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Formação de qualidade na Enfermagem para o cuidado e a cidadania Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca Curitiba, 29 de agosto de 2016

Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

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Page 1: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Formação de qualidade na

Enfermagem para o

cuidado e a cidadania

Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Curitiba, 29 de agosto de 2016

Page 2: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Ruth Rocha1994

Ilustrações de Walter Ono

Page 3: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Naquele tempo eu até que

achava natural que as coisas

fossem daquele jeito. Eu

nem desconfiava que

existissem lugares muito

diferentes...

Eu ia para a escola todos os

dias de manhã e, quando

chegava, logo, logo eu tinha

que me meter no vidro.

É, no vidro!

Cada menino ou menina

tinha um vidro e o vidro não

dependia do tamanho de

cada um, não!

Page 4: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

O vidro dependia da classe em que a gente

estudava. Se você estava no primeiro ano ganhava

um vidro de um tamanho. Se você fosse do

segundo ano seu vidro era um pouquinho maior. E

assim, os vidros iam crescendo à medida em que

você ia passando de ano.

Se não passasse de

ano era um horror. Você

tinha que usar o mesmo

vidro do ano passado.

Coubesse ou não

coubesse. Aliás nunca

ninguém se preocupou

em saber se a gente

cabia nos vidros. (...)

Page 5: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

As meninas ganhavam vidros menores que os meninos. Ninguém queria

saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabiam nos vidros,

se respiravam direito...

A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de

educação física. Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar

preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.

As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio. E na aula de

educação física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a

ficarem livres, não tinham jeito nenhum para educação física. (...)

Page 6: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Uma vez um colega

meu disse para a

professora que

existem lugares

onde as escolas não

usam vidro nenhum,

e as crianças podem

crescer à vontade.

Então a professora

respondeu que era

mentira, que isso era

conversa de

comunista.

Page 7: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Uma vez, veio para a minha escola um menino que parece

que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas

dizem pra não dizer que é pobre.

Aí não tinha vidro pra botar esse menino.

Então os

professores

acharam que não

fazia mal não, já

que ele não

pagava a escola

mesmo...

Page 8: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Então o Firuli, ele se chamava

Firuli, começou a assistir as

aulas sem estar dentro do

vidro.

O engraçado é que o Firuli

desenhava melhor que

qualquer um, o Firuli respondia

perguntas mais depressa que

os outros, o Firuli era muito

mais engraçado... E os

professores não gostavam

nada disso... Afinal, o Firuli

podia ser um mau exemplo pra

nós...

E nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de

perna esticada, quando queria ele espreguiçava e até mesmo

gozava com a cara da gente que vivia preso.

Page 9: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Então um dia um menino da

minha classe falou que

também não ia entrar no

vidro.

Dona Demência, a

professora, ficou furiosa,

deu um coque nele e ele

acabou tendo que se meter

no vidro, como qualquer um.

Mas no dia seguinte duas

meninas resolveram que

não iam entrar no vidro

também:

- Se o Firuli pode, por que é

que nós não podemos?

Page 10: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Mas Dona

Demência não era

sopa. Deu um

coque em cada

uma e lá se foram

elas, cada uma pro

seu vidro...

No outro dia a

coisa tinha

engrossado.

Já tinha oito

meninos que não

queriam saber de

entrar nos vidros. Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu

Hermenegildo que era o diretor lá da escola.

Page 11: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Seu Hermenegildo

chegou muito

desconfiado:

- Aposto que essa

rebelião foi fomentada

pelo Firuli. É um perigo

esse tipo de gente aqui

na escola. Um perigo!

A gente não sabia o que

queria dizer fomentada,

mas entendeu muito bem

que ele estava falando

mal do Firuli.

Page 12: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

E seu Hermenegildo não

conversou mais. Começou

a pegar as meninos um por

um e enfiar à força nos

vidros.

Mas nós estávamos loucos

para sair também, e pra

cada um que ele conseguia

enfiar dentro do vidro, já

tinha dois fora.

E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que

era pra ele não pegar a gente. E na correria começamos a

derrubar os vidros. E quebramos um vidro, depois

quebramos outro e outro mais.

