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Medicina Dentária A Medicina Dentária no Hospital António Lopes oferece aos pacientes os melhores recursos humanos e materiais. A prevenção continua a ser a palavra de ordem. Pág. 06 Setembro de 2009 Jornadas Médico- Cirúrgicas do HAL O Hospital António Lopes levou a cabo no passado dia 04 de Julho, as suas 5ªs Jornadas Médico-cirúrgicas, este ano subordinadas ao tema “En- velhecimento e Dignidade”. Esta ini- ciativa congregou 280 participantes e um painel invejável de oradores, de que se destaca o Professor Dou- tor Daniel Serrão. As Jornadas reuniram os mais prestigiados especialistas. O essencial de algumas das intervenções Pág. 04 Terapia da Fala Hospital António Lopes disponibiliza aos pacientes a Valência de Terapia da Fala. O Santa Causa dá a conhecer mais desta especialidade Pág. 07 Ano X - Nº28 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: GráficaAmares Tiragem: 7500 Design Editorial: www.tamanhoreal.com Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Pessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084 Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985 Gripe A Fique a saber o que é, como se propa- ga e como se pode proteger da Gripe A. São conselhos da Direcção-Geral de Saúde que o Santa Causa reproduz. Pág. 08 Massagem Infantil Santa Casa vai ministrar formação na área da formação infantil para melhorar a qualidade de vida dos bebés e estreitar laços entre progenitores e filhos. Pág. 11 Av. do Forte, Nº3 Edifício Suécia I, 3º Piso, Fracção 3.35 2790-073 Carnaxide Tel: 21 424 14 25 Fax: 21 424 25 18

Santa Causa Edição nº 28 (Set.2009)

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Jornal Santa Causa

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Page 1: Santa Causa Edição nº 28 (Set.2009)

Medicina Dentária

A Medicina Dentária no Hospital António Lopes oferece aos pacientes os melhores recursos humanos e materiais. A prevenção continua a ser a palavra de ordem.

Pág. 06

Setembro de 2009

Jornadas Médico-Cirúrgicas do HALO Hospital António Lopes levou a cabo no passado dia 04 de Julho, as suas 5ªs Jornadas Médico-cirúrgicas, este ano subordinadas ao tema “En-velhecimento e Dignidade”. Esta ini-ciativa congregou 280 participantes e um painel invejável de oradores, de que se destaca o Professor Dou-tor Daniel Serrão.

As Jornadas reuniram os mais prestigiados especialistas. O essencial de algumas das intervenções Pág. 04

Terapia da Fala

Hospital António Lopes disponibiliza aos pacientes a Valência de Terapia da Fala. O Santa Causa dá a conhecer mais desta especialidade

Pág. 07

Ano X - Nº28 - Publicação QuadrimestralDistribuição Gratuita

Director: Dr. Humberto CarneiroCoordenação: Mesa AdministrativaImpressão: GráficaAmaresTiragem: 7500Design Editorial: www.tamanhoreal.comPropriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 1434830 Póvoa de LanhosoPessoa Colectiva de Utilidade Pública n.º 501409084Tel.: (+351) 253 639 030Fax: (+351) 253 639 036Depósito Legal: 296364/09

Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

Medalha de Honra - Grau OuroCMPVL - 19/03/1985

Gripe A

Fique a saber o que é, como se propa-ga e como se pode proteger da Gripe A. São conselhos da Direcção-Geral de Saúde que o Santa Causa reproduz.

Pág. 08

Massagem Infantil

Santa Casa vai ministrar formação na área da formação infantil para melhorar a qualidade de vida dos bebés e estreitar laços entre progenitores e filhos.

Pág. 11

Av. do Forte, Nº3Edifício Suécia I, 3º Piso, Fracção 3.352790-073 Carnaxide

Tel: 21 424 14 25Fax: 21 424 25 18

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2 Setembro de 2009 Santa Causa

O Professor Doutor Daniel Serrão do Instituto de Bioética da Univer-sidade Católica Portuguesa – Porto foi o convidado de honra, abrilhan-tando estas Jornadas com a sua in-tervenção sobre “Ética e Dignidade no Envelhecimento” na Conferên-cia Inaugural. O dia de trabalho encerrou também da melhor for-ma, com a intervenção do Profes-sor Doutor Carlos Pereira da Silva, Professor Catedrático do ISEG - Lisboa, sobre “Novos Modelos de Gestão para a Sustentabilidade do Terceiro Sector”. Investigadores, estudiosos, profissionais de Saúde de áreas distintas e representantes de entidades públicas e privadas da área da Saúde partilharam co-nhecimentos, opiniões e diferentes formas de abordagem à realidade do envelhecimento dos indivíduos, com respeito e conservando a sua dignidade.

Desafios e respostasAs 5as Jornadas decorreram no Hotel Rural Maria da Fonte, em Calvos, na Póvoa de Lanhoso, nos dias 3 (com um programa social) e 4 de Julho (com a sessão de traba-lhos). No segundo dia, a abertura contou com as presenças do Pro-vedor da Santa Casa, Humberto Carneiro, do Presidente do Secre-tariado da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, da representante da ARS Norte, Au-rora Aroso, do Director Executivo do Agrupamento Gerês – Cabreira, Custódio Lima, e do Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de La-nhoso, Manuel Baptista. O Provedor da Santa Casa, Hum-berto Carneiro, começou por lem-brar a “explosão demográfica de cabelos brancos” a que assistimos e os desafios da “inversão da pi-râmide etária”. “A constatação é de que as pessoas vivem cada vez mais tempo; o desafio é que vi-vam mais tempo, mas vivam com mais saúde, com mais qualidade de vida”, referiu, considerando que o envelhecimento traz necessidade de respostas a vários níveis. “Im-porta que todos nós pensemos nes-ta problemática, porque estamos a preparar o futuro e nós somos o fu-turo. Para além disso, temos de nos

preocupar já hoje com aqueles que já são seniores”.Com a implementação da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, a Instituição liderada por Humberto Carneiro percebeu que poderia “encontrar, aqui, uma resposta para esta preocupação, tendo o Hospital António Lopes in-tegrado, desde o início, a experiên-cia piloto. Este foi um desafio que trouxe várias respostas a vários ní-veis”, sublinhou.

