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Ano VI • nº 128 3 de setembro de 2007 R$ 5,90

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Ano VI • nº 1283 de setembro de 2007 R$ 5,90

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ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | Setor Hoteleiro Sul, Brasil XXI, Business Center Park 1, Sala 1307 – Tel: 3217.0217 Fax: 3217.0200 | Redação [email protected] | Editores Adriano Lopes de Oliveira e Maria Teresa Fernandes | Produção Célia Regina | Capa Edu Branquinho | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Adriana Romeo, Akemi Nitahara, Ana Cristina Vilela, Alexandre Marino, Angélica Torres, Bebé Prates, Beth Almeida, Carla Andrade, Cristiane Galvão, Eduardo Oliveira, Geraldo Seabra, Greicy Pessoa, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luis Turiba, Luiz Recena, Marcos Magalhães, Rafaela Céo, Reynaldo Domingos Ferreira, Ricardo Pedreira, Sérgio Moriconi, Súsan Faria, Teresa Mello e Vicente Sá Fotografia Débora Amorim, Eduardo Oliveira, Juan Pratginestós, Rodrigo Oliveira e Sérgio Amaral | Diretor Comercial Jaime Recena (8449.9736) Contatos Comerciais André Gil (9988.6676), Giselma Nascimento (9985.5881) e Ícaro Rollemberg (8463.3099) | Administrativo/Financeiro Daniel Viana e Rafael Oliveira | Assinaturas (3963.0207)| Impressão Gráfica Coronário

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Foi no Bauru Atlético Clube, o Baquinho, que o rei Pelé ensaiou seus primeiros dribles e chutes mortais. É também de Bauru o primeiro astronauta brasileiro, o major-aviador Marcos César Pontes.

Curiosamente, não foi nem um nem outro quem fez a fama dessa cidade de 350 mil habitantes localizada na região central do Estado de São Paulo, e sim um prosaico sanduíche, o primeiro com receita genuinamente brasileira, porque o hot-dog, o cheese-burger e o big-mac – convenhamos – nasceram muito longe daqui, como os próprios nomes indicam.

A partir da página 4, a repórter Milena Arthur conta a história dessa iguaria criada meio que por acaso, em meados da década de 1930, por um jovem estudante da Direito paulista que vivia alardeando as maravilhas de sua cidade natal, e por isso fora apelidado de “Bauru” pelos colegas de faculdade.

Para quem quiser fazer essa experiência culinária em casa, publicamos na página 6 a receita que Casimiro Pinto Neto ditou, há mais de 70 anos, para o sanduicheiro de um boteco paulistano, o tradicional Ponto Chic, e que se tornou o mais famoso sanduíche brasileiro.

Outro destaque desta edição é o Brasília Music Festival (BMF), que este ano vai misturar o som das guitarras ao ronco dos motores de motocicletas vindas de todos os cantos país para participar do desfile de 7 de setembro. A grande atração será a banda John Kay & Steppenwolf, autora do hino rebelde Born to be wild, da trilha sonora de Easy Rider (Sem destino), a história de dois jovens motociclistas americanos que botam o pé na estrada em busca de liberdade e dão de frente com a realidade.

A propósito: uma das maiores coleções de motos do país está em Brasília. Pertence a um professor da UnB, Augusto César Bittencourt Pires, e pode ser apreciada no museu Rodas do Tempo (página 31).

Boa leitura e até a próxima quinzena.

Maria Teresa Fernandes e Adriano Lopes de Oliveira

Editores

A arte popular da província de Shaanxi, terra dos célebres guerreiros de Xian, está em exposição na Caixa Cultural

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POR MILENA ARTHUR

(transcrito da revista Porta Luvas*)

São Paulo, início da década de 30. A cidade ainda vivia as mudanças deflagradas pela Semana de Arte Moderna de 1922. Da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco saíram as idéias que culminaram nos movimentos políticos mais importantes da história do Brasil, incluindo a Revolução Constitucionalista de 1932. No Largo do Paissandu, o pequeno e refinado bar Ponto Chic é um reduto de intelectuais, estudantes e boêmios.

Casimiro Pinto Neto era um dos privilegiados que circulavam em ambos os locais nessa época. Orgulhoso de sua cidade natal, ganhou dos colegas de faculdade o apelido de “Bauru”.

Inspirado por esse cenário, o próprio Casimiro conta como, numa noite de 1934, entrou no Ponto Chic com muita fome e foi logo pedindo ao sanduicheiro Carlos: “Abre um pão francês, tira o miolo e bota um pouco de queijo derretido dentro. Depois disso o Carlos já ia fechando o pão e eu falei: calma, falta um pouco de albumina e proteína nisso, bota umas fatias de roast beef junto com o queijo, e já ia fechando de novo quando eu tornei a falar: falta vitamina, bota aí umas fatias de tomate. Este é o verdadeiro Bauru. Quando eu estava comendo o segundo sanduíche chegou o Quico, Antônio Boccini Jr, que era muito guloso e pegou um pedaço do meu sanduíche e gostou. Aí ele gritou para o garçom: Me vê um desses do Bauru”.

Desde então, a fama do sanduíche correu por si própria. Os amigos foram experimentando e o nome pegou. Para pedir, todos falavam: “Me vê um do Bauru”. Com a difusão do lanche, surgiram variações da receita original, sendo que a mais conhecida – e que foi verdadeiramente a grande difusora do seu nome – é a de presunto, queijo e tomate no pão francês ou de forma, tostado.

Embora o sanduíche tenha sido criado na capital paulista, ficou a cargo dos próprios bauruenses a iniciativa de criar meios para perpetuar a tradição que Casimiro começou há mais de 70 anos. Com esse foco, o Conselho Municipal de Turismo de Bauru lançou o programa “Bauru Tradicional”, que está certificando os bares, lanchonetes

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BrasileiríssimoA história do primeiro sanduíche genuinamente nacional, que fez a fama de uma cidade paulista

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Fotos: Divulgação

e restaurantes da cidade que trazem em seus cardápios a receita original.

O dono do estabelecimento que se interessar em aderir ao programa recebe a visita de uma comissão técnica que avalia a maneira como é produzido o sanduíche. Confirmado que a receita está de acordo com a original, a certificação é publicada no Diário Oficial do município e a empresa recebe o selo Bauru Tradicional: Estabelecimento Certificado. Segundo Helerson Balderramas, presidente do COMTUR, “a idéia é resgatar o modo de preparo e os ingredientes básicos da receita original, mas é preciso respeitar o diferencial de cada estabelecimento a fim de não limitar a concorrência”.

A preocupação em registrar os acontecimentos históricos em torno do Bauru começou em 2006, quando foi criada no Museu Histórico Municipal uma sala para homenagear José Francisco Júnior, o “Zé do Skinão”, personagem fundamental na difusão da receita original entre os bauruenses. Na década de 50, o garçom José Francisco conheceu a receita original no Ponto Chic e teve contato com o próprio Casimiro. Quando soube que o bar onde o Bauru havia sido criado iria fechar, Zé do Skinão decidiu que seria sua responsabilidade não deixar a tradição desaparecer.

Em 1972, começou a produzir o legítimo Bauru na sua própria

lanchonete, o Skinão Lanches, e transformou seu estabelecimento numa referência na divulgação da receita original, distribuindo muitas vezes o lanche gratuitamente para que a população “tomasse gosto” por ele. Três anos mais tarde, o Ponto Chic foi reinaugurado no mesmo local e atualmente tem quatro lojas na capital.

Quanto ao Skinão, permaneceu por 30 anos na Avenida Rodrigues Alves. Com a morte de José Francisco em 2002, seu filho Marco Antonio Francisco, o Marquinho, assumiu o legado deixado pelo pai e investiu no negócio da família, transferindo a lanchonete para um espaço moderno nos Altos da Cidade. Basta trocar poucas palavras com Marquinho para descobrir que ele também herdou a paixão do pai pela história do lanche: “Para mim, não existe outra receita

de Bauru, a não ser a original. Tenho vários lanches no meu cardápio, mas Bauru só tem um”.

A paixão pela cidade também foi a inspiração de Egberto Cavariani ao abrir o Bauru Chic. Quando ainda era professor universitário de Educação Física, ele decidiu que esse seria o tema ideal para o seu negócio depois da aposentadoria: “Queria criar um bar atemático, que valorizasse a história da cidade servindo o sanduíche mais famoso

do Brasil”, conta ele. O simpático bar já diz a que veio logo na fachada: acima da porta, uma foto de Casimiro Pinto Neto quando ainda era

* A revista Porta-Luvas foi criada em ĐPaulo sob influência da malha roĐIntervias e Vianorte. De periodicidade trimestral, a Porta-Luvas foi idealizada pela Emana Imagem & Cultura, aprovada pelo MinC (Ministério da Cultura) e tem incentivo da Lei Rouanet. Ela é distribuíĐ arte desse montante é enviada ao Ministério da Cultura e à Fundação Biblioteca Nacional para distribuição gratuita em bibliotecas públicas estaduais do país. Para assinar a revista, basta enviar nome e endereço completos, telefone e e-mail para Emana Imagem & Cultura (Rua Dom João V, 294 – Lapa – CEP 05075-060 – São Paulo-SP – [email protected]). A assinatura é gratuita.

estudante de Direito. O interior é pura história: paredes repletas de belas fotos de pessoas nascidas em Bauru ou que têm estreita ligação com a cidade. Personalidades como o rei Pelé e o astronauta Marcos Pontes, entre tantos outros, sendo que a maioria dos retratos traz dedicatórias. O mesmo cuidado com a decoração foi aplicado ao cardápio, que traz dez variações de Bauru cuidadosamente selecionadas, incluindo a receita original.

A criação do selo e da sala no museu foram os primeiros passos para um projeto ainda mais ambicioso. A diretora de museus da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Cynthia Bambini Ferreira, com a ajuda do pesquisador Paulo Sérgio Folcato, está reunindo uma vasta documentação a fim de obter por parte do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) o reconhecimento do Bauru como Patrimônio Cultural. O processo começou em 2005, quando Cynthia teve acesso a um documento registrado em cartório pela esposa e filhas de Casimiro, descrevendo a receita ditada por ele: pão francês sem miolo, fatias de rosbife, rodelas de tomate italiano e mussarela derretida em banho-maria. “Será um dos primeiros pratos nacionais a receber esse tipo de reconhecimento”, ressalta ela.

de Bauru, a não ser a original. Tenho vários lanches no meu cardápio, mas Bauru só tem um”.

cidade também foi a inspiração de Egberto Cavariani ao abrir o Bauru Chic. Quando ainda era professor universitário de Educação Física, ele decidiu que esse seria o tema ideal para o seu negócio depois da aposentadoria: “Queria criar um bar atemático, que valorizasse a história da cidade servindo o sanduíche mais famoso

Zé do Skinão, o maior divulgador

A receita origunal, registrada em cartório

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Ingredientes• 1 pão francês sem miolo • 3 fatias de queijo mussarela • 3 rodelas de tomate • 3 fatias de rosbife (receita ao lado) • 3 rodelas de pepino (picles)* • Sal e orégano a gosto *O pepino é opcional, pois só foi incorporado à receita em 1950.

Modo de preparoPrepare numa assadeira um banho-maria, coloque um pouco de água e leve ao fogo para aquecer. Abra o pão em duas partes e retire o miolo. Em uma das partes, coloque as fatias de rosbife frio, as rodelas de tomate e as de pepino. No banho-maria, coloque algumas fatias de queijo. Quando estiver derretido, coloque o queijo na outra fatia de pão e una as duas partes. O calor do queijo aquecerá os demais ingredientes do sanduíche.

O Bauru originalA popularidade do Bauru não aconteceu por acaso. Além de ser um lanche saboroso, de preparo bastante simples, podendo ser feito em casa, é uma refeição saudável, bem balanceada do ponto de vista nutricional e com valor energético baixo: 306,56 Kcal (índice que diminui bastante após o derretimento do queijo em banho-maria, quando parte de sua gordura é descartada). Segundo relatos de familiares e amigos, esta receita era especialmente favorável a Casimiro, pois ele sofria de problemas estomacais.

RECEITA DO ROSBIFEIngredientes• 2 kg de lagarto • 3 colheres de sopa de manteiga • Caldo de 1 limão • Sal e pimenta do reino a gosto Modo de preparoPré-aqueça o forno a 200ºC. Limpe a carne, retirando a gordura externa. Tempere e deixe marinar por uma hora. Numa frigideira grande ou chapa de ferro, coloque a manteiga e leve ao fogo forte para derreter. Coloque o lagarto, frite os lados até ficar bem dourado. Numa assadeira untada, leve ao forno por 45 minutos. Retire e leve à geladeira por uma hora. Corte em fatias bem finas, de preferência no fatiador de frios ou faca elétrica.

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Em Brasília, só no

Paixão, Totó e o Bauru do Bar do Mercado

Será que é possível saborear, em Brasília, o legítimo Bauru, aquele inventado na década de 1930 pelo estudante Casimiro Pinto Neto no tradicional Ponto Chic de São Paulo? De posse da receita tão simples quanto deliciosa, a Roteiro foi a campo atrás de uma resposta para essa crucial indagação. O resultado da nossa “pesquisa”, infelizmente, não foi nem um pouco estimulante.

O único Bauru semelhante ao original que encontramos na cidade foi o do Bar do Mercado Municipal, trazido por Luis Antonio Nascimento Veiga, o Totó, que carrega no sangue o DNA dos primeiros feirantes do Mercado Municipal de São Paulo. A diferença entre a receita do Bar do Mercado e a do Ponto Chic, que a princípio foi maior, hoje está apenas na conta do know-how desenvolvido pelos sanduicheiros do bar paulista nesses mais de 70 anos de labuta.

Mas, como a esperança é a ultima que morre, vale a pena esperar pela inauguração do complexo gastronômico que um dos mais renomados gourmets da cidade, José Luiz Paixão, está montando no hotel Blue Tree, junto com o empresário Jorge Ferreira. Ele promete servir um sanduíche em tudo idêntico ao original, trazendo inclusive um “mestre sanduicheiro” para ensinar a tecnologia do Bauru aos candangos. A inauguração do complexo está prevista para novembro, com a presença do cantor e compositor Zeca Pagodinho, um conhecido fã do Bauru com chope.

Bar do Mercado

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Sonho realizado

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POR BETH ALMEIDA

FOTOS EDUARDO OLIVEIRA

Ao longo de 15 anos à frente do Crepe au Chocolat, a jornalista Madalena Rodrigues e a filha Virgínia mantiveram a preocupação constante de ouvir o que pensa a clientela. A abertura da loja no Deck Brasil do Lago Sul, este mês, é um bom exemplo disso. “Nos folhetos que distribuímos, para colher sugestões, sempre pediam uma filial nesse bairro”, conta Madalena. Com a ampliação da rede, seis novos

A pedido dos moradores, Crepe au Chocolat abre filial no Lago Sul com seis novas delícias no cardápio

crepes entram no cardápio, entre eles o Sonho de Valsa, chocolate que remete aos tempos da infância e adolescência da jornalista. “Sempre quis fazer uma receita com esse bombom”, explica.

Criado para participar do festival Brasil Sabor Brasília deste ano, o crepe de Alcachofras al Pesto (corações de alcachofra, mussarela de búfala, queijo grana padano, tomate cereja, pesto de manjericão e nozes) estreou no cardápio nas opções aberta ou fechada. Seguindo a tradição de homenagear personagens históricos, Madalena batizou o crepe de

charque com catupiry e cebola de Sonho de Lampião. Já o de carpaccio com queijo parmesão, alcaparras, molho de mostarda e aliche recebeu o nome de Carpaccio da Condessa, homenagem à nobre italiana Amália Nani Moncenigo, para quem o chef veneziano Giuseppe Cipriani criou

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Crepe au Chocolat210 Sul (3443.2050)109 Norte (3340.7009)Deck Brasil – QI 11 do Lago Sul (3037.2357)Delivery (3340.0022)www.crepeauchocolat.com.br

esse prato, na década de 50. Em tratamento contra a anemia, a condessa pediu a ele que preparasse um prato com carne crua, rica em ferro.

Outra delícia recente no cardápio é o Fanfã de Pêssego, com fatias da fruta em calda e chocolate branco em massa flambada. O fanfã, palavra que significa algodão do brejo, fica por conta do chantily da cobertura. Uma maravilha. Os apegados à tradição da culinária mineira podem optar ainda pelo Romeu e Julieta, em que a goiabada cascão e o queijo mineiro são acompanhados por sorvete de creme.

Também a pedido da clientela, Madalena reincluiu no cardápio dois sabores: o tradicional Crepe Suzette e o Caliente, este último com mussarela de búfala, salame tipo pepperoni e manjericão. “Alguns de nossos sabores também são criados pelos próprios clientes”, conta Madalena, citando como exemplo o Edith Piaf, que leva salmão defumado, queijo brie, maçã e alcaparras. Agora, a creperia oferece quase 50 tipos de crepes doces e

salgados, além das saladas, que também passaram por modificações.

