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ANO XXXVI NUM.. 1860 NO RIO $500 ESTADOS. $600 © O COELHO E A TARTARUGA "\r^p^. ^m WH O coelho tinha a fama de ser o animal mais veloz da bicholandía. e andava pelos campos e estradas em ex* cesso de'velo€Ídade Todas as vezes que se encontrava com a pacata tartaruga, zombava dela, chamando-a de animal mais lerdo do mundo. Um dia, a tartaruga desafiou-o para uma corrida. ^=^ vJJsf^ yffl | r\ J |^-<*-2^ íméZ-1 Foi um sucesso na bicholandía! Todos os bichos diziam que a tartaruga, estava maluca, que não ia das pernas, mas o coelho teveve que aceitar o desafio para nâo fazer feio. E então foram os dois para a estrada. Foi dada a saída, t o coelho ganhou logo a dianteira. Corria como um raio. O sol estava muito quente. De repent, e coelho começou a sentir-se cansado. f^-irilU^jj^1 ^Jkr~^—in&^L^^ Fiado na sua íigeireza, resolveu descansar um pouco à sombra de uma arvore, mas acabou ferrando no ícno- E a tartaruga, "no seu passo lerdo, sem correr, mas sem desfalecer, foi ganhando terreno, ganhando terrcro, vencen- do assim a corrida.

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ANO XXXVINUM.. 1860

NO RIO $500ESTADOS. $600

•©

O COELHO E A TARTARUGA

"\r^p^. ^m WHO coelho tinha a fama de ser o animal mais veloz da

bicholandía. e só andava pelos campos e estradas em ex*cesso de'velo€Ídade

Todas as vezes que se encontrava com a pacata tartaruga,zombava dela, chamando-a de animal mais lerdo do mundo.Um dia, a tartaruga desafiou-o para uma corrida.

^=^ vJJsf^ yffl | r\ J |^-<*-2^ íméZ-1Foi um sucesso na bicholandía! Todos os bichos diziam

que a tartaruga, estava maluca, que não ia lá das pernas,mas o coelho teveve que aceitar o desafio para nâo fazerfeio.

E então foram os dois para a estrada. Foi dada a saída,t o coelho ganhou logo a dianteira. Corria como um raio.O sol estava muito quente. De repent, e coelho começoua sentir-se cansado.

f^-irilU^jj^ 1 ^Jkr~^— in&^L^^

Fiado na sua íigeireza, resolveu descansar um pouco àsombra de uma arvore, mas acabou ferrando noícno-

E a tartaruga, "no seu passo lerdo, sem correr, mas sem

desfalecer, foi ganhando terreno, ganhando terrcro, vencen-do assim a corrida.

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O TICO-TICO 28 — Ma» — .1941

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N_.ur_.-n_-ite *m cfcceadb. —Distinto) Begsnte- Qoe onfü-oj_idade.... c esta a impr _*__»d. todas as senhora* ao fo-Idearei*

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SEMANÁRIO INFANTIL

^V \ I El/ 'v l anj i.jocr.

- ' Ff S. A. "0 MALHO'' -

# Diretor-Gerente: A. DE SOUZA E SILVA Travem do Ouvidor, 20 — n».

Qçoed __r^«C^E_L_^_lÍ»^^ j______-^\^f^^B_______i W-ME^Sw^^^^N^ Nn-^^V-'-' Amm^^^Amm __-_^^^**T^> MVòu&

OS NOSSOS CONCURSOSMeus netinhos;

Um dos nossos amiguinhosdirigiu a O TICO-TICO umacarta reclamando contra o fatode tomar parte em todos osconcursos semanais deste jor-nalzinho, sem ter sido até hoje

premiado.Uma carta parecida com ai-

gumas outras que temos rece-

bido em várias ocasiões, mas

com a diferença que, em vezda assinatura do reclamante,trazia apenas as suas iniciais.

Como vocês sabem, e o Vô-

yô já tem explicado paciente-mente muitas vezes, os nossosconcursos obdecem a sorteio,e ninguém tem o direito de

condenar o Acaso/a Sorte, porlhe serem pouco favoráveis.O nosso amiguinho, entretan-to, achou de fazê-lo, emboracometendo uma injustiça, quala de dizer que "só os leitores

dos Estados são contempladosnos concursos semanais".

Vocês, que acompanham es-tas lições, devem estar lembra-dos de que ainda há poucotempo um outro menino recla-mava justamente o contrario,isto é, que todos os prêmioseram dados aos concorrentesdesta Capital.

Por aí é fácil vêr que ne-nhum dos dois se baseiou narealidade para reclamar, não éexato ?

Nada disso, meus meninos.Todos os leitores d'0 TICO-TICO nos merecem a mesmaconsideração e amisade. Por-que preferir uns, em prejuisodos outros, se não conhecemosnenhum deles?

A reclamação dês,se netinhoanônimo não tem base nem ra-zão de ser. O Vovô, entretan-to, quer aproveitar o ensejopara dar um conselho a vocês.Nunca, jamais, um homem de-ve ocultar qualquer áto seu

(a menos que seja uma açãocaritativa) sob o anonimatoou mesmo sob esse meio--anonimato das iniciais.

Quem reclama ou protestacontra qualquer coisa, tem ounão tem razão, está, ou ríãoestá, convicto daquilo que dc-fende ou condena. E se está,e se acha que sua reclamaçíoé honesta, leal. verdadeira,

porque ter medo de se dar aconhecer?

Todo anonimato revela mi-do, indica que a conciencia doindivíduo que com êle se aco-

berta e protege, estava conde-nando seu procedimento. Nun*ca devemos escrever nada quenão possamos assinar desta-sombradamente, meus queri-dos netinhos. Só assim seremosdignos de nós mesmos e da es-tima dos nossos semelhantes.

VôVô

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O TICO- T I C O — 4 — 28 Maio — 1941

^^ftVíiiililIgfiTlfiWiiilN!^OUANTO MAIORES FOREM SEUS CONHECIMENTOS MAIS- CAPAZ SEUA* VOtíli DE VENCER

Quanto medimos?A China sósinha possiie a maiorquantidade dc patos que se possaimaginar. Na verdade essa quauti-dade é tão grande que somente aChina tem mais patos que todas asdemais regiões do mundo. Em tor-no de suas aldeias, nas casas iso-ladas, pelas estradas, nos tanquese nos rios e riachos, nos campos,enfim, em qualquer parte da Chi-na não se vêm senão patos c maispatos! A criação de patos é, toda-via, mais intensa sobretudo nos lu-gares onde existem as famosas ei-dades chinezas construídas sobreas águas dos rios intermináveis.

Nessas condições nada mais na-tural do que o importante papelque desenpenha o pato na alimen-tação chineza.

Além do mais, essa ave é, ali overdadeiro emblema da fidelidade.

Não há cortejo nupcial que nãoostente um magnífico casal de pa-tos, numa maravilhosa intuição.O casal de r»atos, entretanto, re-presenta nessa solenidade: o gran-de exemplo de amor e constânciapara os novo* esposos.

DA Vi O E O COCJIEIRODavid, o grande pintor francês,

íxpuséra seus mais belos quadros.Escondido no meio da multidão, oartista procurava ouvir os parece-res dos visitantes. Em dado mo-mento dele aproximou-se mu bo-mem, que pelo traje mostrava-seser cocheiro. Pelo rosto do ho-mem transparecia reprovação pelapintura.

Vejo que não gostou dessequadro — disse David.

E' verdade. Não me agrada.Não obstante, toda a gente se

iletém diante dele.Mas não há motivo para isso.

Repare: o imbecil que o pintou fezum cavalo com a boca coberta deespuma, e, no entanto, o animalnão tem freio algum.

David não disse nada. E à tardequando o salão estava sem gente,tirou a espuma,

•Numa aldeia xcmi-selvagein do

ri i Sòlimõès ' haviam chegado Os,componentes de uma expedição ei-entífica. Üm engenheiro da turmaque conhecia algumas palavras c!o

Segundo Mulholl, bem conhecidopor seus estudos antropológicos, aestatura média do homem adulto,em todo o mundo, é de 1 metro e66 centímetros, baseado esse nú-mero em dados tomados em trintae um povos, começando pelos la-ponios, cuja estatura média é de 1metro e 54 centímetros e terminan-do nos patagoes, que chegam a terum metro e setenta e oito centime-tros. A estatura da mulher é. emmédia, um decunetro menor do quea do homem. Póde-se. portanto,calcular a sua altura em 1 metro eoitenta e seis centímetros.

CONCURSO DASESTROFESPATRIÓTICAS

NESTA EDIÇÃO PUBLICA-MOS O 8.° E ÚLTIMO VERSOPARA FORMAR AS ESTRO-FES PATRIÓTICAS.

O CERTAME ENTRA,POIS, NA FASE DAS TRÓ-CAS DE MAPAS, " E ESTASSÓ PODEM SER FEITAS EMNOSSO ESCRITÓRIO, Á TRA-VESSA DO OUVIDOR N.« 26.NO PRÓXIMO NÚMERO DA-REMOS INSTRUÇÕES MAISDETALHADAS.

idioma, perguntou ao chefe da tri-bu se sabia em que país estava.

O indio disse um nome que emnada se parecia com Brasil. O en-genheiro, então, tratou de fazer-lhes compreender que a terra emque pisavam chamava-se "Brasil".

Ao voltarem, algum tempo de-pois, à mesma aldeia, o chefe datribu disse que havia dado o nomedc.Brasil à aldeia onde moravam.

