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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO
ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO
Curso de Turismo
3º Ano
Mercados e Produtos Turísticos
Rota dos Vinhos Verdes Análise de desempenho e propostas de acção
Discentes:
Ana Escusa, nº5959
Anabela Teixeira, nº 6227
Alberto Magalhães, nº6280
Carla Sofia Ribeiro, nº 5967
Carlos Domingues, nº 6161
Lara Loureiro, nº 6225
Ano lectivo: 2009-2010
Docente
Dr. Francisco Sampaio
Viana do Castelo, 11 de Janeiro de 2010
Resumo
O produto turístico Gastronomia e Vinhos em geral e o Enoturismo em
particular têm obtido uma visibilidade considerável. Isto pode ver-se pelo facto da
Gastronomia e Vinhos estar mencionada no PENT (Plano Estratégico Nacional de
Turismo) e ser mesmo considerado como produto estratégico para o Norte. Este facto
aliado ao facto de existir uma Rota dos Vinhos Verdes há vários anos leva a que se
questione o que tem sido feito para a sua dinamização e o que e proposto aos turistas e
visitantes.
3
Conteúdo
1. Introdução ................................................................................................................. 1
2. Metodologia .............................................................................................................. 1
3. Enoturismo ............................................................................................................... 4
3.1. Perfil do Enoturista: ........................................................................................... 5
3.2. Oferta em termos de enoturismo: ....................................................................... 6
4. A Rota dos Vinhos Verdes ....................................................................................... 8
4.1. Análise SWOT ................................................................................................. 10
5. Desenvolvimento de Novas ideias .......................................................................... 11
5.1. Novas Ideias ..................................................................................................... 11
5.2. Sugestões/propostas para dinamizar a rota dos Vinhos Verdes ....................... 15
5.3. Algumas propostas de actividades ................................................................... 16
5.4. Informação/ publicidade .................................................................................. 18
6. Fundamentação (componente prática) .................................................................... 19
7. Conclusão ............................................................................................................... 23
8. Bibliografia ............................................................................................................. 24
1. Anexos ...................................................................................................................... 1
Gráfico 1: Visitantes da Rota do Vinho do Porto ......................................................... 1
Gráfico 2 – Nacionalidades de Visitantes e 2008 ......................................................... 1
Gráfico 3 – Nº Visitantes por mês em 2008 ................................................................. 2
2. Apêndices ................................................................................................................. 3
2.1. Aderentes e actividades oferecidas .................................................................... 3
2.2. Modelo do Inquérito .......................................................................................... 6
2.3. Entrevista a Carla Cunha, Directora de Marketing da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes ..................................................................................... 10
2.4. Entrevista Alfredo Cunha, Delegado da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes ............................................................................................................ 11
2.5. Entrevista ao Sr. Engenheiro Francisco Oliveira da Quinta da Reguenga ...... 12
2.6. Entrevista à Sra. Maria Francisca Vinagre, da Quinta de Santa Maria ........... 13
2.7. Entrevista a Anabela Gonçalves, funcionária do Posto de Turismo de Barcelos 15
2.8. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turismo de Braga .......................... 16
2.9. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turismo de Esposende (não pertencente à Rota dos Vinhos Verdes) ...................................................................... 17
2.10. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turismo de Guimarães .............. 18
2.11. Tratamento de dados e gráficos dos inquéritos efectuados .......................... 20
1
1. Introdução
O Plano Estratégico Nacional para o Turismo (PENT) considera o produto
Gastronomia e Vinhos como prioritário para a região Norte. Esta atribuição denota o
peso que este produto tem no turismo, nomeadamente no que diz respeito ao Norte.
Nesta região foi criada em 1995 a Rota dos Vinhos Verdes com um conjunto de
aderentes ligados em rede, nos quais turistas, residentes e visitantes poderiam transitar
conhecendo os vinhos da região, bem como, as suas quintas, paisagens, etc. Depois
desta, muitas outras foram criadas no país, umas obtiveram mais destaque e outras
menos. Houve uma que em particular se destacou e foi a Rota do Vinho do Porto. Este
facto, leva a que se questione o porquê da Rota dos Vinhos Verdes, apesar de ser a
primeira a ser criada, não se encontrar mais destacada.
Deste ponto de partida justifica-se que este trabalho foque a Rota dos Vinhos
Verdes ao nível do seu funcionamento, do que é oferecido aos turistas e o que estes
procuram. Neste sentido serão apresentadas algumas propostas que poderão ajudar a
dinamizar a Rota e a torná-la mais activa.
2. Metodologia
Um trabalho de análise de uma situação real como, neste caso, se irá fazer, exige
que se recolha informação ao nível qualitativo e quantitativo para que se possa melhor
justificar as conclusões a que se chegue e para que se seja mais objectivo. Assim, para a
realização deste trabalho e devido à sua envolvente e complexidade foi necessário
recorrer a fontes primárias e secundárias, para melhor dar resposta aos objectivos.
Objectivos esses que serão apresentados por pontos e que terão uma evolução lógica
passando do geral para o particular. É necessário desde já mencionar que a internet foi a
ferramenta mais utilizada para efectuar pesquisas em revistas científicas como a
Tourism Management, entre outras.
Neste seguimento o primeiro objectivo e, por conseguinte, primeiro ponto
analisado será contextualizar o enoturismo como prática comum dos nossos dias. Nesta
fase irá ser analisado o perfil do enoturista (ao nível da procura) e o que é oferecido a
estes turistas, ou seja, a oferta em termos de enoturismo mas, de um modo abrangente
evidenciando o que é feito noutros países, nomeadamente na Espanha. Para a conclusão
2
deste objectivo foi necessário efectuar várias pesquisas em artigos científicos que
ajudassem na resolução da problemática. Para dar resposta a este objectivo recorreu-se
ao Turismo de Portugal, IP., onde foi consultada a Carta Europeia do Enoturismo e o
Enoturismo como produto estratégico para Portugal. Foi também consultada a
Delegação Oficial de Turismo Espanhol para que se pudesse utilizar como exemplo o
país vizinho. Além destes, outros artigos científicos foram analisados para que se
tivesse um olhar mais abrangente e um vasto leque de informação. Pode então dizer-se
que para a conclusão deste objectivo se utilizaram fontes secundárias e se procuraram
dados qualitativos, mais que quantitativos.
O segundo objectivo deste trabalho prende-se com a necessidade de analisar a
Rota dos Vinhos Verdes especificamente já que é o objecto de estudo. Por este motivo o
site oficial da Rota dos Vinhos Verdes foi exaustivamente revisto e a informação que
nele consta foi utilizada neste trabalho. Considerou-se importante utilizar esta fonte uma
vez que é a Rota em estudo e é neste site que se pode obter informação sobre os seus
aderentes, actividades propostas, entre outros aspectos. Foram também analisados
artigos científicos que ajudaram no enquadramento. A análise SWOT que consta neste
ponto foi realizada pelos autores do trabalho tendo por fundamento a pesquisa
bibliográfica realizada, como forma de justificar todos os pontos nela apresentados.
Assim, na conclusão deste objectivo foram utilizadas fontes secundárias e pretende-se
resultados qualitativos.
O terceiro objectivo concentra-se no desenvolvimento de novas ideias
mediante as informações retiradas da revisão bibliográfica. Neste ponto optou-se por
inicialmente analisar a Rota do Vinho do Porto por ser um sucesso nesta área e um
exemplo a seguir. Para tal, foram consultados sites sobre a Rota do Vinho do Porto e
sobre a Rota dos Vinhos Verdes, bem como artigos científicos. De seguida e, tendo por
base, a bibliografia consultada anteriormente propõem-se sugestões/propostas para
dinamizar a Rota dos Vinhos Verdes, sobretudo de actividades e de promoção da Rota.
Estas ideias são da criação dos autores e são sugestões que poderiam dinamizar a Rota.
Por estes motivos foram utilizadas fontes primárias e secundárias devido à utilização de
bibliografia e devido ao facto de serem os autores a sugerirem propostas de
dinamização. Aqui os dados utilizados foram qualitativos mas também quantitativos
(devido aos gráficos utilizados que se encontram em anexo).
O último objectivo consistia em realizar inquéritos e entrevistas para obter
informação para podermos contestar o que será dito ao longo do trabalho. Foram
3
realizadas um total de sete entrevistas, das quais quatro a postos de turismo da região,
duas a quintas aderentes e uma à Comissão Vitivinicola da Região dos Vinhos Verdes
(CVRVV). Todas as entrevistas foram realizadas por e-mail pois foi o meio preferido
pelos entrevistados, uma vez que como foram efectuadas numa altura de muito trabalho
como é o Natal, poderiam responder quando pudessem sem ter necessidade de receber
os entrevistadores. Deste modo, foi combinado enviar as entrevistas por e-mail as quais
foram respondidas posteriormente. As entrevistas dos postos de turismo foram
realizadas em quatro municípios pertencentes à Rota sendo eles: Barcelos, Braga,
Esposende e Guimarães. Estes municípios foram escolhidos por serem os locais de
residência dos autores. Deste modo, é possível ter um enquadramento do objectivo e
ligá-lo aos locais de residência dos autores de forma a que o envolvimento com o tema
seja ainda maior. Apesar de não haver aderentes à Rota dos Vinhos Verdes no concelho
de Esposende, foi realizada uma entrevista ao seu Posto de Turismo uma vez que o
município faz parte da Região dos Vinhos Verdes e poderia ter informações pertinentes
para este trabalho. As entrevistas às quintas foram dificultadas pela falta de respostas
que se obtiveram. Inicialmente pensou-se em cada elemento do grupo realizar uma
entrevista por área de residência como foi feito com os postos de turismo. No entanto a
falta de respostas levou a que se mudasse este método. Assim, cada elemento enviou
entrevistas para quintas recomendadas pelos postos de turismo. Num total de cerca de
dez entrevistas que foram enviadas apenas duas obtiveram resposta. Mesmo as que
deram resposta positiva telefonicamente acabaram por não responder. Este facto limitou
o cruzamento de informação que se pretendia fazer sendo o resultado mais vago do que
era pretendido. A entrevista à CVRVV foi realizada através do conhecimento de um dos
elementos do grupo que conhecia alguém ligado a esta Comissão e assim foi possível
obter respostas. Os inquéritos foram realizados aleatoriamente nas ruas dos municípios
de residência. Inicialmente pensou-se em fazer através do site FreeOnlineSurveys mas,
após algumas complicações a ideia foi abandonada. No entanto, após a realização dos
inquéritos manual e pessoalmente optou-se por utilizar este site como uma ferramenta
de tratamento dos dados. Aqui a informação foi processada e posteriormente analisada
pelo grupo. A análise das informações obtidas através destes meios foi realizada de
maneira a fazer sobressair as respostas mais importantes, pertinentes e construtivas e
intercalá-las entre si numa conclusão geral que também irá remeter-se à revisão
bibliográfica realizada ao longo do trabalho. Este objectivo foi concluído utilizando
fontes primárias pois os resultados foram conseguidos com o trabalho dos autores mas,
4
foi necessário o recurso a fontes secundárias de modo a ajudar a construir as perguntas
das entrevistas e questionários. Os resultados foram quantitativos, devido aos resultados
numéricos dos inquéritos e qualitativos devido à informação que deles se pôde retirar
bem como das entrevistas.
