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..LEITURAS..BLOGS..SITES..

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Sitese Blogs

Sofia Vilarigues

Tabela Periódicahttps://www.tabelaperiodica.org/

A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2019 como sendo o Ano Interna-cional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos (IYPT 2019, em inglês).Um dos principais motivos para a come-moração é que em 2019 completamos 150 anos desde a primeira tabela de Dmitry Mendeleev. O químico Dmitri Mende-leev publicou em 1869 a primeira versão amplamente reconhecida da tabela. Sendo também possível encaixar a marca de 350 anos desde a descoberta do elemento fós-foro pelo alquimista alemão Henning Brand no ano de 1669.Neste site poderá ver os elementos quí-micos da tabela periódica ilustrados por meio de vídeos, imagens, textos, notícias e informações diversas. A tabela periódica é uma disposição siste-mática dos elementos químicos ordenados pelos seus números atómicos, configuração eletrónica, e recorrência das proprieda-des periódicas. Este ordenamento mostra tendências periódicas, tais como elementos

com comportamentos similares na mesma coluna. A tabela periódica pode ser usada para deduzir as relações entre as propriedades dos elementos, e predizer as propriedades dos novos elementos ainda não descober-tos ou sintetizados. A tabela fornece uma estrutura útil para analisar o comportamen-to químico, e é amplamente utilizada na química e em outras ciências.

Commonspolyhttps://commonspoly.cc/

O que é o Commonspoly? O Commons-poly é um jogo de tabuleiro onde só se pode ganhar se se estiver disposto a cooperar. É um jogo de tabuleiro, como o Monopólio, mas também inclui elementos de RPG’s (Role-Playing Games), como por exemplo o Mestre de Jogo, que conduz o jogo.Segundo se lê no site, as origens do Mono-pólio são um jogo que destacava os efeitos nefastos dos monopólios. A Parker Bro-thers inverteu o jogo e criou o Monopólio que nós conhecemos: um jogo de tabuleiro que celebra a acumulação de riqueza, a competição e a especulação.A cooperativa andaluza ZEMOS98 recupe-rou as origens do Monopólio para criar o Commonspoly, um jogo de tabuleiro em que é preciso cooperar para promover os bens comuns e evitar a sua privatização pelos especuladores. O jogo está disponível em forma física (só na versão inglesa) e digital, podendo ser descarregado gratuitamente (em inglês e espanhol, agora com o manual também em francês e português). A Cooperativa Minga está a contribuir para a tradução para por-tuguês do jogo.

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Nº22

ficha técnica:Diretor: José Feliciano Costa . Chefe de Redação: Manuel Micaelo . Conselho de Redação: Luis Viana, Joaquim Veiguinha, Rolando Silva, Redação: Lígia Calapez (Jornalista).Design Gráfico e Paginação: Dora Petinha.Capa: Dora Petinha . Composição: Fátima Caria . Revisão: Lígia Calapez . SPGL . Edição e Propriedade de: Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, Rua Fialho de Almeida, 3, 1070-128 Lisboa . NIPC: 501057528 Periodicidade: Mensal. Depósito legal: 9157/85 . ICS: 109893.

SUMÁRIO

SET. 2019Discursos contra os professores

Todos dizem que é preciso valorizar e respeitar os profes-sores. Porém, por ignorância ou intencionalidade assu-mida, muitos “discursos” contribuem objetivamente para degradar na opinião pública a imagem dos docentes, numa

espécie de variações sobre a tristemente célebre proclamação de Lurdes Rodrigues “Perdi os professores, mas ganhei a popu-lação”.- Assunção Cristas (e outros, de forma menos incisiva) espalha que é preciso avaliar os professores ou, pelo menos, modificar o modelo de avaliação. Ou seja, considera ela que a carreira docen-te é um “regabofe” em que todos progridem mesmo sem ninguém avaliar o seu trabalho. Ou que a avaliação, a existir, é uma mera formalidade sem consequências. Claro que Cristas não sabe do que fala, (ou então mente), mas na opinião pública é a imagem dos professores que é afetada: uma profissão cujo desempenho por parte dos profissionais não é avaliado não merece ser valorizada.- No debate promovido pela FENPROF, David Justino sublinhou que algumas (quais? quantas?) escolas superiores de formação de professores não têm qualidade. Ou seja, boa parte dos profes-sores estão mal preparados, são incompetentes e, se houvesse formação “a sério” muitos não conseguiriam obter a habilitação necessária. Ao não dizer quais são essas escolas, este anátema cai sobre a totalidade delas e sobre a totalidade dos docentes ne-las formados. A opinião pública será aliciada a pensar que pro-vavelmente os seus filhos estão entregues a professores incom-petentes, como sugere David Justino - um anterior ministro da Educação, responsável máximo do CNE, etc… E concluirá: para incompetentes, estão muito bem pagos.- Custa ouvir António Costa falar de concursos dos docentes su-gerindo que o bom é que cada escola escolha os seus professo-res… e que, portanto, a falta de professores (que afeta muitos alunos nas grandes cidades) é culpa dos sindicatos que insistem nos concursos nacionais. Os sindicatos, insinua-se, estão apenas preocupados com os direitos dos docentes não atendendo às ne-cessidades das escolas, dos estudantes e dos pais. - Mas o discurso mais atentatório do respeito devido aos docentes e à educação está plasmado no programa eleitoral do CDS. Pro-põe o CDS “Anualmente as escolas deverão submeter o programa da disciplina de Educação para a Cidadania a parecer obrigatório da Associação de Pais respetiva. Em caso de parecer negativo, a escola deve aprovar novo programa tendo em conta as orienta-ções propostas pela Associação de Pais”. (Pergunta-se: e porque não também os programas de Português, de História, de Filosofia, Geografia, Biologia ou qualquer outro?) A presunção de os pais imporem aos professores o que ensinar e como ensinar é o mais miserável dos discursos porque retira à profissão docente (aos docentes e às escolas) o seu princípio essencial: a autonomia pedagógica. Suporta-se numa total des-confiança relativamente aos professores e à Escola. Uma afronta!Apesar de todos estes discursos insidiosos, a população portu-guesa continua a acreditar nos professores e a ter deles uma ima-gem muito positiva, como o confirmam vários estudos publicados sobre o modo como os portugueses apreciam as profissões. Pare-ce estar já calejada contra discursos que revelam ignorância ou má-fé ou que se suportam em ideologias escondidas.

Miguel André

4. Editorial. José Feliciano Costa5. Dossier. Emergência Climática

6. A crise climática: o maior desafio que a humanidade alguma vez enfrentou8. 27 de setembro – Venham à greve! – Entrevista com jovens ativistas12. Os jovens são o presente – ASPEA – Associação Portu-guesa de Educação Ambiental15. Porque a emergência climática e a proteção dos direi-tos humanos são #amesmaluta17. Transição energética justa nas escolas18. O futuro é já hoje! Os sindicatos nas escolas devem ter um papel interventivo

19. Cidadania. O retorno do ano de todos os perigos21. Escola/Professores

21. No início do ano letivo – As Bandeiras dos Professores22. Plenário de Professores e Educadores Contratados e Desempregados24. 2º/3º CEB e Ensino Secundário – Horários é preciso dizer não aos abusos e às ilegalidades!27. Horários 1º Ciclo28. 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor29. Quem semeia desinvestimentos colhe indisciplina30. O combate à Precariedade é essencial para o sistema de ensino público32. Os sindicatos têm que envolver-se em tudo o que diz respeito à profissão – Entrevista com David Edwards33. Reivindicações inadiáveis dos Professores Aposentados

35. Opinião. 41º Congresso do Movimento da Escola Moderna Portuguesa37. Aos Sócios38. Consultório Jurídico. Período Probatório

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José Feliciano CostaDIRETOR ESCOLA INFORMAÇÃO

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Caros colegasQuero começar por desejar a todos vós, um excelente ano letivo que não se avizinha fácil, face aos desafios que temos pela frente.Acredito, no entanto, que todos vós estarão à altura desses desafios. Afinal, fazem-no diariamente, numa Escola cada vez mais complexa e exigente. Aproxima-se o fim de um mandato legislativo, persistindo muitos dos problemas que afetam a profissão docen-te e cuja resolução os Professores exigirão ao governo que sair das eleições de 6 de outubro próximo.Esta legislatura teve a particularidade de dar à Assembleia da República uma centralidade que esta já não tinha há muito tempo. No entanto, o que parecia ser uma legislatura promissora acabou por não sê-lo e, no que diz respeito aos Professores, foi mesmo dececionante.Afinal, os problemas persistem, juntando-se novas preocupações, como por exemplo a Municipalização da Educação e, até, a forte possibilidade da corporização de um ataque ao Estatuto da Carreira Docente.Apesar de reafirmarmos toda a disponibilidade para dialogar e negociar, este volta a ser o momento de exigir compromissos, de exigir ao próximo governo medidas concretas que respeitem a dignidade profissional dos Professores, designadamente:- A recomposição da nossa carreira com a devolução dos 6A 6M 23D; - Um regime específico de aposentação num país que, segundo a OCDE, tem o corpo docente mais envelhe-cido da Europa; - O fim dos abusos, ilegalidades e arbitrariedades nos horários de trabalho; - Um efetivo combate à precariedade, pela abertura de lugares de quadro nas escolas cuja necessidade, o último concurso mais uma vez veio provar, ao manter nas mesmas escolas cerca de 13 mil professores em Mobilidade Interna e cerca de 2100 renovações de contratos, o que totaliza um total de cerca de 15 mil lugares que não são de necessidade temporária, mas sim permanente; - Concursos nacionais de colocação de professores que respeitem a sua graduação profissional;- Uma escola verdadeiramente democrática, o que implica que os seus órgãos de gestão sejam eleitos tam-bém por todos os Professores;- O combate à municipalização, cujos contornos abrirão portas à ingerência na vida das escolas, degradando a qualidade da Escola Pública, processo aliás já comprovado em países onde esta foi posta em prática e onde até já se verificam tentativas de reverter este processo; - Meios humanos e materiais que permitam construir uma escola verdadeiramente inclusiva; - O cumprimento da lei que consagra o direito à negociação, princípio basilar de um Estado de Direito Demo-crático.No Ensino Particular e Cooperativo, nas IPSS e nas Misericórdias, é fundamental garantir o acordado nos Contratos Coletivos de Trabalho deste setor e o fim da caducidade, a qual constitui uma ameaça para os trabalhadores e para os seus sindicatos pois negoceiam sempre em debilidade. Exigimos que as normas pelas quais se regem estes Docentes sejam idênticas às dos Professores e Educadores do Ensino Público. Estas são as bandeiras que levaremos no dia 5 de Outubro, Dia Mundial do Professor. Estaremos na rua a celebrar e a defender a nossa dignidade profissional.

EU VOU, VEM TAMBÉM.

5 de OutubroEstaremos na rua a celebrar e a defender a nossa dignidade profissional

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EmergênciaClimática“Mudar o sistema, não o clima” é uma das expressões que exprime o que está em causa no movimento que, a nível mundial, exige que reais medidas sejam tomadas para responder à emergência climática que estamos a viver. Neste dossier o tema é abordado de diversas formas. E dá-se voz, quer a quem está diretamente envolvido nas lutas em curso, quer a quem se empenha em projetos e iniciativas que confluem para o objetivo partilhado – a luta por justiça climática e um planeta habitável. O SPGL participa também deste processo. Porque, como é sublinhado na posição assumida sobre a Greve Climática Global, “O futuro é já hoje! Temos que nos rever na liderança destes jovens, não lhes podemos roubar o futuro!”.

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A nossa casa está a arder. Esta-mos numa emer-gência climática.Ainda não esta-mos a agir como

se estivéssemos numa emergên-cia.Existe uma enorme diferença en-tre aceitar os factos da ciência climática e compreender o signi-ficado deles. Aliás, como espécie, não estamos preparados pela evo-lução para ameaças estruturais que põem em causa a civilização inteira. Uma boa parte de nós ain-da está numa negação psicológi-ca, que é muito semelhante aos primeiros minutos depois de um médico dizer que temos cancro.O problema é que temos que agir agora para ter alguma hipótese de sobreviver. Temos que agir agora para extinguir o fogo, antes de a casa inteira colapsar com tudo e todos que estão dentro dela.

Perante uma catástrofe climática, temos que re-avaliar o significado da palavra “realista”. O que é rea-lista? Continuar no mesmo siste-ma socioeconómico, com as mes-mas instituições que nos levaram à beira do colapso, é realista? É realista delegar o assunto aos ou-tros, sejam estes os políticos pro-fissionais ou as futuras gerações? É realista fingir que uma outra pessoa (um homem aranha?) vai salvar-nos o planeta?Os jovens da Greve Climática Estudantil pelo mundo inteiro ti-veram a coragem de dizer (aliás, gritar) a verdade: Esta crise ou vai ser resolvida agora, ou não será resolvida.Infelizmente, já sabemos que as políticas energéticas e climáticas no mundo e em Portugal garan-tem um aumento de 3.2-3.5ºC nas temperaturas médias globais (que equivale a um colapso ecológico). E isto, se todos os compromissos

forem realizados.Felizmente, também sabemos o que deve ser feito. A campanha Empregos para o Clima tem uma proposta compatível com a meta de limitar o aquecimento por 2ºC. É preciso criar 120-160 mil novos postos de trabalho no sec-tor público, nos setores que têm impacto direto nas emissões, e com garantia de requalificação e prioridade aos empregos para os trabalhadores das indústrias de combustíveis fósseis. No-meadamente é preciso (e tecnica-mente possível) produzir toda a energia por fontes renováveis, au-mentar os transportes públicos e eletrificá-los, e reduzir o consumo pelos edifícios melhorando a sua eficiência energética. O relatório da campanha mostra que 120 a 160 mil novos empregos para o clima podem cortar as emissões em 60-70% até 2030, que é, no momento, a única proposta po-lítica compatível com a ciência climática. Fazendo isto, podemos perder na mesma (como acontece com cancro); mas teríamos um sistema energético resiliente, des-centralizado e democrático, tería-mos melhor mobilidade e acesso às cidades, e teríamos casas mais preparadas para os extremos cli-máticos.Nos últimos meses, a campanha preparou uma lista de 10 medi-das que devem ser alcançadas durante a próxima legislatura, seja qual for o governo. É uma proposta multissetorial, e todas as metas criam emprego, cortam emissões e aumentam a justiça social. Serve também como um

A crise climática: o maior desafio que a humanidade alguma vez enfrentou

• SINAN EDEN IEmpregos para o climaI• GONÇALO PAULO IClimáximo, Greve Climática EstudantilI

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Conclusões:

Precisamos de um plano social para uma transição energética justa e rápida. Os mecanismos de mercado não resolverão sozinhos uma crise que eles ajudaram a criar. É preciso uma intervenção pública e popular para que nos foquemos nas verdadeiras solu-ções numa ótica de serviço pú-blico.Conseguir esta transição vai ser bastante trabalhoso e uma das for-mas de garanti-la com a urgência exigida pelo conhecimento cien-tífico disponível passa pela cria-ção de empregos públicos dignos nos setores-chave. A verdadeira esperança da humanidade passa

manual de luta para os próximos meses à nossa frente.Os sindicatos e as escolas têm um papel importantíssimo nesta luta, porque podem ser a garantia de que haja uma transição energética justa. O SPGL apoia ativamente uma das propostas da campanha, que é sobre Autonomia Energé-tica nos Edifícios Públicos, que exige investimento para isola-

mento térmico e alimentação de todos os edifícios públicos (ad-ministração central e local, es-colas, hospitais, tribunais etc.) com energias renováveis para eletricidade e aquecimento.