Page 13: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Dona Demência já estava

na janela gritando:

-SOCORRO! VÂNDALOS!

BÁRBAROS! (pra ela

bárbaro era xingação).

- Chamem os Bombeiros,

o exército da Salvação, a

Polícia Feminina...

Page 14: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Os professores das outras classes mandaram cada um, um

aluno para ver o que estava acontecendo. E quando os

alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6° série

todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros.

Na pressa de sair

começaram a esbarrar

uns nos outros e os

vidros começaram a cair

e a quebrar.

Foi um custo botar

ordem na escola e o

diretor achou melhor

mandar todo mundo pra

casa, que era pra pensar

num castigo bem

grande, pro dia seguinte.

Page 15: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Então eles descobriram

que a maior parte dos

vidros estava quebrada e

que ia ficar muito caro

comprar aquela vidraria

tudo de novo.

Diante disso, seu

Hermenegildo pensou um

pocadinho e começou a

contar pra todo mundo que

em outros lugares tinha

umas escolas que não

usavam vidro nem nada e

que dava bem certo, as

crianças gostavam muito

mais.

Page 16: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

E que de agora em

diante ia ser assim:

nada de vidro, cada

um podia se esticar um

bocadinho, não

precisava ficar duro

nem nada e que a

escola agora ia ser

diferente (…)

Depois aconteceram

muitas coisas, que um

dia eu ainda vou

contar...

FIM!!!

Page 17: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

E o que tem isto a ver com

enfermagem, cuidado, cidadania,

formação???

Page 18: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

O que é cuidado?

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Page 21: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Os significados do cuidado• “Primeiro: atitude de relação amorosa, suave, amigável,

harmoniosa e protetora da realidade, pessoal, social e

ambiental (...) mão aberta que se estende para a carícia

essencial, para o aperto de mãos, dedos que se entrelaçam

com outros dedos para formar uma aliança de cooperação e

união de forças. É o contrário da mão fechada e do punho

fechado para submeter e dominar o outro.

• Segundo: todo tipo de preocupação, inquietude,

desassossego, mal estar e até medo por pessoas e

realidades com as quais estamos afetivamente implicados e

que por isto nos são preciosas. Este tipo de cuidado nos

acompanha em cada momento e em cada fase da nossa

vida. É implicar-se com as situações e com as pessoas. Elas

nos trazem cuidados e nos fazem viver o cuidado essencial.

Page 22: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• Terceiro: o cuidado é a vivência da relação entre

a necessidade de ser cuidado e a vontade e

predisposição para cuidar, criando um conjunto de

apoios e proteções que fazem possível esta

relação indissociável no nível pessoal, social e

com todos os seres vivos.

• Quarto: cuidado-precaução e cuidado-prevenção

se referem àquelas atitudes e comportamentos

que devem ser evitados por suas conseqüências

daninhas previsíveis (prevenção) e imprevisíveis,

que são devidas às vezes à insegurança dos

dados científicos e ao imprevisível dos efeitos

prejudiciais ao sistema vida e ao sistema Terra

(precaução). (Boff, 2002)

Page 23: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Ainda o cuidado...

“Um constructo filosófico, uma

categoria com a qual se quer

designar simultaneamente, uma

compreensão filosófica e uma

atitude prática frente ao sentido

que as ações de saúde adquirem

nas diversas situações em que se

reclama uma ação terapêutica,

isto é, uma interação entre dois ou

mais sujeitos visando o alívio de

um sofrimento ou o alcance de um

bem-estar, sempre mediada por

saberes especificamente voltados

para essa finalidade” (Ayres, 2004)

Page 24: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Cuidado de enfermagem

“O ato de cuidar desvela o existencial, de

onde derivam sentimentos, atitudes e

ações, como vontades, desejos,

inclinações e impulsos, ou seja, o homem

perante o mundo, os outros, e a si

mesmo. Compreender o valor do

cuidado de enfermagem requer uma

concepção ética que contemple a vida

como um bem valioso em si, começando

pela valorização da própria vida para

respeitar a do outro, em sua

complexidade, suas escolhas, inclusive a

escolha da enfermagem como profissão.”(Souza et al, 2005)

