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ADMINISTRAÇÃO – SERVIÇOS ROSECLEI FELTRIN ESTUDO PARA TRANSFORMAR UMA EMPRESA TRANSPORTADORA EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA CANOAS, 2008

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ADMINISTRAÇÃO – SERVIÇOS

ROSECLEI FELTRIN

ESTUDO PARA TRANSFORMAR UMA EMPRESA TRANSPORTADORA EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA

CANOAS, 2008

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ROSECLEI FELTRIN

ESTUDO PARA TRANSFORMAR UMA EMPRESA TRANSPORTADORA EM UMA EMPRESA OPERADORA LOGÍSTICA

Trabalho de conclusão apresentado à banca examinadora do curso de Administração Serviços do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração – Habilitação em Serviços, sob orientação do Professor Adroaldo Strack.

CANOAS, 2008

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, Alfredo Feltrin e

Philomena Dalila Gasparetto Feltrin, in memorian, pelo

exemplo de coragem, força e superação, persistência e

valores como respeito, ética, honestidade e

religiosidade, que os fizeram pessoas íntegras e

honradas, cujos princípios continuam orientando a

minha vida e foram fundamentais para a conclusão deste

trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À Deus:

Agradeço pela força, proteção, saúde, coragem e por permitir que este sonho se tornasse

realidade.

À minha Família:

Aos meus pais, Alfredo e Dalila, in memorian, pelos exemplos deixados;

Ao meu marido, Paulo Roberto, pelo seu apoio, companheirismo, amor e dedicação em

todos os momentos;

Aos meus filhos, Gabriel e Pedro, que com os seus sorrisos me iluminaram e

alegraram nos momentos de dificuldade;

À minha irmã, Renilda, que por inúmeras vezes colaborou no cuidado dos meus filhos

para que eu pudesse estudar com tranqüilidade.

Aos Professores:

Adroaldo Strack, pela dedicação, ensinamentos, profissionalismo na orientação,

sinceridade e qualidade do trabalho. Seu acompanhamento e conhecimento foram

fundamentais para a realização dessa conquista;

Letícia Martins, pela sua paciência, carinho, atenção e alegria. Seus ensinamentos

possibilitaram a concretização deste estudo.

À empresa PLANALTO, em especial ao Sr. Daniel Martin, Gerente Comercial, que

gentilmente se dispôs a colaborar para que este trabalho se realizasse.

Aos amigos e amigas, pela amizade e alegria, que direta ou indiretamente contribuíram

para a realização deste trabalho.

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RESUMO

A Logística, desde o seu surgimento, vem adquirindo uma importância cada vez maior dentro do cenário econômico mundial. A nova configuração econômica pela qual a nação brasileira está passando, bem como o novo padrão econômico internacional, aliado ao fortalecimento do processo de globalização e a integração política entre as nações, frutos da relação comercial entre os diversos países, têm proporcionado o cenário ideal para a evolução e o crescimento das operações logísticas entre as organizações. Nas últimas três décadas, a matriz de transportes vem sendo mais bem pensada apresentando uma crescente divisão entre os modais, que vem transferindo a carga do modal rodoviário, principalmente para os modais hidroviário e ferroviário. A atual tendência do setor logístico é a terceirização, desta forma, possibilitando que a empresa contratante concentre esforços maiores em seu negócio, enquanto que a empresa contratada possa preocupar-se em prestar serviços - armazenamento, estoque e transporte, atividades básicas de um operador logístico. Acompanhando esta tendência, analisou-se as características de uma empresa transportadora tradicional e de uma empresa operadora logística, bem como foram apresentadas ações que poderão contribuir na evolução da Planalto Encomendas, possibilitando-lhe agregar à sua prática um novo conceito que é o de transformar-se em uma empresa operadora logística.Palavras–chave: Transporte; Logística; Terceirização; Armazenamento; Transportadora Tradicional; Operador Logístico.

ABSTRACT

The Logistics since its appearance has been acquiring a growing importance within the global economic scenario. The new economic configuration in which the Brazilian nation is passing through, as well as the new international economic standard, allied to the strengthening of the process of globalization and political integration among nations, results of the commercial relation between several countries, has been providing the ideal scenery for development and growth of logistical operations between organizations. In the last three decades the way of transport has been more well thought presenting a growing division between its modes, which has been transferring load from the road mode mainly to the hydroroad and railroad modes. The current trend of the logistical sector is outsourcing, thus, allows the contractors to concentrate more on their business, while the contracted company worries about providing services such as warehousing, storage and transportation, basic activities of a logistics operator. Following this trend, were analyzed both the features of a traditional transport company and an operating logistics company as well as were presented actions that will contribute in the development of “Planalto Encomendas” into this new concept which is transforming itself into a logistics operator company.Key–words: transport; Logistics; Outsourcing; Warehousing; Traditional transport company; Logistics operator.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Estados onde a Planalto atua com serviço de entrega...........................................15

Figura 02 – Organograma da empresa Planalto .......................................................................16

Figura 03 – Composição percentual das cargas........................................................................23

Figura 04 – Matriz do transporte atual e futura........................................................................24

Figura 05 – Cronograma de investimentos...............................................................................25

Figura 06 – Prateleira com estoque paletizado.........................................................................37

Figura 07 – Gaveta para pequenas peças..................................................................................37

Figura 08 – Tipos de peletes.....................................................................................................38

Figura 09 – Carrinho de mão....................................................................................................40

Figura 10 – Paleteira manual....................................................................................................40

Figura 11 - Esteira transportadora.............................................................................................41

Figura 12 – Empilhadeira frontal..............................................................................................42

Figura 13 – Fases da logística...................................................................................................48

Figura 14 – Elementos de serviço ao cliente.............................................................................49

Figura 15 – Sistema de informação...........................................................................................53

Figura 16 – A cadeia de suprimentos imediata da empresa......................................................56

Figura 17 – O triângulo do planejamento da cadeia de suprimentos .......................................57

Figura 18 – Atividades logísticas na cadeia de suprimentos....................................................57

Figura 19 – A evolução da logística para a cadeia de suprimentos..........................................58

Figura 20 – Modelo Supply Chain............................................................................................59

Figura 21 – Tipos de operadores segundo o serviço prestado..................................................72

Figura 22 – Evolução da terceirização logística no Brasil........................................................79

Figura 23 – Nível de terceirização logística por grupo de atividade........................................80

Figura 24 – Rastreamento on-line.............................................................................................88

Figura 25 – Código de barras....................................................................................................88

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Veículos utilizados no transporte rodoviário.......................................................26

Quadro 02 – Função do armazenamento...................................................................................36

Quadro 03 – Funcionalidade e os princípios do transporte.......................................................51

Quadro 04 – Serviços tradicionais X serviços logísticos..........................................................60

Quadro 05 – Composição da análise de dados..........................................................................65

Quadro 06 – Exemplos de operadores logísticos de diferentes origens....................................73

Quadro 07 – Características dos Operadores Logísticos integrados e das Transportadoras de

Serviço Tradicional...................................................................................................................74

Quadro 08 – Motivos para terceirizar.......................................................................................78

Quadro 09 – Estruturação do setor de encomendas da Transportadora Planalto......................90

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................12

2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA..........................................................................................14

2.1 Caracterização da organização........................................................................................14

2.2 Situação problemática......................................................................................................16

2.2.1 Delimitação do problema.................................................................................................18

2.3 Justificativa........................................................................................................................18

3 OBJETIVOS.........................................................................................................................20

3.1 Objetivo geral....................................................................................................................20

3.2 Objetivos específicos.........................................................................................................20

4 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................21

4.1 Transporte.........................................................................................................................21

4.1.1 Histórico do transporte.....................................................................................................21

4.1.2 Conceitos básicos ao transporte.......................................................................................22

4.1.3 Transporte rodoviário.......................................................................................................22

4.1.3.1.Características do transporte rodoviário..............................................................................25

4.1.3.2 Principais equipamentos rodoviários..................................................................................26

4.1.3.3 Vantagens e desvantagens.............................................................................................26

4.1.3.4 Frotas.............................................................................................................................27

4.1.3.4.1 Frota própria...............................................................................................................27

4.1.3.4.2 Frota terceirizada........................................................................................................28

4.1.3.4.3 Frota própria X frota terceirizada.....................................................................................29

4.1.4 Transporte ferroviário......................................................................................................29

4.1.5 Transporte aquaviário......................................................................................................30

4.1.6 Transporte aeroviário.......................................................................................................31

4.1.6.1 Vantagens e desvantagens..............................................................................................31

4.1.7 Transporte dutoviário.......................................................................................................32

4.1.8 Formas de transporte........................................................................................................32

4.1.8.1 Unimodal.......................................................................................................................33

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4.1.8.2 Sucessivo.......................................................................................................................33

4.1.8.3 Segmentado...................................................................................................................33

4.1.8.4 Multimodal....................................................................................................................33

4.1.8.5 Intermodal.....................................................................................................................34

4.2 Armazenamento................................................................................................................34

4.2.1 Tipos de depósitos ou armazém.......................................................................................35

4.2.2 Funções de um depósito ou armazém.....................................................................................35

4.2.3 Manuseio de materiais.....................................................................................................36

4.2.3.1 Prateleiras......................................................................................................................36

4.2.3.2 Gavetas..........................................................................................................................37

4.2.3.3 Paletes...........................................................................................................................38

4.2.4 Locomoção interna de materiais......................................................................................39

4.2.4.1 Esteiras transportadoras................................................................................................40

4.2.4.2 Empilhadeiras................................................................................................................41

4.2.4.3 Cabos de reboque.............................................................................................................42

4.2.4.4 Veículos de reboque........................................................................................................43

4.2.4.5 Robôs............................................................................................................................43

4.2.5 Cross Docking..................................................................................................................43

4.3 Custos ................................................................................................................................44

4.4 Logística.............................................................................................................................45

4.4.1 Conceitos..........................................................................................................................46

4.4.2 Evolução da logística.......................................................................................................46

4.4.3 Clientes.............................................................................................................................49

4.4.4 Serviços logísticos............................................................................................................50

4.4.5 Estoque.............................................................................................................................51

4.4.6 A Informação no processo logístico.................................................................................52

4.4.6.1 Tipos de informações....................................................................................................52

4.4.7 Roteirização.....................................................................................................................55

4.4.8 Corretores de cargas (Brokers)........................................................................................55

4.4.9 Gestão da cadeia de suprimento - Supply Chain Management........................................55

4.5 Marco teórico.....................................................................................................................60

5 MÉTODO.............................................................................................................................62

5.1 Tipo de característica do estudo......................................................................................62

5.2 Área – alvo e sujeito..........................................................................................................63

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5.3 Coleta de dados..................................................................................................................64

5.4 Análise de dados................................................................................................................64

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.........................................................................66

6.1 Identificação do Serviço de uma empresa transportadora e de uma empresa

operadora logística..................................................................................................................66

6.1.1 Empresa transportadora....................................................................................................66

6.1.1.1 Transportadora tradicional............................................................................................67

6.1.1.2 Cenário do mercado .....................................................................................................67

6.1.1.3 Classificação das empresas transportadoras.................................................................68

6.1.1.3.1 Transportadoras comuns..............................................................................................69

6.1.1.3.2 Transportadoras contratadas............................................................................................69

6.1.1.3.3 Transportadoras privadas................................................................................................69

6.1.1.3.4 Transportadoras isentas.................................................................................................70

6.1.2 Empresas de serviços logísticos.......................................................................................70

6.1.2.1 Conceito de empresa operadora de serviço logístico....................................................71

6.1.2.2 Tipos de serviços e a classificação dos operadores logísticos......................................71

6.1.2.2.1 Tipos de serviços logísticos.......................................................................................71

6.1.2.2.2. Classificação das empresas operadoras de logística.................................................73

6.1.2.3 Diferenças do operador logístico para a transportadora tradicional ............................74

6.1.2.4 Atividades de uma empresa de serviço logístico..........................................................76

6.1.2.5 Razões para terceirizar atividades logísticas ................................................................77

6.1.2.6 Terceirização da logística no Brasil..............................................................................78

6.1.2.7 Resultados da terceirização...........................................................................................80

6.1.2.8 Sistema de informação e comunicação nas empresas operadoras de serviços logísticos

81

6.1.2.9 O que se espera para o futuro .......................................................................................82

6.2 Caracterização dos serviços prestados pela Planalto Encomendas..............................82

6.2.1 Transporte na Planalto.....................................................................................................83

6.2.1.1 Vantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto............................................83

6.2.1.2 Desvantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto.......................................83

6.2.1.3 Vantagens do modal aéreo para a Empresa Planalto ...................................................84

6.2.2 A forma de transporte utilizada na Empresa Planalto......................................................84

6.2.3 Frota da Planalto Encomendas.........................................................................................84

6.2.3.1 Vantagem na utilização de frota própria pela Planalto Encomendas............................85

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6.2.3.2 Vantagem na utilização de frota terceirizada pela Planalto Encomendas.....................85

6.2.3.3 Desvantagem na utilização da frota rodoviária (própria/terceirizada) da Planalto

Encomendas..............................................................................................................................85

6.2.4 Armazenagem e manuseio dos produtos na Planalto Encomendas.................................85

6.2.5 Custos diretos e indiretos da Planalto Encomendas.........................................................86

6.2.6 Tipos de produtos transportados pela Planalto................................................................86

6.2.7 Tipos de tecnologia da informação usadas na Planalto Encomendas..............................87

6.2.8 Supply Chain na Planalto Encomendas............................................................................88

6.2.9 Roteirização da Planalto Encomendas.............................................................................89

6.2.10 A relação da Planalto Encomendas com os seus clientes..............................................89

6.2.11 Estrutura da Planalto Encomendas.................................................................................90

6.3 Identificação dos passos a serem dados pela Planalto Encomendas para alcançar o

status de uma empresa de logística........................................................................................91

6.3.1 Armazenamento...............................................................................................................92

6.3.2 Estoque.............................................................................................................................94

6.3.3 Transporte........................................................................................................................95

6.3.4 Clientes.............................................................................................................................97

6.3.5 Tecnologia........................................................................................................................98

6.3.6 Colaboradores internos....................................................................................................99

7 CONCLUSÃO....................................................................................................................101

REFERÊNCIAS....................................................................................................................103

APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista................................................................................107

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1 INTRODUÇÃO

No início da história da humanidade, o homem transportava os produtos para suprir

suas necessidades de acordo com sua capacidade, ou seja, conforme sua força física

possibilitava. Com o passar do tempo e o surgimento do escambo (forma de comercialização

dos produtos através do sistema de troca-troca) alguns animais passaram a ser domesticados e

utilizados para ampliar a capacidade de transporte. Bem mais tarde, já com o surgimento da

agricultura o homem ampliou, ainda mais, a sua capacidade de transportar cargas com o

invento da roda e a construção de veículos.

No século XX, com a chegada da revolução industrial, a descoberta do aço e outros

avanços tecnológicos, possibilitaram a construção de embarcações para o transporte sobre as

águas, assim como, a construção de aeronaves onde se passou a transportar, também, pela via

aérea. (RODRIGUES, 2007, p. 16).

Hoje, o transporte está diretamente ligado ao desenvolvimento das sociedades

modernas, sendo um instrumento básico para facilitar o desenvolvimento econômico.

A logística, por sua vez, surgiu durante a 2ª guerra mundial onde o seu conceito era a

arte de movimentar exércitos. Nos dias atuais, continua evoluindo com a preocupação de

agregar valor ao produto, aperfeiçoar o fluxo dos materiais e produtos, desde a produção até o

consumidor final, com o menor tempo possível, com o principal objetivo de atender

adequadamente as necessidades do cliente e garantir vantagens competitivas sobre outras

empresas. (RODRIGUES, 2007, p. 31, 157).

Diante deste cenário, este trabalho analisou como a Planalto Encomendas pode

tornar-se uma Empresa de Logística. O segundo capítulo apresenta a definição do problema, a

caracterização da Planalto Transportes e a sua atuação no mercado, bem como a justificativa

em que é explicitado o porquê da Empresa Planalto tornar-se uma Empresa Operadora

Logística.

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No terceiro capítulo apresentam-se os objetivos geral e específicos, através dos quais é

apresentado o estudo proposto. O referencial teórico exposto no quarto capítulo mostra o que

foi coletado como sendo a base para o passo posterior, no qual foram confrontadas prática e

teoria, assim realizou-se as análises necessárias para a comprovação dos objetivos escolhidos.

No marco teórico, apresentaram-se, resumidamente, os itens de referência teórica de

sustentação do presente trabalho.

A metodologia utilizada para a execução do trabalho apresentada no quinto capítulo

mostra os meios e as formas de coleta do conteúdo para a efetivação da pesquisa, através dos

quais se atingiu os objetivos específicos definidos e respondeu-se a situação problema

colocada no início do estudo ora apresentado.

A apresentação dos resultados está no capítulo seis, que tem por objetivo estabelecer a

ligação entre a teoria e a prática, citando as ações que ampliarão as possibilidades e a

competitividade da Planalto Encomendas neste tão concorrido espaço como empresa

operadora de logística.

Por fim, o capítulo sete traz a conclusão sobre o trabalho e a empresa pesquisada.

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2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Neste capítulo serão apresentados o histórico da Planalto Transportes, bem como o

descritivo situacional na atualidade. Também, serão apresentadas a situação e delimitação do

problema e a justificativa para a escolha desse enfoque.

2.1 Caracterização da organização

A Planalto Transportes está presente no mercado há quase 60 anos. Iniciou em

novembro de 1948 com apenas um ônibus e fez a sua primeira viagem entre Santo Ângelo e

Santa Maria.

Ao longo de sua história seu crescimento tem sido constante, resultado de uma gestão

familiar firme e conservadora. É uma empresa tipicamente gaúcha, sinônimo de tradição,

segurança, qualidade e solidez.

A Planalto Encomendas, que é um ramo da Planalto Transportes, atua em um setor

bastante competitivo, onde empresas de pequeno e grande porte concorrem de forma acirrada

pelo atendimento a seus clientes. Apesar de ter um perfil de carga ainda muito diversificada,

a Planalto procura direcionar seus esforços para a carga fracionada.

O slogan da Planalto Encomendas é: “Você ligou a Planalto já entregou”.

A Planalto possui licença junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

para transporte de medicamentos. Esta licença contribuiu para o crescimento da empresa e a

tornou especialista em atendimento a laboratórios e distribuidoras de medicamentos, tais

como a Cirúrgica Santa Cruz, Teuto e Dimed. Esta licença, porém, não permite que sejam

transportados juntamente com os medicamentos, mercadorias como alimentos em geral,

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cigarros, produtos radioativos, tintas em geral, produtos veterinários e defensivos agrícolas.

Esta restrição fez com que a empresa deixasse de atender aos clientes que realizam o

transporte destas mercadorias.

Entre os principais clientes encontram-se: Procomp, Sesc e Gang em Porto Alegre,

Autotrac em Brasília, Sulimagem em Florianópolis, Novafarma em Anápolis e Cifarma em

Goiânia.

Em todos esses segmentos a agilidade e pontualidade são fundamentais. Para isso a

Planalto Encomendas conta com uma frota atual de mais de 300 veículos entre próprios e

terceirizados, atendendo todas as cidades do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso,

a empresa possui hoje mais de cem bases espalhadas nos estados da região sul e em outros

cinco estados da região sudeste, centro-oeste e nordeste. Desta forma a Planalto Encomendas

oferece um serviço rápido, ágil, confiável e seguro, sendo o seu grande diferencial

competitivo.

Uma estratégia adotada pela Planalto Encomendas, desde o início de suas operações

no ramo de transporte de encomendas, foi a contratação de representantes. Para que ocorra a

operação de transporte de maneira ágil e eficiente. Além da estrutura própria mantida em

Santa Maria, Porto Alegre, Caxias do Sul, Uruguaiana e Santiago, a empresa conta com uma

rede composta por 108 contratados espalhados pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina e

Paraná, além de cidades como Barreiras, Palmas, Presidente Prudente, Brasília, Goiânia entre

outras que compõem a rota interestadual.

A figura 1 apresenta o mapa dos Estados que a Planalto Encomendas abrange com seu

serviço de entrega.

Figura 1 - Estados onde a Planalto atua com serviço de entregaFonte: Planalto, 2008.

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A Planalto Encomendas enfrenta uma concorrência acirrada, entre as principais

encontra-se: Braspress, Translovato, São João, TNT Mercúrio e São Miguel. Estas empresas

possuem porte semelhante e atuam nos mesmos segmentos, dividindo o mercado de forma

equilibrada.