Com um isolamento térmico efi-ciente e aplicação de painéis sola-res para produção de eletricidade e aquecimento, as escolas podem tornar-se autossuficientes. O re-torno deste investimento demo-raria 5-15 anos dependendo do caso, mas é importante sublinhar que no fim deste processo estes edifícios teriam quase zero despe-sas de energia.

Esta reivindicação pode ser acom-panhada por uma série de outras intervenções sociais e políticas nas escolas, como um aumento drástico de opções vegetarianas e produtos locais nas cafetarias e

uma redução dos resíduos. Os sin-dicatos, os alunos e os pais podem envolver-se para ganhar a luta em tempo útil, não só participando nas greves climáticas mas tam-bém agindo nas escolas.O SPGL lançou recentemente um manual reivindicativo para professores, sindicalistas, alu-nos e funcionários das escolas, intitulado Transição Energéti-ca Justa nas Escolas, que serve como guião de combate à crise climática no caso das escolas em particular.Precisamos, agora, de trazer todas as nossas experiências e todos os nossos conhecimentos por uma causa comum. Precisamos, agora, de começar a agir como agíamos se a nossa casa estivesse a arder. Precisamos, agora, de cuidar duma a outra como nunca cuidá-mos. Precisamos, agora, de abrir novas frentes cada vez mais for-tes. Precisamos, agora, de vencer tudo, antes de perdermos tudo.

metropolitanas;- transição energética nos edifí-cios públicos;- acabar com a obsolescência programada;- criação de um “dia livre de car-ne” nas cantinas escolares e so-ciais;- contratar trabalhadores para florestação, vigilância florestal e bombeiros.

http://www.empregos-clima.pt/

Um Plano Social para uma Transição Energética Justa

pelos Empregos para o Clima.A maior parte das mudanças po-líticas, sociais e económicas têm de acontecer durante o mandato do próximo governo. Mas há me-tas que deviam ser aprovadas já ontem. Nomeadamente,- estabelecimento de um dia de trabalho semanal para formação profissional para os trabalhadores nos setores poluentes;- criação de uma empresa pública de energias renováveis;- expansão da rede ferroviária na-cional e internacional;- criação de uma empresa pública dedicada ao desenvolvimento de uma rede nacional de transporte público rodoviário eletrificado;- expansão das redes ferroviárias

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EI - As greves climáticas es-tudantis são apresentadas, no documento referente à Greve Climática Global de 20-27 de se-tembro, como “um sinal de luz para a gigantesca transformação que temos que fazer na próxima década”. De que transformação estamos a falar?

Alice – Estamos a falar de uma transformação de toda a socieda-de. Ou seja – do modelo económi-co em que vivemos e do modelo energético que temos agora, que não são sustentáveis. Estamos a falar de uma transformação ener-gética, uma transformação justa. Uma transformação que muda de

facto a forma como nós vivemos, a forma como olhamos para os nossos recursos naturais numa ótica de exploração. E transfor-mar isso para que tenhamos um futuro sustentável, um planeta habitável. Sabendo que temos de cortar 50% das emissões de gases de efeito estufa, a uma escala glo-bal, até 2030.

Noah – Não é só uma alteração do paradigma energético, mas também das mentalidades. Deter a mentalidade do consumismo que estivemos a construir nes-tes 50 anos, para mudar para um modelo muito mais sustentável, em que olhamos para a natureza

talvez como parte de nós, e vice--versa.

Que desafios se colocam a nível nacional e local, para estas mu-danças?

Noah – A grande dificuldade é superar a dissonância cognitiva que resulta de termos, por um lado, hábitos de uma vida inteira e uma recompensa de uma vida inteira por esses hábitos e, por outro, termos de mudá-los dras-ticamente num espaço de tempo muito curto.Porque o que tem acontecido, desde a revolução industrial, é que criámos uma ideia standard

27 de setembroVenham à greve!

• Lígia Calapez IJornalistaI

Venham à greve. Não vamos parar. São o apelo e a promessa que nos transmi-tem Alice Vale de Gato e Noah Zino – estudantes profundamente envolvidos no movimento pela emergência climática – na breve entrevista realizada poucos dias antes da Greve Climática Global de 27 de setembro. Uma entrevista em que se fala da premente necessidade de mudança, de transformação da sociedade e de mentalidades. E de que modo cada um - e em conjunto, coletivamente - pode contribuir para que essa mudança se concretize.

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do que é uma vida boa e do que é um status alto de vida. E agora temos de desconstruir isso tudo e passar a um status que é susten-tável - um status que funciona no dia-a-dia - para preservar a espé-cie humana no planeta Terra.

Alice – Para mim, um dos de-safios é fazer com que o nosso governo compreenda que não adianta nada estarmos a acumular uma riqueza – aparente e ilusória – quando não vai haver nada para o futuro e não vai haver nada para as gerações que nascem agora, para a nossa geração e também para a geração de pessoas mais velhas. Que não adianta nada ter poder e não termos vida. E é fazer perceber que o crescimento eco-nómico não é mais importante do que as vidas. Ou mais importante do que a natureza. E que essas vi-das não têm preço.Para mim, isto tem a ver com uma questão de princípios. São desafios teóricos. Agora, em relação a desafios mais concretos, a questão é como concretizar as medidas que temos no nosso manifesto. Que são me-didas muito difíceis. E o que fa-zer para os governos perceberem que é preciso concretizá-las.

Esses são os desafios a colo-car aos governos. Desafios que também têm a ver com poderes económicos. E em relação às pessoas? Em teoria parece haver abertura à mudança. Mas em ter-mos de mudança prática? Talvez tenha de ser pela positiva, pelo mostrar o lado positivo dessa mudança.

Noah – Sim. As pessoas têm mui-ta aversão ao negativo. Quando reprimimos, não resulta. A triste-za não consegue passar emoções boas. O que consegue passar tam-bém emoções boas – infelizmen-te, é por isso que temos o sistema político dos EUA - é a raiva. É a raiva e é o espetacular. E nós es-tamos a tentar ir pelo espetacular e pela parte positiva das coisas. Pelo negativo não se consegue.

Pelo negativo nunca se consegue

nada. A questão é – que perspe-tivas podes abrir às pessoas? Vai haver limitações. Mas, em con-trapartida…

Noah – Temos vida.

Talvez até uma vida melhor.

Noah – Exatamente

Alice – Exato. Eu não considero esta mudança como um ter me-nos. Porque, se formos a ver bem, o nível geral de vida vai subir. Porque vai subir para as pessoas que agora estão a ser oprimidas e para as pessoas que agora vi-vem em condições de vida ini-magináveis. Pessoas que estão a sofrer – também por causa dessas catástrofes naturais que estão a acontecer, que não são normais e que – se nada fizermos - vão con-tinuar a agravar-se nos próximos anos. Se olharmos para a grande esca-la, o nível de vida vai aumentar. E mesmo na minha vida, que sou jovem, mesmo para mim, sinto que a minha vida pode melhorar. Não é só uma questão de ter me-nos. É uma questão de ter melhor.Não me parece assim tão difícil fazer essa transformação com as pessoas. Primeiro, se fizermos a transformação ao nível de polí-ticas, as mentalidades também mudam. E vice-versa. Mas penso que é mais fácil exigir aos go-vernos do que exigir a todas as pessoas individualmente. Porque elas muitas vezes não conseguem ver o seu próprio poder. E esta-mos a tentar mostrar-lhes o seu poder. Foi isso que aconteceu a 15 de março, foi isso que acon-teceu a 24 de maio. E foi isso que aconteceu com as greves mundiais pelo clima. Nunca se esperou ver tantos portugueses a saírem à rua. Há imenso tempo que não se via 12 mil jovens em Lisboa a sair à rua – e ainda por cima por uma causa tão boa. O 27 de setembro – como não é um apelo só estudantil, é um ape-lo a toda a sociedade, para que esta veja o que se está a passar e que também pode fazer parte des-ta mudança – acho que vai con-

tribuir para uma cada vez maior consciência.

A nível internacional, como é que começou este movimento?

Noah – Começou com uma ra-pariga sueca - Greta Thunberg – que se sentou à frente do Par-lamento e disse: não vou às au-las até resolverem isto. E todas as sextas-feiras, durante bastante tempo, até agora – ela tem feito greve pelo clima e tornou-se um símbolo de esperança. Por isso, agora, estudantes de outros paí-ses começaram a acompanhá-la nisso.

Alice – Agora há 50 países que estão a corresponder a este apelo internacional de fazer greve a 20 de setembro ou a 27 de setembro, este apelo de uma semana pelo clima. Vai ser uma grande mobi-lização.

Em Portugal, como é que se orga-niza este movimento?

Noah – Organizamo-nos de for-ma horizontal. Qualquer pessoa tem a mesma força de vontade, portanto qualquer pessoa tem a mesma palavra, qualquer pessoa tem os mesmos direitos dentro do movimento. Não há líderes. É uma questão de quem investe mais tempo e quem tem mais co-nhecimento, à partida, terá mais razão no que diz. Mas, de qual-quer das formas, toda a gente tem a mesma palavra e toda a gente contribui o que quer.

Alice – E estamos a ensinar-nos uns aos outros.

Noah – Exatamente. Apostamos muito numa componente de for-mação. Quanto mais uma pessoa sabe mais ela quer ensinar os outros (aprendendo). E mais os outros aprendem. E esse ciclo vai continuando. E é um ciclo muito bom de formação e de continua-ção de conhecimento – para todos termos, no fundo, os mesmos co-nhecimentos ou conhecimentos cada vez melhores, quando apli-camos o nosso espírito crítico.

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Em termos práticos – como pro-duziram o manifesto, como orga-nizam a greve, as manifestações e outras iniciativas?

Alice – Em termos práticos, como é que nos organizámos? Já tínhamos os manifestos de 15 de março e de 24 de maio – que fo-ram sofrendo algumas alterações – e também houve outros coleti-vos ambientais a ajudarem-nos. Agora, para 27 de setembro – isto não é uma outra greve climática estudantil, é uma greve global, com várias organizações, vários movimentos ambientalistas, sin-dicatos – contamos com mais de 50 organizações neste momento. E todos deram o seu contributo para a construção deste manifesto – para ser mesmo a base que nos junta – os princípios comuns que nós todos partilhamos.

E cada um de vocês, como é que se envolveu? Porquê?

Noah – Eu diria que me envolvi, porque tenho uma grande aversão à injustiça. E penso que há aqui uma enorme injustiça. Criaram um desequilíbrio enorme. Porque um pequeno setor da sociedade acumula uma quantidade enorme de dinheiro, e uma quantidade enorme de poder. É uma secção muito pequena da sociedade que polui os noventa e tal por cento. Enquanto somos nós, e a “parte de baixo” da sociedade, quem so-fre com as consequências disso tudo.Foi, não só uma questão de injus-tiça, como um apelo à vida. Toda a gente, dentro de si, tem um instinto de sobrevivência. E, de certa forma, juntar-me aos mo-vimentos ambientalistas foi uma forma de manifestar este sentido de sobrevivência. Este querer fa-zer mais e melhor pela humani-dade.

Alice – Antes da greve climática, eu já pertencia ao coletivo Climá-ximo. Juntei-me a esse coletivo porque encontrei um sítio onde me sentia bem – também em re-lação a todas estas frustrações e ansiedades relativamente ao meu

futuro. Encontrei um sítio onde me disseram – nós vamos fazer alguma coisa, não vamos ficar só a remoer sobre isso, vamos fazer ações, vamos protestar. E onde me ensinaram imenso. Ensina-ram-me imenso sobre este caos climático em que vivemos. Sou de humanidades. Mas não é pre-ciso ser de ciências para perceber que a situação é grave.Foi aí que eu soube da greve e da preparação de todo este mo-vimento. Juntei-me e percebi que nunca tinha trabalhado com tan-tas pessoas da minha idade para algo tão importante. E esta parti-cipação deu-me muitas ferramen-tas de aprendizagem, de intera-ção com outras pessoas. Foi um grande crescimento. Acho que é esse crescimento que nós quere-mos para a nossa sociedade – em termos de informação, em termos de lutar pelos nossos princípios.

O ponto de partida aqui foram os estudantes. É uma luta que é ra-dical, muito exigente e em que o tempo escasseia. Como alargar o movimento a outros setores da sociedade? Como mobilizar as pessoas? Não é fácil.

Noah - Não é nada fácil. Porque, para além de haver uma diferença geracional grande e o preconcei-to – os jovens não sabem nada, há quem, simplesmente, nem nos queira ouvir, porque têm aversão a mudar a sua vida.

Ou as suas ideias.

Noah – Sim. É mais as suas ideias. Porque a transição ener-gética não levaria a enormes mu-danças de vida. Vai levar a enor-mes mudanças sistémicas. Mas as pessoas vão continuar a viver e vão manter um nível de vida re-lativamente bom – se mudarem a sua mentalidade.Historicamente, o único modo de mudar a vontade política de forma rápida e eficiente são ma-nifestações e revoluções. Como nós não queremos destruir a de-mocracia – temos manifestações a fazer. E passar informação. Seja nas redes sociais, seja em jornais,

seja em todos os meios de comu-nicação – televisão, rádio – temos de estar lá presentes. A informa-ção de que estamos do lado cer-to da história. Porque estamos a lutar por uma coisa que é muito simples – que é a nossa vida e a vida de toda a gente.

Em termos concretos, como am-pliar o movimento? Como passar de um movimento estudantil para um movimento global?

Alice – Já nas últimas greves vários coletivos subscreveram o nosso manifesto. E as greves noutros países, a nível internacio-nal, já estavam a ser globais. Não são só estudantis.Na Europa, este movimento inte-gra-se noutro movimento – o By 2020 We Rise Up. O que significa que em 2020 – nós vamos revolu-cionarmo-nos.Vamos revolucionarmo-nos pa-cificamente. Mas vamos fazer uma escalada enorme, até que a resposta à crise climática se torne mesmo a maior urgência.E então, pensámos – 27 de setem-bro – estamos a chegar a 2020 – vamos fazer uma greve global – estamos a falar, não apenas de uma greve estudantil, mas de uma greve global.Entretanto, fomos adquirindo mais conhecimentos com outros coletivos que nos ajudaram. Tam-bém tivemos mais contatos, com outros coletivos, com sindicatos. E estamos a tentar fazer perceber a importância desta luta.

Tem-se conseguido avançar? Que dificuldades maiores se têm levantado?

Alice – Não sei. Bom – a função dos sindicatos é proteger os seus trabalhadores. E eu compreendo que seja difícil quando se trata de empregos que, se a nossa vontade seguir em frente, vão ser encerra-dos. Mas nós queremos a requali-ficação dos trabalhadores.Aliás, uma das medidas do nosso manifesto é a requalificação des-tes trabalhadores para empregos para o clima. É esse o nosso obje-tivo. E nunca deixar trabalhado-

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res para trás.

Falando da escola e dos profes-sores? Que papel poderiam/de-veriam ter? Que se poderia fazer?

