16

Sacola 3ª edição

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Sacola 3ª edição

Citation preview

Page 1: Sacola 3ª edição
Page 2: Sacola 3ª edição

2 sacolajunho201 1

mega

agrupamento

Mega: (do grego”grande”) exprime a noção de

“grandeza” ou de “milhão”.

Fusão: (do latim fusio, -õnis) . (… ) Conjugação,

mistura de duas ou mais substâncias; junção de

duas ou mais coisas numa só; união que resulta

da interpretação ou da combinação de coisas ou

seres distintos.

In Dicionário da Língua Portuguesa

Contemporânea, Academia das Ciências de

Lisboa, Editorial verbo

No final do ano lectivo passado, as escolas

foram confrontadas com uma nova ordem:

fusão de escolas em mega-agrupamentos. A

criação de mega-agrupamentos obriga a uma

reorganização da rede escolar que assenta em

pressupostos (polémicos) como a “redução e

racionalização” das necessidades.

Esta nova realidade - agrupar diferentes níveis

de ensino, desde o pré-escolar ao secundário,

juntar escolas geograficamente distantes entre

si, conjugar e coordenar interesses específicos

de cada ciclo – constitui um verdadeiro desafio

para a comunidade educativa.

“O Agrupamento de Escolas de Sátão abarca

todas as escolas do concelho de Sátão e foi

criado por despacho de Sua Exª. o Secretário de

Estado da Educação, de 1 4 de junho de 201 0, e

resulta da agregação imposta pela tutela das

Unidades de Gestão: o Agrupamento de Escolas

Ferreira Lapa, Sátão; o Agrupamento de Escolas

de Ferreira de Aves, Sátão e a Escola Secundária

Frei Rosa Viterbo, Sátão.

A sede do Agrupamento situa-se na Vila de

Sátão, que dista cerca de 20 Km da capital do

distrito – Viseu. A sede do novo Agrupamento

de Escolas é a Escola Secundária Frei Rosa

Viterbo, Sátão.

O Agrupamento de Escolas de Sátão inclui

todos os jardins de infância, Escolas de ensino

do 1 º, 2º e 3º ciclos e secundário do concelho de

Sátão”. (Regulamento Interno)

Esta fusão resultou em números que em nada

se comparam aos que conhecíamos na escola

secundária, escola sede: 1 785 alunos; 230

professores e 1 09 funcionários não docentes.

Somos Mega

Page 3: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 3

A propósito do papel dos pais e encarregados de educação noatual modelo de gestão das escolas…

Prof. Ana Albuquerque

A evolução da administração da educação em

Portugal, a partir da Constituição da República

de 1 976, que definiu os princípios orientadores

da política portuguesa num regime democrático,

possibilitado pela Revolução de Abril, tem sido

marcada por estratégias divergentes, de acordo

com as forças políticas que têm ocupado os

sucessivos governos. Convém, no entanto,

lembrar que o processo de reconfiguração do

papel do Estado na educação não tem sido um

percurso muito linear nos diferentes países da

Europa (EURYDICE, 2007): descentralização,

recentralização, redescentralização.

Os esforços levados a cabo têm conduzido a

modos diversos de distribuição do poder de

acordo com os contextos, com os pontos de

partida e a diversidade das experiências levadas

a cabo, verificando-se um certo hibridismo, uma

certa contaminação entre as políticas educativas

dos diferentes países, nomeadamente dos do

centro para a periferia, o que nem sempre

resulta na prática.

As tergiversações do percurso da construção da

autonomia da escola pública portuguesa não

constituem uma exceção no quadro comunitário:

por um lado, um discurso oficial de autonomia e,

por outro, uma forma de atuação pendular,

entre uma lógica autonómica e uma lógica

centralizadora.

No nosso país, neste início do século XXI , a

situação é, por vezes, até conflituante,

coabitando um quadro político e administrativo

com grande protagonismo estatal, próprio de

uma organização burocrática, e um discurso

descentralizador, autonómico, observável nos

vários normativos publicados, derivando numa

“mistificação legal”, que faz com que a tão

apregoada e decretada autonomia não tenha

passado de uma “ficção ainda que necessária”

(Barroso, 2004), ao ficar-se pelo campo das

intenções, verificando-se apenas a

implementação de medidas avulsas, mas

adiando a democratização da organização

escolar, por não reconhecer às escolas e aos seus

diferentes atores a capacidade de definirem

normas e regras próprias nos domínios políticos,

administrativos, financeiros e pedagógicos.

O Decreto-Lei n.º 75/2008, de 22 de Abril,

regulamenta o novo regime de autonomia,

administração e gestão das escolas com o

objetivo de reforçar, ainda mais, pelo menos

retoricamente, a participação das famílias e

comunidades na direção dos estabelecimentos

de ensino, favorecendo, de acordo com o seu

preâmbulo, lideranças fortes e a autonomia das

escolas. Para esse efeito, propõe a criação de um

órgão de direção estratégica, o Conselho Geral,

um órgão colegial onde têm representação

elementos do pessoal docente e não docente,

dos pais e encarregados de educação, de alunos,

no caso de adultos e do ensino secundário, das

autarquias e da comunidade local, instituições,

organizações de carácter económico, social e

cultural. Para garantir equidade na participação

dos diferentes atores, nenhum dos grupos

representados pode ter a maioria dos lugares.

O Conselho Geral é o “órgão de direção

estratégica responsável pela definição das linhas

orientadoras da atividade da escola,

assegurando a participação e representação da

comunidade educativa” (Art.º 1 1 ) . O número de

elementos que o compõem é estabelecido por

cada agrupamento de escolas ou escola não

agrupada, mas tem de ser um número ímpar não

superior a 21 . Aprova as regras de

funcionamento da escola ou agrupamento

(regulamento interno) e são da sua

responsabilidade as decisões estratégicas e de

planeamento (projeto educativo e plano de

atividades) , o acompanhamento e a fiscalização

da sua concretização (relatório anual de

atividades). Este órgão tem competência para

eleger e destituir o diretor, que lhe deve prestar

contas, como primeiro responsável do

desenvolvimento e aplicação local das medidas

de política educativa. Ao diretor, que participa

nas reuniões ordinárias, trimestrais, e

extraordinárias, mas sem direito a voto, cabe a

gestão administrativa, financeira e pedagógica,

tendo de ser um professor qualificado para as

funções, quer através de formação adquirida,

quer através de experiência na administração e

gestão escolar, submetido a concurso com

critérios previamente definidos.

