Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Universidade Federal de Pelotas
Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária
Sanidade da glândula mamária
com foco em mastite
Claudia Faccio Demarco Médica Veterinária
Mestranda em Zootecnia
Clínica Médica de Grandes Animais I
Marcelo Moreira Antunes Médico Veterinário
Mestrando em Biotecnologia
1 Membrana Delgada
2 Ligamento Suspensório Medial
Estrutura da glândula mamária
Linfonodos
Ligamento Lateral (Fibroso)
Ligamento Médio (Elástico)
Mama Vazia
Mama Repleta de Leite
Estrutura da glândula mamária
Estrutura da glândula mamária
Diâmetro do orifício
Cisterna da glândula
Cisterna do teto
Alvéolo
Lóbulo
Lobo
Células mioepiteliais
Estrutura e Componentes do tecido secretor
Anamnese Específica
Lactação Atual
Ordenha
Produção Rebanho
Período Seco Higiene
Ambiente
Sinais sistêmicos
Apetite
O Exame Específico da glândula mamária
inspeção, palpação e exame do leite.
Quartos
Após ordenha
Individualmente
Exame Geral
Coloração das mucosas
Temperatura Corporal
Alterações T°
Consistência Linfonodos
40 – 45 cm
Introdução de m.o. pelo esfíncter do teto
Variação do curso clínico
Mastite Bovina
Inflamação da glândula mamária microrganismos contaminantes,
trauma físico ou químico;
Agentes causadores de mastites
CONTAGIOSOS
Staphylococcus aureus
Streptococcus agalactiae
Streptococcus dysgalactiae
Mycoplasma
Corynebacterium bovis
Agentes causadores de mastites
AMBIENTAIS Streptococcus não agalactiae (dysgalactiae, uberis, bovis) Enterobactérias Escherichia coli Klebsiella Enterobacter aerogenes Outros Pseudomonas aeroginosa Serratia marcenses Prototheca zopfii Cândidas Arcanobacterium pyogenes
S. agalactiae e S. aureus
Subclínica Leucócitos
Leite (macro)
Sem sinais inflamação
Detecção CMT de rotina
Cultura Microbiológica
Classificação quanto a Sintomatologia
Clínica
• Leucócitos (leite / sangue)
• Leite
• Glândula Sinais inflamatórios
Aguda
Gangrenosa
Crônica
Classificação quanto a Sintomatologia
Sintomatologia Sistêmica: Febre, Depressão, Anorexia
Grumos no leite, podendo haver sangue
• Infecções novas ou exarcebação de infec cron.
• Patógenos ambientais Aguda
• S. aureus e Clostridium perfringens
• Toxemia Gangrenosa
• Sem apresentação de sinais por longos períodos
• Tecido Cicatricial – Produção – CCS e alterações no leite Crônica
Arcanobacterium pyogenes Punção e anti-sepsia . Usualmente não é necessario tratamento com ATB
Teste da caneca de Fundo escuro
Diagnóstico
Custo??
CMT California Mastitis Test
Símbolo Significado CCS/ml
- Negativo 0 - 200.000
± Traços 150.000 - 500.000
+ Ligeiramente positivo 400.000 - 1.500.000
++ Francamente positivo 800.000 - 5.000.000
+++ Fortemente positivo + 5.000.000
Recomendado 1x ao mês
Custo??
Coagulase Catalase CAMP Manitol
Gram
Ágar sangue
Antissepsia
Coleta em tubo estéril
Microbiológico
Condutividade elétrica do leite
Diagnóstico
Isolamento e identificação do Agente
CCS do tanque >250.000
Novos casos clínicos no rebanho >2% ao mês
Acima de 1% das vacas do rebanho manifestam mastite aguda
ao ano
Mastite e a Composição do Leite
Produção Na, K, Cl Tec Cicatricial
Neutrófilos Ig G
Albumina
https://www.youtube.com/watch?v=Yd2_FMr0iGY
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
1° passo
1. Estabelecimento de objetivos para a saúde da glândula mamária
1. Estabeleça objetivos realísticos para a CCS e taxa de mastite clínica
2. Revise os objetivos periodicamente
3. Priorize práticas de manejo para o alcance dos objetivos
0102030405060708090
100
4 Mastijet mm 24/24 3 Cobactan inj. 24/24 + 5 Cobactan mm 24/24
2 Borgal inj. 48/48 + 3 Mastijet mm 24/24
97
33
17
3 1N°t
rata
me
nto
s
Tratamentos
Eficiência dos tratamentos - Março
Sim
Não
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
2° passo
1. Manutenção de um ambiente limpo, seco e confortável
1. Evitar acúmulo de barro e umidade
2. Fornecimento de sombra
3. Caminhos das vacas de fácil acesso e limpos
4. Sistemas de ventilação funcionando
5. Garantir que vacas fiquem de pé após a ordenha
CONTROLE DA MASTITE AMBIENTAL
CONTROLE DA MASTITE AMBIENTAL
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
3° passo
1. Procedimentos de ordenha adequados
1. Identificação precoce de mastite clínica
2. Desinfecção de tetos pré e pós ordenha
3. Uso de luvas descartáveis
4. Respeitar linha de ordenha (contaminadas por último)
REDUÇÃO DA MASTITE CONTAGIOSA
3° passo
1. Procedimentos de ordenha adequados
3° passo
1. Procedimentos de ordenha adequados
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite 4° passo
1. Correta manutenção e uso do equipamento de ordenha
1. Utilize os equipamentos de acordo com as recomendações do fabricante
2. Faça as substituições dos equipamentos em tempo adequado
REDUÇÃO DA MASTITE CONTAGIOSA
5° passo
1. Mantenha adequadas anotações
1. Mastite clínica
1. Vaca, dia, quarto(s) afetado(s), dias em lactação, número e tipos de
tratamento, resultado dos tratamentos, agente causador...
