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Ryan

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Log do novo personagem, Ryan, da minha Campanha de RPG de Game of Thrones lá no RRPG. Espero que gostem ^^ Beijos, Kerol!

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<Narradora> A tarde estava nebulosa na região de Karhold, principalmente depois dos últimos acontecimentos envolvendo a morte de alguns membros da família... Os primeiros pingos da chuva fria e gélida, costumeira e rara no norte, se faziam naquele descampado onde próximos de um represeiro eram enterrados os mortos nobres. O orador fazia os sermões frente a árvore-coração, enquanto os membros remanescentes da família Kastark lamentavam a grande perda. Dentre os mais novos, um pequeno jovem chamado Ryan Kastark estava ao lado de sua mãe, Irla Reed. Depois do demorado funeral, todos seguiram para dar seus sentimentos à família principal e ali muito foi contado sobre as honrarias antigas dos membros mortos, desta vez por assassinos na estrada do riacho. Em meio as emoções de ter perdido seu tio, Heldor Kastark, Ryan pareceu ver num dos galhos do represeiro uma ave estranha... não era como o corvo de três olhos que ele vez ou outra sonhava... era um corvo sim, mas branco. Sua mãe ao seu lado não imaginava o que ele pudesse estar olhando ali, mas a ave, de pequenas pintas castanhas na ponta das asas, parecia evocar o garoto para junto dela. Sem grasnar ou se mover, ela permaneceu com seu olhar para o garoto, esperando que ele tomasse alguma atitude, além de esperar para receber as condolências dos homens do norte. <Ryan Karstark> Ryan devido a estranha figura que ali pousava em um dos galhos do represeiro, acabou se esquecendo das condolências e das lamentações, ficando focado no corvo albino. Não por apresentar desinteresse no funeral ou pela sua falta de respeito. Mas sim por sempre estar intrigado pelo incomum e misterioso. O rapaz pouco sabia sobre tramas e planos ou os motivos que levaram sua família a perder mais um membro, mas sabia que ficar ali não traria seu querido tio de volta, e com esse pensamento e a estranha figura que ali ficava o encarando despertando sua curiosidade, ele decidiu ir em direção a ela. Ryan prestou mais uma homenagem a seu falecido tio. “Que a neve refresque e renove nossas memórias e que a chuva não as lave para sempre. Sempre lembrarei de ti meu tio”. Aproveitando o momento oportuno onde os mais velhos relembravam antigas histórias, as mesmas que Ryan já sabia de cor. Ele se esgueira por trás de sua mãe e caminha suavemente para direção do corvo. <Narradora> A ave exótica o acompanhou pelo percurso até ela, parecendo muito mais majestosa e imponente, mas ainda sim um corvo, embora branco. Molhado e úmido, o garoto se demorou no seu olhar para aqueles olhos vívidos e plácidos da ave, que o encarava como se ele fosse alguém próximo ou lhe quisesse transmitir algo que o garoto não compreendia. Foi então que a sua volta o cenário todo foi ficando enevoado, frio e distante. Pessoas que passavam por ali pareciam fantasmas, não sabendo o garoto se ele estava realmente acordado. Tudo foi ficando longe e mesmo a grama molhada sob seus pés parecia muito mais macia do que deveria, onde mais lembrava um solo coberto de neve do que o largo em volta do represeiro. Ryan Kastark piscou uma única vez, depois de um dos pingos de chuva cair rente a seu olho direito, em reflexo.

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<Narradora> Ao abrir os olhos, ele já não estava mais ali... A paisagem era uma planície cinzenta, onde a sua esquerda ele via uma falésia. Seguindo pelo caminho, parecendo perdido naquele entardecer feérico de sonhos e sem chuva, parecia o mais sensato a se fazer, já que as suas costas ele via uma densa floresta onde a frente ele via o oceano... não parecia um cenário incomum, mas Ryan sabia que ele não tinha muito controle do que pudesse ver a seguir. <Ryan Karstark> Ryan sentia seu coração acelerando. Ainda atordoado pela reviravolta do cenário, e sua mente trabalhando a toda força tentando entender o que estava acontecendo. Essa ilusão o lembrava de seus estranhos sonhos com o corvo negro de três olhos, mas dessa vez era diferente, ele não tinha dormido... Pelo menos não que ele se lembrava. E isso o deixou desconfortável, para ele os sonhos tinham um padrão, algo em comum, uma ligação. A primeira e mais importante, era que ele precisava adormecer para ocorrer as visões. E isso não aconteceu agora, o que embaralhou seu raciocínio e sua linha de pensamento. "O que está acontecendo? Eu dormi? Não entendo... Não devo ter dormido... A ave é diferente, será que o corvo branco vem mostrar essas ilusões enquanto eu estou acordado? Enquanto o negro me mostra enquanto durmo?" Esse pensamento ficou dando voltas em sua mente, enquanto ele caminhava ao lado da falésia, ele não tentava mais buscar a racionalidade de como ocorrerá, mas sim o porque. A única coisa que ele tinha certeza era que ele tinha que seguir o caminho, assim como nos sonhos do corvo negro, apenas acaba quando chegar no final, quando receber a mensagem. <Narradora> Ryan estava tão absorto em seus pensamentos que ele mal viu que a nuvem que fazia sombra naquele tempo de sol incomum se aproximara dele pelas costas tão rápido que só então sua percepção se fez presente e lhe despertou uma adrenalina incomum de medo. Sobre ele vinha em rasante assassino uma criatura que ele jamais imaginara existir e, mesmo sabendo que estava imerso em seus próprios pensamentos, algo lhe dizia que ele não acordaria ofegante e cheio de suor quanto tinha suas outras visões. Era um ser alado e de pescoço reptiliano, de aspecto dracônico mais diferente, como se as membranas fossem mais finas e as patas dianteiras não existissem, sendo elas parte da asa escamosa que mais lembrava a de um morcego metálico azulado e escuro. Mal deu tempo de notar o par de chifres alongados sobre a nuca, que parecia nascer um pouco acima da sobrancelha escamosa. Aquele olhar vermelho de réptil assassino vinha junto com uma bocarra aberta de mais de cem dentes serrilhados, cuja a abertura media quase metade de Ryan. Ele só tinha uma chance, se abaixar antes de ser mordido...

