Rudimentos de Archeologia, de Francisco Tavares Proença Júnior

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Rudimentos de Archeologia, de Francisco Tavares Proença Júnior, introdução e transcrição de António Salvado. Separata de "Estudos de Castelo Branco" - Revista de História e Cultura, n.º 4, II Série, Dez. de 1978.Nota ediorial:A digitalização integral desta publicação, a conversão em pdf e o carregamento no SCRIBD é de Luís Norberto Lourenço.

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    rFrancisco Tavares Proenca Junior

    Il . lJDIMENTOS DE ARCHEOLOGIA(llIh'odun" 4 - Nova Serie !Dez, 1918

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    Francisco Tavares Proenea Junior

    RUDIMENTOS DE ARCHEOLOGIA(Introducao e transcricao de Antonio Salvado)

    Sep arata d e "E stu do s d e Caste lo B ra nco "6 revista de Historiae Cultura -nO 4 - Nova Serie I Dez, 1978

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    Rudim.entos de ArcheologiaDo conjunto del manuscritos e ineditos de Franci~co Tavares Preen-

    ea J,(mior exlstentes no Muse,u que hoje tern 0 seu nome fazem parteestes Hudirnentos de Archsolopla. agora pubtlcados pela revista Estudosde Castelo Branco.

    Na primeira pagina do manuscrlto.e com a indicac;aQ do titulo daobra e do nome, do autor, diz Tavares Proenca J(mror: Escrevl estes Rudi-mentes de Archeoloqis durante a estada na Serra da Estrela em Ju:ho eAgosto de 1903. C. Branco 21-4-905) . Nascido em 1883, tinha pols 0 autora Idade de 20 anos quando elaborou 0 seu trabalho. E a estadi'a na Serraconstttulraexiqencia medlcaea procura de ares saudaveis .que ajudassemacura de urna tuberculose indubitavel, doenca-celvario que haveria de liqui-dar 0 jovem arque61ogo treze anos mais tarde.

    Escrito (como , e vufgar dizer-se) ao correr da pena e apresentando afei~,ao de pequeno manual de infcia~ao ao mundo 'CIa arqueologia, nao SU~portouo texto quaJq.uer futura revisao profunda, reJeg;ado como f'oi (e parasempre) para um plano secundario nos lntereeses do seu autor, Assirn, bernlig.eir.ase esporadleas se revelam as alteracdes introduzidas, e todas estasde natureza vocabular.

    Espirito timbrado pela seriedade, recorre 0 prometedor arque6logo,ao longo da sua obra, ao suporte da cjta~a,o.. transerevendo aquila quede,mais corrente a epoca fhe oferecla. E pela bibliografia indicada se poderavedficar que 0 seu hotilonte de interesses se apresentava ja CO.m apre-claval vastldao,

    Rudimentos que nao ultrapassaram a fase do borrao, eles servirao(e que outre merlto nao tenham) para atestar 0 talento de urn lovem es-tudioso que s6 a rnorte precoee nio permitiu se tivesse guindado a lugaIaltlssjmo na arqueoloqia portuguesa.No texto que vamos ler encontra-se respeitada, na integra, a orto-gratia de Tavares Proenca Junior.

    Antonio Salvado (Director do Museu)

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    1.- PARTE

    RUDIMIENTOS D E ARCHEOLOGIA.(PREHISTORIA IE PROTOHISTORIA)- Ouas palavras-

    Dando comeeo a esie resumido trabaZho score arc.heologia - pre-hwt01"iJa e p'rrdtQhWtoria-. rtiin fo i men propos-iJto crear uma obra novaque nada devo ose dq'U e"5les que ate ho je teem , trabalhadonem'e sentido;pelo cordrario, niio f~ mais do que resumer e eccpor pOT urna forma quecreio clara, aquVllo que anda spalhado par mui:os volumes} aZgu7t8 dedifticil acqwisio.

    Assim e , que ,eupoderei diaer) como Dreyfus.: - Que 0 sobio 000 pro-cure nesiq;s linhas [acto noVQs: ?to campo, immenso dos [acios eoienti-fico'S reuni em jeixes aquelle de que tinha necessulade para satis/azeromen espirt~ 0; ruio ~r() ' tJ.X6semeniee m : : r v a s ,I i colheiJt-a de Verdade.

    Eu, como Dreyfus) teniei uma syntJwse e tombem um resume do3meus eonhecimentos,~ po is ee ie livro des t in ado t . f .queUesque trabaUw;m; dqueU cs que

    niio tendo tempo ou. ~ para e&~udar a fundo qualquer sciencia, g08-tam coniudo de tetF' de ceda uma nCH;oesgeraes.Tal como esiti, hatvera quem. reconheca n'oote'trobaZlUJ alqlbtnnuliZidade?

    F. Tavaa:'es Proenca

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    INTRODUCAO-. Avant d'avolr jete Ies yeux sur oes

    mondes aaclens, j'Hais comme un homme quine oonalaltrait que l'hlstoi.re de son villagedepu1-s que eon p~res'y est etabU, Tout l'epasse du genre humaill !Iui est (La. oreattoe.)

    Qu(net

    1. -. A archeologia, dlsse Champoliion, propfie-se tracar 0 qua-dro do estado social anlilgo, pelos monsanentos.

    'IDstudar a ardh'eolog1ia na'O e mais do que estudarva vida, asinstituicocs, os costumes (1) e oreneas dos povos que passaram, pelosvestigtos mais Oll menos apagados, qUied'elles ehegaram ate nos.

    Comoe, bello por vezss ao examinar asses vestigios ver passardeanne de nbs como em um quadro 0 homem primitrvo com as suas ten-deneia5 com as suas tfaculdades I impel'1feitas ainda nos primeiros mo-mentes da sua existencia sobre a. tmTa!

