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Árvore genealógica (retomada em 12/2005)...4 Apresentação e agradecimentos Este material foi coletado a partir de 2004. Houve várias interrupções no trabalho por exiguidade

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Genealogia

Memória das

Famílias Lopes e Urroz

Concentração sobre o casal Joaquim (Talo) e Joana (Catucha)

Confecção do material: Cicero Galeno Urroz Lopes

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Sumário

Apresentação e agradecimentos / 4

Seção 1 – Tronco Lopes / 5

Descendências Lopes / 5

Primeira geração / 5

Segunda geração / 5

Terceira geração / 7

Casal Urroz Lopes / 10

Quarta geração / 16

Quinta geração / 23

Sexta geração / 26

Seção 2 – Tronco Urroz / 28

Descendências Urroz / 28

Primeira geração / 28

Segunda geração / 28

Terceira geração / 30

Casal Urroz Lopes / 31

Quarta geração / 32

Quinta geração / 33

Sexta geração / 37

Anexos / 39

Apêndices / 43

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Apresentação e agradecimentos

Este material foi coletado a partir de 2004. Houve várias interrupções no trabalho

por exiguidade de tempo e falta de material. Contou com a colaboração especial de José

Antônio Urroz Lopes (Zé), em Curitiba; Manuel Francisco Cairoli Lopes (Chico) e Henrique

Togo Urroz Inoue, em Uruguaiana. Colaboraram ainda Gládis Maria (Urroz) Lopes

Tarragó, Leda (Canaparro) Urroz Inoue, Maria do Horto Lopes Tarragó. Contou também

com informações anteriores de Joana Januária (Ubetagoyena) Urroz Lopes (Catucha),

Balbino Alves (Bindo), Francisca Agostinha Ubetagoyena Urroz (Tica). Colaborou também

quem enviou fotos. Alterações podem ser feitas a qualquer momento. Grácias a todos.

O material está organizado em duas seções. A primeira seção trata da família

Lopes; a segunda, da família Urroz. O levantamento que foi possível fazer acolhe até

sexta geração, a partir dos primeiros casais identificados como ascendentes. O material

contém ainda cinco anexos e três apêndices.

As quatro bandeiras menores da folha de rosto indicam as origens encontradas para

a formação da família Urroz Lopes: de cima para baixo, uruguaia, paraguaia e argentina

(pelos Lopes), e basca (pelos Urroz). As duas centrais são a do estado e a do país em

que se constituiu.

Inicialmente o trabalho foi apenas de levantamento de dados. Depois, porque ficou

um tanto sisudo, resolvi usar a figura dum narrador, como em ficção. Assim me pareceu

mais agradável de ler.

Apesar de esta ser a quarta edição (a primeira foi em 2011), este trabalho não está

terminado. Faltam informações que ainda podem ser incluídas, com auxílio de quem as

possa fornecer. Além disso, memórias jamais se concluem. Quando este narrador estiver

calado, haverá outros, sDq. Abraços.

Porto Alegre, 2004-2011. Segunda edição, 2012. Terceira edição, 2013.

Quarta edição, 2014. CGUL.

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Seção 1

Tronco Lopes

Primeiros casais identificados – Primeiros ascendentes – Primeira geração

João de Deus Lopes e Manoela Benites. Ele foi nascido na Província Cisplatina e faleceu em Uruguaiana, em 1888. Filhos: Domingos, Manuel, (?).

Isidoro Gomes de Oliveira e Umbelina Marques de Oliveira. Filhos: Porfíria Gomes

(de Oliveira), (?). (Talvez em função da tradição espanhola para nominações de descendentes, foi fixado apenas o sobrenome Gomes.)

E>D: Sant’Anna Velha, aí por 1840. Depois se denominou Sant’Anna do Uruguay. Finalmente, Uruguayana, único núcleo urbano herdado dos revolucionários farroupilhas. Rua Bento Martins, Uruguayana, 1913.

Segunda geração

Domingos de Deus Lopes e Porfíria Gomes (de Oliveira) Lopes. O casal teve 16

filhos: Antônia, Beneval (Checo), Cícero (Piá), Domingos (Dindo, Sete Cordas, Bugre Velho), Egydio (Coruja), Ema, Isidoro (Pina), João (Matapasto, Janjão), Joaquim (Talo), José (Jê), Manuel (Jica), Manuela, Setembrino (Setembro), Teodora (Cucha), Umbelina (Catita), Vitória (Nena). Todos os filhos nasceram em Uruguaiana; estão aqui citados em ordem alfabética. Todos levaram apenas o sobrenome do pai.

Domingos foi homem do campo. Depois do falecimento dele (provavelmente), a

viúva passou a viver em casarão localizado na rua Domingos de Almeida, entre a Canabarro e a Júlio de Castilhos. A propriedade dominava a esquina da Domingos de Almeida com a Canabarro, com aproximadamente cinquenta metros de frente para cada rua. Tinha pátio com frutíferas, horta e jardim. No fundo, havia alojamentos de serviço. Aí moraram, pelo menos, Conceição, Inácia, Jeca, Lucila e Maroca, que auxiliavam na vida na casa. Pela frente, tinha porta central, uma janela alta e dois janelões com a base a

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cerca de 60 cm acima do nível da calçada. No lado direito pra quem a olhasse de frente, tinha portão de ferro pra serviços e movimento diário de pessoas. Pra o fundo, no lado direito, o corredor aberto levava diretamente ao pátio calçado e arborizado, com poço. No lado esquerdo, ficava a maior parte dos cômodos gerais. A casa tinha frente ao leste. Logo depois do falecimento de Porfíria, o casal Talo e Catucha viveram lá por um ano. Depois foi Antônia quem ficou, acompanhada por Lucila (Morel?), apelidada China, criada pelo casal Domingos-Porfíria. Os irmãos costumavam visitar Antônia com frequência.

Chamavam a atenção a altura das paredes e do teto, as cornijas, os forros, as portas e janelas de madeira de lei maciça e um jogo de xadrez, com pé, igualmente de madeira de lei. Depois viveu ali Setembro e família. Mais tarde, a casa foi vendida a Trajano Silva. A construção subsiste (2008).

O sobrenome Lopes se origina de Lopo (lobo, no latim vulgar; lupus, -i, em latim clássico). Isso pode significar que algum ancestral era caçador ou vivia recluso ou era aguerrido ou brabo ou peludo ou tivesse cabelo claro, pra que passassem a chamá-lo de lobo. Cícero (106-43 aC, filósofo e político romano) menciona Lupus como sobrenome, em “gens Rutilia” (De natura deorum, 1, 63); Rutília é nome feminino.

De origem portuguesa, é disponível um brasão Lopes. Eis a

inscrição que se pode ler nele: "Ilustre e honrada família iniciada por João Lopes no século 15. Cavaleiro da casa real de dom Afonso V, rei de Portugal, participou da tomada de Tânger e Anafé, na África. Participou ainda da tomada de Castela e, por essas guerras e batalhas e estando junto com o rei, foi por ele armado cavaleiro e nobre da corte portuguesa, sendo-lhe concedido o brasão de armas em 6/6/1476".

E>D: Domingos. Porfíria. Domingos. Porfíria (de luto) na frente do casarão da rua Domingos de Almeida.

E>D: Travessia Uruguaiana-Paso de los Libres sobre o rio Uruguai, a partir de 1945. Zona noroeste de Uruguaiana, com Libres ao fundo.

Terceira geração

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Antônia foi solteira e não teve descendência. Beneval de Deus Lopes (Checo) e Doralisa (Lalala) Flores Lopes. Filhos: Zaíra

(Zazá), Ílton e José Clarimundo. Checo era policial civil; Lalala, do lar. Lalala me presenteou com as boleadeiras (de marfim e prata) que pertenceram ao Checo. Ele foi o primogênito.

Checo.

Cícero de Deus Lopes (Piá) não teve descendência. Foi morto em combate, durante a revolução de 1923. Era solteiro; administrador de estância. Meu pai me deu o prenome e as esporas dele. Eu as doei ao Zé, que tem pequeno museu no sítio, em Mandirituba (PR).

Domingos de Deus Lopes (Dindo) e Palmira (Mira) Bassuíno. Filhos: Mílton e

Guido. Dindo era ruralista, residiu no Itapitocai e na cidade de Uruguaiana; ela, do lar. Já o conheci na cidade. Depois, Dindo e Lica. A casa ficava na rua Domingos de Almeida a uns sessenta metros da casa dos pais, Domingos e Porfíria. A casa dele, como a conheci, tinha dois pisos, porta e janela na frente; à direita a quem a olhasse de frente, tinha o sempre presente portão de ferro.

E>D: Guido e Alaíde. Elizabeth, Mílton, Elza.

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E>D: Dindo e Lica. Maria Lúcia, Leda, Elza, Débora, Maurício, Nery, Maria Cristina Lopes Murad.

Egydio de Deus Lopes e Áurea. Filho: Antônio Maria de Deus Lopes (Nene). Egydio era ruralista, tinha tambo e fabricava queijos, no Itapitocai; ela, do lar. A chácara ficava à direita de quem saísse de Uruguaiana para o povoado do Itapitocai e Barra do Quaraí. Tinha casa de alvenaria, com galpões de madeira e de alvenaria. A casa, como a do casal Talo-Catucha, tinha formato quadrado e era circundada por varanda, exceto ao sul. O mato ciliar do rio Uruguai chegava até parte do campo dele. Entrando-se pela BR-472, passava-se pela chácara do Setembro. Entre as duas, corria sanga forte. Depois, residiu na rua Dr Maia, em frente à praça Argentina, entre as ruas General Câmara e Sete de Setembro. A casa tinha frente norte. Na frente, tinha duas janelas com porta entre elas. No fundo tinha pátio pequeno. À garagem, que ficava no fundo, à esquerda de quem olhasse a casa de frente, se tinha acesso a partir de portão no limite da calçada. Ao lado desse portão, havia outro, pra acesso de pessoas. Com o casal e o Nene, vivia Sônia Maria Marques Preto, natural de Bagé, sobrinha da Áurea.

E>D: Egydio. Nene e Egydio. Áurea e Egydio.

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Nene (1956-7) e com os filhos (2010) Eduardo (1979), Ana Paula (1981) e Mariana (1983), formanda.

Ema e Ernesto Ferrari. Filhas: Maria José e Zoca. Isidoro de Deus Lopes (Pina) e Vininha de Bem. Filhos: Nora, Lígia, Baltasar.

Isidoro era engenheiro e trabalhava na Viação Férrea do RS (VFRGS); ela, do lar (?). Residiam em Porto Alegre. Foi ele quem construiu o panteão da família, no cemitério de Uruguaiana.

E>D: Nora de Bem Lopes. Pina e Vininha (1929). Domingos, Geni, Isidoro, Rosa Maria, Jê, Maria da Graça (anos 1950).

João de Deus Lopes (Matapasto) e Juvelina Nunes. Filha: Gládis (Pequena).