A criatividade da clientela pode ganhar asas às terças-feiras, na loja da 210 Sul. São quatro listas de recheios, molhos e temperos, duas para crepes salgados e duas para doces. Os crepes são divididos entre normais e especiais, dependendo dos recheios escolhidos.

Outras duas promoções continuam vigorando nas três casas de rede. Uma é o Crepe Birthday, para quem quer comemorar o aniversário numa das lojas. Nas mesas com consumo mínimo

de R$ 30, o aniversariante escolhe seu crepe preferido de presente e ainda tem direito a velinha e cortesia-surpresa. No programa Amigo au Chocolat, a clientela cadastrada ganha pontos que são trocados por brindes e participa de promoções, além de receber informações por e-mail sobre os eventos culturais promovidos pela creperia.

Madalena Rodrigues e o crepe aberto de alcachofra

al pesto

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POR LÚCIA LEÃO

FOTO EDUARDO OLIVEIRA

A logomarca ainda é a mesma e o ambiente pouco mudou, incluindo a decoração e a disposição das mesas. As opções de cardápio também não diferem muito dos pratos oferecidas no dia da inauguração, em maio de 1984, no térreo do edifício Brasília Rádio Center, na W3 Norte, onde permanece até hoje. Único remanescente da época em que o arroz integral era ícone gastronômico da contracultura e das tribos alternativas, o Boa Saúde continua sendo destino certo para quem busca na pausa para o almoço e na alimentação saudável um antídoto

Natureba autênticoO mais antigo restaurante de comida natural da cidade chega aos 23 anos vendendo saúde

para a rotina estressante do dia-a-dia.Lacto-vegetariano (não oferece

nenhum tipo de carne nem usa ovos em suas receitas), o Boa Saúde integra uma pequena rede da União Missionária Norte-Brasília, que tem restaurantes também em São Paulo, Recife e Curitiba, e segue orientação filosófico-religiosa da Igreja Adventista, traduzida nos jargões fartamente repetidos por Sérgio Teixeira, o gerente da casa: “Somos o que comemos. A saúde e a doença entram pela boca”.

O cardápio é o que se pode classificar de “trivial simples”: arroz, feijão, legumes e folhas crus e cozidos (a maioria orgânicos), alguma massa e uma proteína vegetal de soja ou trigo.

Tudo preparado em óleo de girassol e sem nenhum tempero que leve glutamato (inclusive o shoyo, produzido especialmente para a rede). “É uma comida criteriosa”, define a roqueira e artista plástica Marta Benévolo. “Você sente que está se alimentando bem”.

Marta é membro de um grupo auto-denominado “família”, assíduos clientes que se conheceram no Boa Saúde, que praticamente só se encontram na mesa central do restaurante e ali estabeleceram profundos laços de amizade. Não por acaso, a artista fez questão de levar até lá os primeiros exemplares do seu disco Todo Céu e apresentá-lo com primazia ao grupo. Logo alguém se oferece para ajudar no

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Natureba autêntico

lançamento, outro sugere uma forma de divulgação e um terceiro lembra de um amigo crítico que poderia comentá-lo.

“Aqui todo dia tem alguém com uma novidade”, conta a funcionária pública Arlene Resende. Agregadora por natureza, não esconde o prazer do convívio – para ela, o melhor tempero do Boa Saúde. Seus olhos são só carinho quando enxergam Carolina, uma linda adolescente de 14 anos, chegando com o violão embaixo do braço. “Ela tinha largado a música. Que bom que voltou”, comemora titia Arlene.

Carol é a mascote da “família” desde os sete anos, quando começou a freqüentar o restaurante com a mãe, a fiscal da Receita Federal Ieda Martins. Não foram poucas as vezes, ao longo desses sete anos, em que Ieda se aconselhou com o pediatra Oscar Mendes Moren, outro membro do grupo.

“Venho aqui pelo menos uma vez por semana. Não sou vegetariano mas de segunda a sexta-feira gosto de cuidar da saúde para sábado e domingo me envenenar”, brinca o médico, que também trocou muitas idéias na mesa do Boa Saúde antes de montar sua primeira exposição individual de pinturas, no ano passado. “É um comida honesta a um preço honesto e o ambiente é muito bom”.

O arquiteto Akira Nitahara é um

Boa SaúdeTérreo do Edifício Brasília Rádio Center, na Avenida W3 Norte.Aberto de domingo a 6ª feira, das 11 às 14h30 para almoço, e das 17 às 20h para jantar.Self-service a R$ 16,90 o quilo.

O seitan é um preparado à base do glúten extraído do trigo, utilizado como uma das principais fontes de proteína da culinária vegetariana. Consumido desde a Antiguidade – não se sabe se surgiu na China ou na Índia, culturas que usam largamente o alimento – é considerado um excelente substituto da carne não apenas pelo seu valor nutricional mas também nas formas de preparo. Feita a massa, o seitan assume forma e consistência assemelhada à carne e, cortada em bifes, pode ser frito, grelhado ou assado.

Uma das especialidades do Boa Saúde é o seitan acebolado, que, posto à mesa, pode ser facilmente confundido com iscas de fígado. Os ingredientes são: 200 g de farinha de glúten, 50g de farinha de trigo integral, 250 ml de água, shoyo e temperos (gengibre, louro e alho).

O preparo é simples: basta misturar as farinhas e a água amassando bem até chegar à consistência de massa de pão, lavar a massa em água corrente, num escorredor, até retirar todo o amido, deixando descansar por pelo menos uma hora, e em seguida colocá-la numa panela onde fique totalmente submersa em água com o shoyo e os temperos. Depois, é só cozinhar em fogo brando por aproximadamente 1h15min, retirar a peça de seitan e cortar em bifes finos.

A receita do seitan

dos poucos vegetarianos, de fato, do grupo. E como o pai, o músico Fino, percursionista do grupo Liga Tripa, um grande admirador do seitan, proteína vegetal de trigo, preparado pela casa. “É o seitan mais saboroso da cidade. A consistência é perfeita e o tempero também é muito bom”, elogia.

Carnívoro voraz, o cantor e compositor Sérgio Duboc não consegue fugir da comparação: “Parece um bifinho de fígado”, define, à guisa de elogio. O poeta Bené Fonteles engrossa o bloco dos admiradores: “Ele costuma encomendar nosso seitan para servir a artistas que freqüentam sua casa. Diz que faz muito sucesso!”, orgulha-se o gerente Sérgio Teixeira.

Só a título de curiosidade, a etimologia da palavra “vegetariano” não remete a “vegetal”, mas a “animar” ou “dar vida”, que é o significado da palavra latina vegetare. Quando os romanos usavam o termo Homo Vegetus, referiam-se a alguém vigoroso, saudável e dinâmico. Consumidores de carne ou não, é uma ótima definição para a “família” Boa Saúde.

café e complemento

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Trem bãoO tradicional prato da culinária espanhola acaba de ganhar, quem diria, uma versão mineira. Charque, torresmo, couve, bacon, abóbora, paio, frango e milho são alguns dos ingredientes típicos das Minas Gerais incorporados à paella do Esquina Mineira. Para não descaracterizar completamente a receita, o restaurateur Clayton Machado, autor da ousada idéia, manteve alguns ingredientes, como o mexilhão e o vôngole. A novidade já faz parte do bufê do Esquina Mineira às terças-feiras (R$ 25,70 por pessoa, com direito a sobremesa).

Casillero del DiabloOutra bela novidade, esta no mundo dos vinhos, é o Casillero del Diablo Reserva Privada 2005, assemblage das uvas Cabernet Sauvignon (65%) e Shiraz (35%). Com coloração de rubi intenso e brilhante, apresenta notas de baunilha e cedro – resultado dos 14 meses passados em barricas de roble francês – e aroma de cassis e frutas negras. Preço sugerido: R$ 90.

Dupla nacionalidadeAcaba de chegar também às prateleiras das melhores adegas o Casa Valduga Mundvs Malbec safra 2006. Apesar da vinícola ser de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, o vinho é produzido em solo argentino, na região de Mendoza, sob controle e supervisão de enólogo da Valduga. Apresenta corpo robusto,

acidez equilibrada e aromas de especiarias e frutas vermelhas.

Surpresas no KoounDepois da reformulação no cardápio do jantar, o Kooun acaba de inovar também no almoço. Apostando na praticidade, o chef Nao Hara reduziu o número de opções para tornar mais fácil a escolha dos clientes, que em sua maioria vêm do trabalho com tempo limitado para o almoço. Foi criada a alternativa do menu executivo, de terça a sexta-feira, composto por mini-salada e uma sugestão do chef, por R$ 38. As sugestões do chef mudam diariamente, com pratos como o cabelinho de anjo com camarão, brócolis e tomate cereja ao molho bisque, steak au poivre com purê de manjericão e molho de conhaque e risoto de javali com pêssego ao vinho do Porto. A sugestão é anunciada só no dia. “Com certeza, serão sempre boas surpresas”, assegura Ana Lúcia Rodrigues, uma das proprietárias.

Rodízio no PontãoAtendendo a um coro de clientes fiéis, o Mormaii Surf Bar finalmente lançou o Festival de Sushi também no Pontão do Lago Sul – antes era exclusividade da loja do Brasília Shopping. Além dos sushis e sashimis, o bufê inclui saladas e pratos quentes de influência oriental, como o robalo ao vinho branco, o porco agridoce e o frango ao molho de teriake. Por enquanto, o festival acontece somente de segunda a sexta, das 12 às 15 horas, e custa R$ 32,90 por pessoa.

Receitas brasileirasNo mesmo Pontão do Lago Sul, o Café Antiquário de Fernando Cabral voltou a funcionar no almoço com uma novidade interessante. O cardápio ganhou uma seção chamada Grandes Receitas – a cada dia da semana, um prato consagrado da cozinha brasileira. Na segunda-feira, por exemplo, tem peixada com pirão e arroz; na terça, cozido com arroz e farofa, e assim até

a sexta-feira, dia do baião-de-dois com filé ou frango. Grelhados, estrogonofes e escondidinhos também fazem parte do cardápio. Para os vegetarianos, estrogonofe de berinjela com azeitona preta e tomate seco.

Viva o nacional!Motivada pela valorização do espumante nacional, não só aqui como no mercado externo, a Miolo acaba de lançar dois novos rótulos, ambos produzidos na Fazenda Ouro Verde, no Vale do São Francisco. O Terranova Brut e o Terranova Demi-Séc são feitos a partir das variedades Chenin Blanc, Sauvignon Blanc e Verdejo. Ambos são blanc de blancs, ou seja, feitos exclusivamente com variedades brancas. O brut, com leve intensidade de cor amarelo-esverdeada e aroma frutado, pode ser harmonizado com queijos, frutas e frios. O demi-séc é ideal para acompanhar frutas e tortas doces.

Exclusivo do UniversalPor falar em espumante: o Universal Diner de Mara Alcamim também já tem o seu, produzido (como o da Azulejaria) pela vinícola Don Giovanni. O lançamento do rótulo exclusivo é apenas o início da festa do décimo aniversário da casa.

Aromas frutadosA Vinícola Salton ampliou a linha Salton Séries lançando o tinto Shiraz safra 2006. De acordo com Lucindo Copat, diretor técnico da vinícola, esse

varietal será novidade para o mercado por sua grande frutuosidade e fineza. Elaborado com uvas colhidas dos vinhedos de Espaldeiras, na Região da Campanha (Bagé - RS), o vinho não estagia em barricas de carvalho, o que ajuda a manter os aromas de frutas como cereja, framboesa, amora, mirtilo. É uma excelente opção para

A Vinícola Salton ampliou a linha Salton Séries lançando o tinto Shiraz safra 2006. De acordo com Lucindo Copat, diretor técnico da vinícola, esse

varietal será novidade para

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POR RODRIGO [email protected]

acompanhar carnes vermelhas, massas com molhos marcantes, queijos curtidos e pratos de sabor forte.

“A gente faz do seu jeito”O slogan da Burger King às vezes dá bastante trabalho a seus funcionários. A promessa da rede americana de fazer sanduíches com os ingredientes e quantidades que o cliente quiser levou um grupo de 21 estudantes goianos a pedir um sanduíche whopper gigante, com 251 hambúrgueres. Foram necessários cinco funcionários para produzir o sanduíche, que alcançou 2,30 metros de altura e custou R$ 509. Nessa brincadeira, foi batido o recorde brasileiro de maior sanduíche whopper. Agora, não perguntem em que essa proeza pode mudar nossas vidas.

Dose dupla O Combinado Viçosa (704/5 Norte) está servindo a caipirinha e a caipirosca em dose dupla durante a noite toda, de terça a sexta-feira. Para quem prefere o chope, a tulipa de 300ml sai a R$ 1,99. E para não biritar de estomago vazio, os tradicionais rodízios de pizzas (R$ 13,90 por pessoa) e pastéis (R$ 9,90 por pessoa) são boas opções.

Dom Francisco internacionalO chef Francisco Ansiliero está de malas prontas para visitar o Vietnã. A convite do embaixador brasileiro, Alcides Prates, ele comandará cinco jantares no Hotel Meliá de Hanói, que abre seus salões para o Festival de Cozinha Brasileira. Francisco fará três menus: de grelhados (com cortes que o Vietnã importa da Austrália, Argentina e Brasil), de feijão preto (com feijoada, feijão tropeiro, virado paulista e tutu de feijão) e de peixes (com moqueca capixaba e baiana, bobó e caldeirada amazônica).

Mestres cervejeirosVocê sabe fabricar cerveja? Então, chegou a hora de tirar seu produto do anonimato. A cervejaria Eisenbahn, de Blumenau, está promovendo um concurso de cervejas caseiras. O vencedor vai ganhar uma viagem à fábrica para acompanhar de perto a produção de um lote de 3.000 litros de sua própria receita, além da assinatura da revista especializada Beer por um ano e 30 caixas de 12 unidades da sua cerveja. Mas só poderão participar cervejeiros caseiros, que não comercializam sua produção. Inscrições no site www.eisenbahn.com.br/concursomestrecervejeiro.

Segurança e qualidade A Miolo será a primeira vinícola brasileira a conquistar a ISO 22000, norma internacional que garante a segurança dos alimentos. A certificação está sendo implantada na sede da empresa, em Bento Gonçalves, também em processo de certificação ISO 9001, que tem como foco a qualidade. Para atender às exigências da ISO 22000, todos os setores da empresa estão em constante treinamento, inclusive transportadores e fornecedores de uva. O controle abrange até os produtos de higiene e limpeza utilizados na fábrica – todos de

“grau alimentício” e biodegradáveis, ou seja, que não causam danos à saúde nem ao meio ambiente.

Ares praianosA Confraria do Camarão inaugurou mais uma loja, desta vez no Taguatinga Shopping. A responsável pelo projeto do novo restaurante é a arquiteta Carla Amaral, que procurou criar um espaço com jeitão praiano. A grande estrela da casa, o camarão, está em pratos que, além de conservarem o frescor da praia, são leves, seguindo a tendência mundial da cozinha light.

Novidades no cardápioA Creperia C´est si Bon deu uma renovada em seu cardápio. Além de visual novo – mais elegante – traz novidades como a sessão Monte o Seu Prato, no qual opções dos tradicionais grelhados, das saladas e massas e dos molhos, ganham mais flexibilidade. O cliente pode montar suas combinações preferidas a preços mais justos. Foram incluídas duas novas opções de entradas: os carpaccios de carne e salmão. As crianças também ganharam uma sessão com seus crepes preferidos, que foram batizados com nomes de desenhos animados. Outra novidade é que os risotos agora vêm com a opção de meia porção, com preços 30% menor. A quantidade é ideal para quem quer combinar com um grelhado.

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LUIZ RECENA

Lança poderosaA lança de São Jorge tem astúcia melhor do que a do Chapolin de Chaves, não o entusiasmado guerrilheiro fora de moda da Venezuela, mas o simpático personagem da série televisiva mexicana. E, assim, muniu-se de bons parceiros e amealhou poderosas balas para desenterrar e, finalmente, matar a cabeça de burro que há tantos anos reina no pedaço. Os parceiros têm fundos. E Jorjão tem amigos, profissionais de primeira, que farão de tudo para ajudá-lo a vencer. Torceremos. Longa vida ao novo santo guerreiro!

Quero-queroO pássaro barulhento dá nome a um novo oásis perto de Brasília. É a pousada de Luiz Gutemberg e filhos, no km 62 da BR-070, na estrada para Pirenópolis, altura de Cocalzinho. Tem água, cavalos, passeio de charrete, comida boa, recepção cálida, simpática, alegre. Cláudia e Marcos, filhos, recebem e fazem tudo para atender a quem chega. O pessoal de apoio é da melhor qualidade. Voltarei ao assunto.