Noah – Os professores têm um papel gigante nesta situação. Por duas razões. Primeiro, porque são eles que estão a educar as próximas gera-ções. Portanto – são eles que no fundo são uma figura de respei-to, são uma figura que transmite informação e são uma figura que os alunos – em princípio, se tudo correr bem – ouvem.Assim, os professores têm um papel muitíssimo importante, mostrando aos seus alunos que – mesmo não estando no parla-mento, mesmo não estando den-tro da política partidária – têm um enorme poder. Nas manifes-tações. Nos movimentos em que participamos.Uma outra mensagem muito im-portante que os professores po-dem passar – é que a culpa não é necessariamente do indivíduo. Os alunos têm que ter os seus atos pessoais bem alinhados com um mundo diferente e com uma mentalidade melhor. Mas eles têm de entender também que há um alvo maior e há um inimigo em comum que todos nós te-mos – que é um sistema que não

é sustentável. É um sistema que não funciona para todos nós. É um sistema que não salvaguarda a nossa vida. Os professores têm que conseguir passar a mensagem que – a culpa não é só tua, não és só tu que vai fazer a diferença, somos todos nós juntos num ato coletivo, de todos os movimentos em que podemos participar.

Alice – Queria só sublinhar tam-bém que não nos podemos des-responsabilizar – quer seja em atos individuais quer seja saindo às ruas – porque vamos sempre fazer a diferença. E é nisso que nós temos que acreditar. Porque este movimento começou com uma pessoa, e agora somos mi-lhões.Temos que assumir a nossa res-ponsabilidade em fazer parte da mudança. Temos que nos insurgir contra a forma como está organi-zado o mundo em que vivemos e não só tentar jogar pelas suas re-gras.Mas acho que os professores po-dem incentivar os alunos a faltar às aulas… E que os professores podem faltar às aulas com os alu-nos. Tal como vão com os alunos a visitas a museus, visitas de estu-do – porque não ir fazer história? Porque não sair à rua para partici-par numa coisa que vai estar num manual de história daqui a uns

anos. E porque não lhes dar essa lição, essa aprendizagem – tu podes fazer política, saindo à rua e participando numa ação de pro-testo muito maior que tu. É uma exce-lente forma de ensi-nar os adolescentes e as crianças e os adultos também, a lutar pelos seus princípios e a tor-narem-se parte de algo maior, a não se conformarem com a forma como as coisas estão a acon-tecer.

Quais os próximos passos desta “Re-

belião pelo Clima”? O que é que se segue?

Alice – Isto é um movimento in-ternacional – há 165 países, pelo menos, que vão fazer a greve. Na Europa e em Portugal, estas ações estão relacionadas com o By 2020 We Rise Up.A greve é antecedida por uma se-mana pelo clima – que também é internacional – cheia de ações, sempre pacíficas. Quer de deso-bediência civil, quer de palestras ou informativas. E culminamos no dia 27 de setembro com uma grande greve que, por enquanto, já está confirmada em cerca e 30 locais. Mas vai crescer.Queremos mesmo que esta seja maior que a de 15 de março e a de 24 de maio. Nós queremos mes-mo parar a sociedade. Queremos parar para avançar – como diz o nosso manifesto. E não vamos parar.

Noah – Depois das greves e das ações da semana de 20 a 27, va-mos fazer um momento relativa-mente curto de reflexão. Vamos olhar para trás e ver – o que é que correu bem, o que é que correu mal. E, a seguir, vamos ter ação outra vez.

Alice – Venham à greve!

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“São os jovens que vão ter um papel muito ativo no projeto”

O projeto “Vamos Cuidar do Pla-neta!” tem as suas raízes num projeto internacional, numa con-ferência internacional realizada no Brasil, em 2009. Depois, foi criada uma rede europeia “Let’s Take Care of the Planet!” pela mão da associação francesa Mon-de Pluriel. Em 2018 foi realiza-da uma conferência europeia em Portugal, “no sentido de dar visi-bilidade ao projeto aqui em Por-tugal”, diz-nos Laura Munera. E, seguindo este objetivo, a ASPEA candidatou-se a um financiamen-to, a um fundo dos EEAgrants, que vem da Noruega, do Lie-chtenstein e da Islândia, e os ope-radores do fundo em Portugal são a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Bissaya Barreto. “Nós candidatámo-nos ao eixo

1 deste programa com o projeto ‘Vamos Cuidar do Planeta!’ de modo a trazermos a metodologia de trabalho de ‘Let’s Take Care of the Planet!’ a Portugal de uma forma estruturada e em rede”. Para isso contamos com a parce-ria da Assembleia da República, do IPDJ – Instituto Português do Desporto e Juventude, do CJL--Centro de Juventude de Lisboa, da Universidade Nova de Lisboa, de uma universidade da Noruega, o Centre for Colaborative Lear-ning da Inland Norway Universi-ty, da Direção Geral de Educação e de 5 centros CFAE – Centros

de Formação de Associação de Escolas.O projeto segue uma metodolo-gia em que o pilar principal são os jovens, neste caso do 7º e do 8º ano, e centra-se em problemas socioambientais. “São os jovens que vão ter um papel muito ativo no projeto. A ideia é que todo o projeto seja guiado por eles com uma facilitação dos professores. Eles têm que identificar um pro-blema socioambiental local, ou seja, na sua comunidade, pode ser na sua escola, no seu bairro, na sua freguesia, e eles vão ter que ir à procura de uma solução

“Muitas vezes se fala que os jovens são o futuro, mas na visão deste projeto e espero que de muitas pessoas, os jovens são o presente”

• Sofia Vilarigues IJornalistaI

A Escola Informação esteve à conversa com

Laura González Munera, da ASPEA – Associação

Portuguesa de Educação Ambiental,

sobre o projeto “Vamos Cuidar do Planeta!”,

a atividade da Associação e a Greve Climática.

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para este problema. Para ir à pro-cura desta solução vão ter que contar com a parceria também de intervenientes locais, junta de freguesia, pequenas empresas, outros grupos juvenis, outras as-sociações”.“Para irem à procura do proble-ma podem organizar visitas de estudo, podem ler jornais locais, podem fazer entrevistas, podem falar com empresas e descobrir em conjunto problemas, para depois irem à procura das solu-ções”, desenvolve Laura Munera.Uma das fases importantes des-ta iniciativa são as conferências, nas quais há intercâmbio de ex-periências. Mas o objetivo é tam-bém criar uma carta de corres-ponsabilidade, porque chegar aos encarregados de tomada de deci-sões é um dos objetivos de todo o projeto, bem como influenciar as políticas que vão ser imple-mentadas. “Temos conferências escolares, porque este projeto é organizado por alunos do 7º e do 8º, daí que comuniquem na sua escola. Depois há uma segunda fase de conferências regionais, neste caso serão realizadas apro-veitando os centros de formação de professores destes agrupa-mentos de escolas. E depois há

uma conferência nacional e uma conferência europeia. Neste pri-meiro ano, 2019/2020, só vamos ter as conferências escolares e regionais e uma nacional, mas já no próximo ano vamos ter uma conferência europeia, porque europeia infelizmente não pode ser organizada todos os anos”, diz-nos Laura Munera. “Duran-te estas conferências, não só há um intercâmbio de experiências do que foi feito por cada um dos grupos mas, também, o objetivo é criar uma carta de recomenda-ções, que pode ser divulgada num cartaz ou noutro suporte, criarem documentos que descrevam reco-mendações a nível de decisores políticos. É uma carta de corres-ponsabilidade, e aí dão recomen-dações, ou coisas que consideram que poderiam ser mudadas ou implementadas, sempre num tom ‘nós estamos a fazer isto, e vocês o que estão a fazer?’. Porque este projeto também prevê eventual-mente poder mudar ou alterar ou ter algum tipo de intervenção a nível de decisões de política pú-blica. Também, quando são orga-nizadas as conferências, nós va-mos dizer às escolas que a ideia é que convidem sempre um repre-sentante político. E nós vamos

querer que os alunos participem em assembleias municipais ou em debates que são organizados a nível de freguesia. A conferência nacional é organizada na Assem-bleia da República, com deputa-dos nacionais.”Na conferência europeia já rea-lizada em Portugal, em maio de 2018, “uma das sessões foi na Assembleia da República e para os alunos foi muito impactante, foi no salão nobre, ou seja, na sala grande. Os jovens de cada país explicavam qual era o problema do seu país e perguntavam aos deputados como esse problema era tratado em Portugal”. O pro-blema colocado pelos portugue-ses foi o dos fogos. “Acho que foi interessante ver a dinâmica, pe-diam voz, faziam diálogo”. Para a próxima conferência nacional do projeto, será organizada também uma sessão na Assembleia da Re-pública, “temos de ver como será todo o debate estruturado, ainda não sabemos se agrupar os pro-blemas por temas ou por locais”. No fundo, trata-se “também que os alunos sintam que a sua voz é ouvida, e verem de que forma os políticos ouvem as suas preocu-pações, porque muitas vezes se fala que os jovens são o futuro,

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mas na visão deste projeto e es-pero que de muitas pessoas, os jovens são o presente”.O projeto envolve formação de professores. “Este projeto tam-bém prevê formação de profes-sores, para fazer este acompa-nhamento do projeto nas escolas. Também houve formação interna ao nível de técnicos da ASPEA, digamos formação de formado-res. Vamos ter, a partir de outu-bro, formação de professores. Esta formação vai ter um formato de oficina de formação. Vamos ter sessões presenciais e sessões de trabalho autónomo. De forma que vão tendo formação das dife-rentes fases do projeto, da fase de investigação, de análise do pro-blema, de organização da confe-rência, de solução do problema”.Neste ano há 20 escolas envol-vidas no projeto. E para o ano a ideia é abrir a mais escolas.

“Acho que temos de ser interventivos”

Uma das apostas da ASPEA é a formação de professores. “A AS-PEA tem um conjunto de ações de formação acreditadas. Uma formação pela qual somos bas-tante solicitados é uma formação que temos de Aprender Fora de Portas, na qual focamos na neces-sidade de trabalhar com os alunos no espaço exterior. Também de-

pois, em todos os projetos que desenvo lve -mos, incluímos uma formação a professores. Outro evento que organiza-mos anualmente são as jornadas pedagógicas de educação am-biental, que estão acreditadas com uma ação de formação para professores”.A ASPEA é a entidade afiliada da Carta da Terra em Portugal e está envolvida numa rede de países e comunidades de língua portugue-sa de educação ambiental. Tem núcleos em Lisboa, que é a sede, em Aveiro, nos Açores, em Viseu e em Bragança. Organiza as Jor-nadas Arte e Ambiente. Em Avei-ro tem uma quinta ecológica, de uma parceria entre a Santa Casa da Misericórdia e a ASPEA - é um espaço de 16 hectares, com hortas, um centro de formação, e aí são dinamizadas ações. E em Bragança tem a Aldeia de Mós. Em Lisboa, tem também um pro-grama de voluntariado ambien-tal, em que no último domingo de cada mês é organizada uma ação nas zonas de Setúbal, Santarém e Grande Lisboa e sempre em par-ceria com uma entidade local. “A ideia é dar voz ao local”.A ASPEA apoia a Greve Climáti-ca. “Eu participei na primeira que houve, vou participar nesta, não

consegui participar na anterior. Achei impressionante ver tantos jovens neste tipo de manifesta-ção. E gostei muito dos cartazes que muitos dos miúdos utiliza-ram, a relação com a linguagem dos jovens. Nas últimas jornadas que tivemos, em Lousada, que coincidiram com a greve de 15 de março (fui à greve de manhã e fui logo a correr para Lousada), participaram duas jovens que es-tiveram a organizar a Greve Cli-mática em Coimbra e explicaram como foi o processo de mobili-zação e de participação. E deu--me uma esperança, porque são jovens e já estavam a organizar, criaram plataformas, Facebook, WhatsApp, cartazes. A nível da associação, da ASPEA, sempre apoiámos a greve e divulgamos a greve e os trabalhadores vão à Greve Climática. Sempre que há assim este tipo de manifesta-ções apoiamos. Na dos fogos da Amazónia também estivemos presentes. Acho que temos de ser interventivos. Às vezes temos de parar e gritar o problema”.

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Se pensa que a emer-gência climática tem a ver só com ursos polares em-poleirados em ice-bergs a derreter e

tartarugas com colares de plásti-co, pense duas vezes. As altera-ções climáticas são uma questão de direitos humanos, são a maior questão de direitos humanos que temos entre mãos neste século.***Não é necessário imaginar cená-rios futurísticos para perceber que estamos a falar da vida e dos di-reitos de milhões de pessoas. Bas-ta seguir o caso de Marinel Su-mook Ubaldo e da sua aldeia nas Filipinas e olhar para os eventos atmosféricos extremos que acon-tecem com cada vez mais fre-quência no mundo inteiro. Num esquema perverso, quem está já a sofrer por causa das alterações climáticas são grupos e comuni-dades em situação de discrimi-nação e desigualdade, que veem os seus direitos à vida, à saúde, à água e à alimentação violados.O comboio já corre a toda veloci-dade na direção do descarrilamen-to. Se nos limitarmos a apreciar a viagem que nos resta, ignorando a atual crise ou implementando soluções de fachada, se a tempe-ratura do planeta subir mais do que 1,5 graus, os direitos huma-nos de toda a gente estarão em risco. O planeta é o espaço onde usufruímos dos nossos direitos e, por isso, descuidar a emergência climática ou rotulá-la como uma questão para um pequeno gru-

po de ambientalistas radicais é o mesmo que não olhar para o qua-dro global do problema.***Nesta reflexão sobre as alterações climáticas e os direitos humanos é necessário considerar também um outro ângulo, o das soluções. Face a esta crise global é fundamental que os direitos humanos sejam o ponto de partida de qualquer polí-tica pública e iniciativa individual ou coletiva, para não deixar nin-guém para trás. Recusamos qual-quer proposta que, como na série de televisão brasileira 3%, arranje um espaço seguro para um grupo privilegiado de pessoas, deixando milhões de outros seres humanos no caos.

Na mesma linha de raciocínio é necessário garantir que as alterna-tivas sustentáveis, no que diz res-peito ao abastecimento de energia e aos consumos, sejam também éticas. A Amnistia Internacional denunciou, em 2016, os casos de exploração do trabalho infantil na extração de minerais usados nas baterias de ião-lítio para veículos elétricos e outros equipamentos, bem como problemas ambientais no que diz respeito ao fim do ciclo de vida destas baterias.***A Amnistia Internacional é co-nhecida por saber apontar o dedo aos diretos responsáveis de viola-ções dos direitos humanos e, atra-vés do contributo fundamental do

Porque a emergência climática e a proteção dos direitos humanos são #amesmaluta

• Matia Losego IDiretor de Juventude e Educação para os Direitos Humanos, AII

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ativismo de milhões de pessoas em todo o mundo, exigir ações concretas que possam pôr fim, de forma estrutural, a estes casos. No caso da luta contra as alterações climáticas a nossa abordagem não é diferente. Aplaudimos e enco-rajamos a ação individual de mi-lhões de cidadãs e cidadãos, como a escolha de meios de transportes sustentáveis e a recusa do plásti-co de uso único. Na nossa ação de campanha e advocacia, toda-via, apontamos também o dedo a governos, especialmente aos dos países do G20, e às grandes empresas e corporações, respon-sáveis por uma grande fatia das emissões de CO2 a nível global.