Depois, João e Belinha. Ele era ruralista; ela, do lar. Ele residia nos arredores da cidade, ao sul, e depois na cidade de Uruguaiana (rua Canabarro). A casa da cidade era de tamanho médio, em área originalmente do casal Domingos-Porfíria, ao lado da esquina entre as ruas Domingos de Almeida e Canabarro. Tinha parralzinho, pátio e garagem. Morava sozinho, mas era assistido pela Lucila, criada por Domingos-Porfíria. Quando morava no campo, ele costumava visitar nossa casa quase todos os domingos. Chegava de manhã, mateava, conversava, almoçava, sesteava, tomava o chá da tarde, jogava baralho. De tardezinha, pegava sua caminhonetinha Ford modelo 1928 (que aparece em fotos nas p. 13 e 35) e se ia. Como era meu padrinho, certa vez me deu um cofre – um porquinho amarelo, roliço, com corte em cima pra se pôr moeda. Com frequência, nos domingos, pedia pra ver o porquinho. Então punha a mão atrás do cofre-porquinho e deixava cair moedas pra eu juntar; ria-se com isso e dizia: - Fez porcaria esse porco. Costumava também carregar caramelos nos bolsos das bombachas, pra distribuí-los à

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gurizada. A chácara dele tinha, atrás da casa e dos galpões, frutíferas e horta. A cerca de quatrocentos metros, passava o arroio Salso de Baixo.

João (Matapasto). Gládis (Pequena).

João Talo Talo

Joaquim de Deus Lopes (Talo) e Joana Urroz Lopes (Catucha). Filhos: Gládis Maria (1934), Yeda (1935) faleceu aos 8 meses, Domingos Matias (1937), José Antônio (1941), Cícero Galeno (1944). Joaquim era pecuarista inicialmente de atividade extensiva: primeiro sozinho; depois em sociedade com João. Depois foi produtor de laticínios e criador de plantéis de gados de leite (Jérsei e Holandês); também criou gado Flamengo (de duplo propósito). Mantinha igualmente um rebanho ovino de dupla finalidade (lã e carne), raça Romney. Residiu nas vizinhanças do parque da Associação Rural de Uruguaiana e do aeroporto Rubem Berta. Em razão de que Catucha tinha quatro irmãs solteiras, vivendo juntas na chácara (das) Matias, comprou 272 hectares de terras (de Candemil), construiu casa e se estabeleceu no local: podia-se ir da Granja Nossa Senhora de Lourdes, como denominaram o estabelecimento, à chácara Matias (pra os estranhos), às Tias (pra criançada), às Gurias (pra Talo e Catucha), a pé; ficava a cerca de dois quilômetros, por dentro dos campos. (Apesar disso, não era comum nem costume andar a pé no campo.) Nas festas familiares, as Tias estavam sempre presentes. Eram também frequentes José-Lila e filhos e Matapasto. Entre os amigos que frequentavam a casa estavam José Mendizábal (padrinho do Zé), João Duzatti (ou Duzatto), Tito Apestégui (ou Apestegue), João Ribeiro, Serafim de los Santos. Também visitavam a casa os filhos de Serafim e Ema de los Santos: Adelaida, Justino, Homero, Oscar, Tchela e Yolanda.

(Q. v. texto do apêndice 5, sobre as atividades de Talo, na sustentação remetida à Câmara Municipal de Vereadores de Uruguaiana, pra nomeação da atual estrada Joaquim de Deus Lopes, entre a BR-472 e a BR-290.)

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E>D: em cima: Yedinha com boneca. Cícero (1945). Zé, Matias e Cícero (1949 ou 1950). Embaixo: Cícero, Zé, Catucha, Yolanda de los Santos, Gládis (anos 1950). Cícero (1971 e 2006).

A casa da granja Nossa Senhora de Lourdes tinha formato quadrado e dispunha de dez peças. A porta principal, que abria ao escritório e sala da casa, localiza-se no centro da parede, ao norte. Há uma janela para cada lado da frente da casa, com venezianas e postigos (preservados). Olhando-se de frente, a janela à direita era do quarto do casal, que tinha também duas janelas, ao norte e a oeste. A janela da esquerda era do quarto da Gládis. A porta do quarto do casal dava a uma sala de estar aberta à de jantar, usada quando havia visitas e muitas pessoas. A porta do quarto da Gládis dava para a sala de costura, que também era quarto de hóspedes. No extremo sul, à esquerda, ficava o quarto dos guris. Havia cozinha ampla com armário grande fabricado pelo Talo (do piso ao teto) e despensa, com prateleiras também construídas por ele. Com exceção da face sul, toda a casa era guarnecida de varanda, isto é, com eira e beira. A porta externa da cozinha dava pra pátio calçado, em que se encontrava o algibe, que captava água da chuva, obtida nos telhados (quatro águas). As primeiras águas de cada chuva a serem captadas pelas calhas, por meio de dispositivo específico, eram jogavas fora. Quando se julgava que o telhado já estava limpo, encaixavam-se as calhas pra que deixassem cair a água no algibe, reservatório de fundo, paredes e cobertura de alvenaria, com cerca de 60 centímetros acima do solo. Daí se tirava água com bomba manual. Abastecia a casa grande, a do Bindo e um banheiro de empregados. Havia um poço (38 metros de profundidade) com moinho, com cuja água se irrigava a horta (grande) e abastecia bebedouros e galpões. Os reservatórios de água tinham capacidade um pouco superior a cinquenta mil litros Os animais do tambo e da casa bebiam essa água. Havia outro poço, de balde, rodeado de acácias (tipuanas) centenárias e gigantescas. Nesse local, à sombra da maior das árvores, havia um tanque (segundo) de lavar roupa. Também com

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água desse poço se abastecia um bebedouro pra os animais do potreiro da frente. Havia também chácaras e dois pomares.

Ao redor da casa, no pátio, havia renques em duas fileiras. Também havia o parral, ao fundo, à direita.

A casa principal foi reformada em 2006, quando perdeu a beira. Os galpões foram retirados no mesmo ano. Ao lado, foi construída uma segunda casa, de serviço. Desde 2014 não pertence mais à família.

Bem próximo da casa, ligada ao parral, havia outra casa, de alvenaria e madeira, onde morava o Bindo. Acolhiam-se aí também hóspedes, como Tojo (Fructuoso López), uruguaio, primo do Talo, que às vezes passava semanas de visita. Na parte de madeira, ficavam a garagem, um jirau e duas peças com ferramentas e outros utensílios. No quarto da frente, à direita, com janela, porta e piso de tábuas, moravam Laíde (Alaídes) e Maria (irmãs também de Paulo Martins, colaborador elogiado por Talo), que cozinhavam e limpavam. Havia ainda mais quatro galpões, dois galinheiros e chiqueiros. Um dos galpões era do tambo, com piso de lajes regulares e cobertura de telhas coloniais, com duas portas grandes, a oeste e a leste, duas menores ao sul, dois janelões, também a oeste e a leste, e quatro janelas ao norte. Por dentro, uma cerca baixa de madeira dividia o espaço dos cochos em que as tambeiras comiam e eram ordenhadas e o chiqueiro em que dormiam os terneiros, pra o apojo da manhã. Havia duas ordenhas ao dia. Outro era o do fogo, dos quartos dos peões, da carroça, dos couros, dos estábulos dos touros, da jardineira de leite etc. O terceiro era dos implementos (trator e outros); era também onde se emparvava batata, em que estava a carpintaria do Talo e se encontravam dois estábulos para animais em tratamento. A oeste desse galpão havia um pequeno potreiro, em que se faziam parvas forrageiras para o inverno e onde havia frutíferas e os chiqueiros dos porcos. O quarto galpão era menor, cobertura de capim santa-fé e capim-caninha. Mais tarde, recebeu cobertura de telhas metálicas. Era onde se trabalhava com as ovelhas; pra dormir, elas se acomodavam aí e numa pequena mangueira com cobertura verde, que lhe ficava ao lado.

Mangueiras grandes eram duas. Uma de cercas de arame; outra cercada de madeira. A de cercas de arame tinha várias finalidades: pegar cavalos, “prender” a carroça e a jardineira (encilhar os cavalos e prepará-los a tirar esses veículos), trabalhar com bovinos mansos etc. A segunda era ligada ao curral e ao tronco. Aí se trabalhava com o gado geral.

Em todos os campos (do fundo, dos plantéis, potreiros) havia sombreamento de árvores: ou capões plantados ou arborização natural. Todos eram igualmente servidos de água, natural, como o do Salso e o do Fundo, ou açudes e bebedouros de alvenaria.

Nos verões, o regalo da gurizada era tomar banho no Salso, de águas cristalinas, correntes, com fundo de pedra. Uma correnteza sobre pedra moura e seixos rolados o abastecia, na sua corrida em busca do rio Uruguai. É conhecido como Salso de Cima. Ali aprendemos todos a nadar e, eventualmente, nos oferecia breves pescarias. Tinha duas partes rasas. A primeira era utilizada para se chegar à “ilha”, extensão de campo de pouco mais de quatro hectares, separada da parte maior do campo do Salso pelo arroio que lhe deu nome. A segunda parte rasa, abaixo, ao lado da ponte férrea, deixava ver os carás, que chamávamos de pacus. A partir daí, passava por baixo da ponte férrea, ao lado da gruta Nossa Senhora de Lourdes (donde proveio o nome da Granja) e por baixo da ponte rodoviária, para perder-se da vista. Fornecia também areião, pra construções. Do potreiro do Salso e duma coxilha do campo das Tias, vieram as pedras brancas, ágatas, brilhantes e pontiagudas, com que Talo construiu a réplica da gruta, no pátio da casa, com laguinho e ponte de pedra, ainda conservada (2012). Dentro da pequena gruta doméstica descansava uma imagem vestida de azul e branco.

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Os sábados pela manhã eram destinados pelas mulheres, Joana e empregadas, com ajuda de meninos e meninos de empregados, a varrer o imenso pátio que circundava toda a casa e tirar teias das varandas. Passarinhos costumavam fazer ninhos, pôr ovos e criar filhotes entre as tijoletas de barro do forro e os listões de madeira da varanda. Depois de serem abandonados, os ninhos eram retirados, nessas limpezas.

E>D: em cima: Talo Lopes, já casado, em lida de campo. Vista da frente leste do galpão da leitaria como era em 1952 e como parcialmente podia ser visto da casa grande. Embaixo: Maria Ester Villela Gomes, Rodrigo e

Ariadne (1979); pode-se ver parcialmente o lado oeste da casa, com eira e beira; nessa época o estabelecimento se denominava Granja Vô Joaquim. À direita, João Lopes e Tchela de los Santos, amiga da casa, também no lado oeste da casa da então Granja Nossa Senhora de Lourdes; ao fundo à direita, se pode

ver a casa onde morava o Bindo.

Em 1958, a família mudou-se para a cidade. Já não estavam em casa o Matias e o Zé; viviam ambos, então, em Porto Alegre. A casa (da cidade) foi adquirida da senhora Castora Villela. Foi vendida depois do falecimento da Catucha. Um pouco modificada, ainda é habitada. Localiza-se na rua Treze de Maio n. 2248, esquina com a rua Dr Maia. A casa tinha dois terrenos, o da esquina, onde está implantada a construção, e o do lado, pela rua Treze. No terreno da casa, havia jardins e árvores. No terreno ao lado, havia pomar, horta, galinheiro. Mais tarde, em parte dessa área foi construída a casa do casal Gládis-Cide. A garagem tinha entrada pela rua Dr Maia. Pra chegar nela, passava-se sob um dos parrais. No mesmo prédio da garagem, atrás, pra quem olhasse a entrada de frente, ficavam acomodações de serviço. A casa tinha forma retangular, com pequena áreas abertas e cobertas na frente e no fundo. No lado norte da casa havia uma parede de vidro, que possibilitava aproveitar luz e calor do sol, no inverno; ao lado, porta, que dava pra o segundo parral. Nessa sala grande, tinha lareira. A casa tinha sete peças fechadas, com aberturas de madeira, persianas e postigos.

