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SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE
O verbo sanear quer dizer tornar são, habitável, sanar, remediar, restituir ao estado
normal.
A expressão SANEAMENTO BÁSICO trata dos problemas relativos ao abastecimento
d’água, à coleta e disposição dos esgotos sanitários, ao controle da poluição causada por
esses esgotos, à drenagem urbana (águas pluviais) e ao acondicionamento, coleta,
transporte e destino final dos resíduos sólidos.
Saneamento básico é fator de proteção à qualidade de vida, sua inexistência compromete
a saúde pública, o bem estar social e degrada o meio ambiente.
Qualidade de vida e meio ambiente estão intrinsecamente relacionados. É preciso
preservar o meio ambiente fazendo-o permanecer salutar.
A Constituição da Organização Mundial da Saúde estabelece que o gozo do melhor estado
de saúde é um direito fundamental de todos os seres humanos, sejam quais forem suas
raças, religiões, opiniões políticas, condições econômicas e sociais, e que saúde é o estado
de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doenças.
Vários são os fatores diretos ou indiretos, que influenciam na saúde das pessoas, tais como
iluminação e ventilação adequadas, habitação, fadiga, alimentação, ignorância, Educação,
analfabetismo, promiscuidade, alcoolismo, drogas, etc.
Saúde Pública é a arte de promover e recuperar a saúde, orientando não apenas a pessoa
doente mais também o homem são, além de investigar as causas que existem no meio que
o rodeiam. Saúde pública é acima de tudo uma medicina preventiva e tem como aliado
principal o saneamento básico, o qual envolve a educação sanitária.
As doenças oriundas da falta de saneamento básico são decorrentes tanto da quantidade
como da qualidade das águas de abastecimento, do afastamento e destinação adequada
dos esgotos sanitários, do afastamento e destinação adequada dos resíduos sólidos, da
ausência de uma drenagem adequada para as água pluviais e principalmente pela falta de
uma educação sanitária.
Para o engenheiro sanitarista é conveniente classificar as doenças infecciosas em
Categorias relacionando-as com o ambiente em que são transmitidas, desse modo:
Doenças infecciosas relacionadas com a água
Doenças infecciosas relacionadas com excretas ( esgostos)
Doenças infecciosas relacionadas com o lixo
Doenças infecciosas relacionadas com a habitação.
1. DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM A ÁGUA
Dos muitos usos que a água pode ter alguns estão relacionados, direta ou indiretamente,
com a saúde humana como água para beber, para asseio corporal, para a higiene do
ambiente, preparo dos alimentos, para a rega, etc. Na relação água/saúde influenciam
tanto a qualidade quanto a quantidade da água.
As doenças infecciosas relacionadas com a água podem ser causadas por agentes
microbianos e agentes químicos e de acordo com o mecanismo de transmissão destas
doenças podem ser classificadas em quatro grupos:
1o. GRUPO: Doenças cujos agentes infecciosos são transportados pela água e que
são adquiridos pela injestão de água ou alimento contaminados por organismos
patogênicos, como por exemplo:
Cólera ( agente etmológico: Vibrio Choleras)
Febre tifóide (agente etmológico: Salmonella Typhi) Disenteria bacilar (agente
etmológico: Shigella Spp)
Hepatite infecciosa (agente etmológico: Vírus), etc.
MEDIDAS DE CONTROLE:
Tratamento adequado das águas de abastecimento (medida de engenharia – ETA)
Desinfecção caseira de água: Fervura: ferver durante 15 minutos e depois aerar. Iodo:
2 gotas de solução iodo (7%) em 1 litro d’água. Cloro: 1 gota de água sanitária (2%) em
1 litro d’água.
Evitar ingestão de água de fonte desconhecida.
2o. GRUPO: Doenças adquiridas pela escassez de água para a higiene. Estudos realizados
em várias comunidades comprovaram que a quantidade de água é mais importante que a
qualidade. Quando se aumentou o volume de água utilizado pela comunidade verificou-
se uma diminuição na incidência de certas doenças do trato intestinal porém a diminuição
não foi significativa quando se melhorou a qualidade. A falta de água afeta diretamente
a higiene pessoal e doméstica propiciando principalmente a disseminação de doenças
tais como:
Diarréias, responsáveis por grande parte da mortalidade infantil Infecções de pele e
olhos: sarnas, fungos de pele, tracoma (infecção nos olhos), etc.
Infecções causadas por piolhos, como a febre tifo.
MEDIDAS DE CONTROLE:
Fornecer água a população em quantidade suficiente para uma adequada higiene pessoal.
Caso não haja sistema público de abastecimento, como no caso de zonas rurais, deve-se
utilizar água subterrâneas ou águas meteóricas.
Águas subterrâneas: Poços profundos ou artesianos
Poços rasos
Fontes
ou freáticos
Águas meteóricas: Cisternas aproveitando as águas que caem sobre os telhados.
3 GRUPO: Doenças adquiridas pelo contato com a água que contém hospedeiros
aquáticos. São aqueles em que o patogênico passa parte do seu ciclo de vida na água,
em um hospedeiro aquático (caramujo, crustáceo, etc.) Um exemplo clássico é a
ESQUISTOSSOMOSE, em que, a água poluída com excretas e que contém caramujos
aquáticos, proporciona o desenvolvimento dos vermes de SHISTOSOMA no interior
dos caramujos. Depois os vermes são liberados na água na forma infectiva (cercarias).
O homem é infectado através da pele, quando entra em contato com a água
contaminada. Outras doenças deste grupo são contraídas pela ingestão de peixe mal
cozidos e crustáceos contaminados.
MEDIDAS DE CONTROLE:
Evitar o contato com água contaminada
Controlar a população de caramujos
Evitar a contaminação das águas superficiais através do tratamento adequado das exCretas
bem com sua disposição final
4 GRUPO: Doenças transmitidas por insetos vetores relacionados com água.
São aquelas adquiridas através de picadas de insetos infectados que se reproduzem
na água ou vivem próximos a reservatórios de água (mananciais, água estagnadas,
córregos, etc.), como por exemplo:
Malária (vírus) transmitida por mosquitos do gênero Anopheles Febre amarela e dengue
(vírus) transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que se reproduzem em água limpa
como, por exemplo, latas d’água, pneus com água, etc. Doenças do sono (causa sono
mortal) que é transmitida pela mosca “tsetse” (Glossino longipennis) que se reproduz e
vive nas vegetações das margens de córregos, picando as pessoas que vivem em áreas
próximas. Oncocercose (causa cegueira), transmitida pela mosca (Simulium) que põe seus
ovos em córregos de fluxos rápidos e bem aerados.
MEDIDAS DE CONTROLE:
Eliminação dos locais de reprodução dos insentos através de drenagem
Proteção das habitações através de telas contra insetos
Fornecimento de água a população para evitar visitas a córregos
2. DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM EXCRETAS (ESGOTOS)
Exemplo de esgoto lançado diretamente no curso d’água.
Ele é coletado, porém, não recebe o devido tratamento. Exemplo de falta de
saneamento básico
São aquelas causadas por patogênicos (vírus, bactérias, protozoários e helmintos)
existentes em excretas humanas, normalmente nas fezes.
Muitas doenças relacionadas com as excretas também estão relacionadas a água.
Podem ser transmitidas de várias formas como, por exemplo:
Contato de pessoa a pessoa. Ex.: poliomielite, hepatite A Ingestão de alimento e água
contaminada com material fecal. Ex.:salmonelose, cóleRa, febre tifoide, etc. Penetração
de alimentos existentes no solo através da sola dos pés. Ex.: áscaris lumbricoides,
ancislotomíase (amarelão), etc.
Ingestão de carne de boi e porco contaminada. Ex.: Taeníase.
Transmissão através de insetos vetores que se reproduzem em locais onde há fezes
expostas ou águas altamente poluídas (tanques sépticos, latrinas, etc.) Ex.: filariose,
causada por vermes nematóides do gênero Filária que se desenvolvem no organismo dos
mosquitos transmissores que pertencem ao gênero Culex. Estes mosquitos se reproduzem
em águas poluídas, lagos e mangues. A presença desses mosquitos está associada a falta
de sistemas de drenagem e a carência de disposição adequada dos esgotos.
MEDIDAS DE CONTROLE:
Escolhas de métodos adequados para coleta, tratamento, disposição final e reutilização
(irrigação) dos efluentes
Disposição de sanitários nas habitações
Identificação e controle dos locais de multiplicação de insetos vetores relacionados com
excretas
Fornecimento de água em quantidades e qualidade adequada para a população Inspeção
dos alimentos.
3. DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM O LIXO
Os resíduos sólidos (lixo) quando mal dispostos. Proporcionam a proliferação de moscas,
as quais são responsáveis pela transmissão de uma infinidade de doenças infecciosas
(amebíase, salmonelose, etc.)
O lixo serve ainda com o criadouro e esconderijo de ratos que também são
transmissores de doenças como: peste bubônica, leptospirose (transmitidas pela urina
do rato) e febres (devido a mordida do rato). O lixo também favorece a proliferação de
mosquitos que se desenvolvem em água acumulada em latas e outros recipientes abertos
comumente encontrados nos monturos. O homem pode ainda contaminar-se pelo contato
direto ou indireto através da água por ele contaminada (Chorume).
MEDIDAS DE CONTROLE:
Acondicionamento adequado na fonte de produção, o qual deve ser mantido tampado para
evitar ratos e insetos
Sistema de coleta de lixo eficiente
Adequada disposição final de lixo (aterros sanitários, compostagem, incineração, etc.)
4. DOENÇAS INFECCIOSAS RELACIONADAS COM HABITAÇÃO
As interações entre habitação e saúde humana são numerosas, destacando-se alguns
aspectos:
Localização das habitações: pode Ter grande efeito sobre a saúde de seus moradores.
As
habitações devem ser localizadas longe dos focos de vetores de doenças tais
como: depósitos de lixo, águas estagnadas, etc. Assim doenças como malária e dengue
podem ser controladas.
Instalações hidro-sanitárias: o projeto das habitações deve prever a existência de
instalações hidro-sanitárias de modo que se tenha suprimento de água e afastamento dos
esgotos satisfatoriamente. As instalações hidro-sanitárias devem proporcionar adequada
higiene pessoal e doméstica. Deste modo doenças como giardiases, desinterias, diarréias,
etc. podem ser evitadas.
Proteção contra doenças infecciosas transmitidas através do ar: As habitações
devem
ser projetadas de maneira tal que proporcionem adequada ventilação, temperatura e
umidade do ar. Pode-se, desta forma, evitar a transmissão de doenças cujos agentes
de doenças são transportados pelo ar como por exemplo: menigite, sarampo, difteria,
doenças respiratórias,etc.
Proteção contra a instalação de vetores de doenças: neste caso estão as doenças
transmitidas pelos ratos, moscas, baratos, barbeiros,etc. Um exemplo clássico é a doença
de chagas transmitidas pelo barbeiro. Este insento procura se alojar nas fendas das paredes
das habitações de taipa e a noite, ao alimentar-se do sangue humano, defeca infectando a
pessoa. A doença de Chagas tem maior incidência em populações rurais de baixa renda,
onde são comuns habitações de taipa mal conservadas.
Fonte: www.pet.ufal.br
Saneamento Básico O que é Saneamento Básico
Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as condições do
meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde, melhorar a
qualidade de vida da população e à produtividade do indivíduo e facilitar a atividade
econômica.
No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição e definido
pela Lei nº. 11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e instalações
operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem
urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.
Um dos princípios da Lei nº. 11.445/2007 é a universalização dos serviços de saneamento
básico, para que todos tenham acesso ao abastecimento de água de qualidade e em
quantidade suficientes às suas necessidades, à coleta e tratamento adequado do esgoto e
do lixo, e ao manejo correto das águas das chuvas.
