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Direito Processual Penal

Professor Joeberth Nunes

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Direito Processual Penal

INQUÉRITO POLICIAL

TÍTULO II

Do Inquérito Policial

Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas res-pectivas circunscrições e terá por fim a apura-ção das infrações penais e da sua autoria.

Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometi-da a mesma função.

Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:

I – de ofício;

II – mediante requisição da autoridade judi-ciária ou do Ministério Público, ou a reque-rimento do ofendido ou de quem tiver qua-lidade para representá-lo.

§ 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:

a) a narração do fato, com todas as circuns-tâncias;

b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convic-ção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;

c) a nomeação das testemunhas, com indi-cação de sua profissão e residência.

§ 2º Do despacho que indeferir o requeri-mento de abertura de inquérito caberá re-curso para o chefe de Polícia.

§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver co-nhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbal-mente ou por escrito, comunicá-la à auto-ridade policial, e esta, verificada a proce-dência das informações, mandará instaurar inquérito.

§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.

§ 5º Nos crimes de ação privada, a autori-dade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.

Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I – dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos crimi-nais;

II – apreender os objetos que tiverem rela-ção com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III – colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas cir-cunstâncias;

IV – ouvir o ofendido;

V – ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respec-tivo termo ser assinado por duas testemu-nhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

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VI – proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII – determinar, se for caso, que se proce-da a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII – ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antece-dentes;

IX – averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elemen-tos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

Art. 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à repro-dução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

Art. 8º Havendo prisão em flagrante, será ob-servado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.

Art. 9º Todas as peças do inquérito policial se-rão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela au-toridade.

Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em fla-grante, ou estiver preso preventivamente, con-tado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fian-ça ou sem ela.

§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

§ 2º No relatório poderá a autoridade in-dicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde pos-sam ser encontradas.

§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade po-derá requerer ao juiz a devolução dos au-tos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.

Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompa-nharão os autos do inquérito.

Art. 12. O inquérito policial acompanhará a de-núncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.

Art. 13. Incumbirá ainda à autoridade policial:

I – fornecer às autoridades judiciárias as in-formações necessárias à instrução e julga-mento dos processos;

II – realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;

III – cumprir os mandados de prisão expedi-dos pelas autoridades judiciárias;

IV – representar acerca da prisão preventi-va.

Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer di-ligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á no-meado curador pela autoridade policial.

Art. 16. O Ministério Público não poderá reque-rer a devolução do inquérito à autoridade poli-cial, senão para novas diligências, imprescindí-veis ao oferecimento da denúncia.

Art. 17. A autoridade policial não poderá man-dar arquivar autos de inquérito.

Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial po-derá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.

Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pú-blica, os autos do inquérito serão remetidos ao

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juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, me-diante traslado.

Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Parágrafo único. Nos atestados de antece-dentes que lhe forem solicitados, a autori-dade policial não poderá mencionar quais-quer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.

Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado de-penderá sempre de despacho nos autos e so-mente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.

Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a re-querimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advo-gados do Brasil (Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963)

Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, orde-nar diligências em circunscrição de outra, inde-pendentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscri-ção.

Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inqué-rito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatís-tica, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indicia-do.

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Arts. 4º a 23 do CPP e art. 5º, CF

1. Inquérito policial NÃO é processo. É procedimento administrativo2. Atribuições da PF e PC: art. 144, CF3. Caráter inquisitorial: não aplica-se o contraditório em ampla defesa: art. 5º, LV, CF. Nada

obsta que a defesa formule requerimentos à Autoridade Policial. art. 14 do CPP.4. Vícios ou irregularidades: não afetam a ação penal5. Valor probatório: caráter informativo6. Sigilo: art 20, CPP e art 7º, XIV, lei nº 8.906/94: não se estende aos advogados; Súmula Vin-

culante nº 14 do STF7. Incomunicabilidade: art. 21 do CPP e art 136, parágrafo 3º, IV, CF8. Arquivamento: art. 17 do CPP e Súmula 524 do STF9. Identificação criminal: art. 5º, LVIII, CF; art. 6º, VIII, CPP; 10. Prazos: art. 10 do CPP (regra geral), lei 5010/66 (art. 66): Justiça Federal, art. 51, lei nº

1.1343/06.11. Exclusividade: art. 4º, parágrafo único do CPP12. Escrito: art. 9º do CPP13. Formas de instauração: art. 5º do CPP e parágrafos 4º e 5º14. Recurso administrativo: art. 5º, parágrafo 2º do CPP15. art. 5º, CF: ler os principais incisos em matéria penal (XLV, XLVI, XLVII, XLIX, L, LIII, LIV, LV,

LVI, LVII, LIX, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVII, LXVIII)

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Direito Processual Penal

AÇÃO PENAL

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

1. CONCEITO : é o direito de o Ministério Púbico, me crimes de ação pública, ou a vítima, em casos de ação penal privada, requerer a instauração de processo criminal contra o réu perante o Poder Judiciário.

2. FUNDAMENTO LEGAL : art. 24 a 62, Código de Processo Penal; art. 100 a 107, v, Código Penal; art. 5º, LIX e 129, I, CF.

3. CONDIÇÕES DA AÇÃO :

3.1 CONDIÇÕES GENÉRICAS :

• possibilidade jurídica do pedido : • “legitimatio da causam” : • interesse de agir : • justa causa;

3.2 CONDIÇÕES ESPECÍFICAS :

• representação do ofendido; • Requisição do Ministro da Justiça; • preenchimento do requisitos do art, 7º, parágrafo 2º, CP.

4. ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL

4.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA : INCONDICONADA E CONDICIONADA

4.2 AÇÃO PENAL PRIVADA

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TÍTULO III

Da Ação Penal

Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisi-ção do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.

§ 1º No caso de morte do ofendido ou quan-do declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônju-ge, ascendente, descendente ou irmão. (Pa-rágrafo único renumerado pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

§ 2º Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. (Incluído pela Lei nº 8.699, de 27.8.1993)

Art. 25. A representação será irretratável, de-pois de oferecida a denúncia.

Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial.

Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provo-car a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção.

Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao in-vés de apresentar a denúncia, requerer o arqui-vamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de consi-derar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denún-cia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arqui-vamento, ao qual só então estará o juiz obriga-do a atender.

Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público adi-tar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, inter-por recurso e, a todo tempo, no caso de negli-gência do querelante, retomar a ação como par-te principal.

Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualida-de para representá-lo caberá intentar a ação privada.

Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quan-do declarado ausente por decisão judicial, o di-reito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal.

§ 1º Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família.

§ 2º Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja cir-cunscrição residir o ofendido.

Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou coli-direm os interesses deste com os daquele, o di-reito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimen-to do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal.

Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal.

Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997)

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Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o cônju-ge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do art. 31, po-dendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone.

Art. 37. As fundações, associações ou socieda-des legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos de-signarem ou, no silêncio destes, pelos seus dire-tores ou sócios-gerentes.

Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofen-dido, ou seu representante legal, decairá no di-reito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denún-cia.

Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, den-tro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31.

Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Pú-blico, ou à autoridade policial.

§ 1º A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente auten-ticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, pre-sente o órgão do Ministério Público, quan-do a este houver sido dirigida.

§ 2º A representação conterá todas as infor-mações que possam servir à apuração do fato e da autoria.

§ 3º Oferecida ou reduzida a termo a repre-sentação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, re-metê-lo-á à autoridade que o for.

§ 4º A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será re-metida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito.

§ 5º O órgão do Ministério Público dispen-sará o inquérito, se com a representação fo-rem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, ofe-recerá a denúncia no prazo de quinze dias.

Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que co-nhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documen-tos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a expo-sição do fato criminoso, com todas as suas cir-cunstâncias, a qualificação do acusado ou escla-recimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.

Art. 43. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 44. A queixa poderá ser dada por procura-dor com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo cri-minal.

Art. 45. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo.

Art. 46. O prazo para oferecimento da denún-cia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No úl-timo caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.

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§ 1º Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o ofereci-mento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação

§ 2º O prazo para o aditamento da queixa será de 3 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os au-tos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que não tem o que aditar, prosseguindo-se nos demais termos do processo.

Art. 47. Se o Ministério Público julgar neces-sários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de con-vicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que de-vam ou possam fornecê-los.

Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Mi-nistério Público velará pela sua indivisibilidade.

Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.

Art. 50. A renúncia expressa constará de decla-ração assinada pelo ofendido, por seu represen-tante legal ou procurador com poderes espe-ciais.

Parágrafo único. A renúncia do represen-tante legal do menor que houver comple-tado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro.

Art. 51. O perdão concedido a um dos querela-dos aproveitará a todos, sem que produza, to-davia, efeito em relação ao que o recusar.

Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exer-cido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito.

Art. 53. Se o querelado for mentalmente en-fermo ou retardado mental e não tiver repre-

sentante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão ca-berá ao curador que o juiz Ihe nomear.

Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52.

Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procu-rador com poderes especiais.

Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50.

Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito ad-mitirão todos os meios de prova.

Art. 58. Concedido o perdão, mediante decla-ração expressa nos autos, o querelado será in-timado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação.

Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz jul-gará extinta a punibilidade.

Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querela-do, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais.

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

I – quando, iniciada esta, o querelante dei-xar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos;

II – quando, falecendo o querelante, ou so-brevindo sua incapacidade, não compare-cer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qual-quer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;

III – quando o querelante deixar de compa-recer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condena-ção nas alegações finais;

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IV – quando, sendo o querelante pessoa ju-rídica, esta se extinguir sem deixar sucessor.

Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá decla-rá-lo de ofício.

Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar con-veniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apre-ciar a matéria na sentença final.

Art. 62. No caso de morte do acusado, o juiz so-mente à vista da certidão de óbito, e depois de ouvido o Ministério Público, declarará extinta a punibilidade.

TÍTULO IV

Da Ação Civil

Art. 63. Transitada em julgado a sentença con-denatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.

Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Códi-go sem prejuízo da liquidação para a apura-ção do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo an-terior, a ação para ressarcimento do dano pode-rá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o responsável civil. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)

Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até o julgamento definitivo daquela.

Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença pe-nal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exer-cício regular de direito.

Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser proposta quando não tiver sido, categoricamente, reco-nhecida a inexistência material do fato.

Art. 67. Não impedirão igualmente a propositu-ra da ação civil:

I – o despacho de arquivamento do inquéri-to ou das peças de informação;

II – a decisão que julgar extinta a punibili-dade;

III – a sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime.

Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1º e 2º), a exe-cução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a seu reque-rimento, pelo Ministério Público.

CÓDIGO PENAL

TÍTULO VII

Da Ação Penal

Ação Pública e de Iniciativa Privada

Art. 100. A ação penal é pública, salvo quan-do a lei expressamente a declara privativa do ofendido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º A ação pública é promovida pelo Minis-tério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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§ 2º A ação de iniciativa privada é promo-vida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá--lo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 3º A ação de iniciativa privada pode in-tentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 4º No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judi-cial, o direito de oferecer queixa ou de pros-seguir na ação passa ao cônjuge, ascenden-te, descendente ou irmão. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A Ação Penal no Crime Complexo

Art. 101. Quando a lei considera como elemen-to ou circunstâncias do tipo legal fatos que, por si mesmos, constituem crimes, cabe ação públi-ca em relação àquele, desde que, em relação a qualquer destes, se deva proceder por iniciativa do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Irretratabilidade da Representação

Art. 102. A representação será irretratável de-pois de oferecida a denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Decadência do Direito de Queixa ou de Repre-sentação

Art. 103. Salvo disposição expressa em contrá-rio, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Renúncia Expressa ou Tácita do Direito de Queixa

Art. 104. O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa ou taci-

tamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único. Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incom-patível com a vontade de exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o ofen-dido a indenização do dano causado pelo crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Perdão do Ofendido

Art. 105. O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa, obs-ta ao prosseguimento da ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Art. 106. O perdão, no processo ou fora dele, expresso ou tácito: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I – se concedido a qualquer dos querelados, a todos aproveita; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II – se concedido por um dos ofendidos, não prejudica o direito dos outros; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III – se o querelado o recusa, não produz efeito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º Perdão tácito é o que resulta da prá-tica de ato incompatível com a vontade de prosseguir na ação. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º Não é admissível o perdão depois que passa em julgado a sentença condenató-ria. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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TÍTULO VIII

Da Extinção da Punibilidade

Extinção da Punibilidade

Art. 107. Extingue-se a punibilidade: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I – pela morte do agente;

II – pela anistia, graça ou indulto;

III – pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;

IV – pela prescrição, decadência ou pe-rempção;

V – pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação pri-vada;

VI – pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;

VII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

VIII – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

IX – pelo perdão judicial, nos casos previs-tos em lei.

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MATERIAL COMPLEMENTARAÇÃO PENAL E AÇÃO CIVIL EX DELICTO: art. 24 a 68 do CPP e art. 100 a 107, CP

1. Espécies e condições da ação penal:

• Incondicionada: titular: MP (denúncia); independe da vontade da vítima; Ex.: art. 155, CP

• Condicionada: titular: MP(denúncia); depende de vontade da vítima; Ex.: art. 130, Pa-rágrafo 2º, CP; ou depende de requisição do Ministro da Justiça: Ex.: art. 145, parágrafo único do CP.

• Privada: titular: ofendido(queixa-crime); MP: fiscal da lei;

• Exclusiva: art. 100, parágrafo 2º, CP; Ex.: art. 163 c/c art. 167, CP; aplica-se o art. 36, CPP

• Personalíssima: Ex.: art. 236, parágrafo único; não se aplica o art. 36, CPP

• Subsidiária da Pública: inércia do MP; art. 5º, LIX,CF e art. 29, CPP

• condições genéricas da ação penal: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de parte;

• condições específicas da açãoa penal: representação do ofendido ou requisição do Mi-nistro da Justiça nos crimes de ação penal pública condicionada.

2. Princípios da Ação Penal Pública:

• obrigatoriedade

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• indisponibilidade: art. 42, CPP

• oficialidade: art. 129, I, CF

• divisibilidade: para alguns autores, vigora a indivisibilidade.

3. Princípios da Ação Penal Privada:

• oportunidade ou conveniência

• disponibilidade: perdão (arts. 105 e 106, CP e arts. 51 e 52, CPP e art. 107, V, CP) perempção: art. 60, CPP

• indivisibilidade: arts. 48 e 49, CPP

4. Arquivamento do inquérito policial ou peças de informação: art. 28, CPP

5. Denúncia e queixa-crime: requisitos: art. 43, CPP

6. Representação (ação penal condicionada) e Requerimento (ação penal privada): arts. 25, 30, 31, 34,36,38,39, 44, CPP; prazo decadencial: não se suspende e não se interrompe;

7. Aditamento da queixa-crime: art. 45, CPP e renúncia ao direito de representação ou de queixa-crime: independe do autor do fato; art. 107, V, CP

8. Ação Civil “ex delicto”: art. 63 a 68, CPP.

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Direito Processual Penal

LEI Nº 10.25901 – A COMPETÊNCIA PENAL DA JUSTIÇA FEDERAL DO STF, DO STJ, DOS TRFS, DA JUSTIÇA FEDERAL E DOS JUIZADOS ESPECIAIS

FEDERAIS

LEI Nº 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cí-veis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Cri-minal processar e julgar os feitos de competên-cia da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de cone-xão e continência, observar-se-ão os institu-tos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cí-vel processar, conciliar e julgar causas de com-petência da Justiça Federal até o valor de ses-senta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.

§ 1º Não se incluem na competência do Jui-zado Especial Cível as causas:

I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão

e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as de-mandas sobre direitos ou interesses difu-sos, coletivos ou individuais homogêneos;

II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natu-reza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV – que tenham como objeto a impugna-ção da pena de demissão imposta a servido-res públicos civis ou de sanções disciplina-res aplicadas a militares.

§ 2º Quando a pretensão versar sobre obri-gações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parce-las não poderá exceder o valor referido no art. 3º, caput.

§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é abso-luta.

Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requeri-mento das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5º Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de sentença definitiva.

Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Fe-deral Cível:

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I – como autores, as pessoas físicas e as mi-croempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei nº 9.317, de 5 de de-zembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, funda-ções e empresas públicas federais.

Art. 7º As citações e intimações da União se-rão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do representante máximo da entida-de, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representa-ção; se não, na sede da entidade.

Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão própria).

§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou dos Pro-curadores que oficiem nos respectivos au-tos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pes-soas jurídicas de direito público, inclusive a in-terposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com ante-cedência mínima de trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judi-ciais da União, autarquias, fundações e em-presas públicas federais, bem como os indi-cados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos proces-sos da competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando--a até a instalação da audiência de conciliação.

Parágrafo único. Para a audiência de com-posição dos danos resultantes de ilícito cri-minal (arts. 71, 72 e 74 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessá-rio à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresenta-rá o laudo até cinco dias antes da audiência, in-dependentemente de intimação das partes.

§ 1º Os honorários do técnico serão ante-cipados à conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será in-cluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2º Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar assis-tentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de in-terpretação de lei federal quando houver diver-gência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na in-terpretação da lei.

§ 1º O pedido fundado em divergência en-tre Turmas da mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas em confli-to, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julga-do por Turma de Uniformização, integrada

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por juízes de Turmas Recursais, sob a presi-dência do Coordenador da Justiça Federal.

§ 3º A reunião de juízes domiciliados em ci-dades diversas será feita pela via eletrônica.

§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou juris-prudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibi-lidade do direito invocado e havendo fun-dado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a re-querimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabeleci-da.

§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 7º Se necessário, o relator pedirá infor-mações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cin-co dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em pauta na Se-ção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pe-didos retidos referidos no § 6o serão apre-ciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não aco-lhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a com-posição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º do art. 14, além da observância das normas do Regimento.

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sen-tença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coi-sa certa, será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da de-cisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisi-ção, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Eco-nômica Federal ou do Banco do Brasil, indepen-dentemente de precatório.

§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali de-finidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor estabele-cido nesta Lei para a competência do Juiza-do Especial Federal Cível (art. 3º, caput).

§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do numerário sufi-ciente ao cumprimento da decisão.

§ 3º São vedados o fracionamento, repar-tição ou quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1o deste artigo, e, em parte, mediante expedição do preca-tório, e a expedição de precatório comple-mentar ou suplementar do valor pago.

