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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM ROSANA KELLY DA SILVA MEDEIROS VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTOS SOBRE CONHECIMENTO E HABILIDADE EM SONDAGEM NASOGÁSTRICA NATAL - RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

ROSANA KELLY DA SILVA MEDEIROS

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTOS SOBRE CONHECIMENTO E

HABILIDADE EM SONDAGEM NASOGÁSTRICA

NATAL - RN

2013

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ROSANA KELLY DA SILVA MEDEIROS

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTOS SOBRE CONHECIMENTO E

HABILIDADE EM SONDAGEM NASOGÁSTRICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem do Centro de Ciências da

Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como requisito parcial para obtenção do título

de Mestre em Enfermagem.

Área de Concentração: Enfermagem na Atenção à

Saúde.

Linha de Pesquisa: Educação e Trabalho em

Enfermagem e Saúde.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Antonio Ferreira Júnior

NATAL - RN

2013

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CATALOGAÇÃO NA FONTE

M488v

Medeiros, Rosana Kelly da Silva.

Validação de conteúdo de instrumentos sobre conhecimento e

habilidade em sondagem nasogástrica / Rosana Kelly da Silva

Medeiros. – Natal, 2013.

118f.: il.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Antonio Ferreira Júnior.

Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Programa De Pós-

Graduação em Enfermagem. Centro de Ciências da Saúde.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

1. Enfermagem – Dissertação. 2. Intubação gastrointestinal –

Dissertação. 3. Intubação nasogástrica – Dissertação. 4. Estudos

de validação – Dissertação. I. Ferreira Júnior, Marcos Antonio.

II. Título.

RN-UF/BS-CCS CDU: 616-083 (043.3)

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VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTOS SOBRE CONHECIMENTO E

HABILIDADE EM SONDAGEM NASOGÁSTRICA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Centro de

Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial

para obtenção do Título de Mestre em Enfermagem.

APROVADA EM: 28 de novembro de 2013.

PRESIDENTE DA BANCA:

Professor Doutor Marcos Antonio Ferreira Júnior

(Departamento de Enfermagem/UFRN)

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________________

Prof. Dr. Marcos Antonio Ferreira Júnior – Orientador

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/ UFRN)

___________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Allyne Fortes Vitor

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

___________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Elizabeth Barichello

(Universidade Federal do Triângulo Mineiro/ UFTM)

___________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Viviane Euzébia Pereira Santos

(Universidade Federal do Rio Grande do Norte/UFRN)

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Hozana e João Batista, a quem atribuo as honras desta conquista. A vocês,

que reconheço todos os sacrifícios em favor do meu crescimento pessoal e profissional,

dedico pela oportunidade de realizar um curso de Pós-Graduação Strictu Sensu, ainda pouco

acessível aos jovens do nosso país.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, por estar comigo em todas as horas e dedicar sua proteção, conforto e me fortalecer

diante das adversidades da vida.

Aos meus pais, Hozana e João Batista, por me dedicarem amor e educação, estarem ao meu

lado em qualquer circunstância, acreditarem em mim e sacrificarem suas vidas em favor da

minha.

À minha irmã Débora, por ser uma das pessoas que posso contar para o resto da vida.

Obrigada pelo apoio e amor que demonstra.

À minha prima, quase irmã e companheira de profissão, Amanda, pela amizade e por me

entender melhor que todos. Obrigada por existir e fazer parte desta conquista.

À minhas queridas tias, que sempre me acolheram, incentivaram e dispensaram orientações e

carinho. Muito obrigada Corrinha, tia Neta, tia Mônica, Cassinha, tia Verônica, tia Lúcia,

Sara, Cristiane e tia Mocinha.

Ao meu namorado Guilherme, por fazer a minha vida mais feliz nos últimos dois anos, ser

meu melhor amigo, me incentivar e estar sempre disposto a me ajudar em qualquer situação.

Ao meu primeiro orientador, professor Doutor Gilson de Vasconcelos Torres. Obrigada pela

oportunidade e confiança depositada ao me acolher em seu grupo de pesquisa. Agradeço os

valiosos ensinamentos que serão eternos.

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Ao meu orientador, professor Doutor Marcos Antonio Ferreira Júnior, pela dedicação ao

meu projeto e ter possibilitado a concretização deste trabalho. Obrigada pelas orientações e

ensinamentos dispensados.

Às professoras Doutora Isabelle Katherinne Fernandes Costa, Doutora Allyne Fortes Vitor e

Doutora Viviane Euzébia Pereira Santos, pela participação em meu exame de qualificação e

pelas valiosas contribuições ao meu trabalho.

Às minhas amigas, Ana Paula, Françoise, Jullianna, Layssa, Monique, Kátia e Kionara pelo

apoio e por mais de uma década de amizade verdadeira.

Meu agradecimento especial a Ana Paula, que além da antiga amizade foi minha companheira

de faculdade e hoje de profissão. Obrigada pelo apoio e por estar sempre por perto, sua

amizade é muito valiosa para mim.

A todos os meus colegas de pós-graduação, em especial as mestrandas Aminna, Kalina e

Joana, bem como a doutoranda Daniele por compartilharem ensinamentos, alegrias e

preocupações.

Às integrantes do grupo de pesquisa Incubadora de Procedimentos de Enfermagem,

especialmente as mestrandas Amanda, Aminna e Samilly, as enfermeiras Lívia e Manuela e as

doutorandas Gabriela e Daniele. Obrigada pelo incentivo e disposição que demonstram em

sempre ajudar.

Aos integrantes do grupo de pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas em Enfermagem

Clínica, em especial a mestranda Diana pelo interesse e apoio ao meu trabalho.

Aos juízes da pesquisa, pela disponibilidade em participar do estudo, por todas as sugestões e

contribuições.

Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, pelo incentivo à construção

do conhecimento nas aulas teóricas.

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Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico pelo financiamento do projeto por

meio do edital Universal 14/2012.

Aos funcionários do Departamento de Enfermagem da UFRN e do Programa de Pós-

Graduação em Enfermagem, por serem sempre prestativos.

A todas as pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização desta

conquista. Muito obrigada!

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MEDEIROS, R. K. S. Validação de conteúdo de instrumentos sobre conhecimento e

habilidade em sondagem nasogástrica. Natal, 2013. 118f. Dissertação (Mestrado em

Enfermagem) – Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, 2013.

RESUMO

Este estudo teve como objetivo construir e validar conteúdo de instrumentos avaliativos sobre

conhecimento e habilidade de enfermagem no procedimento de sondagem nasogástrica. Trata-

se de um estudo metodológico realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) e na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A amostra foi

composta por 23 juízes, selecionados a partir dos critérios de inclusão: serem enfermeiros,

docentes nas disciplinas de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem, ter no mínimo um

ano de experiência nestas disciplinas e ser das instituições selecionadas para o estudo. A

pesquisa se desenvolveu em três etapas: (A) construção de dois instrumentos com base na

revisão da literatura que resultou em um roteiro de observação da habilidade estruturado

composto por 28 itens e um questionário sobre o conhecimento com 12 questões; (B)

submissão dos instrumentos aos juízes, no período de junho a setembro de 2012, os quais

deveriam julgar cada item como “adequado”, “adequado com alterações” ou “inadequado”,

além de fazer uma avaliação geral de cada instrumento baseada em 10 critérios adaptados do

referencial metodológico de Pasquali; e (C) validação com a verificação do nível de

concordância entre os juízes, por meio da aplicação do Índice de Validade de Conteúdo (IVC)

e do Índice Kappa. Utilizou-se o nível de consenso maior que 0,75 para o IVC e maior que

0,61 (bom) para o Índice Kappa. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Onofre Lopes (CEP/HUOL), sob CAAE nº 0002.0.294.000-10. Após

serem codificados e tabulados, os dados foram analisados por meio de estatística descritiva.

Dos 23 juízes, 87% eram do sexo feminino, com média de idade de 36,5 anos, 73,9% atuavam

na UFRN, 78,3% possuíam mestrado acadêmico e 69,6% atuavam exclusivamente na

docência. A média de tempo de experiência na docência foi de 7,9 anos e nas disciplinas de

Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem foi de 5,6 anos. No julgamento do roteiro de

observação estruturado e do questionário sobre o conhecimento, nenhum item/questão

considerou-se inadequado, uma vez que todos obtiveram nível de concordância dentro dos

índices estabelecidos (IVC > a 0,75 e Kappa > 0,61). Em relação ao roteiro estruturado para

avaliar habilidade, dos 28 itens presentes, 13 apresentaram índice de concordância perfeito

(IVC=1,00; Kappa= 1,00) e outros 15 foram considerados adequados com alterações,

principalmente no que diz respeito à sequência instrucional dos tópicos, clareza e vocabulário.

No questionário sobre o conhecimento, dentre as 12 questões que o compunham, 03

apresentaram índice de concordância perfeito e as demais adequadas com alterações quanto

aos critérios vocabulário, clareza, atualização e precisão. Em relação à avaliação geral dos

instrumentos, o roteiro estruturado de habilidade obteve IVC de 0,95 e Kappa de 0,91 e o

questionário do conhecimento, IVC de 0,97 e Kappa de 0,94. Os dois instrumentos

mostraram-se válidos quanto ao seu conteúdo, e constituem ferramentas para fomentar a

qualidade da assistência de enfermagem em relação ao conhecimento e à habilidade em

sondagem nasogástrica.

Descritores: Enfermagem; Intubação Nasogástrica; Estudos de Validação; Conhecimento;

Questionários.

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MEDEIROS, R. K. S. Validation of content of instruments about knowledge and ability

in the nasogastric intubation. Natal, 2013. 118f. Maters thesis (Master of Science in

Nursing) – Departamento de Enfermagem, Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

2013.

ABSTRACT

The present study had as its objective to build and validate the content of evaluation

instruments about the knowledge and the nursing ability in nasogastric intubation. It is a

methodological study performed in the Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) and the Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). The sample was

composed by 23 judges, selected according to the following inclusion criteria: being nurses,

docents in the disciplines of Nursing Semiology and/or Nursing Semiotics, with a minimum

of a year of experience in these disciplines and also belong to the selected educational

institutions. The research was developed in three steps: (A) the construction of two

instruments based on the literature review, which resulted in a structured observation script of

the ability, composed by 28 items and a questionnaire about the knowledge with 12 questions;

(B) submission of the instruments to the judges, in the period between June and September

2012, whom should judge each item as “appropriate”, “appropriate after changes” or

“inappropriate”, and also make a general evaluation of each instrument based in 10 criteria

which were adapted from the Pasquali’s methodological framework; and (C) validation with

the verification of the level of agreement among the judges, thru the application of the

Content Validation Index (CVI) and the Cohen’s kappa coefficient. It was used the level of

consensus (accordance) higher than 0.75 for the CVI and higher than 0.61 (good) for the

kappa coefficient. The study was approved by the Ethics in Research Committee of the

Hospital UniversitárioOnofre Lopes (ERC/HUOL), under CAAE nº 0002.0.294.000-10. After

being codified and tabulated, the data were analyzed thru descriptive statistics. Among the 23

judges 87% were of the female gender, 36.5 years old as the age average, 73.9% worked at

UFRN, 78.3% held an academic masters and 69.6% worked exclusively as docents.. The

average of time in terms of experience in lecturing was of 7.9 years and in the lecturing of

Nursing Semiology and/or Nursing Semiotics was of 5.6 years. In the judgment of the

structured observation script and the questionnaire about the knowledge, none of the

items/questions were considered inappropriate, as all of them had an accordance level

between the established index (CVI > 0.75 and Kappa > 0.61). In relation to the structured

observation script to evaluate the ability, among the28 present items, 13 presented a perfect

accordance level (CVI = 1.00; Kappa = 1.00), and another 15 were considered “appropriate

after changes”, mainly regarding the instructional sequence of the topics, clearness and

vocabulary. In the questionnaire about the knowledge, among the 12 questions, which

composed it, 03 presented a perfect consensus (accordance) index and the other were

considered “appropriate after changes” regarding the vocabulary, clearness, actualization, and

precision criteria. Regarding the general evaluation of the instruments, the structured ability

script got a 0.95 CVI and 0.91 kappa and the knowledge questionnaire 0.97 CVI and 0.94

kappa. Both of the instruments have shown to be valid regarding its content, and constitute

tools to promote the quality of the nursing assistance in relation to the ability and knowledge

in the nasogastric tubing.

Descriptors: Nursing; Nasogastric Intubation; Validation Studies; Knowledge,

Questionnaires.

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LISTA DE SIGLAS

BDENF – Base de Dados de Enfermagem

BVS – Biblioteca Virtual em Saúde

CEP – Comitê de Ética em Pesquisa

CINAHL - Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

DeCS – Descritores Controlados em Ciências da Saúde

HUOL – Hospital Universitário Onofre Lopes

IRA – Inter Rater Agreement

IVC – Índice de Validade de Conteúdo

K – Índice Kappa

LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEC – Ministério da Educação

MEDLINE – Medical Literature Analysis and Retrieval System Online

MeSH – Medical Subject Headings

NE – Nutrição Enteral

NOX – Nariz - Orelha - Xifoide

NEX – Nose - Earlobe - Xiphoid

RDC – Resolução da Diretoria Colegiada

RN – Rio Grande do Norte

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TNE – Terapia de Nutrição Enteral

UERN – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UTI – Unidade de Terapia Intensiva

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens do instrumento sobre

habilidade e conhecimento em sondagem nasogástrica. Natal/RN,

2013................................................................................................................................... 53

Quadro 2. Variáveis de caracterização dos juízes participantes da pesquisa. Natal/RN,

2013.................................................................................................................................... 54

Quadro 3. Variáveis de estruturação do instrumento sobre habilidade em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013............................................................................................ 55

Quadro 4. Variáveis de estruturação do instrumento sobre conhecimento em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013............................................................................................ 56

Quadro 5. Distribuição do Índice Kappa (K) e respectivos níveis de interpretação de

concordância...................................................................................................................... 57

ARTIGO 3

Quadro 1. Julgamento dos itens do instrumento sobre conhecimento em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013........................................................................................... 63

Quadro 2. Sugestões dos juízes acerca dos itens considerados adequados com

alterações. Natal/RN, 2013................................................................................................ 64

Quadro 3. Parecer final dos juízes acerca do instrumento do conhecimento em

sondagem nasogástrica. Natal/RN, 2013........................................................................... 66

ARTIGO 4

Quadro 1. Julgamento entre os juízes sobre itens do instrumento acerca da técnica de

sondagem nasogástrica. Natal/RN, 2013........................................................................... 79

Quadro 2. Sugestões dos juízes acerca dos itens considerados adequados com

alterações. Natal/RN, 2013................................................................................................ 80

Quadro 3. Parecer final dos juízes acerca do instrumento da técnica de sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013............................................................................................ 82

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LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1

Tabela 1. Distribuição dos artigos selecionados de acordo com local de publicação,

autores, país da pesquisa, ano, idioma, objetivo e método de coleta. Natal/RN,

2013................................................................................................................................... 25

Tabela 2. Distribuição das principais falhas de acordo com autores, local e amostra do

estudo. Natal/RN, 2013..................................................................................................... 27

ARTIGO 2

Tabela 1. Distribuição dos artigos selecionados de acordo com local de publicação,

autores, local da pesquisa, ano, objetivo e modelo de validação. Natal/RN,

2013................................................................................................................................... 40

Tabela 2. Distribuição das técnicas de validação de conteúdo, quanto ao método para

coleta e análise dos dados, juízes e número de etapas. Natal/RN,

2013................................................................................................................................... 41

Tabela 3. Classificação da confiabilidade a partir do coeficiente Alfa de

Cronbach........................................................................................................................... 45

ARTIGO 4

Tabela 1. Caracterização dos juízes participantes da pesquisa por instituição de

atuação. Natal/RN, 2013................................................................................................... 78

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LISTA DE FIGURAS

ARTIGO 1

Figura 1. Fluxograma da análise de dados e seleção dos estudos. Natal/RN,

2013................................................................................................................................... 24

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15

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS .................................................................................................................... 17

2.1 Geral .............................................................................................................................. 17

2.2 Específicos ..................................................................................................................... 17

3 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 18

3.1 ARTIGO 1. Assistência de enfermagem a pacientes em uso de sonda

gastrointestinal: revisão integrativa das principais falhas ............................................. 18

3.2 ARTIGO 2. Modelo de validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas em

enfermagem......................................................................................................................... 35

4 MÉTODO ........................................................................................................................ 51

4.1 TIPO DE ESTUDO ...................................................................................................... 51

4.2 LOCAL ......................................................................................................................... 51

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA ..................................................................................... 51

4.4 ETAPAS ........................................................................................................................ 52

4.5 VARIÁVEIS ................................................................................................................. 54

4.6 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ................................................ 56

4.7 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................. 56

4.8 ASPECTOS ÉTICOS .................................................................................................. 58

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 59

5.1 ARTIGO 3. Validação de conteúdo de instrumento sobre conhecimento em

sondagem nasogástrica ...................................................................................................... 59

5.2 ARTIGO 4. Validação de conteúdo de instrumento sobre habilidade em

sondagem nasogástrica ...................................................................................................... 73

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 92

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 94

APÊNDICES ...................................................................................................................... 98

ANEXO ............................................................................................................................... 118

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1 INTRODUÇÃO

A enfermagem exige habilidade técnica associada a ações humanizadoras, o que

torna imprescindível que os profissionais detenham conhecimento para propiciar ações de

cuidar isentas de riscos (RUTHES; CUNHA, 2009; FREITAS, OGUISSO, 2008).

O conhecimento, além de representar uma série de informações assimiladas e

estruturadas pelo indivíduo que lhe permitem entender o mundo, constitui-se ferramenta

essencial para a prática de enfermagem (RUTHES; CUNHA, 2008).

Mediante esse pressuposto, a apropriação do conhecimento necessita ser garantida na

formação e levada à capacitação permanente no ambiente de prática. Para atingir esse

patamar, o ensino de enfermagem ao longo do tempo tem sofrido diversas transformações, a

fim de melhorar a qualidade formativa (FONSECA et al., 2009; JAQUES; RODRIGUES;

TAKEMURA, 2008).

Em 1994, houve aprovação do currículo mínimo para os cursos de Enfermagem, por

meio da Portaria nº 1721/94 do Ministério da Educação (MEC) em que os conteúdos de

Semiologia e Semiotécnica passaram a ser obrigatórios como parte dos instrumentos básicos

necessários para a assistência de enfermagem. Esses conteúdos possuem caráter essencial na

formação em enfermagem, pois instrumentalizam o aluno na avaliação clínica e obtenção de

dados essenciais para a sistematização do cuidado (FONSECA et al, 2009; DIAS et al, 2003).

Tal domínio de conhecimento de Semiologia e Semiotécnica em Enfermagem se faz

necessário para atuação profissional segura e autônoma, portanto, ao serem trabalhados desde

a formação visava naquele momento um grande salto neste sentido. As técnicas de

enfermagem realizadas nos cuidados prestados requerem domínio do conhecimento além de

habilidades para sua execução segura.

A habilidade corresponde à capacidade de aplicar e fazer uso do conhecimento

adquirido com vistas à consecução de um propósito definido (RUTHES; CUNHA, 2008).

Nesse contexto, está inserida a apropriação do conhecimento relacionado à técnica de

sondagem nasogástrica que se constitui no procedimento de sondagem gastrintestinal mais

realizada, por ser a via de mais fácil acesso, menor custo e a que mais se aproxima do

processo fisiológico, uma vez que permite a atuação das enzimas digestivas habituais

(WAITZBERG, 2009).

Esse procedimento envolve a inserção de uma sonda de borracha ou de plástico

através das fossas nasais, que passa pela faringe, atravessa o esôfago e vai até o estômago.

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Consiste em um procedimento imprescindível para se oferecer meios necessários à

recuperação de pacientes debilitados (STACCIARINI; CUNHA, 2011; TIMBY, 2007).

A execução da técnica de sondagem nasogástrica é um procedimento complexo que

deve ser realizado por profissionais capacitados e legalmente habilitados como o enfermeiro,

cujo currículo possui disciplinas e conteúdos específicos para procedimentos desta natureza

(CERIBELLI; MALTA, 2006).

Nesse sentido, é essencial a capacitação contínua e formação adequada de

enfermeiros, de modo a agir efetivamente nos procedimentos de sondagem nasogástrica e

evitar complicações ao paciente (HERMANN; CRUZ, 2008).

A exposição do paciente ao risco iminente de iatrogenia é um dos problemas que

ameaça a segurança do paciente e impede o alcance de resultados mais sensatos no cuidado à

saúde e está relacionado às falhas da assistência de enfermagem, que se distanciam da

assistência idealizada para o paciente (PEDREIRA, 2009).

Estudo revelou que enfermeiros iniciantes são mais propensos a cometer um erro em

uma prática clínica e a experimentar um alto nível de estresse pelo medo de errar na execução

de procedimentos de rotina (YOO; YOO; LEE, 2010). Logo, erros no procedimento de

sondagem nasogástrica podem acarretar risco de iatrogenia hospitalar e inclusive provocar a

morte do paciente (CERIBELLI; MALTA, 2006).

A pneumonia aspirativa é considerada a complicação de maior gravidade em

pacientes alimentados por sonda por ser potencialmente fatal e, geralmente, é consequência

do refluxo gástrico (BRASIL, 2000). Dentre os pacientes com maior risco estão aqueles que

apresentam redução do nível de consciência e carência de cuidados de enfermagem, uma vez

que aspectos como a posição do paciente também contribuem para essa complicação, o que

torna necessário o cuidado com a elevação da cabeceira do paciente (CANDY; SAMPSON;

JONES, 2009; MCCLAVE et al., 2009).

Um estudo multicêntrico realizado em 22 hospitais na Turquia em 2001 e outro

realizado em São Paulo no ano de 2003 corroboram com a gravidade dessa complicação, ao

apontar a presença de sondas nasogástricas nos pacientes em Unidade de Terapia Intensiva

(UTI) como fator de risco para o desenvolvimento de infecção nosocomial (MOURA et al.,

2007).

Assim, o procedimento de sondagem nasogástrica deve ter bases científicas

norteadoras, de maneira a resultar em ação segura ao usuário do serviço de saúde

(CERIBELLI; MALTA, 2006).

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Recentemente, a criação de programas para o monitoramento da qualidade da

assistência e segurança do paciente com base em indicadores tem sido observada em vários

estudos no campo da saúde, e incluem a utilização de métodos para avaliação da validade de

conteúdo e construto, viabilidade e confiabilidade dos indicadores a serem desenvolvidos

(GOUVÊA; TRAVASSOS, 2010).

Além disso, torna-se necessário o desenvolvimento de instrumentos com bases

científicas, bem como o reconhecimento da qualidade desses instrumentos, por meio do

processo de validação (BITTENCOURT et al, 2011; POLIT; BECK, 2006).

A validação é um fator determinante na escolha e/ou aplicação de um instrumento de

medida, de modo que representa a extensão ou grau em que o dado representa o conceito que

o instrumento se propõe a medir (WYND, SCHIMIDT, SCHAEFER; 2003).

A aplicação do processo de validação de conteúdo de instrumentos sobre

conhecimento e habilidade em sondagem nasogástrica associada a um referencial

metodológico é proporcional ao revestimento científico que a profissão exige, uma vez que a

ciência da enfermagem acontece na prática, pois esta se constitui como o campo de aplicação

dos conhecimentos de enfermagem (FERREIRA, 2011). Uma vez que a validação de

conteúdo representa a extensão com que cada item da medida comprova o fenômeno de

interesse e a dimensão de cada item dentro daquilo que se propõe investigar, realizada por

juízes no assunto (RUBIO et al, 2003).

Para tanto, este estudo propõe a construção e validação de conteúdo de instrumentos

avaliativos sobre conhecimento e habilidade de enfermagem no procedimento de sondagem

nasogástrica com base no referencial metodológico de Pasquali (1998), a fim de fomentar a

qualidade da assistência de enfermagem, mediante às seguintes questões de pesquisa: Quais as

principais falhas relacionadas ao conhecimento e à assistência de enfermagem à pacientes em

uso de sonda gastrointestinal? Quais os principais modelos de validação de conteúdo

utilizados nas pesquisas brasileiras em enfermagem e sua aplicação? Qual o conteúdo válido

para avaliar os conhecimentos e as habilidades em sondagem nasogástrica?