O trabalho foi realizado de acordo com as regras estabelecidas no Guia de
Apresentação de Trabalhos Académicos, para assim estar em conformidade com as
normas em vigor.
3. Enoturismo Fazer turismo para se conhecer e degustar o vinho de uma região e elementos a
ele associados, é uma forma de turismo para todos os amantes e apreciadores de vinho.
Pode-se para além da degustação do vinho, dar a conhecer os recursos do local, como,
cultura, arquitectura gastronomia, entre outros atributos que a região possa oferecer. As
rotas de vinho são uma opção para quem pretende fazer enoturismo. Sendo assim, e
segundo as fontes consultadas pode-se considerar enoturismo como sendo: “todas as
actividades e recursos turísticos, de lazer e de tempos livres, relacionados com as
culturas, materiais e imateriais, do vinho e da gastronomia autóctone dos seus
territórios.”1 “Enoturismo é fazer turismo com o vinho e com os seus elementos
associados. Neste caso, aproveitando a existência de adegas, vinhas e lugares
relacionados com o vinho para divulgar os recursos culturais, arquitectónicos, artísticos,
gastronómicos e pictóricos da região”.2
Hall et al. apud Getz, Donald e Brown Graham(2000) definem como sendo
enoturismo: “visitation to vineyards, wineries, wine festivals and wine shows for which
grape wine tasting and/or experiencing the attributes of a grape wine region are the
prime motivating factors for visitors”.3
1 Turismo de Portugal; (Acedido em Dezembro de 2009); Carta Europeia do Enoturismo; [on-line]; disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/AreasActividade/ProdutoseDestinos/ReuniaoTecnicaEnoturismo/Ca
taEuropeiadoEnoturismo/Anexos/Carta%20Europeia%20Enoturismo.pdf 2 Turismo de Portugal; (Acedido em Dezembro de 2009); Enoturismo -”Produto Estratégico para Portugal”; [on-line];
disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/AreasActividade/ProdutoseDestinos/ReuniaoTecnicaEnoturismo/Ob
jectivosePrograma/Documents/RotaVinhosAlvarinho.pdf 3 Getz, Donald; Brown, Graham; 2006; “Critical success factors for wine tourism regions: a demand analysis”; Tourism
Management; 27; 146-158.
5
“O enoturismo (…) assume um papel importante no desenvolvimento regional,
na criação de emprego em regiões mais desfavorecidas. Portugal é um país rico em
regiões vitivinícolas de norte a sul e com fortes tradições de consumo de vinho, sendo o
sector vitivinícola de grande importância para a economia nacional. (…) Elementos
fundamentais do enoturismo (…): a visita aos locais relacionados com a cultura da
vinha e a produção de vinhos, tendo como objectivo fundamental a prova dos vinhos da
região.”4
3.1. Perfil do Enoturista: Ali-Knight e Charter identificam três tipos de enoturistas, sendo eles: os
enoturistas formais; os turistas com conhecimentos e interessados no vinho; e os turistas
gerais (cit. in Costa, Adriano; Kastenholz, Elisabeth). Relativamente, ao perfil traçado
do enoturista por Corigliano pode-se encontrar os profissionais; os apaixonados; os
imitadores e os bebedores (cit. in Costa, Adriano; Kastenholz, Elisabeth).
Estes consumidores distinguem-se porque têm motivações diferentes em relação
ao enoturismo. Pode-se encontrar desde enoturistas especializados, em que se deslocam
a um local, cuja motivação principal é realizar enoturismo a enoturistas, em que o
enoturismo não é a motivação principal, mas sim um produto complementar quando se
desloca a um destino turístico.
Ali-Knight e Charter, apresentam “três tipos de enoturistas. São eles: os
enoturistas formais; os turistas com conhecimentos e interessados no vinho; e os turistas
gerais (cit. in Costa, Adriano; Kastenholz, Elisabeth).
Em Itália, O Movimento del Turismo del Vino classifica os enoturistas italianos,
tendo como base o estilo de vida adoptado, sendo este bastante específico em termos de
idade e demografia (Corigliano cit. in Costa, Adriano; Kastenholz, Elisabeth). Assim
temos:
� Os profissionais: indivíduos com idades entre os 35 e 40 anos, que conhecem
bem o vinho e o seu mundo, têm conhecimentos suficientes para discutir com os
produtores e julgar as virtudes ou não do vinho. Está sempre interessado em
coisas novas e gasta um certo tempo e uma energia considerável nas suas
descobertas;
4 Costa, Adriano; Dolgner, Maria do Rosário; (Acedido em Novembro de 2009); Enquadramento Legal do Enoturismo;
[on-line]; disponível em: http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/enoturismo.pdf
6
� Os apaixonados: indivíduos com idades entre 25 e 30 anos, gostam de vinho e
vêem-no como um veículo ou meio para fazer e cimentar amizades, gostam de
comida e exploram bem o seu país (viajam pelo país), gostam de viajar com os
amigos, alguns deles são profissionais e trazem consigo um guia dos vinhos.
Além disso, estão ávidos por aprender, mas menos que os profissionais;
� Imitadores “Hanger-On”: indivíduos com idades entre os 40 e 50 anos, ricos,
atraídos pelos vinhos porque é uma distinção social ter conhecimentos de
vinhos, mas satisfazem-se com um conhecimento básico acerca deles, oscilam
nos comentários da sua categoria social, dando muita importância aos nomes,
muito impressionados com as aparências e em geral pedem descontos;
� Os bebedores: 50 a 60 anos, visitam as caves e adegas como fazendo parte de
um grupo de Domingo e vêem-nas como alternativa ao bar, provam o vinho,
pedem mais e perguntam se podem comprar em grandes quantidades (grandes
volumes) ”.
(…) De acordo com Costa o perfil dos consumidores portugueses são
essencialmente indivíduos com idades entre os 35 e 40 anos, sendo que os do sexo
masculino consomem vinhos tintos e às refeições. Já a mulheres preferem os brancos e
o seu consumo normalmente está associado a épocas festivas. No que diz respeito ao
perfil do comprador e segundo o mesmo estudo, estes são essencialmente do sexo
masculino com idades compreendidas entre os 35 e 44 anos” (cit. in Costa, Adriano e
Kastenholz Elisabeth).5
3.2. Oferta em termos de enoturismo: “Pelo lado da oferta, o enoturismo apresenta-se organizado e estruturado
sobretudo em torno de rotas do vinho. Estas são, assim, um produto turístico constituído
por percursos sinalizados e publicitados, organizados em rede, envolvendo explorações
agrícolas e outros estabelecimentos abertos ao público, através dos quais os territórios
agrícolas e as suas produções podem ser divulgados e comercializados, estruturando-se
sob a forma de oferta turística”.6
5 Costa, Adriano e Kastenholz, Elisabeth; (acedido em Dezembro de 2009); O Enoturismo como factor de
desenvolvimento das regiões mais desfavorecidas; [on-line]; disponível em:
http://www.apdr.pt/congresso/2009/pdf/Sess%C3%A3o%2015/157A.pdf 6 Simões, Orlando; (2008) “Enoturismo em Portugal: as rotas de vinho”; PASOS: Revista de turismo y património
cultural; edição número 2; volume 6; Página 270.
7
Quando um enoturista se desloca a um destino turístico pode realizar várias
actividades que podem ser directamente ou indirectamente ligadas ao enoturismo.
Segundo a VINITUR, pode-se mencionar como sendo motivações e actividades do
Enoturista as seguintes:
� “Provar e conhecer vinho;
� Aprender sobre o vinho e sua ligação à comida;
� Descobrir o ambiente de produção: visitar vinha e adega, encontrar o produtor,
vindimar;
� Fruir do espaço rural: o ar puro, a paisagem, a agricultura, os habitantes;
� Apreciar o património, a cultura, a arquitectura e a arte;
� Desfrutar de um certo estilo de vida: o lifestyle, a elegância, o bem-estar;
� Conviver em festas e eventos vínicos;
� Conhecer aspectos ambientais e ecológicos da produção de vinho”.7
Em Portugal pode-se encontrar:
“região do Ribatejo possui uma única rota de vinho a qual é designada por Rota da Vinha e do Vinho do Ribatejo. A região do Alentejo tem 3 rotas de vinhos: a Rota de S. Mamede, Rota do Guadiana, Rota Histórica. No que concerne à região do Dão, a mesma tem uma única rota: a Rota dos Vinhos do Dão. A região do Porto, possuí 2 rotas de vinho: Rota dos Vinhos Verdes e a Rota do Vinho do Porto. A região do Oeste tem também em actividade duas rotas de vinho: Rota da Vinha e do Vinho do Oeste e a Rota das Vinhas de Cister. No que diz respeito à região da Costa Azul, existe uma só rota com o nome da própria região. A região da Bairrada tem uma só rota, que é a Rotas dos Vinhos da Bairrada. Existe também a Rota dos Vinhos da Beira Interior, localizada na referida região. Existem mais quatro rotas, nomeadamente a Rota do Vinho da Região de Bucelas Carcavelos e Colares, Rota do Vinho do Algarve, Rota do Vinho da Madeira e Rota do Vinho dos Açores, localizadas respectivamente em cada uma dessas regiões”.
Na análise sobre a oferta de enoturismo, é fundamental comparar a oferta que há
dentro de Portugal, mas também comparar com outras rotas internacionais, desta forma,
pode-se identificar aspectos que se pode alterar ou até actividades que se pode
acrescentar. A selecção feita para análise do estrangeiro é de Espanha, onde se pode
encontrar para além, das rotas, várias actividades diversas.