Chefes convidadosA Quero-Quero, por idéia de Marisa Macedo-Soares, imbatível na artes de locomotiva dos bons momentos, tem convidado cozinheiros, chefes famosos, para dar “uma canja” nos fins de semana da pousada. No último de agosto, Claude Capdeville “detonou” com leitoas, pururucas, o “pururucar” sendo feito na hora. E todos os acompanhamentos consagrados em outros bares do distinto. Não satisfeito, ainda mandou, no jantar, um risoto de camarão com aspargos. Supimpa!

Jorjão guerreiro contra

Eduardo Nogueira, do Sonoma, já foi. Outros estão sendo convidados.

Na dúvida, tapas!A Espanha está na moda. Barcelona também. Quatro em cada três donos de bares da cidade estão aderindo aos bocadillos espanhóis. É a “movida madrilenha” no Planalto Central. É Ronaldinho Gaúcho, direto de Barcelona, provocando a criatividade dos donos da noite brasiliense. Adeus, velhas esfirras da noite goiana! Nunca mais! Frangos a passarinho, filés a palito, pastéis de vento com cheiro de palmito, queijo ou carne. Canções da guerra civil espanhola assustam: “Aí viene Francisco Franco!”. A Passionária do Cerrado responde: “No passarán!”.

Reverso destravadoNa mediocridade das noites de segunda-feira, pausa para a aterrissagem de Gustavo Tapioca nas últimas de agosto do bar do Feitiço Mineiro. Não cantou. Assinou exemplares do seu mais recente livro, Meninos do Rio Vermelho. Depois pegou o surdo e mandou ver: o Ponta de Estoque, um conjunto que luta contra o nome – e vence – arrasou. Músicas da velha guarda, história idem. Era o velho Brasil do passado, sem tucanos nem kit-bolsas de nada. Tempo em que estávamos todos juntos, contra a mesma ditadura. Mas isso é outro papo. Aê, Bahêa!

Novo endereçoDizem que Paulo Francis tinha 18 leitores, o Botafoguinho 18 torcedores e Dioguinho Mainardi nem isso. Futuras mensagens para esta coluna, por favor, ao endereço [email protected].

[email protected]

Prezado editor: a razão desta missiva é informar-lhe que São Jorge do Mercado, montado no cavalo branco das espumas cremosas de chope, vai atacar um dragão. Um dragão que é visto às vezes em noites de lua cheia, habitante das margens do Lago Paranoá, parcela norte, sob árvores azuis e próximo aos raios da Alvorada. O palácio de nome idêntico defende-se como pode, vitorioso até agora, das investidas adversárias. E lá permanece, com emas e estrelas vermelhas a ajudá-lo na missão. O mesmo não ocorre com os negócios. O bicho alado que cospe fogo tem incinerado várias iniciativas de comércio hoteleiro e gastronômico no pedaço. Não pegam. É a cabeça, ou a caveira, como gostam muitos, enterrada no local. Dizem que por Jânio Quadros, na ressaca da renúncia, com raiva de Brasília. Dizem que pelas moças que dançavam com JK e nunca chegaram ao palácio. Dizem, ainda, que tudo se deve à maneira como um dos parentes do falecido presidente-fundador, em terceiro grau, fecha as mãos na hora de fazer negócios. Delas, como diria um próximo goiano, “nada não sai”.

a cabeça de burro

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pão&vinho

ALEXANDRE DOS SANTOS FRANCO *

De toda a técnica e conhecimento que possam cercar o mundo do vinho, creio ser a harmonização com a comida a mais difícil e ao mesmo tempo a mais imprescindível. Um dos grandes e importantes diferenciais do vinho em relação às demais bebidas é o fato de ele ser tomado, preferencialmente, à mesa. Não se trata de buscar exclusões, e sim o melhor que se pode ter .

A questão é tão intensa e sensível que eu costumo dizer que se trabalha na harmonização muito mais como arte do que como técnica, pois a sensibilidade do harmonizador é o que mais importa. E quem já teve a experiência sabe que a correta harmonização faz crescer enormemente

Harmonia: técnica e arteo prazer e a qualidade percebida do prato e do vinho, enquanto que a harmonização errada pode destruir ambos.

Os componentes do vinho que mais se relacionam com a comida são: a acidez (ácidos fixos x voláteis; ácido tartárico/málico x ácido lático), taninos (adstringência), aromas (ésteres), alcoolicidade (sensação de calor e doçura), corpo (extrato seco e glicerol, sensação de peso e volume) e açúcares (doçura e maciez).

A harmonização como técnica tem alguns princípios básicos, tais como: harmonizar por cultura, levando em conta os costumes e hábitos culturais ou simplesmente a disponibilidade, trazendo as grandes combinações clássicas (ostras com Chablis, foie-gras com Sauternes, Porto com queijos azuis ou da serra da estrela. cordeiro com Bordeaux, caça de pluma com Borgonha etc); harmonizar por similaridade ou aproximação, buscando combinar ácidos com ácidos, doces com doces, leveza com leveza (Asti com saladas de frutas ou maça verde, Sauternes com creme brullée, Porto Tawny com sobremesas à base de caramelo); e, por fim, harmonizar por complementariedade ou oposição, buscando equilibrar características de sabor opostas (vinhos doces com queijos salgados, por exemplo).

Já a harmonização feita com base mais em arte do que em técnica baseia-se muito mais nas experiências pessoais do harmonizador e na sua sensibilidade para os pratos e os vinhos disponíveis, bem como, e até muitas vezes especialmente, para o momento e a ocasião. E nessa toada arriscam-se mais ao erro, mas são muitas vezes recompensados por gratas surpresas, tais como uma moqueca de camarões com Borgonha, por exemplo.

Há muitas dicas interessantes de memorizar para buscar uma

harmonização restrita às possibilidades do momento, como tipicamente acontece numa refeição em restaurante, quando muitas vezes não temos conhecimento prévio do cardápio e muito menos da carta de vinhos. Nesse caso, é recomendável utilizar harmonizações consagradas tais como champanhe com caviar, espumante tinto ou Chardonnay encorpado com leitão à pururuca, Chianti com molho ao sugo, Banyuls ou Porto com chocolate etc.

Sirva tintos tânicos com carne grelhada mal passada, carne ao molho untuosa, pratos à base de creme de leite ou queijo e carnes de caça de couro. Aproveite a acidez e vivacidade dos brancos jovens casando-os com untuosidade e maresia. Use tintos leves e jovens com frutos do mar e molhos ácidos, molhos de tomates com ervas e comidas salgadas.

Pense na cor como uma referência, pois vinhos escuros pedem carnes e molhos escuros e reduzidos, enquanto que vinhos claros, como os claretes, os rosados e os brancos encorpados, pedem carnes e molhos brancos. Grandes vinhos, especialmente os mais velhos, exigem comidas delicadas e simples, pois eles é que têm de ser as estrelas. Evite taninos poderosos com frutos do mar e comidas mais salgadas. Comidas adocicadas e asiáticas são difíceis – para elas, prefira os espumantes.

Há, por fim, inimigos clássicos do vinho, com os quais se deve tomar muito cuidado, pois, se não impedem a harmonização, com certeza a dificultam ao extremo, como aspargos, ovos, alcachofras, sopas, alho em excesso, vinagre, chocolate, frutas muito ácidas, pimenta em excesso e picles.

Enfim, a experiência irá ensinar mais do que a técnica.

*Empresário e enófilo

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roteirogastronômico

No almoço, bufê com mais de 100 opções (R$ 32,90) com sobremesa inclusa e feijoada completa aos sábados. No jantar, pratos da cozinha contemporânea de dar água na boca. Dose dupla de chopp no happy hour, de 17:30 às 20:30. Funcionamento: segunda a sábado.201 Norte (3326.1045) CC: V. M. D

Don’ Durica

Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem decoração caprichada, com móveis e objetos da primeira metade do século XX. Destaques para os pasteizinhos.Sugestão de gourmet: Cordeiro ensopado com ingredientes especiais, que realçam seu sabor.

Bar Brasília

506 Sul Bloco A (3443.4323) CC: Todos

Um dos melhores Happy Hours da cidade. No cardápio espumantes, petiscos, sanduíches, carpaccios, ostras e cervejas importadas. No almoço, buffet de saladas e pratos quentes.

Azulejaria

408 Sul (3443.0698) CC: Todos

Restaurante inspirado no Rio de Janeiro dos anos 40. O buffet, com cerca de 20 tipos de frios, sanduíches e rodadas de empadas e quibes, com a performance do garçom Tampinha, são boas opções para os freqüentadores.

202 Norte (3327.8342) CC: Todos

Armazém do Ferreira

Cerveja gelada e buffet. Mais de 40 opções de frios e petiscos. De 2ª a 6ª, buffet no almoço. Aos sábados, feijoada e cachaças, além do buffet de massas e saladas. Todos os dias rodízio de pizzas, caldos e massas.

Bar e Pizzaria do Brás

107 Norte (3347.4735) CC: V

MonumentalNuma das esquinas mais valorizadas da cidade, a casa tem uma ampla varanda e o chope bem gelado. No almoço, buffet variado de saladas, massas e grelhados. À noite, as lingüiças mineiras estão entre os petiscos mais pedidos.

201 Sul (3224.9313) CC: todos

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Ambiente requintado e charmoso. No cardápio, um convívio harmonioso entre pratos da cozinha contemporânea e os preferidos do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Adega climatizada.

Hotel Kubitschek Plaza (3329.3774) CC: todos

Diamantina Restaurante

É um dos mais renomados buffets de festa da cidade, com mais de dez anos de experiência. Além dos salgados e doces finos oferecidos no buffet, destaque para o Risoto de Foie-Gras, o Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim e o Filé ao Molho de Tâmaras.

QI 21 do Lago Sul (3366.3531)

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A traíra sem espinhas é o principal prato da casa, mas a peixada ao molho, os filés de truta, salmão, badejo e surubim grelhados - com seus deliciosos acompanhamentos - fazem da casa, com seu estilo único, uma excelente opção.

Vila Planalto(3306.2539) CC: todos

Esquina da Vila

Cardápio variado, sabor e qualidade.Buffet no almoço é o carro-chefe, com mais de 10 pratos quentes, diversos tipos de saladas e várias opções de sobremesa, a R$ 35,90 (2ª a 6ª) e R$ 39,90 (sáb, dom e feriados) por pessoa. No jantar, serviço à la carte.

206 Sul (3443.4841), Liberty Mall e Brasília Shopping CC: todos

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

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Um dos melhores happy hours da cidade. Uma boa pedida é o bolinho de bacalhau. Oferece opções de pizzas individuais e serve chope claro e escuro, e drinques exclusivos, como a caipirinha de morango com vinho do Porto. Exclusividade: carpaccio de bacalhau.

Pontão do Lago Sul (3364.4041) CC: Todos

Bier Fass Pontão do Lago Sul

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Com cinco lojas na cidade, mantém a tradição em mais de 200 produtos de receitas típicas do interior de Goiás, preparados artesanalmente, sem conservantes ou estabilizantes. A torta Suflair é uma das tentações da linha doce. Na linha salgada, uma boa opção são as quiches, com recheios variados.

404 Norte, 215 Norte, 210 Sul, 103 Sudoeste e QI 13 Lago Sul (3361.7767)

Monjolo

O cardápio é bastante variado, com tortas doces e salgadas, bolos, pães, géleias, caldos quentes, quiches, tarteletes, chás, café e sucos de frutas naturais. Café da manhã porR$ 11,90 de 2ª a 6ª (buffet por pessoa).205 Sul bl A lj 3 (3443.7490) CC: V

Praliné

O Chiquita Bacana oferece almoço com pratos variados e bem servidos, como massas e grelhados. Todas as segundas-feiras, é vez da Segundona Universitária, o cliente terá 50% de desconto em todas as bebidas. Nas terças-feiras, dose dupla de caipifruta e vodka. Aos sábados tem Feijoada a R$ 12,90 por pessoa. O happy hour acontece todos os dias, com chopp a R$ 2,20.209 Sul (3242.1212)CC: Todos

Chiquita Bacana

302 Sul (3266.9667), 208 Sul (3443.6366), 211 Sul (3245-6000), 115 Norte (3349.7807), 213 Norte (3340.1730), Sudoeste (3344.4600), Lago Sul (3364.5096) e Brasília Shopping (3328.4853)

Torteria Di LorenzaAs mais deliciosas tortas da cidade estão na Torteria Di Lorenza. São centenas tipos. Amora Quaker, Frango com Catupiry e Sonho de Valsa Crocante estão entre as mais pedidas. Vá a uma de nossas lojas ou peça pela Loja Virtual em www.torteriadilorenza.com.br/lojavirtual.

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No almoço de 2ª. a 6ª., Grandes Receitas: Peixada, Cozido, Cassoulet, Galinhada e Baião de Dois. Cinco strogonoffs e sete escondidinhos atendem carnívoros e vegetarianos. Saladas, simples grelhados e o ambiente à beira lago satisfazem aos gostos mais exigentes. Pontão do Lago Sul (3248.7755)CC: Todos

Café Antiquário

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roteirogastronômico

Em menos de dois anos de existência, a segunda casa de Mara Alcamim já foi premiada pelas principais revistas gastronômicas do país. Agradável eintimista, aberta para almoço, de 2ª a 6ª, e para jantar, de 2ª a sábado. No almoço, opções a R$ 29,90.

210 Sul (3244.1039) CC: A e M

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A casa oferece saladas, massas, risotos, grelhados e mais de 50 sabores de crepes. Adega climatizada com mais de 60 rótulos. Sugestão: New York (maçã c/ canela, chocolate amargo e licor de café). Toda 2ª e 5ª música ao vivo. (www.cestsibon.com.br)

408 Sul (3244.6353) CC: V, M e D

C’est si bon

Dê asas ao chef que há em você.Toda terça, monte seu crepe com até oito ingredientes, a preços especiais, no Crepe au Chocolat da 210 Sul. Reservas pelo tel: 3443-2050

210 Sul (3443.2050), 109 Norte (3340.7002) CC: V, C

Crepe au Chocolat

Ponto de encontro de jovens durante toda a semana. Oferece mais de 30 sabores de crepes. Além dos tradicionais, os mais elaborados como o de bacalhau, strogonoff de frango ou filé. Os crepes doces mais pedidos são o de chocolate com banana e de morango.312 Sul (3445.2961) CC: V309 Norte (3202.1440)

Creperia Floripa

BSB Grill

Desde 1998 oferece as melhores e os mais diversos cortes nobres de carne: Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe, Picanha, além de peixe na brasa, esfirras, quibes e outras especialidades árabes. Adega climatizada e espaço reservado completam os ambientes das casas.

304 Norte (3326.0976) 413 Sul (3346.0036) CC: A, V

Norton GrillPara quem não resiste a um bom grelhado, o Norton Grill é o lugar certo. Uma das especialidades da casa é a Picanha Baby com o famoso Arroz Norton e, de sobremesa, um delicioso pudim de leite.

Hotel Mélia - 2º andar (3218.5550) CC: todos

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Criado nos EUA, foi eleito por três anos consecutivos o preferido da família americana. Com mais de 100 lojas, seus generosos pratos foram criados, pesquisados e inspirados nas raízes da América. Conheça tais delícias: ribs, steaks, pasta, hambúrgueres.S.Clubes Sul Tr. 2 ao lado do Pier 21 (3321.8535) Terraço Shopping (3034.8535)

Roadhouse Grill

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Ênfase na cozinha andaluza, oferece mais de 30 delícias gastronômicas, como o Jamon Pata Negra, as tapas e a tradicional paella. Para beber, o Chopp Pata Negra, sangria e boa variadade de vinhos. Jantar de segunda a sábado e almoço, sábados e domigos com delicioso buffet de paellas. 413 Sul (3345.0641) CC: Todos

Pata Negra

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Universal DinerEleito O Melhor dos Melhores por votação popular na última eleição da Roteiro. Com nove anos de existência, o pioneiro na cozinha contemporânea da cidade tem como um dos carros-chefes o Camarão ao molho de queijo brie, champagne e caviar, com Risoto de morango e sálvia.

210 Sul (3443.2089) CC: Todos

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

Aos sábados, no restaurante panorâmico do hotel, suculenta feijoada com ingredientes separados. Entradas:deliciosas batidas, acarajé e caldinho de feijão. R$ 30 + 10% por pessoa ou R$ 55 + 10% o casal. Música ao vivo e sobremasas inclusas.

SHS Qd 5 Bl C (2103.8484)CC: Todos

San Marco Hotel

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Dom RomanoDesde 1988, foi pioneira em assar as pizzas no forno a lenha. As pizzas têm sabor e sotaque paulistano. As massas e molhos são de fabricação própria, e têm sabores bem caseiros. As porções bem servidas, retratam a origem italiana.

QI 11 Lago Sul (3248-0078)102 Norte (3327-7776) CC: V, M e D.

GordeixoAmbiente agradável, comida boa e área de lazer para as crianças fazem o sucesso da casa desde 1987. No almoço, além das pizzas, o buffet de massas preparadas na hora, onde o cliente escolhe os molhos e os ingredientes para compor seu prato.