•ESCRITA PARA CEGOS

Comemorou-se em 1937 o cente-nário da invenção da escrita paracegos, ou melhor, o centenário daaplicação do sistema Braile. Seu

inventor, Louis Braile, perdeu avista com três anos de idade, emconseqüência de um acidente ocor-rido na oficina de seu pai, que eraestofador. Educado na Escola pa-ra Cegos, mantida por padres je-suitas, em Paris, inventou, em1825, um sistema de escrita resu-mida, que , chamou "Taquigrafianoturna", porque podia ser traçadae lida na escuridão, somente pelotato. Ofereceu-a ao governo, jul-gando-a útil para fins militares.Só mais tarde, doze anos depois,isto é, em 1837.é que foi aperfei-coada essa escrita, adotada para oscegos com os magníficos resulta-dos que todos conhecem.

•As plantas, apezar da sua imo-

bilidade, são as que mais se propa-gam pelo mundo porque dispõemde dois grandes auxiliares para otransporte do pollen, o vento e asaves.

As plantas tam1>ém possuemnervos e músculos, assim comoexistem plantas carnívoras. Algu-mas apanham insetos, dos quais sealimentam. Suas flores são verda-deiras ratoeiras emanando cheiroespecial para atrair os insetos.

•Há estrelas que parecem duplas,

más entre uma e outra há uma con.. sideravcl distancia. Parecem jun-tas por estarem situadas uma atrásda outra. A estrela Sírio é a maisluminosa, sendo facilmente distin-guivel, por ser a primeira a apare-cer depois do sói posto.

Ainda não se apurou quais sãoas causas principais da cárie den-tária. Os esquimós são o povo quepossue os dentes mais fo-rtes, massua alimentação não varia muitoda que serve de nutrição aos ou-tros povos. Entretanto a dôr dedentes é muito mais sensível nasregiões quentes <^o que nas frias.

•Há uma espécie de cigarra que

é chamada "treze anos" porque le-va esse tempo todo dentro da ter-ra para se desenvolver. Entretau-to, quando se torna crisalida, mor-re ao dar vida a outra. Daí a leu»da que faz constar que a cijrarraestoura de tanto cantar.

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28 — Maio — 1941 5 — O TICO-TICO

__li_©c_ __ e Clarinha^

Milóca e Clarinha. foram outro dia passear nachácara do tio Joaquim.

"*-!

Era uma boa ocasião para dar um passeio decarro Mas o burrico estava sentado e. . .

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. . .nada o fazia andar. Clarinha teve,então, umaidéia: foi á horta buscar uma cenoura...

.. .amarrou-a na ponta de uma vara c cofocou nafrente do burrico, que. na esperança de

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fl.__. _._ ¦ ¦¦-¦ *g=—^""^ *¦-¦ ____________________________________________________________________ . ... _¦

.. .alcançar a cobiçada cenoura, poz-se em disp arada, levando ás duas meninas para um bompasseio.

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O T I € O - T í C O 2^ Maio 1941

ÕMAR ttORTO $ ÀSÍA He -SÕR MUE?A SENSIVELMENTE DÍ NIV/FLIS>ÜRANTE O AVIO E NÃO F HABITADO |POR PEJXEòP

l|W»*Ml*<*»l^l«IMlailllllll..llll*WWMWBMWWr»»JÍ

Qil 05- PE^lFiÉBBrTH VOCÊ SABIA? TFÁGUA MAS -RETIRAM DELA O OXt-SL-^^ .. »>|6ENI0, E UMA SUBSTANCIA Ali -.^SSessseesesssI / IMENTICIA CHAMADA*PUlTOM/T^^^iÊE--

=^= V" L»-

IMJWWWWV^MM

I ti A II I EU |I

¦J Galileu foi o inventor do termômetro, da balan- íJ" ça hidrostálica e da pêndula, sendo tambem consi- %J« derado o verdadeiro fundador do método experi- .,*• mental. *J

Filho de. um compositor e rnusicografo üoren- Jj\ tino, nasceu Galileu em Pisa, Itália,"em 1564, onde J*í viveu os primeiros anos da juventude. Tencionavam |»í seus pais que êle aprendesse música e desenho. J«-J Mas demo o rapaz mostrasse pouca ou nenhuma in- ;«I* cíinação por essas artes, mandaram-no á Universi- •',,' dade local, para fazer os cursos de Medicina e Fi- \!» losofia. »i

¦. Tinha Galileu dezenove anos quando fez uma •)*! observação valiosiss.irna. Estando um dia na Ca- «|V tedral, notou que uma lâmpada suspensa da abo- !|¦I bada balançava," em oscilações isócronas, tão per- Jj•j feitas que disto lhe veio a idéa de aplicar o acha- JjI" do á medição do' tempo. Foi a descoberta da pen- "¦í duia. ¦;J* E desde então continuou numa série de desço- jJ* bertas cientificas, que lhe trouxeram grandes abe-J- rrecimentos, pois tinha grands número de inirni-J gos, sendo até acusado de ser herége por ter que-ji rido devassar os segredos mais sagrados da San-•" ta Madre Igreja e perseruiar os arcanos ceies-»' tíais. O motivo foi o seguinte:»J Aristóteles aceitou essa explicação. Mas, a? contrariou Ccpertico, monge romano. Galileu es-Jj posou a teoria deste, ampliou-a e lhe trouxe novasI" luzes, demonstrando que quanto se aceitara, atéJ" então, era errado. O sol não girava e sim a terra,

em torno dêk e de si mesma. IjPor causa dessa sua descoberta, levantaram- .J

se os eruditos contra êle. jAcusaram-no de heresia e só por verdadeiro J*

milagre escapou o sábio á fogueira, argumento |»único, àquela época, usado pela Igreja para con- Ja

í vencer os que discordavam de seu pensamento, *,Galileu, morreu em 1642, em Arcetri, perto ¦,

5 de Florlr.ça, onde" ficou até morrer sob a vigilán- i1 cia da Inquisição. inr^nsmnn^-**k,-**.*.r*nrv^jv^»*****^

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A TOUTINEGRA

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Um homem preparou unia armadilha paracaçar pássaros e nela caiu uma incauta totui-

negra. Depois meteu-a numa gaiola.Ai de mim! — gemia o infeliz pasSari-

i do. Por que me aprisionaste ?Para te ouvir cantar.

¦— Neste cárcere de arame, a minha vo-.

não sç elevará nunca tão alegre, como a ierásouvido nos campos.

¦— Pois, si não cantates. comer-U-ri. JEstou magra, não tenho carnes. ToJ í .J

eu sou ossos e penas. Deixa-me em liberdade e [!dar te-ri um conselho que te tornará rico. J»

O homem, confiado na promessa da íomi- >Jnegra, abriu a porta da gaiola e deixou-a sair. ;,fl

O passarinho sacudiu as asai c dKse: Jj—¦ O conselho é este: não acredites cm tudo í

«I que te disserem. Depois pousou no ramo de uma Ja"a •''. arvore frondosa e começou a cantar. e'", .JJ* . — Bem haja aquele que te privou da in- *¦•', leligência. Se tivesse aberto o meu corpo, teria.; ,J

J- encontrado no interior, uma enorme pedra pre- »'.' cio;;a. de muito valor. *,

|J O homem, desesperado, pôs-se a chorar. N

J* Então a toutinegra gorgeou alegremente, troçando «J¦J daquelas lágrimas de dôr e falou assim: Ja

Jc — Depressa esqueceste o. conselho que te Jj

J* dei. Se eu, um misero passai inho, pude fazer-te -J»J acreditar em tamanha mentira, em quantas falsi-

j- da des dos homens, teu-, irmãos, não acredita-rãs tu ?

www.¦«^r\..-.^fVJ^AJ^wívw•wvw%^v^.•u-.fv.-^.fi^.•k%n^r'.Hr^l¦^f^.^v^rt^'

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28 Maio 1941 O TICO-TICO

ilOIONARIOi DA fiORTE C H»

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Mas ruinas da antiga Pompeia foram hl tempos, descobertos boTos queimados, cujacomposição era quasi semelhante !< dos bolos comuns modernos. . . v

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HISTÓRIAS VOCACIONAIS . Por Mario ImbiribaDesenhos de Osvaldo Storni

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t~^M f PAIA CONHECER A MATUREZA. ' ZPmf ^W^I5 PERTO UA UMA 6mjÍ \

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28 — Maio 1941 — 9 — O TICO-TICO

PALESTRAS DO TIO CARLOSBOB STEWARD

Tio Carlos, eu queria quevocê me contasse hoje algumacoisa sobre o animal exquisitoque está aqui nesta figura. Eunem sei pronunciar o nome.

Na verdade, Sérgio, esseanimalzinho usa até hoje umnome muito complicado que aciência lhe deu em batismo:Equidna aculeata. A gente lê:equídna. Esse nome não foisubstituído até hoje por ne-nhum nome vulgar, pois é umanimal pouco familiar e cujaexistência vai cada dia se tor-nando mais rara.

E onde vive o tal bichi-nho?

Vive apenas na Austrália,Tasviânia, e Nova Guiné. OEquídna à primeira vista fazlembrar um pôrco-espinho bra-sileiro, mas quando examinadode geito apresenta caracteresmuito peculiares. Os america-nos chamam-no de PORCUPI-NE ANT-EATER-que em nos-sa lingua quer dizer porco-'espinho comedor de formigas.

Então o tal bicho fazconcorrência ao nosso taman-duá, titio?

Sim, meu filho. Assimcomo o tamanduá, o Equídnaé um desdentado e possue umalingua pegajosa, mais curta

que a do tamanduá, mas tam-bém muito hábil em caçar for-migas nos seus esconderijos.Além disso êle possue ganasmuito fortes e braços muitomusculosos, não temendo for-migueiro, por mais profundoque seja, que resista às suasescavações, quando sente fome.

A cabeça do Equídna apre-senta também um aspéto muito

O Equídnacurioso, terminando em bicoque dificilmente pôde sêr cha-mado de focinho. O corpo étodo revestido de pêlo curto,duro, e além disso apresentaespinhos fortes e longos, umpouco mais grossos que os donosso pôrco-espinho.

