11
r U s s o s no brasil A L E X A N D E R S C H E V t S C H E N K O J O Ã O P E D R O M O R E I R A N E T O

Russos no Brasil

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Estudo sobre a vida de russos e seus descendentes que chegaram ao Brasil por meio de fugas e guerras, contando também suas primeiras impressões sobre o solo brasileiro.

Citation preview

Page 1: Russos no Brasil

r Ussosno brasil

ALEXANDER

SCHEVtSCHENKO

JOÃO

PEDRO

MOREIRA

NETO

Page 2: Russos no Brasil

ÍÍindice

02

Ivan Vishnievsky ................................................................................................................................ 03

Galina Lipovsky ................................................................................................................................ 06

Créditos ................................................................................................................................ 10

Page 3: Russos no Brasil

Ivan Vishnievsky

03

Idade: 84 anosNacionalidade: Bielorrússia

Page 4: Russos no Brasil

Ivan Vishnievsky

04

O senhor Ivan é nascido na Bielorrússia quando ela ainda fazia parte da União soviética e diz que sua infância se passou grande parte na escola, mas além de estudar ele começou a trabalhar cortando lenha com 12 anos, o aquecimento da casa dependia das lenhas que ele cortava. Muito triste Ivan conta alguns casos ocorridos em seu país de origem como o dia em que seu pai teve que comprar um cavalo e mata-lo para comerem a carne, conta que a carne era muito borrachuda e que o restante que sobrou no animal eles tiveram que enterrar no quintal para o vizinho não rou-bar. Chorando Ivan fala sobre o dia em que seu pai foi preso pela policia comunista, eles tinha uma pequena capela no porão de sua casa onde rezavam pedindo por dias melhores, o vizinho que fazia parte do partido comunista viu uma iluminação diferente no porão e percebeu serem velas, logo chamou a policia que prendeu o pai de Ivan, que foi mandado para a sibéria. Após um tempo uma bomba caiu sob a cadeia e o pai de Ivan conseguiu escapar.Logo que o pai de Ivan saiu da prisão os alemães chegaram a Bielorrússia e expulsaram toda a cidade de suas casas e os colocaram em um trem com destino a Alemanha, os idosos que não podiam andar os alemães matavam . Ivan chegou a Alemanha junto de seu pai e sua irmã, logo que chegaram foram trabalhar em uma fábrica até o final da guerra quando os americanos os libertaram. Durante as noites todos tinham que correr para o meio do mato enquanto os america-nos bombardeavam as cidades alemãs, Ivan sabia que eram bombas que tentavam deter os que o prendiam, porém elas também era de imenso perigo para ele, certa vez uma bomba atingiu sua moradia enquanto ele e sua família se refugiavam no matagal. Conta que teve uma vida muito triste, que quase morreu na guerra.

Page 5: Russos no Brasil

Ivan Vishnievsky

05

Os americanos deram algumas opções de destinos para aquele povo, Brasil, Áustria, Inglaterra ou Estados Unidos. O pai de Ivan escolheu o Brasil, chegando aqui em 1950, Ivan diz que sua primeira impressão foi o calor, “muito quente, só queria saber de água gelada” disse ele. Ivan já tinha 18 anos e logo foi procurar serviço que não foi difícil de encontrar, seu primeiro trabalho no Brasil foi na Carpintaria Matarazzo, umas das maiores carpintarias de São Paulo, Ivan aos risos conta que ele não sabia fazer nada. Disse que acha o povo brasileiro um “povo muito bom”, chorando Ivan conta que já morou na Bielorrússia, Polônia, Alemanha, Espanha e Estados Unidos... Afirma que o melhor lugar que existe é o Brasil, que aqui ele foi acolhido e que é muito grato, Ivan se emociona muito enquanto me conta isso. Após um tempo no Brasil Ivan vai morar por 3 anos nos EUA, diz que o “pessoal lá é muito ruim, não é como o brasileiro”, logo ao sair dos EUA foi para a Espanha onde ficou por cerca de 6 meses, não gostou muito do pais e resolveu voltar ao Brasil.No caminho para o Brasil ele foi roubado, perdeu dinheiro e mala então foi até o bairro de Pedreira, na antiga Vila Russa procurar por ajuda até que encontrou um senhor chamado Paul Schevtschen-ko que o acolheu e o deu serviço de caseiro da Igreja Ortodoxa Russa do bairro de Pedreira, profis-são que o senhor Ivan exerce até os dias de hoje. Muito triste Ivan conta que se casou aqui no Brasil, porém sua mulher já faleceu e o deixou sozinho, sem filhos, que só sobrou a ele uma irma que está muito doente nos EUA. Pergunto ao Ivan se ele tem uma crença e ele me diz que é cristão ortodoxo, “eu gosto Deus, Deus muito bom, igreja muito bom” diz Ivan, conta que sempre vai a missa. Ivan finaliza e rindo conta que não tem vontade nenhuma de voltar para a Rússia, se diz mais bra-sileiro que estrangeiro.