Sublinhando que a Misericórdia Povoense é sensível ao problema do envelhecimento com dignida-de, “daí o tema destas Jornadas”, o Provedor sublinhou as especifici-dades de dar resposta a seres hu-manos. “Para nós, enquanto Santa Casa que tem como objectivo e missão principal a defesa da pes-soa humana, a longevidade não pode ser dissociada da qualidade de vida. Tenho a honra de liderar uma organização onde os grandes

objectivos são dar respostas, nos vários campos, ao ser humano. O nosso produto é um ser humano não transaccionável e é para ele que trabalhamos pelo que as res-postas que temos de ter são muito mais complexas do que numa em-presa qualquer”. Para aquele responsável, “a Santa Casa está apta para responder às necessidades emergentes em vir-tude do envelhecimento da popula-ção”. No que se refere a infra-estru-turas, apontou as respostas sociais e de saúde disponibilizadas, com 50 camas no Lar de São José e 28 camas na Unidade de Convalescen-ça, e com os projectos da Unidade de Longa Duração (com 29 camas e 2400 metros quadrados), cuja construção está em curso, devendo estar concluída no fim do ano, para poder integrar, em Janeiro, a Rede; e da Clínica Social da Misericórdia para doenças neuro-degenerativas (obra que será lançada brevemen-te, com 7 mil metros quadrados) para concluir em 2010. Para além das instalações, referiu, os colabo-radores e funcionários têm sido en-corajados a fazer formação e inves-tigação. “Há uma preocupação da nossa instituição em dotarmo-nos de capacidade instalada, mas fun-damentalmente de recursos huma-nos, que respondam de forma efi-caz, competente, às necessidades da população que servimos”. Referindo ser “um privilégio poder acompanhar esta Misericórdia em mais uma sessão”, Manuel de Le-mos considerou, a respeito da mes-ma Instituição, que “como sempre, e dando conta da atenção e refle-xão ao que se passa à nossa volta, tem tido a capacidade para encon-trar os caminhos certos para avan-çar no sentido de preparar o futu-ro”. Sobre o tema escolhido, aquele responsável confessou muito dizer às Misericórdias a questão da digni-dade “porque tem muita a ver com a nossa matriz cristã e com a nos-sa missão”. Revelando que serão cerca de 120 as Misericórdias que, em todo o país, actuam na área da Saúde, referiu ainda que reconhece “a importância e o papel das Mi-sericórdias no sistema nacional de saúde”.

Afectos são chave para a velhice com dignidade

As conclusões ficaram a cargo de Adília Rebelo, Médica e Mesá-ria do Pelouro da Saúde do HAL. “Mais uma vez, foi possível reunir oradores de reconhecido gabarito, que nos trouxeram muitos ensina-mentos, que nos vieram enriquecer em termos pessoais e intelectuais e ensinar a lidar com os doentes, com familiares, com amigos”, referiu ao Santa Causa. “O envelhecimento é um processo premente, actual, pelo qual iremos passar. O lidar com o envelhecimento com doença, como as doenças neurodegenerativas, implica algum conhecimento e cha-maram-nos a atenção para alguns aspectos: que a nossa memória é o que nos permite relacionar com o mundo exterior e as pessoas, ao perderem a memória, vão-se des-ligando desse mundo. Mas parece que a memória afectiva é aquilo que não se perde e que nos vai prenden-do ao exterior. Se nós estimularmos essa parte, conseguimos ter mais perto de nós pessoas com proces-sos demenciais e neurodegenerati-vos na fase terminal da sua vida”. A respeito das famílias, Adília Re-belo recordou que “saber que eles sentem essas emoções é uma for-ma de os continuar a sentir presen-tes”. Em termos da investigação, sublinhou que “vai haver processos e formas de travar a evolução e a progressão destas doenças, me-dicamentos, que ainda não estão disponíveis, mas que são uma es-perança. O que sabemos é que se estimularmos a parte afectiva, as pessoas estarão mais tempo perto de nós, ligadas ao mundo exterior e com qualidade, e as Unidades de Cuidados têm um papel fundamen-tal nisto, pois existem pessoas que são diferenciadas e especializadas, que são capazes de tratar melhor, porque sabem fazê-lo e de conse-guir prender por mais tempo essas pessoas ao mundo exterior”. É uma certeza que os participantes nestas Jornadas irão agora aplicar os conhecimentos adquiridos nesta iniciativa, com benefícios para os nossos idosos, o que abre novamen-te expectativas em relação ao tema a escolher para a próxima edição.

As 5as Jornadas decorreram no Hotel Rural Maria da Fonte, em Calvos, na Póvoa de Lanhoso, nos dias 3 e 4 de Julho. No segundo dia, a abertura contou com as presenças do Provedor da Santa Casa, Humberto Carneiro, que lembrou a “explosão demográfica de cabelos brancos” a que assistimos e os desafios da “inversão da pirâmide etária”.

Iniciativa organizada pelo Hospital António Lopes reuniu cerca de 280 participantes e oradores de renome

Com expectativas elevadas e responsabilidade acrescida, a quinta edição das Jornadas Médico-Cirúrgicas do Hospital António Lopes manteve o excelente nível de qualidade científica, a que já habituou profissionais de Saúde. Subordinada, este ano, ao tema “Envelhecimento e Dignidade”, esta iniciativa congregou 280 participantes e um painel invejável de oradores, portugueses e espanhóis, que deram testemunho do seu saber, reafirmando o evento como referência, como momento de reflexão, de formação e de partilha, na vanguarda da produção de conhecimento.

5as Jornadas mantêm excelente nível de qualidade científica

Em destaque Jornadas Médico-Cirúrgicas

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3Setembro de 2009 Santa Causa

EditorialDr. Humberto Carneiro

Caros povoenses:Estamos prestes a completar um ciclo de 6 anos na gestão da maior Instituição do concelho. Tenho plena consciência de que temos desempenhado as funções que nos foram confiadas pelos Irmãos da Santa Casa da Misericórdia dentro dos princípios que nortearam a nossa disponibilidade para esta missão: rigôr na gestão, transparência nos actos e isenção nos procedimentos. Passados quase 6 anos e fazendo uma breve retrospectiva daquilo que foi a ac-ção da equipa que tenho a honra de lide-rar, posso dizer que me sinto orgulhoso por ter contribuido para que esta Santa Casa seja hoje uma Instituição mais rica em património e mais sólida em termos económico-financeiros. E este desiderato foi atingido sem se descurar a componen-te social que norteia o nosso compromis-so com os utentes e com a comunidade. Neste lapso de tempo construímos o edi-fício da Farmácia e adaptamos os pisos superiores à instalação do nosso Centro de Formação. Criamos uma Cozinha Cen-tral moderna e adaptada às exigências im-postas pelos normativos de segurança e qualidade. Fizemos investimentos signifi-cativos no Lar de S.José, adaptando-o aos novos desafios das energias considera-das amigas do ambiente. Modernizamos e ampliamos a frota automóvel. Fizemos obras de grande relevo no Hos-pital António Lopes para aí podermos acolher a nossa Unidade de Convales-cença. Procedemos à remodelação/ampliação dos Serviços Administrativos Centrais, conferindo-lhe a necessária dig-nidade e funcionalidade. Avançamos com a construção da nossa Unidade de Longa Duração na Casa do Feitor. Além dos investimentos efectuados, que ascendem a cerca de 3 milhões de euros, permito-me relevar o permanente esfor-ço na manutenção da indispensável con-solidação económico-financeira da Ins-tituição. O Hospital António Lopes, por exemplo, até 2004, acumulou prejuizos anuais na ordem dos 250 mil euros. No ano passado conseguimos um resultado de gestão positivo em 140 mil euros. Numa altura em que o Estado se divorcia, cada vez mais, das suas responsabilida-des sociais, não é fácil, para uma Institui-ção como a nossa, atingir um ponto de equilíbrio orçamental. E a imagem que a nossa Misericórdia tem, hoje, quer na co-munidade onde está inserida, quer junto das Instituições com quem se relaciona, é muito positiva. As jornadas médico-cirúrgicas do Hospital António Lopes são disso um exemplo concreto.Para finalizar gostaria de referir que não passava pelos meus horizontes a recan-didatura a um novo mandato. Porque entendo que as pessoas não se devem perpectuar nos cargos. No entanto não pude ficar indiferente ao apelo de cer-ca de duas centenas de irmãos que, em forma de abaixo assinado, primeiro e no decurso de uma das Assembleias Gerais mais participadas de sempre, depois, me deixaram sem argumentos para recusar uma recandidatura. Refiro, contudo, que será irreversivelmente a última porque, como referi, a perenidade das pessoas nos cargos institucionais pode condicio-nar ou até prejudicar as próprias institui-ções. Disponibilizo-me para fazer mais 3 anos à frente dos destinos desta Miseri-córdia porque entendo que ainda há mui-to caminho a percorrer. Temos o desafio de pôr a funcionar a Unidade de Longa Duração. Temos o desafio de avançar com a Clínica Social da Misericórdia. São projectos que, estou certo, marcarão, de forma positiva, o futuro da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso.Assim Deus nos ajudeHumberto Carneiro