^¦_^ \ \/ i ri ¦'7/ / ' ' y *'¦—*/ •

Por outro lado, êle faz lem-brar o cangurú. Como vocêdeve saber, Sérgio, a fêmea docangurú, e dos marsupiais emgeral, apresenta na parte in-feriôr do abdômen uma bolsa,ou marsúpio, onde os filhotessão abrigados ao nascer. Amamãe Equídna traz tambémno abdômen uma pequena bôl-

Falar comsiqo...Qual o certo: Falar comsigo —

ou — Falar com o sr.? — Falarcomsigo só pôde ser corretoquando é a própria pessoa -\y-yíala com ela mesma. Pessoas liáque tem esta mania de talar sózt-nhas. Estas então íalam comsigo— isto é, com eias mesmas. Nãosendo este caso, de\ eromos dizer :Falar com o sr. ou Falar comvocê.

sa, onde coloca o seu filhoúnico que nasce medindo pou-co mais de um centímetro. Omais interessante é que êleembora colocado no alto daescala zoológica como um per-feito mamífero, põe ovos comoqualquer galinha...

E também se faz fritadacom ovos desse bicho espi-nhento?

Que eu saiba não, Sérgio.Mesmo porque, eles não põemtantos ovos como uma galinha"Leghorn". A femêa põemapenas um ôvo que é bem aga-zslhado na bolsinha abdominalaté que choque. Êsss ôvo nãotem a casca de consistênciadura, calcárea como os de ga-linha e das aves em geral. Pelo'contrário, parecem-se maiscom ovos de crocodilo ou co-bras, pois se apresentam comuma casa de aspecto coriác.o,meio esbranquiçada.

Pelo que eu vejo, titio, otal porco espinho das formigasé uma espécie de salada defrutas de todos os animais... \

Na verdade, Sérgio, aNatureza parece que quiz sêroriginal, fazendo um animalque apresenta caracteres dosgrupos mais diversos. Isto fazlembrar uma teoria antiga dostempos de nossos bisavós, queexplicava todas essas varia-ções pouco comuns da Natu-reza como divertimentos dela,cansada de se repetir a simesma.

¦— Que divertimento de máugosto, fazer um bicho cheio deespinhos, com um bico de pe-rú, mamando como uma crian-ça e pondo ovos como qual-quer galinha de quintal!...

Você, Sérgio, como na-turalista desmoralisa qualqueranimal menos vulgar...

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O TICO-TICO — 10 — 28 — Maio — 19418a_______s__ r- j— 1ÊÊÊ^%?

________ __ / **e' ^e 1 ^J estiver no relógio!

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28 Maio — 1941 — 11 O TICO-TICO

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O TICO-TICO — 12 — 28 — Maio — 1941'

Aventuras de Zé Macaco e Faustina

i/l I I / 1 TK K^^Y^^Faustinamod<^ foi,gas, porqu

conum

e ir:

o mulher elegante e da ... avião. Zé. Macaco acompaahou a No aeroporto, a despedida foi emocio-dia, se despedir das ami- esposa, convencido também que ela íriá nante. Faustina, de fato, embarcou no

a fazer uma viagem d. ... até os Estados Unidos. avião, e as amígruinhas ficaram . . .

. . . chorosas, e Zé líaeaco, também. ... de vista, Faustina desceu do avião, sorrateiramente no quarto. Zé MacacoMás assim que o pessoal se perdeu ... e a toda, se tocou para casa, entrando ficou atônito, e surpreendido, mar; . . .

^S,C0H°f/ L/tfV j>f ~j : ~~

. v . Faustina fê-lo calar. E, caladi- frem de subúrbios, até um sitio, em D. assim, que a Faustina, de fato, estava-.hos, os dois foram, num modesto Clara, onde passaram um mês, fingindo, viajando de avião.

SER ESCOTEIRO SERVIR O BRASIL,

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T A C, ü A R -Y

UM PASSO ADIANTE E DOIS ATRAZÚ£ doisgrupos reunidos em franca camaradagem, trataram

de descançar alguns dias, antes de se meter em viagem de volta.O Dr. Kroner organisára a expedição com o propósito de

estudar minerais no sertão e foi nessa ocasião que, sabendo queo Dr. Urussanga não regressara aceitou a incumbência de pro-cura-lo, empregando toda a sua bôa vontade nas pesquizas.Homem enérgico, já afeito a excursões dessa natureza, tudo êlefizera para evitar que seus companheiros não apanhassem mo-lestias próprias de regiões malsãs e infestadas por mosquitos.Escolhera a dedo seus companheiros e os tratara com carinho,sem manifestar superioridade ou rigor. Havia, anteriormenteíecusado o pedido de D. Ermelinda, mãe de Jaguary, de acom-panha-los, fazendo ver os perigos que uma mulher delicada cor-ria naquelas paragens, mas enfim, teve que ceder aos rogosdessa mãe extremosa e providenciou para que não lhe faltasseo maioi conforto possível.

O Dr. Paulo ligou-se de grande amisade para com o Dr.Kroner e ambos começaram a delinear os planos para o caminhoa seguir na volta. A zona mais perigosa era aquela habitadapeles Chavantes, muito desconfiados e habituados aos ataques atraição. Seria a primeira a ser atravessada, mas dessa vez, ogrupo que compunha a expedição era maior.

Só um inconveniente havia. O Dr. Kroner determinara iradiante para continuar suas pesquizas e a volta o prejudicaria,mas não mencionou essa contrariedade perante os amigos. Noseu intimo estava satisfeito por ver uma familia reunida apóslongos anos de ausência, viu com emoção uma mãe encontrarseu íiího, uma esposa encontrar seu marido e veria, mais tardeO Adriano encontrar seus dois filhos. Êle próprio estava comsaudade de sua esposa e de um filho já formado. Não importava.Haveria mais tarde, oportunidade de organisar mais uma ex-pedição. Ao alvorecer de um dia radioso, arrumaram tudo e par-tiram em duas canoas para desusar nas águas do Solimõcs, esserio magestoso e cheio de mistérios que, a certo ponto, pareciasumir-se num pantanal imenso, para de novo reunir suas águascorredeiras, levantando nuvens de bolhas irisadas.

Q I I (' li II Cl

MAX YANTOK

I

séculos. Dona Ermelinda ficou tão nervosa, que o Dr. Kronerfoi acalma-la e convida-la a se extender sobre a rede. Mandou,a seguir, o Pedro esperar à margem do rio e, êle próprio, sentindo-

.se impaciente, fingiu interessar-se por uma coleção de mineraisque juntara.

Horas se passaram. Ia anoitecendo e, com a passagem rápidado crepúsculo breve a escuridão invadiria tudo e dificultaria oregresso dos três homens.

De repente ouve-se um tiro, vindo da margem cio rio e domatagal que o marginava surgem cinco homens.

Dona Ermelinda não póude mais. Precipitou-se pela encosta,louca de alegria, tropeçando em tocos, galhos partidos, estraça-lharuto a roupa nos espinhos, caindo, levantando-se sem se im-portar com arranhões ou contusões. De longe, ela reconhecerao esposo, não com os olhos da vista, mas com os do coração, queenxergam muito mais longe.

E, sem mais demora caíam um nos braços do outro, cho-rando de alegria.

SURPRESA DE MÃECarlinhos! Meu Cai li-

nhos! Que é dele? — pergun-tou Dona Ermelinda procuramdo no grupo o seu filhinho. Eviu um rapagão impertigadoque mal se continha para selhe atirar nos braços.

Mamãesinha! Estouaqui — gritou êle jogando-seno; braços dela.

Tu, Carlinhos. Serápossível? Eras tão pequeno,tão franzino?

Sou eu mesmo, mamãe. E, além de Carlinhos, sou Jaguary,a "onça do rio", como me chamaram os índios que me criaram.

Quando cessaram todas essas emoções que se sucederam ematropelos e relativa calma sc estabeleceu, vieram as explicações

25 Maic

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6<5 JAGUARY

que ainda vieram arrancar dos olhos daquela mãe extremecidàlagrimas de gratidão para aquele casal de índios, Urupanga eYucinara que havia criado seu Carlinhos como filho, transfor-mando-o num rapagão de compleição hercúlea, sadio, corajoso e ,arrojado. O melhor atleta o invejaria.

A feliz mãe não parava de admirar seu filho, de contempla-lo, de cobri-lo de perguntas saturadas de ternura, querendo sa-ber a vida que levara, o que fizera durante esses anos de ausência,que para ela foram séculos de torturas, de desespero.

Não imaginas, meu Carlinhos... Jaguary, não é? Nãoimaginas que vontade eu tenho de me atirar aos pés daquelesdois índios carinhosos que cuidaram de ti.

Sim, mamãe. Espero um dia tornar a vê-los Não elevemosesquece-los.

Quantos dias de viagem tiveram desde a aldeia dessesíndios? — indagou o Dr. Kroner.

Oito dias — respondeu o Dr. Paulo.Se voltássemos! — propoz Jaguary.Por enquanto não, meu filho — disse-lhe o pai. Minha

ausência na capital deve ter levantado muitas "apreensões. E"preciso que saibam que me encontraram e que as famílias dosnossos Companheiros que pereceram, conheçam o que' sucedeu.Teremos ensejo de organisaf outra expedição e, então, será nossodever pagar nosso tributo de gratidão a êssès índios que merecemmelhor sorte. Talvês se convençam a nos seguir para o caminhoda civilisação.

Isso é muito difícil — observou Jaguary — Conheço-ose sei quanto são eles agarrados a sua terra natal. Tem raízesfundas. Morreriam se os arrancassem, como morreria uma árvorejá crescida.

—- Tens razão, meu rapaz — concordou o Dr. Kroner. —Desde já, comunico-te que, como eu desejo entranhar-me nesseoceano de vegetação para continuar minhas pesquizas, quando eudecidir essa expedição, quero contar com a tua presença parameu guia e interprete.