A administração da empresa fica localizada em Porto Alegre, diferentemente da

Holding JMT Administração e Participações, localizada em Santa Maria. Atualmente, o

Grupo JMT, holding que administra a Planalto Transportes é uma empresa familiar que possui

1400 funcionários e é formado por 14 empresas que atuam em diversos segmentos, tais como

transporte de passageiros, transporte de cargas, turismo, estações rodoviárias, revenda de

caminhões, agropecuária e mais recentemente, transporte aéreo de passageiros. Hoje o Sr.

Pedro Antonio Teixeira, filho do fundador dirige o grupo.

A seguir o organograma simplificado da empresa Planalto:

Figura 2 - Organograma da empresa PlanaltoFonte: Planalto, 2007.

2.2 Situação problemática

“O clima competitivo e globalizado do século XXI está facilitando o desenvolvimento

de novas técnicas de produção projetadas para aumentar a flexibilidade e a capacidade de

resposta, ao mesmo tempo em que mantém o custo e a qualidade por

unidade.” (BOWERSOX, 2006, p. 31)

Diretor Presidente

Diretor Geral

Auditor

Dir. Exec. Encomendas

Dir. Exec. Tráfego

Gerente ComercialGerente

Operacional Gerente Tráfego

Gerente Escala

Diretora Financeira

Gerente Adm. e Fin.

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Para continuar competindo e respondendo as exigências do mercado/clientes, os

serviços oferecidos devem se adaptar as inovações.

Segundo Ballou (2006, p. 25):Nas épocas mais antigas da História documentada da humanidade, as mercadorias mais necessárias não eram feitas perto dos lugares nos quais eram mais consumidas. Os povos mais antigos consumiam os produtos em seus lugares de origem [...] a inexistência de sistemas desenvolvidos de transporte e armazenamento, o movimento das mercadorias limitava-se àquilo que a pessoa conseguia fazer por suas próprias forças. Todo esse limitado sistema de transporte-armazenamento normalmente obrigava as pessoas a viver perto das fontes de produção e as limitava ao consumo de uma escassa gama de mercadorias.

Com o passar dos anos, o surgimento das cidades e o deslocamento populacional para

os centros urbanos (especialmente, nas últimas décadas do século XX e início do século XXI)

foram surgindo necessidades. O transporte de bens de consumo é uma dessas necessidades.

Desta forma, a atividade na área da logística ou apenas transporte de encomendas tem

crescido, assim como o número de empresas que prestam este serviço. Para Ballou (2006, p.

25) “as atividades logísticas são a ponte que faz a ligação entre locais de produção e mercados

separados por tempo e distância”.

Como se observa anteriormente, as atividades logísticas foram, durante muitos anos,

exercidas pelos indivíduos.

Hoje, as empresas transportadoras realizam o transporte de cargas e trabalham com

pessoa física e jurídica, enquanto que as empresas de logística direcionam os seus serviços, na

maior parte, para pessoas jurídicas onde concentram um maior volume de negócios e

operações mantendo contratos fixos.

Neste sentido, através da identificação dos conceitos, processos e passos a serem

alcançados, o tema pretende apresentar o que determina a evolução de uma empresa

transportadora para uma empresa de logística.

A melhor forma de continuar atuando na área do transporte, para uma empresa que já

está a mais de meio século neste ramo, é continuar evoluindo em questões como tecnologia e

diversificação dos serviços oferecidos, buscando ser o melhor operador logístico no futuro. A

Planalto Encomendas necessita continuar crescendo e evoluindo, em especial nos serviços,

para garantir mercado e competitividade com outras empresas concorrentes, bem como

responder as necessidades dos clientes que buscam a empresa pela sua tradição e

competência, até hoje demonstrados.

Com os avanços na tecnologia, criaram-se também novas necessidades no mercado

consumidor. Portanto, é necessário dinamizar os serviços oferecidos para responder às

expectativas do cliente que, a cada dia, são mais apuradas pelas possibilidades que vêem

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surgindo em nível mundial e regional. Diante de tantas opções, os clientes tendem a buscar

quem lhes ofereça mais vantagens por um menor preço.

A Planalto cresce e faz história com seus mais de 1400 funcionários. Hoje, dirigida

pelos filhos do fundador que levam adiante os exemplos deixados por ele. Sendo assim,

buscaremos analisar: Como a Planalto Encomendas pode tornar-se uma Empresa de

Logística?

2.2.1 Delimitação do problema

A Planalto Encomendas é uma das 14 empresas administradas pela Holding1 JMT, que

atuam em diversos setores da sociedade. O foco deste trabalho está direcionado para o Setor

de Encomendas da Planalto Transportes. Com a colaboração do Gerente Comercial, Sr.

Daniel Martin, identificam-se as características da respectiva empresa, neste setor.

2.3 Justificativa

Com a expansão dos mercados, aconteceram transformações na economia mundial.

Estas mudanças, sentidas nas organizações foram sendo traduzidas em novas formas de

estruturação interna, normatizações, melhorias nos processos, inovação tecnológica, redução

no tempo de entrega dos produtos e satisfação do cliente. Com isto, a logística passou a ser

um assunto vital para a sobrevivência das empresas e assim, garantia da necessária

competitividade.

Neste contexto, a Planalto Encomendas vêm se aperfeiçoando através de novas

tecnologias, mudando o conceito de transporte de cargas e, com isso, buscando garantir a fatia

do mercado já conquistada e ampliar o seu espaço nacional e internacional. Vem operando

através de diversas rotas de transferência de mercadorias com ônibus, caminhões e agora,

mais recentemente, com aeronaves destacando-se pela rapidez que proporciona aos seus

clientes, sendo um diferencial em seus negócios.

1 Uma sociedade gestora de participações sociais e uma forma de oligopólio no qual é criada uma empresa para administrar um grupo delas (conglomerado) que se uniu com o intuito de promover o domínio de determinada oferta de produtos e/ou serviços.

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Considerando que o Operador Logístico se destaca em relação à transportadora

tradicional por oferecer serviço personalizado (customizado) e possuir capacidade de análise e

planejamento logístico a longo prazo, elementos que as organizações levariam em

consideração no ato da contratação, a Planalto Encomendas precisa caminhar neste sentido

para vencer estas barreiras e agregar valor aos seus serviços de transporte.

Desta forma, este trabalho pretende ser útil para que a Planalto Encomendas, através

do levantamento de informações, com a identificação dos conceitos e características, bem

como a identificação dos passos a serem alcançados possa transformar-se em uma empresa

Operadora Logística e expandir o seu serviço no mercado nacional e internacional.

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3 OBJETIVOS

Neste capítulo serão apresentados os objetivos do trabalho em questão sendo que o

mesmo divide-se em objetivos geral e específicos.

3.1 Objetivo geral

Analisar como a Planalto Encomendas pode tornar-se uma empresa de logística.

3.2 Objetivos específicos

a) Identificar o conceito de uma empresa transportadora e de uma empresa de

logística;

b) Descrever as características da Planalto Encomendas que a identificam como

empresa transportadora;

c) Identificar os passos que deverão ser alcançados para que a Planalto Encomendas

torne-se uma empresa de logística.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir será apresentado um breve histórico do transporte de cargas no Brasil, a sua

evolução dentro do processo de logística, assim como a sua importância na cadeia de

suprimentos.

4.1 Transporte

O que é o transporte? Conforme descreve Rodrigues (2007, p. 15) “é o deslocamento

de pessoas de um local para outro”.

4.1.1 Histórico do transporte

Conforme Rodrigues (2007, p. 15), “ao longo do tempo e em decorrência de maiores

dificuldades o homem aprendeu a construir e a aperfeiçoar veículos de diferentes velocidades

e capacidade de cargas”.

Na mesma linha de pensamento, Alvarenga e Novaes (2000, p. 90) expressam que o

transporte além de significar o deslocamento de bens de um ponto para outro na rede

logística, também tem o objetivo de respeitar as restrições de integridade da carga e de

confiabilidade (prazos).

Segundo Caixeta-Filho e Martins (2001, p. 19), o transporte tem papel vital naqueles

elementos considerados prioritários em políticas para o desenvolvimento: exploração de

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recursos, divisão do trabalho, aumento do valor da terra e produção em larga escala.

Destacam, também, que existe uma relação de reciprocidade entre o desenvolvimento do

transporte e o progresso econômico.

Neste contexto, o transporte permite que sociedades em determinadas regiões tenham

acesso a produtos produzidos fora de seus ambientes. Por este motivo, o transporte tem

importante papel no sentido de romper monopólios e de promover a integração entre as

sociedades que produzem bens diferentes entre si. (CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2007, p.

16-17).

No início do século XX as ferrovias se consolidaram como o transporte mais usado no

país, até os anos de 1930. (COSTA apud CAIXETA-FILHO; MARTINS, 2007, p. 26).

Porém, Caixeta-Filho e Martins (2007, p. 28), na seqüência, admitem que com a perda

de competitividade das ferrovias no decorrer do século XX a grande alternativa passou a ser o

canal rodoviário mostrando-se mais adequado com o serviço de porta-a-porta, sem

necessidade de carga e descarga entre origem e destino, transbordo (inevitável nos modais

ferroviários e aéreos), a velocidade e a comodidade.

4.1.2 Conceitos básicos ao transporte

Para Rodrigues (2007, p. 27) um sistema de transporte é constituído pelo modo (via de

transporte), pela forma (relacionamento entre os vários modos de transporte), pelo meio

(elemento transportado) e pelas instalações complementares (terminais de carga).

Segundo Arnold (1999, p. 352), o transporte é um ingrediente essencial para o

desenvolvimento econômico de qualquer área. Reúne as matérias-primas para a produção e

distribui os produtos acabados no mercado. Ajuda no desenvolvimento econômico de áreas

regionais, sendo um dos principais componentes do tecido econômico-social.

4.1.3 Transporte rodoviário

Neste item são apresentados alguns aspectos importantes relacionados ao transporte,

bem como os modais utilizados. Nas figuras 3, 4 e 5 que seguem será evidenciado com maior

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profundidade o percentual de distribuição dos modais mais utilizados no transporte de carga

no Brasil e seu crescimento ou diminuição conforme investimentos e prospecção atualizada

do governo federal, neste setor.

Na figura 3 observa-se que conforme o gráfico do GEIPOT, apud ANTT de 2000 a

distribuição de utilização dos modais é a seguinte: transporte aéreo – tem a menor

participação com 0,33%; o transporte aquático tem a participação de 13,86% de utilização; já

os dutoviários participam com 4,46%; o transporte ferroviário com 20,86%; e por fim, o

transporte rodoviário, com 60,49%, é o maior índice.

Figura 3 - Composição percentual das cargasFonte: GEIPOT apud ANTT, 2000.

A figura 3 comprova que, exceto o transporte rodoviário os demais modos, ainda,

podem aumentar o seu mercado, pois o nível de utilização é muito baixo.

Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 82), o modo rodoviário é o mais expressivo no

transporte de cargas no Brasil, e atinge praticamente todos os pontos do território nacional. Com a

implantação da indústria automobilística na década de 50, e com a pavimentação das principais

rodovias, o modo rodoviário se expandiu de tal forma que hoje domina amplamente o transporte de

mercadorias no país.

A rápida ampliação da infra-estrutura rodoviária explica-se pelo menor custo de implantação

por quilômetro e menor prazo de manutenção. Assim, constituíram-se diversas empresas

transportadoras.

Rodrigues (2007, p. 47), afirma que o transporte rodoviário do Brasil começou com a construção,

em 1926, da Rodovia Rio-São Paulo, única pavimentada até 1940. Até o início da década de 50,

23

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo Dutoviário

Rodoviário FerroviárioAquaviárioAéreoDutoviário

60,49%

20,86%

13,86%4,46%

0,33%

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as rodovias existentes no Brasil eram precaríssimas. No início dos anos 70 ocorreu a conclusão da

conexão rodoviária entre todas as regiões brasileiras e com isso a ocupação de praticamente toda a

malha viária com o transporte pesado, em detrimento de uma matriz de transportes mais racional.

Conforme o Plano Nacional de Logística e Transporte os investimentos, neste setor, em todo o

Brasil mudarão o cenário nacional de utilização dos modais de transporte de carga. Na prospecção do

governo federal nos próximos 17 anos, cumprindo-se o planejamento que está divulgado, os níveis de

transporte rodoviário e ferroviário, praticamente, se igualarão em utilização. O transporte rodoviário

cai de um patamar de 58% em 2005 para 33% em 2025; enquanto o transporte ferroviário cresce de

25% em 2005 para 32% em 2025. Outro transporte que cresce mais de 50% é o aquaviário que, em

2005, tem 13% e em 2025, chega a 29% do total utilizado. Na figura 04 observam-se estas mudanças.

Figura 4 - Matriz do transporte atual e futura do BrasilFonte: Plano, 2008, p. 18.

Este avanço se dará com um forte investimento, do governo federal, nos modais ferroviário,

aquaviário e dutoviário que, conforme apresentado na figura 3 tinham um grande campo de expansão

em 2000.

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Na figura 5 apresenta-se um cronograma de investimentos para as próximas décadas que

totalizarão R$ 172. 414,00 (milhões de reais).

Figura 5 - Cronograma de investimentosFonte: Plano, 2008, p. 27

Este quadro demonstra uma nova configuração do transporte de cargas no Brasil nas

próximas décadas. Esta nova fase aponta para a necessidade de uma readequação das

empresas de transporte diante deste novo modelo. Por outro lado, é preciso ver este novo fator

não apenas como mais uma barreira a ser vencida, mas como uma nova oportunidade para as

organizações.

4.1.3.1.Características do transporte rodoviário

O transporte rodoviário e um dos mais simples e eficientes dentre seus pares. Conforme

Rodrigues (2007, p. 49) sua única exigência é existirem rodovias. Porém, este modal apresenta um

elevado consumo de combustível (tonelada de óleo diesel por quilometro transportado).

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4.1.3.2 Principais equipamentos rodoviários

Oficialmente, os veículos utilizados no transporte rodoviário são classificados por sua

capacidade de carga, quantidade e distância entre eixos. Porém, para facilitar a compreensão,

Rodrigues (2007, p. 50-51) os classifica pelas finalidades a que se destinam. Veja o quadro:

Quadro 1 – Veículos utilizados no transporte rodoviário

Caminhão plataforma Transporte de contêineres e cargas de grande volumeCaminhão baú Sua carroceria possui uma estrutura semelhante a dos contêineres, que

protegem das intempéries toda a carga transportada.Caminhão basculhante Transporte de cargas a granelCaminhão aberto Transporte de mercadorias não perecíveis e pequenos volumesCaminhão refrigerado Transporte de gêneros perecíveis com mecanismo próprio de

refrigeraçãoCaminhão tanque A carroceria é um reservatório dividido em tanques, destinados ao

transporte de derivados de petróleo e outros líquidos.Caminhão graneleiro Carroceria adequada para o transporte de graneis sólidosCaminhões especiais Podem ser rebaixados e reforçados para o transporte de carga pesada;

possuir guindaste sobre a carroceria; cegonhas, projetadas para o transporte de automóveis; etc

Semi-reboques Carrocerias, de diversos tipos e tamanhos, para acoplamento a caminhões-trator ou cavalos-mecânicos. Este tipo de equipamento e muito versátil, Já que podem ser desengatados e deixados em um terminal de carga, liberando o cavalo mecânico para prosseguir em outros serviços de transporte.

Treminhões Veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos mecânicos, semi-reboques e reboques, portanto compostos de três partes. Não podem transitar em qualquer estrada, em face do seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas)

Fonte: Baseado em Rodrigues, 2007, p. 50 - 51.

O quadro anterior apresenta os tipos de caminhões usados no processo logístico e para

que tipos de produto, os mesmos, podem ser utilizados.

4.1.3.3 Vantagens e desvantagens

Como cita Rodrigues (2007, p. 54) as vantagens e desvantagens do transporte

rodoviário podem ser:

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a) Vantagens:

- maior disponibilidade de vias de acesso,

- possibilita o serviço fracionado porta-a-porta, integrando regiões de difícil acesso,

- embarques e partidas mais rápidas, com entregas rápidas a curta distância,

- favorece os embarques de pequenos lotes,

- facilidade de substituir o veículo em caso de quebra acidente,

- maior rapidez da entrega;

b) Desvantagens:

- maior custo operacional e menor capacidade de carga,

- provoca congestionamentos nas estradas,

- desgasta prematuramente a infra-estrutura da malha rodoviária.

4.1.3.4 Frotas

Está seção abordará os conceitos da Frota própria, da Frota terceirizada e da Frota

própria X frota terceirizada.

4.1.3.4.1 Frota própria

Para Ballou (2006, p. 181) “a principal razão para que uma empresa opte por equipamento

próprio de transporte é a necessidade de proporcionar serviço ao cliente com um nível de

qualidade que nem sempre se consegue a partir da utilização de transportadores contratados”. De

acordo com um levantamento abrangendo 348 empresas com frotas próprias, Ballou (2006)

comprova que as razões que as levaram a optar pela mudança foram: 1) confiabilidade do

serviço; 2) tempos menores do ciclo dos pedidos; 3) capacidade de reação a emergências e 4)

melhoria do contato com o cliente.

• •aS

C,/

<"

27

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4.1.3.4.2 Frota terceirizada

Segundo Ballou (2006, p. 559), há empresas que, em vez de serem proprietárias da

capacidade logística total ou de uma estrutura organizacional logística de grande porte, ou ainda, ao

invés de fazerem acordos com outras empresas preferem compartilhar suas capacidades logísticas

com outras companhias, ou contratar atividades logísticas de empresas especializadas no provimento

de tais serviços, as chamadas terceirizadas. Muitas vêm reconhecendo a existência de vantagens

estratégicas e operacionais nessa terceirização da logística.

Entre esses benefícios destacam-se os seguintes:

a) custos reduzidos e menores investimentos de capital;

b) acesso a tecnologias novas e a habilidades gerenciais;

c) vantagens competitivas como a crescente penetração no mercado;

d) acesso incrementado à informação útil para o planejamento;

e) redução dos riscos e incertezas.

De todas essas vantagens, a redução potencial dos custos de transporte/distribuição e a

liberação do nível de investimentos em áreas não centrais do negócio são as principais, vindo a

seguir uma correspondente redução de pessoal. O risco maior para a empresa é a perda do

controle sobre atividades logísticas com prejuízos capazes de anular as vantagens anteriormente

relacionadas.

Para Rodrigues (2006, p. 136) a maior vantagem obtida com a terceirização e a transformação

de ativo imobilizado (frota) em capital, reduzindo os custos com manutenção e seguros, por outro lado

como desvantagem é a entrega na mão de terceiros e o nível do serviço prestado aos clientes, o que

demandará um sistema de controle de qualidade bastante rígido.

Decidir se é melhor realizar a função logística internamente ou buscar outras modalidades

depende de um equilíbrio entre dois fatores: qual é a importância da logística para o sucesso da firma, e

quanto competente é a empresa no gerenciamento da função logística. A estratégia a ser seguida

depende da posição em que a própria empresa se situa.

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4.1.3.4.3 Frota própria X frota terceirizada

Em decorrência do processo de globalização da economia e o crescente acirramento do

ambiente competitivo, é imprescindível a adoção de estratégias que permitam oferecer soluções

capazes de racionalizar os custos e investir em ganhos de qualidade ao cliente, cada vez mais

exigente. Neste contexto, uma das decisões importantes diz respeito ao transporte, que agrega

custo ao produto final.

Rodrigues (2006, p. 135-136) analisou a estratégia de duas empresas: Souza Cruz - que optou

pela verticalização dos serviços e a Editora Abril – que optou pela terceirização do processo de

distribuição física para se concentrar na qualidade de seu produto.

A primeira empresa necessita que seu produto chegue até seu consumidor, não importa onde

ele esteja, pode ser até nos acampamentos de trabalhadores abrindo estradas no meio da selva. Por

isso, quem lhe dá está garantia é a verticalização do transporte. Entretanto, a segunda empresa entende

que, para gerar competitividade, deve concentrar todos os seus esforços na qualidade do produto,

terceirizando todo o processo de distribuição física através de parceiros especializados em

transportes.

4.1.4 Transporte ferroviário

Conforme Rodrigues (2007, p. 57), entre 1873 e 1889, o Brasil viveu a expansão ferroviária,

que durou até 1930. Nesse período, as ferrovias desempenharam papel decisivo no escoamento

de produtos agrícolas brasileiros -sobretudo o café - do interior para os portos, articulando-se com

a navegação de longo curso.

Rodrigues (2007, p. 58), continua dizendo que: “apesar de ter o custo fixo de implantação

elevado, o transporte ferroviário apresenta custos operacionais mais baratos, oferecendo vantagens

quando há grande quantidade de carga a ser transportada a longas distâncias”.