É necessário, e urgente, que os governos passem das declarações às políticas públicas para reduzir, de forma sistémica, as emissões de CO2 e as outras práticas no-civas para o ambiente, para o ser humano e outras espécies.É ainda necessário, e urgente, repensar todo o nosso modo de vida, baseado no consumo e no lucro imediato, cuidando também da transição de milhares de traba-lhadores e trabalhadoras da indús-tria do combustível fóssil porque o trabalho digno também é um direito humano.É também necessário, e urgente, que as grandes empresas inves-tiguem e tornem públicas todas as etapas dos seus ciclos de pro-dução. Desde os anos 80 a aca-

demia e a ciência alertam para o problema e propõem soluções. Falta, como diz Greta Thunberg, informarmo-nos e ter a vontade política.***Desde 2018 jovens em todo o mundo têm liderado as mobiliza-ções para o clima, como a Greve Climática Global, contribuindo para levar estas questões às pri-meiras páginas dos jornais e às conversas pessoais e fazendo su-bir a pressão junto dos represen-tantes políticos nas alturas das Cimeiras de Ação Climática da ONU, como a de Nova Iorque em setembro 2019, e as Conferências das Partes (COP) da Convenção-

-Quadro das Na-ções Unidas sobre Mudança do Clima (UN-FCCC), que irá acontecer em Santiago do Chi-le em dezembro deste ano.Estas e estes jovens ensina-ram às pessoas adultas, e talvez também às or-ganizações da sociedade civil, uma importante lição sobre res-ponsabilidade, ativismo e parti-cipação cidadã.

É importante reconhecer o valor destes movimentos, como fez a Amnistia Internacional com a atribuição do Prémio de Embai-xadores de Consciência a Greta Thunberg e ao movimento Fri-days for Future.Nas escolas ouve-se muitas ve-zes, demasiadas vezes, que os e as jovens não têm interesse em nada para além do telemóvel. Esta afir-mação, para além de estar muito longe da realidade, é claramente desmentida pelo exemplo que os e as jovens estão a mostrar-nos e pelo seu envolvimento no movi-mento contra as alterações climá-ticas.Para além de serem cidadãos e ci-dadãs, quem trabalha em contex-tos educativos tem também res-

ponsabilidades acrescidas. Cabe a docentes, educadores e outros profissionais que lidam com jo-vens apoiar estes e estas jovens, mesmo quando a sua participação implica faltar às aulas. Cabe-nos também olhar para este movi-mento como uma oportunidade de aprendizagem, integrando es-tes temas nos currículos e crian-do espaços de debate, ativismo e advocacia.***Neste cenário a Amnistia Interna-cional dá o seu contributo a nível global e nacional, seguindo as suas três áreas de trabalho: atra-vés da investigação, independente e concertada com outras entida-des; através da advocacia junto de governos e empresas, como foi o caso do Peoples’ Summit on Cli-mate, Rights and Human Survi-val, que foi organizado em Nova Iorque em setembro; através da mobilização na Semana de Ação Global pelo Clima e o seu segui-mento.Na área de Juventude e Educação para os Direitos Humanos, a Am-nistia Internacional Portugal abriu um leque diversificado de oportu-nidades de participação e aprendi-zagem dirigida a jovens entre os 15 e os 24 anos.As oportunidades principais são os Encontros de Jovens Ativistas, a acontecer entre final de outubro e início de novembro deste ano e centrados especificamente nas li-gações entre as alterações climá-ticas e os direitos humanos. Como porta de entrada nestas questões e na própria Amnistia Internacional está também a de-correr um concurso fotográfico no Instagram sobre estes temas, com o slogan #amesmaluta.Por fim a Amnistia, também gra-ças aos inestimáveis contributos dos seus ativistas, organiza ses-sões de Educação para os Direi-tos Humanos nas escolas e apoia a criação de grupos escolares de ativistas.Continuem a contar connosco, porque nós contamos convosco, para defender o planeta e os direi-tos [email protected]

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O documento desdo-bra-se em vários itens:- Alterações climá-ticas: o maior desa-fio que a humani-

dade alguma vez enfrentou – que tem como temática A Terra está a aquecer, Nós estamos a aquecer a Terra, O futuro do clima;- As políticas climáticas – com destaque para Justiça climática e Políticas energéticas em Portugal;- Uma transição energética justa e transformativa – que aborda De-mocracia energética, Empregos para o Clima, Transição justa nas escolas, Um plano de intervenção pelo clima nas escolas;Nas conclusões, salienta-se que “no dia 15 de março de 2019, ao finalizarmos este documento, mi-lhares de alunos e alunas em Por-tugal, inspirados pelas palavras da Greta, faltaram às aulas para exi-gir ação climática. No mundo, 1.4 milhões de alunos e alunas falta-ram às aulas neste dia.“Revemo-nos na liderança destes jovens. Temos a certeza que os professores com os seus conheci-mentos e os sindicalistas com as suas experiências de intervenção reivindicativa podem comple-

mentar esta energia. Imaginamos este caderno como uma ferramen-ta de aliança intergeracional pela justiça climática”.

Transição energética justa e transformativa

“No movimento sindical global, a expressão ‘transição justa’ é conhecida como algo que signi-fica proteção social do sustento de trabalhadores e comunidades; formação e requalificação; nego-ciação coletiva, consultas sociais e diálogo social. Tem sido o lema sindical desde os diálogos sobre o clima em Copenhaga em 2009, e pela primeira vez foi reconhecido no preâmbulo do Acordo de Paris em 2015”.Isto pressupõe uma democracia energética. “Uma transição jus-ta não é apenas um conjunto de reivindicações para assegurar a proteção dos trabalhadores, famí-lias e comunidades. Isto é neces-sário, mas só poderemos ter uma verdadeira transição energética se democratizarmos o sistema ener-gético e acabarmos com as desi-gualdades e injustiças nele conti-das”.

De facto, “Um dos termos im-portantíssimos que o movimen-to sindical internacional usa é a democracia energética. Esta rei-vindicação está baseada em três pilares: utilização de fontes de energia limpas e sustentáveis, sob controlo público, geridas pelas comunidades”.

Transição justa nas escolas

No setor da educação “é essencial enfrentar o mito de as alterações climáticas serem um problema só para as futuras gerações. É um facto que a crise climática não só afeta dezenas de milhões de pes-soas neste momento; também é urgente agirmos nos próximos 5 a 10 anos para evitar um caos cli-mático irreversível”.Para além das ações na rua – como a greve climática - “os sindicatos, nas escolas, podem ter um papel importantíssimo na defesa e im-plementação das políticas concre-tas para uma transição justa”. “Há ainda muitas escolas em Portugal pouco alertadas para as questões que se relacionam com as consequências das alterações

“Imaginamos este caderno como uma ferramenta de aliança intergeracional pela justiça climática”“O Movimento Sindical, enquanto promotor da transformação social, tem de assumir este desiderato, a defesa do planeta”. São palavras de José Costa, presidente do SPGL, na introdução ao Manual Reivindicativo para Professores, Sindicalistas, Alunos e Funcionários das Escolas – Transição Energética Justa nas Escolas, editado pelo SPGL, SPN e Empregos para o Clima, em vésperas da Greve Climática Global de 27 de setembro.Aqui se faz uma breve síntese deste documento. Com destaque para exigência de uma transição energética que seja justa e transformativa e, naturalmente, para uma transição justa nas escolas.

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A expressão “tran-sição justa“ foi adotada pelo movimento sin-dical global, des-de os diálogos

sobre o clima em Copenhaga, no ano de 2009. Uma Transição Energética Justa e transformativa é muito mais que um conjunto de reivindicações, é permitir que sejam as gerações futuras a decidir como preservar as bases mínimas para um plane-ta habitável.Os sindicatos nas escolas devem

O futuro é já hoje!Os sindicatos nas escolas devem ter um papel interventivo

• José Feliciano Costa IPresidente do SPGLI

ter um papel interventivo junto das comunidades educativas na implementação de políticas que concretizem um plano de inter-venção pelo clima nas escolas.O SPGL está envolvido neste projeto, com outras organizações, tendo já contribuído para a elabo-ração de um “ Manual Reivindi-cativo para Professores, Sindica-listas, Alunos e Funcionários das Escolas“, que será distribuído brevemente.No dia 27 de setembro, a greve pelo clima tem que dar um sinal inequívoco de que as alterações

climáticas já não são um cená-rio hipotético para um futuro próximo; o presente revela que milhões de pessoas já estão a ser afetadas, sofrendo com os impac-tos do clima. Para este dia, a FENPROF e os seus sindicatos já emitiram um pré-aviso de greve, que permite a qualquer Professor aderir ou par-ticipar em qualquer iniciativa que venha a decorrer.O futuro é já hoje! Temos que nos rever na liderança destes jovens, não lhes podemos roubar o futu-ro!

climáticas. Apesar de algumas iniciativas, como as da Assem-bleia da República, não existem planificações de atividades edu-cativas sistemáticas nas escolas públicas.“A atuação governamental li-mita-se a permitir a criação de projetos no âmbito da autonomia

curricular das escolas, mas não intervém direta ou indiretamente na formação de diretores, de pro-fessores e de assistentes opera-cionais, no âmbito das alterações climáticas”.Assim, as escolas precisam, “nos espaços e tempo das suas comu-nidades educativas (alunos, pro-

fessores, elementos da direção e da gestão intermédia, assistentes operacionais, pais e encarrega-dos de educação, instituições culturais e económicas) de criar planos de intervenção, em várias vertentes”.

https://www.spgl.pt/

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Joaquim Jorge Veiguinha

Em 3 de agosto de 2020, em pleno verão, tudo indica que se tenha (re)iniciado o ‘inverno nuclear’: a retirada dos EUA de Donald

Trump do Tratado das Forças Nuclea-res de Alcance Intermédio (INF, em inglês), assinado em 1987 por Mikhail Gorbatchev, Presidente da ex-União Soviética, e Ronald Reagan, o seu homólogo norte-americano, assinalou o fim da Guerra Fria e do chamado ‘equilíbrio’ do terror com a proibição da parte das duas superpotências da época do armazenamento, experimen-

tação e desenvolvimento deste tipo de mísseis nucleares. Esta medida aponta para a reinauguração de um novo período de proliferação nuclear de consequências imprevisíveis, que se julgava ultrapassado, tendo em conta o atual contexto político internacional de recrudescimento da extrema-direita e de refluxo dos movimentos sociais defensores da paz.Esta imprevisibilidade deve-se a um conjunto de novos fatores, de que poderemos destacar os seguintes:- novas armas poderosas, extremamen-te letais e precisas que não existiam anteriormente, como os misseis

hipersónicos, os robôs assassinos, que podem ser teleguiados por ‘hackers’ provocando destruições inimagináveis, para não falar dos ataques cibernéticos cada vez mais sofisticados;- às duas potências nucleares da Guerra Fria, EUA e União Soviética, juntaram-se outras que, como China, a Índia e o Paquistão, e mais recen-temente, a Coreia do Norte e Israel, que ganham uma maior relevância, o que abre a porta a que surjam outras novas, como poderá acontecer com o Irão submetido a um boicote dos EUA, em consequência de um progra-ma nuclear para fins pacíficos reco-

O retorno do ano de todos os perigos

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nhecido pela União Europeia, mas que a Administração Trump rejeita.- a grande disparidade entre as despesas militares que coloca os EA na vanguarda com 649 mil milhões de dólares (36% do total mundial), seguindo-se a China a grande distân-cia com 250 mil milhões (14% do total mundial) e a Rússia apenas em sexto lugar com 61,4 mil milhões de dólares, 10, 5 vezes menos do que os EUA, apesar destas pesarem no seu PIB 3,9% contra apenas 3,1% dos EUA, ultrapassada pela Arábia Saudita (67,4 mil milhões), uma ‘colónia’ dos EUA, que ocupa o terceiro lugar e, su-cessivamente, pela Índia e pela França (Fonte: El País, 4. 08. 2020).

A disseminação nuclearNeste novo contexto internacional claramente hegemonizado pelos EUA de Donald Trump, tanto sob o ponto de vista quantitativo como sob o ponto de vista qualitativo, na conceção das novas armas, abre-se um período de

incerteza que encorajará as outras potências nucleares a modernizarem os seus arsenais para reduzirem o mais possível a sua distância relativamente ao potencial bélico norte-americano. Um dos principais perigos que se avizinha é a não renovação do Tratado New Start, negociado entre os presi-dentes Obama e Putin, que estabelecia o número de ogivas nucleares desen-volvido pelos EUA e a Rússia, que ca-duca em 21 de fevereiro de 2021, mas que Trump considera um acordo que favorece a Rússia. Transformando-se numa potência nuclear menor, esta tenta, por assim dizer, fazer das suas fraquezas forças, pois se sente legiti-mada a prosseguir e reforçar a senda nuclear com a aposta em mísseis intermédios de curto e médio alcance que podem atingir os seus alvos num espaço de minutos, o que, aumentando significativamente os níveis de impre-visibilidade e incontrolabilidade da resposta dos eventuais adversários, po-derá desembocar num conflito nuclear de consequências catastróficas. Apesar do Instituto de Investigação para a Paz Internacional de Estocolmo, orga-nização independente, estimar que a Rússia possui 6500 a 7000 ogivas nucleares, considera também que o arsenal russo é obsoleto quando é comparado com o dos EUA, penas 67 000 milhões de euros anuais quando comparado com o norte-americano que vale 610 000 milhões de euros, que mesmo assim representam apenas 3,1% do seu PIB contra 4,9% da Rús-sia. Perante estes desequilíbrios não adianta que Moscovo ‘cante de galo’, ameaçando que, se os EUA colocarem os seus mísseis na Europa, como o fizeram em 1983 com os Pershing II na Alemanha ocidental, com provável beneplácito da NATO que tem apoiado as posições dos norte-americanos, apontará os seus para o velho conti-nente e para os EUA.

“New Start”, que futuro?Atualmente a situação pode tornar--se completamente incontrolável,

desencadeando uma escalada nuclear favorecida pelo enorme desequilíbrio de forças entre os EUA e Moscovo que, ao que tudo indica, está a desen-volver em Kaliningrado, zona situada entre a Lituânia e a Polónia, o míssil de cruzeiro terrestre 9M729 (SS-C8, segundo a NATO), num período em que as suas debilidades aumentam em consequência das sanções ocidentais pela anexação da Crimeia. A tendência de a China não se deixar ficar para trás nesta eventual escalada armamentista aumenta, enquanto potências nuclea-res como a Índia e o Paquistão, cada vez mais envolvidas no conflito à volta de Caxemira, região que integra o território indiano mas tem uma po-pulação maioritariamente muçulmana, poderão passar a uma fase perigosíssi-ma de ‘ajuste de contas passadas’ que não exclui uma espiral de retaliação e contrarretaliação que poderá desembo-car na utilização de armas nucleares.Apesar da demissão do Conselheiro para a Segurança de Donald Trump, John Bolton, seguramente uma boa notícia para a paz no mundo, não está garantido que os perigos da disseminação das armas nucleares se inverta e mesmo diminuam, tanto mais que esta personagem deixou um tenebroso legado com os obstáculos que estabeleceu à renovação do New Start, partilhados pela Administração norte-americana: por um lado, com o pretexto da debilidade russa, a rene-gociação deste Tratado, deve incluir as ‘novas potências’ nucleares, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Coreia do Norte, mas também Israel que, após negar durante anos que pos-suía armas nucleares se junta agora ao ‘clube’; por outro lado, quanto maior for o número de partes, mais difícil se tornará chegar a um acordo, tanto mais que os EUA contarão com o apoio inequívoco do Estado judaico e, consequentemente, os riscos de o New Start não ser prorrogado aumentarão. Poder-se-á dizer, parafraseando o títu-lo de um filme de 1982 do realizador australiano Peter Weir, que se reini-ciou no verão de 2020 o ano de todos os perigos.

Neste novo contexto internacional claramen-te hegemonizado pelos EUA de Donald Trump, tanto sob o ponto de vis-ta quantitativo como sob o ponto de vista quali-tativo, na conceção das novas armas, abre-se um período de incerteza que encorajará as ou-tras potências nucleares a modernizarem os seus arsenais para reduzirem o mais possível a sua distância relativamen-te ao potencial bélico norte-americano.

