao enfermeiro estimular os pacientes a assumir o cuidado com a

própria saúde e lutar por assistência de qualidade. É esse profissional que conhece

e está capacitado a promover ações para mudar a realidade local”

REBECA ROSACOORDENADORA DO CURSO DE ENFERMAGEM DA FASEH

Semana da Enfarmagem

da FASEH

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R E V I S T A F A S E H

F I S I O T E R A P I A

Em uma sociedade que preza o imediato, todo tempo é precioso. Na faculdade não é diferente. Mas a ansiedade de vivenciar a prática da profissão não deve resultar no atropelamento de etapas importantes para a formação profissional. Afinal, o domínio das ciências básicas é essencial para um bom atendimento clínico. “O fisioterapeuta tem todas as suas intervenções apoiadas e justificadas por disciplinas como a Fisiologia, Biomecânica, Cinesiologia, Anatomia e Patologia, e o que pretendemos é despertar nos estudantes a necessidade de se dedicarem ao máximo ao eixo básico da graduação, que respaldará a boa prática clínica”, destaca a coordenadora do curso de Fisioterapia da FASEH, Valéria Prata Lopes.

DA SALA DE AULA À PRÁTICA CLÍNICAA atenção aos conhecimentos básicos, no entanto, não

dispensa o interesse pela aplicação efetiva do aprendizado, que é saudável e necessário, como observa a professora do curso de Fisioterapia, Patrícia Guidine. “Na FASEH, essa ansiedade é atenuada pela integração entre os conteúdos básicos e clínicos de forma precoce e contínua. Dessa forma, mesmo cursando disciplinas do ciclo básico, o aluno já visualiza as aplicações desse conteúdo na clínica.” Para a coordenadora do curso, Valéria Prata, a FASEH conta com a Clínica Escola para a prática da profissão. “Somam-se a isso excelentes professores, com larga experiência clínica e docente, além de uma direção que se preocupa com a excelência de seus

laboratórios, hospitais e centros de saúde conveniados”, detalha. Ela também adianta que estágios supervisionados em outros campos já estão sendo organizados.

AGENTES DO APRENDIZADO

Ao se enxergar como parte do processo de aprendizado, o aluno passa também a ser responsável por sua formação acadêmica e se torna um agente ativo da construção do saber. É o que propõe o Ministério da Educação e vem sendo implantado na FASEH, com o sistema de Metodologias Ativas. “Por meio dessas metodologias, o aluno se torna protagonista no processo de formação acadêmica e profissional. As estratégias de ensino são aplicadas desde o início do curso e possuem um importante papel na integração entre conteúdos básicos e clínicos”, explica a professora Patrícia Guidine.

Ciclo inicial abre portas para o conhecimentoCONTEÚDOS DO EIXO BÁSICO SÃO ESSENCIAIS PARA A PRÁTICA CLÍNICA

SEMANA DA FISIOTERAPIA RESSALTOU IMPORTÂNCIA DAS CIÊNCIAS BÁSICASO tema central da Semana da Fisioterapia 2018 da FASEH foi: “Do laboratório ao ambulatório: unindo as ciências básicas à prática clínica do fisioterapeuta.” A programação do evento contou com uma mesa-redonda mediada pela coordenadora Valéria Prata sobre como conciliar as ciências básicas à prática clínica do fisioterapeuta face às políticas públicas de saúde e com uma palestra ministrada pelo professor Max França sobre como aplicar as ciências básicas na fisioterapia esportiva.

Na FASEH, até mesmo os alunos

do ciclo básico visualizam as aplicações na

clínica

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D I R E I T O

Situações são avaliadas em conjunto por docentes e estudantes

Cerca de 300 famílias que residem em imóveis adqui-ridos por meio do Programa Habitacional do Governo de Minas em Vespasiano se encontram em situação irregular junto à Companhia de Habitação (COHAB). As razões são duas: inadimplência e problemas relacionados às escrituras de moradias já quitadas. Para auxiliar o Estado a encontrar uma solução para os impasses e oferecer segurança aos mutuários, um grupo de acadêmicos e docentes do curso de Direito da FASEH participou pela primeira vez de um mutirão de regularização fundiária no município, realizado entre os dias 11 e 14 de junho de 2018.

Ter em mãos a escritura pesa no bolso de quem recorre a programas de habitação popular para a compra da casa própria. O valor das taxas ultrapassa 2,5 salários mínimos, e a falta de acesso à informação é outro fator que influen-cia o cenário atual. Por outro lado, segundo a coordenadora do curso de Direito da FASEH, Patrícia Gusmão, “retomar o imóvel não interessa à COHAB, porque seu objetivo principal

não seria alcançado”. “Mas também não é adequado para o sistema de financiamento que a empresa fique sem fundos, pois não poderia reinvestir e alcançar mais pessoas”, acres-centa. O mutirão de regularização fundiária foi a alternativa encontrada para reverter a situação e evitar que ações civis fossem movidas. Daí a iniciativa da COHAB de firmar parce-rias com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, a Prefeitura de Vespasiano e a FASEH, para que a partir da análise individual dos casos realizada pela COHAB fossem apresentadas alternativas compatíveis com a realidade das famílias assistidas.

Cerca de 80 estudantes de todos os períodos de Direito da FASEH, apoiados por professores do curso, realizaram as audiências de conciliação, que visaram encontrar soluções adequadas a cada situação, com o intuito de favorecer as duas partes: moradores e COHAB.

CONCILIAÇÃO É O CAMINHODas 278 audiências realizadas, foram firmados 244

acordos. Destes, 148 versaram sobre regularização de documentos – ou seja, o imóvel já estava quitado junto à COHAB, estando pendente a transferência da sua proprieda-de. Outros 78 acordos versaram sobre contratos em débito, e o restante, sobre questões de débito e documentação. Apenas 20 audiências não alcançaram qualquer êxito. E mais, a situação é tão inédita, que 220 pessoas foram convi-dadas a comparecer, e mais 66 vieram de forma voluntária, o que reforça o caráter social e solidário do programa. “As próprias partes podem buscar uma solução, seja por meio de uma sessão rápida de conciliação ou por uma solução mediada, com a atuação de um mediador isento, que ten-tará demonstrar, após conhecer os motivos dos litígios, qual a melhor alternativa para dar fim aos conflitos. O bachare-lando deve saber que muitas vezes um problema pode ser resolvido entre as partes, sem que a Justiça tenha que ser demandada”, destaca a coordenadora Patrícia Gusmão.

A serviço da comunidadeCOM A PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS DA FASEH, MUTIRÃO DE REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA MEDIA CONFLITOS GERADOS POR INADIMPLÊNCIA E IRREGULARIDADES EM ESCRITURAS DE UNIDADES DA COHAB EM VESPASIANO

RONALDO GUIMARÃES

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R E V I S T A F A S E H

E N G E N H A R I A

Aulas na FASEH buscam despertar

o espírito crítico dos alunos

Você sabia que já vivemos a quarta revolução industrial? Trata-se de um período de readequação do mercado profissional e das instituições de ensino. O grande desafio é formar engenheiros capazes de aliar conhecimento técnico a novas tendências como inteligência artificial, big data, robótica e internet das coisas.

As primeiras turmas de Engenharia Civil e Engenharia de Produção da FASEH iniciaram o curso no primeiro semestre deste ano. Em agosto, durante a semana de acolhimento que antecedeu o começo das aulas do segundo período, os alunos assistiram a uma mesa-redonda e a palestras com a participação de docentes e convidados que abordaram temas como empreendedorismo e inovação. A meta futura é criar uma interseção entre os cursos de Engenharia e Medicina, na expectativa de que materiais e equipamentos venham a ser desenvolvidos e patenteados. “Nosso objetivo é fazer com que a Engenharia auxilie a Medicina”, explica Jorge Tadeu Neves, coordenador dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia de Produção da FASEH.