Costumavam visitar a casa com frequência Egydio, Jica, João, Lalala, Pichim, Honório Orcy Filho (Zera), primo de Talo, e Armando Pinto.

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Talo costumava comentar que (pelo menos) uma família Fernandes de Uruguaiana também era parente. Trata-se da família materna do Ramiro Zacarias.

Festa dos 130 anos, no ap. do Matias: Gládis, 70; Cicero, 60. Na verdade era o ano dos 260, porque nesse ano (2004) Matias fez 67, e Zé, 63. E > D: Matias, Jandira, Márcia, Cícero, Sandra, Zé, Gládis, Cide.

José de Deus Lopes (Jê) e Geni Barros Lopes. Filhos: Domingos Antônio, Maria da

Graça, Rosa Maria, Isidoro (Neco). Jê era comerciante em Porto Alegre; Geni, do lar. Quando os visitei pela primeira vez, creio que pelos anos 50, residiam na av. Independência, entre as ruas João Telles e Fernandes Vieira, em Porto Alegre, em casa de pé-direito alto, com detalhes no reboco, porta central maciça, trabalhada e (me parece) uma janela de cada lado.

Manuel Lopes (Jica) e Maria Carolina (Molinari) Cairoli Lopes. (Jica foi o único que

não teve o sobrenome ‘de Deus’ como os demais irmãos, para distinção relativamente a Manuel de Deus Lopes, tio dele, irmão do Domingos de Deus Lopes.) Filhos: Maria José, Carlos Domingos, Manoel Francisco (Chico). Depois: Jica e Amália. Jica foi pecuarista; teve tambo. Foi tenente do Exército; Maria, do lar. Residiu no Itapitocai, à esquerda da estrada, para quem saísse da cidade para ir ao Itapitocai e à Barra do Quaraí; depois viveu na cidade, Uruguaiana. A residência ficava na rua Bento Martins, entre as ruas Treze de Maio e General Victorino, com acesso ao sul. Entrava-se por pequeno portão para alcançar a casa, que ficava mais ao fundo e à esquerda. À direita, no terreno, residia dona Laura, pessoa que criou os dois filhos menores. Ela era baixinha e um pouco gordinha e alegre; caminhava se balançando. Aí pela década de 1960, Jica costumava diariamente visitar sua Amália, que morava na rua Júlio de Castilhos. Pra chegar lá, a casa onde morávamos o Pai, a Mãe e eu era local de passagem pra ele. Por isso, costumava nos visitar quase diariamente, aí pelas 8-9h. No inverno, costumava usar capa preta espanhola, redonda, tipo de toureiro; Pai tinha uma igual, com dois botões de prata presos por corrente também de prata, com inscrição (T) de ouro, presente da cunhada Ramona.

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E>D: Jica. Maria Carolina. Maria Carolina e Jica (de branco). Embaixo: Maria José (2005). Carlos Domingos e Francisco (Chico).

Manuela foi solteira e não teve descendência. Setembrino de Deus Lopes (Setembro) e Miguelina Mondino Lopes. Filha: Maria

Teresa. Setembro era tabelião, estabelecido à rua Bento Martins entre Domingos de Almeida e General Câmara, centro da cidade de Uruguaiana; ela, do lar. Era proprietário também de uma chácara no Itapitocai, na frente da do Egydio, pra quem olhasse da estrada que leva ao arroio e povoado Itapitocai e à Barra do Quaraí; ambas na mesma orientação geográfica (a oeste da estrada).

E>D: Setembro. Maria Teresa e Claudionor Jacques. Gustavo Lopes Jacques.

Teodora de Deus Lopes Machado (Cucha) e Vivida Machado. Filhos: Francisco (Chico), Domingos, Marina, Marília (Maroca), Rosalina (Romica), Porfíria (Yeda, como

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religiosa). Cucha era do lar e conhecida como boa costureira. Residia na rua Júlio de Castilhos, entre a Duque de Caxias e a Domingos de Almeida, em Uruguaiana. Era uma casinha de tamanho médio, baixa, com duas janelas na frente; de madeira no fundo. Entrava-se por portãozinho de ferro. A porta principal abria ao leste. Como era comum, o pátio tinha frutíferas, parral, canteiros de hortaliças e galinheiro. A casa tinha frente norte. Vivida fora estancieiro na região do Matapi-Francisco Borges. Mudou-se pra Porto Alegre, onde moravam Marina e Domingos, filhos.

E>D: Cucha, Sueli, Nena. Laís, Suzana (filha de Domingos Lopes Machado e Hildegardes), Cucha, Vivida. Laís e João Carlos Silveiro. Catita.

Chico Lopes Machado e Maria Antonieta (1946). Sérgio (filho deles) com Cucha. Sérgio com a esposa, Maria Isabel (2010?). Susana e Dóris, filhas de Domingos e Hildegardes.

Umbelina (de Deus) Lopes Menezes (Catita) e Benedito Jardim de Menezes. Filhos: Maria Salomé e Válter (Uca). Catita era do lar; ele, fazendeiro. Residiam em casa de esquina entre a rua Dr Maia (rua 28, na época) e a Domingos de Almeida. A casa era de alvenaria e tinha duas janelas e uma porta na frente. A frente era norte e dava para a Dr Maia. Depois, passou a morar com Salomé e Antônio Augusto, em Alegrete e mais tarde em Porto Alegre. Acompanhava-os sempre; nos veraneios (em Imbé, na vila dos funcionários do DAER) era possível privar com todos. Ajudou a criar os netos.

Vitória de Deus Lopes (Nena) e Evaristo Machado. Filhos: Arietê ou Aretê.

Quarta geração

A partir do ramo Beneval (Checo). Zazá (Flores) Lopes Gutierrez e Nórman

Gutierrez. Filhos: Gládis Clarisa e Nórman. José Flores Lopes e (?). Filha: Zênia. Ílton (?). O casal Zazá e Nórman viveu e criou os filhos em Uruguaiana, na rua Tiradentes, entre Duque de Caxias e Domingos de Almeida. Ele era agropecuarista, estabelecido na Barra do Quaraí, que era distrito de Uruguaiana; ela, do lar, mas também trabalhava na fazenda. Gládis Clarisa residiu em Uruguaiana (faleceu em 2013); Nórman vive no Uruguai. Recebi informação (1/2008) de que Zênia mora em Gravataí.

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A partir do ramo Domingos (Dindo). Mílton Bassuíno Lopes e Elza Caffarate. Filhos: Nery e Elizabeth (Bete). Mílton era dentista; Elza, do lar. Ele manteve a chácara do Dindo (pai dele), no Itapitocai. Residia em casa de estilo moderno, como se dizia à época, à rua Santana, esquina com a Íris Valls. Guido Bassuíno Lopes não deixou descendência. Residiu no Rio; era policial federal.

A partir do ramo Egydio (Coruja). Antônio Maria (Nene) e Maria de Fátima Pombo

de Almeida, licenciada em Letras e psicóloga, filha de Edison Luzardo de Almeida e Leda Pombo de Almeida. Filhos: Eduardo (1979), Ana Paula (1981) e Mariana (1983), advogados. Depois: Nene e Jocelane (Nica). Nene é agrônomo, advogado e professor na faculdade de Agronomia na UPF; ela, licenciada em História. Residem em Passo Fundo. Ele mantém a fazenda do Egydio. Quem cuida da fazenda é a Sônia Maria (que foi parcialmente criada por Egydio e Áurea), que é viúva (2011) e tem dois filhos. Um deles é o responsável pelas atividades na chácara.

A partir do ramo Ema. Maria José e Aloísio Horta. Filhas: Lu (?) e Zoca (?).

Segundo informação obtida (1/2008), residem em Porto Alegre. A partir do ramo Isidoro (Pina). Nora de Bem Lopes e (?) Scalzilli. Filhos: Nora,

Isidoro. A partir do ramo João (Matapasto). Gládis (Pequena) Lopes e Luís Lopes

Burmeister. Pequena foi professora; foi também comerciante, proprietária de loja de roupas infantis na zona sul de Porto Alegre; Luís é natural de Cachoeira do Sul; advogado trabalhista. Todos residem em Porto Alegre. Moraram na av. Osvaldo Cruz, zona Sul. Filhas: Luciana, Gisela, Sílvia, Larissa. As duas primeiras filhas nasceram em Santa Rosa. Todos residem em Porto Alegre. Luciana e Luís Madeira. Filha: Karine. Luciana é do lar. Gisela é psicóloga; solteira; sem descendência. Sílvia e Sérgio Silva. Filhos: Tomás e Vitória. Sílvia é advogada trabalhista; ele, bancário. Os filhos nasceram e residem em Porto Alegre. Larissa e Bruno Perícolo. Filha: Ísis, nascida em Porto Alegre. Larissa é do lar; Bruno é músico. Todos vivem em Porto Alegre.

A partir do ramo Joaquim (Talo). Gládis Maria e Alcides Mendes Tarragó (Cide). O

casal reside na avenida Duque de Caxias, em frente à praça Barão do Rio Branco, em Uruguaiana. Ele é dentista; ela, do lar. Cide é filho de Francisco (Chico) Tarragó e Elvira Mendes Tarragó. Filhas: Maria do Horto (1958), Maria da Graça (1966). As duas filhas nasceram em Uruguaiana e residem em Porto Alegre. Maria do Horto (Hortinho) é funcionária pública. Maria da Graça (Boê) é médica fisiatra, doutoranda em Medicina.

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E>D: Boê (formatura, 1990); com um ano e meio; com mais ou menos 8 anos. Hortinho (formatura e em 2004).

Turma da Gládis: E>D: Hortinho, Cide, Maria Cláudia, Gládis, Rafaela, Renato, Laura e Boê.

Domingos Matias e Jandira (Crósio) de Oliveira Lopes. Matias é engenheiro mecânico. Destacou-se em serviços prestados à empresa Gerdau. Reside em Porto Alegre. É reconhecido como executivo e estatístico. Coordenou (2006-2008) equipe responsável por obras do Memorial Iberê Camargo, em Porto Alegre. Jandira é advogada; do lar. Filhos: Matias (Matiasinho) e Virgínia (Ginha). Os dois filhos nasceram em Porto Alegre. Matiasinho reside no Rio de Janeiro; Virgínia, em Porto Alegre. Matiasinho é advogado. Ginha é arquiteta e comerciante.

E>D: Matiasinho e Virgínia (1968). Matiasinho (formatura). Matiasinho e Ana (2008).

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E>D: Tomás, Beatriz, Júlia, João.