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Cuidado prevenção

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O que é

cidadania

• Origem etimológica no latim

civitas, que significa

“cidade”

• Estabelece um estatuto de

pertencimento de um

indivíduo a uma

comunidade politicamente

articulada – um país – e que

lhe atribui um conjunto de

direitos e obrigações, sob

vigência de uma

constituição

• Cidadania formal

(pertencimento)

• Cidadania substantiva

(posse de direitos civis,

políticos e sociais)

Page 31: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

“Cidadão não é apenas aquele que vota, mas aquela

pessoa que tem meios para exercer o voto de forma

consciente e participativa. Portanto, cidadania é a

condição de acesso aos direitos sociais (educação,

saúde, segurança, previdência) e econômicos (salário

justo, emprego) que permite

que o cidadão possa

desenvolver as

suas potencialidades,

incluindo a de participar

de forma ativa, organizada

e consciente, da construção

da vida coletiva no Estado

democrático”. (Bonavides et al, 2009)

Page 32: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Direitos humanos e cidadania

Se considerarmos que cidadania é o direito de participação

na sociedade e que para seu efetivo exercício o cidadão

deve ser resguardado de direitos básicos, tais como a vida,

a moradia, a educação, a informação, dentre outros e

considerando que estes direitos são direitos básicos de

qualquer ser humano,

podemos concluir

que a violação de

direitos humanos

redunda em prejuízo

ao exercício

da cidadania”. Costa Melo

[acesso ago 2016]

Page 33: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

“Cidadania implica em vivência em sociedade, na

construção de relações, na consciência e reivindicação

dos direitos, e também no cumprimento dos deveres. Isto

não se aprende com teorias, mas na luta diária e

principalmente com a educação de qualidade, grande

propulsora para que o indivíduo possa desenvolver suas

potencialidades e conscientizar-se de seu papel social que

pode e deve fazer diferença na construção de uma

sociedade mais justa, livre e solidária”. Costa Melo [acesso

ago,2016]

Page 34: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Finalidade da educação

“Paulo Freire entendia que a contribuição a ser trazida

pelo educador à sociedade haveria de ser uma educação

crítica e criticizadora; uma educação que tentasse a

passagem da transitividade ingênua à transitividade

crítica.(...) uma educação para a

decisão, para a responsabilidade

social e política.

Educação que colocasse educador

e educando em diálogo constante

com o outro, que o predispusesse a

constantes revisões, pois democracia

implica mudança.” (Silva, 2000)

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Page 36: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Um sopro de

realidade na

filosofia

Page 37: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Quem cuida? Como cuida?

Por que cuida? Quem cuida,

se cuida?Para que

cuida?

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Page 39: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Formação em enfermagem:

cenário atual

• De 2001 a 2011- crescimento exponencial de cursos,

vagas, ingressantes, inscritos e concluintes nos cursos de

graduação em enfermagem no Brasil. (Censo Educação

Superior. Teixeira et al, 2013)

• Prova do ENADE 2010 - notas 1 e 2 (43%); nota 3 (36%);

notas 4 e 5 (21%)

• Privatização; expansão de cursos noturnos;

implementação de cursos a distância (Teixeira et al, 2013)

• Mudança paradigmática com crise tecnoassistencial (Silva;

Sena, 2008)

• Desarticulação teórico-prática (dificuldade de integração

com os campos de prática)

Page 40: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• dificuldade em integrar teoria e prática na

formação. A realidade permanece distante e

estranha às condições de vida e saúde em que

se apresenta a clientela objeto da assistência.

• há um grande gap entre a compreensão da

realidade e as possibilidades de prestação da

assistência aos que compõem esta realidade –

os cidadãos – dificultando sobremaneira a

compreensão e a prestação do cuidado como

essência, missão e vocação da enfermagem.

(Fonseca et al, 2016)

• Tudo isto faz com que a formação de

enfermagem dificulte a conquista da cidadania

Page 41: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• O propósito da formação para o cuidado deve ser tornar a sociedade a mais democrática possível, porém muitas relações de cuidado não são relações de igualdade.

• Há algumas realidades que desafiam as instituições sociais e políticas vinculadas ao cuidado.