Page 6: Russos no Brasil

Galina Lipovsky

06

Idade: 87 anosNacionalidade: rússia

Page 7: Russos no Brasil

GALINA LIPOVSKY

07

A senhora Galina nos conta um pouco de sua vida, nasceu na União Soviética, atual Rússia na região de Caucasus, Eurásia, em uma pequena cidade que na tradução literal se chama “Água Min-eral do Caucasus”, morou lá até seu 18 anos, conta que sua cidade não havia faculdade como nas cidades grandes mas que mesmo assim ela estudou 13 anos de sua vida. Explica que a vida na Rússia não era muito interessante e que prefere o Brasil, diz que a Rússia na época que dizia muito evoluída mas que na verdade ela realmente não era, em cidades do interior da Rússia se passava fome naquela época. Aos seus 18 anos guerra trouxe os alemães que ocuparam o Caucasus e por consequên-cia a sua pequena cidade, devido a situação em que viviam eles esperavam que alguém che-gasse até lá para mudar a situação degradante, Galina lembra que seu pai ficou muito feliz com a chegada deles pois ele era um oficial do exército branco, que se opunha ao regime bolchevique, lutavam contra o exército vermelho. Galina foi trabalhar para os alemães pois como ela mesma disse “Se não trabalhássemos, não havia comida!”. Seu primeiro emprego foi no cassino dos ofici-ais, ela servia comida, seu pai pensando que os alemães ficariam por ali prontamente se ofereceu e começou a trabalhar para a polícia local. Mas as coisas mudaram, o comportamento alemão mudou bruscamente e aqueles que antes eram agradáveis e queridos expulsavam os russos de sua cidade, o pai de Galina que por ser da policia recebeu informações antecipadas logo saiu da cidade acompanhado de um amigo que falava alemão, de sua filha e uma colega de Galina que era de Leningrado, atual São Petesburgo. Essa viagem iniciou no dia 09 de janeiro de 1944, todos foram em uma carroça que carregava sacos de sal, Pães quadrados e um porco congelado, foram dois meses de viagem os quais Galina diz que foram uma real aventura, foram até Zaporozhian, na Ucrânia e iam parando de vilarejos em vilarejos, viram muita destruição da guerra. De Zaporozhian foram para a Alemanha

Page 8: Russos no Brasil

GALINA LIPOVSKY

08

Na Alemanha Galina conta que foram separados, homens de um lado e o restante da família de outro, os homens faziam parte de uma equipe que tinham por função amparar os feridos após ataques aéreos e as mulheres faziam serviços mais leves, isso perdurou por um ano até a chegada dos americanos.Após a chegada dos americanos diz que as cosias ficaram melhores por lá, conheceu seu finado marido no final da guerra, um Ucraniano, ele teve a oportunidade de fazer cursos de eletricidade e rádio. Logo surgiu a oportunidade de virem para o Brasil. Galina jura por Deus que acha o Brasil um país maravilhoso, fantástico que a única coisa que ela não gosta são dos roubos. Conta que chegou ao Brasil junto de seu pai, seu marido, pois já havia se casado e com dois filhos, Olga e Igor. Galina durante a guerra usava o nome de Ana para fugir dos comunistas e ao chegar no Brasil o oficial da imigração que foi a registrar dava muitas risadas do seu nome, ela se cansou e disse para ele “Ana, meu nome é Ana!” e assim é seu nome nos regis-tros brasileiros até hoje. De tira colo ainda faz uma piada sobre seu nome, traçando uma linha cômi-ca entre Galina e galinha. Conta que era díficil aprender o português mas que seu marido teve mais problemas ainda com a língua, que chamava um senhor de senhora e fazia confusões do tipo. Disse que sua primeira im-pressão do Brasil foi de não ter gostado da sujeira, conta que o centro de São Paulo era muito sujo mas que o tempo foi se acostumando e achando tudo maravilhoso, achava sensacional a ideia de poder comprar um vestido ou um sapato com seu salário, conta que na Rússia se faziam filas gi-gantes para se pegar um sapato padrão que o governo lhe dava, que era sortudo quem pegava um sapato com a numeração correta. Maravilhada com essa situação ela foi procurar um emprego de balconista, mas estava com muito receio pois quase não falava português, mas mesmo assim foi até

Page 9: Russos no Brasil

GALINA LIPOVSKY

09

até o número 330 da Avenida São João atrás de seu emprego, ao chegar lá não sabia o que fazer para se comunicar, eis que de repente ele ouve uma língua conhecida, um senhor estava ao telefone falando alemão, logo se encheu de esperanças e aguardou o termino da ligação para conversar com esse senhor, descobriu que ele era um dos sócios da loja, um alemão e um brasileiro, o alemão prontamente a contratou mesmo sem ela ter experiencia. Ficou lá por 8 meses os quais aprendeu muita coisa, lembra que recebia muitas gorjetas por conta do ótimo tratamento que dava aos cli-entes.Com o tempo eles batalharam e muito contentes puderam comprar um terreno no bairro de Pe-dreira, na antiga Vila Russa, isso foi uma grande conquista para eles pois na Rússia comunista eles jamais teriam a chance de ter um terreno só deles. Exalta novamente o fato do Brasil ser um país maravilhoso e diz que os brasileiros não dão valor para isso, que é um ótimo país que aceita a to-dos, russos, ucranianos, judeus etc... Conta que na Alemanha se nasce uma criança de pais russos a criança é russa, já aqui no Brasil não, se pais russos tem um filho aqui, a criança é brasileira e que gosta muito disso. Galina diz que ama a comida brasileira, especialmente a “tal da feijoada” como ela mesma disse, diz também que adoro o povo.Galina afirma fortemente que não tem saudades alguma da Rússia ou da Europa, exalta a importân-cia da fé e diz que na Rússia os comunistas fecharam todas as igrejas e que era proibido manifestar a fé cristã ortodoxa.

Finaliza novamente dizendo que o Brasil é um ótimo lugar e que deveríamos valoriza-lo mais.

Page 10: Russos no Brasil

ÍCreditos

10

Alexander Schevtschenko

João Pedro Moreira Neto

Agradecimentos Especiais aoProfessor Sandro Cajé.

Page 11: Russos no Brasil

2013

Russos no Brasil