José Antônio (Zé) e Vera Maria (Grecchi) de Sousa Lopes. Filhos: Vânia Maria

(Nana), Maria Renata (Nata), Fernão (Finão). Zé é mestre em geologia e empresário: foi um dos criadores da empresa Engemin em Curitiba, depois, em São José dos Pinhais (PR). É reconhecido como qualificado profissional. Foi participante ativo da Legalidade (1961). Vera era do lar; tinha atração pelo canto e pela dança; era natural de Porto Alegre, filha de Lauro de Sousa e Dida Grecchi de Sousa, ambos naturais de Araranguá (SC); residiram em Porto Alegre. Os três filhos nasceram e vivem em Curitiba. Vânia é do comércio. Renata é bióloga. Fernão é veterinário. Depois: Zé e Sandra Mara Pereira Queiroz. Sandra é bióloga, professora de ensino superior. O casal reside em Curitiba.

Turma do Zé: E>D: Vânia (Nana, 2011). Camila. Nana, Renata, Zé, Finão.

Cícero Galeno e Maria de Lourdes (Sousa) Villela (Lopes) (Dudu). Filhos: Joaquim Rodrigo (Rô) (1973) e Ariadne (Dinê, Maninha, Goda) (1974). Cícero foi professor de Literatura Brasileira e Português no ensino médio; depois, de Literatura Brasileira em cursos de Letras na Fafiur, no câmpus 2 da PUCRS, na UFRGS e no Unilasalle Canoas. É licenciado em Letras pela UCPel; especialista em Literatura Brasileira pela UFSM; mestre em Letras / Teoria da Literatura pela PUCRS; doutor em Letras / Literatura Brasileira pela UFRGS. Escreve ensaios crítico-teóricos em periódicos especializados, em livros coletivos, incluindo um dicionário eletrônico editado em Lisboa (E-dicionário de termos literários), e dois impressos, dos quais um editado em Madri e outro editado em Porto Alegre; publicou também livros próprios. É ficcionista, com três títulos publicados, e poeta, com dois livros publicados, todos pela Editora Movimento de Porto Alegre. Maria de Lourdes é filha do casal Carlos Cartell Villela e Sara Yolanda Souza Villela (Sarita). Foi professora de Língua Portuguesa no ensino médio, na Fafiur e no câmpus 2 da PUCRS,

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do qual foi também diretora. Residiam na rua Íris Valls, em Uruguaiana. Cícero vive no Jardim Botânico em Porto Alegre. (Por isso é vizinho de sabiás, saracuras, periquitos, juritis, rolinhas, corruíras, cambaxirras, andorinhas, fim-fins, caranchos, caturritas, papagaios, joões-barreiros e outra linda multidão alada. Tem vistas verdes e ar muito bom.)

Turma do Cícero: E > D: Ariadne (2006); anunciação do Matheus (restaurante Speranza, SP, 2007); Gabriela e Rodrigo (2011).

E>D: Ariadne (2005). Rodrigo e Gabriela (2006).

Joaquim nasceu em Uruguaiana e reside em São Paulo. Ariadne nasceu em Porto

Alegre e reside no Rio de Janeiro. Joaquim é arquiteto, administrador de empresas e miniempresário. Ariadne é juíza. Rô é forma familiar de chamá-lo; quem lhe deu esse apelido foi a mãe dele. Bindo o chamava de Tê (Tchê, adaptado). Ariadne era chamada de Dinê, porque o Rô, treze meses mais velho que ela, ao ouvir chamarem-na em voz alta (A-ri-á-di-nê), passou a chamá-la assim. Maninha foi a segunda forma como ele se referia a ela. Goda, porque era uma bolinha quando pequenina; foi como o pai dela às vezes lhe chamava.

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Ariadne e Rodrigo saindo pra escola, em Uruguaiana (1980), no pátio de casa. Ariadne, Rodrigo e Cícero (2005) no lançamento do livro de contos A viagem, em Porto Alegre.

A partir do ramo José (Jê). Domingos Barros Lopes e Maria da Graça Velhinho Lopes. Filhos: Maria da Graça, Rosa Maria, Neco. Domingos era médico e agropecuarista; Maria da Graça, (?). Ambos nasceram e viveram em Porto Alegre, onde residem os filhos.

A partir do ramo Manuel. Maria José e Jorge Quesus. Filhos: Daniel Alejandro e

Maria Raquel. Maria José foi religiosa. Depois, retornou à Fronteira, onde se casou. Jorge é argentino, da província de Corrientes; comerciante. O casal e os filhos vivem em Alvear (em frente a Itaqui). Carlos Domingos e Élida Brum. Filha: Carla. Carlos foi funcionário do extinto INPS; Élida é professora. Carla nasceu em Uruguaiana, é dentista; residem em Bento Gonçalves. Manuel Francisco e Gilda Lopes. Filhos: Priscilla e Francisco (Chiquinho). Manuel Francisco é advogado; trabalhou no INPS; foi procurador federal da Previdência Social; leciona na PUCRS, em Uruguaiana. Gilda foi funcionária do INPS, é artista plástica e do lar. O casal reside em Uruguaiana, onde nasceram os dois filhos. Priscilla é mestra em Psicologia; mora em Porto Alegre; Chiquinho, advogado, mora em Uruguaiana.

E>D: Maria da Graça (2012). Chico, Priscilla, Gilda, Chiquinho.

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A partir do ramo Setembrino. Maria Teresa e Claudionor Jacques. Filhos: Gustavo, Cláudio, Marcelo. Maria Teresa era do lar; Claudionor, pecuarista, no Toropasso. Os três filhos nasceram em Uruguaiana. Gustavo e Marcelo residem em Porto Alegre; Cláudio, em Uruguaiana, é quem cuida da estância que foi dos pais.

A partir do ramo Teodora (Cucha). Francisco (Chico) e Maria Antonieta Pacheco Machado. Filhos: Sérgio e Francisco (Chiquinho). Chico Lopes Machado residiu no Rio de Janeiro, onde se casou. Foi funcionário da Empresa de Petróleo Ipiranga. Antonieta é fluminense. Os dois filhos nasceram no RJ. Domingos e Hildegardes. Filhos: Suzana, Dóris, Raul. Domingos era policial civil estadual; Hildegardes, do lar. Os três filhos nasceram em Porto Alegre, onde residem Suzana e Dóris; Raul, no Rio de Janeiro. Marina Lopes Machado e Newton Niederauer. Filhos: Laís, Newton (Carioca), Luís Carlos (Pingüim). Marina viveu em Porto Alegre, na rua Pinto Bandeira, edifício Secco, no Centro. Aí também lhe nasceram os filhos e se criaram. Marina era funcionária pública. Rosalina e Sady Sanchotene. Filho: Sady Pedro (Sadyzinho). Rosalina era do lar; Sady era do comércio e produtor de serviços. Comercialmente, era estabelecido à rua Treze de Maio, com a Oficina Sady Sanchotene. Fazia comércio de peças, as fabricava para reposição, produzia pequenos artefatos industriais mecânicos para veículos automotores, especialmente máquinas agrícolas. Residia na rua Domingos de Almeida, entre a Júlio de Castilhos e a Dr Maia, a meia quadra do Dindo, a uma quadra da Cucha (mãe da Rosalina), a meia quadra da Catita e a uma quadra do antigo casarão do casal Domingos-Porfíria. A casa tinha frente para oeste, com duas janelas e porta pra calçada. Tinha portão lateral pra garagem. Yeda não deixou descendência; era religiosa. Como freira, viveu em Vassouras (RJ); depois, em Porto Alegre, na rua Demétrio Ribeiro, antiga Rua do Arvoredo.

A partir do ramo Umbelina (Catita). Maria Salomé e Antônio Augusto de Oliveira,

naturais de Uruguaiana. Filhos: João Antônio (Neneco), José Augusto (Zé), Juçara, Janice, Jacqueline. Antônio Augusto era engenheiro civil, trabalhou no DAER; foi um dos responsáveis pela construção da ponte em arco sobre o rio das Antas; Maria, do lar. Os filhos João Antônio e Zé nasceram em Alegrete; as filhas, em Porto Alegre, onde residem. Válter Jardim de Menezes (Uca) e Horaydes Simon de Menezes, naturais de Uruguaiana. Filha: Vera. Uca era servidor público estadual; Horaydes, do lar, também costureira. A filha nasceu e reside em Porto Alegre.

E>D: Antônio Augusto e Maria Salomé. João Antônio (Neneco) aos seis (?) anos. Juçara. Vera.

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E>D: Juçara, Vera, Zé, Neneco. Neneco, Horaydes, Vera, Catita, Uca.

A partir do ramo Vitória (Nena). Filha: Arietê ou Aretê, nascida e residente (?) em Santos (SP).

Quinta geração

A partir do ramo Beneval (Checo). Descendência de Zazá. Nórman e Cerise. Filhos:

Luciano, Rodrigo, Maurício e Marcelo. Gládis Clarisa não teve descendência. Descendência de José: Zênia Lopes. Zênia e (?).

A partir do ramo Domingos (Dindo). Descendência de Mílton: Nery e Leda Costa.

Filhos: Maria Cristina, Maurício, Maria Lúcia. Nery é agropecuarista; cuida da chácara herdada do avô, no Itapitocai. Leda é professora. Elizabeth é solteira; não tem descendência. Maria Cristina e Murad, pais de Cecília; Maria Lúcia e Frederico Burguer; não têm descendência (2012). Todos residem em Uruguaiana.

E>D: Palmira (Mira) Bassuíno Lopes. Bete e Cecília. Cecília é a primeira representante da sexta geração de que tenho notícia.

A partir do ramo Egydio. Descendência de Nene: Eduardo, sem descendência. Ana Paula e (?) Pombo: não têm descendência (2012); residem em Porto Alegre. Mariana (1983), solteira, sem descendência.

A partir do ramo Ema. Descendência de Maria José: Lu e (?). Filhos: (?).

Descendência de Zoca: (?). A partir do ramo Isidoro (Pina). Descendência de Nora (?). Descendência de Isidoro

(?).

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A partir do ramo João (Matapasto). Descendência de Gládis Pequena. Filhos de Sílvia: Tomás e Vitória. Filha de Larissa: Ísis.

A partir do ramo Joaquim (Talo). Descendência de Gládis. Maria do Horto

(Hortinho) e Astério Oscar Guglielmone dos Santos (Tuca). Filhas: Rafaela e Maria Cláudia. Maria da Graça (Graça, Boê) e Renato Capparelli. Filha: Laura (2003). Descendência de Matias. Matias de Oliveira Lopes (Matiasinho) e Ana. Filhos: João e Beatriz (2008). Virgínia (Ginha) e Flávio Jacociúnas. Filhos: Tomás e Júlia. Descendência de José Antônio (Zé). Vânia Maria (Nana) e Vilnei Pereira. Filha: Camila. Maria Renata e Rafael Guinart, sem descendência. Fernão, sem descendência. Descendência de Cicero. Joaquim Rodrigo (Rô) e Gabriela Stefanski Gómez. Filhos: Matheus (2007), Thaís (2009). Residem em São Paulo. Ariadne não tem descendência. Reside no Rio.

E>D: em cima: Boê, Rodrigo e Ariadne brincando com um dos guaxinhos criados por Vó Joana. Maria Cláudia e Rafaela em Imbé. Matheus e Thaís (2010), no apartamento do vô Cícero, sentados em sofá que foi das Tias

Urroz. Em baixo: Rafaela. Maria Cláudia. Laura (2012) em Imbé e velejando; Pequena e Tomás (neto dela) com Joana.

E>D: Maria Cláudia, Hortinho, Rafaela (2013).

