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Roteiros de Ação Roteiros de Ação O homem frente a outras culturas 1ª Série do Ensino Médio | 3º Bimestre | 1º Ciclo

Roteiro de ação para aula de história

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Roteiro de ação para aula de história sobre a expansão marítima européia

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çãoRoteiros

de Ação

O homem frente a outras culturas1ª Série do Ensino Médio | 3º Bimestre | 1º Ciclo

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çãoCARO CURSISTA,

O roteiro de ação é uma ferramenta pensada para auxiliá-lo no dia a dia escolar. Aqui serão

apresentadas algumas sugestões de atividades que facilitarão a dinamização das aulas, bem como

possibilitará trabalhar com diferentes documentos históricos, permitindo ao aluno experimentar di-

versas possibilidades de análise histórica, familiarizando-se com realidades distintas. Dessa forma, o

uso de fontes históricas em sala de aula não se reduziria ao seu aspecto ilustrativo, mas funcionaria

sim como um mecanismo para um ensino-aprendizado concreto e significativo.

Este material apresenta uma metodologia que, na prática, pode ser adaptada e manipulada

conforme as diferentes turmas e comunidades escolares em que o docente transita. O objetivo é ofe-

recer estratégias que contribuam para tornar os conteúdos de História mais sedutores ao educando,

mostrando-os de forma prática à função de cada matéria estudada.

Roteiro de Ação 1O HOMEM FRENTE A OUTRAS CULTURAS

Duração prevista: 2 aulas (50 minutos cada)

Área do conhecimento: História Geral

Assunto: Expansão Marítima – Encontro entre diferentes povos.

Objetivos:

� Trabalhar a diversidade cultural entre os povos.

� Mostrar a importância de diferentes povos para a formação do mundo contemporâneo.

Material necessário:

� Cópias dos textos e imagens de mapas a serem trabalhados, ou um data show, com DVD ou

computador, para projetá-los em sala de aula.

� Para exibição do filme sugerido, uma TV com DVD, ou um computador com data show.

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4 O homem frente a outras culturas

� Organização da classe: Turma dividida em duplas, mas essa divisão fica a critério do pro-

fessor.

Habilidades e Competências:

� Caracterizar o processo de expansão marítima.

� Analisar as mudanças geopolíticas.

Professor,

Com as atividades a seguir, esperamos que os seus alunos trabalhem com docu-

mentos textuais e imagéticos do contexto histórico da expansão marítima, bem como

com produções atuais. São possibilidades para que seus alunos relacionem, de forma

prática, esses diferentes momentos históricos, entendendo suas semelhanças e suas di-

ferenças. Elas também operacionalizam duas questões abordadas no texto base:

1ª) a conclusão de que o fenômeno da expansão marítima provocou o encontro

de culturas diferentes e isoladas umas das outras;

2ª) a importância do desenvolvimento tecnológico para o advento da expansão

marítima (o último exercício deste roteiro apresenta um instrumento náutico utilizado

na época).

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1ª Aula - Atividade

O Encontro com o desconhecido

Cursista, apresente à turma, por meio de cópias ou projeção no data show, o poema Os Lusía-

das, de Camões (um dos mais importantes poetas portugueses que, nesta obra, poetiza as aventuras,

emoções e desafios proporcionados pelas viagens marítimas portuguesas). O poema encontra-se dis-

ponível no site: http://www.oslusiadas.com

A seguir, algumas sugestões de trechos de Os Lusíadas para serem analisados e debatidos em

sala de aula.

As armas e os barões assinalados,Que da ocidental praia Lusitana,Por mares nunca de antes navegados,Passaram ainda além da Taprobana,Em perigos e guerras esforçados,Mais do que prometia a força humana,E entre gente remota edificaramNovo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosasDaqueles Reis, que foram dilatandoA Fé, o Império, e as terras viciosasDe África e de Ásia andaram devastando;E aqueles, que por obras valerosasSe vão da lei da morte libertando;Cantando espalharei por toda parte,Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Já a vista, pouco e pouco, se desterraDaqueles pátrios montes, que ficavam;Ficava o caro Tejo e a fresca serraDe Sintra, e nela os olhos se alongavam;Ficava-nos também na amada terraO coração, que as mágoas lá deixavam;E, já depois que toda se escondeu,Não vimos mais, enfim, que mar e céu.

Ó glória de mandar, ó vã cobiçaDesta vaidade, a quem chamamos fama?A quem novos desastres determinasDe levar estes Reinos e gente?Que perigos, que mortes lhe destinas,Debaixo dalgum nome preeminente?Que promessas de Reinos e de Minas de Ouro, que lhe farás tão facilmente?Que fama lhe prometerás? Que histórias? Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?