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§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento far-se--á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o pre-catório, da forma lá prevista.

Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz presidente do Juizado designará os conciliado-res pelo período de dois anos, admitida a recon-dução. O exercício dessas funções será gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jura-do (art. 437 do Código de Processo Penal).

Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas localidades cujo mo-vimento forense não justifique a existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.

Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras cidades onde for necessário, neste último caso, por deci-são do Tribunal Regional Federal, serão ins-talados Juizados com competência exclusiva para ações previdenciárias.Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, ve-dada a aplicação desta Lei nº juízo estadual.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Regional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo abranger mais de uma seção.

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordena-dos por Juiz do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.

Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, poderá deter-

minar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante, mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência de dez dias.

Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos, contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juiza-dos Especiais Cíveis, atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários ou admi-nistrativos.

Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Con-selho da Justiça Federal e as Escolas de Magis-tratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas de informática necessários para sub-sidiar a instrução das causas submetidas aos Jui-zados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e servidores.

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Es-peciais as demandas ajuizadas até a data de sua instalação.

Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Fe-derais prestar o suporte administrativo necessá-rio ao funcionamento dos Juizados Especiais.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Indepen-dência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo de Tarso Tamos Ribeiro

Roberto Brant

Gilmar Ferreira Mendes

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Seção IIDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe--se de onze Ministros, escolhidos dentre cida-dãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Pre-sidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Fede-ral, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I – processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

b) nas infrações penais comuns, o Presiden-te da República, o Vice-Presidente, os mem-bros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da Repúbli-ca;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Supe-riores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente;

d) o habeas corpus, sendo paciente qual-quer das pessoas referidas nas alíneas ante-riores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da Repúbli-ca, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou orga-nismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estran-geiro;

h) REVOGADO

i) o habeas corpus, quando o coator for Tri-bunal Superior ou quando o coator ou o pa-ciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdi-ção do Supremo Tribunal Federal, ou se tra-te de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da ma-gistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da me-tade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indi-retamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Su-perior Tribunal de Justiça e quaisquer tribu-nais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elabo-ração da norma regulamentadora for atri-buição do Presidente da República, do Con-gresso Nacional, da Câmara dos Deputados,

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do Senado Federal, das Mesas de uma des-sas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Mi-nistério Público;

II – julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de seguran-ça, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribu-nais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última ins-tância, quando a decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de trata-do ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal.

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Trans-formado do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, pro-feridas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais ór-gãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso,

nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.

Art. 103. Podem propor a ação direta de incons-titucionalidade e a ação declaratória de consti-tucionalidade:

I – o Presidente da República;

II – a Mesa do Senado Federal;

III – a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;

V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;

VI – o Procurador-Geral da República;

VII – o Conselho Federal da Ordem dos Ad-vogados do Brasil;

VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;

IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República de-verá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os proces-sos de competência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das pro-vidências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4º REVOGADO

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Seção IIIDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe--se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de ses-senta e cinco anos, de notável saber jurídi-co e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo:

I – um terço dentre juízes dos Tribunais Re-gionais Federais e um terço dentre desem-bargadores dos Tribunais de Justiça, indica-dos em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II – um terço, em partes iguais, dentre advo-gados e membros do Ministério Público Fe-deral, Estadual, do Distrito Federal e Terri-tórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Jus-tiça:

I – processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargado-res dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Fede-ral, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribu-nais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal;

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencio-nadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Minis-tro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

d) os conflitos de competência entre quais-quer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vincula-dos a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisó-rias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autorida-des administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Esta-do e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elabo-ração da norma regulamentadora for atri-buição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Su-premo Tribunal Federal e dos órgãos da Jus-tiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas roga-tórias;

II – julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a deci-são for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do

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Distrito Federal e Territórios, quando dene-gatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou ne-gar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contes-tado em face de lei federal;

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Su-perior Tribunal de Justiça:

I – a Escola Nacional de Formação e Aper-feiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cur-sos oficiais para o ingresso e promoção na carreira;

II – o Conselho da Justiça Federal, cabendo--lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante.

Seção IVDOS TRIBUNAIS REGIONAIS

FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I – os Tribunais federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais com-põem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando possível, na respectiva região e nomea-dos pelo Presidente da República dentre brasi-

leiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I – um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II – os demais, mediante promoção de ju-ízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a per-muta de juízes dos Tribunais Regionais Fe-derais e determinará sua jurisdição e sede.

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instala-rão a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da res-pectiva jurisdição, servindo-se de equipa-mentos públicos e comunitários.

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais pode-rão funcionar descentralizadamente, cons-tituindo Câmaras regionais, a fim de asse-gurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo.

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Fe-derais:

I – processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdi-ção, incluídos os da Justiça Militar e da Justi-ça do Trabalho, nos crimes comuns e de res-ponsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisó-rias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

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Direito Processual Penal – Lei nº 10.259/01 - A competência penal da Justiça Federal – Prof. Joerberth Nunes

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e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II – julgar, em grau de recurso, as causas de-cididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência fe-deral da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I – as causas em que a União, entidade au-tárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de fa-lência, as de acidentes de trabalho e as su-jeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Traba-lho;

II – as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País;

III – as causas fundadas em tratado ou con-trato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional;

IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competên-cia da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V – os crimes previstos em tratado ou con-venção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou de-vesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reci-procamente;

V - A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;

VI – os crimes contra a organização do tra-balho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem eco-nômico-financeira;

VII – os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constran-gimento provier de autoridade cujos atos

não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII – os mandados de segurança e os ha-beas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais;

IX – os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de car-ta rogatória, após o "exequatur", e de sen-tença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI – a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde ti-ver domicílio a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu ori-gem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segura-dos ou beneficiários, as causas em que fo-rem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verifica-da essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos

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dos quais o Brasil seja parte, poderá susci-tar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal.

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Fe-deral, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

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Direito Processual Penal

SUJEITOS PROCESSUAIS

TÍTULO VIII

Do Juiz, Do Ministério Público, Do Acusado E Defensor, Dos Assistentes

E Auxiliares Da Justiça

CAPÍTULO IDO JUIZ

Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularida-de do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisi-tar a força pública.

Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

I – tiver funcionado seu cônjuge ou paren-te, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da jus-tiça ou perito;

II – ele próprio houver desempenhado qual-quer dessas funções ou servido como teste-munha;

III – tiver funcionado como juiz de outra ins-tância, pronunciando-se, de fato ou de di-reito, sobre a questão;

IV – ele próprio ou seu cônjuge ou paren-te, consangüíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclu-sive.

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:

I – se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II – se ele, seu cônjuge, ascendente ou des-cendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter crimi-noso haja controvérsia;

III – se ele, seu cônjuge, ou parente, con-sangüíneo, ou afim, até o terceiro grau, in-clusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qual-quer das partes;

IV – se tiver aconselhado qualquer das par-tes;

V – se for credor ou devedor, tutor ou cura-dor, de qualquer das partes;

Vl – se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

Art. 255. O impedimento ou suspeição decor-rente de parentesco por afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descen-dentes, não funcionará como juiz o sogro, o pa-drasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.

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Art. 256. A suspeição não poderá ser decla-rada nem reconhecida, quando a parte inju-riar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.

CAPÍTULO IIDO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 257. Ao Ministério Público cabe:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma estabelecida neste Códi-go; e

II - fiscalizar a execução da lei.

Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou paren-te, consangüíneo ou afim, em linha reta ou co-lateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicável, as prescri-ções relativas à suspeição e aos impedimentos dos juízes.

CAPÍTULO IIIDO ACUSADO E SEU DEFENSOR

Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quan-do certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da exe-cução da sentença, se for descoberta a sua qua-lificação, far-se-á a retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos prece-dentes.

Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qual-quer outro ato que, sem ele, não possa ser reali-zado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.

Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os requisitos men-cionados no art. 352, no que Ihe for aplicá-vel.

Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem de-fensor.

Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou dativo, será sempre exercida através de manifesta-ção fundamentada.

Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador.

Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á no-meado defensor pelo juiz, ressalvado o seu di-reito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou a si mesmo defender-se, caso te-nha habilitação.

Parágrafo único. O acusado, que não for po-bre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.

Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.

Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comuni-cado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem pre-juízo das demais sanções cabíveis.

§ 1º A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer.

§ 2º Incumbe ao defensor provar o impedi-mento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamen-to de ato algum do processo, devendo no-mear defensor substituto, ainda que provi-soriamente ou só para o efeito do ato.

Art. 266. A constituição de defensor independe-rá de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório.

Art. 267. Nos termos do art. 252, não funciona-rão como defensores os parentes do juiz.

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CAPÍTULO IVDOS ASSISTENTES

Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31.

Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa no estado em que se achar.

Art. 270. O co-réu no mesmo processo não po-derá intervir como assistente do Ministério Pú-blico.

Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemu-nhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpos-tos pelo Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598.

§ 1º O juiz, ouvido o Ministério Público, de-cidirá acerca da realização das provas pro-postas pelo assistente.

§ 2º O processo prosseguirá independen-temente de nova intimação do assistente, quando este, intimado, deixar de compare-cer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior de-vidamente comprovado.

Art. 272. O Ministério Público será ouvido pre-viamente sobre a admissão do assistente.

Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entre-tanto, constar dos autos o pedido e a decisão.

CAPÍTULO VDOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA

Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos ju-ízes estendem-se aos serventuários e funcioná-rios da justiça, no que Ihes for aplicável.

CAPÍTULO VIDOS PERITOS E INTÉRPRETES

Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, es-tará sujeito à disciplina judiciária.

Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.

Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escu-sa atendível.

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada ime-diatamente:

a) deixar de acudir à intimação ou ao cha-mado da autoridade;

b) não comparecer no dia e local designa-dos para o exame;

c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabele-cidos.

Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá de-terminar a sua condução.

Art. 279. Não poderão ser peritos:

I – os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV do art. 69 do Código Penal;

II – os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia;

III – os analfabetos e os menores de 21 anos.

Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efei-tos, equiparados aos peritos.

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Material Complementar

1. PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL: ART. 251, CPP;2. DAS CAUSAS DE IMPEDIMENTO DOS JUÍZES: ART. 252, CPP

2.1. relação entre o juiz e o objeto da causa3. DAS CAUSAS DE SUSPEIÇÃO: ART. 254, CPP

3.1. relação entre o juiz e a matéria em debate3.2. parentesco consanguíneo e por afinidade: arts. 1591, 1592, 1595, CPC

4.. JUÍZOS COLETIVOS. ART. 253, CPP5. CAUSAS DE MANUTENÇÃO OU CESSAÇÃO DO IMPEDIMENTO OU SUSPEIÇÃO: ART. 255,

CPP6. ANIMOSIDADE POR MÁ-FÉ DA PARTE: ART. 256, CPP7. FUNÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: ART. 257, CPP E ART. 129, CF8. CAUSAS DE IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: ART. 257, CPP9. ACUSADO E SEU DEFENSOR: ART. 259 A 267, CPP10. INDISPONIBILIDADE DO DIREITO DE DEFESA: ART. 261, CPP11. PRINCÍPIO DA NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO: ART. 260, CPP 12. ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO: ART. 268 A 273, CPP13. ASSISTÊNCIA DO CORRÉU: ART. 270,CPP14. ATRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE: ART. 271, CPP15. DA OITIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO E A ADMISSÃO DO ASSISTENTE: ART. 272, CPP16. DA DECISÃO DO JUIZ NA HABILITAÇÃO DO ASSISTENTE17. DOS FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA: ART. 274, CPP: DA DESNECESSIDADE DO ARTIGO, EIS QUE,

SEGUNDO A DOUTRINA, ESTES FUNCIONÁRIOS ATOS DECISÓRIOS.18. PERITOS E INTÉRPRETES: ART. 275 A 281, CPP19. PERITO: É A PESSOA QUE POSSUI ESPECIALIDADE EM DETERMINADO ASSUNTO, O QUAL

SERVE COMO AUXILIAR DA JUSTIÇA.20. INTÉRPRETE: É A PESSOA QUE SERVE COMO AUXILIAR DA JUSTIÇA DE IDIOMAS E OUTRA

DFORMAS DE COMUNICAÇÃO, NA BUSCA DE RELAÇÃO ENTRE O OUVIDO, O JUIZ E ÁS PAR-TES.

21. SUSPEIÇÃO DOS PERITOS E INTÉRPRETES: ART. 280, CPP E ART. 281, CPP

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Direito Processual Penal

ATOS JURISDICIONAIS

Art. 792. As audiências, sessões e os atos pro-cessuais serão, em regra, públicos e se realiza-rão nas sedes dos juízos e tribunais, com assis-tência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora cer-tos, ou previamente designados.

§ 1º Se da publicidade da audiência, da ses-são ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribu-nal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.

§ 2º As audiências, as sessões e os atos pro-cessuais, em caso de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em ou-tra casa por ele especialmente designada.

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se inter-rompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1º Não se computará no prazo o dia do co-meço, incluindo-se, porém, o do vencimen-to.

§ 2º A terminação dos prazos será certifi-cada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omi-tida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.

§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.

§ 4º Não correrão os prazos, se houver im-pedimento do juiz, força maior, ou obstácu-lo judicial oposto pela parte contrária.

§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos cor-rerão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for pro-ferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos au-tos ciência inequívoca da sentença ou des-pacho.

Art. 800. Os juízes singulares darão seus des-pachos e decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos:

I – de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;

II – de cinco dias, se for interlocutória sim-ples;

III – de um dia, se se tratar de despacho de expediente.

§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão.

§ 2º Os prazos do Ministério Público contar--se-ão do termo de vista, salvo para a inter-posição do recurso (art. 798, § 5º).

§ 3º Em qualquer instância, declarando mo-tivo justo, poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele fixados neste Código.

§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público no

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dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida no art. 799.

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Direito Processual Penal

ATOS JUDICIAIS

1. Atos processuais: são aqueles que se dão durante o processo.

3. Forma: idioma, escrito e publicidade.

4. Distinção entre decisão interlocutória e definitiva.

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Direito Processual Penal

PRAZOS PROCESSUAIS

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se inter-rompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1º Não se computará no prazo o dia do co-meço, incluindo-se, porém, o do vencimen-to.

§ 2º A terminação dos prazos será certifi-cada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omi-tida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.

§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.

§ 4º Não correrão os prazos, se houver im-pedimento do juiz, força maior, ou obstácu-lo judicial oposto pela parte contrária.

§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos cor-rerão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for pro-ferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos au-tos ciência inequívoca da sentença ou des-pacho.

Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cin-quenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.

Art. 800. Os juízes singulares darão seus des-pachos e decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos:

I – de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;

II – de cinco dias, se for interlocutória sim-ples;

III – de um dia, se tratar de despacho de ex-pediente.

§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão.

§ 2º Os prazos do Ministério Público contar--se-ão do termo de vista, salvo para a inter-posição do recurso (art. 798, § 5º).

§ 3º Em qualquer instância, declarando mo-tivo justo, poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele fixados neste Código.

§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida no art. 799.

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Direito Processual Penal

FORMA, LUGAR E TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS

LIVRO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 791. Em todos os juízos e tribunais do cri-me, além das audiências e sessões ordinárias, haverá as extraordinárias, de acordo com as ne-cessidades do rápido andamento dos feitos.

Art. 792. As audiências, sessões e os atos pro-cessuais serão, em regra, públicos e se realiza-rão nas sedes dos juízos e tribunais, com assis-tência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora cer-tos, ou previamente designados.

§ 1º Se da publicidade da audiência, da ses-são ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribu-nal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes.

§ 2º As audiências, as sessões e os atos pro-cessuais, em caso de necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em ou-tra casa por ele especialmente designada.

Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os ad-vogados, as partes, os escrivães e os especta-dores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo.

Parágrafo único. Nos atos da instrução cri-minal, perante os juízes singulares, os advo-gados poderão requerer sentados.

Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão de-terminar o que for conveniente à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força públi-ca, que ficará exclusivamente à sua disposição.

Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se.

Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em caso de resistência, serão presos e autua-dos.

Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do defensor, se o réu se portar inconvenientemente.

Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser praticados em período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela superve-niência de feriado ou domingo.

Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se inter-rompendo por férias, domingo ou dia feriado.

§ 1º Não se computará no prazo o dia do co-meço, incluindo-se, porém, o do vencimen-to.

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§ 2º A terminação dos prazos será certifi-cada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o prazo, ainda que omi-tida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr.

§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato.

§ 4º Não correrão os prazos, se houver im-pedimento do juiz, força maior, ou obstácu-lo judicial oposto pela parte contrária.

§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos cor-rerão:

a) da intimação;

b) da audiência ou sessão em que for pro-ferida a decisão, se a ela estiver presente a parte;

c) do dia em que a parte manifestar nos au-tos ciência inequívoca da sentença ou des-pacho.

Art. 799. O escrivão, sob pena de multa de cin-quenta a quinhentos mil-réis e, na reincidência, suspensão até 30 (trinta) dias, executará dentro do prazo de dois dias os atos determinados em lei ou ordenados pelo juiz.

Art. 800. Os juízes singulares darão seus des-pachos e decisões dentro dos prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos:

I – de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista;

II – de cinco dias, se for interlocutória sim-ples;

III – de um dia, se se tratar de despacho de expediente.

§ 1º Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão.

§ 2º Os prazos do Ministério Público contar--se-ão do termo de vista, salvo para a inter-posição do recurso (art. 798, § 5º).

§ 3º Em qualquer instância, declarando mo-tivo justo, poderá o juiz exceder por igual tempo os prazos a ele fixados neste Código.

§ 4º O escrivão que não enviar os autos ao juiz ou ao órgão do Ministério Público no dia em que assinar termo de conclusão ou de vista estará sujeito à sanção estabelecida no art. 799.

Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério Público, responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do do-bro dos dias excedidos.

Art. 802. O desconto referido no artigo antece-dente far-se-á à vista da certidão do escrivão do processo ou do secretário do tribunal, que de-verão, de ofício, ou a requerimento de qualquer interessado, remetê-la às repartições encarre-gadas do pagamento e da contagem do tempo de serviço, sob pena de incorrerem, de pleno di-reito, na multa de quinhentos mil-réis, imposta por autoridade fiscal.

