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UFRGS - UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA ENG05102 – GEOLOGIA DE ENGENHARIA II PROFESSOR ANDRÉ CEZAR ZINGANO RELATÓRIO ROTA DO SOL Lauro Mario - Wagner Deitos Fortes – 135703

rota do sol

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Relatorio rota do sol.

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UFRGS - UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE DO SUL

ESCOLA DE ENGENHARIA

ENG05102 – GEOLOGIA DE ENGENHARIA II

PROFESSOR ANDRÉ CEZAR ZINGANO

RELATÓRIO ROTA DO SOL

Lauro Mario -

Wagner Deitos Fortes – 135703

Porto Alegre, 07 de Julho de 2005.

INTRODUÇÃO

Esse trabalho visa apresentar o relatório das situações geológicas encontradas e

técnicas de engenharia empregadas na visita à Rota do Sol, rodovia planejada para ligar a

fronteira oeste ao litoral norte.

Entre os aspectos geológicos, destacaremos os tipos de solos, rochas e planícies de

inundação encontrados na região. Veremos também algumas soluções de engenharia

encontradas para resolver os problemas geológicos e ambientais encontrados durante a

construção da rodovia.

A RODOVIA

A RS 486, conhecida como Rota do Sol, terá a função de ligar a fronteira Oeste ao

litoral norte gaúcho, com um total de 737 Km de extensão. O trecho entre São Borja e

Tainhas já está pavimentado. Ainda falta concluir um trecho de 53 Km entre a serra e o

litoral. Foi visitado parte deste trecho ainda em construção.

Um breve histórico:

1972-1989: Estudos de Viabilidade Técnico-Econômica e Projeto Final de

Engenharia da Rodovia;

Julho/89: DAER solicita licenciamento ambiental ao DMA (atual FEPAM);

Abril/90: DMA exige EIA/RIMA;

Setembro-Dezembro/90: Audiência Pública em Terra de Areia;

Novembro/94: DAER encaminha à FEPAM estudos complementares;

Dezembro/94: FEPAM emite LP n° 0656/94-DL;

Abril/95: FEPAM revoga LP n° 0656/94-DL e expede a LP n° 0224/95-DL;

Dezembro/95 e Janeiro/96: DAER encaminha estudos solicitados na LP e requer LI;

Atualmente existem 3 construtoras responsáveis pela conclusão do projeto. Cada

construtora é responsável por uma etapa da obra.

Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. – 17 Km;

Toniolo Busnello S.A. – 15,5 Km;

Construtora Sultepa S.A. – 20, 5 Km.

Essa etapa final teve inicio da sua construção em 1991, e o tempo previsto de

termino era de 1 ano. Diversos fatores influenciaram no atraso da obra, que até hoje ainda

não está concluída. Fatores como falta recursos financeiros e problemas ambientais

terminaram por retardar a conclusão.

Um estudo comparativo entre o projeto original e o projeto aprovado pelo Daer,

para o segmento da obra, nos mostra as grandes mudanças no projeto devido a problemas

ambientais. Essas alterações aumentam as extensões de obras especiais. A seguir dados

relativos a viadutos e túneis nos mostram essas alterações:

Viadutos Túneis

Projeto original 390 m 840 m

Projeto Alterado 645 m 1531 m

As conclusões dessa obra é de grande importância para a sociedade gaúcha em

geral, além de aproximar a serra ao litoral, desenvolvendo o turismo, também terá

importância econômica no transporte de cargas entre as duas regiões.

ASPECTOS GEOLÓGICOS

Durante a visita a Rota do Sol, ocorreram diversas paradas para observação de

aspectos geológicos e obras de contenção e solução de problemas. A seguir apresentaremos

alguns dos aspectos geológicos da região.

Inicialmente , observou-se pedras de basalto vesicular com calcita, visto através dos

veios. O basalto é de origem vulcânica, o material ígneo resfriou rapidamente, formando

um grande numero de fraturas.

Basalto com veios de calcita.

No mesmo ponto da estrada, encontramos um solo com a seguinte configuração:

Encontramos também rocha sã, onde as linhas horizontais demostram os diferentes

derrames.

Basalto maciço fraturado

Solo residual

Solo transportado

Solo coluvial

Solo residual

Encontramos um ponto onde operários trabalhavam na intrusão de sill, para

colocação de explosivos. A pedra de basalto resultante dessas explosões é utilizada para a

pavimentação da rodovia.

Logo após, uma camada de arenito é observada sobre o derrame basáltico, em

seguida uma um novo derrame de basalto é depositado a cima aprisionando o arenito. Algo

parecido com o arenito de botucatu. Diaclave de basalto em formato de onde.

Perfuração da rocha para introduzir explosivos

Material resultante da explosão

Durante a visita, observamos diversas vezes os efeitos causados pelo solo coluvial.

O solo coluvial é formado por solo residual que sofreu o efeito da gravidade e rompeu,

causando uma grande movimentação de terra. Alguns desses efeitos podem ser vistos nas

fotos a seguir:

Nestes casos, são feitos cortes no colúvio, através de escavações e é colocado rochas

no sopé do talude, para evitar a progressão do rastejo do solo.

Movimentação da cerca

Movimentação do solo, formando ondas

Outro efeito causado pelo coluvio foi a ruptura da estrada. Para concertar esses

problemas deverá ser feito um reaterro no local.

Outra alternativa para a contenção é usar o muro de gabião. Estrutura metálica

contendo pedras empilhadas presas por arames. Essas estruturas alem de conter o

deslizamento de terra, permite a passagem de aguá melhorando a drenagem. Para evitar que

tombe, uma parte fica abaixo do nível do solo.

Ruptura do asfalto

Muro de Gabião

Visitamos também, uma ponte que passa sobre um riacho. Utilizaram estaca raiz

com revestimento, pois foi necessário penetrar em rocha abaixo de seixo rolado. O pilar da

foto a seguir possui 30 estacas raiz armada, com 12 metros de profundidade. Algumas

possuem uma inclinação por motivos estruturais.

Visitamos também 4 túneis, 2 já concluídos onde foi possível a visitação, e 2 ainda

em construção. Esses túneis foram construídos por questões ambientais, com o intuito de

preservação da Mata Atlântica. Foram construídos em etapas utilizando perfuratrizes,

marteletes hidráulicos, explosivos, etc. Após a escavação são colocados armaduras

metálicas e concreto. No interior do túnel existem drenagens para facilitar a saída de água.

Na foto a seguir fica mais visível os canos utilizados para drenagem e o concreto

para evitar desmoronamentos.

Drenagem

CONCLUSÃO

Através da visita a Rota do Sol podemos observar alguns aspectos geológicos

encontrados na região e que normalmente encontraremos durante nossa vida profissional.

Muitos destes aspectos foram vistos em sala de aula durante a Geologia I e a Geologia II,

onde podemos observar de forma mais clara o que foi visto em aula.

Outro fator importante foi podermos ver os métodos utilizados para resolver os

problemas que vão aparecendo durante a obra. Problemas não só geológicos, mas também

ambientais, para preservação da natureza.