Para Ballou (2007, p. 127) “a ferrovia é basicamente um transportador lento de matérias-

primas ou manufaturado de baixo valor para longas distâncias”. [...] Ballou apresenta, também, as

duas formas de serviços ferroviários: o transporte regular e o privado. “O transporte regular vende seus

serviços para qualquer usuário, já o transporte privado pertence a um usuário particular que o usa com

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exclusividade.” A ferrovia oferece alguns serviços especiais, como: a movimentação de granéis,

carvão ou cereais, produtos refrigerados e automóveis.

Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 91), o transporte ferroviário é utilizado, principalmente,

no deslocamento de grandes massas de produtos homogêneos por longas distâncias, como minério de

ferro, de manganês, carvão mineral, derivados de petróleo e cereais em grão como soja e milho.

4.1.5 Transporte aquaviário

Rodrigues apresenta duas formas de transporte aquaviário: fluviolacustre e marítimo.

Inicialmente, Rodrigues (2007, p. 77), discorre sobre o transporte fluviolacustre que ocorre

nas vias naturais de navegação pelas bacias hidrográficas e lagos brasileiros. Neste primeiro

caso afirma que: “em países de grande dimensão territorial como o Brasil, a utilização das

hidrovias fluviolacustres é fator fundamental para o processo de interiorização e posterior

fixação da população, alargando as fronteiras agrícolas e mineral”. Também, se refere a

economia da mão-de-obra empregada em relação ao utilização do transporte rodoviário. Já,

com relação ao transporte marítimo, Rodrigues (2007, p. 91), afirma que a cabotagem é o

termo que define o transporte marítimo ao longo da costa brasileira, de Rio Grande a Manaus.

Para Ballou (2007, p. 129), o serviço hidroviário apresenta limitações de diversas razões,

entre elas: o usuário deve estar localizado em suas margens ou utilizar outro modal de transporte; ser

mais lento que o transporte ferroviário; e a forte influência das condições meteorológicas como

inundações ou secas que impedem a passagem. Por outro lado considera um transporte com baixas

perdas e danos considerados a outros modais por se tratar de mercadorias de baixo valor, na sua

grande maioria.

Estudos desenvolvidos pelo GEIPOT2 comprovam uma redução de custos na ordem de: 35%

no custo do transporte fluvial sobre o rodoviário. No entanto, tem conseqüência das limitações

impostas pelo curso dos rios, é primordial que a utilização das hidrovias seja integrada ao transporte

multimodal.

2 criado pelo Decreto nº 57.003, de 11 de outubro de 1965, com a denominação de Grupo Executivo de Integração da Política de Transportes.Com a reestruturação do Setor Transportes no ano de 2001, criou-se o Conselho Nacional de Integração de Política de Transportes Terrestres (CONIT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT). Com a instalação das Agências reguladoras e do DNIT, o GEIPOT entrou em processo de liquidação.

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4.1.6 Transporte aeroviário

Conforme Rodrigues (2007, p. 117), “o transporte aéreo comercial teve início no Brasil

em 1927, com a fundação da Viação Aérea Riograndense – Varig”.

É sem dúvida o modal de transporte mais rápido, mas o seu custo tende a ser elevado, pois

tem a eficiência energética reduzida, utiliza instalações sofisticadas (aeroportos) e equipamentos

muito caros, cuja natureza operacional requer manutenção de caráter totalmente preventivo e nunca

corretivo.

Este serviço pode ser oferecido de três diferentes formas:

a) serviços regulares - linhas nacionais ou internacionais para passageiros e cargas, com

freqüência de saídas a períodos regulares e previamente anunciadas;

b) serviços regionais - linhas nacionais de âmbito regional, para passageiros e cargas,

atendendo cidades de médio e pequeno porte fora do eixo das capitais;

c) serviços gerais - outros tipos de serviços aéreos, executados por aeronaves de pequeno

porte, como: táxi aéreo publicidade e propaganda, pulverização sobre plantações, etc.

Tendo em vista as restrições impostas pelo custo muito elevado, o modal aéreo,

apresenta uma tipicidade própria das cargas que a ele devem ser direcionadas: Gêneros

alimentícios e outros bens perecíveis, animais e plantas vivos, equipamentos eletrônicos, bens de alto

valor agregado, jóias e artigos de moda. Todos os casos em que a velocidade de entrega é o ponto

mais importante a ser considerado superando qualquer comparativo de custos.

4.1.6.1 Vantagens e desvantagens

Nesta seção serão apresentadas as vantagens e desvantagens do modal aeroviário.

a) Vantagens:

- rede diversificada de aeroportos, no entorno das grandes metrópoles, o que nem sempre

ocorre com o marítimo,

- velocidade, eficiência e confiabilidade,

- competitividade: A freqüência dos vôos permite altos giros de estoque,

- movimentação altamente mecanizada, reduzindo o índice de avarias,

- atinge regiões inacessíveis para outros modais;

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b) Desvantagens:

- menor capacidade em peso e volume das cargas,

- não atende aos graneis,

- custo de capital e fretes elevados,

- fortes restrições as cargas perigosas.

Para Ballou (2007, p. 128 - 129), o transporte de carga aérea é significativamente mais caro que

o rodoviário e ferroviário, porém é mais vantajoso em termos de perdas e danos e tempo de

deslocamento bastante reduzido, principalmente nas longas distâncias.

4.1.7 Transporte dutoviário

Esta modalidade de transporte vem se revelando como uma das formas mais

econômicas de transporte para grandes volumes principalmente de óleo, gás natural e

derivados, especialmente quando comparados com os modais rodoviário e ferroviário.

Segundo o site da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT) o transporte

Dutoviário pode ser dividido em:

a) oleodutos – os produtos transportados são em sua grande maioria: petróleo, óleo

combustível, gasolina, diesel, álcool, GLP, querosene e nafta;

b) minerodutos - os produtos transportados são: Sal-gema, Minério de ferro e

concentrado Fosfático;

c) gasodutos, cujo produto transportado é o gás natural. O Gasoduto Brasil-Bolívia

(3150 km de extensão) é um dos maiores do mundo.

Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 95), “os dutos constituem um método eficiente no

transporte de líquidos e gases”. Os custos da movimentação são baixos, mas a linha de

produtos atendida é limitada. A movimentação é lenta, porém é compensada pelo fato de o

transporte operar 24 horas por dia todos os dias.

4.1.8 Formas de Transporte

Este item apresenta a definição das formas de transporte e a relação entre si.

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4.1.8.1 Unimodal

Para Rodrigues (2007, p. 28), “é a forma mais simples de transporte. É quando a carga

é transportada diretamente, utilizando um único veículo, em uma única modalidade e com

apenas um contrato de transporte”.

4.1.8.2 Sucessivo

Segundo Rodrigues (2007, p. 28), “é quando a carga necessita ser transportada por um

ou mais veículo, da mesma modalidade com mais de um contrato de transporte”.

4.1.8.3 Segmentado

Conforme Rodrigues (2007, p. 28), “é quando utiliza veículos diferentes, de uma ou

mais modalidades de transporte, sendo todos os serviços contratados separadamente a

diferentes transportadoras”. Esta forma de transporte é, também, conhecida como intermodal.

4.1.8.4 Multimodal

Como define Rodrigues (2007, p. 28), “é o transporte de mercadorias com um único

contrato de transporte, utilizando pelo menos dois modais. [...] onde o Operador de Transporte

Multimodal é responsável pelo transporte, coleta, composição da carga, armazenagem,

movimentações e entrega ao destinatário”. Ou seja, para que um transporte seja considerado

multimodal é necessário, que:

a) seja realizado, pelo menos, por dois modos de transporte;

b) tenha um único responsável perante o dono da carga (OTM);

c) tenha um único contrato de transporte entre o transportador e o dono da

mercadoria;

33

Page 34: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

d) exista um conhecimento único, válido para todo o percurso;

e) uso de cargas unitizadas indivisíveis;

f) inspeções fiscais apenas na origem e no destino, e ainda;

g) o operador de Transporte Multimodal seja responsabilizado pelo armazenamento,

movimentação e entrega ao destinatário.

As vantagens do transporte multimodal, para Rodrigues (2007, p. 129), é que o mesmo alia a

conveniência e simplicidade jurídico-administrativa do transporte unimodal à eficiência econômico-

energética do transporte segmentado, com um único responsável perante o dono da carga.

Segundo o site da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT, 2008) “o

Transporte Multimodal de Cargas é aquele que, regido por um único contrato, utiliza duas ou

mais modalidades de transporte, desde a origem até o destino, e é executado sob a

responsabilidade única de um Operador de Transporte Multimodal – OTM”.

4.1.8.5 Intermodal

Segundo Bertaglia (2003, p. 290), transporte intermodal consiste na combinação de

distintos modos de transporte, em que diferentes contratos são efetuados de maneira unilateral

com as diferentes empresas responsáveis pelo transporte.

4.2 Armazenamento

Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) ao longo do processo logístico, aparecem

fluxos de mercadorias entre pontos diversos da rede. Portanto, neste processo, que podemos

também chamar de pontos de transição de um fluxo para outro, entre manufatura e transferência, ou

entre transferência e distribuição física, surge a necessidade de manter os produtos estocados por certo

período de tempo. Esse tempo de permanência pode ser muito curto, necessário apenas para se

fazer a triagem da mercadoria recém-chegada e reembarcá-la, como também pode ser relativamente longo.

Nesses pontos de interface da rede logística localizam-se os diversos tipos de instalação de

armazenagem.

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4.2.1 Tipos de depósitos e armazéns

Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) os tipos mais comuns de armazéns, são:

a) depósito voltado à armazenagem e despacho de mercadorias de uma indústria, de uma

grande loja, de uma firma varejista;

b) armazém de insumos ou de matérias-primas, encontrado em grandes indústrias.

Exemplo: numa grande siderúrgica, é necessário receber e estocar matérias-primas

diversas, tais como minério de ferro, carvão siderúrgico e sucata;

c) porto marítimo ou fluvial é uma instalação de armazenagem de interface típica: navios

trazendo e levando cargas que vão sendo carregadas ou descarregadas,

movimentadas dentro do porto, armazenadas enquanto aguardam despacho e outras

providências e, finalmente, escoadas nos modos de transporte terrestre;

d) centro de distribuição destinado a atender os clientes de uma determinada região.

4.2.2 Funções de um depósito ou armazém

O tempo de permanência da mercadoria num depósito ou armazém depende muito dos

objetivos gerais da empresa.

Para Alvarenga e Novaes (2000, p. 120) a estocagem de produtos está relacionada com a

sazonalidade do consumo e a variação de preços no mercado, que leva certos tipos de empresas a

estocarem à espera de melhores níveis de comercialização. Exemplos disto são:

a) as mercadorias consumidas predominantemente no Natal (nozes, panetone);

b) sazonalidade da produção (óleo de soja, cuja produção depende da safra do grão);

c) exportação de soja e outros grãos.

O quadro a seguir apresenta as funções de armazenamento propriamente dita, consolidação e

desconsolidação de cargas.

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Page 36: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

Quadro 2 – Funções do Armazenamento

Armazenagem propriamente dita

É a função mais óbvia. São os casos em que há necessidade de estocar os produtos por um tempo maior ou quando é apenas uma passagem como ocorre nos depósitos de triagem e distribuição.

Consolidação É o processo de juntar as mercadorias vindas de diferentes clientes ou pontos geográficos para formar carregamentos maiores.

Desconsolidação É o processo inverso da consolidação. É onde carregamentos maiores são desmembrados em pequenos lotes para serem despachados a destinos diferentes.

Fonte: Baseado em Alvarenga e Novaes, 2000, p. 120.

Como vimos no quadro 2, as funções do armazenamento são fundamentais para que as cargas

sejam organizadas de forma adequada e para que o pedido chegue ao local certo, no tempo combinado e

dentro das condições necessárias, ou seja, em boas condições atendendo sempre a expectativa do cliente.

4.2.3 Manuseio de materiais

A estocagem e o manuseio de materiais são passos que devem ser considerados concomitantemente. A

estocagem é simplesmente uma parada temporária no fluxo dos materiais e é útil na utilização integral do

espaço e na melhoria da eficiência do manuseio dos materiais. (BALLOU, 2006, p. 389).

4.2.3.1 Prateleiras

Para Ballou (2006, p. 389), “é provável que o mais importante acessório da estocagem seja a

prateleira”. E continua:As prateleiras são repartições, normalmente de metal ou madeira, em que se colocam os produtos. Quando uma ampla variedade de itens em pequenas quantidades precisa ser estocada, empilhar cargas umas sobre as outras é uma prática ineficaz. As prateleiras promovem o empilhamento do chão ao teto, e os itens nas repartições mais altas ou mais baixas são acessíveis por igual, embora os itens com giro maior devam ser colocados perto da parte inferior a fim de reduzir o tempo total de serviço na prateleira. Prateleiras também auxiliam na rotação dos estoques, como, por exemplo, em um sistema de controle de estoque PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair).

A prateleira é uma estrutura projetada para o armazenamento de cargas paletizadas de

qualquer tamanho com acesso direto e individual a cada referência. É Ideal para armazenar,

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classificar e ordenar todo o tipo de mercadoria a qualquer altura: tambores, bobinas, barris,

contentores, paletes de vários tamanhos, etc. Veja a figura abaixo:

Figura 6 – Prateleira com estoque paletizadoFonte: Esmena, 2008.

Além das preteleiras, tem outros acessórios disponíveis para a estocagem de produtos,

tais como: caixas de repartições, contenedores horizontais e verticais, escaninhos e gavetas. Todos

esses complementos auxiliam na estocagem e manuseio ordenados de produtos de configurações

irregulares e díspares.

4.2.3.2 Gavetas

É um acessório de estocagem para peças pequenas. Na gaveta se possui acesso fácil e

com segurança aos produtos. Comprove observando a figura a seguir:

Figura 7 – Gaveta para pequenas peçasFonte: Eletroradiomak, 2008.

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Page 38: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

A gaveta é utilizada como espaço para o armazenamento de pequenas peças

contribuindo, também, na organização dos componentes e facilitando o acesso aos mesmos

com segurança.

4.2.3.3 Paletes

Segundo Bertaglia (2003, p. 296), o palete é uma plataforma fabricada de metal,

madeira ou fibra, projetado para ser movimentado mecanicamente por meio de empilhadeiras,

paleteiras, guindastes, carrinhos hidráulicos ou veículos similares. Além de unitizar a carga, a

paletização permite empilhamento de palete sobre palete.

As principais vantagens são: à redução de custos nas etapas logísticas de armazenagem,

transporte e movimentação, maior agilidade nos tempos de carga e descarga. No entanto, tem

algumas desvantagens, como: custos dos paletes e paletização, equipamentos necessários para

a sua movimentação, menor aproveitamento por restrições das dimensões do palete, além da

falta de padronização dos veículos de transporte.

O mesmo autor afirma que a experiência tem demonstrado que o palete, apesar das

desvantagens apresentadas, traz benefícios para as empresas que o utilizam (2003, p. 296).

Na figura 8 observam-se dois modelos de paletes fabricados em madeira.

Figura 8 – Tipos de paletesFonte: Alvarenga e Novaes, 2000, p. 124.

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Na figura 8a é apresentado um pelete com duas entradas e na figura 8b, um palete com

quatro entradas. O segundo permite maior flexibilização no acesso aos garfos das

empilhadeiras e paleteiras.

Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), as paleteiras representam equipamentos

eficazes e de baixo custo para o manuseio geral. São utilizadas nas carga e descarga dos

equipamentos de transporte, separação e acumulação de pedidos e transferência de pequenas cargas

por longas distâncias dentro do armazém. As paleteiras são muito usadas em armazéns do setor

alimentício.

4.2.4 Locomoção interna de materiais

Segundo Ballou (2006, p. 389-390), é enorme a variedade disponível de equipamentos

mecânicos para carga e descarga, separação de pedidos e movimentação das mercadorias no

armazém. O equipamento de movimentação é diferenciado pelo seu grau de uso especializado e

pela extensão da força manual necessária para operá-lo. Existem três categorias de tais equipamentos:

manual, misto e totalmente mecanizado.

a) Manual – equipamentos manuais de manuseio de materiais, como os carrinhos de duas

rodas e as paleteiras de quatro rodas, proporcionam um certo grau de vantagem mecânica

na movimentação dos artigos e requerem tão-somente um modesto investimento. No

entanto, a utilização desses equipamentos é, de certa forma, limitada em função da

capacidade física dos operadores.

A seguir será apresentado, na figura 9, um carrinho de mão com duas rodas. Este

equipamento é muito usado na categoria manual e sua capacidade de carga é de 1.000 Kg. Na figura

10 apresenta-se uma paleteira manual que é um equipamento básico no manuseio de materiais e,

atualmente, sua capacidade de carga chega a 4.500 Kg.

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Figura 9 – Carrinho de MãoFonte: Ballou, 2006, p. 347.

Figura 10 – Paleteira ManualFonte: Ballou, 2006, p. 347.

b) Misto (com auxílio de energia) – aumenta-se a rapidez e a eficiência do manuseio de

materiais e o rendimento por hora trabalhada. Entre eles incluem-se guindastes, trucks

industriais, elevadores e guinchos; no entanto, o "cavalo de batalha" da indústria é a

empilhadeira mecânica e suas variações.

c) Totalmente mecanizado - com equipamento de manuseio controlado por computador,

códigos de barras e tecnologia de escaneamento. São os sistemas automatizados de

retirada e estocagem. Representam a mais abrangente aplicação de tecnologia entre

todas as alternativas de manuseio de materiais.

4.2.4.1 Esteiras transportadoras

Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 348), as esteiras transportadoras são

amplamente usadas nas operações de embarque e recebimento, e formam o dispositivo básico para

inúmeros sistemas de separação de pedidos. As esteiras são classificadas de acordo com a energia, a

gravidade e a sua movimentação, por roletes ou correias.

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Na figura 11 apresenta-se uma esteria transportadora industrial.

Figura 11 – Esteira transportadoraFonte: Montemil, 2008.

As esteiras transportadoras são bastante eficientes, uma vez que somente os produtos são

movimentados, eliminando a necessidade de uma unidade de movimentação em retorno.

4.2.4.2 Empilhadeiras

Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), as empilhadeiras podem movimentar

cargas de embalagens secundárias, tanto horizontal quanto verticalmente, mas não estão

limitadas ao manuseio de cargas unitizadas (é o processo de agrupamento de embalagens

secundárias em uma unidade física para manuseio ou transporte de materiais). Há vários tipos de

empilhadeira disponíveis, como: empilhadeiras de alcance em altura são capazes de executar

movimentos verticais de até 13 metros; com garras laterais para manuseio de produtos a granel sem

paletes; empilhadeira para operações em corredores estreitos e carregamento lateral. As duas

maiores fontes de energia das empilhadeiras são: o gás propano e a eletricidade.

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A seguir pode-se observar, na figura 12, uma empilhadeira frontal usada no manuseio do

estoque dentro do armazém.

Figura 12 – Empilhadeira frontalFonte: Alvarenga e Novaes, 2000, p. 164.

A empilhadeira frontal, diferentemente das demais citadas no texto, é a mais comum onde a

carga movimentada é contrabalançada por um contrapeso localizado na parte traseira do

equipamento.

4.2.4.3 Cabos de reboque

Segundo Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), os cabos de reboque são

dispositivos de arrasto, tracionados sobre o solo ou em estruturas aéreas. Eles são utilizados para

oferecer força contínua para vagonetas de quatro rodas. A principal vantagem do cabo de reboque é

o seu movimento contínuo. A aplicação mais comum dos cabos de reboque é na separação de

pedidos. Separadores de pedido colocam as mercadorias nas vagonetas de quatro rodas que são

então rebocados para as docas de expedição.

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4.2.4.4 Veículos de reboque

Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 346), “o veículo de reboque é uma unidade

motorizada controlada por um operador; reboca certo número de vagonetas de quatro rodas, que

carregam várias cargas unitizadas”. São usados para facilitar a separação de pedidos. A principal

vantagem desses veículos é sua flexibilidade.

4.2.4.5 Robôs

Conforme Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 349), “o robô é uma máquina que se

assemelha ao ser humano, mas que pode ser programado para executar uma ou uma série de

funções”.

A robótica se popularizou na indústria automobilística no início dos anos 80, por ser uma

máquina que funciona com base em sistemas especializados e que usa a lógica decisória para

direcionar o processo de manuseio e automação de tarefas específicas.