Qual a sua opinião sobre Jor-nadas e sobre a pertinência do tema escolhido?Tive muito prazer em ser convidado e em poder estar aqui e em poder falar sobre um tema que é da maior importância. Há muito a ideia de que o idoso ou o doente, quando tem limitações, perde a dignidade e foi importante explicar que não: perde uma dignidade exterior, que não interessa, mas conserva e até enriquece uma dignidade intrínse-ca, própria, como ser humano. O facto de se discutir agora a doença de Alzheimer é muito importante também, porque a doença de Al-zheimer retira à pessoa algumas ca-pacidades de comunicação com os outros, mas não lhe retira a digni-dade. Não vamos arrumá-la como uma pessoa que já nem é uma pes-soa humana, porque não fala con-nosco: continua a ser uma pessoa humana e mais, nós não sabemos aquilo que ela sente por dentro, na sua auto-consciência, que não pode exprimir e, às vezes, há pequenas alterações do olhar, há a lágrima que cai, que significa que aque-le doente de Alzheimer vivenciou uma certa situação com uma res-posta emocional muito importante, que pode ser muito rica por dentro, nós é que não podemos comunicar com ele nem ele connosco.

Na comunicação é que reside a barreira…Essa é que é a barreira. Agora vou dizer uma coisa que é politicamen-te incorrecta: todos nós, que temos gosto e amor em ter animais em casa, percebemos que os animais reconhecem a nossa comunicação emocional, reconhecem um olhar, um gesto, um som, que são suficien-tes para que um cão, por exemplo, mude imediatamente a sua postura. Não quero dizer que o doente de Alzheimer seja transformado num animal, o que eu quero dizer é que a capacidade da vivenciação emo-cional nunca se perde. Estas pesso-as poderão não ter capacidade de comunicação verbal, de falar con-nosco, porque perderam essa capa-cidade, mas a capacidade de sentir o amor, o afecto que nós lhe damos, mantêm, e quem cuida desses pes-soas deve ter uma postura de ética e de respeito pela dignidade pelo outro. Tu não podes falar comigo nem agradecer o que eu te vou fa-zer, mas eu vou-te fazer porque em ti reconheço uma pessoa humana de pleno direito, de corpo inteiro, completa.

As pessoas estão preparadas para cuidar de um familiar

doente de Alzheimer?Não. Têm de ser preparadas, têm de aprender. É uma lacuna. Algu-mas instituições também têm ser-viços de cuidados no domicílio, porque a alguns idosos ou a alguns doentes com Alzheimer não é fácil levá-los a mudar de sítio, porque es-tar num local onde reconhecem os espaços e aquilo que está dentro do espaço dá-lhes segurança. Quando nós os levamos para outro sítio, em que tudo é novo, parece que eles começam a ficar muito pior do que estavam e, às vezes, voltam outra vez para casa. Então, os cuidadores informais ou os cuidadores fami-liares devem ser preparados pelas próprias equipas que trabalham nas instituições para fazerem no domi-cílio aquilo que aquele doente teria

se estivesse institucionalizado, ou seja, estimulação psíquica, higiene até onde for possível, higiene pes-soal até onde ele possa fazê-la e de-pois, essencialmente, a relação de afecto, que essa pode ser mais rica quando existem laços familiares do que numa instituição que tem um profissional, que sabe que tem de viver os afectos, mas que não tem a mesma espontaneidade. Eu diria que uma funcionária de uma des-sas instituições terá mais dificul-dade em dar um beijo num doente do que terá um filho ou marido. E esse gesto afectivo é importante, o próprio toque terapêutico, a carícia, o contacto corporal são fundamen-tais para que este doente de Alzhei-mer se sinta bem por dentro.

Há respostas suficientes?Nunca temos nada suficiente. O Serviço Nacional de Saúde não é suficiente, há mais de um milhão de pessoas sem médico de família em Portugal... Mas não compete apenas ao Estado resolver os pro-blemas… As Santas Casas da Mi-sericórdia foram criadas para fazer cuidados paliativos e o atendimen-to do doente de Alzheimer, sobre-tudo na forma grave, é um exemplo de cuidado paliativo e deve obede-cer a todas as normas do cuidado paliativo, pluriprofissional e plu-ridisciplinar, não só de médicos e de enfermeiros, mas também de Centros Sociais, de voluntários, de familiares - tudo tem de ser chama-do a participar no cuidado paliativo àquela pessoa.

O Professor Doutor Daniel Serrão, Professor Doutor do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa – Porto, proferiu a Conferência Inaugural, sobre “Ética e Dignidade no Envelhecimento. No final, conversou com a “Santa Causa” a respeito das Jornadas e do tema escolhido para esta edição. “Há muito a ideia de que o idoso ou o doente, quando tem limitações, perde a dignidade e foi importante explicar que não: perde uma dignidade exterior, mas conserva e até enriquece uma dignidade intrínseca como ser humano”, referiu.

“Idoso ou doente conserva e enriquece dignidade própria como ser humano”

As Santas Casas foram criadas para fazer cuidados paliativos e o atendimento do doente de Alzheimer, sobretudo na forma grave, é um exemplo de cuidado paliativo e deve obedecer a todas as normas do cuidado paliativo, pluriprofissional e pluridisciplinar - tudo tem de ser chamado a participar no cuidado paliativo àquela pessoa.