Esta é por certo a terra que buscaisDa verdadeira Índia, que aparece;E se do mundo mais não desejais,Vosso trabalho longo aqui fenece.Sofrer aqui não pode o Gama mais,De ledo em ver que a terra se conhece:Os joelhos no chão, as mãos ao céu,A mercê grande a Deus agradeceu.

Deus por certo vos traz, porque pretende Algum serviço seu por vós obrado; Por isso só vos guia, e vos defende Dos inimigos, do mar, do vento irado. Sabei que estais na Índia, onde se estende Diverso povo, rico e prosperado De ouro luzente e fina pedraria, Cheiro suave, ardente especiaria.

Fonte: (CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. 1572. Disponível em: <http://www.oslusiadas.com>. Acesso em: 7 jun. 12)

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6 O homem frente a outras culturas

A seguir, apresentamos possibilidades de análise dos trechos

selecionados.

Nas duas primeiras estrofes, Camões introduz seu poema mostrando os temas que

irá “cantar”. Na terceira, ele narra as sensações de deixar o litoral de Portugal e entrar por

mares desconhecidos. Já a quarta estrofe é a do Velho do Restelo: personagem que repre-

senta as críticas dos setores que iam contra a expansão marítima (a nobreza reacionária).

Esse trecho é excelente para analisar os conflitos e tensões, em Portugal, diante do projeto

ultramarino. A quinta estrofe narra o momento em que Vasco da Gama chega a Calicute. A

última estrofe mostra a fala do rei de Malabar ao receber Vasco da Gama.

Cursista, divida a turma em grupos e peça para que cada grupo escreva um poema sobre O

encontro com o desconhecido. O objetivo é que relacionem as reflexões possibilitadas pela expansão

marítima europeia com os desafios de seu tempo.

Possíveis reflexões que você poderá fazer para auxiliar os alunos nesta produção: será que ex-

plorar o Universo trará novas fontes de conhecimento ao ser humano? A exploração do espaço, com

satélites e bases espaciais, teria entre suas causas, as mesmas que motivaram a expansão marítima? E

na vida pessoal de cada um: como encaramos o desconhecido? E os povos, regiões e culturas diferen-

tes da nossa, como nos relacionamos com eles?

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2ª Aula

Uma forma de envolver a turma para as atividades a seguir é relacionar o conteúdo com o filme

Guerra nas Estrelas (Star Wars). Devido à grande quantidade de tempo que se levaria exibindo algum

dos filmes, sugerimos que lance uma proposta de “Sessão Pipoca” para a turma: apresente algumas ima-

gens do filme para estimular a discussão com os alunos. Imagens são documentos históricos produzidos

por determinado tempo e espaço. Elas podem gerar instigantes e ricas análises em sala de aula.

Sobre a análise de imagens, em História, ver:

MENESES, Ulpiano T. Bezerra de. Fontes visuais, cultura visual, história visual: balanço provisório, propostas cautelares. Revista brasileira de história [on-line]. 2003, vol. 23, n. 45, pp. 11-36. ISSN 1806-9347. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-01882003000100002>. Acesso em: 7 jun. 12.

Em seguida, esclareça à turma o tema da saga. Explique que a fotografia faz parte de uma série

cinematográfica de ficção científica escrita por George Lucas. A saga fez tanto sucesso que se tornou

a terceira série de filmes mais lucrativa de todos os tempos. Ela aborda o medo do desconhecido: o

espaço e seus estranhos e exóticos planetas e seres.

Em seguida, relacione a foto com o conteúdo da expansão marítima. Neste momento você

pode partir dos conhecimentos e experiências dos alunos, perguntando-lhes quais imagens que eles

têm em mente quando pensam em vida extraterrestre. Posteriormente, promova um momento de

reflexão com seus alunos: qual seria o motivo de tamanho sucesso do filme? O ser humano se fascina

diante do desconhecido (espaços e seres nunca antes vistos). Hoje criamos a figura “monstruosa” do

alienígena, pois nos inquieta a possibilidade de existir vida extraterrestre. Em qual momento da his-

tória o ser humano se aventura diante do desconhecido, enfrenta seus medos e acaba por conhecer

novos espaços, povos, sabores, cheiros e cores?

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8 O homem frente a outras culturas

Atividade

A pluralidade cultural

Cursista, organize a turma da maneira que preferir (em duplas, em grupos ou mesmo de forma indi-

vidual). Depois, apresente aos alunos, por meio de cópias ou projeção no data show, os exercícios abaixo.