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Na sua primeira reunião des-te ano letivo, o Conselho Nacional da FENPROF aprovou um documento

com os principais objetivos de luta a desencadear logo após as eleições de 6 de outubro.O documento sublinha que “os profes-sores estão disponíveis para dialogar e negociar”, mas exigem do futuro governo seriedade política, competên-cia técnica e pedagógica e espírito de abertura – o que manifestamente não foi apanágio da equipa ministerial que agora cessa funções.Sem prejuízo de outras “batalhas” que surjam ao longo do tempo, o Conselho Nacional definiu como “bandeiras” de luta dos professores:- A recuperação do tempo de serviço em falta para se contabilizar, na totali-dade, o tempo de serviço roubado. Fal-ta recuperar 6 anos, 6 meses, 23 dias.- A aposentação, “exigindo a aprova-ção de um regime específico de aposen-tação para os docentes”. Rejuvenescer a profissão docente é uma imperiosa

necessidade, reconhecida, de resto, por governantes, pela OCDE, pela In-ternacional da Educação. E sobretudo sentida pelos professores e educadores. É preciso passar do reconhecimento às soluções!- Horários de trabalho: combater os abusos e as ilegalidades que transfor-mam um horário laboral supostamente de 35 horas numa carga que atinge, em média, as 48 horas. É preciso dar con-teúdo à afirmação do ministro Brandão Rodrigues: o que não está no horário não existe!- Combater a precariedade: um com-bate de longa data, em que os ganhos reais já obtidos estão longe de ser su-ficientes. O número de vagas nos qua-dros de escolas/agrupamentos continua longe de corresponder às necessidades permanentes dos estabelecimentos e à exigência de uma escola de qualidade e de sucesso para todos. É imperioso rever a chamada “lei travão” de modo a que ela não permita manter em situa-ção de contrato “a termo” professores e educadores com 15 ou mais anos de

No início do ano letivoAs Bandeiras dos Professores

serviço!- Concursos justos: os que garantem que não há ultrapassagens de professo-res e educadores mais graduados por outros com menor graduação. E, claro, concursos nacionais.- Gestão democrática: condição de melhoria da escola pública. Condição para uma melhor defesa dos direitos de professores e estudantes.- Combater a municipalização: um combate para garantir a autonomia das escolas face à previsível tentativa de ingerência dos municípios. Um com-bate para evitar que se aprofundem as assimetrias regionais já existentes.- Educação verdadeiramente inclu-siva, “que se deve traduzir no respeito por todas as diferenças”. Dotando as escolas dos meios para tal necessários.

Para o sucesso nestas lutas, é neces-sário reforçar os sindicatos da FEN-PROF, defensores intransigentes e fir-mes dos direitos dos professores e da qualidade das nossas escolas – públicas e privadas.

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Realizou-se no dia 19 de se-tembro de 2019, no Audi-tório da Sede do SPGL, um plenário de professores e

educadores contratados e desempre-gados. De entre os temas abordados destacam-se: o ponto de situação dos concursos; os dias de serviço mensais declarados para a Segurança Social; a situação precária dos docentes/técni-

cos nas Atividades de Enriquecimen-to Curricular; as ações reivindica-tivas em curso e a constituição de uma comissão de professores e educadores con-tratados e de-sempregados.Em relação aos concursos fo-ram apresen-tados alguns dados consi-derados per-tinentes e de algum modo p r e o c u -pantes. Do universo de professores e educa-dores que

concorreram ao Concurso Externo e que se man-

tiveram para a fase da Contratação Ini-cial e Reservas de Recrutamento ape-nas 1,5 % estão abaixo dos trinta anos de idade e a média de idade dos pro-fessores e educadores a concurso situa--se acima dos 40 anos de idade. Dos 34 grupos de recrutamento apenas em dois deles a média de idades dos 200 primeiros candidatos está abaixo dos 40 anos de idade. Isto demonstra que a faixa etária dos professores e educado-res é cada vez mais elevada e que o tão desejado rejuvenescimento da classe está a tornar-se mais difícil.No balanço efetuado à vulgarmente

denominada norma-travão verificou--se que apenas 1,6 % dos candidatos que concorreram ao Concurso Externo conseguiram a desejada vinculação. Mais de 75 % dos candidatos vincula-dos têm mais de 40 anos e mais de 90 % têm 10 ou mais anos de serviço. A inoperância da norma-travão é deveras visível. De 2015 até à data o número de vinculações existente pelo cumpri-mento dos critérios exigidos para a dita norma situa-se abaixo das 4000 vincu-lações. Continuamos a ter milhares de professores e educadores a concorrer com 5, 10, 15 e até mesmo 20 anos de serviço.O número de colocações obtidas entre renovações de contratado, contratação inicial e duas primeiras reservas de re-crutamento (6615 horários completos e 4456 horários incompletos) demons-tram que os quadros dos Agrupamen-tos e Escolas não agrupadas estão sub-dimensionados e que as necessidades permanentes do sistema público de ensino são muito superiores ao número de professores e educadores que conse-guiram a vinculação.É urgente estabelecer um mecanismo de vinculação mais dinâmico e que vá ao encontro do princípio defendido: a integração nos quadros de todos os do-centes com 3 ou mais anos de serviço cumpridos no ensino público.Relativamente aos dias declarados à Segurança Social, esta e o Ministério da Educação continuam a considerar os docentes contratados, com horário incompleto, como professores em re-gime “part time” tendo um horário a tempo parcial. No entanto um docen-te colocado em Contratação Inicial ou

Plenário de Professores e Educadores Contratados

e Desempregados

João PereiraDirigente do SPGL

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em Reserva de Recrutamento rubrica um Contrato de Trabalho em Funções Públicas a Termo Resolutivo Certo ou Incerto, não rubrica um contrato a tem-po parcial. A publicação da Nota Infor-mativa n.º 12/IGeFe/2018 e posterior Aditamento à Nota Informativa estabe-leceu que um professor com um horá-rio de trabalho com 16 ou mais horas semanais deve ver declarados à Segu-rança Social 30 dias de trabalho, mas, se tiver um horário de 15 horas de com-ponente letiva vê declarados 21 dias. A discrepância é enorme. Esta situação é muito penalizadora para os docen-tes quer ao nível da carreira como ao acesso de prestações sociais e aposen-tação. O SPGL recomenda a todos os seus associados que estão a ser lesados que solicitem apoio jurídico. Recorda--se que já existem decisões judiciais favoráveis a docentes em semelhantes situações.Abordou-se ainda a situação precária dos docentes/técnicos a lecionar nas Atividades de Enriquecimento Curri-cular. A inexistência de proteção so-cial, os falsos recibos verdes, a baixa mancha horária ou o pagamento abaixo do estabelecido nas tabelas salariais do ECD são alguns dos problemas enfren-tados por aqueles que diariamente dão o melhor de si para fazer funcionar um modelo de atividades que precisa ur-gentemente de ser alterado.No 13º Congresso Nacional de Pro-fessores da FENPROF foi aprovado um caderno reivindicativo onde estão várias medidas de combate à precarie-dade:• “Pôr fim à precariedade laboral in-justificada que continua a ser mantida, através da integração nos quadros de todos os docentes com 3 ou mais anos de serviço cumpridos no ensino públi-co”;• “Enquanto se encontram sujeitos a contratação a termo, garantir o respeito pelos direitos dos docentes, tais como a contagem integral do seu tempo de serviço para efeitos sociais, designa-damente em situações de horários in-completos, ou a sua inscrição na Caixa Geral de Aposentações”;• “Rever o regime de concursos para colocação de docentes da educação pré-escolar e dos ensinos básico e se-cundário, com vista à consagração, de-

A Comissão dos Professores Contratados e Desempregados do SPGL terá como principal objetivo a ligação ao trabalho sindical de colegas contratados, incluindo a facilitação do contacto com este universo de colegas e o apoio à direção sindical, tanto ao nível da proposta como da execução de iniciativas e ações. São ainda objetivos desta comissão: aprofundar e divulgar a informação e o esclarecimento a prestar aos pro-fessores e educadores contratados e desempregados; ampliar os níveis de mobilização e de envolvimento dos docentes, diversificando as ações e as formas de intervenção; apresentar propostas que permitam a abertura de processos negociais nas diversas matérias que exijam solução e dinamizar outras formas possíveis de divulgação da informação.

A Comissão dos Professores e Educadores Contratados e Desempregados do SPGL é composta pelos seguintes elementos:

• Alexandre Guilherme Santos Martins;• João Carlos Carvalho da Fonseca Pereira;• Paula Fernandes;• Paulo Neves Silva;• Ricardo Miguel Simão Almeida de Oliveira Godinho;• Vitória La Salete Brito Esteves e Leitão Veiga.

signadamente, de normas que reforcem a sua natureza nacional, o respeito pela graduação profissional, colocando em pé de igualdade os docentes dos qua-dros, e a transposição eficaz da direti-va comunitária 1999/70/CE, de 28 de junho”;• “Resolver os problemas que conti-nuam a afetar grupos de professores (criação do grupo de recrutamento de teatro e expressão dramática; criação do grupo de recrutamento de inter-venção precoce; integração na carreira docente dos docentes do, ainda, desig-nado nível 2; contagem do tempo de serviço dos educadores de infância a exercer funções em contexto de creche; entre outros)”;• “Garantir que as atividades de enri-quecimento curricular têm os recursos humanos indispensáveis à sua concre-tização e que são regularizadas todas as situações contratuais dos docentes que aí exerçam atividade”.O envolvimento dos professores e edu-cadores contratados e desempregados é condição indispensável para melhorar medidas, para forçar um combate deci-dido à precariedade e para acabar com a discriminação e desvalorização dos

docentes e da sua profissão.Por último procedeu-se à eleição da Comissão de professores e educadores contratados e desempregados. Esta co-missão terá como principal objetivo a ligação ao trabalho sindical de colegas contratados, incluindo a facilitação do contacto com este universo de colegas e o apoio à direção sindical, tanto ao nível da proposta como da execução de iniciativas e ações. São ainda obje-tivos desta comissão: aprofundar e di-vulgar a informação e o esclarecimento a prestar aos professores e educadores contratados e desempregados; ampliar os níveis de mobilização e de envol-vimento dos docentes, diversificando as ações e as formas de intervenção; apresentar propostas que permitam a abertura de processos negociais nas diversas matérias que exijam solução e dinamizar outras formas possíveis de divulgação da informação.A composição da comissão de profes-sores e educadores contratados e de-sempregados não ficou encerrada nesta eleição. A comissão estará recetiva a integrar novos elementos que demons-trem disponibilidade para fazer parte da equipa.

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O horário dos docentes do 2º/3º CEB e Ensino Secundário, do grupo de recru-tamento 120 e Educação Especial é de 35 horas repartidas pela componente letiva, componente não letiva de estabe-lecimento e a componente de trabalho individual (art.º 76.º do ECD), desen-volvendo-se em cinco dias de trabalho. (n.º 2 do art.º 76.º do ECD).

Componente letiva

(art.º 77.º do ECD e art.º 5.º do Despacho Normativo - DN 10-B/2018 de 6 de julho)

A componente letiva é composta por 1100 minutos (22 horas) semanais, organizados por tempos de 45 minutos (24 tempos), 50 minutos (22 tempos) ou 60 minutos (18 tempos).Para o ME, a componente letiva restrin-ge-se à atribuição de turmas, ao desen-volvimento das atividades de desporto escolar e às atividades de enriquecimen-to curricular.

Contudo, defendemos que seja con-siderada como componente letiva

toda a atividade docente que envolva o trabalho direto com alunos.

Não é permitida a distribuição ao do-cente de mais de seis horas letivas con-secutivas, de acordo com os períodos referidos no n.º 2 do artigo 94.º (n.º 3 do art.º 78.º do ECD)

Distribuição do serviço docente

A distribuição do serviço docente é defi-nida pelo diretor. Todavia, o serviço do-cente não deve ser distribuído por mais de 2 turnos por dia, exceto quando ocor-rerem reuniões de natureza pedagógica [DN 10-B].

Número de turmas e níveis atribuídos

O limite máximo de turmas e níveis não está consagrado na lei, sendo a distri-buição do serviço docente definida pelo diretor.

Porém, reivindicamos há anos como limite máximo a atribuição de não mais do que 2 disciplinas/níveis, 3 programas e 5 turmas por professor.

Caso não seja possível, justificada-mente, respeitar estes limites, o do-cente deve ser compensado numa hora letiva por cada disciplina/pro-grama/turma a mais.

Horas de trabalho letivo noturno

A partir das 22 h, as horas de compo-nente letiva têm um fator de bonificação de 1,5 arredondado por defeito (art.º- 84º do ECD e art.º 223 do Código do Trabalho).

Reivindicamos que o horário de tra-balho noturno deve ser bonificado em 1,5 h a partir das 19 h.

Redução na componente letiva

A redução da componente letiva ao abri-go do art.º 79.º do ECD processa-se do seguinte modo:

2h aos 50 anos de idade e15 de serviço+ 2h aos 55 a. idade e 20 de serviço+ 4h aos 60 a. idade e 25 de serviçoFace ao desgaste da profissão do-cente, reivindicamos que as redu-

Horários – é preciso dizer não aos abusos e às ilegalidades!

2º/3º CEB e Ensino Secundário

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ções se devem processar do seguin-te modo:

2h aos 45 anos de idade e 15 de serviço+2h aos 50 anos de idade e 20 de serviço+2h aos 55 anos de idade e 25 de serviço+2h aos 60 anos de idade ou 30 de serviço

Coordenação de departamento/grupo

As funções de coordenação de departa-mento/grupo devem dar origem à redu-ção na componente letiva, em função do número de membros do departamento ou grupo.

Lecionação a mais do que um grupo de recrutamento

Se o diretor assim o entender, “Os do-centes podem, independentemente do grupo pelo qual foram recrutados, lecionar outra disciplina ou unidade de formação do mesmo ou de diferen-te ciclo ou nível de ensino, desde que sejam titulares da adequada formação científica e de certificação de idoneida-de, nos casos em que esta é requerida” (DN 10-B).

Preferência na escolha de horário

A distribuição de serviço é da compe-

tência do diretor [DL 137, art.º 20.º n.º 4 alínea d)]. Contudo, o regulamento interno de cada agrupamento ou escola pode determinar critérios a seguir, entre os quais a graduação profissional.

Componente não letiva de

estabelecimento(n.º 3 do artº. 82.º do ECD e artº. 6.º do DN

10-B/2018 de 6 de julho)

O número de horas é definido pela di-reção da escola/agrupamento e pode variar até ao máximo de 150 minutos semanais.A estes minutos acrescem os tempos de redução a que cada docente tem direito de acordo com o disposto no art.º 79 do ECD (adquiridas por idade e tempo de serviço, podendo variar entre 2 a 8 ho-ras).

Reivindicamos que a atribuição das reduções ao abrigo do artigo 79 deve reverter para a componente de traba-lho individual.

Reuniões

Todas as reuniões legalmente convoca-das, inclusive as resultantes da aplica-ção do Decreto-Lei n.º 55/2018, estão incluídas nas atividades previstas pelo art.º 82.º do ECD e pelo DN 10-B/2018. Como tal, devem ser consideradas no cômputo das horas previstas nos horá-rios na componente não letiva de es-

tabelecimento, exceto as reuniões de natureza pedagógica que decorram de necessidades ocasionais (n.º 11 do art.º 7.º do DN 10-B/2018 de 6 de julho).Todas as reuniões realizadas para além do horário semanal e que ultrapassem a componente letiva e a não letiva de es-tabelecimento registadas no horário são consideradas trabalho extraordinário (n.º 1 do art.º 83.º do ECD).