2. Indicadores de CCS
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
6° passo
1. Manejo adequado da mastite clínica durante a lactação
1. Estabeleça protocolos para as fazendas
2. Considere questões econômicas
3. Colete amostras de leite antes do tratamento
4. Utilize produtos aprovados para uso em vacas lactantes
5. Observe o período correto de descarte do leite
6. Identifique as vacas tratadas
7. Mantenha anotações atualizadas
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
7° passo
1. Manejo efetivo da vaca seca
1. Diminua a energia da dieta no grupo de vacas pré-secagem
2. Seque as vacas abruptamente
3. Trate todos os quartos na secagem com ATB intramamário
4. Considere a utilização de selantes nos tetos
5. Respeite os procedimentos de higiene na ordenha
6. Aloque as vacas em ambiente limpo, seco e confortável
7. Forneça adequada nutrição para estimular o sistema imune
8. Considere vacinação contra agentes ambientais
7° passo
1. Secando a vaca
7° passo
1. Manejo efetivo da vaca seca
Qual a importância do ATB intramamário?
Curar infecções mamária existentes
Risco de infecções intramamárias
Prevenir novas infecções mamárias
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
8° passo
1. Biosseguridade
1. Antes de comprar um animal, solicite CCS e cultura do leite
2. Isole os animais recém comprados
3. Segregue na ordenha os animais com alta CCS
4. Venda ou segregue animais com Staphylococcus aureus e aqueles infectados
com agentes não responsivos ao tratamento (Mycoplasma, Nocardia,
Pseudomonas e Arcanobacterium pyogenes)
10 passos básicos para o sucesso em
qualidade do leite
9° passo
1. Monitore regularmente a saúde da glândula mamária
1. CCS
2. Calcule as taxas de mastite clínica, subclínica,
3. Considere a cultura microbiana
4. Utilize a CCS e as anotações de mastite para avaliar os resultados dos
tratamentos
10° passo
1. Revise periodicamente o programa de controle de mastite
Saúde da glândula mamária
Critério Meta Intermediário Problema
CCS tanque < 200.000 250.000 > 300.000
% vacas mastite subclínica > 90% saudáveis > 85% saudáveis > 80% saudáveis
% vacas mastite crônica < 5% 8% > 10%
% novas infecções/mês < 5% 8% > 10%
Incidência mastite clínica < 1% < 2% > 2%
TRATAMENTO DE MASTITE
Considerações inicias
1. Tratamento de caso clínico e subclínico
2. Muita opinião x pouca fundamentação
• 2010 – 91.000 testes em humanos (173 países)
• Veterinária: > 1990: 35 estudos
“a maioria dos líderes de mercado em cada país não tem evidências científicas
de eficácia em relação aos demais produtos”
3. Falta de informação sobre eficácia de produtos
4. Falta de controle de tratamentos
5. Ausência de protocolos de tratamentos nas fazendas
6. Pouco uso de culturas
7. Uso de alternativas científicas
Dificuldades no tratamento das mastites
1. Feito antes do agente ser identificado
2. Agentes não sensíveis aos antibióticos
3. Cura clínica x cura bacteriológica
4. CURA BACTERIOLÓGICA DEPENDE
• Vaca (idade, duração da infecção, CCS)
• Agente (cepa, resistência)
• Tratamento (droga, protocolo, duração)
• Patógeno
• Gravidade
• 1 – só leite
• 2 – leite e úbere 3 - sistêmico
Fatores para a melhoria da terapia
-PATÓGENO-
1. Influencia a taxa de cura
2. Cura espontânea é pequena (< 20%)
3. Cura “zero”: Leveduras, Pseudomonas, Mycoplasma, Prototheca, Arcanobacterium,
Nocardia (NÃO TRATAR)
4. Staphylococcus aureus - baixa taxa de cura!
5. Streptococcus ambientais – alta taxa de cura!
6. “Sem crescimento” (negativa) – alta cura com e sem tratamento!
