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SALVADOR MINUCHIN SALVADOR MINUCHIN Abordagem da terapia Abordagem da terapia familiar estrutural familiar estrutural Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Psicologia Clínica III Prof.: Sérgio Spritzer Grupo: Fernanda Stenert, Francéia, Franciane, Kleide, Liane, Lucas e Luciano

SALVADOR MINUCHIN Abordagem da terapia familiar estrutural Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Psicologia Clínica III Prof.: Sérgio Spritzer

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SALVADOR SALVADOR MINUCHINMINUCHINAbordagem da terapia Abordagem da terapia

familiar estrutural familiar estrutural

Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGSPsicologia Clínica IIIProf.: Sérgio Spritzer

Grupo: Fernanda Stenert, Francéia, Franciane, Kleide, Liane, Lucas e Luciano

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

O presente trabalho pretende O presente trabalho pretende apresentar a terapia familiar estrutural, apresentar a terapia familiar estrutural, sua origem, desdobramentos e sua origem, desdobramentos e atualizações. O trabalho se divide em:atualizações. O trabalho se divide em:

Pequena biografia de Salvador Pequena biografia de Salvador Minuchin;Minuchin; Terapia estrutural: históricoTerapia estrutural: histórico Principais conceitosPrincipais conceitos CríticasCríticas Terapia estrutural na atualidadeTerapia estrutural na atualidade CasosCasos

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BIOGRAFIABIOGRAFIA

•1929 – Próspero comerciante 1929 – Próspero comerciante Pobreza. Pobreza. •No Segundo Grau – Ajudar jovens delinqüentes; No Segundo Grau – Ajudar jovens delinqüentes; Rousseau (vítimas da sociedade)Rousseau (vítimas da sociedade)•1940 – (18ª) - Facultad de Medicina de la 1940 – (18ª) - Facultad de Medicina de la Universidad de Córdoba. Universidad de Córdoba. •1944 – Movimentos de Esquerda; Protestos para 1944 – Movimentos de Esquerda; Protestos para derrubar Juan Perón – 3 meses na cadeia. derrubar Juan Perón – 3 meses na cadeia. •1946 – Termina a Graduação, e inicia a Residência 1946 – Termina a Graduação, e inicia a Residência em Pediatria, subárea psiquiatria. em Pediatria, subárea psiquiatria.

•1921 – Nasce em 13 de Outubro. San 1921 – Nasce em 13 de Outubro. San Salvador – Entre Rios. Salvador – Entre Rios. Mais velho de 3 filhos (Imigrantes); cresce Mais velho de 3 filhos (Imigrantes); cresce em uma pequena e fortemente fechada em uma pequena e fortemente fechada comunidade judaica na parte rural da comunidade judaica na parte rural da Argentina.Argentina.

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BIOGRAFIABIOGRAFIA

•1950 – Ida aos Estado Unidos – Estudar 1950 – Ida aos Estado Unidos – Estudar Psiquiatria. Psiquiatria. Bellevue Hospital, New York City e Bellevue Hospital, New York City e no Jewish Board of Guardians (20 crianças). no Jewish Board of Guardians (20 crianças). Treinamento psicanalítico, mas que ele não Treinamento psicanalítico, mas que ele não sentia compatível com o trabalho com crianças.sentia compatível com o trabalho com crianças.

•1951 – Casa com Patrícia Pittluck. Volta para 1951 – Casa com Patrícia Pittluck. Volta para Israel – 5 instituições residenciais (grupos, ao Israel – 5 instituições residenciais (grupos, ao invés de indivíduos).invés de indivíduos).

1948 – Criação do Estado de Israel – 1948 – Criação do Estado de Israel – Incorpora o exército israelense no Incorpora o exército israelense no tratamento de jovens soldados.tratamento de jovens soldados.

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BIOGRAFIABIOGRAFIA

•1954 – 1958 – Instituto de Psicanálise William 1954 – 1958 – Instituto de Psicanálise William Alanson White (NY). Harry Stack Sullivan – Alanson White (NY). Harry Stack Sullivan – Psiquiatria Interação Interpessoal. Psiquiatria Interação Interpessoal.

Wiltwyck School for Boys – Praticando terapia Wiltwyck School for Boys – Praticando terapia familiar. familiar.

Ver a família, pois a sós a técnica de tratamento Ver a família, pois a sós a técnica de tratamento não parecia efetiva.não parecia efetiva.

•Trabalho em Grupo para desenvolver os Trabalho em Grupo para desenvolver os princípios da Terapia de Família. Jovens e suas princípios da Terapia de Família. Jovens e suas famílias não eram muito introspectivos, equipe famílias não eram muito introspectivos, equipe de Minuchin foca na comunicação e no de Minuchin foca na comunicação e no comportamento. Desenvolvem uma forma de comportamento. Desenvolvem uma forma de terapia onde o terapeuta é muito ativo, como terapia onde o terapeuta é muito ativo, como por exemplo, fazendo sugestões e dirigindo por exemplo, fazendo sugestões e dirigindo atividades. atividades.

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BIOGRAFIABIOGRAFIA

•1965 – Minuchin e família se mudam 1965 – Minuchin e família se mudam para Filadélfia. Diretor da Psiquiatria do para Filadélfia. Diretor da Psiquiatria do Children's Hospital of PhiladelphiaChildren's Hospital of Philadelphia; ; diretor do diretor do Philadelphia Child Guidance Philadelphia Child Guidance ClinicClinic, e professor de Psiquiatria Infantil , e professor de Psiquiatria Infantil na Universidade da Pensilvânia - School na Universidade da Pensilvânia - School of Medicine. Trabalha com crianças com of Medicine. Trabalha com crianças com doenças psicossomáticas – padrões doenças psicossomáticas – padrões familiares mal-adaptativos.familiares mal-adaptativos.

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BIOGRAFIABIOGRAFIA

•1975 – Minuchin retira-se da posição de diretor 1975 – Minuchin retira-se da posição de diretor da Philadelphia Clinic. da Philadelphia Clinic. (Emérito – 1975 – 1981) (Emérito – 1975 – 1981)

•1981 – Family Studies (NY) 1981 – Family Studies (NY)

•1983 – Sai da Universidade da Pensilvânia na 1983 – Sai da Universidade da Pensilvânia na Filadélfia e entra na New York University School Filadélfia e entra na New York University School of Medicine como professor pesquisador, onde of Medicine como professor pesquisador, onde sua esposa também ocupa o mesmo cargo.sua esposa também ocupa o mesmo cargo.

•1996 – Retira-se e se muda para Boston.1996 – Retira-se e se muda para Boston.

