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sacolas plasticas

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Fundamentação Teórica

O lixo urbano, sendo inesgotável, é também um grave problema para a

sociedade e os órgãos responsáveis pela limpeza pública, pois grandes quantidades de

volumes de resíduos de toda natureza são descartados no meio urbano, o que necessita

de um destino final adequado. Porém, a falta de recursos técnicos e financeiros vem

limitando os esforços no sentido de ordenar e qualificar a disposição dos resíduos, que

são lançados diretamente no solo, ar e recursos hídricos, trazendo assim poluição ao

meio ambiente e redução da qualidade de vida do homem. De maneira simples, pode-se

afirmar que o lixo urbano é o resultado da atividade diária do homem em sociedade e

que existem dois fatores principais que regem sua origem e produção: o aumento

populacional e a intensidade da industrialização (LIMA, 2004).

O não tratamento, ou o tratamento inadequado dos grandes volumes de lixo

contribuirá para a degradação da biosfera, em relação a qualidade de vida no nosso

planeta. Na questão da inesgotabilidade do lixo, pode-se afirma isso também como

irreversibilidade, pois os mecanismos de origem e produção dos resíduos advêm de

processos irreversíveis.

Quanto aos aspectos epidemiológicos relacionados com os resíduos, dependendo

da forma e disposição final, as chances de comprometimento a natureza são grandes,

colocando em risco a vida humana na terra.

O.P. Forantini em 1979, observou que as principais vias de acesso de agentes

patogênicos oriundos do lixo vem de vias diretas e indiretas, conforme a figura abaixo.

Figura 1- Diagrama das vias de acesso de agentes patogênicos para o homem através do

lixo disposto inadequadamente

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Fonte: Adaptado de LIMA, 2004- Lixo, tratamento e Biorremediação

Confrontando a necessidade da implementação de políticas ambientais

condizentes com o desenvolvimento sustentável, Duran de La Fuente (1997) alerta para

a necessidade em chamar a atenção sobre o quanto o desenvolvimento econômico gera

de fragilidade sobre os recursos naturais, além de poluição, destruição de ecossistemas e

aquecimento global. Logicamente, sem políticas ambientais eficazes e sem uma

sociedade civil alerta, consciente, mobilizada e participativa, este desenvolvimento

econômico pode levar a uma perda do patrimônio natural e ambiental, base de muitas

possibilidades futuras.

Embalagens

As primeiras embalagens surgiram há mais de 10.000 anos e serviam como

simples recipientes para beber ou estocar. Esses primeiros recipientes, como cascas de

coco ou conchas do mar, usados em estado natural, sem qualquer beneficiamento,

passaram com o tempo a ser obtidos a partir da habilidade manual do homem. Tigelas

de madeira, cestas de fibras naturais, bolsas de peles de animais e potes de barro, entre

outros ancestrais dos modernos invólucros e vasilhames, fizeram parte de uma segunda

geração de formas e técnicas de embalagem. A primeira matéria-prima usada em maior

escala para a produção de embalagens foi o vidro.

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Embora o uso de metais como cobre, ferro e estanho, tenha surgido na mesma

época que a cerâmica de barro, foi somente nos tempos modernos que eles começaram a

ter um papel importante para a produção de embalagem.

No início do Século XIX, a Marinha Inglesa utilizava as latas de estanho, e os

enlatados de alimentos começaram a aparecer nas lojas inglesas por volta de 1830. As

latas de estanho e aço difundiram-se durante a 2ª Guerra Mundial. O crescimento da

demanda elevou o preço da folha-de-flandres, impondo aos produtores de latas a busca

de uma matéria-prima substituta, o alumínio. Em 1959, a Adolph Coors Company

começou a vender cerveja em latas de alumínio. Após a 2ª Guerra Mundial, a vida

urbana conheceu novos elementos. Um deles foi o supermercado.

Em resposta, surgiram inúmeras inovações na produção de embalagens. As

novas embalagens deveriam permitir que os produtos alimentares fossem transportados

dos locais de produção para os centros consumidores, mantendo-se estáveis por longos

períodos de estocagem. As embalagens de papel e papelão atenderam a esses requisitos.

