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8/2/2019 Sacola literária fabulas e lendas http://slidepdf.com/reader/full/sacola-literaria-fabulas-e-lendas 1/18 Nome:________________________________________________________________ O GATO E A BARATA A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu – se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu – se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de suas aflição, do alto do copo.  ___ Gatinho, meu gatinho – pediu ela – , me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.  ___ Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.  ___ Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.  ___ Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.  ___ Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada? Moral: Ás vezes a auto depreciação nos livra do pelotão. (Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro, Nórdica, 1963. p. 15-6.)

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Nome:________________________________________________________________ 

O GATO E A BARATA

A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com umpouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceupela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada apequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool

lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo.Debateu – se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu – semais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparoucom o carão do gato doméstico que sorria de suas aflição, do alto docopo.

 ___ Gatinho, meu gatinho – pediu ela – , me salva, me salva.Me salva que assim que eu sair eu deixo você me engolir inteirinha,como você gosta. Me salva.

 ___ Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato. ___ Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e

com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndopara o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.

 ___ Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí ecumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer vocêinteira.

 ___ Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – Evocê é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma baratavelha e bêbada?

Moral: Ás vezes a auto depreciação nos livra do pelotão.

(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro, Nórdica, 1963. p. 15-6.)

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O Leão e o Ratinho

Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado à

sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos passear em

cima dele e ele acordou.

Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu

embaixo da pata.

Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de

esmagá-lo e deixou que fosse embora.

  Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns

caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira

tremer com seus urros de raiva.

Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu

as cordas e soltou o leão.

Moral da história: Uma boa ação ganha outra. 

(Esopo)

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A lebre e a tartaruga

Um dia, uma tartaruga começou a contar vantagem dizendoque corria muito depressa, que a lebre era muito mole, e enquantofalava, a tartaruga ria e ria da lebre. Mas a lebre ficou mesmoimpressionada foi quando a tartaruga resolveu apostar uma corrida

com ela."Deve ser só de brincadeira!", pensou a lebre.A raposa era o juiz e recebia as apostas. A corrida começou, e

na mesma hora, claro, a lebre passou à frente da tartaruga. O diaestava quente, por isso lá pelo meio do caminho a lebre teve a ideiade brincar um pouco. Depois de brincar, resolveu tirar uma sonecaà sombra fresquinha de uma árvore.

"Se por acaso a tartaruga me passar, é só correr um pouco e

fico na frente de novo", pensou.A lebre achava que não ia perder aquela corrida de jeito

nenhum. Enquanto isso, lá vinha a tartaruga com seu jeitão,arrastando os pés, sempre na mesma velocidade, sem descansarnem uma vez, só pensando na chegada.Ora, a lebre dormiu tanto que esqueceude prestar atenção na tartaruga. Quandoela acordou, cadê a tartaruga? Bem que

a lebre se levantou e saiu zunindo, masnem adiantava! De longe ela viu atartaruga esperando por ela na linha dechegada.

ESOPO. Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas,1994.

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A cigarra e as formigas

Havia uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dumformigueiro. Só parava quando estava cansadinha; e seu divertimentoentão era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.

Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animaistodos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.

  A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em

grandes apuros, debilitou socorrer-se de alguém.Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para oformigueiro. Bateu __ tique-tique, tique...

 Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.  __ Que quer? __ perguntou, examinando a triste mendiga suja de

lama e a tossir. __ Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu... A

formiga olhou-a de alto a baixo. __ E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

  A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso detosse: __ Eu cantava, bem sabe...  __ Ah!...exclamou a formiga recordando-se. Era você então que

cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas? __ Isso mesmo, era eu... __ Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas

que a sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviavao trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentilcantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mautempo.

 A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dosdias de sol.

Moral da história: Os artistas: poetas, pintores, músicos, são as cigarras dahumanidade.

( Monteiro Lobato )

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A FORMIGA E O GRÃO DE TRIGO

Durante a colheita, um grão de trigo caiu no solo. Ali ele esperou quea chuva o enterrasse.

Então surgiu uma formiga que começou a arrastá-lo para oformigueiro.

 – Por favor, me deixe em paz! – protestou o grão de trigo.

 – Mas precisamos de você no formigueiro – disse a formiga – se nãotivermos você para nos alimentar, vamos morrer de fome no inverno. – Mas eu sou uma semente viva – reclamou o trigo. – não fui feito

para ser comido. Eu devo ser enterrado no solo para que uma nova plantapossa crescer a partir de mim.

 – Talvez – disse a formiga –, mas isso é muito complicado para mim.E continuou a arrastar o trigo.