O uso principal da robótica no armazenamento é construir e desmembrar cargas

unitizadas. Os autores, ainda, afirmam que no processo de desmembramento, o robô é

programado para reconhecer padrões de empilhamento em cargas unitizadas e colocar os produtos

na posição devida em uma esteira transportadora. Todavia, na construção de cargas unitizadas, é

o oposto do processo de desmembramento. Um outro uso da robótica no armazenamento ocorre

em ambientes hostis para a atividade humana. Exemplos: manuseio de materiais em áreas de

muito ruído, de materiais perigosos e de operações sob temperaturas extremas, como aquelas para

alimentos congelados.

4.2.5 Cross Docking

Para Bertaglia (2003, p. 265), o cross docking é a movimentação de produtos no centro de

distribuição com o mínimo de manuseio possível. Os produtos chegam no centro de distribuição não

são armazenados como ocorre nas formas convencionais de estocagem. Eles são movimentados

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diretamente para caminhões estacionados nas áreas de carga (docas) e dali são deslocados

diretamente para os clientes.

Bertaglia continua afirmando que essa prática diminui sensivelmente os custos de

armazenagem e o manuseio dos produtos e a redução do tempo de entrega. Os benefícios

gerados por esse processo podem ser repassados aos consumidores.

O cross docking deve ser aplicado em produtos que tenham tempo de entrega pequeno e

cuja quantidade seja capaz de preencher paletes a fim de se otimizar o porte.

4.3 Custos

Quando falamos em custos logísticos, a primeira idéia que vem à cabeça é o custo com

o frete ou transportes. Apesar de este ser o mais significativo, os custos logísticos não se

resumem somente a isso.

Na logística o valor é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Os produtos e

serviços não têm valor a menos que estejam em poder dos clientes quando (tempo) e onde (lugar)

eles pretenderem consumi-los. Tudo isto tem um custo. Pode-se identificar custos na

armazenagem, nos estoques, no processamento de pedidos e é claro no transporte.

Para Ricarte (2008), os custos relacionados à armazenagem são aqueles que são

aplicados nas estruturas e condições necessárias para que a empresa possa guardar seus

produtos adequadamente. Faz parte deste tipo de Custo, o aluguel do armazém, os custos com

aquisição de paletes, custo com pessoal do armazém, etc.

Já os custos com estoques são aqueles que são gerados a partir da necessidade de

estocar os materiais, que nada mais é do que o valor que a empresa perde imobilizando o

capital em estoque em vez de aplicar esse valor no mercado financeiro, ganhando a

remuneração dos juros.

Os custos referentes à emissão de pedidos, são aqueles custos relativos ao salário do

comprador, o aluguel do espaço destinado ao setor de compra, os papéis usados na emissão do

pedido, etc.

Refere-se aos custos do transporte como as despesas com fretes que a empresa vê na

nota fiscal ou que já está incluído no preço e todas as demais despesas relacionadas à

movimentação de materiais fora da empresa. Considera, também, os gastos com a depreciação

dos veículos, pneus, combustíveis, custo de oportunidade dos veículos, manutenção, etc.

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Para oferecer serviços de transporte, qualquer transportadora, independentemente do

meio que utiliza, precisa ter certos elementos básicos. Esses elementos segundo Arnold (2006,

p. 382), são as vias, os terminais e os veículos. As vias são os caminhos nos quais a

transportadora opera; os terminais são lugares onde as transportadoras carregam e

descarregam os produtos; e os veículos são de vários tipos, utilizados em todos os meios de

transportem exceto na tubulação.

Além dos custos relacionados às vias, terminais e veículos, uma transportadora terá

outros custos, como o de manutenção, mão-de-obra, combustível e administração.

Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 72) o transporte é uma atividade que representa até

60% dos custos logísticos. São denominados como custos diretos quando relacionados com as

operações: depreciação do veículo, remuneração do capital, salário e gratificações de

motoristas e ajudantes, cobertura de risco (seguro), combustível, lubrificação, pneus,

licenciamento e outras despesas; já os custos indiretos, são: a contabilidade da empresa, o setor

de pessoal e a administração de uma maneira geral. Estes custos podem variar de uma empresa

para outra conforme o tamanho e a estrutura da mesma.

Alvarenga e Novaes (2000, p. 94) afirmam que cerca de 85% (ou mais) do custo

operacional do transporte rodoviário de carga corresponde aos custos diretos, com os custos

indiretos respondendo pelos restantes 15% (ou menos).

Na moderna concepção do Gerenciamento da Cadeia de Suprimento, os Custos

Logísticos devem ser bem dimensionados e controlados, pois se antes a concorrência se

resumia somente entre as empresas, hoje essa concorrência se dá entre as cadeias produtivas.

Será mais competitiva aquela que apresentar melhor qualidade e menor preço para o

consumidor.

4.4 Logística

A seguir trataremos dos conceitos e evolução da logística, do serviço ao cliente, dos

serviços e da informação no processo logístico, do estoque, bem como do transporte através

da roteirização e corretores de cargas.

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4.4.1 Conceitos

Para Ballou (2006, p. 27), “logística é o processo de planejamento, implantação e

controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde

o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos

clientes”. Esta definição abrange todo o fluxo de trasnformação das mercadorias, desde a

matéria-prima até o seu consumo.

Segundo Panitz (2006, p. 72), logística é a parte do processo de gerenciamento da

cadeia que planeja, implementa, controla o eficiente e efetivo fluxo e armazenagem de bens,

serviços e informações associadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender os requisitos do consumidor (Council of Supply Chain Management

Professionals - CSCMP – 2000).

A logística é singular: nunca para! É assim que Bowersox e Closs (2001, p. 20)

afirmam que a logística envolve a integração de informações, transporte, estoque,

armazenamento, manuseio de materiais e embalagens. Completam afirmando que “o objetivo

da logística é tornar disponível produtos e serviços no local onde são necessários, no

momento em que são desejados”.

Após a sua evolução que inicia durante a 2ª guerra mundial e perpassa até os anos

2000, Rodrigues (2007, p. 157), afirma que o conceito de Logística passa a ser: "conjunto de

atividades multidiscisciplinares, direcionadas a agregar valor, otimizando o fluxo de materiais, desde

a fonte produtora até o consumidor final, garantindo o suprimento na quantidade certa, de

maneira adequada, assegurando sua integridade, a um custo razoável, no menor tempo possível e

atendendo a todas as necessidades do cliente".

Conforme Novaes (2001, p. 31), no início a logística era confundida com o transporte

e a armazenagem de produtos; hoje é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva integrada,

atuando de acordo com o moderno conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimento.

4.4.2 Evolução da logística

Segundo Novaes (2007, p. 40-49) o processo de evolução da logística divide-se em

quatro fases. A seguir serão apreentados os tópicos que identificam cada uma delas

convergindo para a última, que é o Supply Chain Management.

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a) Fase I – Atuação Segmentada:

- após segunda guerra mundial,

- produtos únicos (baixo nível de diferenciação),

- grande produção,

- estoques (palavra-chave – por não ter segurança de periodicidade de consumo),

- lotes econômicos para transportar produtos,

- necessidade de desenvolvimento rápido,

- custo alto para execução dos pedidos;

b) Fase II – Integração Rígida

- crise do petróleo início década 70,

- aumento no preço dos combustíveis e mão de obra,

- custo de transporte crescendo,

- alta concentração urbana em diferentes grandes centros,

- disponibilidade de produtos mais especificados (cor, tamanho, acabamentos),

- aumenta o leque de opções de transporte (intermodalidade),

- introdução dos primeiros computadores,

- surgimento dos primeiros sistemas de programação da produção – MRP;

c) Fase III – Integração Flexível

- final da década de 80,

- satisfação do cliente,

- redução de estoques,

- prazos mais curtos,

- idéia de Kaisen (melhoria contínua, just-in-time, sistema Toyota de produção),

- grande competitividade,

- custos baixos,

- integração Logística – Parcerias,

- uso intensivo da informação e da informática,

- tecnologia do código de barras (aliando os pontos de vendas - PDV),

- desenvolvimento de sistemas de intercâmbio eletrônico de dados – EDI;

d) Fase IV – Integração Estratégica

- ênfase absoluta na satisfação plena do consumidor final,

- operações globalizadas,

- uso do postponement (postergação), visando redução dos prazos e das incertezas

ao longo da cadeia de suprimento,

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- constituição de empresas virtuais (empresas ágeis),

- logística reversa/logística verde – Processo de recuperação de materiais diversos

(alumínio, plástico, pilha) pela reciclagem,

- uso crescente de compras eletrônicas para redução de estoques,

- supply chain management – Gerenciamento da cadeia de suprimentos: Integração

dos processos industriais e comerciais partindo do consumidor final e indo até os

fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem

valor ao cliente.

O processo de evolução da logística dividido em quatro fases será apresentado na

figura que segue:

1ª fase 2ª fase

3ª fase 4ª fase

Figura 13 – Fases da logísticaFonte: Novaes, 2007, p. 42-49.

Conforme se observou (na figura 13) na primeira fase da logística, o estoque era o

elemento-chave no balanceamento da cadeia de suprimento; na segunda fase, semelhante a

um duto rígido de PVC ligando as partes, já havia uma integração de planejamento entre os

elementos da cadeia de suprimento, mas essa integração ainda não era flexível; a

caracterização pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da cadeia de suprimento,

dentro da empresa e fora (com os fornecedores e cliente) aconteceu já na terceira fase; e na

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quarta e última fase acontece a integração estratégica. Sim, porque nas três fases anteriores a

integração entre os vários agentes da cadeia de suprimento se dava basicamente em termos

físicos e operacionais, como: troca de informações, fluxos de produtos e de dinheiro, acerto de

preços e responsabilidades. Nesta fase, ocorreu um salto qualitativo, as empresas que

participam da cadeia de suprimento passaram a tratar a questão logística de forma estratégica,

ou seja, passaram a buscar soluções novas, usando a logística para ganhar competitividade e

conquistar novos negócios. A logística passou a ser um diferencial de cunho estratégico para

buscar maiores fatias do mercado.

4.4.3 Clientes

Os clientes avaliam as ofertas de qualquer empresa em termos de preço, qualidade e

serviço, e reagem de acordo com as próprias conveniências.

Para Ballou (2006, p. 94), o serviço ao cliente é o processo integral de atendimento do

pedido do cliente. Isso inclui a recepção do pedido, a determinação da forma de pagamento,

seleção e embalagem das mercadorias, embarque, entrega, disposinibilização dos seviços ao

usuário final e acerto de aventuais devoluções do produto.

A figura 14 apresenta os elementos de pré-transação, transação e pós-transação do

serviço ao cliente.

Figura 14 – Elementos do serviço ao clienteFonte Ballou, 2006, p. 95.

Pode-se observar que os elementos de pré-transação propiciam um ambiente favorável

a prestação de um bom serviço; os elementos que resultam na entrega do produto ao cliente

são os de transação; e os elementos de pós-transação representam os serviços necessários para

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dar suporte ao produto em campo. A soma de todos esses elementos forma o serviço

corporativo ao cliente, pois este reagem de acordo com o conjunto do serviço.

4.4.4 Serviços logísticos

Segundo Novaes (2001, p. 324), o Operador Logístico é o prestador de serviços

logísticos que tem a competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções

que podem englobar todo o processo logístico de uma empresa-cliente, ou somente parte dele.

O termo Operador Logístico Integrado, muito usado no Brasil, subentende que essa

organização forneça serviços administrativos e físico-operacionais, ao mesmo tempo. Essa

variedade de atividades oferecidas pelos prestadores de serviços tem se ampliado, com um

número maior de combinações oferecidas aos clientes.

Para Gomes e Ribeiro (2004, p. 76 apud DETONI 2001, p. 324), “o termo operador

logístico de serviços logísticos abarca todo tipo de atividade logística, por mais simples que

seja, não refletindo necessariamente os avanços tecnológicos e operacionais que dão

sustentação ao moderno Supply Chain Management”.

Novaes (2001, p. 325), classifica as atividades logísticas em dois grandes grupos:

logística de suprimento e logística de distribuição. Alguns operadores logísticos se ocupam do

conjunto de atividades relacionadas a um desses dois grupos. Exemplo: A operadora logística

holandesa TNT, é a responsável pela logística de suprimento da moderna fábrica da General

Motors, no Rio Grande do Sul, para a qual dá apoio à produção, trabalhando num sistema

just-in-time. Essa operadora logística executa atividades de natureza diversa, de forma a

assegurar que todos os componentes cheguem a linha de produção no momento certo, sejam os

fabricados dentro do complexo industrial, sejam os que têm origem noutros pontos do país ou

do exterior.

Da mesma forma, Novaes (2001, p. 325) classifica os prestadores de serviços

logísticos como empresas que atuam nas áreas do transporte, armazenagem, embalagem de

produtos, importação, exportação, etc.

As operações logísticas têm mudado de forma significativa nas últimas três décadas.

Para demonstrar estas transformações, no quadro 3, serão apresentados dois elementos

importantes para o bom andamento da logística: funcionalidade e princípios do transporte.

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Quadro 3 – Funcionalidade e os Princípios do Transporte

Funcionalidade dos transportes Princípios do transporteMovimentação de

produtosArmazenagem de

produtoEconomia de

escalaEconomia de

distânciaMovimentação do inventário, dentro da cadeia de suprimentos, tanto para frente como para trás.

Serve de armazém dos produtos na saída ou na chegada do deslocamento. É um armazenamento temporário.

É o custo por unidade de peso. O custo diminui conforme o aumento do tamanho da carga.

É aquela economia que se refere a diminuição do custo do transporte por unidade do peso conforme aumenta a distância.

Fonte – Baseado em Bowersox, p. 274, 2006.

O quadro 3 apresenta as funções do transporte. Quanto a sua funcionalidade apresenta

dois serviços principais: a movimentação e armazenagem do produto; com relação aos

princípios apresenta, também, dois de fundamental importância econômica que causando

impacto na eficiência dos transportes, que são: economia de escala (custo diminui/aumenta

tamanho carga) e economia de distância (diminui custo por unidade/peso conforme aumenta a

distância).

4.4.5 Estoque

Segundo Alvarenga e Novaes (2000, p. 88), de uma maneira geral os produtos são

estocados em pontos diferentes da cadeia logística, como: (a) no depósito da fabrica, até que

sejam despachados; (b) nos centros distribuídores ou depósitos regionais/locais; (c) nos portos

de destino (clientes, unidades comercializadoras locais, etc.); (d) nos veículos em trânsito.

Conforme Rodrigues (2000, p. 178), as funções básicas da manutenção de estoques são:

(a) garantir disponibilidade imediata de insumos para a produção; (b) atuar como amortecedor durante

o período de ressuprimento; (c) reduzir o custo do transporte, pela aquisição de maiores lotes.

Para Ballou (2006, p. 374), exitem quatro razões básicas para o uso do espaço da estocagem: 1)

redução dos custos de transporte e produção; 2) coordenador oferta e demanda; 3) assessorar no

processo de produção; e, 4) colaborar no processo de comercialização.

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Page 52: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

4.4.6 A Informação no processo logístico

Para realizar uma plena e satisfatória transação comercial, seja entre duas empresas ou

entre uma pessoa física e uma empresa necessita-se de uma troca de informações entre as

partes.

4.4.6.1 Tipos de informações

Novaes (2001, p. 77-78), apresenta quatro grupos principais em que podem ser

classificadas as informações.

a) Informações técnicas – este tipo de informação ocorre na comunicação

comprador-vendedor envolve aspectos técnicos relacionados ao produto;

b) Informações comerciais – são as informações que os compradores buscam

após a definição do produto ou serviço, junto aos diferentes fornecedores

envolvendo preços, prazos de entrega, condições de pagamento, etc;

c) Informações administrativas - após a transação comercial é necessário a troca de

informações entre o comprador e o fornecedor, para proceder o encaminhamento

do pedido, transferência de notas fiscais, faturas e outros documentos,

informações sobre o andamento do processo, etc;

d) Informações projetivas – estão relacionadas com o planejamento das

necessidades futuras das empresas da cadeia de suprimento. Exemplo: o

fornecedor pode acessar diretamente as informações de planejamento, de

vendas e de estoque existentes nas instalações da empresa-cliente.

Para Bowersox e Closs (2001, p. 176), as informações rápidas e precisas são decisivas

para a eficácia de sistemas logísticos. Assim, a Tecnologia da Informação vem ganhando

espaço neste ambiente de competição baseado na otimização do tempo, onde a logística

aparece como fator essencial em nível estratégico, tático e operacional, e os sistemas de

informações logísticos buscam viabilizar soluções completas e integradas para a plena gestão

da cadeia logística.

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Page 53: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

Isto se pode comprovar na figura abaixo onde se apresenta o caminho percorrido pela

informação, do fornecedor ao cliente e vice-versa.

Figura 15 – Sistema de InformaçãoFonte: Monteiro; Bezerra apud Ballou, 2008.

O sistema de informação, apresentado acima, é na prática utilizado pelas empresas

para melhorar o seu desempenho incluindo um custo operacional adequado, processos

logísticos inteligentes e uma maior integração com fornecedores e clientes.

Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos administrativos é a

aplicação de tecnologia de informação. Existem, no mercado, alguns tipos de ferramentas que

facilitam e tornam a informação mais aprimorada para aplicação na cadeia de suprimentos,

alguns exemplos destes sistemas são: o código de barras, o Electronic Data Interchange -

EDI, o Efficient Consumer Response - ECR e os ERPs que integram todos os outros.

Monteiro e Bezerra (2008, p. 125), comentam sobre algumas ferramentas integradas

de gestão aplicadas a cadeia de suprimentos.

Warehouse Management System – WMS é o Sistema de Gerenciamento de Armazéns.

É uma tecnologia utilizada em armazéns onde ele integra e processa as informações de

localização de material, controle e utilização da capacidade produtiva de mão-de-obra, além

de emitir relatórios para os mais diversos tipos de acompanhamento e gerenciamento.

Radio Frequency Identification – o RFID identifica via Radio Freqüência e é uma das

mais novas tecnologias de coleta automática de dados. A principal vantagem do uso de

sistemas RFID é realizar a leitura sem o contato como no código de barras. Funciona com

uma antena, um transmissor e um decodificador. Esses componentes interagem através de

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Fábrica

TransporteArmazenamento

Consumidor

FornecedorTransporte

Armazenamento

Transporte

Transporte

Informação

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ondas eletromagnéticas transformando-as em informações capazes de ser processadas por um

computador.

Esse sistema pode ser usado para controle de acesso, controle de tráfego de veículos,

controle de bagagens em aeroportos, controle de containers e ainda em identificação de pallets

Global Positioning System – o Rastreamento de Frotas com Tecnologia GPS é o

processo de monitorar um objeto enquanto ele se move. GPS é um sistema de posicionamento

mundial formado por uma constelação de 24 satélites que apontam a localização de qualquer

corpo sobre a superfície terrestre.

Código de Barras - O sistema surgiu da idéia de se criar um mecanismo de entrada de

dados mais rápida e eficiente. A leitura de código de barras exige que sejam utilizados alguns

aparelhos específicos e que são adotados conforme a necessidade da empresa. Alguns desses

aparelhos são os leitores (caneta ótica, pistola laser, scanner omnidirecional e o leitor

automático de documentos), os decodificadores (decodificador para teclado, decodificador

para interface serial e decodificador para joystick) e impressoras especiais. Existe uma

padronização mundial para a leitura de código de barras. Para cada produto ou objetivo da

identificação existe um tipo de código.

Electronic Data Interchange - o EDI, ou Intercâmbio Eletrônico de Dados é um

sistema que auxilia diretamente, a rotina dos vendedores agilizando o processo de

comunicação com a empresa na transmissão de dados.

Vendor Managed Inventory - VMI ou Estoque Administrado pelo Fornecedor, é uma

ferramenta muito importante principalmente para a cadeia de suprimentos. O principal

objetivo desta técnica é fazer com que o seu fornecedor, através de um sistema de EDI,

verifique a sua real necessidade de produto, no momento certo e na quantidade certa.

Efficient Consumer Response - o ECR, Resposta Eficiente ao Cliente, não é um

sistema e nem é uma técnica, é um conjunto de práticas desenvolvidas em conjunto com

fabricantes, distribuidores e varejistas com o objetivo de obter ganhos por eficiência nas

atividades comerciais e operacionais entre as empresas, prestando assim um serviço de

qualidade ao consumidor final.

De um modo geral, o sucesso da implantação de sistemas logísticos nas empresas e as

vantagens advindas de sua aplicação, dependem do processo de amadurecimento empresarial.

A palavra-chave passa a ser a integração empresarial para obtenção de vantagem competitiva.