    Assim e! As geragOes desaparecidas eurgem do tumulo sem queseja neoessario evoca-iaalGraeas a esta solencia n6s vamoe procurer 0 homem prli.mitivo,e

    (I) F. T. P. J, .risoo:u sentimentos r Bubstttuinldo pOl" co.stume8.

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    . .eneontramo-Io nas suss poees vivas, ena sua vida toda de SlVenltturras,dedicando-se a caea e a pesca, abrigado nas suas oavernss e nas suashabita~oe"S laoustres: vemo-lo erguer os seus monumentos megalithicose,. de stlex e OSS iQ lS balhrur machados e flechas que mais tarde cobre dedesenhos grosseiros epri-mttivO'S.o eSt.'l1do d'esta sc1mcia e util, porqcue poT ella nos vemos asnossas institui~5es aotuais, 'a. origem da nossa 1 . . r i d a . , das nossas c renQ"aSe dos nossos costumes P )., perfeitamente ao nasoer, perfeitamente ao !for-mar-se,

    Vemos eomo tudo no (2) homem tem evolueionado do mats simplespara 0rnais complexo ; do mais simples, que fol a sua vida. animal, parao mais eomplexo, que e esse ideal de p6l"feiQao que proeura de ha rnuitoe que nunca attirngira talvez,

    2.,-. A archeclogia pede considerar-se dividida em trez paries ouepochas:

    I-Prehistorda:ill- Protohistoria:m ..;....reheologia hk31Uorica.A prehistoria divide-sa em dUM edades: paleolithica e neoljthiea.A protohistoria divide-sa em: a) Erlade do bronze e b) Edade

    do !ferro.Deixei de parte 'a archeologia hlistorica pols apenas e meu propo-

    sito estuder aqueltes !f i3Jotbs que vao a'lam dos reem.pos da clara luzhiSltvrica (3) ..A i l e . m d'esras ha ainda a divisdo em periodos e em epoehas.(') Riseado ; sentimentos}, substrtutdo per costumes.(I) Hiscado: a . r'a .OOQ do par too) nQ .(') il'Uscado: A 8:e~da parte n a o . sera mais do que wm rei3at6rio d08 megaUthos

    exj.stentes tmz., P.or tuJgaZ e .qu..e rtenham ou rn W s 1 d o descripoolS em quaZquerpublicaqiio.Ao fundo da pagina 'manusertta le...se a lapis: A,Mm cl~esta8 ha (ll~ a divi~Cloem periodos e ,em ~pocas) tenldo T. IF. J..rtscade apalavre, e.scn.taprianitivamentedivi.sO& a.s.guLr a dJ.estas,

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    I-ARCHEOLOGIA-_ L'aecheologte eat non seulement une

    science dont Ies .resu:Itats, peuvent etre d'uaehaute importance, elLe.est encore tine des COD.-n U i ! S S a ! I l O O 8 Ies plus - p r o p l ' e s li pIque'r vlvemcnt18. cu;rios:lrt~ de l'esprst es t a lu.1 procu re r desJouiesances prec-i-euses),.

    1886.,Archeologm e a seiencla que se p~apOettra~ar ou reconstitulr a vidados povos que passaram pelos vmonumentcs que' d'elles chegaram

    nlj.l.{ "Qi~ nos.Varias scienciasauxiaasn mais ou menos a seieneia areheologica

    e sao elias:a) Numisrruitica-, que e a seiencia qUE}estuda as moedasandgae,

    nao s o eonsideradas em si, mas ainda em rela~ao oom os povos a queperteneeram, .,b) L1Wpt ica e a seienela que prooura e desereve as pedras finas

    gravadas.,c) Paleographia que estuda e mterpreta, classifiicamdo-as, as In'S-

    orip~5es antigas,

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    I'

    sam no seio das sociedadesewtllzadaa, " e ' estud'a tambem as feis que re-gem 'esses faJ(jtos.

    e) Etnowgia e a sciencia que estuda 's origem e d.i

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    DIVISOESA sciencia archeologica tem sido dividida varias vezes e semprepar !forma diversa, Adoptaremoe contudo a divisiio: (1)1.II p r e l z . i . S . t ! Y r i a que e a parte da archeologla que estuda tudo quan-

    ta nos resta da edade da pedra,2.a proron-Lstoria que estuda tudo aquiililo que nos resta desde 0comeco da edade des metaes, ate 00 seculo ]I (~) em que os Romanos

    entraram na-peninsula, ( '8 )s: Archedlo~hiJ3torica estuda os monumentos da arohitecturae outros a parttr OOS!tempos, dachura Iuz histortca.Caracteriza a prehistori.a a existenc1:a de dns~UlIl1en too 'em pedra

    lascada e poIidn, e a de monumentos !tos'cos mil pedra no estado em queella se eneontra ao nfrvel do solo.

    Caracteriza a protohistoria a exdmenci:a, 0 apparecimento dosmetaes e estende-se :ate 8.0 appa.reci.moo.!to,las primeiras manifestacdesda arte rOO)JlaJI1. 'a .

    Caracterdza a arohoo]ogia-nistori'OO. 0 apparecimemto da ior~a ar-

    {') Risoo;do no origmaffi: prup:oattl, POT Broca e adoptaw : P O T 'G.,de MwtiUet:(I) A ia:pts,T ..P. J. acreseentcu mats urn 1(~) RilScado tW 'Ga1Ilia.s~ su'bSJ;.ttuild:o por mpeninsula. .A . seguJr '1". P. : r . melua,

    a l.p'is. urn parentesss COIIhV~ ' l' iO t . a ; r CODljU!Ilto que .l""bcou.