Formação

É integrada na componente não letiva de estabelecimento “A participação, devidamente autorizada, quer em arti-culação com o centro de formação da associação de escolas, quer por inicia-tiva do docente, em ações de formação contínua que incidam sobre conteúdos de natureza científico-didática com li-gação à matéria curricular lecionada, bem como as relacionadas com as ne-cessidades de funcionamento da escola de acordo com o seu plano de formação, e as que promovam um efetivo trabalho colaborativo entre docentes…”. (alínea d) do n.º 3 do art.º 6.º do DN 10-B/2018 de 6 de julho).

Deslocação entre escolas

Caso o docente trabalhe em diferentes escolas do agrupamento no mesmo dia, o tempo de deslocação entre elas é in-tegrado na componente não letiva de estabelecimento (artº. 6.º, n.º 8 do DN 10-B/2018 de 6 de julho).

A este propósito, reivindicamos que, não sendo possível integrar o tempo

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de deslocação entre escolas na com-ponente não letiva de estabelecimen-to, deve haver lugar a pagamento de horas extraordinárias, assim como das despesas de deslocação.

Componente de trabalho individual

(n.º 2 do art.º 82.º do ECD e art.º 6.º do DN 10-B/2018 de 6 de julho)

Esta componente, que não é registada no horário, resulta do tempo remanes-cente da componente letiva e não letiva de estabelecimento até perfazer as 35 h de trabalho semanal.

Outras situações

Direção de turma

O cargo de diretor de turma implica a atribuição de 4 horas semanais, 2 das quais são incluídas na componente leti-va e 2 na componente não letiva. Con-tudo, estas últimas podem ser atribuídas a outro docente do conselho de turma (art.º 10.º do DN 10-B/2018 de 6 de ju-lho)

Coadjuvações e apoios a grupos de alunos

As coadjuvações e apoios a grupos de alunos devem estar incluídos na com-ponente letiva do docente. Apenas o apoio individualizado a alunos com di-ficuldades de aprendizagem poderá ser considerado na componente não letiva de estabelecimento (alínea m) do art.º 82.º do ECD).

Apoio ao estudo do 2º ciclo

Este apoio ao estudo é atribuído com re-curso às horas de componente não letiva

de estabelecimento e do crédito horário (DN 10-B/2018 de 6 de julho).

Defendemos que o Apoio ao Estudo, como todas as outras atividades dire-tas com os alunos, deve ser incluído na componente letiva dos professo-res.

Oferta complementar dos 2.º e 3.º CEB

A oferta complementar dos 2.º e 3.º CEB é atribuída com recurso às horas do crédito horário (DN 10-B/2018 de 6 de julho 10-B/2018).

Apoio tutorial específico

O apoio tutorial específico destina-se a alunos dos 2.º e 3.º CEB que, ao longo do seu percurso escolar, acumulem duas ou mais retenções. Cada professor tutor acompanha um grupo de 10 alunos e são atribuídas 4 horas letivas semanais para esse efeito (art.º 12.º do DN 10-B/2018 de 6 de julho 10-B/2018).

Horários dos professores de turmas com cursos profissionais e outras

modalidades de ensino profissionalizante

A generalização do funcionamento dos cursos profissionais e outras modalida-des de ensino profissionalizante nas es-colas públicas e a conciliação entre as especificidades inerentes à organização

e ao funcionamento destas ofertas de formação no respeito pelo Estatuto da Carreira Docente, designadamente em matéria de horários de trabalho e pelo Calendário Escolar, levanta sistematica-mente problemas acrescidos às escolas e aos professores. Tal conciliação tem forçosamente de respeitar os princípios definidos no Código de Trabalho (CT), na Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas (LTFP) e no Estatuto da Car-reira Docente (ECD).Pela sua especificidade, foi editado um documento de perguntas e respostas aos problemas mais frequentemente coloca-dos pelos professores que lecionam es-tas modalidades de ensino. Chamamos a atenção para o documento disponível no site da FENPROF intitulado FAQ Ensi-no Profissional. https://www.fenprof.pt/Download/FENPROF/SM_Doc/Mid_353/Doc_11983/Anexos/FAQ_EnsinoProfis-sional.pdf

Todos os professores têm direito a ver respeitados os direitos consagrados na lei. Independentemente disso, há maté-rias que estão previstas na lei que neces-sitam de ser alteradas e relativamente às quais existem já propostas da FEN-PROF.

Os sindicatos estão atentos!

Se se mantiverem irregularida-des, será retomada a greve ao

sobretrabalho.Em caso de dúvidas,

contacta o SPGL!

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Realizado anualmente desde 1994 (na sequência da cons-tituição da Internacional da Educação, em 1993), o Dia

Mundial do Professor comemora o ani-versário da adoção da Recomendação da OIT / UNESCO, sobre o estatuto dos pro-fessores, em 5 de outubro de 1966. Como nos anos anteriores, o Dia Mundial do Professor 2019 celebrará professores de todas as idades e em todos os níveis de sua carreira, mas terá este ano um foco particular em “Jovens Professores: O fu-turo da profissão”.Numa nota justificativa do lema, a UNESCO alerta para a necessidade ur-gente de enfrentar a escassez global de professores qualificados, a fim de cum-prir o Objetivo de Desenvolvimento Sus-tentável n.º 4. Chamando a atenção para as elevadas percentagens de professores a aposentar-se na próxima década, estima que seja preciso recrutar até 2030 mais 69 milhões de professores para os ensi-nos primário e secundário, dos quais 48,6 milhões para substituir aqueles que se aposentarão ou abandonarão a profissão

(a título de exemplo, nos Estados Unidos, mais de 41% dos professores deixam a profissão nos primeiros cinco anos).Também a IE tem vindo a alertar para este problema, afirmando que recrutar e manter jovens na profissão docente im-plica melhorar as condições de exercício da profissão, tornando-a menos desgas-tante e mais atrativa. No relatório sobre o Estatuto dos Professores e da Profissão Docente, divulgado em 2018, identifi-ca desafios comuns aos professores em todo o mundo: equilíbrio difícil entre vida profissional e pessoal; escassas oportuni-dades de desenvolvimento profissional; baixos salários; contratos precários; par-ticipação limitada na tomada de decisões; altos níveis de estresse; sentimentos de falta de apoio e reconhecimento; pressões constantes criadas por exames e reformas curriculares desfasadas da realidade.Neste contexto, neste Dia Mundial do Professor, a UNESCO reafirma a impor-tância do diálogo social entre sindicatos de professores e governos, para proteger as condições e direitos de trabalho dos do-centes, mas também aprofundar questões como: que tipo de incentivo pode ajudar a atrair os jovens talentos mais qualificados e comprometidos para o ensino; que ti-

pos de relações contratuais, remuneração e recompensas procuram os candidatos qualificados; ou como podem as políticas existentes ser postas em linha com as suas ambições e expectativas de progressão na carreira.Esperando que um diálogo construtivo com as organizações de professores pos-sa fazer com que os governos, baseando--se no conhecimento e na experiência de milhares de profissionais no terreno, ela-borem políticas inteligentes que possam motivar jovens a ingressar na profissão, a UNESCO conclui que sem uma nova ge-ração de professores motivados para fa-zer a diferença, o compromisso global de “garantir uma educação de qualidade in-clusiva e equitativa e promover oportuni-dades de aprendizagem ao longo da vida para todos” está claramente ameaçado.Uma mensagem que importa sublinhar também em Portugal, onde rejuvenescer e valorizar a profissão se assume hoje como um objetivo estratégico da maior relevância. Por isso, no dia 5 de outu-bro, os professores portugueses sairão à rua para celebrar a profissão e reafirmar a necessidade da sua valorização. Pelos professores, mas também pela educação e pelo futuro do país.

5 de Outubro, Dia Mundial do ProfessorManuela MendonçaCoordenadora do Dep. Relações Internacionais FENPROF

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“A indisciplina tem fortes implicações no processo de aprendizagem e na re-lação entre os seus intervenientes”, afirmou Albertina Pena, da Direção Central do SPGL, sublinhando que “A gestão do trabalho na sala de aula é, an-tes de mais, uma gestão de relações. É a nossa interpretação destas situações de confronto, muitas vezes num sen-timento de profunda solidão, que nos leva a entender a sala de aula como um campo de batalha onde se vai agravan-do o fosso entre professores e alunos”.Por outro lado, considerou, “as pres-sões exercidas sobre as escolas, os pro-fessores e os alunos obrigam a apren-dizagens fast food e não deixam tempo para sistematizar conhecimentos. A vertigem do que é exigido esmaga as componentes afetiva, relacional, cultu-ral em que se inscreve toda a complexi-dade da aprendizagem”.Entretanto, frisou, “As aprendizagens necessitam de tempo para os alunos as interiorizarem através da experimenta-ção, da interação, da possibilidade de errar e de refletir. Ninguém aprende sozinho e a escola é também um espa-ço de socialização, de aprender a viver com os outros, em cooperação, o que dificilmente se consegue no contex-to de enorme competição que se vive atualmente nas escolas, por via do sis-tema de avaliação vigente”. Salientan-do ainda que “O bem-estar dos alunos e dos professores, na escola, deve ter por base a construção de climas de coope-

ração”.Exigências básicas a que o ME não se mostra sensível. “O ministério da edu-cação continua a enterrar a cabeça na areia face às necessidades das escolas e da educação. Faltam inúmeras estrutu-ras de apoio e de participação. (…) Os horários sobrecarregados e a burocra-cia impedem os professores de pensar e de planear em conjunto projetos de in-tegração, de diálogo e de inclusão. Por sua vez, a desvalorização social, por parte do ME e da sociedade em geral, desmotiva cada vez mais os profissio-nais. (…)“Os alunos necessitam de estruturas e de espaços para serem ouvidos. As es-colas, na sua organização, têm de con-tar com a voz de quem as integra”.A concluir, Albertina Pena sublinhou que “Nas escolas temos de nos unir em vez de nos dividirmos” e elencou algu-mas propostas nesse sentido:“- Criar nas escolas grupos de refle-

Quem semeia desinvestimentos colhe indisciplina

Albertina PenaDirigente do SPGL

xão sobre a ação e sobre as questões da indisciplina (reivindicando tempos incluídos no seu horário de trabalho).- Criar espaços e estruturas de partici-pação das crianças e jovens na organi-zação da sala e do espaço escolar.- Organizarem-se para promover/rei-vindicar mediadores nas escolas.- Fomentar o diálogo entre as escolas e as famílias.- Promover ambientes de cooperação, de partilha e de trabalho de equipa nas escolas, de forma a envolver os alunos.- Eliminar ambientes e práticas de competição e promover práticas de cooperação e inclusão.- Promover a existência de turmas e grupos heterogéneos como forma de potenciar a interajuda.- Defender (com outros setores profis-sionais) uma alteração da legislação laboral de modo a permitir às famílias um maior acompanhamento de crian-ças e jovens em idade escolar”.

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“Estamos longe de resolver a precarie-dade”, começou por afirmar João Pe-reira, professor contratado, membro da Direção Central do SPGL.“Embora o Ministério de Educação (ME) tenha vinculado nos seus quadros cerca de 7000 professores nos últimos dois anos, 8000 durante a legislatura, o número foi insuficiente para suprir as necessidades reais de professores do sistema de ensino público, bem como para combater a precariedade instalada nos professores contratados”.J. Pereira referiu, nomeadamente, que “o mecanismo da norma-travão, ins-tituído pelo anterior governo, tem so-

frido alterações, passou de 5 para 3 contratos mas continua a exigir outros requisitos.“No extremo, um professor contratado pode nunca conseguir cumprir os re-quisitos exigidos e assim nunca entrar num quadro e atingir a desejada esta-bilidade.“A inoperância da norma-travão é vi-sível”.A questão dos horários foi particular-mente destacada. “O ME e a Segurança Social, apoiados pelo Instituto de Ges-tão Financeira da Educação, continuam a considerar os professores contratados com um horário incompleto como pro-fessores em regime part-time, tendo um horário a tempo parcial. Ora, um docente colocado em Contratação Ini-cial ou em Reserva de Recrutamento

O combate à Precariedade é essencial para o sistema de ensino públicoJoão PereiraDirigente do SPGL

rubrica um Contrato de Trabalho em Funções Públicas a Termo Resolutivo Certo ou Incerto, não rubrica um con-trato a tempo parcial”. Com a publicação “de uma Nota Infor-mativa ficou estabelecido que um pro-fessor com um horário de trabalho com 16 ou mais horas semanais deve ver de-clarados à Segurança Social 30 dias de trabalho, mas, se tiver um horário de 15 horas de componente letiva vê declara-dos 21 dias. Uma hora semanal, 4 horas por mês, 9 dias de diferença”.João Pereira terminou “dizendo que o combate à Precariedade não deve, não pode estar cingido aos professores con-tratados. O combate à Precariedade é essencial para o sistema de ensino pú-blico”.

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EI - Quais as questões mais prementes que se colocam neste momento – na perspetiva da IE – aos professores e às escolas?Neste momento, em muitas zonas do mundo, a escola está a defrontar-se com uma tensão entre altas expetativas – produzir novos conhecimentos, ferra-mentas, atitudes - e, ao mesmo tempo, uma perspetiva economicista, no senti-do de se cingir a preparar trabalhadores produtivos, apostar em conteúdos de que se pode medir facilmente o rendi-mento escolar.Temos muitas tarefas/problemas no mundo – as mudanças climáticas, a igualdade de género, a necessidade de colaborar e trabalhar em grupo, de pen-sar criticamente, encontrar soluções. Mas as pressões que os governos e so-bretudo o sector privado estão exercen-do sobre a escola, têm um efeito inverso

e perverso em relação ao que verdadei-ramente é necessário.Num momento em que deveríamos es-tar a formar cidadãos críticos, capazes de compreender e solucionar problemas como os do ambiente, estamos a avaliar quantas palavras por minuto um aluno pode ler…Assim, todo o sistema está a pôr em causa a consecução destes objetivos fundamentais – objetivos de que preci-samos como humanidade, como socie-dade, como planeta.Esta é a tensão a que se tem de dar res-posta nos próximos anos. E já há alguns países em que os governos se estão a dar conta desta necessidade.Estive recentemente na Escócia e o mi-nistro da Educação disse que vão aca-bar com todas as avaliações quantitati-vas, todos os exames estandardizados, porque se pretende que os professores disponham de tempo para que possam colaborar entre si, para que os alunos também aprendam o que é colaborar e

não competir.Assim, há alguns indícios de esperança. Mas ainda muito limitados.

Em relação aos professores – como é que se reflete essa preocupação e essa tensão? Como dar resposta apoiando os professores?Como sindicatos temos, por um lado, de garantir as condições de trabalho adequadas – o tempo, as ferramentas e a confiança. E quando falo de ferra-mentas, estou a falar dos recursos ne-cessários, de uma formação coerente e contínua. Temos de lutar por salários apropriados, por tempo para dedicar ao trabalho coletivo, à investigação. Mas também temos de lutar pela auto-nomia profissional – para que os profes-sores não se limitem a transmitir conteú-dos. Os sindicatos têm de envolver-se em tudo o que diz respeito à profissão. A formação, as qualificações, todo o con-tínuo de desenvolvimento da profissão.Este o papel do sindicato neste momen-

Os sindicatos têm de envolver-se em tudo o que diz respeito à profissãoEntrevista com

David EdwardsSecretário-geral da Internacional da Educação

Lígia CalapezJornalista

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to. Os sindicatos que se cingem a uma única destas vertentes estão a caminhar com uma única perna e não sobre as duas pernas.