7 Falcão, João Marinho; (Acedido em Dezembro de 2009); Enoturismo (Produto Estratégico para Portugal) – Mercado
de Enoturismo: Necessidades e Tendências; [on-line]; disponível em:
http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/AreasActividade/ProdutoseDestinos/ReuniaoTecnicaEnoturismo/Ob
jectivosePrograma/Documents/VINITUR.pdf
8
Em Espanha pode-se encontrar várias rotas, sendo elas: “a rota do vinho de
Bullas; Rota do vinho de Jumilla; rota do vinho de La Mancha; Rota do vinho de La
Rioja Alavesa; Rota do vinho das Rias Baixas; Rota do vinho de Montilla – Moriles;
Rota do vinho de Navarra; Rota do vinho de Ribeiro e a Rota do vinho de Somontano.”8
Nas rotas do vinho em Espanha desenvolvem-se actividades diversas em que se
pode mencionar:
“andar a cavalo pelas vinhas; visitar vinícolas tradicionais; relaxar com tratamentos de vinoterapia; cursos de introdução à degustação de vinhos acompanhados de comentários dos viticultores; caminhadas; oficinas de culinária; observação de muitos museus especializados desde o Museu da Cultura do Vinho, na Catalunha (VINSEUM) a Casa do Vinho "La Baranda" em Tacoronte ou Centro de tópicos "Villa Lucía" de Álava; conhecer a cultura de cada região; Rotas guiadas pelos seus centros históricos e pelos seus extensos vinhedos e adegas; excursões a pé, a cavalo ou de bicicleta pelas vinhas e celebração da festa da colheita, que normalmente ocorrem entre Julho e Outubro. Em qualquer época do ano e em rotas como Jumilla pode-se fazer actividades como a apanha da azeitona ou molde de cerâmica. E ao participar nestas propostas, pode-se escolher ficar em casas senhoriais, quintas, edifícios modernistas do século XVI e hotéis rurais com jacuzzi e sauna”.9
4. A Rota dos Vinhos Verdes
Segundo a legislação italiana do Enoturismo, pode definir-se rota dos vinhos
como sendo “percursos sinalizados e publicitados através de painéis especiais que
destacam os valores naturais, culturais e ambientais, explorações vitivinícolas,
individuais ou associadas, abertas ao público, constituindo instrumentos através dos
quais os territórios agrícolas e as suas produções podem ser divulgados,
comercializados e dispostos em forma de oferta turística.10”
Quando se refere à Rota dos Vinhos Verdes, pode-se dizer que esta consiste num
percurso ao longo do Minho, essencialmente, Alto Minho, que pretende dar a conhecer:
“as origens e sabores da cultura vinícola e mergulhar a fundo na História de Portugal, sendo três percursos propostos. O primeiro convida a visitar "Três Cidades de Encanto": Guimarães, corte do
8 Delegação Oficial de Turismo Espanhol; (Acedido em Dezembro de 2009); Rotas do Vinho; [on-line]; disponível em:
http://www.spain.info/saborea/rutas-del-vino/index.html?l=pt 9 Delegação Oficial de Turismo Espanhol; (acedido em Dezembro de 2009); Rutas del vino de España: un mundo de
actividades creativas; [on-line]; disponível em:
http://www.spain.info/reportajes/rutas_del_vino_de_espana_un_mundo_de_actividades_creativas.html?l=pt 10
Costa, Adriano; Dolgner, Maria do Rosário; (acedido em Novembro de 2009); Enquadramento Legal do Enoturismo;
[on-line]; disponível em: http://www.estig.ipbeja.pt/~ac_direito/enoturismo.pdf
9
condado portucalense, Braga, a cidade dos arcebispos, e Amarante, com a sua bela ponte sobre o rio Tâmega. No segundo percurso, "Do Cávado ao Lima", visitamos Barcelos, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez, localidades nas margens do rio Lima. "Da Costa à Serra" é o percurso fronteiriço com a Galiza, onde se descobrem os encantos de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Valença e Monção, "capital" do tão apreciado Alvarinho11”.
Ao longo do trajecto da Rota dos Vinhos Verdes, os turistas/visitantes podem
percorrer “por quintas, solares, casas e adegas cooperativas com muitos anos de tradição
ao sabor da uva12”. Neste percurso terão oportunidade de apreciar belas casas e quintas
solarengas, vinhas bem arranjadas, provar vinhos e, principalmente, conhecer os vários
métodos de produção do vinho.
A Rota dos Vinhos Verdes foi constituída com o objectivo de “estimular o
desenvolvimento do potencial turístico da Região Demarcada dos Vinhos Verdes nas
diversas vertentes da actividade vitivinícola e da produção de vinhos de Qualidade13”.
Para além disso, esta Rota “integra um conjunto de locais dentro da Região
associados à vinha e ao vinho, organizados em rede e devidamente sinalizados, que
possam suscitar um reconhecido interesse por parte do turista, através de uma oferta
rigorosamente seleccionada e caracterizada14”.
A Rota dos Vinhos Verdes tem 67 empresas aderentes, entre os quais “adegas
cooperativas, produtores-engarrafadores, armazenistas-vinificadores, associações de
cooperativas, restaurantes e associações de viticultores. Todos estes aderentes foram
vistoriados e certificados como tendo nas suas instalações todos os critérios exigíveis
para uma recepção aos enoturistas de alta qualidade. (ver apêndice nº1 – “Aderentes e
actividades oferecidas). A Rota dos Vinhos Verdes possui um gabinete de apoio e
central de reservas com atendimento trilingue disponível para apoiar os interessados e
acompanhar grupos15”, na Rua da Restauração 318, Porto.
Pode ainda referir-se que “o protocolo que criou a Rota do Vinho Verde foi
assinado em Braga em Setembro de 1995, tendo participado na sua celebração as
seguintes instituições: Comissão de Coordenação da Região Norte; Comissão de
Viticultura da Região dos Vinhos Verdes; Região do Turismo do Alto Minho; Região
11 S.a.; (acedido em Dezembro de 2009); Rota dos Vinhos Verdes; disponível em: http://www.viniportugal.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=33 12 Idem 13 S.a.; (acedido em Dezembro de 2009); Vinho Verde Route – Acerca da Rota; disponível em: http://rota.vinhoverde.pt/aboutus.asp?iID=0&clienteID=2EL4PUFKQPQ18MRHPSVGD4LCBVMT0CTF& 14 Idem 15 Ibidem
10
do Turismo do Verde Minho; Região do Turismo da Serra do Marão; ADETURN –
Turismo de Portugal; Associação Portuguesa de Agências de Viagem e Turismo16”.
4.1. Análise SWOT
A análise SWOT apresentada neste relatório é resultado da investigação
realizada. Com a pesquisa efectuada conseguiu-se discernir alguns dos pontos fortes,
fracos, oportunidades e ameaças da Rota.
Pontos Fortes (S):
S1 – Variedade de empresas aderentes;
S2 – Paisagens;
S3 – Vinhos de qualidade;
S4 – Reputação dos vinhos verdes;
S5 – Quintas com história e tradição;
S6 – Gastronomia;
S7 – Bons acessos à região;
S8 – Possibilidade de alojamento em
algumas quintas.
Pontos Fracos (W):
W1 – Divulgação e promoção escassas;
W2 – Alguns aderentes fechados ao fim-
de-semana;
W3 – Falta de cooperação entre as várias
entidades;
W4 – Difíceis acessos a alguns aderentes;
W5 – Falta de formação por parte dos
aderentes e seus colaboradores;
W6 – Escassa animação.
Oportunidades (O):
O1 – Crescimento dos pacotes de
experiências (“A vida é bela”,
“Smartbox”, etc.);
O2 – Valorização do Vinho (Verde);
O3 – Participação em eventos.
Ameaças (T):
T1 – Outras rotas nacionais;
T2 – Rotas internacionais.
Assim, segundo a tabela, acima indicada, verifica-se que a Rota dos Vinhos
Verdes tem vários pontos fortes como por exemplo o facto de ter um elevado número de
empresas aderentes e a qualidade do Vinho Verde. Outros aspectos se aliam para que
esta Rota seja procurada como a gastronomia e as paisagens nortenhas.
No que diz respeito aos pontos fracos, evidencia-se a pouca divulgação desta
Rota, a falta de cooperação entre agentes e a, falta de animação para os turistas. É
necessário reverter esta situação. Fazer da Rota dos Vinhos Verdes uma Rota activa,
dinâmica e enérgica onde os visitantes têm muito o que ver e fazer.
16 S.a.; (acedido em Dezembro de 2009); Vinho Verde Route – Acerca da Rota; disponível em: http://rota.vinhoverde.pt/aboutus.asp?iID=0&clienteID=2EL4PUFKQPQ18MRHPSVGD4LCBVMT0CTF&
11
Relativamente às oportunidades, pode constatar-se que as empresas como “A
Vida é Bela”, “Smart Box”, “Odisseia”, entre outras, encontram-se a conquistar cada
vez mais mercado. No entanto não têm pacotes que incluam a Rota dos Vinhos Verdes,
o que poderia ser uma oportunidade para estas empresas e para a Rota já que,
beneficiaria com a promoção. Existe uma empresa a “Enjoy Boxes” (pertencente à
empresa “A Vida é Bela”) que já inclui nos seus pacotes algumas quintas que fazem
parte da Rota dos Vinhos Verdes, seria ainda melhor para a divulgação desta Rota se
esta empresa inclui-se mais aderentes da Rota. Verifica-se, assim, uma oportunidade
para a divulgação desta rota. Para além desta oportunidade, poderia ainda apostar-se
mais na Rota, como por exemplo aliar a Rota dos Vinhos Verdes a outros eventos. Ao
longo da pesquisa verificou-se, também, que as actividades ao longo da Rota são
escassas. Portanto, poderia investir-se em actividades inovadoras. Também, deveria
observar-se as outras regiões para tentar complementar a Rota dos Vinhos Verdes.
Em relação às ameaças, não é de estranhar que as maiores ameaças são
principalmente as outras Rotas nacionais das quais destacamos a Rota do Vinho do
Porto por ser uma Rota mas organizada e publicitada. Este poderá ser um bom exemplo
para a Rota dos Vinhos Verdes.