No que diz respeito especificamente às engenharias, ele acrescenta que a meta é formar profissionais que, além de instrumentalizados do ponto de vista humanístico e social, detenham conhecimentos científicos e tecnológicos que os habilitem a atuar de acordo com as exigências do mercado. “O que buscamos é a formação de cidadãos com espírito crítico, preparados para apresentar soluções inovadoras e criativas para problemas complexos, inerentes aos tempos modernos.”

NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: O QUE MUDA?A chamada “indústria 4.0” é resultado do aprimoramen-

to contínuo do setor frente às demandas da economia e às tecnologias disponíveis. Hoje o que presenciamos é a fusão dos mundos físico, digital e biológico na indústria, em sua quarta ruptura, com impacto profundo nos processos de trabalho, influenciando diretamente empresas e clientes.

O mercado muda, e, como resultado, surgem também novas demandas no ambiente acadêmico. A Associação Brasileira de Ensino das Engenharias (ABENGE), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), está propondo novas diretrizes para o ensino. O objetivo é diminuir a evasão nas instituições de ensino superior, melhorar a qualidade do ensino e, sobretudo, aumentar os índices de empregabilidade.

Outro avanço, de acordo com o professor Aécio Freitas Lira, é a abertura de escolas especializadas na formação de empreendedores, focadas na geração de conhecimento estratégico e na criação de metodologias que se reflitam no desenvolvimento, nas necessidades e nos problemas de cada região. “Estamos vivendo no Brasil um momento único de fusão do trabalho integrado, na busca de qualidade do sistema nacional de educação em engenharias de maneira ampla. Hoje há uma união das escolas do topo da pirâmide – que representam apenas 20% das instituições e registram altos índices de desempenho – com as escolas de base, que, apesar de serem maioria, demandam um ensino de melhor qualidade, o que avalio como um grande avanço”, explica.

Engenharia 4.0 na práticaQUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL EXIGE SOLUÇÕES INOVADORAS E CRIATIVAS PARA LIDAR COM PROBLEMAS DA ATUALIDADE

ACERVO FASEH

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M E D I C I N A

Laboratório Morfofuncional

possibilita os estudos fora do

horário de aula com acompanhamento

de monitores

Desde que foi criada, a FASEH tem procurado aliar uma equipe de docentes que mescla experiência clínica e acadêmica à difusão do conhecimento de forma descentralizada e ao incentivo à integração de equipes multiprofissionais. A esse esforço se soma o investimento permanente na aquisição das mais modernas ferramentas tecnológicas disponíveis na área médica, para formar profissionais capazes de atender às exigências do mercado, que se destacam tanto pelo preparo técnico quanto pelo zelo com a ética no exercício da Medicina. “Estimulamos o desenvolvimento de competências, habilidades e saberes construídos a partir de perspectivas e abordagens contemporâneas de formação, pertinentes e compatíveis

com as referências nacionais e internacionais. Portanto, formamos jovens médicos capazes de atuar com qualidade, eficiência e resolutividade”, resume o diretor geral da FASEH, João Lúcio dos Santos Junior.

UM NOVO OLHAR SOBRE O PAPEL DO ESTUDANTE Para que o aluno ocupe o centro da produção do saber,

a FASEH adota uma metodologia de ensino ativa, que estimula e promove o diálogo em sala de aula. As novas estratégias educacionais priorizam o aprendizado baseado em equipes (Team-Based Learning – TBL), a fim de incentivar o envolvimento e a participação nas atividades acadêmicas. “Antecedendo as atividades práticas, são desenvolvidas

Tecnologia aserviço da educaçãoLABORATÓRIOS FORAM CONSTRUÍDOS E REESTRUTURADOS PARA OTIMIZAR O ENSINO CUSTOMIZADO DA MEDICINA

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exposições interativas, em substituição às aulas teóricas, favorecendo o debate saudável e o levantamento de questões inerentes à prática médica diária e às soluções baseadas no conhecimento apresentado”, diz o professor Márcio Alberto Cardoso. “Hoje o aluno se encontra no cerne do processo de aprendizagem, sendo protagonista da própria jornada acadêmica, por meio da utilização de modelos contemporâneos de ensino”, enfatiza Marcus Vinícius Bellezzia, aluno do 8º período de Medicina.

ALIADOS DO SABER Alinhada a padrões tecnológicos adotados em

faculdades reconhecidas no meio acadêmico, a FASEH investiu na construção e reestruturação de laboratórios e unidades de ensino. Os laboratórios, que já se destacavam pelo grande acervo de cadáveres, manequins de simulação realística e das mais variadas peças de anatomia humana, foram equipados com mesas tridimensionais, que permitem o ensino customizado da ciência e a visualização de estruturas do corpo humano mais próximas da realidade. Outra novidade é que, a partir de setembro, os laboratórios da FASEH passarão a contar com um cadáver sintético (SynDaver) – que facilita a identificação com órgãos reais, imita as funções mecânicas, estruturais e físico-químicas do corpo humano.

Para o professor Márcio Alberto, o uso das tecnologias é essencial na preparação dos alunos para a prática médica, já que “as disciplinas constituem o meio, e não o fim”. “Laboratórios modernos e estruturados auxiliam no desenvolvimento de habilidades médicas práticas com as quais o aluno poderá, no futuro, sob a tutela do conhecimento teórico, desenvolver as atitudes esperadas de um profissional da Medicina”, completa Marcus Bellezzia. “A FASEH também investiu na modernização da infraestrutura tecnológica para implementação do projeto Telemedicina, que consiste em um ambiente virtual cujo objetivo é favorecer a comunicação, via web, entre professores, alunos, ex-alunos e pacientes, potencializando as possibilidades de assistência, educação e pesquisa em saúde”, explica o diretor geral da FASEH.

DA PRÁTICA À EXCELÊNCIA A FASEH mantém convênios com 12 hospitais da

capital mineira, que prestam atendimento de alta e média complexidade, e com 50 Unidades Básicas e Especializadas de Saúde de cidades da região. A prática médica é também viabilizada por meio da Clínica Escola e de projetos de extensão. “A possibilidade de praticar a Medicina ainda no âmbito acadêmico e sob a supervisão direta de professores nos dá mais segurança e se refletirá positivamente em nossa atuação após a conclusão do curso”, reflete Marcus Bellezzia.

“A possibilidade de praticar a Medicina

ainda na academia nos dá mais segurança e

refletirá positivamente em nossa atuação após

a conclusão do curso”

MARCUS BELLEZZIAALUNO DO 8º PERÍODO

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A criação de ambientes voltados ao desenvolvimento de habilidades ligadas ao exercício prático da profissão, com o apoio e a supervisão de docentes e profissionais, é essencial para a formação dos estudantes. Quando, além dos alunos, a comunidade também se beneficia de atendimento qualificado e gratuito, os resultados são ganhos múltiplos e transformação social.

Na FASEH, estudantes dos cursos de Medicina, Enfer-magem, Fisioterapia e Direito vivenciam, ainda na gra-duação, experiências ligadas à prática das profissões na Clínica Escola e no Núcleo de Prática Jurídica e Cidadania (NPJC). “Em todos os cursos o estudante tem contato com situações reais. Formamos alunos preparados para

os desafios da profissão, e o que percebemos é um re-torno muito positivo. O índice de colocação no mercado é elevado, e alguns dos futuros profissionais encontram espaço, inclusive, em nosso corpo docente”, destaca a diretora acadêmica da FASEH, Hérica Teixeira.

