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1 UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ROTEIROS TURÍSTICOS NO CONTEXTO DA AGLOMERAÇÃO URBANA DO NORDESTE/RS Cristiane Bertoco Caxias do Sul Dezembro de 2008

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SULCURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ROTEIROS TURÍSTICOS NO CONTEXTO DA AGLOMERAÇÃO URBANA DO NORDESTE/RS

Cristiane Bertoco

Caxias do SulDezembro de 2008

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CRISTIANE BERTOCO

ROTEIROS TURÍSTICOS NO CONTEXTO DA AGLOMERAÇÃO URBANA DO NORDESTE/RS

Trabalho apresentado como parte dos requisitos para aprovação na disciplina de Laboratório de Arquitetura e

Urbanismo

Coordenadora:

Prof. Arq. Maria Fernanda de Oliveira Nunes

Orientadora:

Arq. Ilka Beatriz Filippini

Supervisora:

Prof. Arq. Vera Lúcia Bueno Fischer

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Caxias do SulDezembro de 2008

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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A todos aqueles que buscam o desenvolvimento do turismo e valorização dos patrimônios regionais;

Aos meus avós, que me mostraram à sua maneira a importância da cultura da nossa região;

Aos meus pais, que sempre me ajudaram e apoiaram em todos os momentos.

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AGRADECIMENTOS

À Aglomeração Urbana do Nordeste – AUNe, pela oportunidade da realização deste

estágio, em uma instituição de tamanha importância.

À Arquiteta e orientadora, Ilka Beatriz Filippini pelo entusiasmo, atenção e

conhecimento proporcionado ao longo do trabalho.

Ao Professor Arquiteto Carlos Eduardo Pedone, contato da AUNe com o

OBSERVATUR, pela disponibilidade.

À supervisora Professora Vera Lúcia Bueno Fischer, pela dedicação e apoio.

Aos Comitês Técnicos da AUNe e da OBSERVATUR, pela disponibilização de

material de pesquisa e discussões acerca do trabalho, e ao Rafael Dametto, bolsista

da AUNe, pelo auxílio sempre que necessário.

À Beatriz Paullus, da ATUASERRA, pela disponibilização de material e

esclarecimento de dúvidas.

A Carlo Peraboni, professor do Politécnico de Milão, por despertar o interesse sobre

o tema, na disciplina de Analisi dei sistemi urbani e territoriali, realizada em

intercâmbio com aquela Universidade.

Aos amigos Amanda, Márcio, Mônica e Graziela, pela ajuda, incentivo e

compreensão.

Aos meus pais, Alice e Joaquin, e ao Julian, pela companhia na realização de

pesquisas e apoio incondicional.

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RESUMO

O presente trabalho trata do tema de planejamento territorial regional e sua relação

com os roteiros e equipamentos de turismo. Tem como objetivo principal gerar

subsídios à Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, para o

reconhecimento do turismo no seu território, analisando as possibilidades de

integração dos Roteiros Turísticos existentes. Para isso, busca fundamentação

metodológica nos estudos de caso do planejamento da Província de Perúgia, na

Itália e do Parque Natural de Montseny, na Espanha. Essa metodologia foi adaptada

para a identificação dos elementos de atratividade e de apoio ao turismo, bem como

para o mapeamento e caracterização dos roteiros e atrativos turísticos. O estudo

conclui que é possível integrar os roteiros turísticos na AUNe, através dos elementos

atrativos e de apoio ao turismo, bem como com instrumentos de gestão regional e

de valorização do território.

Palavras-chave: Planejamento regional; roteiros turísticos; AUNe.

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1: PRAÇA DE PÁDUA COM MERCADO AO FUNDO............................................................................15

FIGURA 2: CÂNION ITAIMBEZINHO, EM CAMBARÁ DO SUL, RS.....................................................................16

FIGURA 3: RUÍNAS DE SÃO MIGUEL DAS MISSÕES, RS..................................................................................16

FIGURA 4: VIGNOBLE DE VERTUS, CHAMPAGNE, FRANÇA.............................................................................17

FIGURA 5: USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPÚ, PARANÁ...................................................................................17

FIGURA 6: CORSO ALEGÓRICO DA FESTA DA UVA, CAXIAS DO SUL, RS..........................................................18

FIGURA 7: ECOTURISMO NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU, PARANÁ.......................................................19

FIGURA 8: SANTUÁRIO E ROMARIA DE CARAVAGGIO, EM FARROUPILHA....................................................20

FIGURA 9: PARAGLIDER NO PÓLO DE AVENTURA DO RIO DAS ANTAS, BENTO GONÇALVES, RS.....................21

FIGURA 10: FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO EM BOLONHA, ITÁLIA.................................................22

FIGURA 11: TURISMO RURAL EM UMA FAZENDA EM RIO PARDO, RS............................................................23

FIGURA 12: VISITAÇÃO A VINÍCOLA NA SERRA GAÚCHA, BENTO GONÇALVES, RS..........................................24

FIGURA 13: LOCALIZAÇÃO DA UMBRIA NA ITÁLIA........................................................................................26

FIGURA 14: IMAGEM DA UMBRIA ATÉ 1970. A: CASTELO DE GUBBIO, B: IGREJA E PONTE EM ASSIS.............27

FIGURA 15: MAPA COM EQUIPAMENTOS URBANOS E INFRA-ESTRUTURA PRINCIPAL...................................29

FIGURA 16: MAPA “CONES VISUAIS E AS IMAGENS DA UMBRIA”..................................................................30

FIGURA 17: DETALHE DO MAPA “CONES VISUAIS E AS IMAGENS DA UMBRIA”.............................................31

FIGURA 18: DETALHE DO MAPA “CONES VISUAIS E AS IMAGENS DA UMBRIA”.............................................31

FIGURA 19: LOCALIZAÇÃO DO PARQUE DE MONTSENY NA ESPANHA...........................................................33

FIGURA 20: MAPA TURÍSTICO DO PARQUE COM IDENTIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS PRINCIPAIS....................34

FIGURA 21: EXEMPLO DE FICHA DE ROTAS POR AUTOMÓVEIS: EL TURÓ DE L’HOME....................................36

FIGURA 22: AUNE NO RIO GRANDE DO SUL..................................................................................................37

FIGURA 23: MUNICÍPIOS DA AUNE...............................................................................................................38

FIGURA 24: REGIÕES TURÍSTICAS DO RIO GRANDE DO SUL...........................................................................40

FIGURA 25: AUNE NA REGIÃO TURÍSTICA UVA E VINHO................................................................................42

FIGURA 26: PRIMEIRO MAPA TURÍSTICO DO PROJETO CULTURAL CAMINHOS DE PEDRA..............................43

FIGURA 27:AUNE NA RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ATLÂNTICA..............................................................46

FIGURA 28: VALE DO RIO DAS ANTAS, EM BENTO GONÇALVES.....................................................................47

FIGURA 29: USINA HIDRELÉTRICA CASTRO ALVES, ENTRE NOVA PÁDUA E NOVA ROMA DO SUL...................49

FIGURA 30: PROBLEMAS NA ESTRUTURA DO MODAL FERROVIÁRIO A. TRILHOS COBERTOS PELO ASFALTO EM BENTO GONÇALVES, B. CONSTRUÇÕES IRREGULARES PRÓXIMAS À FERROVIA, EM GARIBALDI.....................53

FIGURA 31: TREM TURÍSTICO “MARIA FUMAÇA”, EM GARIBALDI.................................................................55

FIGURA 32: TRAVESSIA DE BALSA, NO RIO TAQUARI, EM SANTA TEREZA......................................................56

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FIGURA 33: HOTEL VILLA MICHELON, EM BENTO GONÇALVES......................................................................58

FIGURA 34: PARQUE DE EVENTOS DA FUNDAPARQUE, EM BENTO GONÇALVES............................................60

FIGURA 35: SHOPPING IGUATEMI, EM CAXIAS DO SUL.................................................................................60

FIGURA 36: PASSEIOS ALTERNATIVOS. A: ONIBUS ANTIGO, B: PASSEIO DE “CARROSSON”............................64

FIGURA 37: TURISMO RURAL NO INTERIOR DE BENTO GONÇALVES..............................................................73

FIGURA 38: ROTEIRO CULTURAL NO CENTRO DE GARIBALDI.........................................................................74

FIGURA 39: ECOTURISMO EM CRIÚVA , CAXIAS DO SUL................................................................................75

FIGURA 40: ENOTURISMO EM BENTO GONÇALVES.......................................................................................76

FIGURA 41: ROTEIRO “MARIA FUMAÇA”, ENTRE BENTO GONÇALVES E CARLOS BARBOSA............................76

FIGURA 42: HOTEL FAZENDA PALMEIRA DOS ILHÉUS, EM SÃO MARCOS.......................................................85

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1: HOTÉIS E POUSADAS.................................................................................................................61

QUADRO 2: GASTRONOMIA - ATENDIMENTO AO TURISMO.........................................................................62

QUADRO 3: OPERADORAS E AGÊNCIAS DE TURISMO....................................................................................62

QUADRO 4: INDÚSTRIAS VINÍCOLAS.............................................................................................................65

ÍNDICE DE MAPAS

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................................................12

2. TURISMO E PLANEJAMENTO DO TERRITÓRIO...........................................................................................14

2.1. ROTEIROS TURÍSTICOS, ATRATIVOS TURÍSTICOS E TIPOS DE TURISMO...................................................................................142.1.1. Ecoturismo............................................................................................................................................192.1.2. Turismo Cultural...................................................................................................................................192.1.3. Turismo de Aventura............................................................................................................................202.1.4. Turismo de Negócios e Eventos............................................................................................................212.1.5. Turismo Rural.......................................................................................................................................222.1.6. Turismo Técnico...................................................................................................................................23

2.2. REGIÃO E TERRITÓRIO.........................................................................................................................................242.3. EXPERIÊNCIAS REFERENCIAIS..................................................................................................................................25

2.3.1. Turismo e Planejamento Territorial na Província de Perugia – Itália..................................................262.3.2. Rotas Turísticas no Parque Natural de Montseny – Espanha..............................................................33

3. A AUNE NO CONTEXTO TURÍSTICO...........................................................................................................37

3.1. LOCALIZAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO.........................................................................................................................373.1.1. Serra Gaúcha e Região Uva e Vinho.....................................................................................................39

3.2. CARACTERÍSTICAS DA AUNE RELACIONADAS AO TURISMO................................................................................................433.2.1. Elementos Atrativos.............................................................................................................................443.2.1.1. Estruturas Ambientais e paisagens naturais....................................................................................443.2.1.2. Aspectos Culturais da AUNe..............................................................................................................493.2.2. Estruturas de Apoio ao Turismo...........................................................................................................523.2.2.1. Vias de Circulação e Equipamentos de Transporte...........................................................................523.2.2.2. Serviços e Equipamentos de Apoio ao Turismo na AUNe.................................................................56

4. ROTEIROS TURÍSTICOS NA AUNE..............................................................................................................66

4.1. METODOLOGIA E CRITÉRIOS..................................................................................................................................664.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ROTEIROS TURÍSTICOS DA AUNE....................................................................................................67

4.2.1. Roteiros Consolidados..........................................................................................................................684.2.2. Roteiros Em Desenvolvimento.............................................................................................................694.2.2. Roteiros Indicados em Trabalhos Científicos.......................................................................................714.2.3. Atrativos Turísticos da AUNe...............................................................................................................72

4.3. CARACTERIZAÇÃO DOS ROTEIROS TURÍSTICOS DA AUNE.................................................................................................73

5. ANÁLISE DOS DADOS E RECOMENDAÇÕES................................................................................................78

5.1. RELAÇÃO DA AUNE COM OS REFERENCIAIS ESTUDADOS..................................................................................................785.2. CARACTERÍSTICAS DA AUNE E POSSIBILIDADES DE INTEGRAÇÃO TURÍSTICA.............................................................................80

2.2.1. Possibilidades de Integração Viária dos Roteiros Turísticos................................................................815.1.2. Possibilidades de integração dos Roteiros Turísticos através dos Serviços e Equipamentos de Turismo...........................................................................................................................................................845.2.2. Possibilidades de Integração do Turismo da AUNe através dos Elementos Atrativos Ambientais e Culturais.........................................................................................................................................................89

6. RELATO DE ESTÁGIO................................................................................................................................93

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................................................................95

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...................................................................................................................................................................96

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS.......................................................................................................................97

ANEXO A – SERRA GAÚCHA NOS TRILHOS: SEMINÁRIO TREM E DESENVOLVIMENTO REGIONAL. CONCLUSÕES E PRÓXIMOS PASSOS.................................................................................................................................106

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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1. INTRODUÇÃO

O turismo é hoje uma das economias mais importantes para a geração de

renda e melhoria da qualidade de vida da população em diversas regiões no mundo.

Sua contribuição é relevante para o desenvolvimento regional, sendo o

planejamento, portanto, fundamental para o desenvolvimento econômico e social,

bem como a valorização dos patrimônios e das populações locais.

A Aglomeração Urbana no Nordeste, instituída pelo Governo do Estado do

Rio Grande do Sul em 1994, é um destacado centro econômico do Estado, sendo

considerada um pólo industrial e de prestação de serviços, com grande potencial

turístico e cultural. É possuidora dos melhores índices de desenvolvimento sócio-

econômico e desenvolvimento humano, integrando uma das regiões turísticas mais

importantes do país.

O presente trabalho inicia os estudos para a geração de subsídios para o

planejamento regional do turismo, compilando dados para a melhor visualização do

turismo na região, com vistas à integração dos roteiros turísticos na Aglomeração

Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul. Os estudos apresentados, realizados em

estágio no Comitê Técnico da AUNe, visam identificar quais são as características

do território da AUNe que possibilitam a integração dos roteiros turísticos regionais.

A hipótese é de que os municípios da AUNe reunem atrativos ambientais e

culturais similares, que podem ser integrados a partir da percepção da identidade da

região e interligados pelas estruturas de acesso, circulação, equipamentos de

transporte, serviços e suportes ao turismo.

A fundamentação metodológica para a identificação desses elementos foi

buscada nos estudos do Plano Territorial de Coordenação da Província de Perúgia,

na região central da Itália, que foi adaptada e aplicada para o presente trabalho.

O objetivo geral é analisar as possibilidades de integração dos roteiros

turísticos na Aglomeração, através da sobreposição dos dados existentes à base

cartográfica utilizada pela AUNe. Para atingir esse objetivo, os dados apresentados

são divididos em três temáticas: O contexto turístico da AUNe, que relaciona a Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Aglomeração ao contexto turístico existente e identifica os elementos do território

que possibilitam a integração; a identificação e caracterização dos roteiros e

atrativos turísticos existentes; e por fim, o cruzamento dos dados e análise referente

às possibilidades de integração. O trabalho está estruturado da seguinte forma:

• No capítulo 2 é realizada uma revisão bibliográfica sobre os conceitos de

turismo, segmentação turística, atrativos e roteiros turísticos, bem como de

território e região. Também são apresentados os estudos de caso do

planejamento da Província de Perúgia, na Itália e do Parque Natural Del

Montseny, na Espanha, que fundamentarão as metodologias adotadas para a

coleta a análise dos dados sobre a AUNe;

• No capítulo 3, apresenta-se o objeto de estudo, localizando-o no contexto

turístico estadual, identificando os aspectos do território relacionados ao turismo;

• No capítulo 4, identificam-se e caracterizam-se os roteiros e atrativos

turísticos da AUNe, relatando-se os critérios de abordagem e de coleta dos

dados;

• No capítulo 5, são apresentadas as análises entre os roteiros turísticos e os

elementos do território da AUNe que possibilitam a sua integração, identificando-

se as potencialidades e dificuldades nesse sentido, e gerando recomendações

para a integração turística.