5. Desenvolvimento de Novas ideias
5.1. Novas Ideias
Para desenvolvimento de novas ideias para a actual Rota dos Vinhos Verdes será
importante comparar as actividades praticadas nesta rota com as de outras rotas de
vinhos. Para tal, comparou-se com a Rota do Vinho do Porto, criada em 1996, por se
tratar de um produto em franco crescimento em número de visitantes, entre 2002 e
2008, como se pode verificar nos gráficos 1, 2 e 3, (Ver anexo) em que o número de
visitantes aumentou em 814%. Este tornou-se assim um bom exemplo de sucesso num
produto e justifica o seu estudo, nomeadamente o que foi feito para se verificar tal
aumento, e a possibilidade de se aplicar os modelos desta rota de sucesso na Rota dos
Vinhos Verdes.
Na análise à Rota do Vinho do Porto destaca-se a forma como se tirou partido
das potencialidades naturais da região, com as distintas paisagens que inspiram variados
percursos, terrestres e fluviais, tirando partido das montanhas circundantes, dos grandes
vales e dos grandes rios como o Corgo, o Tua e o Douro. Este último é o protagonista,
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animado com as suas embarcações modernas e seguras que proporcionam magnificas
viagens fluviais e as embarcações históricas com seus lugares de embarcadouro
(destaque para o barco Rabelo, actualmente ex-líbris desta rota). Destaca-se também o
caminho-de-ferro17 recuperado para viagens históricas onde até a locomotiva a vapor
não foi esquecida para as recriações, as visitas a produtores vitivinícolas em Quintas,
Solares e Adegas, animadas com provas de degustação de vinhos e gastronomia típica
local, apoiada por alguns bons Restaurantes apostados no mesmo projecto e pela
possibilidade de se poder participar em actividades do quotidiano tradicional da Vinha,
dos vinhedos e do vinho nessas propriedades, para além de se continuar o reforço na
aposta pela cultura local, com o seu património arqueológico e histórico destacando-se
aqui casas, capelas, igrejas, caminhos e pontes que testemunham a antiguidade e o valor
dos lugares que tornaram possível encontrar neste território, o Douro Vinhateiro,
Património da Humanidade desde 200118.
Com base nesta comparação, para uma melhor promoção da Rota dos Vinhos
Verdes (criada um ano antes da do Vinho do Porto), deve pensar-se numa estratégia de
potenciar o vinho enquadrado pelos outros produtos turísticos existentes na região.
“Earlier it was observed that winery visitors are not just looking to taste, but also to learn about, and buy, wine. Many wine tourists are on a social outing, looking for an interesting rural experience. Wineries, to be effective attractions, must provide for social experiences among groups of visitors and preferably cater to a range of activities such as picnicking, shopping, and more active recreation. Dining and accommodation can be specific attractions. Functions and events will motivate other visitors.” (Getz:2000;71)
Como refere Getz (Getz:2000;71) o turista procura nas visitas a quintas ou adegas
mais do que uma simples prova ou compra de vinhos, procura experiências, pelo que
aproveitando este interesse dos turistas, a aposta em animação nestes locais e sua
envolvente é imprescindível, para que a percepção no final da visita corresponda às
expectativas criadas, e que o turista não se limite a simplesmente visitar e não voltar.
Assim, deve tirar-se partido do que já existe, nomeadamente da grande dimensão
territorial da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, região que se estende por todo o
Noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-
17 S.a. (Acedido em 23.12.2009) Linha do Douro: A importância da interoperabilidade dos transportes ferroviário e Fluvial na Estratégia de Desenvolvimento do Turismo do Vale do Douro, disponível em: http://www.ocomboio.net/PDF/tr-douro-01.pdf 18 S.a. (Acedido em 23.12.2009) Alto Douro Vinhateiro, disponível em: http://www.ippar.pt/patrimonio/mundial/altodouro.html
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Minho19. Aqui deve aproveitar-se as potencialidades paisagísticas deste vasto território,
com os seus montes e largos vales dos Rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Leça e Douro
(com os seus respectivos afluentes), destacando-se o Douro que leva a Região dos
Vinhos Verdes até Vale de Cambra e Castelo de Paiva já na margem sul duriense,
tirando também partido das particularidades da paisagem na periferia, tanto no litoral
com as suas bem reconhecidas praias como no interior com as suas serras e montanhas.
Destacar as diferentes formas da vinha, que nos vales do Minho e do Lima são em
ramadas baixas, enquanto no vale do Cávado, Ave e Tâmega são de enforcado trepando
a videira pelas altas árvores que bordejam os campos (enforcando-se nos choupos) e nas
terras do interior as ramadas são cada vez mais altas em latadas20, garantindo diferentes
paisagens rurais e permitindo a valorização de diferentes percursos, terrestres e fluviais.
Notamos que falta na actual rota o aproveitamento dos caminhos fluviais, possíveis de
realizar nos estuários dos rios de maior curso, como o Minho, o Lima, o Cávado e o
Tâmega.
Aproveitar a proximidade dos maciços montanhosos circundantes da Rota, pois
os vinhos verdes são delimitados pelas montanhas da Peneda, Amarela, Gerês, Cabreira,
Alvão, Marão, Montemuro e Arada21, destacando o importante destino Peneda Gerês
(Parque Nacional desde 1971)22, garantindo aos percursos maior diversidade ambiental
e paisagística. Aproveitar, ainda, os valores culturais, onde se incluem os históricos,
etnográficos e artísticos da vasta região dos Vinhos Verdes, também ela antiga, que
inclui duas cidades emblemáticas, Braga, a antiga Bracara Augusta Romana23, e
Guimarães, cidade berço da nacionalidade com o seu centro histórico considerado
Património Mundial desde 200124.
Nas potencialidades históricas da Rota, destacar caminhos de circulação antigos,
nos quais se encontram dois dos mais importantes caminhos nacionais: a Geira Romana
e o Caminho de Santiago.
19 Marques, Helder (Acedido em 23.12.2009) Região Demarcada dos Vinhos Verdes [On-Line], disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/1504.pdf 20 Idem 21 Ibidem 22 S.a. (Acedido em 23.12.2009) Parque Nacional da Peneda Gerês: Porque foi Classificado, disponível em: http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-Geres/O+Parque/Porque+foi+classificado 23
S.a. (Acedido em 23.12.2009) Bracara Augusta, disponível em: http://www.geira.pt/arqueo/bracara.html 24 S.a. (acedido em 23.12.2009) Centro Histórico de Guimarães, disponível em: http://www.ippar.pt/patrimonio/mundial/guimaraes.html
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Nas potencialidades arqueológicas da Rota, destacar a Rede de Castros do
Noroeste - Castrenor25, onde dos 46 castros e cividades integrantes 23 são em território
da Rota dos Vinhos Verdes.
Nas potencialidades da cultura e tradições locais, apostar no desenvolvimento e
manutenção de eventos, mostras ou concursos gastronómicos, nas quintas e adegas
pertencentes à rota, com pratos regionais ou locais, acompanhados pelos vinhos aí
produzidos, em que os participantes, através de workshops, poderiam participar na
preparação, confecção e avaliação destes pratos, acompanhando todo o processo,
apostando na sua tradição, o que seria uma mais-valia para a procura das quintas e
adegas aderentes à Rota dos Vinhos Verdes, potenciando a adesão de outros produtores.
Nas potencialidades culturais, destacar a possibilidade de criar dois roteiros artísticos
religiosos, capazes de se tornarem os mais importantes no norte do país, o Românico do
Alto Minho e o Barroco de Braga26.
Por último, ainda nos destaques das potencialidades históricas, potenciar a
criação e animação de dois importantes roteiros da história militar nacional existentes
nesta região: o roteiro dos castelos da reconquista e fundação da nacionalidade e o
roteiro dos fortes e fortalezas litorais da pós-Restauração.
Para potenciar todos estes subprodutos deve, por um lado, criar-se os novos
roteiros que se mencionaram a propósito do património, paisagem, valores artísticos e
caminhos antigos (organizar, executar, sinalizar, divulgar, animar e fazer a manutenção
dos mesmos) e por outro lado, deve criar-se novas formas de divulgação da Rota,
investindo-se na sua marca, na criação de packages deste produto “Rota dos Vinhos
Verdes”, que poderiam ser adquiridos em postos de turismo, centros comerciais, lojas
de especialidade, supermercados ou mesmo em agências de viagens. Estes packages
conteriam para além dos produtos disponibilizados pelas quintas e adegas estes outros
subprodutos turísticos existentes na região, criando-se parcerias com as diferentes
empresas e entidades públicas, como as Câmaras Municipais dos concelhos que
integram a Rota dos Vinhos Verdes ou a Entidade Regional de Turismo do Porto e
Norte de Portugal, para uma melhor, mais efectiva e maior divulgação e promoção, da
Rota dos Vinhos Verdes. Todas estas iniciativas iriam contribuir para que o turista que
procura esta Rota, possa usufruir de momentos inesquecíveis e para que a percepção no
25 S.a. (acedido em 23.12.2009) Castrenor: Castros, disponível em: http://www.castrenor.com/?mod=mapacastros&event=listaCastros&lang 26 S.a. (acedido em 23.12.2009) Norte: Rotas do Barroco, disponível em: http://www.visitportugal.com/NR/exeres/C5D15334-D9E9-43BD-B2F5-D7EE30C1028F,frameless.htm
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final da visita corresponda às expectativas criadas, e que o turista não se limite a
simplesmente visitar e não voltar.
5.2. Sugestões/propostas para dinamizar a rota dos Vinhos Verdes
É fundamental dinamizar a Rota dos Vinhos Verdes e, para isso ter-se-á de
trabalhar a oferta, a qual deverá ser cada vez mais integrada e integradora. A oferta não
deverá limitar-se a um público adulto restrito, mas por outro lado investir na expansão e
diversificação, pois como constatado anteriormente no perfil do enoturista, há cada vez
mais a procura das rotas, por parte de um nicho de mercado mais jovem (25/30 anos).
Importante será também a integração daqueles que não são eventuais apreciadores de
vinho, mas que visitam a rota como acompanhantes.
No sentido de aumentar o potencial da Rota dos Vinhos Verdes e, uma vez já
identificada a oferta disponibilizada pelas Quintas e Adegas ou Caves aderentes, focar-
se-á na procura, sugerindo programas e actividades, que se enquadrem nas motivações e
ambições do consumidor.
O consumidor quer aprender, quer aprofundar conhecimentos, quer participar, o
verbo “querer” é uma constante e, como característica inata ao Homem, o turista quer, e
vai querer sempre mais e, a oferta para ser competitiva, tem necessariamente de
responder à procura, numa actividade constante de inovação.
Mas como?