Pensa que os sindicatos estão a cami-nhar sobre as duas pernas? Estão a ter em conta também essa necessidade de uma escola diferente?Temos de pensar em 175 países. Não se pode generalizar. Há grandes dife-renças. Há sindicatos que compreen-dem que também têm de lutar em prol da investigação, pela opinião pública, fazer alianças com pais e alunos, com investigadores, académicos, universida-des, imprensa, jornalistas. Mas também temos países em que o professor nem recebe mensalmente o seu salário. No Malawi há anos em que os professores não recebem o seu salário. Nestas con-dições é muito difícil falar da vertente profissional, de pedagogia, das novas investigações, de analisar sistemas, transcendê-los, transformá-los. Aqui

há que assegurar as condições básicas. Como na pirâmide de Maslow. É pre-ciso que as condições básicas estejam garantidas.

Em que medida é que a forma de gestão das escolas pode facilitar o tra-balho dos professores numa perspetiva daquilo de que atualmente se precisa de facto nas escolas?Atualmente há muitas escolas em que se está a repensar o conceito de escola como centro comunitário. Onde na mes-ma escola, à noite, há aulas opara adul-tos. Há apoios para mulheres grávidas. Ou também um espaço democrático, para falar dos problemas de cada um e da comunidade. É uma reconceptuali-zação.Este movimento das escolas comuni-tárias está a desenvolver-se em alguns países. Outros movimentos vão no sen-tido de pensar a escola politicamente. Há diferentes serviços à comunidade. Mas também acordos com universida-

des. Desenvolvem-se processos de in-vestigação/ação.

Quer referir algum episódio interes-sante da realidade do seu país, os EUA?Sim. Atualmente Trump está a separar famílias de refugiados, a colocar crian-ças em prisões. Para fazer face a essa situação estamos a fazer alianças com diferentes movimentos de direitos hu-manos nos EUA e no México no sen-tido de pressionar Trump e estimular a pressão internacional.Neste momento há quatro professores que - porque levaram água para a fron-teira com o México, no deserto, para os refugiados – foram presos. É algo que nós fazemos como professores, tam-bém profissionalmente – pois a nossa vocação é ajudar. E agora é-se preso porque se ajuda?Claro que vamos resistir também a isso.

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Face à proposta de uma “Estra-tégia Nacional para o Enve-lhecimento Ativo e Saudável 2017 -2025”, de 10 de julho

de 2017, ao compromisso do Governo de dar conteúdo concreto à proposta apresentada e face ao momento político que atravessamos - eleições legislativas - o DA/SPGL vem relembrar as reivin-dicações inadiáveis (e algumas mesmo imediatas) que os docentes aposentados dos sindicatos da FENPROF atualiza-ram nos plenários concretizados para a preparação do 13º Congresso da FEN-PROF, realizado nos dias 14 e 15 de junho de 2019, por considerarmos que contribuirão para a criação de condições que permitam um envelhecimento ativo e saudável que respeite a dignidade dos aposentados. A saber:

Sobre a independência e sustentabilidade financeira

do sistema previdencial:

• diversificação das fontes de finan-ciamento do sistema previdencial,

cuja melhoria está intimamente ligada à criação de emprego estável, ao

combate à precariedade e ao combate à política de baixos salários;

• exigência de alteração na legislação de modo a que as empresas com escas-so número de trabalhadores mas com grandes lucros, fruto de uso intensivo de tecnologias avançadas, contribuam para o sistema previdencial tendo em atenção a riqueza criada; • taxar adequadamente as grandes em-presas tecnológicas.

Sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS):

• defesa do SNS de caráter universal, que garanta os recursos necessários e sua adequada utilização de modo a poder responder aos cuidados de saúde dos cidadãos, particularmente agudos entre a população aposentada; • defesa do caráter público do SNS, que supõe a rejeição da privatização de hospitais, o fim das parcerias público--privadas e a reversão das existentes para o setor público administrativo; • fim das taxas moderadoras e acesso real aos serviços dos médicos e enfer-meiros de família;• criação de serviços de geriatria nos Centros de Saúde e nos hospitais cen-

Reivindicações inadiáveis dos Professores Aposentados aprovadas no 13º Congresso da FENPROF

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trais e equiparados; • humanização das condições de trans-porte dos doentes, sem prejuízo da racionalização necessária ao bom uso dos meios existentes; • medidas de apoio ao envelhecimen-to e à dependência, nomeadamente a existência de serviços de apoio psico-lógico nos centros de saúde e institui-ções similares. • alargamento da rede pública de apoio a toda a população idosa;• alargamento da rede pública de cui-dados continuados e paliativos, de pro-ximidade e de qualidade, no domicílio ou instituições; • criação de um novo ramo de proteção social que abranja todas as pessoas em situação de dependência; • exigência de uma formação de téc-nicos devidamente profissionalizados, incluindo formação de qualidade para os cuidadores de proximidade.

Sobre a ADSE:

• a ADSE é pública, e assim se deve manter, uma vez que constitui um di-reito dos trabalhadores;• a ADSE é um espaço de solidarieda-de interprofissional e intergeracional (todos descontam a mesma percen-tagem, independentemente do que ganham, e os que mais precisam de apoio na saúde, os mais idosos, não são por isso penalizados), e assim se deve manter porque tal constitui a sua matriz essencial; • a ADSE está obrigada, por imposi-ção legislativa do Estado, a sustentar uma política social relativamente aos trabalhadores e aposentados isentos de desconto por terem rendimentos infe-riores ao salário mínimo. Tal política social deve ser financiada pelo Estado e não pela ADSE, como acontece com as restantes políticas sociais;• atualização das tabelas de compar-ticipação da ADSE, tendo em conta o avanço da ciência e da tecnologia, designadamente, nos meios auxiliares de diagnóstico, nos atos médicos de regime livre, nos lares e no apoio do-miciliário; • diversificação das convenções, tendo em vista evitar a captura da ADSE pe-los grandes grupos privados de saúde

e prover à cobertura do todo nacional; • exigimos ser auscultados sobre a qualidade dos serviços prestados pelos convencionados, assim como uma po-lítica constante de controlo de qualida-de por parte da ADSE; • exigimos que os descontos para a ADSE incidam apenas sobre 12 meses em cada ano.

Sobre o valor real das pensões:

• aumento anual do valor de todas as pensões, com atualizações em percen-tagem igual à dos salários, salvaguar-dando a aplicação de uma percentagem superior às pensões mínimas; • indexação da dedução específica para o IRS ao salário mínimo nacional, como aliás já se fez até 2012, altura em que o governo PSD/CDS, através do OE, passou a ter como referente o Indexante de Apoios Sociais (IAS);• reposição da legislação que permita uma tabela de IRS com uma tributação mais baixa, compatível com a situação de aposentação/reforma; • revogação da aplicação do fator de sustentabilidade a todas as pensões e o recálculo das pensões que tiveram a sua aplicação.

Sobre o direito à mobilidade:

• cumprimento da legislação sobre a abolição das barreiras arquitetónicas nas vias e acessos a edifícios públicos e privados e melhoria da semaforiza-ção nas passadeiras; • melhoria das condições de acesso e circulação nas ruas das vilas e cidades, nomeadamente com maior atenção ao estado e funcionamento das platafor-mas existentes (escadas rolantes, ele-vadores, corrimãos de apoio, etc.);• direito, em todo o país, a preços mais baixos nos transportes públicos e com desconto de pelo menos 50% nos pas-ses sociais; • melhoria da rede local e nacional de transportes públicos de modo a facili-tar a mobilidade dos aposentados; • criação de condições que facilitem a mobilidade dos reformados e idosos, de modo a prevenir a exclusão social e potenciar a participação na vida social.

Sobre o direito à participação:

• o reconhecimento formal das organi-zações dos aposentados/reformados e idosos e participação nos organismos e instituições que lhes digam respeito.

Algumas das reivindicações:• Valorizar as pensões de aposen-tação que têm sido afetadas nega-tivamente por decisões políticas e medidas que põem em causa as legítimas expetativas dos docentes aposentados e os seus direitos, en-quanto pensionistas;• Aprovar um regime específico de aposentação aos 36 anos de serviço, admitindo-se, com esse objetivo, uma aplicação faseada;• De imediato, para quem já tiver completado a vida contributiva (40 anos de descontos), eliminar qualquer penalização no cálculo da pensão, caso se aposente antecipada-mente, beneficiando, para este efeito, do tempo que não pôde ser recupera-

Conselho Nacional da FENPROF aprova Caderno Reivindicativo para 2019/2020

do na carreira;• Aplicar aos docentes o regime de pré-aposentação aprovado para toda a Administração Pública;• Permitir a reinscrição de docentes que foram anteriormente afastados da CGA;• Defender a Caixa Geral de Aposen-tações e, nesse quadro, a possibilida-de de inscrição por parte de todos os que têm estado impedidos;• Manter a gestão pública da ADSE e aprovar medidas que garantam a sua duradoura sustentabilidade.

Ver restantes reivindicações em:https://www.fenprof.pt/?aba=27&mid=115&cat=95&doc=12228

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Para evitar um fastidioso rol do grande número de atividades que pudemos realizar quer a nível na-

cional, quer a nível regional, entre o anterior Congresso na Universi-dade de Aveiro e este momento na Universidade de Lisboa, selecionei algumas das ações e compromis-sos a que demos particular relevo:- Prosseguimos a formação e o ensaio das orientações que temos vindo a teorizar sobre educação nas Creches.- Demos continuidade aos com-promissos estabelecidos proto-colarmente com sete instituições universitárias e quatro institutos politécnicos, bem como com um

pedagógica em agrupamentos de escolas, e implica também a conceção ou o aperfeiçoamento de alguns dos instrumentos de apoio à formação organizada pelo Movi-mento.- Foi ainda no atual ano letivo que pudemos retomar as atividades da formação pedagógica no Ensino Superior a partir do Encontro organizado na Universidade de Évora. Este encontro desenca-deou a criação de um grupo de trabalho cooperativo que apresen-tará relato das suas práticas neste Congresso. Retoma-se, assim, alguma da atividade pedagógica do Movimento no Ensino Superior de que se fez eco em artigos na

Ivone NizaPresidente da Assembleia Geral do Movimento da Escola Moderna Portuguesa

41º Congresso do Movimento

da Escola Moderna

Portuguesa

conjunto de agrupamentos de esco-las, autarquias locais e organismos centrais e regionais de educação.- O Movimento, através de Sér-gio Niza, está neste momento a cumprir, no Conselho Nacional de Educação, um segundo mandato para que foi eleito juntamente com a Associação de Professores de Matemática, funcionando ambos como representantes das Associa-ções Pedagógicas de professores do país. Neste ano letivo, também Inácia Santana passou a fazer parte do CNE como membro cooptado por eleição direta do Conselho.- Prosseguimos a parceria com a Fundação Aga Khan, que nos en-volve na formação para a mudança

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Revista Escola Moderna, entre 1991 e 1999. Estes escritos relatam trabalho realizado na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na então Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação nesta casa. Refiro-me aos artigos de Ana Paula Caetano e Júlio Pires, ao de Joaquim Segura e ao de mim própria.Aguardamos com esperança, que, com o regresso da formação pedagógica dos professores universitários, de que é exemplo a formação pós graduada a inaugurar no próximo ano letivo neste Instituto, que também no interior do Movimento da Escola Moderna os professores do Ensino Superior venham a desenvolver de forma mais

so hão de refletir por certo aberturas e fechamentos políticos com que os docentes se debateram nos estabeleci-mentos de onde vêm, espalhados por todo o território nacional.Convém, antes de tudo, lembrar que os dispositivos de governo das esco-las continuam muito longe de uma conceção democrática da educação. Lembrar ainda que permaneceu ao longo de toda esta legislatura a refor-ma curricular do ministro Nuno Crato, servida pelos respetivos manuais, ao mesmo tempo que os novos instru-mentos programáticos das Aprendiza-gens Essenciais, pouco influenciaram ainda a ação pedagógica dos docentes. A vida das escolas continuou deter-minada pelo ritmo sequencial dos chamados testes em cada período, preparatórios das provas finais e dos exames. Está de tal modo enraizada esta cultura examinatória e seleciona-dora que até as provas nacionais de aferição passaram a ser vividas como mais uma qualquer prova de exame.Paralelamente, e sobretudo na segunda metade do exercício do Ministério da Educação, tornaram-se mais visíveis as conceções de autonomia e flexibi-lidade curricular, conceções que re-tomam os princípios dos documentos da reforma de 2000/2001, ensaiados a partir de 1998.A recuperação de tais ideias depois de terem sido votadas ao insucesso em anterior governo do mesmo partido político, tem obrigado o Ministério da Educação a esforços redobrados para passar, à vida quotidiana das escolas, os conteúdos dos textos reformadores da organização do trabalho curricu-lar e do uso diferenciado dos tempos escolares, a designada Flexibilidade Curricular, e muito especialmente as normas que hão de fazer avançar uma mais justa organização inclusiva da cultura escolar. (Dec. Lei nº 54)Reconhecemo-nos, será justo afirmá--lo, em boa parte do discurso destes documentos, mas o facto de a sua execução vir a ser efetivada, na sua

maioria, por um governo vindouro, e essa execução vir a ser assegurada pelas mesmas estruturas antidemocrá-ticas de administração e governo dos estabelecimentos escolares, não nos deixa prever a vontade de uma verda-deira mudança.Após tentativas em vão que se suce-dem desde 25 de abril de 74, para uma educação para a cidadania democráti-ca nas escolas, dispomos agora de um novo documento orientador designado “Estratégia nacional de educação para a cidadania”. Este documento acabou por ser integrado no currículo como se fosse um programa disciplinar com o título Cidadania e Desenvolvimento.Importa esclarecer que a disciplinari-zação da cidadania não contribui para a urgência da socialização democrá-tica que, em conjunto com os nossos alunos, vamos tentando construir pela cooperação e pelo diálogo.

A autoformação cooperada e a cons-trução de modelos prático-teóricos de apropriação conjunta do conhecimento e das culturas, a elaboração avaliativa do seu relato (como fazemos em todos os Congressos) implicam tempos len-tos e longos de transformação de nós mesmos e dos nossos alunos.Por isso, continuaremos a cruzar-nos para trabalharmos juntos com todos aqueles que tragam novos contributos para a educação, quer eles integrem o Movimento ou se considerem longe dele.Termino, lembrando que aquilo por que nos batemos no Movimento tem resistido à diversidade de políticas que vêm desde os anos sessenta do século XX.Petrarca disse: “Entre a mão e o grão, existe o muro”. Conhecemo-los, os muros. Identificamo-los, quotidiana-mente e todos os dias exercemos o trabalho da sua desconstrução.

Intervenção de abertura no 41º Congresso do

MEM, Instituto de Educação da Universidade

de Lisboa, 18 de julho de 2019

sistemática o trabalho de renovação de práticas e de produção escrita neste domínio.Gostaria, agora, de me referir sucinta-mente às políticas de educação neste tempo de ambiguidade (que vivemos), uma vez que as dezenas de interven-ções que teremos ao longo do congres-

A vida das escolas continuou determina-da pelo ritmo sequen-cial dos chamados testes em cada perío-do, preparatórios das provas finais e dos exames. Está de tal modo enraizada esta cultura examinatória e selecionadora que até as provas nacio-nais de aferição pas-saram a ser vividas como mais uma qual-quer prova de exame.