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E>D: Thaís (2011). Matheus e o primeiro mate com Papai (2008). Thaís e Matheus (2011).

1º aniversário do Matheus (2008). E>D: Cide (sentado), Cícero, Gládis, Zé, Matias (com Matheus).

E>D: Gaúchos invadem Pauliceia (retorno a SP, 2013). Thaís (vestida de Emília) e Matheus (de Visconde), 1ª e 3º da D>E na foto com a turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo (fazenda do Lobato), em Taubaté, SP (2013):

E>D: Narizinho, com criança; Visconde; Pedrinho; Emília; Matheus; Tia Nastácia; Thaís.

A partir do ramo José (Jê). Descendência de Domingos: (?). Descendência de

Maria da Graça: (?). Descendência de Rosa Maria: (?). Descendência de Neco: (?).

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A partir do ramo Manuel (Jica). Descendência de Maria José: Daniel Alejandro e

Alejandra (?). Filhos: Renata, Benjamin. Descendência de Carlos Domingos: Carla e (?). A partir do ramo Nena. (?). A partir do ramo Setembrino (Setembro). Descendência de Maria Teresa. Gustavo

e Marcelo não têm descendência; residem em Porto Alegre. Cláudio e Maria do Horto Schenkel. Filho: Agnelo (prenome do avô materno). Residem em Uruguaiana.

A partir do ramo Teodora (Cucha). Descendência de Domingos. Suzana e (?)

Chaves Barcelos. Filhos: (?). Dóris e Rubem ou Rubens Borges Fortes. Filhos: (?). Residem em Porto Alegre. Raul e Coquinha (?). Filhos: (?). Residem no Rio. Descendência de Francisco (Chico). Sérgio, casado com Maria Isabel: residem em Rio Grande. Ele, engenheiro, ela, biotecnóloga, ambos professores na FURG. Filhos: Luís Fernando, diplomata; Carlos Eduardo, empresário; Luiz Carlos, administrador de empresas. Francisco (filho), Chiquinho: sem descendência. Descendência de Marina. Laís e João Carlos Silveiro. Filhos: Eduardo, Elisa, Pedro, Gilberto.

A partir do ramo Umbelina (Catita). Descendência de Maria Salomé. Juçara Maria

(engenheira) e Jorge (?) (médico). Filho: Lucas. Residem em Porto Alegre. João Antônio (Neneco) (engenheiro) e Maria Regina (professora). Filhos: Rodrigo, Fernando, Gabriela, Carolina, Mateus. Residem em Porto Alegre. Descendência de José Augusto (Zé) (engenheiro) e Inês (arquiteta). Filha: Luísa. Residem em Porto Alegre. Descendência de Janice (médica) e Luís (arquiteto). Filho: Pedro. Residem em Porto Alegre. Jacqueline (advogada) e Marcelo do Couto e Silva. Filhas: Manuela e Mariana. Residem em Porto Alegre. Descendência de Uca. Vera e Jorge Alberto da Fontoura. Filha: Rafaela.

Rafaela e Vera (2007).

A partir do ramo Vitória (Nena). Descendência de Arietê (ou Aretê) e (?). Filhos: (?).

Sexta geração

De Antônia: sem descendência. De Beneval (Checo): sem informação. De Cícero (Piá): sem descendência. De Domingos (Dindo): Cecília, filha de Maria Cristina da Costa Lopes, neta de Nery, bisneta de Mílton, tetraneta de Domingos (Dindo), pentaneta de Domingos de Deus Lopes, hexaneta de João de Deus Lopes (1ª geração).

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De Egydio: sem dados. De Ema: sem informações. De Isidoro: sem informações. De João (Matapasto): sem dados. De Joaquim (Talo): sem dados. De José (Jê): sem informações. De Manuel (Jica): sem dados. De Manuela: sem descendência. De Setembrino (Setembro): sem dados. De Teodoro (Cucha): sem dados. De Umbelina (Catita): Maria Eduarda Bátor Grassi de Oliveira, filha de Fernando Grassi de Oliveira e Joice Estefânia Bátor, neta de João Antônio, bisneta de Maria Salomé, tetraneta de Umbelina (Catita), pentaneta de Domingos de Deus Lopes, hexaneta de João de Deus Lopes (1ª geração). De Vitória (Nena): sem informações.

---oo0oo---

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Seção 2

Tronco Urroz

Primeiros casais identificados – Primeiros ascendentes – Primeira geração

Lorenzo Urroz e Felippa Bengochea de Urroz, bascos espanhóis, pais de Mathias. Pedro Ubetagoyena e Francisca Gênova de Ubetagoyena, bascos espanhóis, pais

de Cornélia.

Vila Urroz: E>D: Prédio com brasão; ruela e prédio do brasão; igreja.

E>D: Asador Lizárraga (à esquerda, o proprietário). Estrada Urroz-Pamplona.

Segunda geração

Mathias Urroz (24/2/1851-17/4/1925) e Cornélia Ubetagoyena Urroz (16/9/1868-

15/2/1943). Tiveram sete filhos: Ramona (16/6/1891-20/11/1947), Maria Cornélia (Marica) (6/8/1897-18/10/1964); José Estêvão (José, pronunciado em espanhol; Flaco) (3/8/1892-1/1/1958); Graciana Petrona (Chana, Chaninga, em pronúncia espanhola) (23/10/1894-22/1/1958); João Mathias (Pichim, Pitchín, Matias) (6/5/1896-22/7/1975); Francisca Agostinha (Tica) (28/8/1901-12/11/1990), Joana Januária (Catucha) (19/9/1903-2/4/1996).

Todos os filhos nasceram em Uruguaiana, na Chácara Matias. Urroz é o nome da villa Urroz, em espanhol; em basco, Urrotz, que significa água fria; fica a

trinta e oito quilômetros de Pamplona. Cornélia é também basca, de San Sebastián, cidade litorânea, no país basco.

Urrotz é uma vila medieval de planície, a poucos quilômetros de área montanhosa. As construções (de alvenaria) estão dispostas em círculo, ao redor de uma praça. Há uma estrada que passa pelo centro da vila. Há uma igreja, um asador (restaurante), pouquíssimas árvores, residências de pedra, sem reboco. Na parede externa da segunda residência, para quem chega de Pamplona, há azulejos brancos com inscrição azul: Urrotz. Na estrada há placa indicando em espanhol – Villa Urroz; e em basco – Urrotz.

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O sobrenome Urroz teve origem no nome da localidade. Há três variantes: Urroz, Urrotz, Urros. O primeiro registro de Urroz como sobrenome é 1265. Do local de origem, pessoas com o sobrenome Urroz se transferiram a Goizuela (Navarra), a Urniela e Azpelia (Biscaia), a Cantábria, Catalunha e Américas. No século 18 há registro espanhol de Manuel Matias de Urroz. O brasão reproduzido ao lado é atribuído à família Urroz.

Em busca na internete, é possível saber que há pessoas com o sobrenome Urroz também na Argentina, Chile, Estados Unidos, Nicarágua, Uruguai, além de na Espanha, naturalmente.

E>D: Cornélia e Mathias. Envelope de carta recebida por Cornélia de parentes de Donóstia-San Sebastián (em basco e espanhol respetivamente), pelo enviuvamento, datada de 5/12/1928.

E>D: Ramona, Deolinda Madeira, Catucha, Leocádia Madeira, Tica. Leocádia, Catucha, Deolinda, Eulália (criada por elas), Marica, Tica.

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E>D: José Urroz (Flaco) e Talo Lopes. Tica, (?), Ramona, Catucha.

Catucha e Talo casaram-se em 20 de junho de 1933.

Terceira geração

Ramona, Graciana, Maria e Francisca viveram solteiras e não tiveram

descendência. José e Otília Canaparro Urroz (Lila). Filhos: Leda Teresinha, José Carlos, Ieda Rita,

Luís Mathias, Antônio Solon. Na casa deles, lecionava em casa Teodora, que foi professora de primeiras letras e números de vários de nós em fins dos 1940 e início dos 1950: Leda, Carlos, Ieda e Luís Urroz; Domingos Matias, Zé e Cícero Lopes; Eni Farias; Ione, Edgar Mota Fagundes e outros. Quem vinha de mais longe, como meus irmãos e eu, atávamos os petiços embaixo de árvores, durante a manhã, enquanto duravam as aulas.

João (Pichim) e Odila Fagundes. Filhos: Zilá Teresinha (1943), Luís Alberto (1945)

e Antônio Mathias.

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Joana (Catucha) (19/9/1903-2/4/1996) e Joaquim (Talo) (19/8/1897-24/6/1970). Catucha foi nascida no 1o distrito do município, ao lado do atual aeroporto, que era área de propriedade da família Ubetagoyena-Urroz, desapropriada, mas nunca paga. Talo foi nascido no município de Paso de los Libres, Argentina, fronteiro com Uruguaiana.

E>D: Catucha e Tica na casa de Gládis-Cide, rua Treze de Maio, Uruguaiana (1980 (?)). Leda Urroz. Pichim (1957).

E>D: Catucha. Rodrigo (arrumando as caixas de trabalhos de alunos do pai dele, 1973). Zilá (+- 1964 e 2004).

Filhos: Gládis (Gládis, Magra) reside em Uruguaiana. Yeda (faleceu bebê). Matias (Matias, Bendias, Matiacito) reside em Porto Alegre. José Antônio (Zé, Zantônio, Gordo, Zelope) reside em Curitiba. Cícero Galeno (Cícero, Chicho, Cutá) reside em Porto Alegre. Todos os filhos nasceram no 1o distrito do município de Uruguaiana, local denominado Salso de Cima, nas proximidades do parque da Associação Rural de Uruguaiana e do aeroporto Rubem Berta.

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E>D: Rodrigo e Joana, na Chácara Vô Joaquim, como então era nomeada (1977). (Pode-se ver parcialmente o sistema de captação d’água da chuva do telhado ao algibe e recalque para caixa d’água.) Casa das Tias

(2010), de frente, já desfigurada pelo corte das palmeiras e demais árvores altas feito pela Infraero e pela falta de preservação.

Dois galpões da Granja Vô Joaquim (ex-Granja N. S. de Lourdes), em desenho a lápis (1980) do Rodrigo (aos 7 anos). Ambos aparecem parcialmente: o da esquerda era o de estar dos peões; o da direita, o da

alimentação das leiteiras e da ordenha.

Quarta geração

Do ramo Joana. Gládis (1934) e Alcides Mendes Tarragó (Cide). Ela, do lar; ele,

dentista. Filhos: Maria do Horto (Horto, Hortinho), licenciada em Letras, funcionária pública. Maria da Graça (Graça, Bolinha, Boê, Pelota, Pelotita), médica fisiatra. As filhas nasceram em Uruguaiana e residem em Porto Alegre.

Boê e Hortinho

Matias (1937) e Jandira de Oliveira Lopes. Ele é engenheiro mecânico; ela, advogada, do lar. Filhos: Matias (Matiasinho) nasceu em Porto Alegre e reside no Rio de Janeiro. Virgínia (Ginha) nasceu e reside em Porto Alegre.

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José (1941) e Vera Maria (Grecchi) de Souza Lopes. Filhos: Vânia (Nana), do comércio; Renata (Nata), bióloga; Fernão (Finão), veterinário. Os filhos nasceram em Curitiba, onde residem Nana e Nata; Finão vive em Brasília. Depois, José e Sandra Mara. Zé é geólogo; Sandra é bióloga e professora de ensino superior.