Este estudo é parte integrante de um projeto maior, vinculado ao Grupo de Pesquisa

Incubadora de Procedimentos de Enfermagem, e associa diversas ações dentro da disciplina

Semiologia e Semiotécnica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O projeto

intitulado “Semiologia e Semiotécnica em enfermagem: proposta de ação acadêmica

associada”, engloba outros procedimentos além da sondagem nasogástrica como: anamnese,

exame físico, verificação da pressão arterial, administração de medicamentos, sondagem

vesical, troca de curativos, anotações de enfermagem e higienização simples das mãos.

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16

O presente estudo está estruturado em quatro artigos, dos quais dois são de revisão

integrativa componentes de sua revisão de literatura e dois artigos originais representantes dos

resultados. O primeiro artigo trata das principais falhas relacionadas à assistência de

enfermagem à pacientes alimentados por sonda gastrintestinal; enquanto o segundo aborda

sobre o modelo de validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas brasileiras em

enfermagem; o terceiro artigo retrata o processo de validação de conteúdo do instrumento

sobre conhecimento e o quarto artigo apresenta o processo de validação de conteúdo do

instrumento sobre habilidade em sondagem nasogástrica.

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17

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Construir e validar conteúdo de instrumentos avaliativos sobre conhecimento e

habilidade de enfermagem no procedimento de sondagem nasogástrica.

2.2 ESPECÍFICOS

Caracterizar as principais falhas relacionadas ao conhecimento e a prática da

assistência de enfermagem à pacientes em uso de sonda gastrointestinal, por meio de

uma revisão integrativa da literatura.

Descrever os principais modelos de validação de conteúdo utilizados nas pesquisas em

enfermagem brasileiras nos últimos cinco anos, com destaque para o método de

Pasquali.

Identificar os aspectos relevantes acerca do procedimento de sondagem nasogástrica

para subsidiar a construção dos instrumentos sobre conhecimento e habilidade em

sondagem nasogástrica.

Verificar a validade de conteúdo dos instrumentos construídos.

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18

3 REVISÃO DE LITERATURA

A sonda nasogástrica se constitui na via de acesso ao trato gastrointestinal quer seja

para indicação terapêutica ou diagnóstica. Trata-se de uma habilidade técnica própria da

enfermagem, que deve ser desenvolvida nos cursos de formação e capacitação profissional.

Desse modo, para uma adequada formação profissional e capacitação permanente é necessário

a utilização de medidas e instrumentos confiáveis provenientes de processos de validação que

se apliquem à verificação do conhecimento e da habilidade de alunos e/ou profissionais de

enfermagem.

Nessa perspectiva, esta revisão apresenta dois artigos de revisão integrativa de

literatura, que apontam as principais falhas na assistência de enfermagem a pacientes em uso

de sonda gastrointestinal (artigo 1) - submetido à periódico qualificado na área de

Enfermagem B1 – Revista Cubana de Enfermería e o artigo 2, que caracteriza o modelo de

validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas brasileiras em enfermagem nos últimos

cinco anos a ser submetido à Revista Referência qualificada na área de Enfermagem em B2.

3.1 ARTIGO 1

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES EM USO DE SONDA

GASTROINTESTINAL: REVISÃO INTEGRATIVA DAS PRINCIPAIS FALHAS

Asistencia de enfermería a pacientes sometidos al uso de sonda gastrointestinal: revisión

integrativa de las principales fallas

Nursing care to patients using gastrointestinal tube: integrative review of the main problems

RESUMO

Objetivo: caracterizar as principais falhas relacionadas ao conhecimento e a prática da

assistência de enfermagem à pacientes em uso de sonda gastrointestinal. Método: trata-se de

uma revisão integrativa de literatura realizada no período de abril a maio de 2013 nas bases de

dados Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Base de Dados de Enfermagem

(BDENF), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Publicações

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Médicas (PubMed) e Isi Web of Knowledge, com uso de descritores controlados e não-

controlados. Resultados: encontrou-se 1367 estudos, dos quais, foram selecionados 07 após

aplicação de critérios de inclusão e exclusão. Os estudos mostraram falhas relacionadas,

principalmente, à verificação da estase gástrica e teste para certificação do posicionamento da

sonda, bem como divergências entre diretrizes da nutrição enteral. Conclusão: a assistência

de enfermagem apresentou condutas desfavoráveis que repercutiram de forma negativa no

cuidado. Desse modo, evidencia-se a necessidade da implantação de protocolos para

utilização durante a formação de recursos humanos em enfermagem, que norteiem a

realização da assistência às pessoas alimentadas por sonda.

Palavras-chave: enfermagem; cuidados de enfermagem; alimentação por tubo; intubação

gastrointestinal; nutrição enteral.

RESUMÉN

Objetivo: caracterizar las principales fallas relacionadas al conocimiento y la práctica de la

asistencia de enfermería a pacientes sometidos al uso de sonda gastrointestinal, por medio de

una revisión integrativa. Método: tratase de una revisión integrativa de la literatura realizada

en el periodo de abril a mayo de 2013 en las bases de datos Literatura Latino-Americana e do

Caribe (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Cumulative Index to Nursing

and Allied Health Literature (CINAHL), Publicações Médicas (PubMed) e Isi Web of

Knowledge, con el uso de los descriptores controlados y no controlados. Resultados: fueron

encontrados 1367 estudios, de los cuales 07 estudios fueron seleccionados después de la

aplicación de criterios de inclusión y exclusión. Los estudios muestran fallas relacionadas

principalmente a la verificación de la estasis gástrica y teste para certificación del

posicionamiento de la sonda, bien como divergencias entre directrices de la nutrición enteral.

Conclusión: la asistencia de enfermería presentó conductas desfavorables que repercutieron

de manera negativa en el cuidado. De ese modo, evidenciase la necesidad de la implantación

de protocolos para utilización durante la formación de recursos humanos en enfermería, que

norteen la realización de la asistencia a las personas alimentadas por sonda.

Palabras clave: enfermería; atención de enfermería; alimentación por tubo; intubación

gastrointestinal; nutrición enteral.

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ABSTRACT

Objective: to characterize the main defects related to the knowledge and the practice of the

nursing care regarding patients using gastrointestinal tube, thru an integrative revision.

Method: it is an integrative revision of literature performed in the period between April and

May of 2013 in the databases Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Base de

Dados de Enfermagem (BDENF), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

(CINAHL), Publicações Médicas (PubMed) and Isi Web of Knowledge, using controlled and

non-controlled descriptors. Results: 1367 studies were found and 07 of them were selected

after the application of inclusion and exclusion criteria. The studies showed defects mainly

regarding the verification of the gastric stasis and tests to the certification of the feeding tube

position, as well as the divergence between guidelines of enteral nutrition. Conclusion: the

nursing care presented unfavorable behaviors that affected the care in a negative way. Thus, it

became evident the necessity of the implementation of protocols to be used during the training

of human resources in nursing, to guide the performance of the care to people being fed by

tube.

Keywords: nursing; nursing care; tube feeding; gastrointestinal intubation; enteral nutrition.

INTRODUÇÃO

A nutrição é, muitas vezes, promovida como um importante componente de apoio da

assistência de enfermagem, uma vez que proporciona manutenção e reposição das células e

dos tecidos do corpo, de extrema importância para o metabolismo, crescimento, reparação e

restabelecimento da saúde.1 Contudo, uma nutrição inadequada de forma prolongada pode

conduzir à desnutrição.

No contexto hospitalar, cerca de 70% dos pacientes inicialmente desnutridos, sofrem

uma piora gradual no seu estado nutricional, o que contribui para o aumento da

morbimortalidade, do tempo de cicatrização de feridas, do tempo de internação e,

consequentemente, dos custos hospitalares. 2

Diante disso, a terapia de nutrição enteral (TNE) consiste num conjunto de

procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do

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paciente por meio de nutrição enteral (NE), enquanto que a NE é alimento para fins especiais,

com ingestão controlada de nutrientes. 3

A NE consiste no método preferido para suprir as necessidades nutricionais quando o

trato gastrointestinal do paciente está em funcionamento normal, ou seja, caracteriza uma

estratégia importante para viabilizar suporte nutricional fisiológico, seguro e econômico, que

proporciona resultados eficazes nos pacientes críticos, em que a Enfermagem tem a

importante função de assegurar que as metas nutricionais estabelecidas sejam alcançadas

nesses pacientes.1

A Enfermagem ainda desempenha um papel preponderante, ativo e de

responsabilidade crescente no controle da nutrição enteral, uma vez que além de promover

sua administração, realiza a vigilância, manutenção e controle da via escolhida e o volume

administrado, com importante atenção para a prevenção de possíveis complicações, e caso

estas surjam, o enfermeiro é o profissional que deverá tomar as primeiras medidas de

intervenção. 4

Ao enfermeiro cabem ainda as atribuições que vão desde a orientação do paciente e

família quanto à utilização e controle da terapia de NE, o preparo do material, bem como o

local do acesso. 5

A prescrição dos cuidados de enfermagem assegura a inserção da sonda

oro/nasogástrica ou nasoenteral, além de receber e garantir a conservação da NE até sua

administração, detectar e comunicar quaisquer intercorrências. Outros pontos importantes se

referem às ações de registrar as informações relacionadas à administração e à evolução do

paciente, garantir a fixação da sonda, promover atividades de treinamento e educação

continuada, bem como elaborar e padronizar os procedimentos de Enfermagem relacionados à

terapia de nutrição enteral. 5

Com base nas responsabilidades, nos riscos associados e na importância de uma

assistência de enfermagem baseada em conhecimentos científicos, torna-se fundamental uma

capacitação contínua da equipe de enfermagem, de modo a agir efetivamente nos

procedimentos de introdução de sondas gastrointestinais, administração e manutenção da

terapia nutricional, de modo a evitar complicações ao paciente alimentado por sonda.6

Portanto, o objetivo desse estudo é caracterizar as principais falhas relacionadas ao

conhecimento e a prática da assistência de enfermagem à pacientes em uso de sonda

gastrointestinal, por meio de uma revisão integrativa da literatura.

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MÉTODO

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que consiste na construção

de uma análise ampla da literatura, com vistas a contextualizar o problema de pesquisa por

restringir-se a estudos relevantes que apontem para novos dados relacionados aos objetivos da

pesquisa, de forma a contribuir para discussões de métodos e resultado de pesquisas, assim

como a reflexão sobre a realização de estudos futuros. 7-8

A revisão integrativa foi realizada em cinco etapas, sendo elas: 1) Identificação do

problema; 2) Busca na literatura; 3) Avaliação dos estudos; 4) Análise dos resultados e 5)

Apresentação da síntese de conhecimento.9 Para identificação do problema considerou-se a

seguinte questão norteadora para este estudo: Quais as principais falhas relacionadas ao

conhecimento e à assistência de Enfermagem à pacientes em uso de sonda gastrointestinal?

Utilizou-se para a realização do estudo a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que

incluiu a base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS) e a Base de

Dados de Enfermagem (BDENF), bem como Portal de Periódicos da Capes para acesso às

bases internacionais que contempla a Cumulative Index to Nursing and Allied Health

Literature (CINAHL), as Publicações Médicas/ Medical Literature Analysis and Retrieval

System Online (PubMed/MEDLINE) e a Isi Web of Knowledge.

Para a busca nas bases de dados elencadas foram utilizados os Descritores

controlados em Ciências da Saúde (DeCS) e advindos do Medical Subject Headings (MeSH):

Alimentação por Tubo (Enteral Nutrition), Cuidados de Enfermagem (Nursing Care),

Intubação Gastrointestinal (Gastrointestinal Intubation) e os descritores não-controlados:

Sonda Nasogástrica (Nasogastric Tube) e Sonda Enteral (Enteral Tube). Com o objetivo de

aumentar as especificidades dos estudos, foi realizado um cruzamento por pares de

descritores.

Desse modo, foram realizados 10 cruzamentos nas cinco bases de dados

supracitadas, que contemplou os seguintes pares de descritores em cada base: Alimentação

por Tubo e Cuidados de Enfermagem (Enteral Nutrition and Nursing Care); Alimentação por

Tubo e Intubação Gastrointestinal (Enteral Nutrition and Gastrointestinal Intubation);

Alimentação por Tubo e Sonda Nasogástrica (Enteral Nutrition and Nasogastric Tube);

Alimentação por Tubo e Sonda Enteral (Enteral Nutrition and Enteral Tube); Cuidados de

Enfermagem e Intubação Gastrointestinal (Nursing Care and Gastrointestinal Intubation);

Cuidados de Enfermagem e Sonda Nasogástrica (Nursing Care and Nasogastric Tube);

Cuidados de Enfermagem e Sonda Enteral (Nursing Care and Enteral Tube); Intubação

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Gastrointestinal e Sonda Nasogástrica (Gastrointestinal Intubation and Nasogastric Tube);

Intubação Gastrointestinal e Sonda Enteral (Gastrointestinal Intubation and Enteral Tube);

Sonda Nasogástrica e Sonda Enteral (Nasogastric Tube and Enteral Tube).

A pesquisa foi realizada entre os meses de abril e maio de 2013 e os critérios de

inclusão para seleção foram: artigos disponíveis integralmente nas bases de dados

selecionadas; nos idiomas espanhol, português, inglês, francês ou alemão; que abordassem a

assistência de Enfermagem à pacientes em uso de sonda gastrointestinal e publicados a partir

2008, tendo em vista a análise da prática mais atual de Enfermagem.

Excluiu-se os estudos que não responderam ao questionamento proposto ou que

estivessem duplicados e publicações do tipo resumos, dissertações, teses, editoriais e notas ao

editor.

Procedeu-se a leitura e os dados coletados dos artigos foram organizados em dois

quadros no programa Microsoft Office Excel 2010. Essa fase envolveu a elaboração de um

instrumento de coleta de dados, com o objetivo de extrair as informações chaves de cada

artigo selecionado.

Os instrumentos adotados contemplaram os itens: identificação do estudo (local de

publicação, autores, país onde foi realizado, ano, idioma, local do estudo), objetivos (dados do

estudo), características metodológicas (análise do delineamento de pesquisa, seleção da

amostra, técnicas e métodos para coleta e análise dos dados), resultados (descrição e análise

crítica) e conclusão (principais conclusões e recomendações).

RESULTADOS

Foram encontradas numa primeira busca 1367 publicações, das quais 62 (4,5%)

foram pré-selecionadas após leitura de títulos e resumos, no entanto, 15 foram excluídas por

estarem duplicadas. Dentre as 47 publicações pré-selecionadas, 40 (85,1%) foram excluídas

após leitura na íntegra dos artigos, que resultou em uma amostra final de 07 estudos

selecionadas para análise neste estudo. A figura 1 demonstra esse processo no seguinte

fluxograma.

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Figura 1: Fluxograma da análise de dados e seleção dos estudos. Natal/RN, 2013.

Após a seleção dos 07 artigos que atenderam aos critérios de inclusão da pesquisa,

foram extraídos dados quanto a seus locais de publicação, autores, lugar de realização das

pesquisas, ano, idioma, objetivos dos estudos e métodos de coleta de dados utilizados nos

estudos, conforme tabela 1.

N° DE PUBLICAÇÕES POR BASE DE DADOS

CINAHL: 303/ BDENF: 20/ LILACS: 78/ ISI: 365/ PUBMED: 601

N° de estudos localizados:

1367

Aplicação de critérios de

inclusão e exclusão

Leitura na íntegra

Estudos excluídos: 40

Estudos selecionados: 07

Estudos pré-selecionados: 47

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Tabela 1: Distribuição dos artigos selecionados de acordo com local de publicação, autores,

país da pesquisa, ano, idioma, objetivo e método de coleta. Natal/RN, 2013.

Local de Publicação Local/Ano/Idioma Objetivo do Estudo Método de

Coleta

Cogitare

Enfermagem/ Bdenf 6

Brasil/ 2008/

português

Observar a prática assistencial de

enfermagem prestada em NE e

investigar o conhecimento da equipe

sobre NE em um hospital de ensino

em Curitiba-PR.

Questionário e

Observação

American Journal of

Critical Care/ Cinahl 10

EUA/

2012/ inglês

Relatar resultados de uma pesquisa

nacional sobre os métodos utilizados

por enfermeiros de cuidados

intensivos para avaliar a tolerância à

alimentação de pacientes

alimentados por sonda.

Questionário

International Journal

of Nursing Studies/

Cinahl 11

Singapura/2012/

inglês

Avaliar o conhecimento de

enfermeiros no que se refere à

verificação do posicionamento da

sonda nasogástrica, manejo da estase

gástrica e resposta a complicações

durante a alimentação.

Questionário

British Journal of

Nutrition / Isi Web

of Knowledge 12

Reino Unido/ Irlanda

2013/ inglês

Descrever o conhecimento e as

práticas assistenciais de

profissionais de saúde em relação à

alimentação enteral em UTI

Pediátricas do Reino Unido e

Irlanda.

Questionário

American Journal of

Critical Care / Isi

Web of Knowledge 13

EUA/ 2012/ inglês Descrever os resultados de uma

pesquisa nacional sobre as práticas

de enfermeiros de cuidados críticos

na alimentação por sonda em UTI de

Adulto, quanto à inserção e testes de

posicionamento das sondas de

alimentação.

Questionário

Journal of Clinical

Nursing/ PubMed 14

EUA/ 2010/ inglês Desenvolver uma ampla

compreensão das crenças,

conhecimentos e papel da equipe de

enfermagem na decisão quanto à

alimentação para moradores de lar

de idosos com demência.

Entrevista

Journal of

Anaesthesiology

Clinical

Pharmacology/

PubMed 15

Índia/ 2012/ inglês Realizar levantamento sobre a

prática da NE em uma UTI, bem

como a percepção e o conhecimento

de enfermeiros sobre a alimentação

enteral.

Questionário

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26

Legenda: NE – Nutrição Enteral / UTI – Unidade de Terapia Intensiva

Os objetivos dos estudos selecionados foram em sua totalidade referentes à

assistência de Enfermagem em pacientes alimentados por sonda, que contemplam além da

técnica, o conhecimento acerca da alimentação enteral. Em quase sua totalidade, as pesquisas

foram realizadas com profissionais que trabalhavam em Unidades de Terapia Intensiva (UTI),

87,7%, enquanto 14,3% foram realizadas com profissionais que trabalhavam em lares de

idosos.

Dentre os 07 estudos analisados, 06 (85,7%) se constituíam de estudos quantitativos

e 01 apresentava abordagem qualitativa em seu método. Observou-se que o método de coleta

escolhido em todos os estudos quantitativos foi o questionário, quando 66,7% apresentaram o

método survey em sua metodologia.

Dessa forma, a pesquisa em questão observou estudos que visualizaram o que

ocorreu na prática e como estava o conhecimento teórico desses profissionais. Todos os

estudos enfatizaram as limitações na assistência de enfermagem, independentemente do

método de pesquisa.

As principais falhas foram identificadas em aspectos que envolviam o conhecimento

e prática dos profissionais de Enfermagem quanto a aspectos que devem ser avaliados antes

da administração da dieta, como verificação de estase gástrica e teste para certificação do

posicionamento da sonda. Essas deficiências estão distribuídas e representadas na tabela 2.

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Tabela 2: Distribuição das principais falhas de acordo com autores, local e amostra do estudo.

Natal/RN, 2013.

Publicações Principais falhas encontradas Local de estudo Amostra do estudo

6, 10, 11, 12,

15

Conhecimento deficiente quanto à estase

gástrica

UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

6, 11,13, 15 Conhecimento e prática deficiente

quanto ao posicionamento da sonda

UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

15

Conhecimento deficiente quanto às

contraindicações para alimentação

enteral

UTI

Equipe de

Enfermagem

6, 11 Conhecimento deficiente quanto aos

sinais de complicação

UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

6 Prática deficiente quanto à assepsia UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

6 Prática deficiente quanto à identificação

da dieta e registros

UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

15 Conhecimento deficiente quanto à

fórmula para alimentação enteral

UTI Equipe de

enfermagem

14 Conhecimento deficiente sobre riscos e

benefícios do uso de sonda para

alimentação

Lar de idosos Equipe de

enfermagem

6 Prática deficiente quanto à comunicação

com o paciente

UTI,

Enfermaria

Equipe de

enfermagem

Legenda: UTI – Unidade de Terapia Intensiva

DISCUSSÃO

O conhecimento relacionado à estase gástrica foi o mais observado em todos os

estudos, principalmente no que consiste aos limites de resíduo gástrico aceitáveis para indicar

risco para aspiração ou intolerância gastrointestinal. A American Society for Parenteral e

Enteral Nutrition (ASPEN)16

relata que ainda não existe estudo capaz de identificar com

precisão o nível de volume de resíduo gástrico que coloca o paciente em risco para

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intolerância digestiva. No entanto, recomenda que em um nível superior a 500 ml, seja

interrompida a alimentação por sonda nasogástrica, já as diretrizes da British Society of

Gastroenterology recomendam um valor superior a 200 ml para interromper esse

fornecimento. 17

Apesar de não haver consenso, um dos estudos11

indicou que a equipe de

enfermagem tem praticado de modo desnecessário a diminuição de calorias para seus

pacientes quando interrompem a alimentação enteral com baixos níveis de volume residual

gástrico. Houve divergências entre as afirmações desses profissionais que responderam 150

ml, 200 ml, 250 ml e 500 ml como volumes que exigem a interrupção do fornecimento da

dieta. Outros estudos 6,12,15

realizados no Brasil, Reino Unido, Irlanda e Índia também

mostraram que apesar da verificação da estase gástrica ser praticada, existem condutas

divergentes quando se pergunta sobre o procedimento para esses profissionais. Algumas

afirmações consideraram o volume de resíduo gástrico para interromper a dieta em valores

que variaram entre 50 ml, 100 ml e 200 ml. 15

Em estudo realizado em Singapura,12

também houve variação nas respostas da

equipe de enfermagem, porém, as condutas dos profissionais que assistiam pacientes

alimentados por sonda cumpriam o protocolo da instituição quanto ao manejo do resíduo

gástrico.