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    tistica, dospovoSi que oomegou a maniestar-s:e na e O D : A t r u g a o de pontes",muralhas, fortif:ica g o es, estradas, eastelos, habi}tagoes" tfonltes~e,statuase que ehegou so pOUtb de produzi!l'essassump:tuosas cathedraes daepocha gothica e~Qa.AprehiJsVO'ria pode ainda dividir..se em: edade da pedra lascadaon ,period'o padeoliltlhiooe edade dapedra polida QU periodo 'neoHithi,CQ.Opedooo paleol:ilthd,oo ' e earaeterizado r p e ' L a existencia de instru~mentos de pedredura (silex, ou pederneira. , ribeirite, diorite, etc.) las-eada ;regui'armente de modo a, bnnar rima superfieite mais on menosW l~ f o n n e eadapt'ada 1 3 : 1 0f a m p a : r a que edesti!1l'ada ..N,o',c:odoneoUthi a'pl,' " "', instri ,.' . ' - 0 { " ' " mais .rf' ~t: AerL.... , , 'C O . .p. a . r e c e m " , ". .r\lll1;en,~ ,~.,.lrS pe , 1 {lS. 'pedra ds que s a o lfej~too,depois de laseada, e pelida pels. fdc~ao comoutra pedra ate desbast:a:Inento complete das arestas deixadas pelapercussao ..

    A protohistoria pode dividi,rBseem, eilo:iledo bronze e edade doferro.

    Erlade do bronze eomprehende aquel les tempos em que 0 ferro eradesconhecido, 'mas a;ppa:l'ecen 0 bronze e 0 homemzesolve com ess' me-itallfazer instrumentcs que dariam rnelhor resultado do que os de pedraque ate ootao usaea,

    Na eda:de db, Ferro apparecem ain.da dnstrumentos de bronze quepoueo a ponca vao sendo sub&tituidQs petos de ferro que Bntao comeca'a, ser empregado,

    Sando 0 ponlfu deseparagfuo en:it~eo periodo prehistorteo e 0protohlstorieo, baetaate i ,z:H1ertoe oseilante, dependents deoausas diver-'00$, comecaremos por deserever os monumentos que nos restarn de epo-chas ~nCB,Iita..s ou que enltram na edade da pedra ~ na dO B metaes e des-creverernos era seguida es llilstnumentOs 'empeciTa' lascada que earaote ..risam 0 periodo pale oiithico,

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    II- PREHIST6RIADolmens ou Antas

    Dolmen e , segundo 0distincto areheologo Sr. Dr. Leite de Vascon-celos: urn pequeno monumento formado ,por tosca ' l lagea postada sobreuma serie de pedras a pion. As suas dimensoes variam ~ L ' e ao infinito;alguns ha que attingem a altura de S metros.

    Por rnuito tempo foram eslt~ monumentos considerados altaresde urn povo (druidas) e effectiva:mente 0 misterio que os envolve evocaeobre nos a ~orda.ga(), a meditagao sobre os profundos misterios dareligiao dIiulidica. Parece que na pedra superdor de a:lguns, dolmens daInglaterra e Fran~a forarn observadas umas cavldades e regos (1) con-municando enI~ lSi e que se julgou fossem destinadas a receber 0 san-gue das victimas inrnoladas no sacm.Eicio.

    A pedra superior de ruguns dolmens encontra-se perfurada, demodo que collocando-se 0 individuo debaixo poderia ser regado pelo lieordas liba(;;Oes au pelo sangue das victimas: meio de pUirirfica~ao aoredi-uado 'em alguns povos da antiguidade, Essa opiniao esta hoje bastanteposta de parte e, conquanto nada se saiba do verdadeiro destine dosdolmens, tudo nUS leva a crer que, elHes niio serviram para a:ltau-es, massao apenas monumenio sepuioraee.Diz J. J. Bourassa: ,'Eseavanao deb.aixo des dolmens deseobri-. _. - ~ram-sa effectivamente ahi ossadas humanas mieturadas com ossos deanimaes, t e acornpanhados de tnstrumeatos em si.:lx e em bronze., Esteifweto bern oonstatado equivale a uma demonstraeao complete, n6s(') Diz J. J.BolUra:ss~ (.AJrcb.Chretienne): ,peut-(:t.'re na: tureZres . pag. '53. [nota

    Id e T. P, .1,,1.

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    adherimos de boo, vo:ntade a opiniao que [ l a o ve nos dolmens mais doque sepulturas e nao 0. Ioeal dos espantosos sacrifieios dos Gaufeses,Por dsso as fac:as em bronze e em silex que 00 eneontram nos dolmensdevem ser consideradas nao como instrumentos proprios para os saeri-ficios mas aim eomo azmas deguerra,Muito se tem descundo sobre '8. origem

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    Varia multo a a1I~a d'estes monumentos implarut 'adOs vertical-mente no solo e tendo alguns a parte mads grossa para cima ..Diz Bourassa que ss observaram j. a alguna menhirs mostrando tra-~os de trabalho grosseiro Ie a i t e mesmo inlfurmes ensaios de representacaohuznana, Seriam idolos, diiVindades?

    'I'udo nos leva a crer que O s , menhirs s a o pedras sepulcraes er,guidas sobre 0t'Umulo de 3i1gum. grande personagem. 'Escavando na suabase deseobriram ..se ossadas humanas como .se deseobriram nos dolmens.Perteneem 1 8 : merna epoca os dolmens e os menhirs? Caso per-tencam como se expl~oa a di!fferenQa,? Problemas a resolver.