A lei nº. 11.445/2007 estabelece a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico
como instrumento de planejamento para a prestação dos serviços públicos de saneamento
básico, e ainda determina os princípios dessa prestação de serviços; as obrigações do
titular, as condições para delegação dos serviços, as regras para as relações entre o titular
e os prestadores de serviços, e as condições para a retomada dos serviços. Ainda trata da
prestação regionalizada; institui a obrigatoriedade de planejar e regular os serviços;
abrange os aspectos econômicos, sociais e técnicos da prestação dos serviços, assim como
institui a participação e o controle social.
Resíduos flutuantes que são descartados inapropriadamete nas ruas e chegam até
os cursos d’água
Política de saneamento básico
A lei 11.445/07 também estabelece diretrizes para a Política Federal de Saneamento,
determinando que a União elabore o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB)
e a partir disso, oriente as ações e investimentos do Governo Federal.
Entretanto, para ter acesso a esses recursos todos os municípios devem elaborar seus
planos municipais definindo seus horizontes de universalização da prestação de serviços.
Além disso, os municípios, como titulares, têm a obrigação de:
1) Decidir sobre a forma de prestação dos serviços (direta ou delegada) e os
procedimentos de sua atuação. 2) Adotar parâmetros para a garantia do atendimento
essencial à saúde pública, quanto à quantidade, regularidade e qualidade da água potável.
3) Definir o órgão responsável pela sua regulação e fiscalização. 4) Fixar os direitos e
deveres dos usuários.
5) Estabelecer os mecanismos de participação e controle
social.
6) Construir um sistema de informações sobre os serviços
7) Definir casos e condições, previstos em lei e nos contratos, para intervenção e
retomada
da prestação dos serviços.
8) Definir as condições para a prestação dos serviços, envolvendo a sua
sustentabilidade e viabilidade técnica, econômica e financeira.
9) Definir o sistema de cobrança, composição de taxas e tarifas e política de
subsídios
Plano de Saneamento Básico
Saneamento Básico
O plano de saneamento básico é o instrumento indispensável da política pública de
saneamento e obrigatório para a contratação ou concessão desses serviços.
A política e o plano devem ser elaborados pelos municípios individualmente ou
organizados em consórcio, e essa responsabilidade não pode ser delegada. O Plano, a ser
revisado a cada quatro anos, deve ter os objetivos e metas nacionais e regionalizadas e
ainda os programas e ações para o alcance dessas metas.
Ele deve expressar o compromisso coletivo da sociedade em relação à forma de construir
o saneamento. Deve partir da análise da realidade e traçar os objetivos e estratégias para
transformá-la positivamente e, assim, definir como cada segmento irá se comportar para
atingir as metas traçadas.
Ele é formulado sob a coordenação do poder público, com a participação de todos que
atuam no saneamento num determinado território e pela sua população, independente dela
ter acesso ou não ao serviço.
É grande a interdependência das ações de saneamento com as de saúde, habitação, meio
ambiente, recursos hídricos e outras. Por isso, os planos, os programas e as ações nestes
temas devem ser compatíveis com o Plano Diretor do município e com planos das bacias
hidrográficas em que estão inseridos.
O papel de cada um
A Constituição determina como competência comum da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios a promoção de programas de melhoria das condições de
saneamento básico. Assim essas responsabilidades são compartilhadas entre as três
esferas de governo, sendo necessária e desejável a ação conjunta para que os serviços
atendam a toda a população.
Governo federal
A União institui as políticas nacionais e é responsável por garantir a maior parte dos
investimentos em saneamento básico, por meio de recursos do Orçamento Geral da União
(OGU), do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT).
Vários ministérios atuam no saneamento de forma coordenada com uma divisão de
responsabilidades:
1) Ministério das Cidades apóia os municípios com mais de 50 mil habitantes, os
integrantes de regiões metropolitanas e as regiões integradas de desenvolvimento. 2)
Ministério da Saúde define os padrões de qualidade da água para consumo humano e, por
meio da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) é responsável pela assistência aos
municípios com população de até 50 mil habitantes, aos assentamentos rurais, às áreas
indígenas, quilombolas e de outras populações tradicionais.
3) Ministério do Meio Ambiente coordena o Programa Nacional de Resíduos
Sólidos Urbanos e, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA), atua na gestão do
uso das águas.
4) Ministério da Integração Nacional atua principalmente na região do semiárido e
nas
bacias dos rios São Francisco e Parnaíba, em programas que visam aumentar a oferta de
água para os seus diversos usos, em especial, para o consumo humano. 5) Ministério do
Desenvolvimento Social coordena o programa para instalação de um
milhão de cisternas no semiárido.
6) Ministério do Trabalho coordena o programa de cooperativas de catadores de
materiais recicláveis.
7) Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES) são os principais agentes financeiros e responsáveis pela execução dos
programas, repassando recursos e acompanhando as ações contratadas.
Governos estaduais
Os estados atuam predominantemente na prestação dos serviços de abastecimento de água
e coleta e tratamento dos esgotos gerados, por meio de suas companhias.
Governos municipais
As prefeituras são as responsáveis pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento
Básico e pelo envolver a comunidade em sua discussão. O plano municipal é essencial na
regulamentação da concessão dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento
de esgotos sanitários, e na elaboração de diagnósticos que ajudam os municípios na
obtenção de empréstimos para obras de saneamento junto ao governo federal e
instituições financeiras.
Prestadores de serviços
Podem ser públicos ou privados. Muitos municípios delegam os serviços de água e esgoto
às companhias estaduais, outros prestam os serviços diretamente por meio de autarquias,
empresas e departamentos de secretarias municipais. Outros concedem a prestação ou
fazem Parcerias Público Privada (PPP) segmento privado. E existem, ainda, as gestões
associadas ou consórcios públicos, criados por vários municípios.
Outros atores
Atuam também na área de saneamento, os órgãos e entidades reguladoras, sejam
estaduais, municipais ou interfederativos, quando assim instituído por um consórcio
público. O Ministério Público participa na articulação com o órgão de defesa do
consumidor e do meio ambiente.
E ainda os Comitês de Bacia Hidrográfica, que é um órgão colegiado da gestão de recursos
hídricos, com atribuições de caráter normativo, consultivo e deliberativo. Os Comitês
devem integrar as ações de todos os Governos, seja no âmbito dos Municípios, do Estado
ou da União; fomentar o respeito aos ecossistemas; promover a conservação e
recuperação dos corpos d’água e garantir a utilização racional e sustentável dos recursos
hídricos.
Sociedade
O controle social é um conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à
sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de
formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços
públicos de saneamento básico.
O ConCidades recomenda a criação de Conselhos Municipais e Estaduais das Cidades
para fiscalizar e monitorar a prestação dos serviços de saneamento.
Esses fóruns permanentes de discussão são muito importantes para estimularem o debate,
de forma integrada, das políticas de desenvolvimento urbano, habitação, saneamento,
meio ambiente, transporte e mobilidade urbana, regularização fundiária, dentre outras. E
fortalecem a participação da sociedade.
Fonte: www.tratabrasil.org.br
Saneamento Básico
Saneamento é o conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do
meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde.
Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água e disposição de esgotos, mas
há quem inclua o lixo nesta categoria.
Outras atividades de saneamento são: controle de animais e insetos, saneamento de
alimentos, escolas, locais de trabalho e de lazer e habitações.
Normalmente qualquer atividade de saneamento tem os seguintes objetivos: controle
e prevenção de doenças, melhoria da qualidade de vida da população, melhorar a
produtividade do indivíduo e facilitar a atividade econômica.
Abastecimento de água
A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada
como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem substâncias que
modificam estes padrões ela é considerada poluída.
As substâncias que indicam poluição por matéria orgânica são:compostos
nitrogenados, oxigênio consumido e cloretos.
Para o abastecimento de água, a melhor saída é a solução coletiva, excetuando-se
comunidades rurais muito afastadas.
As partes do Sistema Público de Água são:
suas limitações, por isso não é possível tratar água de esgoto para torná-la potável. Os
métodos vão desde a simples fervura até correção de dureza e corrosão. As estações de
tratamento se utilizam de várias fases de decantação e filtração, além de cloração. Sistema
de esgotos
Sistema de esgotos
Despejos são compostos de materiais rejeitados ou eliminados devido à atividade normal
de uma comunidade.
O sistema de esgotos existe para afastar a possibilidade de contato de despejos, esgoto e
dejetos humanos com a população, águas de abastecimento, vetores de doenças e
alimentos. O sistema de esgotos ajuda a reduzir despesas com o tratamento tanto da água
de abastecimento quanto das doenças provocadas pelo contato humano com os dejetos,
além de controlar a poluição das praias.
O esgoto (também chamado de águas servidas) pode ser de vários tipos: sanitário
(água usada para fins higiênicos e industriais), sépticos (em fase de putrefação), pluviais
(águas pluviais), combinado (sanitário + pluvial), cru (sem tratamento), fresco (recente,
ainda com oxigênio livre).
Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não água encanada.
Existem três tipos de sistemas de esgotos:
Manancial
Captação
Adução
Tratamento
Reservação
Reservatório de montante ou de jusante
Distribuição
As redes de ab astecimento funcionam sob o princípio dos vasos comunicantes.
A água necessita de tratamento para se adequar ao consumo. Mas todos os métodos têm
Sistema unitário: é a coleta do esgotos pluviais, domésticos e industriais em um único
coletor. Tem custo de implantação elevado, assim como o tratamento também é caro.
Sistema separador: o esgoto doméstico e industrial ficam separados do esgoto pluvial.
É o usado no Brasil. O custo de implantação é menor, pois as águas pluviais não são tão
prejudiciais quanto o esgoto doméstico, que tem prioridade por necessitar tratamento.
Assim como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário sem
tratamento especial prévio.
Sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais. A
contribuição domiciliar para o esgoto está diretamente relacionada com o consumo de
água.
As diferenças entre água e esgoto é a quantidade de microorganismos no último, que é
tremendamente maior. O esgoto não precisa ser tratado, depende das condições locais,
desde que estas permitam a oxidação. Quando isso não é possível, ele é tratado em uma
Estação de Tratamento. Também existe o processo das lagoas de oxidação.
Disposição do Lixo
O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é constituído
de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis.
O problema do lixo tem objetivo comum a outras medidas, mais uma de ordem
psicológica: o efeito da limpeza da comunidade sobre o povo. O lixo tem que ser bem
acondicionado para facilitar sua remoção. Às vezes, a parte orgânica do lixo é triturada e
jogada na rede de esgoto. Se isso facilita a remoção do lixo e sua possível coleta seletiva,
também representa mais uma carga para o sistema de esgotos. Enquanto a parte inorgânica
do lixo vai para a possível reciclagem, a orgânica pode ir para a alimentação dos porcos.
O sistema de coleta tem que ter periodicidade regular, intervalos curtos, e a coleta noturna
ainda é a melhor, apesar dos ruídos.
O lixo pode ser lançado em rios, mares ou a céu aberto, enterrado, ir para um aterro
sanitário (o mais indicado) ou incinerado. Também pode ter suas graxas e gorduras
recuperadas, ser fermentado ou passar pelo processo Indore.
Saneamento e Poluição
A contaminação do ambiente a partir dos poluentes gerados pelo desenvolvimento
industrial e a superpopulação vem sendo considerada, nos últimos anos, um dos
problemas mais críticos e merecedor de estudo, principalmente quanto à degradação
ambiental que provoca vazamentos em ductos e tanques, falhas no processo industrial,
problemas no tratamento de efluentes, disposição inadequada de resíduos e acidentes no
transporte de substâncias químicas. Estas são as principais causas de contaminação do
solo e das águas superficiais e subterrâneas, com conseqüente degradação das
comunidades biológicas envolvidas.