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Page 55: ROSECLEI FELTRIN - Biblioteca Rede La Salle · Figura 11 - Esteira transportadora.....41 Figura 12 – Empilhadeira frontal.....42 Figura 13 – Fases da logística.....48 Figura

4.4.7 Roteirização

Com o objetivo de racionalizar o uso da frota rodoviária, atualmente, vem sendo utilizado

um processo de planejamento prévio das entregas, por meio do ordenamento de um roteiro lógico

determinado pela capacidade do veículo transportador, considerando a distância do percurso e o

tempo necessário para a entrega de cada lote.

Para Rodrigues (2007, p. 136), aparentemente a roteirizarão é uma atividade muito simples,

mas quando se é obrigado a considerar inúmeras alternativas, tais como tempo e distância total a

serem percorridos ao longo da rota, capacidade de carga do veículo transportador, quantidade de

entregas por veículo, tempo médio de cada entrega, a análise desse conjunto de variáveis passa

a demandar sistemas informatizados e softwares específicos, utilizando mapas digitais ou sistemas

de coordenadas para apoiar o processo de tomada de decisão.

4.4.8 Corretores de cargas (Brokers)

Segundo Rodrigues (2007, p. 137), são profissionais que se especializam em determinados

tipos de mercadorias, modais de transportes, rotas e freqüências de partidas, condições operacionais

nos pontos de transbordo, fretes, etc., de forma a prestar assessoramento e intermediar as relações

entre os proprietários de carga e os transportadores. Estes profissionais atuam de forma

autônoma ou constituem uma sociedade civil com o fim de promover o agenciamento das cargas,

cobrando comissões sobre os fretes gerados.

4.4.9 Gestão da cadeia de suprimento - supply chain management

A era “Supply Chain” tem cunho estratégico e vigora da década de 80 até os dias de

hoje. Nesse período, a logística é utilizada como fator diferenciador para agregar valor ao

produto, buscando vantagens competitivas em relação aos concorrentes.

Para Bowersox; Closs e Cooper (2006, p. 48), a logística existe no contexto da gestão

da cadeia de suprimento para mover e localizar o inventário de maneira a alcançar os

benefícios desejados de tempo, local e posse, a um custo total mínimo. “É a integração dos

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processos industriais e comerciais partindo do consumidor final e indo até os fornecedores

iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor ao cliente.”

Segundo Rodrigues (2007, p. 175) “em 1963 foi fundado nos Estados Unidos o Conselho

Nacional de Gerenciamento da Distribuição Física. Seus participantes descobriram algumas

interfaces entre as funções de armazenagem e transporte, passando a integrá-las no gerenciamento da

distribuição física”.

A figura 16 mostra o canal físico de suprimento e o canal físico de distribuição que

respectivamente, dizem respeito à lacuna em tempo e espaço entre as fontes materiais e os

pontos de processamento de uma empresa e à lacuna de tempo e espaço entre os pontos de

processamento e os clientes da empresa.

Figura 16 - A cadeia de suprimento imediata da empresaFonte: Ballou, 2006, p. 30.

Na figura acima, os dois canais apresentam semelhança nas atividades as quais

integram a logística empresarial.

Conforme Ballou (2006, p. 29), a logística/cadeia de suprimento é um conjunto de

atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao

longo do canal pela qual matérias–primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos

quais se agrega valor ao consumidor.

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A figura 17 mostra o triângulo do planejamento em relação às principais atividades de

logística/gerenciamento da cadeia de suprimento.

Figura 17 – O triângulo do planejamento da cadeia de suprimentosFonte: Ballou, 2006, p. 45.

No gerenciamento logístico, o planejamento segue um triângulo de decisão primário de

localização, estoque e transporte, sendo que, o serviço aos clientes é o resultado dessas decisões.

Para Novaes (2001, p. 32), um elemento básico para o processo produtivo é o

distanciamento espacial entre a indústria e os mercados consumidores, de um lado, e as

distâncias entre a fábrica e os pontos de origem das matérias-primas e dos componentes

necessários à fabricação dos produtos, de outro.

O composto de atividades da logística empresarial varia de acordo com as empresas. A

figura 18 organiza essas atividades pela ordem mais provável de sua concretização.

Figura 18 - Atividades logísticas na cadeia de suprimentos Fonte: Ballou, 2006, p. 31.

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A figura 18 apresenta a lista detaIhada no abastecimento fisico e na distribuição física.

Essas atividades compõem a cadeia de suprimento pela ordem mais provável de sua

concretização.

Para Christopher (apud GOMES; RIBEIRO 2004, p. 120), “a cadeia de suprimentos

representa uma rede de organizações, através de ligações, nos dois sentidos, dos diferentes

processos e atividades que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados

nas mãos do consumidor final”.

Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 120) a Gestão da Cadeia de Suprimento é o controle de

materiais, informações e finanças dentro do processo que vai do fornecedor ao consumidor, passando

pelo fabricante, atacadistas e varejistas. A maior meta de qualquer sistema de GCS é reduzir estoques

(com a garantia de que os produtos estarão disponíveis quando necessário). Para isto, Gomes elenca

três fluxos principais:

a) fluxo de produtos;

b) fluxo de informações;

c) fluxo financeiro.

Para Novaes, (2001, p. 35), a logística empresarial evolui muito desde seus primórdios

e vem agregando valor de lugar, de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva.

Eliminando do processo tudo o que não tenha valor para o cliente a logística moderna

busca o aumento da eficiência, a melhoria dos serviços, a competição no mercado e a redução

contínua nos custos. Na figura 19 vê-se esta evolução.

Figura 19 - A evolução da logística para a cadeia de suprimentosFonte: Ballou, 2006, p. 30.

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Na figura 19 se observa o enxugamento das atividades, antes fragmentadas e hoje agrupadas

em subsistemas internos da empresa originando e formatando o novo conceito de logística.

Rodrigues (2007, p. 176) afirma que para a Supply Chain tornar-se uma realidade, é preciso

que haja uma mudança radical na visão de todos os subsistemas internos da empresa relacionados à

Logística, passando a enfocar, não mais um conjunto disperso de fabricantes, transportadores e

distribuidores, mas um sistema integrado, direcionado e gerenciado para efetivamente gerar valor

para o cliente.

Segundo Telles (2004, p. 90 apud WOOD Jr; ZUFFO, 1997), “Supply Chain é uma

evolução do conceito de logística, é responsável pelo gerenciamento do fluxo de toda a cadeia

de suprimentos”.

E continua:Um sistema que envolve todos os elementos de uma cadeia de produção, do fornecedor de matéria-prima até a entrega do produto (ou serviço) pelo comércio varejista (ou pela empresa prestadora de serviços) ao consumidor final, visando à otimização da cadeia de valores como um todo. É responsável pela gestão da cadeia de suprimentos. Essa evolução ocorreu devido à concorrência, que não se dá mais entre empresas, mas entre cadeias. Se essa corrente tiver um elo fraco e partir, compromete toda a cadeia.

Na figura 20 observa-se um conjunto de componentes interligados, que trabalham de

forma coordenada para atingir um objetivo comum.

Figura 20 - Modelo Supply ChainFonte: Telles, 2004, p. 91 apud Wood Jr e Zuffo,1997.

A sincronização perfeita de todas estas atividades, para que tudo funcione bem no

tempo certo, poderá eliminar perdas substanciais, reduzir o capital investido, satisfazer o

cliente e conquistar uma maior fatia do mercado.

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4.5 Marco teórico

O transporte é o mais importante dos processos logísticos, visto que representa o lado

mais visível nesse processo. É, em última análise, a concretização e resulta na entrega dos

produtos.

Segundo Taboada (2002, p. 2), o setor de transporte contribui com quase 7% do PIB

nacional brasileiro, gerando mais de 3,5 milhões de empregos no país. Para Taboada, a

logística não necessita apenas de um mero deslocamento de cargas de um ponto a outro, é

necessário um conjunto de atividades que permita a movimentação do fluxo dos materiais,

desde um ponto fornecedor até o consumidor, devendo integrar a cadeia de negócios que atua

de forma sincronizada, agregando valores e atendendo às necessidades do mercado.

As mudanças ocorridas no ambiente de negócios, na década de 90, entre elas, a

abertura da economia, sua estabilização e presença marcante de negócios com abrangência

global, exigiram a substituição do antigo modelo de gerenciamento empresarial, baseado na

produtividade, por um novo modelo, baseado na competitividade.

Neste sentido, as vias tradicionais para melhorar a produtividade, a qualidade e os

custos foram se esgotando e surgiu então a logística como uma oportunidade de conseguir

novos ganhos saindo de uma abordagem operacional para uma abordagem estratégica.

Abaixo o quadro apresenta as diferenças entre os serviços baseados em contratos

tradicionais X contratos logísticos, ou seja, do antigo e do novo conceito de logística.

Quadro 4 - Serviços Tradicionais x Serviços Logísticos

Serviços Tradicionais Serviços LogísticosNão personalizados PersonalizadosUnidimensionais: transportes, armazenagem.

Multidimensionais, ligando transporte, armazenagem, controle de estoques, tributos.

Clientes procuram reduzir os custos de transporte

O objetivo é procurar reduzir o custo total, mas buscando um melhor serviço.

Contratos curtos e negociados rapidamente

Contratos longos, definidos pela alta administração após longa negociação.

Experiência específica Experiência abrangente.Arranjos simples Arranjos complexos.Fonte: Villarinho, 2008.

No quadro 4 se percebe o novo estágio de relacionamento com os clientes e as devidas

reestruturações internas necessárias para que isso venha a ocorrer. As diferenças entre

contratos tradicionais de prestação de serviços é o que pressupõem a logística integrada.

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Hoje, a logística apresenta-se como uma importante ferramenta para a criação de

vantagens competitivas nas organizações. No cenário econômico do Brasil, as organizações

começam a trabalhar em cadeias que agreguem valores aos seus clientes. Esta nova

estruturação e funcionamento das cadeias são conhecidas como Gerenciamento da cadeia de

Suprimento.

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5 MÉTODO

Este capítulo foi desenvolvido em quatro seções. A primeira abordou o tipo de

característica do estudo. A área-alvo e sujeitos da pesquisa foram apresentados na segunda

seção. Na terceira, foi apresentada a coleta de dados e, por fim, a quarta seção, apresentou a

análise dos dados que foram coletados.

5.1 Tipo de característica do estudo

Para Roesch (1996, p.119; 146), os trabalhos podem ser abordados de forma

quantitativa ou qualitativa. Sendo, a pesquisa qualitativa, apropriada para a avaliação

descritiva, quando se trata de melhorar a efetividade de um programa ou plano, ou seja,

selecionar as metas de um programa e construir uma intervenção. A pesquisa qualitativa tem

por objetivo o aprofundar o conhecimento em relação à determinada indagação ou problema.

Conforme Vergara (2007, p. 46-48), as pesquisas podem ser classificadas quanto aos

fins e quanto aos meios.

a) Quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória:

- realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado.

Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que poderão surgir

durante ou ao final da pesquisa;

b) Quanto aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, telematizada e de campo:

- bibliográfica - por ser um estudo sistematizado e desenvolvido com base em

material publicado em livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, isto é,

materiais acessíveis ao público em geral,

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- telematizada visto que encontra em Vergara (1998, p. 46), a definição cuja base

refere à busca de informações em meios que combinam o uso de computador e

telecomunicações. A pesquisa na internet é um exemplo, do que foi realizado

neste trabalho,

- pesquisa de campo – é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou

ocorreu um fenômeno e/ ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pôde-se

incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação.

Tomando por base os conceitos, foi utilizada a pesquisa qualitativa, a fim de que se

analisassem possibilidades e formas que apontassem meios de a Planalto Encomendas tornar-

se uma Empresa Operadora Logística.

5.2 Área – alvo e sujeito

Segundo Roesch (1996, p. 120), o estudo pode estar concentrado em um departamento

da empresa, como geralmente ocorre com propostas que visam a diagnósticos, planos ou

sistemas em determinados setores, ou englobar toda a organização.

A partir desta definição a pesquisa foi realizada junto a Planalto Encomendas,

localizada em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, no setor de encomendas, que é

responsável pelo recolhimento e entrega, nos respectivos destinos, dos produtos coletados.

Para Vergara (2007, p. 53), os sujeitos da pesquisa são as pessoas que fornecem os

dados necessários para a elaboração do estudo. Sendo assim, foi entrevistado o gerente

comercial – Sr. Daniel Martin.

A escolha do gerente comercial para acompanhar e desenvolver a pesquisa junto com

a autora foi determinada tendo em vista a experiência na área e por ser ele o principal

responsável pela venda do serviço prestado pela transportadora.

Por fim, no desenvolvimento dessa pesquisa, o conhecimento do entrevistado

proporcionou dados que enriqueceram o trabalho tornando-o elucidativo.

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5.3 Coleta de dados

O método foi desenvolvido a partir de uma pesquisa qualitativa e as técnicas de coleta

de dados utilizadas foram feitas a partir de pesquisa bibliográfica (conforme está definido por

Vergara 2007, p. 48 e descrito no item 5.1) e entrevista em profundidade que, segundo

Roesch (2006, p. 159), “é fundamental na pesquisa qualitativa”.

Continua:O seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações em contextos que não foram estruturados anteriormente a partir das suposições do pesquisador junto aos integrantes da empresa, que terá como objetivo ampliar e enriquecer os dados apresentados, assim como outras informações que forem consideradas importantes para o trabalho.

A partir dos conceitos destacados acima, e para alcançar os objetivos específicos, foi

realizada uma entrevista em profundidade aplicada ao sujeito da pesquisa, conforme citado na

seção 5.2. Utilizou-se um roteiro semi-estruturado (APÊNDICE A), composto por questões

abertas, no qual o principal objetivo foi o de permitir ao entrevistado que expressasse

livremente sua opinião, direcionando-o para aspectos considerados importantes do trabalho.

As questões buscaram responder às necessidades do autor com relação aos temas propostos

nos objetivos específicos.

5.4 Análise de dados

Para Roesch (1996, p. 141), “os dados poderão ser manipulados de várias maneiras”,

entretanto, a literatura permitiu a elaboração das questões do roteiro para a entrevista em

profundidade. Na seqüência, através da análise de conteúdo da pesquisa, a entrevista foi

transcrita e o resultado obtido consta na seção 6.2 onde se apresenta os serviços prestados pela

empresa em questão.

Os dados analisados qualitativamente, considerando o levantamento bibliográfico, a

observação e pesquisa realizada, bem como o resultado dos dois últimos procedimentos

facilitaram a análise e a proposição de ações que contribuirão para que a empresa Planalto

usufrua do levantamento realizado. Nele, buscou-se demonstrar a possibilidade de avanço e

adequação ao mercado através de uma mudança de foco e de um reposicionamento

estratégico.

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A seguir, apresenta-se o quadro 5 com um resumo das técnicas de coleta e análise que

foram utilizadas para cada objetivo específico.

Quadro 5 - Composição da análise de dados

OBJETIVO ESPECÍFICO 1 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE

a) Identificar o conceito de uma empresa transportadora e de uma empresa de logística;

- Pesquisa bibliográfica e telematizada;

- Leitura exploratória;

OBJETIVO ESPECÍFICO 2 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE

b) Descrever as características da Planalto Encomendas que a identificam como empresa transportadora;

- Pesquisa de campo e observação da rotina de trabalho;- Entrevista em profundidade através de roteiro com o gerente comercial;

- Análise do fluxo pesquisado e observação;

OBJETIVO ESPECÍFICO 3 TÉCNICA DE COLETA TÉCNICA DE ANÁLISE

c) Identificar os passos que deverão ser alcançados para que a Planalto Encomendas torne-se uma Empresa de Logística.

- Pesquisa bibliográfica;- Entrevista.

- Análise dos resultados dos objetivos anteriores;- Leituras exploratórias;

Fonte: Próprio Autor, 2008

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6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo versa sobre a identificação do serviço de uma empresa

transportadora e de uma empresa operadora logística e sobre a caracterização dos serviços

prestados pela Planalto Encomendas. Nele, identificam-se os passos a serem dados pela

Planalto, a fim de que possa alcançar o status de uma empresa de logística.

6.1 Identificação do serviço de uma Empresa Transportadora e de uma Empresa Operadora Logística

O conceito de operador logístico é bastante recente, portanto esta seção pretende

esclarecer, a partir dos conceitos e as especificações a seguir, as reais diferenças entre uma

Empresa Transportadora e uma Empresa Operadora Logística.

6.1.1 Empresa transportadora

Neste item, especificamente, tratará dos temas referentes as empresas transportadoras

tradicionais e aos tipos de empresas transportadoras.

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6.1.1.1 Transportadora tradicional

Considera-se uma transportadora tradicional a empresa de transportes de cargas que

transfere produtos de um ponto para outro, solicitado por alguma organização. Na maioria das

vezes, o contrato é verbal, entre as parte, não existindo um contrato formal. Para Telles (2004,

p. 67), a sua função é coletar o produto, transportar e entregar a mercadoria no local desejado

pelo contratante, dentro de um prazo determinado.

6.1.1.2 Cenário do mercado

Segundo Bertolazzi (1998, p. 37), o transporte rodoviário de cargas (TRC) é

responsável por cerca de 70% do volume de movimentação de mercadorias no Brasil. O TRC

participa com 7 a 8 por cento do Produto Interno Bruto. (ANTHROPOS CONSULTORIA

S/C LTDA, 1988). Porém, a competição acirrada, os custos elevados, clientes exigentes e

outros fatores como a insegurança com o roubo das cargas fazem parte do cenário que as

empresas transportadoras enfrentam. Conforme Neves (TIGERLOG, 2008), para sobreviver e

crescer nesse mercado, as transportadoras têm basicamente duas opções: se especializar cada

vez mais nos serviços de transportes e em seus clientes e se transformar num operador

logístico fornecendo serviços de logística integrada.

E continua:Ambas as opções requerem das transportadoras investimentos em infra-estrutura, pessoas e tecnologia da informação e o seu redirecionamento estratégico. Especializar-se nas atividades de transporte para manter-se competitivo no mercado significa reposicionar-se bem diante do cliente, e também oferecer diferenciais no serviço e no preço. Manter-se vivo nesse mercado sem depender de alianças operacionais com grandes operadores logísticos ou de estratégias radicais de preço é um grande desafio para as Transportadoras.

Ainda, para complementar, Neves (2008), afirma que: “transformar-se num Operador

Logístico deverá ser o caminho natural para todas as grandes e médias empresas de transporte

rodoviário de carga, a médio e longo prazo.

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6.1.1.3 Classificação das empresas transportadoras

No Brasil, hoje, há três classes de transportadoras: Empresa Transportadora Comercial

(ETC), Empresa de Carga Própria (ECP) e Autônomo (AUT). A partir desta classificação os

governos, na maioria das vezes, consideram a situação legal das transportadoras e limitam a

atuação das mesmas a mercados e serviços específicos para que elas possam operar em

ambientes competitivos e com preços estáveis. Essas restrições denominam-se licença operacional e

fazem parte da autorização legal para o transporte de produtos e commodities entre dois pontos.

(BALLOU apud GOMES e RIBEIRO, 2004, p. 100).

Com relação às empresas de transporte comercial, é possível fazer uma distinção entre

três formas:

a) pequenas empresas - confundem-se com autônomos que, muitas vezes,

possuem mais de um caminhão, caracterizando-se pelo transporte de cargas

inteiras,

b) empresas de médio porte, geralmente trabalham no transporte de cargas

fracionadas, com linhas regionais específicas,

c) empresas de grande porte, caracterizam-se pela ampla rede de pontos em

diversos estados brasileiros.

Quanto aos transportadores de carga própria, pela necessidade que as organizações

têm de garantir regularidade, pontualidade e qualidade nos serviços de transporte de seus

produtos, se observa um aumento na sua participação no conjunto do transporte rodoviário de

cargas.

Quanto à última categoria, os autônomos, dividem-se em três formas:

a) os vinculados a empresas de transporte comercial (ETC);

b) os vinculados a transportadores de carga própria (TCP);

c) os sem vínculo algum.

A partir da perspectiva de licença operacional, existem quatro classes de

transportadas: comuns, contratadas, privadas e isentas.

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6.1.1.3.1 Transportadoras comuns

O sistema de transporte em geral está fundamentado no serviço da transportadora comum que

oferece transporte eventual e serviços diversos de transporte de cargas individuais.

A responsabilidade dessas transportadoras é prestar serviços ao público a preços justos.

Sua licença operacional permite que elas transportem qualquer commodity, utensílios domésticos

ou computadores, mas limita a região e se a programação será regular ou não. (GOMES;

RIBEIRO, 2004, p. 101).

6.1.1.3.2 Transportadoras contratadas

Estas prestam serviços para clientes específicos. A base de contrato ocorre entre

embarcador, que solicita um serviço de transporte específico a um custo previamente combinado

entre as partes. (GOMES; RIBEIRO, 2004, p. 101).