A regionalização dos roteiros turísticos sempre foi um passo fundamental

para o funcionamento desta atividade. Salvo cidades como Veneza, Roma e Paris

(que também envolvem a região, porém subjetivamente), internacionalmente pouco

se fala em Roteiro turístico de determinada cidade, porém se fala em regiões como a

do Champagne, na França; “Le Cinque Terre”, na Itália; ou das praias do Nordeste

do Brasil.

O reconhecimento do turismo a nível regional, e das possibilidades de

integração na AUNe vislumbram uma maior valorização da região como atrativo a

nível nacional. Mais do que apenas fortalecer uma determinada atividade

econômica, o reconhecimento dessa potencialidade pode fortalecer uma identidade

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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regional, potencializando os esforços de planejamento e desenvolvimento na

Aglomeração.

2. TURISMO E PLANEJAMENTO DO TERRITÓRIO

A atividade turística, embora considerada um fenômeno ligado à civilização moderna, teve início junto com o homem, ao descobrir a possibilidade de locomover-se e descobrir caminhos, buscando satisfação para o corpo e para o espírito (ROSE, 2002, pg 4).

Conforme o autor acima citado, os motivos para viajar são diversos. A

necessidade de manter relações entre os diferentes governos, o interesse de

relações comerciais e trocas de mercadorias com outros países ou o de se deslocar

até locais de interesse religioso ou místico, motivaram viagens desde antiguidade.

Hoje, mais do que uma forma de fazer negócios ou buscar momentos de

lazer, o turismo representa uma atividade de grande importância que movimenta a

economia de muitas cidades, podendo ser uma alavanca para o desenvolvimento de

uma região ou país. Segundo Rose (2002), o desenvolvimento de algumas

localidades frente ao turismo é inegável, pois ele gera divisas e é distribuidor de

rendas, gerando empregos, melhorando a qualidade de vida, preservando os

patrimônios e promovendo o intercâmbio cultural. A Organização Mundial do

Turismo (apud ROSE, 2002) define turismo como: [...] um conjunto de atividades realizadas pelas pessoas durante suas viagens e paradas em diferentes lugares, que não o seu habitat, por um tempo consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios ou outros motivos, sem fins lucrativos” (ROSE, 2002, p. 2).

Para o planejamento do turismo, é necessário entender alguns conceitos

relacionados aos contextos territoriais e turísticos, como os abaixo descritos.

2.1. Roteiros Turísticos, Atrativos Turísticos e Tipos de TurismoO Ministério do Turismo define roteiro turístico como um

[...] itinerário caracterizado por um ou mais elementos que lhe conferem identidade, definido e estruturado para fins de planejamento, gestão, promoção e comercialização turística das localidades que formam o roteiro (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007, pg 13).

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Brambatti (2002), entende roteiro turístico como o percurso ou caminho

percorrido por turistas, onde os atrativos se encadeiam de forma organizada, e as

paisagens, cultura e arquitetura se fundem. Segundo o autor, para que possa existir

um roteiro, é necessário um planejamento e a existência de uma infra-estrutura

mínima para atender ao visitante, formando uma cadeia produtiva.

Atrativos turísticos, por sua vez, são definidos pelo Ministério do Turismo

(2007) como os elementos físicos ou culturais capazes de motivar o deslocamento

de pessoas para conhecê-los. Para Rose (2002), o conceito de atrativo turístico

varia de pessoa para pessoa, dependendo do motivo da viagem e da percepção

que o visitante tem daqueles lugares.

Em geral, um atrativo possui maior valor quando seu diferencial for mais

significativo. Muitas vezes, aspectos que são comuns ou cotidianos em uma

localidade, podem ser bastante atrativos para turistas externos (ROSE, 2002). Um

exemplo, a nível internacional, é a praça de Palladio em Pádua, na Itália, que faz

parte da tradição dos habitantes da cidade como o ‘prato sem erva’ e onde se

desenvolve o mercado1 da cidade (Figura 1).

Figura 1: Praça de Pádua com mercado ao fundo

Os tipos de atrativos turísticos, segundo o Ministério do Turismo (2008), são

assim classificados:

1 Do original “mercato” em italiano, é a venda de mercadorias em espaço aberto, em determinados dias da semana, como nas “feiras” de rua brasileiras, onde se vende de tudo.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Atrativos naturais : atrativos da natureza que possam atrair fluxos turísticos.

Podem ser montanhas (Figura 2), rios, praias, clima, fauna, flora, etc.

Figura 2: Cânion Itaimbezinho, em Cambará do Sul, RS

• Atrativos Culturais : Bens da cultura material ou imaterial, como arquitetura,

artesanato, gastronomia, festas, manifestações artísticas e outros. As Ruínas de

São Miguel das Missões (Figura 3), bem como o acervo artístico no museu das

Missões são exemplos de atrativos da cultura material.

Figura 3: Ruínas de São Miguel das Missões, RS

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• Atividades Econômicas : Atividades produtivas capazes de motivar a visitação

turística, tais como a fabricação de cristais e agropecuária. A região de

Champagne, na França (Figura 4), mundialmente conhecida pela produção de

espumantes, é um exemplo desse tipo de atrativo.

Figura 4: Vignoble de Vertus, Champagne, França

Fonte: Adaptado de GRÄBER, 2008

• Realizações técnicas, científicas e artísticas : Instalações, obras ou pesquisas

de qualquer época, capazes de motivar o interesse turístico. Um exemplo no

Brasil é a Usina Hidrelétrica de Itaipú (Figura 5), que atrai turistas de todo o

mundo, motivados por sua dimensão e pelas Cataratas do Iguaçu.

Figura 5: Usina Hidrelétrica de Itaipú, Paraná

Fonte: SMTU, 2008a

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• Eventos programados : Eventos que promovam a grande concentração de

pessoas para a discussão de assuntos de interesse comum, realização de

negócios ou exposições, tais como feiras e congressos. Segundo a publicação

citada, podem ser “de natureza comercial, profissional, técnica, científica, cultural,

política, religiosa, turística, entre outras, com datas e horários pré-estabelecidos”

(MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, pg 28). A festa da Uva, por exemplo, em

Caxias do Sul (Figura 6) é um evento cultural que atrai turistas de todo o país

para prestigiar as exposições e festividades por ela programadas.

Figura 6: Corso Alegórico da Festa da Uva, Caxias do Sul, RS

Fonte: CHAVES, 2008

A segmentação turística, que determina os tipos de turismo, é entendida

pelo Ministério do Turismo como “uma forma de organizar o turismo para fins de

planejamento, gestão e mercado” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, pg 3). Essa

segmentação é definida pelo tipo de oferta e características da demanda, onde as

peculiaridades desses elementos dão identidade e determinam a imagem de um

roteiro.

O Ministério do Turismo (2008), estabelece a seguinte classificação: turismo

social, ecoturismo, turismo cultural, de estudos e intercâmbios, de esportes, de

pesca, náutico, de aventura, de sol e praia, de negócios e eventos, rural e de saúde.

Por sua vez, Oliveira (apud ROSE, 2002) classifica, além desses, o turismo

de lazer, de águas termais, religioso, de compras, gastronômico, de cruzeiros

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marítimos, técnico, turismo de juventude e turismo gay. Como forma aplicada dessa

classificação, apresentamos a seguir as definições dos tipos de turismo recorrentes

na região da AUNe/RS.

2.1.1. Ecoturismo

Também definido como turismo ecológico, tem como atrativos as atividades

ligadas à natureza, com o intuito de conscientização ecológica. Uma das principais

características é a utilização dos patrimônios naturais e culturais de forma

sustentável, baseando-se em uma inter-relação vivencial com o eco-sistema,

costumes e história local. (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008). Envolve caminhadas

e passeios ao ar livre (Figura 7), além de registro da flora e fauna local.

Figura 7: Ecoturismo no Parque Nacional do Iguaçu, Paraná

Fonte: SMTU, 2008b

2.1.2. Turismo Cultural

O Ministério do Turismo define o turismo cultural da seguinte maneira:Turismo Cultural compreende as atividades turísticas relacionadas à vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, pg 13).

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Nesse tipo de turismo, o interesse do visitante está voltado à vivência do

patrimônio histórico e cultural, através da aquisição de conhecimento, experiências

participativas e de contemplação. Segundo a classificação adotada pelo Ministério

do Turismo (2008), envolve os turísmos cívico, religioso, místico e esotérico bem

como o étnico e gastronômico. Um exemplo de turismo religioso na região da AUNe

é a Romaria de Caravaggio, em Farroupilha (Figura 8), que atrai turistas locais e do

país para as celebrações.

Figura 8: Santuário e Romaria de Caravaggio, em Farroupilha

Fonte: SANTUÁRIO DE CARAVAGGIO, 2008.

2.1.3. Turismo de Aventura

Surgido a partir do Ecoturismo e dividido posteriormente por possuir

características próprias, o Turismo de Aventura envolve a prática de atividades de

caráter recreativo e sem intenção competitiva. É realizado em lugares comumente

não atrativos para a maioria dos turistas, e podem ocorrer não apenas em espaços

naturais, mas também em ambientes urbanos, áreas rurais, protegidos ou não.

Envolve atividades como rafting, alpinismo, rapel e paraglider (Figura 9).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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21

Figura 9: Paraglider no Pólo de Aventura do Rio das Antas, Bento Gonçalves, RS

Fonte: ATUASERRA, 2004

2.1.4. Turismo de Negócios e Eventos

É o turismo ligado à troca de mercadorias e à participação em eventos, e

existe desde o início das civilizações, movimentando boa parte do fluxo turístico

mundial. Conforme Oliveira (apud ROSE, 2002), só este ramo turístico movimenta

cerca de 40% do turismo internacional, servindo como instrumento para divulgar os

produtos turísticos da região que o recebe.

Seminários, Congressos e Feiras (Figura 10) são os principais atrativos

nesse tipo de turismo, e pode ocorrer em qualquer época do ano. Uma das

características é sua alta rentabilidade, em função de o turista normalmente ter

condições de gastos maiores e retornar mais vezes. Além disso, as atividades de

outros segmentos turísticos podem ser incrementadas em função de visitas pelos

turistas em horários livres ou períodos pré ou pós-eventos, sozinhos ou

acompanhados (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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22

Figura 10: Feira Internacional de Construção em Bolonha, Itália

2.1.5. Turismo Rural

Esse ramo turístico possui diversas interpretações conceituais, que

dependem da forma como é conduzido, de acordo com o local e as inter-relações

com os demais. Segundo Zimmerman (apud BRAMBATTI, 2002), o turismo rural

surgiu da necessidade de contraposição ao turismo de massas, “aproveitando os

recursos naturais, respeitando a cultura local, resgatando os hábitos e costumes

locais e respeitando o meio ambiente” (BRAMBATTI, 2002, pg 10).

O conceito adotado pelo Ministério do Turismo, porém, é de que seria o

“conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a

produção agropecuária[...] resgatando e promovendo o patrimônio natural e cultural

da comunidade” (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2008, pg 49).

Uma das conceituações para o turismo rural, no Brasil, é o Agroturismo, e

compreende as atividades internas à propriedade, com a participação em atividades

agrícolas que fazem parte do cotidiano da propriedade(MINISTÉRIO DO TURISMO,

2008, pg 51). Na Europa, essa definição corresponde também ao alojamento em

edificações existentes no meio rural, onde o turista pode participar de atividades

relacionadas à agropecuária atual ou histórica (BRAMBATTI, 2002).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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No Rio Grande do Sul, diversas regiões exploram esse segmento turístico

como forma de incrementar a renda e valorizar a cultura local, como acontece em

diversas fazendas de Rio Pardo (Figura11).

Figura 11: Turismo rural em uma Fazenda em Rio Pardo, RS

2.1.6. Turismo Técnico

Indicado por Oliveira (apud ROSE, 2002), o Turismo Técnico é praticado

com o interesse de aquisição de conhecimento acerca de avanços tecnológicos e de

mercado, para aplicação em empresas, cidades ou países. Como exemplo, citam-se

as visitas a instalações fabris de diversos tipos em alguns países como França e

Alemanha.

É comum na região da AUNe o Enoturismo, envolvendo visitas à vinícolas e

parreirais, cursos de degustação e a troca de informações sobre as diversas formas

de produção vinífera. Algumas vinícolas que recebem visitações em suas

instalações fabris, aliam a produção vinícola à cultura da região, como mostra a

Figura 12.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 12: Visitação a Vinícola na Serra Gaúcha, Bento Gonçalves, RS

2.2. Região e TerritórioPara um melhor entendimento de que ‘região’ turística trata esta monografia,

descreve-se a seguir o conceito adotado para a caracterização de região e território.

Segundo Geiger (1996), o termo “território”, é originado da palavra “terra”,

significando inicialmente “uma porção não pedregosa, asfaltada ou cimentada da

superfície terrestre” (GEIGER, 1996), referindo-se a uma extensão de terra

submetida a uma relação de posse por um determinado grupo social. Também para

Pereira (2000) o conceito de território está ligado à idéia de poder e de relações

políticas, envolvendo processos de gestão a partir de poderes públicos ou privados.

Os dois autores destacam que não se deve confundir território com espaço, sendo

que este tem um significado mais abrangente; nem com lugar, que define uma área

mais singular.

Esses conceitos são também defendidos por Andrade (1996), ressaltando

que “a formação de um território dá às pessoas a consciência de sua participação,

provocando um sentimento de territorialidade que, de forma subjetiva, cria uma

consciência de confraternização [...] ” (ANDRADE, 1996). Para essa autora, o termo

“territorialidade” está ligado à tudo aquilo que está dentro do território e submetido à

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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sua gestão, bem como ao processo de sentimento por parte da população de fazer

parte de um território.

O termo “região”, por outro lado, para Pereira (2000) está ligado à idéia de

particularidade, de fazer parte de uma porção da superfície terrestre, caracterizando

“regionalização” como distinguir espaços através dos preceitos de ‘homogeneidade’

ou de ‘polarização’. Segundo esse autor, existem quatro abordagens para a

regionalização: como diferenciação de áreas, como classificação, como instrumento

de ação e como processo.

O conhecimento dessa terminologia servirá para esclarecer ao longo do

presente trabalho, quando da abordagem de temas referentes a esses conceitos.

2.3. Experiências ReferenciaisPara fundamentar e identificar os elementos do território da AUNe voltados

ao turismo, foi necessário conhecer experiências, a nível internacional, desse tipo de

planejamento. Para tanto, estudaram-se dois referenciais: O planejamento do

território em Perúgia, na Itália e a forma de abordagem de percursos turísticos no

Parque Natural de Montseny, na Espanha.

O planejamento territorial da província de Perugia, na Itália, foi estudado

neste trabalho, a partir das informações sobre os elementos a serem mapeados e o

método de confecção dos mapas. As informações utilizadas foram as do Plano

Territorial de Coordenação da Província e artigos nos livros “Roteiros de Turismo e

Patrimônio Histórico” (BRAMBATTI, 2002) e “Projeto VICTUR - Valorização do

Turismo Integrado à Identidade Cultural dos Territórios” (TONUS, 2007), ambos

dentro do programa Urb-Al2.

A forma de abordagem de rotas turísticas, no contexto de um território, foi

estudado através do Guia “Parc Natural del Montseny: Reserva de la Biosfera”,

editado pela província de Barcelona. Esse trabalho, servirá de referência de turismo

Natural, e de como roteiros turísticos se relacionam com a valorização do espaço.