    Trilithes" Kromlecks e alinhamentosTril~the'8. Da..se este nome a. duas pedras coliocadas verticalmente

    no solo e tendo a sua eJdtremidade superior reunida por outra pedra,D'esta reun1aO grosseira resulta uma espeels de porta rustica. (1)

    Eromlecke sao reeintos Iformados por pedras eguaes as dos tri-~iltll'esmas corlocadas de !forma. 'a fQrm~:a.rurn oirculo. Tern. appareeidosobretudo no n0 I100 da Europa.klgumas vezes 0 uirculo de pedras e duple.

    A opinHio mais geralments seguide, e que estes agrupamentosserviriam de temp'los n'esses It~pos em que as mani:festa~oes da natu-reza eram 0 objeoto do C u r t o "POT vezes apparece urn. dolmen no meio d'estes recintos,Alin1utmento8 sao blocos de pedra collocados vertica~lmente no S'O-

    10 mas em Iinha, isto e , em seguimento uns dos outros,POT vezes estrin dispostos em Iinhaa paradelas. Alguns alinha-mentos h:a eompostos de mais de 1000 pedras dispostas tern 10 D U :11

    Jjm.hase ocupando enormes extensoes de terrene. Para que serviarn ?

    (1) V. J. :I. Botrrassd, op. cit'-f pag. 51 e Nocoes de Arcll. pOl' N~rciso da Sllva,ed, de 78, :pag. 11.

    [Nota de T. P. J.] .

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    Outros megaJithos

    Oorredores (Xibe'J1t08 00.0 formados por pedras ltiQ5CaS ecllocadas ver-ticalmente no solo e eobertas por pedras horlzontaes, A.sselnelbam,-:seaosdolmens na construccao.Examinando attentamente estaaconstruefes slngulares, seriamo,teniln:doo,de .ver n'elias 0 germen de eonstruccoes mats gumPl~lrosas ecomo que, 0 prineiplo de urna ante mais inspirada ('1 ) Pareee que sa observam traces de ttreba:lho com instrumento cor-hmte nas pedras que formam estes eorredores,A]guns monumcntos ha n'este genero qure ohega.m a ter 20 me-tros de comprido, Teem...seencontrado nas ~scavaQ5es tf'eitas n'estes COT-redores instrumentos em pedra e bronze. Julga-se jterem sido monumen-tos seputcraes tanto mais que, dentro de alguns se teem eneontrado ossa-das humanas,

    - Tumulos. Sao Os turmzlos uma Dutra egpecie de megalithos, For-mado por urn dolmen em voita da qual se eleva urn monte de terra co-brindo-o eompletameate, r e , a e e ni,ega']it!ho servia de sepultura. Em algunsnota-se urn corredor que estaoelecia a communicacao entre 0 dolmene 0 exterior.Todas as armas do finado eram deposbtadas junto do seu cada-ver que ficava sentado, reeostado a uma das paredes do dolmen e comos joelhos a altura da cara .. ( '2) Junto do cadaver eram collocadas asarmas, e inatrumentos que llie havlam servido em vida,Estes monumentos sao conhecidos entre nos pelo nome de M a . . .'1nOas au M atm un lun s.Escavando no interior d'estes monumentos encontrarn-se por vezesvases ou fragmentos de vasos de barre destinados naturalrnente a con-ter as ulrtimas ()Ifferendas.Durantemuito tempo se j'ulrgouque na sua origem todos os dol-

    (I) V. Archeologia pOl' A. Jose de MeMo, pag. 22.(2) Bom.a.sse: op .. cit., pag', 55.

    [Notas de T. P. J,]

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    mens estariam eobertos pela mamea (1) mas notam-sc vgrandes d1l!:lfe.renQas entre os doimenaeobertos jpOr tnam.oa tl os que nunea 0 tlveram.Pela si'mplesinspecgao do 'local e tacH verificar se hoiwe ou na~remtl)~ao de terrenosSegundo Dreyfus (2) 0,$ mega;lithoo seriam [lao 0 producto cia pas-sagem de run povo em rmigra~i1) mas e necessszio ver n1elles a mani,festaQao sensivel de sentimentos eommuns a lOdos ospovos. Chegados aurn eerto grau de desenvolvanento, passaan Ifat.almenltepelas meemas ph'[l~-ses inteHectuaes;a necessidade de dar a estasldesas nina expressao vi,-sivel Ieva-os a construir estes monumentos ifunaracios ..

    Todos estes facltbs s a o testemunha de urn desenvolvimeato men-talbastarste ava.ngado. Os homens d'esta epocha multipIieamse raJpi.da-menlte, formam rpopll 'l 'a~oe:s mais densas, mats avangadas, tendo ja osMUS Cheffese rudimentos d,e:organiza,~o soeiai.

    ~ lsto to que diz Dreyfus. :& 'Opini5es n'este como em todos osassumptos !sao tantas eomo os auetores,

    Apparecem ainda ontroa megal:ilth'O's TIlas. de nenhuma importanciaalguns e outros de bern ponca.

    Os loghans ou pedras ba;langantes sao, consideradas par Bourassee outros auctores como. simples phenomenosnaturaes e ua;oco.mo 0producto de. vontade consciente do homem, (8)

    (1) C. Dreyfus L'evolution de's soci~tes,pa,.g .. 23'2.P) Op. dit., pag; 232,e) Bourasse, op, cit., pag:53.