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4 Setembro de 2009 Santa Causa

Mesa Redonda Demências – Uma realidade clínica emergente…

Professor Doutor Nuno Sousa Director da Faculdade de Medicina da Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho

A qualidade de vida na pessoa com demência

Doutor Vicente CorderoCoordenador da Unidad de Estancias Diurnas de Alzheimer – Sevilha

A investigação científica como a chave da vida

Prof. Doutor Tiago Outeiro Investigador do Instituto de Medicina Molecular - Lisboa

A importância dos Afectos

Prof. Doutora Manuela LeitePsicóloga e Professora da CESPU - Porto

Mesa Redonda Paliativos – A importância do Ser

Doutor Vítor CoutinhoDirector Clínico do Hospital António Lopes

Fisiologia do Envelhecimento

Prof. Doutor Almeida Dias Presidente do Conselho de Administração do Grupo CESPU

Doutora Carmen NavarroPsicóloga da Unidad de Estancias Diúrnas de Alzheimer - Sevilha

“Esta é uma iniciativa de gran-de mérito, pela iniciativa em si e pelo tema. Todas as iniciativas que congregam os profissionais que prestam cuidados de saúde à volta de temas como este e em que possam discutir, ouvir os ou-tros e aprender para melhorarem o seu desempenho são iniciativas de mérito e, nesse sentido, esta é muitíssimo meritória. Sobre a inteligência da escolha temática, porque tudo o que acontece na actividade humana não pode ser estranho a quem presta cuidados de saúde. A verdade é que há te-mas cuja emergência os torna temas absolutamente prioritários e o tema da prestação de cuida-dos de saúde, que eu vejo muito mais na perspectiva da prevenção do que da intervenção terapêu-tica, é absolutamente candente quando nós olhamos para a nova malha da população portuguesa e mundial que está a envelhecer extraordinariamente.O envelhecimento da população, que decorre de as condições sani-tárias e de prestação de cuidados de saúde terem melhorado ex-traordinariamente, arrasta novos problemas, novos desafios e se nós não nos prepararmos devida-mente para os enfrentar, vamos sempre encontrar soluções me-díocres, porque são soluções que são encontradas em cima do acon-tecimento e, portanto, não reflec-tidas nem meditadas. Esta escolha temática é inteligente e altamen-te meritória, porque permite que nós, com alguma antecedência, façamos a preparação necessária para estarmos em condições de enfrentar desafios que sabemos que vão acontecer. O tema é en-velhecer com dignidade, mas rapi-damente houve um desvio, que faz todo o sentido, para o envelhecer do sistema nervoso, porque é o sistema que mais desafios vai co-locar nestes processos biológicos do envelhecimento e entendo que a perspectiva das neurociências já não se confina a uma ciência vul-gar do conhecimento, mas é mais uma questão estratégica, porque isto vai modular a nossa condição humana no futuro”.

“Estas Jornadas são magníficas, so-bretudo tendo em conta o número de congressistas presentes, cerca de 300, e tendo em conta a difusão que isso vai ter, tanto para a Misericórdia como a nível da formação dos profissionais que estão a assistir a estas Jornadas”. É importante a troca de experi-ências entre unidades de países diferentes? “É muito importante, não apenas dentro de cada país, em termos das equipas multidisciplinares, mas também para a partilha do conheci-mento que tenham diferentes países, neste caso Espanha e Portugal. Em alguns aspectos, Espanha está mais avançada devido ao número de do-entes que tem, porque ao ter mais do-entes a problemática social, sobretudo no caso de Alzheimer, já se faz sentir antes, e pode dar a conhecer essa ex-periencia e dos erros cometidos para que outros não os façam. Mas a experi-ência é muito positiva”.

“O tema destas Jornadas é, como todos reconhecemos, de extrema importância, porque estamos numa altura em que a população mundial está a envelhecer, o que altera os paradigmas sociais e económicos e, portanto, importa falar sobre estes temas e pensar como é que, como sociedade, devemos agir perante estas questões. Estas Jornadas têm tido a capacidade de juntar pessoas de várias áreas, desde os investi-gadores, aos cuidadores de saúde, aos clínicos, aos economistas, que pensam sobre os novos modelos económicos que estão associados e, ao juntar estas pessoas e ao dis-cutir estes temas, está certamente a dar um contributo muito impor-tante para que, no futuro, estejamos melhor preparados para lidar e en-carar estes problemas”.

“O tema é actual e bastante impor-tante face ao panorama de envelhe-cimento que temos. É importante que as pessoas se comecem a de-bruçar e a criar novos pensamen-tos sobre esta realidade. Sobre as Jornadas, as mesas estavam mui-to bem organizadas, recolhendo a prestação de vários profissionais com prismas diferentes, o que tor-na o debate bastante enriquecedor. Outro aspecto que eu acho que é extremamente importante é a rea-lização deste tipo de iniciativas em meios rurais, o que promove o pró-prio concelho e promove as insti-tuições locais. Não foi uma ousadia desta Santa Casa organizar Jorna-das com convidados do estrangeiro,

mas sim um acto de coragem. Ape-sar de as Santas Casas terem uma grande força, acredito que não seja fácil conseguirem trazer algumas pessoas de renome, como aconte-ce mais facilmente com as Univer-sidades, pelo que isso também é de louvar, assim como o facto de esta Misericórdia ter conseguido reunir pessoas de diferentes pontos do país e de Espanha. Também faço parte de organizações de Jornadas e estas estão muito bem organiza-das, proporcionando momentos diferentes que permitem que as pessoas possam desfrutar de uma outra forma de tudo e partilhar ex-periências. Acabam por ser uma grande oportunidade de confrater-nização, mesmo durante o almoço, o que é raro, porque normalmen-te o que acontece é que os pales-trantes almoçam juntos, mas as pessoas que estão a assistir nunca participam e aqui puderam fazê-lo, o que permite uma maior abertu-ra, permite que as pessoas possam trocar impressões e estar mais pró-ximo dos palestrantes, o que por vezes não acontece. Foi tudo muito agradável”

“Mais uma vez, a Santa Casa, atra-vés do HAL e destas Jornadas, marcou uma referência do ponto de vista científico em termos das insti-tuições de saúde portuguesas. Eu penso que o patamar já não é um patamar loco-regional. As apresen-tações que tivemos demonstram a vitalidade da Instituição e um olhar de uma perspectiva nacional e até internacional. A qualidade profun-da científica e técnica das interven-ções; o número de participantes, que, mais uma vez, voltou a estar entre os 300 profissionais de saúde; o carinho e dedicação com que as pessoas olham para estas Jornadas, dando-lhe uma participação efu-siva, dando-lhes até um conceito de formação científica, são de su-blinhar. As intervenções nos dife-rentes painéis demonstram como a Misericórdia e o Hospital, em particular, procuram uma reflexão global daquilo que é uma activi-dade assistencial, de investigação, eventualmente até de docência, e de gestão. Julgo que estamos no