2 Programa de Cooperação entre a União Européias e cidades latino-americanas, 2007. Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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2.3.1. Turismo e Planejamento Territorial na Província de Perugia – Itália

A Província de Perugia localiza-se na Umbria, na região central da Itália

(Figura 13), e conta com uma experiência interessante no planejamento do seu

território a partir do desenvolvimento turístico. Com área territorial de 6.334 Km²,

608.000 habitantes e um relevo caracterizado por morros e vales, mostra-se um

referencial muito adequado para o presente trabalho.

Figura 13: Localização da Umbria na Itália

Fonte: MAMMOLI, 2007

Segundo Mammoli (2002), a região da Umbria sempre estabeleceu uma

relação muito forte com o turismo, em função de ter sido, ao longo da história,

percorrida por viajantes. Em um primeiro momento, era a “terra de passagem” entre

Roma e o norte da Itália. A partir da Idade Média, foi lugar de percursos religiosos

em direção a locais como Perugia, Assis, Foligno e Spoleto. Esses atrativos eram

importantes, porém pontuais, e a região até então não possuía um turismo de

massa, mantendo a maioria do seu território alheio à atividade turística.

A partir do século XX, principalmente nas décadas de 70 e 80, com o

crescimento desse tipo de visitação e a consolidação do processo de

descentralização regional, foi necessária uma reavaliação daquilo que era a imagem

da Umbria até aquele momento (Figura 14). A idéia de uma região “com velhos

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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centros urbanos e castelos encravados nas colinas”3 (MAMMOLI , 2002, p. 315,

tradução nossa) tornou-se a de um “sistema de ocupação que ligava cidade, campo,

habitantes, ambiente natural, sistemas produtivos.”4 (MAMMOLI , 2002, p. 315,

tradução nossa).

Figura 14: Imagem da Umbria até 1970. A: Castelo de Gubbio, B: Igreja e ponte em Assis

Fonte: PROVINCIA DI PERUGIA [200-?].

O sistema produtivo que havia estruturado o território da Umbria e

caracterizava a paisagem daquela região, como a policultura por arrendamento,

desapareceu nos anos 70. Necessitava-se, portanto, de um novo modelo de

desenvolvimento sócio-econômico, onde o turismo, que vinha se estruturando em

pequena escala, foi vislumbrado como a atividade que poderia potencializar a

economia regional. Um dos motivos principais se deu em função de seu vínculo com

o patrimônio histórico e a riqueza das paisagens (MAMMOLI, 2002). Conforme

Mammoli, A Umbria, já naquele momento, era definida como uma ‘Cidade Região’ [...] no interior dessa cidade que coincide com a região inteira e que constituia-se de todos esses pequenos centros, recompensados com grandes áreas semi-naturais e naturais de grande qualidade e sobretudo acessíveis e homogeneamente interligadas (MAMMOLI, 2002, pg 315 e 316, tradução nossa). 5

3 Original em italiano: “[...] vecchi centri e castelli arroccati in collina”

4 Original em italiano: “[…]sistema insediativo che legava città, campagna, abitanti, ambiente naturale, sistemi produttivi.”

5 original em italiano: “Praticamente l’Umbria, già in quel momento, veniva definita come una ‘Città

Regione’ […] all’interno di questa città che coincide con l’intera regione e che è costituita da tutti questi

piccoli centri, erano ricomprese anche vaste aree semi naturali e naturali di grande qualità, e Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Nesse contexto, o turismo rural foi visto como uma forma de complementar a

renda agrícola, associado à possibilidade de implementar residências temporárias, o

que aconteceria também nas áreas periféricas das zonas urbanas. Esse tipo de

economia cresceu significativamente nos anos 80, atingindo diversas áreas da

região.

A fim de desenvolver os diversos tipos de turismo (rural, histórico e

religioso), o Plano Territorial de Coordenação da Província6 de Perugia fez um

trabalho de reconhecimento do patrimônio e das infra-estruturas existentes, tais

como as áreas de interesse arqueológico, os edifícios e complexos religiosos, as

residências patronais, as redes viárias atuais e as antigas. Entre outras finalidades,

o documento deveria evidenciar as qualidades que definem a identidade do local, de

forma a sugerir às administrações os patrimônios relevantes que não deveriam ser

destruídos, além de indicar os que deveriam ser preservados com maior urgência

(MAMMOLI, 2002).

Também foram identificadas e mapeadas as infra-estruturas turísticas (infra-

estrutura hoteleira, de convenções, de mobilidade), os pólos comerciais, bem como

os atrativos culturais como museus e teatros, conforme mostra o mapa da Figura 15.

No trabalho realizado, o estudo sobre a paisagem foi de fundamental

importância. Mammoli (2007), diz que o conceito seguido no Plano de Perugia foi de

que a forma física do território é a expressão da identidade dos habitantes. Segundo

ele, “observar a paisagem é a modalidade mais direta e imediata para conhecer um

território também na sua complexidade”7 (MAMMOLI, 2007, in VICTUR, pg 38,

tradução nossa).

soprattutto facilmente raggiungibili ed omogeneamente collegate.”

6 PTCP: Piano Territtoriale di Coordinamento Provinciale

7 original em italiano: “osservare il paesaggio è la modalità più diretta ed immediata per conoscere un territorio anche nella sua complessità.”Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 15: Mapa com equipamentos urbanos e infra-estrutura principal.

Fonte: Adaptado de PROVINCIA DI PERUGIA (2008).

O autor esclarece, que para a percepção dessa paisagem, foi utilizado como

metodologia o uso de três escalas de observação:

• Escala territorial – nesse estágio, percebeu-se a paisagem regional, através

de uma aplicação primária, porém rigorosa, identificando-se as imagens

recorrentes na região. As referências utilizadas para essa identificação foram

fontes literárias, iconográficas ou indicações de áreas protegidas.

• Escala local – quando se observaram os componentes municipais de unidade

paisagística e suas peculiaridades.

• Escala de projeto - visou as intervenções de transformação física do território,

com indicações de áreas a preservar ou a recuperar.

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A Figura 16 mostra o layout do mapa “Cones Visuais e As Imagens da

Umbria” (PROVINCIA DI PERUGIA, 2008), que é resultado do estudo acima citado.

Os Cones Visuais (Figuras 16 e 17) foram definidos a partir da identificação das

imagens recorrentes na escala territorial, apresentadas à esquerda do mapa (Figura

16). Também foram identificadas as estradas com visuais panorâmicas (em verde) e

o grau de preservação paisagístico original, que podem ser vistos com maior detalhe

na Figura 17.

Figura 16: Mapa “Cones Visuais e As Imagens da Umbria”

Fonte: Adaptado de PROVINCIA DI PERUGIA (2007).

As imagens de maior relevância no território da região, que se referem aos

cones visuais e são apresentadas à esquerda do mapa, ilustram as paisagens mais

significativas da Umbria, e podem ser vistas com maior detalhe na Figura 18.

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Figura 17: Detalhe do Mapa “Cones Visuais e As Imagens da Umbria”

Fonte: Adaptado de PROVINCIA DI PERUGIA, 2008.

Figura 18: Detalhe do mapa “Cones Visuais e As Imagens da Umbria”

Fonte: Adaptado de PROVINCIA DI PERUGIA, 2008.

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Em uma outra etapa do diagnóstico, em escala local, foram individualizados

cones visuais também a partir das principais redes de circulação regionais e

provinciais, identificando-se as categorias de visibilidade a partir delas

(BUONCRISTIANI, 2007). Segundo a autora, “a valorização da imagem da Umbria

está ligada à relação entre os elementos físicos que, no curso do tempo, a

estruturaram e às modalidades de sua percepção em termos de qualidade e

quantidade”8 (BUONCRISTIANI, 2007, pg 42 e 43, tradução nossa).

A utilização desses métodos de percepção serviu para identificar as áreas

onde era mais urgente a recuperação ou valorização daquela paisagem para o

turismo e, posteriormente, gerar recomendações para o PTCP9. Além disso, a partir

desses estudos foi traçado, entre outros, o roteiro turístico ‘Sentiero Francescano

della pace: da Assisi a Valfabbrica a Gubbio’. O itinerário tenta resgatar, através de

fontes literárias e depoimentos, o caminho percorrido por São Francisco de Assis.

Neste roteiro, além dos atrativos culturais e religiosos, também são oferecidos

atrativos naturais, de flora e fauna (PROVINCIA DI PERUGIA, [200-?]).

Assim, no presente trabalho, vai ser adotada e adaptada a presente

metodologia para a caracterização da região da AUNe. O estudo será desenvolvido

a partir da identificação das estruturas presentes no território, tais como as vias de

circulação e os meios de transporte disponíveis, bem como os serviços e

equipamentos regionais voltados ao turismo, como hotéis e restaurantes. Também

serão mapeadas as estruturas ambientais, incluindo a hidrografia e relevo da região

da AUNe, os cones visuais definidos pelos atrativos naturais e semi-naturais e os

atrativos culturais.

Esses elementos serão relacionados aos roteiros turísticos existentes,

possibilitando análises diversas acerca das possibilidades de integração do turismo

regional. Esses dados fornecerão subsídios para a elaboração de diretrizes para um

futuro Plano Regional de Turismo da AUNe.

8 Original em italiano: “La valorizzazione dell’immagine dell’Umbria viene legata al rapporto tra gli elementi fisici che nel corso del tempo l’hanno formata ed alle modalità della loro percezione, in termini di quantità e qualità.”

9 PTCP – Piano Territtoriale di Coordinamento Provinciale (Plano Territorial de Coordenação da Provícia).Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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2.3.2. Rotas Turísticas no Parque Natural de Montseny – Espanha

O Parque Natural del Montseny localiza-se na Catalunha, a nordeste da

Espanha (ver Figura 19). Compreendendo 18 municípios, foi o primeiro parque

natural instituído naquele país, em 1969, tendo sido proclamado Reserva da

Biosfera pela UNESCO, em 1978 (Associação de Empresários Turísticos de

Montseny, 2008).

Figura 19: Localização do Parque de Montseny na Espanha

Fonte: Adaptado de UNESCO, 2008

Segundo Boada (2004), a primeira iniciativa para a conservação da área

iniciou em 1928 por Alfonso XII, tendo como justificativa a diversidade natural e a

proximidade com Barcelona. Conforme o autor, o conjunto montanhoso de Montseny

reúne em seu território os principais biomas da Europa Ocidental, por localizar-se

entre a Europa Mediterrânea e Central, tornando-se importante para o entendimento

das paisagens européias.

Conforme informações da Asociación de Empresarios del Montseny (2008),

a região caracteriza-se pelo relevo montanhoso de três grandes formações: “Turó de

l’Home” e “Les Agudes”, “La Calma” e “Matagalls”, que circundam o vale de “La

Tordera”, rio que banha a Catalunha e desemboca no Mediterrâneo.

Além dos atrativos naturais como a flora e a fauna da região, dentro da área

do parque (Figura 20) localizam-se atrativos de ordem histórica de grande

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importância, como a Vila Romana de “Can Terres”. Foi através destes territórios que

cruzaram os mouros, vindos do norte da África, em direção à França, deixando

marcas nessa região, como edificações espalhadas nos caminhos percorridos.

Figura 20: Mapa turístico do parque com identificação dos elementos principais

Fonte: Adaptado de LUNA, 2000.

A partir do Plano Especial do Parque de Montseny, de 1970, junto com o

Projeto Urbanístico de Barcelona, foram planejadas rotas e itinerários para regular a

visitação turística na região. No guia turístico do Parque de Montseny (LUNA, 2000),

os roteiros são apresentados em três escalas: a escala regional, que apresenta um

panorama com os principais atrativos do parque; escala microregional, que

determina os roteiros realizados em automóveis; e escala local, onde apresenta

itinerários a serem realizados a pé.

Além destes, na Xarxa de Parcs Naturals (DISPUTACIÓ BARCELONA,

2008) também são mostradas rotas literárias, inspiradas na visão de diversos

escritores que descreveram o parque em suas obras. Entre eles, destaca-se o

itinerário “Mitos e Lendas”, inspirado na obra de Víctor Balaguer, folclorista que

estudou as tradições de Montseny.

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O Guia citado (LUNA, 2000) demonstra os estudos que foram realizados

para o desenvolvimento turístico do parque, estando dividido em três partes: a

primeira dá um panorama geral do parque e de seus principais atrativos; a segunda

demonstra os aspectos naturais do parque e a terceira, os aspectos culturais e

históricos. Na parte sobre os aspectos naturalísticos, o guia apresenta a fauna, flora,

solo, clima e paisagens do parque, bem como os itinerários e trilhas realizados.

Entre os aspectos culturais e históricos, são apresentados os patrmônios

arqueológios e arquitetônicos, com o mapeamento de castelos e igrejas. Também

são registradas a formação do território e a influência dos Mouros e a forma de viver

histórica e atual da população, suas festividades e lendas.

A iniciativa de apresentar o panorama geral sobre o parque, na primeira

parte, mostrando suas principais paisagens, climas e importância do parque para a

Europa, demonstra a intenção de reconhecimento do território como ‘região’. Um dos

dados apresentados, são as fichas das rotas realizadas por automóvel (LUNA,

2000), de escala microregional dentro do parque. Esses itinerários, realizados por

automóvel, são divididos em quatro zonas, determinadas pelas formações do relevo

local: “El Turó de l’Home”, “El Matagalls”, “La Calma” e “Vall de la Tordera”.

A ficha mostra os atrativos mais relevantes do Parque (Figura 21),

identificando-se o itinerário, o percurso em quilômetros, descrição dos atrativos do

roteiro e formação do relevo local. As paisagens são ilustradas através de um croqui

perspectivo da montanha, identificando-se as estradas e os povoados que

percorrem, além de imagens da região.

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Figura 21: Exemplo de ficha de rotas por Automóveis: El Turó de l’Home

Fonte: Adaptado de LUNA (2000).

Algumas ações de gestão realizadas no parque, podem servir de referência

para o presente trabalho. Para a valorização do parque como ‘região’ e atrativo de

escala internacional, foram realizadas diversas ações de divulgação turística e local.

Alguns programas realizados, são ‘Viu el Parc’, que realiza visitas turísticas e

escolares frequentes, Escola de Natureza e realização de audiovisuais e guias

apresentando os aspectos culturais e naturais do parque (LUNA, 2000).

O Parque Natural Del Montseny, servirá, portanto, de referencial para o

presente trabalho, pela forma de abordagem dos roteiros turísticos em escala

regional, e ações de preservação e valorização. Por se tratar de ‘Reserva da

Biosfera’, como é boa parte do território da AUNe, e possuir características

morfológicas similares às da Aglomeração, também servirá como referência para

futuros roteiros de ecoturismo.

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3. A AUNE NO CONTEXTO TURÍSTICO

3.1. Localização e ContextualizaçãoA Aglomeração Urbana do Nordeste, criada em 28 de dezembro de 1994,

pela lei complementar 10.335, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, é

constituída por dez municípios. Localiza-se na região Nordeste do Estado (Figura

22), sobre o Planalto dos Campos Gerais e a Serra Geral (METROPLAN, 1998). Os

municípios que a compõem (Figura 23), cuja maior parte do território foi estruturada

a partir da colonização italiana, são os seguintes: Bento Gonçalves, Carlos Barbosa,

Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Nova

Pádua, Santa Tereza e São Marcos (AUNe, 2008).

Figura 22: AUNe no Rio Grande do Sul

Fonte: METROPLAN (1998)

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Figura 23: Municípios da AUNe.

Fonte: AUNE (2008)

Segundo Davidovich, no artigo da Revista Brasileira de Geografia, em 1975

(SPO, 1992), aglomerações urbanas são “formas de concentração urbana abaixo do

nível metropolitano, podendo apresentar espaço contínuo urbanizado ou não.”