    [Not&s de T. p" l.J

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    P ,ERIODO PALEOLITH ICO

    I. -Instrumento,s em pedra lascadaAo 'lado dosgrandes monumentos deseriptos coavem eollccar osinstrumentos em pedra que pertencem a . mesma cWillisas:ao eou 'a uma

    ciUvisaQao mais amrtiga como diz Bo~. (1)Todos 'O S objectos em pedra, exeepto Ita:lvez os machados em ~dra polida, escaparam a observagao dos antiquaries 'aJte estes ui]timostempos por se considsrarem COmoproducto da ac~o de for~as naturaese lIla:o 0 resultado do lttabaJb.o mrencion8JI do homem.Em 1734 appareceu um homem que com uma audacia extraordina-ria, lancou publleamente a af!EirnnaQ3.ode que: os silex, de formas regu-lares e deifinic1as, erreontrados rras eS'cav'a~oes eram as armas e instru-mentes do homem antediluviano, Esse hornem Ifoi Mahudel.Como era de esperar a sua opiniao foi mM recebida, a . t e que em1778 appareceu Buffon sustentando pUblicJa.mente a mesma opinia'O (2).Disse Buffon: que essaapedras eram: --i eos primeiros monumentos daarte do homem no estado de pura natureza. (~)'.

    Como a de Mahudel a sua asserga;o foi mai recebida e outros ho-mens de sclencta ainda, 00 oecuparam do assumpto,As coisas teriam ficado n'esses termos se nfio tivesse apparecido

    (1) Bourasse, op. o1t., pag. 158.[Nota de , T. P. J.J ..fl) OpiniM substitu], no manueertto, doufnnIlJpaJav:va. ns 00.da.(a) Bu:flfofi, c:Epoqrue.s de Ia nature>. [Nota d~ T. P. J.J.

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    urn. hornem de uma eonstancia e de uma tenaeidade extraordinarias, Bou-cher de Perthes, que provocou urn estudo serio Ie reflectido d'aquellaspedras,Luotou durante muatos annes sempre despresado, sempre perse-guido e r8Jttacado pelos outros membros do Instittrto que ehegaram aoponte de 0 jwgatem doido,Conseguiu lfinalmente lmJ!lantar a sua doutrina no campo clenti-fico eeonvencendo os scepticos a renderem-se a s suas demonstragfies, (1)E s t a hoje perteitamente !fizmee e adoptada por (twos a opiniao deBoucher de Perthes e por twa a parte, em todos O S museus se encontramem quantidsde mstrumenteaem pedra lascada das primearas idades dahurnanidade,Os tnstrumentos em pedra laseada apparecem sobretudo 'nos ter-renos' quaternaries e parece que alguns appareceram -nos terrenos domiocene superior comoos de Then:ay (2) e os enoontrados 'por'M. Ramesno Cantal, perto de Aurillac, (G ) Entre nbs 0 dlstincto geologo CarlosRibeiro encontrou, [[10 miocene superior do w.:Ue do Tejo, sj!l~x com ves-tigios do trabalho humane (~). Diz Carlos Ri~beiro (II). Examinei 0facto com toda a indiv;duacao, nao s o alli, mag em muiltos outres pon-tos, onde semostram as camadas tterciarias de agua doce que reputavamiocenos, ~ ineontrei sempre n'uma QU n'outra Iocalidade silex e quar-tzites similhantemente ta.lhados.Em 1871 apresentou elle esses instrumentos it Academia Real dasS-ciencias doeLisboa (6L sendo no anno seguinte apresentados no Con-gresso internacional de Anthropologta e archeologia prehistorica reali-

    (') Archeoiogtas por A. J. Mello, pag, 25.(~) DreyfuS' op, cit., pag. 198..(1) Rarnes, Materia.ux pour l'histoire primitive de I'homme.({) Dr. \Ltette de vasconcenos, Portugal :prehdJStorico, pag. 9"(I) R~latorio acerca da 6.' J'euniao do Congresso lie A.nthrQpol'Og'ia e de ~TQheolo

    gda prehtstortca, pag. 56.(i) DescrriiWao de a;lgruns silex e quartzites laseades :Lnoon.tra '

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    zado em Bruxelas oade causaram grande sensa~ao:tl . (1) E, diz 0Dr. Leitede Vasco-ncellos: - eapesar de Mr. Franks declarar que muln;os d'essessf-Hces tinham sido talhados inItencionaJmente o Coogr.esso nao se decidiupela existeneia do homem terciario pol'lt\lgUez.Na sessao do Congresso rea:lisada em Lisboa em 1880, Carlos Ri-beiro convidou os congressistaa a Irem vis1tar os Iocaes rode elle haviaaehado os sillces.Poram e eum dos membros do coo.gresso eneontrou na ocoo:siaoda vistta. a OtJta. (Vale do Tejo), um silex Interrado IIlO proprio jazigoem.questao, Esse oongressista foi Giuseppe Bellucei, (2)

    Gabriel de MertiUet que era membro do Congresso, chamou a estesiJex, incontestablement rtairM e no seu Iivro lie prehietorique julga-searutorizado a aceL'ta.r ohomem terciario portuguez que elle chama.vcomohomenagem 'a Carloa Ribetrc, (3) - AwthropopithecusRibeiroii- C').

    Os Instrumentos em pedra Iaseada, que hoje se encontram em,quantidade em todos os museus, proveem como vimos dos primeirostempos da humanidade, d'esaas epoehas em que 0 homem cercado de pe-rigose de necessidadea comecou a applicar em sen auxilio os materiaesde mais facil prepaTa~ao para, 0 tim, desejado ..