SAÚDE E BEM-ESTARCriada em 2005, com o intuito de promover o desen-

volvimento de competências e habilidades que possibilitam ao aluno oferecer assistência a pacientes, a Clínica Escola atende mensalmente – e de forma gratuita – cerca de oito mil pessoas em 18 especialidades diferentes (Ambulatório de Anticoagulação, Cardiologia, Cirurgia Ambulatorial, Clínica

ESPAÇOS DESTINADOS À PRÁTICA PROFISSIONAL BENEFICIAM COMUNIDADE E PROMOVEM FORMAÇÃO ÉTICA

Desenvolvimento acadêmico e transformação social

N A P R Á T I C A

Durante a graduação, futuros

profissionais atendem moradores

da região que necessitam

de apoio

RONALDO GUIMARÃES

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Para promover a prática do Direito, a FASEH passou a oferecer a seus alunos e aos morado-res da Comarca de Vespasiano, em 2015, aten-dimento gratuito por meio do Núcleo de Prática Jurídica e Cidadania (NPJC), resultado de um con-vênio firmado com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Cerca de cem alunos do 7º, 8º, 9º e 10º períodos do curso, sob a coordenação de docentes e profissionais da área, prestam atendimentos à comunidade na área do Direito de Família, tais como investigação de paternidade, divórcio, guar-da e pensão alimentícia – principais demandas da Comarca de Vespasiano. Além disso, em parceria com o Procon Municipal, eles também auxiliam na resolução de conflitos relacionados ao Direito do Consumidor. “Atendemos a todos os que nos procuram e, nos casos em que não há como seguir adiante, encaminhamos a demanda aos órgãos competentes e munimos de informações aqueles que recorrem ao NPJC, para facilitar a busca de soluções. Também auxiliamos em agendamentos virtuais (INSS, por exemplo) e até na requisição de segunda via de contas de luz”, explica Patrícia Nunes de Gusmão, coordenadora do curso de Direito da FASEH. Além de fomentar o desenvol-vimento de habilidades ligadas à prática da pro-fissão, ela afirma que o atendimento estimula a “solidariedade e a compaixão e a constatação de que o Direito não deve ser tratado como um ins-trumento meramente documental, e sim como uma ferramenta importante”.

Os alunos que atuam no Núcleo como con-ciliadores e mediadores têm a missão de buscar soluções consensuais que dispensem a inter-venção do Poder Judiciário. “Com a mudança do Código de Processo Civil, o perfil do advogado precisa mudar. O que se deve buscar hoje é a mediação do conflito e o acordo, para evitar que as partes tenham que acionar a Justiça. Com isso, ganhamos em celeridade e efetividade, já que, quando a solução é construída entre as partes, a chance de a questão voltar para o litígio é muito pequena”, destaca Ana Cristina Gurgel, ex-aluna da FASEH e professora do NPJC.

Médica, Dermatologia, Endocrinologia, Enfermagem, Fisiote-rapia, Ginecologia, Infectologia, Neurologia, Obstetrícia, Orto-pedia, Otorrinolaringologia, Pediatria, Pneumologia, Psicologia e Psiquiatria). Uma equipe multidisciplinar é constituída de 64 profissionais – 48 médicos (professores), sete fisiote-rapeutas, duas enfermeiras, uma psicóloga, duas técnicas em enfermagem e quatro auxiliares administrativas. “O que buscamos ensinar aos alunos é que a atenção à saúde não se encerra com o ato técnico, mas com a resolução do problema, seja em âmbito individual ou coletivo”, afirma a professora Libértala Carla, enfermeira responsável pela Clínica Escola.

Fernanda Lacerda, ex-aluna e atual professora da FA-SEH, relembra as habilidades desenvolvidas durante as atividades da Clínica Escola e destaca o impacto positivo do atendimento às comunidades da região. “A clínica com-porta muitas especialidades que são de difícil acesso para a população, seja pela quantidade reduzida ou até mesmo pela inexistência de atendimento na rede pública, tais como Fisioterapia, Neurologia, Ortopedia, Psiquiatria, Hebiatria e Otorrinolaringologia. É notável o quanto a população é grata pela construção da Clínica Escola”, diz a professora.

APOIO JURÍDICO

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ALGUMAS HABILIDADES DESENVOLVIDAS NA CLÍNICA ESCOLA

RACIOCÍNIO CLÍNICO

ATUAÇÃO EM EQUIPE

GERENCIAMENTO DA FORÇA DE TRABALHO, DE RECURSOS FÍSICOS E MATERIAIS E DE INFORMAÇÕES

CONTATO COM PROCEDIMENTOS ORGANIZACIONAIS E ADMINISTRATIVOS DE UNIDADES DE SAÚDE

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Ensino de excelência forma alunos e cidadãosFASEH EMPENHA ESFORÇOS PARA PROMOVER TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E CULTURAL POR MEIO DA EDUCAÇÃO E DO APRIMORAMENTO CONSTANTE DE METODOLOGIAS E PROCESSOS

O incentivo ao pensamento crítico e ao amplo desenvolvimento pessoal por meio da educação é o princípio norteador da FASEH, que, há quase duas décadas, forma profissionais preparados para os desafios das profissões que abraçaram e cidadãos dedicados à promoção do bem-estar social. E, para garantir que o ambiente acadêmico acompanhe as transformações socioculturais, a FASEH busca constantemente a excelência, ao priorizar seis eixos de atuação: avaliação e revisão de processos; simulação de situações comuns à prática profissional; envolvimento e capacitação constante de docentes; aprimoramento de metodologias de ensino; responsabilidade social e inovação. “O nosso objetivo final é formar profissionais

que tenham capacidade humanista, crítica e reflexiva, pautados por princípios éticos e preparados para desenvolver ações de promoção, prevenção e recuperação do ser humano, na perspectiva da integralidade e do senso de responsabilidade social”, destaca João Lúcio dos Santos Junior, diretor geral da FASEH.

MAS O QUE É EXCELÊNCIA?Entende-se como excelência o aprimoramento contínuo

de ferramentas e processos, para garantir eficiência, eficácia e efetividade. Trata-se de algo que demanda planejamento e envolvimento efetivo. É preciso sensibilidade e visão sistêmica para perceber as necessidades do público e traçar

C A P A

Habilidades desenvolvidas no

Laboratório de Técnica Cirúrgica

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R E V I S T A F A S E H

estratégias que correspondam à realidade local. “A excelência é uma busca contínua, e fazemos questão de envolver alunos, funcionários, parceiros e gestores nos processos avaliativos que nortearão a revisão e ajustes dos procedimentos, a partir das questões levantadas”, enfatiza Hérica Teixeira, diretora acadêmica da FASEH.

Entre os pilares da excelência, destacam-se a avaliação constante de procedimentos e ferramentas com foco no aprimoramento da gestão do ensino. Para que a análise do cenário tenha amplitude e espelhe as reais demandas da faculdade, foi criada uma comissão técnica permanente, para garantir a qualidade e eficiência nos serviços. A equipe é responsável por interagir com os demais núcleos e encaminhar as demandas para análise do grupo, que definirá as melhores estratégias de atuação para o alcance da excelência nos processos.