Conforme definição do Artigo 16 da Constituição do Rio Grande do Sul, uma

Aglomeração Urbana é formada por um conjunto de municípios que fazem divisa

entre si e permite o planejamento integrado regional (SPO, 1992). A definição

adotada pela Secretaria do Planejamento Territorial e Obras do Rio Grande do Sul

sobre as aglomerações urbanas, registra que as cidades que formam um

aglomerado devem apresentar tendência à conurbação, serem complementares em

suas funções e apresentar uma população mínima regional de 200.000 habitantes.

A AUNe, portanto, constitui uma aglomeração, pois tem tendência à

conurbação, tem funções complementares entre os municípios, e na sua totalidade,

soma 664.326 habitantes (IBGE, 2007), em um territttório de 3.500 Km².

A participação dos municípios e a organização da Aglomeração enquanto

órgão de gestão, se dá através de duas instâncias: o ‘Conselho Deliberativo’ e o

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‘Comitê Técnico’. O Conselho deliberativo é formado pelos prefeitos e presidentes

das Câmaras de vereadores dos municípios integrantes, que se reúnem para discutir

e encaminhar assuntos de relevância regional. O comitê técnico, onde foi realizado

este estágio, é formado por representantes dos municípios, atuantes em unidades

relacionadas ao planejamento, além de Arquitetos e Urbanistas representantes da

Universidade de Caxias do Sul (AUNE, 2008). Através desse comitê, a AUNe tem

desenvolvido, nos últimos anos, ações com vistas a um planejamento regional,

buscando informações e realizando diagnósticos, entre outros, sobre “estruturas de

circulação, abastecimento de água, estruturas ambientais, áreas urbanas e rurais.”

(AUNE, 2008, pg 3).

Potencializando as ações da AUNe, foi instituído, em 2007, o Observatório

Regional de Turismo e Cultura. A partir do Projeto VICTUR10, houve necessidade de

se criar um instrumento que possibilitasse a continuação daquele projeto e

integrasse as informações sobre turismo e cultura na região. Para isso, foi criado o

OBSERVATUR e designada a AUNe para a coordenação desse projeto, reunindo-se

os dez municípios que a integram (VICTUR, 2007).

O OBSERVATUR tem por objetivo articular os dados sobre o turismo

existente na região e no Estado, facilitando sua gestão e planejamento. É constituído

de uma estrutura técnica e acadêmica, que acompanha o desenvolvimento das

pesquisas e acessora os municípios. Os dados da presente pesquisa poderão

contribuir para reunir as informações acerca dos roteiros turísticos da AUNe.

3.1.1. Serra Gaúcha e Região Uva e Vinho

O Ministério do Turismo (2006) define regiões e microregiões turísticas para

o Brasil, como formas de facilitar o desenvolvimento do turismo no país. Conforme

essa publicação, o Rio Grande do Sul integra a Macroregião Sul, que inclui os

Estados de Santa Catarina e Paraná.

Esse documento define a AUNe como parte da região da Serra Gaúcha

(Figura 24) e da Microregião Uva e Vinho (Figura 25). Como as informações sobre a

10 Valorização do Turismo Integrado à Identidade dos Territórios.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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40

Serra Gaúcha são diversas e, às vezes contraditórias, é necessário uma melhor

definição da regionalização da qual a Aglomeração faz parte.

Entende-se por Serra Gaúcha a região que engloba as microregiões dos

Campos de Cima da Serra, Hortências, Uva e Vinho, Vale do Paranhana e Rota das

Araucárias (MINISTÉRIO DO TURISMO, 2007). Falcade (2002) destaca que o

turismo na serra era comum no início do Século XX e que as transformações da

década de 60 incrementaram o interesse turístico pela região. Por outro lado, dados

da ATUASERRA (2008) informam que o turismo era forte até os anos 50, tendo

enfraquecido principalmente a partir da década de 70, em função da predominância

da atividade industrial nessa região.

Figura 24: Regiões Turísticas do Rio Grande do Sul

Fonte: Adaptado de METROPLAN (1998)

A microrregião Uva e Vinho (Figura 25) é delimitada por Falcade (2002)

como “aproximadamente [...] a região vitivinícola da Serra Gaúcha colonizada por

italianos”, e integra 26 municípios11. A ATUASERRA – Associação de Turismo da 11 Municípios que compõe a microregião Uva e Vinho, segundo o Ministério do Turismo: Antônio Prado, Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Casca, Caxias do Sul, Coronel Pilar, Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Serra Nordeste – é o órgão que dá assessoria aos empreendedores na área turística

e coordena ações da iniciativa privada na região. É importante citar que, para a

melhor abordagem do território da microregião Uva e Vinho, a ATUASERRA adota a

divisão de microregiões, quando as cidades da Aglomeração foram demarcadas em

dois grupos12: ,a microregião Vales da Serra, como sendo a porção oeste da AUNe;

e a microregião dos Vinhedos, como a porção leste da Aglomeração.

Paulus (2008) esclarece que, no início do século XX, era costume veranear

nas cidades de colonização italiana, onde os visitantes buscavam contato com a

natureza e atividades no meio rural. Também recorriam ao ambiente da serra para

tratamentos de saúde, quando era recomendado o descanso. Naquele período, a

existência do trem foi de vital importância para o deslocamento da capital ao interior

do Estado, tendo sido, segundo a autora, o desuso desse tipo de transporte um dos

principais motivos para o enfraquecimento da atividade turística na região.

Embora o turismo de veraneio tenha enfraquecido, o desenvolvimento das

cooperativas vinícolas, que proporcionavam visitas às suas instalações e a

degustação de produtos, iniciou, na região, ao que hoje se conhece como

‘Enoturismo’ (PAULUS, 2008).

Cotiporã, Fagundes Varela, Farroupilha, Flores da Cunha, Garibaldi, Guaporé, Monte Belo do Sul, Nova Pádua, Nova Prata, Nova Roma do Sul, Protásio Alves, Santa Tereza, São Marcos, São Valentim do Sul, Serafina Corrêa, Veranópolis, Vila Flores e Vila Maria.

12 As cidades Microregião Vales da Serra, comporta as cidades de Caxias do Sul, Flores da Cunha, Nova Pádua e São Marcos, juntamentecom Antônio Prado e Nova Roma do Sul, com o foco em negócios, compra e aventura. Microregião dos Vinhedos: Bento Gonçalves, Garibaldi, Monte Belo do Sul, Santa Tereza, Carlos Barbosa e Farroupilha, com o foco em vinhos, espumantes, compras e eventos. (ATUASERRA, 2008).Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 25: AUNe na Região Turística Uva e Vinho

Fonte: adaptado de ATUASERRA (2008)

A partir dos anos 80, no interior de Bento Gonçalves, foi implantado o

Projeto Cultural ‘Caminhos de Pedra’ (Figura 26), por iniciativa do empresário

Tarsísio Michelon, a partir de pesquisas do Arquiteto Júlio Posenato. Este roteiro

tinha como objetivo valorizar e conservar o patrimônio histórico e cultural da

localidade e recuperar a auto-estima da população local (LUCHESE, 2002), já que

esse roteiro reúne o maior acervo arquitetônico de ‘casas de pedra’ do período

colonial italiano.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 26: Primeiro mapa turístico do Projeto Cultural Caminhos de Pedra

Fonte: BRAMBATTI, 2002

A ATUASERRA, fundada em 1985 pelas Secretarias de Turismo das

cidades da região13 que buscavam resgatar as atividades turísticas, veio a ser

integrada pela iniciativa privada a partir de 1996. Entre as atividades desenvolvidas

estão a realização de inventários turísticos das cidades e a elaboração de material

de divulgação padronizado para a região da Uva e Vinho (PAULUS, 2008).

3.2. Características da AUNe relacionadas ao TurismoPara a melhor compreensão do turismo na AUNe, serão estudados os

componentes de atratividade turística e os elementos mais relevantes de suporte à

esta, de forma a reunir os dados já existentes e reconhecer o que é necessário

complementar. Como critério de seleção, dividiram-se os elementos em duas

categorias:

A primeira diz respeito aos componentes territoriais da AUNe que possuem

atratividade turística, denominado “Elementos Atrativos”, que são àqueles

relacionados às estruturas ambientais, aspectos culturais e os principais atrativos

existentes. O segundo está relacionado aos componentes diretamente voltados ao

13 Antônio Prado, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Garibaldi, Farroupilha, Flores da Cunha, Guaporé, Nova Prata, São Marcos, Serafina Corrêa e Veranópolis.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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atendimento ao turista, bem como às estruturas de acesso e circulação, e foi

denominado como “Estruturas de Apoio ao Turismo”.

Tais dados foram elaborados sobre uma base cartográfica utilizada pela

AUNe, digitalizada por Hasenack e Weber (2007) a partir das Folhas Cartográficas

do Exército, cuja cobertura aérea foi datada de 1975 e restituída em 1978, único

instrumento cartográfico existente hoje. Os dados utilizados foram coletados a partir

dos arquivos da ATUASERRA e da OBSERVATUR, bem como em reuniões

realizadas com representantes da ATUASERRA e das Prefeituras Municipais no

Comitê Técnico da AUNe. Além disso, também serviram de referência as indicações

do material publicitário turístico disponibilizado pelas Prefeituras.

3.2.1. Elementos Atrativos

Um dos pontos expressivos da região, para o turismo, são as paisagens

diferenciadas que oferece, através da arquitetura típica da imigração italiana,

paisagens de serras, rios e outros atrativos naturais e culturais. Para reconhecer os

elementos atrativos da região da AUNe, foram identificados e mapeados as

“Estruturas Ambientais e paisagens naturais” e os “Elementos Culturais” que formam

a identidade da região.

3.2.1.1. Estruturas Ambientais e paisagens naturais

A paisagem natural e as estruturas ambientais estão entre os elementos

mais relevantes na venda de um produto turístico, já que servem de fundo para as

atividades e seus atrativos, quando não são o atrativo principal. Para descrever as

estruturas ambientais, serão identificados os seguintes dados:

• Relevo e hidrografia: Identificado no mapa de Estruturas Ambientais já

realizado pelo Comitê técnico da AUNe.

• Áreas de proteção ambiental : representadas especialmente pelas reservas da

Mata Atlântica;

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Paisagens Naturais e cultivadas : Paisagens naturais resultantes da formação

de relevo e hidrografia, além das paisagens semi-naturais formadas pela

interferência do homem, através da produção primária.

• Atrativos Naturais em Risco : representados principalmente por locais que vem

sofrendo impacto ambiental, provocado pelas barragens hidroelétricas;

Segundo a METROPLAN (1998), a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio

Grande do Sul está situada entre a Serra Geral e os Campos de Cima da Serra. As

cotas de relevo vão de cem a novecentos metros acima do nível do mar e formam

um divisor de águas passando pelas cidades de Carlos Barbosa, Farroupilha e

Caxias do Sul.

A Aglomeração Urbana do Nordeste tem praticamente todo o seu território

dentro da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, como mostra a Figura 27, sendo

que as zona próximas aos rios das Antas e Taquari estão na zona núcleo dessa

Reserva (Figura 27).

A hidrografia da AUNe é bem distribuída, sendo os principais rios o Taquari,

Rio das Antas (Figura 28) e Rio Caí, que estabelecem os limites da região e

conformam as principais paisagens naturais (ver Mapa 1, página 46).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 27:AUNe na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica

Fonte: adaptado de SEMA/ FEPAM, 2004

Essas paisagens, bem como as semi-naturais, foram identificadas a partir do

estabelecimento de cones visuais, tendo como fonte as imagens indicadas em

materiais turísticos municipais e regionais. Essas imagens são recorrentes na

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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região, por estarem ligadas às estruturas ambientais de relevo e hidrografia. Entre

elas, destacam-se o Vale da Ferradura, em Bento Gonçalves e a vista do Belvedere

Bresolin, em Nova Pádua, ambos no Rio das Antas. A região da Aglomeração

também tem como atrativos naturais cascatas e cachoeiras, destacando-se a queda

do Salto Ventoso, em Farroupilha e a Cascata do Grutão, em Santa Lúcia do Piaí

(Mapa 1, página 46).

Figura 28: Vale do Rio das Antas, em Bento Gonçalves

Muitas vezes, a interferência humana através da produção primária ou

outras atividades próximas às áreas de preservação, causam impactos no ambiente

natural, na maioria das vezes negativos. Um importante aspecto a ser registrado é o

das Usinas Hidrelétricas, que estão sendo instaladas ao longo do Rio das Antas (ver

Mapa 1, página 46), destacando-se as Usinas Castro Alves (Figura 29), entre Nova

Roma do Sul e Nova Pádua e a de Monte Claro, na divisa entre Bento Gonçalves,

Veranópolis e Nova Roma do Sul. O equipamento tem um grande atrativo para

muitas pessoas da região por sua relevância técnica; porém, vem provocando

diversos impactos ambientais ao longo do Rio das Antas. Entre esses, destacam-se

o corte de mata nativa junto ao rio na divisa entre Bento Gonçalves e Veranópolis,

conforme mostra a Figura 28 e, alterações no leito do rio Taquari, perceptível

principalmente em Santa Tereza (Imagem “H”, do Mapa 1).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 29: Usina Hidrelétrica Castro Alves, entre Nova Pádua e Nova Roma do Sul

Fonte: CERAN, 2008

3.2.1.2. Aspectos Culturais da AUNe

Os elementos culturais são bastante relevantes na venda de um produto

turístico, principalmente em regiões de grande apelo nesse sentido, sendo esses

muitas vezes o motivo principal da visitação turística. Para descrever os aspectos

culturais da AUNe, serão identificados os seguintes dados:

• Áreas de proteção do patrimônio histórico : representadas por áreas de

proteção nacional ou estadual;

• Aspectos de Paisagem Cultural : Identificados em trabalhos científicos sobre

Paisagem e Patrimônio ou indicado em material turístico disponibilizado pelas

Prefeituras Municipais;

• Atrativos culturais em Risco: Representados por áreas passíveis de

degradação da paisagem dos roteiros, especialmente nas proximidades da

instalação de um Presídio Estadual na área de abrangência de Roteiros

Turísticos.

Não existe ainda um estudo de patrimônio histórico e cultural que abranja a

região da AUNe como um todo, mas alguns municípios já fizeram um mapeamento

nesse sentido. As informações, portanto, estão fragmentadas , dificultando o

mapeamento. Por esse motivo, foram utilizados os trabalhos de identificação da Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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paisagem cultural e de patrimônio histórico, realizados para Caxias do Sul, Santa

Tereza e São Marcos, complementados por informações em materiais turísticos dos

demais municípios.

As paisagens culturais da região da AUNe, identificadas nos trabalhos acima

citados estão diretamente ligadas às paisagens do interior dos municípios,

determinadas pela atividade rural. A produção Vitivinícola é uma das principais

atividades em meio rural no território da Aglomeração. Assim sendo, as paisagens

com parreirais são predominantes no meio agrícola regional em todos os municípios

da AUNe, determinando diferentes imagens ao longo das estações do ano,

relacionadas diretamente à cultura da região.

Em São Marcos e na zona leste de Caxias do Sul estão presentes paisagens

de campo e criação de gado, conforme mostram as Imagens “F” e “N” do Mapa 1

(página 46). Essas paisagens são citadas no trabalho “Inventário do Patrimônio

Histórico Rural de Caxias do Sul”, realizado pelo ECIRS (2007), demonstrando outro

aspecto da cultura regional, relacionado às culturas Ítalo-Gaúcha e Ítalo-germânica.