Elas podiam conter quantidades previamente pesadas de vários tipos de produtos, eram

fáceis de estocar, transportar e empilhar, além de higiênicas.

É também do imediato pós-guerra o aparecimento de um novo material para

embalagens, o plástico. As resinas plásticas, como polietileno, poliester, etc...,

ampliaram o uso dos invólucros transparentes, iniciado na década de 20 com o celofane,

permitindo a oferta de embalagens numa infinidade de formatos e tamanhos.

Um dos tipos mais comuns de embalagens na atualidade são as feitas de plástico,

produto inventado pelo inglês Alexander Parkes, vem assumindo um importante espaço

no planeta desde 1862 (data de sua invenção), reduzindo os custos comerciais e

aumentando o consumismo do regime capitalista vigente, porém, especial preocupação

deve ser direcionada para os graves impactos produzidos por este produto e para a

posição do consumidor como um agente contribuinte dos impactos danosos ao meio

ambiente provocados (FERNANDES, 2006 apud FABRO et AL, 2007).

A invenção da sacola plástica data de 1862 e foi uma revolução para o comércio

por sua praticidade e por ser barata. Apesar de antiga a invenção veio explodir no Brasil

a partir da década de 80, contribuindo para a filosofia do "tudo descartável".

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O Brasil produz em média cerca de 210 mil toneladas de plástico filme, matéria-

prima dos sacos plásticos, o que representa cerca de 10% do lixo do País. A principal

matéria-prima dos plásticos comerciais é a Nafta, uma das frações provenientes do

craqueamento do petróleo que, por sua vez, é um recurso não renovável. Portanto, deve-

se incentivar a reciclagem ou reuso dos plásticos a fim de retardar o esgotamento desta

fonte, bem como reduzir o volume de lixo, aumentar a vida útil dos aterros, além de

outros fatores importantes para a gestão ambiental de resíduos.

Os plásticos, de um modo geral, são um pequeno, mas significativo componente

do fluxo de geração de resíduos.

Em função da sua pouca degradabilidade, os plásticos permanecem na natureza

por períodos longos, causando a poluição visual e, eventualmente, química, do

ambiente. Para reduzir o impacto dos plásticos no ambiente, o gerenciamento dos

resíduos torna-se imperativo e, desta forma, a estratégia da reciclagem pode ser

facilmente introduzida. Entretanto, devem-se considerar alternativas diferenciadas de

destinação em função das diferentes propriedades dos materiais plásticos.

Outra contribuição importante que a cadeia produtiva pode incentivar é a

produção de embalagens com número menor de resinas diferentes, o desenho de

projetos que facilitem a separação de componentes das embalagens com resinas

diferenciadas, evitando-se, sempre que possível, o uso de embalagens multicamadas,

adesivos, aditivos e rótulos (Dent, 1999 e Santos et al, 2004).

Na África do Sul, o governo decidiu, em 2003, proibir que lojas distribuam a

seus clientes sacolas plásticas para carregar mercadorias; o comerciante que infringe a

lei pode receber uma multa de cerca de US$ 13,8 mil ou mesmo ser condenado a dez

anos de prisão (BBC ONLINE, 09/05/2003). A medida, que atinge bolsas de plástico

com espessura inferior a 30 micrômetros (milésimo de um milímetro), visa à diminuição

da sujeira nas ruas do país, que tem sido o destino final de boa parte das sacolas.

Na Alemanha, cobra-se uma taxa extra de sessenta centavos por sacola plástica

utilizada. A guerra contra os sacos plásticos ganhou força em 1991, quando foi

aprovada uma lei que obriga os produtores e distribuidores de embalagens a aceitar de

volta e a reciclar seus produtos após o uso. (FOLHA DE SÃO PAULO, 01/06/2000).

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Na Austrália, em janeiro de 2008, o ministro do meio ambiente anunciou aos

supermercados que eles deveriam banir as sacolas plásticas até o final do ano. Note-se,

entretanto, que em Coles Bay (Tasmânia), essas sacolas deixaram de ser usadas a partir

de 2003 (AGÊNCIA REUTERS, 2008).