Cícero (1944) e Maria de Lourdes (Souza) Villela (Lopes) (1949). Filhos: Joaquim Rodrigo (Joaquim, Rodrigo, Rô, Tê) nasceu em Uruguaiana e reside em São Paulo. Está estabelecido com empresa de climatização de ambientes, denominada Ateliê do Clima. Ariadne (Dinê, Maninha, Goda) nasceu em Porto Alegre e reside no Rio. É juízia. Depois, Cícero e Márcia Spiercart (Mima). Residem em Porto Alegre. Cícero é professor de Literatura Brasileira; Márcia é licenciada em História.

Entrada da Granja Vô Joaquim, vista das arquibancadas da Pastoril: à esquerda e ao fundo, arvoredos; no centro, a casa, de que as árvores do pátio só permitem ver paredes (amarelas) e os cortes de janela e porta

do lado oeste; à direita, galpões; na base da foto à esquerda, campo nativo; à direita, lavouras de aveia.

Quinta geração

Do ramo Joana. Descendência de Gládis. Maria do Horto (1958) e Astério Oscar

Guglielmoni dos Santos (Tuca). Filhas: Rafaela e Maria Cláudia. Ambas nasceram e residem em Porto Alegre. Maria da Graça (Boê, Graça) e Renato Caparelli (professor de Educação Física). Filha: Laura; nasceu e vive em Porto Alegre. Descendência de Matias. Matias (filho) e Ana. Filhos: João e Beatriz. Matias é advogado; Ana é economista. Todos residem no Rio de Janeiro. Virgínia e Flávio Jacociúnas. Filhos: Tomás e Júlia nasceram e residem em Porto Alegre. Ginha é arquiteta; Flávio, engenheiro. Descendência de José. Vânia e Vilnei. Filha: Camila. Todos nasceram e residem em Curitiba. Renata e Rafael Guignart. Renata é bióloga; Rafael, produtor gráfico; não têm descendência. Fernão também sem descendência. Descendência de Cícero. Joaquim Rodrigo (1973) e Gabriela Stefanski Gómez (1977). Filhos: Matheus (2007) e Thaís (2009). Rodrigo é miniempresário; Gabriela, sócia e colaboradora na empresa; ambos têm cursos em Administração de Empresas. Ariadne (1974) é solteira, sem descendência; é juíza no Rio de Janeiro.

Do ramo José Estêvão. José Estêvão e Otília (Lila) Canaparro Urroz. Filhos: Leda,

José Carlos (Carlos, Amigo da Onça); Ieda; Luís Matias; José Solon (Solon). José era pecuarista; ela, do lar. Descendência de Leda: Leda e Masahiro Inoue (Matchcô). Filhos: José Masao, do comércio, sem descendência. Henrique, microempresário (tecelagem) e produtor rural. Faleceu aos 37 anos, em 2014. Era formado em Administração de Empresas (2011) e estudava Direito. Era casado com Mariele Pereira da Silva, professora de Educação Especial. São pais de Henrique Togo Urroz Inoue e Martina (2011). Alexandre (Xande) também sem descendência. Residem em Uruguaiana. Descendência de Carlos: Carlos e Marlene Tomazetti. Residem em Brasília. Carlos foi bancário; ela é advogada. Filhos: Ana Paula (Paula), casada com Bruno, ambos advogados; têm um filho, Pedro; residem em São Paulo. Luciana (Lu), comissária de bordo, casada com Rafael, piloto da aviação comercial; não têm filhos; residem em São Paulo. Daniela

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(Dâni), psicóloga, solteira, funcionária da ANAC; não tem descendência. Maria Eduarda (Malu) também sem descendência. Carlos Eduardo (Cadu), professor de Inglês. Descendência de Ieda: Ieda e Mário Santarrosa: Ela reside em Porto Alegre, professora aposentada. Descendência: Mário Ricardo, casado com Cislene, professora; têm um filho, Maninho; ele é formado em Informática, trabalha no Banco do Brasil; residem em Brasília. Sérgio Henrique, engenheiro civil, casado com Liege, do lar, com quem tem os filhos Lucas e Ângelo; residem em Porto Alegre. José Luiz, falecido em dezembro de 2007, não teve filhos. Guilherme: advogado, sem filhos; reside em Porto Alegre. Descendência de Luís: Luís e Hilda Acuña: filhos: Maria Cristina (Cristina), Ana Maria (Ana), Luiz Matias (Luisinho). Hilda e os filhos residem em Uruguaiana. Luís faleceu. Trabalhou na propriedade herdada; Hilda, do lar. Maria Cristina, formada em Administração, tem um filho, Darci, que trabalha no comércio. Ana Maria: do comércio, sem descendência. Luiz Matias (Luisinho), casado com Patrícia, técnica em Enfermagem. Filho: Mateus (Mateusinho). Solon e (?) não tiveram filhos. Residia em Taquara (RS). Ele era engenheiro; ela é dentista. Solon faleceu em 2011.

Do ramo João Mathias. João Mathias (Pichim) e Odila Fagundes. Filhos: Zilá

Terezinha (Zilá), Luís Alberto (Gordo, Zabeco), Antônio Matias (Tunico). Pichim era agropecuarista; foi comerciário; Odila, do lar. Descendência de Zilá. Zilá e Sady Machado Sanchotene: Jacqueline (Jaque), Rosalina (Rosa), Mônica (Mone). Zilá é comerciante. Sady era do comércio. Descendência de Jaque: Greta Sanchotene Melo; reside em Porto Alegre. Descendência de Rosa: Marcele Sanchotene Kruse; residem em Porto Alegre. Mone e Marcelo Silva são professores; ela é mestre em Educação; ele, doutor em Física. Filhos: Ana Carolina e João Pedro; residem em Porto Alegre. Descendência de Luís Alberto (Zabeco). Zabeco e Zilá Melo: Márcia e Zabeco 2º (?). Zabeco foi miniempresário: táxi, caminhão e maquinaria de construção de barragens; Zilá foi do comércio e do lar. Descendência de Tunico. Tunico e Eliane Brazeiro: Fernanda. Tunico e Eliane residem em Uruguaiana. Tunico, autônomo; Eliane é professora. Fernanda Brazeiro Urroz e Miguel; residem em São Paulo, sem filhos (2011).

E>D: Odila, Catucha, Talo, Zilá, Ieda, Pichim, Lila, José Urroz: 1957, casamento da Gládis.

As Tias e a casa das Tias

As Tias eram as irmãs solteiras da Joana (Catucha), do José e do Pichim: Ramona, Graciana (Chana, Chaninga), Maria (Marica) e Francisca (Tica).

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A casa das Tias era nossa segunda casa. Como a conheci, era uma construção sólida, com porão fechado, que desafiava. O prédio tinha forma quadrada, com pequena varanda a oeste. A entrada principal ficava no canto entre leste e sul. Entrava-se nela por uma área parcialmente murada, com gerânios, que dava à sala de visitas. A porta secundária (principal no dia-a-dia) abria a cozinha à varanda. Nesse lado havia uma terceira porta, que dava ao comedor. Do comedor chegava-se ao banheiro por corredor. Os dormitórios circundavam o comedor. Na esquina do leste com o norte, era o da Marica; ao lado (leste), o da Tica; depois a sala de visitas. Ao lado (sul), o dormitório da Leda, da Iolanda e da Eni, criadas por elas. Ao lado (oeste), na ponta da varanda, o da Graciana. Almoçava-se no comedor, mas jantava-se na mesa da cozinha ampla, com despensa ao lado. Havia algibe e caixa d’água, com bomba manual, como na casa da Granja Nossa Senhora de Lourdes. Sobre o algibe estendiam-se as ramas do parral. As portas eram de madeira de lei maciças. As janelas tinham venezianas com postigos, como as do casal Talo-Catucha.

Próximos ficavam os galpões. Um tinha sido a casa primitiva, construída de blocos de pedra de uns quarenta por trinta e por trinta centímetros. A cobertura era de capim-caninha, mais tarde com telhas metálicas por cima. A quincha ainda conservava as ataduras com couro sem lonquear, onde especialmente se penduravam os picumãs. A cozinha, peça principal, tinha uma porta e uma janela. O fogão era também de pedras, com grade de ferro pra panelas (ollas) e chaleiras médias (pavas) e grandes (calderones). Mesmo depois de estarem usando a casa nova, era nesse fogão de pedras que elas ferviam la leche de la mañana, tomavam mate depois da ordenha, que era feita pela Marica e pela Graciana com auxílio das criadas e dos criados. Não costumavam ter empregados. Na casa velha, havia corredor sem portas, de norte a sul, que dividia a cozinha e a despensa de duas peças também de pedras, que guardavam utensílios.

As tarefas eram divididas: gerência geral era da Marica, assim como dirigir o automóvel. A cozinha também era dela, com auxílio das meninas criadas. A limpeza da casa era de todas. Costuras, arranjos da casa, cuidados do jardim da frente, com a Tica. Com ambas, as gaiolas e viveiros dos pássaros. Cuidado com as aves domésticas, com a Tica. Graciana fazia os doces: tâmara, figo, marmelo, pêssego, pera, leite, ambrosia etc. Cuidava do quintal: horta e pequeno pomar, que tinha cacimba própria. Era cercado e vedado a quem pudesse estragar. Crianças e jovens só podiam entrar com ela. Era lugar um tanto misterioso, porque tinha cobertura vegetal por dentro da cerca que o escondia de olhares externos. Pães e carnes assadas no fornão do pátio, com as três. (Ramona já não vivia.)

No galpão, parte de madeira anexa à casa de pedras, morava o Alceu, criado. Também costumavam alojar-se ali, por dias e dias, os achegos, visitas de galpão e gente sem condições de trabalho continuado. Todos ali tinham abrigo e comida: Irineu Cabecinha, Atanagildo, Otacílio (que acabou por ficar morando lá) e outros. A uns cem metros ficava a casa do único empregado que tiveram, Lilo, casado com uma das meninas criadas, Eulália. O casal Lilo-Eulália teve cinco filhos. Um deles ficou morando na casa grande, depois do falecimento da última delas, a Tica. Chama-se Luís Afonso Rodrigues dos Santos. A mais conhecida dessas pessoas que ali se alojavam ficou sendo o Bubu ou Sete-Trouxas. Era um dependente, provavelmente índio, que carregava muitas trouxas com roupas, mesmo sujas, e quinquilharias. Costumava tomar banho uma vez por ano, em dezembro, quando ganhava sabão e roupa nova. Gostava especialmente de leite e carne. Tinha um costume estranho: se alguém passava pela frente dele, corria atrás, reclamava, acenava com o calçado. Mesmo animais não podiam tomar-lhe a frente. Às vezes corria horas pra passar na frente da galinha que lhe tinha passado antes pela frente. Quando não se encontrava lá, estava na chácara das Tellechea, nos arredores da cidade, onde ficava também, às vezes, durante meses.

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O segundo galpão guardava o tílburi, que tinha sido usado pelo casal Mathias-Cornélia, implementos e utensílios. Abrigava também o galinheiro e o criadouro de perus. O terceiro era igualmente de pedras e tinha sido o local em que se fabricava vinho, quando Mathias vivia. Encostado nele foi construído o do tambo, de madeira, aberto ao norte. O local de as vacas serem ordenhadas era separado por uma cerca de madeira, baixa, onde dormiam os terneiros.