Palestras e escritos (muitos sobre os efeitos da Palestras e escritos (muitos sobre os efeitos da pobreza e dos sistemas sociais nas famílias)pobreza e dos sistemas sociais nas famílias)

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HISTÓRICOHISTÓRICO

•Ele busca as concepções de outros terapeutas Ele busca as concepções de outros terapeutas familiares e estudiosos das ciências sociais. familiares e estudiosos das ciências sociais. Conhece a Teoria dos Sistemas de Gregory Conhece a Teoria dos Sistemas de Gregory Bateson (que um sistema é composto por partes Bateson (que um sistema é composto por partes interdependentes que se afetam mutuamente.) interdependentes que se afetam mutuamente.) Com isso começa a explicar a dinâmica familiar. Com isso começa a explicar a dinâmica familiar. Nathan Ackerman (analista infantil que olha os Nathan Ackerman (analista infantil que olha os aspectos interpessoais da unidade familiar, e a aspectos interpessoais da unidade familiar, e a maneira como os comportamentos dos indivíduos maneira como os comportamentos dos indivíduos se relacionam com essa unidade).se relacionam com essa unidade).

•60’s e 70’s – Pesquisa o mundo social 60’s e 70’s – Pesquisa o mundo social em que as famílias se inscrevem. Seu em que as famílias se inscrevem. Seu grupo trabalha com comunidades, grupo trabalha com comunidades, agencias de serviço social, e outras agencias de serviço social, e outras instâncias do governo. Buscam entender instâncias do governo. Buscam entender a dinâmica familiar.a dinâmica familiar.

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HISTÓRICOHISTÓRICO

•O seu modelo estrutural compreende a família O seu modelo estrutural compreende a família como um sistema que tende a defesa da sua como um sistema que tende a defesa da sua estabilidade frente às mudanças de condições estabilidade frente às mudanças de condições e influências internas e externas - quer e influências internas e externas - quer favorecer a disfuncionalidade, mediante favorecer a disfuncionalidade, mediante mecanismos que mantém o sofrimento na mecanismos que mantém o sofrimento na família ou em alguns membros. O família ou em alguns membros. O restabelecimento das hierarquias, a restabelecimento das hierarquias, a formulação de limites claros, a definição de formulação de limites claros, a definição de papéis e funções, e a dissolução de alianças ou papéis e funções, e a dissolução de alianças ou triângulos são vistas por ele como o fator que triângulos são vistas por ele como o fator que ajudaria a regressar a uma estrutura familiar ajudaria a regressar a uma estrutura familiar funcional. Ele busca alterar colisões e alianças funcional. Ele busca alterar colisões e alianças entre os membros da família para que eles entre os membros da família para que eles aprendam como os outros se sentem. aprendam como os outros se sentem.

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HISTÓRICOHISTÓRICO

•Nos 60’s - Suas concepções sobre a Nos 60’s - Suas concepções sobre a importância das estruturas e limites nos importância das estruturas e limites nos contextos familiares aparecem no meio contextos familiares aparecem no meio dos psicoterapeutas que começam a dos psicoterapeutas que começam a tratar famílias, ao invés de indivíduos tratar famílias, ao invés de indivíduos separados.separados.

•Junto com Jay Haley, Braulio Junto com Jay Haley, Braulio Montalvo e Bernice Rosman Montalvo e Bernice Rosman desenvolve um programa de desenvolve um programa de capacitação e treinamento para capacitação e treinamento para terapeutas familiares. Já incluía terapeutas familiares. Já incluía sessões supervisadas e gravações sessões supervisadas e gravações em vídeo das sessões de terapia.em vídeo das sessões de terapia.

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OBRASOBRAS•MINUCHIN, SALVADOR,"Familias y terapia MINUCHIN, SALVADOR,"Familias y terapia familiar",Gedisa, 1979familiar",Gedisa, 1979

•MINUCHIN, SALVADOR y y FISHMAN, H. MINUCHIN, SALVADOR y y FISHMAN, H. CHARLES,"Técnicas de terapia familiar", Paidos, 1984CHARLES,"Técnicas de terapia familiar", Paidos, 1984

•MINUCHIN, SALVADOR,"Caleidoscopio familiar: MINUCHIN, SALVADOR,"Caleidoscopio familiar: imágenes de violencia y curación", Paidos, 1985imágenes de violencia y curación", Paidos, 1985

•MINUCHIN, SALVADOR y NICHOLS, MICHAEL P."La MINUCHIN, SALVADOR y NICHOLS, MICHAEL P."La recuperación de la familia: Relatos de esperanza y recuperación de la familia: Relatos de esperanza y renovación", Paidos, 1994renovación", Paidos, 1994

•MINUCHIN, SALVADOR,"El arte de la terapia familiar", MINUCHIN, SALVADOR,"El arte de la terapia familiar", Paidos, 1998Paidos, 1998

•MINUCHIN, PATRICIA, COLAPINTO, JORGE y MINUCHIN, MINUCHIN, PATRICIA, COLAPINTO, JORGE y MINUCHIN, SALVADOR, "Pobreza, institución y familia", SALVADOR, "Pobreza, institución y familia", Amorrortu, 2000 Amorrortu, 2000

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PRINCIPAIS CONCEITOSPRINCIPAIS CONCEITOS

Estrutura:Estrutura:Arranjo específico dos termos de um Arranjo específico dos termos de um sistema e subsistemas que tende a se sistema e subsistemas que tende a se manter ao longo do tempo; pode ser manter ao longo do tempo; pode ser mutável ou fixa.mutável ou fixa.

Sistema:Sistema:Conjunto de elementos que estabelecem Conjunto de elementos que estabelecem algum tipo de relação entre si, formando algum tipo de relação entre si, formando um todo integrado e definível por uma um todo integrado e definível por uma meta. meta.

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Sistema humano aberto cuja estrutura, mais Sistema humano aberto cuja estrutura, mais ou menos flexível, pode ser compreendida como ou menos flexível, pode ser compreendida como um arranjo de funções específicas ocupadas um arranjo de funções específicas ocupadas pelos indivíduos que o compõe, formando, de pelos indivíduos que o compõe, formando, de acordo com as funções, diferentes subsistemas: acordo com as funções, diferentes subsistemas: Pai-Mãe; Filho-Filha; Irmão-Irmã; Marido-Pai-Mãe; Filho-Filha; Irmão-Irmã; Marido-Esposa. A dinâmica na estrutura familiar se Esposa. A dinâmica na estrutura familiar se manifesta através de relações de poder manifesta através de relações de poder hierárquico que se configuram entre os hierárquico que se configuram entre os indivíduos em suas funções específicas e entre indivíduos em suas funções específicas e entre subsistemas inteiros. Há diferentes níveis de subsistemas inteiros. Há diferentes níveis de delimitação de subsistemas (emaranhamento, delimitação de subsistemas (emaranhamento, semi-difuso, permeável e rígido) bem como semi-difuso, permeável e rígido) bem como diferentes arranjos da hierarquia de poder.diferentes arranjos da hierarquia de poder.