Percebe-se, através da identificação da paisagem cultural de Caxias do Sul,

a indicação de paisagens culturais bastante diversificadas e marcadas, além da

cultura da imigração italiana, também pelas culturas ítalo-gaúcha e ítalo germânica,

principalmente em zonas de “fronteira cultural” com os Campos de Cima da Serra e

com o Vale do Rio Caí (ver mapa 2 página 49). Da mesma forma, Santos (2006) e

Zanella (2008), citam a presença de poloneses em Santa Lúcia do Piaí, em Caxias

do Sul, e na zona rural de Santa Tereza, respectivamente. Além desses trabalhos

científicos, pode-se notar, no Guia Turístico Uva e Vinho (ATUASERRA, 2006), a

grande oferta, na região, de produtos turísticos relacionados às culturas acima

mencionadas.

Uma possibilidade de risco para as paisagens turísticas, muito discutida em

Bento Gonçalves, é a instalação de um Presídio Estadual próximo ao Roteiro

Caminhos de Pedra. Segundo Rosana Guarese, representante de Bento Gonçalves

no Comitê técnico da AUNe, a existência de um presídio nesse local, além de

provocar um impacto na paisagem do roteiro, pode provocar no turista a sensação

de insegurança.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Dessa forma, como demonstra o mapa 2 (página 49), a região da AUNe

apresenta elementos culturais bastante diferenciados, que são grandes atrativos

para o turismo, e que devem ser conhecidos e preservados.

3.2.2. Estruturas de Apoio ao Turismo

As estruturas de apoio ao turismo aqui estudadas são àquelas relacionadas

diretamente ao atendimento ao turista e à atratividade da região como produto

turístico. Para tanto, elas foram divididas em “Vias de Circulação e Equipamentos de

Transporte”, relacionados ao acesso e circulação de pessoas dentro da

Aglomeração e “Serviços e Equipamentos Turísticos”, voltados ao atendimento do

turista.

3.2.2.1. Vias de Circulação e Equipamentos de Transporte

O acesso e as condições de mobilidade, em uma região, são essenciais

para o desenvolvimento da atividade turística, em um território. O funcionamento

inadequado dessa estrutura, em função das dificuldades de acesso e deslocamento

encontradas, pode comprometer a atividade turística.

Para reconhecer a infra-estrutura de transporte na Aglomeração Urbana,

serão descritos os seguintes elementos, representados no Mapa 3 (página 52).

• Modal rodoviário : Rodovias, vias principais, localização de pedágios, pontes e

linhas de ônibus intermunicipal;

• Modal ferroviário : Trem de passageiros, trens turísticos e de carga, estações

ferroviárias ativas ou desativadas;

• Modal hidroviário : Locais de travessia de balsa;

• Modal Aéreo : Aeroporto e aeroclubes.

O transporte rodoviário é o principal modal utilizado nas cidades da

Aglomeração Urbana do Nordeste. A região da AUNe possui um sistema rodoviário

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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bem distribuído, sendo atendido por rodovias estaduais e uma federal, além das vias

municipais (ver Mapa 3, página 52). A má conservação das rodovias, porém, citada

no evento Serra Gaúcha nos Trilhos14, é um dos fatores que podem diminuir a

atratividade local e dificultar a circulação viária.

Existem quatro pedágios, sendo um entre Caxias do Sul e Farroupilha, um

em Flores da Cunha, um em São Marcos e outro na localidade de Vila Cristina, em

Caxias do Sul. Todas as cidades são atendidas por estações rodoviárias e

transporte intermunicipal, atendido pelas empresas Bento, Di Trento, Monte Belo,

Ozelame e São Marcos (METROPLAN, 2008).

O modal ferroviário foi, na primeira metade do século XX, o principal meio de

ligação com a capital do Estado. Hoje, porém, o transporte de passageiros está

desativado e abandonado, desvalorizando parte dessas estruturas. Em muitos

lugares, os trilhos estão cobertos de asfalto ou tem suas áreas invadidas por

construções irregulares. É o caso da área próxima ao Belvere da Ferradura, em

Bento Gonçalves, onde a rodovia RS 470 passa sobre os trilhos (Figura 30a) ou de

áreas ao longo da Maria Fumaça que possuem construções irregulares muito

próximas à linha férrea (Figura 30b).

Figura 30: Problemas na estrutura do modal ferroviário A. Trilhos cobertos pelo asfalto em Bento Gonçalves, B. Construções irregulares próximas à

ferrovia, em Garibaldi.

14 Evento realizado pela Confederação Brasileira de Transportes Urbanos na Câmara da Indústria e Comércio de Caxias do Sul, em agosto de 2008.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Hoje, está em fase de planejamento o projeto de reativação do Trem

Regional de Passageiros (ver Mapa 3, página 52), que deverá reativar o transporte

entre as cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Farroupilha e

Caxias do Sul. Segundo o BNDES, a linha em estudo poderá ser estendida até a

localidade de Jabuticaba, na divisa entre Bento Gonçalves e Veranópolis. Outra

linha, de transporte de carga (em cor cinza, no Mapa 3, página 52), passando por

Santa Tereza e Jabuticaba, no interior de Bento Gonçalves, seguindo por Vacaria e

São Paulo. Não há, porém, nenhuma conexão desse trem com as cidades da AUNe.

A mais importante contribuição do modal ferroviário, ativo na região,

atualmente, é o trem turístico ‘Maria Fumaça’ (Figura 31) entre Bento Gonçalves,

Garibaldi e Carlos Barbosa (em cor rosa, no Mapa 3, página 52), considerado um

dos mais importantes do país. Em fase de negociação com a ALL15, existem projetos

de novas linhas de trem turístico entre Bento Gonçalves e Jabuticaba e, de

Jabuticaba a Santa Tereza.

Figura 31: Trem turístico “Maria Fumaça”, em Garibaldi

Já o transporte hidroviário da AUNe resume-se a balsas que fazem a

travessia dos rios, onde não existem pontes. Uma delas se localiza entre Santa

Tereza e Muçum (Figura 32), e é utilizada, basicamente, para fins turísticos. A outra,

faz a ligação entre Nova Pádua e Nova Roma do Sul. Santa Tereza que, no início do

15 América Latina Logística – empresa responsável pelos trens de carga no sul do Brasil.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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século XX, servia como porto, fazia a ligação com a Porto Alegre, através do rio

Taquari. Hoje, porém, a construção de barragens, ao longo do Rio das Antas e

Taquari, para geração de energia, pode dificultar ou inviabilizar a navegabilidade

nesses rios.

Figura 32: Travessia de Balsa, no Rio Taquari, em Santa Tereza

O transporte aéreo na Aglomeração (ver Mapa 3, página 52) é realizado

principalmente através do aeroporto “Hugo Cantergiani”, em Caxias do Sul que,

segundo a Secretaria de Turismo de Caxias do Sul (2008) faz ligação aérea com

São Paulo e Curitiba. Está em estudo o espaço para o novo aeroporto regional, que

deverá servir de apoio ao aeroporto de Porto Alegre, tanto para vôos nacionais como

internacionais. No Plano Diretor de Caxias do Sul (2008), o equipamento está

previsto de ser implantado na localidade de Vila Oliva, em Caxias do Sul. Além do

aeroporto, a AUNe conta com clubes de aviação em Bento Gonçalves e Garibaldi,

que recebem vôos fretados e helicópteros, principalmente no período de feiras ou

grandes eventos comerciais.

3.2.2.2. Serviços e Equipamentos de Apoio ao Turismo na AUNe

Conforme Brambatti (2002), para o funcionamento adequado de um roteiro

turístico, não é suficiente apenas oferecer atrativos culturais ou naturais. É Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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necessário que o turista tenha disponíveis serviços de suporte à atividade turística,

relacionados principalmente à sua estadia e locais onde obter informações. Para

identificar os serviços de apoio ao turismo na AUNe (Mapas 4 e 5, página 57 e 61,

respectivamente), serão relacionados os seguintes dados:

• Infra-estrutura hoteleira : Principais hotéis e número de leitos nas cidades;

• Espaços para Convenções : Parques de eventos, hotéis e universidades que

costumam abrigar grandes eventos;

• Centros Comerciais : Principais Centros Comerciais;

• Centros de informações turísticas;

• Gastronomia : Número de restaurantes que atendem turistas;

• Agências de Turismo;

• Indústrias Vinícolas : Número de indústrias vinícolas e cantinas nos

municípios, que atendem a turistas.

Para registrar os dados acima citados, foram utilizados dois métodos de

representação, adotados no Plano de Perugia(ver Capítulo 2). Os hotéis principais,

os postos de informações turísticas, os centros comerciais e os espaços para

convenções são localizados no Mapa 4 (página 57), conforme legenda. Para o

registro da infra-estrutura hoteleira (em número de leitos), gastronomia, agências de

turismo e vinícolas é utilizado o método do sistema de polaridades urbanas e

territorriais, desenvolvido por Cristaller e adaptado para o PTCP16 da província de

Lodi, Itália (PROVINCIA DI LODI, 2004).

Os hotéis principais (com mais de 150 leitos ou que fazem parte de Roteiros

Turísticos) foram registrados no Mapa 4 (página 57), através de triângulos

vermelhos. Percebe-se que a maioria dos hotéis se localiza no perímetro urbano das

cidades, havendo alguns em áreas rurais, onde existem roteiros turísticos. Em Bento

Gonçalves, dois hotéis de grande porte (Figura 33) e pousadas temáticas estão

inseridos em roteiros de Enoturismo. Em Flores da Cunha, os hotéis existentes no

meio rural estão ligados à roteiros culturais e atendimento à terceira idade.

16 Plano Territorial de Coordenação da Província.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 33: Hotel Villa Michelon, em Bento Gonçalves

Fonte: VILLA MICHELON, 2008

Os espaços para convenções (ver Mapa 4, página 57) também localizam-se

próximos às zonas urbanas. Não há nenhum local na AUNe que ofereça uma infra-

estrutura completa para eventos, com auditório e teatro, sendo que os grandes

eventos ocorrem em espaços adaptados para tal. Normalmente, são utilizados os

espaços de parques de eventos, salas de convenções em grandes hotéis ou nas

dependências da Universidade. Destacam-se o espaço da FUNDAPARQUE (Figura

34), em Bento Gonçalves (antigo parque da FENAVINHO) e o parque da Festa da

Uva, em Caxias do Sul, que recebem grandes eventos e feiras.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 34: Parque de Eventos da FUNDAPARQUE, em Bento Gonçalves

Fonte: BENTO EVENTOS, 2008

Os Centros Comerciais da AUNe, conforme mostra o Mapa 4 (página 57),

ficam próximos às três maiores cidades da região, sendo quatro em Caxias do Sul,

quatro em Farroupilha e dois em Bento Gonçalves. Em Caxias do Sul, destaca-se o

Shopping do grupo Iguatemi (Figura 35), hoje com 15.000 m² e com projeto de

ampliação para 50.000 m² (SHOPPING IGUATEMI CAXIAS, 2008). Em Farroupilha,

os centros comerciais destacam-se por se localizarem junto à RS 122 e oferecerem

produtos de malharia, direto de fábrica.

Figura 35: Shopping Iguatemi, em Caxias do Sul

Fonte: IGUATEMI CAXIAS, 2008

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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61

Os postos de informações turísticas, identificados através dos mapas

turísticos dos municípios, localizam-se principalmente na zona urbana das cidades,

conforme mostra o Mapa 4 (página 57). Não foram encontrados nos documentos

utilizados, referências de postos de informações turísticas próximos aos acessos da

Aglomeração.

Para o estudo de polaridades dos serviços turísticos da região, foram

adotados indicadores disponibilizados pela ATUASERRA e OBSERVATUR. Os

gráficos, divididos em quatro níveis, indicam a disponibilidade dos serviços, onde a

infra-estrutura hoteleira é representada em vermelho, a gastronomia em verde, as

agências turísticas em azul e, as vinícolas, em roxo (Mapa 5, página 61).

Observando-se o mapa acima citado, pode-se perceber que as cidades de

Bento Gonçalves e Caxias do Sul oferecem a maior infra-estrutura hoteleira entre as

cidades da AUNe, com oferta acima de 1500 leitos, sendo que Caxias do Sul possui

aproximadamente dois terços a mais de leitos do que Bento Gonçalves (Quadro 1).

As demais cidades da região oferecem menos de 500 leitos, sendo Monte Belo do

Sul e Santa Tereza as que possuem a menor infra-estrutura hoteleira, como ilustra o

quadro a seguir.

HOTÉIS E POUSADAS Número de hotéis Número de leitosBento Gonçalves 30 2321Carlos Barbosa 4 133Caxias do Sul 23 3154Farroupilha 6 467Flores da Cunha 5 302Garibaldi 5 338Monte Belo do Sul 1 15Nova Pádua 2 59Santa Tereza 1 9São Marcos 3 114

Quadro 1: Hotéis e Pousadas

Fonte: ATUASERRA (2008)

Outro dado analisado, o do setor gastronômico, segundo informações da

Observatur (2008) revela o número expressivo de restaurantes existentes em Bento

Gonçalves, e o potencial das cidades Flores da Cunha, Caxias do Sul e Garibaldi.

As cidades de Nova Pádua e Santa Tereza são as que tem o menor número de

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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empreendimentos gastronômicos, sendo que estes servem igualmente à

comunidade local (Quadro 2).

GASTRONOMIA Número empreendimentosBento Gonçalves 34Carlos Barbosa 12Caxias do Sul 24Farroupilha 17Flores da Cunha 29Garibaldi 23Monte Belo do Sul 5Nova Pádua 4Santa Tereza 4São Marcos 6

Quadro 2: Gastronomia - Atendimento ao turismo

Fonte: OBSERVATUR (2008)

Já o número de agências de turismo pode indicar o nível de

desenvolvimento do turismo nas cidades, pois essas empresas oferecem serviços

de transporte e guia em visitas turísticas na região. As cidades de Caxias do Sul e

Bento Gonçalves (ver Quadro 3), possuem o maior número de empresas nesse

ramo, muitas voltadas ao Turismo de Aventura. As cidades de Santa Tereza, São

Marcos e Monte Belo do Sul ainda não oferecem esse tipo de serviço.

OPERADORAS E AGENCIAS DE TURISMO Número empreendimentosBento Gonçalves 10Carlos Barbosa 1Caxias do Sul 12Farroupilha 3Flores da Cunha 1Garibaldi 3Monte Belo do Sul 0Nova Pádua 1Santa Tereza 0São Marcos 0

Quadro 3: Operadoras e Agências de Turismo

Fonte: ATUASERRA (2008)

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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64

Um dos serviços oferecidos por essas empresas, são os passeios em

equipamentos de transporte alternativos, como os ônibus antigos que fazem os

roteiros ‘Caminhos de Pedra’ e ‘Vale dos Vinhedos’, em Bento Gonçalves (Figura

36a), e o roteiro ‘Caminhos da Colônia’, em Caxias do Sul. Outros exemplos são o

passeio de ‘Tim Tim’, em Garibaldi, de ‘Maria Fumaça’, entre Bento Gonçalves,

Garibaldi e Carlos Barbosa, bem como o passeios de ‘Carrosson’ e tratores em

Caxias do Sul (Figura 36b).