306 Norte (3273.8525) CC: V, M e D

Pizzas assadas no forno à lenha e servidas na pedra, carnes e massas. Na Asa Sul, além do serviço à la carte, pode-se optar pelo buffet com cinco tipos de massas, três opções de molho e 20 complementos, a R$ 13,90 por pessoa.404 Sul (3323.8989), Sudoeste (3344.5599), Águas Claras (3435.6565) e Taguatinga (3354.1221) CC: D, M e V

Gordeixos

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San MarinoCozinha típica de cantina italiana. De 3ª a 6ª, rodízio à noite com 15 sabores de pizzas e oito de massas. Nas outras noites, somente à la carte. Durante a semana, no almoço, buffet com saladas, pratos executivos e grelhados.

209 Sul (3443.5050)CC: Todos

San LorenzoCulinária internacional,com a combinação surpreendente de belos e saborosos pratos. Sugestões:Filé do Casé e Medalhão de Florença. No almoço, pratos executivos com atendimento ágil e opções saborosas. A adega climatizada completa o ambiente.

103 Sudoeste (3201.2161)CC: Todos

Ambiente romântico e intimista, com culinária mediterrânea, de inspiraçãoitaliana e influências francesas e espanholas. A proposta é oferecercardápio variado e criativo, com saladas e frutos do mar. Para os pequenos apetites, há a versão meio prato.

SCES Trecho 2, Lote 2 (3323.5961)Brasília Golfe Center CC: Todos

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Bier Fass Gilberto SalomãoO Bierfass Gilberto Salomão completa em 2007 seu 38º ano de sucesso, com uma fórmula que agrega tradição, ambiente, cozinha e público diferenciado. Destaque para a cozinha internacional, variando pratos clássicos aos modernos, que influi tanto nos ingredientes usados como na apresentação dos pratos.

A sugestão da casa é: Parpadelle ao Molho Napolitano - Massa de produção própria com grano duro, molho com carne em pedaços (músculo), molho de tomate, temperos e ervas. Carta de vinhos e adega climatizada.

302 Sul (3226.8374) CC: Todos

Cantina da Massa

Trattoria 101Cardápio com produtos italianos autênticos e tradicionais. Massas, filés, peixes e risotos, carpaccio. Tudo preparado na hora. Execelente carta de vinhos com 90 rótulos, entre nacionais e importados. Ambiente charmoso, varanda e amplo estacionamento completam o ambiente.

101 Sudoeste (3344.8866)CC: V, M e D.

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roteirogastronômico

www.brilhoimportados.com.br

Feira dos Importados (3037.4533) CC: Todos

Brilho - Feira dos importadosReferência desde 1997, nos ramos de bebida, charutaria e delikatessen. Na adega climatizada o cliente encontra vinhos especiais, como Romaneé Conti e Chateau Pétrus. Ambiente especial para degustação. Queijos importados e o melhor bacalhau da cidade.

Diariamente no almoço e jantar, festival de sushi e sashimi, com mais de 35 opções de pratos. Nas 2as e 3as, o tradicional buffet conta com o Festival do Camarão. Funciona também à la carte e tem delivery. Horário: diariamente das 12h às 15h e das 19h às 24h.

408 Sul (3244.9999) CC: Todos

Haná

www.brilhoimportados.com.br

Centro Gilberto Salomão- lj 33 (3202.4533) CC: todos

Brilho - Lago SulA nova loja do Gilberto Salomão conta com adega climatizada e grande variedade de vinhos. Espaço exclusivo para degustações, palestras, eventos e amplo estacionamento. Os queijos, azeites, bacalhau, chocolates, acessórios e charutos completam o mix de produtos. Venha conhecer!

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NaturettoO restaurante valoriza a culinária macrobiótica, os vegetais orgânicos e integrais. O peixe está presente no cardápio diariamente. À noite, o vinho se harmoniza com o ambiente rústico e cultural e acompanha quiches, salmão grelhado, pães e queijos.

405 Norte (3201.6223) e Câmara dos Deputados CC: V e M

Tradicional e inovador. Sushis e sashimis ganham toques inusitados. Exemplo disso é o sushi de atum picado, temperado com gengibre e cebolinha envolto em fina camada de salmão. As novidades são fruto de muita pesquisa do proprietário Jun Ito.

403 Sul (3224.0430 / 3323.5213) CC: Todos

Nippon

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201 Sul (3226.5650) CC: V, M

Villa BorgheseO charme da decoração e a iluminação à luz de velas dão o clima romântico. Aberto diariamente para almoço e jantar. Sugestão: Tagliatelle Del Maré – tagliatelle em saboroso molho de azeite extra virgem, tomate, alho, manjericão e camarões grandes, por R$ 40,00.

Um sucesso com serviços originais e rápidos. Buffet no centro do salão. O cliente monta seu pedido escolhendo até sete ingredientes para compor um prato de massa, ou salada, ou Vira-e-Mexe (arroz com feijão). Deliciosos pratos italianos à la carte.

201 Sul (3322.4688) Delivery (3225.4050) CC: Todos

Truli

É o lugar ideal para fanáticos por cozinha japonesa que nem todos os dias estão com apetite ou bolso para ir a um restaurante tradicional. São 20 opções de temakis, como o delicioso camarão tempurá, e oito opções de rolinhos. Às sextas e sábados, funciona até as quatro da manhã.405 Sul (3242.3460)www.makitemakeria.com.br

Maki Temakeria

Tutti Gusto

Promoções para almoços de sábados, domingos e feriados:Pratos à la carte com 25% de desc, Chopp 300ml R$ 1,99 e rodízios de pizzas e massas R$ 10,94. Válido até 30/09/2007

403 sul (3321.6546)CC: todos

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CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R

MÚSICA AO VIVO DELIVERY MANOBRISTAACESSO PARA DEFICIENTES

ESPAÇO VIP ÁREA EXTERNA FRALDÁRIO BANHEIRO PARA DEFICIENTE

BacoPremiada por todas as revistas. Massas originais da Itália, vinhos e ambiente. No cardápio, pizzas tradicionais e exóticas. Novidades são uma constante. Opção de rodízio em dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª e domingo, e na 408 Sul, às 2as.309 Norte (3274.8600), 408 Sul (3244.2292) CC: TodosBaco Delivery (3223.0323)

Rodízio de Pizzas e Massas, com mais de 40 sabores. Diariamente, a partir das 18h. Aos sábados, Feijoada, Chopp 200ml R$ 0,99 e batida de limão/maracujá (cortesia). Promoções Happy Hour,Cerveja SOL R$ 2,99 e Chopp 200 ml R$ 0,99. Temos rodízio em domicílio.

307 Sul (Delivery 3443.4251)CC: todos

Fornalha Pizza e Cozinha

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Feitiço MineiroA culinária de raiz das Minas Gerais e uma programação cultural que inclui músicos de renome nacional e eventos literários. Diariamente, buffet com oito a nove tipos de carnes. Destaque para a leitoa e o pernil à pururuca, servidos às 6as e domingos.

306 Norte (3272.3032) CC: Todos

Sorvetes com sabores regionais e tecnologia italiana são a especialidade da casa. Os mais pedidos: tapioca, cupuaçu, açaí e frutas vermelhas. Na varanda, pode-se apreciar café bem tirado e fresquinho, acompanhado detapiocas quentinhas.

112 Norte (3340.4894) CC: Todos

Saborella

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Severina O Sabor do NordesteApós 26 anos em Brasília, o restaurante Feijão verde da Asa Sul muda de nome, decoração, cardápio, mas mantém a tradição e a qualidade. Carne de sol, baião de 2x2, arrumadinho, escondidinho, bode e beiju recheados. É só escolher! www.restauranteseverina.com.br

201 Sul (3224-6362)CC: V, M, Amex, D

Belini

113 Sul (3345.0777) CC: Todos

A casa premiada é um misto de padaria, delikatessen, confeitaria erestaurante. O restaurante serve risotos, massas e carnes, inclusivecordeiro. Destaque para o café gourmet, único torrado na própria loja, para as pizzas especiais e os buffets servidos na varanda.

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15 bistrôs de culinária nacional e internacional: vatapá, feijoada, confit de pato, paella, escondidinho de carne seca, quibes, leitoa à pururuca, sushis, picanha na chapa, tortas, suspiros e café. Além de moda e arte barroca. Funciona de 5ª a domingo.Canteiro central do Lago Norte(3468.7139 / 8493.2774 )

Quituart

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Las Paellas

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dia&noite

brasíliapremiada2O brasiliense Caio Tavares M.Gómez foi o vencedor, na categoria Tiras, do 34º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Em festa apresentada por Serginho Groissman, dia 25, o desenhista faturou R$ 5 mil e o troféu Zélio de Prata. A exposição dos trabalhos selecionados pode ser vista até 14 de outubro, das 9 às 22h, no Engenho Central, Piracicaba. A cidade fica a 165 Km de São Paulo, com acesso pela Rodovia dos Bandeirantes, no km 134B, ou pela Anhanguera, no km 120.

jkedonasarahBrasília também terá uma bela estátua de bronze em forma de

banco de jardim. E nele estarão sentados Juscelino

Kubitschek e dona Sarah Kubitschek, em tamanho

natural. O presente à cidade será entregue dia 12, data de

aniversário do fundador de Brasília, ao meio dia, no

Memorial JK. A escultura foi feita por Roberto Sá, que já

tem outras estátuas conhecidas: a do jornalista

Zózimo Barroso do Amaral, no Leblon, e a imensa Baleia

Jubarte de Rio das Ostras. A partir do dia 12, os turistas

que visitarem o Memorial vão poder tirar aquela foto

tradicional, sentados ao lado de JK e Dona Sarah.

goldenboys...E The Fevers, juntos, em Brasília. É a segunda edição do show-baile A Volta dos Anos 60 e 70, que já trouxe Os Pholhas e Renato e seus Blue Caps ao salão da AABB. Sábado, 22, a partir das 22h, a volta à Jovem Guarda começa com The Fevers, banda carioca de 42 anos que já gravou 46 discos. Depois será a vez dos três (já foram quatro) integrantes dos Golden Boys relembrarem sucessos com Alguém na Multidão, Fumacê e outros de quase 50 anos de estrada. Ingressos individuais entre R$ 50 e R$ 60 a meia, camarotes para dez pessoas R$ 1.000 e mesas para quatro R$ 320. Venda: Discoteca 2001. Informações: 3481.8151.

ograndevencedor José Raimundo Costa do Nascimento, do

Rio, foi o grande vencedor do 34º Salão Internacional de Humor de Piracicaba,

levando o prêmio Zélio de Melhor Caricatura e o Zélio de Ouro como o

melhor trabalho entre 1.703 vindos de 45 países. Seu “Oscar Niemeyer” realmente mereceu o prêmio escolhido por jurados

do calibre de Paulo Caruso, Fausto Longo, Sonia Luyten, Luiz Ge, Alcy e outros.

brasíliapremiada1A música Madrinha do Samba, de autoria de Eugênio Monteiro e Daniel Junior Neto, foi a

grande vencedora do II Festival de Inverno da Música Brasileira em Paracatu/MG. A cantora

Renata Jambeiro também levou o troféu de melhor intérprete. Além disso, Lucas de

Campos recebeu o prêmio de melhor arranjo. A música, uma homenagem à cantora Beth

Carvalho, ficou entre as dez finalistas, no dia 24, e no dia seguinte foi escolhida a melhor de

todas. No discurso de agradecimento, Renata Jambeiro disse que tinha muito orgulho de ter

representado tão bem Brasília, sua cidade natal. Ela foi acompanhada pelos músicos Lucas Campos (violão), Leonardo Benon (cavaquinho), Bruno Patrício (saxofone),

Kadu (pandeiro) e Luiz Jambeiro (surdo). Parabéns para todos!

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cócegasdevoltaNove histórias de mulheres envolvidas em situações limite. De acordo com as atrizes e autoras do espetáculo, Ingrid Guimarães e Heloísa Perissé, “mostramos do que é capaz o já complexo e instável sistema hormonal feminino, quando submetido ao estresse do mundo moderno”. A fórmula tem dado tão certo que Cócegas está em cartaz há mais de seis anos e já foi vista por um milhão de pessoas. Sura Berditchevsky, diretora da peça, explica uma das razões de tanto sucesso: “Todas as histórias têm uma visão profundamente crítica; o espetáculo serve como reflexão sobre o que temos feito com a liberdade que lutamos tanto para conquistar”. Sábado, 15, às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Ingressos entre R$ 30 e R$ 50 a meia entrada, na loja Boticário do Conjunto Nacional.

cineclubeAo completar 33 anos, o cineasta mineiro Kiko Goifman fixou o prazo de 33 dias para encontrar sua mãe biológica, nascida em 1933. Em 2001, ele

saiu à procura dessa mãe, seguindo pistas levantadas por detetives de São Paulo e Belo Horizonte. A busca de Goifman foi registrada por ele

próprio em câmera digital e teve reforço até da mãe adotiva, da babá e do pediatra que intermediou sua adoção. Assim nasceu o documentário 33, terceiro filme do projeto Cinevisões, que o CCBB apresenta nesta terça-

feira, dia 4, às 19h. Rodado em preto e branco e narrado em primeira pessoa, o filme de 74 minutos será seguido por um debate com o

sociólogo e cinéfilo Pablo Gonçalo e a documentarista da TV Câmara Maíra Brito. Entrada franca. Informações: 3310. 7087

vídeoperiferia Uma vitrine que acompanha, registra e exibe a atual evolução da linguagem cinematográfica vinda da periferia. Esse é o conceito do Festival de Cinema e Cultura Cine Cufa Periferia Criativa, que será realizado em novembro pela Central Única das Favelas do Distrito Federal. Os organizadores estão aceitando a inscrição de vídeos que tenham como tema a periferia para serem reproduzidos nos dias do festival. O edital e a ficha de inscrição estão no site http://cufa-df.blogspot.com. Para fazer a inscrição é só enviar a ficha para o e-mail [email protected].

círiodenazaréA tradicional festa religiosa paraense tem sua versão candanga, que acontece todos os anos na Paróquia N.S. de Nazaré. O ponto alto acontece no dia 7 de setembro, com a procissão seguida por show de fogos de artifício e a abertura da quermesse. Mas haverá também a exposição Círio de Nazaré, Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira, com curadoria de Darcilene Costa, vinda de Belém para organizar a mostra contendo a imagem peregrina, mantos, corda e objetos usados na festa paraense. Nas barracas da quermesse, muito tucupi e tacacá, além de outras delícias da culinária nordestina, regional e italiana. De 6 a 9, na Paróquia do Lago Sul (QI 1). Informações: 3365.2963.D

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Kiko Goifman

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joãosinhotrintaPela primeira vez

o carnavalesco vai decorar a 45ª

Festa dos Estados, que este ano está de volta à antiga casa – o

Pavilhão de Exposições do

Parque da Cidade. Será um desafio decorar uma área tão

extensa, mas nada que seu talento não supere com sobra. "Como não estou com minha

equipe em Brasília, convidei a Escola de Samba Unidos do

Riacho para me ajudar; faremos tudo muito colorido e o teto terá

uma cobertura imitando um arco-íris”, revela Joãsinho Trinta. Além de Brasília, já confirmaram

presença 13 estados – Bahia, Goiás, Mato Grosso, Piauí,

Paraná, Rio, Minas, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Sergipe,

Amazonas, Rio Grande do Sul – e seis países – Japão, Marrocos,

Espanha, China, Suíça e Peru. 7, 8 e 9 de setembro. Ingressos

a R$ 10 e R$ 5.

DiadechuvaAlberto, Clarice, Fernanda e Frederico se encontram numa festa, numa noite chuvosa (que maravilha!) para se divertir. Aos poucos vão se soltando e o clima leve se torna mais pesado com o a revelação de segredos e mistérios dos dois casais. A peça Eutro – Tequila à Luz de Velas fica em cartaz no Teatro Goldoni de 14 próximo a 7 de outubro. Escrita e dirigida por Rodrigo Fischer, tem no elenco os atores Márcio Minervino, Osmar Bertazzoni Neto, Súlian Princivalli e Taís Felippe, integrantes do Grupo Experimental Desvio (GED), criado na Universidade de Brasília para pesquisar e produzir teatro experimental com foco no trabalho do ator. “Um dos objetivos do grupo é o de estabelecer, em Brasília, um núcleo de pesquisa e montagem com produções regulares e relevantes para o teatro local”, explica Rodrigo Fischer. Sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h. Ingressos a R$ 20 e R$ 10. Reservas: 3443.0606.

quatrilhoDois poetas de vanguarda homenageiam dois grandes poetas já falecidos. Adolfo Navas e Xico Chaves celebram, por meio de imagens, textos e objetos, o brasileiro João Cabral de Melo Neto e o catalão Joan Brossa. Nascido em Madri, Navas mora há 15 anos no Rio, onde é crítico de arte, curador

independente, ensaísta e tradutor. Xico é mineiro e mora também no Rio. Produz intervenções artísticas e instalação com minerais, pigmentos naturais e outros materiais.