O poço de balde, fundo, construído a marrão na pedra moura, só permitia ver a água, quando havia sol a pino. Alceu e Aristeu, irmãos, desciam ao fundo, usando cordas, uma vez por ano, pra limpá-lo. Era uma tarefa que nos parecia admirável e perigosa. Tinha sido construído por Rodolfo Gomes, um filho dele e os meninos criados. Chegava-se a ele, vindo-se da casa velha, por um renque duplo de casuarinas, cujas folhas esfiapadas assobiavam ao vento.

Na casa das Tias, tinha catavento com gerador, baterias, sob os cuidados da Tica, jasmim-manga, mimo-de-vênus e, por cima da casa, passavam aviões em descida para a pista do aeroporto, que fica a uns quinhentos metros. Como na granja Nossa Senhora de Lourdes, tinha geladeira, que todos conheciam como frigider, que funcionava com chama de mecha que queimava querosene, também sob os cuidados da Tica e, às vezes, do Talo, que lá ia pra isso.

Na casa das Tias tinha muitas crianças, meninas e meninos, com muitas opções de brinquedos, caminhadas, pescarias, corridas e narração de histórias estranhas, quase sempre inventadas na roda de conversa. Alceu era declamador e sabia de cor o Henrique Salsedo, décima (poema narrativo em sextilhas heptassílabas) que conta a história de amor entre um domador de cavalos e a filha do estancieiro. Sabia também muitas trovas, que ouvia e inventava. Contava lorotas e era um pouco briguento, se bebesse.

E>D: (no campinho na frente da casa das Tias): adultos: Lila, Tica, Marica, Catucha, Chana. (Na frente da varanda oeste da casa da família Urroz Lopes): Catucha, José, Lila, Chana, Tica, Marica.

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E>D: Luís Alberto (Zabeco, Gordo) Urroz, Márcia Melo Urroz (filha dele) e Luís Matias (1970). Zé (1961-62) e no sítio de Mandirituba, hasteando a bandeira do RS, como costuma fazer ao chegar. Cícero em desfile do dia

do gaúcho (1955).

Cícero em 1968 (estreia no magistério), 1979 e 2006. Zilá e Ariadne (2013).

E.D: Matheus, Gabriela, Ariadne, Cicero, Thaís, Rodrigo: 5/5/2014, posse da Ariadne como juíza no RJ.

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Sexta geração

De Graciana, Marica, Ramona, Tica: sem descendência. De Joana (Catucha): sem dados. De João (Pichim): sem dados. De José: sem dados.

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Anexos

Anexo 1

Companheiros 1

E>D: em cima: Balbino Alves (Bindo): a segunda foto é de 1972. Diamantina dos Santos (1957, +- 1967, +- 1976). Alaídes Martins (Laíde). Embaixo: Paulo Martins e Ramiro Zacarias, no galpão da Granja Vô Joaquim.

Rodrigo, Ramiro e Teresa Zacarias, Ariadne, Eni Zacarias, mãe da Adelaide (ao colo da vó).

Companheiros 2

Pessoas acolhidas pelas Tias: E>D: Eulália (+-1937), Eni Farias (com criança ao colo), Iolanda Sigal (falecida em 2014), Luís Afonso (+-1953), filho da Eulália. Esmeralda, que ajudou a criar os filhos do José e Lila Urroz.

Companheiros 3

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E>D: Laura, que ajudou a criar os filhos de Jica, na viuvez dele. Teodora Almeida, professora em casa de vários de nós.

Anexo 2 Marcas

Marca e sinal do gado de Talo.

A marca contém as figuras básicas do sinal: à esquerda, a mossa, que se repete

verticalmente no centro da travessa; à direita, a forquilha. A mossa e a forquilha aparecem unidas por travessa proporcional. Ao todo, a marca usada (com tinta) no rebanho ovino tinha 14 cm de comprimento por 4 de altura; a usada (a fogo) no gado bovino tinha 9 cm por 3. O sinal era usado na orelha esquerda dos animais (ovinos e bovinos): a mossa aparecia na ponta, e a forquilha, embaixo, na curvatura inferior da orelha. Os equinos não eram marcados nem assinalados.

À esquerda, a marca usada pelas Irmãs Urroz. O U contém também, no lado esquerdo, o I. As irmãs Urroz eram Ramona, Graciana, Maria e Francisca. À direita, marca usada por Pichim na criação em geral, bovinos, ovinos e equinos. O eme central simboliza o nome pelo qual era mais conhecido; a perna esquerda do eme sugere o jota, inicial de João, prenome dele; a perna direita

sugere o u de Urroz. Esta marca também foi usada pelas Irmãs Urroz anteriormente à acima reproduzida. Provavelmente era a do pai delas, Mathias Urroz.

Essa foi a marca do gado bovino de Balbino Alves (Bindo), principal colaborador na Granja Nossa Senhora de Lourdes, do casal Talo-Catucha. A perna esquerda sugere um bê maiúsculo (que se fecha na direita), inicial de Balbino, prenome dele; a da direita sugere o á maiúsculo, inicial de Alves, sobrenome dele. Usada ou olhada na horizontal, passa a indicar apenas o bê.

Anexo 3 Mapas

Mapas do campo da Granja Nossa Senhora de Lourdes

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Este mapa foi reconstituído: não aparece nele o corte da BR-290.

Este mapa mostra os estragos provocados pela construção da BR-290 e pelo lixão.

Mapa (incompleto) da propriedade Ubetagoyena-Urroz.

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Foi traçado pra divisão, após falecimento da última das Tias. Originalmente tinha mais 3/7 além dessa área, que corresponderam às heranças de José, João Matias e Joana.

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Apêndices

Apêndice 1 Informações do Zé

(Resposta do Zé a meu pedido de ajuda (24/10/2006).)

Seu Cíçaro

Inicialmente meus parabéns pela iniciativa de tentar reconstituir a árvore genealógica da

família. Eu também, há bastante tempo, venho pensando nisso e confesso que me arrependo profundamente de não ter investigado nossas origens enquanto os velhos eram vivos. O problema é que nessa época tudo nos parece natural e não damos bola para o assunto. Às vezes penso como sabemos pouco sobre nossos pais, como eles se conheceram, o que pensavam, quais seus problemas e alegrias etc. durante o tempo que não compartilhamos com eles, e mais ainda, eu, por exemplo, não sei o nome dos nossos bisavós paternos; dos maternos te passo adiante, como colaboração.

Em segundo lugar, minhas observações sobre o teu e-mail: 1 Vininha, se não estou enganado, não era irmã do pai; era mulher do tio Pina que era

engenheiro da VFRGS e do qual não sei o nome, só o apelido. 2 Nena era irmã do pai, mas acho que esse era o apelido dela e não o nome. 3 Não sei se a tia Ramona tinha outro nome, mas creio que sim, porque todas elas tinham dois

nomes, conforme o costume espanhol: o primeiro era um nome escolhido, e o segundo era o nome do santo do dia. Assim, José nasceu no dia de Santo Estêvão [por isso, José Estêvão]; Graciana nasceu no dia de São Pedro (29/6) e por isso se chamava Graciana Petrona; Francisca, no dia de Santo Agostinho, daí o segundo nome, Agostinha; a mãe, no dia de São Januário (19/9), daí chamar-se Joana Januária (o pai dizia, brincando, que, se soubesse que ela se chamava Januária, não tinha casado com ela); aparentemente, o único que foge à regra é o tio Pichim, cujo segundo nome é Mathias, mas creio que este nome é homenagem ao velho Mathias e não ao santo. É possível, também, que no caso dele tenha sido invertido, João, sendo o nome do santo.

4 Os nossos bisavós maternos eram Lourenço (deveria ser Lorenzo, no original) Urroz e Felippa Bengochea de Urroz, por parte do vô Mathias (aqui é outro costume, não sei se espanhol ou apenas basco: as mulheres tomavam o nome do marido, mas com um “de” antes) e Pedro Ubetagoyena e Francisca Genova de Ubetagoyena, por parte da vó Cornélia. Todos eram bascos espanhóis. Lembra-te que conversamos sobre achar a certidão de nascimento ou batismo do pai: se conseguirmos em algum arquivo público ou na cúria em Uruguaiana, nele devem constar os nomes dos nossos bisavós paternos. Eu me lembro que o pai dizia que entre seus avós havia paraguaios e que uma das avós era bugra. Seria mui lindo resgatar isso, não te parece?

Um abraço e conta comigo para ajudar. Zelope

Obs. sobre o nome “Cíçaro”: era como a Laíde costumava dizer, e Zé usa.

Obs. sobre o item 3 da carta do Zé: a igreja católica registra o dia 14/5 como de São Matias. Pichim (Mathias) é de maio.

Apêndice 2

Informações do Chico Lopes (Resposta do Chico a meu pedido de ajuda.)

Caro primo. Aí vai: Livro 3, fls. 49 - Matriz de Uruguaiana - Casamento de Domingos Lopes (filho de João de

Deus Lopes e Manoela Benites) e Porfíria Gomes de Oliveira (filha de Isidoro Gomes de Oliveira e Umbelina Marques de Oliveira). Testemunhas: Onofre Marques Vianna, Victoria Lopes, João Carlos de Assis e Julia de Albuquerque Assis, realizado em 25 de setembro de 1880. (a) Cônego Vigário Pedro Gay.

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Livro 3 fls. 92 - Óbitos. João de Deus Lopes - falecido em 29 de dezembro de 1888, com 65 anos de idade. Oriental. Casado. Encomendado e sepultado no cemitério desta cidade. (a) Con. Vig. João Pedro Gay.

Parabéns, novamente, pelo Matheus. Abrs. Chico e família [dezembro de 2007].

Meu Doutor Falando em memória, recente encontro com um amigo, também Procurador da Previdência,

e o seu entusiasmo maragato, trouxe-me o interesse de revisitar materiais sobre nossas Revoluções, 1893 e 1923. Então lembrei que nosso avô Domingos arrendou após o revés de 93 uma fazenda na Argentina, em sociedade com um ilustre advogado uruguaianense chamado Eduardo Lima (que fora colega de faculdade de Castilhos), conforme consta no diário deste causídico maragato, anotações atualmente na posse do seu neto João Nadir Franco de Lima, que não vejo há anos, mas com quem confirmei este fato.

Outra coisa, o tio falecido na Revolução de 1923 é Cícero? o Piá? Um abraço, Chico.

(O segundo imêil é de 2011.)

(Obs.: A resposta à pergunta do Chico é positiva.)

Apêndice 3

Poema de Zé Lopes em homenagem aos avós Urroz, publicado originalmente, sob o pseudônimo Vasco de Sant’Anna, em Sonata de outono, Porto Alegre: Alcance, 2003, p. 27.

Mi herencia

Trago comigo a herança nobre da basca euzkadi, só e oprimida,

que na pessoa de um menino pobre singrou o mar para semear a vida.

Em minha alma ressoam os tambores

dos índios, suas mulheres e seus filhos, que mesclaram seu sangue aos vencedores

em batalhas e em leitos maltrapilhos.

Nas veias me galopam maragatos na luta eterna, sem finalidade,

contra chimangos, inimigos natos.