Art. 803. Salvo nos casos expressos em lei, é proibida a retirada de autos do cartório, ainda que em confiança, sob pena de responsabilida-de do escrivão.

Art. 804. A sentença ou o acórdão, que julgar a ação, qualquer incidente ou recurso, condenará nas custas o vencido.

Art. 805. As custas serão contadas e cobradas de acordo com os regulamentos expedidos pela União e pelos Estados.

Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações in-tentadas mediante queixa, nenhum ato ou dili-gência se realizará, sem que seja depositada em cartório a importância das custas.

§ 1º Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre.

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§ 2º A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência reque-rida ou deserção do recurso interposto.

§ 3º A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em virtude do não--pagamento de custas não implicará a nuli-dade do processo, se a prova de pobreza do acusado só posteriormente foi feita.

Art. 807. O disposto no artigo anterior não obs-tará à faculdade atribuída ao juiz de determinar de ofício inquirição de testemunhas ou outras diligências.

Art. 808. Na falta ou impedimento do escrivão e seu substituto, servirá pessoa idônea, nomeada pela autoridade, perante quem prestará com-promisso, lavrando o respectivo termo.

Art. 809. A estatística judiciária criminal, a car-go do Instituto de Identificação e Estatística ou repartições congêneres, terá por base o boletim individual, que é parte integrante dos processos e versará sobre:

I – os crimes e as contravenções praticados durante o trimestre, com especificação da natureza de cada um, meios utilizados e cir-cunstâncias de tempo e lugar;

II – as armas proibidas que tenham sido apreendidas;

III – o número de delinquentes, menciona-das as infrações que praticaram, sua nacio-nalidade, sexo, idade, filiação, estado civil, prole, residência, meios de vida e condições econômicas, grau de instrução, religião, e condições de saúde física e psíquica;

IV – o número dos casos de co-delinquên-cia;

V – a reincidência e os antecedentes judici-ários;

VI – as sentenças condenatórias ou abso-lutórias, bem como as de pronúncia ou de impronúncia;

VII – a natureza das penas impostas;

VIII – a natureza das medidas de segurança aplicadas;

IX – a suspensão condicional da execução da pena, quando concedida;

X – as concessões ou denegações de habeas corpus.

§ 1º Os dados acima enumerados consti-tuem o mínimo exigível, podendo ser acres-cidos de outros elementos úteis ao serviço da estatística criminal.

§ 2º Esses dados serão lançados semestral-mente em mapa e remetidos ao Serviço de Estatística Demográfica Moral e Política do Ministério da Justiça.

§ 3º O boletim individual a que se refere este artigo é dividido em três partes desta-cáveis, conforme modelo anexo a este Códi-go, e será adotado nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios. A primeira parte ficará arquivada no cartório policial; a se-gunda será remetida ao Instituto de Iden-tificação e Estatística, ou repartição congê-nere; e a terceira acompanhará o processo, e, depois de passar em julgado a sentença definitiva, lançados os dados finais, será enviada ao referido Instituto ou repartição congênere.

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MATERIAL DE APOIO

1 - Fatos: são acontecimentos que se dão na sociedade.

2 - Fatos jurídicos: são os fatos naturais que interessam ao Direito.

3 - Atos processuais: são aqueles que se dão durante o processo.

4 - Atos das partes: postulatórios, Instrutórios, Reais e Dispositivos.

6 - Distinção entre decisão interlocutória e definitiva.

7 - Limites de lugar: art. 792, CPP.

8 - Forma: idioma, escrito e publicidade.

9 - Prazos: diversos.

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Direito Processual Penal

CITAÇÃO E INTIMAÇÃO

TÍTULO X

Das Citações e Intimações

CAPÍTULO IDAS CITAÇÕES

Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no território sujeito à juris-dição do juiz que a houver ordenado.

Art. 352. O mandado de citação indicará:

I – o nome do juiz;

II – o nome do querelante nas ações inicia-das por queixa;

III – o nome do réu, ou, se for desconheci-do, os seus sinais característicos;

IV – a residência do réu, se for conhecida;

V – o fim para que é feita a citação;

VI – o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer;

VII – a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz.

Art. 353. Quando o réu estiver fora do territó-rio da jurisdição do juiz processante, será citado mediante precatória.

Art. 354. A precatória indicará:

I – o juiz deprecado e o juiz deprecante;

II – a sede da jurisdição de um e de outro;

III – o fim para que é feita a citação, com to-das as especificações;

IV – o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer.

Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz de-precante, independentemente de traslado, de-pois de lançado o "cumpra-se" e de feita a cita-ção por mandado do juiz deprecado.

§ 1º Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação.

§ 2º Certificado pelo oficial de justiça que o réu se oculta para não ser citado, a preca-tória será imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362.

Art. 356. Se houver urgência, a precatória, que conterá em resumo os requisitos enumerados no art. 354, poderá ser expedida por via tele-gráfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estação expedidora mencionará.

Art. 357. São requisitos da citação por manda-do:

I – leitura do mandado ao citando pelo ofi-cial e entrega da contrafé, na qual se men-cionarão dia e hora da citação;

II – declaração do oficial, na certidão, da en-trega da contrafé, e sua aceitação ou recu-sa.

Art. 358. A citação do militar far-se-á por inter-médio do chefe do respectivo serviço.

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Art. 359. O dia designado para funcionário pú-blico comparecer em juízo, como acusado, será notificado assim a ele como ao chefe de sua re-partição.

Art. 360. Se o réu estiver preso, será pessoal-mente citado.

Art. 361. Se o réu não for encontrado, será cita-do por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora cer-ta, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.

Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.

Art. 363. O processo terá completada a sua for-mação quando realizada a citação do acusado.

I – (revogado);

II – (revogado).

§ 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital.

§ 2º (VETADO)

§ 3º (VETADO)

§ 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo ob-servará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.

Art. 364. No caso do artigo anterior, no I, o pra-zo será fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstâncias, e, no caso de no II, o prazo será de trinta dias.

Art. 365. O edital de citação indicará:

I – o nome do juiz que a determinar;

II – o nome do réu, ou, se não for conheci-do, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo;

III – o fim para que é feita a citação;

IV – o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer;

V – o prazo, que será contado do dia da pu-blicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação.

Parágrafo único. O edital será afixado à por-ta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, de-vendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação.

Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo pres-cricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).

Art. 367. O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.

Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogató-ria, suspendendo-se o curso do prazo de pres-crição até o seu cumprimento.

Art. 369. As citações que houverem de ser feitas em legações estrangeiras serão efetuadas me-diante carta rogatória. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)

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CAPÍTULO IIDAS INTIMAÇÕES

Art. 370. Nas intimações dos acusados, das tes-temunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for aplicável, o disposto no Capítulo an-terior.

§ 1º A intimação do defensor constituído, do advogado do querelante e do assistente far-se-á por publicação no órgão incumbido da publicidade dos atos judiciais da comar-ca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado.

§ 2º Caso não haja órgão de publicação dos atos judiciais na comarca, a intimação far--se-á diretamente pelo escrivão, por man-dado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idôneo.

§ 3º A intimação pessoal, feita pelo escri-vão, dispensará a aplicação a que alude o § 1º.

§ 4º A intimação do Ministério Público e do defensor nomeado será pessoal.

Art. 371. Será admissível a intimação por despa-cho na petição em que for requerida, observado o disposto no art. 357.

Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instru-ção criminal, o juiz marcará desde logo, na pre-sença das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrará termo nos autos.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. Diferença entre citação, intimação e notificação;

2. Citação: art. 351 a 369, CPP;

3. Citação inicial: (regra): art. 351, CPP

4. Requisitos intrínsecos da citação pessoal por mandado:art. 352, CPP

5. Requisitos extrínsecos da citação pessoal por mandado: art. 357, CPP

6. Citação por carta precatória:art. 353, CPP

7. Requisitos da carta precatória de citação: art. 353, CPP;

8. Cumprimento da carta precatória: art. 355 e parágrafos, CPP

9. Citação do militar: art. 358, CPP

10. Citação de réu preso: art. 360, CPP

11. Citação por edital: art. 361, 365, 366, CPP

12. Citação por hora certa: art. 362, CPP

13. Citação por carta rogatória: art. 369, CPP

14. Notificação de funcionário público e ao chefe da repartição: art. 0359, CPP

15. Intimação: arts. 370 a 372, CPP

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Direito Processual Penal

REGRAS GERAIS SOBRE PRISÃO

1. Conceito: é a segregação do indivíduo, no que se refere ao direito de livre locomoção (art. 5º, XV, LXI, CF)

2. Espécies: definitiva e provisória (preventiva e temporária)

3. Tem-se, também, a prisão em flagrante e a prisão domiciliar previstas no Código de Processo Penal.

4. Prisão preventiva: art. 311 a 316, CPP

5. Prisão temporária: lei 7960/89

6. Prisão em flagrante: art. 301 a 310, CPP

7. Prisão domiciliar: art. 317 e 318, CPP

8. Medidas cautelares alternativas à prisão: art. 282 a 300, CPP e art. 319 a 320, CPP

9. Liberdade provisória: art. 321 a 350, CPP

10. Fiança: art. 321 a 350, CPP

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Direito Processual Penal

PRISÃO PREVENTIVA

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO IX

Da Prisão, Das Medidas Cautelares e Da Liberdade Provisória

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:

I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2º As medidas cautelares serão decreta-das pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investi-gação criminal, por representação da auto-ridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, de-terminará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

§ 4º No caso de descumprimento de qual-quer das obrigações impostas, o juiz, de

ofício ou mediante requerimento do Minis-tério Público, de seu assistente ou do que-relante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, pará-grafo único).

§ 5º O juiz poderá revogar a medida caute-lar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória tran-sitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporá-ria ou prisão preventiva.

§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qual-quer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do do-micílio.

Art. 284. Não será permitido o emprego de for-ça, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

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Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser pre-sa, por seu nome, alcunha ou sinais caracte-rísticos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplica-ta, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de-verá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apre-sentado ao juiz que tiver expedido o mandado.

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo dire-tor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, deven-do ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora.

Parágrafo único. O recibo poderá ser pas-sado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requi-sitar a prisão por qualquer meio de comuni-cação, do qual deverá constar o motivo da

prisão, bem como o valor da fiança se arbi-trada.

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisi-ção tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.

§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da me-dida.

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacio-nal de Justiça para essa finalidade.

§ 1º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência ter-ritorial do juiz que o expediu.

§ 2º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e co-municando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.

§ 3º A prisão será imediatamente comuni-cada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão ex-traída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.

§ 4º O preso será informado de seus direi-tos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será co-municado à Defensoria Pública.

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades lo-cais sobre a legitimidade da pessoa do exe-cutor ou sobre a identidade do preso, apli-ca-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.

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Direito Processual Penal – Prisão Preventiva – Prof. Joerberth Nunes

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§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regula-mentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o exe-cutor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdi-do de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fi-dedignas, que o réu tenha passado, há pou-co tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimida-de da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado en-tender-se-á feita desde que o executor, fazendo--se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de ter-ceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-terminada por autoridade competente, o execu-tor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encon-tra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor con-vocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso;

sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar to-das as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efe-tuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será le-vado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 294. No caso de prisão em flagrante, obser-var-se-á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competen-te, quando sujeitos a prisão antes de condena-ção definitiva:

I – os ministros de Estado;

II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distri-to Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mé-rito";

V – os oficiais das Forças Armadas e os mili-tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

VI – os magistrados;

VII – os diplomados por qualquer das facul-dades superiores da República;

VIII – os ministros de confissão religiosa;

IX – os ministros do Tribunal de Contas;

X – os cidadãos que já tiverem exercido efe-tivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacida-de para o exercício daquela função;

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XI – os delegados de polícia e os guardas--civis dos Estados e Territórios, ativos e ina-tivos.

§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum.

§ 2º Não havendo estabelecimento específi-co para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimen-to.

§ 3º A cela especial poderá consistir em alo-jamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condi-cionamento térmico adequados à existência humana.

§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.

Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabele-cimentos militares, de acordo com os respecti-vos regulamentos.

Art. 297. Para o cumprimento de mandado ex-pedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado ori-ginal.

Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vis-ta de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente fi-carão separadas das que já estiverem definitiva-

mente condenadas, nos termos da lei de execu-ção penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagran-te delito, após a lavratura dos procedimen-tos legais, será recolhido a quartel da insti-tuição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.

CAPÍTULO IIDA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori-dades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I – está cometendo a infração penal;

II – acaba de cometê-la;

III – é perseguido, logo após, pela autorida-de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV – é encontrado, logo depois, com instru-mentos, armas, objetos ou papéis que fa-çam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende--se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemu-nhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autorida-de mandará recolhê-lo à prisão, exceto no

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caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou pro-cesso, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que ha-jam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitu-ra na presença deste.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escri-vão, qualquer pessoa designada pela autorida-de lavrará o auto, depois de prestado o compro-misso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-tamente ao juiz competente, ao Ministério Pú-blico e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao pre-so, mediante recibo, a nota de culpa, assina-da pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Art. 307. Quando o fato for praticado em pre-sença da autoridade, ou contra esta, no exercí-cio de suas funções, constarão do auto a narra-ção deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das teste-munhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido ime-diatamente ao juiz a quem couber tomar conhe-

cimento do fato delituoso, se não o for a autori-dade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser pos-to em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em fla-grante, o juiz deverá fundamentadamente:

I – relaxar a prisão ilegal; ou

II – converter a prisão em flagrante em pre-ventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agen-te praticou o fato nas condições constan-tes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamenta-damente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de compare-cimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

CAPÍTULO IIIDA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação po-licial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Mi-nistério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decre-tada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução cri-minal, ou para assegurar a aplicação da lei pe-

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nal, quando houver prova da existência do cri-me e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva tam-bém poderá ser decretada em caso de des-cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cau-telares (art. 282, § 4º).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventi-va:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-cente, idoso, enfermo ou pessoa com defici-ência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quan-do esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser co-locado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-mendar a manutenção da medida.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre moti-vada.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preven-tiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-quem.

CAPÍTULO IVDA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhi-mento do indiciado ou acusado em sua residên-cia, só podendo dela ausentar-se com autoriza-ção judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre-ventiva pela domiciliar quando o agente for:

I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabe-lecidos neste artigo.

CAPÍTULO VDAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II – proibição de acesso ou frequência a de-terminados lugares quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses lo-cais para evitar o risco de novas infrações;

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III – proibição de manter contato com pes-soa determinada quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V – recolhimento domiciliar no período no-turno e nos dias de folga quando o investi-gado ou acusado tenha residência e traba-lho fixos;

VI – suspensão do exercício de função públi-ca ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com vio-lência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-impu-tável (art. 26 do Código Penal) e houver ris-co de reiteração;

VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu anda-mento ou em caso de resistência injustifica-da à ordem judicial;

IX – monitoração eletrônica.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarre-gadas de fiscalizar as saídas do território nacio-nal, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

CAPÍTULO VIDA LIBERDADE PROVISÓRIA,

COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deve-rá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 323. Não será concedida fiança: .

I – nos crimes de racismo;

II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;

III – nos crimes cometidos por grupos arma-dos, civis ou militares, contra a ordem cons-titucional e o Estado Democrático;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fian-ça:

I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

II – em caso de prisão civil ou militar;

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

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IV – quando presentes os motivos que au-torizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela au-toridade que a conceder nos seguintes limites:

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada).

I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena pri-vativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena priva-tiva de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1º Se assim recomendar a situação econô-mica do preso, a fiança poderá ser:

I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois ter-ços); ou

III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do in-quérito e da instrução criminal e para o julga-

mento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residên-cia, sem prévia permissão da autoridade pro-cessante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubri-cado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos au-tos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, ob-jetos ou metais preciosos, títulos da dívida pú-blica, federal, estadual ou municipal, ou em hi-poteca inscrita em primeiro lugar.

§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita ime-diatamente por perito nomeado pela auto-ridade.

§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será deter-minado pela sua cotação em Bolsa, e, sen-do nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conheci-mentos.

Parágrafo único. Nos lugares em que o de-pósito não se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abo-

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nada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autorida-de que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver ex-pedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenató-ria.

Art. 335. Recusando ou retardando a autorida-de policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante sim-ples petição, perante o juiz competente, que de-cidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da in-denização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá apli-cação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvi-do o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituí-do sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser ca-bível na espécie será cassada em qualquer fase do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou cau-cionados, ou depreciação dos metais ou pe-dras preciosas;

III – quando for inovada a classificação do delito.

Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforça-da.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I – regularmente intimado para ato do pro-cesso, deixar de comparecer, sem motivo justo;

II – deliberadamente praticar ato de obstru-ção ao andamento do processo;

III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV – resistir injustificadamente a ordem ju-dicial;

V – praticar nova infração penal dolosa.

Art. 342. Se vier a ser reformado o julga-mento em que se declarou quebrada a fian-ça, esta subsistirá em todos os seus efeitos

Art. 343. O quebramento injustificado da fian-ça importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu va-lor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

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acusado estiver obrigado, será recolhido ao fun-do penitenciário, na forma da lei.

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-rio Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, obje-tos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujei-tando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautela-res, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descum-prir, sem motivo justo, qualquer das obri-gações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.