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<Narradora> E foi no instante preciso que ele conseguiu se abaixar, atirando-se no chão fofo próximo da falésia para girar seu corpo e ver a direção que a criatura tomou, agora descrevendo um arco mais adiante e voltando na direção do garoto... Porém, desta vez, ele veio num rasante mais rente ao solo, que seria quase impossível de se escapar... Ryan só teria a chance de correr muito até a dobra do monte e se jogar de lá, rolando para longe das garras da criatura que tinha mais de quatro vezes o seu tamanho em comprimento... Ryan não raciocinava direito e não fazia ideia de que tipo de armadilha mental ele estava envolvido... geralmente, ante a ferimentos ou quedas, ele acordava, mas não dessa vez... seu coração pulsava próximo da garganta, de tão forte que batia, e o jovem tinha dificuldade de respirar... ele parecia um rato frente a uma imensa serpente... <Ryan Karstark> Parecia que Ryan havia se esquecido de respirar enquanto jogava seu leve corpo para fugir da criatura. O pouco momento que teve ao levantar mal conseguiu suspirar em alivio. Ao ver a criatura voltando, não teve tempo de raciocinar, não conseguia pensar em ideias ou planos para combater o monstro. Para seu temor a criatura parecia com os terrores de seus pesadelos e sua mente foi se tornando em um labirinto, tentando leva-lo dali, para outro mundo onde não houvesse dor, para que seu corpo possa ser estraçalhado sem ele sentir. Foi o instinto de sobrevivência que fez com que Ryan corresse em busca de abrigo. Seu corpo moveu automaticamente o mais rápido que pode em direção ao monte para fugir da criatura. <Narradora> O instinto de sobrevivência o fez correr mais do que Ryan achava que conseguia e ele conseguiu ver o topo do monte, mesmo com aquele deslocamento de ar assassino zunindo sobre ele... Suas pernas chegaram no ponto crucial e ele sabia que deveria salvar de maneira a virar logo o corpo para a frente, num mergulho preciso onde ele pudesse rolar o suficiente para sair da trajetória daquele rasante e daquelas patas traseiras de garras longas... O tempo pareceu se mover bem lentamente com Ryan no ar e a criatura quase o alcançando, chegando a tocar por muito pouco o tecido de sua roupa... e então ele acelerou quando ele tocou os ombros no chão fofo, rolando morro abaixo e sentindo a luz do sol ser oculta brevemente pela sombra que subia novamente na direção do astro rei... O jovem, depois de conseguir se levantar, cambaleante e tonto, arfando sofregamente buscando o que conseguisse de ar, percebeu que a criatura foi ficando distante, indo cada vez mais alto... Mas a preocupação do jovem aumentou imensamente quando ele sentiu algo se aproximando as suas costas e antes que ele pudesse ser engolfado pelo desespero, alguém chamou seu nome... Ryan olhava para o galho de árvore vazio, enquanto sua mãe as suas costas dizia... ** NPC: <Irla Reed> -- Terminou suas orações, meu filho?

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<Ryan Karstark> - Mas... o qu... que..! * Ryan ainda confuso decide tirar um tempo para botar os pensamentos em ordem, então levanta como se nada estivesse acontecido. Tinha medo se seus sonhos fossem sinais de desgraça então guardava para si. Preocupado se pelo esforço e suas manobras na fuga suas pernas não fossem responder, ele se apoia a árvore e da um leve sorriso para sua mãe* -- Sim mãe, acredito que orei muito mais do que devia. *da um leve sorriso descontraído* "Preciso documentar esse sonho, ou ilusão, o que seja, no meu diário o mais rápido possível... Mas antes preciso me comportar como um Karstark devo ficar ao lado de minha mãe e da minha família" - A senhora gostaria de companhia para orar. Não me importaria de orar mais uma vez, ainda mais ao seu lado. “Dessa forma eu realmente posso orar de verdade para os velhos deuses.” <Narradora> Irla se alegrou ao ver seu filho tão prestativo e solícito aos costumes do norte, se fazendo de um companheiro e um guardião para aquela tarde de sentimentos tão difíceis de perda, embora Ryan talvez buscasse mais um tempo para reordenar seus sonhos e tudo aquilo que ele viu e sentiu em seu devaneio, cujo o qual o deixara com o coração ainda acelerado, mesmo já estando ao lado de sua mãe. A oração foi breve e Irla segurou a mão de seu filho, caminhando com ele na direção de seu marido, Arnolf Kastark, pai de Ryan, que estava se despedindo de familiares e parentes destes, recebendo os últimos cumprimentos pela morte de seu irmão. Reunidos, os três caminharam juntos na direção dos cavalos amarrados no beiral do largo da árvore-coração, e depois de subirem nos animais, seguiram para sua casa em Ladeira Cava, próxima da fortaleza. Ryan recebeu no caminho a informação de que seu pai passaria um tempo em casa, ao menos dois dias inteiros, para ter seu tempo de luto e sugeriu que o jovem deixasse um pouco de lado seus exercícios e estudos para ter um tempo a mais com seu pai, que pouco ficava em casa. Ryan, num número imenso de emoções acumuladas, pensava em muitas coisas e dentre elas a prioridade não era seu pai, mas ele fez um esforço para sorrir, com seu jeito de sempre, para passar tranquilidade para sua mãe... Dali até a chegada em Ladeira Cava, todos permaneceram silenciosos, menos a mente de Ryan, que tentava captar toda e qualquer lembrança do novo sonho que teve... foi então que quando se aproximaram da casa, ele teve um arrepio sinistro perpassando pelo corpo, chegando até sua nuca. Havia um corvo branco sobre o telhado de sua casa e ele começou a ter uma certa tremedeira ao pensar inúmeras coisas sobre presságios e visões... mas dessa vez a ave não ficou imóvel e ao ver o garoto, ela voou em sua direção... <Ryan Karstark> Ryan pasmo ao ver a ave vindo em sua direção olha para os lados, tentando ver se estaria de volta em algum sonho, se estivesse ocorrendo outra visão. Procura sua mãe e seu pai, buscando ver se eles também notaram a ave. "de novo não... o que está acontecendo, o que esse pássaro quer de mim?" Sua mente embaralha em suas teorias. E volta a observar o corvo branco misterioso.