São inúmeras as variáveis envolvidas no processo de recuperação, a começar pela
multiplicidade de produtos químicos e matérias químicas hoje manipuladas pelas
indústrias. Somando-se a isto, cada local poluído tem suas peculiaridades físicas e
biológicas com numerosas variáveis a serem consideradas.
As etapas para o diagnóstico de áreas degradadas por poluição são as seguintes:
Identificação e caracterização das fontes de poluição
Histórico da contaminação
Caracterização dos poluentes
Avaliação da extensão da área contaminada
Caracterização regional
Caracterização do local contaminado
Cálculo do estoque de poluentes
Com base nas características do poluente e do ambiente contaminado, é possível
estabelecer procedimentos básicos de recuperação:
1.Controle das fontes de poluição:
Reparos nas estruturas avariadas, contenção e recolhimento dos poluentes (no caso de
acidentes)
Substituição do processo industrial (tecnologias limpas)
Aumento da eficiência do processo industrial
Substituição de matérias-primas
Retenção de efluentes
Tratamento de efluentes e resíduos: processos químicos, físicos e biológicos
2.Contenção dos poluentes:
Construção de barreiras físicas em corpos de água ou solo
Aplicação de produtos absorventes
3.Recolhimento dos poluentes:
Sucção e bombeamento de contaminantes líquidos
Aplicação de produtos adsorventes
Remoção do solo ou vegetação contaminada
4.Tratamentos convencionais:
Disposição de resíduos em áreas adequadas
Incineração de resíduos orgânicos
Tratamento de efluentes líquidos em biodigestores, lagoas, filtros
5.Isolamento da área contaminada:
Impedir o acesso ao local contaminado
Confinamento do solo e águas contaminadas por barreiras físicas
Cobertura do solo para evitar lixiviação ou volatilização do contaminante
6.Adaptar o uso do local:
Após o isolamento da área com produtos tóxicos, é possível destiná-la a um uso
compatível como estacionamentos ou áreas verdes com acesso restrito
Nos casos de contaminação atmosférica, utilizar espécies de plantas resistentes para a
recuperação
7.Tratamento “in situ”:
Cada caso de contaminação tem suas peculiaridades devido às características do poluente
e do ambiente afetado.
As condições em que ocorreu a poluição também diferenciam cada caso.
Fonte: ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Saneamento Básico
1. INTRODUÇÃO
1.1 Definição
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saneamento é o controle de todos os
fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o
bem estar físico, mental e social. De outra forma, pode-se dizer que saneamento
caracteriza o conjunto de ações socio-econômicas que têm por objetivo alcançar
Salubridade Ambiental.
A oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infra-estrutura física
e uma estrutura educacional, legal e institucional, que abrange os seguintes serviços:
Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de
sua saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto
Coleta, tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de
águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola
Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos (incluindo
os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e
pública)
Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos
e inundações
Controle de vetores de doenças transmissíveis (insetos, roedores, moluscos, etc.)
Saneamento dos alimentos
Saneamento dos meios transportes Saneamento e planejamento territorial
Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação e de recreação e dos
hospitais; e
Controle da poluição ambiental – água, ar e solo, acústica e visual.
O saneamento básico se restringe:
Abastecimento de água às populações, com a qualidade compatível com a proteção de sua
saúde e em quantidade suficiente para a garantia de condições básicas de conforto Coleta,
tratamento e disposição ambientalmente adequada e sanitariamente segura de águas
residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícola
Acondicionamento, coleta, transporte e/ou destino final dos resíduos sólidos (incluindo
os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e
pública); e
Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações.
Outras definições:
Salubridade ambiental
É o estado de higidez (estado de saúde normal) em que vive a população urbana e rural,
tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de
endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial
de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou
ambiente) favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar.
Meio ambiente
A Lei nº 6.938, de 31/8/1981, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulação e aplicação no Brasil, define: Meio ambiente é
o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.
1.2 Abordagem histórica
A importância do saneamento e sua associação à saúde humana remonta às mais antigas
culturas. O saneamento desenvolveu-se de acordo com a evolução das diversas
civilizações, ora retrocedendo com a queda das mesmas, ora renascendo com o
aparecimento de outras.
Os poucos meios de comunicação do passado podem serresponsabilizados, em grande
parte, pela descontinuidade da evolução dos processos de saneamento e retrocessos
havidos. Conquistas alcançadas em épocas remotas ficaram esquecidas durante séculos
porque não chegaram a fazer parte do saber do povo em geral, uma vez que seu
conhecimento era privilégio de poucos homens de maior cultura. Por exemplo, foram
encontradas ruínas de uma civilização na Índia que se desenvolveu a cerca de 4.000 anos,
onde foram encontrados banheiros, redes de esgoto nas construções e drenagem nas ruas.
O antigo testamento da Bíblia apresenta diversas abordagens vinculadas às práticas
sanitárias do povo judeu como, por exemplo, o uso da água para limpeza de roupas sujas
que favoreciam o aparecimento de doenças (escabiose). Desta forma os poços para
abastecimento eram mantidos tampados, limpos e longe de possíveis fontes de poluição.
Existem relatos do ano 2000 a.C., de tradições médicas, na Índia, recomendando que a
água impura devia ser purificada pela fervura sobre um fogo, pelo aquecimento no sol,
mergulhando um ferro em brasa dentro dela ou podia ainda ser purificada por filtração
em areia ou cascalho, e então resfriada.
Das práticas sanitárias coletivas mais marcantes na antigüidade destacam-se a construção
de aquedutos, banhos públicos, termas e esgotos romanos, tendo como símbolo histórico
a conhecida Cloaca Máxima de Roma. Havia em Roma nove aquedutos para
abastecimento, com extensão que variavam de 16 a 80 km e seção transversal de 0,65 a
4,65 m2. Alguns autores estimaram a capacidade total de todos estes aquedutos e
chegaram a uma vazão , suficiente hoje para abastecer uma cidade de 600.000 habitantes,
admitindo-se uma demanda per capta de aproximadamente 300
Entretanto, a falta de difusão dos conhecimentos de saneamento levou os povos a um
retrocesso, originando o pouco uso da água durante a Idade Média, quando o consumo
per capita de certas cidades européias chegou a 1 L por habitante por dia. Nessa época,
houve uma queda nas conquistas sanitárias e consequentemente sucessivas epidemias. O
quadro característico desse período é o lançamento de dejetos na rua. Nessa ocasião, a
construção de aquedutos pelos mouros, o reparo do aqueduto de Sevilha em 1235, a
construção de aqueduto de Londres com o emprego de alvenaria e chumbo e, em 1183, o
abastecimento inicial de água em Paris, são obras que podem ser citadas.
Somente no século passado é que se começou a dispensar maior atenção à proteção da
qualidade de água, desde sua captação até sua entrega ao consumidor.
Essa preocupação se baseou nas descobertas que foram realizadas a partir de então,
quando diversos cientistas mostraram que havia uma relação entre a água e a transmissão
de muitas doenças causadas por agentes físicos, químicos e biológicos.
Ainda nos dias de hoje, mesmo com os diversos meios de comunicação existentes,
verifica-se a falta de divulgação desses conhecimentos. Em áreas rurais a população
consome recursos para construir suas casas sem incluir as facilidades sanitárias
indispensáveis, como poço protegido, fossa séptica, etc. Assim sendo, o processo saúde
versus doença não deve ser entendido como uma questão puramente individual e sim
como um problema coletivo.
No Brasil, pesquisas realizadas no início dos anos 90 pela Associação Brasileira de
Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) possibilitam uma visualização do quadro sanitário do país,
evidenciando as condições precárias a que está exposta grande parte da população
brasileira.
.
Em 1991, o Brasil possuía uma população de 152,3 milhões de habitantes, sendo que 77%
destes viviam em áreas urbanas e apenas 23% em áreas rurais.
Do total da população brasileira, menos de 70% dos habitantes eram atendidos por
sistemas coletivos de abastecimento de água. Atualmente (2004), estatísticas do
Ministério da Saúde revelam que cerca de 90% da população urbana brasileira é atendida
com água potável. O déficit, ainda existente, está localizado, basicamente, nos bolsões de
pobreza, ou seja, nas favelas, nas periferias das cidades, na zona rural e no interior.
Problemas recorrentes nos sistemas são devidos ao não cumprimento dos padrões de
potabilidade pela água distribuída e a ocorrência de intermitência no abastecimento,
comprometendo a quantidade e a qualidade da água distribuída à população. Além disso,
o índice de perda é muito elevado principalmente em função de vazamentos e
desperdícios.
Com relação ao esgotamento sanitário, os dados são ainda mais impressionantes, uma vez
que, em 1995, apenas 30% da população brasileira era atendida por redes coletoras. Neste
mesmo período, o volume de esgoto tratado era extremamente baixo, com apenas 8% dos
municípios apresentando unidades de tratamento.
Mesmo nessas situações, em geral as estações de tratamento atendiam apenas uma parcela
da população, as eficiências eram reduzidas e problemas operacionais eram bastantes
freqüentes. Estatísticas atuais (2004) do Ministério da Saúde apresentam um número da
ordem de 60% da população sendo atendida por redes coletoras de esgoto. As deficiências
na coleta e a disposição inadequada do lixo, que é lançado a céu aberto na maioria das
cidades, caracterizavam, 1995, um outro grande problema ambiental e de saúde pública.
Além disso, em geral no Brasil, carências graves podem ser verificadas na área de
drenagem urbana, submetendo diversos municípios a periódicas enchentes e inundações,
além de problemas na área de controle de vetores, os quais vem provocando a ocorrências
freqüentes de endemias como o dengue, a leptospirose e a leishmaniose.
1.3 Saúde e saneamento
Sanear quer dizer tornar são, sadio, saudável. Pode-se concluir, portanto, que Saneamento
equivale a saúde. Entretanto, a saúde que o Saneamento proporciona difere daquela que
se procura nos hospitais e nas chamadas casas de saúde. É que para esses estabelecimentos
são encaminhadas as pessoas que já estão efetivamente doentes ou, no mínimo, presumem
que estejam. Ao contrário, o Saneamento promove a saúde pública preventiva, reduzindo
a necessidade de procura aos hospitais e postos de saúde, porque elimina a chance de
contágio por diversas moléstias. Isto significa dizer que, onde há Saneamento, são
maiores as possibilidades de uma vida mais saudável e os índices de mortalidade –
principalmente infantil – permanecem nos mais baixos patamares.
O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações
de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte-se do pressuposto de que um dos mais
importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais.
O conceito de saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e
social, não restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações
de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores
determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o
elemento principal da propostas da Organização Mundial de Saúde e da Organização
PanAmericana de Saúde (Opas).
A utilização do saneamento como instrumento de promoção da saúde pressupõe a
superação dos entraves tecnológicos políticos e gerenciais que têm dificultado a extensão
dos benefícios aos residentes em áreas rurais, municípios e localidades de pequeno porte.
A maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão
intrinsecamente relacionados com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarréia que,
com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais aflige a
humanidade (causa de 30% das mortes de crianças com menos de um ano de idade). Entre
as causas dessa doença destacam-se as condições inadequadas de saneamento.
Mais de um bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a habitação segura e a serviços
básicos, embora todo ser humano tenha direito a uma vida saudável e produtiva, em
harmonia com a natureza. No Brasil as doenças resultantes da falta ou de um inadequado
sistema de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro
epidemiológico.