—[Sítn, meu filho — disse a(mãe. Teus companheiros têmsaudade de ti e estão todos crecidòs. Mas nenhum deles é tão

iO TICO-TICO ",

MAX YANTOK 67

forte como és tu e hão-de ficar admirados por ver que aquelemenino que não tinha forças para brincar, é agora um atleta.Olhem que muque! Derrubaria um touro. Uma vez batiam nele,porque o viam fraco. Vê agora se se atrevem a faze-lo.

¦*-*- Mamãe, se sou forte, não vou abusar disso, nem para mevingar. Só usarei a força para me defender e não para atacar.

—- Muito bem, rapaz — aprovou o Dr. Kroner. Mas, séprosseguirmos assim, sem comer alguma coisa, ficaremos todosfracos. Vamos celebrar nosso encontro com um banquete. Nossacosinheira é capaz de curar qualquer doente do estômago e senenhum de nós até agora caiu doente, devemos isso a ela. Doboa vontade eu trocaria minha profissão de mineralogista pelaarte de cosinhar certos petiscos, como os faz Dona Ermelinda.

A noite já estava bem avançada, mas uma enorme fogueiracrepitava alegremente no acampamento e dois avantajados porcosdo mato, envolvidos, não pelo efeito da insonia, sobre um leito debrazas, excitaVam o apetite daquelas duas expedições, fraternal-mente reunidas.

O Dr. Kroner, esse velho dinamarquês, que até então só seinteressava pela ciência, a lidar sempre com pedras, lubrificouas juntas e dansou como um dansarino de salão. Jaguary deu aliuma completa lição de dansas indías tão pitorescas que Pedro.Daniel, Roldão e o resto do grupo fizeram questão de se disfar-çar em índios, organisando um Carnaval fora da época.

Quasi pela madrugada, extenuados, foram se deitar, en-quanto os bichos que povoavam aquelas matarias, e não deviamser poucos, deviam ter ficado escandalisados com essa infraçãoda sua tranqüilidade. Quem sabe se ali perto não haveria índiosque, a vista daquilo haviam fugido, pensando que alguma tribumais selvagem do que eles, viera se estabelecer, competindo aposse de suas terras, que a Natureza lhes concedera?

Se todos os que se aventuraram naquelas paragens habitadaspor índios os tivessem respeitado e procurado arranjar amizadecom eles, a esta hora não haverta localidade nenhuma no Brasil

•que não fosse explorada, pois que os próprios índios facilitariama-tarefa e serviriam de guias.

£3 — Maia — .1541

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28 — Maia — 1941 — 15 O TICO-TICO

FEITIÇO CONTRA FEITICEIRO

s

LA ESTÁ 0 DANADO DO XAXA !

VOU JOGAR ESTA FEDRA N£LE »

W7f w7II ' lw' HX IPAFAGAIO ! DO QUE ESCAPEI !

—__¦.—.— — ¦¦ ¦ r1-1-1**™" ¦¦¦ ¦*¦'¦ ¦¦—¦—¦— - ¦-***| .¦ ' —-i ¦- mi—. , ... i. ¦—¦¦__. ¦—_..-u_._i ... . . .,

íWn rií/ísf 7^~^^ ~^^^x*-. -. *_/•

TOME ! FOI VOCÊ, QUE EU VI !

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TICO-TICO 16 28 — Maio — 1911

^"?W / <•»-!•* *f-f-TN

1 IVE-Z5 viiCu

SM pastor tinha dois filhos — umrapaz e una rapariga. Quando

chegou a 'hora de sua morte, chamojas duas crianças para junto de si, e.ihse-ihes: ...

— "Não tenho nada para lhes dei-%ar sinão esta choupana e três carnei-tos. Dividam amistosamente a peque-nina herança, de modo que não des-

perrem ciúmes nem inveja".Deocis, fechou os olhos, e expirou.

No dia oeguin+e, o rapaz, que sechamava Henrique, disse à irmã:

"Que prefere você? a choupanaou os carneiros?"

"Prefiro a choupana", respondeua mocinha.

"Como quizer. Então, ficarei comos carneiros, e vou por este mundo deOisto em fora, tentar fortuna. Nascinum domingo, e dizem que isso dá fe-üicidade'1.

Partiu. Durante a viagem, passou

dias angustvosos, e sofreu muitissimaslpriyações.

Um dia, em que estava sentado àbeira do caminho, desanimado, ernvista do mau sucesso das suas tenta-fivas, e não sabendo para onde se di:rigir, viu encaminhar-se para o logironde se achava, um homem, acomp-i-'nhado de três enormes cães, que lhadisse:

"O senhor tem três carneirosmuito bonitos. Quer troca-los pelosmeus três cães?"

"Ficaria embaraçado se acei-tasse sua proposta. Os meus três car-neiros cortam por si mesmos a erva deque têm necessidade, ao passo que ,euseria obrigado a sustentar esses trêsanimais, é" nada tenho".

"Ah ! é que não sabe", retor-quiu o desconhecido, "que esses trêscães são verdadeiramente maravilhosos.O senhor não só não terá precisãode se ocupar da subsistência dale;,como eles tratarão da sua, e de tudoquanto necessitar. O mais pequen'no

chama-se "Provedor", o segun-do "Despedaçador", e o maiorde todos "Quebra-ferro".

Henrique acabou por consen-fír na troca que lhe havia sidoproposta, e não tardou em seregosijar com isso.

Uma vez estando sósinho numbosque, longe de qualquer habi-tação, não tendo mais nem umasó migalha de pão, exclamou:

"Provedor! à obra!..."Não foi preciso repetir a or-

dem. O cachorro partiu comouma flecha, e voltou, poucos mi-nutos depois, trazendo um cestocheio de excelentes provisões.

"Bem!" disse Henrique."Com um companheiro desíaorde-m, não tenho mais que maincomodar com a comida, e pes-so viajar em paz".

Continuou a caminhar.

Um dia encontrou uma es-'plêndida carruagem, puxada perdois belos cavalos, e toda pin-fada de negro. O cocheiro es-fava também vestido de preto.Dentro via-se encantadora moçc,trajando luto rigorosíssimo, echorando amargamente.

A vista dessas demonstrações de in-fortúnio, Henrique sentiu o coraçãocomovido. Interrogou o cocheiro, quaa princípio o olhou desdenhosamente,do alto da boléia, e afinal se dignoude responder:

"Perto daqui existe um dragãoterrível, que durante muito tempo de-vastou o país, e que finalmente se re-tirou para uma gruta, com a condiçãode, todos os anos, numa data marc-i-da, lhe entregarem a jovem que êieescolhesse. Este ano foi a princesa avítima designada pelo monstro. O rei* o povo estão imersos em profun-rJissima dôr, mas é forçoso obedecerà decisão da sorte, afim de que omonstro tenha a sua preza".

"Pobre moça!" murmurou Hen-rique, oihando para a princezinha comOS olhos húmidos. E acompanhou acarruagem.Chegando ao sopé de uma montanh..,o cocheiro parou o carro. A rapargadesceu, e começou a subir lentamentea ladeira pedregosa. Henrique quiz

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28 Maio — 1911 O TICO-TICOacompanha-la, apesar das recomenda-,ções e dos gritos do cocheiro, què,¦prudentemente, havia ficado no valo.¦f Pelo meio da ladeira apareceu subi-tamenie o medonho anima!, com ocorpo revestido de escamas, grandesasas semelhantes às de um moinho,garras mais duras que o ferro e a lin-gua flamejante. Da guela saía-lhe umturbilhão de vapores suifurosos. Avan-çou para arrebatar a presa.

Então Henrique gritou:— "Despedaçador

!... à obra !... àobra !..."

Despedaça'dor lançou-se rapidame--te sobre o monstro, rasgou-lhe as car-res com os dentes, dilacerou-o e ma-tou-o. Henrique arrancou-lhe aigursdentes, e meteu-os no bolso.

A princesa havia desmaiado. Quan-do recuperou os sentidos, o monstrojazia por terra. Cumprimentou Henri-que, com grande transporte de alegriae gratidão, e pediu-lhe para acoT-panha-la ao palácio de seu pai, demodo a ser dignamente recompen-sado.

O moço respondeu que ira vê-la nacapital do reino, mas somente no firr;de três anos, porque, durante essetempo, queria emprehender muitasviagens. E, como persistisse inabalável-mente nessa resolução, a moça retomoua carruagem, e êle dirigiu-se para oi-tro lado. Não imaginava siquer que adonzela, a quem acabava de salvar,se achava novamente exposta a inúme-ros perigos.

O cocheiro havia formado diabóüc.-iprojeto.

Ao atravessar uma ponte, sobre umgrande rio, voltou-se para a princesa efalou-lhe:

—- "O seu cavalheiro deixou-a, semnada lhe pedir. A senhora não devemais se ocupar dêie; e, assim, pôdefazer a fortuna de um pobre homem,dizendo a seu pai que fui eu que-nmatou o dragão. Se não aceitar a mi-ilha proposta, lança-la-ei ao rio, e nin-^uém se lembrará de perguntar o quelhe sucedeu, porque todos imaginam

que o monstro a devorou".Em vão a mocinha protestou, pediu,

rogou, suplicou. Para salvar a vida, foiobrigada a se submeter a resoluçãodo cocheiro, e jurar solenemente q'_í:a ninguém reyelaria aquela perfídia.

... Gritos de prazer, exclamações doalegria irromperam em toda a cidade,quando viram regressar, sã e salví,essa bela princesa, que devia servir depasto ao dragão. O rei conservou-alongo tempo abraçada junto ao co-ração, chorando de alegria.