Em Bangladesh, a cidade de Dhaka foi a pioneira na iniciativa de proibir o uso

das sacolas plásticas, devido às enchentes de 1988 e 1998, que alagaram dois terços do

país, motivadas pelo entupimento do sistema de drenagem e de escoamento de águas do

país, pelas sacolas plásticas descartadas (NEW YORK TIMES, 15/04/2008).

Na China, uma nova lei, em vigor a partir de 1º de junho de 2008, pretende

impedir que lojas e supermercados ofereçam sacos plásticos gratuitamente: há multa

prevista aos comerciantes que infringirem a lei, em até US$ 1.433. Fica proibido

também, fabricar, vender e usar sacolas plásticas muito finas, isto é, que não podem ser

recicladas (BBC, 09/01/2008 ; O ESTADO DE SÃO PAULO, 18/05/2008).

Nos EUA, em março de 2007 a cidade de São Francisco, tornou-se a primeira

metrópole americana a proibir o uso de sacolas de plástico em grandes supermercados e

farmácias. A medida obriga supermercados com faturamento anual superior a US$ 2

milhões a eliminarem as sacolas no ano de 2007 e Farmácias com mais de cinco filiais

têm um ano para implementar a mudança (BBC, 29/03/2007).

Em New York, em janeiro de 2008, o prefeito da cidade assinou lei que exige

que grandes lojas tenham programas de reciclagem e disponibilizem sacolas recicláveis

(AGÊNCIA REUTERS, 2008). Note-se que uma cadeia do varejo de alimentos

orgânicos (Whole Food Markets), em Manhattan, decidiu, de modo voluntário, reduzir

os resíduos plásticos, e em 22/04/2007 (Dia da Terra) suspendeu a utilização de sacos

plásticos em quatro estabelecimentos da rede, e pôs à venda cerca de 20 mil sacolas

ecológicas com a inscrição "Não Sou uma Sacola de Plástico" (FOLHA ONLINE,

19/07/2007)

Na França - os franceses estão abolindo o uso de sacolas plásticas descartáveis

em ritmo acelerado. Até 2010, o país extinguirá o uso dos sacos descartáveis. Antes de

obrigação, no entanto, a mudança tem se mostrado uma opção cultural. O resultado tem

sido obtido pela conjunção do poder de comunicação das grandes redes somado ao

auxílio de ONGs ambientalistas, como a WWF, que emprestaram sua credibilidade à

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campanha de conscientização, que estimula a substituição dos sacos descartáveis por

sacolas duráveis ou por carrinhos de feira (O ESTADO DE SÃO PAULO, 30/09/2007).

Na Inglaterra, a cidade de Modbury foi a primeira cidade da Europa a se tornar

livre de sacolas de plástico, em maio de 2007; seus 43 comerciantes varejistas

comprometeram-se a banir as sacolas plásticas, praticando a venda de sacolas

reutilizáveis ou biodegradáveis (BBC ONLINE, 29/04/2007; AGÊNCIA REUTERS,

2008). O governo britânico planeja pôr um fim a essa ameaça em 2009; em caso de não

adesão dos comerciantes, aplicará uma multa por sacola distribuída (O ESTADO DE

SÃO PAULO, 29/02/2008; AGÊNCIA REUTERS, 2008).

Japão - há lei (revisada) aprovada pelo Parlamento em 2007, que dá direito ao

governo de advertir comerciantes que não fizerem o suficiente para reduzir, reutilizar e

reciclar (ESTADAO ONLINE, 12/06/2006).

Em relação às medidas brasileiras consideradas defensivas ao uso de sacolas

plásticas, podemos citar:

O governo brasileiro tem se mostrado sensível ao prejuízo ambiental gerado

pelas sacolas plásticas, tanto é que, em 2008, o Ministério do Meio Ambiente lançou a

campanha "A Escolha é Sua, o Planeta é Nosso", buscando incentivar o uso de sacolas

retornáveis (O ESTADO DE SÃO PAULO, 02/03/2008).