Investir em saneamento é a única forma de se reverter o quadro existente. Dados
divulgados pelo Ministério da Saúde afirmam que para cada R$1,00 investido no setor de
saneamento, economiza-se R$ 4,00 na área de medicina curativa. Entretanto, é preciso
que se veja o outro lado da moeda, pois o homem não pode ver a natureza como uma
fonte inesgotável de recursos, que pode ser depredada em ritmo ascendente para bancar
necessidades de consumo que poderiam ser atendidas de maneira racional, evitando a
devastação da fauna, da flora, da água e de fontes preciosas de matérias-primas.
Pode-se construir um mundo em que o homem aprenda a conviver com seu hábitat numa
relação harmônica e equilibrada, que permita garantir alimentos a todos sem transformar
as áreas agricultáveis em futuros desertos. Para isso, é necessário que se construa um novo
modelo de desenvolvimento em que se harmonizem a melhoria da qualidade de vida das
suas populações, a preservação do meio ambiente e a busca de soluções criativas para
atender aos anseios de seus cidadãos de ter acesso a certos confortos da sociedade
moderna.
Fonte: www.ufrrj.br
Saneamento Básico
Perfil do saneamento básico no Brasil
As políticas públicas de saneamento básico, sobretudo as voltadas à implantação e
ampliação de redes coletoras de esgotos, não conseguiram, na última década, acompanhar
o crescimento demográfico da população brasileira nas áreas urbanas.
A falta de sistemas de esgotamento sanitário atinge quase metade (44,8%) dos municípios
brasileiros. A Região Norte é a que apresenta a situação mais grave.
Apenas 3,5% dos domicílios de 13% dos municípios da região têm acesso à rede coletora
de esgoto.
A informação faz parte do Atlas do Saneamento 2011 do Instituto de Geografia e
Estatística (IBGE) divulgado, nesta quarta-feira (19/10), com base na Pesquisa Nacional
de Saneamento Básico de 2008. A pesquisa aponta que, dos serviços de saneamento, o
esgotamento sanitário é o que apresenta menor abrangência municipal. Em 2008, 68,8%
do esgoto coletado no país recebeu tratamento. Essa quantidade, porém , foi processada
por apenas 28,5% dos municípios brasileiros, confirmando acentuadas diferenças
regionais. Enquanto 78,4% das cidades paulistas ofertam sistemas de coleta e tratamento
de esgotos à população, no Maranhão esse percentual é só 1,4%.
São Paulo é o único estado em que quase todos os municípios aparecem providos de rede
coletora de esgoto, com exceção de Itapura (no noroeste do estado).
Acre, Amazonas, Alagoas, Minas Gerais e Rio Grande do Sul apresentam taxa inferior a
50% de municípios assistidos.
A maioria dos municípios sem sistema está em áreas rurais e tem população dispersa,
menos de 80 habitantes por quilômetro quadrado. Nesses locais, os dejetos são jogados
em fossas sépticas, valas a céu aberto, fossas rudimentares ou diretamente em rios, lagoas,
riachos ou no mar.
Quase todas as cidades brasileiras têm rede de água
Embora o serviço de abastecimento de água já beneficie quase todas as cidades brasileiras
(99,4%), quase um quarto (23%) delas ainda sofre com racionamento. Em 41% dos
municípios que contam com rede de distribuição, o desabastecimento dura o ano todo,
motivado, principalmente (66%), por secas ou estiagem.
Os dados também revelam desigualdades em termos de abastecimento entre as regiões.
Em 2008, dos 5.564 municípios do país, 33, concentrados no Norte e no Nordeste, ainda
não dispunham de redes gerais abastecimento de água, sendo 11 na Paraíba.
A pesquisa aponta que esse número vem diminuindo ao longo dos anos: de 4,1% em
1998 para 0,6% em 2008.
Ainda segundo o IBGE, em 46,8% dos municípios, o abastecimento de água por rede
geral é de responsabilidade de sociedades de economia mista. Em 249, entidades privadas
prestam o serviço.
O documento também traz informações sobre o volume diário de água distribuída per
capita no país, que segundo o IBGE, é “um bom indicador da eficiência do serviço de
abastecimento por rede geral”. Em 2008, esse volume foi 0,32 metros cúbicos (m³), o que
corresponde ao consumo diário de 320 litros por pessoa, um aumento de 0,12 m³ no
volume médio do país em relação a 1989. A Região Sudeste foi a que registrou a maior
elevação, com a distribuição média diária de 0,45 m³ per capita em 2008.
Desperdício de água tratada pode chegar a 50% nas grandes cidades
Por causa de vazamentos, grande volume de água se perde no Brasil entre a captação e a
torneira do consumidor, principalmente nas grandes cidades. De acordo com dados do
Atlas do Saneamento 2011, seis em cada dez municípios com mais de 100 mil habitantes
apresentam perdas entre 20% e 50% do volume de água captada. Nas cidades com
população inferior, a perda fica em torno de 20%.
Segundo Daniela dos Santos Barreto, uma das pesquisadoras do projeto, esse é um
problema grave que pode ser ainda maior. “Em tempos de escassez de água, essas perdas
são um problema sério, causadas por vários fatores como insuficiência do sistema, redes
antigas e sem manutenção adequada, além de furtos de água. Com tudo isso, o volume
que se perde é até difícil de ser mensurado pelas operadoras e pode ser ainda maior.
O Atlas revela, ainda, que a água fornecida à população brasileira pela rede geral é obtida,
sobretudo, pela captação em poços profundos – como ocorre em 64,1% dos municípios
brasileiros – e pela captação superficial (56,7%). A água também pode ser obtida por meio
de captação em poço raso ou via adutora de água bruta ou adutora de água tratada
provenientes de outro distrito ou município.
Em 2008, em todas as regiões do país, a água disponibilizada à população por meio de
rede geral recebeu algum tipo de tratamento. Na Região Norte, entretanto, o avanço
alcançado no percentual de água tratada distribuída à população, que passou de 67,6%,
em 2000, para 74,3%, em 2008, não foi suficiente para que a região se aproximasse dos
índices nacionais porque a quantidade de água que não recebe nenhum tipo de tratamento,
25,6% de toda a água distribuída à população, ainda permanece bem acima dos 7,1% que
representam a média nacional.
Nas demais regiões, mais de 90% da água distribuída recebe algum tipo de tratamento. A
Região Sul, por sua vez, teve um incremento de 10% no volume de água distribuída à
população, porém, não teve um acompanhamento no percentual de água tratada.
O estudo mostra que 78% dos municípios brasileiros investem em melhorias na rede de
distribuição de água e a Região Sul é a que apresenta o maior percentual de municípios
que se incluem nessa situação (86,4%), de investir em melhorias nesse serviço público.
Outra parte do processo de abastecimento que vem recebendo grande investimento por
parte da maioria dos municípios (67,8%) é o das ligações prediais.
Além disso, estão sendo feitas, em menor escala, melhorias na captação (49,5% dos
municípios); no tratamento (43,7%); na reservação (36,1%) e na adução (19,9% dos
municípios brasileiros).
Falta de saneamento e reflexos na saúde
Embora a taxa de internações por doenças relacionadas à má qualidade do saneamento
básico, como diarreias, dengue e leptospirose, esteja caindo no país, ainda é elevada,
sobretudo em alguns estados das regiões Norte e Nordeste. Conforme constatação do
Atlas do Saneamento 2011, em 1993, o país registrava 733 internações desse tipo por
grupo de 100 mil habitantes. Em 2008, a relação caiu para 309 por 100 mil.
Segundo Denise Kronemberger, uma das pesquisadoras do projeto, uma análise mais
aprofundada desses números revela “evidentes” disparidades regionais. “Em estados das
regiões Norte e Nordeste, que contam com serviço de saneamento menos eficiente, essas
internações podem alcançar até 900 para cada 100 mil habitantes, número bastante
superior à média do país. Por outro lado, em São Paulo, por exemplo, vemos valores
inferiores a 100 por 100 mil”.
Para ela, além dos números preocupantes, no caso de municípios do Norte e do Nordeste,
a situação se agrava “se pensarmos que vem associada, muitas vezes, a uma população já
vulnerável, com saúde debilitada e má alimentada em vários casos”. Mas pesquisadora
lembra que todas essas doenças decorrentes da falta de saneamento podem ser evitadas
com investimentos em ações preventivas.
O levantamento aponta que a principal deficiência do saneamento básicono país é a falta
de sistema de coleta de esgoto, que atinge 44,8% dos municípios (2.495 cidades). A
Região Norte é a que apresenta a situação mais grave. Apenas 3,5% dos domicílios de
13% dos municípios estão ligados à rede de esgoto. São Paulo, por sua vez, é o único
estado em que quase todos os municípios dispõem de rede de esgoto.
Serviços privatizados
A existência de instrumento regulador do sistema de esgotamento sanitário ainda é
incipiente em todas as regiões brasileiras. Na Região Sudeste, apenas 30% dos seus
municípios detêm leis para regular a questão do saneamento. No Norte, o percentual cai
para menos de 5%.
O Atlas do Saneamento 2011 destaca esses e outros dados a partir de uma releitura da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 (PNSB).
O serviço de abastecimento de água é responsabilidade de entidades não governamentais
em 58,2% dos municípios brasileiros, e em 24,7% deles o serviço é feito de forma
combinada (24,7%). Somente 17% das prefeituras do país fornecem água à população de
forma exclusiva.
Menos de 10% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm algum órgão responsável
pelo serviço de esgotamento sanitário. Em 70% dos municípios com algum órgão
responsável pelo esgotamento sanitário, as prefeituras fazem também o manejo do lixo, à
exceção da Região Sudeste.
De acordo com uma das pesquisadoras do projeto Daniela Santos Barreto, os dados
mostram uma enorme desigualdade dentro de uma mesma região metropolitana no que
diz respeito à instrumentos de fiscalização, monitoramento e avaliação desse serviço.
“Em tese, as regiões metropolitanas são grupos de municípios que têm uma identidade
política e nível de desenvolvimento e urbanização semelhantes. Mas ao ver os dados
identificamos cidades com baixíssima presença de instrumentos de gestão e outras com
legislação municipal específica sobre o assunto e uma política de saneamento bem
definida.”
O manejo de águas pluviais foi gerido, na maior parte dos municípios brasileiros, pela
própria prefeitura, à exceção daqueles no norte do Pará. O manejo de resíduos também
ficou a cargo das prefeituras, majoritariamente, nas regiões Norte, Centro-Oeste e
Nordeste. Nas regiões Sul e Sudeste, o serviço foi prestado com a participação de órgãos
de mais de uma esfera administrativa.
A cobrança pelos serviços de saneamento básico ocorre em mais de 70% dos municípios
da Região Sul. Já a cobrança pelo serviço de manejo de resíduos sólidos é bastante
significativa na Região Sudeste, à exceção das cidades localizadas na parte norte de Minas
Gerais. Nas demais regiões e no interior, a cobrança quase não existe.
Além disso, segundo o estudo, mais de 40% dos municípios da Região Norte não previam
no orçamento municipal verba para o manejo de resíduos sólidos. Na Região Sul, mais de
80% dos municípios reservaram parte do seu orçamento para esse tipo de serviço. Com
informações da Agência Brasil.
Fonte: www.abes-mg.org.br
Saneamento Básico
Saneamento básico e gestão ambiental
O Plano de Saneamento Básico, instituído sob a Lei 11.445/07, define o saneamento
básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de
água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem de
águas pluviais urbanas.
No Brasil, esses serviços são prestados por órgãos públicos ou privados, tais como:
companhias estaduais e municipais de saneamento básico, fundações, consórcios
intermunicipais, empresas privadas de saneamento básico e associações comunitárias. Em
2000 o IBGE promoveu uma pesquisa sobre as condições de Saneamento Básico de todos
os municípios brasileiros, buscando avaliar a oferta e a qualidade dos serviços prestados
e analisar as implicações diretas com a saúde e qualidade de vida da população.