• Uma delas é a iniqüidade de gênero existente na concepção de cuidado como responsabilidade e tarefas das mulheres.

• A equipe de enfermagem é predominantemente feminina, sendo composta por 84,6% de mulheres. No nível superior, esta percentagem sobe para 96%

• Como as demais mulheres, as enfermeiras sofrem preconceitos e são alvos das estereotipias de gênero que se transformam em desigualdades. Nos campos de prática são subalternizadas em relação a gênero, classe e saber, principalmente à medicina.

• A formação não contempla o recorte de gênero nas relações sociais e na determinação do processo de produção do cuidado

Page 42: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

Desigualdades de gênero

vinculadas ao ato de cuidar

• quando não é considerada a diferença política entre o

cuidado necessário (quando a pessoa não pode fazer por

si e precisa de ajuda, como crianças, doentes e idosos) e

o de serviços (aquele que a pessoa pode fazer, mas

escolhe não fazê-lo, como as tarefas domésticas, higiene,

limpeza);

• quando o cuidado é visto como uma mercadoria, na qual

mulheres, em geral, das classes subalternas, prestam

serviços em condições de sub-cidadania

• quando existem dualismos entre quem oferta e quem

recebe cuidados, encobrindo as vulnerabilidades tanto de

quem cuida como de que é cuidado.

Page 43: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

A politicidade do cuidado na

perspectiva de gênero

• O cuidado generificado pode ser emancipador quando ele

visar à interação entre dois sujeitos revestidos de poder,

independente da situação de autonomia de cada um diante

das suas necessidades e carecimentos. Trata-se de

substituir relações de dominação por relações de poder

com equidade.

• Considerar a autonomia das mulheres como condição

inerente à equidade de gênero pode resgatar a politicidade

do cuidado pois cuidar transforma tanto quem cuida como

quem é cuidado, inclusive no que tange às construções da

masculinidade como da feminilidade.

• Ao rever e superar sua situação de subalternidade as

enfermeiras e a enfermagem podem efetivamente constituir

elementos de transformação social

Page 44: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

O que pode quebrar

os vidros na escola?

Page 45: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• É preciso repensar a educação dos nossos jovens para o

trabalho de enfermagem, na perspectiva da integralidade

entre as dimensões das competências (saber-saber, saber-

fazer e saber-ser).

• É preciso investir mais na dimensão do saber-ser- ético-

profissional das competências, estimulando a formação e a

reprodução de atitudes e valores inerentes ao cuidado e à

cidadania

• É urgente repensar a educação em enfermagem com base

na captação, interpretação e intervenção na realidade na

perspectiva das categorias sociais (classe social, gênero,

geração, raça-etnia), para o reconhecimento e valorização

das diferenças, assim como para o reconhecimento e

enfrentamento das desigualdades e iniqüidades.

Page 46: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• Ultrapassar a finalidade do educar meramente técnico em

enfermagem para o educar para o cuidado emancipador

com finalidade de transformar a enfermagem, a

sociedade, as pessoas e a vida.

• Estimular a formação de enfermagem para além do

horizonte das escolas, ajudando os jovens a buscar

outros espaços de aquisição, produção e reprodução do

conhecimento para inseri-los cada vez mais na realidade.

• Estimular a participação em espaços associativos para

estimular e exercitar a condição de cidadãos da pólis,

para homens e mulheres, independente de classe, raça-

etnia e geração.

• Compreender as relações sociais no contexto da

epistemologia de gênero que busca a igualdade de poder

entre mulheres e homens, homens e homens e mulheres

e mulheres, no contexto da equidade de gênero.

Page 47: Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca

• Compreender as relações sociais entre educadores e

educandos nas perspectivas intra e intergeracionais

compreendendo a juventude como categoria sociológica

que tem potencialidade para a transformação social

• Adotar a premissa básica de que cuidado e cidadania

mantêm uma relação dialética intermediada por relações

de poder estabelecidas entre pessoas concretas, numa

sociedade concreta - histórica e socialmente determinada

- que se encontra em constante transformação

• Compreender que na enfermagem (como em outras

áreas profissionais) cada ação encontra-se imbuída de

politicidade e tem potência para transformar o mundo e a

sociedade.

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