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<Narradora> Ryan Kastark é inundado num mar de emoções quando o corvo, como uma flecha de bétula branca, o atinge no peito. A visão do garoto gira, enquanto ele cai do cavalo, e tudo fica escuro depois... O jovem não soube precisar o tempo que ele ficou desacordado, mas quando abriu os olhos já era noite alta e o sereno na janela do quarto escuro fazia um som agradável nas dobras de madeira e nas folhas que balançavam com o vento calmo e contínuo junto a chuva. Ryan estava coberto com peles da melhor espécie, se recobrando bem devagar dos seus sentidos. Os seus pensamentos se dividiam entre o real e o imaginário, não sabendo ele se teria resistência para se manter vivo a tudo aquilo. Foi nesse instante que ele ouviu uma breve discussão do outro lado da parede de madeira, onde seu pai não aturava esse comportamento de Ryan. Sua mãe o defendia, dizendo que seu filho estava abalado com tudo aquilo, mas o homem parecia não ter muita paciência. De qualquer forma, a briga cessou sem violência e depois de toda aquela situação, o jovem ouviu passos na direção da sua porta... e quando esta se abriu, ele viu Irla Reed, sua mão, lhe trazendo algo fumegante no prato. ** NPC: <Irla Reed> --Está se sentindo melhor, meu filho? Disse ela em tom carinhoso, mas Ryan notava dois filetes prateados descendo de seus olhos... sua mãe havia chorado.... <Ryan Karstark> O coração de Ryan pesou com o acontecimento. Ele não tinha raiva de seu pai, pelo contrário, ele o entendia. Ryan não era estúpido e sabia qual o peso das ações dos filhos e como refletia em seus pais, ainda mais sendo o filho mais velho de uma família importante. Mas o machucava o fato da raiva de seu pai ser descontada em sua mãe e não nele. Ryan deixou guardado seu pensamento sobre o acontecimento com a ave, ele estava cansado dessas visões, ele queria mostrar honra ao nome Karstark, como um verdadeiro herdeiro, mas sabia que essas visões só atrapalhavam. -- Estou mãe. *Ryan disse tentando sorrir enquanto olhava para o prato* -- Parece delicioso... *Ryan achou melhor não tocar no assunto sobre a discussão, mas não conseguia se manter quieto* --Está tudo bem mãe? *Tentou parecer o mais descontraído possível, mas acabou falhando e deixou a preocupação em seu rosto* ** NPC: <Irla Reed> Depois de entregar a comida para o seu filho, ela foi até o canto do quarto, usar suas pedras de pederneira para atear fogo no óleo do pequeno candelabro de ferro fosco e iluminar a sala. Em seguida ela se sentou na cama, usando os dedos para limpar as lágrimas que tinham restado. Depois disso, ela falou com ternura a seu filho. -- Estou bem... apenas sentindo muito por tudo o que aconteceu a nossos familiares. Seu pai está agitado querendo se vingar de um... jovem... e se enfurece comigo por eu dizer a ele que isso não precisa ser feito. Ela fez um carinho nos cabelos de Ryan, agora com um sorriso mais aberto. -- Você está crescendo, filho... seu pai só deseja que você possa saber se defender, quando precisar... defender você e sua família... E ela novamente deixou rolar uma lágrima, respirando mais devagar agora, parecendo mais calma, diante do jovem.

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<Ryan Karstark> Algo que sua mãe disse ficou roendo em sua mente, até então Ryan possuía poucos conhecimentos sobre a morte de seus familiares. Enquanto degustava de sua refeição Ryan dispara um pergunta a sua mãe -- Quem é esse jovem e o que ele fez contra o meu pai? *Limpa o rosto e volta a perguntar* -- Porque eu deveria me defender? Estamos em guerra? Você e o Pai correm perigo?! *A imaginação foi tomando conta de Ryan que foi pensando sobre as piores coisas que podia acontecer* "Pelos Velhos Deuses, eu tenho que fazer algo!" ** NPC: <Irla Reed> Ela tentou apaziguar a torrente de perguntas que o garoto fazia com uma simples resposta. -- Não, Ryan... é que você nasceu numa família de nobres guerreiros... mas isso não significa que tem que aprender a usar espadas ou armaduras. Ela sorriu, terminando de limpar seu rosto. -- Coma a comida, que está quente. Pode deixar o prato sobre o criado que Aldara virá buscar em breve. E Irla se levantou, lançando um olhar sereno para seu filho, começando a se retirar na direção da porta. Ryan sentiu que sua mãe não lhe dissera tudo o que devia, talvez pela ocasião, talvez pela situação recente... o clima em Karhold estava frio demais para ele discernir sobre todas as possibilidades. <Ryan Karstark> Ryan termina de alimentar-se e coloca o prato sobre o criado. Se sente mais confortável pelas palavras de sua mãe e muito mais seguro também. O alimento e o descanso pareceram revigorar o jovem. Então o pensamento do corvo volta a atormentar sua mente "Preciso tentar entender o que acontecer hoje... Ontem quero dizer. Deve haver algum significado dessas visões, preciso descobrir o que significa e como fazer elas pararem. Preciso controla-las" *Ryan abre levemente a janela para entrar uma leve brisa fresca, e senta-se à mesa com seu diário dos sonhos, ou como ele gostava de chamar 'páginas de um louco'. Ele tentava desesperadamente tratar essa situação com humor, já que no fundo tinha um medo constante de realmente ser um louco.* "Bem, vejamos, preciso recordar dos acontecimentos, desde quando começou... ou quando eu acho que começou até quando acabou.. ou quando eu acho que acabou.... Ah isso sempre é confuso" *Ryan volta seu foco e concentração para tentar resolver os quebra-cabeças* <Narradora> O jovem se recordou perfeitamente do sonho e das visões que teve, recentemente, transcrevendo-as, o melhor que pode, para seu livro/diário. Enquanto escrevia, o jovem notou que o vento começou a trazer um pouco de sereno para dentro do quarto e, para a surpresa, ou não, do garoto, o corvo de cor branca pousou no ganho próximo de sua janela. Depois de manter contato visual com o garoto, ele bateu algumas vezes as asas, como se quisesse chamar a atenção, novamente, do garoto... A janela começou a bater forte agora e Ryan notou que o vento começou a ficar bem mais forte, trazendo mais chuva para dentro de seu quarto e quase sendo suficientemente forte para apagar o candelabro aceso no canto do cômodo.