Para melhoria da tolerância à alimentação, a equipe de enfermagem relatou que

realizava a interrupção da alimentação, verificava o aspirado e iniciava o uso de um

procinético, 12

já em outro estudo foi citado o uso de antiemético para melhora dessa

condição. 6

No entanto, um estudo apontou o uso de procinéticos como mais eficaz para

sintomas relacionados à estase gástrica por promover o esvaziamento gástrico. 18

A certificação do posicionamento da sonda foi outro aspecto que apresentou

divergência na prática dos profissionais de enfermagem. Em um dos estudos, 6

apesar dos

profissionais relatarem a importância da verificação do posicionamento da sonda antes da

administração da dieta, quando observados não houve certificação desse posicionamento pela

maior parte desses profissionais. Estudos 11,13,15

realizados em Singapura, Estados Unidos e

Índia observaram que a técnica para verificação de posicionamento da sonda largamente

utilizada foi a ausculta epigástrica após insuflação de ar. Observou-se ainda a falta de

conhecimento sobre os vários tipos de testes de posicionamento 15

e a utilização da verificação

do comprimento exterior da sonda e a aparência do aspirado como métodos mais utilizados

após a ausculta. 13

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O teste de hidrogênio (pH) ainda foi o método mais mencionado como teste de

primeira escolha no estudo de Singapura, e o método de bolhas ou água borbulhante foi o

terceiro mais utilizado pelos profissionais, uma vez que detectado 5 ml de aspirado

amarelado, pH 7 e ruídos sibilantes, a maioria respondeu utilizar o teste de bolhas para a

confirmação. 11

Entretanto, não há nenhuma evidência que sustenta o método de ausculta e o método

de bolhas para confirmação do posicionamento correto da sonda. 19

O teste de pH e

verificação por raio-X são considerados testes mais confiáveis pela evidência científica,

embora a inclusão de raio-X nos testes de posicionamento envolva além da participação da

equipe de enfermagem, médicos para viabilizar esse processo, além de expor os pacientes à

radiação.19-20

A verificação do comprimento exterior da sonda, volume e pH do aspirado, bem

como a descrição do aspirado apresentam moderado grau de confiabilidade para avaliação da

localização na região gástrica ou jejunal de acordo com a avaliação da evidência. 20

É recomendada a utilização de vários métodos para avaliar a localização da sonda

que incluem atenção aos sinais de desconforto respiratório, avaliação visual do aspirado e uso

do teste de pH, se disponível; bem como a confirmação por meio de raio-X antes da

administração da dieta. 21

Após inserção da sonda é importante marcar o local da saída do tubo com fita

adesiva ou marcador permanente. Uma vez que todos os métodos de cabeceira para avaliar o

posicionamento do tubo de alimentação têm eficácia limitada, os enfermeiros devem avaliar o

posicionamento da sonda de alimentação em intervalos de quatro horas, pela medição da parte

externa da sonda, observação das mudanças no volume e aparência do aspirado gástrico, teste

de pH da secreção e obtenção de raio-X para certificação do posicionamento da sonda se

houver dúvida . 21

Observou-se ainda nos achados da revisão que os profissionais de enfermagem

apresentavam conhecimento deficiente quanto às contraindicações para a alimentação enteral,

pois afirmaram que a ausência de ruídos hidroaéreos é uma condição que proíbe o início da

nutrição enteral, portanto, a passagem de flatos seria a condição obrigatória para iniciar a

nutrição enteral.15

Estudo revela que somente obstrução, perfuração intestinal e isquemia são

contraindicações para alimentação enteral. Ruídos intestinais e flatos ausentes permitem a

NE, uma vez que os ruídos são em decorrência da movimentação de ar no intestino e, muitas

vezes, estão ausentes ou fracos, mesmo quando o intestino funciona normalmente. 22

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30

Quanto ao conhecimento deficiente frente aos sinais de complicação na

administração de alimentação por sonda, a complicação mais referida foi diarréia,

broncoaspiração e estase gástrica. 6

Em caso de vômito e interrupção da ventilação, reduzido

número de profissionais respondeu que agiriam com o posicionamento do paciente em

decúbito lateral, portanto, avaliariam a condição e aspirariam o volume gástrico. 11

A pneumonia aspirativa é considerada a complicação de maior gravidade em NE por

ser potencialmente fatal e, geralmente, é consequência do refluxo gástrico. 3

A aspiração é

uma das complicações mais temidas e os pacientes com maior risco são os que utilizam sonda

nasoenteral, tubo endotraqueal, e ventilação mecânica, possuem idade maior que 70 anos,

redução do nível de consciência e carência de cuidados de enfermagem. 23

Aspectos como a posição do paciente também contribuem para essa complicação, o

que torna necessário o cuidado com a elevação da cabeceira do paciente. 24

Foi observada em

um dos estudos a elevação do leito por 60 minutos após a infusão da dieta a fim de evitar essa

complicação. 6

Observou-se ainda em um dos estudos a conduta deficiente do profissional de

enfermagem quanto à assepsia na viabilização da nutrição enteral, bem como a utilização de

adornos nesse processo.6 De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)

3 nº 63 de

06 de julho de 2000, a equipe de enfermagem deve atender às medidas de higiene e retirar

jóias e relógios antes da infusão da dieta enteral por sonda.

A identificação da dieta e os registros de enfermagem também são preconizados

nessa resolução, uma vez que o enfermeiro é responsável pelo recebimento da dieta, que

deverá registrar o ocorrido em livro e assinar, com anotação do número de classe, bem como

registrar as ocorrências e dados referentes ao paciente, como peso, sinais vitais, tolerância

digestiva, entre outros; além das ocorrências em relação à terapia nutricional. 3

Em um dos

estudos analisados também foram visualizadas condutas contrárias a essa normatização. 6

Ainda em relação ao manejo da nutrição enteral, observou-se conhecimento

deficiente quanto à fórmula para alimentação enteral por sonda, quando profissionais de

enfermagem afirmaram que o composto utilizado era apenas alimento liquidificado e não pré-

fabricado.15

Contudo, a RDC n°63 estabelece que a nutrição enteral é industrializada e

preparada de acordo com a avaliação dietética da prescrição médica no Brasil, e deve estar

dentro de padrões que contemplam desde o transporte à conservação da temperatura dessas

fórmulas para atingir a garantia da qualidade. 3

Outro estudo mostrou que os riscos da

alimentação por sonda tendem a ser subestimados e os benefícios da sonda para alimentação,

a ser superestimados pelos profissionais de enfermagem, o que os impossibilita de estabelecer

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31

uma orientação adequada aos familiares dos pacientes com demência que necessitam da

alimentação por sonda. Esses profissionais vêem as sondas de alimentação para os pacientes

com demência avançada como uma intervenção eficaz para aumentar a sobrevida e facilitar a

alimentação e administração de medicamentos, bem como prevenir ou melhorar as úlceras. 14

No entanto, estudos demonstram que não há evidência de aumento da sobrevivência

em pessoas com demência que recebem a alimentação por sonda enteral e não há evidência de

benefícios em termos de estado nutricional ou a prevalência de úlceras de pressão. 24

Nesse contexto, além da orientação inadequada aos familiares observou-se a prática

deficiente quanto à comunicação com o paciente por parte dos profissionais de enfermagem. 6

Tal conduta é paradoxal ao papel desse profissional que consiste em propor uma ação de

cuidados abrangentes, que implica, entre outros aspectos, desenvolver a habilidade de

comunicação, de modo a atender às necessidades do paciente, e não se restringir a simples

execução de técnicas ou procedimentos. 25-26

A partir do que foi analisado nos estudos, observa-se que a assistência de

enfermagem apresenta limitações, no que se refere à apropriação teórica de algumas questões

que envolvem a assistência ao paciente alimentado por sonda. Esse conhecimento é

fundamental para o planejamento de estratégias que revertam essa situação, a fim de

possibilitar ao paciente uma assistência isenta de riscos.·.

CONCLUSÃO

Os estudos mostraram falhas na assistência de enfermagem por limitações teóricas

e/ou por negligência em determinadas situações, com divergências entre o que é praticado e o

que é preconizado nas diretrizes da NE.

As principais falhas concentraram-se no conhecimento e prática quanto a aspectos

que devem ser avaliados antes da administração da dieta, como verificação de estase gástrica

e teste para certificação do posicionamento da sonda, além das condições que contraindicam a

nutrição enteral e os riscos e benefícios do uso de sonda para alimentação.

Foram observadas também falhas na comunicação e nos registros de enfermagem,

bem como na assepsia durante o manejo da nutrição enteral. Quanto aos sinais de

complicação nos pacientes alimentados por sonda, foi verificado a falta de conhecimento em

relação à complicação mais grave e a abordagem do paciente nessas situações.

Os resultados revelaram que a assistência de enfermagem apresentou condutas

desfavoráveis que repercutiram de forma negativa nos estudos analisados. Desse modo,

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evidencia-se a necessidade da implantação de protocolos que norteiem a realização da

assistência das pessoas alimentadas por sonda nos serviços de saúde.

É necessário ainda que a prática seja revista e a capacitação permanente seja rotineira

nos serviços de saúde, em especial naqueles que cuidam de pacientes críticos. Considerar o

pressuposto de que a formação acadêmica tem contribuído para esses resultados, é

lamentável, portanto, é fundamental que a formação profissional esteja mais coerente com as

necessidades da prática para que seja prestada uma assistência de qualidade ao paciente.

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3.2 ARTIGO 2

MODELO DE VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE PASQUALI NAS PESQUISAS EM

ENFERMAGEM

RESUMO

Introdução: Nas pesquisas da área da saúde, percebe-se um número crescente de

questionários e escalas que buscam verificar e avaliar um fenômeno. O reconhecimento da

qualidade desses instrumentos torna-se fundamental para a legitimidade e credibilidade dos

resultados de uma pesquisa, o que reforça a importância do processo de validação de

conteúdo. Objetivo: caracterizar o modelo de validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas

brasileiras em enfermagem nos últimos cinco anos. Método: trata-se de uma revisão

integrativa de literatura realizada no período de julho a agosto de 2013 nas bases de dados

Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS), Base de Dados de Enfermagem

(BDENF), com uso de descritores controlados e não-controlados. Resultados: foram

encontradas 383 publicações, das quais 07 foram selecionadas após aplicação de critérios de

inclusão e exclusão. Os estudos elencados constituíram pesquisas brasileiras em enfermagem,

que utilizaram o referencial metodológico para validação de conteúdo de Pasquali, bem como

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apresentaram técnicas de validação que atenderam a esse referencial. Conclusão: os estudos

analisados apresentaram como base para seu desenvolvimento os três procedimentos de

Pasquali, embora o processo de validação de conteúdo tenha ocorrido já no procedimento

teórico, houve associação à análise semântica dos itens e aos doze critérios de Pasquali para

percorrer os outros procedimentos (empíricos e analíticos) na maior parte dos estudos e, desse

modo, garantir um processo de validação eficaz.

Descritores: Estudos de Validação; Pesquisa em Enfermagem; Enfermagem; Validação de

Conteúdo.

INTRODUÇÃO

Toda pesquisa exige planejamento para sua execução, de forma a garantir que o

método científico seja cumprido em todos os seus aspectos. Para tanto, torna-se essencial o

uso de procedimentos que garantam indicadores confiáveis, principalmente quando da coleta

de dados.

Na área da saúde, é possível perceber um número crescente de questionários e

escalas disponíveis que buscam verificar e avaliar um fenômeno nas diversas pesquisas

realizadas. 1 No entanto, é imprescindível que esses instrumentos possuam fidedignidade e

validade para minimizar a possibilidade de julgamentos subjetivos. 2

Assim, o reconhecimento da qualidade dos instrumentos torna-se um aspecto

fundamental para a legitimidade e credibilidade dos resultados de uma pesquisa, o que reforça

a importância do processo de validação. 3 A validação é um fator determinante na escolha

e/ou aplicação de um instrumento de medida e é mensurada pela extensão ou grau em que o

dado representa o conceito que o instrumento se propõe a medir. 4

Os métodos mais mencionados para obtenção da validade de uma medida pelos

psicometristas são a validade de construto, a validade de critério e a validade de conteúdo. 5

A validade de construto ou de conceito se constitui a maneira direta de verificar a

amplitude em que a medida corresponde à construção teórica do fenômeno a ser mensurado.

Embora o conceito apresentasse outros nomes, tais como validade intrínseca, validade fatorial

e até validade aparente. Estas várias terminologias demonstram a confusa noção que o

construto possuía. 5

O construto possui definições constitutivas e operacionais. A definição constitutiva

relaciona-se a definição de termos em dicionários e enciclopédias, ou seja, os conceitos, que

são realidades abstratas e as definicões operacionais correspondem à definição do construto

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por operações concretas, por meio de comportamentos físicos no qual o construto se

expressa.6

A validade de critério é a correlação existente entre a medida avaliada em relação à

outra medida ou instrumento que serve como critério de avaliação, que possui atributos iguais

ou semelhantes e a validade preditiva e a concorrente são dois dos seus critérios. 5

Em relação à validade de conteúdo esta inicia o processo de associação entre

conceitos abstratos com indicadores mensuráveis, bem como representa a extensão com que

cada item da medida comprova o fenômeno de interesse e a dimensão de cada item dentro

daquilo que se propõe investigar, bem como apresenta duas etapas, a primeira constitui o

desenvolvimento do instrumento e a segunda envolve a análise e julgamento dos

especialistas.4, 7-8

A análise de juízes ou análise de conteúdo é baseada, necessariamente, no

julgamento realizado por um grupo de juízes experientes na área, a qual caberá analisar se o

conteúdo está correto e adequado ao que se propõe. 9

Um estudo de validade de conteúdo pode fornecer informações sobre a

representatividade e clareza de cada item com a colaboração de especialistas, porém existem

limitações nos estudos de validade de conteúdo que precisam ser observadas, visto que a

análise dos especialistas é subjetiva e, por conseguinte, podem existir distorções nos estudos. 8

O modelo de Pasquali; apesar de ser da psicologia e consistir na teoria da elaboração

de escalas psicométricas aplicáveis à construção de testes psicológicos de aptidão, de

inventários de personalidade, de escalas psicométricas de atitude e do diferencial semântico; é

observado em pesquisas de enfermagem e envolve a teoria da elaboração de instrumentos de

medida de fenômenos subjetivos, com a composição de três conjuntos de procedimentos:

teóricos, empíricos (experimentais) e analíticos (estatísticos). 6

Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo caracterizar o modelo de

validação de conteúdo de Pasquali nas pesquisas brasileiras em enfermagem nos últimos

cinco anos.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que consiste na construção

de uma análise ampla da literatura, com vistas a contextualizar o problema de estudo por

restringir-se a estudos relevantes que apontem para novos dados relacionados aos objetivos da

pesquisa, de forma a contribuir para discussões de métodos e resultados, assim como a

reflexão sobre a realização de estudos futuros. 10-11

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A revisão integrativa foi realizada em cinco etapas, sendo elas: 1) Identificação do

problema; 2) Busca na literatura; 3) Avaliação dos estudos; 4) Análise dos resultados e 5)

Apresentação da síntese de conhecimento. 12

Para identificação do problema considerou-se a

seguinte questão norteadora para este estudo: Como se aplica o referencial metodológico de

Pasquali nas pesquisas brasileiras em enfermagem relacionadas à validação de conteúdo de

instrumentos ou protocolos que contemplem a qualidade da assistência em enfermagem por

meio de validação de conteúdo de modelos educativos, escalas de cuidados em enfermagem

ou procedimentos de enfermagem?

Utilizou-se para a realização do estudo a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), que

incluiu a base de dados da Literatura Latino-Americana e do Caribe (LILACS) e a Base de

Dados de Enfermagem (BDENF), por permitirem a busca com uso de descritores em

português e desse modo favorecer a localização de estudos brasileiros, a fim de pontuar os

estudos de validação de conteúdo no cenário científico da enfermagem brasileira, com vista à

caracterização da aplicação do referencial metodológico de um pesquisador brasileiro – Luiz

Pasquali.

Para a busca nas bases de dados elencadas foram utilizados os descritores

controlados em Ciências da Saúde (DeCS): Estudos de Validação, Pesquisa em Enfermagem e

Enfermagem e o descritor não-controlado: Validação de Conteúdo. Com o objetivo de

aumentar as especificidades dos estudos, foi realizado um cruzamento por pares de

descritores.

Desse modo, foram realizados cinco cruzamentos nas bases de dados supracitadas,

que contemplou os seguintes pares de descritores em cada base: Estudos de Validação e

Pesquisa em Enfermagem; Estudos de Validação e Enfermagem; Estudos de Validação e

Validação de Conteúdo; Pesquisa em Enfermagem e Validação de Conteúdo e Enfermagem e

Validação de Conteúdo.

A pesquisa foi realizada entre julho e agosto de 2013 e os critérios de inclusão para

seleção foram: artigos disponíveis integralmente nas bases de dados selecionadas; nos idiomas

português, espanhol e inglês; que abordassem o modelo de validação de conteúdo de Pasquali

aplicado em pesquisas brasileiras de enfermagem e publicados a partir 2008, os quais

contemplassem estudos de validação mais recentes acerca da qualidade da assistência em

enfermagem, quer seja por meio da validação de conteúdo de modelos educativos aplicados à

enfermagem, escalas de cuidado em enfermagem ou procedimentos de enfermagem.

Excluiu-se os estudos que não responderam ao questionamento proposto ou os que

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estivessem duplicados, além das publicações do tipo resumos, dissertações, teses, editoriais e

notas ao editor.

Após a leitura os dados coletados dos artigos foram organizados em duas tabelas no

programa Microsoft Office E xcel 2010. Essa fase envolveu a elaboração de um instrumento

de coleta de dados, com o objetivo de extrair as informações chaves de cada artigo

selecionado.

O instrumento adotado contemplou os itens: identificação do estudo (local de

publicação, local do estudo, ano), objetivos (dados do estudo), características metodológicas

(técnica de análise, juízes e número de etapas).

RESULTADOS

Foram encontrados numa primeira busca 383 publicações, das quais 98 (25,6%)

foram pré-selecionadas após leitura dos títulos e resumos, enquanto 206 (53,8%) foram

excluídas por estarem duplicadas.

Dentre as 98 publicações pré-selecionadas, 91 (92,8%) foram excluídas após leitura

na íntegra por não atenderem aos critérios de inclusão, o que resultou em uma amostra final

de 07 estudos selecionados, os quais foram desenvolvidos no Brasil e constituem pesquisas de

Enfermagem realizadas nos últimos cinco anos.

Após a seleção dos 07 artigos que atenderam aos critérios de inclusão da pesquisa,

foram extraídos dados quanto a seus locais de publicação, locais de desenvolvimento das

pesquisas, ano, objetivos dos estudos e modelo de validação de conteúdo utilizado nos

estudos, conforme tabela 1.

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Tabela 1: Distribuição dos artigos selecionados de acordo com local de publicação, autores,

local da pesquisa, ano, objetivo e modelo de validação. Natal/RN, 2013.

Local de

Publicação/Base Local/Ano Objetivo do Estudo

Acta Paulista de

Enfermagem/ Lilacs 13

Fortaleza-CE/

2012

Descrever o processo de desenvolvimento e

validação de uma hipermídia educacional para

graduandos e profissionais de Enfermagem sobre

a técnica de realização do exame físico no pré-

natal.

Revista Brasileira de

Enfermagem/ Lilacs 14

Fortaleza-CE/2011 Verificar a adequação do conteúdo dos itens de

uma proposta de procedimentos operacionais

padrão, referente à punção, à heparinização e ao

curativo do cateter totalmente implantado, na

opinião de juízes.

Online Brazilian

Journal of Nursing/

Lilacs e Bdenf 15

Londrina-PR/

2011

Realizar a adaptação transcultural e validação do

instrumento Nurse Parent Support Tool que

avalia o suporte de enfermagem percebido pelos

pais de RN hospitalizados em UTI Neonatais.

Revista de APS/

Lilacs 9

Fortaleza-CE/

2008

Validar um jogo educativo criado para orientar a

alimentação adequada de pessoas portadoras de

diabetes mellitus.

Texto & Contexto

Enfermagem/ Lilacs e

Bdenf 16

Fortaleza-CE/

2008

Validar um manual educativo para contribuir no

autocuidado da mulher na reabilitação da

mastectomia quanto à validade de conteúdo e de

aparência.

Revista da Escola de

Enfermagem da USP/

Lilacs e Bdenf 17

Londrina-PR/

2009

Validar o conteúdo de um instrumento de

avaliação do cuidado de enfermagem composto

por indicadores de Qualidade do Cuidado de

Enfermagem na Prevenção de Eventos Adversos.

Revista da Escola de

Enfermagem da USP/

Lilacs e Bdenf 18

São Paulo, Minas

Gerais e Ceará/

2009

Desenvolver a versão feridas, a partir de um

instrumento de Qualidade de Vida geral

traduzido.

Legenda: CE – Ceará/ PR – Paraná/ RN – Recém-nascidos/ SP – São Paulo/ UTI – Unidade de

Terapia Intensiva

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41

Os estudos selecionados foram todos estudos metodológicos que apresentaram

referencial metodológico de validação de conteúdo de Pasquali, com aplicação de técnicas de

validação que direcionam desde o número de juízes até o número de etapas desse processo de

acordo com esse referencial, como mostra a tabela 2.

Tabela 2: Distribuição das técnicas de validação de conteúdo, quanto ao método para coleta e

análise dos dados, juízes e número de etapas. Natal/RN, 2013.

Publicações Técnica de Análise Juízes Nº de etapas

13 Índice de concordância entre os

juízes

07 enfermeiros obstetras e 03 da

área de informática.

02 etapas

14 Índice de concordância entre os

juízes/ Média ponderal proposta

por Fehring/ Medidas de

tendência central, de

variabilidade e teste de Mann-

Whitney

09 juízes com experiência na área

de oncologia, hematologia e

infecção hospitalar.

03 etapas

15 Alfa de Cronbach

07 enfermeiras - 02 docentes, 01

especialista e doutora, 01 mestre,

01 especialista e mestranda e as 2

pesquisadoras.

03 etapas

9 Índice de concordância entre os

juízes

02 enfermeiras, 03 nutricionistas,

01 médica e 01 pedagoga.

02 etapas

16 Índice de concordância entre os

juízes

03 médicos, 05 enfermeiros, 03

fisioterapeutas, 01 terapeuta

ocupacional, 01 pedagogo e 01

comunicador social.

02 etapas

17 Índice de Fidegnididade/ Índice

de Validade de Conteúdo/

Técnica Delphi

09 doutores em enfermagem 03 etapas

18 Alfa de Cronbach/ Medidas de

tendência central e de dispersão

05 profissionais experientes 03 etapas

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42

DISCUSSÃO

Os estudos analisados adotaram o referencial metodológico de Pasquali 6

baseados

nos três grandes pólos ou procedimento - procedimentos teóricos, procedimentos empíricos

(experimentais) e procedimentos analíticos (estatísticos).

O primeiro procedimento contempla a fundamentação teórica sobre o construto para

o qual se quer elaborar um instrumento de medida, isto é, a definição de suas propriedades, a

concepção da dimensionalidade desses atributos, bem como a definição constitutiva e

operacional desses, a construção dos itens e a validação de conteúdo; o segundo consiste nas

etapas e técnicas de aplicação do instrumento piloto, bem como na coleta de informações que

possam avaliar as propriedades psicométricas do instrumento; e o terceiro são os

procedimentos analíticos, que determinam as análises estatísticas dos dados com vistas à

validação do instrumento desenvolvido. 6

Caso os instrumentos de medidas já existentes não respondam às necessidades do

pesquisador, inicia-se a construção de um instrumento, a partir da geração dos itens do

instrumento que sejam relevantes para a mensuração, verifica-se que tipo de respostas se quer

obter e se há necessidade de reduzir itens; as propriedades psicométricas são aferidas e é

verificado se o instrumento é válido e fidedigno por meio de uma série de experimentos. 19

A estrutura conceitual deve ser clara e precisa para facilitar a construção dos itens do

instrumento de medida, bem como os instrumentos de medida devem ser claros,

compreensíveis, de fácil aplicação e passíveis de utilização em contextos clínicos diversos. 20

Dentre os estudos pesquisados que especificaram os procedimentos teóricos adotados

para construção dos itens estão dois estudos 9, 13

que trataram da construção de materiais

educativos para enfermagem que utilizaram a Teoria da Interação Social de Vygotsky 21

e

baseou-se para construção do instrumento em materiais de domínio público 13

, bem como o

uso do pressuposto de Nietsche, Dias e Leopardi 22

no outro estudo 9, que contemplou

aspectos relacionados ao uso de tecnologias para a produção do cuidado por meio do

reconhecimento de um problema prático, da formulação do problema, da busca de princípios

científicos que o apoiem, do desenho do artefato ou do processo com base nos princípios, do

protótipo para ser experimentado e a avaliação do resultado obtido.

Dentre outros estudos 17

que detalharam tal procedimento estão o referencial de

Mcglynn e Asch 23

que trata do desenvolvimento de uma performance clínica e construção de

um instrumento com base em três critérios: importância da atividade de cuidado a ser

mensurada, potencial de melhoria por ela apresentada e grau de controle que os profissionais

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executores do cuidado detêm sobre os mecanismos que possibilitarão a melhoria desejada, a

fim de possibilitar a execução dos quatro passos para construção dos itens que

corresponderam à escolha do aspecto do cuidado a ser submetido à avaliação, a seleção dos

indicadores dentro de cada área, a construção de uma medida confiável e válida e submissão

aos juízes para verificar clareza e pertinência dos itens e finalmente possibilitar a construção

de um Manual Operacional para cada item proposto fundamentado por um referencial

científico.

Enquanto outro estudo 18

contemplou a definição constitutiva de Ferrans e Powers 24

do que se propunha a construir para validação posterior, além da análise da literatura sobre

outros instrumentos que medem o mesmo construto, o que corrobora com Pasquali, uma vez

que as fontes dos itens podem derivar da literatura por meio de outros testes que medem o

construto. 6

No tocante à avaliação do conteúdo dos instrumentos por Escala Likert, em quatro

estudos 9,13-14,16

utilizou-se a seguinte descrição: totalmente adequado, adequado, parcialmente

adequado e inadequado, ou seja, utilizou-se escalas de quatro pontos para coleta de

informações com intuito de avaliar os itens dos instrumentos.