Em seguida, também apertou nosbraços o pérfido cocheiro, e disse-lhe:

— "Não somente me restítuistetudo quanto tenho de mais caro nomundo, mas libertaste o país desseterrível flagelo. Devo-te uma recom-pensa: Casar-te-às com minha filha,den+ro de um ano. Ela é muito criançaainda, para se casar antes : Desdehoje. considero-te como meu genro.Terás o teu palácio; e aí viverás comoum grande fidalgo".

Passado o tempo, a princesa, aquem esse casamento horrorisaya, eque não so atrevia a revelar o s?j 53.gredo, pediu mais um ano de espora;e terceiro, ainda.

No f;m dessa época, porim, o reir-ão consentiu em maior delonga, efixou definitivamente o dia das bodas.

Na véspera desse dia, viram entrarum viajante, seguido de três cachorrosextravagantes. Notando em todas asruas preparativos de festa, perguntoua causa deles.

Responderam-lhe que a filha do reiia desposar o homem que a havia 3ai-vo das garras do dragão.

— "Esse homem", exclamou ojante,

"é um impostor!..."

Os soldados da polícia, ouvindo-ofalar daquela forma sobre o genro dosoberano, prenderam-no, e conduzi,ram-no a uma prisão gradeada deferro.

Enquanto o pobre Henrique jaziasobre a palha húmida, engolfado emtristes reflexões, pareceu-lhe ouvir su-bitamente os gemidos dos seus ca-chorros.

Eram, efetivamente, os fieis anim.isque se aproximavam do cárcere.

"Quobra-ferro, à obra !..." ex-clamou.

Quebra-ferro preopitou-53 sobre asgrades do xadrez, quebrou-as, e tam-bém despedaçou as algemas do amo.

O rap.?z ergueu-se satisfeito, por saver livra, mas triste por se lembrar queum tra'dor ia ser esposo da bela pri.i-cesí.

Não sabia que fazer, e enquanto saresolvia a tomar uma resolução qual-quer, sentiu que tinha fome.

"Provedor, à obra!" disse êle.Alguns minutos depois, Provedor

frouxe-lhe suculentas iguarias, envoltasem um guardanapo, ro quai se via bor-dada uma coroa real.

Havia-se dirigido dVeí^mente aopalácio. Entrara no salão de jantar,

{Continua no fim cia tcrista)

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T I C -O - T 1 C — is 28 — Maio — 1941

fls aüentüpas doFv.íc-f- '/rc és 7 BO fÍ¥CP&m i Ctíri©*slóacíe de iate' c »^<- hé ali,

pelo nr.e_.oif-'

NO AEROPORTOMICKEY

fp* A SABER

QUE 7crCS

OS AVIADORES ¦

TENTARAM

CHEGAR AO

ESCONDERIJO

DE PEDRO,

SEM NADA

CONSgèU R.

t- nãc fillha iníírcsic c~)chagai perto. A!f Ké UT-a forte cor- •

ren.e çce é méis fci.eeío cue o Èv.eo.

VeMç? .Nunca co'&v.So Qttfock ,~€-!c

um.;, perneta».; ci-e rr.i';í? Êe cor.c-ri f còfrt «t.-_ ''n;:'' r;r-_€ co mundoir,?t'-c f rt míf- -.¦"bcFT..

Ah ! Enlác,guiado r _í f; e-rédio. o ev.aopode vence* scc-veríc de *r.Hura !

—y jy'-\ <o v—x ,i.n

í;i!

k_^V— v

CESANIMaEC

'CR NÃO PODER

ENCONTRAR

O BANDIDO,

MICKEY VCLTA

MURCHO

fARA C S.ASCHO.

Que c i»sç7 Fwe »(. eitrceçéite

Você nac deiVi r.'« Fei <c-e eu .ê-!o re-u- seJve$ei?i e ç/cs- j cõnhe^Icíd òr.ífs deseire? í ecerter e ba.iirto.

S^í^~~~~~^ Y) B«u*..<rJI.K„. H¦¦,..,¦ rv,.,v,i,.l.„|

COPYRIGHT

de

Walt Disney

Reprodução

proibida

%r'.ru-w-.r,.-'.*-w-._,*_-.-,."_---_-.-.-_%-,"_-.^^ -.-^¦.-.Pi-...-,......^.t%^w-w,».r.-w..,-..-_-_rk__.^-_.,____._

A iJHa, cujos habitantes estão menos em contáío com o .resto do mundo é a ilha daPáscoa. E' rarissimo aportar ali um navio, mas; nenhum dos habitantes aproveita a ocasiãopara regressar ao meio civilisado,

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28 — Maie — 1941 — 19 O TICO-TICO

Camondongo (Die^eç

ÍAh,

sim7 Eu, Umbém sou i»Se vceê quer se 'ornar um "cow.boy"

j raposa velSa. Tenho cer. 1destemido, tome ccnta co císo de Fe- v Í\>\V., 'os planos na ca- »drc. Estou farto disso. Você? Esque- I ' r »— chola. certos idéias |1

ceu de que o 'Jh^-^)^—) que dté ,u 4S,CI' \

í jm\/9) \ «—Jí\v )i Q-\\ S" »«.«•'*iwvi.0..-. . ' rV^A^r \t

[/ En,*° vo<:ê vai Pe- A'í á qje não vcu |"

l gar o Pedro Per- mexer_ E. n;nho de Put, Não £«0 ncda, ## neta-, hein? Não marioondcs. Espe- A"' 5lm' E' CPmo ccr'e" Pedro pód? tt,- espiões %% síbe os barrancos r0.o tj j£a meu guirá isso? por toda pa.ie, rr,t;mo /m em que esse diabo velho. ra ^ocheira. %

f ' r " 7 iftl ' : lUpa ! Seu píano é secre^ssimo.

|ta-7- rr~r^f^„ , ""Ib^^I um violino- caseiro

Paganini irritava-se quando alguémo convidsva para qualquer festa e lhe pe-dia se fazer acompanhar do violino. Porisso,certa vez, convidando-o uma senhora parajantar e recomendando levar o maravilhosoviolino, o grande musicista, aborrecido, re-trucou: "Não posso, minha senhora ! O meuviolino não tem o habito de comer fora dccasa".'

Quando um vulcão submarino, corno o Krakatúa, entra em erupção, as ondas'de repercussão propagam-se até á distancia de milhares de quilômetros e podem ocasio-nar maremotos e ressacas.

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O TICO-TICO 20 28 — Maio 1_41

¦ EPÍ VcONTODESTA 3 ¦^WfftV SEMANA ^j^1^

ira--., ;^iM)»a_j___v-i-i--1 ^__^/^^jE»5ggs_>v^^SB?f™^-«-u-w^-fc^^iaaEfl^^ ^-17 s3 )Si ^"^f^L...' _. ^___-i'.-m \ ) /-——^**^^t^_z3

Havia outr'ora, numa enor-me floresta, cheia de grandesarvores, uma familia compostack> avô, da avó, da mãe e deum patinho muito travesso.

Habitavam um claro quetia nessa floresta, num re-

canto alegre, com um pequenolago na frente da casa que eratoda pintada de branco e quede longe mostrava a chaminévermelha e as venezianasbrancas.

Numa radiosa manhã de ve-rão, tendo a avó de ir fazeruma visita, "o avô de ir ao cor-reio e a mãe ao mercado fazercompras, resolveram deixarPatinho em casa. Antes, porém,de saírem, recomendaram-lhemuito que não fosse à floresta,porque, além de sir habitadapor animais ferozes, Ia vivia aastuta raposa que gosta-va muito de comer pa-

itinhos.

Patinho prometeu nãoafástar-se de casa e deficar quieto.

Deante dessa promes-sa, todos partiram, dei-xando o patinho que ain-da da porta renovava apromessa de não ir à fio-resta.

Sozinho em casa, emplena liberdade de um:..

linda manhã de verão, Pati-nho começou a passear por to-da a casa mexendo em todoso's cantos.

Cansado de estar dentro decasa resolveu ir brincar lá fó-ra, E nadou durante muitotempo em torno do lago, deli-ciando-se com o banho.

Saindo do banho, alisou to-das as penas, fazendo-as secarao calor do sol e, depois, cor-rendo pelo jardim, começou aapanhar pequenas flores ama-relas para fazer uma compridacorrente daquelas pequenasflores tão bonitas e de um ama-rei o tão lindo. No a.fan de des-cobrir mais flores, afim de ter-

—xOjí-

O PATOÍÍIIíEIIÉITÍ

minar a grande e hnda correu-te de flores, Patinho, despre-zando as recomendações dosparentes, avançou irrefletida-mente para a floresta.

Quando a apanha das floresestava quase pronta, e distra-ídamente Patinho contava onúmero delas, ouviu pelas cos-tas risada de voz grossa e umafeia raposa com um saco ver-melho nas costas pulou nafrente de Patinho.

Ah! Ah! Ah! — disse araposa — achei justamente opatinho, que sonhava para ojantar de hoje. Vamos já paradentro do saco.

Quash, Quash! gemiaPatinho, mas ninguém o podiaouvir: Como fiz mal em ter-meafastado de casa!

A raposa, depois de colocaro saco com o patinho nos hom-

bros, encaminhou-se ale-gremente para a floresta.

Cauteloso, porém, co-mo toda a rapdsa, lem-brou-se de que com cer-teza o patinho devia terfamilia, e disse consigomesma, — Agora é queme lembro de que êste

i

patinho, deve têr váriosirmãos e, se assim fôr,talvês eu tenha almoçoe jantar para toda a se-mana,

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28 — Maio — 1941 — 21 O TICO-TICO

¦

CONCURSO NAVAL D'0 TICO-TICOTERMINA NO DIA 16 DE JUNHO OPRAZO PARA TRÓ*CA DOS MAPAS DO CONCURSO NAVAL, E ESSAS TROCAS, CONFORMETEMOS AVISADO, SÃO FEITAS EXCLUSIVAMENTE EM NOSSO ESCRITÓRIO, ÀTRAVESSA DO OUVIDOR N.° 26, TÉRREO. VEJAM NA PÁGINA "NOSSOS CON-

CURSOS" AS INSTRUÇÕES A SEGUIR.