Uma alternativa diferenciada para a destinação de embalagens plásticas pós-

consumo consiste no seu aproveitamento como combustível (Weston, 2001). Neste

caso, pequenos reatores de pirólise seriam capazes de transformar resíduos de diferentes

materiais plásticos em combustível líquido de hidrocarbonetos, que podem ser usados

como alternativa à gasolina, ao querosene, ao óleo diesel ou ao óleo combustível. As

únicas restrições, entretanto, seriam em relação a dois tipos de plástico: o PVC, que

libera ácido clorídrico durante o processo e, por isso, provoca corrosão dos reatores e

tubulações, e o PET, por não se dissolver totalmente.

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Legislação ambiental de resíduos plásticos

Todos os países pertencentes à Comunidade Européia seguem a Diretiva

96/61/CE de 1996, relativa à prevenção e ao controle integrado da contaminação. Desde

1994, foi estabelecida a Diretiva comunitária 94/67/CEE, sobre a incineração de

resíduos perigosos e, neste mesmo ano, a Diretiva comunitária 94/62/CEE apresenta os

parâmetros para embalagens e resíduos de embalagens.

A legislação relativa a resíduos sólidos nos Estados Unidos, Canadá e em alguns

países da Europa encontra-se bastante avançada. Iniciativas canadenses no sentido de

gerenciar os resíduos, mais especificamente as embalagens, vigoram no país desde

1988, onde se prioriza o princípio dos 3 R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) em

detrimento de alternativas de incineração e aterros. O Canadá apresenta a maior geração

per capita de lixo do mundo, algo próximo de 2 kg por habitante ao dia.

Com base na produção mundial de plástico, os Estados Unidos e Japão são,

respectivamente, o 1º e 2º maiores transformadores de plástico do mundo e, para tanto,

adotam medidas ambientais compatíveis com suas produções.

Conforme mostrado através da legislação de resíduos plásticos de diferentes

países, os resíduos de embalagens aparecem como um aspecto preponderante para a

determinação do grau de impacto dos resíduos no ambiente. Alternativas para a redução

do impacto ambiental de embalagens contendo resíduos poluentes têm sido incentivadas

no intuito de minimizar a degradação ambiental (Xavier et al, 2005).

Legislação Ambiental no Brasil e na Paraíba

O Brasil começa a acordar para um dos maiores problemas ambientais mundiais,

o gerenciamento do lixo. Foi aprovada em março de 2010 pela Câmara dos Deputados,

depois de 19 anos de discussão, e pode receber rápido tratamento no Senado a Política

Nacional de Resíduos Sólidos.

A legislação ambiental brasileira sobre o gerenciamento de resíduos sólidos

consiste,inicialmente, na classificação dos resíduos considerados perigosos, com base na

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origem, características e demais aspectos com impactos potenciais. Na última década, a

legislação brasileira tem considerado, de forma inovadora em relação aos demais países,

a responsabilidade do gerador ao longo da cadeia produtiva (BRASIL, 1998,

CONAMA, 2000 e Rodrigues, 2002), estabelecendo-se regras para as operações de

tratamento, estocagem e disposição destes resíduos para que práticas inadequadas de

gerenciamento de resíduos possam ser identificadas e eliminadas.

Em 1991, foi instituído o Projeto de Lei 203/91, que institui a Política Nacional

de Resíduos Sólidos, que tem como objetivos: estabelecer diretrizes que levem a

redução da quantidade e nocividade dos resíduos sólidos gerados no país.

As cidades brasileiras produzem 150 mil toneladas de lixo por dia. Os lixões são

o destino de 59% desse volume. Apenas 13% têm destinação correta, em aterros

sanitários onde há captação do chorume e queima do gás metano produzido pela

decomposição. Em 2008, apenas 405 municípios - 7% do total - faziam coleta seletiva.

Cerca de 13% do que é jogado vai para reciclagem (DIÁRIO OFICIAL DA UNIAO-

PB).

A Medida Provisória 476/09, considera O crédito presumido do Imposto sobre

Produtos Industrializados (IPI) foi instituído pela Lei 9.363/96. O objetivo é ressarcir os

exportadores do pagamento das contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins, incidentes

sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos

intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.

Na Paraíba, em 1º de Julho de 2009 foram sancionadas leis que obrigam os

estabelecimentos comerciais a se enquadrarem às normas de preservação ambiental. A

primeira lei de nº 8.855, prevê a substituição das sacolas ou sacos plásticos, compostos

por polietileno, polipropilenos ou similares utilizados para o acondicionamento e

entrega de produtos e mercadorias aos clientes, por sacolas reutilizáveis.