A escala Likert apresenta normalmente três ou mais pontos, onde o juiz da pesquisa

diz se concorda, está em dúvida ou discorda do que o item afirma em relação à capacidade de

medir o que o instrumento se propõe. 6

Para tanto, os itens construídos devem ser avaliados por juízes os quais não são

amostras representativas da população para o qual o instrumento foi construído. Para

participar desta análise, os juízes devem ser peritos na área da tecnologia construída, pois sua

tarefa consiste em ajuizar se os itens avaliados se referem ou não ao propósito do instrumento

em questão. Uma concordância de pelo menos 80% entre os juízes poderá servir de critério de

decisão sobre a pertinência e/ou aceitação do item que teoricamente se refere.6

Esse percentual

de concordância entre os juízes foi referido em cinco dos estudos analisados.9,14,16-18

Para o quantitativo de juízes, alguns autores 13

esclarecem a adoção frente às

recomendações de Pasquali 6, sugeridos de seis a vinte sujeitos, sendo necessários, no mínimo

três indivíduos em cada grupo de profissionais selecionados, enquanto outros 9,16

se basearam

no número ímpar de juízes para evitar empate nas opiniões de acordo autores que direcionam

para testes em educação 25

, bem como para evitar questionamentos dúbios.26

Os critérios quanto à seleção dos juízes variaram nos estudos 13

, pois foi utilizado o

critério de pontuação de Barbosa 27

com a seleção de especialistas com pontuação mínima de

5 pontos para enfermeiros obstetras, que possuíam tese ou dissertação na temática,

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monografia de graduação ou especialização, participação em grupos/projetos de pesquisa que

envolva o pré-natal, experiência docente em pré-natal, atuação prática em atenção pré-natal,

orientação de trabalhos na temática pré-natal, autoria em dois trabalhos publicados em

periódicos sobre pré-natal, participação em bancas avaliadoras de trabalhos em pré-natal e

escala de 3 pontos para profissionais da informática – especialista em desenvolvimento de

websites, experiência profissional em desenvolvimento de AVA e especialização na área de

web; enquanto em outro estudo 14

foi recomendado o alcance mínimo de 5 pontos, conforme

preconizado por proposta de Fehring28

, a qual considerou a titulação acadêmica, experiência

profissional e publicação científica na área.

Outros estudos adotaram critérios para pontuação mínima de três pontos quanto à

titulação, produção científica, tempo de atuação com a temática em discussão 16

ou pelo

menos dois pontos nos critérios: trabalhar com educação em saúde para portadores de

diabetes, ter experiência profissional na área há mais de dois anos, ter conhecimento

sobrenutrição para diabéticos, ter trabalho científico sobre diabetes, conhecimento sobre

tecnologia educativa e conhecimento sobre processo de validação de instrumentos. 9

Com relação aos procedimentos empíricos, além do uso de critérios adaptados dos

que são sugeridos por Pasquali que são doze: critério comportamental, objetividade,

simplicidade, clareza, relevância, precisão, variedade, modalidade, tipicidade, credibilidade,

amplitude e equilíbrio em dois estudos 14,17

, foi utilizado a testagem da força científica da

medida com vista a verificar a clareza e pertinência dos itens do instrumento. 17

Outros critérios foram utilizados em alguns estudos 9,16

como objetivos, estrutura e

apresentação, bem como relevância, estes estudos contemplaram o desenvolvimento de

materiais educativos, no entanto não foi especificada a origem dos critérios adotados.

A aplicação do teste piloto foi observada em quatro estudos 15-18

, com o objetivo de

observar a pertinência dos itens, compreensão e consistência interna do instrumento 15

, quer

seja por meio da aplicação do instrumento já reformulado após avaliação dos juízes para

verificar sua aplicabilidade 17

ou por meio da aplicação na população a que se destina, por

meio de uma entrevista que correspondeu ao mínimo de oito pessoas para cada item do

instrumento 18

, o que corrobora com o preconizado por Pasquali 6, uma vez que a aplicação do

teste piloto tem o propósito de testar se os sujeitos compreenderam as instruções e a entrevista

consiste em pedir as pessoas representantes da população para a qual se deseja construir o

instrumento para opinarem em que tipo de comportamentos tal construto se manifesta.

Embora tal aspecto já envolva a análise semântica, que se constitui uma validação

posterior, com vista a verificar se todos os itens são compreensíveis para todos os membros da

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população a que se destina, tal procedimento esteve presente nos estudos 15-18

que realizaram

validação de conteúdo, em um desses 16

utilizou-se a técnica de "brainstorming", que tem se

mostrado mais eficaz na avaliação da compreensão dos itens. Essa técnica funciona por meio

da constituição de um grupo de até quatro pessoas, iniciando com sujeitos do estrato mais

baixo da população-meta, porque se supõe que se tal estrato compreende os itens, o estrato

mais sofisticado também os compreenderá. A este grupo é apresentado item por item, pedindo

que ele seja reproduzido pelos membros do grupo. Se a reprodução do item não deixar

nenhuma dúvida, o item é corretamente compreendido. Se surgirem divergências na

reprodução do item ou se o pesquisador se perceber entendido diferentemente do que ele julga

que deveria ser entendido, tal item apresenta problemas. 6

Dessa forma, os estudos se apresentaram em acordo ao referencial metodológico de

Pasquali, uma vez que os itens dos instrumentos foram selecionados após análise em seus

fundamentos teóricos. As fontes dos itens derivaram da literatura por meio de outros testes

que medem o construto e entrevista junto à população-meta. 6

A análise dos dados, por meio de testes estatísticos, constituíram os procedimentos

analíticos dos estudos. O Alfa de Cronbach foi escolhido em um dos estudos 15

pela

capacidade de refletir o grau de concordância dos itens entre si, sendo que quanto mais

próximo do valor um o coeficiente, mais próximo de 100% foi a correspondência dos itens. Já

em outro estudo 18

adotou-se o coeficiente Alfa de Cronbach menor que 0,70 para a exclusão

dos itens do instrumento.

O coeficiente de Alfa de Cronbach estima a confiabilidade de consistência interna de

questionários e também a estimativa da confiabilidade entre avaliadores. Dado que todos os

itens de um questionário utilizam a mesma escala de medição, o coeficiente Alfa é calculado a

partir da variância dos itens individuais e das covariâncias entre os itens. 29

Tabela 3: Classificação da confiabilidade a partir do coeficiente α de Cronbach.

Alfa de Cronbach (α) Nível de concordância

≤ 0,30 Muito baixa

0,30 –| 0,60 Baixa

0,60 –| 0,75 Moderada

0,75 –| 0,90 Alta

> 0,90 Muito alta Fonte: Freitas e Rodrigues

29

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46

As aplicações do coeficente Alfa nas diversas áreas do conhecimento são amplas e

abrangentes, porém, ainda não existe um consenso entre os pesquisadores acerca da

interpretação da confiabilidade de um questionário obtida a partir do valor deste coeficente -

em geral, considera-se satisfatório um instrumento de pesquisa que obtenha Alfa maior ou

igual a 0,70. 29

O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e o Índice de Concordância entre os juízes

dos itens do instrumento foram observados em alguns estudos. 9,14,16-18

O IVC avaliou a

concordância dos juízes quanto à representatividade da medida em relação ao conteúdo

abordado, ao dividir o número de juízes que julgaram o item com escore de extrema

relevância ou relevante pelo total de juízes (IVC para cada item), que resultou na proporção

de juízes que julgaram o item válido 8.

O teste de fidegnidade ou concordância interavaliadores no que tange ao índice de

clareza e pertinência dos itens do instrumento, bem como a técnica Delphi foram utilizados

em um dos estudos. 17

Essa técnica objetivou obter consenso na opinião de especialistas sobre

um assunto, através de uma série de questionários estruturados, referidos como fases. As

respostas de cada questionário foram consideradas para reformulação dos subsequentes. Dessa

forma, cada fase foi construída sobre as respostas da fase anterior e o processo continuou até a

obtenção da concordância entre os participantes. 30

Portanto, os modelos metodológicos de validação de conteúdo se relacionaram com a

aplicação de técnicas que objetivam a validade de conteúdo de um instrumento nos estudos

analisados. Esse processo exigiu o cumprimento de etapas que compreenderam desde a

construção do instrumento, o parecer dos juízes até a aplicação de diferentes procedimentos

estatísticos.

CONCLUSÃO

Os estudos analisados apresentaram a utilização de tecnologias criadas por

enfermeiros em pesquisas brasileiras como instrumentos que auxiliam no seu trabalho, com

vistas à assistência segura e de qualidade ao paciente.

A elaboração de instrumentos quer seja protocolos, escalas de cuidado ou materiais

educativos em enfermagem, bem como a validação de conteúdo desses com base no

referencial metodológico de Pasquali revelam o crescimento da enfermagem brasileira no

ambiente científico com necessidades de utilização de medidas confiáveis nas pesquisas.

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Os estudos analisados apresentaram como base para seu desenvolvimento os três

procedimentos de Pasquali, embora o processo de validação de conteúdo tenha ocorrido já no

procedimento teórico, houve associação à análise semântica dos itens e aos doze critérios de

Pasquali para percorrer os outros procedimentos (empíricos e analíticos) na maior parte dos

estudos e, desse modo, garantir um processo de validação eficaz.

Compreender esses procedimentos é fundamental aos pesquisadores da área de

enfermagem, pois a validação de conteúdo é importante para a utilização de medidas e

instrumentos confiáveis nas pesquisas, a fim de subsidiar o conhecimento para uma prática

mais segura, uma vez que a validação de instrumentos que padronizam o cuidado é útil para a

realização adequada de procedimentos específicos de enfermagem.

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4 MÉTODO

4.1 TIPO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo metodológico com abordagem quantitativa de tratamento e

análise de dados. Esse tipo de estudo se constitui em uma ferramenta para investigação dos

métodos de obtenção, organização e análise dos dados para a construção de um instrumento

confiável, preciso e aplicável à utilização de outros pesquisadores, mediante a elaboração,

validação e avaliação de instrumentos e técnicas de pesquisa (POLIT; BECK, 2011).

Na abordagem quantitativa é realizada a coleta sistemática de informações numéricas

com análise por meio de estatística. Desse modo, o pesquisador parte de parâmetros, com

características mensuráveis, traduz em números as opiniões e informações, para serem

classificadas e analisadas na busca do estabelecimento da relação entre causa e efeito das

variáveis (POLIT; BECK, 2011).

4.2 LOCAL

O estudo foi realizado em universidades públicas do Rio Grande do Norte (RN) na

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com abrangência dos campi central

em Natal/RN e Santa Cruz/RN e na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

(UERN), nos campi Mossoró/RN e Caicó/RN, por serem entidades responsáveis pela

formação de profissionais de enfermagem, que além de oferecerem os cursos de formação,

estão articuladas na tríade ensino, pesquisa e extensão.

4.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população alvo deste estudo foi composta por docentes do curso de enfermagem

da UFRN e UERN, a fim de identificar o corpo de juízes que atuassem como avaliadores dos

instrumentos.

A amostra foi selecionada por intencionalidade com inclusão de docentes da

disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem, com no mínimo um ano de

experiência na disciplina e atuação nas referidas universidades, visto que para participar desta

análise, os juízes devem ser peritos na área da tecnologia construída, pois sua tarefa consiste

em ajuizar se os itens avaliados se referem ou não ao propósito do instrumento em questão

(PASQUALI, 2010).

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Os critérios de exclusão consistiram em não completar o processo de coleta de dados

ou não realizá-lo dentro do período estabelecido.

Dessa forma, 30 docentes foram convidados, dos quais 24 se disponibilizaram a

participar da pesquisa, um foi excluído por não completar adequadamente o instrumento de

coleta de dados, que resultou em um total de 23 docentes, 17 da UFRN e 6 da UERN, com

suplantação das recomendações de Pasquali (2010) que sugere de seis a vinte sujeitos para o

número de juízes.

4.4 ETAPAS

O estudo foi desenvolvido em três etapas: construção de dois instrumentos com base

na literatura científica acerca da sondagem nasogástrica; submissão dos instrumentos aos

juízes; e validação de conteúdo dos instrumentos com a verificação do nível de concordância.

Na primeira etapa realizou-se a construção dos instrumentos acerca da habilidade e

conhecimento em sondagem nasogástrica com base principalmente nos seguintes referenciais

teóricos: Resolução da Diretoria Colegiada nº 63, de 6 de julho de 2000 que aprova o

regulamento técnico para os requisitos mínimos exigidos à Terapia de Nutrição Enteral

(BRASIL, 2000), Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 277 de 2003 (COFEN,

2003), Manual de Procedimentos de Enfermagem (BRASÍLIA, 2012), alguns compêndios de

enfermagem (STACCIARINI; CUNHA 2011; NETTINA, 2011; POTTER; PERRY, 2009;

TAYLOR; LILLIS; LEMONE, 2007; TIMBY, 2007) e alguns artigos científicos (STEPTER,

2012; THO et al, 2011; CERIBELLI; MALTA, 2006; UNAMUNO; MARCHINI, 2002).

Tais referenciais foram selecionados por abordarem o procedimento de sondagem

nasogástrica e da terapia de nutrição enteral e estarem mais acessíveis para busca virtual ou

em livro-texto.

O instrumento de habilidades foi elaborado no formato de um roteiro de observação

estruturado, do tipo checklist (APÊNDICE A) composto por 28 itens, divididos em três blocos

(observações iniciais, técnica de sondagem nasogástrica e observações finais), que

corresponderam aos passos considerados importantes para se avaliar a habilidade técnica

acerca da sondagem nasogástrica. Enquanto o questionário (APÊNDICE B), com intuito de

avaliar o conhecimento em sondagem nasogástrica, foi composto por 12 questões de múltipla

escolha, com cinco alternativas cada. As questões contemplaram os passos importantes da

técnica de sondagem nasogástrica, por meio de recomendações atualizadas da literatura

científica.

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53

A parte inicial do instrumento foi elaborada com o objetivo de caracterizar os juízes

da pesquisa, com apresentação de variáveis quanto à identificação pessoal e profissional

desses, relacionadas à idade, sexo, qualificação profissional, tempo de experiência na

docência e nas disciplinas de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem, bem como

atuação profissional além da docência.

Na segunda etapa, procedeu-se à identificação, seleção e convite dos especialistas a

fim de realizar o julgamento dos itens do instrumento. Desse modo, foi realizado por meio de

um contato com as coordenações dos cursos de graduação em Enfermagem das instituições, a

solicitação dos contatos (e-mail e telefone) do corpo docente da disciplina de Semiologia e/ou

Semiotécnica de Enfermagem para envio de uma carta convite por correio eletrônico, com os

objetivos do estudo e a justificativa do processo de validação.

Ainda na segunda etapa, os juízes avaliaram cada item dos instrumentos sobre

habilidade e conhecimento em sondagem nasogástrica, e os classificou como “adequado”,

“adequado com alterações” ou “inadequado”. Nesses dois últimos casos, os juízes, por meio

de códigos numéricos de 1 a 10, explicaram os motivos de alteração ou inadequação de

acordo com requisitos adaptados dos critérios sugeridos pelo modelo teórico de Pasquali

(1998), como mostra o quadro 1, e sugeriram mudanças para que os instrumentos fossem

melhorados.

CÓDIGO REQUISITOS

ANALISADOS CRITÉRIOS DE ANÁLISE

1 Utilidade /

pertinência

O item/a questão é relevante e atende a finalidade relativa

ao procedimento proposto.

2 Consistência O conteúdo apresenta profundidade suficiente para a

compreensão da etapa/questão.

3 Clareza Explicitado de forma clara, simples e inequívoca.

4 Objetividade Permite resposta pontual.

5 Simplicidade A etapa/questão expressa uma única ideia.

6 Exequível A etapa/questão é aplicável.

7 Atualização As etapas seguem as práticas baseadas em evidência mais

atuais.

8 Vocabulário Palavras escolhidas corretamente e sem gerar

ambiguidades.

9 Precisão Cada item de avaliação é distinto dos demais, não se

confundem.

10

Sequência

instrucional dos

tópicos

A sequência das etapas do procedimento/questões do

conhecimento se mostra de forma coerente e em ordem de

execução corretas.

Quadro 1. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens do instrumento sobre

habilidade e conhecimento em sondagem nasogástrica. Natal/RN, 2013.

Fonte: Adaptação de Pasquali (2010).

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A terceira etapa correspondeu à validação de conteúdo com aplicação do Índice de

Validade de Conteúdo (IVC) e do Índice Kappa (K) para verificação no nível de concordância

e nível de consistência (fidedignidade) dos juízes em relação aos itens dos instrumentos.

Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2010 e analisados a partir de

leitura reflexiva e estatística descritiva. Ao fim da análise dos dados, os instrumentos foram

reformulados de acordo com as orientações e sugestões dos juízes.

4.5 VARIÁVEIS

Neste estudo as variáveis foram organizadas em caracterização dos juízes,

estruturação dos itens relacionados ao instrumento sobre habilidade e variáveis relacionadas

ao questionário do conhecimento em sondagem nasogástrica, conforme demonstrado nos

quadros 2, 3 e 4 respectivamente.

VARIÁVEIS DE CARACTERIZAÇÃO

DOS JUÍZES CATEGORIAS

Idade Anos

Sexo Masculino (1); feminino (2)

Qualificação profissional

Especialização (1); residência (2); mestrado

acadêmico (3); mestrado profissional (4);

doutorado (5)

Tempo de experiência na docência Anos

Tempo de experiência na disciplina de

semiologia e/ou semiotécnica da

enfermagem

Anos

Exerce outra atividade além da docência Não (1); assistencial (2); gerencial (3);

gerencial e assistencial (4)

Quadro 2. Variáveis de caracterização dos juízes participantes da pesquisa. Natal/RN, 2013.

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VARIÁVEIS DO INSTRUMENTO DA HABILIDADE

CATEGORIAS

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS

Adequado (1)

Adequado com

alterações (2)

Inadequado (3)

1.1 Verifica dados no prontuário do usuário

1.2 Higieniza as mãos

1.3 Seleciona o material e os instrumentos necessários

1.4 Identifica-se para o paciente e explica o procedimento a ser

realizado

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Calça luvas

2.2 Coloca o paciente em posição de Fowler

2.3 Examina a sonda

2.4 Protege o tórax do paciente

2.5 Examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável

2.6 Determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela medição

NOX

2.7 Marca a medida da distância determinada

2.8 Posiciona o paciente

2.9 Lubrifica a sonda com anestésico

2.10 Lubrifica a narina do paciente com anestésico

2.11 Introduz a sonda delicadamente na narina

2.12 Em caso de resistência, para e retrocede

2.13 Em caso de persistência na resistência, retira a sonda

2.14 Observa sinais de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou

agitação, retirando e reintroduzindo

2.15 Introduz a sonda lentamente até o mensurado

2.16 Confirma a localização da sonda com testes de posicionamentos

2.17 Fecha a conexão da sonda

2.18 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao coletor

2.19 Retira as luvas

2.20 Fixa a sonda

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável

3.2 Organiza o ambiente

3.3 Higienização das mãos

3.4 Registra o procedimento no prontuário.

Quadro 3. Variáveis de estruturação do instrumento sobre habilidade em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013.

Legenda: NOX – Nariz-Orelha-Xifoide

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VARIÁVEIS DO INSTRUMENTO DO CONHECIMENTO CATEGORIAS

1. Indicação para sondagem nasogástrica

Adequado (1)

Adequado com

alterações (2)

Inadequado (3)

2. Cuidado observado antes do procedimento

3. Materiais necessários para a técnica de sondagem nasogástrica

1- 4.Cuidado observado imediatamente antes da inserção da sonda

nasogástrica

2- 5. Aspecto a ser avaliado no paciente antes da inserção da sonda

nasogástrica

6. Determinação do comprimento da sonda nasogástrica

7. Cuidado observado durante a inserção da sonda nasogástrica

8. Atitude frente às intercorrências relacionadas à inserção da sonda

nasogástrica

4.8 9. Cuidados contínuos à pacientes em uso de sonda nasogástrica

10. Afirmação sobre a certificação do posicionamento correto da sonda

11. Atitude que deve ser tomada imediatamente após a inserção da sonda

nasogástrica

12. Afirmação sobre etapa após procedimento

Quadro 4. Variáveis de estruturação do instrumento sobre conhecimento em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013.

4.6 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

O processo de coleta de dados ocorreu entre os meses de junho e setembro de 2012.

Iniciou-se por meio do contato com as coordenações dos cursos de enfermagem, a fim

identificar os juízes da pesquisa. Nesse momento, foram solicitados os contatos (e-mail e

telefone) dos docentes das disciplinas de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem.

Posteriormente, foram enviadas a carta convite, que continha os objetivos do estudo

(APÊNDICE C), a justificativa do processo de validação e a solicitação para participação na

pesquisa por correio eletrônico.

Diante do aceite dos juízes para participação na pesquisa, o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE D) e os instrumentos (APÊNDICES A e B), foram

entregues pessoalmente aos docentes, e estabelecido o prazo de 15 dias para a devolução do

material analisado e com o parecer final.

4.7 ANÁLISE DOS DADOS

Para análise dos dados, realizou-se a validação de conteúdo com aplicação do Índice

de Validade de Conteúdo (IVC) e do Índice Kappa (K), após julgamento dos itens dos

instrumentos pelos especialistas.

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O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) mede a proporção ou porcentagem de

juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens,

além de permitir a análise de cada item individualmente e do instrumento como um todo

(ALEXANDRE; COLUCI, 2011).

Para se avaliar todo instrumento através do IVC, a forma utilizada neste estudo foi a

média dos valores dos itens calculados separadamente. Desse modo, foram somados todos os

IVC calculados separadamente e se dividiu pelo número de itens dos instrumentos sobre

habilidade e conhecimento em sondagem nasogástrica, de acordo com Polit e Beck (2006).

A fim de estipular o nível de concordância aceitável entre os juízes considerando a

quantidade de juízes, foram estabelecidos o valor do IVC recomendado de no mínimo 0,75 e

considerada uma concordância de pelo menos 80% entre os juízes para servir de critério de

decisão sobre a pertinência e/ou aceitação do item (ALEXANDRE; COLUCI, 2011;

PASQUALI, 1998).

Para verificação do nível de concordância e nível de consistência (fidedignidade) dos

juízes em relação aos itens dos instrumentos foi aplicado o cálculo do Índice Kappa (K) por

meio do Online Kappa Calculator (RANDOLPH, 2008).

O Índice Kappa é um indicador de concordância ajustado, e seus valores variam de

“menos 1” a “mais 1”, quanto mais próximo de 1 melhor o nível de concordância entre os

observadores. Sua distribuição e os respectivos níveis de interpretação estão apresentadas no

quadro 5, de acordo com Pereira (1995).

ÍNDICE KAPPA (K) NÍVEL DE

CONCORDÂNCIA

< 0,00 Ruim

0,00 a 0,20 Fraco

0,21 a 0,40 Sofrível

0,41 a 0,60 Regular

0,61 a 0,80 Bom

0,81 a 0,99 Ótimo

1,00 Perfeito

Quadro 5. Distribuição do Índice Kappa (K) e respectivos níveis

de interpretação de concordância.

Fonte: Pereira (1995).

Nesse contexto, o valor numérico mínimo adotado para aceitação do Índice Kappa

foi o nível de consenso maior que 0,61, considerado nível bom.

Os dados foram tabulados e analisados em planilha eletrônica no Microsoft Excel

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2010, os instrumentos foram reformulados, de acordo com as observações e sugestões dos

juízes (APÊNDICES E e F) e os dados apresentados na forma de tabelas, quadros e gráficos,

com suas respectivas distribuições percentuais em forma de artigos.

4.8 ASPECTOS ÉTICOS

A pesquisa seguiu os preceitos éticos de acordo com o preconizado na Resolução

196/96 revogada pela 466/2012, para projetos de pesquisa envolvendo seres humanos, foi

aprovada em seus aspectos éticos e metodológicos pelo Comitê de Ética em Pesquisa do

Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL) pertencente ao complexo hospitalar da UFRN,

parecer 385/09 e registrado sob CAAE de número 0002.0.294.000-10 (ANEXO A).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados e discussões estão apresentados na forma de artigos a serem

submetidos em periódicos qualificados na área de Enfermagem B1, a saber: Bioscience

Journal e Revista Eletrônica de Enfermagem.