Das múltiplas competências deste órgão de

direção (Art.º 1 3) destacamos: eleger o

presidente do Conselho Geral, que pode ser

qualquer um dos membros, à exceção dos

alunos; eleger o diretor, mediante procedimento

concursal; aprovar o Projeto Educativo,

acompanhar e avaliar a sua execução; aprovar os

Planos de Atividades e o Regulamento Interno;

aprovar as propostas de Contrato de Autonomia;

definir as linhas orientadoras para a elaboração

do Orçamento; acompanhar a ação dos demais

órgãos de administração e gestão.

Neste dispositivo legal, encontramos, no seu

enquadramento justificativo, um discurso que

valoriza sobremaneira os modos de regulação

local, através do reforço de atores externos à

escola, afirmando, expressamente, como grande

Page 4: Sacola 3ª edição

4 sacolajunho201 1

finalidade a promoção do “reforço da

intervenção das famílias”.

O protagonismo normativo, cada vez mais

acentuado, da intervenção dos pais no governo

da escola pública portuguesa aparece sob o

signo da concertação, da negociação, do

trabalho de parceria, decorrente da necessidade

de instituir novas práticas de regulação, na

sequência da crise de modelos centralistas. Será

pertinente questionarmo-nos até que ponto

este discurso reflete as boas intenções, ou que

interesses ocultos poderão estar em jogo:

ali jamento de responsabilidades do Estado face

à crise de governabilidade provocada pela

massificação do ensino, controlo dos

professores por outros atores externos à escola,

controlo de procedimentos reduzido, “hipocrisia

organizada” (Brunsson,1 989), com fins de

legitimação social das decisões aparentemente

tomadas pelos atores invocados na rede

discursiva?

Lembremos que o Estado é confrontado, cada

vez mais, com a necessidade de rever o seu

papel perante o avolumar de exigências

derivadas da crise económica, do fosso entre os

compromissos assumidos e os recursos

necessários e da forte exposição das questões

educativas aos meios de comunicação social.

Será importante compreender se esta

valorização não passa do discurso e constatar se

não é reforçada a concentração de poderes no

protagonismo conferido formalmente ao

diretor: “órgão de administração e gestão do

agrupamento de escolas ou de escola não

agrupada nas áreas pedagógica, cultural,

administrativa, financeira e patrimonial” (cf.

Art.º 1 8.º e seguintes) . Não estaremos a assistir

a um reforço dos poderes do controlo central,

do Ministério da Educação, através da figura do

diretor sob a capa da “falinha

mansa” do trabalho em rede, da

colaboração? Mas quem planeia,

quem decide, quem apresenta os

documentos previamente

elaborados? E por quem? Quem faz

parte das equipas?

A compreensão do funcionamento

e o questionamento das dinâmicas

intrínsecas ao Conselho Geral

através de uma leitura inscrita num

plano mais informal, ancorado

numa focalização micropolítica

pode facilitar a “desocultação” das

lógicas de ação dos diferentes

atores, sabendo que uma coisa é o

plano das orientações, outra é o das ações

concretas e que no seio das organizações se

verificam relações assimétricas de poder e de

influência.

Alguns estudos empíricos, realizados em

Portugal nas duas últimas décadas (Silva,

1 994,1 996) mostram a voz dos pais nas políticas

educativas como uma resposta aos interesses da

agenda neoliberal e uma instrumentalização

subtil dos interesses de “alguns pais”, muitos,

simultaneamente professores. Será que com a

publicação deste referencial (em vigor, por

quanto tempo ainda?) , estamos num virar de

página ou tratar-se-á, mais uma vez, de um

simulacro de mudança, mas em que tudo fica na

mesma? Em que os pais não passam de meros

figurantes, com a única diferença que votam

mega

agrupamento

para a escolha do diretor e aí… . as coisas podem

complicar-se.

Referências bibliográficas

Barroso, J. (2004). A autonomia das escolas: Uma

ficção necessária. Revista Portuguesa de

Educação, 1 7, 2: 49-83.

Brunsson, N. (1 989). The organization of

hipocrisy. Talk, decision and actions in

organizations. London:Routledge.

Silva, P. (1 994). Escola-família: Uma relação

armadilhada? ESES, 5, 23-30.

Silva, P. (1 996). Pais-professores: Uma relação

em que uns são mais iguais que outros?

Educação, Sociedade & Culturas, 6: 1 79-1 90.

http

://ww

w.u

nise

p.e

du

.br/ad

min

/mo

de

l/up

load

s/no

ticias/57

8/re

un

i.jpg

Page 5: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 5

Concurso Nacional de Leitura – Fase distrital e Fase NacionalIsilda Menezes, professora bibliotecária

A Fase Distrital do Concurso Nacional de Leitura

realizou-se, no dia 8 de Abril, na Biblioteca

Municipal de Moimenta da Beira. O nosso

Agrupamento foi muito bem representado pelas

alunas do 3º ciclo Inês Nicolau Soares, 7º E

(ESFRoV), Martina Machado, 8º A (EBFL) e Ana

Rita Sousa, 7º D (ESFRoV). Do ensino secundário,

Beatriz Nicolau Soares, 1 2º A, Maria João Costa,

1 0º C e Sandra Amaral, 1 2º G.

Os participantes das Escolas/Agrupamentos do

distrito de Viseu realizaram uma prova escrita

durante a manhã. À tarde, foram apurados seis

alunos do 3.º ciclo e seis do Ensino Secundário

que prestaram uma prova oral. De entre estes,

foram seleccionados três de cada nível de ensino

para participarem na Fase Nacional, em Lisboa.

A aluna Maria João Costa, do 1 0.º C teve uma

boa prestação, pois foi premiada com o 2.º lugar

no grupo dos alunos do Ensino Secundário,

juntamente com a Ana Rita Rodrigues, da Escola

Alves Martins, de Viseu (1 .º lugar) e a

Ana Sofia Morais, da Escola Secundária de

Tarouca (3.º lugar) .

No dia 1 4 de Maio, a Maria João esteve em

Lisboa a participar Fase Nacional. Em pouco mais

de quinze dias, leu as obras Noites brancas –

Romance sentimental das memórias de um

sonhador de Fiódor Dostoiévski, e O ano da

morte de Ricardo Reis de José Saramago.

Participou com muito empenho e, apesar não ter

passado à final, está de parabéns.

Lembramos que em cinco anos de participação

no Concurso Nacional de Leitura, três alunas

desta escola já estiveram presentes na Fase

Nacional a representar o distrito de Viseu.A Fase

Distrital do Concurso Nacional de Leitura

realizou-se, no dia 8 de Abril, na Biblioteca

Municipal de Moimenta da Beira. O nosso

Agrupamento foi muito bem representado pelas

alunas do 3º ciclo Inês Nicolau Soares, 7º E

(ESFRoV), Martina Machado, 8º A (EBFL) e Ana

Rita Sousa, 7º D (ESFRoV). Do ensino secundário,

Beatriz Nicolau Soares, 1 2º A, Maria João Costa,

1 0º C e Sandra Amaral, 1 2º G.