ESTUDANTES PREPARADOS PARA O MERCADO Por meio da simulação de processos e da vivência

real de situações inerentes à prática profissional, estudantes são preparados para lidar com situações que encontrarão no mercado de trabalho. O apoio de professores garante o aprendizado. Na FASEH, a prática profissional se dá no âmbito da Clínica Escola e do Núcleo de Prática Jurídica e Cidadania

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“A excelência é uma busca contínua e fazemos questão de

envolver alunos, funcionários, parceiros e gestores nos processos avaliativos que nortearão a revisão

e ajustes dos procedimentos, a partir das questões levantadas”

HÉRICA TEIXEIRADIRETORA ACADÊMICA DA FASEH

Excelência é o ideal perseguido por docentes e alunos

(NPJC) ou por meio de programas de extensão oferecidos paralelamente às atividades curriculares. “O incentivo à prática é crucial na profissão. O contato com a teoria é extremamente importante para embasar nossas condutas, mas vivenciar as experiências ajuda a fixar o conteúdo. A prática também nos mostra como serão nossa rotina, nossos deveres e nossa responsabilidade na profissão e nos ajuda a definir qual especialidade vamos escolher”, enfatiza Ivan Vilaboim Santos, aluno do 8º período do curso de Medicina da FASEH.

RONALDO GUIMARÃES

RONALDO GUIMARÃES

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C A P A

AÇÕES QUE BENEFICIAM COMUNIDADES

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO CONTINUADA DE DOCENTESPor entender que o aprendizado deve ser priorizado,

de forma a favorecer o desenvolvimento de habilidades e a atualização do saber, em consonância com as práticas do mercado e o desenvolvimento de novas tecnologias, a FASEH estimula também a formação continuada de seu corpo docente por meio de oficinas, da introdução de novas metodologias, de ambientes propícios ao debate, de seminários interdisciplinares, da criação de núcleos e da difusão de técnicas de formulação e aplicação de avaliações. “Nossos professores são a nossa fortaleza. Hoje contamos com profissionais atentos às mudanças e inovações e abertos a incorporar novidades na área de ensino”, enfatiza a diretora acadêmica.

ALUNO COMO ATOR PRINCIPAL DO APRENDIZADOCiente de que o aluno é agente do processo de

aprendizado, a FASEH incorporou ao seu sistema de ensino estratégias baseadas na Metodologia Ativa. O método consiste no empoderamento dos estudantes, para que estes se conscientizem de seu papel fundamental no aprendizado. “O aluno aprende mais quando participa de aulas em que precisa verbalizar e colocar em prática o

conteúdo estudado. Segundo Edgar Dale, com dinâmicas, que provocam a participação ativa do aluno, após duas semanas, pelo menos 90% do conteúdo que foi trabalhado é lembrado e pode ser considerado aprendido. Em sentido oposto, quando os professores promovem aulas que colocam o aluno apenas em posições de passividade, percebe-se que apenas de 10% a 50%, em média, do que foi ensinado é lembrado após duas semanas”, enfatiza o professor Anderson Pimentel, do Centro de Soluções Educacionais da FASEH. Para incentivar essa nova mentalidade, que visa ao desenvolvimento progressivo de competências, os espaços da FASEH foram repensados. Exemplo disso foi a criação de salas de aula invertidas, que incentivam o diálogo e a interação entre professores e alunos; instrução entre pares; simulação e disponibilização de conteúdos prévios para nortear a participação durante as aulas. Por buscar o aprimoramento constante de metodologias de ensino, a FASEH também fortaleceu a prática, por meio da promoção de estudos de caso e apresentação de situações comuns à vida profissional. “Estamos presenciando nítidas melhorias na qualidade do ensino, cada vez mais em sintonia com as diretrizes do MEC e em consonância com as novas metodologias,

COMBATE AO TABAGISMO NAS UNIDADES PÚBLICAS DE SAÚDE

MEDICIRCO

ASSISTÊNCIA A PACIENTES ANTICOAGULADOS

TREINAMENTO EM PRIMEIROS SOCORROS PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE E ALUNOS DA REDE PÚBLICA DE ENSINO MÉDIO

ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO ABRIGADA (CRIANÇAS, ADOLESCENTES E IDOSOS)

ESTAÇÃO DE NEUROCIÊNCIA PARA ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

Projeto de extensão desenvolvido em enfermarias pediátricas dos hospitais e prefeituras parceiras da FASEH desde 2009. Alunos de todos os períodos do curso de Medicina visitam semanalmente crianças internadas identificando-se como “doutores-palhaços” e portando adereços e maquiagem a caráter para contar histórias, trabalhando temas próprios da infância. Tudo isso para deixar o ambiente mais leve.

ACERVO FASEH

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O USO DE TECNOLOGIAS COMO ALIADAS NO ENSINONovas soluções ligadas ao ensino são importantes aliadas no processo de aprendizado e potencializam a absorção de conteúdos. A FASEH acompanha as tendências da educação e tem investido na aquisição de equipamentos de alta tecnologia. “Nossos laboratórios modernos, com recursos de ponta, completam a formação desse profissional, que já possui sólido embasamento teórico, com o que há de mais moderno na área do saber escolhida”, destaca a diretora acadêmica, Hérica Teixeira.

LABORATÓRIO DE ANATOMIA

MANEQUINS DE SIMULAÇÃO REALÍSTICA

MESA TRIDIMENSIONAL

PALESTRAS E OFICINAS

o que levará à formação de profissionais preparados para o sucesso no mercado de trabalho”, reflete o professor Adirson Castro.

SOMOS AGENTES TRANSFORMADORES DA SOCIEDADEA reponsabilidade social é pensada em todas as esferas da

FASEH. Fazer a diferença no espaço em que está presente é um dos objetivos centrais da instituição, que oferece à comunidade atendimento médico, consultoria jurídica e acesso a treinamentos, cursos e atividades gratuitas, com foco na promoção da equidade e do bem-estar social. “Todos os cursos possuem disciplina específica, cujo objetivo é discutir a cultura do povo brasileiro e sua formação. Também são estudados os aspectos históricos da formação e das influências que geraram a sociedade atual, com ênfase em direitos humanos, respeito à diversidade cultural e combate a discriminação de qualquer tipo. Ainda abordamos temas ligados à educação ambiental, biodiversidade, sustentabilidade e combate aos danos ambientais em todos os níveis”, lembra o diretor geral da FASEH.

Ler

Ouvir

Ver

Assistir a um vídeo

Participar de uma discussão

Aplicar na prática ou ensinar

DEPOIS DE 2 SEMANAS NÓS LEMBRAMOS:

10% DO QUE LEMOS

20% DO QUE OUVIMOS

30% DO QUE VEMOS

50% DO QUE VEMOS E OUVIMOS

70% DO QUE FALAMOS

90% DO QUE FALAMOS E FAZEMOS

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Aprender é um ato diário, e acompanhar a evolução do conhecimento é dever do profissional. A FASEH agora investe também em cursos de especialização para profissionais de diferentes áreas. “Sabemos da importância da educação continuada, e nosso plano é fortalecer as especializações em andamento e ampliar a oferta de cursos para outras áreas do saber, com a criação, num futuro próximo, de um mestrado profissional. O objetivo é potencializar as discussões acadêmicas e dar visibilidade à geração de conhecimento”, diz o professor Jorge Tadeu Neves, coordenador geral de Pós-Graduação da FASEH.

CONHECIMENTO DINÂMICOA educação continuada abre duas possibilidades: aprimorar

habilidades e manter-se competitivo no mercado. Investir em um curso de especialização requer, contudo, mais que aporte financeiro – comprometimento e dedicação são igualmente essenciais. Além disso, a escolha do curso deve refletir as necessidades do mercado. “É de suma importância a dedicação ao aprendizado de temas direcionados, para que os profissionais sejam detentores de um conhecimento amplo específico”, destaca o Dr. Alexandre Pimenta, coordenador geral do Gastrocentro – clínicas em que são realizadas as aulas práticas de Endoscopia e Endocrinologia.