Através da análise bibliográfica, chegou-se às seguintes palavras-chave: contacto
directo e dinamismo. O consumidor deseja participar, ou na gíria tradicional “meter as
mãos na massa”.
Sabe-se que a prova dos vinhos é geralmente o objectivo principal da visita dos
enoturistas, mas a oferta necessita de ir além desta actividade, outras apostas devem ser
exploradas ou aprofundadas, sugere-se a aprendizagem dos processos de produção do
vinho verde; a visita às atracções turísticas locais, dando a conhecer o património
paisagístico e arquitectónico (ex: típicas casas graníticas), bem como o património
natural e cultural associado à vinha e ao vinho; desenvolver actividades artísticas dentro
das Quintas, aproveitando como tema o vinho e suas derivantes (ex: fotografia ou
pintura); promover um estilo de vida saudável, incentivando os turistas a fazer
caminhadas pela vinha, levando-o a desfrutar da paisagem e envolvendo-o mais
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profundamente no ambiente rural; incentivar os visitantes das Quintas, com preços mais
“sorridentes” à compra dos vinhos e produtos típicos; revitalizar os antigos
divertimentos relacionados com as vindimas, como as merendas, as rondas, as cantadas,
animadas por foliões e concertinas, hoje substituídas pelas apresentações de grupos
folclóricos locais. E para as crianças, que vêm acompanhar os familiares na visita às
Quintas da rota, poderiam ser desenvolvidas actividades que ressuscitassem os jogos
tradicionais ou outras que promovessem o contacto com os animais do campo, com os
quais a maioria (por residirem em centros urbanos) não teve ainda oportunidade de
conviver.
5.3. Algumas propostas de actividades
Expõem-se seguidamente algumas sugestões de actividades concretas, às quais
com o fim de as destacar, foi-lhes atribuído um slogan.
• “Fim-de-semana regado a Verde”
Programa de fim-de-semana, passado numa das Quintas da rota dos Vinhos
Verdes com alojamento, onde seriam desenvolvidas actividades desde a prova de
Vinhos Verdes, a visitas guiadas às adegas, Workshops gastronómicos ou de artesanato
local. O ex-líbris do programa seria aquando das vindimas, pois o turista teria a
oportunidade de se envolver directamente participando no trabalho da colheita das uvas,
no lagar e na merenda, animada por um rancho folclórico local.
• “Verdes a dois”
Programa direccionado a casais, promovendo a Rota dos Vinhos Verdes com a
parceria das Quintas, “escapadelas” românticas para dois. A oferta, para além de
actividades relacionadas com os Vinhos, fundamentar-se-ia na encantadora paisagem
envolvente das Quintas, tão propícia ao romance, estimulando a que os casais usufruam
em conjunto de algum tempo de qualidade. Programas como, passeios a pé ou a cavalo
pela Quinta, visitas a aldeias e lugares vizinhos com encanto paisagístico ou
patrimonial, reforçariam estas escapadelas.
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• “Jantares nas caves”
Esta seria uma actividade, direccionada essencialmente para grupos de
apreciadores de vinho, que poderiam usufruir de uma refeição tradicional nortenha,
servida em louça artesanal e, realizada num cenário diferente, mas que não deixaria de
ser pertinente, uma vez que a razão do convívio seria precisamente o vinho.
Proporcionar-se-ia desta maneira, uma experiência inesquecível, onde juntamente com
os Vinhos Verdes estariam integrados a gastronomia e o artesanato local.
• Workshops culinária/ artesanato
Os turistas que visitam as Quintas teriam a oportunidade de confeccionar
refeições alternativas, cujo paladar combina com os Vinhos Verdes, como por exemplo,
a preparação de marisco, de peixes, de saladas ou até mesmo de alguns pratos asiáticos,
permitindo com estas actividades, que os turistas partissem com conhecimentos, que
podem perfeitamente ser úteis posteriormente (ex: dar um jantar em casa).
A envolvência no artesanato local, monitorizados por artesãos locais, como o
fabrico de cestas, tecelagem ou confecção de compotas e doces, entre outros,
dependendo da tradição local, seriam bem-vindos a esta iniciativa.
• “Era uma vez a vindima”
Recriação de uma vindima típica, levando os turistas a viver todos os passos de
uma vindima, desde a elaboração de uma merenda tradicional, poda, carregar os cestos
com as uvas, trabalho no lagar, promovendo o convívio e a criação de laços de amizade.
Esta iniciativa poderia também ser desenvolvida em parceria com as escolas,
através da visita de estudo dos alunos às Quintas da rota, implementando nas crianças e
jovens, uma relação com o ambiente vinícola, suas tradições e saberes. A actividade
poderia tornar-se mais apelativa para as crianças, se as mesmas fossem incentivadas, por
exemplo através de um concurso, a criar desenhos, cuja ilustração vencedora seria mais
tarde impressa no rótulo de uma das edições das garrafas de vinho verde da quinta.
• Provas de verdes
Tirando partido dos conhecimentos enólogos da Confraria do Vinho Verde,
organizar em colaboração com esta instituição regularmente, nas Quintas, Caves e
18
Adegas encontros de degustação de vinhos, aproveitando para lançar novos rótulos,
promovendo com as provas de verdes tertúlias a propósito dos vinhos verdes.
5.4. Informação/ publicidade
Mas para além de dinamizar é ainda necessário melhorar alguns aspectos da rota
dos Vinhos Verdes, nomeadamente a sua marca e informação referente, a qual ainda
não é muito abundante nem conhecida, mesmo pelas populações locais. Desta forma, e
com vista ao desenvolvimento da rota, sugere-se a formação de parcerias entre os Postos
de Turismo da Região do Porto e Norte de Portugal com as Quintas da rota dos Vinhos
Verdes. As Quintas deveriam passar mais informação acerca da sua oferta aos Postos de
Turismo e, estes por sua vez e, usufruindo do seu contacto directo com possíveis
consumidores, que visitam o Posto de Turismo, poderiam contribuir com sugestões para
dinamizar a rota. Também se pensa que seria importante que os funcionários dos Postos
de Turismo conhecessem pessoalmente as Quintas, passando desta forma aos turistas
informações mais fidedignas e concretas.
Como anteriormente já referido, o site da rota constitui um ponto menos
positivo, devido a uma apresentação simples e pouco apelativa, pobre, algo complicada
de consulta e sem informação adicional de actividades de animação, possíveis na rota.
Deveria melhorar o site e tornar-se mais explícito e apelativo, pois nos tempos que
correm é uma ferramenta fundamental para informar e publicitar a rota.
As Quintas poderiam também investir na publicidade junto de instituições com
maior disponibilidade financeira e em tempo, como por exemplo o INATEL ou
Universidades da 3ª Idade, porque são instituições que costumam organizar passeios
para os sócios ou seus alunos, que são precisamente adultos reformados, que na sua
maioria gozam de tempo livre e algumas possibilidades financeiras.
Para o incremento da promoção da rota, são deixadas algumas sugestões, como o
investimento em mais sinalização das Quintas pertencentes à rota; a criação de um mapa
das estradas que interligam as Quintas pertencentes à Rota dos Vinhos Verdes, a
publicidade à rota nos rótulos das garrafas de vinho produzido nas quintas ou adegas da
rota; a sua referência nos principais pontos de cruzamento turístico (aeroportos, gares
ferroviárias e marítimas, estações e centrais de camionagem, metro e outdoors urbanos).
Por último, reforçar-se a necessidade de uma maior adesão de mais produtores
19
vitivinícolas, Quintas e outras parcerias para aumentarem não só a visibilidade da rota
como a sua permanente manutenção.
6. Fundamentação (componente prática)
Como meio de fundamentar a revisão bibliográfica e adaptar o estudado à
realidade foram efectuados inquéritos (aleatoriamente), realizaram-se entrevistas a
algumas quintas aderentes (das quais só se obteve resposta de duas) e Postos de
Turismo da Região e foi feita uma entrevista à Comissão de Viticultura da Região dos
Vinhos Verdes (CVRVV) (Ver em apêndice os originais e gráficos dos inquéritos).
Com o cruzamento daquilo que foi retirado destes meios pretende-se ter uma visão do
que é feito de bem e de mal, o que as pessoas procuram, o que lhes é oferecido, etc.
Importa referir que dos inquéritos 56% dos inquiridos são do sexo masculino e
44% do sexo feminino com idades compreendidas entre os 19 e 77 anos, sendo que 70%
são casados. 42% são provenientes da Póvoa de Varzim e de Braga. Quanto às
habilitações literárias 22% têm licenciatura, 20% o 12º ano e 20% o 9º ano.
Ao fazer a análise retiraram-se algumas conclusões importantes as quais, na sua
maioria vão de encontro ao que foi dito ao longo do desenvolvimento do trabalho.
Começando por analisar o perfil do enoturista e, segundo o que as quintas entrevistadas
dizem é que estes têm a idade média acima dos 40 anos, fazem a visita acompanhados
seja em grupos ou pelo cônjuge. Uma das quintas faz mesmo a distinção em três tipos
de turistas sendo que no primeiro (que são a maioria) vêm através de agências de
viagens, em grupos e deslocam-se de autocarro; no segundo encontram-se as pessoas
enviadas pelo posto de turismo e pelas casas de turismo de habitação, são pessoas que
compram livros da região e se interessam, normalmente viajam em família ou grupos
entre 4 a 10 elementos, aqui inserem-se portugueses e estrangeiros; no terceiro
encontram-se os grupos de empresas que querem passar um dia diferente. Segundo a
mesma quinta os turistas visitam maioritariamente os aderentes em Junho e Julho
quando viajam em grupos e em Agosto em família. Na Quinta da Reguenga estas altura
variam tendo mais visitantes no Natal e Páscoa. Este aspecto permite verificar a enorme
sazonalidade que existe. As duas quintas têm uma diferença muito grande em relação
aos visitantes. A Quinta de Santa Maria diz-nos que recebeu cerca de 2600 turistas em
2009 enquanto a Quinta da Reguenga recebeu apenas cerca de 30. No entanto o gasto
médio por turistas situa-se em ambas as quintas nos 10€. A diferença no número de
20
visitantes pode advir de vários factores, desde a promoção (que a Quinta de Santa Maria
faz e a Quinta de Reguenga não), localização, acessos, notoriedade, entre outros podem
explicar este facto. Pode ainda dizer-se quanto ao tipo de turista que ficam satisfeitos
com a experiência que tiveram e chamam outros turistas para estes locais. Através dos
inquéritos foi visível que dos inquiridos que já visitaram a Rota 33% o fizeram três
vezes e 29% mais de três vezes. Estes são números significativos que mostram que
quem visita a Rota gosta e volta. Além disso, cerca de 67% dos inquiridos considera a
experiência que teve nas visitas aos aderentes como boa. No entanto, deveria ser
objectivo da Rota tornar a experiência dos turistas excelente e com esta resposta houve
apenas um inquirido. Isto pode mostrar que há ainda muito a fazer.