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Sede Rua Fialho de Almeida, 3, 1070-128 LisboaTel: 213819100 Fax: [email protected] Direção: [email protected]

Serviço de Apoio a SóciosTEL: 21 381 9192 [email protected]

Serviço de Contencioso TEL: 21 381 9127 [email protected]

Serviços MédicosTEL: 21 381 9109 [email protected]

Serviços (seguros, viagens,etc.) TEL: 21 381 [email protected]

Centro de Documentação TEL: 21 381 [email protected]

Direção Regional de LisboaRua Fialho de Almeida, 3 - 3º 1070-128 LisboaTel: 213819100 Fax: [email protected]

Direção Regional do OesteCaldas da Rainha

Av. Engº Luís Paiva e Sousa, 4 B 2500-329 Caldas da RainhaTel: 262841065 Fax: 262844240 [email protected] Vedras

Bº Vila Morena, Ed. Sol Jardim, Lj 3 - 2ºpiso,Bl. 2 2560-619 Torres VedrasTel: 261311634 Fax: [email protected]

Direção Regional de SantarémAbrantes

Rua S. Domingos - Ed. S. Domingos, 3º B 2200-397 AbrantesTel: 241365170 Fax: [email protected]ém

Rua Vasco da Gama, 16 J - 1º Esq. 2000-232 SantarémTel: 243305790 Fax: [email protected]

Av. Ângela Tamagnini, nº 28 r/c Esq.2300-460 TomarTel: 249316196 Fax: 249322656 [email protected] Novas

R. Padre Diamantino Martins, lote 4-Loja A2350-569 Torres NovasTel: 249820734 Fax: 249824290 [email protected]

Direção Regional de Setúbal Setúbal

Rua Dr. Alves da Fonseca, 5 – 2º2900-218 SetúbalTelef.: 265 228 778Fax: 265 525 935Correio eletrónico: [email protected] Barreiro

Rua Marquês de Pombal, 40 - r/c 2830-336 BarreiroTel: 212079395 Fax: 212079368 [email protected] Almada

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I Série

• Resolução da Assembleia da República n.º 36/2019 - Diário da República n.º 48/2019, Série I de 2019-03-08120690682Recomenda ao Governo que proceda à reorganização dos ciclos de estudo no ensino básico e no ensino secundário• Decreto-Lei n.º 36/2019 - Diário da República n.º 53/2019, Série I de 2019-03-15121081281Mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 na carreira docente• Declaração de Retificação n.º 10/2019 - Diário da República n.º 59/2019, Série I de 2019-03-25121403441Retifica o Decreto-Lei n.º 21/2019, de 30 de janeiro, da Educação, que concretiza o quadro de transferência de competências para os órgãos municipais e para as entidades inter-municipais no domínio da educação, publicado no Diário da República n.º 21, 1.ª série, de 30 de janeiro de 2019• Resolução do Conselho de Ministros n.º 78/2019 - Diário da República n.º 84/2019, Série I de 2019-05-02122202592Autoriza a realização da despesa relativa aos apoios financeiros a Estabelecimentos do En-sino Particular e Cooperativo decorrentes da celebração de contratos de associação para o ciclo de ensino compreendido nos anos letivos 2019-2020, 2020-2021 e 2021-2022• Decreto-Lei n.º 65/2019 - Diário da República n.º 96/2019, Série I de 2019-05-20122345224Mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 nas carreiras, cargos ou categorias em que a progressão depende do decurso de determinado período de prestação de serviço• Resolução do Conselho de Ministros n.º 90/2019 - Diário da República n.º 108/2019, Série I de 2019-06-05122498960Autoriza a realização da despesa destinada ao apoio financeiro do Estado a cooperativas e associações de ensino especial e a institui-ções particulares de solidariedade social que celebrem contratos de cooperação para o ano letivo de 2019/2020• Resolução do Conselho de Ministros n.º 91/2019 - Diário da República n.º 108/2019, Série I de 2019-06-05122498961Autoriza a realização da despesa destinada ao apoio financeiro do Estado a estabelecimentos de ensino particular de educação especial que celebrem contratos de cooperação para o ano letivo de 2019/2020• Portaria n.º 181/2019 - Diário da República n.º 111/2019, Série I de 2019-06-11122541299Define os termos e as condições em que as escolas, no âmbito da autonomia e flexibilida-de curricular, podem implementar uma gestão superior a 25 % das matrizes curriculares-

-base das ofertas educativas e formativasa dos ensinos básico e secundário• Declaração de Retificação n.º 30/2019 - Diário da República n.º 118/2019, Série I de 2019-06-24122651141Retifica o Decreto-Lei n.º 65/2019, de 20 de maio, das Finanças, que mitiga os efeitos do congelamento ocorrido entre 2011 e 2017 nas carreiras, cargos ou categorias em que a pro-gressão depende do decurso de determinado período de prestação de serviço, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 96, de 20 de maio de 2019• Decreto-Lei n.º 85/2019 - Diário da República n.º 123/2019, Série I de 2019-07-01122777643Permite aos trabalhadores da Administração Pública faltarem justificadamente para acom-panhamento de menor de 12 anos no 1.º dia do ano letivo• Decreto Legislativo Regional n.º 15/2019/A - Diário da República n.º 134/2019, Série I de 2019-07-16123183042Recuperação do tempo de serviço prestado em Funções Docentes para Progressão na Carreira• Resolução da Assembleia da República n.º 108/2019 - Diário da República n.º 138/2019, Série I de 2019-07-22123368222Recomenda ao Governo a clarificação dos critérios de progressão remuneratória dos docentes do ensino superior público• Resolução da Assembleia da República n.º 150/2019 - Diário da República n.º 160/2019, Série I de 2019-08-22124134334Recomenda ao Governo que adote medidas de ação positiva em favor dos trabalhadores com incapacidades e doenças oncológicas• Portaria n.º 276/2019 - Diário da República n.º 164/2019, Série I de 2019-08-28124256710Portaria que atualiza os montantes do abono de família para crianças e jovens, do abono de família pré-natal e do subsídio de funeral• Decreto-Lei n.º 133/2019 - Diário da Repúbli-ca n.º 168/2019, Série I de 2019-09-03124392062Aprova o regime jurídico do ensino superior ministrado a distância• Lei n.º 94/2019 - Diário da República n.º 169/2019, Série I de 2019-09-04124417107Primeira alteração à Lei n.º 38/2007, de 16 de agosto, que aprova o regime jurídico da avalia-ção do ensino superior• Lei n.º 96/2019 - Diário da República n.º 169/2019, Série I de 2019-09-04124417109Estabelece a gratuitidade dos manuais escolares na escolaridade obrigatória na rede pública do Ministério da Educação, proceden-do à segunda alteração à Lei n.º 47/2006, de 28 de agosto• Lei n.º 116/2019 - Diário da República n.º 176/2019, Série I de 2019-09-13124680588Primeira alteração, por apreciação parlamen-

tar, ao Decreto-Lei n.º 54/2018, de 6 de julho, que estabelece o regime jurídico da educação inclusiva

II Série

• Aviso n.º 4374/2019 - Diário da República n.º 53/2019, Série II de 2019-03-15 121075679Regularização extraordinária de vínculos de emprego precários na Casa Pia de Lisboa, I. P.• Declaração de Retificação n.º 377/2019 - Diário da República n.º 82/2019, Série II de 2019-04-29 122173342Retifica o Despacho Normativo n.º 3-A/2019, de 26 de fevereiro, que altera o Regulamento do Júri Nacional de Exames e aprova o Regu-lamento das Provas de Avaliação Externa e das Provas de Equivalência à Frequência dos Ensinos Básico e Secundário• Despacho n.º 4947-B/2019 - Diário da República n.º 94/2019, 2º Suplemento, Série II de 2019-05-16 122323327Regulamenta os procedimentos de avalia-ção e certificação dos manuais escolares, estabelece os critérios de avaliação para a sua certificação, bem como os calendários de avaliação, certificação e de adoção• Despacho n.º 6147/2019 - Diário da República n.º 126/2019, Série II de 2019-07-04 122920121Define as linhas orientadoras a adotar pelas escolas na organização e realização das visitas de estudo e outras atividades lúdico--formativas a desenvolver fora do espaço escolar• Despacho n.º 6851-A/2019 - Diário da República n.º 145/2019, 1º Suplemento, Série II de 2019-07-31 123640166Procede à alteração do Despacho n.º 779/2019, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 13, de 18 de janeiro de 2019• Despacho n.º 6851-B/2019 - Diário da República n.º 145/2019, 1º Suplemento, Série II de 2019-07-31 123640167Estabelece as regras relativas à adoção de manuais escolares para os cursos de educa-ção e formação de jovens e para os cursos profissionais• Recomendação n.º 3/2019 - Diário da República n.º 145/2019, Série II de 2019-07-31 123610607Recomendação sobre qualificação e valoriza-ção de educadores e professores dos ensinos básico e secundário• Despacho n.º 7638-A/2019 - Diário da República n.º 164/2019, 2º Suplemento, Série II de 2019-08-28 124283146Procede para o ano letivo de 2019/2020 a um reforço do crédito horário disponível para o desporto escolar

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Sóc osAos

C o n s u l t ó r i o J u r í d i c o

FÁTIMA ANJOS Advogada

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Periodo Probatório

No capítulo dedicado à vinculação do pessoal docente, o Estatuto da Carreira Docente regula, no seu artigo 31º, o regime jurídico do “Período probatório”. É, precisamente

a esta matéria que é dedicada a presente rubrica do “Consultório Jurídico”.O supra identificado preceito legal começa por definir o objetivo do período probatório referindo que o mes-mo se destina a “… verificar a capacidade de adequa-ção do docente ao perfil de desempenho profissional exigível, tem a duração de um ano escolar e é cum-prido no estabelecimento de educação ou de ensino “… onde o docente exerce a sua atividade. A partir daí, interessa-nos sublinhar os aspetos mais relevan-tes desde mesmo regime que são designadamente os seguintes:a) O período probatório corresponde, por norma, ao primeiro ano escolar de exercício efetivo de funções docentes.Esta regra, admite uma exceção quando se prevê que tal período possa ser realizado no primeiro ano de exercício de funções e antes do ingresso na carreira mas faz depender tal exceção dos seguintes requisi-tos cumulativos:“a) O docente tenha sido recrutado no concurso ex-terno ou para satisfação de necessidades transitórias e antes do início do ano letivo;b) O exercício de funções docentes abranja o ano le-tivo completo;c) O seu horário seja igual ou superior a vinte horas”;Destacam-se ainda outros aspetos relevantes deste regime jurídico que a seguir se identificam:- Ao longo do período probatório o docente é acompa-nhado e apoiado por um professor que esteja posicio-nado no 4º escalão da carreira ou superior que seja (quando possível) do mesmo grupo de recrutamento daquele;- Ao docente em período probatório é vedada a acu-mulação com outras funções, públicas ou privadas;- A respetiva componente não letiva de estabeleci-mento inclui, enquanto necessário, a frequência de ações de formação, a assistência a aulas de outros professores ou a realização de trabalhos de grupo;- O período probatório é objeto de suspensão nas si-tuações de ausências ao serviço legalmente equipa-radas a prestação de trabalho efetivo por período su-perior a seis semanas, consecutivas ou interpoladas.

Concluída a situação que deu origem à suspensão, o docente retoma as funções até completar o período probatório em falta;- O período probatório terá que ser repetido se o do-cente faltar justificadamente por um período corres-pondente a 20 dias de atividade letiva;Efeitos da avaliação obtida:- A obtenção pelo docente em período probatório da menção qualitativa de Bom determina a nomeação definitiva em lugar do quadro;- A obtenção pelo docente em período probatório da menção qualitativa de Regular faculta a repetição do período probatório com obrigatoriedade de desenvol-vimento de um plano de formação que integre a obser-vação de aulas;- A obtenção pelo docente em período probatório da menção qualitativa de Insuficiente determina a im-possibilidade do docente se candidatar à docência no próprio ano ou no seguinte;- O tempo de serviço prestado em período probatório só é contado para efeitos de progressão na carreira se a classificação obtida for igual ou superior a Bom.É ainda de referir que, a propósito do período proba-tório, o Despacho nº 9488/2015, de 20 de agosto veio determinar as condições da respetiva dispensa no ano letivo de 2015/2016 que vieram a ser alargadas a anos letivos seguintes. Este é precisamente o caso do presente ano letivo de 2019/2020 que, de acordo com a Nota Informativa enviada pela DGAE (Direção-Geral da Administração Escolar), que determina que ficam dispensados da realização do período probatório, os docentes que reúnam, cumulativamente, os seguintes requisitos:“a) Contabilizem, pelo menos, 730 dias de serviço efe-tivo, nos últimos cinco anos imediatamente anteriores ao ano escolar 2018/2019, ou seja, contabilizados en-tre o dia 1 de setembro de 2013 e o dia 31 de agosto de 2018, prestados em funções docentes no mesmo grupo de recrutamento em que o docente ingressou na carreira;b) Tenham, pelo menos, cinco anos de serviço docen-te efetivo com avaliação mínima de Bom, nos termos do ECD ou seja, entre o ano escolar 2007/2008 e o ano escolar 2018/2019.”Finalmente é de referir que, para qualquer esclareci-mento adicional deverão os docentes nesta situação dirigir-se aos Serviços de Apoio a Sócios do SPGL.

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INSCRIÇÕESAs inscrições poderão ser feitas de duas formas

1. na plataforma https://corridafenprof.sports4all.pt 2. nas sedes e delegações dos sindicatos federados na

FENPROF.As inscrições encerram às 23h59m59s do dia 3 de novembro.

PRÉMIOS E OFERTASTodos os participantes receberão

• 1 t-shirt técnica,• 1 dorsal,• 1 medalha (entregue após a conclusão da prova, na meta).

Na prova de 10 km, serão atribuídos prémios aos primeiros três classificados por escalão.

Dado tratar-se de uma corrida promovida por uma organização de professores, haverá, ainda, prémios para os primeiros professores de cada um dos géneros e para os primeiros classificados sócios dos sindicatos da FENPROF.

PARTIDAS16h00 – Corrida de 10 km, na zona de Belém, com partida junto ao CCB, passagem por Algés, Alcântara e regresso novamente à zona de Belém.

16h00 – a prova de 5 km (a correr ou a caminhar 5 km) tem a partida à mesma hora da prova principal, devendo os participantes estar posicionados atrás dos atletas da prova principal.

ESCALÕES Prova de 5 km

• aberta a todas as idades, mesmo crianças, desde que acompanhadas por adultos.

Prova de 10 km • Masculinos: juniores, seniores, M35, M40, M45, M50, M55, M60, M65, M70.

VALORES DAS INSCRIÇÕESProva de 5 km

• 3 €, se forem feitas até ao dia 9 de outubro;• 5€, se forem feitas até ao dia 27 de outubro;• 7 €, se forem feitas até ao dia 3 de novembro.

Prova de 10 km• 5 €, se forem feitas até ao dia 9 de outubro;• 7,5 €, se forem feitas até ao dia 27 de outubro;• 10 €, se forem feitas até ao dia 3 de novembro

Consulta o Regulamento em www.fenprof.pt ou no site do Sindicato da tua região

1859

9.19

INSCREVE-TE!

PARTICIPA!

• Femininos: juniores, seniores, M35, M40, M45, M50, M55, M60, M65, M70.

Apoio:ASSOCIAÇÃO DE ATLETISMO DE LISBOA