Os participantes das Escolas/Agrupamentos do

distrito de Viseu realizaram uma prova escrita

durante a manhã. À tarde, foram apurados seis

alunos do 3.º ciclo e seis do Ensino Secundário

que prestaram uma prova oral. De entre estes,

foram seleccionados três de cada nível de ensino

para participarem na Fase Nacional, em Lisboa.

A aluna Maria João Costa, do 1 0.º C teve uma

boa prestação, pois foi premiada com o 2.º lugar

no grupo dos alunos do Ensino Secundário,

juntamente com a Ana Rita Rodrigues, da Escola

Alves Martins, de Viseu (1 .º lugar) e a

Ana Sofia Morais, da Escola Secundária de

Tarouca (3.º lugar) .

No dia 1 4 de Maio, a Maria João esteve em

Lisboa a participar Fase Nacional. Em pouco mais

de quinze dias, leu as obras Noites brancas –

Romance sentimental das memórias de um

sonhador de Fiódor Dostoiévski, e O ano da

morte de Ricardo Reis de José Saramago.

Participou com muito empenho e, apesar não ter

passado à final, está de parabéns.

Lembramos que em cinco anos de participação

no Concurso Nacional de Leitura, três alunas

desta escola já estiveram presentes na Fase

Nacional a representar o distrito de Viseu.

Page 6: Sacola 3ª edição

6 sacolajunho201 1

Durante a semana da leitura, 1 a 4 de Março, foi

feita a festa da leitura nas várias escolas do

Agrupamento. Foram muitas as actividades em

que os alunos puderam participar, das quais

destacamos algumas que foram realizadas na

Escola Secundária Frei Rosa Viterbo.

“Começa o dia com a leitura”: no dia 1 de Março,

a equipa da biblioteca colocou nos livros de

ponto poemas e pequenos textos em prosa que

foram lidos pelos professores ou alunos no início

da primeira aula da manhã. Nada melhor do que

começar um dia com o som mágico das palavras

de um belo texto.

“Silêncio! Estamos a ler!” foi uma actividade que

decorreu em todas as escolas do Agrupamento,

no dia 2 de Março, entre as 9:30h e as 1 0h, altura

em muitos elementos da comunidade “pararam”

para ler, num momento de leitura silenciosa e

individual. A maioria das turmas participou nesta

actividade.

Aconteceu também a hora do conto “A árvore

generosa”, pela educadora Margarida Nunes,

actividade na qual duas turmas do 8º ano da

ESFRoV tiveram a oportunidade de participar.

Todos apreciaram muito esta história que tem

comovido gerações com a relação de amor entre

uma árvore e um menino.

O encontro com a escritora Manuela Gonzaga

teve a participação dos alunos do 7º ano que

trabalharam algumas obras da autora.

Encontraram-se com ela no auditório, onde a

questionaram sobre a sua vida e obra e a

ouviram contar pequenas histórias. A escritora

fez-se acompanhar pelo seu magnífico cão

Timóteo, que encantou os alunos com o seu

porte e com a sua meiguice. Foram momentos

muito animados, estabelecendo-se uma relação

de forte empatia entre todos.

Durante a semana, foram também entregues os

prémios às alunas vencedoras da 1 .ª fase do CNL

e houve partilha de experiências de leitura, num

momento em que falaram de alguns livros que

têm lido e de experiências de participações

anteriores neste concurso.

Outra actividade promovida pela Biblioteca foi

sessão de trabalho/esclarecimento sobre o novo

acordo ortográfico da Língua Portuguesa, que

decorreu no auditório da Escola secundária,

dinamizada pela professora Ana Albuquerque,

com a presença de 53 professores.

Semana da leituraIsilda Menezes, professora bibliotecária

mega

agrupamento

Page 7: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 7

Concurso Literário: “Semear palavras, colher poemas”Isilda Menezes, professora bibliotecária

A Felicidade

Ser feliz é viver rodeada de amor

É plantar e colher amizade

É o calor dos abraços amigos

É viver sem pensar no amanhã.

Ser feliz é olhar o amanhecer

É saborear o sol radiante,

É o aconchego muito quente

Dos abraços dos pais e do mano.

Ser feliz é ser amiga

É ajudar os meus colegas

É ouvir e não só falar

E também brincar, brincar!

Maria João Figueiredo, 3ºC (EBIFA)

Semear palavras…

De manhã bem cedinho

Oiço para me acordar

Uma frase que diz

“São horas de levantar”

E a partir daí

São palavras todo o dia

Umas salgadas, outras doces

E outras cheias de alegria.

E isto acontece diariamente

De casa para a escola

Levo e trago palavras

Dentro da minha sacola.

Há tantas, tantas palavras

Dentro do meu pensamento

Mas elas vêm e vão

Tão rápidas como o vento.

São palavras que soam a música

São palavras de magia

Muitas e muitas palavras

Que me dão sabedoria.

Pedro Miguel Escaleira, 6º D (EBFL)

Palavras semeadas

Cada vez que um livro leio

Mil novas palavras conheço

Eu sei, parece estranho

É sempre um novo começo!

São tantas as palavras

Todas gostava de conhecer

Descobri que era impossível:

A Língua está sempre a crescer.

Dicionário gostava de ser

E palavras novas conhecer

Para com elas inventar

Tudo o que a vida tem para dar.

Gostava de ter um grande jardim

Com muitas palavras semeadas.

Elas colhem-se ao longo da vida

Nunca há obras acabadas.

As palavras recolho e guardo

Para mais tarde utilizar

Depois quando preciso delas

É lá que as vou buscar.

Com elas descrevo paisagens,

Com elas descrevo sentimentos,

Com elas invento histórias

Guardo e transmito conhecimentos!

Ana Rita Sousa, 7º D (ESFRoV)

Page 8: Sacola 3ª edição

8 sacolajunho201 1

A minha participação no Concurso Nacional de

Leitura constituiu um desafio que fiz a mim

própria. Inscrevi-me, porque gostava de

perceber quais as minhas potencialidades na

área da leitura e para conhecer outros jovens

que tinham algo em comum comigo: gostavam

também de “devorar livros”. Sinceramente,

considero que evoluí como leitora, o que se

reflectiu noutras áreas.

Ler não é folhear páginas repletas de letras,

palavras, frases, histórias, desinteressadamente.