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Direito Processual Penal

PRISÃO TEMPORÁRIA (LEI Nº 7960)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO II

Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem dis-tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

I – homens e mulheres são iguais em direi-tos e obrigações, nos termos desta Consti-tuição;

II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

V – é assegurado o direito de resposta, pro-porcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercí-cio dos cultos religiosos e garantida, na for-ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;

VII – é assegurada, nos termos da lei, a pres-tação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;

VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

IX – é livre a expressão da atividade intelec-tual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;

X – são invioláveis a intimidade, a vida pri-vada, a honra e a imagem das pessoas, as-segurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua viola-ção;

XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem con-sentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determina-ção judicial;

XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de

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investigação criminal ou instrução proces-sual penal; (Vide Lei nº 9.296, de 1996)

XIII – é livre o exercício de qualquer traba-lho, ofício ou profissão, atendidas as quali-ficações profissionais que a lei estabelecer;

XIV – é assegurado a todos o acesso à in-formação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

XV – é livre a locomoção no território na-cional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, per-manecer ou dele sair com seus bens;

XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anterior-mente convocada para o mesmo local, sen-do apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter para-militar;

XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de au-torização, sendo vedada a interferência es-tatal em seu funcionamento;

XIX – as associações só poderão ser com-pulsoriamente dissolvidas ou ter suas ati-vidades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XX – ninguém poderá ser compelido a asso-ciar-se ou a permanecer associado;

XXI – as entidades associativas, quando ex-pressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou ex-trajudicialmente;

XXII – é garantido o direito de propriedade;

XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;

XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em di-nheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;

XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de pro-priedade particular, assegurada ao proprie-tário indenização ulterior, se houver dano;

XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

XXVII – aos autores pertence o direito ex-clusivo de utilização, publicação ou repro-dução de suas obras, transmissível aos her-deiros pelo tempo que a lei fixar;

XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da ima-gem e voz humanas, inclusive nas ativida-des desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveita-mento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de in-ventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das mar-cas, aos nomes de empresas e a outros sig-nos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;

XXX – é garantido o direito de herança;

XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasi-leira em benefício do cônjuge ou dos filhos

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brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus";

XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu inte-resse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à se-gurança da sociedade e do Estado; (Regula-mento) (Vide Lei nº 12.527, de 2011)

XXXIV – são a todos assegurados, indepen-dentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclare-cimento de situações de interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

XXXVI – a lei não prejudicará o direito ad-quirido, o ato jurídico perfeito e a coisa jul-gada;

XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de ex-ceção;

XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegu-rados:

a) a plenitude de defesa;

b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos cri-mes dolosos contra a vida;

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;

XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades funda-mentais;

XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon-dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;

XLIV – constitui crime inafiançável e impres-critível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;

XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de repa-rar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra decla-rada, nos termos do art. 84, XIX;

b) de caráter perpétuo;

c) de trabalhos forçados;

d) de banimento;

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e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabele-cimentos distintos, de acordo com a nature-za do delito, a idade e o sexo do apenado;

XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;

L – às presidiárias serão asseguradas con-dições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamen-tação;

LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime co-mum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

LII – não será concedida extradição de es-trangeiro por crime político ou de opinião;

LIII – ninguém será processado nem senten-ciado senão pela autoridade competente;

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defe-sa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI – são inadmissíveis, no processo, as pro-vas obtidas por meios ilícitos;

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamen-to).

LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da in-timidade ou o interesse social o exigirem;

LXI – ninguém será preso senão em flagran-te delito ou por ordem escrita e fundamen-tada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados ime-diatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII – o preso será informado de seus direi-tos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí-lia e de advogado;

LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;

LXV – a prisão ilegal será imediatamente re-laxada pela autoridade judiciária;

LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemen-to voluntário e inescusável de obrigação ali-mentícia e a do depositário infiel;

LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sem-pre que alguém sofrer ou se achar amea-çado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX – conceder-se-á mandado de seguran-ça para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;

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LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta-dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogati-vas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

LXXII – conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de infor-mações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judi-cial ou administrativo;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anu-lar ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à mo-ralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV – o Estado prestará assistência jurídi-ca integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;

LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

LXXVI – são gratuitos para os reconhecida-mente pobres, na forma da lei: (Vide De-creto nº 7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. (Regulamento)

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e admi-nistrativo, são assegurados a razoável dura-ção do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º – As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação ime-diata.

§ 2º – Os direitos e garantias expressos nes-ta Constituição não excluem outros decor-rentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacio-nais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

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Art. 1º São considerados hediondos os seguin-tes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Pe-nal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

II – latrocínio (art. 157, § 3º, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

III – extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

IV – extorsão mediante sequestro e na for-ma qualificada (art. 159, caput, e §§ lº, 2º e 3º); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

VII – epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins te-rapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e § 1º-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)

VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014)

Parágrafo único. Considera-se também he-diondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tor-tura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I – anistia, graça e indulto;

II – fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fe-chado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2º A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste ar-tigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reinci-dente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dis-põe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e com-provada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos pe-nais, de segurança máxima, destinados ao cum-primento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presí-dios estaduais ponha em risco a ordem ou inco-lumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

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Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

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Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

........................................................................

V – cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hedion-do, prática da tortura, tráfico ilícito de en-torpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. ............................................................

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quin-ze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem preju-ízo da multa.

........................................................................

Art. 159. .............................................................

Pena – reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º ..............................................................

Pena – reclusão, de doze a vinte anos.

§ 2º ..............................................................

Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

§ 3º ..............................................................

Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.

........................................................................

Art. 213. .............................................................

Pena – reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. .............................................................

Pena – reclusão, de seis a dez anos.

........................................................................

Art. 223. .............................................................

Pena – reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ........................................................

Pena – reclusão, de doze a vinte e cinco anos.

........................................................................

Art. 267. .............................................................

Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

........................................................................

Art. 270. .............................................................

Pena – reclusão, de dez a quinze anos.

......................................................................."

Art. 7º ao art. 159 do Código Penal fica acresci-do o seguinte parágrafo:

"Art. 159. ............................................................

........................................................................

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à auto-ridade, facilitando a libertação do seqües-trado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, práti-ca da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Parágrafo único. O participante e o associa-do que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantela-mento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os cri-mes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e pará-grafo único, 214 e sua combinação com o art.

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223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, es-tando a vítima em qualquer das hipóteses refe-ridas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outu-bro de 1976, passa a vigorar acrescido de pará-grafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. .............................................................

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrá-rio.

LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989

Dispõe sobre prisão temporária.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Caberá prisão temporária:

I – quando imprescindível para as investiga-ções do inquérito policial;

II – quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade;

III – quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na le-gislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:

a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2);

b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1º e 2º);

c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);

d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1º e 2º);

e) extorsão mediante sequestro (art. 159, caput, e seus §§ 1º, 2º e 3º);

f) estupro (art. 213, caput, e sua combina-ção com o art. 223, caput, e parágrafo úni-co);

g) atentado violento ao pudor (art. 214, ca-put, e sua combinação com o art. 223, ca-put, e parágrafo único);

h) rapto violento (art. 219, e sua combina-ção com o art. 223 caput, e parágrafo úni-co);

i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1º);

j) envenenamento de água potável ou subs-tância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);

l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;

m) genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956), em qual-quer de sua formas típicas;

n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976);

o) crimes contra o sistema financeiro (Lei nº 7.492, de 16 de junho de 1986).

Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Públi-co, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e com-provada necessidade.

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Direito Processual Civil – Prisão Temporária (Lei nº 7960) – Prof. Joerberth Nunes.

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§ 1º Na hipótese de representação da auto-ridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvi-rá o Ministério Público.

§ 2º O despacho que decretar a prisão tem-porária deverá ser fundamentado e prolata-do dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.

§ 3º O Juiz poderá, de ofício, ou a requeri-mento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresenta-do, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exa-me de corpo de delito.

§ 4º Decretada a prisão temporária, expe-dir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

§ 5º A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial.

§ 6º Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5º da Constituição Federal.

§ 7º Decorrido o prazo de cinco dias de de-tenção, o preso deverá ser posto imediata-mente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva.

Art. 3º Os presos temporários deverão perma-necer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos.

Art. 4º O art. 4º da Lei nº 4.898, de 9 de dezem-bro de 1965, fica acrescido da alínea i, com a se-guinte redação:

"Art. 4º ...............................................................

i) prolongar a execução de prisão tempo-rária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de li-berdade;"

Art. 5º Em todas as comarcas e seções judiciá-rias haverá um plantão permanente de vinte e quatro horas do Poder Judiciário e do Ministério

Público para apreciação dos pedidos de prisão temporária.

Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

CÓDIGO PENAL

PARTE ESPECIAL

TÍTULO I

Dos Crimes Contra a Pessoa

CAPÍTULO IDOS CRIMES CONTRA A VIDA

Homicídio simples

Art. 121. Matar alguem:

Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou mo-ral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado

§ 2º Se o homicídio é cometido:

I – mediante paga ou promessa de recom-pensa, ou por outro motivo torpe;

II – por motivo futil;

III – com emprego de veneno, fogo, explosi-vo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

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IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;

V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:

Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena – detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumen-tada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de pres-tar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

§ 5º – Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o pró-prio agente de forma tão grave que a san-ção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. (Incluído pela Lei nº 12.720, de 2012)

CAPÍTULO VIDOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

Seção IDOS CRIMES CONTRA A

LIBERDADE PESSOAL

Sequestro e cárcere privado

Art. 148 – Privar alguém de sua liberdade, me-diante sequestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)

Pena – reclusão, de um a três anos.

§ 1º – A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:

I – se a vítima é ascendente, descenden-te, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)

II – se o crime é praticado mediante interna-ção da vítima em casa de saúde ou hospital;

III – se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

V – se o crime é praticado com fins libidino-sos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 2º – Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:

Pena – reclusão, de dois a oito anos.

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TÍTULO II

Dos Crimes Contra o Patrimônio

CAPÍTULO IIDO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

Art. 157 – Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violên-cia a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º – Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega vio-lência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.

§ 2º – A pena aumenta-se de um terço até metade:

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;

II – se há o concurso de duas ou mais pes-soas;

III – se a vítima está em serviço de transpor-te de valores e o agente conhece tal circuns-tância.

IV – se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Es-tado ou para o exterior; (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

V – se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a re-clusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996) Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Extorsão

Art. 158 – Constranger alguém, mediante vio-lência ou grave ameaça, e com o intuito de ob-ter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa:

Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º – Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até meta-de.

§ 2º – Aplica-se à extorsão praticada me-diante violência o disposto no § 3º do artigo anterior. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

§ 3º Se o crime é cometido mediante a res-trição da liberdade da vítima, e essa condi-ção é necessária para a obtenção da vanta-gem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, apli-cam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º, respectivamente. (Incluído pela Lei nº 11.923, de 2009)

Extorsão mediante sequestro

Art. 159 – Sequestrar pessoa com o fim de ob-ter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Vide Lei nº 10.446, de 2002)

Pena – reclusão, de oito a quinze anos.. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1º Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90 (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

Pena – reclusão, de doze a vinte anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 2º – Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

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Pena – reclusão, de dezesseis a vinte e qua-tro anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 3º – Se resulta a morte: Vide Lei nº 8.072, de 25.7.90

Pena – reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 4º – Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (Re-dação dada pela Lei nº 9.269, de 1996)

TÍTULO VI

Dos Crimes Contra A Dignidade Sexual

(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO IDOS CRIMES CONTRA A

LIBERDADE SEXUAL

(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Estupro

Art. 213. Constranger alguém, mediante violên-cia ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Re-dação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 214 – (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO IIDOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Sedução

Art. 217 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1º Incorre na mesma pena quem prati-ca as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência men-tal, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 3º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

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§ 4º Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Corrupção de menores

Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém me-nor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presen-ciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Favorecimento da prostituição ou de outra for-ma de exploração sexual de criança ou adoles-cente ou de vulnerável. (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)

Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prosti-tuição ou outra forma de exploração sexual al-guém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1º Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se tam-bém multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 2º Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

I – quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (de-zoito) e maior de 14 (catorze) anos na situa-ção descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

II – o proprietário, o gerente ou o responsá-vel pelo local em que se verifiquem as prá-ticas referidas no caput deste artigo. (Incluí-do pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 2º, cons-titui efeito obrigatório da condenação a cas-sação da licença de localização e de funcio-namento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

CAPÍTULO IIIDO RAPTO

Rapto violento ou mediante fraude

Art. 219 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Rapto consensual

Art. 220 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Diminuição de pena

Art. 221 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

Concurso de rapto e outro crime

Art. 222 – (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

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TÍTULO VIII

Dos Crimes Contra a Incolumidade Pública

CAPÍTULO IIIDOS CRIMES CONTRA

A SAÚDE PÚBLICA

Epidemia

Art. 267 – Causar epidemia, mediante a propa-gação de germes patogênicos:

Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1º – Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dobro.

§ 2º – No caso de culpa, a pena é de deten-ção, de um a dois anos, ou, se resulta mor-te, de dois a quatro anos.

Falsificação, corrupção, adulteração ou altera-ção de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Envenenamento de água potável ou de substân-cia alimentícia ou medicinal

Art. 270 – Envenenar água potável, de uso co-mum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo:

Pena – reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990)

§ 1º – Está sujeito à mesma pena quem en-trega a consumo ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, a água ou a subs-tância envenenada.

Modalidade culposa

§ 2º – Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de seis meses a dois anos.

Art. 273 – Falsificar, corromper, adulterar ou al-terar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Pena – reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

§ 1º – Nas mesmas penas incorre quem im-porta, vende, expõe à venda, tem em de-pósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou al-terado. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

§ 1º-A – Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuti-cos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

§ 1º-B – Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguin-tes condições: (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

I – sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; (Incluí-do pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

II – em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; (In-cluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

III – sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comer-cialização; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

IV – com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; ((Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

V – de procedência ignorada; (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

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VI – adquiridos de estabelecimento sem li-cença da autoridade sanitária competente. (Incluído pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Modalidade culposa

§ 2º – Se o crime é culposo:

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998)

Forma qualificada

Art. 285 – Aplica-se o disposto no art. 258 aos crimes previstos neste Capítulo, salvo quanto ao definido no art. 267.

TÍTULO IX

Dos Crimes Contra A Paz Pública

Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pes-soas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Re-dação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vi-gência)

Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adoles-cente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)

Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, man-ter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos nes-te Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

LEI Nº 2.889, DE 1 DE OUTUBRO DE 1956

Define e pune o crime de genocídio.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA:

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

a) matar membros do grupo;

b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasio-nar-lhe a destruição física total ou parcial;

d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

e) efetuar a transferência forçada de crian-ças do grupo para outro grupo;

Será punido:

Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da letra a;

Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;

Com as penas do art. 270, no caso da letra c;

Com as penas do art. 125, no caso da letra d;

Com as penas do art. 148, no caso da letra e;

Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior:

Pena: Metade da cominada aos crimes ali pre-vistos.

Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º:

Pena: Metade das penas ali cominadas.

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§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consu-mar.

§ 2º A pena será aumentada de 1/3 (um ter-ço), quando a incitação for cometida pela imprensa.

Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou funcionário público.

Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas penas a tentativa dos crimes defini-dos nesta lei.

Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão considerados crimes políticos para efeitos de extradição.

Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.

LEI 11343/06

CAPÍTULO IIIDOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo po-derão ser aplicadas isolada ou cumulativamen-te, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depó-sito, transportar ou trouxer consigo, para con-sumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regula-mentar será submetido às seguintes penas:

I – advertência sobre os efeitos das drogas;

II – prestação de serviços à comunidade;

III – medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à prepa-ração de pequena quantidade de substância

ou produto capaz de causar dependência fí-sica ou psíquica.

§ 2º Para determinar se a droga destinava--se a consumo pessoal, o juiz atenderá à na-tureza e à quantidade da substância apre-endida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias so-ciais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses.

§ 4º Em caso de reincidência, as penas pre-vistas nos incisos II e III do caput deste arti-go serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.

§ 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da pre-venção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6º Para garantia do cumprimento das me-didas educativas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamen-te se recuse o agente, poderá o juiz subme-tê-lo, sucessivamente a:

I – admoestação verbal;

II – multa.

§ 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratui-tamente, estabelecimento de saúde, prefe-rencialmente ambulatorial, para tratamen-to especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nun-ca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um

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trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior sa-lário mínimo.

Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fun-do Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a impo-sição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV

Da Repressão À Produção Não Auto-rizada E Ao Tráfico Ilícito De Drogas

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da au-toridade competente para produzir, extrair, fa-bricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qual-quer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigên-cias legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediata-mente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontra-das, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da pro-va. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)

§ 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decre-to no 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente – Sisnama.

§ 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o dis-posto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO IIDOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à ven-da, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gra-tuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:

I – importa, exporta, remete, produz, fabri-ca, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamen-te, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, maté-ria-prima, insumo ou produto químico des-tinado à preparação de drogas;

II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determi-nação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a pre-paração de drogas;

III – utiliza local ou bem de qualquer nature-za de que tem a propriedade, posse, admi-nistração, guarda ou vigilância, ou consente

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que outrem dele se utilize, ainda que gratui-tamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº 4.274)

Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-mul-ta.

§ 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relaciona-mento, para juntos a consumirem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

§ 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste artigo, as penas poderão ser redu-zidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização crimi-nosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instru-mento ou qualquer objeto destinado à fabrica-ção, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa.

Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, ca-put e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qual-quer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com gru-po, organização ou associação destinados à prá-tica de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pa-gamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (du-zentos) dias-multa.

Parágrafo único. O juiz comunicará a con-denação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano poten-cial a incolumidade de outrem:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê--la, pelo mesmo prazo da pena privativa de li-berdade aplicada, e pagamento de 200 (duzen-tos) a 400 (quatrocentos) dias-multa.

Parágrafo único. As penas de prisão e mul-ta, aplicadas cumulativamente com as de-mais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias--multa, se o veículo referido no caput deste

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artigo for de transporte coletivo de passa-geiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se:

I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstân-cias do fato evidenciarem a transnacionali-dade do delito;

II – o agente praticar o crime prevalecendo--se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III – a infração tiver sido cometida nas de-pendências ou imediações de estabeleci-mentos prisionais, de ensino ou hospita-lares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades milita-res ou policiais ou em transportes públicos;

IV – o crime tiver sido praticado com vio-lência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V – caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Fede-ral;

VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimi-da a capacidade de entendimento e deter-minação;

VII – o agente financiar ou custear a prática do crime.

LEI 7492/86

Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito pú-blico ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermedia-ção ou administração de valores mobiliários.

Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:

I – a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros;

II – a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.

DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 2º Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou pôr em circulação, sem auto-rização escrita da sociedade emissora, certifica-do, cautela ou outro documento representativo de título ou valor mobiliário:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, fabrica, divulga, distribui ou faz distribuir prospecto ou material de pro-paganda relativo aos papéis referidos neste artigo.

Art. 3º Divulgar informação falsa ou prejudicial-mente incompleta sobre instituição financeira:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 4º Gerir fraudulentamente instituição fi-nanceira:

Pena – Reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.