FamíliaFamília

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ObjetivoObjetivo

Uma família é considerada disfuncional Uma família é considerada disfuncional à medida em que tem sua capacidade de à medida em que tem sua capacidade de lidar com estressores externos anulada lidar com estressores externos anulada ou severamente diminuída. Nesses ou severamente diminuída. Nesses casos, é necessário um rearranjamento casos, é necessário um rearranjamento estrutural que permita ao sistema estrutural que permita ao sistema familiar se adaptar novamente aos familiar se adaptar novamente aos eventos e continuar a buscar sua meta eventos e continuar a buscar sua meta adequeadamente. Promover tal mudança adequeadamente. Promover tal mudança estrutural que permita o estrutural que permita o restabelecimento da funcionalidade do restabelecimento da funcionalidade do sistema é o objetivo da terapia de sistema é o objetivo da terapia de família.família.

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MétodoMétodo

Busca-se, através de intervenções Busca-se, através de intervenções sobre os diversos subsistemas, explicitar sobre os diversos subsistemas, explicitar à família os padrões disfuncionais à família os padrões disfuncionais (subsistemas mistos, coalisões, (subsistemas mistos, coalisões, hierarquias inadequadas) em operação hierarquias inadequadas) em operação no sistema e estimular a sua no sistema e estimular a sua transformação e conseqüente transformação e conseqüente reestruturação.reestruturação.

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Técnicas de Terapia Técnicas de Terapia FamiliarFamiliar

(Minuchin & Fishman, 1990)(Minuchin & Fishman, 1990)EspontaneidadeEspontaneidadeDeve-se dominar a técnica, para depois Deve-se dominar a técnica, para depois esquecê-la;esquecê-la;O terapeuta tem que ser parte do sistema de O terapeuta tem que ser parte do sistema de pessoas interdependentes (família). Deve pessoas interdependentes (família). Deve responder às circunstâncias de acordo com as responder às circunstâncias de acordo com as regras do sistema. Ou seja, ele deve observar e regras do sistema. Ou seja, ele deve observar e tentar adotar um “jeito” que se conecte com o tentar adotar um “jeito” que se conecte com o estilo da família. Assim, ele se sente fazendo estilo da família. Assim, ele se sente fazendo parte do sistema, assim como é reconhecido parte do sistema, assim como é reconhecido como tal pelos membros da família;como tal pelos membros da família;A espontaneidade do terapeuta é limitada pelo A espontaneidade do terapeuta é limitada pelo contexto da terapia. O terapeuta está dentro do contexto da terapia. O terapeuta está dentro do campo, o qual observa e influencia. Portanto, campo, o qual observa e influencia. Portanto, suas ações são fruto do seu vínculo com a suas ações são fruto do seu vínculo com a famíliafamília

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A família é como um organismo: um A família é como um organismo: um sistema complexo formado por subsistemas, sistema complexo formado por subsistemas, os quais são formados por indivíduos ou por os quais são formados por indivíduos ou por mais pessoas, que se agrupam por geração, mais pessoas, que se agrupam por geração, sexo, função, etc. Cada indivíduo pertence a sexo, função, etc. Cada indivíduo pertence a diferentes subsistemas, conforme os papéis diferentes subsistemas, conforme os papéis desempenhados;desempenhados;

Cada família desenvolve seus padrões de Cada família desenvolve seus padrões de interação. Os membros individuais sabem, interação. Os membros individuais sabem, em diferentes níveis de consciência, as em diferentes níveis de consciência, as regras de funcionamento. Quando algum dos regras de funcionamento. Quando algum dos membros sai do preestabelecido, membros sai do preestabelecido, desequilibrando o sistema, surgem desequilibrando o sistema, surgem reivindicações de lealdade familiar e reivindicações de lealdade familiar e sentimentos de culpa;sentimentos de culpa;

FamíliasFamílias

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Segurança X Restrição de Liberdade Segurança X Restrição de Liberdade

A família saudável não tem uma A família saudável não tem uma estrutura rígida, sendo flexível para se estrutura rígida, sendo flexível para se ajustar às novas exigências de ajustar às novas exigências de desenvolvimento de seus membros.desenvolvimento de seus membros.

Um dos objetivos do terapeuta é Um dos objetivos do terapeuta é incentivar essa flexibilidade, mostrando incentivar essa flexibilidade, mostrando novas possibilidades.novas possibilidades.

As famílias são sistemas multi-individuais As famílias são sistemas multi-individuais complexos, mas também são subsistemas complexos, mas também são subsistemas de unidades mais amplas, como a família de unidades mais amplas, como a família extensa, a vizinhança, etc.extensa, a vizinhança, etc. 

FamíliasFamílias

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O terapeuta deve coparticipar da família. O terapeuta deve coparticipar da família. Porém, deve tomar a posição de liderança. Porém, deve tomar a posição de liderança.

Um coterapeuta pode ajudar nesse processo.Um coterapeuta pode ajudar nesse processo.

Posição de Proximidade: o terapeuta pode se Posição de Proximidade: o terapeuta pode se associar com membros da família, até entrando associar com membros da família, até entrando em coalização com outros.em coalização com outros.

Posição Mediana: o terapeuta coparticipa como Posição Mediana: o terapeuta coparticipa como um ouvinte ativo, que se supõe neutro.um ouvinte ativo, que se supõe neutro.

Posição Distante: o terapeuta usa sua posição Posição Distante: o terapeuta usa sua posição de especialista. Funciona como um diretor, não de especialista. Funciona como um diretor, não um ator.um ator.

CoparticipaçãoCoparticipação

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A estrutura familiar nunca é logo A estrutura familiar nunca é logo mostrada para o terapeuta, que só mostrada para o terapeuta, que só pode conhecê-la bem no processo de pode conhecê-la bem no processo de coparticipação. coparticipação.

O terapeuta deve estar pronto para, O terapeuta deve estar pronto para, se necessário, descartar as hipóteses se necessário, descartar as hipóteses iniciais a respeito da família e iniciais a respeito da família e reformular o planejamento do reformular o planejamento do tratamento.tratamento.  

PlanejamentoPlanejamento

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O terapeuta desestabiliza a homestose O terapeuta desestabiliza a homestose existente na família, criando crises que levam a existente na família, criando crises que levam a uma melhor reorganização para o seu uma melhor reorganização para o seu funcionamento.funcionamento.3 estratégias principais da terapia estrutural: 3 estratégias principais da terapia estrutural: desafiar o sintoma, desafiar a estrutura da desafiar o sintoma, desafiar a estrutura da família e desafiar a realidade familiar.família e desafiar a realidade familiar.Desafiar o sintoma: Desafiar o sintoma: • A família identifica um de seus membros como A família identifica um de seus membros como o problema.o problema.• Na verdade, o problema são certo padrões de Na verdade, o problema são certo padrões de interação da família.interação da família.• O sintoma é uma solução protetora: o O sintoma é uma solução protetora: o portador do sintoma se sacrifica para defender portador do sintoma se sacrifica para defender a homeostase familiar.a homeostase familiar.