A leitura não faz sentido quando o leitor sente

que está a ler um livro. Ler é dar um sentido à

vida das personagens e torná-las reais. Ler é

pisar o palco do sonho e da imaginação. Ler é

deixar-se levar por uma força sobrenatural. Ler

não é simplesmente ler; ler é muito mais do que

um acto, facto ou realidade. A leitura exige

gosto, exige tempo e reflexão. É por isso que

gosto de ler como se tivesse todo o tempo do

mundo. É por isso que gosto de discorrer sobre

livros, porque os considero como sendo algo que

me pertence, ou seja, uma parte de mim.

Um bom livro desperta os mais estranhos

sentimentos: faz-me chorar, sonhar, rir, soltar

sonoras gargalhadas... Além disso, os livros

fazem-me reflectir sobre aspectos em que ainda

nunca tinha pensado e que estão bem presentes

na vida dos seres humanos: a guerra, o amor, a

crueldade, a infidelidade, a falta de liberdade, a

vaidade, a felicidade, o preconceito, … um sem

número de coisas que julgamos, muitas vezes,

saber do que se trata e que, nos momentos em

que são despertados alguns desses sentimentos,

não os sabemos identificar.

Geralmente, quando leio um livro, há sempre

uma personagem que me serve de “guia” ao

longo de toda a história, podendo ser alguém

com quem me identifique, alguém que admiro

ou alguém que quero perseguir até ao último

ponto final e eliminar de vez.

Um dos aspectos que me incomoda mais, ao ler

um livro, é o facto de sentir que ficou algo por

dizer, nomeadamente quando o livro não tem

fim, pois, embora isso me permita imaginar o

que irá acontecer, sinto sempre uma pesada

incerteza e a dúvida de saber se o final que eu

daria à história seria o mesmo que o autor tinha

pensado para ela.

Tenho consciência de que existem muitas

pessoas que não sabem tirar partido dos livros

que lêem. O saber ler é uma arte que exige

dedicação e sabedoria.

Gosto especialmente de, ao ler um livro,

descobrir nele o próprio autor, o seu carácter e a

sua humanidade, uma vez que, ainda que

sejamos todos diferentes, somos todos seres

humanos e, embora tal não seja tão evidente

como pareça, existem muitas semelhanças entre

cada um de nós.

Tal como afirma Ralph Waldo Emerson, “O

talento não basta para fazer o escritor. Atrás do

livro deve haver o homem”. O escritor, por mais

que tente distanciar-se daquilo que escreve, não

consegue evitar deixar um indício da sua

passagem por aquelas páginas, tal como o

criminoso deixa sempre uma pista no local do

crime, por mais camuflada que ela esteja.

Agora compreendo a razão pela qual gosto

tanto de livros. É que a vida do ser humano é

também ela uma história, com princípio, meio e

fim; uma história que vamos escrevendo, à

medida que percorremos o nosso caminho e em

que tudo ocupa um lugar em concreto; este livro

que nos pertence, integralmente, pode ser

percorrido através do pensamento, mas exige

também uma leitura extremamente subjectiva.

O poder da leituraBeatriz Soares, 1 2º A

“Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;

os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores.”

Charles W. Elliot

ler

http://imgs.obviousmag.org/archives/uploads/2006/061 024_3livros-sabios.jpg

Page 9: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 9

Este livro, escrito pelo historiador inglês Edward

Paice, narra com extrema precisão o terramoto

de Lisboa de 1 de Novembro de 1 755, um dos

maiores sismos de sempre, na quarta maior

cidade europeia da altura. Fala de uma forma

simples, eficaz e cativante da tristeza que se

viveu em Lisboa e da destruição da cidade, nesse

dia de Todos-os-Santos. O autor descreve a

devastação quer nas pessoas, quer nos principais

edifícios da cidade, de uma forma bastante

precisa e consegue explicar o antes e o depois da

cidade de Lisboa: os majestosos palácios

desaparecidos, os conventos destruídos...

Durante a leitura, somos levados a pensar que

catástrofes desta magnitude não acontecem

apenas nos outros países, mas que também

podem acontecer em Portugal. O autor

transmite-nos um sentimento de receio e

tristeza, devido à inigualável destruição

concebida por este terramoto.

Há alguns números impressionantes presentes

nas páginas deste livro: entre 40 a 50 mil mortos

e um sismo com a magnitude de 8,75 e 9 na

escala de Ritcher!

E o que levou um autor estrangeiro a escrever

sobre um acontecimento ocorrido em Portugal?

É uma questão pertinente que o autor acaba por

explicar: Edward Paice sempre sentiu um fascínio

por sismos e queria saber como é que uma

cidade que sofreu uma catástrofe tão grande se

conseguiu recompor, sendo agora a bonita

Lisboa. O historiador inglês diz também que

adora a hospitalidade e o modo de vida

portugueses e que Lisboa é, sem dúvida, uma

cidade espectacular...

É um livro de agradável leitura.

A Ira de DeusEdward Paice

Francisco Cunha, 8º D

Nesse dia um de janeiro ninguém morreu. Nem

nos dias subsequentes. Todos os padecentes

ficaram como que suspensos entre a vida e a

morte.

Foram muitos os problemas que a “greve” da

morte originou, para os quais foi preciso arranjar

soluções: as agências funerárias passaram a

enterrar os animais domésticos, nos hospitais

não havia camas para os enfermos irreversíveis,

que tinham de ficar com as famílias, os “lares do

feliz ocaso” multiplicaram-se, pois não tinham

espaço para acolher os idosos.

A ausência da morte dá origem a uma série de

discussões e conselhos entre o governo e os

representantes da religião, filósofos, e outros

sectores afectados, em busca de uma solução.

No meio de todo o caos, surge uma carta violeta

inesperada, em cima da secretária do gabinete

do director-geral da televisão, que não tinha

qualquer referência ao remetente nem

destinatário, mas que marcou uma reviravolta na

acção, provocando o pânico geral.

Na minha opinião, nesta obra, a morte é

retratada no sentido figurado da própria vida,

com os seus altos e baixos, como consequência

dos obstáculos que surgem e que procuramos

ultrapassar. É, por isso, uma morte intermitente.

O título do livro poderia levar-nos a pensar que

se trataria de uma história vulgar da morte

associada ao fim da vida. No entanto, a primeira

frase (“No dia seguinte ninguém morreu.”)

desperta, desde logo, a nossa atenção e faz-nos

pensar imediatamente numa história fantástica,

no mundo do irreal, no sonho da vida eterna.

Esta primeira frase faz-nos ampliar as nossas

expectativas, propiciando a reflexão.