Os estabelecimentos estão obrigados a incentivar os clientes a levar as sacolas de

casa ou utilizar sacolas reutilizáveis, tendo que fixar placas informativas próximo aos

locais das embalagens com a seguinte frase: “Sacolas plásticas convencionais levam

mais de 100 anos para se decompor no meio ambiente. Traga de casa sua própria sacola

ou use sacolas reutilizáveis”. A lei não será aplicada às embalagens originais das

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mercadorias. A substituição das sacolas terá o prazo máximo de até três anos

dependendo do porte da empresa.

A segunda lei, nº 8.856, de Junho de 2009, obriga os estabelecimentos

comerciais a utilizarem embalagens plásticas oxibiodegradáveis para o

acondicionamento de produtos e mercadorias em geral. Nesse caso, as empresas terão

prazo de um ano para substituírem as sacolas comuns pelas biodegradáveis.

A empresa que descumprir a lei pagará multa no valor de 3.000 UFRPB

(Unidade Fiscal Referencial do Estado da Paraíba) (IFR= R$ 29,99 atual). Em caso de

reincidência, a multa será aplicada em dobro.

Políticas Ambientais

A Política Ambiental constitui o conjunto de diretrizes e princípios que devem

nortear a definição e a aplicação de instrumentos legais e institucionais de planejamento

e gerenciamento ambientais (Vedovello, 1999). Esses instrumentos, definidos

interativamente pelo Estado e pela sociedade, têm como objetivo influir nas tendências

econômicas e sociais com vistas a viabilizar a realização do desenvolvimento

sustentável. Como exemplos podem ser citados a Política Nacional de Resíduos Sólidos

e as Políticas Estaduais de Resíduos Sólidos.

Aspectos legais das políticas ambientais

Uma vez definidos os objetivos e estratégias para o controle e uma gestão

ambientalmente adequada dos resíduos, a autoridade política deve estabelecer um marco

regulador, com leis, regulamentos e normas que regulem o comportamento dos agentes

econômicos e da população, além das atividades de controle e fiscalização das

instituições públicas com alguma responsabilidade nesta matéria (Duran de La Fuente,

1997). Para estabelecer este marco regulador a política põe em jogo uma série de

princípios, os quais orientam os organismos públicos e privados sobre os objetivos

desejados e servem de marco conceitual a leis e regulamentos. Dentre os aspectos legais

da política ambiental destaca-se o principio 2, 4 e 7. O principio 2 do poluidor pagador,

pois regula a destinação estabelece que seja os geradores de resíduos, os agentes

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econômicos, as empresas industriais e outras, que devem arcar com o custeio que

implica no cumprimento das normas estabelecidas. O principio 7 Princípio do uso da

melhor tecnologia disponível. Trata-se de uma recomendação aplicável sobretudo nos

países desenvolvidos para a licença de funcionamento de plantas industriais novas. A

autorização de funcionamento passa por uma demonstração de que estão sendo

aplicadas tecnologias que minimizam a geração de resíduos, em especial os de natureza

perigosa. É um princípio pouco aplicável em países com menores níveis de

desenvolvimento e com dependência tecnológica. O principio 4 Princípio da

responsabilidade “do berço ao túmulo”. O impacto ambiental do resíduo é

responsabilidade de quem o gera, isto é, a partir do momento em que o produz, até que o

resíduo seja transformado em matéria inerte, eliminado ou depositado em lugar seguro,

sem risco para a saúde ou o meio ambiente.

Reciclagem e responsabilidade social

A sociedade moderna é extremamente consumista e se acostumou ao

descartável, o que tem levado a uma enorme produção de lixo. Os sistemas adotados

pela maioria das comunidades para a administração de resíduos são resultantes de uma

visão de inesgotabilidade dos recursos naturais, o que necessita de revisão urgente,

dentro da ótica do desenvolvimento sustentável, uma vez que dele depende a existência

harmoniosa do homem no Planeta. Outro conceito que carece de revisão é quanto à

responsabilidade pelo lixo.

