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Esportes SÁBADO, 17 DE DEZEMBRO DE 2016 Copinha é degrau para carreira de novos talentos Faltam 16 dias para a 48ª edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. A preparação continua intensa dos 126 clu- bes brasileiros que irão par- ticipar. Além dos clubes, os jogadores em começo de car- reira encaram a Copinha co- mo a oportunidade da vida. O Primavera trabalha com 30 atletas e desses, apenas 25 poderão disputar em campo. São jogadores de diversos es- tados, como Pernambuco, Mi- nas Gerais, São Paulo e Ceará. A Tribuna esteve em um dos treinos e conversou com alguns atletas que estão na cidade em busca do maior sonho e objeti- vo de suas vidas: o futebol. Toró O primeiro jogador com quem a reportagem conversou foi o atacante Jonas da Silva Mon- tes, o Toró, de 17 anos. Antes de chegar ao Primavera, o per- nambucano teve passagem pelo Vitória da Bahia, Clube Atlético do Porto de Caruaru e Agremiação Sportiva Arapi- raquense (ASA) de Alagoas. “Minha infância todo foi no futebol amador. Comecei a jogar nos times do interior. Ganhei uma oportunidade de estar no Primavera e quero aproveitar ela”, afirma. “Mi- nha expectativa é que todos nós façamos uma boa copa para dar alegria a esta torcida do Fantasma. Também é uma expectativa imensa disputa a Copa São Paulo porque todo jogador quer estar no jogo e comigo não é diferente, quero fazer bons jogos, se destacar e abrir os olhos para os outros clubes brasileiros”, acrescen- ta Toró. O atacante conta que, além do sonho, o futebol é um meio de ajudar sua família. “Através do futebol também busco dar uma vida melhor a todos meus familiares que estão me incentivando cada dia mais para buscar meu ob- jetivo e me apoiando, e espe- ro com fé em Deus mostrar a eles que não é em vão a expec- tativa que estão depositando em mim”, ressalta. “O meu maior torcedor é meu pai (Jo- sé Carlos) que me apoia muito e está sempre presente. Meu pai já jogou amador, sempre me levou aos campos e desde quando comecei a jogar no amador criei um amor imenso pela bola”. Tocantins O lateral direito Patrik de Sousa Figueredo, de 18 anos, está no Primavera desde 2015, já par- ticipou de uma Copinha, e por pouco não jogou pelo Primave- ra neste ano na Copa São Paulo Júnior. “Ano passado eu ia jo- gar, mas lesionei. A expetativa para esta edição é ótima, já que em 2016 a campanha foi boa, e então a pressão é maior. Tam- bém tenho um ânimo maior, já que na última Copinha passei perto de entrar no jogo. Esta é a principal competição do ano. Trabalhamos o ano inteiro para jogar e sempre esperamos por este dia, sonhando com uma oportunidade e poder mudar a vida inteira”, conta. O lateral conta que tudo começou por meio de uma escolinha de futebol. “Na es- colinha vi que tinha potencial e me dediquei mais para bus- car algo profissional. Antes da escolinha não gostava de futebol, era por diversão, mas aconteceu e hoje estou aqui”, diz. “Antes, eu joguei a Copi- nha pelo Araguaína, em 2015, quando a sede foi em Indaia- tuba. Depois, fui para outro clube, não deu certo e o Pri- mavera me chamou”, lembra. O lateral não gostava de futebol no início, mas hoje o futebol é seu plano A, B, C, D.... “Não tenho outro plano não, futebol é o plano A, B... e se não der certo curso Educa- ção Física para buscar algo na área também”, garante. Há mais de um ano lon- ge de casa, Patrik conta que a saudade é grande, mas o apoio da família é maior ain- da. “É difícil esta vida, dá saudades, mas meus pais me apoiam bastante. Minha mãe (Edilene) é a pessoa que mais me apoia, ela me liga sempre, principalmente depois dos jo- gos, quando termina a partida ela já está ligando”. De família O goleiro sorocabano Daniel Ferreira Leão Polaz, de 18 anos, já esteve na Copinha des- te ano, mas assistiu ao espetá- culo do banco de reservas. Po- rém, o atleta contribuiu para o sucesso do Sub-20 no Paulista deste ano. Para esta edição, o atleta conta que os quatro go- leiros querem entrar em cam- po, mas o grupo está unido. “O grupo de goleiros é muito fechado, o treinador é muito companheiro e nosso método de trabalho é cada um dar o seu melhor e quem estiver me- Fantasma da Ituana está a 16 dias da sua estreia na 48ª Copa São Paulo de Futebol Júnior Toró é a aposta para o Primavera nesta temporada ANIELI BARBONI [email protected] Estreia de Patrik na Copinha foi adiada devido a uma lesão Fotos: Werner Münchow Daniel passou por grandes clubes e está no gol do Fantasma lhor vai jogar, independente de idade, altura e nós não temos inimizade, procuramos incen- tivar um ao outro”, afirma. Daniel nasceu em berço futebolístico: seu irmão (Pe- dro) e seu pai (Geraldo Luiz) também são do ‘meio da bola’. “Meu irmão joga nos Estados Unidos, meu pai era jogador no São Bento, meu avô sem- pre praticou esportes, então é de família. Meu pai sabe que é difícil, mas sempre incenti- vou e nos apoiou. Hoje estudo também, faço Direito na Max Planck, inclusive minha mãe que me fez entrar no curso, e estou conseguindo conci- liar os dois. Meu pai pede pa- ra eu ir levando, conciliando os dois, quando não der mais terei que escolher um. Estou desde os 14 anos fora de casa e o futebol meio que já faz par- te da minha rotina, então vai ser bem difícil escolher quan- do este dia chegar porque também gosto da faculdade”, comenta. Já a posição de goleiro, aconteceu de uma forma en- graçada na vida do atleta. “Meu irmão é meio de campo, ele e o amigo dele iam jogar e como eu era o mais novo, ti- nha que ir para o gol. Acabei gostando, e eu já era meio fora da caixinha, meio louco, como costuma ser goleiro, daí conti- nuei como goleiro”, brinca. O goleiro já passou por alguns times, como Interna- cional de Porto Alegre, Red Bull, Portuguesa, Palmeiras e Figueirense, antes de cha- gar a Indaiatuba, em 2015, e quer fazer um bom trabalhar para retornar ao topo. “Eu sei o que é estar lá em cima, como já estive no Inter. Lá assistia os treinos do Dida, Alisson Becker... tenho mui- tos amigos que estão lá cima e já estive um pouquinho lá, sei como é, e estive lá embai- xo também. A expectativa é chegar no topo porque, diga- mos assim, o topo é a Disney do futebol”, afirma.