Por meio desta atividade, esperamos que seus alunos reflitam sobre o conceito de pluralidade cultural.

Para ajudar o seu aluno, explique a eles As aventuras de

Marco Polo.

As aventuras de Marco Polo no Extremo Oriente marcam o imaginário sobre o

desconhecido no final da Idade Média. Ele, junto com seu pai e tio, foi um dos primeiros

a percorrer a famosa Rota da Seda. Em 1295, após 24 anos de viagem, quando retorna à

Europa, dita suas memórias em um livro intitulado Livro das Maravilhas. Suas aventuras

inspiram o relato, quase lendário, de Giovanni Battista Ramusio (1485-1557), que escre-

veu sobre Polo três séculos depois. Além do texto escrito, foi produzida também uma

série de imagens sobre esses espaços e seres das “maravilhas”.

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Atividade

Exercício nº 1:

Observe as imagens a seguir.

Kublai Khan presenteando Marco Polo. Disponível em: <http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Marco_Polo_at_the_Kublai_Khan.JPG>. Acesso em: 28 maio 2012.

Imperador Kublai KhanDisponível em: <http://pt.wikibooks.org/wiki/Ficheiro: Kublai_Khan.jpg>. Acesso em: 28 maio 2012.

A primeira imagem foi produzida baseada no relato de Marco Polo. Ela mostra o encontro dos

Polos com Kublai Khan – o quinto Grande Khan do Império Mongol, de 1260 a 1294.

Já a segunda imagem é uma pintura contemporânea do rosto de Kublai Khan, o mesmo impe-

rador Chinês.

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10 O homem frente a outras culturas

Comparando as duas imagens, há diferenças na forma como o imperador chinês é retratado?

Por que, naquela época, Kublai Khan foi pintado daquela forma? O que tal imagem nos diz sobre a for-

ma como os europeus imaginavam um Imperador? E a segunda imagem – a contemporânea – estaria

mais próxima do “verdadeiro” rosto de Kublai Khan? Por que, nos dias atuais, o mesmo imperador foi

pintado de forma tão diferente da produção imagética da Baixa Idade Média?

Atividade

Exercício nº 2:

Observe as imagens a seguir.

Livro das Maravilhas: a visão sobre o “outro”Disponível em: <http://esquerda-da-virgula.blogspot.com.br/2008/12/saldos.html>. Acesso em: 28 maio 2012.

O Predador 2Disponível em: <http://www.escala1sexto.com.br/board/viewtopic.php?f=15&t=10435>. Acesso em: 28 maio 2012.

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A primeira é uma ilustração do Livro das Maravilhas, de Marco Polo. Ela mostra como seriam as

pessoas que habitavam o Extremo Oriente. No século XV, muitas imagens como essa foram produzi-

das, retratando o espaço e os seres do Oriente.

Já a segunda imagem é uma fotografia do filme O Predador 2, uma produção estadunidense

de 1990. O predador seria um ser extraterrestre.

Comparando as duas imagens, relacione a representação do “outro”. Quais as semelhanças e

diferenças entre elas? Por que ambos os seres foram representados dessa forma? Qual a reação diante

do ser desconhecido, tanto na primeira como na segunda imagem?

Atividade

Exercício nº 3:

Mostre aos alunos as imagens seguintes.

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12 O homem frente a outras culturas

BússolaFonte: http://www.sxc.hu/photo/271944 Martin Land

AstrolábioFonte: http://penta.ufrgs.br/edu/telelab/mun-do_mat/malice3/astrol1.gif

Após a explicação da função desses instrumentos na navegação, você poderá iniciar um inter-

rogatório reflexivo, perguntando aos alunos a origem de tais instrumentos. Provavelmente, eles se

surpreenderão ao descobrir que a bússola foi inventada pelos chineses e o astrolábio pelos gregos

antigos, ambos tendo sido apresentados aos europeus pelos árabes.

Dessa forma, você terá uma oportunidade de trabalhar a importância do encontro e do diálo-

go entre diferentes culturas: qual o significado do contato e do diálogo dos europeus com os árabes

para a expansão marítima?

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A expansão marítima é um conteúdo que permite ao professor trabalhar as “transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social”, competência de Área 4 das Habilidades de Ciências Humanas e suas Tecnologias, esta-belecidas pelo Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM (Disponível em: http://www.infoenem.com.br/competencias-ciencias-humanas-e-suas-tecnologias/). O desenvolvimento não só da estrutura dos navios, mas também de instrumentos que facilitaram as navegações são fatores que explicam o êxito da aventura marítima.