Figura 36: Passeios alternativos. A: Onibus Antigo, B: Passeio de “Carrosson”

Fonte: Adaptado de GIORDANI TURISMO (2008) e SANTOS (2006)

O número de indústrias vinícolas está registrado em função da região

possuir forte caráter na produção de vinhos, e ter sido a primeira no Brasil a oferecer

serviços de degustação e visitação à vinícolas ou cantinas. Como mostra o Mapa 5

(página 61), as cidades com maior potencial vinícola são Bento Gonçalves, Garibaldi

e Farroupilha, que abrigam mais de 30 empreendimentos.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

A. B.

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VINÍCOLAS Número de empreendimentosBento Gonçalves 37Carlos Barbosa 3Caxias do Sul 8Farroupilha 31

Flores da Cunha 28Garibaldi 35

Monte Belo do Sul 16Nova Pádua 10Santa Tereza 4São Marcos 1

Quadro 4: Indústrias Vinícolas

Fonte: ATUASERRA (2008)

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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66

4. ROTEIROS TURÍSTICOS NA AUNE

Brambatti (2002) mostra que os roteiros turísticos na Região Uva e Vinho, e

da AUNe revelam uma intenção de resgate das tradições, de preservação da cultura

e do patrimônio histórico regional. Segundo ele, os roteiros, em sua maioria ligados

à cultura e ao meio rural, “constituem uma resistência contra uma modernidade

globalizada [...]” e “uma forma de resistência à destruição causada pela [...]

supressão lenta da memória [...]” (BRAMBATTI, 2002, pg 8).

Para este autor, as pessoas buscam o convívio em ambientes mais amenos

que o das grandes cidades, para fins de descanso e lazer. Sendo as regiões de

“forte apelo paisagístico, cultural e histórico” (BRAMBATTI, 2002, pg 7), como a da

AUNe, tornando-se forte atrativo para o turismo.

Para reconhecer o turismo na AUNe, foi necessário registrar os roteiros

turísticos existentes em seu território, bem como suas características e o nível de

planejamento. Para tanto, foi realizado um mapeamento desses roteiros sobre a

base cartográfica utilizada pelo corpo técnico da AUNe, sem considerar as divisas

municipais, de forma a reconhecê-la como um território único.

4.1. Metodologia e CritériosOs documentos aqui utilizados foram o material turístico das cidades e os

mapas dos roteiros com seus atrativos, disponibilizados pelas prefeituras

pertencentes à Aglomeração, através do Comitê Técnico da AUNe. Também foram

utilizadas informações disponibilizadas pela ATUASERRA17, sites dos roteiros

turísticos e das Prefeituras Municipais.

Para um melhor reconhecimento do território em que está inserido cada

roteiro, o mapeamento foi feito inicialmente com o auxílio do programa Google Earth

e posteriormente, os dados foram transferidos para a base cartográfica da AUNe,

em Auto Cad.

17 Associação de Turismo da Serra NordesteRoteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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67

São aqui considerados Roteiros Turísticos os roteiros organizados, conforme

conceituação apresentada no Capítulo 2, e as rotas ou caminhos ainda não

consolidados, mas com um planejamento considerável e diversos atrativos

encadeados. Para facilitar o estudo e o entendimento dos roteiros da Aglomeração,

estes foram classificados segundo o nível de planejamento e caracterizados

conforme o tipo de atividade principal oferecida, definido no início desse trabalho

como “segmentação turística” ou “tipos de turismo”.

Não foram considerados, neste trabalho, os roteiros turísticos realizados

exclusivamente por empresas , aos quais o turista não tem acesso por conta própria.

Tal critério foi utilizado em função desse tipo de roteiro ser passível de modificações

pela empresa, além de não envolver diretamente o planejamento do território em

que está inserido. Nesse sentido, foram mapeados os atrativos considerados

relevantes como indicação da possibilidade de futura formalização de roteiros

nesses locais.

Foram mapeados também, os roteiros propostos em trabalhos acadêmicos

resultantes de estágios realizados nas prefeituras ou indicados em publicações de

eventos. O motivo desse mapeamento é que esses roteiros possivelmente serão

implantados ao longo dos próximos anos.

4.2. Classificação dos Roteiros Turísticos da AUNeOs roteiros foram classificados, segundo o nível de planejamento, em

roteiros “consolidados” ou “em desenvolvimento”, a partir das informações obtidas

na análise dos mapas e informações turísticas. Foram classificados também os

roteiros indicados em documentos científicos, resultantes de trabalhos acadêmicos

ou de eventos. Os critérios para a classificação foram os seguintes:

• Existência e nível de detalhamento de mapas turísticos nos materiais

publicitários disponibilizados pelas prefeituras.

• Existência de atrativos encadeados.

• Indicação nos mapas ou publicações do caminho a ser utilizado para a

visitação.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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68

4.2.1. Roteiros Consolidados

Foram considerados roteiros de planejamento consolidado aqueles que

apresentam bom nível de detalhamento nos mapas turísticos, da disponibilidade de

serviços ao turista e da grande procura por parte do público. Os roteiros foram

indicados em verde no Mapa 6 (página 68) e são os seguintes:

• Caminhos de Pedra (Bento Gonçalves);

• Passeio de Maria Fumaça, entre Bento Gonçalves, Garibaldi e Carlos

Barbosa;

• Vale do Rio das Antas (Bento Gonçalves);

• Vale dos Vinhedos (Bento Gonçalves);

• Ana Rech – Um Encanto de Vila (Caxias do Sul);

• Caminhos da Colônia (Caxias do Sul e Flores da Cunha);

• Criúva – Eco-aventura Gaúcha (Caxias do Sul e São Marcos);

• Estrada do Imigrante (Caxias do Sul);

• La Città (Caxias do Sul);

• Vale Trentino (Caxias do Sul e Farroupilha);

• Melhor Idade (Flores da Cunha);

• Estrada do Sabor (Garibaldi);

• Passadas – A Arquitetura do Olhar (Garibaldi);

• Rota Religiosa “Ae Ternum” (Garibaldi);

• Rota das Cantinas (Garibaldi);

• Rota dos Espumantes (Garibaldi).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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69

Os roteiros citados são normalmente ligados à associações ou empresas,

que iniciaram o planejamento da visitação como forma de recuperar uma área

degradada (como é o caso dos ‘Caminhos de Pedra’ e ‘Caminhos da Colônia’) ou

com a intenção de valorizar uma atividade econômica, como é o caso do ‘Vale dos

Vinhedos’. Em Garibaldi, por iniciativa da Secretaria Municipal de Turismo, os

roteiros foram implantados para valorizar a cultura local, preservar o patrimônio

histórico e fortalecer a economia no meio rural.

4.2.2. Roteiros Em Desenvolvimento

Foram considerados aqueles que requerem melhores informações por parte

do turista para sua visitação, em função da pouca clareza apresentada nos mapas

ou materiais turísticos existentes. Em geral, esses roteiros ou caminhos são

utilizados por turistas para a visitação de determinados atrativos, não havendo

necessariamente um planejamento criterioso, como é o caso dos roteiros em

Farroupilha.

Também roteiros rurais e de enoturismo, iniciados recentemente e com um

menor número de empreendimentos em relação aos roteiros consolidados, fazem

parte desse grupo. Nesse caso, os roteiros estão sendo planejados, com a

referência dos roteiros mais desenvolvidos.Os roteiros classificados foram indicados

em preto no Mapa 6 (página 68), e são os seguintes:

• Caminhos de Faria Lemos (Bento Gonçalves);

• Vinhos de Montanha (Bento Gonçalves);

• Via do Leite e do Queijo (Carlos Barbosa);

• Caminhos do Salto Ventoso (Farroupilha);

• Caravaggio (Farroupilha);

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Nova Milano (Farroupilha);

• Rota dos Vinhos dos Altos Montes (Flores da Cunha e Nova Pádua);

• Caminhos de São Miguel (Monte Belo do Sul);

• Vinhedos de Monte Belo (Monte Belo do Sul);

• Santa Tereza: Uma História que se conta (Santa Tereza).

4.2.2. Roteiros Indicados em Trabalhos Científicos

Nesse quesito, foram considerados os roteiros turísticos indicados nos

trabalhos de Laboratório de Arquitetura e Urbanismo, do Curso de Arquitetura e

Urbanismo da UCS, resultantes de estágios realizados nas Prefeituras e que ainda

não foram implantados. Também foram mapeados os roteiros citados na publicação

do Curso de Turismo Ambiental e Patrimônio Histórico, realizado em Santa Tereza,

em setembro de 2006 (LEPORE e SANTINELLI, 2006).

Os roteiros mapeados são identificados em azul no mapa 6, e são os

seguintes:

• “Grutas e Ocas”, “Igrejas e Capitéis” e “Fazendas e Casas Antigas”, no

interior de São Marcos, indicado por Vanelli Neto (2006).

• Roteiro na área urbana de São Marcos, indicado por Basso (2006).

• Passeios de Maria Fumaça “Bento Gonçalves – Jabuticaba” e “Bento

Gonçalves – Santa Tereza”, indicado em Lepore e Santinelli (2006).

Percebe-se, ainda, analizando o mapa 6 (página 68), que todas as cidades

possuem roteiros turísticos, sendo esses planejados pelas prefeituras municipais ou

pela iniciativa privada. Os roteiros existentes concentram-se principalmente na

porção oeste da Aglomeração, nas cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi, Monte

Belo do Sul e Carlos Barbosa. Os roteiros de Caxias do Sul, Flores da Cunha e

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Nova Pádua estão espalhados no território e apresentam nos mapas menos

atrativos do que os roteiros das cidades anteriormente citadas.

4.2.3. Atrativos Turísticos da AUNe

Conforme citado anteriormente, muitos atrativos dos municípios da

Aglomeração não estão incluídos em roteiros oficiais, mas aparecem nos mapas

turísticos dos municípios como atrativos fragmentados, muitos deles de grande

importância cultural, paisagística ou tecnológica. Em muitos casos, como o do

Turismo de Aventura, esses atrativos não estão organizados em roteiros. Muitos

desses atrativos são oferecidos em roteiros formulados por empresas de turismo,

que não foram mapeados em função da existência de pouca informação referente a

esses produtos.

Foi considerado importante, porém, o mapeamento e caracterização desses

atrativos, bem como a identificação dos atrativos de importância regional, como

forma de um melhor reconhecimento das potencialidades de atratividade turística e

das possíveis formas de integração.

Os atrativos da AUNe foram mapeados com referência nos mapas de

roteiros turísticos e mapas turísticos dos municípios, bem como pelas indicações nos

materiais publicitários. Da mesma forma que os roteiros anteriormente citados, os

atrativos foram classificados segundo a sua identidade, como Atrativos Culturais,

Naturais ou de Relevância Técnica, tendo sido os atrativos culturais e técnicos

subdivididos em mais duas categorias: Serviços com caráter cultural e atrativos

vitivinícolas (de enoturismo).

Além da classificação segundo a identidade, os atrativos também foram

identificados segundo sua relevância. Foram considerados atrativos principais os de

abrangência Nacional ou Estadual; secundários, os de relevância regional; atrativos

terciários, os de relevância municipal.

Percebe-se, através do mapa 6 (página 68), a existência de diversos

atrativos de relevância nacional ou estadual em todo o território da AUNe. Dentre

esses, destacam-se o Santuário de Caravaggio, único no Brasil, o Núcleo Histórico

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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73

de Santa Tereza, em processo de Tombamento de paisagem pelo IPHAN, a Vila

dos Presépios, em Ana Rech e o Vale dos Vinhedos, primeira região no Brasil com

indicação de Procedência Vinícola.

4.3. Caracterização dos Roteiros Turísticos da AUNe.A região da AUNe, devido à influência da imigração italiana na colonização

do seu território, possui um forte apelo dessa cultura, o que imprime uma

conformação aos roteiros turísticos. Os tipos de turismo explorados nos municípios

da Aglomeração, estão, de certa forma, ligados à cultura desses lugares, sendo os

principais o turismo rural, o turismo cultural, de aventura e ecológico, bem como o

enoturismo, este último muito apreciado pelos turistas.

Figura 37: Turismo Rural no Interior de Bento Gonçalves

O turismo rural na AUNe está ligado às pequenas cantinas, à produção

vitivinícola da agropecuária e da gastronomia das localidades de interior, bem como

à criação de gado, citada anteriormente, e presente em alguns locais da região.

Valorizando a cultura, a história e as tradições desses lugares, este turismo assume

um caráter cultural, como acontece no roteiro Caminhos de Pedra, em Bento

Gonçalves (Figura 37). Acontece na maioria do território da Aglomeração (ver mapa

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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7, na página 75, em verde), oferecendo principalmente a degustação de produtos

locais e a visitação aos espaços de produção.

O turismo cultural, por sua vez, identificado em azul no mapa 7 (página 75),

será aqui entendido como àquele ligado à valorização do patrimônio histórico e a

vivência de aspectos da cultura local, bem como o turismo religioso e étnico.

Acontece nos centros das cidades, com maior interesse na conservação dos prédios

históricos e nas localidades de interior que possuem características próprias e

atrativos originais, como casas de pedra, integradas ao meio ambiente rural. O

roteiro turístico “Passadas – A Arquitetura do Olhar”, em Garibaldi (Figura 38), é um

dos pioneiros na valorização do patrimônio arquitetônico em meio urbano na AUNe.

Figura 38: Roteiro Cultural no Centro de Garibaldi

O ecoturismo, ilustrado no Mapa 7 (página 75) em amarelo, também está

presente na região da Aglomeração e inclui a realização de cavalgadas, trilhas e

caminhadas, visitação às cascatas e outros atrativos naturais. Acontecem

principalmente na cidade de São Marcos, e nas localidades de Criúva (Figura 39),

Vila Seca e Santa Lúcia do Piaí, pertencentes a Caxias do Sul, e com uma maior

influência da cultura gaúcha. Nessas localidades também acontece o turismo de

aventura, que na AUNe está diretamente ligado aos ambientes naturais. Destacam-

se as atividades realizadas em Criúva, único roteiro na AUNe ligado ao ecoturismo e

o turismo de aventura. Também acontecem trilhas e atividades ligadas à água

próximo ao Salto Ventoso, em Farroupilha. É importante registrar que, embora não

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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esteja mapeado neste trabalho, existem muitas localidades que exploram o turismo

de aventura e o ecoturismo, não estando, porém, organizado em roteiros turísticos,

como é o caso de Nova Pádua e algumas localidades de Bento Gonçalves, Santa

Tereza e Flores da Cunha.

Figura 39: Ecoturismo em Criúva , Caxias do Sul

Fonte: ATUASERRA, 2008a

Um importante atrativo explorado na região é o Enoturismo, que aparece em

boa parte do território de colonização italiana da Aglomeração, como mostra o Mapa

7 (página 75). Destacam-se as iniciativas de diversas associações de produção

vinícola em buscar a denominação de “Região de Procedência Vinícola”, um

importante quesito para a valorização de um produto vinícola. Até o presente

momento a AUNe conta com uma região de procedência já aprovada, o Vale dos

Vinhedos, em Bento Gonçalves (Figura 40) e outros três roteiros da região estão em

fase de avaliação: Vinhedos de Monte Belo, Vinho de Montanha e Vinhos dos Altos

Montes (SITE DO VINHO BRASILEIRO, 2008).

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Figura 40: Enoturismo em Bento Gonçalves

O turismo denominado “especial”, aqui apresentado, é caracterizado pelos

roteiros de caráter único, considerados como produtos-âncora da região,

representados pelos roteiros “Maria Fumaça” e “Terceira Idade”. O primeiro por

apresentar um caráter específico, mostrando a cultura da região, através de um

passeio em um modal diferente e histórico (Figura 41). O segundo por estar voltado

a um público específico, que são os idosos. Ambos tem caráter cultural, sendo que o

segundo utiliza a estrutura e os atrativos de outros roteiros.

Figura 41: Roteiro “Maria Fumaça”, entre Bento Gonçalves e Carlos Barbosa

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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5. ANÁLISE DOS DADOS E RECOMENDAÇÕES

Nesse capítulo, serão apresentadas análises dos dados do presente

trabalho, com a finalidade de avaliar as possibilidades de integração dos roteiros

turísticos através dos elementos do território da AUNe que foram estudados. As

recomendações, feitas a partir dessas análises, não pretendem ser conclusivas, mas

apontar possíveis direções para futuros estudos e diagnósticos referentes ao

planejamento regional do turismo.