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<Ryan Karstark> Sentindo a força crescente do vento, Ryan levanta-se da cadeira e parte em rumo a janela. No começo hesitou preocupado com o que o corvo branco poderia fazer com ele. Pela sua experiência, nada de bom saiu do encontro com a criatura. Ele encara por poucos segundo a ave. -- Vai entrar? Vai me levar para algum outro mundo fantasioso? Ou vai simplesmente me nocautear mais uma vez? *Ryan foi falando de uma forma que nas últimas palavras sua voz se manteve firme e irritada. Ryan sem paciência ou com medo da ave dar alguma resposta a sua provocação avança em direção a janela para fecha-la* <Narradora> Enquanto manteve sua mente forte e livre de qualquer tipo de devaneio inconstante e repentino, ele indagou o corvo, parecendo-lhe algo comum de se fazer, mas enquanto as palavras ainda eram pronunciadas, ele viu seu pai saindo de sua casa, usando um pesado tabardo de couro liso, indo na direção dos estábulos... Foi nesse momento que o corvo voou e Ryan sentiu algo de muito ruim dentro de seu peito, como se um gosto amargo subisse pela sua garganta e sua respiração se tornasse mais pesada. Depois de uma certa tontura, o garoto conseguiu realinhar seus pensamentos e sua postura frente aquele sentimento... o corvo só lhe trouxe maus sentimentos e maus presságios... este parecia ser mais um deles. <Ryan Karstark> Ryan sentiu o terrível sentimento, ficou nervoso, o pior dos pensamentos repousou em sua mente. Não sabia se o corvo era um mensageiro ou o carrasco. Ryan preocupado pegou suas vestes, um casaco de pele. Apagou o candelabro e saiu o mais sorrateiramente que pode em direção aos estábulos. Ele não sabia o que devia fazer, nem o porque de ir atrás de seu pai. Mas sentia que devia avisa-lo ou alerta-lo, ele não se importava em ser chamado de louco o simples medo de perder seu pai o fez perder sua noção sobre o fato. O arrepio ia e vinha correndo sobre seu corpo. Abaixou o capuz para tentar não ser reconhecido e foi a rumo a seu pai com um único pensamento "Que seja um mensageiro não um carrasco... Por favor seja um mensageiro..." <Narradora> Ryan tentou ser o mais furtivo que pode, porém esta não era sua especialidade e a criada da casa acabou vendo-o sair dali, mas não interferiu, já que o pai do garoto acabara de sair também. Abrindo a porta da sala, o jovem lutou contra o vendo e a chuva para se manter atento com a direção de seu pai que caminhava a passos rápidos na direção do celeiro, estando muito próximo de chegar até lá... e foi no caminho que Ryan conseguiu ver um vulto próximo a uma árvore da propriedade, espreitando o lorde, Arnolf Kastark. O vulto parecia rápido demais para Ryan conseguir acompanhar seus passos, ainda mais naquele vento e naquela chuva. Quando o jovem venceu a névoa, com muito custo, viu o homem a mais de 30 passos a sua frente, preparando um disparo de besta...

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<Ryan Karstark> Ryan tenta manter a calma diante do besteiro. Ele não era perito em combate, mas teve treinamento como todo garoto jovem. Ryan saca a faca que carregava consigo e parte em direção ao homem. Ele tinha coragem o suficiente para arriscar a própria vida por um ente querido. "Que os velhos deuses utilizem a neve para me proteger, que usem o vento para meu ataque ter sucesso e que o corvo branco seja um aliado, não o sussurro que veio buscar minha alma" Ryan aperta a faca com força e rapidamente corre em direção ao homem, gritando com toda sua força. Em sua mente se ele gritasse ele poderia assustar o homem e ao mesmo tempo torcer para que seu pai escutasse os gritos. <Narradora> Os gritos de Ryan e seus movimentos permitiram tirar toda a mira feita pelo agressor, que teve de se virar rapidamente antes que ele tomasse uma forte facada no peito, conseguindo ser rápido e recebendo o golpe no braço. Antes que ele se ajeitasse frente ao furioso garoto, Ryan o golpeou mais uma vez, fazendo o homem a sua frente sangrar, agora no lado... Intimidado e ferido, o agressor deu um passo para traz para atirar com a besta, um pouco desequilibrado e o disparo passou rente ao corpo do jovem, que usou seus movimentos rápidos para evitar que fosse atingido. Depois do erro, o agressor jogou sua besta no chão e sacou sua adaga e nessa hora Ryan viu seu pai saindo do celeiro, vindo ver o que é que estava acontecendo ali. Sem titubear, o garoto investiu contra o homem, causando mais alguns cortes no antebraço e na coxa, e então, quando o homem fadigado tentou acertar Ryan e errou, tentou em seguida correr mas ele se desequilibrou devido aos ferimentos e o jovem conseguiu golpeá-lo na perna, fazendo com que ele caísse na grama molhada. Logo os criados começaram a aparecer e o Lorde Arnolf, pai de Ryan, fez o mesmo, já com sua temerária espada longa em mãos. O jovem sentia a adrenalina percorrendo todo seu corpo e só agora viu a faca em sua mão toda ensanguentada, sendo limpa pela chuva serena que caia. Irla agora aparecia na entrada da casa e via a distância o que se passava... Enquanto o homem agonizava, rastejando no chão, Ryan viu o corvo voando distante, parecendo ter cumprido sua missão... Diante do rapaz estava seu pai, que com severidade disse. ** NPC: <Arnolf Kastark> -- Estou orgulhoso filho... pode findar com a vida deste pobre homem... E ele manteve fixo o olhar no garoto, esperando que ele tomasse uma decisão. <Ryan Karstark> Ryan respirava pesadamente, tentando manter o controle sobre o nervosismo. O corvo branco ainda o intrigava, e mais uma vez ele não tinha certeza sobre o pássaro, apenas teorias vagas. Ryan limitou-se apenas a olhar para seu pai e para o pobre homem agoniando. -- Não seria melhor interroga-lo, senhor? *Ryan mantinha o respeito sobre o seu pai. Ele sentia que não seria correto tirar a vida de um homem incapacitado dessa forma. Quase de uma forma covardemente* -- Se alguém o enviou poderá enviar outros... Sua vida pode estar em risco pai... Senhor. *Ryan ainda respirava pesadamente, mas conseguia ter mais controle sobre si*

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** NPC: <Arnolf Kastark> E ele, depois de ouvir com parcimônia o breve discurso nobre de seu filho, disse. -- O que nos difere no norte, meu filho, é nossa capacidade de crer que homens como ele não cometerão o mesmo erro duas vezes. Assassinos sempre podem ser contratados, mas este... Ele deu um chute na lateral do corpo do homem caído, fazendo-o se contorcer de dor e depois o virou de barriga para cima. -- Este busca vingança... E ele posicionou sua espada para dar o golpe final no homem caído. -- E homens que buscam vingança, não merecem perdão... E com muita potência nos braços, ele desceu a espada longa de forma limpa e precisa, dividindo o corpo da cabeça, sem espalhar muito sangue, de início, mas na sequência, sendo expelido como se fosse um jarro que caiu e estava agora derramando no chão. Arnolf olhou profundamente nos olhos do garoto e assentiu com a cabeça, parecendo ter aprovado o gesto do garoto. -- Deixe que os criados limpem isso... volte para junto de sua mãe... eu agora preciso ir para Winterfell. E assim ele foi se distanciando do jovem, que ainda buscava entender o que tudo aquilo significava. Mal ele conseguiu sentir aquela sensação se esvaindo e foi abraçado por sua mãe, que parecia preocupada com ele ter se ferido. Ryan parecia não ouvir direito os sons ao seu redor... tudo o que ele escutava era o bater de asas do corvo branco, que como seu coração, se distanciava dele. <Ryan Karstark> Ryan ainda atordoado com a cena deixa seu corpo apoiado pela sua mãe, ele deixa a faca cair, seus braços parecem sem vida, assim como ele próprio. A cena ainda ficava em sua mente, as palavras de seu pai ficavam ecoando fortemente. Seu olhar corre pelo céu, ele busca ainda algum vestígio do corvo branco. Ryan parecia perdido em seus pensamentos, não disse uma palavra. Ele acaba ficando parado, olhando para o escuro céu enquanto sua mãe o abraçava. <Narradora> Irla, a mãe de Ryan, veio ao seu encontro e demonstrou seu afeto, colocando seu sobrepeliz sobre os ombros de seu filho e o trazendo para dentro, indicando a um serviçal que recebesse as ordens de seu marido e se livrasse do corpo decapitado no terreno. Ryan conseguiu ouvir, às suas costas, seu pai partindo a galope na direção de Winterfell e sentiu certo ressentimento por parte dele, não demonstrando mais o afeto paterno de tempos passados. Adentrando a casa e fechando a porta, sua mãe conduziu o jovem à poltrona mais próxima da lareira, cujo o fogo estava quase extinto. Irla, com o atiçador, fez a brasa se mexer e colocou mais duas toras ali, dizendo a seu filho que lhe prepararia um chá... Ryan não sabe quanto tempo se passou, mas o fogo pareceu hipnotizá-lo e ele só notou que o tempo passara quando sua mãe voltou para junto dele, dizendo: ** NPC: <Irla Reed> -- Aqui, meu filho... tome. Vai te fazer bem. E com calma, ela entrega a xícara de chá a Ryan