Do estudo concluiu-se que, na época de sua realização, 116 municípios brasileiros não
possuíam nenhuma rede de distribuição de água, serviço essencial para as populações, em
especial em relação aos riscos que sua ausência pode causar à saúde. Desses municípios,
56% encontram-se na região nordeste do país. Quanto ao esgotamento sanitário, o estudo
revelou que dos 4.425 municípios existentes no Brasil, menos da metade (47,3%)
dispunha do serviço.
Sobre a drenagem urbana, item fundamental no planejamento das cidades em razão das
inundações e alagamentos causados pelas chuvas, a pesquisa constatou que, independente
da extensão da rede e de sua eficiência, 78% dos municípios possuíam o serviço. O estudo
relevou, também, que em 73,4% desses municípios não existem instrumentos regulatórios
do sistema, itens importantes em seu planejamento. Sobre a limpeza urbana e coleta de
lixo, o IBGE constatou que 63,6% dos municípios utilizavam lixões, enquanto apenas
32,3% usavam aterros adequados para o depósito do lixo.
A responsabilidade pelo combate à poluição e pela oferta de saneamento básico a todos
os cidadãos brasileiros está prevista na Constituição Federal. Nela está garantida também
a proteção ao meio ambiente, o qual é definido, pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), como conjunto do sistema externo físico e biológico, no qual
vivem o homem e os outros organismos.
No Brasil, a gestão ambiental urbana é direcionada para a sustentabilidade social e
ambiental. Busca-se garantir a qualidade de vida da população através de programas de
capacitação municipal e da correta utilização dos resíduos sólidos. Para tanto, segundo
Ministério do Meio Ambiente, é preciso promover a organização e inserção dos catadores
na cadeia produtiva, disseminar os conceitos de redução, reutilização e reciclagem,
utilizar tecnologias mais limpas nos processos produtivos, desenvolver produtos
potencialmente recicláveis, difundir a importância das responsabilidades para com os
resíduos sólidos e dar preferência ao consumo de materiais reciclados e recicláveis.
Fonte: www.sppert.com.br
Saneamento Básico
Qual a importância do saneamento básico?
Indispensável para a saúde humana, o saneamento básico pode ser compreendido como
o controle e a manutenção de todos os meios físicos do homem que possam afetar
prejudicialmente a sua saúde.
Oficialmente, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), saneamento básico é o
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social.
Em questões práticas, a importância do saneamento básico está ligada a implantação de
sistemas e modelos públicos que promovam o abastecimento de água, esgoto sanitário e
destinação correta de lixo, com o objetivo de prevenção e controle de doenças, promoção
de hábitos higiênicos e saudáveis, melhorias da limpeza pública básica e,
consequentemente, da qualidade de vida da população.
Em países mais pobres, onde o saneamento básico é insuficiente, a propagação de
doenças (bacterianas, vírus e outras parasitoses) acaba acontecendo de forma endêmica,
tendo as crianças como o grupo que apresenta maior sensibilidade.
No Brasil são produzidos em média de 8,4 bilhões de litros de esgoto por dia, dos quais
5,5 bilhões não recebem nenhum tipo de tratamento, despejados aleatoriamente no meio
ambiente, contaminando o solo, rios, praias, mananciais e provocando, além de tudo,
danos diretos à população.
Os serviços de saneamento básico são considerados essenciais, é a partir deles que
podemos promover as condições mínimas de desenvolvimento social. Cabe aos gestores
e às políticas públicas o papel de responsabilidade, articulação e reversão dessa realidade,
principalmente em regiões mais pobres, como o norte e nordeste, onde são encontradas
as situações e os índices mais alarmantes de falta de saneamento básico. Fonte:
www.sampexdesentupidora.com.br
Saneamento Básico
Importância do Saneamento
Saneamento é definido pela Organização Mundial de Saúde – OMS, como “o controle
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem efeitos deletérios sobre o seu
bem estar físico, mental ou social” e é importante salientar que quando tratamos de
saneamento estamos falando de Purificador de Água, coleta e tratamento dos esgotos,
coleta e disposição do lixo, drenagem urbana e o controle dos vetores pelos Agentes de
Saúde. Estabelecidas as definições e a abrangência do termo saneamento, fica clara a
importância do saneamento para a saúde do homem, dos animais e da vida do planeta
como um todo, pois o saneamento está diretamente relacionado com a saúde e com o meio
ambiente.
As ações e projetos desenvolvidos na área de saneamento tem respostas imediatas nos
índices de saúde pública da população e também nos indicadores de poluição ambiental
do planeta.
Atualmente a importância do Saneamento Básico é um tema debatido mundialmente e
há varias formas de pressão e incentivo aos países em desenvolvimento para que
desenvolvam projetos de saneamento nos centros urbanos, tendo em vista que esses
projetos e saneamento atualmente tem uma abordagem multifacetada, pois os gestores do
saneamento público também são responsáveis pela gestão de saúde e de meio ambiente
de uma comunidade, o que reflete em todo o planeta. Os projetos de saneamento passam
por profundos estudos urbanísticos e de gestão ambiental, onde deve ser analisada os seus
efeitos sob o prisma da sustentabilidade ambiental.
A falta de saneamento em uma comunidade traz uma série de problemas e conseqüências
graves. A falta de canalização e de tratamento de esgotos leva a população a conviver
com seus próprios excrementos em condições precárias de saúde, o que acarreta diversas
doenças, algumas que podem inclusive levar a morte, especialmente crianças e idosos. O
saneamento é importante como condição de cidadania para os indivíduos, e este é um
direito constitucional de todo brasileiro. O importante é controlar a Poluição do Ar e para
isso as indústrias precisam se conscientizar. A importância do saneamento também se
reflete nas condições ambientais, pois o esgoto não tratado é despejado diretamente nas
reservas de água, causando a poluição da água, assim como o lixo que não é coletado e
devidamente destinado acaba por poluir o solo, causando a degradação ambiental.
O Governo Federal através dos seus órgãos técnicos e das Secretarias de Saúde tem
incentivado o desenvolvimento de projetos de saneamento em todo o país, além da
capacitação dos profissionais de vigilância ambiental. Os conceitos de saneamento e sua
importância tem evoluído e há uma conscientização da população sua responsabilidade
como agente fiscalizador das ações públicas nesse setor. Saneamento é um tema urgente
e importante para a saúde dos seres vivos e para a vida do planeta, pois a utilização dos
recursos naturais de forma indevida gera uma poluição ambiental com conseqüências
graves no planeta e nós somos responsáveis, e devemos fazer a nossa parte e cobrar do
governo as medidas necessárias de sua responsabilidade. O Controle Meio Ambiente é
muito importante.
Fonte: www.culturamix.com
Saneamento Básico
SANEAMENTO BÁSICO E SEUS IMPACTOS NA SAÚDE PÚBLICA NO
BRASIL
1. INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como
o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. (PHILIPPI JR; MALHEIROS,
2005). Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio
ambiente que interferem na saúde da população. (CARVALHO; OLIVEIRA, 1997). De
outro prisma, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações
socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator
essencial para saúde, economia e produção de um país.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas – ONU (2008), A população
mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes,
2,6 bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São
200 milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e
lagos. Como conseqüência, a cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças
de veiculação hídrica (diarréia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de
crianças a cada ano. Neste contexto, o saneamento básico, considerado uma das mais
importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma parcela significativa da população
mundial.
No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundial, ainda
não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico à sua população.
Hoje, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas 53% dos brasileiros não tem
acesso à rede geral de esgoto. Isto possibilita afirmar que, apesar de ter evoluído muito
nos últimos anos, o país ainda tem sérios problemas de saúde pública em virtude da falta
de saneamento. Crianças morrem, e muitas são hospitalizadas com doenças ocasionadas
pela falta desse recurso. Neste aspecto, permite-se assegurar que a questão do saneamento
básico é uma problemática urbana e ambiental, haja vista que foi considerado conseguinte
estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas – FGV (2008) como um dos piores
serviços públicos no País. Isto porque enquanto 92,7% dos lares brasileiros têm luz
elétrica e 75,2% possuem acesso à rede de água em geral, apenas 47% dos domicílios têm
coleta de esgoto. Somente 20% dos esgotos produzidos no Brasil são tratados, o que
significa que os demais 80% vão parar em rios, lagos, mares e mananciais. Além disso,
só um em cada três brasileiros, conta com coleta e tratamento de esgoto simultaneamente.
A partir desse contexto, saneamento no Brasil é um problema de saúde pública de grande
destaque para a população e que na maioria das vezes não é dada a real importância e
passa, por conseqüência, despercebido, apesar da sua relevância para a saúde do homem
e do meio ambiente.
Conseguinte este contexto, o objetivo principal deste estudo é o de apresentar a
questão ambiental no enfoque: saneamento e saúde pública, trazendo para tanto, a
discussão sobre a relação entre sociedade e seus efeitos na área de saneamento.
2. PANORAMA HISTÓRICO DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL
Basicamente, inicia-se no Período Colonial, momento em que a economia era dependente
da exploração intensiva de recursos naturais e às monoculturas do pau-brasil, do açúcar,
da borracha e do café. Com a vinda da família real, em 1808, a população cresceu
rapidamente, de 50.000 para 100.000 em 1822. Em decorrência desse fato, aumentou-se
a demanda por abastecimento de água, o que provocou o acúmulo de resíduos e dejetos
no meio ambiente. Neste período, as ações do saneamento eram tidas como soluções
individuais; resumindo-se, portanto, à drenagem dos terrenos e à instalação de chafarizes
em algumas cidades.
Com o declínio do período colonial e início da era republicana, os serviços de utilidade
pública ficaram, por conseguinte, dependentes e subordinados ao capital estrangeiro.
Neste momento, o Rio de Janeiro, foi à quinta cidade no mundo a adotar um sistema de
coleta de esgoto. Mesmo assim, as redes de esgoto sanitário cobriam somente as áreas
urbanas e atendiam uma parcela mínima da população. Esta situação se prolongou até as
primeiras décadas do século XX, quando se tem início a organização dos serviços e
quando as províncias entregaram as concessões às companhias estrangeiras,
especialmente, as inglesas.
Após a 1ª Guerra Mundial, o Brasil se depara com o declínio do controle estrangeiro no
campo das concessões dos serviços públicos, causado pelo constrangimento generalizado
com o atendimento e, sobretudo, pela falta de investimentos para a ampliação das redes
públicas de saneamento básico. Neste período, ocorre a estatização dos serviços. Assim,
a partir dos anos 40 inicia-se a comercialização dos serviços. Neste período, os
orçamentos do saneamento são destacados do orçamento geral das cidades. Surgem as
autarquias e mecanismos de financiamento para abastecimento de água. A partir da
década de 1950, acontece um adensamento dos conflitos sociais, provocados pelo
crescimento da pobreza e o grande agrupamento populacional. Para piorar o quadro, o
país sofre um esgotamento contínuo e prolongado dos recursos naturais. Seguindo esta
fase, a década de 1970, período do Regime Militar. Época que se caracterizou pela
extrema concentração de decisões, com imposições das companhias estaduais sobre os
serviços municipais e uma separação radical das instituições que cuidam da saúde no
Brasil e as que planejam o Saneamento. Ainda assim, destaca-se no cenário nacional a
criação do Plano Nacional de Saneamento (PLANASA). É também neste período que
surgem as Companhias Estaduais de Saneamento (as CESB’s). O PLANASA é
considerado a política mais contundente aplicada no país e até hoje determina o modelo
institucional predominante no setor.
Apesar de sua relevância para a saúde e meio ambiente, o saneamento básico no Brasil
está além de ser adequado. Isto porque dados oficiais mostram que mais da metade da
população não conta com redes para a coleta de esgotos. Além disso, mais de 80% dos
resíduos gerados são disseminados diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento,
contudo, 97,7% dos municípios brasileiros contam com rede de abastecimento de água.