5.1. Relação da AUNe com os Referenciais estudadosA Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, relacionada aos

referenciais estudados, possui diversas características em comum, que podem

ajudar a entender a conformação do território e possíveis ações para o seu

planejamento.

As três regiões estudadas apresentam características similares de relevo,

formação e dimensão territorial, além de possuírem em comum a existência de

órgãos de planejamento regional. Existem atrativos naturais e culturais que podem

ser oferecidos ao turista, em roteiros e itinerários de caráter cultural ou ecológico.

Ao contrário dos referenciais estudados, a AUNe não possui um turismo de

massa, mas como eles possui diversos atrativos de escala nacional, até pouco

tempo explorados de forma fragmentada. Existem também, em contraponto aos

referenciais, diversos atrativos ainda não mapeados ou reconhecidos, que podem,

futuramente, integrar a oferta turística da Aglomeração.

Outra característica em comum entre Perugia e a AUNe, é a possibilidade do

turismo resgatar a cultura regional. Ao contrário de Perugia, na AUNe, os sistemas

produtivos principais parecem estar ainda presentes na maior parte do território.

Entretanto, aqui o que corre risco de desaparecer são a cultura do meio rural e os

patrimônios históricos culturais, materiais e imateriais. O turismo rural, que nos

últimos anos vem sendo oferecido nos municípios da Aglomeração, complementa as

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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atividades dos atrativos já consolidados e aumenta o tempo de permanência do

turista na região, além de valorizar a cultura e auto-estima da população local.

A AUNe apresenta também características simililares ao Parque Natural de

Montseny, na Espanha, no sentido do grande valor natural do território. Como

Montseny, a Aglomeração tem seu território em sua quase totalidade dentro de uma

reserva da Biosfera, no caso a Reserva da Mata Atlântica, havendo porém poucas

ações no sentido de valorizar essa potencialidade.

POTENCIALIDADES

• O fato de os referenciais estudados serem ‘regiões’ com aspectos territoriais e

oferta turística similar aos da AUNe, e ter sido possível o planejamento integrado

para o turismo nos seus territórios, demonstra, por dedução, que é possível

realizar um planejamento similar na Aglomeração.

• Existência de um órgão de planejamento regional, o comitê técnico da AUNe,

e de um órgão que acompanha o desenvolvimento de pesquisas no turismo, o

OBSERVATUR. Esse fator possibilita a discussão regional de assuntos do

território da Aglomeração e o desenvolvimento de ações conjuntas entre os

municípios, bem como acontece nos referenciais estudados.

• A existência, no território da AUNe, de diversos atrativos nacionais e

estaduais, de relevância natural, cultural e técnica, capazes de motivar o

deslocamento de turistas de todo o país, tal como nos referenciais estudados.

• A localização da AUNe dentro da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica,

potencializa o desenvolvimento do Ecoturismo, tal como em Montseny.

• Terem acontecido anteriormente, trocas de conhecimentos entre a região da

Aglomeração e a Província de Perugia através dos eventos do programa Urb-Al.

PROBLEMAS E DIFICULDADES

Há um conhecimento muito limitado em relação aos patrimônios históricos e

culturais da AUNe. Estudos desse tipo já foram realizados por diversos autores,

porém se faz necessário um maior reconhecimento por parte dos órgãos de gestão e

da própria população. Também há uma dificuldade no sentido da percepção da

escala de região e da gestão regional, como acontece nos referenciais estudados.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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80

Em relação aos elementos naturais, percebe-se, que embora exista uma

grande potencialidade turística, existem poucas ações no sentido de valorizar e

explorar esses espaços, em parte por falta de conhecimento da população local da

importância desses atrativos.

RECOMENDAÇÕES

• Maior reconhecimento da AUNe como órgão de gestão e planejamento junto

aos municípios e população regional.

• Realização de outras ações de intercâmbio com a Província de Perúgia e

outras regiões referenciais, quando da elaboração do planejamento turístico

regional.

5.2. Características da AUNe e Possibilidades de Integração

TurísticaComo observado anteriormente, acredita-se que as possibilidades de

integração do turismo na região da AUNe estão relacionadas às estruturas de

circulação e equipamentos de transportes, serviços e equipamentos turísticos, bem

como aos atrativos culturais e naturais.

Para confirmar essa hipótese serão analisadas as possibilidades de

integração dos roteiros turísticos a partir desses elementos, divididos da seguinte

forma:

• Possibilidades de Integração Viária dos Roteiros Turísticos;

• Possibilidades de Integração dos Roteiros Turísticos através da estrutura de

serviços e equipamentos de turismo;

• Possibilidade de Integração do Turismo através dos elementos atrativos

naturais e culturais.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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2.2.1. Possibilidades de Integração Viária dos Roteiros Turísticos

Para analisar as possibilidades de integração viária entre os roteiros

turísticos, destacam-se as potencialidades e dificuldades de acessibilidade e

interligação entre os roteiros, através dos modais existentes. No modal rodoviário

foram analisados a acessibilidade externa aos roteiros da AUNe, ou seja, acesso

pelas rodovias principais e ligação com roteiros externos à região; bem como a

acessibilidade entre os roteiros. Nos modais ferroviário e aéreo foram analisadas as

possibilidades de integração através da ferrovia e a possibilidade de acesso pelos

aeroportos existentes e em projeto.

POTENCIALIDADES

Em relação à acessibilidade externa aos roteiros da AUNe por rodovias,

foram encontradas as seguintes potencialidades:

• A maioria dos roteiros é acessível através das rodovias principais ou são

extensão de outros roteiros (ver Mapa 8, página 81).

• É possível integrar os roteiros da AUNe com roteiros externos à Aglomeração

através das estradas principais e das vias dos próprios roteiros.

• A Estrada do Imigrante pode fazer a ligação turística com a Região das

Hortênsias, através da BR 116, bem como o roteiro de Santa Lúcia do Piaí

poderia estar ligado àquela região por estradas municipais.

• Nova Roma do Sul, outro pólo em Turismo de Aventura, pode ser ligada à

AUNe através de roteiros em Nova Pádua e Pinto Bandeira, em Bento Gonçalves.

Da mesma forma, roteiros em Veranópolis, podem ser interligados ao roteiro do

Vale do Rio das Antas, em Bento Gonçalves.

Em relação às possibilidades de ligação entre os roteiros da AUNe,

percebem-se as seguintes potencialidades:

• É possível integrar os roteiros dos municípios da AUNe entre si, através da

estrutura viária regional, municipal e local (ver Mapa 8, página 81).

• Os atrativos de relativa importância que não estão incluídos em roteiros tem,

em sua maioria, possibilidade de integração com roteiros já existentes.É o caso Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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da Capela de São Luiz do Forromeco e do Morro do Diabo, em Carlos Barbosa,

próximas ao Caminhos do Salto Ventoso; e das Usinas Hidrelétricas próximas aos

roteiros Vale do Rio das Antas e Caminhos de Faria Lemos.

• Os demais atrativos não cadastrados poderão vir a ser acessados facilmente

em função da malha viária local (estradas municipais).

Em relação às ligações ferroviárias da região da AUNe, em função da

existência de ferrovia ativa ou desativada em boa parte do território da AUNe, existe

a potencialidade de integração através do trem regional de passageiros, hoje em

estudo para reativação. Quanto aos aeroportos e campos de aviação, estão bem

distribuídos no território, podendo responder às demandas das feiras.

PROBLEMAS E DIFICULDADES

As dificuldades de acessibilidade externa aos roteiros da AUNe estão

ligadas à má conservação das rodovias e estradas, que podem interferir na

atratividade da região. Também pode dificultar a integração viária dos roteiros

turísticos, a morfologia da região, que em diversos lugares é muito íngreme e

dificulta a passagem de veículos por essas estradas. Outras situações, mais

particulares, também podem interferir na atratividade de alguns roteiros, e dificultar a

integração dos mesmos:

• O roteiro de Santa Lúcia do Piaí é o único roteiro que não está ligado nem às

rodovias, nem a outros roteiros, dificultando a sua integração. Existem, porém,

algumas estradas que podem permitir a ligação desse roteiro com o centro de

Caxias do Sul ou a Estrada do Imigrante.

• O roteiro de Criúva, embora esteja ligado ao roteiro de Ana Rech, é bastante

longo, estando seus atrativos principais muito distantes das rodovias. Embora os

seus atrativos de ecoturismo e turismo de aventura sejam bastante procurados

nas agências de turismo, os atrativos culturais correm o risco de perder

atratividade em função da grande distância a ser percorrida.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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RECOMENDAÇÕES

• Realização de ações conjuntas com as cidades vizinhas à Aglomeração, no

sentido de potencializar os roteiros e atrativos turísticos que encontram-se nas

divisas da Aglomeração.

• Realização de estudos de interligação viária entre os roteiros turísticos,

potencializando o acesso e a integração entre os roteiros (ver mapa 8, página 81).

• Melhoria das condições das rodovias de acesso e das estradas que interligam

os roteiros, bem como da sinalização turística e indicações nos mapas turísticos,

informando o turista dessas ligações.

• Potencializar o transporte regional através da reativação do trem de

passageiros para a melhoria do transporte coletivo através desse modal.

5.1.2. Possibilidades de integração dos Roteiros Turísticos através dos

Serviços e Equipamentos de Turismo

Analisando as possibilidades de integração dos roteiros turísticos, bem como

o atendimento ou não dos roteiros pelos serviços e equipamentos de turismo da

AUNe, foram percebidas as seguintes situações:

• Observando-se o Mapa 9 (página 86), percebe-se que os hotéis, Centros

Comerciais, postos e Espaços para Convenções estão bem distribuídos no

Território da Aglomeração, estando localizados principalmente nas áreas urbanas

das três maiores cidades (Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Farroupilha).

• Os postos de informações turísticas estão nas áreas urbanas das cidades,

sendo Caxias do Sul e Bento Gonçalves as mais bem atendidas. Não são

indicados em nenhuma das fontes utilizadas, postos de informações junto aos

acessos da Aglomeração.

• A maioria dos roteiros turísticos não possui centros de informações nos seus

acessos, excetuando-se os roteiros que passam pelos centros das cidades. No

meio rural, são exceções os roteiros do Vale dos Vinhedos, Caminhos de Pedra e

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Vinhedos de Monte Belo (Observação 7, Mapa 9, página 86), que possuem

postos de informações junto aos seus acessos principais.

• As agências de turismo tem sede principalmente em Caxias do Sul e Bento

Gonçalves, o que é um possível indicador do desenvolvimento turístico destas

cidades. Possivelmente atendem à demanda das demais cidades da AUNe.

• Existência de pousadas dentro dos roteiros e como atrativos. Muitas vezes

são o principal equipamento existente dentro do roteiro, como é o caso das

pousadas junto às vinícolas, no roteiro Vinhedos de Montanha (Observação 2, no

Mapa 9, página 86), e os hotéis e pousadas do roteiro Melhor Idade (Observação

3, no Mapa 9, página 86). Destaca-se também o hotel fazenda Palmeira dos

Ilhéus (Figura 42), em São Marcos, que atende ao Roteiro de Criúva e está

indicado nos roteiros rurais de São Marcos (Observação 4, Mapa 9, página 86),

mostrando a possível integração entre os dois roteiros.

Figura 42: Hotel fazenda Palmeira dos Ilhéus, em São Marcos

Fonte: VANELLI NETO, 2006

• A existência de serviços de transportes em meios alternativos (trator, jipe,

trem, “carrosson” e ônibus antigo), oferecidos pelas agências de turismo, pela sua

importância cultural e em alguns casos, possibilidade de visitação a locais de

menor acessibilidade, ou mesmo em roteiros de enoturismo.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Grande concentração de atividades de Enoturismo na porção oeste da

Aglomeração e na cidade de Flores da Cunha, demonstrado pelas polaridades

urbanas no Mapa 9 (página 86).

• Os Parques de Eventos de Bento Gonçalves (observação 5, mapa 9) e

Caxias do Sul são também considerados atrativos âncora, pois recebem eventos

de grande porte e eventos nacionais e internacionais. O Parque da Festa da Uva,

em Caxias do Sul (Observação 6, Mapa 9, página 86), ainda é atrativo dos

roteiros La Città e Caminhos da Colônia.

POTENCIALIDADES

• Potencialidade da oferta do serviço de transportes alternativos em outros

roteiros da região da Aglomeração, especialmente em locais com maior

dificuldade de acesso.

• As infra-estruturas hoteleira, gastronômica e de compras, por estarem

localizadas nas áreas urbanas e bem distribuídas na aglomeração, podem

atender a diversos roteiros.

• Potencialidade enoturística em grande parte da região da AUNe.

• Existem muitas possibilidades de alojamento e gastronomia típica em zonas

rurais, em roteiros culturais.

• O turismo de eventos pode potencializar os roteiros turísticos, se integrados a

eles.

PROBLEMAS E DIFICULDADES

No que se refere aos Serviços e Equipamentos da região da AUNe,

percebe-se, analisando o Mapa 9 (página 86):

• A inexistência de postos de informações junto aos acessos da Aglomeração,

sendo que os mesmos localizam-se principalmente nas zonas urbanas,

especificamente nos centros das cidades. Também é deficiente, na maioria dos

roteiros rurais, a existência de postos de informações turísticas, o que dificulta ao

turista a percepção da região.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Oferta de menor estrutura nos roteiros turísticos rurais, o que dificulta a

visitação e a possibilidade de maior permanência do turista nesses locais.

• Existência de pouca infra-estrutura hoteleira e gastronômica em Garibaldi e

São Marcos, em relação à quantidade de roteiros turísticos na proximidade

dessas cidades, o que se aplica também Farroupilha, em função da sua área

urbana. As cidades de Santa Tereza, Monte Belo do Sul e Nova Pádua, também

apresentam menor infra-estrutura hoteleira, o que pode ser determinado em

função de sua menor ocupação urbana. Esse pode ser um dificultor, junto com o

difícil acesso, da menor visitação turística nesses locais.

RECOMENDAÇÕES

• A instalação de postos de informações turísticas, bem como de sinalização

adequada, junto aos acessos da AUNe e dos roteiros turísticos. Isso possibilitaria

ao turista uma maior legibilidade de sua localização, bem como da acessibilidade

aos atrativos e percepção da região onde se encontra.

• Integração dos roteiros turísticos com os parques de eventos e grandes

centros comerciais, de forma a chamar a atenção do turista para esses atrativos,

fortalecendo os roteiros.

• Apoio à instalação de pousadas e restaurantes como apoio e atrativos dos

roteiros turísticos, de forma a melhorar o atendimento ao turista e potencializar os

roteiros em áreas rurais.

• Potencialização do Enoturismo e buscas de indicações geográficas nas

diversas áreas da região, de forma a fortalecer pequenas cantinas e diversificar a

visitação.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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5.2.2. Possibilidades de Integração do Turismo da AUNe através dos

Elementos Atrativos Ambientais e Culturais

Analisando-se o Mapa 10 (página 90), pode-se perceber as seguintes

observações:

• A localização da AUNe, quase em sua totalidade, dentro da Reserva da

Biosfera da Mata Atlântica, determina a grande potencialidade do seu território

para o Ecoturismo, principalmente junto aos vales dos rios e grandes áreas de

mata nativa. Contudo, esse potencial não é bem aproveitado, sendo que existem

poucos roteiros turísticos de ecoturismo organizados.