E assim pensando, a raposatornou a voltar ao bosque eaproximando-se da c a z i n h abranca, depositou num cantoo saco que continha o patinho.Este, encolhido, lamentava-se:— Oh! antes eu não tivesseido ao mato, bem me aconse-lharam para que eu lá nãofosse!

A raposa percorreu a casa,olhando pelas janelas, porém,nada viu, porque os velhos ain-da não tinham chegado.

Justamente enquanto a ra-posa olhava pela janela p in-terior da casa, eis que chegamtodos e descobrem a raposa na

janela e no canto, o saco ver-melho.

:— Onde estará Patinho,

perguntou a mamãe.Alguém chamou hâ pouco e

creio bem que foi de dentro dosaco que alguém gritou.

Todos olharam então para osaco sem saberem o que fazer,enquanto a raposa continuavaa olhar para dentro da casa,

farejando, outros patinhos.— Eu tenho uma idéia! —

disse então o vovô. E expôs o

plano a todos. Isso feito, come-

çaram a fazer sinais afim deserem vistos pela raposa, que,com grande alegria disse: —

Ah, Ah! três lindos patos parameu jantar! Que beleza! Mes-mo para Segunda, Terça eQuarta-feira, — e avançou paraeles.

Durante a corrida, a mamãepassou perto do saco e avisouao patinho para que se apron-tasse e como a raposa conti-nuasse a perseguir, mergulhouno lago, com grande pena daraposa que ,se lamentava deagora só lhe restarem dois pa-tos com o do saco três. E cor-reu para cima do vovô que,após passar pelo saco, disse ao

s razos-s n... mmMark Twain chamou um dia os

seus três criados negros disse-lhes :Presentearei com um peru gor-

_o àquele de vocês que me disser porque é republicano.

O primeiro dos negros respondeu :Sou republicano porque os re-

pufclicanos libertaram os negros.Bem — volveu Mark Twain. —

E tu, Bill ?Porque a República fèz leis

mais sábias.Bravo ! — aplaudiu o hurao-

rista.E tu, Sam, por que és vepu-

blicano ?Este cocou a cabeça, refletiu por

alguns momentos e respondeu :Eu sou republicano porque que-

ro o peru.A franquesa do negro fêz Mark

Twain rir muit.. de Sam e dar-lhe,de bom grado, o cobiçado peru.

patinho, "Apronte-se

que vaisficar salvo".

E dito isso mergulhou tam-bém no lago. A raposa então,esvaecida, quis também perse-guir a avó que uma vez, per-seguida já vinha com o bicodescosido o fundo do saco, dei-xando uma saída para o pati-nho, que logo depois puloutambém para dentro do lago.A raposa então tristementevoltou para apanhar o saco,muito triste, por tèr deixadoescapar os três lindos e gordospatos.

Ao levar o saco aos hombros,sentiu que o mesmo estava le-

i

ve e verificou que no momen-¦* -

to de suspende-lo o patinhoescorregara pelo furo feitopela avózinha e corria agorapara o lago.

Em vão quis correr também,éra já tarde. Patinho chegara

já na margem e mergulharajuntamente com os seus.

Então a raposa, mais tristeainda,-disse: "Por

querer co-mer mais de um, perdi todostrês!" E Patinho, muito con-tente, prometia: — Nuncamais desobedecerei aos consc-lhos dos mais velhos!

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O, TICO-TICO, — 22 28 Maio — 1941

Concurso Ias Estrofes PatrióticasBASES

Neste Concurso pôde tomar partequalquer criança, leitora ou assinante deO TICO-TICO.

II

No Mapa que foi publicado cm 9 deAbril deverão ser coladas as tiras queiremos publicando era número ác 8,cada uma contendo urü verso de duasestrofes — ou quadras — de um do3nossos hinos patrióticos»'-

III

As letras dêssses versos estão em. parte apagadas, e cabe aos concorrentes

reconstitui-las áa modo que se possamler os versos que fo_mam_.

IV,

Cabe também aos concorrentes, de-pois disso, colar as 8 tiras no Mapa.

, de tal modo que formem as duas es-trófes, ou quadras, do hino patriótico aque nos referimos^

y

Os Mapas, assinados e com os ende-

recos dos concorrentes, serão trocadospor coupons numerados, com cujos nú-meros os concorrentes entrarão no sor-teto dos tentadores premios. As trocasserão feitas exclusivamente em nossoescritório, nesta Capital à Travessa doOuvidor n, 26, térreo,

VI

A troca dos Mapas será feita den-tro do prazo de _0 dias a contar dadata da publicação do úí.imo verso,

VII

Só serão trocados os Mapas que trou-xerem as letras reconstituídas e as tirascoladas na ordem em que formam asestrofes patrióticas,

VIII

Os prêmios serão conferidos por sor-teto, e são em número de 42. conformea relação que vai publicada nas costasdo Mapa. Quanto à data será marcadaoportunamente e anunciada n'0 TICO-TICO.

CONTINUANDO com o certame lançado em edição anterior, publi-

CarVios hoje mais um recorte contendo um verso que deverá sercolado no Mapa que foi publicado em 9 de Abril.

Reproduzimos também as"BASES do Concurso e a relação dostentadores premios a serem sorteados.

RELAÇÃO DOS PRÊMIOS

bicicleta para menino oamenina, do valor de .. 500$000aparelho de radio de acre-ditada marca, do valor de -_00$000relógio pulseira para me-nina ou menino, do valorde .. ... ¦ 120$000patinéíe do valor de ..: 80$000canetas tinteiro, do valor.

20

cada uma, de 50J0Ü0bolas de futebol, do valorde, cada uma . .... .. 2OFO0Omáquinas fotográficas Ko-dak — cada v.iv.a, de .. 50500.assinaturas d'0 TICO-TICO -- cada uma de .. 25*000livros de histórias infan-tis, cada um de .... .. 55000

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28 — Maio — 1941 — 23 — O TICO-TICOAMANHA PRIMEjíío Dia Dê: Eiacou-.Que.' VOU FINGiC. _Ü£ tSTA/ HE. COÜMDO i

r "v ^--<^ t HJC.VDJ!. I VOU D4C PíiPlTÇ P£ OOÇN^ UM_ PERNA.ÇOHp O VOVÓ- OÇ_V£ I

_____J©-^ <$*& _èvV/r\ *,• -

Stf ;^©v^~^- l§J£Í3(íi / Tx . Irf© ^X / '"V\k - I 11 ^r—K>'i'-/ Ir il rv^-^ 1

n DESPERTADOR ASSUSTOU-ME/,^T*A fâUE FDl. , f OUTRA VEi AOui eSTE dana] """ I , --T-í Pb Ç? \-l IL4+HMáMÜE.CAi DACflMAj {^-^«jilfesjrpe- jOQA-lO PELA r—r I |A_J ^VZ |ÍPI\f. PAiTEce t -~r

x^Mí^ —©rs?^t__i^v ,^- ©__ • /f' <^¦ ©••" -'I

LEIA ESTES TRECHOS FIGURADOS

^n

h~-DR0> (nos da'AÍKgngfpS ABELHA

io^z|_y 00^4460

MINUTOS

QUERESPIRAMOS

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EM QUÇ SEDIVIDE

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O TICO-TICO — 24 — 28 — Maio 1911

___53ftí_j.;*.!._':-.v:« •__.•.,_ _:.-i__n _K__' * '

_"**..*'«;_\ ./«_. v. /•.• aVtRAliWO mês de Maio termina festiva-

mente, como se iniciou, com cami-cos à Virgem de Nazaré e o mêsde Junho vai começar entre o ale-

gre espoucar de foguetes e a ron-da luminosa dos balões multicorescquilibrando-se no espaço,

O velho tio André — ô bomamigo das crianças — não perdianenhum ensejo de as aconselharcm meio das palestras que comelas mantinha todas as tardes, emírente à sua casinha, onde todasse reuniam.

«— O mês de Junho, disse êle,c como o de Maio, muito festejadoentre o povo.

Nesse mês estão os dias consa-grados a três santos da IgrejaCatólica muito reverenciados emtodo o país. No dia 13 é o dia con-sagrado a Santo Antônio, no dia24 é o de São João e no dia 29 ode São Pedro, apóstolo,

O povo no nordeste, tão identi-ficado está edm esses festejos,principalmente com os que se fa-_em na noite de 23 de Junho, quedá a esse mês o nome dc "mês deSão João".

O regosijo das classes popula-res nê-..es dias festivos se mani-festa por um verdadeiro culto...ao fogo, acendendo fogueiras, quei-mando fogos e dando tiros, tudo"etò louvor dos Santos", comoai. cm seus devotos.

Essa usança dc queimar fogosmais ou menos vistosos e... ruido-sos nos veio, como muitas outras,do velho Portugal, de que fomosrolonia.

EZ_Eustorgio Wanderiey

^4*•: __«"t"*V.*

Realmente os luzitanos são muitoamigos de festas com luminárias efogos de artificio. Creio mesmoque, depois dos chineses, — mes-tres na pirotécnica ;— não ha outropovo tão dado às artes do fogo,du aos fogos de artifício.

Nas festas públicas, realizadasaqui, durante o tempo cm que 3corte portuguesa esteve no Brasil,eram sempre o remate delas, várias"peças de fogo de vista", isto é:vistosas armações de sarrafos quea seu tempo se iluminavam com ar-chotes cambiantes, foguetões e ou-tros efeitos da pólvora, clorato depotássio c demais ingredientes usa-dos pelos fogueteiros.

E' um costume esse um tantot

perigoso, quando as rodas em queos foguetões estão presos se sol-tam dos seus suportes e se pre£jetam no meio do povo que assisteao espetáculo, queimando alguns eprovocando pânico, atropelamentos,contusões, etc.