No entanto, apenas metade deles possui rede de esgoto. Em virtude destes dados a ONU
(2007), declarou que a falta de saneamento básico é a principal pedra no caminho do
Brasil e dos países em desenvolvimento para atingir as Metas do Milênio, estabelecida
para 2015.
Objetivando mudar esse panorama, a ONU instituiu o ano de 2008 como o Ano
Internacional do Saneamento na perspectiva de promover um alerta à crítica situação de
carência de saneamento na esfera mundial. Essa iniciativa tem por finalidade cooperar
para uma maior sensibilização acerca do problema e antecipar o cumprimento dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), conforme pactuado na Cúpula do
Milênio, realizada em Nova York, em setembro de 2000. Naquela ocasião, 189 países,
dentre eles o Brasil, consolidaram acordo que estabeleceu como prioridade a eliminação
da extrema pobreza e da fome no planeta até 2015, a ser alcançada em associação a
políticas de saúde, saneamento, educação, habitação, promoção da igualdade de gênero e
meio ambiente.
Visando associar esforços com vistas a reverter o quadro de déficit e carências em
saneamento e melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão brasileiro, Governo
e Sociedade unidos decidiram formular e executar uma agenda de ações, em âmbito
nacional, sob o foco de marcar a participação do “Brasil no Ano Internacional do
Saneamento”.
Nessa premissa, foi constituído, no âmbito do Conselho das Cidades, por meio de
Resolução Administrativa de 02/04/2008, um Grupo de Trabalho (GT), sob a
coordenação executiva da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério
das Cidades, com a finalidade de mobilizar e articular os diversos segmentos que atuam
com a temática saneamento básico. Essa iniciativa está consubstanciada na necessidade
de fixar, definitivamente, o saneamento básico como elemento essencial no novo modelo
de desenvolvimento urbano, voltado para a redução da desigualdade social e territorial e
ampliação da cidadania.
Considera, ainda, a importância da atuação articulada e cooperada, envolvendo os
diversos órgãos do Governo Federal que têm assento no Conselho das Cidades, no sentido
de associar os esforços de seus programas e projetos com impacto na área, para a melhoria
da qualidade dos serviços de saneamento prestados ao cidadão.
O GT deverá elaborar e executar, no decorrer do ano de 2008, agenda
compartilhada de ações e eventos com os seguintes objetivos: acelerar o avanço rumo
à universalização dos serviços de abastecimento de água, coleta e disposição adequada de
esgotos e resíduos sólidos e manejo de águas pluviais, com repercussões positivas sobre
os indicadores de saneamento e saúde pública em todo o país; contribuir para o alcance
dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – ODM, estabelecidos pela ONU para o
saneamento básico; mobilizar e articular entidades gestoras, prestadores de serviços,
instituições de ensino e formação profissional, pesquisadores, técnicos, organizações
específicas do setor e demais segmentos do Conselho das Cidades e: apoiar a produção,
a disseminação e o intercâmbio do conhecimento, integrando pessoas e instituições e
ampliando o acesso e o compartilhamento de informação sobre o setor de saneamento
básico.
2.1. Criação da Lei Nacional de Saneamento Básico no Brasil
No Brasil, o saneamento básico ingressou efetivamente na agenda de preferência dentre
as políticas públicas do país. A ampliação da oferta de recursos para investimentos e a
criação de um ambiente legal e jurídico para o setor asseguram este novo ciclo. Os últimos
anos assinalaram aumento significativo dos recursos para investimentos em saneamento
básico. No quadriênio 2003-2006, foram assumidos acordos de investimentos no valor de
R$ 12,5 bilhões. A partir de 2007, com o lançamento do Programa de Aceleração do
Crescimento – PAC, R$ 40 bilhões deverão ser investidos no setor no quadriênio
20072010.
A Lei 11.445 vem preencher uma lacuna na legislação específica para o setor. Sancionada
em 5 de janeiro de 2007, estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico e
para a política federal de saneamento básico. Outro ordenamento jurídico fundamental
para o setor é a Lei dos Consórcios Públicos – Lei 11.107, instituída em 6 de abril de
2005, que estabelece normas gerais para a gestão associada de serviços públicos entre
entes federados no caso de objetivos de interesse comum, o que inclui a gestão de serviços
de saneamento.
Com a finalidade de atrair mais investimentos públicos e privados, e acelerar o acesso à
água e à coleta de esgoto no país, a Lei nº. 11.445/07 é definida como o marco regulatório
do Saneamento Básico no Brasil; estabelece a universalização dos serviços de
abastecimento de água, rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, além da coleta de
lixo para garantir a saúde da população brasileira. Neste enfoque, as políticas públicas de
saneamento básico, conforme a Lei, deverão criar mecanismos de controle social, ou seja,
formas de garantir à sociedade informações e participação no processo de formulação das
medidas relacionadas ao setor.
De acordo com o Ministério das Cidades (2007), o marco regulatório prevê controle social
por meio de conselhos municipais, estaduais e federal, compostos por representantes da
sociedade civil. Os conselhos terão caráter consultivo, mas poderão exercer pressão sobre
assuntos ligados ao setor, bem como a fixação das tarifas públicas, por exemplo. A lei
também prevê que a negociação de taxas de grandes usuários com prestadores de serviços
poderá ser feita desde que haja previsão nas normas de regulação pública. A referida lei
permite ainda a elaboração de planos de saneamento para municípios de uma mesma
região, cooperação entre os entes federados e criação de fundos de universalização dos
serviços públicos. E cria ainda, o Sistema Nacional de Informações em Saneamento
Básico (SINISA), que poderá ser acessado pelo público em geral. Segundo a mencionada
lei, também se torna permitida a contratação de cooperativas ou associação de catadores,
com reconhecimento legal, para a realização de coleta seletiva de lixo.
3. SAÚDE E SANEAMENTO BÁSICO
O conceito de Promoção de Saúde proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
desde a Conferência de Ottawa, em 1986, é visto como o princípio orientador das ações
de saúde em todo o mundo. Assim sendo, parte do pressuposto de que um dos mais
importantes fatores determinantes da saúde são as condições ambientais. O conceito de
saúde entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não
restringe ao problema sanitário ao âmbito das doenças. Hoje, além das ações de prevenção
e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes
da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal da
proposta da Organização Mundial de Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS).
De acordo WHO (1986), as condições e os recursos fundamentais necessários para a saúde
são o direito à paz, à educação, à alimentação, à renda, ao meio ambiente saudável dos
recursos naturais, a justiça social e à equidade.
Consoante PHILIPPI JR; MALHEIROS, (2005) a OMS define saúde pública como a
ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde, por meio de medidas de alcance
coletivo e de motivação da população.
Dados divulgados recentemente pela ONG Planeta Sustentável (2008) afirma que:
80% de todas as moléstias e mais de um terço dos óbitos dos países em desenvolvimento
sejam causados pelo consumo de água contaminada e, em média, até um décimo do tempo
produtivo de cada pessoa se perde devido a doenças relacionadas à água, especialmente,
em virtude da falta de saneamento básico. E que as doenças relacionadas à água estão
entre as causas mais comuns de morte no mundo e afetam, especialmente, países em
desenvolvimento.
E que dentre as doenças veiculadas pela água, as mais comuns são:Leptospirose,
Giardíase, Amebíase, Diarréias Infecciosas, Esquistossomose, Ascaridíase, Cólera, Febre
Tifóide e, Hepatite A. Consoante este contexto, apresenta-se dois quadros resumos das
principais doenças relacionadas com a ausência da rede de esgoto, das doenças
relacionadas com a água contaminada, bem como as conseqüências da falta de tratamento.
Doenças Relacionadas com a Ausência de Rede de Esgotos
Grupos de
Doenças
Formas de
Transmissão
Principais Doenças
Relacionadas Formas de Prevenção
Feco-orais
(não
bacterianas)
Contato de pessoa
para pessoa,
quando não se tem
higiene pessoal e
doméstica
adequada.
PoliomieliteHepatite tipo A Giardíase
Disenteria amebiana
Diarréia por vírus
Melhorar as moradias e as instalações sanitárias.Implantar sistema de abastecimento de água.
Promover a educação
sanitária
Feco-orais
(bacterianas)
Contato de pessoa
para pessoa,
ingestão e contato
com alimentos
contaminados e
contato com fontes
de águas
contaminadas
pelas fezes.
Febre tifóideFebre
paratifóide
Diarréias e
disenterias
bacterianas, como a
cólera
Implantar sistema adequado de disposição de esgotos melhorar as moradias e as instalações sanitáriasImplantar sistema de abastecimento de água.
Promover a educação
sanitária
Helmintos
transmitidos
pelo solo
Ingestão de
alimentos
contaminados e
contato da pele
com o solo.
Ascaridíase
(lombriga)Tricuríase
Ancilostomíase
(amarelão)
Construir e manter limpas
as instalações
sanitárias.Tratar os
esgotos antes da
disposição no solo.
Evitar contato direto da
pele com o solo (usar
calçado)
Tênias
(solitárias) na
carne de boi e
de porco
Ingestão de carne
mal cozida de
animais
infectados
TeníaseCisticercose
Construir instalações
sanitárias
adequadas.Tratar os
esgotos antes da
disposição no solo.
Inspecionar a carne e ter
cuidados na sua
preparação
Helmintos
associados à
água
Contato da pele
com água
contaminada
Esquistossomose
Construir instalações
sanitárias
adequadas.Tratar os
esgotos antes do
lançamento em curso
d’água.
Controlar os caramujos
Evitar o contato com água
contaminada
Insetos
vetores
relacionados
com as fezes
Procriação de
insetos em locais
contaminados
pelas fezes
Filariose (elefantíase)
Combater os insetos
transmissoresEliminar
condições que possam
favorecer criadouros
Evitar o contato com
criadouros e utilizar meios
de proteção individual
Doenças Relacionadas com Água Contaminada
Grupos de
Doenças
Formas de
Transmissão
Principais Doenças
Relacionadas Prevenção
Transmitidas
pela via
fecooral
(alimentos
contaminados
por fezes)
O organismo
patogênico
(agente
causador da
doença) é
ingerido.
LeptospiroseAmebíase Hepatite infecciosa
Diarréias e disenterias,
como a cólera e a
giardíase
Proteger e tratar as águas
de abastecimento e evitar o
uso de fontes
contaminadasFornecer
água em quantidade
adequada e promover a
higiene pessoal, doméstica
e dos alimentos.
Controladas
pela limpeza
com água
A falta de água
e a higiene
pessoal
insuficiente
criam condições
favoráveis para
sua
disseminação.
Infecções na pele e nos
olhos, como o tracoma e
o tifo relacionado com
piolhos, e a escabiose
Fornecer água em
quantidade adequada e
promover a higiene pessoal
e doméstica.
Associadas à
água (uma parte
do ciclo de vida
do agente
infeccioso
ocorre em um
animal aquático
O patogênico
penetra pela
pele ou é
ingerido.
Esquistossomose
Adotar medidas adequadas para a disposição de esgotosEvitar o contato de pessoas com águas infectadas Proteger mananciais
Combater o hospedeiro
intermediário.
Eliminar condições que possam favorecer
As doenças são MaláriaFebre amarela criadourosCombater os Transmitidas propagadas por Dengue insetos transmissores. por vetores que insetos que Evitar o contato com se relacionam nascem na água criadouros.
Elefantíase com a água ou picam perto
dela. Utilizar meios de proteção individual.