MudançaMudança

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• A tarefa do terapeuta é desafiar a definição do A tarefa do terapeuta é desafiar a definição do problema e a resposta pensadas pela família.problema e a resposta pensadas pela família.• Esse desafio pode ser direto ou indireto.Esse desafio pode ser direto ou indireto.• O objetivo é modificar a concepção que a O objetivo é modificar a concepção que a família tem do problema, levando os membros a família tem do problema, levando os membros a pensarem respostas alternativas de pensarem respostas alternativas de comportamento, afetivas e cognitivas.comportamento, afetivas e cognitivas.• Técnicas: dramatização, focalização e aumento Técnicas: dramatização, focalização e aumento da intensidade.da intensidade.Desafiar a estrutura familiar:Desafiar a estrutura familiar: Observar e intervir em díades ou subsistemas Observar e intervir em díades ou subsistemas que estejam muito próximos ou muito distantes.que estejam muito próximos ou muito distantes. Sentimento de Pertencimento X Busca de Sentimento de Pertencimento X Busca de AutonomiaAutonomia Técnicas: fixação de fronteiras, desequilíbrio e Técnicas: fixação de fronteiras, desequilíbrio e o ensino da complementaridadeo ensino da complementaridade

  

MudançaMudança

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 Desafiar a realidade familiar:Desafiar a realidade familiar: Questionar as concepções que os Questionar as concepções que os membros da família foram criando ao membros da família foram criando ao longo do tempo, que podem ser longo do tempo, que podem ser percepções restritas da realidade.percepções restritas da realidade. O terapeuta recebe o que a família O terapeuta recebe o que a família apresenta, interpreta as informações e apresenta, interpreta as informações e devolve à família uma realidade devolve à família uma realidade diferente, com novas possibilidades. Isso diferente, com novas possibilidades. Isso permite que os membros tenham uma permite que os membros tenham uma nova visão de si e dos outros.nova visão de si e dos outros. Técnicas: constructos cognitivos, Técnicas: constructos cognitivos, intervenções paradoxais e ênfase nos intervenções paradoxais e ênfase nos lados fortes da família.lados fortes da família.  

MudançaMudança

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Inicialmente, a família apresenta ao Inicialmente, a família apresenta ao terapeuta seu enquadramento do problema e terapeuta seu enquadramento do problema e sua solução já enquadrada. Mas o sua solução já enquadrada. Mas o enquadramento do terapeuta será diferente.enquadramento do terapeuta será diferente.

O terapeuta deve convencer a família de que O terapeuta deve convencer a família de que o mapa da realidade pode ser ampliado ou o mapa da realidade pode ser ampliado ou mudado.mudado.

As técnicas de dramatização, focalização e As técnicas de dramatização, focalização e obtenção de intensidade são importantes para obtenção de intensidade são importantes para apoiar a experiência de uma realidade apoiar a experiência de uma realidade terapêutica nova, onde o sintoma e a posição terapêutica nova, onde o sintoma e a posição do portador são desafiados.do portador são desafiados.

ReenquadrameReenquadramentonto

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O terapeuta pede que a família contrua um O terapeuta pede que a família contrua um cenário onde interações disfuncionais em torno cenário onde interações disfuncionais em torno de membros da família apareçam.de membros da família apareçam.

A encenação seria mais “verídica” que o relato A encenação seria mais “verídica” que o relato da família.da família.

O terapeuta pode intervir no processo, O terapeuta pode intervir no processo, introduzindo explorações experiementais que introduzindo explorações experiementais que introduzirão novas informações sobre a natureza introduzirão novas informações sobre a natureza do problema e novas possibilidades de do problema e novas possibilidades de resolução.resolução.

A dramatização inicia o questionamento da A dramatização inicia o questionamento da idéia da família sobre o problema, já que com a idéia da família sobre o problema, já que com a encenação a unidade de observação e encenação a unidade de observação e intervenção se amplia.intervenção se amplia.

DramatizaçãoDramatização

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A dramatização pode ser considerada uma A dramatização pode ser considerada uma dança em três movimentos:dança em três movimentos:

1º movimento: o terapeuta observa as 1º movimento: o terapeuta observa as interações espontâneas da família e decide interações espontâneas da família e decide quais áreas disfuncionais irá enfocar.quais áreas disfuncionais irá enfocar.

2º movimento: o terapeuta organiza 2º movimento: o terapeuta organiza seqüências cênicas onde os membros da seqüências cênicas onde os membros da família dramatizam suas interações família dramatizam suas interações disfuncionais na sua frente.disfuncionais na sua frente.

3º movimento: o terapeuta sugere modos 3º movimento: o terapeuta sugere modos alternativos de interação.alternativos de interação.

DramatizaçãoDramatização

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O terapeuta deve desenvolver um tema, O terapeuta deve desenvolver um tema, explorando uma área profundamenteexplorando uma área profundamente

O terapeuta destaca os temas que a seu O terapeuta destaca os temas que a seu ver são de alta prioridade, o que muitas ver são de alta prioridade, o que muitas vezes faz com que a família mude de vezes faz com que a família mude de idéia sobre o que é importanteidéia sobre o que é importante

Exemplo: enfocar nos aspectos positivos Exemplo: enfocar nos aspectos positivos de uma família que é vista apenas pelos de uma família que é vista apenas pelos seus aspectos negativos, pela escola, seus aspectos negativos, pela escola, serviço social...serviço social...

FocalizaçãoFocalização

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A intensidade da mensagem do terapeuta A intensidade da mensagem do terapeuta deve ser suficiente para que a família deve ser suficiente para que a família “ouça”.“ouça”.

Uma mensagem terapêutica deve ser Uma mensagem terapêutica deve ser “reconhecida” pelos membros da família, “reconhecida” pelos membros da família, encoranjando-os a experienciar coisas de encoranjando-os a experienciar coisas de maneiras novas.maneiras novas.

Técnicas para o terapeuta fazer-se ouvir:Técnicas para o terapeuta fazer-se ouvir:

Repetição da mensagem: repetir a Repetição da mensagem: repetir a mensagem muitas vezes no curso da mensagem muitas vezes no curso da terapia.terapia.

IntensidadeIntensidade

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Repetição de transações isomórficas: Repetição de transações isomórficas: repetição de mensagens que aparentemente repetição de mensagens que aparentemente são diferentes, mas que na verdade são são diferentes, mas que na verdade são dirigidas a padrões isomórficos dirigidas a padrões isomórficos (equivalentes/estruturas). Exemplo: incentivar (equivalentes/estruturas). Exemplo: incentivar a independência dos membros de uma díade a independência dos membros de uma díade excessivamente unida com mensagens com excessivamente unida com mensagens com conteúdos aparentemente diferentes.conteúdos aparentemente diferentes. Mudança da distância: mudar a distância Mudança da distância: mudar a distância mantida automaticamente pode produzir uma mantida automaticamente pode produzir uma mudança no grau de atenção da mensagem mudança no grau de atenção da mensagem terapêutica. Ex.: falar com uma criança terapêutica. Ex.: falar com uma criança pequena se abaixando e tocando nela.pequena se abaixando e tocando nela. Resistência à pressão da família: resistindo Resistência à pressão da família: resistindo à indução do sistema, o terapeuta traz à indução do sistema, o terapeuta traz intensidade para a terapia.intensidade para a terapia.