6.1.1.3.3 Transportadoras privadas

Nesse caso, a firma é proprietária de seus próprios veículos que, a princípio, são frotas

próprias não disponíveis para aluguel nem sujeitas à regulamentação, embora devam agir de

acordo com as legislações que regem a movimentação de mercadorias de alto risco, a segurança

dos funcionários, veículos e outras regulamentações sociais estabelecidas por agências

governamentais - Departamento de Transportes.

A mais importante diferença entre transportador próprio e de prestação de serviço a

terceiros é que, no primeiro caso, a atividade de transporte deve ser resultante do principal negócio da

empresa para que seja qualificado como tal.

Devido à falta de regulamentação, os custos das frotas próprias e transportadoras externas

têm pouca diferença. Por este motivo, várias empresas reduziram suas operações com transporte

próprio e concentraram suas habilidades gerenciais e os recursos na execução de seus negócios.

Além disso, para aumentar a sua competitividade, as empresas passaram a buscar serviços de

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transportadoras especializadas e com habilidades operacionais especificas. (GOMES; RIBEIRO,

2004, p. 101-102).

6.1.1.3.4 Transportadoras isentas

Transportadoras isentas são empresas que não sofrem restrições de regulamentação

econômica, tendo isenção a determinadas commodities transportadas ou a mercados específicos,

como produtos agrícolas não-processados e matérias-primas do setor extrativista. Quanto a mercados

isentos, estão incluídas áreas localizadas próximas aos aeroportos ou áreas metropolitanas. Essas

transportadoras, tanto quanto as demais, devem obedecer às leis de segurança e ter permissão dos

Estados em que operam e, caso tenham movimentações interestaduais, suas taxas de frete precisam

ser divulgadas.

Os compromissos são assumidos conforme o nível de envolvimento ou compensação

financeira oferecida pelo embarcador à transportadora. As comuns são as que apresentam menor

grau de envolvimento, já que as obrigações se limitam a uma única carga por vez. Os que

envolvem assinatura de contratos têm maior grau de compromisso, pois os acordos se estendem

por um período de seis meses a um ano. Quanto ao grau de envolvimento financeiro, tanto para as

comuns como para as contratadas, dependerá do peso a ser transportado. Em caso de frota própria, o

envolvimento é ainda maior, pois envolve tanto os custos fixos dos equipamentos como as variáveis

operacionais. (GOMES; RIBEIRO, 2004, p. 102).

6.1.2 Empresas de serviços logísticos

Uma Empresa Operadora Logística caracteriza-se por prestar, basicamente, os serviços

de armazenamento, estoque e transporte de forma integrada. Neste sentido, os mesmos serão

descritos a partir dos itens a seguir: os tipos de serviços logísticos, a classificação das

empresas operadoras de logísticas, as atividades de uma empresa de serviço logístico, as

razões para terceirizar as atividades logísticas no Brasil, bem como os resultados obtidos com

a terceirização, o sistema de informação e comunicação dentro da empresa de logística e quais

as perspectivas para o futuro, neste campo.

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6.1.2.1 Conceito de empresa operadora de serviço logístico

A indústria de operadores logísticos no Brasil é bastante recente. Pode-se dizer que

esta mudança ganhou volume em 1994, a partir da estabilização econômica propiciada pelo

Plano Real, conforme comenta Fleury e Ribeiro (2006, p. 302).

Segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística (ABML), operador

logístico é uma empresa prestadora de serviços, especializada em gerenciar e executar todas

ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento, que agrega

valor aos produtos e serviços de seus clientes e que tenha competência para, no mínimo,

prestar simultaneamente serviços nas três atividades consideradas básicas: gestão de estoques,

armazenagem e gestão de transportes.

Ainda, para complementar, a definição de operador logístico com a contribuição de

Fleury (2000, p. 295), que reforça a característica de integração de todas as atividades de

logística, de uma forma própria a cada cliente. Desta forma, pode-se entender que o operador

logístico deve trabalhar de forma sincronizada na busca da racionalização do custo e tempo do

seu cliente, oferecendo um serviço que agregue valor ao cliente final e que este o perceba.

6.1.2.2 Tipos de serviços e a classificação dos operadores logísticos

Nos itens a seguir serão explicitados os tipos de serviços logísticos, bem como a

classificação dos Operadores Logísticos.

6.1.2.2.1 Tipos de serviços logísticos

Sob o ponto de vista dos tipos de serviços prestados, podem ser classificados, segundo

Novaes (2001 p. 328), em dois grupos básicos: Prestadores de Serviços Logísticos baseados

em ativos e Prestadores de Serviços Logísticos baseados em administração.

a) Prestadores de Serviços Logísticos baseado em ativos, ou seja, empresas que

detêm ou alugam a terceiros ativos tangíveis e oferecem outros serviços logísticos,

como ampliação natural de sua atividade central. É o caso, por exemplo, de uma

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companhia de armazéns, que pode fornecer serviços de embalagens, etiquetagem

ou montagem final, além dos serviços tradicionalmente ofertados aos clientes;

b) Prestadores de Serviços Logísticos baseados em administração e no tratamento da

informação: são empresas que operam na administração de atividades, e que não

detêm ou alugam ativos tangíveis. Exemplo: uma empresa que fornece aos seus

clientes, recursos humanos e sistemas para administrar toda ou parte de suas

funções logísticas.

Com a identificação dos dois tipos de serviços anteriores, pode-se dizer que juntos

geram um terceiro grupo, denominado híbrido ou integrado, conforme Africk e Calkins

citados por Gomes e Ribeiro (2004, p. 76), e que corresponde aos Prestadores de Serviços

Logísticos que oferecem serviços logísticos físicos e administrativos ao mesmo tempo. São os

grandes operadores logísticos que administram o processo logístico das sociedades comerciais

e industriais, ao mesmo tempo em que oferecem serviços físicos, caracterizados por um alto

grau de personalização dos serviços oferecidos, ou seja, os serviços físicos e administrativos

são combinados de forma a atender às necessidades dos clientes (NOVAES, 2007, p. 287). A

seguir, a figura 21, mostra os vários tipos de operadores.

Figura 21 – Tipos de operadores segundo o serviço prestadoFonte: Novaes, 2007, p. 287.

O prestador de serviço logístico físico tem baixa complexidade administrativa, mas

com ativo altamente especializado; os prestadores de serviço administrativo se caracterizam

pelo baixo comprometimento com ativos e maior complexidade na oferta de serviços

baseados nos recurso humanos; e o prestador de serviço híbrido caracteriza-se pelo alto grau

de personalização dos serviços oferecidos, ou seja, combina os serviços físicos e

administrativos conforme a necessidade do cliente.

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6.1.2.2.2. Classificação das empresas operadoras de logística

A classificação pode ser baseada na atividade de origem das empresas: transporte,

armazenagem, embalagem de produtos, importação e exportação. Segundo Telles (2004, p. 71

apud FLEURY, 2000), uma análise histórica das empresas de serviços logísticos indica que

são originárias de vários setores, entre estes: da distribuição de produtos, da indústria, de

transportes e de armazenagem. Podemos confirmar isto observando alguns dos mais conhecidos

operadores internacionais, como: a Exel Logistics que teve origem na atividade de

armazenagem, a Carterpillar Logistics, como departamento de logística da Cartepillar,

empresa fabricante de equipamentos pesados e a FedEx, como empresa de entrega expressa.

No quadro abaixo são apresentados alguns exemplos de empresas que a partir da

ampliação dos serviços ou a diversificação do seu negócio atuam como empresas operadoras

de logística.

Quadro 6 - Exemplos de Operadores Logísticos de diferentes origens

Surgidos da Ampliação de Serviços Surgidos da diversificação de negócioExterior Brasil Exterior Brasil

Ryder Columbia Armazéns Federal Express DDF/DanzasRoadway Transp. Americana UPS Cotia Trading

TNT ------------- Cartepillar Marbo/MartinsFriz Company ------------- Mitsui Logistcs ----------------

Exel -------------- --------------- ----------------J.B. Hunt ------------- ------------- -------------Schneider ------------- ------------- -------------

Fonte: Fleury, 2000, p. 135.

No Brasil, atuam algumas empresas prestadoras de logística, como: a distribuição (Marbo

Logística Integrada/Grupo Martins), a manufatura (Portobello Armazéns Gerais

Ltda./Portobello), os serviços de transporte e a armazenagem (Tora Logística/Tora Transportes

e Varig/Variglog).

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6.1.2.3 Diferenças do operador logístico para a transportadora tradicional

A principal diferença entre o operador logístico e a transportadora tradicional é que no

primeiro existe a coordenação das atividades logísticas de forma integrada. Gomes e Ribeiro

(2004, p. 76 apud FLEURY, 2000) concordam com a existência de diferenças, como pode ser

observado no quadro 7 a seguir:

Quadro 7 – Características dos Operadores Logísticos integrados e das Transportadoras de serviço Tradicional

Transportadora Tradicional Operador Logístico IntegradoOferece serviços genéricos – commodities. Oferece serviços sob medida – personalizados.Tende a se concentrar em uma única atividade

logística: transporte, estoque ou armazenagem.

Oferece múltiplas atividades de forma

integrada: transporte, estoque e

armazenagem.O objetivo da empresa contratante do

serviço é a minimização do custo específico

da atividade contratada.

Os objetivos da contratante são reduzir

os custos totais da logística, melhorar os

serviços e aumentar a flexibilidade.Contratos de serviços tendem a ser de curto a médio

prazo (seis meses a um ano).

Contratos de serviços tendem a ser de longo

prazo (cinco a dez anos).Know-how (conhecimento de causa e experiência)

tende a ser limitado e especializado (transporte,

armazenagem, etc.).

Possui ampla capacitação de análise e

planejamento logístico, assim como de

operação.

Negociações para os contratos tendem a ser rápidos

(semanas) e em nível operacional.

Negociações para contrato tendem a ser longas

(meses) e em alto nível gerencial..Fonte: Fleury, 2000, p. 133.

A maior diferença entre um operador logístico e um prestador de serviço tradicional é

a preocupação de que todos estejam ganhando. O operador logístico está sempre inovando o

seu serviço, buscando uma maior qualidade no serviço prestado. (TELLES, 2004, p. 71).

A seguir Telles (2004, p. 72-74), apresenta algumas diferenças entre um operador

logístico e uma transportadora de serviços tradicionais em nível operacional, tático e

estratégico.

No nível operacional o operador logístico faz o básico, mas também transforma dados

adquiridos junto aos consumidores em informações úteis para o cliente contratante. Pode-se

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acompanhar toda a carga através do monitoramento via satélite do caminhão tendo a

confirmação, com segurança, da hora exata da entrega do produto ao seu cliente final.

Entretanto, a transportadora de serviço tradicional está preocupada só com sua função isolada

básica. Exemplo disso é quando se contrata um transportador qualquer, adquire-se um serviço

de transporte somente, não se recebe um retorno de como, de que forma e quando o serviço

está sendo feito, só se sabe, de algum problema ou atraso se o cliente reclamar. Não funciona

como um parceiro.

No nível tático, o operador logístico procura realizar um serviço que agrega valor e

relacionamento. É visto como uma parceria que pode durar muito e que ambos tendem a

ganhar. A informação é acessível em todos os canais e um de seus objetivos é a diminuição

dos custos logísticos totais, e não só de sua pequena área de atuação. Por outro lado, a

Transportadora de Serviço Tradicional preocupa-se em desempenhar o que lhe é confiado sem

necessariamente abranger os itens acima descritos, a exemplo: fornecer processos e

informações.

Exemplificando: no controle de estoque, todo o serviço que é realizado e as melhorias

executadas não são divulgadas para que a empresa contratante possa aplicar em outros

setores, a não ser que o prestador de serviço tenha alguma vantagem com isso.

Do ponto de vista estratégico, a contratação do operador logístico é fundamental para

a organização na procura de novos mercados, na redução de custos totais, para perceber

melhor o seu próprio negócio, ter uma maior flexibilidade, agilidade, rapidez, segurança e

competitividade. O operador logístico pode oferecer todas as vantagens que a organização

necessita e manter-se eficiente e eficaz na manutenção e crescimento de seu cliente final,

conceito esse que um prestador de serviço tradicional não tem.

Neste sentido, o operador logístico veio para atender a uma necessidade imposta pelo

mercado consumidor que procura organizações ágeis, que respondam a demanda que pode

surgir a qualquer momento e em qualquer lugar do globo. Essas organizações devem contratar

um operador logístico e adotar uma abordagem inovadora para os serviços logísticos

mantendo e ampliando a sua vantagem competitiva.

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6.1.2.4 Atividades de uma Empresa de Serviço Logístico

O operador Logístico deve sempre buscar atender as necessidades do cliente. Dentro

desta perspectiva é ele o profissional que vai definir suas funções, tendo sempre a meta de

gerar valor agregado ao serviço e produtos do cliente, diminuindo o seu custo logístico total.

Em sua atribuição profissional constam as ferramentas adequadas para o tipo de serviço que

foi contratado deixando o cliente voltado, tão somente para o objetivo da organização.

Conforme a Associação Brasileira de Movimentação e Logística - ABML as

atividades de uma empresa que presta serviços logísticos, são:

Quanto à estocagem:

a) estabelecer a política de estoques com o cliente;

b) controlar e responsabilizar-se por quantidades, localização e valores do estoque

físico do cliente;

c) Utilizar técnicas modernas para acompanhar a evolução dos estoques em termos de

quantidade e localização;

d) Emitir relatórios periódicos sobre os estoques;

e) Garantir a rastreabilidade dos produtos.

Quanto à armazenagem:

a) Dispor de instalações adequadas com equipamentos de movimentação,

armazenagem e outros,

- De acordo com a legislação e com as regras das entidades legais (corpo de

bombeiros, vigilância sanitária, etc.);

b) Receber e expedir;

c) Realizar controle de qualidade nos processos;

d) Possuir apólice de seguros para instalações e materiais;

e) Cumprir exigências legais.

Quanto à gestão do transporte:

a) Contratar ou realizar transportes;

b) Manter valores de fretes competitivos;

c) Qualificar e homologar transportadoras;

d) Negociar a qualidade do serviço com a transportadora;

e) Conferir e realizar o pagamento de fretes;

f) Medir e controlar o desempenho das transportadoras;

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g) Emitir relatórios periódicos sobre a qualidade do serviço.

Quanto ao sistema de informação:

a) Dispor de sistemas apropriados [Sistema de Administração de Armazéns – WMS],

com utilização de código de barras, leitoras óticas, rádio freqüência e outros;

b) Estrutura ágil na obtenção e repasse de informações para tomadas de decisões;

c) Relatórios focados nas necessidades dos tomadores de decisões.

6.1.2.5 Razões para terceirizar atividades logísticas

Segundo Gomes e Ribeiro (2004, p. 74 apud DORNIER et al), a maior complexidade dos

sistemas logísticos, denominados sistemas logísticos globais, constitui-se como uma das razões

para haver terceirização na logística.

Para atingir novos mercados e oferecer melhores serviços aos seus clientes, as firmas

estão concentrando seus esforços nas suas atividades centrais, deixando para as empresas

prestadoras de serviços logísticos as demais funções. Além disso, a busca pela redução dos custos

logísticos é uma das principais razões dessa tendência.

Para Fleury (2006, p. 316), “são vários os motivos que levam uma empresa à decisão

de terceirizar parte ou a totalidade de suas operações logísticas”. A terceirização pode

apresentar uma série de ganhos, como: redução de ativos e do custo de mão- de- obra, o

aumento da flexibilidade para modificação de capacidade, o acesso à tecnologia de ponta,

além da possibilidade de se concentrar nas atividades chave e, ainda, pode apoiar a expansão

para novos mercados e o aumento da eficiência operacional e do nível de serviço. Por outro

lado, tem algumas desvantagens que envolvem a possibilidade da empresa perder o controle

da operação, não acompanhar os avanços tecnológicos, correr o risco de piorar seu

desempenho operacional ou mesmo abrir mão de habilidades essenciais para seu sucesso.

Fleury (2006, p. 316), continua citando uma pesquisa executada pelo Centro de

Estudos em Logística onde foram identificados 10 diferentes fatores que podem motivar a

terceirização. Para uma melhor análise estes fatores foram classificados em três grupos em

razão do número de vezes que foram citados pelas empresas pesquisadas. O quadro 8

apresenta os diferentes motivos da terceirização e os grupos a que pertencem.

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Quadro 8 - Motivos para terceirizar

Mais citadosReduzir Custos 83%Focar no Core Business 76%Aumentar a Flexibilidade 68%Reduzir Investimentos em Ativo 67%IntermediáriosAumentar os Níveis de Serviço 57%Aumentar Eficiência Operacional 44%Gerar novas soluções logísticas 35%Menos CitadosMelhorar Tecnologia de Informação 30%Aumentar Controle sobre a Logística 29%Expandir Mercados 22%Fonte: Fleury, 2006, p. 317

O quadro 8 reforça a condição de que a maioria das empresas ainda considera o

processo de terceirização logística muito mais como uma decisão operacional do que

estratégica. Mesmo assim, a maioria das empresas considera sua relação com os operadores

logísticos uma parceria.

6.1.2.6 Terceirização da logística no Brasil

A indústria de provedores de serviços logísticos - PSLs vem crescendo num ritmo

acelerado. Segundo Fleury (2006, p. 314), “a terceirização das atividades logísticas é uma

prática bastante difundida e que vem acompanhando o processo de evolução da logística no

Brasil”. Dados de pesquisa (Centro de Estudo em Logística) mostram que entre 1998 e 2003 o

índice de terceirização logística no país saltou de 41% para 60%, um crescimento de 47%

num período de cinco anos, conforme pode ser comprovado na figura 22 a seguir.

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Veja como acontece esta evolução:

Figura 22 - Evolução da Terceirização Logística no BrasilFonte: Fleury, 2006, p. 314.

Para medir este índice foram consideradas dez diferentes atividades logísticas,

agrupadas em três classes de serviços, que são:

a) a primeira classe, denominada de atividades básicas, é composta pelo transporte de

suprimento, de transferência e de distribuição, bem como o desembaraço

aduaneiro;

b) a segunda classe, chamada de atividades intermediárias, é composta pelo

gerenciamento de transporte multimodal, milk run (busca do produto diretamente

no fornecedor, de forma programada, atendendo a necessidade de abastecimento) e

armazenagem; e por último;

c) a terceira classe, denominada de atividades sofisticadas, é composta da gestão de

estoques, montagem de kits e projetos logísticos.

Considerando as dez atividades pesquisadas e classificadas acima, atualmente, nas

grandes empresas brasileiras, 60% do seu potencial de terceirização logística já ocorreu.

Este parece ser um índice elevado, mas que pode ser explicado quando se examina, em

detalhes, as atividades mais terceirizadas.

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Na figura 23 podemos observar mais claramente a relação entre a classe da atividade e

o índice de terceirização.

Figura 23 - Nível de terceirização logística por grupo de atividadesFonte: Fleury, 2006, p. 315.

Enquanto as atividades básicas possuem um índice de terceirização de 92%, nas

atividades intermediárias o índice é de 45%, e nas atividades sofisticadas de apenas 31%. Ou

seja, a terceirização logística nas empresas brasileiras está fortemente baseada em atividades

de transporte e desembaraço aduaneiro, típicas de provedores de serviços básicos. As

atividades mais sofisticadas, típicas de operadores logísticos integrados possuem um menor

índice de terceirização, reflexo provável da pouca idade destes atores no mercado brasileiro.

6.1.2.7 Resultados da Terceirização

Os custos, a qualidade de serviço e a tecnologia da informação são os três aspectos

que levam as empresas brasileiras a decisão de terceirização. Para cada uma delas é possível

identificar a ocorrência de melhorias, conforme revela Fleury (2006, p. 320) a partir de

resultados obtidos com base nas experiências vivenciadas.

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Das empresas pesquisadas 60% revelaram que a decisão de terceirização resultou em

redução de custos. Já para o aspecto de melhorias na qualidade de serviços foram observadas

em 52% das empresas. E no caso da tecnologia de informação as melhorias observadas foram

menores; apenas 39% das empresas registraram melhorias nesta variável.

Perguntadas sobre o nível geral de satisfação com a decisão de utilizar operadores

logísticos, 81% das empresas se dizem satisfeitas, 10% indiferentes, e apenas 9% afirmaram

sua insatisfação. Fleury considera estes números positivos, principalmente quando

comparados com outras regiões do planeta, como: a América do Norte, a Europa Ocidental, e

a Ásia, onde os índices de satisfação são respectivamente de 89%, 81%, e 89%, ou seja,

bastante semelhantes ao índice observado no Brasil.