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Parágrafo único. Se a gestão é temerária:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 5º Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, de dinheiro, tí-tulo, valor ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta lei, que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de que tem a posse, sem autorização de quem de direito.

Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio, inves-tidor ou repartição pública competente, rela-tivamente a operação ou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-a fal-samente:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 7º Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários:

I – falsos ou falsificados;

II – sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, em condições di-vergentes das constantes do registro ou ir-regularmente registrados;

III – sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação;

IV – sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente exigida:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 8º Exigir, em desacordo com a legislação (Vetado), juro, comissão ou qualquer tipo de remuneração sobre operação de crédito ou de seguro, administração de fundo mútuo ou fiscal

ou de consórcio, serviço de corretagem ou dis-tribuição de títulos ou valores mobiliários:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 9º Fraudar a fiscalização ou o investidor, in-serindo ou fazendo inserir, em documento com-probatório de investimento em títulos ou valo-res mobiliários, declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela legislação, em demons-trativos contábeis de instituição financeira, se-guradora ou instituição integrante do sistema de distribuição de títulos de valores mobiliários:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou va-lor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

Art. 12. Deixar, o ex-administrador de institui-ção financeira, de apresentar, ao interventor, li-quidante, ou síndico, nos prazos e condições es-tabelecidas em lei as informações, declarações ou documentos de sua responsabilidade:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 13. Desviar (Vetado) bem alcançado pela in-disponibilidade legal resultante de intervenção, liquidação extrajudicial ou falência de institui-ção financeira.

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorra o interventor, o liquidante ou o síndico que se apropriar de bem abrangido pelo caput des-te artigo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio.

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Art. 14. Apresentar, em liquidação extrajudicial, ou em falência de instituição financeira, decla-ração de crédito ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre o ex-administrador ou falido que reconhecer, como verdadeiro, crédito que não o seja.

Art. 15. Manifestar-se falsamente o interventor, o liquidante ou o síndico, (Vetado) à respeito de assunto relativo a intervenção, liquidação extra-judicial ou falência de instituição financeira:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 16. Fazer operar, sem a devida autorização, ou com autorização obtida mediante declara-ção (Vetado) falsa, instituição financeira, inclu-sive de distribuição de valores mobiliários ou de câmbio:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 17. Tomar ou receber, qualquer das pesso-as mencionadas no art. 25 desta lei, direta ou indiretamente, empréstimo ou adiantamento, ou deferi-lo a controlador, a administrador, a membro de conselho estatutário, aos respecti-vos cônjuges, aos ascendentes ou descenden-tes, a parentes na linha colateral até o 2º grau, consanguíneos ou afins, ou a sociedade cujo controle seja por ela exercido, direta ou indire-tamente, ou por qualquer dessas pessoas:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I – em nome próprio, como controlador ou na condição de administrador da sociedade, conceder ou receber adiantamento de ho-norários, remuneração, salário ou qualquer outro pagamento, nas condições referidas neste artigo;

II – de forma disfarçada, promover a distri-buição ou receber lucros de instituição fi-nanceira.

Art. 18. Violar sigilo de operação ou de serviço prestado por instituição financeira ou integran-te do sistema de distribuição de títulos mobili-ários de que tenha conhecimento, em razão de ofício:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 19. Obter, mediante fraude, financiamento em instituição financeira:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é cometido em detrimento de instituição financeira oficial ou por ela credenciada para o repasse de fi-nanciamento.

Art. 20. Aplicar, em finalidade diversa da previs-ta em lei ou contrato, recursos provenientes de financiamento concedido por instituição finan-ceira oficial ou por instituição credenciada para repassá-lo:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 21. Atribuir-se, ou atribuir a terceiro, fal-sa identidade, para realização de operação de câmbio:

Pena – Detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, para o mesmo fim, sonega informa-ção que devia prestar ou presta informação falsa.

Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autori-zada, com o fim de promover evasão de divisas do País:

Pena – Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

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Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem au-torização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver depósitos não declarados à repartição federal compe-tente.

Art. 23. Omitir, retardar ou praticar, o funcio-nário público, contra disposição expressa de lei, ato de ofício necessário ao regular funcio-namento do sistema financeiro nacional, bem como a preservação dos interesses e valores da ordem econômico-financeira:

Pena – Reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 24. (VETADO).

DA APLICAÇÃO E DO PROCEDIMENTO CRIMI-NAL

Art. 25. São penalmente responsáveis, nos ter-mos desta lei, o controlador e os administrado-res de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado).

§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interven-tor, o liqüidante ou o síndico.

§ 2º Nos crimes previstos nesta Lei, cometi-dos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe que através de confissão es-pontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços. (Incluído pela Lei nº 9.080, de 19.7.1995)

Art. 26. A ação penal, nos crimes previstos nes-ta lei, será promovida pelo Ministério Público Federal, perante a Justiça Federal.

Parágrafo único. Sem prejuízo do disposto no art. 268 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, será admitida a assis-tência da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, quando o crime tiver sido praticado no âmbito de atividade sujeita à disciplina e à fiscalização dessa Autarquia, e do Banco Central do Brasil quando, fora daquela hipó-

tese, houver sido cometido na órbita de ati-vidade sujeita à sua disciplina e fiscalização.

Art. 27. Quando a denúncia não for intentada no prazo legal, o ofendido poderá representar ao Procurador-Geral da República, para que este a ofereça, designe outro órgão do Ministé-rio Público para oferecê-la ou determine o ar-quivamento das peças de informação recebidas.

Art. 28. Quando, no exercício de suas atribui-ções legais, o Banco Central do Brasil ou a Co-missão de Valores Mobiliários – CVM, verificar a ocorrência de crime previsto nesta lei, disso deverá informar ao Ministério Público Fede-ral, enviando-lhe os documentos necessários à comprovação do fato.

Parágrafo único. A conduta de que trata este artigo será observada pelo interventor, liquidante ou síndico que, no curso de inter-venção, liquidação extrajudicial ou falência, verificar a ocorrência de crime de que trata esta lei.

Art. 29. O órgão do Ministério Público Federal, sempre que julgar necessário, poderá requisitar, a qualquer autoridade, informação, documento ou diligência, relativa à prova dos crimes previs-tos nesta lei.

Parágrafo único O sigilo dos serviços e ope-rações financeiras não pode ser invocado como óbice ao atendimento da requisição prevista no caput deste artigo.

Art. 30. Sem prejuízo do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal, aprovado pelo Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941, a prisão preventiva do acusado da prática de cri-me previsto nesta lei poderá ser decretada em razão da magnitude da lesão causada (Vetado).

Art. 31. Nos crimes previstos nesta lei e punidos com pena de reclusão, o réu não poderá prestar fiança, nem apelar antes de ser recolhido à pri-são, ainda que primário e de bons anteceden-tes, se estiver configurada situação que autoriza a prisão preventiva.

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Art. 32. (VETADO).

§ 1º (VETADO).

§ 2º (VETADO).

§ 3º (VETADO).

Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes previstos nesta lei, o limite a que se refere o § 1º do art. 49 do Código Penal, aprova-do pelo Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, pode ser estendido até o décuplo, se verificada a situação nele cogitada.

Art. 34. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 35. Revogam-se as disposições em contrá-rio.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

CAPÍTULO IIIDA PRISÃO PREVENTIVA

(Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

Art. 311. Em qualquer fase da investigação po-licial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Mi-nistério Público, do querelante ou do assisten-te, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser de-cretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instru-ção criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. A prisão preventiva tam-bém poderá ser decretada em caso de des-cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cau-telares (art. 282, § 4º). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventi-va: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal; (Reda-ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-cente, idoso, enfermo ou pessoa com defici-ência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quan-do esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser co-locado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-mendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal. (Reda-ção dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre mo-tivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preven-tiva se, no correr do processo, verificar a fal-ta de motivo para que subsista, bem como de

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novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)

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Direito Processual Penal

PRISÃO EM FLAGRANTE

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO IX

Da Prisão, Das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:

I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2º As medidas cautelares serão decreta-das pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investi-gação criminal, por representação da auto-ridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, de-terminará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

§ 4º No caso de descumprimento de qual-quer das obrigações impostas, o juiz, de

ofício ou mediante requerimento do Minis-tério Público, de seu assistente ou do que-relante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, pará-grafo único).

§ 5º O juiz poderá revogar a medida caute-lar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória tran-sitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporá-ria ou prisão preventiva.

§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qual-quer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do do-micílio.

Art. 284. Não será permitido o emprego de for-ça, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

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Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser pre-sa, por seu nome, alcunha ou sinais caracte-rísticos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplica-ta, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de-verá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apre-sentado ao juiz que tiver expedido o mandado.

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo dire-tor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, deven-do ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora.

Parágrafo único. O recibo poderá ser pas-sado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requi-sitar a prisão por qualquer meio de comuni-cação, do qual deverá constar o motivo da

prisão, bem como o valor da fiança se arbi-trada.

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisi-ção tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.

§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da me-dida.

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacio-nal de Justiça para essa finalidade.

§ 1º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência ter-ritorial do juiz que o expediu.

§ 2º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e co-municando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.

§ 3º A prisão será imediatamente comuni-cada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão ex-traída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.

§ 4º O preso será informado de seus direi-tos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será co-municado à Defensoria Pública.

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades lo-cais sobre a legitimidade da pessoa do exe-cutor ou sobre a identidade do preso, apli-ca-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.

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§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regula-mentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o exe-cutor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdi-do de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fi-dedignas, que o réu tenha passado, há pou-co tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimida-de da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado en-tender-se-á feita desde que o executor, fazendo--se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de ter-ceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-terminada por autoridade competente, o execu-tor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encon-tra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor con-vocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso;

sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar to-das as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efe-tuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será le-vado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 294. No caso de prisão em flagrante, obser-var-se-á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competen-te, quando sujeitos a prisão antes de condena-ção definitiva:

I – os ministros de Estado;

II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distri-to Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mé-rito";

V – os oficiais das Forças Armadas e os mili-tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

VI – os magistrados;

VII – os diplomados por qualquer das facul-dades superiores da República;

VIII – os ministros de confissão religiosa;

IX – os ministros do Tribunal de Contas;

X – os cidadãos que já tiverem exercido efe-tivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacida-de para o exercício daquela função;

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XI – os delegados de polícia e os guardas--civis dos Estados e Territórios, ativos e ina-tivos.

§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum.

§ 2º Não havendo estabelecimento específi-co para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimen-to.

§ 3º A cela especial poderá consistir em alo-jamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condi-cionamento térmico adequados à existência humana.

§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.

Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabele-cimentos militares, de acordo com os respecti-vos regulamentos.

Art. 297. Para o cumprimento de mandado ex-pedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado ori-ginal.

Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vis-ta de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente fi-carão separadas das que já estiverem definitiva-

mente condenadas, nos termos da lei de execu-ção penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagran-te delito, após a lavratura dos procedimen-tos legais, será recolhido a quartel da insti-tuição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.

CAPÍTULO IIDA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori-dades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I – está cometendo a infração penal;

II – acaba de cometê-la;

III – é perseguido, logo após, pela autorida-de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV – é encontrado, logo depois, com instru-mentos, armas, objetos ou papéis que fa-çam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende--se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemu-nhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autorida-de mandará recolhê-lo à prisão, exceto no

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caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou pro-cesso, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que ha-jam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitu-ra na presença deste.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escri-vão, qualquer pessoa designada pela autorida-de lavrará o auto, depois de prestado o compro-misso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-tamente ao juiz competente, ao Ministério Pú-blico e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao pre-so, mediante recibo, a nota de culpa, assina-da pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Art. 307. Quando o fato for praticado em pre-sença da autoridade, ou contra esta, no exercí-cio de suas funções, constarão do auto a narra-ção deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das teste-munhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido ime-diatamente ao juiz a quem couber tomar conhe-

cimento do fato delituoso, se não o for a autori-dade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser pos-to em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em fla-grante, o juiz deverá fundamentadamente:

I – relaxar a prisão ilegal; ou

II – converter a prisão em flagrante em pre-ventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agen-te praticou o fato nas condições constan-tes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamenta-damente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de compare-cimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

CAPÍTULO IIIDA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação po-licial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Mi-nistério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decre-tada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução cri-minal, ou para assegurar a aplicação da lei pe-

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nal, quando houver prova da existência do cri-me e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva tam-bém poderá ser decretada em caso de des-cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cau-telares (art. 282, § 4º).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventi-va:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-cente, idoso, enfermo ou pessoa com defici-ência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quan-do esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser co-locado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-mendar a manutenção da medida.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre moti-vada.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preven-tiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-quem.

CAPÍTULO IVDA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhi-mento do indiciado ou acusado em sua residên-cia, só podendo dela ausentar-se com autoriza-ção judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre-ventiva pela domiciliar quando o agente for:

I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabe-lecidos neste artigo.

CAPÍTULO VDAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II – proibição de acesso ou frequência a de-terminados lugares quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses lo-cais para evitar o risco de novas infrações;

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III – proibição de manter contato com pes-soa determinada quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V – recolhimento domiciliar no período no-turno e nos dias de folga quando o investi-gado ou acusado tenha residência e traba-lho fixos;

VI – suspensão do exercício de função públi-ca ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com vio-lência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-impu-tável (art. 26 do Código Penal) e houver ris-co de reiteração;

VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu anda-mento ou em caso de resistência injustifica-da à ordem judicial;

IX – monitoração eletrônica.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarre-gadas de fiscalizar as saídas do território nacio-nal, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

CAPÍTULO VIDA LIBERDADE PROVISÓRIA,

COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deve-rá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 323. Não será concedida fiança: .

I – nos crimes de racismo;

II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;

III – nos crimes cometidos por grupos arma-dos, civis ou militares, contra a ordem cons-titucional e o Estado Democrático;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fian-ça:

I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

II – em caso de prisão civil ou militar;

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

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IV – quando presentes os motivos que au-torizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela au-toridade que a conceder nos seguintes limites:

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada).

I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena pri-vativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena priva-tiva de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1º Se assim recomendar a situação econô-mica do preso, a fiança poderá ser:

I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois ter-ços); ou

III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do in-quérito e da instrução criminal e para o julga-

mento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residên-cia, sem prévia permissão da autoridade pro-cessante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubri-cado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos au-tos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, ob-jetos ou metais preciosos, títulos da dívida pú-blica, federal, estadual ou municipal, ou em hi-poteca inscrita em primeiro lugar.

§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita ime-diatamente por perito nomeado pela auto-ridade.

§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será deter-minado pela sua cotação em Bolsa, e, sen-do nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conheci-mentos.

Parágrafo único. Nos lugares em que o de-pósito não se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abo-

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nada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autorida-de que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver ex-pedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenató-ria.

Art. 335. Recusando ou retardando a autorida-de policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante sim-ples petição, perante o juiz competente, que de-cidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da in-denização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá apli-cação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvi-do o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituí-do sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser ca-bível na espécie será cassada em qualquer fase do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou cau-cionados, ou depreciação dos metais ou pe-dras preciosas;

III – quando for inovada a classificação do delito.

Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforça-da.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I – regularmente intimado para ato do pro-cesso, deixar de comparecer, sem motivo justo;

II – deliberadamente praticar ato de obstru-ção ao andamento do processo;

III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV – resistir injustificadamente a ordem ju-dicial;

V – praticar nova infração penal dolosa.

Art. 342. Se vier a ser reformado o julga-mento em que se declarou quebrada a fian-ça, esta subsistirá em todos os seus efeitos

Art. 343. O quebramento injustificado da fian-ça importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu va-lor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

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acusado estiver obrigado, será recolhido ao fun-do penitenciário, na forma da lei.

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-rio Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, obje-tos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujei-tando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautela-res, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descum-prir, sem motivo justo, qualquer das obri-gações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.

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Direito Processual Penal

LIBERDADE PROVISÓRIA

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

TÍTULO IX

Da Prisão, das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:

I – necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;

II – adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado.

§ 1º As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente.

§ 2º As medidas cautelares serão decreta-das pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investi-gação criminal, por representação da auto-ridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público.

§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, de-terminará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo.

§ 4º No caso de descumprimento de qual-quer das obrigações impostas, o juiz, de

ofício ou mediante requerimento do Minis-tério Público, de seu assistente ou do que-relante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, pará-grafo único).

§ 5º O juiz poderá revogar a medida caute-lar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.

§ 6º A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar.

Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e funda-mentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória tran-sitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporá-ria ou prisão preventiva.

§ 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

§ 2º A prisão poderá ser efetuada em qual-quer dia e a qualquer hora, respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do do-micílio.

Art. 284. Não será permitido o emprego de for-ça, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso.

Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado.

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Parágrafo único. O mandado de prisão:

a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade;

b) designará a pessoa, que tiver de ser pre-sa, por seu nome, alcunha ou sinais caracte-rísticos;

c) mencionará a infração penal que motivar a prisão;

d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração;

e) será dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução.

Art. 286. O mandado será passado em duplica-ta, e o executor entregará ao preso, logo depois da prisão, um dos exemplares com declaração do dia, hora e lugar da diligência. Da entrega de-verá o preso passar recibo no outro exemplar; se recusar, não souber ou não puder escrever, o fato será mencionado em declaração, assinada por duas testemunhas.

Art. 287. Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apre-sentado ao juiz que tiver expedido o mandado.

Art. 288. Ninguém será recolhido à prisão, sem que seja exibido o mandado ao respectivo dire-tor ou carcereiro, a quem será entregue cópia assinada pelo executor ou apresentada a guia expedida pela autoridade competente, deven-do ser passado recibo da entrega do preso, com declaração de dia e hora.

Parágrafo único. O recibo poderá ser pas-sado no próprio exemplar do mandado, se este for o documento exibido.

Art. 289. Quando o acusado estiver no território nacional, fora da jurisdição do juiz processante, será deprecada a sua prisão, devendo constar da precatória o inteiro teor do mandado.

§ 1º Havendo urgência, o juiz poderá requi-sitar a prisão por qualquer meio de comuni-cação, do qual deverá constar o motivo da

prisão, bem como o valor da fiança se arbi-trada.

§ 2º A autoridade a quem se fizer a requisi-ção tomará as precauções necessárias para averiguar a autenticidade da comunicação.