O poeta e diplomata João Cabral de Melo Neto morou alguns anos na Espanha, onde conheceu Joan Brossa, que, como tantos outros intelectuais da época, freqüentava sua casa. Os primeiros livros de Brossa foram produzidos em uma pequena prensa manual Minerva, que Cabral possuía em casa. O poeta pernambucano exerceu forte influência sobre Brossa, criador de importante obra plástica e poética. Para o poeta catalão, não existiam gêneros nem fronteiras entre as artes. A mostra Quatrilho tem curadoria de Wagner Barja e pode ser vista no Centro América Latina (CAL), que fica no Edifício Anápolis (SCS). De terça a sexta, das 10 às 20h; sábados, domingos e feriados, das 12 às 18h. Informações: 3321.5811.

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Durante três dias o barulho das máquinas vai se misturar ao som das guitarras no Brasília Music Festival Moto

highway. Lookin for n’ adventure, in whatever comes our way”, será o início de um momento histórico. Uma das últimas possibilidades de se escutar ao vivo os refrões de Born to be wild.

Formado em 1967, no sul da Califórnia, o grupo marcou a década de 60 com a música hino da contracultura. Nos versos da canção surgiu o termo heavy metal thunder, que mais tarde serviria como fonte de batismo do estilo heavy metal. Outra curiosidade: o nome da banda no início era apenas Steppenwolf. Em 1978, Kay descobriu que um grupo estava usando o nome deles em vão. Foi aí que decidiu mudar para John Kay and Steppenwolf. Em Brasília, devem privilegiar sucessos como Magic Carpet Ride, Renegade e The Pusher.

UMA INICIATIVA EM PARTICULAR DA quarta edição do Brasília Music Festival chama atenção. Das 16 principais bandas convidadas, nove são covers, grupos que regravam canções consagradas. À primeira vista, parece estranho. “É uma oportunidade dessas bandas mostrarem seu valor. A cultura em Brasília precisa de chances e é issoque estamos fazendo”, justifica Reisman.

Para músicos e público, é como matar a saudade. “A gente curte bandas muito antigas, é uma possibilidade de aproximar a galera desse som meio inacessível hoje”, diz o vocalista do tributo a Lynyrd Skynyrd, Nathanael Almeida de Oliveira. Ele também é vice-presidente do Moto Clube Arcanjos do Brasil e apaixonado por velocidade. Difícil saber qual paixão é maior.

Nathanael seguiu à risca o que diz a música Free Bird, em que um homem larga a namorada para seguir seus sonhos e curtir a liberdade. “Quando me mudei para Brasília, minha grande namorada era São Paulo. Vim para me casar. Essa música me toca muito, dá um nó na garganta”, afirma.

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POR DIEGO RECENA

Wyatt tira o relógio do pulso e arremessa no chão. Billy observa. Ele também está em cima de uma moto de garfo dianteiro grande, guidão alto e tanque em forma de gota. Os dois atingem o deserto. Bain! Explode a música Born to be wild. Não fosse por Peter Fonda e Dennis Hopper, a cena do filme Easy Rider (Sem Destino) poderia se passar por aqui. Mais precisamente nos dias 7, 8 e 9, quando nosso autódromo será palco da quarta edição do Brasília Music Festival (BMF).

Desta vez, acrescente o sobrenome Moto ao evento. Brasília Music Festival Moto. O produtor do BMF, Rafael Reisman, foi beber na mesma fonte do clássico filme da década de 60 para escolher os destaques do evento. Mergulhou na combinação de roqueiros e motociclistas. Trouxe a banda John Kay & Steppenwolf, autora do hino rebelde de Easy Rider, e os responsáveis por um programa de televisão que criam motos sob medida, chamado Orange County Choppers (OCC). Além deles, o festival terá, entre outros, nomes como Os Britos, Blitz e Frejat.

Desde o início do mês, as atrações citadas

ajudam a criar um clima de

expectativa na cidade. “A confirmação da presença do American County Choppers agradou muito o público e a última turnê do Steppenwolf também. Ambos históricos”, diz Reisman. Ele tem razão. Entre um whisky e outro, os fãs têm comentado sobre as novidades do BMF, que antes de começar já é visto como o maior encontro de motos e rock da cidade. São esperadas 50 mil pessoas nos três dias.

PARA ESQUENTAR O ASFALTO, A EQUIPE do OCC traz direto de Nova York uma moto feita especialmente para o festival, cujo tema é a arquitetura de Brasília e os 100 anos de Oscar Niemeyer. Foi feita por Paul Sênior, Paul Junior e Mikey, protagonistas do programa. Por e-mail, a Roteiro entrevistou Sênior. “Nos baseamos em fotos para fazer a moto para Brasília. Agora terei a oportunidade de conhecer cada ponto turístico da cidade”, diz. “A moto está ficando linda, quero muito conferir o resultado de perto”, completa.

A moto fabricada pela OCC tem uma tampa de motor que leva os blocos do Teatro Nacional e rodas com a forma dos arcos do Palácio do Alvorada. Será vista pela primeira vez no desfile de 7 de setembro, quando 300 motociclistas de todo o país vão acelerar suas máquinas no Eixo Monumental. Depois do desfile, a família OCC subirá ao palco para uma apresentação ao vivo. Pela primeira vez eles gravarão um programa em terras brasileiras. O show vai ao ar pelo canal People + Arts. Após o BMF, a moto passará por todas as capitais do país, em homenagem ao centenário de Niemeyer.

Como se não bastasse ser a principal atração do festival, o show da banda Jonh Kay & Steppenwolf também deve ser um dos mais emblemáticos. Eles anunciaram que estão na última turnê pelo mundo. Quando cantarem “get your motor running, head out on the

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Brasília Music Festival Moto7, 8 e 9/9, no Autódromo Internacional de Brasília. Ingressos – pista, dia 7 ou 8, R$ 70 e R$ 35; passaporte pista, três dias, R$ 130 e R$ 65; área vip, dia 7 ou 8, R$ 150 e R$ 75; passaporte área vip, três dias, R$ 250 e R$ 125; somente dia 9, R$ 30 e R$ 15.

Três perguntas para Rafael Reisman

Ele promete uma orgia de guitarras quando cantar o hit, no encerramento do show. Seu companheiro de banda, Kiko Péres, também fala um pouco sobre os tributos. “Muitas bandas de rock não estão mais em atividade. Os tributos são uma forma de reviver um pouco do clássico que não tem como ver em primeira mão”, diz Péres. O ex-guitarrista do Natiruts vai se apresentar em três covers. Ele toca nos tributos a

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Led Zeppelin, Jimi Hendrix e Lynyrd Skynyrd.

No palco dos imortais também estarão Credence Cover – que já teve gravações autorizadas pela própria banda, e os tributos a The Police, Janis Joplin, Pink Floyd e Ben Harper. Além de Os Britos, grupo formado por George Israel, do Kid Abelha, e Rodrigo Santos, Guto Goffi e Nani Dias, todos do Barão Vermelho.

Tocam Beatles e já chegaram a fazer uma turnê pela Inglaterra, incluindo uma passagem pelo lendário Cavern Club de Liverpool.

Depois de edições focadas no rock e na música eletrônica, ou em ambos, desta vez o BMF traz como diferencial o universo dos motoqueiros. O que motivou essa escolha? Vi que esse publico é carente de eventos. Resolvi unir a paixão pelas motos com a paixão pelo o rock'n'roll. Qual o maior desafio de promover um grande festival em Brasília? O maior desafio é encontrar apoio no mercado local. Não existe patrocinador na cidade. Os empresários não acreditam no potencial cultural que a cidade tem. Você acha que a capital já faz parte do mapa dos grandes eventos musicais?Sem dúvida! Mesmo não tendo eventos com a mesma freqüência das metrópoles. Hoje já existe interesse por parte das próprias bandas de se apresentar em Brasília.

John Kay & Steppenwolf

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Paixão sobre duas rodas

POR LÚCIA LEÃO

FOTOS EDUARDO OLIVEIRA

“Há gente que gosta de escalar o Everest, uma paranóia como outra qualquer”. Mário Quintana usou certa vez esse exemplo para tornar insuspeita sua própria mania de “descobrir ruazinhas desconhecidas”. Sob essa ótica, e com a licença que o poeta nunca negou, qual a estranheza de se colecionar motocicletas? Pois é essa a mania do geólogo Augusto César Bittencourt Pires, 62 anos, doutor em prospecção mineral, professor da UnB e dono de uma das mais importantes coleções de veículos sobre duas rodas do país.

São mais de 100 motocicletas, bicicletas e cabinados com mecânica de motos, como a lendária Romi-Isetta, adquiridos e restaurados ao longo dos últimos 30 anos e hoje reunidos no museu Rodas do Tempo, um estranho no ninho de cozinhas industriais, armazéns e frigoríficos do SAAN, o Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte. “É um gosto que eu alimento desde a adolescência, em Niterói, onde ganhei essa Táxi Mundial”, conta César Augusto, mostrando a bicicleta motorizada da Rabeneick, indústria alemã que acoplou nas bicicletas um motor inglês para fabricar o veículo que fazia o maior sucesso entre os jovens brasileiros no final da década de 1950.

Desde então, Augusto César é um motociclista e, paralelamente ao estudo da geologia, que o levou a várias partes do mundo, tornou-se um grande mecânico autoditada. Hoje ele conta com a ajuda de Luiz para restaurar e

Professor da UnB é dono de uma das maiores coleções de motos do país

manter em pleno funcionamento todas as peças da coleção, mas no início o trabalho era todo dele. De algumas o professor tem um orgulho especial, como a Harley Davison 1957, com 1.200 cilindradas e sidecar, que rodou todo o País, em 2001, para a campanha publicitária de lançamento da telefonia celular no Brasil. “Eu comprei essa moto completamente deteriorada e a restaurei, peça por peça, na sala da minha casa”.

A MOTO MAIS VELHA da coleção é também uma Harley Davison, só que de 1927, seguida em antiguidade por duas Indians (1935 e 1939). Mas tem também Rokon, Matchless Gillera, Guzzi, Husqvarna, Mondial e outras tantas motos e lambretas, de passeio e de corrida, americanas, européias, japonesas, todas funcionando perfeitamente e prontas para rodar. Uma pequena Scooter 150cc de 1959, montada no Brasil com peças italianas, é a preferida, hoje, de Augusto César. Pelo menos duas vezes por semana – um problema na coluna limita hoje

especial

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Museu Rodas do TempoSAAN Quadra 2 – Lotes 455/465 (3363.7387)Horário de visitas: quintas-feiras, das 14h à meia noite, e sábados, das 10h à meia noite. Visitas guiadas de grupos podem ser agendadas para outros horários e dias da semana.

especial

seu tempo sobre duas rodas – ele chega nela para suas aulas na UnB.

Além das motos e bicicletas – muitas do tempo em que as moças pedalavam de saias e as rodas eram protegidos por redes para o pano não se prender nos aros – dois cantos do museu chamam especial atenção dos visitantes: num, estranhas bicicletas de madeira. Noutro, divertidos carrinhos de três rodas que lembram gigantescos insetos de ficção científica.

As bicicletas de madeira são réplicas do que Augusto César chama da “pré-história das motos”: o celífero, primeiro veículo sobre duas rodas de que se tem notícia, sem pedal e sem guidom (era impulsionado pelos pés e não fazia curvas), inventado na França em 1791; sua sucessora draisina, que era capaz de fazer curvas e foi inventada pelo alemão Karl Friedrich Drais von Sauerbronn em 1817; e finalmente o veículo com pedal, surgido em 1870 e do qual Inglaterra e França disputam a primazia da invenção.

“Essas peças mostram bem a evolução tecnológica e do design, que, como em tudo, acontecem de acordo com as necessidades que o homem vai sentindo”, explica o professor. As réplicas foram construídas pelo artesão Gilberto Zibe, de Sobradinho, sob encomenda e orientação Augusto César.

NO OUTRO EXTREMO DO SALÃO ESTÃO OS VEÍCULOScom mecânica de moto que ganharam cabines, inicialmente para enfrentar as intempéries e baixas temperaturas européias. O museu Rodas do Tempo possui três exemplares, dois deles especialmente representativos e valiosos: um Mers Schimitt 1957, construído por uma fábrica de aviões da Alemanha à imagem e semelhança de um aviãozinho de dois lugares, e uma Romi-Isetta, o carrinho simpático que circulou no Brasil na segunda metade da década de 1950 até sucumbir à pressão das multinacionais de veículos que na época começavam a se instalar por aqui.

Um apaixonado por essência, Augusto César não percorreu a Rota 66 nem conhece muito bem os poetas da geração beat que fizeram da Harley Davison um signo. Mas até hoje ama os Beatles e os Rolling Stones e oferece o espaço do museu para shows de rock e blues que congregam especialmente os motociclistas de Brasília todas as noites de sexta-feira. O espaço é aberto e qualquer um pode entrar nessa viagem!

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POR CRISTIANO TORRES

FOTOS RODRIGO OLIVEIRA

Quando o escritor Augusto de Campos escreveu o poema Luxo, em 1965, valendo-se ao mesmo tempo da semelhança fonética e da diferença entre os significados das palavras luxo e lixo, é possível que tenha se inspirado ao observar a constante deterioração e recriação dos espaços urbanos habitados. O público de Brasília está prestes a presenciar um processo semelhante, em que a degradação dá lugar ao requinte e ao esmero. É que o antigo Touring Club, localizado na região central da cidade e abandonado há mais de uma década, está sendo revitalizado e será sede da mostra de decoração Casa Cor Brasília.

A iniciativa é uma parceria entre o governo local, a organização do evento e a empresa proprietária do imóvel. O público pode conferir o resultado do próximo dia 19 até 28 de outubro, de terça a domingo, a partir das 12 horas. Serão 52 ambientes residenciais, comerciais e de prestação de serviços criados por vários arquitetos, designers, paisagistas e decoradores. Será a maior exposição de decoração e paisagismo já realizada em Brasília.

Para quem não se lembra, o Touring Club é um edifício histórico, localizado próximo à Esplanada dos Ministérios, que durante muito tempo serviu de referência para a capital. Mas, após um longo processo de degradação, o prédio passou, nos últimos anos, a ser ocupado por mendigos, pelo tráfico de drogas e

Pardieiro

Abandonado há dez anos, o velho prédio do Touring será um luxo a partir do dia 19

por uma borracharia irregular. Ueliton Caetano, sócio-diretor da

Global Distribuidora de Combustíveis, empresa proprietária do imóvel, relata que o esforço de recuperação do prédio se dá desde que ele foi adquirido em leilão, em outubro de 2006. Ele ficou satisfeito com a proposta do Governo do Distrito Federal e da organização da Casa Cor, de transformar o local num centro cultural. A responsável pelo evento, Moema Leão, explica que a escolha do Touring “converge com a proposta dos últimos anos da Casa Cor, de revitalizar espaços e edifícios históricos da cidade”.

O secretário de Cultura, Silvestre Gorgulho, destaca que a revitalização do Touring faz parte de uma proposta de resgate dos espaços públicos da área central de Brasília, que inclui ainda a Faculdade Dulcina de Moraes e o Conic. No início do ano o GDF estudou a possibilidade de demolir a estrutura, mas voltou atrás diante da idéia de reformar o prédio.

Após a Casa Cor, o GDF pretende manter no local um projeto de inserção digital, um espaço com computadores onde os visitantes poderão acessar a internet e fazer cursos de informática, explica Gorgulho. A intenção da Secretaria de Cultura é que o antigo edifício passe a integrar o espaço cultural formado, de um lado, pela Biblioteca Nacional e Museu da República, e de outro pelo Teatro Nacional e pela Arena Multiuso, o novo projeto oferecido à cidade pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

restaurado

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POR HEITOR MENEZES

Não é de hoje que a curiosidade de vizinho nos faz perceber que existe muito em comum na música do Cone Sul. “Um tango argentino me vai bem melhor que um blues...” – lembram do Belchior? Ressalte-se, porém, que, auto-suficientes nos mais variados estilos musicais, e detentores históricos de uma educação mala que impediu a difusão do castelhano como segunda língua, os brasileiros jamais conseguiram absorver, com as devidas exceções, a produção dos países hermanos.

Tivemos Gardel, Piazzolla, Mercedes Sosa, Charly García, Fito Paes, Inti Illimani... a memória começa a falhar quando se tenta listar músicos e compositores argentinos, chilenos e uruguaios, ditos populares, que tiveram discos lançados por aqui e fizeram algum sucesso entre nós.

As razões cabem num tratado que os defensores do Mercosul adorariam

Sonoridades do Cone SulQuatro encontros inéditos entre músicos brasileiros, argentinos e uruguaios ao longo deste mês no CCBB

passar horas lendo e discutindo. Nosotros, se é que ainda pensamos em música como valor transnacional, representante legítimo da expressão humana que não cabe em fronteiras, deveríamos prestar atenção no projeto Mercosul Musical, em cartaz ao longo deste mês no CCBB.