“Queria agradecer à Santa Casa e ao seu Provedor o convite para es-tarmos aqui presentes. É para nós uma grande honra. Já é para nós uma honra sermos parceiros em al-gumas actividades. Espero que estas Jornadas continuem a ser uma re-ferência na região para os profissio-nais de saúde”, começou por referir na sua intervenção, sobre a Fisiolo-gia do Envelhecimento. Do ponto de vista dos conteúdos, apresentou uma definição de envelhecimento, com base em Miller, explicando, de entre outras questões, os aspectos que ocorrem com o envelhecimen-to, independentemente do seu con-ceito, e explicando aos presentes as Alterações Estruturais e Funcionais Associadas ao Envelhecimento. “De acordo com a teoria da fiabilidade, o envelhecimento de máquinas ou materiais é definido como o aumen-to do risco de colapso em função do tempo. Qualquer coisa envelhece quando tem maior probabilidade de colapsar amanhã do que hoje”, referiu, questionando, no final: “O envelhecimento será um fenómeno ou um processo biológico? Não será antes uma propriedade emergente de qualquer sistema redundante, seja ele biológico ou não?”

“Gostei muito destas Jornadas. Pen-so que tiveram um bom nível e foram muito inovadoras. Desconhecia que, em Portugal, havia uma visão tão avançada do que é o envelhecimen-to e do que são os cuidados para os idosos. Vou muito contente”. O que pensa sobre a troca de experiências entre países? “Penso que é muito importante a troca de experiências entre países e ainda para mais entre Espanha e Por-tugal, que são dois países amigos e ultimamente as relações estão mais estreitas e há mais comunicação. Há muitos profissionais que trabalham em Portugal e há mais profissionais portugueses em Espanha também e parece-me muito interessante. Aprendi muito com estas Jornadas e gostei muito da forma como foram organizadas”.

Oradores convidados satisfeitos com 5as Jornadas

Em destaque Jornadas Médico-Cirúrgicas

As 5as Jornadas Médico-Cirúrgicas reuniram os mais prestigiados especialistas que abordaram o “Envelhecimento e Dignidade” sob diferentes prismas. O Santa Causa recolheu alguns dos seus comentários sobre a iniciativa, que apresenta. O essencial de algumas das intervenções dos oradores é também referido a seguir.

bom caminho. O Senhor Provedor, mais uma vez, está de parabéns por motivar e lide-rar esta equipa e penso eu que, com este passo, reforça o sentido que lhe foi dado há pouco tempo de poder continuar, por mais alguns anos, na Instituição, com a sua equipa, conti-nuando a trabalhar e a defender os projectos definidos e lançados. Ele continua a ser um aglutinador, um líder de massas e, sobretudo, tem a inteligência e consegue perspec-tivar os passos no futuro o que é um garante da sustentabilidade da Instituição. Em suma, deixava estas notas: por um lado, um sucesso a nível científico que lança uma res-ponsabilidade acrescida para as VI Jornadas; uma marca que se come-ça a constituir como uma referência no sentido técnico e cientifico dos profissionais com sentido formativo; e o reforçar de um líder que é impor-tante para a Misericórdia, mas que é mais para a Póvoa de Lanhoso”.

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5Setembro de 2009 Santa Causa

da Póvoa de Lanhoso abordar de uma forma multidisciplinar esta pro-blemática, porque ela é multidiscipli-nar, e da capacidade de iniciativa de organização e de planeamento, que a Misericórdia mostrou, em particular, neste evento”. Custódio LimaDirector Executivo do Agrupamento Gerês - Cabreira

“Congratulo-me e dou os parabéns à Misericórdia por estas Jornadas e principalmente pelo tema esco-lhido. A população dependente é a que menos reivindicação tem, mas já deu muito a esta sociedade e a população activa actual tem deveres para com esta população, reconhe-cendo-lhe os direitos que tem de ser tratada com dignidade. Têm de ser profissionais muito bem preparados para conseguirem prestar os cuida-dos com qualidade e com dignidade e para que o envelhecimento decor-ra de forma harmoniosa. Penso que a discussão feita nestas Jornadas é actual e é fundamental. Espero que sejam aplicadas na prática as várias sugestões com benefícios para a po-pulação que está necessitada delas e que tem direito de ser tratada com qualidade e com acesso igual”.

“Reforço as palavras do meu colega, Professor Doutor Carlos Pereira da Silva, destacando esta brilhante ideia

A prática clínica numa Uni-dade de Cuidados Paliativos

Doutor Ferraz Gonçalves Coordenador da Unidade de Paliativos da RNCCI do IPO do Porto

A humanização dos cuidados

Enfermeira Emília Neves Enfermeira Responsável da Unidade de Paliativos da RNCCI do IPO do Porto

Mesa Redonda Unidades de Longa Duração da RNCCI – O inevitável equi-líbrio económico e social

O contributo das Unidades da RNCCI para a sustentabi-lidade do sistema de Saúde Português

Prof. Doutora Ana FernandesProfessora Associada da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa

A importância da equipa multidisciplinar nas unidades da RNCCI

Enfermeiro Nelson FerreiraEnfermeiro Responsável da Unidade de Convalescença do HAL - Póvoa de Lanhoso

Conferência Final Novos Modelos de Gestão para a Sustentabilidade do Terceiro Sector

Prof. Doutor Carlos Pereira da Silva, Professor Catedrático do ISEG - Lisboa

ModeradorProfessor Doutor Rocha ArmadaProfessor Catedrático da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho - Braga

Agradeceu o convite para partici-par nas Jornadas e falou na prática clínica numa Unidade de Cuidados Continuados, que se funda naquilo que são os cuidados paliativos. Se-gundo a definição que apresentou da autoria da Organização Mundial de Saúde, “os cuidados paliativos melhoram a qualidade de vida dos doentes e das suas famílias que encaram uma doença ameaçadora da vida, proporcionando alívio da dor e de outros sintomas, suporte espiritual e psicossocial desde o diagnóstico até ao fim da vida e no luto”. Ainda a respeito de Cuidados Paliativos, referiu ainda que, de en-tre outros aspectos, proporcionam o alívio da dor e de outros sintomas perturbadores; afirmam a vida e vêem a morte como um processo normal; não pretendem apressar ou adiar a morte; integram os aspec-tos psicológicos e espirituais dos cuidados aos doentes; oferecem um sistema de suporte para ajudar os doentes a viver tão activamente quanto possível até à morte; e que oferecem um sistema de suporte para ajudar as famílias a lidar com a doença e o luto.