• A existência dos roteiros turísticos culturais no território confirma a

potencialidade e atratividade dos elementos culturais (patrimônio histórico,

artesanato, gastronomia, entre outros). A diversidade cultural oferecida pelas

etnias presentes nos municípios da AUNe, também oferece uma oferta

diversificada desse tipo de produto turístico. É importante registrar que foram

mapeados apenas os atrativos oferecidos pelos roteiros, existindo muitos outros

que, identificados, poderão potencializar ainda mais o turismo na Aglomeração.

• A maior parte dos roteiros turísticos se desenvolvem em zonas rurais, em

uma paisagem bastante diversificada, caracterizada principalmente pelo relevo e

hidrografia, além de aspectos relacionados à produção e à cultura local.

• Os roteiros ‘Criúva’ e ‘Fazendas e Casas Antigas’, se desenvolvem um um

território um pouco mais plano que do o resto da Aglomeração, e estão ligados à

idéia de cultura gaúcha. Este fator pode ser mais um atrativo em função da

diversidade que oferece à oferta turística da AUNe.

POTENCIALIDADES

• Localização da AUNe na Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, sendo o Vale

do Rio das Antas um dos elementos principais, potencializando o

desenvolvimento de um roteiro turístico regional nesses locais.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Existência de grande quantidade de atrativos naturais que, uma vez

identificados podem potencializar o desenvolvimento do ecoturismo na

aglomeração.

• Presença de diversos atrativos culturais, já oferecidos pelos roteiros ou ainda

por registrar, potencializando o turismo cultural.

PROBLEMAS E DIFICULDADES

• Embora exista grande potencial de turismo ambiental junto aos Rios das

Antas, Taquari e Caí, existem poucos roteiros nesses locais, sendo que os

roteiros existentes, são em sua maioria roteiros culturais, excetuando-se o roteiro

de Criúva, que explora o turismo de aventura. É importante observar, porém, que

embora nas cidades da AUNe, existam poucos roteiros planejados nesse sentido,

as cidades vizinhas de Veranópolis e Nova Roma do Sul oferecem esse tipo de

atrativo.

• Existência de poucos estudos de reconhecimento dos patrimônios naturais e

culturais da Aglomeração, bem como de políticas para a preservação e

exploração desses atrativos.

• A possibilidade de Impactos Ambientais junto às áreas de abrangência das

Usinas Hidrelétricas e seu entorno pode vir a reduzir a atratividade dos roteiros

turísticos que se desenvolvem nas proximidades, em função da redução da

qualidade paisagística. Além disso, a implantação de usinas ao longo dos rios,

podem reduzir a possibilidade de navegabilidade.

• Em escala local, a instalação de um presídio próximo a roteiros turísticos em

Bento Gonçalves, pode prejudicar a paisagem oferecida por esses roteiros, bem

como provocar uma sensação de menor segurança aos turistas.

RECOMENDAÇÕES

• Realização de ações conjuntas internas e externas à Aglomeração, tanto na

iniciativa privada quanto nos municípios, para a valorização e potencialização dos

atrativos naturais e culturais.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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• Realização de estudos que contemplem mais detalhadamente os patrimônios

histórico-culturais da Aglomeração e desenvolvimento de políticas para a

valorização e proteção desses patrimônios.

• Viabilização de um Parque Natural junto às zonas núcleo da Reserva da

Biosfera da Mata Atlântica, principalmente junto aos vales dos rios das Antas e

Taquari, como forma de valorizar e preservar esses elementos ambientais.

Recomenda-se também a criação de trilhas ecológicas e disponibilização de

estrutura para o desenvolvimento do Ecoturismo nesses locais, além de

convênios com a CERAN para visitação nas áreas de abrangência das usinas

hidroelétricas.

• Desenvolvimento de ações de consciência do turismo nas escolas e

empresas, bem como da importância dos patrimônios culturais e naturais para o

desenvolvimento da região. Além disso, fortalecer junto à população, a iniciativa

de conhecer os atrativos turísticos da região, de forma a fortalecer a noção de

identidade cultural regional e reconhecimento do território onde se vive.

Percebe-se, através das análises apresentadas, a confirmação da hipótese

das possibilidades de integração através das estruturas e serviços voltadas ao

turismo e dos atrativos naturais e culturais. O desenvolvimento de gestão regional e

de ações integradas no sentido de valorizar e potencializar os atrativos, bem como

melhorar a estrutura receptiva são de fundamental importância para possibilitar essa

integração.

Percebe-se, contudo, que além desses elementos, também podem

potencializar a integração do turismo na AUNe ações educativas, no sentido de uma

maior percepção regional do território.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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6. RELATO DE ESTÁGIO

Os contatos para a realização deste estágio iniciaram-se no início do mês de

julho, quando, por indicação da Professora Sandra Barella, foi feito o contado com a

Arquiteta Ilka Beatriz Filippini. Já nesse período, durante as férias, foram realizadas

reuniões para explicitação da demanda da Aglomeração e definição do tema a ser

estudado. Também nessa fase, iniciaram-se as primeiras participações nas reuniões

do Comitê Técnico, de forma a conhecer a estrutura organizacional e interar-se com

os temas em discussão.

Ao iniciar-se o semestre começaram as discussões para a definição do

plano de atividades, enquanto fazia-se a revisão bibliográfica e reconheciam-se as

fontes de pesquisa. Nessa fase, foram identificados e tabelados os roteiros turísticos

presentes na região, reconhecendo-se os roteiros de cada cidade e seus atrativos,

bem como a existência ou não de mapas turísticos.

Para a realização da coleta de dados, contou-se com os membros do comitê

técnico da AUNe, que solicitaram às Secretarias de Turismo de seus municípios, ou

departamentos similares, as informações necessárias. Foram disponibilizados

materiais publicitários e mapas turísticos, bem como a estrutura administrativa de

turismo de cada município. Ao mesmo tempo, foram realizados contatos com

diversas instâncias de Planejamento e segmentos da Sociedade, quando da

participação do Seminário ‘Serra Gaúcha nos Trilhos’ e correspondentes reuniões

sobre o tema.

A medida que eram disponibilizados os dados, o tabelamento dos roteiros foi

sendo atualizado, e os mesmos foram mapeados com o auxílio do programa Google

Earth, identificando-se as principais atividades realizadas enquanto ‘tipos de

turismo’. Esses dados foram transferidos, posteriormente, para a base digital

utilizada pelo Comitê Técnico. Em paralelo, realizavam-se as pesquisas e a escrita

da monografia, reconhecendo as experiências de planejamento apresentadas no

início deste trabalho.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Ao final do mês de setembro, iniciaram-se as pesquisas referentes ao objeto

de estudo – o território da AUNe – sua contextualização e suas relações com os

elementos de turismo. Foram realizadas reuniões com a ATUASERRA, onde foram

coletados os dados para o mapeamento das características da AUNe relacionadas

ao turismo e foram disponibilizadas para o presente trabalho informações e

referências bibliográficas sobre o turismo na ‘Região Uva e Vinho’. Com esses

dados, foram realizados o mapeamento e a caracterização dos ‘Elementos atrativos’

e das ‘Estruturas de apoio ao turismo’.

Essas pesquisas se estenderam até o final de outubro. Na metade desse

mês, enquanto eram finalizadas as pesquisas citadas, organizaram-se as

informações sobre os roteiros turísticos, escrevendo sobre a sua classificação e

caracterização. Já nessa fase, percebiam-se diversas possibilidades quanto à sua

integração, principalmente quando da visitação de diversos roteiros, tanto por

motivação pessoal, quanto para a realização de fotografias utilizadas na monografia.

A última fase do trabalho, de sobreposição dos dados e análise, iniciou-se

em novembro, quando foram identificadas graficamente e textualmente, as

potencialidades e dificuldades para integração dos roteiros turísticos e atrativos

mapeados através dos elementos estudados. Também nessa etapa, a realização de

reuniões com os Comitês Técnicos da AUNe e da OBSERVATUR, fizeram parte da

sistemática de trabalho. As possibilidades identificadas na análise foram

apresentadas e amplamente discutidas, tendo sido algumas partes do trabalho

melhor desenvolvidas em função dessas discussões.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos de mapeamento e as análises realizados neste trabalho

demonstraram a importância da Aglomeração Urbana do Nordeste enquanto região

turística, bem como da existência de diversas possibilidades de integração dos

roteiros turísticos. Além das possibilidades levantadas no início do trabalho, de

integração através das estruturas voltadas ao turismo e elementos atrativos culturais

e naturais, revelou-se importante o processo de gestão conjunta entre os municípios

e ações educativas de valorização desses atrativos, que são os próprios patrimônios

da região.

É de grande importância que seja dada continuidade a este trabalho, pois

este já demonstrou-se parte de um estudo bastante complexo acerca da identidade

e do turismo regional. Os dados aqui apresentados, por referirem-se a um sistema

em constante movimento, devem ser continuamente revisados e ampliados segundo

a disponibilidade de indicativos, em estudos de outras pesquisas. Também é

relevante a realização de estudos mais detalhados sobre os patrimônios naturais e

culturais da Aglomeração, no sentido de identificar possíveis novos atrativos, que

podem integrar-se aos roteiros já existentes ou possibilitar a criação de outros.

A realização deste trabalho foi muito gratificante, proporcionando

experiências únicas na formação profissional. O reconhecimento das diversas

características da Aglomeração Urbana e dos atrativos que possui, possibilitou uma

visão geral da região e reflexões sobre a importância do planejamento regional.

Além disso, a participação nas reuniões do Comitê Técnico da AUNe, bem como da

realização de contatos com profissionais de diversas áreas, especialmente de

turismo, gestão e planejamento, possibilitaram uma visão de como funciona o

planejamento nos níveis municipal e regional.

É importante registrar que, em paralelo a este estudo, estavam sendo

realizadas no Comitê Técnico da AUNe, as discussões sobre o projeto de reativação

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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do Trem Regional, envolvendo diversas áreas de interesse, inclusive a do turismo e

dos benefícios que esse modal traria para a área. A possibilidade de participar

dessas discussões, além de um aprendizado diferenciado, possibilitou maior

facilidade de contato com diversos segmentos da sociedade.

Essa pesquisa só pôde ser executada com a dedicação e interesse

disponibilizados pelos orientadores Ilka Beatriz Filippini, responsável pelo

acompanhamento do trabalho, e Carlos Eduardo Pedone, co-orientador e contato

com o Observatório de Turismo, bem como da supervisora Vera Lúcia Bueno Ficher,

através do compartilhamento de conhecimentos e sanando dúvidas e dificuldades.

Também a disponibilidade dos membros do Comitê Técnico da AUNe,

representantes dos municípios que a compõem, na obtenção dos dados e

informações acerca do turismo nos municípios foi de fundamental importância para a

realização deste trabalho.

Outro fator importante nessa experiência profissional, foi a possibilidade de

aplicar conhecimentos obtidos ao longo do curso, especialmente nas disciplinas de

Urbanismo realizadas no Brasil ou no exterior. As experiências adquiridas nessas

disciplinas foram essenciais para a realização deste trabalho no tempo disponível,

especialmente em relação ao reconhecimento do território e à confecção dos mapas.

As experiências proporcionadas pela academia, mesmo intencionando

demonstrar o mais próximo da realidade possível, não se aproximam da

complexidade e da responsabilidade da atividade profissional. Nesse sentido, a

oportunidade de estágio tornou-se um grande privilégio e contribuiu muito para a

formação profissional.

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REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS

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Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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REGIÃO TURÍSTICA UVA E VINHO. Santa Tereza. [S.l.]: ATUASERRA, [2007?]c.Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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ANEXO A – Serra Gaúcha nos Trilhos: Seminário Trem e

Desenvolvimento Regional. Conclusões e próximos passos.

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Serra Gaúcha nos TrilhosSeminário Trem e Desenvolvimento Regional

Conclusões e Próximos Passos

Como resultado das exposições e debates ocorridos durante o Seminário TREM E DESENVOLVIMENTO REGIONAL realizado no Auditório da CIC de Caxias do Sul em 25 e 26 de agosto de 2008, os promotores e órgãos participantes registram e aprovam o que segue:

1) Há unanimidade na afirmação de que é urgente avançar em medidas práticas concretas para a retomada do modal ferroviário, integrando transporte de cargas e passageiros e sua conexão com os demais modais de transporte.

2) Fica definida a Aglomeração Urbana do Nordeste – AUNe como a articuladora e porta voz das demandas regionais sobre as questões da retomada do trem, num processo planejado, coletivo, gradativo e continuado, devendo compor um Comitê de Trabalho envolvendo as instituições promotoras do evento e demais segmentos locais interessados e possíveis assessorias técnicas necessárias. Caberá aos participantes o compromisso de dispor informações e logística referentes aos setores representados. Desde já, caberá aos municípios, encaminhar soluções para a liberação e proteção da faixa de domínio da ferrovia e de eventuais áreas necessárias à implantação do projeto.

3) O Seminário do Trem Regional, Serra Gaúcha nos Trilhos, indica como necessário a elaboração de um projeto básico de viabilidade econômica e social, com levantamento de dados, diagnósticos e propostas, considerando os estudos já realizados, contemplando:

• transporte ferroviário urbano e regional, de passageiros, de turismo e de cargas;• integração aos demais modais de transporte: rodoviário, dutoviário, aeroviário e

hidroviário (porto de Estrela);• extensão aos demais municípios da AUNe e aos demais municípios que

compõem a Região Funcional III – Rumos 2015;• ligações externas à região, conectando com a rede estadual e aos mercados

nacionais e internacionais;• utilização de tecnologias sustentáveis;• adequação aos aspectos ambientais, sociais e econômicos;• parceria entre as esferas governamentais municipais, estaduais e federais, e a

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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iniciativa privada;• processo de forma planejada, coletiva, gradativa e continuada.

4) Firmar Protocolo de Intenções entre União, Estado e Municípios para estabelecer as competências de cada um no processo de implantação do trem regional;

5) Conforme indicado no estudo do BNDES de abril de 2000, e nos debates do seminário, o cronograma de implantação do trem regional da Serra Gaúcha, deverá prever, no mínimo, as seguintes etapas, (podendo algumas ser simultâneas): a) Continuar os atuais debates entre os interessados locais para elaborar e

assinar Carta de Compromissos, ou outro instrumento formal;b) Contratação pelo BNDES, do projeto básico e estudo de viabilidade

econômica, financeira e social, incluindo a reforma e melhorias na infra-estrutura e nas estações nos trechos pretendidos, com acompanhamento do Ministério dos Transportes e da CBTU;

c) Licitação para a recuperação, melhorias e exploracão do trecho.

6) Acolher todas as contribuições feitas a este Seminário e publicados nos anais, em forma de livro, para servirem de subsídios para a continuidade dos trabalhos.

7) Criação de um cronograma de trabalho compartilhado, prevendo até o final do ano de 2008, as ações a serem implementadas.

8) Os atores regionais reivindicam participação efetiva do Governo Federal, inclusive com investimentos de recursos orçamentários, em face da natureza social do empreendimento, buscando parcerias com demais setores interessados.

Caxias do Sul, 26 de agosto de 2008.

PROMOTORES E ÓRGÃOS PARTICIPANTES:Aglomeração Urbana do Nordeste – AUNeAssociações de Municípios ( AMESNE, AMUCSER e AMSERRA)Conselhos Regionais de Desenvolvimento (SERRA, HORTÊNCIAS e CAMPOS DE CIMA DA SERRA)Câmaras de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul e da RegiãoAssociação de Turismo da Serra Gaúcha – ATUASERRAUniversidade de Caxias do Sul –UCSFaculdade da Serra Gaúcha – FSGCompanhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU – Ministério das Cidades Ministério dos TransportesRoteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS

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Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDESFundação de Planejamento Metropolitano e Regional - METROPLANInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado - IPHAE

Roteiros Turísticos no Contexto da Aglomeração Urbana do Nordeste/RS