5.1 ARTIGO 3

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTO SOBRE CONHECIMENTO EM

SONDAGEM NASOGÁSTRICA

RESUMO

Objetivo: investigar a validade de conteúdo de um instrumento sobre conhecimento em

sondagem nasogástrica, com base no modelo de validação de conteúdo de Pasquali. Métodos:

estudo metodológico desenvolvido com 23 enfermeiros juízes, docentes de instituições

públicas de ensino superior do Rio Grande do Norte, por meio da aplicação do Índice de

Validação de Conteúdo (IVC) e do índice Kappa. Resultados: Os juízes da pesquisa foram

em sua maioria do sexo feminino (87%), com idades entre 25 e 57 anos, variação no tempo de

experiência na docência entre 01 e 34 anos e de experiência na disciplina de Semiologia e/ou

Semiotécnica de Enfermagem entre 01 e 32 anos. Do total de juízes, 78,3% possuíam como

máxima titulação o mestrado acadêmico e 69,6% exerciam exclusivamente a docência. Na

avaliação geral, o instrumento obteve IVC com valores acima de 0,75, IVC total de 0,94 e

Kappa total de 0,88. No entanto, algumas alterações foram realizadas e se concentraram nos

requisitos vocabulário, clareza, atualização e precisão. Conclusão: O instrumento apresentou

confiabilidade e fidedignidade para observar a qualidade da assistência de enfermagem, no

entanto exige a ressubmissão dos instrumentos aos juízes para reteste, além da sua aplicação

clínica, para uma validação de conteúdo mais precisa e específica.

Descritores: Enfermagem. Intubação gastrointestinal. Estudos de validação. Conhecimento.

INTRODUÇÃO

O conhecimento se constitui numa ferramenta essencial para a prática de

enfermagem. Contudo, muitos estudos apontam o descompasso entre o conhecimento referido

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pelos profissionais de enfermagem e a assistência a pacientes de forma geral, bem como

àqueles com uso de sonda nasogástrica. 1-5

Nesse contexto, as diretrizes para a inserção da sonda nasogástrica e assistência a

pacientes que a utilizam devem ter bases científicas norteadoras das ações, de forma a resultar

em ação segura ao paciente, com vistas à necessidade da prevenção de riscos relacionados às

ações de enfermagem. 2,6

Logo, torna-se essencial a avaliação dos fatores que interferem na prática de

enfermagem, para que uma abordagem humanística seja alcançada durante essa assistência. 2

Diante disso, a construção de instrumentos de mensuração válidos, a fim de verificar a

adequação do conhecimento em relação à prática de enfermagem representa, um grande passo

para atingir uma assistência coerente com os preceitos teóricos. 7

No entanto, para que um instrumento se torne válido é necessário um processo de

reconhecimento de qualidade, ou seja, a validação do instrumento. 8 Esse processo além de

examinar a precisão de uma determinada predição ou inferência a partir de escores de um

teste, demonstra além dos valores encontrados o processo de investigação da adequação do

instrumento utilizado para tal finalidade. 9

A validade de conteúdo se constitui em um dos tipos de validação e pode fornecer

informações sobre a representatividade e clareza de cada item do instrumento, bem como o

grau em que os itens da medida representa o conceito que se pretende medir de um

determinado objeto, além da identificação dos elementos que podem ser atribuídos a outros

objetos. 10-11

Esse processo apresenta duas etapas, a primeira constitui o desenvolvimento do

instrumento e a segunda envolve a análise e julgamento dos especialistas. 12

O modelo de validação de conteúdo de Pasquali 13

, presente em diversas pesquisas de

enfermagem, envolve, principalmente, a teoria da elaboração de instrumentos de medida de

fenômenos subjetivos, com a composição de três conjuntos de procedimentos: teóricos,

empíricos (experimentais) e analíticos (estatísticos)

Nesse contexto, o objetivo desse estudo é ivestigarr a validade de conteúdo de um

instrumento sobre o conhecimento em sondagem nasogástrica com base no modelo de

validação de conteúdo de Pasquali.

MÉTODO

Estudo metodológico com abordagem quantitativa de tratamento e análise de dados,

que tem como foco a validação de conteúdo do instrumento sobre conhecimento em

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sondagem nasogástrica, realizado no período de junho a setembro de 2012 após obtenção do

parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes

pertencente ao complexo hospitalar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CAAE

nº 0002.0.294.000-10).

O estudo foi desenvolvido em três etapas, na primeira (procedimentos teóricos)

realizou-se a construção do instrumento, um questionário composto por 12 questões de

múltipla escolha, com cinco alternativas cada, que contemplaram os passos importantes da

técnica de sondagem nasogástrica. Na segunda etapa, procedeu-se à identificação, seleção e

convite dos especialistas a fim de realizar o julgamento dos itens do instrumento; e a terceira

etapa correspondeu à validação de conteúdo dos instrumentos (procedimentos empíricos) com

a verificação do nível de concordância entre os juízes (procedimentos analíticos).

A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 63, de 6 de julho de 2000 que aprova

o regulamento técnico para os requisitos mínimos exigidos à Terapia de Nutrição Enteral; 14

a

Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 277 de 2003; 15

o Manual de

Procedimentos de Enfermagem; 16

alguns compêndios de enfermagem 17-21

e alguns artigos

científicos 6, 22-24

constituíram os principais referenciais teóricos para a construção do

instrumento.

A amostra foi selecionada por intencionalidade com inclusão de docentes da

disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem, com no mínimo 1 ano de

experiência na disciplina e atuação nas referidas universidades públicas do Rio Grande do

Norte, visto que para participar desta análise, os juízes devem ser peritos na área da

tecnologia construída, pois sua tarefa consiste em ajuizar se os itens avaliados se referem ou

não ao propósito do instrumento em questão. 13

A segunda etapa foi realizado por meio de um contato com as coordenações dos

cursos de graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN) - campus central e campus Santa Cruz - e Universidade do Estado do Rio Grande do

Norte (UERN) - campus Mossoró e campus Caicó, a solicitação dos contatos (e-mail e

telefone) do corpo docente da disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem

para envio de uma carta convite por correio eletrônico, com os objetivos do estudo e a

justificativa do processo de validação.

Dessa forma, 30 docentes foram convidados, dos quais 24 se disponibilizaram a

participar da pesquisa e um foi excluído por não completar adequadamente o instrumento de

coleta de dados, que resultou em um total de 23 docentes, com suplantação das

recomendações de Pasquali 13

que sugere de seis a vinte sujeitos para o número de juízes.

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Os juízes da pesquisa avaliaram cada um dos 12 itens do instrumento e os classificou

como “adequado”, “adequado com alterações” ou “inadequado”. Nesses dois últimos casos,

os juízes, por meio de códigos numéricos de 1 a 10, explicaram os motivos de alteração ou

inadequação de acordo com requisitos adaptados dos critérios sugeridos por Pasquali 13

:

utilidade/pertinência (1), consistência (2), clareza (3), objetividade (4), simplicidade (5),

exequível (6), atualização (7), vocabulário (8), precisão (9), sequência instrucional de tópicos

(10). A avaliação global do instrumento também foi realizada com relação aos requisitos

supracitados.

Após a avaliação dos instrumentos, foi realizada a validação de conteúdo com

aplicação do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e do Índice Kappa (K) para verificação

do nível de concordância e nível de consistência (fidedignidade) dos juízes em relação à

permanência ou não dos itens dos instrumentos.

Os valores de Kappa variam de “menos 1” a “mais 1”, quanto mais próximo de 1

melhor o nível de concordância entre os observadores. Sua distribuição e os respectivos níveis

de interpretação são: < 0,00= ruim; 0,00 a 0,20= fraco; 0,21 a 0,40= sofrível; 0,41 a 0,60=

regular; 0,61 a 0,80= bom; 0,81 a 0,99= ótimo; 1,00 =perfeito. Como critério de aceitação

neste estudo, foi estabelecida a concordância superior a 0,61 entre os juízes. 25

O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) mede a proporção ou porcentagem de

juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens,

além de permitir a análise de cada item individualmente e do instrumento como um todo. 26

Para se avaliar todo instrumento pelo IVC, a forma utilizada neste estudo foi a média dos

valores dos itens calculados separadamente. Desse modo, foram somados todos os IVC

calculados separadamente e se dividiu pelo número de itens do instrumento sobre

conhecimento em sondagem nasogástrica.

A fim de estipular a taxa de concordância aceitável entre os juízes, ao considerar o

quantitativo de juízes do estudo, foram estabelecidos os valores recomendados de no mínimo

0,75 e uma concordância de pelo menos 80% entre eles, para servir como critério de decisão

sobre a pertinência e/ou aceitação de cada item e Kappa com no míninimo 0,61. 13,26

Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2010 e analisados a partir de

leitura reflexiva e estatística descritiva. Ao fim da análise dos dados, os instrumentos foram

reformulados de acordo com as orientações e sugestões dos juízes.

RESULTADOS

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63

Os docentes selecionados para validação de conteúdo constituíram um total de 23

juízes, em sua maioria do sexo feminino (87%), com idades entre 25 e 57 anos (média de 36,5

anos), variação no tempo de experiência na docência entre 01 e 34 anos (média de 7,9 anos) e

de experiência na disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem entre 01 e 32

anos (média de 5,6 anos). Os docentes da UFRN representaram 73,9% da amostra, 78,3% do

total dos pesquisados possuíam como máxima titulação o mestrado acadêmico e 69,6%

exerciam exclusivamente a docência.

Em relação ao julgamento dos itens do instrumento, o Quadro 1 apresenta nível de

concordância bom entre os juízes da pesquisa com valores de IVC maiores que 0,75 e Kappa

com índices maiores que 0,61. Desse modo, nenhum item do instrumento foi considerado

inadequado.

QUESTÕES TÉCNICAS DE SONDAGEM

NASOGÁSTRICA

JULGAMENTO

Adequado Adequado c/

alterações IVC Kappa

n % n %

Q1. Indicação para sondagem nasogástrica 20 87,0 3 13,0 0,87 0,76

Q2. Cuidado observado antes do procedimento 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Q3. Materiais necessários para a técnica de sondagem

nasogástrica 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Q4. Cuidado observado imediatamente antes da

inserção da sonda nasogástrica 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

Q5. Aspecto a ser avaliado no paciente antes da

inserção da sonda nasogástrica 18 78,3 5 21,7 0,78 0,64

Q6. Determinação do comprimento da sonda

nasogástrica 23 100,0 - - 1,00 1,00

Q7. Cuidado observado durante a inserção da sonda

nasogástrica 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Q8. Atitude frente às intercorrências relacionadas à

inserção da sonda nasogástrica 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Q9. Cuidados contínuos à pacientes em uso de sonda

nasogástrica 23 100,0 - - 1,00 1,00

Q10. Afirmação sobre a certificação do

posicionamento correto da sonda 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

Q11. Atitude que deve ser tomada imediatamente após 23 100,0 - - 1,00 1,00

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64

a inserção da sonda nasogástrica

Q12. Afirmação sobre etapa a ser realizada após

procedimento 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Quadro 1. Julgamento dos itens do instrumento sobre conhecimento em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013

Dentre os itens do instrumento, 03 questões apresentaram índice de concordância

perfeito (Kappa = 1,00); 07 questões apresentaram índice de concordância ótimo (Kappa de

0,81 a 0,99) e 02 apresentaram nível de concordância bom (Kappa de 0,61 a 0,80), com

Kappa total entre os itens do instrumento de 0,88. Em relação ao IVC, todos os itens

atingiram níveis acima de 0,75 e se obteve IVC total do instrumento de 0,94.

Nesse contexto, foram 09 itens considerados adequados com alterações, apresentados

no Quadro 2, com julgamento dos juízes de acordo com os critérios adaptados de Pasquali 13

e

as sugestões para que fossem reformulados e melhorados.

Questões Requisitos

avaliados

Sugestões/ Comentários dos

juízes

Aceitação Justificativa

Q1

Clareza;

Exequível;

Vocabulário

A assertiva “a” não relata o tipo de

obstrução. Retirar a palavra

“exceto” no enunciado da questão.

Sim

A obstrução da questão

refere-se à obstrução

mecânica do trato

gastrointestinal.

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão.

Q2 Vocabulário Retirar a palavra “exceto” no

enunciado da questão. Sim

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão.

Q3 Atualização

Considerar o uso de luvas estéreis

ou de procedimento quanto aos

materiais necessários.

Não

Em relação ao tipo de

luva utilizada na técnica

será considerada luva

limpa, ou seja, luva de

procedimento de acordo

com o recomendado na

literatura.

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Q4 Clareza;

Vocabulário

Reformular enunciado da questão

para “são cuidados de enfermagem

realizados antes da instalação da

sonda”.

Sim

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão.

Q5

Clareza;

Atualização;

Vocabulário;

Precisão

Substituir a assertiva “a”

“hipoglicemia” por “capacidade de

deambulação”. Retirar a palavra

“exceto” e “avaliação” no

enunciado da questão.

Não

Estudo mostra que a

condição de desnutrição

em pacientes graves

direciona para a

alimentação enteral por

sonda e nesse caso há

um quadro de

hiperglicemia instalada

nesses pacientes.

Q7 Vocabulário

Substituir a palavra “devemos” por

“deve-se” no enunciado da

questão.

Sim

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão

Q8 Vocabulário

Substituir a palavra “devemos” por

“deve-se” no enunciado da

questão.

Sim

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão

Q10 Vocabulário

Substituir o tempo de verbo

“estiver” por “está” na assertiva

“a”. A assertiva “c” está

incompleta, pois o líquido aspirado

só poderá confirmar o

posicionamento da sonda

associado a um teste do pH e não

apenas pelo seu aspecto.

Sim

Diretrizes recomendam

associar o aspecto do

líquido aspirado ao teste

de pH.

Q12 Clareza Retirar o termo “julgue a questão

correta” no enunciado da questão. Sim

Contribuirá para a

melhor compreensão da

questão

Quadro 2 . Sugestões dos juízes acerca dos itens considerados adequados com alterações.

Natal/RN, 2013

No parecer final dos juízes acerca do instrumento, baseado nos 10 requisitos de

avaliação, todos os requisitos adaptados dos critérios sugeridos por Pasquali13

obtiveram IVC

acima de 0,75 e índice Kappa bom, como mostra o Quadro 3. Dentre esses requisitos,

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utilidade/pertinência, consistência, objetividade simplicidade, exequível e sequência

instrucional dos tópicos receberam escore máximo de concordância. Em contrapartida, o item

vocabulário apresentou o menor índice em relação aos demais requisitos, ao passo que os

requisitos clareza, atualização e precisão também não apresentaram escore máximo de

concordância. Assim, esses requisitos, bem como os 09 itens considerados adequados com

alterações foram analisados para adaptação de acordo com as sugestões dos juízes e literatura

mais atual, a fim de viabilizar a construção da versão final do instrumento.

REQUISITOS

AVALIAÇÃO GERAL DO QUESTIONÁRIO

Adequado Adequado c/ alterações IVC Kappa

n % n %

Utilidade/ pertinência 23 100,0 - - 1,00 1,00

Consistência 23 100,0 - - 1,00 1,00

Clareza 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Objetividade 23 100,0 - - 1,00 1,00

Simplicidade 23 100,0 - - 1,00 1,00

Exequível 23 100,0 - - 1,00 1,00

Atualização 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Vocabulário 19 82,6 4 17,4 0,83 0,70

Precisão 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Sequência instrucional dos tópicos 23 100,0 - - 1,00 1,00

Quadro 3. Parecer final dos juízes acerca do instrumento do conhecimento em sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013

Na avaliação geral, o instrumento sobre conhecimento em sondagem nasogástrica

obteve IVC com valores acima de 0,75, bem como apresentação de IVC total de 0,97 e Kappa

total de 0,94, o que demonstra confiabilidade e fidedignidade do instrumento para observar a

qualidade da assistência de enfermagem.

DISCUSSÃO

Após análise do instrumento por juízes, observou-se um nível de concordância perfeito

nos itens 06, 09 e 11. O item 06 aborda a determinação do comprimento da sonda gástrica, o

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item 09 relaciona-se a cuidados contínuos à pacientes em uso de sonda nasogástrica e o item

11 trata da atitude que deve ser tomada imediatamente após a inserção da sonda nasogástrica.

Esses itens apresentaram as recomendações da literatura mais atual para compor o

questionário. No item 06, foi considerado adequado medir a extensão da sonda a ser

introduzida, ao posicionar seu orifício distal na ponta do nariz, estender até o lóbulo da orelha

e depois até o apêndice xifóide. 24

No item quanto aos cuidados contínuos à pacientes em uso de sonda, questão 09, a

assertiva “e” aborda a importância da anotação do volume e aspecto do líquido drenado em

caso de sonda aberta. Essa assertiva está de acordo com a RDC que dispõe sobre a Terapia de

Nutrição Enteral, 14

a qual preconiza o registro do procedimento relacionado a essa terapia,

bem como outro autor 17

que relata a importância do registro da descrição do volume, cor e

outras características do conteúdo gástrico drenado, enquanto a questão 11 revela a medida a

ser adotada imediatamente após a realização da sondagem nasogástrica, que se constitui na

realização de testes para certificação de posicionamento da sonda e sua fixação.

Estudos 27-28

revelam conhecimento deficiente da enfermagem quanto aos vários

fatores que envolvem a sondagem gástrica desde aspectos que envolvem a contraindicação

para uso de sonda para alimentação, bem como em relação aos riscos e benefícios do seu uso.

Esses aspectos foram observados nas questões 01 e 05 e provocou sugestões para adequação

entre os juízes, com apresentação dos menores níveis de concordância

Nesse contexto, a questão 01, sobre indicação para a sondagem nasogástrica,

apresentou recomendação para especificar o tipo de obstrução descrita na assertiva “a” “tratar

uma obstrução” como indicação para a sondagem nasogástrica.

Essa indicação abrange alimentação, hidratação e administração de medicamentos em

pacientes impossibilitados de ingerir alimentos, mas capazes de absorver nutrientes; além da

descompressão gástrica com remoção de gases e líquidos, que previne e alivia náuseas e

vômitos após cirurgia ou trauma; coleta de conteúdo gástrico; compressão, avaliação e

tratamento de uma hemorragia no trato gastrointestinal; bem como possibilita o diagnóstico

dos distúrbios da motilidade gastrointestinal, por meio da determinação do grau de pressão e

atividade motora. 16-17, 20, 29-30

Em relação ao tratamento de uma obstrução, esta se refere ao tratamento de uma

obstrução mecânica do trato gastrointestinal, caracterizada pela presença de um bloqueio que

impede o trânsito do conteúdo gástrico e intestinal. Nesse processo, a sonda é introduzida para

aspirar o material acumulado acima da obstrução. 20

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A questão 05, também, produziu divergências entre os juízes quanto aos aspectos a

serem avaliados no paciente antes da inserção da sonda nasogástrica, entre a alternativa

incorreta a assertiva “b” “hipoglicemia” respondia a questão. Desse modo, houve sugestão

dos juízes para alterar a assertiva para “capacidade de deambulação”, por alegar que a

hipoglicemia é um fator que deve ser considerado antes da inserção da sonda, bem como a

presença de náuseas e vômitos, sons intestinais, capacidade de deglutir e nível de consciência

do paciente presente nas demais assertivas.

No entanto, um estudo 31

demonstra que apesar da importância de se avaliar esses

aspectos antes da inserção da sonda, apenas obstrução, perfuração intestinal e isquemia são

contraindicações para inserção de sonda com intuito de viabilizar alimentação enteral. Ruídos

intestinais e flatos ausentes permitem a nutrição enteral, uma vez que os ruídos são em

decorrência da movimentação de ar no intestino e, muitas vezes, estão ausentes ou fracos,

mesmo quando o intestino funciona normalmente.

Em relação à hipoglicemia, ao considerar que o paciente grave desnutrido apresenta

indicação para nutrição enteral por sonda e o estado de desnutrição nesse paciente caracteriza-

se por um estado hipermetabólico com gasto metabólico elevado e, consequente

hiperglicemia, 32

a sugestão dos juízes não foi aceita. Uma vez que não foram encontrados

estudos que apontem a hipoglicemia como aspecto importante a ser avaliado antes da inserção

da sonda.

Em relação à questão 03 sobre os materiais necessários para a técnica de sondagem

nasogástrica e diante da recomendação dos juízes para considerar o uso de luvas estéreis ou de

procedimento para realização desta técnica, a sugestão não foi aceita, visto que o tipo de luva

considerada para a realização da técnica é luva limpa ou de procedimento de acordo com

manuais 16

e compêndios de enfermagem. 17,21

Entre os materiais, o estetoscópio foi eliminado quanto aos itens necessários, uma vez

que a confirmação dos ruídos hidroáreos, bem como a ausculta na região epigástrica com

insuflação de ar para confirmar o posicionamento da sonda não constituem medidas

recomendadas pela literatura científica. 23,31

Ainda em relação à confirmação do posicionamento da sonda, a questão 10 apresentou

contestação entre os juízes quanto à assertiva “c”, a qual afirma que “um dos testes de

posicionamento consiste na aspiração de líquidos e observação de seu aspecto”. Nesse item,

os juízes afirmaram que a afirmação estava incompleta, pois o líquido aspirado só poderá

confirmar o posicionamento da sonda associado a um teste do pH e não apenas pelo seu

aspecto.

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A sugestão foi aceita, visto que a descrição do aspirado apresenta moderado grau de

confiabilidade para avaliação da localização na região gástrica ou jejunal de acordo com a

literatura. 22

Desse modo a aparência do aspirado é inadequada como único método para distinguir

entre o líquido gástrico, aspirado traqueobrônquico, líquido pleural e intestinal. Nesse sentido,

o aspecto do aspirado deve se constituir método auxiliar para estimar a posição da sonda. 5

Algumas diretrizes de nutrição enteral recomendam associar o aspecto do líquido aspirado ao

teste de pH. 33-34

Logo, será considerado aspecto do líquido associado ao teste de pH para

constituir teste de posicionamento da sonda.

Tal questão reflete a deficiência de conhecimento da enfermagem revelada em estudos

recentes 2-3, 5, 27

quanto aos testes para confirmação do posicionamento da sonda. No item 10,

a prática da ausculta na região epigástrica não foi questionada pelos juízes. Embora esse teste

não apresente respaldo científico suficiente para sustentá-lo, 23

ainda é largamente utilizado e

continua apontado nos compêndios de enfermagem 17, 20

como teste para confirmação do

posicionamento da sonda nasogástrica.

CONCLUSÃO

Os 12 itens do instrumento sobre conhecimento em sondagem nasogástrica

obtiveram, por meio da avaliação dos juízes, alta confiabilidade e fidedignidade para

observação da qualidade da assistência de enfermagem.

Embora, alguns itens tenham necessitado de alterações, principalmente em relação

aos requisitos vocabulário, clareza, atualização e precisão; na avaliação geral do instrumento,

de acordo com os requisitos determinados, foram obtidos IVC com valores acima de 0,75 e

Kappa maior que 0,61, bem como apresentação de IVC total de 0,94 e Kappa total de 0,88, o

que representa uma excelente avaliação desse instrumento.

Logo, apresentou-se válido quanto ao seu conteúdo para utilização na observação da

qualidade da assistência de enfermagem, após adequação dos 07 itens de acordo com

sugestões dos juízes.

O estudo representa uma etapa fundamental no início do processo de validação de

conteúdo do instrumento de conhecimento em sondagem nasogástrica, no entanto exige a

ressubmissão dos instrumentos aos juízes para reteste, além da sua validação clínica, para uma

análise de conteúdo mais precisa e específica.

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5.2 ARTIGO 4

VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE INSTRUMENTO SOBRE A HABILIDADE EM

SONDAGEM NASOGÁSTRICA

RESUMO

Objetivo: realizar a validação de conteúdo de um instrumento sobre a habilidade em

sondagem nasogástrica com base no modelo de validação de conteúdo de Pasquali. Métodos:

estudo metodológico desenvolvido com 23 enfermeiros docentes de instituições públicas de

ensino superior do Rio Grande do Norte, por meio da aplicação do Índice de Validação de

Conteúdo (IVC) e do índice Kappa. Resultados: Na avaliação geral, o instrumento obteve

IVC com valores acima de 0,75, IVC total de 0,95 e Kappa total de 0,91. No entanto, algumas

alterações foram realizadas e se concentraram nos requisitos sequência instrucional dos

tópicos, clareza e vocabulário. Conclusão: O instrumento apresentou confiabilidade e

fidedignidade para observar a qualidade da assistência de enfermagem e pode ser utilizado por

serviços de saúde e instituições formadoras para avaliar a habilidade dos profissionais e

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74

alunos de graduação, no entanto exige outras fases para uma validação de conteúdo mais

precisa e específica.

Descritores: Enfermagem; Intubação gastrointestinal; Estudos de validação.