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<Ryan Karstark> Ryan pega gentilmente a xícara de chá, da uma leve assoprada e um gole. Continua em silêncio olhando para as chamas. Mais um gole, e diz para a sua mãe ainda olhando para as chamas. –Eu devia ter matado o homem?... Não pareceu o certo para mim... *Ele olha para sua mãe, ainda confuso com todo o evento. Olhando enquanto espera um dos valiosos ensinamentos de sua mãe*. ** NPC: <Irla Reed> Ela olha de maneira tenra para seu filho e se aproxima, sentando no braço da poltrona, dizendo: -- As leis do norte são distintas entre as famílias, meu filho. Um mercenário, assassino, não merecem julgamento e nem perdão. Se você estivesse na planície cinzenta, este homem seria dado aos crocodilos do charco. Ela acariciou os cabelos de Ryan, indagando. -- O que você pensou em fazer, meu filho? E dando mais abertura para que ele fosse sincero, acrescentou. -- Não direi isso a mais ninguém... exponha seus sentimentos. <Ryan Karstark> -- Acho que não estava preparado para tirar a vida de um homem... Só pensei em proteger meu pai, quando o homem estava incapacitado achei que já não seria um perigo... *Ryan fecha os olhos, respira fundo e sussurra* - assim como o corvo, achei que tivesse cumprido minha parte. *Ryan foi organizando os pensamentos e percebendo o erro que cometeu, sente raiva de si mesmo* -- O que há de errado comigo mãe? Preferi ajudar a um assassino a retirar sua vida... E se ele voltasse e matasse alguém dessa casa? Seria minha culpa... E se dessa vez o corvo não viesse me avisar? *Ryan repousa a xícara no móvel próximo e se mantem em silêncio e cabisbaixo* ** NPC: <Irla Reed> Irla parecia retesada a evitar comentar sobre aquelas palavras, mantendo seu filho compenetrado em tomar o chá junto à lareira, para que ele não ficasse doente. Só depois de deixar com que as palavras fizessem sentido em sua mente é que Irla disse: -- Não se preocupe com corvos ou presságios, meu filho. Você é especial do seu jeito... precisa descansar, já que foi um dia muito difícil para você. Mas eu tenho fé nos antigos que você ficará bom logo e não correrá mais o risco de desmaiar novamente. Agora vá.... Ela tomou das mãos dele a xícara vazia e indicou a direção das escadas. -- Durma um sono longo... amanhã lhe prepararei panquecas com bacon, do jeito que você gosta. E depois dela dar um beijo na testa de Ryan, ela se levantou, indo na direção da cozinha, para depois seguir para seu próprio quarto. <Ryan Karstark> Ryan observa sua mãe indo para a cozinha e caminha em direção a escada, rumo a seu quarto. “Muito bem Ryan, decepcionou seu pai e agora sua mãe te acha louco... Parabéns” *Ele entra no quarto, fecha a porta e retira o pesado casaco. Ao deitar na cama reflete os acontecimentos, não tinha ânimo para escrever em seu livro por agora, queria apenas ficar deitado. Enquanto relembrava dos fatos de forma desanimadora, uma sensação boa veio e ele sorriu, se lembrando da forma que lutou com o homem, de seus golpes acertando e de seus reflexos contra o ataque do maior. Na excitação ele acaba levantando de sua cama, sacando a espada e repetindo os movimentos como em uma luta imaginária. Ao se cansar ele guarda a espada ao lado de sua cama e da mais uma olhada pela janela antes de fecha-la e ir dormir*

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<Narradora> O jovem fechou a janela com calma, não vendo mais o corvo branco zombeteiro. Assim, ele se dirigiu até a cama, apagando o pequeno candelabro e se deitando debaixo dos cobertores de peles. O calor o fez sentir uma sensação agradável, que o pôs em repouso quase que imediatamente. Foi então que Ryan sentiu que o sonho estranho viria de novo, pois só isso explicaria o barulho do mar que ele ouvia agora. O jovem sentiu que poderia mergulhar dentro do sonhos e, imbuído de uma frágil confiança, aceitou o desafio que sua mente ou espírito lhe propunham... Ryan abriu os olhos na enseada de Bay of Seal, depois do contorno da Falésia. A paisagem havia mudado um pouco, mas sobre ele o som distante das asas de morcego gigante se fez presente. Ali, sentindo o sal do mar do norte, bem como o ardor da respiração pelo clima daquela região, ele ouviu o guinchar da estranha criatura, vendo a sombra dela sobre as nuvens de sua cabeça. Seu coração lhe dizia para não ter medo, mas sua mente lhe avisava que ele sentira algo de ruim, muito em breve. <Ryan Karstark> -- Péssima ideia Ryan... Péssima ideia continuar sonhando. *Ryan vendo a sombra da criatura, começa a ficar ansioso e nervoso* “o que eu faço... fico ou corro?.... Droga vou me arrepender disso” *Ryan firma seus pés e grita” -- Pode vir, já cansei de parecer fraco ou louco... Vou agir como todos querem, um guerreiro que não pensa muito. *Ryan fica esperando a criatura, seu coração dispara.* “devo ter perdido a cabeça... devem ser o sangue nortenho falando mais alto* <Narradora> O "desejo" de Ryan, então, foi atendido, e das nuvens a terrível criatura apareceu, vindo na direção do jovem num rasante mortal... Ter aquela mesma visão acabou por quase paralisar Ryan, que sentiu seus músculos se contraindo, como se algo o impedisse de correr ou fazer qualquer outra ação. Por mais que encarar aquela criatura de olhos de serpente, cuja bocarra tinha o tamanho do garoto, de abertura, sem contar os dentes serrilhados, fosse uma tarefa quase impossível, Ryan tentava manter firme sua convicção, tentando encarar seu medo, dentro do seu sonho. No entanto, o deslocamento de ar da criatura se fazia tão real que o desespero só aumentava e a quase 200 metros dele, ela guinchou de forma estrondosa, quase fazendo-o ficar atordoado. O jovem teria de arrumar forças para tentar se mover, com seu corpo pesado e ligeiramente temeroso, ou usar de outra estratégia, arriscando sua vida... mesmo que dentro de seu próprio sonho ...