§ 3º O juiz processante deverá providenciar a remoção do preso no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da efetivação da me-dida.

Art. 289-A. O juiz competente providenciará o imediato registro do mandado de prisão em banco de dados mantido pelo Conselho Nacio-nal de Justiça para essa finalidade.

§ 1º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão determinada no mandado de prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência ter-ritorial do juiz que o expediu.

§ 2º Qualquer agente policial poderá efe-tuar a prisão decretada, ainda que sem registro no Conselho Nacional de Justiça, adotando as precauções necessárias para averiguar a autenticidade do mandado e co-municando ao juiz que a decretou, devendo este providenciar, em seguida, o registro do mandado na forma do caput deste artigo.

§ 3º A prisão será imediatamente comuni-cada ao juiz do local de cumprimento da medida o qual providenciará a certidão ex-traída do registro do Conselho Nacional de Justiça e informará ao juízo que a decretou.

§ 4º O preso será informado de seus direi-tos, nos termos do inciso LXIII do art. 5º da Constituição Federal e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, será co-municado à Defensoria Pública.

§ 5º Havendo dúvidas das autoridades lo-cais sobre a legitimidade da pessoa do exe-cutor ou sobre a identidade do preso, apli-ca-se o disposto no § 2º do art. 290 deste Código.

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§ 6º O Conselho Nacional de Justiça regula-mentará o registro do mandado de prisão a que se refere o caput deste artigo.

Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o exe-cutor poderá efetuar-lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o auto de flagrante, providenciará para a remoção do preso.

§ 1º Entender-se-á que o executor vai em perseguição do réu, quando:

a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem interrupção, embora depois o tenha perdi-do de vista;

b) sabendo, por indícios ou informações fi-dedignas, que o réu tenha passado, há pou-co tempo, em tal ou qual direção, pelo lugar em que o procure, for no seu encalço.

§ 2º Quando as autoridades locais tiverem fundadas razões para duvidar da legitimida-de da pessoa do executor ou da legalidade do mandado que apresentar, poderão pôr em custódia o réu, até que fique esclarecida a dúvida.

Art. 291. A prisão em virtude de mandado en-tender-se-á feita desde que o executor, fazendo--se conhecer do réu, Ihe apresente o mandado e o intime a acompanhá-lo.

Art. 292. Se houver, ainda que por parte de ter-ceiros, resistência à prisão em flagrante ou à de-terminada por autoridade competente, o execu-tor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas.

Art. 293. Se o executor do mandado verificar, com segurança, que o réu entrou ou se encon-tra em alguma casa, o morador será intimado a entregá-lo, à vista da ordem de prisão. Se não for obedecido imediatamente, o executor con-vocará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas, se preciso;

sendo noite, o executor, depois da intimação ao morador, se não for atendido, fará guardar to-das as saídas, tornando a casa incomunicável, e, logo que amanheça, arrombará as portas e efe-tuará a prisão.

Parágrafo único. O morador que se recusar a entregar o réu oculto em sua casa será le-vado à presença da autoridade, para que se proceda contra ele como for de direito.

Art. 294. No caso de prisão em flagrante, obser-var-se-á o disposto no artigo anterior, no que for aplicável.

Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competen-te, quando sujeitos a prisão antes de condena-ção definitiva:

I – os ministros de Estado;

II – os governadores ou interventores de Estados ou Territórios, o prefeito do Distri-to Federal, seus respectivos secretários, os prefeitos municipais, os vereadores e os chefes de Polícia;

III – os membros do Parlamento Nacional, do Conselho de Economia Nacional e das Assembléias Legislativas dos Estados;

IV – os cidadãos inscritos no "Livro de Mé-rito";

V – os oficiais das Forças Armadas e os mili-tares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;

VI – os magistrados;

VII – os diplomados por qualquer das facul-dades superiores da República;

VIII – os ministros de confissão religiosa;

IX – os ministros do Tribunal de Contas;

X – os cidadãos que já tiverem exercido efe-tivamente a função de jurado, salvo quando excluídos da lista por motivo de incapacida-de para o exercício daquela função;

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XI – os delegados de polícia e os guardas--civis dos Estados e Territórios, ativos e ina-tivos.

§ 1º A prisão especial, prevista neste Código ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum.

§ 2º Não havendo estabelecimento específi-co para o preso especial, este será recolhido em cela distinta do mesmo estabelecimen-to.

§ 3º A cela especial poderá consistir em alo-jamento coletivo, atendidos os requisitos de salubridade do ambiente, pela concorrência dos fatores de aeração, insolação e condi-cionamento térmico adequados à existência humana.

§ 4º O preso especial não será transportado juntamente com o preso comum. (Incluído pela Lei nº 10.258, de 11.7.2001)

§ 5º Os demais direitos e deveres do preso especial serão os mesmos do preso comum.

Art. 296. Os inferiores e praças de pré, onde for possível, serão recolhidos à prisão, em estabele-cimentos militares, de acordo com os respecti-vos regulamentos.

Art. 297. Para o cumprimento de mandado ex-pedido pela autoridade judiciária, a autoridade policial poderá expedir tantos outros quantos necessários às diligências, devendo neles ser fielmente reproduzido o teor do mandado ori-ginal.

Art. 298. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 299. A captura poderá ser requisitada, à vis-ta de mandado judicial, por qualquer meio de comunicação, tomadas pela autoridade, a quem se fizer a requisição, as precauções necessárias para averiguar a autenticidade desta.

Art. 300. As pessoas presas provisoriamente fi-carão separadas das que já estiverem definitiva-

mente condenadas, nos termos da lei de execu-ção penal.

Parágrafo único. O militar preso em flagran-te delito, após a lavratura dos procedimen-tos legais, será recolhido a quartel da insti-tuição a que pertencer, onde ficará preso à disposição das autoridades competentes.

CAPÍTULO IIDA PRISÃO EM FLAGRANTE

Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autori-dades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:

I – está cometendo a infração penal;

II – acaba de cometê-la;

III – é perseguido, logo após, pela autorida-de, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;

IV – é encontrado, logo depois, com instru-mentos, armas, objetos ou papéis que fa-çam presumir ser ele autor da infração.

Art. 303. Nas infrações permanentes, entende--se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.

Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemu-nhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas as-sinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto.

§ 1º Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autorida-de mandará recolhê-lo à prisão, exceto no

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caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou pro-cesso, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja.

§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que ha-jam testemunhado a apresentação do preso à autoridade.

§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitu-ra na presença deste.

Art. 305. Na falta ou no impedimento do escri-vão, qualquer pessoa designada pela autorida-de lavrará o auto, depois de prestado o compro-misso legal.

Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imedia-tamente ao juiz competente, ao Ministério Pú-blico e à família do preso ou à pessoa por ele indicada.

§ 1º Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2º No mesmo prazo, será entregue ao pre-so, mediante recibo, a nota de culpa, assina-da pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas.

Art. 307. Quando o fato for praticado em pre-sença da autoridade, ou contra esta, no exercí-cio de suas funções, constarão do auto a narra-ção deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das teste-munhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido ime-diatamente ao juiz a quem couber tomar conhe-

cimento do fato delituoso, se não o for a autori-dade que houver presidido o auto.

Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser pos-to em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante.

Art. 310. Ao receber o auto de prisão em fla-grante, o juiz deverá fundamentadamente:

I – relaxar a prisão ilegal; ou

II – converter a prisão em flagrante em pre-ventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou

III – conceder liberdade provisória, com ou sem fiança.

Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agen-te praticou o fato nas condições constan-tes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, poderá, fundamenta-damente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de compare-cimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.

CAPÍTULO IIIDA PRISÃO PREVENTIVA

Art. 311. Em qualquer fase da investigação po-licial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Mi-nistério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial.

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decre-tada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução cri-minal, ou para assegurar a aplicação da lei pe-

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nal, quando houver prova da existência do cri-me e indício suficiente de autoria.

Parágrafo único. A prisão preventiva tam-bém poderá ser decretada em caso de des-cumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cau-telares (art. 282, § 4º).

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventi-va:

I – nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

II – se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal;

III – se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adoles-cente, idoso, enfermo ou pessoa com defici-ência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quan-do esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser co-locado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese reco-mendar a manutenção da medida.

Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal.

Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre moti-vada.

Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preven-tiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi-quem.

CAPÍTULO IVDA PRISÃO DOMICILIAR

Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhi-mento do indiciado ou acusado em sua residên-cia, só podendo dela ausentar-se com autoriza-ção judicial.

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão pre-ventiva pela domiciliar quando o agente for:

I – maior de 80 (oitenta) anos;

II – extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III – imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;

IV – gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabe-lecidos neste artigo.

CAPÍTULO VDAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

I – comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades;

II – proibição de acesso ou frequência a de-terminados lugares quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses lo-cais para evitar o risco de novas infrações;

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III – proibição de manter contato com pes-soa determinada quando, por circunstân-cias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV – proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução;

V – recolhimento domiciliar no período no-turno e nos dias de folga quando o investi-gado ou acusado tenha residência e traba-lho fixos;

VI – suspensão do exercício de função públi-ca ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais;

VII – internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com vio-lência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-impu-tável (art. 26 do Código Penal) e houver ris-co de reiteração;

VIII – fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu anda-mento ou em caso de resistência injustifica-da à ordem judicial;

IX – monitoração eletrônica.

§ 1º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.

Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarre-gadas de fiscalizar as saídas do território nacio-nal, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas.

CAPÍTULO VIDA LIBERDADE PROVISÓRIA,

COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deve-rá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 323. Não será concedida fiança: .

I – nos crimes de racismo;

II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;

III – nos crimes cometidos por grupos arma-dos, civis ou militares, contra a ordem cons-titucional e o Estado Democrático;

IV – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

V – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 324. Não será, igualmente, concedida fian-ça:

I – aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código;

II – em caso de prisão civil ou militar;

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

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IV – quando presentes os motivos que au-torizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).

Art. 325. O valor da fiança será fixado pela au-toridade que a conceder nos seguintes limites:

a) (revogada);

b) (revogada);

c) (revogada).

I – de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena pri-vativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos;

II – de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena priva-tiva de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos.

§ 1º Se assim recomendar a situação econô-mica do preso, a fiança poderá ser:

I – dispensada, na forma do art. 350 deste Código;

II – reduzida até o máximo de 2/3 (dois ter-ços); ou

III – aumentada em até 1.000 (mil) vezes.

§ 2º (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

I – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

II – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

III – (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 326. Para determinar o valor da fiança, a autoridade terá em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo, até final julgamento.

Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do in-quérito e da instrução criminal e para o julga-

mento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como quebrada.

Art. 328. O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residên-cia, sem prévia permissão da autoridade pro-cessante, ou ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado.

Art. 329. Nos juízos criminais e delegacias de polícia, haverá um livro especial, com termos de abertura e de encerramento, numerado e rubri-cado em todas as suas folhas pela autoridade, destinado especialmente aos termos de fiança. O termo será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade e por quem prestar a fiança, e dele extrair-se-á certidão para juntar-se aos au-tos.

Parágrafo único. O réu e quem prestar a fiança serão pelo escrivão notificados das obrigações e da sanção previstas nos arts. 327 e 328, o que constará dos autos.

Art. 330. A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, ob-jetos ou metais preciosos, títulos da dívida pú-blica, federal, estadual ou municipal, ou em hi-poteca inscrita em primeiro lugar.

§ 1º A avaliação de imóvel, ou de pedras, objetos ou metais preciosos será feita ime-diatamente por perito nomeado pela auto-ridade.

§ 2º Quando a fiança consistir em caução de títulos da dívida pública, o valor será deter-minado pela sua cotação em Bolsa, e, sen-do nominativos, exigir-se-á prova de que se acham livres de ônus.

Art. 331. O valor em que consistir a fiança será recolhido à repartição arrecadadora federal ou estadual, ou entregue ao depositário público, juntando-se aos autos os respectivos conheci-mentos.

Parágrafo único. Nos lugares em que o de-pósito não se puder fazer de pronto, o valor será entregue ao escrivão ou pessoa abo-

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nada, a critério da autoridade, e dentro de três dias dar-se-á ao valor o destino que Ihe assina este artigo, o que tudo constará do termo de fiança.

Art. 332. Em caso de prisão em flagrante, será competente para conceder a fiança a autorida-de que presidir ao respectivo auto, e, em caso de prisão por mandado, o juiz que o houver ex-pedido, ou a autoridade judiciária ou policial a quem tiver sido requisitada a prisão.

Art. 333. Depois de prestada a fiança, que será concedida independentemente de audiência do Ministério Público, este terá vista do processo a fim de requerer o que julgar conveniente.

Art. 334. A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenató-ria.

Art. 335. Recusando ou retardando a autorida-de policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante sim-ples petição, perante o juiz competente, que de-cidirá em 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 336. O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da in-denização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado.

Parágrafo único. Este dispositivo terá apli-cação ainda no caso da prescrição depois da sentença condenatória (art. 110 do Código Penal).

Art. 337. Se a fiança for declarada sem efeito ou passar em julgado sentença que houver absolvi-do o acusado ou declarada extinta a ação penal, o valor que a constituir, atualizado, será restituí-do sem desconto, salvo o disposto no parágrafo único do art. 336 deste Código.

Art. 338. A fiança que se reconheça não ser ca-bível na espécie será cassada em qualquer fase do processo.

Art. 339. Será também cassada a fiança quando reconhecida a existência de delito inafiançável, no caso de inovação na classificação do delito.

Art. 340. Será exigido o reforço da fiança:

I – quando a autoridade tomar, por engano, fiança insuficiente;

II – quando houver depreciação material ou perecimento dos bens hipotecados ou cau-cionados, ou depreciação dos metais ou pe-dras preciosas;

III – quando for inovada a classificação do delito.

Parágrafo único. A fiança ficará sem efeito e o réu será recolhido à prisão, quando, na conformidade deste artigo, não for reforça-da.

Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado:

I – regularmente intimado para ato do pro-cesso, deixar de comparecer, sem motivo justo;

II – deliberadamente praticar ato de obstru-ção ao andamento do processo;

III – descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança;

IV – resistir injustificadamente a ordem ju-dicial;

V – praticar nova infração penal dolosa.

Art. 342. Se vier a ser reformado o julga-mento em que se declarou quebrada a fian-ça, esta subsistirá em todos os seus efeitos

Art. 343. O quebramento injustificado da fian-ça importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva.

Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.

Art. 345. No caso de perda da fiança, o seu va-lor, deduzidas as custas e mais encargos a que o

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acusado estiver obrigado, será recolhido ao fun-do penitenciário, na forma da lei.

Art. 346. No caso de quebramento de fiança, feitas as deduções previstas no art. 345 deste Código, o valor restante será recolhido ao fundo penitenciário, na forma da lei.

Art. 347. Não ocorrendo a hipótese do art. 345, o saldo será entregue a quem houver prestado a fiança, depois de deduzidos os encargos a que o réu estiver obrigado.

Art. 348. Nos casos em que a fiança tiver sido prestada por meio de hipoteca, a execução será promovida no juízo cível pelo órgão do Ministé-rio Público.

Art. 349. Se a fiança consistir em pedras, obje-tos ou metais preciosos, o juiz determinará a venda por leiloeiro ou corretor.

Art. 350. Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujei-tando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautela-res, se for o caso.

Parágrafo único. Se o beneficiado descum-prir, sem motivo justo, qualquer das obri-gações ou medidas impostas, aplicar-se-á o disposto no § 4º do art. 282 deste Código.

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Direito Processual Penal

DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS – SENTENÇA

COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

TÍTULO XII

DA SENTENÇA

Art. 381. A sentença conterá:

§ 1º O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:

I – os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las;

II – a exposição sucinta da acusação e da de-fesa;

III – a indicação dos motivos de fato e de di-reito em que se fundar a decisão;

IV – a indicação dos artigos de lei aplicados;

Art. 382. Qualquer das partes poderá, no pra-zo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.

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Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atri-buir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.

§ 1º Se, em consequência de definição ju-rídica diversa, houver possibilidade de pro-posta de suspensão condicional do pro-cesso, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei.

§ 2º Tratando-se de infração da competên-cia de outro juízo, a este serão encaminha-dos os autos.

COMENTÁRIO: EMENDATIO LIBELLI

Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação públi-ca, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.

§ 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código.

§ 2º Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das par-tes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemu-nhas, novo interrogatório do acusado, rea-lização de debates e julgamento.

§ 3º Aplicam-se as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 383 ao caput deste artigo.

§ 4º Havendo aditamento, cada parte pode-rá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na senten-ça, adstrito aos termos do aditamento.

§ 5º Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá.

COMENTÁRIO: MUTATIO LIBELLI

Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz po-derá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvi-ção, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada.

Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconhe-ça:

I – estar provada a inexistência do fato;

II – não haver prova da existência do fato;

III – não constituir o fato infração penal;

IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;

V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Có-digo Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência;

VII – não existir prova suficiente para a con-denação.

Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz:

I – mandará, se for o caso, pôr o réu em li-berdade;

II – ordenará a cessação das medidas caute-lares e provisoriamente aplicadas;

III – aplicará medida de segurança, se cabí-vel.

COMENTÁRIO: SENTENÇA ABSOLUTÓRIA

Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condena-tória:

I – mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no Código Penal, e cuja existência reconhecer;

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Direito Processual Penal – Decisões Interlocutórias – Prof. Joerberth Nunes

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II – mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decre-to-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal;

III – aplicará as penas de acordo com essas conclusões;

IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

V – atenderá, quanto à aplicação provisó-ria de interdições de direitos e medidas de segurança, ao disposto no Título XI deste Li-vro;

VI – determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e desig-nará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1º, do Código Penal).

§ 1º O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso, a im-posição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem prejuízo do conheci-mento de apelação que vier a ser interpos-ta.

§ 2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade.

COMENTÁRIO: SENTENÇA CONDENATÓRIA

Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará em todas as folhas.

Art. 389. A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo ter-mo, registrando-a em livro especialmente desti-nado a esse fim.

Art. 390. O escrivão, dentro de três dias após a publicação, e sob pena de suspensão de cinco dias, dará conhecimento da sentença ao órgão do Ministério Público.