Esta Enfermeira referiu que “a tec-nologia não pode suplantar o valor do diálogo e da interacção entre as pessoas. A Humanização desen-volve-se pelo diálogo e pelas inter-relações entre os seres humanos, com a intenção de proporcionar bem-estar em sentido amplo. É um valor inquestionável. Acredita-se que é sempre possível, desde que a intencionalidade esteja presente”. De acordo com aquela especialista, os Profissionais de Saúde devem, de entre outros aspectos, colocar-se no lugar do outro; perceber as suas necessidades; e dar conforto e segurança para proporcionar um internamento de uma forma mais amena e tranquila. Respeitar o ou-tro e a sua condição humana; exer-cer a profissão com honra e dignida-

Em destaque Jornadas Médico-Cirúrgicas

As boas práticas de Gestão das Unidades da RNCCI

Doutora Aurora ArosoRepresentante da Administração Regional de Saúde do Norte

“O tema destas Jornadas é mais do que pertinente, porque, não só em Portugal, temos uma população en-velhecida, por isso tem toda a razão de ser discutirmos as melhores ma-neiras, os melhores métodos para darmos apoio a essa população cada vez mais envelhecida. Estas Jornadas tiveram um alto teor cien-tífico e são oportunidade de uma

de; manter a sua condição humana também respeitada são também re-quisitos dos Profissionais de Saúde, sendo que a Humanização requer, em seu entender, relações profissio-nais saudáveis; respeito pelo diferen-te; formação humana dos profissio-nais e reconhecimento dos limites. Sobre a Unidade de Cuidados Palia-tivos na Rede, lembrou que “os Cui-dados Paliativos são uma resposta activa aos problemas decorrentes de uma doença prolongada, incurável e progressiva, com o intuito de preve-nir o sofrimento que dela decorre e de proporcionar a máxima Qualida-de de Vida possível a estes doentes e suas famílias.”

“Fico surpreendida com a qualida-de e com os valores transmitidos nestas Jornadas, são boas práticas que têm de ser replicadas noutros sítios, têm de ser conhecidas por outros para poderem fazer bem como é feito aqui. É um balanço muito positivo o que faço destas Jornadas, cá longe dos grandes centros, longe das Universidades, mas que trazem as Universidades aqui, o que é muito bom também para nós conhecermos no terreno o que está a ser feito”.

“As 5as Jornadas foram o culmi-nar de um trabalho que tem sido feito ao longo de anos. Atingimos, uma vez mais, um patamar bas-tante elevado. As intervenções demonstraram que esta Mesa Ad-ministrativa tem feito um esforço muito grande para transmitir este conhecimento e saber à própria população da Póvoa de Lanhoso. Esperamos que a própria popula-ção valorize o que tem sido feito a nível de esforço. Foi um sucesso e traduz que estamos todos em-penhados em elevar ainda mais o nível a que esta Santa Casa já nos habituou.”

“Acho que é extraordinária esta organização. Fiquei admirado com a organização, o tema e a própria audiência. Nós lá de Lisboa não te-mos ideia do que se passa muitas vezes nestas zonas mais interiores do país. Temos ideia que as gran-des conferências, jornadas, são todas feitas em Lisboa e no Porto e não tem que ser assim, pelo con-trário. Temos aqui hoje o exemplo disso, acho que foi extraordinário e muito bom. Destaco também a logística, os coffee breaks, os al-moços e a simpatia das pessoas”.

troca de experiências entre pessoas que estão interessadas nesta área de cuidados”.

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6 Setembro de 2009 Santa Causa

Em destaque Hospital António Lopes

João Paulo Alves Fontes Pereira, 27 anos, concluiu a licenciatura em Medici-na Dentária no ano lectivo 2006/07 na Faculdade de Ciências da Saúde da Uni-versidade Fernando Pessoa. Neste momento, acumula a função de responsável do serviço de Estomatologia e Medicina Dentária do Hos-pital António Lopes, com o cargo de Professor Assistente de Cirurgia e Periodontologia no curso de Medicina Den-tária do Instituto Superior de Ciências da Saúde Norte - CESPU. Para além destas funções, e por considerar ser fundamental na área das ciências médicas, continua a aprofundar os seus conheci-mentos em áreas mais espe-cíficas da Medicina Dentária: frequenta o Mestrado de Pe-riodontologia (Especialida-de que trata as doenças das gengivas e dos tecidos de su-porte dos dentes) no ISCSN e a Pós-Graduação de Reabili-tação Oral e Extra Oral com Implantes Osteointegrados (Especialidade que reabilita os desdentados parciais e to-tais com próteses fixas sobre implantes) na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Hospital de São João - Porto). A qualidade dos re-

cursos humanos e materiais são razões mais do que su-ficientes para garantir aos utentes o melhor atendimen-to no HAL.

Que tipo de problemas apresentam os pacientes do HAL?Os pacientes que visitam a nossa consulta no HAL, apresentam principalmente problemas a nível da Higie-ne Oral e as consequentes cáries e perdas dentárias. Cerca de 70% dos pacientes visitam o Médico Dentista como último recurso, por já não aguentar a dor. Ain-da não existe uma correcta prevenção da Saúde Oral, problema que todos os co-legas de profissão devem tentar resolver, motivando e educando os pacientes para uma correcta higienização da cavidade oral, desde a pri-meira consulta. Os pacientes deverão encarar a saúde oral numa perspectiva de saúde global, dado que as doenças orais podem ser responsá-veis ou agravar, problemas cardiovasculares, gástricos, endócrinos ou até levar ao nascimento prematuro de bebés com baixo peso.

Que cuidados devemos todos ter? Todas as pessoas devem es-covar durante três minutos os dentes e a língua, três ve-zes ao dia. Se todos fizerem um esforço para incrementar a sua higiene oral, apenas visitarão o Médico Dentista para realizar procedimentos preventivos ou de manuten-ção, evitando gastos adicio-nais em tratamentos mais complexos e a tão mal ama-da “seringa de anestesia”. Todos devem visitar o Médi-co Dentista pelo menos duas vezes por ano para realizar uma destartarização e, se ne-cessário, diagnosticar e tratar lesões de cárie iniciais.

De que tipo de tratamen-tos podem usufruir os pa-cientes do HAL?No HAL, os pacientes pode-rão usufruir de todos os tipos tratamentos dentários desde as vulgares Restaurações, Desvitalizações, Destartari-zações (limpezas), Branquea-mentos, Piercings Dentários, Próteses Removíveis, até tratamentos mais complexos como: Próteses Fixas Con-vencionais e sobre Implan-tes, Ortodontia (aparelhos fixos) e Cirurgias Orais. Para casos cirúrgicos complexos

temos à nossa disposição o Bloco Operatório do Hospital e uma equipa multidisciplinar composta por Especialistas nas diversas áreas. No HAL, todos os pacientes que bene-ficiem do Cheque Dentista, poderão utilizá-lo para reali-zar os tratamentos necessá-rios, devendo, para isso, re-querer a emissão do primeiro cheque no seu Médico de Família. No próximo mês de Outubro, poderão também realizar um check-up den-tário gratuito, ao abrigo do Programa Mês da Saúde Oral (Promovido pela SPEMD e COLGATE) e assim ficarem a saber quais os tratamentos orais que necessitam.A partir de Setembro, um protocolo estabelecido com a EPAVE - Escola Superior de Saúde do Alto Ave, irá permitir que os utentes do Lar de São José e da Unida-de de Convalescença, com-provadamente sem recursos económicos, tenham acesso a próteses dentárias, median-te o pagamento de uma taxa moderadora. Em termos de recursos físicos, no HAL, dis-pomos também de um Con-sultório Dentário completa-mente remodelado, equipado com os mais recentes equipa-mentos dentários.