IntensidadeIntensidade

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Experiência de pertencer - característica de Experiência de pertencer - característica de todas as interações familiares- as famílias todas as interações familiares- as famílias podem ter uma pertinência excessiva – podem ter uma pertinência excessiva – dificuldades em tornarem-se independentes;dificuldades em tornarem-se independentes;

Terapeuta - terá que interferir nessas Terapeuta - terá que interferir nessas interações demasiado harmônicas diferenciando interações demasiado harmônicas diferenciando e delineando as fronteiras dos subsistemas e delineando as fronteiras dos subsistemas familiares para dar lugar à flexibilidade e familiares para dar lugar à flexibilidade e crescimento;crescimento;

Desafiar “como as coisas são feitas” na Desafiar “como as coisas são feitas” na famíllia;famíllia; 3 técnicas que desafiam a estrutura do 3 técnicas que desafiam a estrutura do subsistema da família : Fronteiras, desequilíbrio subsistema da família : Fronteiras, desequilíbrio e complementariedadee complementariedade

ReestruturaçReestruturaçãoão

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Regulação da permeabilidade das fronteiras Regulação da permeabilidade das fronteiras separando subsistemas;separando subsistemas;Participação no contexto específico de um Participação no contexto específico de um subsistema específico - requer respostas subsistema específico - requer respostas específicas para esse contexto; específicas para esse contexto; Técnicas de fixação de fronteiras:Técnicas de fixação de fronteiras: Distância psicológica- observação da família na Distância psicológica- observação da família na clínica- mapa experimental de quem é próximo de clínica- mapa experimental de quem é próximo de quem, quais são as alianças, as colizões e díades quem, quais são as alianças, as colizões e díades ou tríades excessivamente envolvidas e quais ou tríades excessivamente envolvidas e quais padrões expressam e apóiam a estrutura; padrões expressam e apóiam a estrutura; Regra de ninguém falar pelo outro; criar Regra de ninguém falar pelo outro; criar subsistemas com tarefas diferentes; manobras subsistemas com tarefas diferentes; manobras espaciais concretas para mudar a proximidade espaciais concretas para mudar a proximidade entre os membros da família;entre os membros da família; Duração da interação - prolongar um processo Duração da interação - prolongar um processo pode ser utilizado para demarcar subsistemas ou pode ser utilizado para demarcar subsistemas ou para separá-los; tarefas para casa.para separá-los; tarefas para casa.  

FronteirasFronteiras

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Objetivo - mudar as relações hierárquicas dos membros de Objetivo - mudar as relações hierárquicas dos membros de um subsistema - mudança na perspectiva dos mesmos em um subsistema - mudança na perspectiva dos mesmos em relação ao que é permitido nas transações entre os relação ao que é permitido nas transações entre os membros;membros;3 categorias de técnicas de desequilíbrio:3 categorias de técnicas de desequilíbrio:• Aliança com membros da família (para mudar sua posição Aliança com membros da família (para mudar sua posição hierárquica na família ou aliança alternada, com hierárquica na família ou aliança alternada, com subsistemas em conflito, a qual pode resultar em uma subsistemas em conflito, a qual pode resultar em uma mudança nos padrões hierárquicos da família);mudança nos padrões hierárquicos da família);• Ignorar membros da família (os membros da família que Ignorar membros da família (os membros da família que são ignorados sentem-se desafiados em seu direito mais são ignorados sentem-se desafiados em seu direito mais essencial, o direito de serem reconhecidos - realinha essencial, o direito de serem reconhecidos - realinha hierarquias familiares); hierarquias familiares); Entrar em coalizão com alguns membros da família contra Entrar em coalizão com alguns membros da família contra outros (terapeuta participa como membro de uma coalizão outros (terapeuta participa como membro de uma coalizão contra um ou mais membros da família). contra um ou mais membros da família). Problemas:Problemas: Ético –injustiças, terapeuta apoia um membro; Ético –injustiças, terapeuta apoia um membro; Demandas pessoais feitas ao terapeuta - proximidade, Demandas pessoais feitas ao terapeuta - proximidade, participação e compromisso temporário com um subsistema participação e compromisso temporário com um subsistema da família às custas de outros;da família às custas de outros;

DesequilíbrioDesequilíbrio

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Objetivo - ajudar os membros da família a Objetivo - ajudar os membros da família a experienciar o seu pertencimento a uma entidade experienciar o seu pertencimento a uma entidade que é mais ampla que o que é mais ampla que o self self individual;individual;Mudar a relação hierárquica entre os membros Mudar a relação hierárquica entre os membros da família, se questiona a noção inteira de da família, se questiona a noção inteira de hierarquia;hierarquia;3 aspectos de desafio do terapeuta: 3 aspectos de desafio do terapeuta: • Desafiar o problema (sobre a certeza da família Desafiar o problema (sobre a certeza da família de que há um paciente identificado); de que há um paciente identificado); •Desafiar a noção linear de que um membro da Desafiar a noção linear de que um membro da família está controlando o sistema, quando na família está controlando o sistema, quando na verdade cada um dos membros serve de contexto verdade cada um dos membros serve de contexto aos demais; aos demais; •Desafiar o modo em que a família pontua os Desafiar o modo em que a família pontua os eventos, introduzindo um marco temporal maior, eventos, introduzindo um marco temporal maior, que ensina aos membros da família a verem seu que ensina aos membros da família a verem seu comportamento como parte de um todo mais comportamento como parte de um todo mais amplo. amplo.

ComplementariedadComplementariedadee

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Conjunto de esquemas cognitivos que Conjunto de esquemas cognitivos que legitimam ou validam a organização legitimam ou validam a organização familiar;familiar;

Qualquer mudança na estrutura familiar Qualquer mudança na estrutura familiar mudará a concepção do mundo da família mudará a concepção do mundo da família e qualquer mudança na concepção do e qualquer mudança na concepção do mundo será seguida pela mudança na mundo será seguida pela mudança na estrutura familiar, incluindo mudança no estrutura familiar, incluindo mudança no uso do sintoma para manter a uso do sintoma para manter a organização familiar. organização familiar.

RealidadesRealidades

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Construção da realidade - modelos Construção da realidade - modelos explanatórios fixos- este esquema pode e deve explanatórios fixos- este esquema pode e deve ser questionado e modificado - novas ser questionado e modificado - novas modalidades de transação familiar;modalidades de transação familiar; 3 técnicas para mudar a realidade da família: 3 técnicas para mudar a realidade da família: • Utilização de símbolos universais (intervenções Utilização de símbolos universais (intervenções apoiadas por uma instituição ou consenso mais apoiadas por uma instituição ou consenso mais amplos do que a família);amplos do que a família);• Verdades familiares (expandir seu Verdades familiares (expandir seu funcionamento- utiliza da própria cultura da funcionamento- utiliza da própria cultura da família, usando-a como construção para uma família, usando-a como construção para uma nova realidade); nova realidade); • Conselho profissional (explicação diferente da Conselho profissional (explicação diferente da realidade da família baseada em sua experiência, realidade da família baseada em sua experiência, conhecimento ou sabedoria).conhecimento ou sabedoria).