As intermitências da morteJosé Saramago

Beatriz Soares, 1 2º A

Page 10: Sacola 3ª edição

1 0 sacolajunho201 1

Para encerrar o segundo ano do projecto

Comenius ICT4, um grupo de professoras e uma

aluna participou no quarto intercâmbio que teve

lugar de 30 de Abril a 7 de Maio em Konya na

Turquia.

A Turquia é um país do Sudoeste da Ásia e

Sudoeste da Europa sendo considerado como a

ponte entre os dois continentes. Istambul é a

maior cidade da Turquia e a única do Mundo que

se situa entre dois continentes: a Ásia e a

Europa. Esta cidade é moderna, carregada de

história e a vida nocturna é muito enérgica, tal

como pudemos comprovar na véspera do dia 1

de Maio. Os turcos festejam este dia, e deste

modo as ruas estavam cheias de pessoas e

enfeitadas com balões ou bandeirinhas, havia

música e bailarinas de dança do ventre por todo

o lado. Os restaurantes estavam lotados e a

animação reinava em todas as ruas em que

passámos.

A paisagem de Istambul é sobretudo marcada

pelos recortes das cúpulas e minaretes das

mesquitas que se distribuem pelas encostas das

sete colinas de Istambul, pelo mar de Mármara

que banha a cidade a sul e a sudoeste e pelos

formosos espaços a jardinados forrados com

coloridas tulipas. As cores dominantes são o

amarelo, vermelho, rosa, laranja, e toda esta

mistura de cores chama a atenção dos visitantes.

Istambul tem uma grande diversidade de oferta

de produtos a preços baixos, ideais para quem

tem poder de compra. As pessoas ficam

realmente tentadas, tornando-se difícil resistir

ao ímpeto consumista. O Grande Bazar tem uma

atmosfera oriental e labirínticas ruas com

milhares de lojas. Qualquer pessoa que entre

nele perde-se por lá, não só literalmente mas

também pela variedade dos produtos. Este seria,

sem dúvida, o paraíso dos shopaholics!

Istambul possui uma herança rica em mesquitas,

museus e magníficos palácios. Os monumentos

são imponentes e grandiosos. A Mesquita Azul é

um magnificente edifício, cujo nome advém da

sua decoração interior com azulejos azuis. Para

visitar a mesquita, os visitantes têm de cobrir os

braços, ombros e a cabeça e descalçarem-se.

Deste modo, um dos cheiros característicos, e do

qual não me vou esquecer certamente, é o

cheiro a chulé. Enquanto estávamos dentro da

mesquita, estavam pessoas a rezar e algo que

me chamou à atenção foi o facto de os homens

terem a seu dispor o centro da mesquita para

rezar, enquanto que as mulheres rezavam nas

laterais, todas elas tinham um lenço na cabeça e

os ombros e braços tapados. Antes de entrarem

na mesquita para rezarem, tanto os homens

como as mulheres necessitam de lavar os pés, os

braços, as orelhas, um pouco o cabelo e as mãos

para que possam entrar com o corpo e alma

limpos na casa do Senhor.

Existem momentos ao longo do dia, mais

precisamente cinco, em que na cidade se ouve

um xamã a cantar. Este canto, que tem a duração

de, pelo menos, dez minutos, é um chamamento

para as pessoas irem rezar às mesquitas. Todos

os dias, estes cinco momentos se repetem e não

têm que ser obrigatoriamente sempre à mesma

hora.

Konya é uma cidade situada a Sudeste de

Istambul. As pessoas são muito acolhedoras e

simpáticas. O primeiro contacto foi com os

professores envolvidos no projecto Comenius

Projecto Comenius - o 4o reencontro…Rafaela Gomes, 1 2ºA

aconteceu

Page 11: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 1 1

Os alunos do 1 1 º. A, no âmbito das atividades

incluídas no seu Projeto Curricular de Turma,

convidaram todos os alunos e encarregados de

educação das turmas do 9.º ano e do ensino

secundário a participarem num debate acerca

da problemática do consumo do álcool na

adolescência e na idade adulta.

Esta iniciativa, que se realizou no dia 9 de Junho

de 201 1 , pelas 20.30 h, no Auditório da Escola

Secundária Fr. Rosa Viterbo, foi proposta por

um dos representantes dos pais e encarregados

de educação com assento no conselho de turma

e contou com a colaboração de docentes da

turma, designadamente do professor de

biologia e geologia, António Casal, da psicóloga

Susana Nunes, do Centro de Saúde e do

comando da GNR de Sátão.

O debate foi animado. Pais e alunos tiveram a

oportunidade de refletirem conjuntamente

sobre uma temática que preocupa todos os

educadores. A colaboração pais, escola e família

ainda é possível!

O Álcool (também) pode matar!Prof. Ana Albuquerque

ICT4 no aeroporto e posteriormente com os

nossos parceiros. A minha parceira foi a Zehra,

uma jovem adolescente de 1 7 anos. Ela foi a

pessoa com quem mais convivi, dado que estava

hospedada em casa dela. A Zehra é uma pessoa

bastante comunicativa e logo que me viu veio

cumprimentar-me e perguntar como tinha

corrido a viagem e também o fez com as

professoras, o que demonstra ser uma pessoa

muito afável. Criou-se, desde logo, uma grande

amizade, pois tínhamos muito em comum e

conseguimos falar de tudo, sem qualquer

preconceito. A família de acolhimento foi

excepcional comigo, desde o primeiro dia até ao

último. Foram incansáveis e trataram-me como

se me conhecessem há algum tempo, o que me

facilitou a integração.

Os parceiros turcos estavam sempre a abordar-

nos para tentarem perceber mais sobre nós e as

nossas culturas. Alguns deles não tinham grande

capacidade comunicativa em inglês, mas traziam

algumas perguntas simples para nos fazerem,

tais como nos chamávamos e que idade

tínhamos, e ao respondermos eles ficavam muito

alegres. Algo que reparei é que as pessoas turcas

estão sempre contentes e gostam de rir e de

fazer os outros rir.

Fomos recebidos na escola turca onde, como em

todas as outras, se encontrava um busto de

Ataturk. Mustafa Kemal foi um herói para o povo

turco, uma vez que contribuiu para a

modernização do país, deu direitos civis às

mulheres, introduziu o vestuário ocidental, o

alfabeto latino e promoveu o desenvolvimento

das artes, ciências, indústria e agricultura

nacionais. Quando os apelidos foram legalmente

adoptados, o parlamento nacional atribuiu-lhe o

nome de "Ataturk" (Pai dos Turcos). Além do

busto, as escolas têm em quase todos os

corredores espelhos, onde os alunos param para

se verem. Todas as escolas obrigam ao uso de

uniformes.