EVOLUÇÃO CONSTANTEO grande número de profissionais das áreas de saúde

disponíveis no mercado aumenta a competitividade e a importância de um currículo diferenciado. “O que percebemos hoje é uma gama de profissionais altamente especializados. Quem não busca a atualização constante fica para trás no mercado de trabalho”, observa a vice-coordenadora da Pós-Graduação da FASEH, Paula Spies. Ela lembra que, com o grande número de médicos formados no Brasil e as escassas opções de residência médica, os cursos de pós-graduação tornaram-se uma alternativa necessária e eficaz para a formação direcionada de profissionais já graduados.

Formando especialistas: o saber em construçãoMETA É FORTALECER CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO JÁ EXISTENTES E ESTENDER OFERTA A OUTRAS ÁREAS

P Ó S - G R A D U A Ç Ã O

CURSOS OFERECIDOS EM 2018• Endoscopia Digestiva

• Dermatologia Clínica

• Dermatologia Clínica e Cirúrgica Estendida

• Endocrinologia Clínica

• Endocrinologia Clínica e Metabologia Estendida

EM BREVE

• Gastroenterologia Clínica

• Gestão em Endoscopia para Enfermeiros

• Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial

e Estomatologia

FASEHBUSCA CONSTANTE PELA EXCELÊNCIA

Atendimento à comunidade para prática do conhecimento

Comprometimento com a qualidade no ensino

Corpo docente altamente qualificado

Metodologia moderna de ensino

Inscreva-se em nossos cursos

ACER

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A maneira como a humanidade interage com os ecossistemas à sua volta é alvo de questionamentos de filósofos e pesquisadores há milênios. O tema, chamado “Ecologia Humana”, é amplo e se renova constantemente, conforme as transformações vividas pelos indivíduos ao longo dos anos. “A ecologia humana não tem como referência a produção parcial de um saber, de qualquer natureza, sobre a nossa espécie. Ela busca uma perspectiva integral, holística, para analisar os complexos sistemas que envolvem o ser humano e suas interações com o meio ambiente”, explica o escritor, membro da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH) e docente da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Juracy Marques. Foi o que norteou a escolha do nome da Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (FASEH) e, de forma pioneira, tem guiado a formação de seus alunos em quase duas décadas de existência da instituição.

Mas como as transformações dos seres e, consequentemente, do ambiente em que se encontram refletem-se na difusão do saber? Juracy lembra que as faculdades e a ciência de modo geral ainda estão estruturadas em um modelo que não considera a perspectiva multidisciplinar dos estudos focados no ser humano. O cenário atual, segundo o estudioso, é de mudanças tímidas e precisa acompanhar as revoluções

nos diferentes campos do conhecimento, bem como incorporar as transformações sofridas pela humanidade nesse último século, a exemplo do que ocorre nas áreas da Biotecnologia, Robótica e Inteligência Artificial.

“Profissões que pareciam sólidas desaparecerão, e as máquinas dominarão a cena no campo do trabalho com o advento da quarta revolução industrial. O mundo está mudando, e a ecologia humana caminha de acordo com essas mudanças. Pensar essa dimensão colocará as faculdades entre as vanguardas deste novo século.” Ele ainda destaca que há um exagero na ideia de que seremos destruídos pela inteligência artificial e de que necessitamos colonizar outros planetas. “Nada substitui a singularidade humana. Vivemos a era da digitalização da vida, mas nossa alma não cabe em um chip.”

Para o professor, é preciso que a academia desconstrua a leitura reducionista ou parcial do comportamento da espécie humana e passe a incentivar o saber em todas as áreas do conhecimento, sob a ótica da Ecologia Humana. “Por exemplo, um ponto-chave dentro dos estudos desta ciência é a concentração de riqueza no mundo. Como pensar em saúde, educação, justiça e natureza se não levarmos em conta essa questão? Tudo está interligado, e essa é a grande lição da Ecologia Humana”, acrescenta Juracy.

A promoção do saber integralCOMO A INTERAÇÃO HUMANA COM O MEIO AMBIENTE INFLUENCIA O PENSAMENTO ATUAL E A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO

E C O L O G I A H U M A N A

O Aberto: O Homem e o Animal Giorgio Agamben

Princípios de Ecologia HumanaFernando de Ávila-Pires

A Ecologia de Freud: Os Ecossistemas da Natureza Humana Juracy Marques

INTERESSOU-SE PELO TEMA? Confira algumas publicações que abordam questões ligadas à Ecologia Humana:

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D R O P S

Vem aí a Liga da DiversidadeA nova Liga da FASEH será composta por um grupo interdisciplinar de alunos, cujo objetivo principal é promover discussões de diferentes temas, com foco na inclusão social. A ideia é trazer reflexões sobre o respeito à diversidade humana na prática profissional. Fique ligado!

Agende-se!

O desafio MedTech é nosso!Os alunos Monique Alves, Said Júnior, Sarah Carolina, Paulo Roberto e Mikaele Vidigal, do curso de Direito da FASEH, superaram cem participantes de 22 equipes de quatro faculdades e levaram a melhor na competição. O desafio da MedTech – startup voltada para o desenvolvimento de soluções na área da saúde – consistia na criação de dois Canvas (Business e Jurídico) e de um plano de ação. Parabéns, equipe Forseti! Orgulho de ter vocês aqui na FASEH.

Direito em açãoAlunos do curso de Direito da FASEH participaram de visitas a duas importantes instituições do Estado de Minas Gerais. Em maio, o grupo conheceu de perto a unidade do Instituto Médico-Legal (IML) de Belo Horizonte, onde são realizadas, entre outras ações, necropsias e laudos cadavéricos. A Assembleia Legislativa também recebeu os estudantes, que puderam acompanhar de perto as atividades da Casa onde são discutidas e votadas leis e que tem também como tarefa fiscalizar o Poder Executivo Estadual, para garantir o interesse comum.

A SEMANA CIENTÍFICA FASEH 2018 JÁ TEM DATA MARCADA.

De 24 a 26 de outubro. PARTICIPE!

ACERVO FASEH

ACERVO FASEH

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FASEH no Festival de Inverno de VespasianoDe 21 a 29 de julho foi realizada na Praça JK a décima edição do Festival de Inverno de Vespasiano. A FASEH, como uma das patrocinadoras do evento, esteve presente com um estande de divulgação do vestibular do segundo semestre e a distribuição de brindes durante todo o festival.

Formando os alunos para a realidade

Um raio X do ensino da FASEH

A OSCE, prova realizada no laboratório de simulação realística, tem o objetivo de avaliar a atuação dos alunos no âmbito cognitivo, atitudinal e afetivo (três pilares da educação e do projeto pedagógico da FASEH). A atividade é feita por meio de um cenário com instruções de atuação e conta com a participação de atores para fazer com que esse momento de aprendizado seja ainda mais real, promovendo a vivência e possibilitando a aplicação dos conhecimentos. É a junção da teoria com a prática e o momento de se perceber a evolução na formação de cada aluno. Nas últimas provas, realizadas nos dias 23 de maio, para os alunos de Medicina, e 27 de junho, para os alunos de Enfermagem, seis cenários foram criados: pré-natal, puericultura, exame de prevenção de câncer de colo de útero, HPV, cuidados com idosos, hipertensão e diabetes.