Pôde-se através dos inquéritos constatar que a motivação principal dos
enoturistas é provar vinhos com 37,5% das respostas, seguida por aprender mais sobre
vinhos com 33% e por último conhecer o método de preparação dos vinhos com 29%.
Ainda analisando a procura e o turista, ao realizar os inquéritos, foi possível
perceber que das actividades propostas o que os inquiridos mais gostaram de fazer foi
provar vinhos, o que vai de encontro à principal motivação já referida anteriormente o
que, contribui fortemente para a sua satisfação.
Um obstáculo e ponto fraco encontrado durante a realização do trabalho foi,
como já referido, ao nível da promoção e divulgação que é fraca e insuficiente. Os
inquéritos e todas as entrevistas efectuadas deixam essa certeza já que, apesar de 90%
dos inquéritos terem sido realizados a pessoas residentes no Norte 13% não conhecem a
Rota. Por um lado a resposta mais escolhida sobre onde as pessoas que conhecem a
Rota ouviram falar desta foi com 46% familiares e amigos, enquanto que a publicidade
e o site da Rota na internet apenas contaram com 13,5% das respostas cada. De encontro
a esta conclusão surgem as entrevistas aos postos de turismo onde foi dito que têm
pouca informação sobre a Rota disponível, apenas mapas e panfletos que, muitas vezes
são as quintas e não a Comissão da Rota que disponibilizam. Deve ainda mencionar-se
que são muito poucos os turistas que se dirigem aos postos de turismo a perguntar
especificamente pela Rota. A maioria não sabe da sua existência e apenas vão à procura
de quintas para poderem visitar. As quintas entrevistadas, nomeadamente a Quinta de
Santa Maria em Barcelos menciona a promoção que faz de si mesma e não da Rota.
Mesmo a Comissão dos Vinhos Verdes (CVRVV) não tem cooperação com a Comissão
da Rota para a divulgação e promoção da mesma e dos vinhos. Este aspecto vai de
encontro a outra conclusão pertinente que diz respeito ao facto das entidades não
21
cooperarem entre si. A CVRVV não coopera com a Comissão da Rota dos Vinhos
Verdes que não coopera com os Postos de Turismo. Deste modo, nota-se a
descoordenação que existe. Ao nível da cooperação o melhor exemplo que encontrado
nas entrevistas efectuadas é o caso de Barcelos em que o posto de turismo trabalha em
conjunto com as quintas na promoção do vinho verde. Aqui, são efectuadas anualmente,
visitas às quintas produtoras do concelho, em dois momentos do ano, com agentes de
viagens e turismo, acompanhados pelos técnicos de turismo. Este é um bom exemplo de
cooperação que deveria ser seguido por mais municípios com vista a uma maior
colaboração e divulgação dos vinhos verdes, nomeadamente da Rota dos Vinhos
Verdes. Do ponto de vista dos inquiridos a maior falha da Rota prende-se com a
promoção e divulgação com 46,6% das respostas e com a organização com 20% das
respostas.
A falta de animação é também um aspecto negativo. As empresas aderentes da
Rota, na sua maioria, apenas possibilitam aos turistas, visitas às vinhas adegas e caves e
provas e venda de vinho (Ver apêndice nº 1). Além disso, muitas vezes são os próprios
donos das quintas e adegas que acompanham os turistas na visita. Muitas vezes estas
pessoas não têm formação suficiente para fazer este acompanhamento. Neste
seguimento, os inquiridos apontaram como pontos negativos as poucas explicações que
lhes foi dada durante a sua visita (17%), as acessibilidades (17%) principalmente no que
diz respeito a quintas que muitas vezes ficam isoladas em locais de difícil acesso, a
sinalização deficiente (12,5%) e a falta de animação (12,5%), música e comida (12,5%).
Neste seguimento surgem também as propostas daquilo que os visitantes gostariam de
fazer nestes aderentes e que é, com 46%, assistir e participar nas vindimas e pisas das
uvas.
Foi analisado na análise SWOT que, as principais ameaças à Rota dos Vinhos
Verdes são os seus concorrentes, ou seja, as restantes Rotas do país que se encontram
em franco desenvolvimento, nomeadamente a Rota do Vinho do Porto que, consegue
muitas vezes ser preferida em detrimento da dos Vinhos Verdes. É necessário, então,
perceber o que leva as pessoas a optar pelo Norte e, por conseguinte, pela Rota dos
Vinhos Verdes. Nos inquéritos efectuados, foi visível que 37,5% dos inquiridos
escolheram esta Rota pela variedade das suas quintas e 29% pelo renome dos vinhos
aqui produzidos. Em relação a outros aspectos que se relevaram pertinentes nesta
escolha pode-se verificar que os três principais foram os restaurantes típicos (79%), o
22
facto de ser a região perto da área de residência (42%) e o facto de existirem quintas
com alojamento próprio (29,17%).
Mesmo tendo muitos aspectos positivos e muitas coisas que puxam os turistas
para esta Rota uma conclusão muito pertinente é que 46% dos inquiridos apenas ficam
na região parte do dia. Isto mostra que a capacidade de fixação dos turistas está longe de
ser a ideal. No entanto, 29% dos inquiridos mencionaram que ficaram na região entre 1
a 3 noites.
Ainda em relação à concorrência, foi possível verificar que 62,5% dos inquiridos
que visitaram a Rota dos Vinhos Verdes visitaram, também, outras Rotas. Sendo
importante dizer que destes 66,6% preferiram a outra Rota visitada à dos Vinhos
Verdes. A Rota mais visitada e que os inquiridos mais gostaram foi a Rota do Vinho do
Porto, o principal motivo de preferência foi a paisagem com 40%, seguida do facto de
ser uma Rota mais divulgada com 30% das respostas.
A Comissão Vitivinicola da Região dos Vinhos Verdes mencionou na entrevista
realizada que está previsto um programa de co-financiamento para reestruturação da
entidade governativa da Rota dos Vinhos Verdes, a criação de infra-estruturas e
actividades de apoio à Rota e promoção da Rota. Estas medidas estão programadas para
2010 e espera-se que se consiga com elas uma maior dinamização da Rota.
23
7. Conclusão
A Rota dos Vinhos Verdes tem todas as potencialidades para ser um produto de
excelência, pois tem um território extenso e muito diversificado do ponto de vista da
paisagem, da cultura, das tradições, do património e dos usos e costumes. Tem boas e
variadas infra-estruturas, assentes em Quintas, Adegas e Cooperativas Vitivinícolas.
Como foi possível constatar, a Rota dos Vinhos Verdes é um recurso que tem
muito potencial devido, principalmente, ao facto de fazer parte de um produto turístico
com bastante ênfase na região Norte devido ao PENT. No entanto, foi visível ao longo
deste trabalho que nem todo o potencial da Rota e da região está a ser aproveitado. É
perceptível que muito falta fazer para que esta se torne dinâmica a exemplo de outras.
Ao nível da animação, actividades disponíveis, coordenação entre os intervenientes,
entre outros aspectos notam-se muitas falhas. É necessário que exista um maior esforço
entre todos para que esta Rota faça jus à sua antiguidade e ao seu nome e se torne algo
atractivo.
Com vista a conseguir uma maior dinamização e reconhecimento foram
pensadas algumas sugestões/propostas que, são de fácil implementação, mas que, bem
estruturadas e publicitadas poderiam ser de grande importância para o fim que se
pretende e, que é o de tornar esta Rota uma Rota reconhecida, pelo menos a nível
nacional. A análise feita mostra que apesar das poucas actividades disponibilizadas os
turistas ficam satisfeitos com a sua experiência mas, estas não chegam para os fixar
muito tempo na Região. É por este motivo que é tão importante dinamizar a Rota, torná-
la mais activa e com mais actividades. Deste modo, seria possível fixar mais turistas por
mais tempo o que seria extremamente benéfico para a região.
É possível melhorar, só é necessário que exista mais cooperação e envolvimento
das partes. Se todos se comprometerem a trabalhar em conjunto com vista à obtenção de
objectivos comuns todos podem beneficiar.