A gastronomia típica de Konya é um pouco

diferente do que estamos habituados. É muito à

base de especiarias, picante, iogurte natural e

variados vegetais. Um dos pratos que

saboreámos era confeccionado com folha de

videira, onde a folha enrolava a carne e por cima

tinha um retoque com iogurte natural. O aspecto

desta comida era delicioso e original a forma

como estava apresentado o prato. O iogurte

natural está muito presente não só nos diversos

pratos tradicionais da Turquia bem como as

pessoas podem bebe-lo a acompanhar a comida.

O festival “Sema” é considerado uma dança mas

é uma performance religiosa. Este festival foi

inspirado no seu fundador Mevlana e tornou-se

parte da cultura e da história da Turquia. Os

senhores que fazem parte da performance

andam constantemente à roda, quase durante

quinze minutos que é a duração da reza, e estão

sempre a rezar enquanto rodopiam. Só de ver

fiquei um pouco zonza! Mas esta performance

religiosa é muito rica em cultura, uma vez que a

música que acompanha o festival é feita com

instrumentos típicos da Turquia e os trajes que

os senhores usam são originais e magnificentes.

O lugar que mais gostei de conhecer foi

Capadócia. Esta cidade é de uma beleza natural

inimaginável, os monumentos são fabulosos e os

seus detalhes nas pedras são únicos. As

paisagens são concebidas graças ao poder

erosivo daquela região. As vistas e a cidade em si

deixou-nos completamente rendidos, pois o que

vimos foi algo fora do normal.

Esta experiência foi muito enriquecedora em

termos pessoais e culturais. O contacto com

outras pessoas, culturas e tradições fez com que

aprendesse a respeitar as diferenças e aceitar as

pessoas tal e qual como são.

Quero agradecer a todos os professores e

colaboradores do projecto Comenius,

especialmente à professora Maria Silva, pelos

momentos que me proporcionaram.

Page 12: Sacola 3ª edição

1 2 sacolajunho201 1

No âmbito da disciplina de área de projeto, o

1 2ºB dinamizou algumas atividades que gostaria

de partilhar com a comunidade escolar, como

forma de agradecer a presença e o apoio dado

por todos aqueles que, gentilmente, quiseram

colaborar com a turma nos projetos

programados.

No dia 1 8 de maio, o grupo do Francisco, da

Susana, do André, da Diana e do Tiago organizou

a visita de estudo ao Quartel de Bombeiros

Voluntários de Sátão: a simpatia e a

disponibilidade do Comandante e

Subcomandante dos bombeiros permitiu a

concretização de um pedido que proporcionou a

todos a alegria do momento e a tomada de

consciência de um dever cumprido. Ainda que

simbolicamente, a atividade realizada permitiu

sensibilizar os alunos para um problema que é da

responsabilidade de todos: respeitar as regras

de segurança pública e proteger o Ambiente!

Aproveitamos para agradecer à instituição

visitada o tempo dispensado às necessidades e

preocupações pedagógicas e ambientais dos

alunos da comunidade escolar e a organização

dos recursos humanos necessários à execução do

projecto (entre outros aspetos, esclarecimentos

acerca das condições de trabalho dos bombeiros

voluntários, dos procedimentos a seguir

aquando das ocorrências de emergência; visita

guiada às instalações interiores e exteriores do

quartel e às viaturas existentes: ambulâncias e

carros de combate a incêndios) .

No dia 20 de maio, o grupo CCAJJ, a propósito

do tema “Estilos de vida saudável”, organizou

uma aula de aeróbica (movimentos aeróbicos e o

jogo tradicional “mata”) , para celebrar o mês do

coração e incentivar a inclusão do exercício físico

no dia-a-dia dos alunos, a fim de reduzir, ainda

que de forma gradual, a taxa de sedentarismo

em Portugal, que tem sido responsável pelo

aparecimento de doenças cardiovasculares (uma

das causas de milhares de mortes no nosso país) .

No dia 1 de Junho, a Marta, o Daniel, o Rui, a

Jéssica, o Bruno e o Flávio orientaram alguns

alunos do 9ºano na concretização de um Quizz

Show que tinha por objetivo, entre outros

assuntos, alertar para as IST’s e os métodos de

prevenção; conhecer e mostrar as tendências

para interrupções voluntárias da gravidez e as

respetivas consequências; compreender e

educar para o uso dos métodos contracetivos e

mecanismos de ação e tolerância.

No dia 3 de Junho, o Mário, o Luís, o João, a

Rosalina e o Pedro, no polivalente da escola,

representaram (com a colaboração das colegas

de turma Dina e Catarina, do docente José

Carlos Rocha e da auxiliar da ação educativa

Rosalina Aguiar) a peça de teatro “Manta de

retalhos”, produzida com o objetivo de alertar os

jovens para problemas como o alcoolismo, a

sexualidade, a anorexia e o sono. Os alunos do

1 0ºano (convidados para o efeito) gostaram da

lição e o 1 2ºB agradece a atenção de todos

aqueles que estiveram a acompanhar a

realização de um momento cultural… educativo!

O grupo da Dina, da Fanny, da Vera, do Fábio e

do Eduardo tinha como temas o bullying e a

epilepsia. Relativamente ao bullying, elaboraram

um filme baseado numa história fictícia,

concorreram a um concurso a nível nacional,

“Grande C”, e apresentaram o filme às três

turmas do 9º ano da Escola Frei Rosa Viterbo.

Quanto à epilepsia, realizaram um pequeno

vídeo informativo sobre como prestar os

primeiros socorros a uma pessoa que esteja a

sofrer um ataque convulsivo de epilepsia, e ainda

criaram a letra de uma música cantada sobre o

instrumental de “Chasing Cars” da banda Snow

Patrol. Estes dois últimos projetos podem ser

visualizados/ouvidos no site do Agrupamento de

Escolas de Sátão (www.escolasdesatao.pt) .

Área ProjectoCristina Marques e alunos do 1 2º B

aconteceu

Page 13: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 1 3

Desde o inicio da humanidade que o ser humano se

relaciona e sente necessidade de o fazer. Primeiro

dentro da sua família, depois fora dela, com amigos,

vizinhos entre outros. O Homem é um ser social,

necessita de comunicar e partilhar vivências.

Com o aparecimento da Internet, tornou-se possível

estabelecer e manter relações, através da criação das

redes sociais. Youtube, MySpace, Twitter, Facebook

são exemplos de redes que, de acordo com as suas

características específicas, são utilizadas com

diferentes propósitos.