A última pesquisa nacional de saneamento básico do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística data de 1989, onde foi registrado que 76% do lixo urbano são

depositado a “céu aberto”. Infelizmente, esse percentual aumentou para 85%, segundo

dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

(Abrelpe). Somando-se, tem-se que nos últimos 10 anos a produção per capita de lixo

nas grandes cidades aumentou de 500 gramas para 1,2 kg por dia.

O índice de reciclagem de plástico gira em torno de 12%. As empresas

recicladoras de plástico mal sobrevivem no mercado em que seu produto é bitributado,

não há fornecimento constante e segura de matéria-prima pós-consumo para ser

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reciclada e ainda não há confiança por parte da população em adquirir artefatos

reciclados.

Na questão sobre reciclagem de plásticos no Brasil, devem-se analisar três

pontos primordiais, que uma vez interligados resolveriam grande parte dos problemas

nacionais:

No primeiro ponto têm-se as empresas com problemas técnicos, falta de

incentivos fiscais e problemas no fornecimento de material para ser reciclado;

O segundo ponto tem-se as universidades, os centros de pesquisas e

organizações não-governamentais (ONG), que estudam e/ou produzem trabalhos na área

de gerenciamento ambiental;

O terceiro elo seria o governo, representado também pelas prefeituras, que

enfrentam problemas relacionados com o lixo como: a falta de espaço para novos

aterros sanitários, o entupimento de bueiros com lixo na época de chuvas, aumento de

vetores de doenças, etc.

Os resultados do trabalho em parceria desses três pontos citados acima são em

forma de benefícios para a sociedade, entre esses impactos positivos tem-se, a geração

de empregos e melhoria nas condições de vida da população; questões primordiais para

nosso país.

As opções para as disposições finais do plástico, que já foi consumido, oriundo

de aglomerados urbanos são: aterro sanitário, incineração, usina de triagem e coleta

seletiva. O material coletado seletivamente ou separado em uma usina de triagem

poderá ser submetido à reciclagem ou à reutilização. Dentre essas opções, a reciclagem

é considerada uma das alternativas mais importantes dentro do conceito de

desenvolvimento sustentável definido pela Organização das Nações Unidas (ONU). O

processo deve ser utilizado em dois casos:

1. quando a recuperação dos resíduos seja técnica e economicamente viável, bem como

higienicamente utilizável;

2. quando as características de cada material sejam respeitadas.

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A reciclagem é o resultado final de atividades intermediárias de coleta,

separação e processamento, através da quais materiais pós-consumo são usados como

matéria-prima na manufatura de bens, anteriormente feitos com matéria-prima virgem.

O sucesso da reciclagem está diretamente ligado ao fornecimento de matéria-prima, à

tecnologia de reciclagem e a um mercado diferenciado para o produto reciclado.

Os plásticos podem ser recuperados sob três formas: mecânica, química e

energética. O processo de reciclagem mecânica constituiu-se basicamente por lavagem,

moagem, secagem e reprocessamento. O resultado da reciclagem mecânica é um

artefato ou grânulos (pellets). Na reciclagem química o polímero é despolimerizado ou

degradado a produtos de baixo peso molecular (normalmente oligômeros), porém esse

ultima método leva a formação de subprodutos e gasto de solvente. Na reciclagem

energética, o plástico é queimado e a energia resultante da queima é utilizada.

No Brasil a reciclagem mecânica é a mais utilizada. A reciclagem química é

pouco utilizada em nosso país e a reciclagem energética ainda não faz parte de nossa

realidade. As reciclagens mecânica e química parecem ser as mais interessantes, pois

exigem etapas anteriores ao reprocessamento propriamente dito, etapas de coleta e

separação que podem gerar empregos para nossa população.

Quadro 1 – Tempo de degradação de alguns componentes de plástico

MATERIAL TEMPO DE DEGRADAÇÃO

Copinhos de Plástico De 200 a 450 anos

Tampinhas de garrafas De 100 a 500 anos

Garrafas de Plástico (pet) Mais de 500 anos

Fralda descartável 600 anos

Sacolas plásticas Mais de 100 anos

Fonte: Adaptado do Ministério do Meio Ambiente

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