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<Narradora> Ryan confrontou seu medo da melhor maneira que pode e enviou um olhar intimidador para a criatura, de maneira a acreditar que mesmo sendo atacado, ao menos tentaria provar que não tinha medo daquele monstro voraz dracônico, cuja origem ele desconhecia. Para sua surpresa, a criatura pairou um tempo, guinchando na sua frente de maneira feroz, e o jovem sentiu o hálito metálico que ela possuía, fazendo-o agora conseguir se mover alguns passos para traz. Se apoiando nas pernas, quando tocou o solo, a criatura levou suas garras, no alto de suas asas, ao chão, formando uma espécie de braço conjunto com o couro flexível das asas. Assim, ela se movimentou na direção de Ryan, mexendo sua calda e a posicionando como se fosse golpeá-lo com ela. O jovem não havia reparado, mas nela havia um vinco de lâminas e tecido, que mais parecia uma lança de três pontas, anguladas para parecer um ferrão. Naquela parte da pele da cauda, o tecido tinha uma coloração diferente, sendo mais púrpura. Ryan agora estava a menos de 10 passos da criatura, que vinha lentamente na sua direção, como se degustasse aquele momento de quase pavor que o jovem possuía. <Ryan Karstark> “Pelos velhos deuses... que criatura é essa?” Que parte de minha mente criou um monstro desse?” *Ryan ainda tenta mostrar a coragem frente a criatura, tentando não titubear nos passos. Ele para respira fundo e volta a encarar a criatura com um pensamento formando em sua mente* -- Bem, se é MEU sonho, dessa vez serei EU a controla-lo... Não desonrarei o nome Karstark mais uma vez com medo da morte! *Ryan começa a avançar lentamente em direção a cabeça da criatura, olhos fixos no dela. Tentando demonstrar a maior coragem que conseguiu reunir* <Narradora> De posse de grande convicção e coragem, o garoto decidiu confrontar aquela criatura, retirada de seus mais recônditos pesadelos. Porém, a criatura avançou com sua cauda mortal e ela, como uma pinça afiada, acertou em cheio a barriga de Ryan, que caiu sentido dores tão fortes que ele pensou que sua cabeça fosse estourar, começando em seguida a sentir o corpo dormente e seus sentidos vacilando novamente... Tendo de se concentrar ao máximo, Ryan não aceitou que ele seria vítima de seus sonhos de novo, acordando suado na cama, derrotado mais uma vez... dessa vez ele iria até o limite e, depois de uma sufocante concentração, ele eliminou a dor, quase tendo de se contorcer inteiro, para se colocar de joelhos perante a vil criatura e em seguida, mesmo com as pernas trêmulas, ficar de pé. A mão ainda estava no local onde havia um furo na barriga, onde um leve filete de sangue escorria, depois da agulha gigante penetrar sua carne. Ele sentia algo líquido subindo de seu estômago e sentiu um gosto ácido queimando sua pele por dentro. Mesmo com todos esses sentimentos ruins, Ryan ainda estava no controle, mas por pouco tempo... ele precisava fazer algo... essa era sua única certeza...

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<Ryan Karstark> Ryan tentava manter o controle, o sentimento o lembrou de seu infortúnio momento quando mais novo, onde seu estado beirava a vida e a morte. Tentava falar, gritar por ajuda. Ryan foi até a janela, deixar o vento entrar, o ar fechado o incomodava. A beira da janela ele grita por ajuda, aquela sensação de queimação trouxe o medo e o desespero. “Mas que mer... Esse é meu fim?... Vou morrer por uma mal...maldita criatura em um sonho?...Ela veio terminar o serviço que a outra não conseguiu....” <Narradora> Ryan buscou ajudo, de todas as maneiras possíveis, deixando o confronto com a criatura longe de seus planos principais. Sua mente tentava vencer a fobia crescente da lembrança ruim que lhe acometia, na pior hora possível e a dor veio de uma vez, como uma avalanche em Lonely Hills. A dor pôs Ryan de joelhos de novo, mas dessa vez ele não conseguiu manter sua mente em total controle e o guincho da criatura e a sensação de que teria sua cabeça arrancada numa só mordida o fez sucumbir a escuridão vindoura... O jovem se virou, levando a mão ao pescoço e ainda tentava se livrar da ausência de luz, pensando ter feito a passagem de um mundo a outro, mas a maciez de sua cama se fez presente e ele suava frio, chegando a tremer ora ou outra. Sua vitória ficara longe dele, mais uma vez e a escuridão do quarto pareceu ser um convidado indesejado, mas que ao menos lhe serviu para acalmar o coração disparado e a respiração cortada. Ryan podia sentir, no pescoço, finas marcas, como se várias coisas pontudas pudessem tê-lo pressionado ali... claramente, aquilo remetia a uma mordida, porém leve... Ryan não dormiu mais naquela noite. <Ryan Kastark> Ryan ainda estava atordoado, não conseguia buscar uma lógica ao que aconteceu. Mas sabia que não era louco, não era algo de sua mente, as marcas comprovavam a teoria. A mente de Ryan começou a ficar intrigada não era mais questão de lógica, mas sim de algo sobrenatural, algo fantasioso. Ryan transcreveu o sonho em seu livro, buscou acalmar e manter os fatos os mais preciso possível. Depois voltou a vaguear pelo quarto sua mente não parava, a curiosidade cobriu o medo. Ele buscou em seus livros algo similar, algum conto que falasse sobre essa mágica de transformar sonhos em realidade, tentou lembrar-se de alguma história contada pelos visitantes sobre algo parecido. Ryan pensava em voltar a dormir, ver se podia voltar a sonhar, mas achou melhor conhecer um pouco mais sobre isso. Por mais curioso que ele estava, o medo ainda o segurava. “Preciso me preparar, preciso descobrir o que é isso... Que mágica é essa.”