Actualmente, tendo em conta o cenário político

português, os partidos políticos recorrem a estas

ferramentas para divulgarem as suas ideias e opinar

sobre as ideias apresentadas pelos outros partidos.

Trata-se de campanha política e evidencia que também

os partidos tiveram de se actualizar. Dado que todos

nós acedemos a uma qualquer rede, a campanha

política passa obrigatoriamente pela internet.

É também através das redes sociais que diversos

artistas e autores divulgam o seu trabalho. Nomes

como Ana Free e Justin Bieber ficaram conhecidos por

apresentarem os seus vídeos no Youtube. Mas nem só a

música se apresenta na Internet. Também vários

autores estão presentes nas redes sociais, divulgando os

seus mais recentes trabalhos, futuras entrevistas e

resultado das mesmas.

Para outras pessoas, as redes sociais são meramente o

local onde mantemos o contacto com os nossos amigos

e familiares, onde procuramos o que mais nos

interessa, onde temos acesso a eventos, por exemplo.

Por vezes, a nível individual, não sabemos ao certo

porque pertencemos a uma rede social, mas fazemo-lo

porque os outros também o fazem.

Por outro lado, há também quem se aproveite deste

tipo de ferramentas para fins menos próprios. É grande

o número de menores que expõem a sua vida privada,

bem como a das suas famílias. Por desconhecimento

dos perigos, têm perfil público e mostram os seus

contactos e morada. Esta ingenuidade é, por diversas

vezes, aproveitada por inimigos, ladrões e pedófilos e

tudo pode acontecer.

As redes sociais tendem a ser ferramentas

imprescindíveis e não há como escapar das mesmas.

Cabe a cada um optar pelo que pretende fazer delas,

sendo que todos nós devemos conhecer os seus perigos

e fazer passar a mensagem. Só desta forma estaremos a

contribuir para o seu melhoramento e a protegermo-nos

uns aos outros.

Redes Sociais, para que vos quero?Sílvia Amaro, 1 2º A

redes sociais

Ao falarmos em Globalização, referimo-nos a um

fenómeno económico, político, social e cultural

que corresponde à difusão, por todo o planeta,

da economia capitalista, política e cultura

ocidental. É um fluxo cada vez mais crescente de

informações e serviços, bens e pessoas, à escala

global, criando uma maior interdependência

entre países. É a chamada “aldeia global”.

Este fenómeno tem vários factores

impulsionadores que o suportam, entre eles, o

desenvolvimento das redes de transporte e das

Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC,

que possibilitam a transferência rápida de

informações, bens, pessoas, e capitais; os

organismos económicos intergovernamentais,

que geram e promovem estas circulações; a

liberalização dos mercados; e a acção crescente

das empresas multinacionais que levam os

mesmos modelos para vários países e promovem

os consumos standartizados.

O desenvolvimento das TIC está, de

sobremaneira, ligado às Redes Sociais, tendo

mesmo originado o fenómeno Redes Sociais. As

Redes Sociais, Facebook, Hi5, Twitter, entre

outras, são hoje em dia o maior meio de

comunicação entre pessoas que, por algum

motivo, se encontram distantes, mas que

encontram nestas uma possibilidade de

aproximação. As Redes Sociais unem pessoas

com objectivos, ideologias, gostos, valores, etc.,

comuns, ou diferentes, possibilitando uma maior

interactividade, e uma maior troca de

experiências.

De facto, a Globalização e as Redes Sociais estão

profundamente interligadas. A Globalização, e o

desenvolvimento das TIC, permitiram que se

desse uma mudança na maneira como nos

relacionamos, como encaramos as distâncias,

como vivemos. Contudo, todos nós sabemos que

essa mudança não é, nem será tão cedo,

presenciada por todos, porque esta evolução

veio aumentar o “fosso” que existe entre Países

Desenvolvidos e Países em Desenvolvimento.

A verdade é que as Redes Sociais fazem cada vez

mais parte do nosso quotidiano e assumem

maior importância nas nossas relações.

A Globalização e as Redes SociaisIsabel Sousa, 1 2º D

http

://mktp

ortu

gal.co

m/b

log

Page 14: Sacola 3ª edição

1 4 sacolajunho201 1

Ana Allen Gomes* - Dormir bem para viver e aprender melhorIsabel Sousa e Sandra Amaral, 12º ano

A professora doutora Ana Allen Gomes

dinamizou sessões de esclarecimento intituladas

“Aprendendo a dormir”, dirigidas aos alunos do

ensino secundário do nosso Agrupamento, no

segundo período. Foi nessa altura que tivemos

esta conversa com ela.

Sacola: Como e por que é que surgiu o seu

interesse pelo estudo do sono?

Ana Gomes: Durante o meu estágio, que fiz nos

Hospitais da Universidade de Coimbra, um doso

meus orientadores de Psicologia dava consultas

sobre o sono, e sugeriu-me a investigação nesta

área. Na altura, como estava sem outra

ocupação, experimentei e gostei. Também me

interessou por ser uma área que ainda não tinha

explorado d.urante a licenciatura

S: Qual a receptividade das pessoas, aquando

da realização das palestras sobre este

assunto?

A.G.: Ainda não dei muitas palestras sobre o

sono, mas penso que há receptividade, embora

haja sempre algumas pessoas que não estão

predispostas a ouvir, algum ruído, como é

natural. Mas acabam sempre por se interessar,

até por ser um tema que não é abordado com

tanta frequência.

S: Qual é o seu público-alvo, aquele para o qual

dirige as suas investigações?

A.G.: Tenho estado interessada em estudantes,

e, embora tenha estudado mais alunos

universitários, também me interessam muito

outros níveis de ensino.

S: Neste momento tem algum projecto que

gostava de ver posto em prática?

A.G.: Faço parte de uma equipa que está a iniciar

projectos para estudar crianças do Pré-Escolar,

crianças do 1 .º Ciclo, do nosso país, para ver

como elas dormem e qual é a associação dos

seus padrões de sono com o funcionamento

durante o dia. Pretendemos continuar a

aprofundar os estudos com crianças antes de

iniciarem a escola, pois no nosso país já há

estudos para o 1 .º Ciclo, mas não temos

conhecimentos que existam estudos para o Pré-

Escolar, e é muito importante saber e perceber a

ligação do sono ao desenvolvimento, logo nos

primeiros anos.

Posso já adiantar que o Agrupamento de Escolas

de Sátão vai colaborar em alguns estudos sobre

o sono e a atenção, sobretudo ao nível do Pré-

escolar, do 1 .º e do 2.º Ciclo.