Fatores para a melhoria da terapia
-VACA-
1. Vacas novas x vacas velhas
2. Vacas velhas com maior chance de ter mastites
3. Vale a pena tratar a vaca velha?
• Muitas vezes não!
• Vacas com mais de 3 casos clínicos/lactação
• Segregar
• Descartar
• Secar o quarto permanentemente
Tratamento da mastite durante a lactação
1. Coletar amostra antes do tratamento
2. Início imediato: ATB IMM amplo espectro pelo menos 4 dias (GRAU 1)
3. Manter no mínimo 24h após o término dos sinais clínicos
4. TAXA DE CURA MÉDIA: 50%, e depende:
• Duração do caso
• Idade da vaca (estágio da lactação)
• Microorganismo
5. MASTITE SUBCLÍNICA???
• Streptococcus agalactiae (90/95%)
• Streptococcus ambientais (40/50%)
• Staphylococcus aureus (20/30%)
Tratamento da mastite durante a lactação
1. MASTITE DE GRAU 3???
Geralmente a bactéria não está mais na glândula mamária
Combater
endotoxemia
Reestabelecer perdas hidro-eletrolíticas
Previnir septicemia
AINES
Flunixim meglumine 1,1mg/kg (mín 3 dias)
AIE
Dexametasona (s.i.d)
Evitar nos últimos 3 meses de gestação
Terapia de suporte
Hidratação parenteral
Cálcio
Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão em Pecuária
ATB parenteral (Segurança)
cefalosporinas, penicilinas
(mín 3 dias)
Alternativas de tratamento
1. Rebanhos com mastite crônica por Staphylococcus aureus
• Avaliar individualmente (idade, estágio de lactação, CCS)
• Altos custos do tratamento
• TERAPIA COMBINADA
• Injetável + intramamário
• Aumentar concentração dos princípios ativos no úbere nos tecidos mais
profundos do parênquima
• TERAPIA ESTENDIDA
• Ao invés de 4 dias, usar de 6 a 8 dias
• USO COMBINADO DE VACINAÇÃO + TRATAMENTO INTRAMAMÁRIO
Alternativas de tratamento
TERAPIA COMBINADA
• Drogas de boa difusão
• Staphylococcus aureus
• Só IMM (25% amoxicilina)
• IMM + injetável ( 51% amoxicilina + penicilina)
• Redução na CCS
Alternativas de tratamento
TERAPIA ESTENDIDA
• Vacas jovens
• Início de lactação
• Staphylococcus aureus
• 2 dias (0%) x 8 dias (47%)
• Streptococcus uberis
• 2 dias (43%) x 8 dias (88%)
• Reduz CCS
• Aumenta produção de leite
6 a 8 dias
Controle da mastite subclínica
1. Terapia da vaca seca
2. Procedimentos de sanificação durante a ordenha
3. Identificação dos fatores de risco específicos da fazenda
4. Desenvolvimento de protocolos de manejo para eliminar ou minimizar esses fatores
5. Descarte seletivo de vacas crônicas
6. Tratamento adequado de casos clínicos
• Streptococcus agalactiae
Considerações importantes
QUANDO NÃO ESPERAR RESULTADOS BONS
• Vacas velhas
• Alta CCS
• Após o meio da lactação
• Mais de 1 quarto afetado
QUANDO TOMAR MEDIDAS DRÁSTICAS
• Baseado em culturas
• + 3 casos clínicos/lactação
PROTOCOLO “BÁSICÃO”
Caso clínico
Qual o escore (1, 2 ou 3)
Amostra para cultura
3 (ATB injetável + AINE + fluídoterapia 1 e 2 (ATB intramamário mínimo 4 dias) Casos repetidos vacas velhas (ATB intramamário > 5 dias) >3 casos/lactação (não tratar e segregar)
St. aureus (combinado, estendido ou vacinação + tratamento) St. aureus não curado (secar quarto, descartar vaca).
Importância da cultura microbiológica
• 1 dia de atraso para o início do tratamento
• Esperar resultado microbiológico
• RESULTADO:
• Redução de 80% no uso de ATB’s intramamários
• POR QUE?
• Microorganismos ambientais não responsivos aos
antibióticos
AGRADECEMOS A SUA ATENÇÃO!
Marcelo Moreira Antunes
Médico Veterinário
(53) 8111-7181
Cláudia Faccio Demarco
(54) 9169-4238