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<Narradora> Ryan, junto de seus inúmeros devaneios, tiveram um dia comum, com a diferença de que o pai de Ryan iria ficar um bom tempo fora. Naquele novo dia, o jovem ficou sabendo que o homem morto dentro da propriedade da família havia sido enterrado como um medíocre indigente, sendo o local, um pouco longe da residência dos Kastark, determinado como sendo de mau agouro, onde as pessoas não deveriam velar pelos homens enterrados ali. Kael conseguiu notar que o silêncio de sua mãe também era distinto e ele previu que ela, ora ou outra falaria alguma coisa, mas talvez tenha sido só sua impressão. Logo chegaria a tarde para o início de suas lições eruditas de história e trato social, bem como outras matérias que compunham o estudo de um filho de lorde. Meistre Galdren, ao final das lições, já no crepúsculo, ajeitou o óleo à lanterna coberta, ascendendo-a, notando algo no irrequieto jovem. Foi então que, guardando os livros, ele perguntou: ** NPC: <Meistre Galdren> -- O que lhe aflige, pequeno Ryan Kastark? <Ryan Karstark> Ryan o fitou, ainda estava com a sede de conhecimento que agarrou em sua garganta durante todo o dia. Escolhendo cuidadosamente as palavras, tentando não levantar suspeita ou acabar dando a impressão errada para o meistre, Ryan diz: -- Meistre Galdren, durante o enterro do meu tio Heldor, acabei conhecendo uma história um tanto interessante. Sobre um homem que tem a capacidade de interagir com seus sonhos... O senhor já ouviu algo do semelhante? *Ryan manteve a precaução para não se comprometer, agora que ele imaginava algo sobrenatural, o medo da reação das pessoas que descobrissem isso, em sua mente era pior que se ele fosse taxado de louco. Ryan o observava atentamente esperando a resposta do senhor.* ** NPC: <Meistre Galdren> Escutou com parcimônia a fala de Ryan e sua pergunta, pensando demoradamente sobre o assunto, sendo silencioso e tranquilo, enquanto se manteve guardando seu material. Depois deste tempo pensando, ele olhou bem no fundo dos olhos de Ryan, mesmo à distância e, depois de ajeitar seu robe dentro de sua corrente de bronze, ele disse: -- Sei sobre este assunto, jovem Ryan. Não sei o que pode ter despertado o interesse seu para este assunto, mas acho que acabou sabendo mais do que deveria, pois, de outra forma, acho que não demonstraria interesse, ainda mais sabendo eu que você deveria fazer perguntas sobre seu aprendizado e não sobre interação sobre sonhos... E se aproximando mais do jovem, até ficar frente-a-frente com ele, continuou. -- Creio, sinceramente, que gostaria de me explicar ou dar continuidade à sua dúvida... estou certo?

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<Ryan Karstark> A forma que meistre Galdren abordou o assunto pegou Ryan desprevenido. Era como se o Velho Galdren soubesse sobre seus sonhos. Ryan começou a indagar a forma que Galdren pudesse ter descoberto seu segredo mesmo que o meistre não tenha conhecimento sobre os mesmos. “Como ele pode ter descoberto? Ele leu meu diário? Viu a marca em minha nuca?.... Minha mãe falou algo? Como ele descobriu?!” *Ryan o olhou seriamente e disse em um tom baixo: -- Meistre Galdren, faz três anos que estudo com o senhor. E acredito que não possuo um nível alto o suficiente de confiança para compartilhar as informações que eu tenho... Ainda não. Por isso peço que me conte o que sabe, e pela gravidade do que o senhor me contar eu o te passarei todas as informações que tenho e o senhor será o único a quem confiarei tais conhecimentos. *Ryan tentou manter convincente em seu pequeno discurso, mas sabia que essa conversa poderia mudar sua vida para sempre* ** NPC: <Meistre Galdren> Ele, calmamente, se afastou de Ryam, com um sorriso discreto, quase invisível, indo na direção das suas coisas. -- Eu ainda não tenho o nível de confiança, jovem Ryan Kastark... E usando as próprias palavras do jovem, o velho foi saindo com calma e lentidão, como era de costume, indo na direção da porta. -- Pedirei dispensa dos meus serviços, jovem, se assim preferir... até o dia de amanhã ... E não mostrando nenhum sentimento diferente, saindo da mesma maneira como saía nos dias comuns, Meistre Galdren abriu a porta, começando a sair dali, deixando o garoto com seus próprios pensamentos ... <Ryan Karstark> Ryan não pretendia ofender o meistre, mas sabia que precisava dele. Rapidamente Ryan levanta de sua cadeira e apoiando na mesa fala para o velho. -- Meistre, não quero sua dispensa. Pelo contrário eu quero aumentar esse “nível” de confiança, de uma forma mútua também... *Ryan observa Galdren e diz novamente* -- O que tenho para te contar é tão perigoso que tenho medo de eu mesmo falar em voz alta... Estou tão confuso e perdido que preciso da sua ajuda... Pelos velhos deuses, me ajude, não consigo mais enfrentar esse desconhecido sozinho. *Ryan mantendo o olhar em Galdren da um longo suspiro* -- Darei o primeiro passo então, não quis ofende-lo... Aqui está minha prova de confiança *Ryan lentamente descobre a nuca para mostrar a marca* ** NPC: <Meistre Galdren> Ante a ação de Ryan, meistre Galdren manteve-se tranquilo, observando e ouvindo ponderadamente as palavras do garoto, até que viu a marca... Ryan não pode deixar de notar que ele pareceu surpreso com aquela visão, o que já era esperado, mas foi só depois de alguns segundos, que para Ryan pareciam uma eternidade, é que Galdren falou: -- Então chegamos ao ponto que deveríamos ter iniciado há muito tempo ... pelos antigos, Ryan Kastark ... você possui o terceiro olho. E mesmo que o jovem não soubesse o que significava aquilo, ele sentiu que não era uma pessoa comum... se o meistre, com todo conhecimento que tinha, ficou surpreso, algo estava pronto para ser revelado dentre em breve... -- Você é um sonhador... que... que animal você vê, Ryan.... ? E curioso, mas ainda demonstrando sabedoria, ele apontou as poltronas, para que eles estivessem sentados durante a conversa.