ConstruçõesConstruções

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Ferramenta clínica - lidar com a resistência à Ferramenta clínica - lidar com a resistência à mudança e evitar uma luta pelo poder entre a mudança e evitar uma luta pelo poder entre a família e o terapeuta;família e o terapeuta;Intervenções diretas ou baseadas nas Intervenções diretas ou baseadas nas concordâncias (conselhos, sugestões, concordâncias (conselhos, sugestões, interpretações e tarefas – objetivo é modificar de interpretações e tarefas – objetivo é modificar de maneira direta regras ou papéis da família); maneira direta regras ou papéis da família); Ou paradoxais ou baseadas no desafio (é aquela Ou paradoxais ou baseadas no desafio (é aquela que se seguida, cumprirá o oposto do que que se seguida, cumprirá o oposto do que aparentemente parece pretender - seu êxito aparentemente parece pretender - seu êxito depende do desafio da famílias às instruções do depende do desafio da famílias às instruções do terapeuta ou que obedeça a elas ao ponto do terapeuta ou que obedeça a elas ao ponto do absurdo e do retrocesso);absurdo e do retrocesso);Paradoxos são construções cognitivas que Paradoxos são construções cognitivas que frustram ou confudem os membros da família, frustram ou confudem os membros da família, levando-os a buscar alternativas. levando-os a buscar alternativas.

ParadoxosParadoxos

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Cada família tem elementos na sua Cada família tem elementos na sua própria cultura que, se entendidos e própria cultura que, se entendidos e utilizados, podem tornar-se alavancas utilizados, podem tornar-se alavancas que permitem atualizar e ampliar o que permitem atualizar e ampliar o repertório comportamental de seus repertório comportamental de seus membros;membros; Crença de que a família como um Crença de que a família como um organismo tem potencial para um organismo tem potencial para um funcionamento mais complexo do que funcionamento mais complexo do que aquele que está apresentando no aquele que está apresentando no momento. momento.

ForçasForças

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CRÍTICASCRÍTICAS(Ponciano & Ferés-Carneiro, 2003)(Ponciano & Ferés-Carneiro, 2003)

DIFERENÇAS ENTRE TERAPIA SISTÊMICA DIFERENÇAS ENTRE TERAPIA SISTÊMICA ESTRUTURAL E OUTROS TIPOS DE TERAPIA DE ESTRUTURAL E OUTROS TIPOS DE TERAPIA DE

FAMÍLIAFAMÍLIA

Enfoque sistêmico - mudança no sistema Enfoque sistêmico - mudança no sistema familiar, reorganização da comunicação entre os familiar, reorganização da comunicação entre os membros da família;membros da família; Foco de atenção - modo comunicacional no Foco de atenção - modo comunicacional no momento atual;momento atual; Terapia Sistêmica Estrutural - Salvador Terapia Sistêmica Estrutural - Salvador Minuchin;Minuchin;Terapia Sistêmica estratégica - Terapia Sistêmica estratégica - Jay Haley, Jay Haley, Jackson, Bateson, Weakland e Watzlawick;Jackson, Bateson, Weakland e Watzlawick;Terapia Sistêmica da Escola de Milão -Mara Terapia Sistêmica da Escola de Milão -Mara Selvini Palazzoli, Boscolo, Ceccin e Prata;Selvini Palazzoli, Boscolo, Ceccin e Prata;Terapia sistêmica da escola construtivista;Terapia sistêmica da escola construtivista;Terapia de família enfoque psicanalítico.Terapia de família enfoque psicanalítico.

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CRÍTICASCRÍTICASTerapia de família – necessidade de posicionar-Terapia de família – necessidade de posicionar-se de modos diferentes em relação à se de modos diferentes em relação à configuração familiar, constituindo o contexto configuração familiar, constituindo o contexto da intervenção terapêutica em estreita relação da intervenção terapêutica em estreita relação com as transformações histórico-sociais;com as transformações histórico-sociais;

Sociedade tradicional - presença Sociedade tradicional - presença inquestionável de uma ordem estabelecida, não inquestionável de uma ordem estabelecida, não existiam poderes especializados externos a existiam poderes especializados externos a essas relações que ditassem as normas do essas relações que ditassem as normas do comportamento: os papéis eram definidos comportamento: os papéis eram definidos “desde sempre”. As relações extensas faziam “desde sempre”. As relações extensas faziam parte das relações familiares.parte das relações familiares.

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CRÍTICASCRÍTICAS Modernidade- modelo nuclear - família - domínio Modernidade- modelo nuclear - família - domínio da intimidade e proteção de seus membros, da intimidade e proteção de seus membros, transmissão da cultura, tensões no interior da transmissão da cultura, tensões no interior da família;família;Terapia sistêmica estrutural - surge neste Terapia sistêmica estrutural - surge neste período trazendo em sua teoria a influência da período trazendo em sua teoria a influência da família nuclear que é um modelo construído na família nuclear que é um modelo construído na história da sociedade ocidental moderna e o história da sociedade ocidental moderna e o modelo de intervenção do especialista.modelo de intervenção do especialista. O questionamento desse modelo surge a partir O questionamento desse modelo surge a partir de questões levantadas com o pós-estruturalismo de questões levantadas com o pós-estruturalismo e o movimento pós-moderno tornando visível e o movimento pós-moderno tornando visível outros tipos de configurações familiares e outros tipos de configurações familiares e relações com o saber, onde a família tende a ser relações com o saber, onde a família tende a ser pautada na idéia da diversidade e da ausência de pautada na idéia da diversidade e da ausência de um parâmetro norteador único.um parâmetro norteador único.

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TERAPIA ESTRUTURAL TERAPIA ESTRUTURAL NA ATUALIDADENA ATUALIDADE

Terapeutas familiares na década de 70- Terapeutas familiares na década de 70- estilo confrontacional;estilo confrontacional; Evolução conceitual – de um foco quase Evolução conceitual – de um foco quase exclusivo nas interações interpessoais exclusivo nas interações interpessoais para uma consideração das perspectivas para uma consideração das perspectivas cognitivas que orientam essas interações cognitivas que orientam essas interações e as raízes passadas dessas perspectivas.e as raízes passadas dessas perspectivas.