Com curadoria e direção artística do jornalista Antônio Carlos Miguel e do cantor e compositor Paulinho Moska, o projeto é uma verdadeira “Libertadores da América” musical, num torneio sem disputas, sempre um hermano e um brasileiro, onde quem ganha é o público.

Vejam as atrações. De 6 a 9, o uruguaio Jorge Drexler recebe o titã tribalista Arnaldo Antunes. O primeiro, desafiando toda a lógica cartesiana do dinheiro hollywoodiano, em 2005 ganhou o Oscar de melhor canção (Al otro lado del río, presente no filme Diários de Motocicleta). Foi o suficiente para que ganhasse respeito e

reconhecimento. É uma bela chance para ouvir sua música, mistura de milongas, candombes e tangos de Montevidéu e Buenos Aires costurados com uma suavidade personalíssima. Quanto a Antunes, nosso velho conhecido, não é preciso dizer muito. Ao vivo, sua mescla de poesia, performance e música continua impactante, atual e inteligente.

No fim de semana seguinte (13 a 15), o encontro é entre o platino-norte-americano Kevin Johansen e a ainda musa Paula Toller. Autêntico representante do mundo globalizado, Johansen nasceu no gélido Alasca, filho de mãe argentina (isso mesmo) e pai norte-americano. Viveu em Buenos Aires até mudar-se, em 1990, para Nova York, onde deslanchou carreira musical. Tem pelo menos quatro discos lançados e foi gravado por Paula Toller, daí a afinidade entre os dois. Aproveitando mais um período sabático no Kid Abelha, Toller solta mais um disco-solo

graves&agudos

Vitor Ramil

Pedro Aznar

Ana Ruth

Nora Lezano

Divulgação

Kevin Johansen

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Sonoridades do Cone SulQuatro encontros inéditos entre músicos brasileiros, argentinos e uruguaios ao longo deste mês no CCBB

(Só Nós) onde divide espaços com figuras como Donavon Frankenreiter, o próprio Johansen, Fausto Fawcett e Dado Villa-Lobos.

De 20 a 22, o alto nível do projeto continua com a apresentação do argentino Pedro Aznar em companhia de brasileiro Celso Fonseca. Aznar ficou mundialmente conhecido como integrante de uma das melhores formações do Pat Metheny Group, onde respondia por percussão e vocalises a la Milton Nascimento. Depois, embarcou em bem sucedida carreira que já conta com 11 discos-solo, incluindo um dedicado aos poemas de Jorge Luis Borges (Caja de Música) e outro, de 2005, intitulado Aznar Canta Brasil, no qual reverencia nossa música e nossos melhores autores (Chico Buarque, Tom Jobim, Egberto Gismonti, Lenine, Milton Nascimento, entre outros). O guitarrista carioca Celso Fonseca, por sua vez, pode ser visto no mesmo time de Bebel Gilberto e dos brasileiros

que fazem mais sucesso no exterior do que por aqui. Lembram de Sorte, cantada pela Gal Costa? O cara é o autor, mas não fica só nisso. Foi gravado por Gil, Bethânia, Zizi Possi, Nana Caymmi, Carlinhos Brown, a lista é extensa. E Slow Motion Bossa Nova? Até Giselle Bündchen ficou mais linda no comercial de sandálias que usa a canção de Fonseca como tema musical.

No encerramento do Mercosul Musical, entre os dias 27 e 29, outra dupla que merece a atenção é a formada pelo uruguaio (nascido na França) Luciano Supervielle e o gaúcho Vitor Ramil. Supervielle tem credenciais para mostrar com quantos bits se faz um tango electrónico. Pianista, DJ e arranjador, é um dos responsáveis, ao lado de Gustavo Santaolalla, pela reinvenção do tango. Os que se encantaram com a apresentação do Gotan Project não podem perder a outra vertente dessa interessante mistura que se apropria do hip-hop,

Marcosul MusicalDe 6 a 29/9 no teatro do CCBB. De 5ª a sábado, às 21h; nos domingos, às 20h. Ingressos a R$ 15 e R$ 7,50 (estudantes, correntistas do BB e pessoas com mais de 65 anos), disponíveis na bilheteria do CCBB a partir da 3ª feira anterior a cada estréia.

das colagens e dos scratches. Ao lado de bandoneons e instrumentos acústicos, temos a perfeita convivência entre tradição e modernidade. Já Vitor Ramil... É um absurdo Brasília passar tanto tempo sem receber o irmão de Kleiton e Kledir. Se tem um nome brasileiro ligado à música do Cone Sul, Vitor Ramil é o cara. Bem antes dessa celebração, já cruzava a tríplice fronteira e os pampas em busca de elementos comuns.

Aliás, esse negócio de brasileiro não gostar de argentino (e vice-versa), que fique claro, é coisa de publicitário faturando em cima de rivalidade besta no futebol. Gente sensata ouve música. Se ela for boa, dane-se a nacionalidade.

Jorge Drexler

Javier Salas

Arnaldo Antunes

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Divulgação

Paula Toller

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Exposição na Caixa Cultural traz toda a tradição da província de Shaanxi, no noroeste da China

galeriadearte

Da terra dos

Quando estiveram em São Paulo, em 2003, os guerreiros de Xian foram admirados por 817 mil pessoas em 109 dias de permanência no pavilhão da Oca, do Parque do Ibirapuera. Depois de adiar sua partida para poder ser visto por mais brasileiros, o simpático batalhão, formado por mais de 340 estátuas de terracota (argila cozida), seguiu para novas paragens, deixando saudades. Afinal, foi grande o encantamento despertado pela impressionante herança milenar das dinastias chinesas.

Pátria desses guerreiros, Xian fica justamente na

guerreiros de Xian

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tricolores da dinastia Tang, porcelanas do condado de Yao, artefatos em bronze descobertos em escavações, além de pedras como a Jade de Lantian, um riquíssimo depósito de gemas.

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Exposição Arte Popular da Terra dos Guerreiros de TerracotaAté 23/9, das 9 às 21h, na Caixa Cultural, Galeria Vitrine, 1º andar, com entrada franca.

província chinesa de Shaanxi, capital de 14 dinastias e berço das principais relíquias culturais da China, que

agora são apresentadas aos brasilienses na exposição Arte Popular da Terra dos Guerreiros de Terracota. Encravada no noroeste

do país, Shaanxi vem representada por acervo de 114 peças.

São pinturas, esculturas de argila, máscaras, estampas xilográficas do Ano Novo Chinês, figuras do teatro de sombra e até pipas e

recortes de papel. Também chamados de

flor de janela, esses recortes são tradição enraizada na cultura das aldeias de Shaanxi. Nos feriados ou festas populares das áreas rurais da província, os moradores enchem as janelas com os recortes que fizeram, todos representando símbolos de boa sorte, felicidade e prosperidade.

Outra tradição da região são as estampas xilográficas de Fengxiang, algumas com mais de 500 anos, e consideradas por muitos como as precursoras da gravura chinesa. O segredo é aliar as técnicas tradicionais das estampas xilográficas a novas habilidades de pintura e desenho. As imagens expressam, em linhas fortes, a paixão dos camponeses pela terra e o desejo de viver uma vida próspera.

Foi nos anos 50 que surgiu a tradição de camponeses retratarem a vida cotidiana com canetas e pincéis. Apesar de serem simples e rústicos, esses desenhos e pinturas assimilaram características dos bordados populares e dos recortes em papel. Quanto às colheres com máscara de She Huo, presentes na mostra, elas são desdobramento de um costume antigo. As bases das enxadas de madeira tinham suas pontas pintadas com expressões faciais, para exorcizar maus espíritos. A partir dos anos 80, artistas populares passaram a usar colheres grandes para fazer a pintura, que, além da proteção espiritual, passou a ser

valorizada como decoração.As famosas figuras do Teatro de

Sombras também virão a Brasília. Feitas na província para serem utilizadas na representação de silhuetas no palco, são confeccionadas em couro de búfalo ou de burro, ricamente pintadas, expressivas e refinadas. Já as esculturas coloridas fabricadas há mais de 500 anos, desde a dinastia Ming, são feitas com uma espécie de argila adesiva e representam, geralmente, tigres e leões, animais associados à proteção familiar, à segurança espiritual, saúde e paz e, por isso, estão sempre presentes nas manifestações populares.

Inventadas pelos chineses há mais de dois mil anos, as pipas de Shaanxi eram enfeitadas com cordas de instrumentos musicais. Assim, quando em contato com o vento, produziam o som do zheng, um instrumento chinês tradicional. Também estão expostas cerâmicas

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Sombras

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O mestre William Faulkner mostra toda a força das coisas passadas na vida presente

do passado

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Luz em AgostoWilliam FaulknerEditora Cosac Naify440 páginas, R$ 69

POR RICARDO PEDREIRA

Nove entre dez escritores de primeira costumam apontar William Faulkner como referência obrigatória em sua formação literária. Esse sulista norte-americano, que viveu de 1897 a 1962, é considerado um dos grandes mestres da literatura e semeou nos autores contemporâneos algumas das melhores técnicas da ficção moderna.

Faulkner não é autor fácil, de leitura rápida ou superficial. Na literatura brasileira, Guimarães Rosa ficou conhecido (e temido) pelo monumental Grande Sertão Veredas, mas escreveu também muita coisa mais acessível, até mesmo para as crianças. Já em Faulkner, praticamente todo o conjunto da obra é monumental e de grande elaboração.

Dizem os especialistas e estudiosos (e Faulkner é objeto permanente dessas tantas vezes chatas dissecações acadêmicas) que um bom início para conhecer sua obra é Luz em Agosto, que teve nova edição recentemente lançada no Brasil. Edição caprichada, como sempre faz a Cosac Naify, com nova e badalada tradução.

O livro começa devagarzinho, sem justificar a fama de hermético do autor, mas vai aos poucos nos envolvendo, desafiando, e logo vemos que estamos diante de algo muito diferente do habitual. A narrativa não é linear, se dá com idas e vindas no tempo, e a história se desenvolve a partir de diferentes narradores, em constantes deslocamentos. É um quebra-cabeça, um mosaico, que vai se compondo lentamente.

Luz em Agosto, como quase tudo o que escreveu Faulkner, se passa no sul dos Estados Unidos. Três personagens principais são os fios condutores da narrativa: Lena Grove, uma moça solteira e grávida que busca o pai do filho que carrega na barriga; Joe Christmas, um forasteiro misterioso, branco que acredita ter sangue negro; e o reverendo Gail Hightower, estigmatizado pela comunidade onde vive, por ter tido mulher infiel e suicida.

As histórias desses três se cruzam na cidadezinha de Jefferson, ali pelos anos 30, num ambiente de pobreza, racismo e intolerância religiosa. Lena, Christmas e Hightower são párias numa sociedade marcada pelo preconceito e atraso.

Na medida em que entramos no livro somos tomados pelo universo criado por Faulkner, como um sonho, ou como quem é atraído por um abismo. Mas queremos seguir adiante, encantados por seu clima de tragédia grega, de evangelho bíblico. “Há escritores que escrevem grandes livros. Há outros, muito raros, que instauram mundos. William Faulkner pertence a essa linhagem”, define o escritor Marçal Aquino na orelha dessa edição de Luz em Agosto.

Faulkner disse, certa vez, que no sul dos Estados Unidos, em agosto, a luz parece sugerir um outono no meio de verão. Como a decadência no meio da vida. Luz em Agosto trata da força permanente daquilo que nos aconteceu naquilo que somos, da impossibilidade de escapar do passado, que volta sempre, como as estações do ano.

A própria forma da narrativa, em que os fatos vão se colocando diante do leitor como flashes desconexos, ou lembranças vagas que depois fazem sentido, conduz a esse sentimento.

Luz em Agosto é mesmo obra-prima, uma experiência única, daquelas que marcam e nos dão a certeza de que, algum dia, voltaremos ao livro. Todo clássico traz sempre novas leituras. Mas é hora de ir para o próximo Faulkner.

William Faulkner não

concluiu nem a escola secundária.

Era beberrão e preferia a

companhia dos caipiras do

Mississipi, onde nasceu e viveu

boa parte da vida, aos literatos

que o endeusavam

como um dos maiores escritores do século XX. Foi Prêmio Nobel de

Literatura em 1949.Nascido numa família

tradicional e decadente, quis sempre, mas não conseguiu, viver apenas como fazendeiro. Acabou

ganhando a vida (e o whisky) com um poderoso talento para ficção.

Fez contos, novelas, romances e roteiros para Hollywood.

Embora tenha freqüentado pouco a escola, era homem de

imensa cultura, formada nos clássicos e nos textos bíblicos.

Tinha noção da grandeza da literatura que fazia e não deixava

por menos: “Para ser grande, é necessário 99% de talento, 99% de

disciplina e 99% de trabalho”. Seguiu a fórmula à risca.

Trabalhou à beça, escrevendo e reescrevendo com insistência tudo o que fazia. No fictício condado de

Yoknapatapwpha (“terra arruinada”, no idioma indígena),

ambientou grande parte dos seus livros e criou um imenso cenário

de decadência econômica e moral do sul dos Estados Unidos e da

própria existência humana.

O homem de Yoknapatawpha

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Tributo a

Quase tudo, na 26ª edição da Feira do Livro de Brasília, remete à obra do criador do Movimento Armorial

escritor e historiador. Apaixonado por Brasília, Adirson Vasconcelos já publicou mais de 30 livros. O primeiro, intitulado O Homem e a Cidade, foi editado quando a nova capital acabara de nascer, em 1960. Na feira, o público poderá comprar o livro Brasil, Capital Brasília, que resgata e reproduz essa saga.

Até o fechamento desta edição estava confirmada apenas uma presença internacional: a da escritora de livros infantis Alice Vieira, uma das maiores estrelas atuais da literatura portuguesa, com obras traduzidas e divulgadas em todo o mundo. Ela participará do seminário Leitura em Época de Globalização, dia 5, quarta-feira, às 14 horas. Haverá também uma mostra de cinema português. Serão apresentados os filmes Vale Abraão, O Delfim e Uma Abelha na Chuva, todos baseados em obras da literatura portuguesa.

Está confirmada também a presença de Paulo César de Araújo, que escreveu o livro Roberto Carlos em Detalhes e teve seu trabalho recolhido por ordem judicial, depois de ação movida pelo cantor. Ele participará do debate Liberdade de Expressão Versus Invasão de Privacidade no Século XX, no dia 8, das 18 às 20h, com a presença do professor da UnB, jornalista e sociólogo Luiz Martins.

26ª Feira do Livro de BrasíliaProgramação completa no site www.camaradolivrodf.com.br/camara

Ariano Suassuna

verso&prosa

Arena Cultural Pedra do Reino, Café Literário Auto da Compadecida, Oficina Acuã, Auditório Ariano Suassuna. São esses os nomes dos ambientes em que se desenvolvem as atividades da 26ª Feira do Livro de Brasília, até o dia 9, no anel externo do shopping Pátio Brasil. E todos fazem referência ao universo do homenageado deste ano, ninguém menos que o escritor paraibano Ariano Suassuna,

do alto de seus bem vividos 80 anos. Palestras, lançamento de livros

e até “contação” de histórias estarão remexendo o baú do escritor nordestino que encanta gerações de leitores e, agora, também de espectadores dos especiais para a televisão baseados em obras daquele que muitos consideram “o mais brasileiro dos brasileiros” (leia artigo de Gustavo Porpino ao lado).

O PATRONO DA FEIRA DO LIVRO SERÁAdirson Vasconcelos, que aqui chegou no dia 3 de maio de 1957 para fazer a cobertura jornalística da primeira

missa celebrada na cidade. Autor de dezenas de livros editados sobre o tema “Brasília”, esteve presente desde a primeira hora na epopéia da construção da nova capital. Jornalista, historiador, advogado e administrador de empresas, é pesquisador incansável, especialmente quando o tema

é a cidade que escolheu para viver. Foi eleito patrono por estar nesse caminho há 50 anos.

Espalhados por todos os ambientes, 60 painéis criados por Adirson vão resumir sua obra de memorialista. A exposição A História de

Brasília – Presente, Passado e Futuro mostra também, por meio das páginas de jornais, uma síntese dos livros do

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POR GUSTAVO PORPINO *

O homem de gestos e fala do sertão nordestino, quase sempre vestido de roupas de linho branco, merece nossa reverência pela sua defesa da identidade cultural brasileira. Ariano Vilar Suassuna, 80 anos, não gosta de sair do seu cantinho de mundo, a rua do Chacon, no histórico bairro Casa Forte, no Recife. Viaja por insistência dos outros. Quase sempre para brindar a nós, brasileiros como ele, com suas aulas-espetáculo recheadas de causos que mais parecem saídos da boca dos trovadores da Idade Média. Poesia, teatro, música armorial e boas narrativas. O universo de Ariano carrega de tudo um pouco.