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<Ryan Karstark> Ryan ainda confuso com as revelações do Meistre acaba soltando um leve sorriso. Um sorriso de que ele finalmente poderia descobrir o mistério desses sonhos. Ryan caminha para a poltrona, a expressão alegre se torna séria, e ele diz. -- Galdren, sempre sonhei com um corvo negro de três olhos, mas no funeral de meu tio eu vi um corvo branco pousado em um galho do represeiro. Ao me aproximar dele eu fui para um mundo complemente diferente, e ao perceber havia uma criatura voando em minha direção, como se eu fosse uma pressa, ela parecia um réptil alada, algo como um ser dracônico... *Ryan sente um leve calafrio ao lembrar da criatura* -- e esse mesmo sonho voltou a acontecer ontem, onde a criatura havia me atacado e me machucado, acordei com dores na região do ataque e com as marcas na nuca... *Ryan deu uma pausa esperando o velho Galdren absorver as informações e disse por final* -- Registro tudo em um diário, as “páginas de um louco” como eu chamo... Se o senhor quiser posso mostra-lo. <Narradora> Meistre Galdren inquiriu a vistoria do diário ao que Ryan, mesmo com receio, foi buscá-lo e depois, ainda não tendo total certeza, entregou ao homem que há três anos cuidava de sua educação de nobre do norte. O velho pegou o diário com muito cuidado, folheando-o com calma e cautela, parecendo tentar absorver o máximo de informação possível, se demorando bastante na descrição dos sonhos, sobretudo dos últimos eventos. Então, depois de ler, Galdren, com seus olhos castanhos já cansados pelo tempo, coçou sua barba castanha e espessa, dizendo ao garoto uma única sentença: ** NPC: <Meistre Galdren> -- Você é um Warg, jovem Ryam Kastark... E em seguida, ele se levantou, deixando as palavras rolarem dentro da cabeça do jovem, não fazendo sentido algum. O velho pegou uma folha de papiro e retirou de dentro de seu estojo metálico circular, uma pedra pontuda de carvão para escrever. No desenho, havia a cabeça de um homem e na testa, Galdren desenhou o que parecia ser um olho. Como a cabeça estava de lado, Ryam viu agora ele desenhando também uma das orelhas e viu, em seguida, ele pontilhando uma linha na direção dos olhos, que atravessava a cabeça até a nuca, e outra que que começava na testa, e descia de forma a descrever uma inclinação até o ponto na nuca. Ainda não fazendo o menor sentido, Galdren desenhou um círculo dentro da cabeça do desenho, que englobava a orelha e os olhos, passando também próximo da boca, englobando todos os sentidos. Depois do desenho, ele começou a explicar. -- Sua percepção do mundo continua sendo igual a de todos, jovem Ryam, porém, tens uma percepção que liga você a uma parte natural, há uma região em sua mente capaz de fazer essa detecção e te fazer entrar nesse mundo diferente. Ele te liga a algo, que geralmente está distante de você, mas quanto mais próximo, mais recorrente se tornarão essas visões... mas o que me intriga... E ele leu de novo a descrição da criatura, parecendo não saber do que se tratava. -- Os dragões estão extintos... não faço ideia do que possa ser essa criatura, jovem mestre.

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<Ryan Karstark> Ryan ainda digerindo as informações, pensando nas palavras que lhe foram dirigidas. Ryan observando melhor o desenho começa a intender a lógica por trás dos sonhos. Mas franziu o cenho pensando que ainda não deveria ser toda a informação que o Meistre Galdren sabia. A curiosidade de Ryan estava no auge. Sua mente parecia trabalhar por duas pessoas. Então a enxurrada de perguntas teve início, Ryan não conseguia se conter. -- O que Realmente é um Warg? E existe alguma maneira de eu controlar quando esses sonhos ocorrem e o que acontece neles? *Antes que Galdren pudesse responder Ryan fez uma expressão como se um raio de ideia o tivesse atingido* -- Como assim dragões?! O senhor quer me dizer que essa criatura realmente existe nesse mundo?! ** NPC: <Meistre Galdren> Ante todos os questionamentos de Ryam, o velho pareceu ter se rejuvenescido, andando de um lado para o outro, na velocidade que conseguia, para buscar alguma coisa que pudesse ajudar, parecendo, no primeiro momento, ignorar as palavras do jovem, mas Ryan notava que ele parecia desperto de um mundo cinzento e sem vida, que era igual, todos os dias de sua vida, e viu naquela oportunidade algo que pudesse motivar sua vida, a partir dali. -- Sim .. você pode começar a ter controle sobre isso... onde foi mesmo que eu anotei algo parecido... deve ter sido a mais de 20 anos ... é, não está aqui... bem, Ryan, você pode sim ter contato com a criatura e talvez seja, por si só, uma descoberta incrível... você... você poderia, ao menos, tentar desenhar esta criatura? E ele ofereceu ao garoto uma folha de papiro em branca e um pedaço de carvão. <Ryan Karstark> Ryan prontamente pegou o carvão e o papiro, sentou-se a mesa para começar o esboço. Enquanto riscava o papiro branco Ryan continuava com o questionamento. -- O que essa criatura quer comigo? Se de fato ela existe ela está por ai me procurando? *Ryan concentrado no desenho pergunta casualmente talvez a pergunta que ele mais queria a resposta* -- O que eu devo fazer nessa noite se eu sonhar novamente? Devo tentar controlar a criatura?... Pronto, aqui está a gravura do monstro. *Ryan entrega o papiro a Galdren*

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** NPC: <Meistre Galdren> Rapidamente, quase rasgando a folha de papiro da mão de Ryan, ele observa a criatura, coçando a barba espeça e castanha. -- Hm ... essas asas... essa cauda... E depois de uma longa análise, ele resolveu enrolar o papiro e colocar ele dentro de seu porta-pergaminho, dizendo: -- Vou levar o desenho comigo, mas não deixarei que ninguém o veja ... irei procurar algo na biblioteca da fortaleza, mas receio que eu não encontre nada por lá. Mesmo assim, sei de alguém que pode me instruir melhor nesses assuntos, só preciso saber se consigo uma maneira de fazer o encontro com vocês dois, isto é, se estiver de acordo, mestre Ryan. E aproveitando a escuridão, ele começou a sair novamente, parando apenas para falar um último assunto com o jovem. -- Tente não ficar preocupado com isso... é um dom, não uma maldição ... espero muito que esteja perto de fazer o contato novamente com esta criatura... E ele deu uma batidinha no porta-pergaminho, preso ao cinto. -- Tente não se estressar... mantenha o foco, mestre Ryan Kastark... E depois da despedida, ele deixou o jovem ali, sozinho, pronto para que ele guardasse suas coisas e voltasse para a casa principal, a poucos metros dali... Pela porta, Ryan via a chaminé fumegante, anunciando, também pelo delicioso aroma, que o jantar, em breve seria servido... Porém, Ryan precisava de respostas e rápidas... temia que pudesse sonhar novamente com aquela criatura, mas parte de si desejava que isso acontecesse ... Era um sentimento estranho ... ele era especial ... ou era uma maldição ... Ryan parou de pensar nisso ... o corvo branco estava sobre seu telhado, novamente. [Continua ...]