Esses três santos de que eu fa-lava, formam o que se chama atrilogia junina, o que quer dizer:do mês de Junho c o primeiro deles,ou seja Santo Antônio, que foifrade franciscano, tem sido o pa-droeiro de muitas vilas e cidades,como, por exemplo, a cidade doRecife, capital pernambucana, queteve outrora, no cabeço de umadas sues pontes sobre o rio Capi-beribe, Cm monumental arco de

pedra, dedicado ao Santo Antônio,seu padroeiro.

Nesse arco havia um nicho, ondese venerava uma pequena imagemde Santo Antônio que, durante as-guerras que os pernambucanos sus-tentaram contra o estrangeiro in-vasor da sua terra, foi elevado aoposto de oficial de milícias, rece-bendo um soldo correspondente...

Durante o tempo do Brasil-im-perio esse soldo foi pago ao Cen-vento de Santo Antônio mensal-mente, sendo o pagamento sus-penso com a proclamação da Re-pública e conseqüente separação da•igreja do Estado.

Antes de terminar minha pa-lestra de hoje quero recomendaraos meus amiguinhos todo ocuidado com o perigoso brinquedode "queimar fogos" nesse mês.Assim também peço que não "sol-

tem balões", não somente por serisso proibido pelas leis municipais,como pelo perigo dos mesmos ba-Iões atearem fogo em alguma casae nas matas dos morros que ro-deiam a cidade.

Eu prometo não soltar balões;disse o Luizinho.

Eu também prometo; declaroua Anita; e as demais crianças afir-maram:

•— Nenhum de nós soltará ba«-rIões,

Muito bem. Era isso que euesperava dos meus bons amíguiinhos; disse o velho tio André, des-pedindo-se das crianças que o sau.daram com o clássico:

¦•— Até amanhã !.,.,

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— Maio — 1941 — 25 — O TICO-TICO

O "PENDURA . f

y^/^^Mi ^iiijw i y i h £jv^' * r~s& irrjü &üx»í*>

¦— Parece que no Inverno a gente tem mais fome !É mesmo : principalmente quando n5o se tem di-nheiro ... Mas, não há de ser nada ! Vem comigo !...

— Lá está um restaurante de bom aspéto. Não te-mos dinheiro. Mas,' sobra-nos inteligência. Dareium geito para "pendurar" a nota . . .

¦— Não te incomodes, Bolinha. Come à vontade edeixa o resto por minha conta. Findo o jantar, re-tira-te que eu falarei com o homem . . .

• — Meu amigo, preciso "pendurar" e3ta conta. Es-queci-me da carteira e . . . Não faz mal, "seu" Bolo-nha. Tudo se arranja. O senhor escreve na parede :— "Devo 30SOO0" — e assina : Bolonha !

— Mas isso é escandaloso . Todo mundo vai saber que e3tou lhe devendo ! Nio se dará tal coisa, "seu" Bolonha ; osenhor deixa aqui o sen sobretudo, que ficará "D.nclrratlo" sobre a declaração. Assim, ninguém saberá de nada . . .

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O T lCÒ-TÍCü — 26 28 — Maio — 191J

AVENTURAS DE TINOCO CAÇADOR DE FERAS (Des. de Théo]

"íinccc ííá muito rempo vem faía.;Jo na dí- mercju'Kam, pcndo-se- fora do alcance ... satisfatoriamente o Problema. A. r o n;-¦ u

\\c.^\\ ijfncs que, oo per- das Círabinas. Tinoco, depois de muito per.*. tim "pneu" de.bola de "Toot-batl", uma bem-

ttbtmi o curador, *•», resolveu. ba de encher • um tubo . .

...longo de borracha. Jogou o "pneu na

ãgua e logo que o hipcporan.o o enguliu

? ri,ou d« enchí-lo, de maneira...

... a impedir a imersío. O nipopoiümO, Mister Erown ficou inuífo admirado com aisem pod-er* mergulhar, podi..*i asaim, sar ai- Idéia do Tinoco, e ainda mais porque nãovf.jado nos pontos vulneráveis. «sbia que os hipopotamos

' comiam "p-.cus".

myaafoofcaaqáwoqfr^oocop-^

ORIGEMDiz-se que o girasol é ori-

ginásio do Peru. As planta-ções que dele' se fazem têmuni grande pode~r desinfetante.Experiências realizadas naFrança, Bélgica, Itália e Ho-landa demonstraram que, plan-rando-se o girasol em lugaresbaixos e pantanosos, desaparc-cem em pouco tempo as águas

".iradas, ficando completa-mente saneados os terrenos.

Além de sua qualidade ciepurificador da atmosfera, pro-duz o girasol, com suasmentes, azeite abundante, ex-eelente para a iluminação,•porque dá uma luz muito clava.

As suas sementes constituemtambém um alimento saudávele nutritivo para todos os ani-mais.

OS BONSLIVROS PARA A INFÂNCIA

''Noções de História do Ceará", o excelente compen-•¦ •,

'

dio que nos ofereceu o seu autor, professor Filgueira Sam-¦

paio, do Instituto .Waldemar Falcão e da Academia deComércio do Ceará, foi agora editado em 2f edição.

E' um trabalho útil, que foi muito elogiado quaneceu pela primeira vez, e que foi escrito com tanta

simplicidade que a gente¦ o lê sem se lembrar de que élivro didático.

Toda a história do grande Fstado nordestino, dos seusgrandes filhos, dos sçus maiores pensadores, políticos, ei-entistas, patriotas, está resumida no livriide 100 páginas onde o professor Filgueira Sampaio epsina

¦

tanta coisa bonita e interessante sobre o Ceará.nV -u iU livru termina com vanas poesias swbre a terra ue*

Iracema e dos "verdes mares bravios'7

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28 — 194] — 27 O TICO-TICO

O CACHORRO BRAVO—^ mmT*\ mWT l

>»--¦¦»*¦¦—~*-*-*a~*-~---»**——. ¦ ¦_—__—__ ¦ i I -_a_, !»¦¦—»-¦ ¦¦ - X i i J •¦

Seu Anastácio morava numa casa no subúrbio, ondahavia muitos gatunos, e pot isso resolveu comprar um ca-chorro bravo que lhe servisse de guarda noturno.

O cão, era um verdadeiro tigre, terror dos gatos e das .crianças do bairro. Avançava na própria sombra, extranhava opróprio dono, e tudo o que lhe caísse nos dentes era uma vez..."p" • —^^^^-^—iftMàteyyi—' —~z 1

Uma noite, "Lampeão", o bravo cachorro andavasolto pelo quintal, mas um audacioso larapio, entrou emcasa do seu Anastácio, e fez uma limpeza completa í

De manhã, foi com grande espanto que o pobre homemviu completamente vasios, os armários e gavetas ! Seu Anas-tacic pulou ! Berrou !... e o "Lampeão" ?... Como pedia ser...

^mmmmmm\wm%l

V ____! L ^^^tf^ii^r-^^Á^

...aquilo ?... fc o cachorro ?... Correu ao quintal, e & esta-

va perto da corrente com uma expressão de arrependi-HMftta e vergonha o "Larnpeac" ? Que seria equil-j ? O

que te* m econfecido ?

Coisa muito simples. Para entrar na casa e traba*lhar tranqüilamente, o qatuno trouxera um cachorrir.ho en*sinado, que soube distrair o "Lampeão". emquanto o seu•dono entrava em ação.

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28 — Maio — 19-il0 TICO-TICO — 28 —

A chicara quebrada

4 Lamparina quebrou uma chicara qua par- - durante uma semana. "Mai Jujuba 6 câmara- Uma vei os dois garotos combinaram qual-tenceu a D. João VI. — "Por isso, — disse-lho da e levava à Lamparina, todas at manhãs, uma quer coisa, em segredo, da qua! fazia parteCarrapicho,—tu vaes ficar presa sem comer.., garrafa d água e alguma coisa para comer. uma bola de borracha.

¦.«li I iMmmumam ph —w* mammammmmamm-ma ,i !¦_¦¦¦ —— i

. li,—¦¦¦¦¦¦ !¦¦ II ¦¦ ¦¦¦¦ !¦¦

Mfc

No quinto dia, quando Carrapicho foi vê/, ... cantinho, um monte de osscs, a bola do ...Lamparina »rftontrára um sofdado a quer.a prisioneira, recuou surpreendido, No quarto borracha eom dois olhos pintadsj e o .iiot» avisara : — "Parece

que h_-qualquer nayidad»só havia num... da pretinha. Mais tarde... ' ali no n. 39."

LLli__ll!________Zj J *-~^rO soldado foi até lá e bateu palmas com ...janela, fechou-a bruseament. e saiu paios ...diier tom seus botõe. : "E a<j3ra)

«n.r^í, Carrapich» veiu _.,, fundos da casa, a correr, choio de pavar e a.„ Coma'vae »er? O q.e é qua ;u vau (aierj*

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28 — Maio 1941 29 — O TICO-TICO

No/sos m _rfvV_"_>T"W \ Concurso/CONCURSO N. 12 9

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>aHBB-.Ma._B_B_.-i--M ...... .. i .jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj_«__ ,.— --¦ ii am¦ , •mim

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Que palavras estão escritas por meio destes desenhos ?

Sortearemos 5 prêmios, entre os concorrentes que enviarem a solução certa. Esca deve str enviada,com o Vale n.'J 129, assinados, e trazendo o endereço completo, até o dia 28 de Junho. O resultado será divul-gado no dia 9 de Julho.

OS TRES CÃonde o soberano se achava reunidocom Iodos os membros da sua fa-mílíã e os personagens da corre.

Ao passar perto da noiva, lambeu-íhe as mãos. A princesa reconheceu-o,e foi ela mesma quem arrumou o guar-danapc.