 – Ei, espere – disse o trigo. Tive uma idéia. Vamos fazer um acordo! – Um acordo? – perguntou a formiga. – Isso mesmo. Você me deixa no campo e, no ano que vem, eu lhe

dou cem grãos. – Você está brincando – disse a formiga, descrente. – Não, eu lhe prometo cem grãos iguais a mim no próximo ano. – Cem grãos de trigo para desistir de apenas um? – disse a formiga,

desconfiada. – Como você vai fazer isso? – Não me pergunte – respondeu o trigo –, é um mistério que não sei

explicar. Confie em mim. – Eu confio em você – disse a formiga, que deixou o grão de trigo em

seu lugar.

E, no ano seguinte, quando a formiga voltou, o trigo tinha mantidosua promessa.

FÁBULAS do mundo todo: Esopo, Leonardo daVinci, Andersen, Tolstoi e muitos outros... São Paulo:Melhoramentos,2004.

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O urso e as abelhas

Um urso topou com uma árvore caída que servia de

depósito de mel para um enxame de abelhas. Começou afarejar o tronco quando uma das abelhas do enxamevoltou do campo de trevos.

  Adivinhando o que ele queria, deu uma picadadaquelas no urso e depois desapareceu no buraco dotronco. O urso ficou louco de raiva e se pôs a arranhar otronco com as garras na esperança de destruir o ninho. Aúnica coisa que conseguiu foi fazer o enxame inteiro sair atrás dele.

O urso fugiu a toda a velocidade e só se salvouporque mergulhou de cabeça num lago.

Moral da história: Mais vale suportar um só ferimento emsilêncio que perder o controle e acabar todo machucado.

(Fábulas de Esopo/compilação: Russel Ashe Berbard Higton; tradução Heloísa Jahn. SãoPaulo: companhia das letrinhas, 1994)

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O Leão e o Rato

Certo dia, estava um Leão a dormir a sesta quando um ratinho

começou a correr por cima dele. O Leão acordou, pôs-lhe a pata em

cima, abriu a bocarra e preparou-se para o engolir.

- Perdoa-me! - gritou o ratinho - Perdoa-me desta vez e eu nunca o

esquecerei. Quem sabe se um dia não precisarás de mim?

O Leão ficou tão divertido com esta ideia que levantou a pata e o

deixou partir.

Dias depois o Leão caiu numa armadilha. Como os caçadores o

queriam oferecer vivo ao Rei, amarraram-no a uma árvore e partiram àprocura de um meio para o transportarem.

Nisto, apareceu o ratinho. Vendo a triste situação em que o Leão

se encontrava, roeu as cordas que o prendiam.

E foi assim que um ratinho pequenino salvou o Rei dos Animais.

Moral da história: Não devemos subestimar os outros.

(Jean de La Fontaine)

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 A coruja e a águia— 

Monteiro Lobato— 

Coruja e águia , depois de muita briga resolveram fazer as pazes. – Basta de guerra — disse a coruja. – O mundo é grande, e tolice

maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes uma da outra.  – Perfeitamente — respondeu a águia. — Também eu não quero

outra coisa.  – Nesse caso combinemos isso: de ora em diante não comerás

nunca os meus filhotes. – Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?  – Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem

feitinhos de corpo, alegres, cheios de uma graça especial, que não existeem filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.

 – Está feito! — concluiu a águia.——- 

Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com trêsmonstrengos dentro, que piavam de bico muito aberto. – Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos

da coruja.E comeu-os.Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe

chorou amargamente o desastre e foi justar contas com a rainha das aves.  – Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles

monstrenguinhos? Pois, olha não se pareciam nada com o retrato que

deles me fizeste—- —- Quem o feio ama, bonito lhe parece.

— — Em: Fábulas, Monteiro Lobato, São Paulo, Brasiliense, s/d, 20ª edição.

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O cachorro na manjedoura

Um cachorro estava dormindo em uma manjedoura cheia defeno.

Quando os bois chegaram, cansados e com fome depois deum dia inteiro de trabalho no campo, o cachorro acordou.

 Acordou, mas não queria deixar que os bois se aproximassem damanjedoura e começou a rosnar e tentar morder seus focinhos,como se a manjedoura estivesse cheia de carne e ossos e essasdelícias fossem só dele. Os bois olharam para o cachorro muitoaborrecidos.

- Que egoísta! – disse um deles. – Ele nem gosta de comer 

feno! E nós, que comemos, e que estamos com tanta fome, elenão nos deixa chegar perto!

Nisso apareceu o fazendeiro. Ao ver o que o cachorroestava fazendo, pegou um pau e enxotou o cachorro do estábuloa pauladas por ser tão malcriado.

Moral: Não prive os outros de que não pode desfrutar.

Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia dasLetrinhas

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O ratinho da cidade e o ratinho do campo

Certo dia um ratinho do campo convidou seu amigo quemorava na cidade para ir visitá-lo em sua casa no meio da relva.

O ratinho da cidade foi, mas ficou muito chateado quandoviu o que havia para jantar: grãos de cevada e umas raízes comgosto de terra.

 – Coitado de você, meu amigo! – exclamou ele. – Leva umavida de formiga! Venha morar comigo na cidade que nós dois juntos vamos acabar com todo o toucinho deste país!

E lá se foi o ratinho do campo para a cidade. O amigomostrou para ele uma despensa com queijo, mel, cereais, figos etâmaras.

O ratinho do campo ficou de queixo caído. Resolveramcomeçar o banquete na mesma hora. Mas mal deu para sentir o

cheirinho: a porta da despensa se abriu e alguém entrou.Os dois ratos fugiram apavorados e se esconderam noprimeiro buraco apertado que encontraram. Quando a situaçãose acalmou e os amigos iam saindo com todo o cuidado doesconderijo, outra pessoa entrou na despensa e foi preciso sumir de novo. A essas alturas o ratinho do campo já estava caindopelas tabelas.

 – Até logo – disse ele. – Já vou indo. Estou vendo que sua

vida é um luxo só, mas para mim não serve. É muito perigosa.Vou para minha casa, onde posso comer minha comidinhasimples em paz.

Moral: Mais vale uma vida modesta com paz e sossegoque todo o luxo do mundo com perigos e preocupações.

(Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das

Letrinhas)

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 A lenda do milho

Tabajara era um velho índio muito bondoso e querido peloseu povo.

  A tribo estava passando por muita dificuldade. Não haviacaça e a pesca estava difícil.

O velho índio, sentindo que ia morrer, reuniu os homens desua tribo e disse:

— Enterrem meu corpo numa cova bem rasa. Cubram-mecom palha seca e pouca terra. Esperem vir o sol e a chuva. Alinascerá alimento para toda tribo.

  Após a morte de Tabajara, seu povo fez o que ele haviamandado.

E ,sobre a cova do velho guerreiro, apareceu uma planta.Suas folhas compridas lembravam a lança de Tabajara. Sua flor 

vistosa parecia o cocar do chefe índio. E a tribo descobriu quesua espiga era um delicioso alimento.

E foi assim que surgiu o milho.

 Adaptação do folclore brasileiro

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Saci Pererê 

O Saci Pererê é uma criança, um negrinho de umaperna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça umacarapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como ode desaparecer e aparecer onde quiser.

Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O

Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhosvermelhos. Ele também se transforma numa avechamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmentese sabe de onde vem.

Ele adora fazer pequenas travessuras, comoesconder brinquedos, soltar animais dos currais,derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas doscavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo

redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessacórregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve

 jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai pararpara desatar os nós, deixando que a pessoa fuja.

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 A Gata Encantada

Claudio Seto

Há muito, muito tempo, existia um lavrador que, por mais honesto e trabalhador que fosse, sempre vivia na pobreza. Já estava na casa dos 40 anos e ainda não haviaconseguido uma esposa.

Numa noite chuvosa, ouviu um miado na porta de sua casa.  – Deve ser algum gato que perdeu o caminho de casa devido à forte chuva –

pensou o homem. Ao abrir a porta, deparou-se com uma gata molhada e logo conheceu a bichana.

Pertencia à família mais rica da aldeia.O homem apanhou a gata e enxugou seus pêlos molhados com uma toalha. Em

seguida, deu-lhe uma tigela de arroz. – Sou pobre, não tenho comidas gostosas como as da casa em que você mora,

porém, não posso deixá-la passando fome.Cuidou da gata da melhor maneira possível e tratou de arrumar um cantinho quente

para a bichana dormir. Como o homem não tinha com quem conversar, disse à gata,brincando:

 – Se você moesse as sementes de trigo enquanto eu cuido da lavoura, eu seria umhomem feliz, pois adiantaria bastante o meu serviço.

No dia seguinte, quando retornou do trabalho, logo percebeu que a gata não tinhaido embora. Viu, com grande surpresa, que ela havia moído as sementes de trigo eproduzido farinha usando pilão e almofariz.

 – Oh, meu Deus! Que gata maravilhosa! Você moeu o trigo e fez farinha! Como soufeliz em ter uma gata tão agradável como você!