Minha herança é, na verdade, u’a coletânea de passados fatos:

traz dentro dela toda a humanidade.

Apêndice 4

Artigo escrito por Cícero Galeno, publicado no jornal Momento de Uruguaiana, em 17/12/2010, p. 11, sobre a história de Matias e Cornélia Urroz.

O tamanho da esperança

O menino chegou a estas plagas por volta de 1868, com dezessete anos de idade. Vindo inicialmente do país basco, Espanha, e tendo passado aproximadamente quatro anos na antiga província Cisplatina, chegou a Uruguaiana. Com a basquita que lhe seria esposa, que conheceu aqui, dezessete anos mais nova, construiu casa de pedras lascadas, chão batido em quase toda, cobertura de quincha atada com couro de cavalo. Instalaram-se com tambo e horta. Ela chegara com mais ou menos catorze anos, acompanhando outra família basca, que vinha instalar-se aqui. Ele também fazia longas carreteadas pra mantimento e comércio.

O fogão da cozinha foi construído também de pedras, com grade de ferro em cima. Um galpão de madeira abrigava animais, forragens, ferramentas e algum andante ou desabrigado. Era também o galpão do tambo. Outro, menor, de pedras, conservava a produção da horta, do pomar,

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da quinta, queijos, carnes. Árvores nativas, casuarinas, laranjeiras, palmeiras, tamareiras, figueiras, pessegueiros, marmeleiros e algumas outras compunham a arborização. Pra cultivar, além das vinhas, implantadas na parte mais alta da propriedade, havia a horta, a quinta e o jardim. Para cuidar também havia pequenos animais e guaxos. No campo, ovelhas, gado bovino, cavalos. Abaixo da casa, um pequeno açude. No fim do renque de casuarinas, que se alongava entre a casa e o pomar, o poço de bocal alto, fundo e farto. Nos limites extremos do campo, serpeava o Salso de Baixo, na época, piscoso.

O local passou a ser conhecido como Chácara Matias, porque o nome do senhor, aquele menino que partira da Espanha com treze anos de idade, era Matias Urroz. Depois do falecimento do casal, que teve sete filhos, dos quais apenas dois homens, havia quem se referisse ao estabelecimento como Chácara dos Matias, Chácara das Matias ou pelo nome original, que foi dado pelos que se referiam desse modo à chácara.

Veio estrada, e ela cortou o campo. Chegou o aeroporto, construído sobre o campo do casal de imigrantes bascos, cuja área de terra foi desapropriada, mas jamais paga. Vieram as chamadas de revoluções. Dentre elas, a de 1923, dois anos antes do falecimento dele. Foi quando Uruguaiana sofreu (o segundo) cerco. Houve escavação de trincheira, roubaram ovelhas e outros animais, envenenaram sangas. Os dois filhos precisaram ser escondidos. Porões, com ferramentas e outros utensílios velhos, garrafas fechadas, garrafas vazias, poucas e pequenas armas bem guardadas, muita teia de aranha e poeira, podiam esconder colchões e pessoas. Olhando de fora, só se viam dois pequenos respiros gradeados no rés do chão. Sempre no escuro e no silêncio absoluto, foi possível passar dois ou três meses de olhos mais fechados que abertos, urinando em garrafas vazias e as tampando e guardando empilhadas como as de vinho, esperando a noite para receber comida e água e retirar excrementos, a fim de livrar-se das lâminas, do fogo e do sequestro de voluntários.

Em tempos de paz, contudo, foi possível ser feliz. O casal, os filhos, a carreta, ora esperando ora sulcando o chão com seu vagar, o tambo, a horta e a quinta sustentando o essencial, e os cavalos mansos e os cavalos xucros construíram a condição da esperança. Para quem vinha da Europa de tradição medieval e colonialista, ter cavalos e montar neles era privilégio de poucos. Sempre imagino o que teria significado pra aquele Matias Urroz, quando já maduro, poder montar a cavalo e tocar outros, soltos e xucros, no fundo do campo da pequena propriedade. Só muito ricos, os chamados de nobres, podiam montar a cavalo naquela Europa longínqua, de onde vieram os primeiros colonizadores e os primeiros possessores à nossa América. Certamente a família e a estabilidade econômica foram as compensações maiores daquele casal de meninos pobres, oriundo do norte espanhol, no solo uruguaianense. Posso também supor a satisfação pessoal daquele menino, então homem maduro, de ter encontrado nestas plagas o que não teria conseguido, pelo menos em parte, em seu país natal. Fica difícil imaginar, todavia, a reconstrução da nossa memória social. O imaginário social, atualmente, está marcado pelo que os meios de comunicação divulgam e com os quais se sustentam e se locupletam.

A Chácara Matias depois, habitada por quatro irmãs, sobreviveu como pôde. Manteve o tambo, a criação de ovelhas e de pequenos animais. Caraterizou-se por abrigar simultaneamente várias pessoas necessitadas, às vezes transitoriamente, às vezes quase permanentemente. Entre essas pessoas, alguns talvez possam lembrar-se do Bubu, conhecido também como Sete-Trouxas, de quem pretendo noutra oportunidade falar.

A esperança encolheu. Atualmente, da Chácara Matias restam campos recortados, uma casa e um galpão, mas nada das primeiras construções. Já não se pode ver a primitiva casa de pedras, porque as pedras foram retiradas de lá. O aeroporto em breve terá a pista alongada. No prolongamento a oeste, vai avançar sobre a casa que resta e arrasar a arborização reduzida e mutilada que ainda resiste.

Apêndice 5

Argumentação para nomeação da estrada Joaquim de Deus Lopes

Porto Alegre, 8/4/2000.

Vereador Delmar Kaufman Gostaria inicialmente de te agradecer pela disponibilidade de levar avante minha proposta

de nomear a servidão aberta ao público em 1999 e pela gentileza como recebeste a solicitação.

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Informarei agora sobre o pretendido homenageado. Joaquim de Deus Lopes (Talo Lopes) era filho de Domingos de Deus Lopes e Porfíria

Gomes Lopes. Nasceu em 19 de agosto de 1897, em Uruguaiana. Alfabetizou-se com o professor Luís Antônio Lopes, com quem também fez os estudos que as condições propiciaram. Foi sempre homem do campo: teve fazenda arrendada no Sarandi e mais tarde em Santana Velha. Em 1938 adquiriu pequena fazenda (área da qual retiramos a servidão) e se estabeleceu nela, nomeada por ele Granja Nossa Senhora de Lourdes, em referência à então conhecida Gruta do Salso, que abrigava imagem dessa entidade religiosa. Talo Lopes ajudou a manter a gruta por anos, juntamente com outras famílias, especialmente integrantes da colônia basco-espanhola, em que atuava, em festas religiosas, o pároco monsenhor Estanislau Wolski. Talo Lopes construiu pessoalmente réplica da gruta no pátio da residência. A pequena fazenda (estanciola, como alguns diziam) tinha aproximadamente três quadras de sesmaria, como se designava na época, ou (mais ou menos) 272 hectares. Viveu do tambo que aí montou: fazia distribuição de leite (p. ex., ao Colégio Sant’Ana e ao Colégio Nossa Senhora do Horto, que então mantinham internatos.) Fabricava manteiga e queijo e mantinha lavouras de produtos para alimentação humana e de forrageiras. Constituiu e manteve plantéis bovinos leiteiros e semileiteiros, um da raça Flamengo, outro da raça Jérsei e outro da raça Holandês. Foi dos pioneiros em acolher imigrantes japoneses na Fronteira Oeste do RS. Recebeu duas famílias, de que podem dar testemunho os descendentes dum imigrado (Massau Inoue), seus filhos Massamiche, Kioko, Massahiro, Massaci, que vivem em Uruguaiana.

Casou-se com Joana Ubetagoyena Urroz, que nasceu e viveu, enquanto solteira, na chamada de Chácara Matias. Era filha de Matias e Cornélia Ubetagoyena Urroz, ambos nascidos bascos espanhóis. Na Granja Nossa Senhora de Lourdes, Talo viveu seus dias mais produtivos e ali foi feliz, na sua simplicidade de homem de trabalho e honradez. Ali criou os filhos (Gládis Maria, Domingos Matias, José Antônio e Cícero Galeno) e envelheceu. Foi pessoa idônea e de reputação irrepreensível. A idade e a falta de saúde o obrigaram a abandonar o trabalho que desenvolveu durante todos esses anos. Ao fazê-lo, deixou as pessoas que mais o auxiliaram com pequena área de terra com benfeitorias. Uma delas, Paulo Martins, ainda habita o local. Quando Joaquim/Talo faleceu, em 24 de junho de 1970, seus muitos amigos testemunharam o apreço em que era tido. Seu nome foi homenageado em reunião da Câmara Municipal de Uruguaiana, por iniciativa do então vereador Nivaldo Soares.

Outras explicações. A área que os filhos entregamos em servidão liga a estrada vicinal (que atualmente leva ao

lixão), em seu trajeto O-L, à BR-290. A oeste do traçado longitudinal da servidão, localiza-se área de propriedade do Lanifício Vale do Uruguai (desapropriada da antiga Granja Nossa Senhora de Lourdes); a leste, estão campos remanescentes da propriedade do pretendido homenageado, de que foi posteriormente usufrutuária a viúva, Joana. A servidão tem catorze metros de largura em toda sua extensão. A estrada Joaquim de Deus Lopes estende-se da BR-472 (em frente ao acesso principal ao parque da Associação Rural de Uruguaiana) à BR-290 (ao lado do ex-lanifício Vale do Uruguai Ltd

a.

Cito agora como posso, porque não me lembro dos nomes de todas, as pessoas a quem poderíamos recorrer pra colher assinaturas.

Grupo 1: Paulo Martins; José Antônio, César, Eugênio, Pedro, Joana, Sandra Martins Soares e Pacheco Soares: moram nas casinhas que há na terra doada por Talo ao Paulo e à irmã dele, Alaídes (falecida): entra-se pelo brete que leva ao lixão; quando o brete dobra à direita, as casinhas ficam à esquerda.

Grupo 2: Família Luzardo: proprietária da leitaria a que se chega passando pelo lixão, no término do brete.

Grupo 3: Pedro Busanelo, a esposa, Lore, o filho deles (Éberson): pode-se entrar pela sede da chácara ou pelo mesmo brete do lixão. No último caso, entra-se à direita, antes do começo da área do domínio do lixão.

Grupo 4: Sidnei Apestégui, a esposa dele, Olga, na sede da chácara. Atualmente se entra pela servidão, que começa ao lado dos portões dos graneleiros que foram da cooperativa de lãs.

Grupo 5: Teresa Zacarias, ex-moradora na chácara, atualmente na rua Gonçalves Viana, 1208; filha e neta (maior) dela, que também moraram algum tempo na chácara.

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Grupo 6: Luiz Afonso Rodrigues dos Santos e esposa, na Chácara Matias, na estrada do aeroporto, última casa à esquerda, antes da extremidade oeste da pista, ao lado do acesso à vila do Banco do Brasil.

Bom trabalho aí, recomendações junto aos familiares e abraços aos amigos comuns. Abraço do Cícero Lopes.

Aí vamos, campo fora... pelos caminhos que Tupã ilumine...

Porto Alegre, junho de 2014. Cícero Galeno Urroz Lopes