A brasilidade de Ariano contagia, mas voltemos um pouco ao seu cantinho de mundo. Casa Forte, bairro inicialmente habitado pelos moradores de um engenho de cana-de-açúcar do século XVI, ainda guarda alguns antigos casarões e mantém preservada sua igreja. Num desses casarões, erguido em

1870, mora Ariano Suassuna, e não tentem convencê-lo a sair de lá – pior ainda se for em troca de uma mansão projetada por Niemeyer.

O lar do escritor remete à arquitetura do Brasil colonial, que para ele nunca deveria ter deixado de existir. O jardim tem mosaicos do artista Guilherme da Fonte, azulejos de Francisco Brennand, esculturas da esposa, e ainda namorada, Zélia, e outras figuras de barro do escultor Arnaldo Barbosa. A sala, com móveis de madeira e assentos de couro, exibe muitas obras de arte. Duas telas de maior proporção são de autoria de Manoel Dantas, filho de Ariano.

Quando estive por lá, ouvi dele a seguinte frase, antes de iniciar a entrevista: “Eu sou autor de Uma Farsa da Boa Preguiça. Por mim eu estava era deitado na minha cama”. Ariano consegue pôr seu estilo em tudo que diz, aliando o humor ao conhecimento. Os Suassuna, de modo geral, segundo o próprio Ariano, são bons contadores de história.

Guardião da brasilidade As raízes dos Suassuna estão no Rio

Grande do Norte. Ariano é paraibano de nascença e pernambucano de coração, mas, por sorte nossa, seu saber transcende em muito os muros de sua casa e as fronteiras do Nordeste. Algumas de suas obras, como O Auto da Compadecida (1955) e o Romance da Pedra do Reino (1971), foram traduzidas para diversos idiomas. Mas ouvir ou ler Ariano em bom português faz mais sentido. Convenhamos, como traduzir para o alemão, por exemplo, expressões típicas do homem sertanejo?

A Moça Caetana, tema recorrente nos escritos de Ariano, já levou Câmara Cascudo e Oswaldo Lamartine. O que será da cultura nordestina depois de Ariano render-se aos encantos da moça? A identidade cultural brasileira perderá seu maior defensor mas, “assentado em seu trono do Sertão”, Deus fará justiça para eternizar entre os mortais o legado universal de Ariano.

* Jornalista potiguar residente em Brasília, entrevistou Suassuna recentemente para a revista Preá, do Rio Grande do Norte.

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luzcâmeraação

POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Emilio Estevez mistura ficção e realidade para reconstituir um momento trágico da vida política americana – o do assassínio do senador Robert Kennedy no Hotel Ambassador, em Los Angeles, em 1968, logo após ter sido declarado vencedor das eleições primárias do Partido Democrata, na Califórnia, para ser candidato à presidência dos EUA. Não se trata, porém, de um filme sobre Bobby Kennedy. Trata-se, na verdade, da história de pessoas esperançosas numa mudança de rumo do país, que se encontravam, no dia 4 de junho de 1968, no Hotel Ambassador, recentemente demolido, como hóspedes, prestadores de serviços ou integrantes do staff do candidato democrata.

Os protagonistas, portanto, são representativos das diversas camadas da sociedade americana, que, naquela época, debatia questões de racismo, direitos humanos, assassinato do pastor Martin Luther King, guerra do Vietnã, disputas de basebol, violência urbana,

Sonho assassinadoBobby é um painel da sociedade americana dos anos 60, cuja esperança de construir um país melhor morreu junto com o senador Robert Kennedy

surgimento dos hippies e beatniks e disseminação do uso da droga (LSD) entre os jovens.

Apesar de a estrutura narrativa de Bobby se basear na de Grande Hotel, de Edmund Gouldi, com Greta Garbo e grande elenco, Oscar de Melhor Filme de 1931-32, a idéia de alinhavar dramas de mais de 20 personagens, interpretados também por nomes famosos do atual cinema americano, parece ter resultado em tarefa difícil para o pulso de Emilio Estevez, que, como diretor e roteirista, algumas vezes se perde na condução de temas tão diversos.

O primeiro é o da ociosidade da pessoa idosa, que se aposenta, se sente inútil e atormentada por doenças, transparente no diálogo do porteiro John Casey (Anthony Hopkins) com o amigo que o visita, Nelson (Harry Belafonte), a quem mostra as dependências do hotel, lembrando os áureos tempos em que nele se hospedavam Rita Hayworth, Bárbara Stanwick, Bing Crosby, Frank Sinatra e outros.

O segundo tema é o do racismo,

que se evidencia no duro embate do administrador da cozinha do hotel, Daryl Tymmons (Christian Slater), com os garçons mexicanos José Rojas (Freddy Rodriguez) e Miguel (Jacob Vargas) e, por extensão, com o negro Edward Robinson (Laurence Fishburne).

Há também a questão do adultério de um dos administradores do hotel, Paul Ebbers (William H. Macy), casado com a cabeleireira Miriam (Sharon Stone), que usa um apartamento para ter encontros amorosos, nem sempre bem sucedidos, com a telefonista Ângela (Heather Graham).

Há uma jovem, Diane (Lindsay Lohan), que, contrariando os pais, se prepara para casar com William Avary (Elijah Wood) apenas pela intenção de livrá-lo da obrigação de ir para o front de batalha no Vietnã e depois voltar, como outros seus colegas, dentro de um caixão para ser enterrado pela família.

Há o tema do alcoolismo, que degrada cada vez mais a relação do casal Virginia Fallon (Demi Moore), cantora que se apronta para saudar o senador Robert Kennedy na sua chegada ao

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Sonho assassinadoBobby é um painel da sociedade americana dos anos 60, cuja esperança de construir um país melhor morreu junto com o senador Robert Kennedy

hotel, e Tim Fallon (Emilio Estevez), um ex-baterista ofuscado pela fama da mulher.

Paralelo ao alcoolismo, há o tema da droga, focalizado no personagem de um hippie (Achton Kuscher), hóspede de um dos melhores apartamentos do hotel, que faz da bela Suzan Taylor (Mary Elizabeth Winstead) uma isca para atrair, nos halls e corredores, jovens como Jimmy (Brian Gerachty) e Cooper (Shia LeBoeuf), a fim de iniciá-los, por meio de uma conversa enganosa, num possível contato com Deus pelo uso do LSD.

E, por fim, há a ambição política desmedida de jovens integrantes do staff do senador Robert Kennedy, como Wade Buckley (Joshua Jackson) e Dwayne (Nick Cannon), que, empolgados com os resultados das eleições primárias do Partido Democrata, na Califórnia, já se consideram futuros titulares de altos cargos na Casa Branca.

Se a direção de Emilio Esteves falha principalmente na parte inicial, expositiva dos personagens, ela ganha certo alento e até mesmo brilhantismo

nas seqüências finais em que, auxiliada por primorosa trilha sonora, imprime clima de vibrante emoção ao reconstituir a cena do assassinato do senador Robert Kennedy na cozinha do hotel Ambassador, às primeiras horas do dia 5 de junho de 1968, quando também vários dos protagonistas do filme saem feridos.

Não é de se estranhar, portanto, que Bobby, ao ser exibido no último Festival de Veneza, tenha recebido aplausos de pé da platéia, além da indicação ao Globo de Ouro de Melhor Filme pela Associação de Críticos de Nova York. Concorreu para esse êxito, também, o trabalho admirável do elenco, com alguns nomes que precisam ser destacados, como os de Anthony Hopkins e do cantor Harry Belafonte, que foi amigo do senador Robert Kennedy.

As atrizes Sharon Stone e Demi Moore, bem dirigidas, têm também uma cena memorável diante de espelhos no salão de beleza do hotel. William H. Macey, Helen Hunt, Christian Slater, Freddy Rodriguez, Jacob Vargas e

BobbyEUA/2006, 120 min. Direção e roteiro: Emilio Estevez. Com Anthony Hopkins, Harry Belafonte, Sharon Stone, Demi Moore, Lindsey Lohan, Elijad Wood, William H. Macy, Helen Hunt, Christian Slater, Laurence Fishburne, Freddy Rodriguez, Emilio Estevez, Joshua Jackson, Martin Sheen, Nick Cannon, Heasther Graham, Shia LeBoeuf e Brian Geraghty.

Laurence Fishburne compõem muito bem seus papéis. Mas quem se afina realmente com a direção e lhe facilita o elo de ligação entre os diversos temas abordados é o canadense Joshua Jackson, que, na coordenação do staff de Bobby Kennedy no hotel, tem presença marcante no filme.

Bobby é importante do ponto de vista documental. É a história de gente comum do povo americano que, como o senador democrata, alimentava esperança de que o país tivesse, tanto no plano interno como no externo, política de sentido mais justo e altruísta do que tem hoje. Se a direção de Emílio Estevez tem pontos falhos, ao final consegue imprimir forte emoção na cena do atentado contra o senador.

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Fotos: Divulgação

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POR SÉRGIO MORICONI

Apesar de ter sido uma das figuras centrais do cinema do século XX, Roberto Rossellini foi constantemente desconsiderado pela crítica de seu país nos anos 50 e 60. A crítica de esquerda o considerava católico demais, ideologicamente dúbio, e a de direita fazia restrições a sua moral pessoal, principalmente depois do que chamaram de “escandalosa união com a atriz Ingrid Bergman”. Foram os cineastas franceses criadores da nouvelle vague, especialmente François Truffaut e Jean-Luc Godard, que o reabilitaram,

A arte pedagógica

O “pai” do neo-realismo italiano, movimento que revolucionou o cinema no pós-guerra, ganha retrospectiva dos desconhecidos filmes didáticos que fez para a TV nos anos 70

declarando que um filme como Viagem à Itália estava uma década à frente de sua época. A mostra Rossellini TV Utopia – de 5 a 16 deste mês, no CCBB – deixa de lado o período neo-realista do realizador, de clássicos como Roma, Cidade Aberta, Paisà e Alemanha, Ano Zero, e traz as obras do projeto didático que ele desenvolveu para a TV italiana na fase final de sua vida.

Quando o neo-realismo perdeu força nos anos 50, depois que as seqüelas da guerra deixaram de ser preponderantes, Rossellini tentou uma breve incursão pelo cinema mais comercial, fazendo De Crápula a Herói (1959) e Vanina

Vanini (1961), este último baseado numa história de Stendhal. O primeiro foi muito bem de público e de crítica; o segundo, um fracasso total. De qualquer modo, o diretor não ficou satisfeito com o resultado artístico de nenhum dos dois. Deu um solene adeus ao cinema e abraçou a televisão, vislumbrando nessa mídia popular a possibilidade de fazer algo verdadeiramente útil para os cidadãos. Já há algum tempo Rossellini vinha considerando o cinema um instrumento de mistificação. A Idade do Ferro (1964) e A Tomada do Poder Por Luís XIV foram as primeiras obras desse novo momento. Surpreendentemente,

de Rossellini

Santo AgostinhoBlaise Pascal

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Rossellini TV UtopiaDe 5 a 16/9, no cinema do CCBB Programação completa em www.bb.com.br/cultura

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ambos fizeram uma carreira internacional de grande êxito nas salas de cinema.

Sua série de produções para TV prosseguiu com Sócrates (1970), Blaise Pascal (1971), Santo Agostinho (1972) e A Idade dos Médici (1972), obras que estão programadas em Rossellini TV Utopia. Pouco antes de morrer, em 1977, com 71 anos, Rossellini tentava conseguir um editor para publicar Um Espírito Livre Não Tem Nada a Aprender Com a Escravidão, livro que se tornaria uma síntese de seu pensamento. Certa vez, quando perguntado sobre seu papel como diretor de cinema, respondeu sorrindo que se considerava apenas um provocador. Na verdade, o diretor foi amadurecendo com o tempo a idéia de que, de um modo geral – e este era um conceito que vinha dos gregos – a arte tinha como principal atributo a função pedagógica.

Essa atitude do diretor e sua polêmica proposta pedagógica vão ser discutidas em Rossellini TV Utopia no dia 16, num debate coordenado pelo curador da mostra, Steve Berg, que contará ainda com a presença do jornalista e crítico Pedro Butcher (da Folha de S. Paulo), do montador Ricardo Miranda (colaborador de Glauber Rocha em A Idade da Terra), do antropólogo Robson Cruz (graduado em história e atual doutorando da UFRJ) e do cineasta e documentarista Joel Pizzini, que vai apresentar na mostra seu novo documentário, A Morte do Pai, enfocando as passagens de Rossellini pelo Brasil.

Será também uma oportunidade para discutir movimentos como o neo-realismo, além de todas as estéticas realistas que surgem – e surgiram – quando uma consciência acima de tudo ética e moral se sobrepõe a interesses comerciais ou a meras considerações formais dos artistas. Para Rossellini, não foram unicamente as circunstâncias de aguda crise social dos anos 40 que possibilitaram a ruptura com padrões mais “conservadores” de atitude artística. Mas na Itália havia a guerra e suas conseqüências. O neo-realismo surgiu de seus escombros, já em 1945,

com Roma Cidade Aberta. Ainda assim, mesmo fruto desse contexto, uma análise detalhada de outros principais filmes e diretores do movimento mostra diferenças bastante significativas nas maneiras de ver a realidade.

Uma única e eloqüente unanimidade ficaria por conta da percepção de que houve sem dúvida uma divisão de águas na história do cinema. Nunca antes se havia visto um tratamento tão radicalmente realista dos temas, com a utilização de atores não profissionais e de cenários naturais (o abandono quase que total dos estúdios), e ainda um profundo engajamento político de seus participantes. Não se deve nunca perder de vista que o neo-realismo foi um

cinema essencialmente de resistência antifascista. Maior teórico do movimento, o francês André Bazin definiu-o como o “cinema do fato” ou “reportagem reconstituída”. Em ambos os casos, ele não esquecia de dizer, havia implícita uma mensagem fundamental de solidariedade humana. Isso era o básico e foi esse princípio fundamental que procurou preservar em sua obra tardia para a televisão. Rossellini sempre procurou evitar as restrições de um realismo strictu sensu. Em 1952, ele definiria realismo como “simplesmente a forma artística da verdade”.

Encontro com Glauber Rocha, numa de suas visitas ao Brasil

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oO adolescente autista que desenha

compulsivamente e já vendeu mais de 100 retratos a colecionadores e admiradores; a dançarina e coreógrafa que, mesmo sofrendo de atrofia muscular, participa de festivais de dança pelo mundo inteiro; o artesão e violeiro que, por amor à música, supera sua deficiência e a discriminação, criando um método único de tocar e fabricar suas violas a partir da palmeira de buriti.

Lições A visão de cineastas de várias partes do mundo sobre o universo dos portadores de deficiências

Exemplos de superação como esses estão presentes em todos os filmes programados para o festival Assim Vivemos, que o CCBB/Brasília realiza a partir do próximo dia 18. Em sua terceira edição – a primeira foi há quatro anos – o festival vai exibir ao público brasiliense, segundo seus idealizadores, “o que de mais inovador tem sido produzido no cinema a respeito do tema da deficiência,

no Brasil e no exterior, lançando novos pontos de vista sobre a situação dos portadores de necessidades especiais’’.

Até o dia 30, de terça-feira a domingo, sempre com entrada franca, serão exibidos 36 filmes, entre curtas, médias e longas-metragens de ficção ou documentários, realizados em 17 países – Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Canadá, Escócia, Espanha, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Israel, Itália, Polônia, Rússia, Suíça e Brasil, que este ano terá uma participação maior, com sete filmes na programação.

“O festival joga luz sobre o universo das pessoas com deficiência e, por meio da arte, busca romper as barreiras do preconceito, apresentando ficções e documentários que tratam do tema da deficiência em suas diversas formas e em diferentes países do mundo. São filmes estrangeiros e nacionais inéditos que revelam a existência de uma produção fecunda e de alta qualidade sobre essa temática”, explicam os curadores da mostra, Lara Pozzobon e Gustavo Acioli.

Os filmes, sem exceção, contêm relatos emocionantes sobre casos de Banda Einweicher

de vida

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Assim Vivemos – Festival Internacional de Filmes sobre DeficiênciaDe 18 a 30/9, de terça a domingo, às 14h30, 16h30, 18h30 e 20h30, no cinema do CCBB. Entrada franca. Programação completa em www.roteirobrasilia.com.br.

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superação, como o de Jonathan Lerman, o adolescente de 15 anos diagnosticado como autista e que se revelou exímio caricaturista. Ou de Judith Scott, que, depois de passar anos isolada da família, por ter “alto grau de retardo mental”, foi diagnosticada como deficiente auditiva e a partir daí mostrou ser uma escultora de grande talento.

Obras ditas experimentais, que buscam transportar o espectador para a dura realidade dos portadores de necessidades especiais, também marcam presença na mostra. O documentário Lo Obvio y Lo Obtuso, da espanhola Nuria Polo, projeta imagens que procuram reproduzir as percepções cotidianas descritas pelos cegos. O cinema de animação está representado pela produção nacional Professor, Aqui Quem Fala é Seu Aluno, curiosa experiência feita por estudantes surdos de 6 a 12 anos que apresentam, em desenhos, um pouco do que vivem nas salas de aula.