O aparecimento do cão fe-ta suporque o aventuroso mancebo, a quemdevia a salvação, não podia estarlonge.

Com essa esperança animou-se. To-mou seu pai pela mão, chamou-o de

parte ao aposento vizinho, e narrou-lhe tudo quanto se havia passado nodia em que devia ser sacrificada.

O monarca mandou buscar Henrl-

que. Era êle mesmo. A moça alegrou-se ao vêr aquele belo e honesto man-cebo, que se adiantou modestamente,e tirou do seu saco de viagem osenormes dentes do dragão.

O rei conduziu o corajoso manceboao salão onde estavam reunidos oswv¦.¦¦_^í_~srvv--"-^.¦--lv_^.'-,^

Concurso Naval d * O Tico-TicoOs Mapas deste concurso só podem ser trocados EM NOSSO ESCRITÓRIO . Trav. do

Oirvidcr n." 26. Os concorrentes do interior devem mander os seus Mapas acompanhadosde um selo postal de $400 réis para a remessa do coupon numerado.

ATE" 16 DE JUNHO receberemos Mapas para troca, só tomando parte no masmo osnúmeros trocados até essa data.

MAPAS INCOMPLETOS — Os concorrentes cujos mapes estejam incomplaíos devem[untar aos mapas que enviarem, em selos postais, a quantia correspondente ao preço de tan*«tos exemplares da revista quantos forem os recortes faltantei. Oportunamente anunciaremosa data e o local do sorteio.

|fjVVW-V--rVW>WWVW,-«V-W-r-V_V^^

ES — Conclusãoconvidados. O infame cocheiro em-

palideceu.Uma sentença justa condenou-o a

expiar num calabouço o seu crime.Henrique casou-se com a jovem.No meio das festas desse feliz con-

sorcio, lembrou-se de sua irmã, queficara sósinha na pequena e miserávelchoupana. Desejou tornar a vê-la,mandou busca-la, e abraçou-a comgrande carinho e amisade.

Então, um dos seus fieis cães, queeram encantados, tomou a palavra edisse-lhe:

— "Agora, a missão que o nossoamo nos confiou está finda. Queria-mos vêr se a fortuna te endureceria ocoração, e te faria esquecer a tua po-bre irmã. Adeus, sê feliz".

Ditas essas palavras, os três cãestransformaram-se em passarinhos, evoaram, cantando, pelos ares emfora...

RESULTADO DO CONCURSON.8 123

Foram premiados com lindos li-vros de histórias infantis os seguin-tes concorrentes entre os que envia-

ram solução certa.:NILTON PINHEIRO CORDEI-

RO — Rua Colina, 25 — Est. de SáRio.

GILBERTO BORBA — índiaMorta — 2'.a zona.

SANTA VITÓRIA DO PALMARRio Grande do Sul.

JOÃO MAURÍCIO GAEVAO —Praça Carlos Gomes, 60 ap. 71 7o a.

S. Paulo.ALOÍSIO PINTO DE MOURA

Rua dos Afogados, 496 — SãoLuis — Maranhão.

LÚCIA MELO — Mç-as-m. 300Grajahú —- Rio.

Solução exata do Concurso r.° 123.CAMPINAS

/QlVALE iSgg* H§ tf9 I

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O TICO-TICO 30

Réco-Réco,Bolão e

AzeitonaDesenhos de

LUIZ SA :

28 — Maio — 1941'

-Heco.fteco e Bolão foram pescar e, por im*

pücancia, f-ão convidaram Azeitona Eles gos-tam muito destas faltas de camaradagem e o

pre Unho só não briga dê ve? com ele; .porquefern vr\ coração i**t*iò bom M jnido(jm. de urna tanga *&¦ a onio* t «Siâ.

. eríraram pelo mato da beí-a do r'0 € fo*ram para o posto mais piscoto, onde se pé-jcada peixe deste tamanho! ... Reco-Réc»tem poso de se- bom pescador » Solão. qu»sempre foi sem sorte para pescarias, gostamais de vê-1 os peiK53 depois da p-ontss fy>-megando sôlrra a mesa da jantar

i* ^

i' -' } ¦ — Se Reco Reco nada pesca, »*¦-— ^»^ iy i*\ s J

Havia muitos mosquitos, a atrapalhar oi adeut ensopadinho de pene no jantar. .. O» — Vem cá _Boião ! Ajuda-ma ! — gr,tou ele.

pescadores «vias assim mesmo ele; ric«wa«* na repente, porem. Reco Reco sentiu um peixe Bolão foi b puzeram-s? os dois sj-ijnd* M

pescaria longo tempo, sem que um pe»»e. si- ';,gar a ;,e.. Levantcu.se .ornado, e *e« for- forcas, a querer jra.n:.r o peixe da ag-* Vai

quer. caiase no aniol. ça Devi* ser um ,»!(»); pane. pela *»rça que vai. vai qua rão vai nad*. do rvbarâo ->»

ES'ou de aiar ! — pensava Réco-Réco... que t.nha. pela resistência qu» «fe-recia aa baleia pôr a cabeça fo-a

Foi o a-.a» do. Bolão que me pegau. E.BoIS-».. pescador — Q-"*1 I &*> ™°™ a .gu.-da.re !\_

exclamou Réco-Rcco — este p: <e enguiiu «Injuri rochedo. . .(Mas íolão achou ***-«* era demais aquilo e. recordando-se de quaera campeão d» bo<. e de que tinha nuque. pediu a ftéco-Rec»

« linha e se dispôs a, soiinho. arrancar o bruto da água.Fai finca-pj numa ped ¦ .» I -ij 'i-ia da forçi que fei. Mjs.

e:s que..

..a ped». mova.,, díioencando o na.;o i,'.-o. pela r.bance.ra

abaixo indo mergulhar r»a J^.i o) f*. E q^anio .-bme/giu, de-

po i. lodo mo't»ada sem i-u rico boné. e fj-.c.a. v- «V:í.*o»ne

ás garga'hadas «» n-e'S dágjj. qotando da aéça c<ue Ihís pre.

a]>r* mergulhando » irr-nnlj a Bafca) d: RéO-Rexa i jb» »!.

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28 — Maio 1941 — 31 — O TICO-TICO

i IMOC ESTIYER HO BRASIL f|\ ouça

| \ P.R.A.8 |A*unica Emissora Na-

¥fi\ cionalquetransrrulleira simultaneamente Efl

(rn 49,92 6010 Kc/úfm 415,6 720 Kc/saWL(Bnsraa*>aBl \

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A .AMERICAyA í.1. S UCOM IM & CU. li

R. VISCONDE DE ITAÚNA. 33 - TEL. 43 4SSS

A língua do gato e em geral de Iodos os felinos é

a:;pora, mas fai melhor ofício do que escoya e Trapos,

porque é com ela q*» o animal faz sua "toSe+te™, sam

tomar banho.

PÍLULAS

ÉfeaéPBSj?^^__.____s__at*^«J> li C*

(PÍLULAS DE PAPAINA EPODOPHYLINA)

Empregadas cota sucesso nas moléstias:lo estômago, figado ou Intestinos. Essaspílulas, além de tônicas, sao Indicadas aasdyspepslas, dores dc câbeja. moléstias dofigado e prisão de ventre. S3o una pode-roso digestivo e rcgularixador das fuoc-;oes gastio-intestinaes.

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ANEft-HADEBILIDADE NERVOSAINSOMNIA

FALTA OE APETÍTEE OUTROS SYMPTOMASOE FRAQUEZA ORGANt-CA OE CRiANÇAS E DE

ADULTOS

Plantas medicinaisHa muitas, muitas plantas usadas

na medicina. Os povos pricai!*iv*3s *s

usaram como remédio.

Os "oubebs'\ são uns fratinhos se-

cos de um arbusto que pertence &famiSia da pimenta. E' usado nos

paises orientais como especiaria e na

Europa e nos Estados Unidos serve

para remédio.

A palavra Quassla tem a seguin-

te origem: — Urn negro de Suritian,

escravo, usava a casca desta plantacomo um remédio especial para as

febres.

Cair.boge é uma borracha resisosa

que se detém da árvore chamada

cambodgia. E' usada na medicina c

taafaoB pelos artistas, que mistura*»"

e?sa resina com água, obtendo cores.

Cocaína vem nas folhas da plantachamada de coca, planta do Peru e da

Bolívia. A coca tambem é cultivadana índia, no Ceylão e em Java,

Page 32: r^p^. ^m WH - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/153079/per153079_1941_01860.pdf · Üm engenheiro da turma que conhecia algumas palavras c!o Segundo Mulholl, bem conhecido ... tros

CLò cwentutaè de Chiquinho\\ ní_è i 1 fr_£_. -¦ v3BT

I fcA--:H J_kJI _____=__£- __J_/—L—í— ___JChiquinho andava empolgado com a leitura de roman-

ces policiais, e passava dias e noites agarrado aos ti-vros.

E um dia resolveu bancar o detetive. Armou-se com o'cachimbo e o bonet do vovô e pôz-se em busca de uma aven-tura qualquer.

f^^x^^RLockf .^ sü^ é$$^ £w^) é-•

Benjamim, que assistira a todos os preparativos, pen-sou em pregar também urrv> das suas boas peças,ao falso

detetive.

Quando Chiquinho passava por uma rua deserta saircuâ sua frente um homem mascarado, que pôz em fuga, numacarreira espetacular, o nocso detetive, a berrar por socorro.

í ^2? QUE SUSTo/ *

f^^ ^^°C & (MIJ QUE SüSTo!(üf\ \

Jagunço, que seguira Chiquinho, saltou em cima

do assaltante, e este teve também de por sebo nas

canelos.

E foi só ao chegarem em casa, esbaforidos da correria,

que Chiquinho e Jagunço viram que o mescarado não er*

outro sínão o Benjamim.