Foi realizada no dia 17 de abril a 1ª Avaliação de Progressão da FASEH, para o curso de Medicina, cujo objetivo foi avaliar o desempenho cognitivo dos estudantes durante a graduação, assim como aspectos do próprio curso, para aprimorar o ensino e criar formas de apoio contínuo e de melhoria de desempenho dos estudantes. O resultado da Avaliação (que ainda está sendo apurado e será divulgado em breve), em conjunto com outras ferramentas avaliativas, permite uma análise global do ensino, equilibrando o conteúdo programático e a estrutura curricular do curso de graduação em Medicina, que permitirá aprimorar o ensino e criar formas de apoio para melhoria dos pontos deficitários.

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Mentoring promove desenvolvimento acadêmico e humano RESPONSÁVEIS POR APOIAR ALUNOS NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO, MENTORES FAVORECEM O APRENDIZADO E O CRESCIMENTO PESSOAL

S A Ú D E

Chegar à universidade faz parte dos planos de grande parte dos jovens, mas lidar com o novo ambiente pode ser desafiador para alguns deles, que chegam a desenvolver sintomas de ansiedade e até depressão. Por isso, contar com a ajuda de um corpo técnico especializado pode fazer a diferença na trajetória acadêmica. Essa é a premissa do Mentoring, projeto psicopedagógico desenvolvido pela FASEH. Coordenados por mentores, grupos de apoio dão espaço a discussões importantes, antes negligenciadas em institui-ções de ensino. “Dificuldades de relacionamento, expecta-tivas idealizadas sobre a profissão e carga horária intensa

podem resultar na diminuição das oportunidades de lazer e socialização do aluno. O que buscamos é observar como a vivência do curso e da profissão afeta a vida do aluno e, a partir daí, identificar estratégias para reduzir esses impactos”, explica professor e coordenador do projeto, João Marcos de Castro Andrade.

O PAPEL DO MENTORA necessidade de se ter mentores no ambiente

acadêmico, com fins psicopedagógicos, surgiu na década de 1990. A partir do convívio próximo, o

Projeto auxilia alunos em

sua trajetória acadêmica

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mentor é capaz de detectar conflitos, sensações, sentimentos comuns aos jovens, além de avaliar como isso se reflete em sua vida psíquica. A ideia é auxiliar o aluno a perceber e enfrentar as dificuldades, construir estratégias de adaptação e reestruturação da rotina, garantindo o equilíbrio entre a dedicação aos estudos e as atividades de lazer e o convívio familiar. “O mentor auxilia os estudantes no autogerenciamento, nos ajustes à rotina universitária, para uma melhor qualidade de vida e melhor desempenho acadêmico, dentro de suas possibilidades”, explica a psicóloga da FASEH, Viviane Vale. Para o coordenador do projeto, o profissional se torna uma referência para os alunos, alguém que pode aconselhar, por meio de sua própria vivência, e auxiliá-los a confrontar seus comportamentos e a encontrar soluções. “O papel do mentor é acolher, orientar, propor e estimular uma visão crítica sobre si mesmo.”

O PROJETOEm sua primeira fase, o Mentoring da FASEH

já atende diretamente 70 alunos do 2º período do curso de Medicina. Os estudantes são alocados em grupos de discussão, que fortalecem o vínculo en-tre eles e os mentores e favorecem a criação de ambientes seguros de diálogo e troca de experiên-cias. Além das atividades em grupo, também são realizados seminários, oficinas e palestras abertas à comunidade acadêmica, com foco na promo-ção do autoconhecimento e da saúde mental. “A ideia é atuar de forma preventiva, com o apoio dos mentores, no fomento de discussões sobre temas transversais e contemporâneos. Mas também aco-lhemos estudantes, com o auxílio de psicólogos e psiquiatras”, detalha o professor João Marcos.

Assuntos como técnica da atenção plena (mind-fullness) e estratégias de autoconhecimento já fo-ram pautas de oficinas do Mentoring em 2018, e os estudantes também podem propor temas que consideram importante abordar. “O programa está em fase de construção, e toda opinião é bem-vinda e necessária para alcançarmos o nosso objetivo principal, que é proporcionar qualidade de vida aos alunos”, enfatiza a psicóloga Viviane Vale.

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“O mentor auxilia os estudantes no autogerenciamento, nos

ajustes à rotina universitária, para uma melhor qualidade

de vida e melhor desempenho acadêmico, dentro de suas

possibilidades”

VIVIANE VALE PSICÓLOGA

Oficina de Mindfullness

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Mãos que acolheme preservam vidas

O atendimento inicial dado a vítimas em situações de risco, antes da chegada de um profissional de saúde especializado, pode ser decisivo para evitar a morte ou possíveis sequelas. Qualquer um de nós pode vir a presenciar uma situação de emergência – por isso, estar preparado para agir é essencial. Pensando nisso, docentes do curso de Medicina da FASEH idealizaram o “Mãos que Salvam”, projeto de extensão que prevê a capacitação de estudantes do ensino médio e agentes comunitários de saúde do município de Vespasiano. “O principal objetivo é oferecer à comunidade a oportunidade de realizar essas manobras de primeiro atendimento e suporte básico de vida”, explica Daniel Fernandes, professor da FASEH e coordenador do programa.

CAPACITANDO ATORES LOCAISCom a utilização de manequins, os efeitos de

uma parada cardiorrespiratória em seres humanos são simulados, e, a partir daí, os estudantes do en-sino médio e agentes de saúde são capacitados a prestar atendimento, usando-se somente as mãos. “A técnica de reanimação cardiopulmonar por meio de compressões torácicas é respaldada por diretri-zes internacionais, e sua aplicação aumenta muito a sobrevida de quem recebe o atendimento enquan-to a chegada do suporte avançado de vida é aguar-dada. Para se ter uma ideia, a cada minuto, a chance de permanecer vivo de um paciente vítima de para-da cardiovascular ou respiratória que não recebeu manobras de primeiros socorros diminui, em média, 10%”, ilustra Daniel Fernandes.

Os acadêmicos de Medicina já estão em treina-mento, e a expectativa é que no segundo semestre

A cada minuto, a chance de permanecer vivo de um paciente vítima de parada cardiovascular ou respiratória que não recebeu manobras de primeiros socorros diminui, em média, 10%

PROJETO DE EXTENSÃO CAPACITA ESTUDANTES DE ENSINO MÉDIO E AGENTES DE SAÚDE PARA MANOBRAS DE PRIMEIROS SOCORROS

E X T E N S Ã O

Manequins permitem

simular situações cotidianas

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de 2018 o projeto Mãos que Salvam treine todos os agentes comunitários de saúde de Vespasiano e alunos das escolas de ensino médio. A Escola Estadual Padre José Senabre é a primeira a aderir ao projeto, que deverá ser estendido a todos os estudantes do ensino médio de instituições de ensino municipais e estaduais.

TODOS GANHAMOs alunos envolvidos no projeto de extensão

foram escolhidos após um processo de seleção feito por meio de uma avaliação escrita. Aqueles que apresentaram melhor desempenho passa-ram a integrar a equipe. Os treinamentos são ministrados pelos próprios estudantes, sob a co-ordenação dos docentes. Ainda de acordo com o coordenador do programa, a vivência prática de situações de risco, mesmo que de maneira simu-lada, auxilia na absorção e melhor entendimento dos conhecimentos adquiridos em sala de aula. “As metodologias ativas de ensino permitem que o estudante aprimore suas habilidades e sua pos-tura de maneira ampla, além de propiciarem um contato direto com a comunidade”.