INTRODUÇÃO

A execução do procedimento de sondagem nasogástrica; que se constitui na inserção

de uma sonda de borracha ou de plástico através das fossas nasais, que passa pela faringe,

atravessa o esôfago e vai até o estômago, imprescindível para se oferecer meios necessários à

recuperação de pacientes debilitados; exige habilidade precedida de domínio do conhecimento

para sua execução segura. 1-2

Atualmente, estas sondas além de favorecer a administração de medicamentos e

alimentos, também possuem a finalidade de descomprimir o estômago, remover gases e

líquidos, tratar uma obstrução ou um local com sangramento, realizar lavagem gástrica e obter

conteúdo gástrico para análise. 3-5

A sondagem nasogástrica para alimentação é um procedimento usado comumente em

pessoas hospitalizadas para nutrir os pacientes, quando estes estão impossibilitados de ingerir

o alimento em quantidade suficiente para repor suas necessidades, mas são capazes de

absorver nutrientes 1-2, 4, 6-7

. A sonda nasogástrica é a via de mais fácil acesso, menor custo e a

que mais se aproxima do processo fisiológico, pois permite a atuação das enzimas digestivas

habituais, ideal para pacientes com função gastrointestinal preservada e sem grandes riscos de

aspiração e refluxo gastroesofágico. 8

A execução da técnica de sondagem nasogástrica se constitui em um procedimento

complexo que deve ser realizado por profissionais capacitados e legalmente habilitados como

o enfermeiro, que possui em seu currículo disciplinas específicas para procedimentos básicos

de enfermagem. 7

Nesse sentido, é essencial a capacitação permanente e formação adequada de

enfermeiros, de modo a agir efetivamente nos procedimentos de sondagem nasogástrica e

evitar complicações ao paciente. 9 A apropriação desses conhecimentos necessita ser

garantida na formação desses profissionais, uma vez que a identificação de fatores

relacionados à realização inadequada do procedimento de sondagem nasogástrica fornece

subsídios para a formação de profissionais mais capacitados e para o desenvolvimento e

aprimoramento da assistência de enfermagem.

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75

Diante disso, é necessário que por meio de instrumentos de medição válidos seja

possível avaliar a qualidade da assistência de enfermagem 10

, ao passo que o reconhecimento

da qualidade dos instrumentos torna-se aspecto fundamental para a legitimidade e

credibilidade dos resultados de uma pesquisa, o que reforça a importância do processo de

validação. 11

Um estudo de validade de conteúdo pode fornecer informações sobre a

representatividade e clareza de cada item e uma análise preliminar da validade fatorial, com a

colaboração de especialistas que oferecem sugestões concretas para melhorar a medida. 12

A

validade de conteúdo é um processo de julgamento que apresenta duas partes, a primeira

constitui o desenvolvimento do instrumento e a segunda envolve a análise dos especialistas.13

O modelo de validação de conteúdo de Pasquali 14

, presente em pesquisas de

enfermagem, envolve, principalmente a teoria da elaboração de instrumentos de medida de

fenômenos subjetivos, com a composição de três conjuntos de procedimentos: teóricos,

empíricos (experimentais) e analíticos (estatísticos)

Diante das responsabilidades exigidas na execução do procedimento, os riscos

associados e a importância de uma assistência baseada em conhecimentos, o objetivo desse

estudo é realizar a validação de conteúdo de um instrumento sobre a habilidade em sondagem

nasogástrica com base no modelo de validação de conteúdo de Pasquali 14

.

MÉTODO

Estudo metodológico com abordagem quantitativa de tratamento e análise de dados,

que tem como foco a validação de conteúdo do instrumento sobre habilidade em sondagem

nasogástrica, realizado no período de junho a setembro de 2012 após obtenção do parecer

favorável do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes,

pertencente ao complexo hospitalar da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CAAE

nº 0002.0.294.000-10).

Este estudo é parte integrante de um projeto maior, vinculado ao Grupo de Pesquisa

Incubadora de Procedimentos de Enfermagem, e associa diversas ações dentro da disciplina

Semiologia e Semiotécnica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O projeto

intitulado “Semiologia e Semiotécnica em enfermagem: proposta de ação acadêmica

associada”, engloba outros procedimentos além da sondagem nasogástrica como: anamnese,

exame físico, verificação da pressão arterial, administração de medicamentos, sondagem

vesical, troca de curativos, anotações de enfermagem e higienização simples das mãos.

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O estudo foi desenvolvido em três etapas, na primeira etapa (A) realizou-se a

construção do instrumento um roteiro de observação estruturado, do tipo checklist composto

por 28 itens, divididos em três blocos (observações iniciais, técnica de sondagem nasogástrica

e observações finais), que corresponderam aos passos para se avaliar a habilidade técnica

acerca da sondagem nasogástrica, por meio de recomendações atualizadas na literatura; na

segunda etapa (B), procedeu-se à identificação, seleção e convite dos especialistas a fim de

realizar o julgamento dos itens do instrumento; e a terceira etapa (C) correspondeu à

validação de conteúdo dos instrumentos com a verificação do nível de concordância entre os

juízes.

A Resolução da Diretoria Colegiada nº 63, de 6 de julho de 2000 que aprova o

regulamento técnico para os requisitos mínimos exigidos à Terapia de Nutrição Enteral 15

; a

Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 277 de 2003 16

; o Manual de

Procedimentos de Enfermagem 3; alguns compêndios de enfermagem

1-2,6, 17-18 e artigos

científicos 7, 19-21

, constituíram os principais referenciais teóricos para a construção do

instrumento.

A amostra foi selecionada por intencionalidade com inclusão de docentes da

disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem, com no mínimo um ano de

experiência na disciplina e atuação nas referidas universidades públicas do Rio Grande do

Norte, visto que para participar desta análise, os juízes devem ser peritos na área da tecnologia

construída, pois sua tarefa consiste em ajuizar se os itens avaliados se referem ou não ao

propósito do instrumento em questão.14

A segunda etapa foi realizada por meio de um contato com as coordenações dos cursos

de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) -

campus central e campus Santa Cruz - e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

(UERN) - campus Mossoró e campus Caicó, para solicitação dos contatos (e-mail e telefone)

do corpo docente da disciplina de Semiologia e/ou Semiotécnica de Enfermagem para envio

de uma carta convite por correio eletrônico, com os objetivos do estudo e a justificativa do

processo de validação.

Dessa forma, 30 docentes foram convidados, dos quais 24 se disponibilizaram a

participar da pesquisa, quando um foi excluído por não completar adequadamente o

instrumento de coleta de dados, que resultou em um total de 23 docentes, com suplantação das

recomendações de Pasquali que sugere de seis a vinte sujeitos para o número de juízes.

Os juízes da pesquisa avaliaram cada um dos 28 itens e os classificaram como

“adequado”, “adequado com alterações” ou “inadequado”. Nesses dois últimos casos, os

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juízes, por meio de códigos numéricos de 1 a 10, explicaram os motivos de alteração ou

inadequação de acordo com requisitos adaptados dos critérios sugeridos por Pasquali14

:

utilidade/pertinência (1), consistência (2), clareza (3), objetividade (4), simplicidade (5),

exequível (6), atualização (7), vocabulário (8), precisão (9), sequência instrucional de tópicos

(10). A avaliação global do instrumento também foi realizada com relação aos requisitos

supracitados.

Após a avaliação dos instrumentos, procedeu-se a validação de conteúdo com

aplicação do Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e do Índice Kappa (K) e para verificação

do nível de concordância e nível de consistência (fidedignidade) dos juízes em relação à

permanência ou não dos itens dos instrumentos.

Os valores de Kappa variam de “menos 1” a “mais 1”, quanto mais próximo de 1

melhor o nível de concordância entre os observadores. Sua distribuição e os respectivos níveis

de interpretação são: < 0,00= ruim; 0,00 a 0,20= fraco; 0,21 a 0,40= sofrível; 0,41 a 0,60=

regular; 0,61 a 0,80= bom; 0,81 a 0,99= ótimo; 1,00 =perfeito. Como critério de aceitação

neste estudo, foi estabelecida a concordância superior a 0,61 entre os juízes. 22

O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) mede a proporção ou porcentagem de

juízes que estão em concordância sobre determinados aspectos do instrumento e de seus itens,

além de permitir a análise de cada um individualmente e do instrumento como um todo. 23

Para se avaliar todo instrumento por meio do IVC, a forma utilizada neste estudo foi a média

dos valores dos itens calculados separadamente. Desse modo, foram somados todos os IVC

calculados separadamente e se dividiu pelo número de itens do instrumento sobre habilidade

em sondagem nasogástrica.

A fim de estipular a taxa de concordância aceitável entre os juízes em consideração à

a quantidade, foram estabelecidos os valores recomendados de no mínimo 0,75 e uma

concordância de pelo menos 80% entre eles para servirem de critério de decisão sobre a

pertinência e/ou aceitação do item. 14,23

Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2010 e analisados a partir de

leitura reflexiva e estatística descritiva. Ao fim da análise dos dados, os instrumentos foram

reformulados de acordo com as orientações e sugestões dos juízes.

RESULTADOS

Os docentes selecionados para validação de conteúdo constituíram um total de 23

juízes representados de acordo com a instituição de atuação na Tabela 1.

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Tabela 1. Caracterização dos juízes participantes da pesquisa por instituição de atuação.

Natal/RN, 2013.

CARACTERIZAÇÃO

Instituição de Atuação TOTAL

UFRN UERN

n % n % n %

Sexo

Masculino

Feminino

Outra atividade na enfermagem

Assistencial

Gerencial

Ambas

Não

Qualificação profissional

Doutorado

Mestrado acadêmico

Especialização

Tempo de experiência na docência

1 a 5 anos

6 a 10 anos

>10 anos

Tempo de experiência em Semiologia e/ou

Semiotécnica de Enfermagem

1 a 5 anos

6 a 10 anos

>10 anos

1 4,3 2 8,7 3 13,0

16 69,6 4 17,4 20 87,0

4 17,4 1 4,3 5 21,7

- - 1 4,3 1 4,3

1 4,3 - - 1 4,3

12 52,2 4 17,4 16 69,6

3 13,0 - - 3 13,0

13 56,5 5 21,7 18 78,3

1 4,3 1 4,3 2 8,7

10 43,5 4 17,4 14 60,9

3 13,0 2 8,7 5 21,7

4 17,4 - - 4 17,4

13 56,5 5 21,7 18 78,3

2 8,7 1 4,3 3 13,0

2 8,7 - - 2 8,7

O Quadro 1 representa o julgamento em relação aos itens que compõem o

instrumento de habilidade em sondagem nasogástrica e demonstra que nenhum deles foi

avaliado como inadequado e todos obtiveram concordância dentro do nível estabelecido (IVC

> 0,75 e Kappa > 0,61).

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Quadro 1. Julgamento entre os juízes sobre itens do instrumento acerca da técnica de

sondagem nasogástrica. Natal/RN, 2013.

ETAPAS

JULGAMENTO

Adequado Adequado c/

alterações IVC Kappa

n % n %

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS

1.1 Verifica dados no prontuário do usuário 22 95,7 1 4,4 0,96 0,91

1.2 Higieniza as mãos 23 100,0 - - 1,00 1,00

1.3 Seleciona o material e os instrumentos

necessários 19 82,6 4 17,4 0,83 0,70

1.4 Identifica-se para o paciente e explica o

procedimento a ser realizado 22 95,7 1 4,4 0,96 0,91

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Calça luvas 18 78,3 5 21,7 0,78 0,64

2.2 Coloca o paciente em posição de Fowler 22 95,7 1 4,4 0,96 0,91

2.3 Examina a sonda 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

2.4 Protege o tórax do paciente 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.5 Examina as fossas nasais e seleciona a mais

permeável 22 95,7 1 4,4 0,96 0,91

2.6 Determina o comprimento da sonda a ser

introduzido pela medição NOX 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

2.7 Marca a medida da distância determinada 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

2.8 Posiciona o paciente 19 82,6 4 17,4 0,83 0,70

2.9 Lubrifica a sonda com anestésico 21 91,3 2 8,7 0,91 0,83

2.10 Lubrifica a narina do paciente com anestésico 20 87,0 3 13,0 0,87 0,76

2.11 Introduz a sonda delicadamente na narina 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.12 Em caso de resistência, pára e retrocede 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

2.13 Em caso de persistência na resistência, retira a

sonda 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.14 Observa sinais de tosse, dificuldade

respiratória, cianose ou agitação, retirando e

reintroduzindo

22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

2.15 Introduz a sonda lentamente até o mensurado 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.16 Confirma a localização da sonda com testes de

posicionamentos 20 87,0 3 13,0 0,87 0,76

2.17 Fecha a conexão da sonda 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.18 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao

coletor 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.19 Retira as luvas 23 100,0 - - 1,00 1,00

2.20 Fixa a sonda 23 100,0 - - 1,00 1,00

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável 23 100,0 - - 1,00 1,00

3.2 Organiza o ambiente 23 100,0 - - 1,00 1,00

3.3 Higieniza as mãos 23 100,0 - - 1,00 1,00

3.4 Registra o procedimento no prontuário 23 100,0 - - 1,00 1,00

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Legenda: NOX – Nariz-Orelha-Xifoide

Dentre os 28 itens do instrumento, 13 apresentaram índice de concordância perfeito

(Kappa = 1,00); 10 apresentaram nível de concordância ótimo (Kappa de 0,81 a 0,99) e 05

apresentaram nível de concordância bom (Kappa de 0,61 a 0,80), com Kappa total entre os

itens do instrumento de 0,87. Em relação ao IVC, todos os itens atingiram níveis acima de

0,75 e se obteve IVC total do instrumento de 0,95.

Foram 15 itens considerados adequados com alterações, dos quais 03 pertenciam ao

bloco das observações iniciais e 12 ao da técnica de sondagem nasogástrica. Portanto, não

foram atribuídas sugestões para alteração aos itens do bloco das observações finais. No

Quadro 2, são apresentadas as sugestões realizadas pelos juízes para que os itens considerados

adequados com alterações sejam reformulados e melhorados.

BLOCO ITENS REQUISITOS

AVALIADOS SUGESTÕES DOS JUÍZES

1 Observações

iniciais

1.1 Verifica dados no

prontuário do usuário Clareza

- Detalhar melhor a etapa no

instrumento.

1.3 Seleciona o material

e os instrumentos

necessários

Consistência;

Vocabulário;

Atualização;

Precisão.

- Substituir o verbo “seleciona”

por “reúne”.

- Suprimir a palavra

“instrumentos”.

-Enumerar os materiais

necessários.

- Observar na literatura o uso de

luvas e gazes estéreis.

1.4 Identifica-se para o

paciente e explica o

procedimento a ser

realizado

Sequência

instrucional dos

tópicos

- Colocar como item 1.2

2 Técnica de

Sondagem

Nasogástrica

2.1 Calça luvas

Clareza;

Atualização;

Sequência

instrucional dos

tópicos.

- Especificar o tipo de luva

(estéril ou não estéril).

- Colocar após item 2.3.

- Colocar após item 2.5.

2.2 Coloca o paciente em

posição de Fowler

Sequência

instrucional dos

tópicos

- Colocar como item 2.1.

2.3 Examina a sonda

Objetividade;

Vocabulário;

Sequência

instrucional dos

tópicos.

- Contemplado no item 1.3.

- Detalhar melhor a etapa no

instrumento.

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2.5 Examina as fossas

nasais e seleciona a mais

permeável

Precisão

- Detalhar sobre calibre da

sonda no item.

2.6 Determina o

comprimento da sonda a

ser introduzido pela

medição NOX

Clareza;

Vocabulário.

- Observar na literatura o uso da

sigla NOX.

2.7 Marca a medida da

distância determinada Clareza

- Reformular a redação do item

para: marca a sonda no

comprimento determinado

anteriormente.

2.8 Posiciona o paciente

Clareza;

Sequência

instrucional dos

tópicos

- Deixar claro que é o

posicionamento da cabeça do

paciente.

- Contemplado no item 2.2.

- Colocar antes do item 2.7.

- Contemplado no item 2.11.

2.9 Lubrifica a sonda com

anestésico

Sequência

instrucional dos

tópicos

- Colocar após o item 2.10.

2.10 Lubrifica a narina do

paciente com anestésico

Simplicidade;

Sequência

instrucional dos

tópicos

- Detalhar melhor a etapa no

instrumento.

- Colocar antes do item 2.9.

2.12 Em caso de

resistência, pára e

retrocede

Clareza

- Deixar claro que após

retroceder a sonda, esta é

reintroduzida.

2.14 Observa sinais de

tosse, dificuldade

respiratória, cianose ou

agitação, retirando e

reintroduzindo

Clareza - Reformular a redação do item.

2.16 Confirma a

localização da sonda com

testes de posicionamentos

Consistência;

Clareza.

- Detalhar os testes de

posicionamento.

Quadro 2 . Sugestões dos juízes acerca dos itens considerados adequados com alterações.

Natal/RN, 2013.

No parecer final dos juízes acerca do instrumento, baseado nos 10 requisitos de

avaliação, todos os requisitos adaptados dos critérios sugeridos por Pasquali obtiveram índice

Kappa bom e IVC acima de 0,75, como mostra o Quadro 3. Desses, utilidade/pertinência,

simplicidade e exequível receberam escore máximo de concordância. Em contrapartida, o

item sequência instrucional dos tópicos apresentou índice menor em relação aos demais

requisitos. Assim, esse requisito e outros que não apresentaram escore máximo de

concordância, bem como os 15 itens considerados adequados com alterações foram analisados

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para adaptação de acordo com sugestões dos juízes e literatura mais atual, a fim de viabilizar a

construção da versão final do instrumento.

REQUISITOS

PARECER FINAL

Adequado Adequado c/

alterações IVC Kappa

n % n %

Utilidade/ pertinência 23 100,0 - - 1,00 1,00

Consistência 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Clareza 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Objetividade 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Simplicidade 23 100,0 - - 1,00 1,00

Exequível 23 100,0 - - 1,00 1,00

Atualização 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Vocabulário 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Precisão 22 95,7 1 4,3 0,96 0,91

Sequência instrucional dos

tópicos 18 78,3 5 21,7 0,78 0,64

Quadro 3. Parecer final dos juízes acerca do instrumento da técnica de sondagem

nasogástrica. Natal/RN, 2013.

Na avaliação geral, o instrumento da habilidade sobre técnica de sondagem

nasogástrica obteve IVC com valores acima de 0,75, bem como apresentação de IVC total de

0,95 e Kappa total de 0,91, o que demonstra a alta confiabilidade e fidedignidade do

instrumento para observar a qualidade da assistência de enfermagem.

DISCUSSÃO

Houve predominância do sexo feminino entre os docentes selecionados para

julgamento dos itens do instrumento. Ao considerar que todos possuem formação em

enfermagem, associa-se tal fato ao histórico da profissionalização feminina ocorrida no Brasil

no final do século 19, quando a mulher permaneceu nas atividades ligadas ao cuidar, educar e

servir, consideradas vocação do gênero, e a enfermagem se constituiu na primeira profissão

feminina universitária, a fim de dar apoio aos programas de saúde pública brasileiros naquela

época. 24

Nota-se, portanto, que a feminização da profissão permanece, ao considerar o

predomínio da atuação de enfermeiras no âmbito da assistência e docência em enfermagem

atualmente.

O grande quantitativo feminino na docência também pode ser explicado pela menor

inserção de homens nos programas de Pós-Graduação Stricto Sensu no Brasil. 25

Nesse

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83

sentido, há uma menor procura pela qualificação acadêmica desses, com intuito de se tornar

professor de carreira universitária, quando comparado às mulheres. 25

O mestrado acadêmico como formação e titulação máxima, observada na maior parte

dos docentes selecionados, mostra o cumprimento do processo de profissionalização docente

determinada pela Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96, a qual determina o ingresso ao

magistério somente por concurso público de provas e títulos, que contrapõe o histórico da

educação brasileira que por muitos anos não exigia a formação do docente, quando era

suficiente apenas um pouco mais de conhecimento do que os alunos para exercer a

profissão.26

Com base no julgamento dos juízes para validação do instrumento, o único item

pertencente ao bloco das observações iniciais do instrumento da técnica de sondagem

nasogástrica que apresentou nível de concordância perfeito foi o 1.2 “higieniza as mãos”. Tal

índice de concordância, se deve ao fato de que a higienização das mãos se constitui em prática

recomendada nos serviços de saúde, a ser realizada antes e após qualquer procedimento, bem

como antes e após a sondagem nasogástrica, uma vez que reduz a transmissão de

microorganismos. 27

Ainda no bloco das observações iniciais os juízes apontaram sugestões para o

melhoramento dos itens 1.1, 1.3 e 1.4. Em relação ao item 1.1 “verifica dados no prontuário

do usuário”, este item se refere a verificação dos dados de identificação do usuário, do

diagnóstico e dados referente à nutrição enteral, caso a indicação da sonda seja para viabilizar

alimentação enteral, como recomendado pela RDC. 15

O item 1.3 “seleciona o material e os instrumentos necessários”, foi modificado para

“reúne os materiais necessários”, conforme sugestões dos juízes. No entanto, as

recomendações quanto à especificação do material não foram atendidas por se tratar de um

instrumento conciso do tipo check list para observação da prática de enfermagem durante a

técnica de inserção de sonda nasogástrica. Diante das sugestões dos juízes, vale ressaltar que

os compêndios de enfermagem 1,6

e manual de procedimentos em enfermagem 3 apontam o

uso de luvas de procedimento e gazes limpas, bem como apontam os materiais descritos no

instrumento para adequação do item, tais como sonda prescrita, cuba rim ou bandeja, gaze

limpa, luvas de procedimento, esparadrapo/micropore, anestésico gel hidrossolúvel tópico,

seringa de 20 ml, estetoscópio, toalha ou papel toalha, além de coletor aberto e dispositivo

intermediário de látex ou silicone que dependem da finalidade do procedimento.

É importante destacar que o uso de gel hidrossolúvel previne a pneumonia aspirativa

por óleo, caso a sonda acidentalmente entre na traqueia 17-18

e o uso do estetoscópio, a fim de

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verificar os ruídos hidroaéreos antes do procedimento e a instilação de ar para confirmar

posicionamento da sonda no estômago, tratado mais à frente, é contestado por alguns

estudos,20, 28

visto que ruídos intestinais e flatos ausentes permitem a nutrição enteral, uma vez

que os ruídos são em decorrência da movimentação de ar no intestino e, muitas vezes, estão

ausentes ou fracos, mesmo quando o intestino funciona normalmente. 28

Desse modo o

estetoscópio foi eliminado dos instrumentos necessários à técnica de sondagem nasogástrica.

A sequência instrucional do tópico 1.4 “identifica-se para o paciente e explica o

procedimento a ser realizado” foi alterada de acordo com a recomendação, e passa a

corresponder ao item 1.2. A comunicação com o paciente é essencial para o cuidado, pois é

importante que o profissional de enfermagem enfatize os aspectos positivos que propiciam a

adesão ao tratamento, com enfoque no uso da sonda como uma alternativa viável. 29

A

explicação do procedimento para diminuir o desconforto e promover cooperação é essencial.

O paciente pode ser informado sobre o desconforto nasal, náuseas e lacrimejamento que

poderá sentir e sobre a forma como poderá cooperar com o procedimento por meio da

respiração bucal e deglutição que facilitarão o avanço da sonda. 5,18

De acordo com a recomendação dos juízes, houve alteração na sequência instrucional

dos tópicos, ao considerar a obtenção do menor IVC (0,78) e índice Kappa (0,64) no item 2.1

“calça luvas”. Dessa forma o item foi modificado para “calça luvas limpas”, para garantir a

proteção da exposição aos fluidos do paciente 3,17

e suficiência no uso de luvas limpas não-

estéreis, o que torna desnecessário o uso de luvas estéreis. 1,3,6

Dessa forma, o item 2.1 “calça luvas” passou a compor o item 2.5 e o item 2.2

“coloca o paciente em posição de Fowler” foi transferido para o item 2.1, de acordo com

sugestão dos juízes.