    Os vesttglos pais, que nos restam d'essas eras Ionginquassao de duas especies ; armas Ie utensiltos 'pal's. a . eaea.Assim: appareeem em abundancia ; pontas deflechae, facas, rna-ohados, i f .eDtos em silex ou outra roeha rija.As pedras usadas para a fabricagao d'estes instrumentos foram ;primeiramente: 0 silex e mais tarde: a dioritte e a,ilgumas variedades deporphyro, A arte principia para 10 fim da edade da pedra !lascada. Appa-recem pontes de flecha com a ifOtmlR actualmente usada e varies instru-

    mentes t'aescomo: percutores, raspadores, etc. e apparecem tarnbem ms-trumentos em osso, e~.Quam.r1:oao modo de fabricaqao d'esses instrumentcs vejamos 0

    (~) Relator:.lo cit., :pag. 58 e Dr. Leite Vasconcellos, op. ett., 'Pag. 9.(2) Dr. Leite de Vasconcellos; op. cit., pag. 10,.(') Dr. Leite de Vasconcellos. 01'. ott . pag. 10,.(") Mor.tHlet-:Le prehlstoriques - pag. 91, ed, de 1900.

    {Notas de 'T. Po.J.]

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    que diz 0 Sr. Narciso da Si~Iva (1): _. Se dermos com eerta preoaucaouma martellada sobre umfragmento de silex, de forma alongada, essesilex estalara, e a pedra quese desligme Itomarlfu fogo a f61,'ma conoidal; fi-carll, ehata de urn dos [ados" mostrando do outro uma aresta viva, Podiam--se fazer por este modo faeas de pederneira, de que.ern diversas [ocalidadesse tern encontrado eentenares dernodelos, Fazendo-se estalar-esta qua-Udade de pedra repetidas vezes com, eerta habflidade, podem-se fabricarrnaohados , pontas para fleehas e outros instrumentos.

    Antes de passar ao periodo neoHithico julgo eonvenlente 'transere-ver aqui urn period.o do Sr. A. J. Mello (2) referlndo-se a s palvipiracoesque ultimamente teem apparecido. Diz esse distincto archeologo.. ..e co--mo se sabe, ha hojeofficinae, principalmente na Belgica, onde se fabrli-cam com per:fei~ao instrumentos prehistoricos, para fins de negocio,H1ux : :Hndo a . boa r f e dos archeologos,

    Os rnachados do periodo paieohtbico teem a forma de amendoa. eenitre nos, Nery Delgado, ddstinto faMecida geologo, eneontrou urn nagruta da Furninha (em Peniche) ..o estado ern que 0 homem se encontrava m'essa epocha pouco di-VTSO era do estado puramente animal, en'um estado de brutalidade eselvagcria quasi eguaes a s dos anirnaes ['erozes .. (:I)

    o homem via-se quasi constantemente em Iuota com os animaesferozes e ! vemos como elle deverda fazelo com tao frooos recl11I'SO'S.~endocomo unieo abrigo as cavernas natmraes quruntas vezes se veda elleobrigado a disputar a sua posse aos animaes ['erozes que as habitavam ?

    ._. 0 seu viver deveria ter sido miseravel e atroz, diz A. J. de:Mello! ti).Vimos ao que se limit~va a industria d'esta epochal

    o homem desconheeia a agrieultura e vivia exelusivamente dacaga e dla pesca,(') No~oes de archeologta, pag.. 2, ed. de 187B.(1) Op, oit., pag .. 26.(I) A. J. Memo, op, ctt., pag. 27.(.) A. J. de Mello, op. cit., pag', 27.

    [Nota.s de T. P. J.]

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    - Os sentimentos nobres e elevados nao se abrigavam enitao noespirito do aomem; ende nao eampeavam senao os ins.t1nctos de censer-va~ao e defesa. (1) 0 amor, esse resuznla-se na satisf~ao bruta evio-lenta dosdesejos phisieos, deixando de existir logo que se apagava achama, interior da sensUSilidade: manHesta.va-seporarreba.1amentoo im..petuosos, por art:aques violentos.- (2)Eisa. breves rtraf;os'0 quadro da vida do homem na epoeha paleo-iitiliica!' quadro que muda um poueo, rnas quio peuco l, no periodo neo-iilthioo.

    (1) A. J, d:eMello, op, cit. pag. 27.(~) A. J. de :Me:U, GP. cli." pag. 2,7.

    [Notas d.e T. P. J,l

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    PERI (ODO NEOUTHICOU.-Instrumentosem pedra polida

    Vimos 0 modo de vida do homem no periodo paleoljthico, vimoscomo a sua evolucao ifoi lenta e continua. Vamos agora busca-lo a esseestado de maria em que se encontrava e acompanha-lo-hernos para umperiodo mais adequado 1 3 , sua natureza.

    Encontramo-Io servindo-se de urn ou dois instrumentos indefiniveis"em,pedra laseada e deixa ..mo-le em vesperas de uma era mats feliz ernque eHe eomeca a pensar , nio s6 em comer e defender-se, mas tambem emaperfeicoar os Instrumentos de que sa serve.A arte l Esse sentimento da arte, Ingenito do homem apparece, onantes, manifesta-se.Apesar de tudo, quwo mesquinha I e arrastada e ainda a vida dohomem ri'esta epochs."!

    N' esta epocha oa instrumeatos de pedra laseada nao desappare-cem completamente,

    Em consequeneia da sua dureza e~traordin.ariaIfO] posto de parteo silex e 'continua a empregar-se a diorite e algumas qualidadee de POIl'-phyro _. Os chifres de veado e outros animaes s a o empregadog para di-versos objeotos, Inicia-se a nobre arte da ArchitecttR'a., que revela a suai.rura.nci~ano dolmen, no tumulo, no menhir" & t J c . (l)C ) A. .T . de !Mello, op. cit., pag, 27 e .sags.

    [Nota d~ T. :P o J.]