Sábado, 17 dE dEzEmbro dE 2016 Copinha é degrau para ...edicao.tribunadeindaia.com.br/tribunadeindaia/2016/12/17/1431/pdf/... · Sábado, 17 dE dEzEmbro dE 2016 ... tuba. Depois,

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EsportesSábado, 17 dE dEzEmbro dE 2016

Copinha é degrau para carreira de novos talentos

Faltam 16 dias para a 48ª edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior. A preparação continua intensa dos 126 clu-bes brasileiros que irão par-ticipar. Além dos clubes, os jogadores em começo de car-reira encaram a Copinha co-mo a oportunidade da vida.

O Primavera trabalha com 30 atletas e desses, apenas 25 poderão disputar em campo. São jogadores de diversos es-tados, como Pernambuco, Mi-nas Gerais, São Paulo e Ceará. A Tribuna esteve em um dos treinos e conversou com alguns atletas que estão na cidade em busca do maior sonho e objeti-vo de suas vidas: o futebol.

ToróO primeiro jogador com quem a reportagem conversou foi o atacante Jonas da Silva Mon-tes, o Toró, de 17 anos. Antes de chegar ao Primavera, o per-nambucano teve passagem pelo Vitória da Bahia, Clube Atlético do Porto de Caruaru e Agremiação Sportiva Arapi-raquense (ASA) de Alagoas. “Minha infância todo foi no futebol amador. Comecei a

jogar nos times do interior. Ganhei uma oportunidade de estar no Primavera e quero aproveitar ela”, afirma. “Mi-nha expectativa é que todos nós façamos uma boa copa para dar alegria a esta torcida do Fantasma. Também é uma expectativa imensa disputa a Copa São Paulo porque todo jogador quer estar no jogo e comigo não é diferente, quero fazer bons jogos, se destacar e abrir os olhos para os outros clubes brasileiros”, acrescen-ta Toró.

O atacante conta que, além do sonho, o futebol é um meio de ajudar sua família. “Através do futebol também busco dar uma vida melhor a todos meus familiares que estão me incentivando cada dia mais para buscar meu ob-jetivo e me apoiando, e espe-ro com fé em Deus mostrar a eles que não é em vão a expec-tativa que estão depositando em mim”, ressalta. “O meu maior torcedor é meu pai (Jo-sé Carlos) que me apoia muito e está sempre presente. Meu pai já jogou amador, sempre me levou aos campos e desde quando comecei a jogar no amador criei um amor imenso pela bola”.