3.1. Saneamento Básico: Cenário Brasileiro
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB, realizada em 2000, no que
se refere à oferta de serviços de água e esgoto, 98% dos municípios brasileiros já
dispunham do serviço de abastecimento de água. Ficavam de fora desse contingente
somente 116 municípios, situados em sua maioria, nas regiões Norte e Nordeste. E dos 5
507 municípios existentes, apenas 52,2% dispunham de algum tipo de serviço de
esgotamento sanitário, independentemente da extensão da rede coletora. A pesquisa
informou também que 10,4 milhões de domicílios não dispõem de esgotamento sanitário.
Desses, 38,3%, ou seja, quase 4 milhões estão localizados em estados da região Nordeste,
representando, 49% do total de domicílios.
Na recente pesquisa divulgada pelo IBGE (2008) afirmou-se que o saneamento básico
melhorou nos últimos anos, mas que, 1 em cada 4 domicílios ainda não tem rede de esgoto.
A pesquisa também apontou outros expressivos dados, a saber: 26,4% dos domicílios
ainda não têm acesso à rede coletora ou fossa séptica. Os outros 73,6% dos domicílios
brasileiros que recebem serviço de esgoto utilizam rede coletora (51,3%) ou fossa séptica
(22,3%).
No que se refere à rede de esgoto regular e casas atendidas, os dados apontam a região
Sudeste com o melhor desempenho na ordem de 89,4%. A região Sul com 79,5%,
seguindo a Nordeste e a Norte com55, 1%. 54,8% respectivamente e na última posição
aparecem a região Centro-Oeste representando um dado significativo na ordem de 47,2%.
Consubstanciado neste contexto da pesquisa, infere-se, portanto, que dentre as cinco
regiões do Brasil, o Centro-Oeste tem o pior cenário em ralação ao esgotamento: quase
53% das residências não têm qualquer tipo de saneamento regular. Mato Grosso lidera a lista
do país, com 73,9% de casas sem o serviço.
Do lado oposto, estão as regiões Sudeste e Sul que têm 89,4% e 79,5%, respectivamente,
de domicílios com rede ou fossa. Quando se trata apenas da implantação de rede coletora,
a região Norte é a pior, com apenas 9,8% das moradias atendidas. Com relação à coleta
de lixo, esta atinge 87,5% dos domicílios brasileiros, um acréscimo de 0,9% em relação a
2006. O Nordeste segue como último da lista com 73,9% das casas atendidas. O pior
Estado da região e do Brasil, é o Piauí, onde apenas 54,1% das residências têm acesso ao
serviço.
A partir da divulgação destes dados, a OMS (2008) concluiu que a falta de saneamento
causa a morte de 15 mil brasileiros por ano.
Neste sentido, a Fundação Getúlio Vargas – FGV (2008) afirmou que se os investimentos
nesse campo não aumentarem daqui pra frente, o problema só poderá ser resolvido, daqui
a 115 anos.
E apontou também as conseqüências que esses dados representam, dentre os quais,
os mais significativos e marcantes: isso acarreta uma série de doenças de origem hídrica
e joga para baixo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) brasileiro. Para mudar
este panorama, de acordo com dados da FGV, o País teria que investir, anualmente (ao
longo de 20 anos), R$ 11 bilhões neste setor.
Segundo o Ministério das Cidades (2008), atualmente seriam necessários 179 bilhões de
reais para solução imediata. No ano passado, destinou-se à área somente R$ 500 milhões.
No Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), há a previsão de investimentos
anuais de R$ 10 bilhões, mas só nos próximos quatro anos. Conseguinte este panorama,
cumprir as Metas do Milênio inclui reduzir a escassez de saneamento básico pela metade
até 2015, podendo gerar um lucro de US$ 66 bilhões, levando-se em conta, entre outros
fatores, a economia com as despesas de pacientes, o ganho de produtividade e a
diminuição da mortalidade infantil.
Isto significa afirmar que: US$ 10 bilhões, por ano, investidos em saneamento seriam
suficientes para reduzir, pela metade, o número de pessoas sem acesso a esse serviço até
2015 e resolver definitivamente o problema em até duas décadas. US$ 10 bilhões é menos
do que 1% do valor gasto no setor militar durante o ano de 2005 e equivale a um terço do
gasto mundial com engarrafamento de água e a, mais ou menos, a quantia que os europeus
costumam gastar em sorvete todos os anos. Cada dólar investido em saneamento gera um
retorno econômico de US$ 9,10.
Conforme levantamento da FGV (2008), pelo atual ritmo de investimentos, somente em
2122 o Brasil terá 100% de seus lares com saneamento básico. O que se poderia fazer
para abreviar esse tempo? O levantamento da FGV considerou a taxa de crescimento do
acesso ao serviço de saneamento, que foi de 1,59%, verificada no período 1992/2006.
Mantendo-se o nível de investimentos previstos no PAC para o setor de saneamento, é
possível ao País alcançar a universalização em 20 anos. Esse tempo pode ser abreviado
com mais participação do setor privado via PPPs e também com a melhoria da eficiência
do setor, que hoje tem perdas da ordem de 40%.
De acordo com a pesquisa realizada pela FGV – Fundação Getúlio Vargas (2008), o país
investe 0,09% de seu PIB em saneamento e gasta 1,76% na saúde, o que corresponde a
3,1% das despesas totais. A pesquisa ainda informa que para cada R$ 1,00 investido em
saneamento, há uma economia de R$ 4 na cura de doenças.
Dados da OMS (2008) afirmam que cerca de 230 mil pessoas morrem todo ano no Brasil
por exposição a fatores de risco ambiental, como poluição, água não tratada e grandes
estruturas urbanas. Neste enfoque, Significa dizer que 19% de todas as mortes no país
poderiam ser evitadas se fossem adotadas políticas públicas eficientes na área de
saneamento básico.
A falta de saneamento básico é uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil
causada por doenças parasitárias (dengue, malária, cólera, febre amarela, teníase,
cisticercose, esquistossomose, diarréia, etc.) e doenças infecciosas (hepatite A, amebíase,
dentre outras).
Males que geralmente se proliferam em áreas sem coleta e tratamento de esgoto. No que
se refere ao sistema de saúde pública, em torno de 700 mil internações anuais foram
causadas por doenças relacionadas à falta ou inadequação de saneamento básico somente
na última década.
Conforme dados da ONU (2006) entre 2000 e 2004 no Brasil, morreram por diarréia
aproximadamente 26 mil pessoas, principalmente crianças entre zero e cinco anos. O
simples ato de lavar as mãos reduz a incidência de diarréia e de infecções hospitalares.
No entanto, é difícil manter as mãos limpas se a casa sequer dispõe de uma torneira com
água limpa. E a água contaminada mata mais de 200 crianças por hora no mundo.
Outro aspecto negativo provocado pelas más condições do saneamento básico é com
relação à educação. Neste setor, a pesquisa da FGV (2008) mostrou que o grande impacto
negativo está no aproveitamento das crianças. Por viverem e estudarem em ambientes
sem condição sanitária adequada, as crianças têm aproveitamento 18% menor e
apresentam índices de reprovação 46% maior. Ou seja, a falta de saneamento impacta
negativamente no aproveitamento escolar das crianças, que deixam de aprender,
justamente, na fase da vida mais importante para o desenvolvimento intelectual das
pessoas. Crianças com baixo aproveitamento escolar, provavelmente, se tornarão adultos
com dificuldades de crescer na pirâmide social.
3.2. Relação entre Saneamento, Saúde Pública e Meio Ambiente
Nos últimos anos, tem-se observado que a finalidade dos projetos de saneamento tem
saído de sua concepção sanitária clássica, recaindo em uma abordagem ambiental, que
visa não só promover a saúde do homem, mas, também, a conservação do meio físico e
biótipo. Com isso, a avaliação ambiental dos efeitos dos sistemas de saneamento nas
cidades consolidou-se como uma etapa importante no processo de planejamento, no que
se refere à formulação e seleção de alternativas e à elaboração e detalhamento dos projetos
selecionados.
A avaliação da viabilidade ambiental assume caráter de forte condicionante das
alternativas a serem analisadas, ocorrendo, muitas vezes, a predominância dos critérios
ambientais em relação, por exemplo, aos critérios econômicos (Pimentel & Cordeiro
Netto, 1998). Por outro lado, verifica-se a ausência de instrumentos de planejamento
relacionados à saúde pública, constituindo, no Brasil, uma importante lacuna em
programas governamentais no setor de saneamento (Heller, 1997).
A compreensão dessas diversas relações revela-se um pressuposto fundamental para o
planejamento dos sistemas de saneamento em centros urbanos, de modo a privilegiar os
impactos positivos sobre a saúde pública (objeto primordial das ações) e sobre o meio
ambiente.
Quando se fala da implementação de sistemas de abastecimento de água e de
esgotamento sanitário, e dos benefícios à saúde pública e ao meio ambiente, deve-se
esclarecer algumas questões: os benefícios à saúde e ao meio ambiente são obtidos com
o mesmo tipo de intervenção? Quais os efeitos negativos quando da implementação
desses sistemas? Como são integradas as duas dimensões de análise, a ambiental e a
sanitária? O fortalecimento da consciência ambiental, com a mudança de paradigmas,
retirou o foco de interesse na área de saúde pública?
O que se avalia em um organismo patogênico não é apenas sua natureza biológica, nem o
seu comportamento no corpo do doente, e sim o seu comportamento no meio ambiente,
pois é nessa dimensão que as intervenções de saneamento podem influenciar na ação
desse patôgeno sobre o homem (Cairncross, 1996).
Dessa forma, para uma melhor compreensão do problema, dois tipos de estudos se
mostram pertinentes (Heller, 1997). O primeiro diz respeito aos modelos que têm sido
propostos para explicar a relação entre ações de saneamento e a saúde, com ênfase em
distintos ângulos da cadeia causal. O segundo tipo de análise consiste em classificar as
doenças segundo categorias ambientais cuja transmissão está ligada com o saneamento,
ou com a falta de infra-estrutura adequada. Assim, a partir dessas classificações, o
entendimento da transmissão das doenças relacionadas com o saneamento passa a
constituir um instrumento de planejamento das ações, com vistas a considerar de forma
mais adequada seus impactos sobre a saúde do homem.
Estudando as várias vias de contaminação de doenças, como no caso das diarréias e da
incidência de cólera, Briscoe (1984, 1987) desenvolveu um modelo para a compreensão
do efeito obtido após a eliminação de apenas parte das múltiplas vias de transmissão de
uma determinada doença. O modelo infere que a obstrução de uma importante via de
transmissão, pode redundar em uma redução muito inferior à originalmente esperada
quanto à probabilidade de infecção.
Verifica-se, pelos estudos, que a implementação de sistemas de abastecimento de água e
de esgotamento sanitário é condição necessária, mas não suficiente para se garantir a
eliminação dessas doenças. Briscoe (1987) afirma, ainda, que esses sistemas apresentam
efeitos de longo prazo bem maiores sobre a saúde do que os efeitos provenientes de
intervenções médicas, o que o leva a sugerir um efeito multiplicador da ação dos sistemas
de água e esgotos. Esse efeito, se devidamente confirmado, é um importante aspecto a ser
levado em consideração quando do planejamento de sistemas de saneamento, pois indica
uma intervenção potencial de longo prazo.
Doenças provocadas pela falta de saneamento básico ainda são uma das grandes ameaças
à saúde das crianças no Brasil e no mundo. De acordo, com dados da Organização
Mundial de Saúde (2008), dois milhões de pessoas morrem de diarréia por ano no planeta,
a maioria crianças abaixo dos cinco anos de idade.
No Brasil, dados do ano 2000 davam conta de que 34,4% da população viviam em
residências sem esgotamento sanitário. Na faixa dos 20% mais pobres, esse número sobe
a 62,5%, enquanto na faixa dos 20% mais ricos, o número desce a apenas 9%.