S: Como já referiu, também trabalhou nos

Hospitais da Universidade de Coimbra. De qual

das áreas é que gosta mais? Da área

pedagógica, ou da área clínica?

A.G.: Essa pergunta não é fácil de responder. A

área clínica é muito interessante, mas sabendo

que todas as pessoas são melhores para umas

coisas do que para outras, não era uma

actividade com que eu me sentisse bem

diariamente. A consulta de sono era semanal, e

com isso eu sentia-me bem, não era uma

actividade diária. Sinto-me mais satisfeita na

área em que estou agora, da ciência e da

investigação.

S: Voltando ao assunto que a trouxe à nossa

escola, que consequências é que a falta de

sono pode trazer?

A.G.: O mito de ficar a estudar até muito tarde

está cientificamente provado que não compensa

quando significa cortar no sono. Quanto às

famosas directas antes de testes, têm um efeito

inverso ao esperado, é um esforço em vão. Na

véspera nunca deveria ser feito, dormir é

rentabilizar o que fizemos durante o dia. O sono

traz a restauração física e psicológica, depois de

dormir recordamos melhor aquilo que

estudamos. O desempenho é relativamente

superior depois de dormir, até a nível desportivo

as vantagens são inúmeras, dormir consolida

conhecimentos, ajuda a reter aquilo que

entrevista

Page 15: Sacola 3ª edição

sacola junho201 1 1 5

* Professora Auxiliar da Universidade de Aveiro - Licenciada e Mestre em Psicologia

(área de especialização em Psicologia Clínica) pela Universidade de Coimbra e

Doutorada em Ciências da Educação pela Universidade de Aveiro, onde realizou uma

tese sobre o ritmo de sono-vigília dos estudantes universitários e sua relação com o

sucesso académico e o bem-estar psicológico. Durante cinco anos colaborou com a

Consulta de Distúrbios do Sono dos Hospitais da Universidade de Coimbra. Entre os

seus interesses de investigação, o sono ocupa um lugar central. Tem integrado

projectos de investigação financiados neste campo e é autora/co-autora de dezenas

de trabalhos apresentados em congressos de sono, nacionais e sobretudo

internacionais, muitos dos quais publicados em livros de actas e em revistas

científicas, sob a forma de abstract ou de artigo científico. Pertence à Associação

Portuguesa do Sono e à Sociedade Europeia de Investigação sobre o Sono (European

Sleep Research Society).

estivemos a ver e a estudar.

Existe também uma parte da memória, que,

segundo um estudo sobre texturas visuais,

demonstra que só existem melhorias no

desempenho das tarefas propostas se

dormirmos, pois se não o fizermos, no dia

seguinte não nos conseguimos recordar de nada,

e não existe qualquer evolução.

S: Que dicas ou conselhos nos pode dar, e a

todos os alunos da nossa escola?

A.G.: Em primeiro lugar, é importante saber

quantas horas é que cada um precisa de dormir,

e tentar gerir as actividades no dia-a-dia, para as

conseguir realizar. Cada um deve definir horários

para deitar, conforme a hora a que tem de se

levantar, para ver se consegue dormir as horas

suficientes. Manter a regularidade dos horários

de sono é importante, não descurar disso

completamente. Convém também arranjar uma

rotina de sono para se dormir melhor à noite.

Durante o dia, manter-se activo, expor-se à luz

natural e praticar exercício físico, são também

aspectos que podem beneficiar o sono, se

praticados a horas apropriadas (em geral,

adolescentes e jovens adultos deverão

privilegiar a parte da manhã).

Para os adolescentes, o maior desafio é tentar

manter alguma regularidade no número mínimo

de horas de sono por semana, até porque têm

que se levantar cedo, e a tendência é para se

deitarem tarde, que, embora seja uma tendência

natural, é importante não deixar que ela

progrida até ao exagero.

Page 16: Sacola 3ª edição

1 6 sacolajunho201 1

Ficha Ténica :

Propriedade: Escola Secundária Frei Rosa Viterbo, Centro de Recursos Educativos, Rua Luís de Camões 3560-

1 84, Tlf 232 980 1 00, Fax 232 980 1 07, Email: [email protected]. Edição: Sacola, 1 ª Edição, 201 0/201 1 .

Grupo do Sacola :: Alcina Costa (coordenação); Beatriz Soares, Francisco Cunha, Isabel Sousa, Joana Gradim,

Sandra Amaral, Sílvia Amaro, Rodrigo Almeida; Elisabete Almeida (fotografia, recolha e tratamento de

imagens, composição gráfica, composição capa); João Pedro Micaela (logotipo sacola) ; Fátima

Domingues.Tiragem :: 300 exemplares. Impressão :: Beira Alta - Viseu. Colaboração: Studios FotoBela

(cedência e tratamento de imagens)

Prémios :: 2002/2003 - 3º Prémio no Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2004/2005 - Menção Honrosa no

Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2005/2006 - 1 º Prémio no Concurso Nacional de Jornais Escolares e

Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Escolares; 2006/2007 - Menção Honrosa no Concurso

Nacional de Jornais Escolares; 2008/2009 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Escolares;

última

No âmbito da comemoração do Ano

Internacional das Florestas, o Departamento da

Educação Pré-Escolar levou a efeito o

Concurso/Exposição «Guarda da Floresta», que

pretendeu trabalhar a temática ambiental, no

contexto das Artes. Os trabalhos artísticos

foram concebidos a partir da transformação de

um guarda-chuva, utilizando técnicas e

conteúdos próprios da Expressão Plástica. Da

junção de todos os guarda-chuvas foi criada uma

instalação artística de exterior, que esteve

exposta ao público de 21 a 25 de Março, no

espaço exterior da Escola Secundária Frei Rosa

Viterbo.

A comunidade educativa da escola secundária

teve, assim, pela segunda vez, a oportunidade

de apreciar verdadeiras obras de arte dos mais

novos. Uma vantagem de pertencer ao mega-

agrupamento.

Os trabalhos foram realizados no âmbito da

disciplina de Área de Projecto. Os alunos José

Eduardo, Pedro Santos e Ricardo Oliveira, do

9ºF, obtiveram o terceiro prémio. O trabalho,

realizado pelas alunas Alexandra Albuquerque,

Anabela Freitas, Daniela António, Lúcia Freitas e

Thaís Matos, do 9ºE, foi destacado com uma

menção honrosa.

Nesta importante iniciativa do Governo Civil de

Viseu destaca-se a importância de sensibilizar a

população mais jovem, de modo possibilitar uma

maior segurança nas estradas portuguesas.

Alunos premiados em concurso do Governo Civil

José Eduardo, 9º F