O homem preparou bolinhos de chuva e comeu junto com a gata. – Que coisa engraçada, parece que você entende o que digo, só falta falar.Três dias depois, a gata falou, de repente, umas palavras:  – Caro mestre, eu fui chutada pelos meus donos anteriores, porque não tinha

nenhuma serventia para eles. Eles são ricos e têm bastante serviçais, nada restandopara eu fazer. Aqui, encontrei a felicidade de poder servir meu novo amo. Porém, como

gata, meu trabalho pode ser limitado, por isso, gostaria de ir ao Santuário de Ise pararogar por minha transformação em ser humano.O rapaz não acreditou muito que isso fosse possível, porém, amarrou um amuleto

em torno do pescoço da gata e disse: – Isso é para eu reconhecê-la quando virar humana.Dias depois, uma linda mulher apareceu na casa do rapaz. – Não está me conhecendo? – perguntou a bela donzela.Vendo o amuleto no pescoço dela, o rapaz foi tomado de uma grande sensação de

felicidade. Os dois se casaram e trabalharam muito dia e noite. Dizem que, anosdepois, ele era um dos homens mais ricos da aldeia.

(Lenda japonesa)

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 A LENDA DO PREGUIÇOSO

Diz que era uma vez um homem que era o mais preguiçoso que já seviu debaixo do céu e acima da terra.

 Ao nascer nem chorou, e se pudesse falar teria dito. __Choro não, depois eu choro.Também a culpa não era do pobre. Foi o pai que fez pouco caso

quando a parteira ralhou com ele:  __Não cruze as pernas, moço, não presta! Atrasa o menino pra

nascer e ele pode crescer na preguiça, manhoso.E a sina se cumpriu. Cresceu o menino na maior preguiça e fastio.Nada de roça de lida, tanto que um dia o moço se viu sozinho no pequenosítio da família onde já não se plantava nada. O mato foi crescendo emvolta da casa e ele já não tinha o que comer. Vai então que ele chama ovizinho, que era também seu compadre, e pede pra ser enterrado aindavivo.

O outro no começo não queria atender ao estranho pedido, masquando se lembrou de que negar favor e desejo de compadre dá sete

anos de azar...E lá se foi o cortejo, carregado por alguns poucos, nos braços deJosefina sua rede de estimação. Quando passou diante da casa dofazendeiro mais rico da cidade, este tirou o chapéu, em sinal de respeito, eperguntou:

 __Quem é que vai ai? Que Deus o tenha. __Deus não tem ainda não, moço. Ta vivo.E quando o fazendeiro soube que era porque não tinha mais o que

comer, ofereceu dez sacas de arroz. O preguiçoso levantou a aba dochapéu e ainda da rede cochichou no ouvido do homem:

 __Moço, esse seu arroz ta escolhidinho, limpinho e cozidinho? __Ta não. __Então toque o enterro, pessoal.E é por isso que se diz que é preciso prestar atenção nas crendices

e superstições da ciência popular.( Giba Pedroza).

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A Lenda da Mandioca

Segundo essa lenda de origem indígena, há muito tempo numa tribo indígena afilha de um cacique ficou grávida sem nunca sem ainda ser casada. Ao saber da notícia o cacique ficou furioso e a todo custo quis saber quem era o pai dacriança. A jovem índia por sua vez, insistia em dizer que nunca havia namoradoninguém.

O cacique não acreditando na filha rogou aos deuses que punissem a jovemíndia. Sua raiva por essa vergonha era tamanha que ele estava disposto a sacrificar sua filha. Porém, numa noite ao dormir o cacique sonhara com um homem que lhedizia para acreditar na índia e não a punir.

 Após os nove meses da gravidez, a jovem índia deu a luz a uma menininha edeu-lhe o nome de Mani. Para espanto da tribo o bebê era branco, muito branco e jánascera sabendo falar e andar.

Passa alguns meses, Mani então, com pouco mais de um ano de repentemorreu. Todos estranharam o triste fato, pois não havia ficado doente e nenhuma coisadiferente havia acontecido. A menina simplesmente deitou fechou os olhos e morreu.Toda a tribo ficou muito triste.

Mani foi enterrada dentro da própria oca onde sempre morou. Todos os dias suamãe, a jovem índia regava o local da sepultura de Mani, como era tradição do seupovo.

 Após algum tempo, algo estranho aconteceu. No local onde Mani foi enterrada

começou a brotar uma planta desconhecida. Todos ficaram admirados com oacontecido . Resolveram, pois, desenterrar Mani, para enterrá-la em outro lugar.

Para surpresa da tribo, o corpo da pequena índia não foi encontrado,encontraram somente as grossas raízes da planta desconhecida. A raiz era marrom,por fora, e branquinha por dentro. Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam quese tratava de um presente do Deus Tupã. A raiz de Mani veio para saciar a fome datribo. Os índios deram o nome da raiz de Mani e como nasceu dentro de uma oca ficouManioca, que hoje conhecemos como mandioca.

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