Medicina Dentária no HAL ao serviço do utente

No HAL, os pacientes poderão usufruir de todos os tipos tratamentos dentários desde as vulgares Restaurações, Desvitalizações, Destartarizações (limpezas), Branqueamentos, Piercings Dentários, Próteses Removíveis, até tratamentos mais complexos como: Próteses Fixas Convencionais e sobre Implantes, Ortodontia (aparelhos fixos) e Cirurgias Orais. Para casos cirúrgicos complexos temos à nossa disposição o Bloco Operatório do Hospital e uma equipa multidisciplinar composta por Especialistas nas diversas áreas. (...)

João Paulo Alves Fontes Pereira - Médico Dentista,

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7Setembro de 2009 Santa Causa

Em destaque Hospital António Lopes

Há quanto tempo existe este Valência no Hospital António Lopes?A Terapia da Fala é uma Valência com três anos de existência no Hospital António Lopes. Ao longo deste período, a procura tem sido uma crescente. A criação desta Valência no Hospital teve como objectivo alargar o leque de espe-cialidades, bem como permitir o tratamento de inúmeras alterações.

Quais as áreas de actuação desta especialidade médica?Podemos dividir as áreas de actua-ção do Terapeuta da Fala em seis, nomeadamente as perturbações da interacção e comunicação (em in-divíduos com necessidade de um meio alternativo e/ou aumentativo de comunicação, intervenção pre-coce); as perturbações de lingua-gem (atraso de desenvolvimento da linguagem, perturbações es-pecíficas da linguagem, afasia); as perturbações da fala e voz (disar-tria, perturbação articulatória, dis-fonias/rouquidão e laringectomias, gaguez), as perturbações da leitura e escrita (dislexia, disortrografia); as perturbações da alimentação (disfagias – dificuldade em deglutir e distúrbios da deglutição) e as al-terações da motricidade e sensibili-dade oro-facial (doenças degenera-tivas, tratamentos pós-traumáticos e pós-cirúrgicos). Que respostas proporciona, a estes níveis, o Hospital Antó-nio Lopes?Em resposta a estas alterações, a Terapia da Fala no Hospital Antó-nio Lopes funciona em regime de consulta externa e, mais recente-mente, como parte integrante da equipa multidisciplinar da unidade de Convalescença que integra a Rede Nacional de Cuidados Con-tinuados. Na consulta externa, o Terapeuta da Fala recebe casos que podem ser encaminhados por es-pecialidades existentes neste Hos-

pital, como a Medicina Dentária, a Otorrinolaringologia, a Pediatria e a Psiquiatria. Todavia, nem sempre os casos são encaminhados por ou-tras especialidades, sendo cada vez mais frequente a procura directa do Terapeuta da Fala. Para além des-tes aspectos, surge muitas vezes a dúvida: como saber em que casos existe necessidade de consultar um terapeuta da fala.

E como fazer essa distinção?No caso das crianças, podemos enumerar os seguintes sinais de alerta: se a criança tem dois anos e não fala; se não percebe o que lhe é dito; se não diz apenas um ou alguns sons ou letras; se troca um som ou letra por outro, ao falar, ler ou escrever; se apresenta dificulda-des ao ler e escrever; se fala pelo nariz; se tem mais de quatro anos e gagueja; se na escola é “gozada” por causa da fala; se grita muito e fica rouca com frequência; se há necessidade de falar com a criança de um modo especial (adaptar o discurso). No caso do adulto, este deve re-correr ao terapeuta da fala se sente com frequência a voz rouca, se sen-te a garganta seca ou áspera, se usa muito a voz no dia-a-dia, se gague-ja, se revela dificuldades em masti-gar ou deglutir alimentos, se baba ou se engasga com alimentos sóli-dos ou líquidos de forma recorren-te, se tem dificuldades em falar, se tem dificuldades em fazer-se com-preender ou compreender o que lhe dizem. Se uma das situações descritas ocorrer com a criança ou adulto, deve procurar um Terapeu-ta da Fala, para uma avaliação do caso e possível seguimento.

Como se processa a actuação deste especialista?A actuação do Terapeuta da Fala acontece em três níveis: preven-ção, diagnóstico e intervenção. Ao nível da prevenção, o Terapeuta da

Fala actua no sentido da prevenir a ocorrência ou agravamento de per-turbações. Em termos de avaliação e diagnóstico, esta etapa pressupõe um estudo completo de todos os as-pectos do utente (que pode ou não consultar o Terapeuta da Fala por sua iniciativa), tendo em conta as suas necessidades e características. A avaliação é um processo contí-nuo, que pode envolver a colabora-ção de outros profissionais ou áre-as. O Terapeuta da Fala estabelece o diagnóstico através da avaliação objectiva e observação clínica e perspectiva a duração da interven-ção. Por fim, a intervenção terapêu-tica pode ser directa ou indirecta. Envolve terapia, reabilitação e rein-tegração no meio social e profissio-nal assim como intervenção preco-ce, orientação e aconselhamento. A intervenção tem por objectivo levar o paciente, de acordo com as suas possibilidades, ao nível óptimo de funcionamento e de comunicação que corresponde ao seu meio – so-cial, educacional e profissional, no sentido de alcançar ou manter a au-tonomia. A idade não é importante, pois as perturbações podem apare-cer em qualquer idade e podem ser de desenvolvimento ou adquiridas. No caso de patologia médica, a intervenção do Terapeuta da Fala pode complementar a intervenção médica, neste Hospital, com as Va-lências referidas anteriormente. No entanto, na intervenção terapêu-tica não se limita às fronteiras do Hospital. Nesta instituição, o Tera-peuta da Fala efectua um trabalho terapêutico com o contexto onde o utente está inserido, nomeadamen-te jardim-de-infância, escola ou lar, de entre outros.A Terapia da Fala surge como uma resposta a diversas alterações. E nesse sentido, o Hospital António Lopes continua a crescer e a tra-balhar, pois visa sempre prestar um serviço de qualidade à comu-nidade.

Terapia da Fala no HAL procura aumentar qualidade de vida dos pacientes

Na criança:Se tem dois anos e não fala; se não percebe o que lhe é dito; se não diz apenas um ou alguns sons ou letras; se troca um som ou letra por outro, ao falar, ler ou escrever; se apresenta dificuldades ao ler e escrever; se fala pelo nariz; se tem mais de quatro anos e gagueja; se na escola é “gozada” por causa da fala; se grita muito e fica rouca com frequência; se há necessidade de falar com a criança de um modo especial (adaptar o discurso).