Terapia estrutural – técnicas de Terapia estrutural – técnicas de 1974 – modificações;1974 – modificações; Evolução nos últimos 30 anos;Evolução nos últimos 30 anos;

(Nichols & Schwartz, 2007)(Nichols & Schwartz, 2007)

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CASO 1CASO 1

Família MacLean Família MacLean A família buscou ajuda por causa de uma criança A família buscou ajuda por causa de uma criança “incontrolável”, que fora expulso de duas escolas. “incontrolável”, que fora expulso de duas escolas. Dr. Minuchin descobriu uma cisão encoberta entre os Dr. Minuchin descobriu uma cisão encoberta entre os pais, mantida em equilíbrio por não ser mencionada. pais, mantida em equilíbrio por não ser mencionada. O mau comportamento do menino de 10 anos era O mau comportamento do menino de 10 anos era muito visível: o pai teve de arrastá-lo, com ele muito visível: o pai teve de arrastá-lo, com ele chutando e berrando, para dentro do consultório. chutando e berrando, para dentro do consultório. Enquanto isso, seu irmão de 7 anos permanecia Enquanto isso, seu irmão de 7 anos permanecia sentado tranquilamente, sorrindo.sentado tranquilamente, sorrindo.A fim de ampliar o foco do “filho impossível” para A fim de ampliar o foco do “filho impossível” para questões de controle e cooperação parental, Minuchin questões de controle e cooperação parental, Minuchin perguntou sobre o filho de 7 anos, Kevin, o qual se perguntou sobre o filho de 7 anos, Kevin, o qual se comportava mal de forma velada. Ele urinava no chão comportava mal de forma velada. Ele urinava no chão do banheiro. Segundo o pai, Kevin urinava no chão do do banheiro. Segundo o pai, Kevin urinava no chão do banheiro por “desatenção”. A mãe riu quando banheiro por “desatenção”. A mãe riu quando Minuchin comentou: “Minuchin comentou: “Ninguém pode ter uma mira Ninguém pode ter uma mira assim tão ruim”.assim tão ruim”.

(Nichols & Schwartz, 2007)(Nichols & Schwartz, 2007)

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CASOCASOMinuchin falou com o menino sobre como os Minuchin falou com o menino sobre como os lobos marcam seu território e sugeriu que lobos marcam seu território e sugeriu que expandisse seu território urinando nos 4 cantos expandisse seu território urinando nos 4 cantos da sala de estar da família. da sala de estar da família. Minuchin: Vocês têm um cachorro?Minuchin: Vocês têm um cachorro?Kevin: NãoKevin: NãoMinuchin: Oh, então você é o cachorro da Minuchin: Oh, então você é o cachorro da família. família. No processo de discutir sobre o menino que No processo de discutir sobre o menino que urinava e a reação dos pais – Minuchin urinava e a reação dos pais – Minuchin dramatizou como os pais se polarizavam:dramatizou como os pais se polarizavam:Minuchin: Por que ele faria uma coisa dessas?Minuchin: Por que ele faria uma coisa dessas?Pai: Eu não sei se ele fez de propósito.Pai: Eu não sei se ele fez de propósito.Minuchin:Talvez ele estivesse em transe?Minuchin:Talvez ele estivesse em transe?Pai:Não, acho qu ele foi descuidado.Pai:Não, acho qu ele foi descuidado.Minuchin: A mira dele é realmente terrível.Minuchin: A mira dele é realmente terrível.

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CASOCASOO pai descreveu o comportamento do filho como O pai descreveu o comportamento do filho como acidental; a mãe o considerava desafiador. Uma acidental; a mãe o considerava desafiador. Uma das razões pelas quais os pais passam a ser das razões pelas quais os pais passam a ser controlados pelos filhos pequenos é que evitam controlados pelos filhos pequenos é que evitam confrontar suas diferenças. Diferenças são confrontar suas diferenças. Diferenças são normais, mas tornam-se prejudiciais quando um normais, mas tornam-se prejudiciais quando um dos pais solapa o manejo do outro em relação dos pais solapa o manejo do outro em relação aos filhos. aos filhos. A pressão gentil, mas insistente, de Minuchin A pressão gentil, mas insistente, de Minuchin sobre o casal para que conversassem sobre sobre o casal para que conversassem sobre como reagiam, sem mudar o foco para como os como reagiam, sem mudar o foco para como os filhos se comportavam, fez com que ele filhos se comportavam, fez com que ele desenterrassem ressentimentos muito antigos, desenterrassem ressentimentos muito antigos, mas raramente mencionados. mas raramente mencionados. Mãe: Bob desculpa o comportamento das Mãe: Bob desculpa o comportamento das crianças porque não quer se envolver e me crianças porque não quer se envolver e me ajudar a encontrar uma solução para o ajudar a encontrar uma solução para o problemas.problemas.

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CASOCASOPai: Sim, mas quando eu tentei ajudar, você Pai: Sim, mas quando eu tentei ajudar, você sempre me criticou. Então, depois de um tempo, sempre me criticou. Então, depois de um tempo, eu desisti.eu desisti.O conflito dos cônjuges torna-se visível. Minuchin O conflito dos cônjuges torna-se visível. Minuchin protegeu os pais da vergonha ( e os filhos de protegeu os pais da vergonha ( e os filhos de ficaram sobrecarregados) pedindo às crianças ficaram sobrecarregados) pedindo às crianças que saíssem da sala. Sem a preocupação de que saíssem da sala. Sem a preocupação de agirem como os pais, os cônjuges puderam se agirem como os pais, os cônjuges puderam se enfrentar, homem e mulher – e conversar sobre enfrentar, homem e mulher – e conversar sobre suas magóas e ressentimentos. O que apareceu suas magóas e ressentimentos. O que apareceu foi uma triste história de desligamento solitário.foi uma triste história de desligamento solitário.Minuchin: Vocês dois tem áreas em que Minuchin: Vocês dois tem áreas em que concordam?concordam?Ele disse que sim; ela, que não.Ele disse que sim; ela, que não.Minuchin: Quando foi que você se divorciou de Minuchin: Quando foi que você se divorciou de Bob e se casou com as crianças?Bob e se casou com as crianças?Ela se manteve em silêncio; ele olhou para o Ela se manteve em silêncio; ele olhou para o teto. Ela disse, baixinho: teto. Ela disse, baixinho: “Provavelmente dez “Provavelmente dez anos atrás”.anos atrás”.

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CASOCASO

O que se seguiu foi uma história dolorosa, mas O que se seguiu foi uma história dolorosa, mas conhecida, de como um casamento pode afundar conhecida, de como um casamento pode afundar na paternidade e em seus conflitos. O conflito na paternidade e em seus conflitos. O conflito jamais era resolvido porque nunca aflorava à jamais era resolvido porque nunca aflorava à superfície. Assim, a brecha nunca se fechava. superfície. Assim, a brecha nunca se fechava.

Com a ajuda de Minuchin, o casal se revezou Com a ajuda de Minuchin, o casal se revezou falando sobre seu sofrimento – e aprendeu a falando sobre seu sofrimento – e aprendeu a escutar. Ao criar desequílibrio, Minuchin criou escutar. Ao criar desequílibrio, Minuchin criou uma imensa pressão para ajudar esse casal a uma imensa pressão para ajudar esse casal a resolver suas diferenças, se abrir um para o resolver suas diferenças, se abrir um para o outro, lutar por aquilo que queriam e, outro, lutar por aquilo que queriam e, finalmente, começar a se aproximar – como finalmente, começar a se aproximar – como marido e mulher, e como pais. marido e mulher, e como pais.   