24
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os/ReuniaoTecnicaEnoturismo/ObjectivosePrograma/Documents/RotaVinhosAlvarinho
1
Fonte: Rota do Vinho do Porto
Fonte: Rota do Vinho do Porto
1. Anexos
Gráfico 1: Visitantes da Rota do Vinho do Porto
Gráfico 2 – Nacionalidades de Visitantes e 2008
2
Fonte: Rota do Vinho do Porto
Gráfico 3 – Nº Visitantes por mês em 2008
3
2. Apêndices
2.1. Aderentes e actividades oferecidas
As empresas aderentes27 à Rota dos Vinhos Verdes e respectivas actividades são
as seguintes:
• Adega Cooperativa de Amarante (visita de cave e venda de vinho avulso)
• Adega Cooperativa de Paredes (visita de cave; venda de vinho avulso e vinha)
• Adega Cooperativa de Ponte da Barca (visita de cave e venda de vinho avulso)
• Adega Cooperativa de Ponte de Lima (visita de cave e venda de vinho avulso)
• Adega Cooperativa de Santo Tirso (visita de cave; prova de vinhos; venda de
vinho avulso e vinha)
• Casa de Cabanelas (visita de cave)
• Casa de Cello (visita de cave; prova de vinhos e vinha)
• Casa de Compostela (visita de cave; prova de vinhos e vinha)
• Casa de Oleiros (visita de cave; prova de vinhos; vinha e vista panorâmica)
• Casa de Sezim (visita de cave; alojamento particular; igreja; monumento;
percursos pedestres; prova de vinhos; restaurante; sítio natural e vinha)
• Casa de Vila Boa (visita de cave; monumento; prova de vinhos e vinha)
• Casa de Vila Verde (acolhimento de grupos; visita de cave; igreja; prova de
vinhos e vinha)
• Casa de Vilacetinho (visita de cave; prova de vinhos; restaurante; vinha e vista
panorâmica)
• Casa do Campo (alojamento particular; prova de vinhos; sítio natural)
• Casa do Capitão-Mor (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Casa do Valle (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos; venda de
vinhos avulso)
• Casa do Vinho Verde (auditório; biblioteca; restaurante; sítio verde)
• Caves da Cerca (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Estação Vitivinícola Amândio Galhano (visita de cave; igreja; prova de vinhos;
sítio natural; vinha)
27 S.a.; (acedido em Dezembro de 2009); Vinho Verde Route – Aderentes; disponível em: http://rota.vinhoverde.pt/aderentes/aderentes.asp?iID=0&clienteID=2EL4PUFKQPQ18MRHPSVGD4LCBVMT0CTF&
4
• Fundação Eça de Queiroz (visita de cave; alojamento particular; artesanato;
auditório; biblioteca; monumento; prova de vinhos; restaurante; vinha; vista
panorâmica)
• Moura Basto (venda de vinho avulso; vinha)
• O Almocreve (reataurante)
• Paço de Teixeiró (vinha; vista panorâmica)
• Paço do Alvarinho (visita de cave)
• Provam (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Quinta d’Além (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos; vinha)
• Quinta da Aveleda (visita de cave; artesanato; prova de vinhos; restaurante; sítio
natural; vinha)
• Quinta da Bela Vista (visita de cave; percursos pedestres; prova de vinhos;
restaurante; vinha)
• Quinta da Bouça (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos; vinha)
• Quinta da Cela (visita de cave; alojamento particular; monumento; prova de
vinhos; sítio natural; vinha)
• Quinta da Franqueira (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos;
sítio natural; vinha)
• Quinta da Lixa (visita de cave; museu; prova de vinhos; restaurante; vinha)
• Quinta da Tapada (visita de cave; igreja; prova de vinhos; vinha)
• Quinta das Carvalhas (visita de cave; prova de vinhos; restaurante; sítio natural;
vinha)
• Quinta das Touquinheiras (visita de cave; venda de vinho avulso; vinha)
• Quinta de Azevedo (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Quinta de Juste (visita de cave; prova de vinhos; vinha; vista panorâmica)
• Quinta de Lourosa (alojamento particular; prova de vinhos; venda de vinho
avulso; vinha; vista panorâmica)
• Quinta de Luou (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos;
restaurante; sítio natural; vinha)
• Quinta de Santa Cruz (visita de cave; prova de vinhos; sítio natural; vinha)
• Quinta de Simaens (prova de vinhos; vinha)
• Quinta de Soalheiro (visita de cave; prova de vinhos; vinha; vista panorâmica)
• Quinta de Tuías (museu; prova de vinhos; restaurante; vinha)
5
• Quinta do Assento (prova de vinhos; vinha)
• Quinta do Fundo (visita de cave; alojamento particular; restaurante; sítio natural;
vinha)
• Quinta do Lago (visita de cave)
• Quinta do Minho (prova de vinhos; vista panorâmica)
• Quinta do Paço (visita de cave; prova de vinhos)
• Quinta do Reguengo (alojamento particular; prova de vinhos; vinha)
• Quinta do Rio Vizela (visita de cave)
• Quinta do Tamariz (visita de cave; prova de vinhos; venda de vinho avulso;
vinha)
• Quinta dos Abrigueiros (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos;
sítio natural; vinha)
• Quinta Villa Beatriz (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Quintas da Casa de S. José (visita de cave)
• Quintas de Melgaço (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Solar das Bouças (visita de cave; alojamento particular; prova de vinhos; sala de
recepção; vinha)
• Solar de Serrade (alojamento particular; monumento; vinha)
• Solouro (visita de cave; prova de vinhos; vinha)
• Terras de Felgueiras – Caves Felgueiras (visita de cave; prova de vinhos)
• Vercoope (visita de cave; prova de vinhos; visita guiada)
6
2.2. Modelo do Inquérito
7
8
9
10
2.3. Entrevista a Carla Cunha, Directora de Marketi ng da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes
Qual o principal papel da Comissão no funcionamento da Rota dos Vinhos
Verdes?
R: Tratam-se de entidades jurídicas diferentes. No âmbito da promoção do Vinho
Verde, a CVRVV promove pontualmente a Rota dos Vinhos Verdes.
O que é que a Comissão tem feito a nível de promoção da Rota?
R: Conforme resposta anterior, a promoção é pontual – visita de jornalistas aos
aderentes da rota, publicação de guias da rota em parceira com os principais órgãos
de comunicação social, distribuição de material promocional nas diversas iniciativas
nacionais e internacionais do Vinho Verde, ..
A Comissão reúne com os aderentes para estudar estratégias futuras para aplicar
na Rota?
R: Não, essa função é da competência da associação para a Rota dos Vinhos Verdes.
Quais as principais dificuldades encontradas na coordenação dos aderentes da
Rota?
R: da experiência da CVRVV (e não da Rota) os principais obstáculos são:
instalações adequadas, domínio de idiomas estrangeiros, alojamento e outras
actividades ancora na Região.
A comissão tem algum papel na realização das actividades de cada aderente?
R: Não.
Têm coordenação com empresas de animação turística para que exerçam
actividades na Rota?
R: A CVRVV desenvolve parcerias pontuais – feiras, sector horeca, agencias de
viagens, etc.
11
Estão previstas algumas medidas para aplicar na Rota dos Vinhos Verdes com
vista à sua dinamização?
R: está previsto um programa de cofinanciamento para reestruturação da entidade
governativa da Rota dos Vinhos Verdes, criação de infraestruturas e actividades de
apoio à Rota e promoção da Rota. Data prevista de execução: 2010.
E para a sua promoção?
R: Sim.
2.4. Entrevista Alfredo Cunha, Delegado da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes
1. Que actividades oferecem aos turistas?
“Oferecemos quintas a visitar; listagem de restaurantes; visita à própria Comissão e
suas delegações; provas de vinhos em adegas e roteiros turísticos.”
2. Em média, quantos turistas recebem por ano? (Podem fornecer números se
tiverem?)
Não temos dados sobre isto. Em breve teremos.
3. Pode dizer-nos, em média, quanto gastam os visitantes nas visitas?
Não temos dados sobre isto. Em breve teremos.
4. O que nos pode dizer sobre os turistas que visitam a comissão? (sexo,
nacionalidades, idades (em média), formação, estado civil e como se deslocam).
Turistas oriundos de todo o mundo, das mais variadas nacionalidades.
A média das idades é entre os 40 e os 70 anos.
Ambos os sexos.
Geralmente pessoas com mais formação, que gostam de saber um pouco mais acerca
dos Vinhos Verdes.
Estado civil: maioria são casados.
Deslocam-se normalmente em grupos organizados por agências de turismo. E,
também, a nível individual.
12
5. Tem conhecimento das fontes através das quais os turistas obtêm informação
sobre a rota?
Temos a divulgação do Gabinete de Marketing da Comissão de viticultura num site
(vinhosverdes.pt). Através da estratégia de marketing “Boca a boca”. Através de
várias publicações, como a Revista dos Vinhos. Também, através de catálogos e
folhetos criados para o efeito pela Comissão e pelo Instituto da Vinha e do Vinho
(IVV)
6. Que actividades procuram fazer mais na sua empresa?
Visitas guiadas aos locais de produção do vinho verde, tais como, quintas, adegas
cooperativas, solares, produtores-engarrafadores e viticultores individuais.
7. Em que época do ano tem mais procura?
Na altura das colheitas e produção, entre Setembro e Novembro.
8. Tem loja no final da visita onde os visitantes possam comprar vinhos e outros
produtos produzidos na sua empresa?
Sim.
9. Realizam provas de vinhos?
Sim.
10. As provas de vinhos são comentadas?
Sim.
11. Na sua opinião, qual é a satisfação dos visitantes no final da visita?
Em geral, a satisfação dos visitantes é positiva ao ponto de repetirem a visita em anos
sequentes.
2.5. Entrevista ao Sr. Engenheiro Francisco Oliveir a da Quinta da Reguenga
1. Que actividades oferecem aos turistas?
Provas de vinhos e venda de produtos locais.
2. Em média, quantos turistas recebem por ano? (Podem fornecer números se
tiverem?)
Eu diria que foram, mais ou menos, 30
3. Pode dizer-nos, em média, quanto gastam os visitantes nas visitas?
10€ por pessoa
13
4. O que nos pode dizer sobre os turistas que visitam a quinta? (sexo,
nacionalidades, idades (em média), formação, estado civil e como se deslocam.
Principalmente Portugueses, mais de 40 anos, casais (marido e esposa).
5. Tem conhecimento das fontes através das quais os turistas obtêm informação
sobre a rota?
Não faço ideia.
6. E sobre a sua empresa?
Pela marca do vinho e nome da casa que já tem alguma reputação.
7. Que actividades procuram fazer mais na sua empresa?
Para além de provar os vinhos não procuram fazer mais nada.
8. Em que época do ano tem mais procura?
Natal e Páscoa.
9. Tem loja no final da visita onde os visitantes possam comprar vinhos e outros
produtos produzidos na sua empresa?
Sim. É lá que vão directamente.
10. Realizam provas de vinhos?
Sim.
11. As provas de vinhos são comentadas?
Não, mas pelas conversas que por vezes temos penso que vão satisfeitos.
12. Na sua opinião, qual é a satisfação dos visitantes no final da visita?
Boa. Mas queixam-se muito dos acessos. As estradas nacionais estão muito
estragadas.
2.6. Entrevista à Sra. Maria Francisca Vinagre, da Quinta de Santa Maria
1. Que actividades oferecem aos turistas?
Os turistas tem uma visita com um guia à vinha, adega, prova e se quiserem podem
visitar os viveiros com uma explicação sobre as arvores que possuímos
2. Em média, quantos turistas recebem por ano? (Podem fornecer números se
tiverem?)
este ano tivemos cerca de 2600 turistas
3. Pode dizer-nos, em média, quanto gastam os visitantes nas visitas?
A média por turista está nos 10 euros
14
4. O que nos pode dizer sobre os turistas que visitam a quinta? (sexo,
nacionalidades, idades (em média), formação, estado civil e como se deslocam.