Art. 391. O querelante ou o assistente será inti-mado da sentença, pessoalmente ou na pessoa de seu advogado. Se nenhum deles for encon-trado no lugar da sede do juízo, a intimação será feita mediante edital com o prazo de 10 dias, afixado no lugar de costume.

Art. 392. A intimação da sentença será feita:

I – ao réu, pessoalmente, se estiver preso;

II – ao réu, pessoalmente, ou ao defensor por ele constituído, quando se livrar solto, ou, sendo afiançável a infração, tiver pres-tado fiança;

III – ao defensor constituído pelo réu, se este, afiançável, ou não, a infração, expe-dido o mandado de prisão, não tiver sido encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

IV – mediante edital, nos casos do no II, se o réu e o defensor que houver constituído não forem encontrados, e assim o certificar o oficial de justiça;

V – mediante edital, nos casos do no III, se o defensor que o réu houver constituído tam-bém não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça;

VI – mediante edital, se o réu, não tendo constituído defensor, não for encontrado, e assim o certificar o oficial de justiça.

§ 1º O prazo do edital será de 90 dias, se ti-ver sido imposta pena privativa de liberda-de por tempo igual ou superior a um ano, e de 60 dias, nos outros casos.

§ 2º O prazo para apelação correrá após o término do fixado no edital, salvo se, no curso deste, for feita a inKmação por qual-quer das outras formas estabelecidas neste arKgo.

Art. 393. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

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CÓDIGO PENAL

CAPÍTULO VIDOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Efeitos genéricos e específicos

Art. 91. São efeitos da condenação:

I – tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime;

II – a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:

a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;

b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato crimino-so.

§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou pro-veito do crime quando estes não forem en-contrados ou quando se localizarem no ex-terior.

§ 2º Na hipótese do § 1º, as medidas asse-curatórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equiva-lentes do invesKgado ou acusado para pos-terior decretação de perda.

Art. 92. São também efeitos da condenação:

I – a perda de cargo, função pública ou man-dato eletivo:

a) quando aplicada pena privativa de liber-dade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Adminis-tração Pública;

b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.

II – a incapacidade para o exercício do pá-trio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, come-tidos contra filho, tutelado ou curatelado;

III – a inabilitação para dirigir veículo, quan-do utilizado como meio para a prática de crime doloso.

Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na senten-ça.

II – a incapacidade para o exercício do pá-trio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, come-tidos contra filho, tutelado ou curatelado;

III – a inabilitação para dirigir veículo, quan-do utilizado como meio para a prática de crime doloso.

Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na senten-ça.

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Direito Processual Penal

DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS – COISA JULGADA

DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS

São atos dos juízes no âmbito do processo que decidem questões incidentais (incidente processual) sem dar fim ao processo, pois está é a sentença. Podem ser simples, as quais não encerram qualquer fase do processo, questão incidental ou o processo como um todo (ex. recebimento da denúncia) ou mistas, as quais dão fim a uma fase do processo . As decisões interlocutórias mistas podem ser terminativas ou não terminativas.

COISA JULGADA

• CONCEITO: é uma qualidade da decisão do juiz, a qual implica não ser possível o ajuizamento de recurso.

• FORMAS: coisa material e coisa julgada formal

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Direito Processual Penal

RECURSOS EM GERAL

TÍTULO II

Dos Recursos em Geral

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetu-ando-se os seguintes casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz:

I – da sentença que conceder habeas cor-pus;

II – da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos termos do art. 411.

Art. 575. Não serão prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omissão dos funcionários, não tiverem seguimento ou não forem apresen-tados dentro do prazo.

Art. 576. O Ministério Público não poderá desis-tir de recurso que haja interposto.

Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.

Parágrafo único. Não se admitirá, entretan-to, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão.

Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorren-te ou por seu representante.

§ 1º Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas testemunhas.

§ 2º A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, será, até o dia se-guinte ao último do prazo, entregue ao es-crivão, que certificará no termo da juntada a data da entrega.

§ 3º Interposto por termo o recurso, o escri-vão, sob pena de suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até o dia seguinte ao último do prazo.

Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela interposição de um recur-so por outro.

Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reco-nhecer a impropriedade do recurso inter-posto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.

Art. 580. No caso de concurso de agentes (Códi-go Penal, art. 25), a decisão do recurso interpos-to por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros.

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MATERIAL COMPLEMENTAR:

1. CONCEITO DE RECURSO: É O DIREITO DE REVER UMA DECISÃO JUDICIAL PELA INSTÂNCIA SUPERIOR DENTRO DOS REQUISITOS LEGAIS.

2. NATUREZA JURÍDICA: DIREITO DE AÇÃO

3. CARACTERÍSTICAS: • VOLUNTARIEDADE • TEMPESTIVIDADE • TAXATIVIDADE

4. EFEITOS ; • DEVOLUTIVO • SUSPENSIVO

5. ART. 574, CPP: RECURSO DE OFÍCIO OU DENOMINADO REEXAME NECESSÁRIO

6. ART. 576, CPP: PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE RECURSAL

7. ART. 577 E P.U., CPP: PRESSUPOSTO SUBJETIVO DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS: INTE-RESSE RECURAL

8. ART. 578, CPP: PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS

• PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: • CABIMENTO • ADEQUAÇÃO • TEMPESTIVIDADE

• PRESSUPOSTOS SUBJTIVOS: • INTERESSE DA PARTE • LEGITIMIDADE

• IMPEDIMENTOS AO PROCESSAMENTO DOS RECURSOS: • DESISTÊNCIA: O RÉU, POR MEIO DE SEU DEFENSOR, NÃO MAIS QUER DAR ANDAMEN-

TO AO RECURSO. NÃO OCORRE NO TOCANTE AO MP (ART. 576, CPP) • RENÚNCIA: ANTES DE AJUIZAR O RECURSO, PODE A PARTE INFORMAR QUE NÃO DESE-

JA RECORRER. • DESERÇÃO: O RÉU NÃO PAGA AS CUSTAS DEVIDAS (ART. 806,PAR. 2º PARTE FINAL,CPP)

OU, SE FOR O CASO, NÃO FAZ O TRASLADO DEVIDO DE PEÇAS DOS REFERIDOS AUTOS (ART. 601, PAR. 1º, CPP, AINDA QUE NÃO ESTEJA PREVISTO NESTE DISPOSITIVO LEGAL A DESERÇÃO)

9. ART. 579, CPP: PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL

10. ART. 580, CPP: AMPLIAÇÃO DOS EFEITOS DOS RECURSOS A TODOS OS RÉUS, DESDE QUE NÃO SE REFIRA A CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOAL

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Direito Processual Penal

SLIDES – RECURSOS EM ESPÉCIE

Linha do Processo

Direito Penal

Código Penal

Direito Processual Penal

Código de Processo Penal

Recursos em Espécie

Recursos em EspécieTÍTULO II

Dos Recursos em GeralCAPÍTULO II

DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITOArt. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ousentença:

I – que não receber a denúncia ou a queixa;II – que concluir pela incompetência do juízo;III – que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;IV – que pronunciar o réu; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)V – que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, concederliberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; (Redação dadapela Lei nº 7.780, de 22.6.1989)

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Recursos em EspécieVI – (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)VII – que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;VIII – que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta apunibilidade;IX – que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outracausa extintiva da punibilidade;X – que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;XI – que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;XII – que conceder, negar ou revogar livramento condicional;XIII – que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;XIV – que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;XV – que denegar a apelação ou a julgar deserta;XVI – que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questãoprejudicial;

Recursos em EspécieXVII – que decidir sobre a unificação de penas;XVIII – que decidir o incidente de falsidade;XIX – que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença emjulgado;XX – que impuser medida de segurança por transgressão de outra;XXI – que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;XXII – que revogar a medida de segurança;XXIII – que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a leiadmita a revogação;XXIV – que converter a multa em detenção ou em prisão simples.

Art. 582. Os recursos serão sempre para o Tribunal de Apelação, salvo nos casosdos números V, X e XIV.

Parágrafo único. O recurso, no caso do no XIV, será para o presidente doTribunal de Apelação.

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Recursos em EspécieArt. 583. Subirão nos próprios autos os recursos:

I – quando interpostos de oficio;II – nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X;III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.Parágrafo único. O recurso da pronúncia subirá em traslado, quando,havendo dois ou mais réus, qualquer deles se conformar com a decisão outodos não tiverem sido ainda intimados da pronúncia.

Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, deconcessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581.

§ 1º Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do noVIII do art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598.§2º O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento.§ 3º O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderáunicamente o efeito de perda da metade do seu valor.

Recursos em EspécieArt. 585. O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depoisde preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.

Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias,contado da data da publicação definitiva da lista de jurados.

Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará,no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de quepretenda traslado.

Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazode cinco dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão desua intimação, se por outra forma não for possível verificar-se aoportunidade do recurso, e o termo de interposição.

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Recursos em EspécieArt. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso,ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista aorecorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista aorecorrido por igual prazo.

Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoado defensor.

Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso aojuiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho,mandando instruir o recurso com os traslados que lhe parecerem necessários.

Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária,por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso,não sendo mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentementede novos arrazoados, subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado.

Recursos em EspécieArt. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado noprazo da lei, poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro.Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentrode cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correiodentro do mesmo prazo.Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autosser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo.

CAPÍTULO IIIDA APELAÇÃO

Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:I – das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas porjuiz singular;II – das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juizsingular nos casos não previstos no Capítulo anterior;

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Recursos em EspécieIII – das decisões do Tribunal do Júri, quando:a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia;b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisãodos jurados;c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida desegurança;d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos.§ 1º Se a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou divergirdas respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem fará a devidaretificação.§ 2º Interposta a apelação com fundamento no no III, c, deste artigo, otribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ouda medida de segurança.

Recursos em Espécie§3º Se a apelação se fundar no no III, d, deste artigo, e o tribunalad quem se convencer de que a decisão dos jurados é manifestamentecontrária à prova dos autos, dar-lhe-á provimento para sujeitar o réu anovo julgamento; não se admite, porém, pelo mesmo motivo, segundaapelação.§ 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso emsentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.

Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).Art. 595. (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).Art. 596. A apelação da sentença absolutória não impedirá que o réu sejaposto imediatamente em liberdade.

Parágrafo único. A apelação não suspenderá a execução da medida desegurança aplicada provisoriamente.

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Recursos em EspécieArt. 597. A apelação de sentença condenatória terá efeito suspensivosalvo o disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos ede medidas de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicionalde pena.Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz singular, seda sentença não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazolegal, o ofendido ou qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, ainda quenão se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação, que nãoterá, porém, efeito suspensivo.

Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de quinzedias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público.

Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo ojulgado, quer em relação a parte dele.

Recursos em EspécieArt. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, oapelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nosprocessos de contravenção, em que o prazo será de três dias.

§ 1º Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após oMinistério Público.§ 2º Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Públicoterá vista dos autos, no prazo do parágrafo anterior.§ 3º Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serãocomuns.§ 4º Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor aapelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autosremetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação oficial.

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Recursos em EspécieArt. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos àinstância superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvono caso do art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias.

§ 1º Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ounão tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração dotraslado dos autos, o qual deverá ser remetido à instância superior noprazo de trinta dias, contado da data da entrega das últimas razões deapelação, ou do vencimento do prazo para a apresentação das do apelado.§ 2º As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvose o pedido for de réu pobre ou do Ministério Público.

Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentadosao tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro.

Recursos em EspécieArt. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no DistritoFederal e nas comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará emcartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art. 564, III.Arts. 604 a 606. (Revogados pela Lei nº 263, de 23.2.1948)

CAPÍTULO IVDO PROTESTO POR NOVO JÚRI

Art. 607. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)Art. 608. (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008)

CAPÍTULO VDO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO

E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃOArt. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais deJustiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competênciaestabelecida nas leis de organização judiciária.

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Recursos em EspécieParágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segundainstância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade,que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação deacórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serãorestritos à matéria objeto de divergência

Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e nasapelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime a quea lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo, ao relator, quepedirá designação de dia para o julgamento.

Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas aspartes, com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feitoe, em seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavraaos advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando orequerer, por igual prazo.

Recursos em EspécieArt. 611. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 552, de 25.4.1969)Art. 612. Os recursos de habeas corpus, designado o relator, serão julgados naprimeira sessão.Art. 613. As apelações interpostas das sentenças proferidas em processos por crime aque a lei comine pena de reclusão, deverão ser processadas e julgadas pela formaestabelecida no Art. 610, com as seguintes modificações:

I – exarado o relatório nos autos, passarão estes ao revisor, que terá igual prazopara o exame do processo e pedirá designação de dia para o julgamento;II – os prazos serão ampliados ao dobro;III – o tempo para os debates será de um quarto de hora.

Art. 614. No caso de impossibilidade de observância de qualquer dos prazosmarcados nos arts. 610 e 613, os motivos da demora serão declarados nos autos.Art. 615. O tribunal decidirá por maioria de votos.

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Recursos em Espécie§1º Havendo empate de votos no julgamento de recursos, se opresidente do tribunal, câmara ou turma, não tiver tomado parte na votação,proferirá o voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão maisfavorável ao réu.§ 2º O acórdão será apresentado à conferência na primeira sessão seguinte à dojulgamento, ou no prazo de duas sessões, pelo juiz incumbido de lavrá-lo.

Art. 616. No julgamento das apelações poderá o tribunal, câmara ou turma procedera novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar outrasdiligências.Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nosarts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena,quando somente o réu houver apelado da sentença.Art. 618. Os regimentos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normascomplementares para o processo e julgamento dos recursos e apelações.

Recursos em EspécieCAPÍTULO VI

DOS EMBARGOSArt. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da suapublicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ouomissão.Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de queconstem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.

§ 1º O requerimento será apresentado pelo relator e julgado,independentemente de revisão, na primeira sessão.§ 2º Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relatorindeferirá desde logo o requerimento.

CAPÍTULO VIIDA REVISÃO

Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

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Recursos em EspécieI – quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso dalei penal ou à evidência dos autos;II – quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames oudocumentos comprovadamente falsos;III – quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência docondenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial dapena.

Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção dapena ou após.

Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado emnovas provas.

Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmentehabilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ouirmão.Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas:

Recursos em EspécieI – pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por eleproferidas;II – pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nosdemais casos.§ 1º No Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Federal de Recursos o processo ejulgamento obedecerão ao que for estabelecido no respectivo regimento interno.§ 2º Nos Tribunais de Justiça ou de Alçada, o julgamento será efetuado pelascâmaras ou turmas criminais, reunidas em sessão conjunta, quando houver maisde uma, e, no caso contrário, pelo tribunal pleno.§ 3º Nos tribunais onde houver quatro ou mais câmaras ou turmas criminais,poderão ser constituídos dois ou mais grupos de câmaras ou turmas para ojulgamento de revisão, obedecido o que for estabelecido no respectivo regimentointerno.

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Recursos em EspécieArt. 625. O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor,devendo funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciadodecisão em qualquer fase do processo.

§1º O requerimento será instruído com a certidão de haver passado em julgado asentença condenatória e com as peças necessárias à comprovação dos fatosarguidos.§ 2º O relator poderá determinar que se apensem os autos originais, se daí nãoadvier dificuldade à execução normal da sentença.§ 3º Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente aointeresse da justiça que se apensem os autos originais, indeferi-lo-á in limine,dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso (art.624, parágrafo único).§ 4º Interposto o recurso por petição e independentemente de termo, o relatorapresentará o processo em mesa para o julgamento e o relatará, sem tomar partena discussão.

Recursos em Espécie§5º Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dosautos ao procurador-geral, que dará parecer no prazo de dez dias. Em seguida,examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor,julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar.

Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação dainfração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo.

Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena impostapela decisão revista.

Art. 627. A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos emvirtude da condenação, devendo o tribunal, se for caso, impor a medida de segurançacabível.Art. 628. Os regimentos internos dos Tribunais de Apelação estabelecerão as normascomplementares para o processo e julgamento das revisões criminais.Art. 629. À vista da certidão do acórdão que cassar a sentença condenatória, o juizmandará juntá-la imediatamente aos autos, para inteiro cumprimento da decisão.

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Recursos em EspécieArt. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer odireito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos.

§1º Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, sea condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território,ou o Estado, se o tiver sido pela respectiva justiça.§2º A indenização não será devida:a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável aopróprio impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu poder;b) se a acusação houver sido meramente privada.

Art. 631. Quando, no curso da revisão, falecer a pessoa, cuja condenação tiver de serrevista, o presidente do tribunal nomeará curador para a defesa.

CAPÍTULO VIIIDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Arts. 632. a 636. Revogados pela Lei nº 3.396, de 2.6.1958:

Recursos em EspécieArt. 637. O recurso extraordinário não tem efeito suspensivo, e uma vezarrazoados pelo recorrido os autos do traslado, os originais baixarão à primeirainstância, para a execução da sentença.Art. 638. O recurso extraordinário será processado e julgado no Supremo TribunalFederal na forma estabelecida pelo respectivo regimento interno.

CAPÍTULO IXDA CARTA TESTEMUNHÁVEL

Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável:I – da decisão que denegar o recurso;II – da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimentopara o juízo ad quem.

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário dotribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho quedenegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão sertrasladadas.

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Recursos em EspécieArt. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição àparte e, no prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito,ou de sessenta dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,devidamente conferida e concertada.Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo,ou deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspensopor trinta dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face derepresentação do testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraídoo instrumento, sob a mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou dosecretário do tribunal. Se o testemunhante não for atendido, poderá reclamarao presidente do tribunal ad quem, que avocará os autos, para o efeito dojulgamento do recurso e imposição da pena.

Recursos em EspécieArt. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o dispostonos arts. 588 a 592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processoestabelecido para o recurso extraordinário, se deste se tratar.Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta,se desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiversuficientemente instruída, decidirá logo, de meritis.Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá oprocesso do recurso denegado.Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo.

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Processo Penal

PRESSUPOSTOS RECURSAIS OBJETIVOS E SUBJETIVOS

PRESSUPOSTOS RECURSAIS

• Conceito: são os pressupostos que devem ser observados para a viabilidade recursal da parte ao interpor o recurso.