“O que podemos esperar desse novo tempo que se inicia? Saúde, educação, emprego,
moradia saneamento básico? Bem, essas palavras simplesmente traduzem as necessidades
básicas de qualquer cidadão”.
A realidade é bem diferente. Lamentavelmente, Temos a falta de saneamento básico e a
degradação ecológica. Peixes morrendo, dengue, cólera, esquistossomose, tuberculose e
epidemias diversas. E onde está o dinheiro destinado ao saneamento básico e saúde. E por
que tanta gente morrendo por falta de saneamento básico, atendimento médico e
hospitalar?
Atualmente, estudos realizados por diversas entidades nacionais e internacionais – como
a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA),
entre outras – demonstram a forte relação entre a falta de coleta e de tratamento de esgoto
e a ocorrência de doenças de veiculação hídrica que são responsáveis por 65% das
internações hospitalares de crianças com até 10 anos de idade. A falta de saneamento
provoca 2.500 óbitos por ano. Morrem cerca de 200 crianças, por mês, no Brasil, vítimas
da falta de saneamento básico. As principais vítimas da falta de esgoto no país são as
crianças, de 1 a 6 anos, idosos e as mulheres grávidas, cujas chances de o bebê nascer
morto são muito maiores na ausência de saneamento.
Consoante este cenário, a falta de saneamento está matando mais que à criminalidade
desenfreada, sabemos que do saneamento de boa qualidade depende a queda da
mortalidade infantil e dos índices inquietantes de doenças provocadas pela ausência, ou
má prestação, de um serviço básico em locais civilizados. Para o setor, o orçamento no
Brasil é uma peça mais ou menos de ficção. A lei está lá, aprovada pelo Congresso e
sancionada pelo Presidente da República, mas a execução do orçamento depende de
humores e conveniências dos governantes e políticos em geral. Além disso, as verbas
votadas podem até ser liberadas, mas desviadas para outras finalidades de maior interesse
do governo; quando não simplesmente subtraídas dos cofres públicos para contas
particulares.
Quando ocorrem calamidades não rotineiras (a rotina da maioria dos brasileiros já é uma
calamidade permanente, embora não decretada oficialmente), como as recentes
inundações causadas por excesso de chuvas e não-planejamento do uso do solo, o estrago
da falta de saneamento se revela em toda a sua dramaticidade. Entre as quais cólera,
amebíase, vários tipos de diarréia, peste bubônica, lepra, meningite, pólio, herpes,
sarampo, hepatite, febre amarela, gripe, malária, leptospirose, verminose, cólera,
esquistossomose, diarréia, verminoses, doença de Chagas, bronquites, asma, alergias
micoses, sarna, alergias provocadas por mosquitos, Ebola, desidratação, febre tifóide e
outros males facilitados pela ausência ou precariedade de saneamento, e pela desnutrição
endêmica, têm sua ocorrência aumentada, crescendo também o número de óbitos deles
decorrentes.
Segundo dados do IBGE (2008) 1 (Hum) bilhão de pessoas não dispõe de água potável
no mundo; 1,8 bilhão não têm acesso a sanitários e esgoto; 8 milhões de crianças morrem
anualmente em decorrência de enfermidades relacionadas à falta de saneamento, o que
significa 913 crianças por hora, 15 por minuto ou 1 a cada quatro segundos.
Mais de 10 milhões (24,8%) dos domicílios existentes no Brasil no ano de 1998 não eram
atendidos por rede de abastecimento d’água; 23,2 milhões (55,5% do total) de domicílios
não tinham acesso a sistemas de coleta de esgoto sanitário. Especificamente em relação à
zona urbana, 11,4% não dispunham de água tratada e 48,9% não eram atendidos por redes
coletoras de esgoto sanitário. 88 milhões de brasileiros vivem em domicílios desprovidos
de sistemas de coleta do esgoto sanitário (IBGE, 2008).
De todos os Municípios existentes no Brasil, apenas (69,9%) municípios são atendidos
por 27 companhias estaduais de saneamento, e apenas 24% do esgoto sanitário produzido
nos domicílios é tratado, 12,8 milhões de domicílios atendidos por redes de abastecimento
d’água são desprovidos de sistemas de coleta do esgoto sanitário produzido pela utilização
dessa água. 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos estão
associadas à falta de saneamento básico, sendo a principal responsável pela morte por
diarréia de menores de 5 anos no Brasil (Jornal Folha de São Paulo – FSP, 17/dez/99).
Em 1997, morreram 50 pessoas por dia no Brasil vitimadas por enfermidades relacionadas
à falta de saneamento básico. Destas, 40% eram crianças de 0 a 4 anos de idade
(DATASUS, 2008); Ou seja, o Brasil registra a morte de 20 crianças de 0 a 4 anos por
dia, em decorrência da falta de saneamento básico, principalmente de esgoto sanitário.
Isso significa que morre uma criança de 0 a 4 anos a cada 72 minutos por falta de
saneamento básico, mais precisamente, por falta de esgoto sanitário; a eficácia dos
programas federais de combate à mortalidade infantil esbarra na falta de saneamento
básico; os índices de mortalidade infantil em geral caem 21% quando são feitos
investimentos em saneamento básico, a utilização do soro caseiro, uma das principais
armas para evitar a diarréia, só faz o efeito desejado se a água utilizada no preparo for
limpa (Jornal Folha de São Paulo – FSP, 17/dez/99).
3.2.1. Efeitos Positivos do Saneamento Básico
A Modelagem de Desestatização do Setor de Saneamento Básico, Relatório de
Proposição de Modelos – BNDES, divulgado pelo Dossiê do Saneamento (2006)
aponta os principais efeitos positivos do saneamento básico, são eles:
Melhoria da Saúde da População e redução dos recursos aplicados no tratamento de
doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução
adequada de esgoto sanitário
Diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento (que seriam ocasionados
pela poluição dos mananciais)
Melhoria do potencial produtivo das pessoas
Dinamização da economia e geração de empregos
Eliminação da poluição estético-visual e desenvolvimento
do turismo
Eliminação de barreiras não-tarifárias para os produtos exportáveis das empresas locais
Conservação ambiental
Melhoria da imagem institucional
Valorização dos imóveis residenciais e comerciais
Viabilização da “abertura” de novos negócios nos bairros beneficiados, que passam a
reunir requisitos básicos para certos tipos de empreendimento
Crescimento de negócios já instalados
Crescimento da atividade de construção civil para atender ao aumento da procura por
imóveis residenciais e comerciais num bairro mais “saudável”
Criação de novos empregos a partir da dinamização da construção civil, da abertura de
novos negócios ou do crescimento daqueles já existentes
Aumento da arrecadação municipal de tributos.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
De acordo com Vergara (2003, p. 50) as pesquisas se classificam quanto aos fins e quanto
aos meios.
E explica: quanto aos fins, à pesquisa visa uma abordagem descritiva, de caráter
exploratório e quanto aos meios, à pesquisa é, ao mesmo tempo, bibliográfica, pois busca
referências em diversos autores, e documental, por se tratar de um levantamento baseado
em situações que estão dentro do contexto da realidade.
Quanto aos fins, o trabalho adotou um estudo descritivo de caráter exploratório, o qual
para Cervo & Bervian (1996) se observa, analisa e correlacionam fatos e fenômenos
variáveis sem manipulá-los. Este também é de caráter exploratório, sendo caracterizado
por Sâmara & Barros (1999) pelo fato principal de ser informal, flexível e criativo,
procurando-se saber um primeiro contato com a situação a ser pesquisada ou o melhor
conhecimento sobre o objeto de estudo a ser levantado em um trabalho de pesquisa.
Visto que a pesquisa é de caráter exploratório e de suma importância para o sucesso do
objetivo final, adotou-se a revisão de literatura, relacionada com o objeto de estudo,
caracterizado por uma pesquisa bibliográfica documental ou de fontes secundárias.
Segundo Cervo & Bervian (1996 p.50) “[…] a pesquisa é uma atividade voltada para a
solução de problemas, através do emprego de processos científicos”.
Conforme Longaray et al Beuren (2002), pesquisa bibliográfica ou de fontes
secundárias são as que utilizam, fundamentalmente, de contribuições já publicadas
sobre o tema estudado; como por exemplo:teses, dissertações, monografias, artigos de
anais, artigos eletrônicos, publicações avulsas, livros, revistas e jornais. Marconi e
Lakatos (2002 p. 58) comentam que:
“… as fontes secundárias possibilitam não só resolver os problemas já conhecidos, mas
também explorar novas áreas onde os problemas ainda não se caracterizam
suficientemente. Assim, a pesquisa bibliográfica propicia a investigação de determinado
assunto sob um novo enfoque ou abordagem.”
No presente estudo, adotou-se como principais fontes de pesquisa:livros, trabalhos
acadêmicos, artigos científicos e avulsos, bem como consultas à internet, cujo aporte
técnico direcionou a operacionalização do conhecimento.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo procurou analisar de forma imparcial e de acordo com dados de órgãos
oficiais a relação entre saneamento, saúde pública e meio ambiente.
A partir deste pressuposto, podem-se destacar alguns aspectos dentre os quais: que
a saúde pública é mais do que o somatório da saúde das pessoas. É a ferramenta para o
desenvolvimento sustentável, social e econômico e está intensamente relacionada com a
paz, educação, habitação e eqüidade. Isto porque, o saneamento ambiental tem efeito
imediato na diminuição de muitas enfermidades ao romper o círculo vicioso que se
estabelece quando o paciente é medicado e devolvido para o ambiente insalubre. Neste
sentido, os dados oficiais apresentados e as considerações realizadas neste estudo não
deixam qualquer dúvida sobre a importância do investimento em sistemas de coleta,
tratamento e disposição do esgoto sanitário para a melhoria da qualidade de vida da
população brasileira.
Um outro aspecto observado na análise, é que o Brasil apresenta alto déficit de acesso aos
serviços de saneamento básico. Quer dizer, a demanda por serviços e novos
investimentos no setor é muito elevada. Entretanto, investimentos em saneamento devem
ser realizados e a universalização dos serviços deve ser alcançada, uma vez que uma
situação não ideal no setor resulta em externalidades negativas que geram uma série de
inconvenientes tanto para a saúde pública, como para o meio ambiente como um todo.
No que se refere ao tratamento e destinação adequada da rede de esgoto em nosso país,
exige-se um olhar mais atento, além de decisões acertadas para que se possa de certa
forma, recuperar o tempo perdido e que avançar nesta área é fundamental para a saúde e
meio ambiente na busca de qualidade de vida para a população. Neste enfoque, permitese
afirmar que o Brasil ainda pode cumprir as Metas do Milênio com relação aos indicadores
de abastecimento de água.
Na coleta e tratamento de esgoto, entretanto, o caminho é longo. Este ano de 2008
representa o meio do caminho das Metas do Milênio de Johanesburgo. A legislação para
o setor foi aprovada há um ano e o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC,
também lançado no ano passado, deve se somar às iniciativas para agilizar investimentos
no setor. São caminhos que surgem para alterar um cenário pouco favorável da
infraestrutura de saneamento no País, onde sobressaem negativamente à coleta e
tratamento de esgotos, serviços mais distantes de universalização. Dessa forma, ao
concluir a análise desse estudo, o observador mais atento se dará conta de que pelo menos
mais uma criança terá morrido no Brasil em virtude de doença relacionada à ausência de
saneamento básico ou, em grande alcance, de sistemas de esgoto sanitário.
Heronides dos Santos Pereira
Sandra Sereide Ferreira da Silva
Valdir Cesarino de Souza
6. REFERÊNCIAS
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Desestatização do Setor de Saneamento Básico” (trabalho realizado por um consórcio de
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/saneamento-basico