Outro ponto relevante é que o município de Vespasiano não conta com Serviço de Atendi-mento Móvel de Urgência (SAMU). “Os agentes de saúde estão em contato direto com a comu-nidade e, na ausência do SAMU, precisam estar capacitados para prestar os primeiros socorros. Os centros de saúde possuem desfibriladores, o que ajuda muito, mas o conhecimento de mano-bras de primeiro atendimento é fundamental”, acrescenta Daniel Fernandes.

PRINCÍPIOS BÁSICOS Entre as orientações básicas em um aten-

dimento inicial de primeiros socorros está o acionamento imediato de profissionais espe-cializados, como socorristas do SAMU e do Corpo de Bombeiros. Porém, há procedimentos indi-cados que podem ser feitos sem o auxílio de profissionais treinados. Cada caso é único, e é preciso observar a gravidade para identificar as melhores práticas.

Práticas simuladas reforçam conhecimento teórico

MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

Ligue para a emergência ou peça alguém para ligar.

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Ajoelhe ao lado da vítima e afrouxe a roupa, se possível.

Coloque uma das palmas da mão no meio do peito da vítima.

Cubra a primeira mão com a outra, entrelaçando os dedos.

Faça movimentos firmes e rápidos. De 100 a 120 compressões por minuto.

Firme seus cotovelos e empurre, utilizando o peso do seu corpo, pressionando o peito para baixo.

Não se preocupe em machucar a vítima. Você está tentando salvar sua vida!

Continue o processo até a chegada do socorro.

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Médicos para novos pacientesO QUE JUSTIFICA AS MUDANÇAS NOS CURSOS DA ÁREA DE SAÚDE OFERTADOS PELA FASEH?

Frequentemente somos questionados a esse respeito. Alegam que em time que está ganhando não se mexe. Mas vou devolver a sua pergunta: o que justificaria não promover mudanças nos cursos da área da saúde ofertados pela FASEH? No último século, a partir dos avanços tecnológicos e da democratização do conhecimento promovida pela internet, como não alterar uma metodologia de ensino utilizada há séculos? A mudança que propomos se baseia nas inúmeras modificações por que passam todas as áreas de conhecimento – o que inclui a saúde. A engenharia mudou, os transportes sofreram mudanças, mudaram a maneira como as pessoas se organizam e os métodos de administração. E, no caso da Medicina, os avanços tecnológicos e seus reflexos no comportamento das pessoas não surtiram quase nenhum efeito no que diz respeito aos cuidados com a saúde, tampouco no modelo de educação e formação do médico. Dois campos que, por terem ciclos extremamente dilatados, têm resistido à inovação. E mesmo que queira inovar, você se vê preso a uma regulamentação e a uma organização do mercado, que dificilmente muda. Ao mesmo tempo, se a regulamentação não mudou, mudou a forma como as pessoas querem consumir a Medicina e como elas estão se cuidando.

OS MÉDICOS, EM GERAL, TÊM CONSCIÊNCIA DISSO?Houve uma alteração nas condições oferecidas para que os médicos

e profissionais da saúde, em geral, prestem os seus serviços. Hoje assistimos a uma disputa brutal entre os profissionais da área médica e as grandes empresas provedoras de serviços de saúde. A relação não é virtuosa. O médico está frustrado. O reconhecimento do seu trabalho fica comprometido pelo valor muito baixo repassado por consulta, forçando que a composição da sua remuneração seja baseada no volume de atendimentos e procedimentos realizados. Há também a frustração pela impossibilidade de realizar o trabalho da forma que gostaria em razão dos protocolos que precisa preencher. Ou seja: quando precisa atender a um paciente e o caso não se encaixa no protocolo, ele gasta mais tempo com burocracia do que com os cuidados propriamente ditos. O profissional quer mudar, mas a formação antiga não possibilita a mudança.

A FORMA DE LIDAR COM O ADOECIMENTO TAMBÉM MUDOU?Sim. Sabemos hoje que grande parte das doenças não é

causada por fatores genéticos, mas pela má utilização que o

E N T R E V I S T A

Dr. Ricardo Guimarães, presidente da CESUV,

mantenedora da FASEH

À medida que o mundo se transforma, o exercício da Medicina precisa se adaptar. Já não basta aos médicos ser capazes de diagnosticar e tratar corretamente as doenças. Segundo o Dr. Ricardo Guimarães, o futuro profissional deve ter também a capacidade de se comunicar, liderar e gerir, competências que devem ser desenvolvidas e aprimoradas.

Os pacientes, por sua vez, também precisam modificar seus hábitos se quiserem economizar gastos com a saúde. A era do automonitoramento contínuo já começou, e a mudança já é percebida nos Estados Unidos e até mesmo no Brasil.

Para se preparar adequadamente, a FASEH firmou recentemente uma parceria com a Universidade de Stanford, que vem se somar a um trabalho conjunto realizado há dez anos com a Universidade de Emory. “Estamos ensinando o aluno a aprender, para que ele transforme a sua vida em um aprendizado contínuo”, explica Guimarães. Confira os principais trechos da entrevista.

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paciente faz da sua “máquina”. Óbvio que ainda há fatores externos, aleatórios, no meio ambiente, que produzem doenças, mas, na maioria dos casos, é você mesmo que se agride. Não somos preparados para cuidar do próprio corpo e, além disso, não nos preocupamos em monitorar o que acontece conosco. Costumo fazer uma comparação: você teria coragem de retirar todos os equipamentos que monitoram o funcionamento do seu carro e, apenas uma vez ao ano, ir ao mecânico para conferir se está tudo bem? É exatamente isso que fazemos conosco.

COMO O “NOVO PACIENTE” DEVE AGIR?Estamos entrando numa nova era de automonitoramento

e, eventualmente, de automonitoramento contínuo. Ou seja, eu consigo, ao fim do dia, abrir meu computador e ver como foi o meu desempenho naquele dia, o que envolve a qualidade do sono e da alimentação, por exemplo. Essa nova era marca a transferência da responsabilidade de se cuidar bem para o próprio paciente. Se agir assim, o paciente terá um prêmio. Do contrário, terá que pagar mais às seguradoras. A lógica é a mesma da aplicada aos seguros de veículos. O seguro do futuro é uma espécie de garantia – se uma catástrofe acontecer no futuro, o seguro cobre. Em nosso país, o que temos hoje é um contrato de manutenção contínua. Mas a mudança já começa a acontecer nos Estados Unidos e até no Brasil

COMO A FASEH TEM SE ADAPTADO A ESTA NOVA REALIDADE?O que estamos fazendo hoje é preparar nossos alunos

para uma realidade que já se mostra, embora tímida, de maneira bem definida. E queremos formar um excelente profissional da saúde, com capacidade para fazer um trabalho de diagnóstico e tratamento nas áreas em que demonstrar interesse, agregando a essa formação outras três competências que são fundamentais. A primeira delas é o diálogo. O trabalho do médico exige que ele dialogue com o paciente, com a equipe, com a comunidade e com os seus pares na sua área de atuação e interação. Cabe ao médico, enfermeiro, fisioterapeuta traduzir para os seus diversos stakeholders o que é o trabalho e qual a intenção. A segunda é a liderança, uma questão difícil de abordar, já que há pessoas que confundem essa capacidade com uma visão elitista da Medicina. Mas estamos falando de um pessoal que leva mais tempo para se formar – e esse tempo custa caro para a comunidade e que possui maior poder de decisão. E quando há poder, mas não há liderança, é muito difícil.