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    - Apparecem os primeiros traces de gravure e eseulptura noschlfres de veado e 1 1 1 ' 0 osso,repr!esentando-se toscamente, com poucos tra-~s, 0 .bomem e os animaes seus contemporaneos. (1)

    No Museu de Samt-Germaiu, proximo, de Paris" exis.e uma colsam.signirficante a primeira vista" mas comovedora quando n"eHa reflectir-mos. J D uma delgada lsmina de marfim tirada do deate de elephants enor-me cuja especie se acha extincta ha talvez mUhares d'annos, Observando-..a veremos que sobre ella alguem tracou um desenho com a . ponta deum instrumento cortante, Esse desenho r'epresenta urn elephants talvez damesma raea d'aquelle a que pentencera a placa,Dia E. Pecaut (2): ._ Con1:emplae com, respelto este primeiroeSlf'Qr~da arte human a, esteesboco que' ohegou ate nos vindo das maislongtnquas .profundidad=es do passado: ~o por rmn,dos nossos ante-passados, n'essa sombria e terrivel epoeha em que 0 homem vivia perdidoem florestae Igigamlfuseasi) entre anlmaes horrfveis.Algumas espeeies animaes desappareeem deixando 0' campo maisdesembaracado lao homem que lentamente se eleva acima dos irraeionaesque 0 cercam,

    o homem eontmua 'a viver da eaca e da pesca mas da os primeirosPaLSSOS na agrieultura eomeeando a collier alguns fruotos, alguns produ-ctos da tteTI'a.As anta e os iumulo8 serviam para sepullib'uras dos eadaveres,em honra dos quaes se celebravam banquetes e festins, por oeasiao desa-em depositados, (8)Pareee que n'esta epoeha .a anthropophagia ostentava os seus hor-rores, como ainda hoje acontecs em alguns povos selvagens,Por vezes nos dolmens d:teSta epocha apparecem OSSG'S humanosque Broca reconheceu terem side atravessados por pontas de pedraem silex.Parece que n'esta epocha a anthropophagie ostentava os seus horro ..appareeem com. vestigios de les.5es que eicatrlzaeam e que , 8 6 podiam teeeieatrizado por rneio de run tratamento apropriado.e > A. J. de Mello, op, cl,Q., pag. 28.P) E. Pecaut- 1.'Art.:, pag; 13.(-) A. J. de Mello" op, dt.1 pag. 28.

    [Now die '1\ P. .1.]

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    Diz Dreyfus (1): ........AQ 1 3 1 0 d'estes soeorros prestados aos feri-dos ao Iado d'estes halbi!tos: hurrnan i taTiDs, encontraan-eaeostnmss barba-roo , in sp irad es pela religi.ao. A invasao das prtaHcas rel:l .~giO'sase eom- ~.eff'eioo um tra~o absolutameate caracterlstleo da epoeha neolHhica..

    Referindo..se a s eensequenelas dooomeQ:a das praetieas religfosas,dia amda Dreyfus (2): -~ a StaB novas pratieas que devemos attn,buir a anthropophafla e a rtrepanasao rpor me:io de i.nstrnm:entos em 8il1exeortava-se o crane 0 de modo a. tirar d"ellerodeldasque serviam d~ arnu-lal:ltas. Empregavam-se tambem coon 0 mesmo Ifim objeetos naturaes, Aspedras furadas eram l'e.ool1hidasconlcuidado por mais ordinerias quefossern, Pequenos maeaados crescentes,triahgu:los, eram tambem objeetode urn culto, 0 machado sobretudo era venerado, e lSSO explica ..se por ser 0unico Instrumen to porexC'ell~neia, d'esta epO 'OO . .Ainda. Durante os - tempos qnarternarios abandonaeam-se os mor-tos, A :partir dog tempos a etua es, sao inhumados corn cutdado,

    Ao seu Iado iEica.va a mohillia funebre: instrumentos ern pedra,eonohae ordinaeiaa ee 0 morto era pobre, Iuxuosas se elle Bra rico, etc.

    (I) nreyfus~ op, cLt" pag. 230.(t) Dreyfu.s, op. ci't., pag; 231.

    (Nota:s die T. P. J.]

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    11:1- PROTOHIST.ORIA

    Temos visto ate aqui 0-mOO D

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    EDADE DO BRONZE

    I - Instrumentos em bronzeExaminando as estacoes prehistorIcae da Suiss-a, 'as da Dinamarea

    e as da Allemanha teem-se obtido dados Importantes com os quaes nospodemos reoonstjtuir e observar a metallurgia do bronze, no periodo imme-diat-o it. edade da pedra, "

    Vejamos 0 que a este respeito diz A. J. de Mello (1): -_ Nao s6se tern encontrado quantidade Immensa de objectos de bronze, como tam-bem teem eido descobertas dfficinas ainda bem oonservadas que permjtternreconstituir a seena 0 . 0 trabalhc d'aquellas epocas, Os primeiros cbjectos,que se fa;bricaram, foram de adorno, O homem eomecoupor enfeitar-se,

    A prlncipio 0 metal empregado foi necessariamente 0 eobre e emdiversos pontes teemappareeido instrumentcs em cobre, taes como, rna-ehados, facas, etc,

    Appareceu depois 0 estanho q ue os tfmdid.-ores jun taram ao cobree viram que Isso

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    Naturalmente a prineiplo 0 bronze apparecia 'em pequena quanti-dade em consequencia ita l fa:1ta de meios de exp1orasao.'Em.consequencta dfisso os objectos em bronze conservavam-se ape-nUS aoalcance de alguns,Como bem se pode imaginar, a t r -ansi .gao entre a edade da pedra e ados me!tJaes !IlaO foi brusea, nlaus siro lenta.