6.1.2.8 Sistema de informação e comunicação nas empresas operadoras de serviços logísticos

Como podemos observar a empresa operadora de logística além de integrar as funções

também, de acordo com o tipo e as necessidades dos clientes, tem que adequar os sistemas de

informação e comunicação indispensável à execução do serviço.

O sucesso do operador logístico está na eficaz utilização do sistema de informação.

Para Fleury et al. (2000, p. 287-288) as maiores oportunidades encontram-se nas tecnologias

de informação, que envolvem tanto hardware, quanto software, e têm aplicações tanto no

fluxo de dados e informações quanto nas operações de transporte e armazenagem.

Exemplos mais comuns das tecnologias são os códigos de barras, leitura óptica, rádio

freqüência, EDI, GPS, datawarehouse, roteirizadores, sistemas ERP, sistemas GIS,

simuladores e sistemas de planejamento de redes.

A Tecnologia da Informação que reduz a possibilidade de manipulação ou extorsão das

informações fornecidas ao contratante por parte do contratado e, o envolvimento da alta

administração são dois pontos importantes para o sucesso das parcerias logísticas.

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6.1.2.9 O que se espera para o futuro

O futuro parece promissor para os operadores logísticos no Brasil. A cada dia que

passa mais empresas, diante do cenário nacional e, obviamente contagiadas pelo cenário

internacional, preparam-se para atuar como operadores logísticos e, por outro lado, as

empresas que não atuam neste setor planejam aumentar suas despesas logísticas com

terceiros.

Considerando as principais atividades com previsão de expansão da terceirização, a

que mais se destaca é a armazenagem, com 40%, seguida por três atividades consideradas

mais sofisticadas, como: desenvolvimento de projetos/soluções logísticas com 31%, gestão de

estoques com 25% e montagem de kits com 23%. Estes números indicam um cenário

favorável aos operadores logísticos mais sofisticados e estruturados, fazendo com que

aumente a indústria de provedores de serviços logísticos no Brasil.

A atividade logística vem crescendo rapidamente nas grandes empresas brasileiras. A

prática de terceirização das atividades logísticas vem acompanhando o desenvolvimento da

logística no país. Essas práticas contribuem para a criação de vantagem competitiva, através

da redução de custos e do aumento da qualidade de serviços, cada vez mais valorizada pelos

clientes.

6.2 Caracterização dos serviços prestados pela Planalto Encomendas

A Planalto Encomendas possui um organograma muito simples. Segundo o seu

Gerente Comercial - Daniel Martin, o grupo responsável pela parte de logística e distribuição

de cargas da empresa é composto por um Diretor da área de encomendas, o Gerente

Comercial e o Gerente Operacional. A equipe, na sua totalidade, é composta por 1188

colaboradores. Os mesmos atuam em diversos setores, tais como: atendimento, assistência

comercial, Marketing, supervisores e vendedores que atuam em outros estados, coleta e

entrega da carga, embarque e desembarque no terminal, expedição e resolução das pendências

referentes à entrega do serviço, entre outros setores. Os funcionários, estão concentrados nas

bases de Porto Alegre, Santa Maria, Caxias do Sul e Uruguaiana. Existem, ainda outras bases,

que são administradas por agentes, que operam o serviço por conta da Planalto.

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6.2.1 Transporte na Planalto

O modo de transporte mais usado pela Empresa Planalto é o rodoviário e os veículos

utilizados são caminhões, ônibus, carros menores e motos.

Em segundo lugar e, em uma proporção muito menor, está sendo utilizado o modal

aéreo. Dentro do grupo JMT - José Moacyr Teixeira, existe a NHT Linhas Aéreas – Norma

Helga Teixeira com seis aeronaves próprias, de pequeno porte e que fazem o transporte de

documentos (para desembaraço de carga aduaneira) e bagagens de passageiros em toda a

região sul do país. Além da disponibilidade de aeronaves próprias possui uma parceria com a

DHL Express (correio alemão) que permite atender o mercado doméstico, ou seja, mandar

encomendas para todo o país, bem como atende clientes internacionais com envio de cargas

para qualquer lugar do mundo.

6.2.1.1 Vantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto

A vantagem de trabalhar com o modal rodoviário é que, além de ser o mais

popular/comum, tem a maior ramificação pelo país, o menor custo em relação ao aéreo, e

maior rapidez em relação ao ferroviário ou ao fluvial, permitindo que o deslocamento e a

distribuição das cargas ocorram em muito menos tempo.

Por todas essas vantagens o transporte rodoviário é o mais consagrado, o mais

utilizado e o mais demandado pelo mercado consumidor, mantendo-se com mais de 80% da

preferência das empresas. Evidentemente, é o maior espaço para que empresas de transporte,

como a Planalto, possam crescer e demonstrar o seu diferencial, que é a agilidade na entrega e

o atendimento à necessidade do cliente chegando mais cedo no destino desejado.

6.2.1.2 Desvantagens no modal rodoviário para a Empresa Planalto

A desvantagem está no custo de manutenção da frota que, em grande parte é gerado

pelo mau estado de conservação das rodovias; no custo do combustível (diesel) que tem

aumentos constantes; nos pedágios que também reduzem a rentabilidade; no aumento do

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número de concorrentes no mercado (empresas especializadas em uma determinada região); e

a concorrência desleal onde o cliente paga menos pelo serviço, porém, sem a garantia e a

segurança oferecida numa empresa com a tradição e a credibilidade da empresa-foco.

6.2.1.3 Vantagens do modal aéreo para a Empresa Planalto

O modal aéreo possibilita oferecer ao cliente mais uma opção que faz a diferença no

momento que necessita realizar uma operação com maior agilidade. Uma outra vantagem, não

menos importante, é o transporte de documentos, relevantes em desembaraços aduaneiros e

outras operações. A Planalto utilizando a velocidade do modal aéreo atinge uma maior gama

de necessidades do cliente.

6.2.2 A forma de transporte utilizada na Empresa Planalto

Desde o início da empresa Planalto, mais de 60 anos, ofereceu o modal rodoviário.

Hoje, com mais uma opção, o modal aéreo, passou a trabalhar na forma multimodal.

Conforme define Rodrigues (2007, p. 28), o transporte multimodal ocorre com um único

contrato de transporte, onde o Operador de Transporte é o responsável pela coleta, composição da

carga, armazenagem, movimentações e entrega ao destinatário e tem como vantagens a simplicidade

jurídico-administrativa e a eficiência econômico-energética, com um único responsável perante o

dono da carga.

6.2.3 Frota da Planalto Encomendas

A Planalto Encomendas atende os clientes através de ônibus, caminhões trucados (dois

eixos na parte traseira, maior condição de tonelagem), caminhão toco (possui só um eixo na

parte traseira, um pouco menor com velocidade maior), veículos menores (caminhões de

pequeno porte) e motocicleta. A frota é composta por 500 veículos sendo que 300 são

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veículos próprios de 200 são terceirizados. No transporte aéreo são utilizadas seis aeronaves

próprias de pequeno porte e mais uma parceria com a DHL Express (correio alemão).

6.2.3.1 Vantagem na utilização de frota própria pela Planalto Encomendas

A vantagem de gerir uma frota própria está relacionada a gestão do horário, do

comprometimento e da manutenção dos veículos, ou seja, a empresa tem o controle sobre

todas as operações e uma redução dos custos já que a execução da tarefa internamente permite

a apropriação do lucro que seria pago ao operador logístico.

6.2.3.2 Vantagem na utilização de frota terceirizada pela Planalto Encomendas

A vantagem com relação aos terceirizados é o alto grau de aproximação, criando com

os mesmos uma fidelização à Planalto, onde o contratado assume a filosofia da contratante e

incorpora no seu jeito de ser o modelo de trabalho da Planalto.

6.2.3.3 Desvantagem na utilização da frota rodoviária (própria/terceirizada) da Planalto Encomendas

O que pode ser desvantagem, que é a contratação de motoristas, tanto num modelo

como noutro, é trabalhado junto à seguradora, que faz os testes para a contratação e atesta

pela idoneidade do contratado. Neste sentido, a carga é 100% assegurada.

6.2.4 Armazenagem e manuseio dos produtos na Planalto Encomendas

A Planalto Encomendas funciona por cross docking, ou seja a carga entra e a carga sai.

Segundo Bertaglia (2003, p. 265), o sistema de cross docking é a movimentação de produtos no

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terminal de distribuição com a menor manuseio possível. Os produtos chegam no terminal de

distribuição e são movimentados díretamente entre os caminhões na área de carga (docas), não chegam

a ser estocados como geralmente acontece e, logo em seguida são enviados diretamente para os

clientes.

Este modelo, que é utilizado em todas as bases da Planalto Encomendas, traz uma

maior agilidade na entrega do serviço. Como afirma Daniel – gerente comercial: “A carga tem

que ser entregue. A carga não é nossa ela é do cliente. Para isso os veículos funcionam 24

horas. Isto é a distribuição a qual nos propomos trabalhar”.

6.2.5 Custos diretos e indiretos da Planalto Encomendas

Os custos direto são considerados aqueles que a empresa tem para poder funcionar:

que é o gasto com o diesel, os colaboradores (a parte administrativa, financeira, contábil, RH

e fiscal) e as instalações ocupadas pela empresa. Já os custos indiretos são aqueles gastos que

surgem em razão do mercado. Por exemplo: diante de uma grande demanda a contratação de

outros veículos para fazer aquela entrega. Isto ocorre em datas comemorativas, como: Natal e

final de ano.

6.2.6 Tipos de produtos transportados pela Planalto

A Planalto Encomendas é certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) para fazer o transporte de medicamentos. Neste sentido, esta proibida de fazer o

transporte de alguns produtos como pesticidas e inflamáveis, pois os mesmos podem

comprometer a qualidade dos demais produtos. Então, a Planalto está focada para os

segmentos:

a) informática e eletros eletrônicos;

b) autopeças;

c) medicamentos;

d) confecções; e

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e) órgãos públicos como o Tribunal do Trabalho (TT), Tribunal de Justiça (TJ) e

Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Um exemplo disso é o transporte de todas

as urnas eletrônicas utilizadas nas eleições municipais de 05 de outubro de

2008. Estes órgãos públicos preferem a Planalto Encomendas pela capilaridade

que ela possui no Rio Grande do Sul e pela agilidade com que chega aos

destinos.

6.2.7 Tipos de tecnologia da informação usadas na Planalto Encomendas

A tecnologia da informação é utilizada pelas empresas para melhorar o seu

desempenho, a sua segurança e para garantir uma maior integração com seus clientes.

Segundo Monteiro e Bezerra (2008, p. 125), a aplicação de alguns sistemas como o código de

barras, o EDI, o ECR e os ERPs, facilitam e tornam a informação mais aperfeiçoada para a

aplicação na cadeia de distribuição.

Na empresa Planalto, o uso da tecnologia da informação está relacionada a dois

aspectos importantes da cadeia de distribuição: a segurança e o controle da carga pela

empresa e o cliente.

Quanto à segurança da frota é feito o rastreamento via satélite, através do qual se pode

acompanhar a posição dos veículos, além de um software que possibilita ver qualquer

sinalização de pânico, assalto ou desvio de rota, permitindo assim o contato com o veículo ou

com o posto policial mais próximo. Já em relação ao controle, a tecnologia usada é o

acompanhamento eletrônico e rastreamento on-line de toda a carga que entra na

transportadora. Através da leitura eletrônica os dados ficam armazenados no sistema. O

cliente, por sua vez, tem acesso via a internet e pode tomar conhecimento desde o horário da

coleta até a sua entrega. Estas são as principais ferramentas e a partir delas é disponibilizado,

via internet, as informações necessárias.

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Nas figuras 24 e 25 observa-se a página da Planalto Encomendas, na internet, e o

código de barras que permitem o acesso on-line pelos clientes.

Figura 24 - Rastreamento on-lineFonte: Planalto, 2008.

Figura 25 – Código de barrasFonte: Planalto, 2008.

Qualquer cliente com o fornecimento do CNPJ/CPF e número da Nota Fiscal pode

localizar a sua encomenda ou carga, fazendo assim o acompanhamento do deslocamento

durante todo o processo.

6.2.8 Supply Chain na Planalto Encomendas

Este processo integrado que abrange as cadeias de suprimento, produção e distribuição

ainda não acontecem na Planalto Encomendas. Conforme o gerente comercial, Daniel Martin,

a integração destas cadeias é para onde a empresa pretende caminhar e, no seu entendimento,

no futuro a concorrência se dará entre cadeias produtivas e não entre transportadores,

fornecedores ou vendedores de materiais. Para Rodrigues (2007, p. 176) a Supply Chain é

realidade quando há uma mudança radical na forma de ver os sistemas internos da empresa

relacionados à Logística. Estes passam a enfocar um sistema integrado, não mais disperso, para

gerar valor ao cliente. Diante disso, Daniel entende que, no momento em que o cliente começar a

ter uma noção de que faz parte do processo, o mesmo, passa a auxiliar a empresa com informações

que contribuem para que o processo aconteça dentro do esperado.

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6.2.9 Roteirização da Planalto Encomendas

Toda a empresa transportadora ou de logística necessita do uso racionalizado da sua

frota para isso é importante um planejamento prévio das entregas levando em conta o roteiro a

ser percorrido, a capacidade do veículo transportador, bem como a distância e o tempo do

percurso.

Na Planalto Encomendas a roteirização é feita por um centro de controle operacional

que tem como objetivo a organização dos horários de saída e chegada dos veículos, a

quilometragem a ser percorrida e por quais os locais, estes veículos devem estar parando.

Todo este processo é construído com a participação do motorista e do conferente que

conhecem as regiões e propõem o sequenciamento. Para Daniel Martin, a percepção das

pessoas experimentadas que fazem a distribuição da carga é mais eficiente do que a utilização

de um software específico, porém, reconhece que em situações de maior complexidade, com

mais variáveis os softwares são bem-vindos.

6.2.10 A relação da Planalto Encomendas com os seus clientes

Segundo Fleury (2000, p. 56) as empresas contratam pessoas, compram equipamentos,

investem em tecnologia da informação com o objetivo de realizar um projeto logístico capaz

de diferenciá-las. Entregas mais freqüentes, cumprimento de prazos e informação são

atributos cada vez mais valorizados pelo cliente.

A empresa Planalto, por considerar a relação com seus clientes uma vantagem

competitiva, disponibiliza meios para que os mesmos tenham acesso as informações

necessárias. Estes meios, disponibilizados pela Planalto, são o site - em que pode ser

consultado o estágio em que se encontra a carga; uma central de atendimento onde pode-se

buscar a qualquer momento informações sobre a sua encomenda; e, também, um setor

específico que informa ao cliente quando ocorre problemas mais sérios - sinistros, roubos e

quais as providências que serão tomadas para resolver a situação. Para os maiores clientes é

enviado um e-mail automático, diariamente, com todas as informações das entregas e

ocorrências do dia anterior, além disso, é disponibilizado, periodicamente, um relatório

gerencial que informa o desempenho do serviço prestado.

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6.2.11 Estrutura da Planalto Encomendas

Neste item, será apresentada a estruturação da Planalto Encomendas no que diz

respeito aos seus clientes, concorrentes, vantagem competitiva, área de atuação e quantidades

movimentadas.

Quadro 9 – Estruturação da Planalto Encomendas

CLIENTES – de grande, médio e pequeno porte; tem uma carteira de clientes pulverizada; o fato de não ter grandes contratos faz com que a empresa esteja sempre buscando a manutenção e a reposição dos clientes.

• Os clientes são dos setores de:informática, auto-peças, medicamentos, confecções e Órgãos Públicos.

CONCORRENTES • Empresas que praticam a concorrência desleal;

• Empresas que possuem uma maior abrangência geográfica e uma melhor estrutura;

VANTAGEM COMPETITIVA • Resposta – a fidelização dos clientes ocorre pela qualidade do serviço prestado, pelo atendimento, pelas questões tecnológicas e nível de informação, bem como pela agilidade e rapidez na entrega da carga de forma expressa.

ÁREA DE ATUAÇÃO • A área de atuação é a nível nacional, no entanto, a maior malha de distribuição está no Sul do Brasil;

• Atende a quase 1000 cidades em 8 estados com mais de 100 bases de distribuição;

QUANTIDADES MOVIMENTADAS (ano de 2007)

• 3.500.000 Volumes entregues• 12.000 Volumes por dia• 27.000 Toneladas transportadas• 7.000.000 km rodados• 800.000 CTRC’s

Fonte: próprio autor, 2008.

Considerando que existem grandes barreiras a serem vencidas, e as oportunidades são

muitas, a Planalto Encomendas, está prospectando o mercado no sentido de implementar um

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ponto avançado de armazenamento ampliando o leque de serviços oferecidos aos seus

clientes. O espaço físico já existe, com toda infra-estrutura permitindo a instalação de

escritórios onde os clientes poderão instalar-se para efetivar as vendas e contar,

evidentemente, com a Planalto para realizar a distribuição da sua carga.

Neste sentido, Daniel Martin, Gerente Comercial da Planalto Encomendas, defende

que haja um modelo híbrido, onde se tenha uma estrutura, com veículos e armazém próprios,

mas que isto não represente a totalidade. Numa emergência, é preciso vislumbrar que possam

ser utilizados parceiros. No seu entendimento, este é o modelo ideal para a empresa seguir e

nele encontra a sinergia necessária para com as prestadoras de serviço. É parâmetro que

agrega valor e visa dar uma solução ao cliente, no que se refere a distribuição e gestão do

estoque.

6.3 Identificação dos passos a serem dados pela Planalto Encomendas para alcançar o status de uma Empresa de Logística

A atividade do operador logístico vem crescendo em número e complexidade apesar

de sua recente história, pois, como vimos anteriormente, a menos de duas décadas chegou ao

Brasil. Neste contexto, as empresas transportadoras tendem a dar um passo importante no

sentido de qualificar os seus serviços respondendo às novas demandas dos clientes,

potencializando assim os ganhos de ambas as partes. Neste item, trataremos especificamente

da perspectiva de transformação da Planalto Encomendas em um operador logístico.

Considerando o serviço prestado pela empresa, neste momento, a fundamentação teórica e a

pesquisa realizada junto ao setor de encomendas, serão propostas ações que, na visão do

autor, levarão à concretização dos resultados de modo efetivo.

O Operador Logístico, segundo a Associação Brasileira de Movimentação e Logística, “é

o fornecedor de serviços logísticos especializado em gerenciar todas as atividades logísticas ou

parte delas”. Surgiu, como já vimos na década de 90 no Brasil, e veio para fortalecer as redes de

relacionamentos e ligar as informações do mercado dentro da cadeia de suprimento. Com essa

mudança de comportamento e foco do mercado, somente sobreviverão as empresas

transportadoras que se adaptarem e buscarem esses novos horizontes.

A Planalto Encomendas tem todas as condições para se transformar em um Operador

Logístico, considerando a vasta experiência no mercado regional, nacional e, agora mais

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recentemente, internacional. São mais de seis décadas formadoras de tradição e confiabilidade.

Conquistas que derivam, também, do tamanho da sua frota e os serviços oferecidos. Entre eles

estão: a coleta de porta-a-porta, segurança da carga, central de atendimento, equipe bem treinada e

a agilidade na entrega. Todos estes atributos conquistados com esforço e dedicação fizeram da

Planalto uma empresa reconhecida no mercado gaúcho. O fato de tornar-se uma empresa

Operadora Logística agregará valor ao serviço prestado aos clientes, ampliando o leque de

possibilidades, considerando que o Operador Logístico trabalha com três atividades básicas que

são: o controle da estocagem dos produtos, a armazenagem e a gestão do transporte.

O processo de transformação de uma transportadora tradicional para uma Operadora

Logística requer atenção especial em alguns itens indispensáveis para que efetivamente

aconteça tal mudança. Sendo assim, a seguir serão apontados os principais itens que devem

ser trabalhados para que se possa alcançar de forma eficaz esse objetivo.

6.3.1 Armazenamento

O conceito de armazém definido por Novaes (2000, p. 120) é de um ponto de

transição do produto/encomenda de um fluxo para o outro, sendo que o tempo de

permanência no armazém pode ser curto ou longo, dependendo da necessidade do cliente. O

armazém é um centro de controle coordenado e fundamental da cadeia de abastecimento. Não

se resume apenas no espaço físico, mas, também, em redução de tempo de ciclo do pedido

com velocidade e qualidade, evitando ao máximo a possibilidade de ocorrência de erros.