Ao item 2.3 “examina a sonda” foi recomendado maior detalhamento, além da

supressão do item por já estar contemplado no item 1.3 “seleciona o material e os

instrumentos necessários”. Desse modo, o item foi excluído do instrumento, pois o exame da

estrutura da sonda deve ocorrer durante a seleção dos materiais quando é realizada a busca de

defeitos, bordas irregulares e ásperas ou lúmens parcialmente fechados, bem como a validade

é observada. 5,18

Quanto ao item 2.5 “examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável” foi

sugerido a inclusão de aspectos sobre calibre da sonda. No entanto, essa sugestão não foi

aceita, uma vez que o calibre da sonda deve ser observado quando o material é selecionado

para a execução do procedimento, ademais a sonda é adotada de acordo com a prescrição

médica quanto ao calibre, o qual varia de 12 a 18 French para um adulto normal. 5

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No item 2.6 “determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela medição

NOX”, foi sugerido observar na literatura aspectos sobre essa nomenclatura. Estudo 7

apresentou diferentes terminologias utilizadas como referência para as medidas à inserção da

sonda nasogástrica e constatou a existência de 09 modelos diferentes para o mesmo

procedimento. No entanto, de acordo com a literatura mais atual 2,18

a medida NEX vem do

inglês para indicar a medição da marca adequada para inserção da sonda, e significa que

começa do comprimento do nariz – nose – ao lóbulo da orelha – earlobe – até o apêndice

xifóide – xiphoid. Logo, o item 2.6 foi alterado para “determina o comprimento da sonda a ser

introduzido pela medição NEX”.

A reformulação da redação do item 2.7 “marca a medida da distância determinada”

foi sugerida. Assim, o item foi redigido da seguinte forma: “marca a sonda no comprimento

determinado anteriormente”.

Ao item 2.8 “posiciona o paciente” foi sugerido deixar claro que se trata do

posicionamento da cabeça do paciente, apesar de alguns juízes afirmarem que o item 2.8 foi

contemplado no item 2.2 “coloca o paciente em posição de Fowler” tal sugestão não foi

aceita, uma vez que o “posicionamento do paciente” corresponde a flexionar o pescoço do

paciente de forma que o queixo se aproxime do tórax, caso não haja contraindicação, a fim de

estreitar a traqueia e abrir o esôfago para desse modo favorecer a inserção correta da sonda

nasogástrica. 1 Portanto, não corresponde à posição de Fowler, conhecida como Fowler alta,

quando se eleva a cabeceira do leito a 45°, caso também não haja contraindicação. 17-18

Alguns juízes também afirmaram que o item 2.8 foi contemplado no item 2.11

“introduz a sonda delicadamente na narina”. Tal afirmação foi aceita, visto que antes de

introduzir a sonda na narina, a cabeça deve ser inclinada para trás para a introdução até a

nasofaringe posterior. Esse procedimento ocorre com direcionamento da sonda para baixo e

para trás no sentido da orelha e somente quando a sonda alcança a faringe, o paciente deve

inclinar a cabeça para frente, pois oclui a via aérea e, desse modo, apresenta menor

possibilidade de entrar na traqueia. 17-18

Logo, o item 2.8 foi excluído e o item 2.11 foi

alterado para “introduz a sonda delicadamente na narina posicionando a cabeça do paciente”.

O item 2.9 “lubrifica a sonda com anestésico” e 2.10 “lubrifica a narina do paciente

com anestésico” sofreram permuta de acordo com a sugestão dos juízes. Em relação

específica ao item 2.10 “lubrifica a narina do paciente com anestésico”, o texto foi substituído

por “utiliza no paciente analgésico tópico”, em razão de que a inalação de lidocaína por meio

de nebulização, spray e respiração intermitente com pressão positiva por nebulização pela

boca, tem demonstrado redução significativa da dor associada à instalação de sonda

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nasogástrica. 30

Já outros autores 17

apontam além do uso de analgésico tópico na narina e na

orofaringe, uso de cubos de gelo na boca do paciente por vários minutos para agir como

anestésico local para reduzir o desconforto na inserção da sonda nasogástrica.

No item 2.12 “em caso de resistência, pára e retrocede”, os juízes afirmaram a

necessidade de tornar mais claro o fato de que após retroceder a sonda, há reintrodução desta.

A reintrodução pode ocorrer na mesma narina ou caso persista, a sonda é retirada, com

inserção na outra narina mediante condições propícias para tal. 18

Nesse contexto, a redação

do item 2.12 ficou “em caso de resistência, para, retrocede e reintroduz a sonda”. A mesma

orientação de reformulação da redação ocorreu no item 2.14 “observa sinais de tosse,

dificuldade respiratória, cianose ou agitação, retirando e reintroduzindo”. Assim, para

discorrer sobre o fato da interrupção do procedimento mediante sinais de sofrimento 17

, o

texto foi reescrito dessa maneira: “ao observar sinais de tosse, dificuldade respiratória,

cianose ou agitação, retira e reintroduz a sonda”

O último item considerado adequado com alterações foi o 2.16 “confirma a

localização da sonda com testes de posicionamentos”, que apresentou sugestão para o

detalhamento dos testes de posicionamento.

Apesar da técnica de ausculta, ao ser instilado 10 ml ou mais de ar na sonda a fim de

observar o ruído na região epigástrica, ser largamente utilizada pelos profissionais para

certificação do posicionamento e estar presente em alguns compêndios de enfermagem, 1-2,18

não há nenhuma evidência que sustenta o método de ausculta para confirmação do

posicionamento correto da sonda. 20

Nesse contexto, o teste do hidrogênio (pH) e verificação por raio-X, se houver

mandril ou fio-guia, são considerados testes mais confiáveis pela evidência científica. 19-20

A

verificação do comprimento exterior da sonda, volume do aspirado, bem como a descrição do

aspirado apresentam moderado grau de confiabilidade para avaliação da localização na região

gástrica ou jejunal de acordo com a avaliação da evidência. 19

Desse modo, são considerados no teste do pH do conteúdo gástrico ácido valores

entre 0 e 4, com variação de 4 a 6, caso o paciente esteja em uso inibidor de ácido, já o pH do

intestino é geralmente 7 ou maior e o do trato respiratório 6 ou maior. 17

O aspecto do conteúdo gástrico deve ser transparente, amarelo-amarronzado ou

esverdeado, já o aspirado traqueobrônquico varia de branco natural à amarronzado, o líquido

pleural pode ser cor de palha e aquoso, enquanto o líquido intestinal varia de amarelo-claro a

amarelo-escuro ou verde amarronzado. 31

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Os itens que corresponderam às etapas finais da técnica obtiveram índice de

concordância perfeito, bem como os itens pertencentes ao bloco de observações finais.

Nesse contexto, torna-se fundamental o registro do procedimento executado por

enfermeiros. 16

Apesar de estudos 9 apontarem inadequações nessa prática, o registro claro e

preciso das informações relacionadas à inserção, administração e à evolução do usuário se

constitui atividade indispensável à execução dessa técnica de enfermagem. 16

CONCLUSÃO

O instrumento da habilidade técnica de sondagem nasogástrica apresentou, por meio

da avaliação dos juízes, confiabilidade e fidedignidade para observação da qualidade da

assistência de enfermagem, entretanto, alguns itens necessitaram de alterações.

Na avaliação geral do instrumento, de acordo com os requisitos adaptados do modelo

de Pasquali, foram obtidos IVC com valores acima de 0,75, bem como apresentação de IVC

total de 0,95 e Kappa total de 0,91, o que representa uma excelente avaliação do instrumento.

Dentre os 28 itens, procedeu-se à alteração de 12 itens com supressão de dois que

constavam no bloco correspondente à técnica de sondagem nasogástrica. Essas alterações

concentraram-se, principalmente, nos requisitos sequência instrucional dos tópicos, clareza e

vocabulário.

A técnica de sondagem nasogástrica é um procedimento realizado na rotina dos

serviços hospitalares que, ultimamente, tem se estendido para atenção domiciliar com os

novos programas de internação em domicílio. A sondagem nasogástrica é uma prática

fundamental na assistência de enfermagem que exige habilidade e conhecimento.

Portanto, este estudo representa uma etapa fundamental no início do processo de

validação do instrumento de habilidade de sondagem nasogástrica. Os instrumentos válidos

quanto ao seu conteúdo são ferramentas adequadas para observação da qualidade da

assistência de enfermagem e podem ser aplicados por serviços de saúde para melhoria na

capacidade técnica da equipe de enfermagem, bem como em instituições formadoras para

avaliar a habilidade dos alunos de graduação, em laboratórios de habilidades ou em campos

de prática.

As limitações do estudo correspondem à técnica de seleção de juízes, que

impossibilitou a inclusão de juízes de diferentes regiões do país, bem como à necessidade da

realização de outras fases desta pesquisa, pois este estudo se propôs a cumprir algumas fases

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do processo de validação e necessita da ressubmissão dos instrumentos aos juízes para reteste,

além da sua aplicação clínica, em busca de indicadores mais precisos e específicos.

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6 CONCLUSÃO

As falhas relacionadas ao conhecimento e a prática de enfermagem, que são

decorrentes, principalmente, do conhecimento teórico incipiente dos profissionais, revelam

uma incoerência entre a formação profissional e as necessidades da prática.

Nesse contexto, com vistas ao alcance da qualidade na prática assistencial de

enfermagem, por meio de embasamento científico, a validação de conteúdo apresenta uma

alternativa para incutir maior cientificidade à prática de enfermagem e garantir a qualidade

dessa assistência. Logo, o referencial metodológico de Pasquali desponta como método mais

utilizado nesse processo nas pesquisas brasileiras de enfermagem dos últimos anos.

Desse modo, o julgamento dos itens, por meio dos critérios adaptados desse

referencial e a aplicação de testes estatísticos aos instrumentos submetidos à avaliação de

juízes, demonstram a necessidade de alterações destes para o alcance de um instrumento

válido e adequado à mensuração do objeto a que se destina, pois ao verificar a

representatividade e extensão de cada item dos instrumentos em relação ao domínio estudado,

é possível obter a proposta de mensuração dos conhecimentos e habilidades em sondagem

nasogástrica para fomentar a qualidade da assistência de enfermagem.

Assim, a primeira etapa desse processo abordou a construção de instrumentos e

revelaram a necessidade de bases científicas norteadoras para subsidiar tal processo. Desse

modo, a construção de instrumentos sobre conhecimento e habilidade em sondagem

nasogástrica, bem como a submissão dos instrumentos aos juízes, a análise estatística e

análise das recomendações respaldadas nas recomendações científicas resultaram em

instrumentos válidos quanto ao seu conteúdo que se constituem em ferramentas adequadas

para observação da qualidade do conhecimento e da habilidade em sondagem nasogástrica.

Portanto, os instrumentos poderão ser utilizados por instituições formadoras e por

instituições de saúde para melhoria da formação profissional e da assistência no campo de

prática por meio de educação permanente de alunos e profissionais de enfermagem.

No entanto há limitações e as principais dificuldades encontradas no decorrer da

pesquisa foram relacionadas ao método de coleta de dados, ao disponibilizar os instrumentos

no formato impresso aos juízes com consequente demora na devolução do material analisado,

bem como a recusa de alguns juízes em participar da pesquisa e o julgamento incompleto de

um instrumento, que inviabilizou a utilização de seus dados.

As limitações se relacionaram à técnica de seleção de juízes, que impossibilitou a

inclusão de juízes de diferentes regiões do país, bem como a necessidade da realização de

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outras fases desta pesquisa, pois este estudo se propôs a cumprir algumas fases do processo de

validação e necessita da ressubmissão dos instrumentos aos juízes para reteste, além da sua

aplicação clínica, em busca de indicadores mais precisos e específicos.

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APÊNDICE A – Instrumento sobre habilidade em sondagem nasogástrica submetido aos juízes da pesquisa (check list)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE MESTRADO

INSTRUÇÕES PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Prezado (a) Juiz (a),

Leia atentamente as instruções a seguir para o preenchimento dos instrumentos do presente estudo intitulado “Análise dos conhecimentos e habilidade em semiologia e

semiotécnica da enfermagem: proposta de ação acadêmica associada”.

O objetivo deste instrumento é captar o parecer dos juízes da pesquisa acerca de cada um dos itens de avaliação dos indicadores dos cinco procedimentos de semiologia

e semiotécnica em enfermagem em questão: aferição de pressão arterial, lavagem das mãos, sondagem vesical de demora no sexo masculino, sondagem nasogástrica e

administração de medicamentos por via endovenosa.

Este instrumento é composto por um quadro demonstrativo com os requisitos (quadro 1), e seus respectivos códigos numéricos, a serem analisados em cada um dos

itens dos instrumentos de coleta.

Cada instrumento de checklist da habilidade técnica e o de avaliação do conhecimento dos cinco procedimentos abordados estão dispostos, para avaliação, da seguinte

maneira: a primeira coluna contém os itens a serem avaliados; segue-se com duas colunas, cada uma com respostas dicotômicas “Adequado (A)” e “Inadequado (I)” que

devem ser assinaladas com um “X”;em caso de inadequação, deverão ser listados os respectivos códigos numéricos, contidos no quadro 1, na coluna seguinte; e, por fim, uma

última coluna para designar de forma escrita os motivos de inadequações e/ou sugestões a fim de se adequar o item avaliado.

Assinalar com um “X” na opção “Adequado (A)” se o item de avaliação preencher todos os requisitos e, na opção “Inadequado (I)” se não preencher algum(ns) dos

requisitos, explicitando o código respectivo do requisito inadequadoe o motivo e/ou sugestão para melhoramento do item. Marcar somente uma opção.

Será disponibilizado, em anexo, o instrumento gabarito de cada procedimento, o qual contém os parâmetros considerados adequados para o correto desenvolvimento

das técnicas, bem como as respostas de cada questão do questionário acerca do conhecimento.

Quadro 1. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens das etapas do checklist da habilidade técnica eda avaliação do conhecimento.

CÓDIGO REQUISITOS A SEREM ANALISADOS CRITÉRIOS DE ANÁLISE

11 Utilidade / pertinência O item/a questão é relevante e atende a finalidade relativa ao procedimento proposto.

12 Consistência O conteúdo apresenta profundidade suficiente para a compreensão da etapa/questão.

13 Clareza Explicitado de forma clara, simples e inequívoca.

14 Objetividade Permite resposta pontual.

15 Simplicidade A etapa/questão expressa uma única ideia.

16 Exequível A etapa/questão é aplicável.

17 Atualização As etapas seguem as práticas baseadas em evidência mais atuais.

18 Vocabulário Palavras escolhidas corretamente e sem gerar ambiguidades.

19 Precisão Cada item de avaliação é distinto dos demais, não se confundem.

20 Sequência instrucional dos tópicos A sequência das etapas do procedimento/questões do conhecimento se mostra de forma coerente e em ordem de execução

corretas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE MESTRADO

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DOS JUÍZES

1 CARACTERIZAÇÃO DOS JUÍZES

1.1 Nome do avaliador: ________________________________________________________ 1.2 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

1.3 Idade: _____ anos

1.4 Qualificação profissional: ( ) Especialização ( )Residência ( ) Mestrado acadêmico ( ) Mestrado profissional ( ) Doutorado

1.5 Tempo de experiência:

Na docência: ________ em anos

Na disciplina de semiologia e semiotécnica: _______ em anos

1.6 Além da atividade docente, exerce outra atividade na área da enfermagem? ( ) Assistencial ( ) Gerencial

2 CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

Padrões de desempenho esperados: Indique ADEQUADO (A), INADEQUADO (I) e

identifique o código do(s) requisito(s) inadequados conforme o quadro 1. A I

Código(s) do(s)

requisitos

inadequados

Motivo(s) e/ou sugestão(ões) para as inadequações

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS

1.1 Verifica dados no prontuário do usuário

1.2 Identifica-se para o paciente e explica o procedimento a ser realizado

1.3 Higieniza as mãos

1.4 Seleciona o material e os instrumentos necessários

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Calça luvas

2.2 Coloca o paciente em posição de Fowler

2.3 Examina a sonda

2.4 Protege o tórax do paciente

2.5 Examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável

2.6 Determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela medição NOX

2.7 Marca a medida da distância determinada

2.8 Posiciona o paciente

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2.9 Lubrifica a sonda com anestésico

2.10 Lubrifica a narina do paciente com anestésico

2.11 Introduz a sonda delicadamente na narina

2.12 Em caso de resistência, para e retrocede

2.13 Em caso de persistência na resistência, retira a sonda

2.14 Observa sinais de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou agitação, retirando e

reintroduzindo

2.15 Introduz a sonda lentamente até o mensurado

2.16 Confirma a localização da sonda com testes de posicionamentos

2.17 Fecha a conexão da sonda

2.18 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao coletor

2.19 Retira as luvas

2.20 Fixa a sonda

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável

3.2 Organiza o ambiente

3.3 Higieniza as mãos

3.4 Registra o procedimento no prontuário

2.1 Em sua opinião, a realização inadequada de uma ou mais etapas do procedimento por parte do acadêmico, compromete toda a técnica?

( ) SIM ( ) NÃO

2.2 Caso a resposta tenha sido “não”, quais etapas, mesmo sendo realizadas inadequadamente, não comprometem toda a técnica? (Indique as etapas de acordo com

suas numerações respectivas).

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.3 Ainda no caso de ter respondido “não”, quantas inadequações são permitidas para que todo o procedimento não seja prejudicado?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.4 OUTROS COMENTÁRIOS E SUGESTÕES ACERCA DO CHECK LIST:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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3 CRITÉRIOS ADOTADOS PARA A AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA OU INSTRUMENTO GABARITO

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS ADEQUAÇÃO

1.1 Verifica os dados no prontuário do usuário Verifica os dados de identificação do usuário, o diagnóstico e outros dados no prontuário

antes do procedimento.

1.2 Higieniza as mãos Lava as mãos/higieniza com álcool em gel.

1.3 Seleciona o material e os instrumentos necessários Sonda prescrita, gaze não estéril/estéril, luvas de procedimento ou estéril, anestésico gel à

base de água (lidocaína/xilocaína 2%), seringa de 20 ml, coletor aberto, dispositivo

intermediário, esparadrapo/micropore, cuba rim, biombo, estetoscópio (algodão e álcool),

toalha.

1.4 Identifica-se para o paciente e explica o procedimento a ser realizado Adequa a linguagem ao usuário.

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Calça luvas Calça luvas de procedimento ou estéril.

2.2 Coloca o paciente em posição de Fowler Eleva o leito do paciente a 45°, exceto em casos de lesão raquimedular.

2.3 Examina a sonda Examina a validade, permeabilidade e qualidade da sonda.

2.4 Protege o tórax do paciente Cobre o tórax do paciente com toalha de papel para protegê-lo do contato com secreções

durante o procedimento.

2.5 Examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável Examina as narinas do paciente em busca de possível obstrução, atento para possíveis

alterações estruturais da face e seleciona a narina mais permeável.

2.6 Determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela medição NOX Realiza a medição da sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha correspondente à narina

escolhida e desta, até a porção inferior do apêndice xifóide do esterno do paciente.

2.7 Marca a medida da distância determinada Marca a medida com fita adesiva/esparadrapo e/ou, quando sonda graduada, anota ou

memoriza a marca mais próxima da distância total escolhida.

2.8 Posiciona o paciente Posiciona a cabeça do paciente, mantendo o alinhamento em relação ao tronco e flexiona a

cabeça suavemente em direção ao tórax.

2.9 Lubrifica a sonda com anestésico Lubrifica os últimos 10 cm da sonda, utilizando gaze e lidocaína ou xilocaína gel 2%.

2.10 Lubrifica a narina do paciente com anestésico Introduz 3 ml de lidocaína ou xilocaína gel 2% na narina escolhida.

2.11 Introduz a sonda delicadamente na narina Introduz a sonda delicadamente na narina, acompanhando o septo nasal e superfície

superior do palato duro.

2.12 Em caso de resistência, para e retrocede Em caso de resistência à progressão, para, retrocede e continua até a marca mensurada.

2.13 Em caso de persistência na resistência, retira a sonda Em caso de persistência na resistência à progressão, retira a sonda e anota o ocorrido.

2.14 Observa sinais de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou agitação,

retirando e reintroduzindo

Em caso de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou agitação traciona a sonda até a

nasofaringe e tenta repassagem.

2.15

Introduz a sonda lentamente até o mensurado Introduz na cavidade nasal delicadamente com movimentos seguros e firmes até a marca.

2.16 Confirma a localização da sonda com testes de posicionamentos Para confirmar a localização da sonda aspira com seringa de 20 ml, observando a presença

de conteúdo gástrico e avalia o pH que varia de 1 a 4 ou injeta 10 ml de ar e ausculta

simultaneamente os ruídos hidroaérios no quadrante superior esquerdo do abdômen com o

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estetoscópio.

2.17 Fecha a conexão da sonda Fecha a conexão da sonda para impedir refluxo gástrico.

2.18 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao coletor Conecta a sonda ao coletor quando prescrito, utilizando dispositivo intermediário.

2.19 Retira as luvas Retira as luvas para evitar a transmissão de microorganismos e facilitar manuseio do

adesivo.

2.20 Fixa a sonda Após limpeza da pele, fixa a sonda com fita tipo micropore/esparadrapo sem tracioná-la.

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável Promove conforto e segurança ao paciente.

3.2 Organiza o ambiente Recolhe todo o material e dá o destino correto.

3.3 Higieniza as mãos Lava as mãos ou higieniza com álcool gel.

3.4 Registra o procedimento no prontuário. Registra a cooperação do paciente, diâmetro e tipo de sonda utilizada, testes de

posicionamento realizados, descrição do volume cor e outras características do conteúdo

gástrico drenado e presença de ocorrências adversas e medidas tomadas.

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APÊNDICE B - Instrumento sobre conhecimento em sondagem nasogástrica submetido aos juízes (questionário)

4 QUESTIONÁRIO DO CONHECIMENTO ACERCA DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

4. Questões sobre a técnica de sondagem nasogástrica A I

Código(s) do(s)

requisitos

inadequados

Motivo(s) e/ou sugestão(ões) para as inadequações

4.1 São indicações para a sondagem nasogástrica, EXCETO:

a)Tratar uma obstrução

b)Diagnóstico dos distúrbios da motilidade gastrointestinal

c)Verificar a presença do reflexo do engasgo

d)Comprimir um local hemorrágico

e)Administrar medicamentos e alimentos

4.2 São cuidados que devem ser observados antes do procedimento de sondagem

nasogástrica, EXCETO:

a)Colocar o material próximo ao leito.

b)Examinar a permeabilidade e validade da sonda.

c)Paramentar-se com equipamentos de proteção individual.

d)Proteger o tórax do paciente para evitar contato com secreções.

e)Prender o mandaril ou fio-guia à sonda nasogástrica.

4.3 Do material utilizado para uma correta técnica de sondagem nasogástrica, tem-se:

a)Sonda, gazes, água destilada, seringa, luvas de procedimento, micropore,

estetoscópio, biombo.

b)Sonda, gazes, vaselina, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo, estetoscópio,

biombo.

c)Sonda, compressa, anestésico em gel, seringa, luvas de procedimento, micropore,

tensiômetro, biombo.

d)Sonda, gazes, anestésico em gel, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo,

estetoscópio, biombo.

e)Sonda, compressa, vaselina, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo,

estetoscópio, biombo.

4.4 No momento anterior à instalação de uma sonda nasogástrica, devemos:

a)Lubrificar a sonda com lubrificante à base de óleo antes de introduzir, para evitar

traumas.

b)Observar a permeabilidade da fossa nasal do paciente.

4- 5- 6- 7-

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c)Poupar o paciente de estresse não comunicando o procedimento.

d)Injetar 10 ml de gel anestésico na narina do paciente.

e)Colocar o paciente em posição de Trendelenburg.

3-

4.5 A avaliação do paciente antes da inserção da sonda compreende, EXCETO:

a)Presença de náuseas e vômitos

b)Hipoglicemia

c)Sons Intestinais

d)Capacidade de deglutir

e)Nível de consciência

8-

9- 10- 11-

4.6 Para determinar o comprimento da sonda nasogástrica a ser inserida, é

necessário o uso de marcadores que estão na sequência correta abaixo:

a)Lóbulo da orelha – ponta do nariz – processo xifoide

b)Lóbulo da orelha - ponta do nariz- cicatriz umbilical

c)Ponta do nariz - lóbulo da orelha – processo xifoide

d)Ponta do nariz - lóbulo da orelha – cicatriz umbilical

e)Ponta do nariz – esterno – cicatriz umbilical

4.7 Durante a passagem da sonda nasogástrica devemos:

a)Flexionar a cabeça do paciente em direção ao tronco.

b)Impedir que o paciente realize movimentos de deglutição.

c)Manter a cabeceira do leito a 10°.

d)Introduzir um adicional de 25 cm da sonda além do que foi mensurado pelos

marcadores.

e)Introduzir a sonda rapidamente.