Inspirado no festival Wie wir leben, realizado em Munique, na Alemanha, o Assim Vivemos tem como palavra-chave a “acessibilidade”, garantida tanto no espaço físico da sala de cinema quanto no sistema de adaptação dos filmes para as diferentes deficiências. Assim é que, durante todas as exibições, uma dupla de atores fará a dublagem interpretada dos diálogos dos filmes, que será transmitida por fones disponíveis para o público com deficiência visual.

Serão inseridas também legendas audiodescritivas, com informações extra-diálogos, para o público de pessoas com deficiência auditiva. Além disso, estarão disponíveis catálogos em braile, com informações e sinopses, e os debates terão tradução simultânea para a Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Fio de

Angústia, solidão, amargura e, no finalzinho, um raio de sol no filme de estréia da dinamarquesa Pernille Fischer Christensen

POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Será lícito que as pessoas, por não saberem lidar com as emoções, se deixem amargurar tanto dentro de seus apartamentos, enquanto fora deles explode em flores a primavera? – é a indagação, de sentido poético, que, numa conjugação de imagens internas e externas, a cineasta estreante dinamarquesa Pernille Fischer Christensen formula a todo o tempo em Além do Desejo, ganhador do Grande Prêmio do Júri e de Revelação do

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Além do desejoSuécia/Dinamarca/2006, 104 min. Direção: Penille Fischer Christensen. Com Tryne Dyrhelm, David Dencik, Frank Thiel, Elisabeth Steentoft e Christian Mosfaek

Festival de Berlim, além de outras distinções.

Até certo ponto engessada pelos preceitos de linguagem do Dogma 95, Christensen, que escreveu também o roteiro em colaboração com Kim Fubz Aekson, não consegue, porém, envolver de todo o espectador no pretenso sentido poético de sua narrativa porque sonega informações sobre alguns personagens e usa um narrador em off que interrompe a ação e se mostra absolutamente desnecessário.

A história é de Charlotte (Trine Dyrhelm), empresária de 32 anos, dona de um salão de beleza, que põe fim ao relacionamento de quatro anos com um médico recém-formado em vias de se tornar residente, Kristian (Frank Thiel), indo morar num prédio de apartamentos no subúrbio de uma cidade dinamarquesa.

Sentindo-se sozinha, Charlotte não encontra estímulo sequer para desfazer os pacotes de mudança e organizar suas coisas nos devidos lugares do apartamento. Para mudar de posição a cama, por exemplo, ela não se constrange em chamar o ex-companheiro e pedir sua ajuda. Ele, porém, ao chegar, insiste para que ela volte para casa. Irritada, nervosa, Charlotte o manda embora, sem que consiga mudar a cama de lugar.

Há no prédio, entretanto, um transexual, Verônica (David Dencik), que, enquanto aguarda autorização das autoridades para fazer a cirurgia de mudança de sexo, costura para fora e atende, num ambiente penumbroso, clientes masoquistas, que só depois de

levarem açoites conseguem a satisfação sexual. É à procura de Verônica que Charlotte vai, a fim de pedir ajuda para mudar a cama de lugar.

Verônica, porém, vive angustiada. Não se sente capaz de abrir a janela para ver a primavera explodindo em flores nas árvores que enfeitam a rua em que mora. Seu apartamento é pequeno, escuro e deprimente. Quando recebe a visita da mãe (Elisabeth Steentoft), que a chama de Ulrik, as duas ficam apenas no estreito corredor de entrada. E o diálogo que se trava entre elas é carregado de ressentimentos de ambas as partes. Verônica tem também uma cadela, Miss Daisy, e aprecia ver novelas de televisão, o que faz quase sempre roendo as unhas.

Levando uma vida assim, vazia, sem perspectiva, Verônica, no sufoco da solidão, abusa do uso de barbitúricos. Mas é salva por Charlotte, que, pelo celular, obtém orientação de Kristian de como deve proceder no seu atendimento. Enquanto Verônica se recupera no hospital, Charlotte toma conta de Miss Daisy. Quando ela volta, porém, a convivência com Charlotte se torna conflituosa porque sentimentos confusos, inesperados, começam a surgir entre elas, agravados pela insistência de Kristian, que deseja a qualquer custo levar a ex-amante de volta.

Apesar do tema, a linguagem narrativa de Christensen, se não ameniza a amargura dos personagens, não deixa também que o filme caia na morbidez, característica de outros do Dogma 95. Ao contrário, o sentido

de sua narrativa é sempre elevado, como se zombasse dos personagens por não valorizarem mais a vida e não perceberem que a esperança renasce a cada primavera. E nisso ela encontra ajuda na excelência dos planos fotográficos de Erik Krolberg Husen – que, ao contrário de outros filmes do Dogma 95, não faz uso de imagens desfocadas pelo emprego de câmara na mão – e no belo comentário musical, de natureza camerística, de dois compositores eslavos, Magnus Iarlbo e Sebastian Oberg.

Além disso, Christensen extrai do elenco boas interpretações, como as de Tryne Dyrhelm e Frank Thiel, que improvisam bastante, já que seus personagens, Charlotte e Kristian, são os que se ressentem de definições mais precisas no roteiro. Tryne, além de bonita e sensível, usa técnica de composição que a aproxima da italiana Margherita Buy, vista recentemente em Dias de Abandono. Sua Charlotte denota temperamento difícil, insatisfação interior, que ela extravasa no desejo de fustigar ou de depreciar as pessoas que dela se aproximem. Mas, embora seja uma criatura condenada a ficar sozinha, ela deixa entrever, na cena final, uma possível mudança de postura, pois antes de entrar no apartamento de Verônica tem um instante para apreciar pela janela a beleza do sol que brilha com intensidade lá fora.

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POR REYNALDO DOMINGOS FERREIRA

Tal como está retratado em O Ultimato Bourne, de Paul Greengrass, o agente secreto criado pelo escritor Robert Ludlum durante a Guerra Fria ganha, nessa sua terceira jornada, forte conotação política, qual seja a de tornar evidente como é corrupto o sistema de

A epopéia

Mais um eletrizante thriller de espionagem sobre o agente secreto que segue à procura de sua identidade

estado e como são maus os que o comandam, os quais, segundo sua ótica, se distanciam cada vez mais dos ideais da sociedade americana.

Por isso, Jason Bourne (Matt Damon), figura metafórica, de feição sempre dura, está em pânico à procura, pelo mundo inteiro, de quem o fez perder sua identidade, que ele só vai

encontrar, na verdade, no seu próprio meio, em Nova York, base do Blackbriar, programa que o fez deixar de ser David Webb para se tornar um grande assassino.

De qualquer forma, porém, há uma advertência inicial de um dos agentes da CIA, Noah Vosen (David Strathairn), de que tudo em relação a Bourne, cujo reaparecimento significa uma ameaça, é coisa de cinema. E de fato é. Pois ele se transformou numa sofisticada arma humana capaz de se voltar contra a própria agência que o criou.

Quem inicia a história do filme – cujo roteiro é assinado por Tony Gilroy e Scott Z. Burns – é o repórter de um jornal inglês, Simon Ross (Paddy Considine), que, tendo ouvido um chefe da CIA, escreve matéria de primeira página sobre as atividades clandestinas da agência e tece considerações sobre o programa Blackbriar, especulando ainda a respeito da existência de Jason Bourne.

Ao ler a matéria, Bourne – que depois de perder a mulher, Maria Kreutz, assassinada, só pensara em vingança – se vê novamente como alvo e decide reaparecer, confirmando a expectativa da CIA, para descobrir quem o ensinou a matar. A seqüência em que ele, já devidamente identificado pelo esquema de segurança, procura obter informações de Simon Ross na estação ferroviária Waterloo, em Londres, sobre a fonte da matéria, é o único e grande momento do filme.

Nele, Paul Greengrass, que recebera indicação ao Oscar no ano passado por seu excelente trabalho em Vôo 93, demonstra uma vez mais como sabe fazer ficção usando a participação de figuras reais. No caso, misturando atores com transeuntes, sem que esses sequer percebam que estão sendo filmados. Com câmera de Oliver Wood, extremamente ágil, e uma precisão no uso de zoons, Greengrass cria momentos de incessante suspense para o espectador ao pontilhar as imagens da perseguição a Jason Bourne com um comentário musical, de John Powell, de ritmo tenso, em que prevalecem instrumentos de percussão.

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ACADEMIA DE TÊNIS - 3316.6373

CINE I – CIDADE DOS HOMENS (16 anos). DIRETOR: PAULO MORELLI (113 MIN). 2ª a 6ª, 17h10, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10, 19h20 e 21h30.

CINE II – BAILA COMIGO (12 anos). DIRETOR: RANDALL MILLER (103 MIN). 2ª a 6ª, 17h, 19h20 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 14h40, 17h, 19h20 e 21h40.

CINE III – A PONTE (12 anos). DIRETOR: RANDALL MILLER (103 MIN). 2ª a 6ª, 17h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 17h40 e 21h40. ENCONTRO COM MILTON SANTOS (10 anos). DIRETOR: SILVIO TENDLER (96 MIN). 2ª a 6ª, 19h40; Sáb., dom. e fer., 15h40 e 19h40.

CINE IV – UM LUGAR NA PLATÉIA (10 anos). DIRETOR: DANIELE THOMPSON (105 MIN). 2ª a 6ª, 17h30, 19h30 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.

CINE V – ALÉM DO DESEJO (16 anos). DIRETOR: EERNILLE FISCHER (90 MIN). 2ª a 6ª, 17h10, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h, 17h10, 19h20 e 21h30.

CINE VI – ACREDITE! UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM... (10 anos). DIRETOR: JORGE MORENO (90 MIN). 2ª a 6ª, 17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40.

CINE VII – O PRIMO BASÍLIO (16 anos). DIRETOR: DANIEL FILHO (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h30.

CINE VIII – SEM RESERVAS (livre). DIRETOR: SCOTT HICKS (104 MIN). 2ª a 6ª, 17h40, 19h40 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 15h40, 17h40, 19h40 e 21h40.

CINE IX – PARIS, EU TE AMO (16 anos). VÁRIOS DIRETORES (126 MIN). 2ª a 6ª, 16h30, 19h e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h30, 19h e 21h30.

CINE X – GAROTAS, GRITOS E MÚSICA (16 anos). DIRETOR: CHUS GUTIERREZ (89 MIN). 2ª a 6ª, 17h20; Sáb., dom. e fer., 15h30 e 17h20. A PEDRA DO REINO (14 anos). DIRETOR: LUIS FERNANDO CARVALHO (200 MIN). 2ª a 6ª, 19h10 (1ª parte) e 21h30 (2ª parte); Sáb., dom. e fer., 19h10 (1ª parte) e 21h30 (2ª parte).

OBS.: SEXTA-FEIRA NÃO SERÁ EXIBIDA A SESSÃO DO FILME “PRIMO BASÍLIO”, ÀS 21h30, EM VIRTUDE DA PRÉ-ESTRÉIA DO FILME “MARIA”, NA SALA VII.

CINE ACADEMIA DECK NORTE

CINE I – OS SIMPSONS – O FILME (livre)(DUBLADO). DIRETOR: DAVID SILVERMAN (90 MIN). 2ª a 6ª, 17h20, 19h20 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20, 19h20 e 21h20.

CINE II – O ULTIMATO BOURNE. DIRETOR: PAUL GREENGRASS (115 MIN). 2ª a 6ª, 16h50, 19h10 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 16h50, 19h10 e 21h30.

CINE III – RATATOUILLE (12 anos). DIRETOR: BRAD BIRD / BOB PETERSON (120 MIN). 2ª a 6ª, 16h40; Sáb., dom. e fer., 14h20 e 16h40. SANEAMENTO BÁSICO (12 anos). DIRETOR: JORGE FURTADO (113 MIN). 2ª a 6ª, 19h e 21h20; Sáb., dom. e fer., 19h e 21h20.

CINE IV – MIMZY – A CHAVE DO UNIVERSO

PROGRAMAÇÃO DO CINE ACADEMIA PARA O PERÍODO DE 31 DE AGOSTO A 5 DE SETEMBRO

Recorte o cupom de descontos na página 16 para pagar meia entrada no Cine Academia, de 2ª a 5ª feira.

Informações de responsabilidade da rede Cine Academia (Tel: 3316.6811 / 3316.6373)

(livre)(DUBLADO). DIRETOR: ROBERT SHAYE (100 MIN). 2ª a 6ª, 17h30; Sáb., dom. e fer., 15h30 e 17h30. QUEBRA DE CONFIANÇA (12 anos). DIRETOR: BILLY RAY (110 MIN). 2ª a 6ª, 19h30 e 21h40; Sáb., dom. e fer., 19h30 e 21h40.

CINE V – LICENSA PARA CASAR (10 anos). DIRETOR: KEN KWAPIS (91 MIN). 2ª a 6ª, 17h30, 19h30 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 15h30, 17h30, 19h30 e 21h30.

CINE ACADEMIA AEROPORTO - 3364.9566

CINE I – TRANSFORMERS (10 anos). DIRETOR: MICHAEL BAY (143 MIN). 2ª a 6ª, 15h20, 18h10 e 21h; Sáb., dom. e fer., 15h20, 18h10 e 21h.

CINE II – MESTRE BIMBA – A CAPOEIRA ILUMINADA (livre). DIRETOR: LUIZ FERNANDO GOULART (78 MIN). 2ª a 6ª, 17h40; Sáb., dom. e fer., 17h40. O CHEIRO DO RALO (16 anos). DIRETOR: HEITOR DHALIA (100 MIN). 2ª a 6ª, 19h20 e 21h20; Sáb., dom. e fer., 19h20 e 21h20.

CINE III – A GRANDE FINAL (12 anos). DIRETOR: GERARDO OLIVARES (88 MIN). 2ª a 6ª, 17h20; Sáb., dom. e fer., 17h20. BOBBY (14 anos). DIRETOR: EMÍLIO ESTEVEZ (120 MIN). 2ª a 6ª, 19h10 e 21h30; Sáb., dom. e fer., 19h10 e 21h30.

CINE IV – QUATRO ESTRELAS (12 anos). DIRETOR: CHRISTIAN VINCENT (101 MIN). 2ª a 6ª, 17h20 e 19h20; Sáb., dom. e fer., 15h20, 17h20 e 19h20. A MORTE PEDE CARONA (16 anos). DIRETOR: KEVIN SMITH (97 MIN). 2ª a 6ª, 21h20; Sáb., dom. e fer., 21h20.

O Ultimato BourneEUA/2007, 111 min. Direção: Paul Greengrass. Com Matt Damon, Julia Sitles, David Strathairn, Scott Glenn, Paddy Considine, Edgard Ramirez, Albert Finney, Joan Allen, Tom Gallop, Corey Johnson e Daniel Bruhl.

Os dois atores, Matt Damon e Paddy Considine, sob a mira de um dos matadores da nova geração do programa, Paz (Edgard Ramirez), realizam verdadeira coreografia em Waterloo, impondo de início grande tumulto em seus perseguidores, que deixam de acompanhar o diálogo travado entre ambos, graças a uma hábil troca do celular grampeado do repórter por outro pré-pago, previamente providenciada por Bourne. Sabedor de que a fonte da matéria de Ross é Neals Daniel (Colin Stinton), Bourne vai à procura de seus criadores, iniciando a frenética busca por Moscou.

Enquanto isso, o sistema de segurança de estado se reúne, em Nova York, para montar uma estratégia de perseguição a Bourne. O agente Noah Vosen chama para ajudá-lo, na missão, Pámela Landy (Joan Allen), com quem já se desentendera antes, mas tenta superar as diferenças, tendo em vista ser ela uma especialista em Bourne. Landy, por sua vez, quer resolver o mistério que

envolve a figura do agente secreto perseguido, não só porque sente pena dele mas também porque tem forte sentimento de responsabilidade por tudo o que lhe aconteceu.

A história que Gilroy criou, com base na obra de Ludlum, é propositadamente repleta de vieses que instigam o espectador a inquirir se Jason Bourne é um matador ou se foi ele criado para ser isso pelo sistema. A composição de Matt Damon, entretanto, é contraditória sob esse aspecto porque a todo tempo quer dar ao agente secreto a aparência de não ser um matador. Ele renega essa condição. Quer a todo custo descobrir quem fez dele um assassino. O seu Bourne é um homem contra o atual sistema que, por sua vez, deseja eliminá-lo seja a que custo for.

Apesar disso, Damon se mostra aplicadíssimo no que diz respeito à observância da linha intimista da direção de Greengrass. E faz todas as coreografias possíveis para manter o

ritmo de alucinada procura de sua identidade pelas ruas e avenidas de Paris, Madri, Londres, Tanger (Marrocos) e Nova York, tal como lhe exigiram o roteiro e a direção. Mas em nenhum momento, em termos de composição, ele supera suas duas atuações anteriores, em Os Infiltrados, de Martin Scorsese, e O Bom Pastor, de Robert de Niro. Os demais atores estão todos corretos.

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