Neste sentido, entendemos que a Planalto Encomendas, para atuar como Operador

Logístico necessitará da locação de um espaço (estrategicamente localizado em um ponto de

fácil acesso, permitindo aos clientes o fácil escoamento de seus estoques, para o

abastecimento do mercado), com a finalidade de montar um centro de distribuição para o

armazenamento de materiais de terceiros. A capacidade do centro de distribuição deverá ser

planejada conforme os produtos com os quais trabalham e a sazonalidade dos mesmos. Além

disso, o espaço deverá contar com docas/plataformas específicas para o atendimento

simultâneo à realização do cross-docking, pois é uma descarga e carga rápidas, e outras docas

para entrada e saída dos produtos, que serão armazenados por mais tempo, facilitando a

consolidação e a desconsolidação das cargas, o que é fundamental para a organização do pedido

dentro do prazo determinado e em boas condições. Trata-se, também, de atender sempre à expectativa

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do cliente. Junto com isso, será necessário adquirir equipamentos de movimentação e

armazenagem como estantes, empilhadeiras, paletes e outros para organizar os

produtos/encomendas no centro de distribuição. Segundo Ballou (2006, p. 389), “existem três

tipos de equipamentos: manual, misto e totalmente mecanizado”. A utilização de cada um depende,

específicamente, das necessidades e de qual a ênfase será dada ao serviço prestado. E, ainda, o

investimento em novas tecnologias para o gerenciamento do armazém ajudarão a suprir as

necessidades logísticas.

Conforme explica Giné Artero, Gerente Comercial do Centro Logístico Eichenberg &

Transeich, “além do armazenamento, empilhadeiras e mão-de-obra especializada, um

armazém deverá dispor do sistema WMS (Warehouse Management System) que faça todas as

diretrizes de atendimento: o primeiro que chega é o primeiro que sai, endereçamento da

mercadoria, tire relatórios gerenciais, tempo de armazenamento e outras informações

pertinentes aos produtos”.

O sistema WMS é de grande importância ao Operador Logístico porque tem um papel

fundamental na integração de todo o processo da cadeia de suprimento, pois ele centraliza a

distribuição das informações, a localização dos produtos dentro do armazém, a utilização dos

espaços disponíveis e dos recursos de movimentação. É uma ferramenta responsável pelo

gerenciamento de diversas tecnologias tais como: radio freqüência, códigos de barras, redes

locais sem fio e RFID (monitorar o fluxo dos produtos) que são, também, muito importantes

para a execução das atividades operacionais e administrativas dentro do processo de

armazenagem, incluindo o recebimento, inspeção, estocagem, separação, endereçamento,

embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário, entre outras, que

integradas atendem às necessidades logísticas, maximizando os recursos e minimizando os

desperdícios de tempo e de pessoas.

Com a implantação do WMS significa que a empresa necessitará menos da

intervenção laboral de seus colaboradores nos processos informativo/operacional, uma vez

que o sistema possui capacidade de fazer a interface com outros sistemas e outros tipos de

softwares de gestão. É uma garantia de que as operações serão executadas no tempo

adequado.

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6.3.2 Estoque

Segundo Ballou (2006, p. 374) existem quatro razões básicas para a estocagem:

redução do custo de transporte e produção, oferta e demanda, ajuda quanto ao processo de

produção e, por último, cooperação na maneira de comercializar.

O estoque está muito ligado ao armazenamento, portanto, considera-se que um dos

primeiros passos a ser dado é a implantação de um sistema de gerenciamento de estoques.

Dessa forma, para que haja o acompanhamento das quantidades, localização, entradas e

saídas, inventário, controle de giro dos produtos, é preciso haver a racionalização dos

serviços. Conforme foi citado anteriormente, um dos sistemas mais completos para que isso

aconteça é o WMS que se ocupa deste gerenciamento, integrando e processando as

informações de localização de materiais com o controle da utilização da capacidade da mão-

de-obra, além de emitir relatórios para diversos tipos de acompanhamentos e gerenciamento.

Além do sistema WMS será necessário planejar a distribuição das mercadorias nas

prateleiras (de preferência verticais para otimizar os espaços), usar os paletes que permitem a

unitização dos espaços, com a leitura do código de barras através da rádio freqüência com as

coletoras manuais, uma área determinada para a separação dos itens solicitados, na quantidade

certa sem prejuízos e dentro do prazo determinado, bem como com a contratação de

funcionário qualificados para a administração e gerenciamento dos estoques e expedição.

Podemos dizer que o espaço físico, os mecanismos de movimentação interna e as

licenças de habilitação da prefeitura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária

(ANVISA) para trabalhar com medicamentos e da Sistema de Avaliação de Saúde,

Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (SASSMAQ ) para trabalhar com produtos químicos,

enfim, todas as licenças pertinentes de forma geral são imprescindíveis para uma prestação de

serviço com qualidade e segurança com relação aos produtos transportados, assim como

proporciona uma maior credibilidade da empresa operadora da logística e agrega valor ao

serviço prestado.

Outra medida que deve ser considerada na estocagem de qualquer produto é a sua

pericibilidade. Todo o produto/encomenda quando chega ao armazém da empresa operadora

logística deve ser estocado de acordo com as suas características e necessidades de

conservação. O armazenamento adequado requer que sejam conhecidas as formas de

acondicionamento de cada produto para que possam ser criadas as condições necessárias e

exigidas pelas normas legais. Por exemplo, a estocagem de alimentos, medicação e produtos

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químicos, em geral, são alguns dos itens que requerem um maior controle e cuidado evitando

a contaminação e deteriorização dos mesmos. Em algumas situações é necessária a

manutenção do espaço físico com o controle climático que possibilita conservar os produtos.

Também devem ser observados os controles quanto à identificação (rótulo com data

de validade); a embalagem, a paletização e a unitização no sentido de otimizar o espaço físico

e, em relação a conservação é fundamental que tenha boa ventilação, iluminação adequada

para manejo dos produtos além da limpeza e higienização do armazém,

Ainda, pode-se destacar mais um elemento que deve ser observado no momento da

estocagem que é a garantia de que não haverá desvios ou roubo do estoque. Tudo isso pode

ser evitado se houver sistemas de alarme, câmeras de vídeo para o monitoramento e

conscientização permanente dos colaboradores.

Conforme afirma Bowersox (2008, p. 41), “as necessidades de estoque de uma

empresa dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente”. Desta

forma, conclui-se que a razão de ser do Operador Logístico seja a de permitir que o estoque

agregue as vantagens de posse, tempo e lugar desejado, visando efetivar o objetivo da

contratante, ou seja, fornecer o serviço completo ao cliente mantendo um estoque consistente

com o menor custo possível.

6.3.3 Transporte

Dentro do processo produtivo, desde a compra da matéria-prima até o consumo do

produto acabado, a maior parte do tempo é empregado na movimentação e no estoque do

material. Neste sentido, mais uma vez é necessário contar com a organização e diferenciais

para que a Planalto possa se fortalecer e tornar-se competitiva no mercado.

Guardando a importância do transporte entre os fatores que influenciam o nível de

competitividade de uma empresa operadora logística, pode-se dizer que a frota de caminhões

necessitará de renovação constante acompanhando os novos modelos, adaptada ao tipo de

produto transportado, bem como o aprimoramento com as novas tecnologias como os

sistemas de informação em rede, possibilitando acesso imediato e acompanhamento das

cargas, inclusive pelo cliente, via internet; pelo sistema Blue Bird IBM - computadores de

bordo que registram as principais atividades do caminhão, como velocidades média e máxima

no percurso, arrancadas e freadas bruscas além do desempenho regular do motorista, enfim as

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ocorrências eventuais que poderão ocasionar prejuízos ou gastos desnecessários com o

caminhão e perdas no tempo de deslocamento da carga de um ponto a outro; e um sistema de

rastreamento por satélite, que confere uma maior segurança à carga transportada por via

rodoviária através do Global Positioning System (GPS) (Rastreamento da Frotas com

Tecnologia) que é o processo de monitoramento de um objeto enquanto ele se move. Este é o

melhor sistema, até o momento, considerando que é posicionado mundialmente, com 24

satélites no espaço, e que aponta a localização de qualquer corpo sobre a superfície terrestre.

Necessitará de uma atenção especial à frota terceirizada, para além das melhorias já

propostas. Poderão ser ampliadas às parcerias com transportadoras que, em casos de

sazonalidade - datas comemorativas e outras – que sejam utilizadas contando com um serviço

personalizado e qualificado, conforme os padrões prestados pela Planalto Encomendas. É

preciso manter a eficiência e o zelo que são primordiais ao nome já constituído como

referência no mercado.

O serviço de transporte por outras modalidades, como o aéreo, que já vem sendo feito,

deverá ser ampliado considerando que a rapidez possibilita a resolução de situações em que o

cliente necessita de uma entrega emergencial, ou produtos de alto valor agregado que não

podem sofrer avarias; o marítimo quando o cliente final está em outro continente; o

ferroviário ou rodo-ferroviário para produtos como commodities transportados para regiões

mais longínquas. Enfim, em todos os modais a preocupação deve ser a de atender à demanda

do cliente com maior aproveitamento, menor custo e maior agilidade no deslocamento da

carga. Estas vantagens darão um melhor resultado a partir do conhecimento e da tecnologia

empregada pela empresa Planalto para poder operar no mercado de logística oferecendo um

frete diferenciado, conforme o tipo de contrato (permanente ou sazonal), prazo de entrega e

especificação de encomenda transportada e através da logística fiscal e desembaraço

aduaneiro da carga, nos casos de importação e exportação, garantindo comodidade no

processo.

No transporte rodoviário, especificamente, outro item que deve ser considerado é a

roteirização. Ter um planejamento prévio das coletas e entregas que determine o itinerário a

ser seguido por aquele veículo. Para Rodrigues (2007, p.136) aparentemente a roteirizarão é uma

atividade muito simples, mas quando se é obrigado a considerar inúmeras alternativas tais como

tempo e capacidade do veículo, tempo médio de cada entrega, quantidade de entregas por

veículo, entre outras variáveis, haverá a necessidade de um sistema específico. É imprescindível

um gerenciamento do transporte que organize, também, a jornada de trabalho dos colaboradores

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(dentro dos padrões que foram contratados) e a emissão e gerenciamento dos conhecimentos

(número que identifica aquela rota).

Os aspectos importantes que devem ser considerados no transporte são: a frota, os

sistemas de comunicação (de preferência com interface no armazenamento) e segurança da

carga e a roteirização.

6.3.4 Clientes

Para Ballou (2006, p. 94), “o serviço ao cliente é o processo integral”. É todo o

processo desde a recepção do pedido, decisão da forma de pagamento, seleção e embalagem

das mercadorias, embarque, entrega e serviço pós-venda como eventuais devoluções do

produto. Assim a nova empresa poderá disponibilizar a infra-estrutura adequada para

instalação de um escritório administrativo dentro do armazém, com acesso aos sistemas de

informações, que possibilite a realização dos procedimentos de venda ao cliente.

Considerando que o cliente é a “pupila dos olhos” do operador logístico, deverão ser criadas

todas as condições para que o mesmo esteja tranqüilo com relação ao serviço prestado e possa

cuidar especificamente do seu negócio e trabalho principal. Assim, as empresas contratam

pessoas, compram equipamentos, selecionam e desenvolvem fornecedores, investem em

tecnologia da informação, em capacitação com o objetivo de colocar em prática um projeto

logístico capaz de diferenciá-las, de criar valor para seus clientes por meio de um serviço de

qualidade superior.

O esforço para cumprir prazos, disponibilizar mercadorias, prestar as informações

sobre os pedidos, também são alguns dos atributos cada vez mais valorizados pelos clientes e

compõem o imenso leque de possibilidades na prestação do serviço logístico. Neste sentido,

comprova-se que o serviço ao cliente é um grande potencial na vantagem competitiva e que

deve ser oferecido antes, durante e após a entrega do serviço. Só assim serão conhecidas as

expectativas do cliente que, dessa forma, poderão ser atendidas. Como diz Fleury (2000, p.

56), “o resultado dos esforços logísticos é o serviço ao cliente”.

Para que haja a captação e a manutenção de clientes é necessário a implementação de

uma estratégia de marketing. Segundo Bowersox (2008, p. 66), “a composição das atividades

do marketing constitui um conjunto de atividades projetadas para atrair clientes, alcançando,

simultaneamente, os objetivos da empresa”. Portanto, o desafio não é captar clientes a

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qualquer preço, mas adquiri-los inteligentemente, mediante estratégias que permitam

conhecer quem se incorpora na carteira de clientes. Toda a estratégia de captação deve ter

como objetivo a rentabilidade. Em paralelo à estratégia de captação devem haver também as

estratégias de reativação que “despertem” os clientes inativos e permitam “recaptá-los”.

6.3.5 Tecnologia

Além dos sistemas que cuidam do armazenamento (WMS - que emite relatórios, para

tomada de decisão, focados nas necessidades da organização), do estoque e do transporte

(GPS) que são internos é importante ter um sistema de comunicação com o cliente.

Transformar todos os dados recebidos em informações e disponibilizar ao cliente de uma

forma agradável e simplificada todo o processo do deslocamento do seu produto. Um dos

sistemas usados, hoje, é o EDI - Eletronic Data Interchange que pode ser definido com a

transferência eletrônica de dados entre as organizações. Este sistema ajuda a eliminar gaps

(espaços vazios) do processo de comunicação com o cliente e, conseqüentemente, pode

agilizar a prestação do serviço diminuindo significativamente os possíveis problemas.

Outro instrumento importante que deve ser considerado é o Sistema Integrado do

Comércio Exterior (SISCOMEX). É uma ferramenta que permite fazer o registro e o

acompanhamento das exportações, bem como receber mensagens e troca de informações com

os órgãos responsáveis para autorizações e fiscalização. É através deste instrumento que é

exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.

A implantação de sistemas que possibilitem a formação de indicadores de

desempenho, como o índice de cumprimento dos prazos de entrega, o nível de erros nas

entregas e outros, poderão ser criados mediante cruzamento das informações. É mais um

sistema que poderá ser adquirido, considerando que, a medição e posterior resultado, destes

indicadores, serão elementos de diferenciação competitiva diante do cliente.

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6.3.6 Colaboradores internos

Tendo em vista que a busca pelo aprimoramento e qualidade total são fatores

determinantes da excelência na prestação de serviços, o treinamento e a qualificação de todos

os funcionários deverão ser constantes. Esta formação acompanhará as atualizações do

mercado para que possam responder adequadamente às demandas do cliente. Em especial, os

motoristas necessitarão de um treinamento intenso para conhecer e aprender a manusear o

sistema de computador de bordo e o Global Positioning System (GPS), que é o sistema de

rastreamento da carga. Os colaboradores serão aqueles que apresentarão a imagem da empresa

para o mercado e farão a diferença na hora de vender e entregar o serviço ao cliente.

Com a atuação do conjunto dos colaboradores buscando alcançar objetivos comuns,

melhoram os processos e cria-se uma sinergia no ambiente interno que, com certeza, será

percebido pelo cliente final e, isto tudo, se transformará em velocidade na resposta ao cliente

de forma precisa, ágil e confiável. O incentivo ao desenvolvimento e capacitação funcional

através de seminários internos que qualifiquem e treinem continuamente são fundamentais

para o sucesso e satisfação dos colaboradores.

Na continuidade sugere-se:

a) a criação de um grupo especializado, com conhecimento nas diversas áreas da

logística para desenvolver projetos logísticos e específicos conforme

solicitação do cliente. Este grupo com um grau de conhecimento minucioso

terá a responsabilidade de desenvolver soluções com relação ao transporte,

armazenagem e distribuição, fluxo de informação, layout dos centros de

distribuição e fábrica, bem como outros temas de ordem estratégica para as

organizações;

b) um novo serviço de armazenagem, gerenciamento e digitalização de

documentos. Este novo serviço suprirá uma crescente dificuldade das

organizações em manter e gerenciar grandes volumes de documentos que são

utilizados nas funções administrativas e outras. Também poderá diminuir

custos dos contratantes, pois elimina o espaço físico destinado ao arquivo

destes documentos bem como os gastos com a manutenção dos mesmos. A

forma de armazenamento poderá ser física ou digitalizada e disponibilizada

através de um sistema chamado – Gerenciamento Eletrônico de Documentos

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(GED) (programa que converte o documento do papel, através da

escanerização ou digitalização, em uma imagem eletrônica). Além dos

documentos em papel poderá ser criado um espaço específico para o

armazenamento de CDs, fitas e outros instrumentos eletrônicos, sempre

garantindo a segurança e privacidade do cliente.

Esta nova estrutura necessitará de um espaço físico, tecnologia e pessoal

especializado, tendo em vista o bom atendimento do cliente, a otimização do espaço e a

minimização de um problema que atinge, hoje, uma boa parte das empresas.

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7 CONCLUSÃO

Com a expansão do mercado mundial e o desenvolvimento de novas tecnologias,

permitindo que o cliente acompanhe todo o processo, desde a confirmação do seu pedido até a

entrega em sua porta, as organizações passaram a necessitar de uma maior agilidade,

flexibilidade, aproveitamento e redução dos custos de todas as suas atividades.

As organizações que se estruturavam de forma vertical deram lugar a outras formas de

organização empresarial, mais enxutas e mais rápidas para responder ao mercado exigente.

Essas novas organizações valorizam o trabalho com alianças estratégicas e em redes de

relacionamentos globais.

O operador logístico surge para responder a essa necessidade do mercado e para

trabalhar em parceria com as organizações que precisam reduzir custos totais e melhorar o

nível de atendimento, com maior rapidez e flexibilidade.

Uma empresa de transporte tradicional para transformar-se num operador logístico

deve buscar os instrumentos e recursos necessários para enfrentar a concorrência acirrada.

Neste sentido, deve ampliar o seu nicho de mercado, saindo do conceito de transportar por

transportar, para um conceito mais amplo de agregação de valor e diferenciação no serviço

prestado. Deve igualmente desenvolver a eficiência no relacionamento interno com o

contratante e a eficácia no relacionamento externo com o consumidor final.

Sabe-se que a vantagem do uso de operadores logísticos por empresas contratantes

está ligada à redução dos riscos de investimentos em áreas que não são o seu foco principal e

o ganho com as riquezas das informações adquiridas, como o acesso às novas tecnologias e

soluções inovadoras no campo da cadeia logística, são as vantagens que a Planalto

Encomendas deverá ter como diferencial para oferecer aos seus clientes e parceiros.

As oportunidades apontadas têm a ver com o enorme potencial do mercado brasileiro

e com a crescente adoção do conceito de logística integrada e Supply Chain Management.

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Neste sentido, percebe-se que o Operador Logístico é peça fundamental na Cadeia de

Suprimento, portanto, as organizações que alcançarem os conceitos de integração, rapidez,

flexibilidade e customização, se manterão competitivas e reconhecidas no mercado.

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APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista

1. Nome /Função/ Formação superior: 2. Quantos funcionários há na área de Logística/setor de encomendas? 3. Qual o modo de transporte utilizado (ou quais os modos)? Vantagens e

desvantagens.4. Qual a forma de transporte (unimodal/sucessivo/segmentado/

multimodal/intermodal)?5. Qual o tamanho da frota? (própria ou terceirizada)6. Quais os tipos de caminhões usados?7. Armazenamento (tipo de armazéns/depósitos).8. Como se dá o deslocamento dos produtos (encomendas) dentro da empresa?

(Esteiras, empilhadeiras, robôs, veículos de reboque, paletes, estantes com pequenos itens, cross-docking)

9. Quais os custos diretos e indiretos da transportadora?10. Quais os tipos de produtos transportados? 11. Quais os tipos de tecnologias da informação usadas no processo pela Planalto

Encomendas? (rastreamento de frotas, código de barras, rádio freqüência)12. Roteirização (capacidade de cargas dos veículos/quantidade de entrega/tempo

médio de entrega). Usa algum tipo de softwares?13. Qual é o tratamento que a empresa dá ao cliente? Qual é o nível de informação que

é disponibilizado ao cliente?14. Como está estruturado o setor de encomendas da Planalto Encomendas?- Principais clientes.- Principais concorrentes e que tipo de risco apresentam.- Vantagem competitiva: custo, diferenciação ou flexibilidade- Qual a área de atuação (regional, estadual, nacional e internacional)- Quantidade de carga movimentada diariamente

** Se a Planalto Encomendas tivesse a oportunidade de se transformar em uma empresa operadora de logística qual o tipo de estrutura adotaria?

- Armazenamento 100% espaço próprio. Construiria um depósito com as condições necessárias para o acondicionamento dos produtos transportados conforme a condição de cada produto?

- Montaria apenas um escritório de onde seriam agenciados os serviços logísticos e terceirizaria o espaço para fazer o armazenamento dos produtos?

- Qual a localização do armazém?- Principais clientes.- Área de atuação.

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