QUAL É A TERCEIRA?Gestão. Como o médico tem uma capacidade de decisão

diferenciada, se ele não souber gerir os recursos do paciente, para fazer com que a Medicina que ele pratica tenha um custo compatível, se não souber gerir a própria equipe, a do hospital e da cidade, e não for capaz de utilizar racionalmente os recursos disponíveis, fará uma Medicina de baixa qualidade.

COMO A FASEH TEM FORMADO ESSE NOVO PROFISSIONAL?Para iniciar essa mudança, visitamos e firmamos uma

parceria com a Universidade de Stanford, porque queremos nos inspirar em uma instituição de ensino cuja eficiência é reconhecida internacionalmente. Estamos superando aquele período em que o professor apenas repassava o conhecimento. A metodologia que adotamos agora privilegia uma troca entre as partes, e os alunos começam desde cedo a desenvolver tarefas em grupo, para que o aprendizado se dê por eles mesmos. Ou seja, estamos ensinando o aluno a aprender, para que ele transforme a sua vida em um processo de aprendizado contínuo. Há dez anos, nos associamos também à Universidade de Emory, o que nos dá, inclusive, a oportunidade de troca de professores e alunos. E, finalmente, temos também uma parceria com a Universidade de Illinois, já que uma das características da Medicina é ser muito integrada à tecnologia. E quem fala de tecnologia fala de engenharia. Illinois criou um curso de Engenharia Médica. O acordo que firmamos com eles envolve a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais e já é um trabalho aprovado pela própria Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O objetivo é criar, em 2020, o primeiro curso de Engenharia Médica do Brasil – a propósito, se começássemos hoje, este seria o terceiro do mundo. Não é Biomedicina e não é Bioengenharia. É um curso com seis anos de duração, com mestrado e doutorado. Um curso misto, com parte feita nos EUA. O homem é cada vez mais um ciborgue. É raro você ver hoje uma pessoa com mais de 60 anos que não tenha um componente (marca-passo, lente, próteses estéticas etc.) implantado em seu corpo para ajudar na manutenção da fisiologia ou no monitoramento. Por isso, estamos investindo na criação de um curso de excelência na formação do médico. O que queremos é formar profissionais bem-sucedidos. Não me refiro a dinheiro, mas a alguém que consiga executar o papel ao qual se propôs com competência, de modo a satisfazer as demandas do paciente e da comunidade e que, por conta disso, tenha sucesso financeiro.

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A realidade nas comunidades indígenas, muitas vezes, não é conhecida por grande parte da socieda-de, sobretudo o acesso precário a serviços na área da saúde. A carência foi vista de perto por um grupo de estudantes do curso de Medicina da FASEH, que, graças a um projeto cultural oferecido pelo Diretório Acadê-mico Carlo Américo Fatinni (DACAF), se interessaram pelo problema. O objetivo das alunas Laura Pinheiro, Lívia Botinha, Maíra Moura e Suzana Villas Boas, que tiveram o acompanhamento do médico Levy Vilas Boas, consistiu em visitar uma aldeia indígena da Amazônia e auxiliar no atendimento médico aos índios.

Durante dois dias, as alunas conheceram de perto a comunidade indígena Tatuyos, que se mostrou receptiva e grata pelo trabalho. Dentre as principais queixas apre-sentadas pelos índios, a maior parte estava relacionada à malária e às verminoses, que acometem principalmente as crianças. Além de se ocuparem com o diagnóstico e o exame físico, elas coletaram amostras de fezes para realização de exame parasitológico, para posterior análise da professora Thelma de Filippis, no Laboratório de Parasitologia da FASEH.

“Os resultados foram preocupantes, sobretudo porque nos exames foram detectadas várias espécies de parasitos, o que afeta muito a saúde da comunidade. Ainda há o agra-

PROJETO EM ALDEIA INDÍGENA DA AMAZÔNIA AMPLIA VISÃO CRÍTICAE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS

Formação profissional além da universidade

C O M U N I D A D E

Equipe envolvida no

projeto

ACERVO FASEH

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vante de eles beberem a água da região, que não passa por tratamento”, avalia Thelma. Ela ainda ressalta o quanto foi grandioso e rico para as alunas atuar em campo, fora do am-biente acadêmico. “A Medicina permitiu que elas ajudassem outras pessoas, aplicando o que estão aprendendo em sala de aula. A experiência impactou de forma positiva a carreira de nossas alunas, que pretendem levar o projeto adiante, para que mais pessoas com acesso limitado aos cuidados médicos possam vivenciar a Medicina.”

Para Maíra Moura, hoje no 5º período do curso de Medicina, a experiência foi realmente única e fez toda a diferença em sua formação. “Vivenciei algo que nunca imaginei. Além disso, conheci outra realidade, de um povo esquecido, que sofre preconceitos, uma vez que a maior parte da sociedade brasileira desconhece o quanto eles trabalham e são privados do acesso a necessidades bási-cas. A realização do projeto beneficiou a comunidade, uma vez que a aldeia é distante de Manaus. Eles receberam tratamento e orientação médica”, destaca.

Maíra acrescenta que, agora, torce para que o projeto seja ampliado e beneficie outras aldeias no país. “A professo-ra Thelma já convidou mais um professor para nos orientar, e estamos em busca de uma comunidade indígena em Minas Gerais. A ideia é abrir a oportunidade para mais alunos e ampliar o tempo de permanência nas aldeias para que mais pessoas sejam contempladas pelo atendimento.”

O INÍCIOA ideia do projeto surgiu enquanto Maíra participava de

um congresso em Itajubá (MG). Na ocasião, ela conheceu uma xamã que apoiava a comunidade Tatuyos e que relatou um pouco da realidade vivida na Amazônia. “Durante sua palestra sobre a Medicina indígena, ela também explicou o quanto esse povo é negligenciado e vive com poucos recur-sos. Ao ouvir tudo isso, tive a ideia de desenvolver o projeto, que foi apoiado pelo DACAF e pela FASEH. Além disso, conta-mos com a ajuda da xamã que negociou a nossa ida e nos acompanhou na viagem”, destaca Maíra .

Para chegar à aldeia, o caminho foi longo. As estudantes e o médico precisaram sair de Manaus e viajar por quatro horas. Enquanto seguiam para o local, a equipe tinha receio de como seria recebida. De acordo com Maíra, a receptivi-dade dos índios foi uma grata surpresa. “Nós dormimos na aldeia, e eles fizeram questão de nos deixar à vontade. Dançavam e também cozinhavam para todos nós”, lembra.

Ao fazer um balanço do início desse projeto, Maíra res-salta que a equipe da FASEH se deparou com uma Medicina diferente da que conheciam em sala de aula, tendo sido uma oportunidade de vivenciar um pouco da cultura e dos costumes indígenas. Por outro lado, foi possível beneficiar a comunidade, que só é assistida pelo Exército Brasileiro ou precisa se deslocar por longas distâncias para receber atendimento médico.

“O principal foi ter conseguido levar as medicações para os índios, porque não adianta só diagnosticar a do-ença, tem que dar o remédio. Eles fazem muito com o que têm, mas há muitos casos em que eles realmente necessitam do acesso hospitalar. O balanço foi muito positivo, porque conseguimos amparar as pessoas. Até tínhamos uma ideia errada de que ninguém conversaria com a equipe, mas se formou uma fila para as consultas. Agora, é seguir em frente com o projeto”, estima Maíra.

“A Medicina permitiu que as alunas ajudassem outras

pessoas, aplicando o que estão aprendendo em sala de aula”

THELMA DE FILIPPISPROFESSORA

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Equipe envolvida no projeto: Laura, Lívia, Maíra e Suzana

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