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CASOCASO

O que se seguiu foi uma história dolorosa, mas O que se seguiu foi uma história dolorosa, mas conhecida, de como um casamento pode afundar conhecida, de como um casamento pode afundar na paternidade e em seus conflitos. O conflito na paternidade e em seus conflitos. O conflito jamais era resolvido porque nunca aflorava à jamais era resolvido porque nunca aflorava à superfície. Assim, a brecha nunca se fechava. superfície. Assim, a brecha nunca se fechava.

Com a ajuda de Minuchin, o casal se revezou Com a ajuda de Minuchin, o casal se revezou falando sobre seu sofrimento – e aprendeu a falando sobre seu sofrimento – e aprendeu a escutar. Ao criar desequílibrio, Minuchin criou escutar. Ao criar desequílibrio, Minuchin criou uma imensa pressão para ajudar esse casal a uma imensa pressão para ajudar esse casal a resolver suas diferenças, se abrir um para o resolver suas diferenças, se abrir um para o outro, lutar por aquilo que queriam e, outro, lutar por aquilo que queriam e, finalmente, começar a se aproximar – como finalmente, começar a se aproximar – como marido e mulher, e como pais. marido e mulher, e como pais.   

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CASO 2CASO 2(Elkaïm, 1998)(Elkaïm, 1998)

A famíla Robin traz seus 3 filhos. Pierre, de 18 A famíla Robin traz seus 3 filhos. Pierre, de 18 anos, está 3 anos atrasados nos seus estudos de anos, está 3 anos atrasados nos seus estudos de grau secundário. Ele é o filho mais velho, ostenta grau secundário. Ele é o filho mais velho, ostenta uma atitude irônica e desdenhosa diante de seus uma atitude irônica e desdenhosa diante de seus pais, que descrevem com desânimo a sucessão pais, que descrevem com desânimo a sucessão de seus fracassos escolares. Bertrand, de 14, é de seus fracassos escolares. Bertrand, de 14, é um aluno “sofrível”, mas estuda. Apesar de seus um aluno “sofrível”, mas estuda. Apesar de seus 15 anos, Claire aparenta ser ainda mais jovem, 15 anos, Claire aparenta ser ainda mais jovem, do que sua idade, apresentada como “não tendo do que sua idade, apresentada como “não tendo problemas”, ela se cala. O pai descreve problemas”, ela se cala. O pai descreve longamente a situação (falta de compreensão no longamente a situação (falta de compreensão no conjunto da família, mediocridade da situação conjunto da família, mediocridade da situação escolar de Pierre). Sua mulher e filhos trocam escolar de Pierre). Sua mulher e filhos trocam olhares coniventes, riem e cochicham, sem que olhares coniventes, riem e cochicham, sem que ele pareça se aperceber disso. Em seguida, ele pareça se aperceber disso. Em seguida, Pierre toma a palavra, falando sobre criação de Pierre toma a palavra, falando sobre criação de filhos.filhos.

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CASOCASO

Toda troca espontânea passa pela mãe, como Toda troca espontânea passa pela mãe, como também ela é a única que é escutada de também ela é a única que é escutada de maneira real e atenta, mesmo apesar do fato de maneira real e atenta, mesmo apesar do fato de nem sempre suas propostas ou queixas serem nem sempre suas propostas ou queixas serem aceitas pelos outros. Os filhos dirigem-se mais aceitas pelos outros. Os filhos dirigem-se mais à mãe do que ao pai, e este sempre responde às à mãe do que ao pai, e este sempre responde às interpelações daqueles dirigindo o olhar à interpelações daqueles dirigindo o olhar à esposa. A sra. Robin, aliás, declara-se cansada esposa. A sra. Robin, aliás, declara-se cansada de carregar sobre suas costas todo o peso de carregar sobre suas costas todo o peso psicológico e material (tarefas domésticas) dos psicológico e material (tarefas domésticas) dos “quatro filhos”. Estrutura familiar: a) o poder “quatro filhos”. Estrutura familiar: a) o poder parece estar dividido entre a mãe e Pierre;parece estar dividido entre a mãe e Pierre;b)Rotulação dos pais; c) existem alianças entre b)Rotulação dos pais; c) existem alianças entre a mãe e os filhos que formam uma coalizão a mãe e os filhos que formam uma coalizão dirigida contra o pai, em relação a ela; d)os dirigida contra o pai, em relação a ela; d)os papéis parecem estar enrijecidos.papéis parecem estar enrijecidos.

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CASOCASO

  Nesta família, as fronteiras dos subsistemas Nesta família, as fronteiras dos subsistemas estão difusas. As fronteiras individuais são pouco estão difusas. As fronteiras individuais são pouco respeitadas, mostrando uma estrutura familiar respeitadas, mostrando uma estrutura familiar do tipo enredado. Claire tem uma relação quase do tipo enredado. Claire tem uma relação quase fusional com sua mãe, ela não guarda nenhum fusional com sua mãe, ela não guarda nenhum segredo de sua mãe, mantem-se cuidadosamente segredo de sua mãe, mantem-se cuidadosamente fora do caminho de seus irmãos: acusa Pierre de fora do caminho de seus irmãos: acusa Pierre de entrar em seu quarto, quando ela está ausente. E entrar em seu quarto, quando ela está ausente. E os pais não tem nenhuma intimidade em sua vida os pais não tem nenhuma intimidade em sua vida de casal: os filhos atravessam sempre os de casal: os filhos atravessam sempre os aposentos dos pais para ir ao banheiro familiar, aposentos dos pais para ir ao banheiro familiar, “ignorando” uma outra porta que leva “ignorando” uma outra porta que leva diretamente ao banheiro – porta que os pais diretamente ao banheiro – porta que os pais obstruíram com uma cômoda. Vão também ao obstruíram com uma cômoda. Vão também ao quarto dos pais assistir tv, mesmo havendo quarto dos pais assistir tv, mesmo havendo vários televisores na casa. O sr. e sra. Robin vários televisores na casa. O sr. e sra. Robin dizem que sua vida sexual é insatisfatória, pois dizem que sua vida sexual é insatisfatória, pois seu quarto nunca lhes pertenceu.seu quarto nunca lhes pertenceu.

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CASOCASO

   Algumas tarefas foram propostas à Algumas tarefas foram propostas à família, como uma saída de Claire com família, como uma saída de Claire com seu pai, uma discussão de Pierre com seu pai, uma discussão de Pierre com seus pais, e no final duas saídas para o seus pais, e no final duas saídas para o casal. casal. O sr. Robin se permitiu adquirir certa O sr. Robin se permitiu adquirir certa forma de credibilidade, consolidada forma de credibilidade, consolidada pelo apoio de sua esposa. pelo apoio de sua esposa.

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