TocantinsO lateral direito Patrik de Sousa Figueredo, de 18 anos, está no Primavera desde 2015, já par-ticipou de uma Copinha, e por pouco não jogou pelo Primave-ra neste ano na Copa São Paulo Júnior. “Ano passado eu ia jo-gar, mas lesionei. A expetativa para esta edição é ótima, já que em 2016 a campanha foi boa, e então a pressão é maior. Tam-bém tenho um ânimo maior, já que na última Copinha passei perto de entrar no jogo. Esta é a principal competição do ano. Trabalhamos o ano inteiro para jogar e sempre esperamos por este dia, sonhando com uma oportunidade e poder mudar a vida inteira”, conta.

O lateral conta que tudo começou por meio de uma escolinha de futebol. “Na es-colinha vi que tinha potencial e me dediquei mais para bus-car algo profissional. Antes da escolinha não gostava de futebol, era por diversão, mas aconteceu e hoje estou aqui”, diz. “Antes, eu joguei a Copi-nha pelo Araguaína, em 2015, quando a sede foi em Indaia-tuba. Depois, fui para outro clube, não deu certo e o Pri-mavera me chamou”, lembra.

O lateral não gostava de

futebol no início, mas hoje o futebol é seu plano A, B, C, D.... “Não tenho outro plano não, futebol é o plano A, B... e se não der certo curso Educa-ção Física para buscar algo na área também”, garante.

Há mais de um ano lon-ge de casa, Patrik conta que a saudade é grande, mas o apoio da família é maior ain-da. “É difícil esta vida, dá saudades, mas meus pais me apoiam bastante. Minha mãe (Edilene) é a pessoa que mais me apoia, ela me liga sempre, principalmente depois dos jo-gos, quando termina a partida ela já está ligando”.

De famíliaO goleiro sorocabano Daniel Ferreira Leão Polaz, de 18 anos, já esteve na Copinha des-te ano, mas assistiu ao espetá-culo do banco de reservas. Po-rém, o atleta contribuiu para o sucesso do Sub-20 no Paulista deste ano. Para esta edição, o atleta conta que os quatro go-leiros querem entrar em cam-po, mas o grupo está unido. “O grupo de goleiros é muito fechado, o treinador é muito companheiro e nosso método de trabalho é cada um dar o seu melhor e quem estiver me-

Fantasma da Ituana está a 16 dias da sua estreia na 48ª Copa São Paulo de Futebol Júnior

Toró é a aposta para o Primavera nesta temporada

ANIELI [email protected]

Estreia de Patrik na Copinha foi adiada devido a uma lesão

Fotos: Werner Münchow

Daniel passou por grandes clubes e está no gol do Fantasma

lhor vai jogar, independente de idade, altura e nós não temos inimizade, procuramos incen-tivar um ao outro”, afirma.

Daniel nasceu em berço futebolístico: seu irmão (Pe-dro) e seu pai (Geraldo Luiz) também são do ‘meio da bola’. “Meu irmão joga nos Estados Unidos, meu pai era jogador no São Bento, meu avô sem-pre praticou esportes, então é de família. Meu pai sabe que é difícil, mas sempre incenti-vou e nos apoiou. Hoje estudo também, faço Direito na Max Planck, inclusive minha mãe que me fez entrar no curso, e estou conseguindo conci-liar os dois. Meu pai pede pa-ra eu ir levando, conciliando os dois, quando não der mais terei que escolher um. Estou desde os 14 anos fora de casa e o futebol meio que já faz par-te da minha rotina, então vai ser bem difícil escolher quan-do este dia chegar porque também gosto da faculdade”, comenta.

Já a posição de goleiro, aconteceu de uma forma en-graçada na vida do atleta. “Meu irmão é meio de campo, ele e o amigo dele iam jogar e como eu era o mais novo, ti-nha que ir para o gol. Acabei gostando, e eu já era meio fora da caixinha, meio louco, como costuma ser goleiro, daí conti-nuei como goleiro”, brinca.

O goleiro já passou por alguns times, como Interna-cional de Porto Alegre, Red Bull, Portuguesa, Palmeiras e Figueirense, antes de cha-gar a Indaiatuba, em 2015, e quer fazer um bom trabalhar para retornar ao topo. “Eu sei o que é estar lá em cima, como já estive no Inter. Lá assistia os treinos do Dida, Alisson Becker... tenho mui-tos amigos que estão lá cima e já estive um pouquinho lá, sei como é, e estive lá embai-xo também. A expectativa é chegar no topo porque, diga-mos assim, o topo é a Disney do futebol”, afirma.