    A medida que os objectos em metal iam appareeendo e espalhan-do-se por todos, lam sendo, por esses, postos de ,parte os instrumen tosde pedra,

    Os d i J f 1 r e r e n t e s , mstrumeotos de bronze, que se Iteem encontrado,sao: rn .acha;dos l pcm ttas d e la~) tar o s l punhae8 , egpadas) ser ro tee , co ua -res, braceletes, a r:go las , p 'e rtJ too , , a J . j i r r e t e s de ca beca e rtava lhaJs < U 3 barba.Os machados, pontas de laJD.ga,punhaes e a:lfinetes de cabeca foram osque sa encontraram em maier abundancia, (1)

    Os rnachados de bronze rtinham variadissimas f6rmas.Os mais simples assemelhavam-se a uma cunha, como 00. edade

    da pedra.Diz A. J. de Mello (2): - cUns eram adelgacados e ffacet'ados,

    uns aprese:rutam uma asa ou orelha, outros duas, etc. A principionaoeram encabados, mas depois tiveram cabo que se ligaV'a por meio dascavidades que apresentavam os maehados, de orelhas, e de cordas. p)Em alguns 0 eaboentravaem umaeavidade circular; emoutros essa ca-vidade era rectangular e em ouJtros Os bordos delgados eram reviradossobre si tflOnnandouma espeeie de calha.

    As f6rmas dos maehados que mais vulgarmente se encontram,veem representadas napag. 21 da obra de Narciso da Silva (cit.) e noIH.vrode Lubbock .(ciJt.). Em.lPot1t~a:l (Alentejo) appareceu um machadomultocurioso, (exemplar ra.ro)por ter dow olhaes.as moldes compunham-se de duaa peeas eguaes e oorresponden-

    (I) A. J. de Mello, ' O p . edt.,. pag. SO.(1) Op. et.~pag. 30.(') Pode ver-se 0 desenno de urn cabo 'de machado de bronze nas fig. 8 e 9, a

    pag .. 25 do M iV rO - -crL'hOiID!I)'l,e.rehlstorique> -

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    tes as duas metades longvtudinaes, do instrumento. (1) Quasi todos asmoldes erarn de bronze, mas aJ:guns appareceram em pedra, As facaseram ou curvas ou rectas, O s punhaes apenas se dilf'tferen~aV'amdas es-padas pelo comprimento da lamina. (~) A lamina era cortante pelosdais lades e agt.1l!;adana extremidade, Os eoilares, braceletes e argolas,foram objectos de adorno muilto usados na wade do bronze empregan -do-se n'elles ma.teriaes diilferentesOs a[!finetes de cabeea eneontram-se em grand.e quanti,dade e diz A.J. de Mello que se supp5e terem sido usados pelos dois sexes, As nava-lhas da barba eram geralmente curvas, (3)

    Por este resumido quadro podemos ajuizar, alnda que multo aode Ieve, do estado em que se enoontrava 0 homem n'esta remota epocha,a edade do bronze.Nota-se uma enorme dillfferenga ao comparar a ! S I U l 3 . l sibua~o n'esteperiodo e aquella em que se encontrava em qualquer das epocas da edadeda pedra, r} 'aiscada ou polida-

    Mas quao longe nao estava elle ainda do estado em que actual-mente se encontra ?

    (J) A. J. de M-e!llo. op. cu., pag.. ,30.(I) A. J. de Mello,. op, clt., pag. ,30'.(') Op. ait., pag. 31.

    [Netas de T. P. J.1

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    (I) 01> . cit., pag, 31.f~) Por.t'ugal ~h.istorleo~ p~g, 61.

    [Nola:s de T. P. J.J

    FiU!. d&I.,11 parte" escr eva T. P. J. "Segu,ese no manuscrtto um titulo Notas,semqualq_uer desenvelvimento, Ap6s 0que, nova. tolha apresenta B

    EDADE DO FERRO

    II. - Instrumentos em ferroPouco direi e nada devia direr U)obre esta 'epocha que vae alem

    dos Iimrtes em que me elrcunscrevl pais 1t maier paIitle d'ella pertenceae dominic da historia,Como os outros 0 dominic do !ferro desenvolveu-se 'a pouco e pou-co, Ientamente,Diz A .. J. de Mello (1): ,_ .AJssun como a edade da pedra Invadluate cerro ponte a edade do bronze, assim tambem esta edade penebroun'uma centa rnedida na edade do :terro.A .t,ransi~aofez-se gradualmente penetrando liTIS periodos n'outros~,nao haven-do barreiras de separaeao entre si,

    N'esta epoca e com este metal 0 homem dedioou-s sobretudo a ifa-brlca~ao de: ,cmlares j ' lnacewtres , punhaes e e8p

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    BIBllOGRAPHIA

    LntroduQ

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    Les ages prelliat0T'1ques dei'Espag:ne et du ,Portuga,l par Cartailhac,

    Relazorlo da ,'Expedi~ao scllentifica , . Serra. da Estre11a - seccao de Arch eo-Iogta pOl' MaxtlalB Sa.-rmento.

    L'homrne prehlstorlque POf Lubbock,ed. de Pa.ris 1876.De ' l " 8 J I l c l e n . t t : l < e t e de I'hoonme po;r Zaborowski.-De Quattefages, l/EspOOe humaine ed, de Paris 1877.L'homme avant iles metaux por N. Jazy.La France prrotstordque per CartairLha.c..

    La Cr~a,ti'OD.naturelle per Haecke1.Ma;teria.ux pour l'h:tstoLte pIim!Uve de I'homme por Ramee, Par,is 1884.MeJwnaAlX pour l'bistoire primUlve tie l'homme por Qua.treia.ges. iParis 1885.

    Depots de urn Index, a.presenta T. P. J. 0 titulodB. 2. parte: Os meg-alliho8 em Portugal, quenlo escreveu.AQlui termina, 0manuscrlto.

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    . .

    copia e maquetizacao dePlene Lda

    A v a Bissaya Barreto, 13 000 COIMBRA

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