Temos três tipos de turistas
O primeiro tipo que são os mais importantes são as agências de viagem em que a
idade média é acima dos 40 anos e são tantos homens como mulheres,
essencialmente portugueses e vem em camionetas
O segundo tipo são aqueles que nos são enviado pelo posto turismo, turismo de
habitação e pessoas que compram livros específico sobre a região e vem em família
entre 4 e 10 pessoas. São portugueses e estrangeiros (Ingleses, Franceses,
Dinamarqueses, Finlandeses, Polacos, Alemães, Espanhóis, Americanos, Brasileiros
e pela primeira vez da Lituânia
O terceiro tipo é grupo de uma empresa que querem fazer um dia diferente
com os seus empregados e além da visita almoçam e por vezes tem outro tipo de
actividade a combinar .
5. Tem conhecimento das fontes através das quais os turistas obtêm informação
sobre a rota?
Temos a divulgação da nossa Quinta num site, a colaboração do turismo de Barcelos,
da rota dos vinhos com folheto e um site e ultimamente os livros sobre enoturismo
escritos por pessoas fora de Portugal.
Possuímos na estrada nacional um Out Door .
6. E sobre a sua empresa?
a empresa tem um site www.quintadesantamaria.com e temos a preferência no motor
de busca Google e Paginas Amarelas
7. Que actividades procuram fazer mais na sua empresa?
Pensamos desenvolver o turismo da natureza, pois a exploração tem 70 hectares que
podem ser aproveitados e visitas de estudo para alunos sobre agricultura e viveiros
8. Em que época do ano tem mais procura?
Maio a Julho em grupos Agosto em famílias
9. Tem loja no final da visita onde os visitantes possam comprar vinhos e outros
produtos produzidos na sua empresa?
Sim, além dos produtos produzidos na quinta (vinhos, aguardente, espumante, fruta e
plantas em vaso), temos o artesanato de Barcelos e queijos e pão de produtores perto
de nós.
10. Realizam provas de vinhos?
15
Sempre
11. As provas de vinhos são comentadas?
Sempre
12. Na sua opinião, qual é a satisfação dos visitantes no final da visita?
Saberemos dentro em breve, pois foi realizado este ano um inquérito ao turista pela
escola de turismo de Leiria, e nós participamos nesse inquérito. Mas a maior prova
da sua satisfação é receber outros turistas através dos que já cá estiveram, o que tem
acontecido com alguma frequência.
2.7. Entrevista a Anabela Gonçalves, funcionária do Posto de Turismo de Barcelos
1 – Tem informação sobre a rota dos Vinhos Verdes disponível para os turistas? Especificamente sobre a Rota dos Vinhos verdes possuímos relativamente pouca informação. 2 - Que tipo de informação? Possuímos m mapa do norte de Portugal onde se encontram traçadas as várias rotas, onde se insere a rota do vinho verde e particularmente a região de Barcelos. Existem alguns folhetos sobre a rota do vinho verde (com pouco destaque para o município de Barcelos) e guias de bolso dos vinhos nacionais, em vários idiomas. 3 – Enquanto colaboradores do Posto de Turismo, já visitaram alguns estabelecimentos aderentes? Barcelos tem quatro Quintas aderentes à Rotas e um total de cerca de 15 produtores e engarrafadores, com todos eles, os serviços de turismo trabalham regularmente na promoção do vinho verde. São efectuadas, anualmente, visitas às Quintas produtoras do concelho, independentemente de pertencerem ou não à rota, nomeadamente em dois momentos do ano, com agentes de viagem e turismo, sempre acompanhadas por técnicos do serviço de turismo. 4 – Conhece as quintas aderentes deste município? Sim, conforme referido na resposta anterior os colaboradores conhecem as quintas produtoras de vinho verde. 5 – As quintas cedem informações sobre o que oferecem e o que fazem periodicamente? De modo geral, são as Quintas de vinho verde aderentes à Rota que melhor informação disponibilizam aos visitantes, nomeadamente: Quinta de Santa Maria e do Tamariz e Quinta da Franqueira recebem visitantes regulamente e por isso têm mecanismos de promoção bastante bem elaborados. 6 – Aparecem turistas a pedir informações sobre a rota?
16
Especificamente sobre a rota são muito poucos, a rota dos vinhos verdes (em Barcelos) não está propriamente bem divulgada, nem no país nem no exterior, e só duas das quatro quintas aderentes trabalham regularmente a sua vertente turística, nomeadamente fazendo visitas guiadas provas de vinho. São as duas quintas supramencionadas. 7 – Que tipo de informação procuram? Os visitantes recebidos no Posto de Turismo procuram frequentemente quintas de vinho verde para visita, mas como já referi anteriormente, de um modo geral, não conhecem a existência da rota. 8 – Que tipo de informação lhes é dada? É fornecido um mapa da cidade e do concelho e os folhetos referidos na resposta nº2. 9 – Qual é a sua percepção sobre a satisfação dos turistas que visitam as quintas? Agradavelmente surpresos pela diversidade e qualidade de vinhos, aguardentes e espumantes que produzidos em Barcelos e paralelamente pelo facto de as visitas poderem ser acompanhadas em vários idiomas. 10 – Existem turistas a procurar informações sobre o vinho verde (independentemente da rota)? Foram as repostas que lhe dei nos pontos anteriores. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- Paralelamente posso informa-lo que em Barcelos faz-se anualmente a Feira do Vinho Verde (normalmente em Julho, em conjunto com a mostra de artesanato) e são feitas exposições temáticas sobre o Vinho Verde, com destaque para os produtos do município. São feitas provas de vinho no Posto de Turismo por norma em dois momentos do ano: Páscoa e em Julho e Agosto.
2.8. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turis mo de Braga
1 – Tem informação sobre a rota dos Vinhos Verdes disponível para os turistas?
R: Sim.
2 - Que tipo de informação?
R: Panfletos.
3 – Enquanto colaboradores do Posto de Turismo, já visitaram alguns
estabelecimentos aderentes?
R: Não.
4 – Conhece as quintas aderentes deste município?
R: Não.
5 – As quintas cedem informações sobre o que oferecem e o que fazem
periodicamente?
R: Não.
17
6 – Aparecem turistas a pedir informações sobre a rota?
R: Sim.
7 – Que tipo de informação procuram?
R: Informação sobre quintas com provas de vinho.
8 – Que tipo de informação lhes é dada?
R: Rotas, Quintas a visitar…
9 – Qual é a sua percepção sobre a satisfação dos turistas que visitam as quintas?
R: Não há feedback.
10 – Existem turistas a procurar informações sobre o vinho verde
(independentemente da rota)?
R: Sim.
2.9. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turis mo de Esposende (não pertencente à Rota dos Vinhos Verdes )
1 – Tem informação sobre a rota dos Vinhos Verdes disponível para os turistas?
R: Temos alguma. 2 - Que tipo de informação?
R: Temos mapas e guias fornecidos pelas quitas e pela Rota.
3 – Enquanto colaboradores do Posto de Turismo, já visitaram alguns
estabelecimentos aderentes?
R: Como funcionária não mas, particularmente já visitei algumas.
4 – Conhece as quintas aderentes deste município?
R: Aqui, no concelho de Esposende, não há nenhuma quinta aderente. Já visitei algumas
mas, não pertencem à Rota dos Vinhos Verdes.
5 – As quintas cedem informações sobre o que oferecem e o que fazem
periodicamente?
R: Algumas sim, não todas. A maior parte não envia e as que enviam são sobretudo as
da zona do Gerês.
6 – Aparecem turistas a pedir informações sobre a rota?
R: Bastantes mesmo. Muitos vêm especificamente para visitar quintas e interessados em
comprar vinho.
7 – Que tipo de informação procuram?
R: Sobretudo provas de vinhos e para comprar vinho.
18
8 – Que tipo de informação lhes é dada?
R: Damos os guias e folhetos de quintas e cooperativas.
9 – Qual é a sua percepção sobre a satisfação dos turistas que visitam as quintas?
R: Gostam, porque normalmente provam sempre os vinhos e descobrem a paisagem
porque se trata de quintas muito agradáveis e bonitas. Algumas são Solares.
10 – Existem turistas a procurar informações sobre o vinho verde
(independentemente da rota)?
R: Normalmente procuram os vinhos verdes, nós é que indicamos as da Rota porque
temos sempre informação e sabemos que recebem. Aqui também há quintas mas não as
indicamos porque não temos a garantia de que estão abertas. As pessoas chegam lá e
têm de andar a bater à porta ou a telefonar e muitas vezes não há ninguém a recebe-los.
2.10. Entrevista a uma funcionária do Posto de Turi smo de Guimarães
1 – Tem informação sobre a rota dos Vinhos Verdes disponível para os turistas?
Sim.
2 - Que tipo de informação?
Sempre que a informação nos é enviada pela Comissão Vitivinícola da Região dos
Vinhos Verdes, dispomos de Mapas da Rota dos Vinhos Verdes e o Guia da Rota que
inclui as respectivas Casas aderentes à Rota e respectivas informações das mesmas.
3 – Enquanto colaboradores do Posto de Turismo, já visitaram alguns
estabelecimentos aderentes?
Sim.
4 – Conhece as quintas aderentes deste município?
A única quinta que está na Rota dos Vinhos Verdes pertencente a Guimarães é a Casa
de Sezim. Contudo existe uma grande quantidade de produtores/engarrafadores que
fazem parte da Comissão Vitívinicola da Região dos Vinhos Verdes, pelo que sugiro
que entrem directamente em contacto com eles a pedir todas estas informações.
5 – As quintas cedem informações sobre o que oferecem e o que fazem
periodicamente?
19
A Casa de Sezim disponibiliza informação através de folhetos e no próprio site.
6 – Aparecem turistas a pedir informações sobre a rota?
Sim em qualquer altura do ano, contudo, no Verão os pedidos são mais frequentes.
7 – Que tipo de informação procuram?
Toda e qualquer tipo de informação que possamos disponibilizar, desde mapas, quintas
que fazem provas de vinhos, quintas que vendem Vinhos Verdes….
8 – Que tipo de informação lhes é dada?
A que dispomos e que nos é enviada pela Comissão Vitivinícola da Região dos Vinhos
Verdes. (mapas, folhetos promocionais da rota dos Vinhos Verdes)
9 – Qual é a sua percepção sobre a satisfação dos turistas que visitam as quintas?
Na minha opinião, para melhor responder a esta pergunta será melhor contactar com a
Casa de Sezim (neste caso) que poderá dar a resposta com mais clareza.
10 – Existem turistas a procurar informações sobre o vinho verde
(independentemente da rota)?
Sim cada vez mais, independentemente de fazerem parte da Rota ou não,
principalmente, qerem saber onde podem comprar o Vinho Verde da Região.
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2.11. Tratamento de dados e gráficos dos inquéritos efectuados
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