4.8 Frente às intercorrências relacionadas à passagem da sonda nasogástrica

devemos:

a)Em caso de resistência, retroceder a sonda e introduzir novamente.

b)Continuar o procedimento em caso de vômitos.

c)Frente à suspeita da sonda não estar no estômago, aguardar confirmação pelo raio

X.

d)Reposicionar a sonda, sem retirá-la, quando for observado angústia respiratória e

queda do nível de saturação de oxigênio.

e)Em caso de persistência na resistência, deve-se continuar até conseguir inserir a

sonda.

4.9 Sobre o procedimento de sondagem gástrica é correto afirmar: a) b) c) d)

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a)A habilidade de inserir a sonda nasogástrica não pode ser delegada pelo enfermeiro

responsável ao técnico de enfermagem, sendo privativa do enfermeiro.

b)A fixação da sonda deve ser trocada a cada 72 horas.

c)A dieta deve ser mantida somente por bomba infusora.

d)Deve-se evitar lavar a sonda após a administração de dieta e medicamentos.

e)O volume e características dos líquidos drenados devem ser registrados em caso de

sonda aberta.

4.10 Analisando as afirmações a seguir sobre a confirmação do posicionamento da

sonda nasogástrica é INCORRETO:

a)Aspirar 10 a 20 ml de ar na seringa e conectá-la na extremidade da sonda para

realizar insuflação de ar e realizar ausculta na região epigástrica indica se a sonda

estiver no estômago.

b)Utilizar copo com água para observar bolhas em contato com ponta da sonda não é

mais indicado pelo risco de broncoaspiração do paciente.

c)Um dos testes de posicionamento consiste na aspiração de líquidos e observação de

seu aspecto.

d)Realizar o teste do pH do líquido aspirado informa se a sonda está posicionada no

estômago ou nas vias respiratórias.

e)A realização de um exame de raio X abdominal é obrigatório após inserção de

sonda nasogástrica.

4.11 Após realização de sondagem nasogástrica deve-se:

a)Iniciar imediatamente a infusão da dieta.

b)Manter sonda aberta até o momento da infusão da dieta.

c)Fixar sonda para realizar testes de posicionamento.

d)Realizar teste de posicionamento e fixar sonda.

e)Aguardar infusão da dieta para fixar a sonda

4.12 Julgue a questão correta em relação às etapas após procedimento de sondagem

nasogástrica:

a)Dar destino adequado aos materiais e encaminhar os descartáveis à Central de

Material e Esterilização.

b)Checar e registrar o procedimento e possíveis intercorrências no relatório de

enfermagem.

c)Manter sonda aberta ou desconectá-la.

d)Realizar higiene oral no paciente a cada 24h.

e)Infundir dieta somente pelo método de gavagem.

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APÊNDICE C – Carta de Convite aos juízes

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

CARTA CONVITE AOS JUÍZES DA PESQUISA

Aos avaliadores,

Vimos por meio desta respeitosamente convidá-lo a compor o Corpo de Juízes

destinado a avaliar os instrumentos (questionários e check lists) para verificar os

conhecimentos e habilidades técnicas referentes aos procedimentos básicos de Semiologia e

Semiotécnica dos alunos de graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte (UFRN). Desta forma, solicitamos sua colaboração na leitura e apreciação

dos instrumentos, assim como comentários e sugestões acerca da manutenção ou exclusão dos

itens e inclusão de novos, caso julgue necessário.

A avaliação deste material compõe a primeira etapa do projeto de pesquisa a nível de

mestrado intitulado: “Análise dos conhecimentos e habilidades em Semiologia e Semiotécnica

da Enfermagem: proposta de ação acadêmica associada”. O projeto obteve parecer favorável

do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes (protocolo

CEP/HUOL: 385/2009) e está sendo desenvolvido pelas mestrandas Aminna Kelly Almeida

de Oliveira, Gabriela de Sousa Martins Melo, Lívia Sêmele Câmara Balduíno, Manuela Pinto

Tibúrcio e Rosana Kelly de Silva Medeiros, sob a orientação do Prof. Dr. Gilson de

Vasconcelos Torres.

Caso nos honre com a sua participação para compor o quadro de juízes, o material será

disponibilizado através de correspondência eletrônica e deverá ser avaliado em 15 dias a

contar da data de recebimento dos instrumentos. Gostaríamos de ressaltar que os instrumentos

deverão ser mantidos em completo sigilo, pois posteriormente serão aplicados aos alunos de

graduação em enfermagem da UFRN, o que constitui a segunda etapa da pesquisa.

Na certeza de contarmos com a compreensão e empenho dos docentes, agradecemos

antecipadamente.

Atenciosamente,

Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres.

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107

APÊNDICE D – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

EU, ______________________________________________________________________,

RG ___________________________, declaro que, após ter sido convenientemente

esclarecido(a) por Aminna Kelly Almeida de Oliveira, Gabriela de Sousa Martins Melo, Lívia

Sêmele Câmara Balduíno, Manuela Pinto Tibúrcio e Rosana Kelly de Silva Medeiros,

mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, consinto em participar como juiz avaliador na pesquisa intitulada “Análise

dos conhecimentos e habilidades em Semiologia e Semiotécnica da Enfermagem: proposta de

ação acadêmica associada”, sob coordenação do professor orientador Dr. Gilson de

Vasconcelos Torres, que tem como objetivo geral analisar os conhecimentos e habilidades dos

alunos de graduação em enfermagem da UFRN sobre os procedimentos básicos de

Semiologia e Semiotécnica (lavagem das mãos, mensuração da pressão arterial, sondagem

vesical de demora, sondagem nasogástrica e administração de medicamentos por via

endovenosa).

Estou ciente que tenho a liberdade para participar e para retirar o consentimento em

qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo de caráter econômico, social, psicológico ou

moral, sendo garantido o anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha identificação. Sei

também que terei acesso aos resultados desta pesquisa, se assim desejar, após sua publicação

e que a equipe da pesquisa se responsabilizará por possíveis custos, bem como indenizações

de danos decorrentes da minha participação na pesquisa, desde que fique comprovado

legalmente sua necessidade.

___________________________________________________________________________

Assinatura do participante

COMPROMISSO DO PESQUISADOR: Eu, Gilson de Vasconcelos Torres, brasileiro,

CPF: 513267284-15, residente a Rua Massaranduba, 292, Nova Parnamirim, Natal/RN,

CEP:59086-260, Tel: (84) 32084308 / 99873769, Email: [email protected], discuti

as questões acima apresentadas ao participante no estudo.

Natal, _____ de ____________de 20____.

Prof. Dr. Gilson de Vasconcelos Torres

Pesquisador responsável

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108

APÊNDICE E – Instrumento sobre habilidade em sondagem nasogástrica reformulado

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE MESTRADO

INSTRUÇÕES PARA O PROCESSO DE AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Prezado (a) Juiz (a),

Leia atentamente as instruções a seguir para o preenchimento dos instrumentos do presente estudo intitulado “Análise dos conhecimentos e habilidade em semiologia e

semiotécnica da enfermagem: proposta de ação acadêmica associada”.

O objetivo deste instrumento é captar o parecer dos juízes da pesquisa acerca de cada um dos itens de avaliação dos indicadores dos cinco procedimentos de semiologia

e semiotécnica em enfermagem em questão: aferição de pressão arterial, lavagem das mãos, sondagem vesical de demora no sexo masculino, sondagem nasogástrica e

administração de medicamentos por via endovenosa.

Este instrumento é composto por um quadro demonstrativo com os requisitos (quadro 1) e seus respectivos códigos numéricos, a serem analisados em cada um dos

itens dos instrumentos de coleta.

Cada instrumento de check list da habilidade técnica e o de avaliação do conhecimento dos cinco procedimentos abordados estão dispostos, para avaliação, da seguinte

maneira: a primeira coluna contém os itens a serem avaliados; segue-se com duas colunas, cada uma com respostas dicotômicas “Adequado (A)” e “Inadequado (I)”, que

devem ser assinaladas com um “X”; em caso de inadequação, deverão ser listados os respectivos códigos numéricos, contidos no quadro 1, na coluna seguinte; e uma última

coluna para designar de forma escrita os motivos de inadequações e/ou sugestões a fim de se adequar o item avaliado.

Assinalar com um “X” na opção “Adequado (A)” se o item de avaliação preencher todos os requisitos e, na opção “Inadequado (I)” se não preencher algum(ns) dos

requisitos, explicitando o código respectivo do requisito inadequado e o motivo e/ou sugestão para melhoramento do item. Marcar somente uma opção.

Será disponibilizado, em anexo, o instrumento gabarito do check list de cada procedimento (ANEXO A), o qual contém os parâmetros considerados adequados para o

correto desenvolvimento das técnicas. Em relação ao instrumento do conhecimento, as respostas de cada questão encontram-se devidamente grifadas no texto. Por fim, o juiz

deverá emitir um parecer final para cada instrumento, através de requisitos pré-determinados e por escrito.

Quadro 1. Requisitos a serem analisados para cada um dos itens das etapas do checklist da habilidade técnica eda avaliação do conhecimento.

CÓDIGO REQUISITOS A SEREM ANALISADOS CRITÉRIOS DE ANÁLISE

21 Utilidade / pertinência O item/a questão é relevante e atende a finalidade relativa ao procedimento proposto.

22 Consistência O conteúdo apresenta profundidade suficiente para a compreensão da etapa/questão.

23 Clareza Explicitado de forma clara, simples e inequívoca.

24 Objetividade Permite resposta pontual.

25 Simplicidade A etapa/questão expressa uma única ideia.

26 Exequível A etapa/questão é aplicável.

27 Atualização As etapas seguem as práticas baseadas em evidência mais atuais.

28 Vocabulário Palavras escolhidas corretamente e sem gerar ambiguidades.

29 Precisão Cada item de avaliação é distinto dos demais, não se confundem.

30 Sequência instrucional dos tópicos A sequencia das etapas do procedimento/questões do conhecimento se mostra de forma coerente e em ordem de execução

corretas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM – CURSO DE MESTRADO

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DOS JUÍZES

1 CARACTERIZAÇÃO DOS JUÍZES

1.1 Nome do avaliador: _______________________________________________________________ 1.2 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

1.3 Idade: _____ anos

1.4 Qualificação profissional: ( ) Especialização ( )Residência ( ) Mestrado acadêmico ( ) Mestrado profissional ( ) Doutorado

1.5 Tempo de experiência:

Na docência: ________ em anos

Na disciplina de semiologia e semiotécnica: _______ em anos

1.6 Além da atividade docente, exerce outra atividade na área da enfermagem? ( ) Assistencial ( ) Gerencial

2 CHECK LIST PARA AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

Padrões de desempenho esperados: Indique ADEQUADO (A), INADEQUADO (I) e

identifique o código do(s) requisito(s) inadequados conforme o quadro 1. A I

Código(s) do(s)

requisitos

inadequados

Motivo(s) e/ou sugestão(ões) para as inadequações

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS

1.1 Verifica dados no prontuário do usuário

1.2 Identifica-se para o paciente e explica o procedimento a ser realizado

1.3 Higieniza as mãos

1.4 Reúne os materiais necessários

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Coloca o paciente em posição de Fowler

2.2 Protege o tórax do paciente

2.3 Examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável

2.4 Calça luvas limpas

2.5 Determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela medição NEX

2.6 Marca a sonda no comprimento determinado anteriormente

2.7 Utiliza no paciente analgésico tópico

2.8 Lubrifica a sonda com anestésico

2.9 Introduz a sonda delicadamente na narina posicionando a cabeça do paciente

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2.10 Em caso de resistência, pára, retrocede e reintroduz a sonda

2.11 Em caso de persistência na resistência, retira a sonda

2.12 Ao observar sinais de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou agitação, retira e

reintroduz a sonda

2.13 Introduz a sonda lentamente até o mensurado

2.14 Confirma a localização da sonda com testes de posicionamentos

2.15 Fecha a conexão da sonda

2.16 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao coletor

2.17 Retira as luvas

2.18 Fixa a sonda

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável

3.2 Organiza o ambiente

3.3 Higieniza as mãos

3.4 Registra o procedimento no prontuário

2.1 Em sua opinião, a realização inadequada de uma ou mais etapas/itens do procedimento compromete toda a técnica?

( ) SIM ( ) NÃO

2.2 Caso a resposta tenha sido “não”, quais etapas/itens, mesmo sendo realizadas inadequadamente, não comprometem toda a técnica? (Indique as etapas/itens de

acordo com suas numerações respectivas).

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2.3 Ainda no caso de ter respondido “não”, dos 18 itens avaliados, quantas inadequações são permitidas para que todo o procedimento seja considerado adequado?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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CRITÉRIOS ADOTADOS COMO ADEQUADOS PARA A AVALIAÇÃO DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

1 OBSERVAÇÕES INICIAIS ADEQUAÇÃO

1.1 Verifica os dados no prontuário do usuário Verifica os dados de identificação do usuário, o diagnóstico, bem como a prescrição antes do

procedimento.

1.2 Identifica-se para o paciente e explica o procedimento a ser

realizado

Adequa a linguagem ao usuário.

1.3 Higieniza as mãos Lava as mãos ou higieniza com álcool em gel.

1.4 Reúne os materiais necessários Sonda prescrita, gaze limpa, luvas de procedimento, anestésico gel hidrossolúvel tópico, seringa de

20 ml, esparadrapo/micropore, cuba rim ou bandeja, biombo, toalha ou papel toalha, coletor aberto,

dispositivo intermediário.

2 TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

2.1 Coloca o paciente em posição de Fowler Eleva o leito do paciente a 45°, exceto em casos de lesão raquimedular.

2.2 Protege o tórax do paciente Cobre o tórax do paciente com toalha ou papel toalha para protegê-lo do contato com secreções

durante o procedimento.

2.3 Examina as fossas nasais e seleciona a mais permeável Examina as narinas do paciente em busca de possível obstrução, atento para possíveis alterações

estruturais da face e seleciona a narina mais permeável.

2.4 Calça luvas limpas Calça luvas de procedimento.

2.5 Determina o comprimento da sonda a ser introduzido pela

medição NEX

Realiza a medição da sonda da ponta do nariz ao lóbulo da orelha correspondente à narina escolhida

e desta, até a porção inferior do apêndice xifóide do esterno do paciente.

2.6 Marca a sonda no comprimento determinado anteriormente Marca a medida determinada com fita adesiva/esparadrapo e/ou, quando sonda graduada, anota ou

memoriza a marca mais próxima da distância total escolhida.

2.7 Utiliza no paciente analgésico tópico Promove analgesia ao paciente por meio de inalação e/ou aplicação na narina do paciente de

lidocaína ou uso de cubos de gelo na cavidade oral do paciente.

2.8 Lubrifica a sonda com anestésico Lubrifica os últimos 10 cm da sonda, com uso de gaze e anestésico gel hidrossolúvel tópico

(lidocaína ou xilocaína gel 2%).

2.9 Introduz a sonda delicadamente na narina posicionando a cabeça

do paciente

Introduz a sonda delicadamente na narina, acompanhando o septo nasal e superfície superior do

palato duro; mantém o alinhamento da cabeça em relação ao tronco e a flexiona suavemente em

direção ao tórax.

2.10 Em caso de resistência, pára, retrocede e reintroduz a sonda Em caso de resistência à progressão, pára, retrocede e depois continua a introdução da sonda até a

marca mensurada.

2.11 Em caso de persistência na resistência, retira a sonda Em caso de persistência na resistência à progressão, retira a sonda e anota o ocorrido.

2.12 Ao observar sinais de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou

agitação, retira e reintroduz a sonda

Em caso de tosse, dificuldade respiratória, cianose ou agitação traciona a sonda até a nasofaringe e

tenta repassagem.

2.13

Introduz a sonda lentamente até o mensurado Introduz na cavidade nasal delicadamente com movimentos seguros e firmes até a marca.

2.14 Confirma a localização da sonda com testes de posicionamentos Para confirmar a localização da sonda, o líquido é drenado da sonda com aspiração por seringa de 20

ml, o aspecto é observado e o pH, avaliado com variação de 0 a 4 ao tratar-se de conteúdo gástrico.

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2.15 Fecha a conexão da sonda Fecha a conexão da sonda para impedir refluxo gástrico.

2.16 Em caso de drenagem, conecta a sonda ao coletor Conecta a sonda ao coletor quando prescrito, utilizando dispositivo intermediário.

2.17 Retira as luvas Retira as luvas para evitar a transmissão de microorganismos e facilitar manuseio do adesivo que

fixará a sonda.

2.18 Fixa a sonda Após limpeza da pele, fixa a sonda com fita tipo micropore/esparadrapo sem tracioná-la.

3 OBSERVAÇÕES FINAIS

3.1 Deixa o paciente em posição confortável Promove conforto e segurança ao paciente.

3.2 Organiza o ambiente Recolhe todo o material e dá o destino correto.

3.3 Higieniza as mãos Lava as mãos ou higieniza com álcool gel.

3.4 Registra o procedimento no prontuário. Registra a cooperação do paciente, diâmetro e tipo de sonda utilizada, testes de posicionamento

realizados, descrição do volume cor e outras características do conteúdo gástrico drenado, bem como

presença de ocorrências adversas e medidas tomadas.

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APÊNDICE F – Instrumento sobre conhecimento em sondagem nasogástrica reformulado

3 QUESTIONÁRIO DO CONHECIMENTO ACERCA DA TÉCNICA DE SONDAGEM NASOGÁSTRICA

3. Questões sobre a técnica de sondagem nasogástrica A I

Código(s) do(s)

requisitos

inadequados

Motivo(s) e/ou sugestão(ões) para as inadequações

3.1 Não é indicação para sondagem nasogástrica:

a)Tratar uma obstrução gástrica.

b)Diagnóstico dos distúrbios da motilidade gastrointestinal.

c)Verificar a presença do reflexo do engasgo.

d)Comprimir um local hemorrágico.

e)Administrar medicamentos e alimentos.

3.2 É dispensável antes do procedimento de sondagem nasogástrica:

a)Colocar o material próximo ao leito.

b)Examinar a permeabilidade e validade da sonda.

c)Paramentar-se com equipamentos de proteção individual.

d)Proteger o tórax do paciente para evitar contato com secreções.

e)Prender o mandaril ou fio-guia à sonda nasogástrica.

3.3 Do material utilizado para uma correta técnica de sondagem nasogástrica, tem-se:

a)Sonda, gazes, água destilada, seringa, luvas de procedimento, micropore,

estetoscópio, biombo.

b)Sonda, gazes, vaselina, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo, estetoscópio,

biombo.

c)Sonda, compressa, anestésico em gel, seringa, luvas de procedimento, micropore,

tensiômetro, biombo.

d)Sonda, gazes, anestésico em gel, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo,

biombo.

e)Sonda, compressa, vaselina, seringa, luvas de procedimento, esparadrapo,

estetoscópio, biombo.

3.4 É um cuidado de Enfermagem realizado antes da instalação de uma sonda

nasogástrica:

a)Lubrificar a sonda com lubrificante à base de óleo antes de introduzir, para evitar

traumas.

b)Observar a permeabilidade da fossa nasal do paciente.

12- 13- 14- 15-

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c)Poupar o paciente de estresse não comunicando o procedimento.

d)Injetar 10 ml de gel anestésico na narina do paciente.

e)Colocar o paciente em posição de Trendelenburg.

3.5 A avaliação da condição do paciente para sondagem nasogástrica não

compreende:

a)Presença de náuseas e vômitos.

b)Hipoglicemia.

c)Sons Intestinais.

d)Capacidade de deglutir.

e)Nível de consciência.

16- 17- 18-

3.6 Para determinar o comprimento da sonda nasogástrica a ser inserida, é necessário

o uso de marcadores que estão na sequência correta abaixo:

a)Lóbulo da orelha – ponta do nariz – processo xifoide.

b)Lóbulo da orelha - ponta do nariz- cicatriz umbilical.

c)Ponta do nariz - lóbulo da orelha – processo xifoide.

d)Ponta do nariz - lóbulo da orelha – cicatriz umbilical.

e)Ponta do nariz – esterno – cicatriz umbilical.

3.7 Durante a passagem da sonda nasogástrica, deve-se:

a)Flexionar a cabeça do paciente em direção ao tronco.

b)Impedir que o paciente realize movimentos de deglutição.

c)Manter a cabeceira do leito a 10°.

d)Introduzir um adicional de 25 cm da sonda além do que foi mensurado pelos

marcadores.

e)Introduzir a sonda rapidamente.

3.8 Frente às intercorrências relacionadas à inserção da sonda nasogástrica,

deve-se:

a)Em caso de resistência, retroceder a sonda e introduzir novamente.

b)Continuar o procedimento em caso de vômitos.

c)Frente à suspeita da sonda não estar no estômago, aguardar confirmação pelo raio-

X.

d)Reposicionar a sonda, sem retirá-la, quando for observado angústia respiratória e

queda do nível de saturação de oxigênio.

e)Em caso de persistência na resistência, deve-se continuar até conseguir inserir a

sonda.

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3.9 Sobre o procedimento de sondagem gástrica é correto afirmar:

a)A habilidade de inserir a sonda nasogástrica não pode ser delegada pelo enfermeiro

responsável ao técnico de enfermagem, sendo privativa do enfermeiro.

b)A fixação da sonda deve ser trocada a cada 72 horas.

c)A dieta deve ser mantida somente por bomba infusora.

d)Deve-se evitar lavar a sonda após a administração de dieta e medicamentos.

e)O volume e características dos líquidos drenados devem ser registrados em caso de

sonda aberta.

e) f) g) h)

3.10 Dentre as sentenças a seguir sobre a confirmação do posicionamento da sonda

nasogástrica, está correto:

a) A realização de um exame de raio-X abdominal é obrigatório após inserção de

sonda nasogástrica.

b) Utilizar copo com água para observar bolhas em contato com ponta da sonda é o

mais indicado para confirmação do posicionamento da sonda nasogástrica.

c) A aspiração de líquidos e observação de seu aspecto não consiste em teste de

posicionamento.

d) Realizar o teste do pH do líquido aspirado não informa se a sonda está posicionada

no estômago ou nas vias respiratórias.

e) Aspirar 10 a 20 ml de ar na seringa e conectá-la na extremidade da sonda para

realizar insuflação de ar e realizar ausculta na região epigástrica indica se a sonda

está no estômago.

3.11 Após realização de sondagem nasogástrica, deve-se:

a)Iniciar imediatamente a infusão da dieta.

b)Manter sonda aberta até o momento da infusão da dieta.

c)Fixar sonda para realizar testes de posicionamento.

d)Realizar teste de posicionamento e fixar sonda.

e)Aguardar infusão da dieta para fixar a sonda.

3.12 Julgue a questão correta em relação às etapas após procedimento de sondagem

nasogástrica:

a)Dar destino adequado aos materiais e encaminhar os descartáveis à Central de

Material e Esterilização.

b)Checar e registrar o procedimento e possíveis intercorrências no relatório de

enfermagem.

c)Manter sonda aberta ou desconectá-la.

d)Realizar higiene oral no paciente a cada 24h.

e)Infundir dieta somente pelo método de gavagem.

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3.1 Em sua opinião, cite 2 questões que não são relevantes para a avalição do conhecimento da técnica em questão e que, portanto, poderiam ser retiradas do

questionário sem prejuízo? (Indique as questões de acordo com suas numerações respectivas).

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. PARECER FINAL DOS INSTRUMENTOS CHECK LIST E QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTOS

CRITÉRIOS DE

AVALIAÇÃO

Instrumento check list Instrumento sobre conhecimentos

A I Se inadequado, motivo(s) e/ou sugestão(ões) A I Se inadequado, motivo(s) e/ou sugestão(ões)

Utilidade/pertinência

Consistência

Clareza

Objetividade

Simplicidade

Exequível

Atualização

Vocabulário

Precisão

Sequência instrucional

dos tópicos

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4.1 COMENTÁRIOS E SUGESTÕES ACERCA DO CHECK LIST:

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____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

4.2 COMENTÁRIOS E SUGESTÕES ACERCA DO QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTOS:

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

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ANEXO A – Certificado de aprovação do Protocolo de Pesquisa pelo Comitê de Ética