• Pressupostos objetivos: previsão legal; tempestividade; forma legal prevista

Previsão legal: é a previsão em lei daquela modalidade recursal;

Tempestividade: é a observância ao prazo para ajuizamento do recurso;

Forma legal prevista: é a forma amparada na lei para a interposição do recurso;

• Pressupostos subjetivos: legitimidade; interesse (condições do recurso)

Legitimidade: a parte deve possuir legitimidade para o recurso.

Interesse: a parte recorrente deve ter interesse na reforma da decisão;

• Os pressupostos devem ser observados pelos recorrentes em seu recurso para fins de ser recebido e julgado.

• Tem que ser observado que cada recurso possui suas características objetivas e estão previstos no art. 581 e seguintes do CPP.

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Direito Processual Penal

LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS FEDERAIS (LEI 10259/01)

LEI Nº 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cí-veis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.

Art. 2º Compete ao Juizado Especial Federal Cri-minal processar e julgar os feitos de competên-cia da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de cone-xão e continência, observar-se-ão os institu-tos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 3º Compete ao Juizado Especial Federal Cí-vel processar, conciliar e julgar causas de com-petência da Justiça Federal até o valor de ses-senta salários mínimos, bem como executar as suas sentenças.

§ 1º Não se incluem na competência do Jui-zado Especial Cível as causas:

I – referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as de-

mandas sobre direitos ou interesses difu-sos, coletivos ou individuais homogêneos;

II – sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

III – para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natu-reza previdenciária e o de lançamento fiscal;

IV – que tenham como objeto a impugna-ção da pena de demissão imposta a servido-res públicos civis ou de sanções disciplina-res aplicadas a militares.

§ 2º Quando a pretensão versar sobre obri-gações vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a soma de doze parce-las não poderá exceder o valor referido no art. 3º, caput.

§ 3º No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é abso-luta.

Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requeri-mento das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5º Exceto nos casos do art. 4º, somente será admitido recurso de sentença definitiva.

Art. 6º Podem ser partes no Juizado Especial Fe-deral Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as mi-croempresas e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei nº 9.317, de 5 de de-zembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, funda-ções e empresas públicas federais.

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Art. 7º As citações e intimações da União se-rão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.

Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na pessoa do representante máximo da entida-de, no local onde proposta a causa, quando ali instalado seu escritório ou representa-ção; se não, na sede da entidade.

Art. 8º As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na audiência em que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão própria).

§ 1º As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou dos Pro-curadores que oficiem nos respectivos au-tos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2º Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pes-soas jurídicas de direito público, inclusive a in-terposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com ante-cedência mínima de trinta dias.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou não.

Parágrafo único. Os representantes judi-ciais da União, autarquias, fundações e em-presas públicas federais, bem como os indi-cados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar, transigir ou desistir, nos proces-sos da competência dos Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando--a até a instalação da audiência de conciliação.

Parágrafo único. Para a audiência de com-posição dos danos resultantes de ilícito cri-minal (arts. 71, 72 e 74 da Lei nº 9.099, de

26 de setembro de 1995), o representante da entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessá-rio à conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresenta-rá o laudo até cinco dias antes da audiência, in-dependentemente de intimação das partes.

§ 1º Os honorários do técnico serão ante-cipados à conta de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será in-cluído na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2º Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar assis-tentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de in-terpretação de lei federal quando houver diver-gência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais na in-terpretação da lei.

§ 1º O pedido fundado em divergência en-tre Turmas da mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas em confli-to, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2º O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julga-do por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presi-dência do Coordenador da Justiça Federal.

§ 3º A reunião de juízes domiciliados em ci-dades diversas será feita pela via eletrônica.

§ 4º Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou juris-

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Direito Processual Penal – Lei Dos Juizados Especiais Criminais Federais (Lei 10259/01) – Prof. Joerberth Nunes

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prudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5º No caso do § 4º, presente a plausibi-lidade do direito invocado e havendo fun-dado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a re-querimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabeleci-da.

§ 6º Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

§ 7º Se necessário, o relator pedirá infor-mações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cin-co dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

§ 8º Decorridos os prazos referidos no § 7º, o relator incluirá o pedido em pauta na Se-ção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9º Publicado o acórdão respectivo, os pe-didos retidos referidos no § 6o serão apre-ciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não aco-lhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a com-posição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido nos §§ 4º a 9º do art. 14, além da observância das normas do Regimento.

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sen-tença, com trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coi-sa certa, será efetuado mediante ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da de-cisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da requisi-ção, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da Caixa Eco-nômica Federal ou do Banco do Brasil, indepen-dentemente de precatório.

§ 1º Para os efeitos do § 3º do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali de-finidas como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o mesmo valor estabele-cido nesta Lei para a competência do Juiza-do Especial Federal Cível (art. 3º, caput).

§ 2º Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do numerário sufi-ciente ao cumprimento da decisão.

§ 3º São vedados o fracionamento, repar-tição ou quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1o deste artigo, e, em parte, mediante expedição do preca-tório, e a expedição de precatório comple-mentar ou suplementar do valor pago.

§ 4º Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1º, o pagamento far-se--á, sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o pre-catório, da forma lá prevista.

Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz

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presidente do Juizado designará os conciliado-res pelo período de dois anos, admitida a recon-dução. O exercício dessas funções será gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jura-do (art. 437 do Código de Processo Penal).

Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas localidades cujo mo-vimento forense não justifique a existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal designar a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.

Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras cidades onde for necessário, neste último caso, por deci-são do Tribunal Regional Federal, serão ins-talados Juizados com competência exclusiva para ações previdenciárias.Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, ve-dada a aplicação desta Lei nº juízo estadual.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Regional Federal, que definirá sua composição e área de competência, podendo abranger mais de uma seção.

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordena-dos por Juiz do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.

Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, poderá deter-minar o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante, mediante autorização prévia do Tribunal Regional Federal, com antecedência de dez dias.

Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos, contados a partir da publicação desta Lei, a competência dos Juiza-dos Especiais Cíveis, atendendo à necessidade da organização dos serviços judiciários ou admi-nistrativos.

Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Con-selho da Justiça Federal e as Escolas de Magis-tratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas de informática necessários para sub-sidiar a instrução das causas submetidas aos Jui-zados e promoverão cursos de aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e servidores.

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Es-peciais as demandas ajuizadas até a data de sua instalação.

Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Fe-derais prestar o suporte administrativo necessá-rio ao funcionamento dos Juizados Especiais.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180º da Indepen-dência e 113º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo de Tarso Tamos Ribeiro

Roberto Brant

Gilmar Ferreira Mendes

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Direito Processual Penal

PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Terri-tórios, e os Estados criarão:

I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-ção de causas cíveis de menor complexida-de e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primei-ro grau;

II – justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, univer-

sal e secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, cele-brar casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o proces-so de habilitação e exercer atribuições con-ciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Fe-deral.

§ 2º As custas e emolumentos serão desti-nados exclusivamente ao custeio dos servi-ços afetos às atividades específicas da Jus-tiça.

Lei nº 9.099/1995

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem compe-tência para a conciliação, o julgamento e a exe-cução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de co-nexão e continência, observar-se-ão os ins-titutos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de me-nor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, infor-malidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

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Seção IDA COMPETÊNCIA E DOS

ATOS PROCESSUAIS

Art. 63. A competência do Juizado será determi-nada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e po-derão realizar-se em horário noturno e em qual-quer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sem-pre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qual-quer meio hábil de comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusi-vamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no pró-prio Juizado, sempre que possível, ou por man-dado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondên-cia, com aviso de recebimento pessoal ou, tra-tando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sen-do necessário, por oficial de justiça, indepen-dentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comuni-cação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cien-tes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompa-nhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor públi-co.

Seção IIDA FASE PRELIMINAR

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhe-cimento da ocorrência lavrará termo circuns-tanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, provi-denciando-se as requisições dos exames peri-ciais necessários.

Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente en-caminhado ao juizado ou assumir o compro-misso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz po-derá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima.

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a ví-tima, e não sendo possível a realização imedia-ta da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qual-quer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o re-presentante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz es-clarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de apli-cação imediata de pena não privativa de liber-dade.

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Direito Processual Penal – Procedimento Comum Sumaríssimo (Lei nº 9.099/1995) – Prof. Joerberth Nunes

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Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxi-liares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será redu-zida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal públi-ca condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de represen-tação verbal, que será reduzida a termo.

Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser espe-cificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de li-berdade, por sentença definitiva;

II – ter sido o agente beneficiado anterior-mente, no prazo de cinco anos, pela aplica-ção de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III – não indicarem os antecedentes, a con-duta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da me-dida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infra-ção e seu defensor, será submetida à apre-ciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministé-rio Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir nova-mente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo an-terior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados pro-por ação cabível no juízo cível.

Seção IIIDO PROCEDIMENTO SUMARIÍSSIMO

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela au-sência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Mi-nistério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de di-ligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocor-rência referido no art. 69 desta Lei, com dis-pensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a ma-terialidade do crime estiver aferida por bo-letim médico ou prova equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da de-núncia, o Ministério Público poderá reque-

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rer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as cir-cunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo úni-co do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acu-sado, que com ela ficará citado e imediatamen-te cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instru-ção e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos ter-mos do art. 67 desta Lei para comparece-rem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intima-das na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79. No dia e hora designados para a au-diência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coer-citiva de quem deva comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou quei-xa; havendo recebimento, serão ouvidas a víti-ma e as testemunhas de acusação e defesa, in-

terrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, po-dendo o Juiz limitar ou excluir as que con-siderar excessivas, impertinentes ou prote-latórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sen-tença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que po-derá ser julgada por turma composta de três Ju-ízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu de-fensor, por petição escrita, da qual consta-rão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para ofere-cer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º As partes poderão requerer a transcri-ção da gravação da fita magnética a que alu-de o § 3º do art. 65 desta Lei.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos pró-prios fundamentos, a súmula do julgamen-to servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quan-do, em sentença ou acórdão, houver obscurida-de, contradição, omissão ou dúvida.

§ 1º Os embargos de declaração serão opos-tos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

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§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigi-dos de ofício.

Seção IVDA EXECUÇÃO

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, deter-minando que a condenação não fique cons-tando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da li-berdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de li-berdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção VDAS DESPESAS PROCESSUAIS

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas proces-suais serão reduzidas, conforme dispuser lei es-tadual.

Seção VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de represen-tação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima co-minada for igual ou inferior a um ano, abrangi-das ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspen-

são do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, pre-sentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Códi-go Penal).

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, rece-bendo a denúncia, poderá suspender o pro-cesso, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilida-de de fazê-lo;

II – proibição de freqüentar determinados lugares;

III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justi-ficar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras con-dições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processa-do por outro crime ou não efetuar, sem mo-tivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o pra-zo de suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prossegui-rá em seus ulteriores termos.

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Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se apli-cam no âmbito da Justiça Militar.

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposi-ções dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

CAPÍTULO IVDISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organi-zação, composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previamen-te anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no pra-zo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) me-ses, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, priorita-riamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional. (Redação dada pela Lei nº 12.726, de 2012)

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de ses-senta dias após a sua publicação.

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MATERIAL COMPLEMENTAR

1. Conceito: é um dos tipos de procedimento comum.2. Linha do processo :3. Esquema dos procedimentos: 4. Linha do procedimento sumaríssimo :5. Conceito de infração penal de menor potencial ofensivo: art. 61, lei nº 9099 de 19956. Princípios do JECRIM: art. 62, lei nº 9099 de 19957. Competência do JECRIM: art. 63, lei nº 9099 de 19958. Nulidades no JECRIM: art. 65, lei nº 9099 de 19959. Citação no JECRIM: art. 66, lei nº 9099 de 199510. Intimação no JECRIM: arts. 68 e 69, lei nº 9099 de 199511. Termo Circunstanciado e prisão em flagrante nas infrações de menor potencial ofensivo:

art. 69, lei nº 9099 de 199512. Audiência preliminar: arts. 70 a 78, lei nº 9099 de 199513. Audiência de Instrução e Julgamento: art. 81, lei nº 9099 de 199514. Composição dos danos civis: art. 74, lei nº 9099 de 199515. Transação penal: art. 76, lei nº 9099 de 199516. Oferecimento da denúncia ou queixa-crime: art. 77 e 78, lei nº 9099 de 199517. Citação: art. 78, lei nº 9099 de 199518. Recursos: arts. 82 e 83, lei nº 9099 de 199519. Suspensão condicional do processo: art. 89, lei nº 9099 de 199520. Outras regras: arts. 90 e seguintes, lei nº 9099 de 1995

Linha do Processo

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Código Penal

Direito PenalDireito Processual Penal

Código de Processo Penal

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Espécies de Procedimentos

PROCEDIMENTOS

COMUM

ORDINÁRIO

SUMÁRIO

SUMARÍSSIMO

ESPECIAL

Infração penal d

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Termo Circ

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Art. 82Art. 81Art.78Art. 77/78Art. 76Art. 74Art. 69Art. 61

Audiência Preliminar

Procedimento Sumaríssimo Lei nº 9.095/1995

Audiência de In

strução e Ju

lgamento

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Direito Processual Penal

LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (LEI 9099/95)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Terri-tórios, e os Estados criarão:

I – juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execu-ção de causas cíveis de menor complexida-de e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primei-ro grau.

LEI 90999/95

CAPÍTULO IIIDOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS

Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem compe-tência para a conciliação, o julgamento e a exe-cução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.

Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de co-nexão e continência, observar-se-ão os ins-

titutos da transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de me-nor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, infor-malidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.

SEÇÃO IDA COMPETÊNCIA E DOS

ATOS PROCESSUAIS

Art. 63. A competência do Juizado será determi-nada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e po-derão realizar-se em horário noturno e em qual-quer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sem-pre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.

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§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qual-quer meio hábil de comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusi-vamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no pró-prio Juizado, sempre que possível, ou por man-dado.

Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondên-cia, com aviso de recebimento pessoal ou, tra-tando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sen-do necessário, por oficial de justiça, indepen-dentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comuni-cação.

Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cien-tes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompa-nhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor públi-co.

Seção IIDA FASE PRELIMINAR

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhe-cimento da ocorrência lavrará termo circuns-tanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, provi-denciando-se as requisições dos exames peri-ciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imedia-tamente encaminhado ao juizado ou assumir o

compromisso de a ele comparecer, não se im-porá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afas-tamento do lar, domicílio ou local de convivên-cia com a vítima.

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a ví-tima, e não sendo possível a realização imedia-ta da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qual-quer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o re-presentante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz es-clarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de apli-cação imediata de pena não privativa de liber-dade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.

Parágrafo único. Os conciliadores são auxi-liares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será redu-zida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.

Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal públi-ca condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de represen-tação verbal, que será reduzida a termo.

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Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser espe-cificada na proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I – ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de li-berdade, por sentença definitiva;

II – ter sido o agente beneficiado anterior-mente, no prazo de cinco anos, pela aplica-ção de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III – não indicarem os antecedentes, a con-duta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da me-dida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infra-ção e seu defensor, será submetida à apre-ciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do Ministé-rio Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir nova-mente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo an-terior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de

antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados pro-por ação cabível no juízo cível.

Seção IIIDO PROCEDIMENTO SUMARIÍSSIMO

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela au-sência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Mi-nistério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de di-ligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocor-rência referido no art. 69 desta Lei, com dis-pensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a ma-terialidade do crime estiver aferida por bo-letim médico ou prova equivalente.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da de-núncia, o Ministério Público poderá reque-rer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as cir-cunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo úni-co do art. 66 desta Lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acu-sado, que com ela ficará citado e imediatamen-te cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instru-ção e julgamento, devendo a ela trazer suas

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testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos ter-mos do art. 67 desta Lei para comparece-rem à audiência de instrução e julgamento.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intima-das na forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 79. No dia e hora designados para a au-diência de instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver havido possibilidade de tentativa de conciliação e de oferecimento de proposta pelo Ministério Público, proceder-se-á nos termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coer-citiva de quem deva comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou quei-xa; havendo recebimento, serão ouvidas a víti-ma e as testemunhas de acusação e defesa, in-terrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, po-dendo o Juiz limitar ou excluir as que con-siderar excessivas, impertinentes ou prote-latórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a sen-tença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que po-derá ser julgada por turma composta de três Ju-

ízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu de-fensor, por petição escrita, da qual consta-rão as razões e o pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para ofere-cer resposta escrita no prazo de dez dias.

§ 3º As partes poderão requerer a transcri-ção da gravação da fita magnética a que alu-de o § 3º do art. 65 desta Lei.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos pró-prios fundamentos, a súmula do julgamen-to servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quan-do, em sentença ou acórdão, houver obscurida-de, contradição, omissão ou dúvida. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

§ 1º Os embargos de declaração serão opos-tos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso. (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigi-dos de ofício.

Seção IVDA EXECUÇÃO

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do Juizado.

Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a punibilidade, deter-minando que a condenação não fique cons-tando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.

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Direito Processual Penal – Lei Dos Juizados Especiais Criminais (Lei 9099/95) – Prof. Joerberth Nunes

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Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da li-berdade, ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de li-berdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção VDAS DESPESAS PROCESSUAIS

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e 76, § 4º), as despesas proces-suais serão reduzidas, conforme dispuser lei es-tadual.

Seção VIDISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de represen-tação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima co-minada for igual ou inferior a um ano, abrangi-das ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspen-são do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, pre-sentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Códi-go Penal).

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, rece-bendo a denúncia, poderá suspender o pro-cesso, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:

I – reparação do dano, salvo impossibilida-de de fazê-lo;

II – proibição de frequentar determinados lugares;

III – proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;

IV – comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justi-ficar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras con-dições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processa-do por outro crime ou não efetuar, sem mo-tivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o pra-zo de suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prossegui-rá em seus ulteriores termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide ADIN nº 1.719-9)

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se apli-cam no âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluí-do pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999)

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de trinta dias, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposi-ções dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei.

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CAPÍTULO IVDISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organi-zação, composição e competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de acordo com audiências previamen-te anunciadas.

Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no pra-zo de seis meses, a contar da vigência desta Lei.

Parágrafo único. No prazo de 6 (seis) me-ses, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, priorita-riamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de ses-senta dias após a sua publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de 1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.