No adulto: Se sente com frequência a voz rouca, se sente a garganta seca ou áspera, se usa muito a voz no dia-a-dia, se gagueja, se revela dificuldades em mastigar ou deglutir alimentos, se baba ou se engasga com alimentos sólidos ou líquidos de forma recorrente, se tem dificuldades em falar, se tem dificuldades em fazer-se compreender ou compreender o que lhe dizem.

A Dra. Natacha Tiago, nascida em 1982, é Terapeuta da Fala no Hospital António Lopes. Licenciada em Terapia da Fala na Escola Superior Tecnológica de Saúde do Porto, está no HAL desde 2006. É também desde essa altura que existe a Valência de Terapia da Fala no Hospital, guiando-se por pressupostos que pretendem levar à prestação de respostas que aumentem a qualidade de vida dos pacientes.

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8 Setembro de 2009 Santa Causa

Em destaque Saúde

A Direcção – Geral de Saúde publica, no seu site (www.dgs.pt) uma série de conselhos à população para que se previna da Gripe A. No mesmo local, dá resposta às questões mais frequentes sobre a doença, que o Santa Causa aqui reproduz. 1. O que é o novo vírus da Gripe A (H1N1)v?O novo vírus da Gripe A(H1N1)v, que apareceu recentemente, é um novo subtipo de vírus que afecta os seres humanos. Este novo subtipo con-tém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da Gripe e apresenta uma combinação nunca antes observada em todo o Mundo. Em contraste com o vírus típico da gripe suína, este novo vírus da Gripe A(H1N1)v é transmissível en-tre os seres humanos. 2. Quais os sintomas da doença pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v?Os sintomas de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v nos seres humanos são normalmente semelhantes aos provocados pela Gripe Sazonal:• Febre • Sintomas respiratórios (tosse, nariz entupido) • Dor de garganta • Possibilidade de ocorrência de outros sintomas:

- Dores corporais ou musculares- Dor de cabeça- Arrepios- Fadiga- Vómitos ou diarreia [embora não sendo tí-

picos na Gripe sazonal, têm sido verificados em alguns dos casos recentes de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v]Em alguns casos, podem surgir complicações gra-ves em pessoas saudáveis que tenham contraído a infecção.3. Como se infectam as pessoas com o novo vírus da Gripe A(H1N1)v? O modo de transmissão do novo vírus da Gripe A(H1N1)v é idêntico ao da Gripe Sazonal. O vírus transmite-se de pessoa para pessoa através de go-tículas libertadas quando uma pessoa fala, tosse ou espirra. Os contactos mais próximos (a menos de 1 metro) com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco. O contágio pode também verificar-se indirectamen-te quando há contacto com gotículas ou outras

secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infectada - por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas, superfícies de utilização pública, etc. Os estudos demonstram que o vírus da gripe pode sobreviver durante várias horas nas superfícies e, por isso, é importante mantê-las lim-pas, utilizando os produtos domésticos habituais de limpeza e desinfecção. 4. Qual é o período de incubação da doença?O período de incubação da Gripe A(H1N1)v, ou seja, o tempo que decorre entre o momento em que uma pessoa é infectada e o aparecimento dos primeiros sintomas, pode variar entre 1 e 7 dias. 5. Durante quanto tempo uma pessoa infec-tada pode transmitir o vírus a outras?Os doentes podem infectar (contagiar) outras pes-soas por um período até 7 dias, a que se chama período de transmissibilidade; é, contudo, pru-dente considerar que um doente mantém a capa-cidade de infectar outras pessoas durante todo o tempo em que manifestar sintomas.6. A doença pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v pode ser tratada? O novo vírus da Gripe é sensível aos medicamen-tos antivirais oseltamivir e zanamivir. 7. Qual a melhor forma de evitar a dissemi-nação do vírus, no caso de estar doente?• Limite o contacto com outras pessoas, tanto quanto possível • Mantenha-se em casa durante sete dias ou até que os sintomas desapareçam, caso estes perdu-rem • Cubra a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, usando um lenço de papel; nunca as mãos! • Utilize lenços de papel uma única vez e coloque-os de imediato no lixo • Lave frequentemente as mãos com água e sabão, em especial após tossir ou espirrar • Pode usar toalhetes descartáveis com soluções alcoólicas8. Qual é a melhor técnica de lavagem das mãos? Lavar as mãos frequentemente ajuda a evitar o contágio por vírus da gripe e por outros germes. Recomenda-se que use sabão e água, pelo menos durante 20 segundos. Quando tal não for possí-

vel, podem ser usados toalhetes descartáveis, so-luções e gel de base alcoólica, que se adquirem nas farmácias e nos supermercados. Se utilizar um gel, esfregue as mãos até secarem e não use água.9. Existe alguma vacina contra o vírus da Gripe A(H1N1)v? De momento, não existe vacina que proteja as pessoas contra o novo vírus da Gripe A(H1N1)v.10. A vacina da Gripe Sazonal é eficaz con-tra o novo vírus da Gripe A(H1N1)v? Não há evidência científica, até ao momento, de que a vacina contra a Gripe Sazonal confira pro-tecção contra a Gripe A(H1N1)v. 11. O vírus da Gripe A(H1N1)v pode ser transmitido às pessoas através do consumo de carne de porco ou derivados? Não. O vírus da Gripe A(H1N1)v não é transmiti-do pela ingestão de carne de porco ou derivados. Esta nova estirpe não foi, até à data, observada em animais e não há indícios de que o vírus tenha entrado na cadeia de produção. Tanto a Autori-dade Europeia de Segurança Alimentar, como o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças desconhecem qualquer evidência cientí-fica que sugira a possibilidade de transmissão do vírus por consumo de carne de porco e derivados.12. Qual é a situação da doença na Europa e no resto do Mundo? A situação a nível mundial está em constante evo-lução. Para informações mais recentes, consulte o Microsite da Gripe do sítio da Direcção-Geral da Saúde. 13. Que devo fazer para me proteger se tiver de viajar para áreas onde foram iden-tificados casos de Gripe A(H1N1)v? Os viajantes devem seguir as precauções gerais de higiene relativamente a infecções respiratórias se viajarem para áreas onde foram detectados ca-sos de infecção pelo novo vírus da gripe:• Lave frequentemente as mãos com água e sabão • Evite o contacto próximo com pessoas doentes • Se estiver doente:

- Mantenha a distância de pelo menos 1 m em relação aos outros, para evitar a propagação do vírus- Permaneça em casa, sempre que possível

- Evite multidões ou grandes aglomerados de pessoas - Se tossir ou espirrar, proteja a boca e o nariz com um lenço de papel de utilização única ou use o antebraço e não as mãos - Para se assoar, use lenços de papel de utili-zação única e coloque-os, de imediato, no lixo- Lave as mãos com frequência

14. Que precauções devo tomar se estiver a regressar de uma área onde foram identifi-cados casos de Gripe A(H1N1)v? Viajantes que regressem de uma área onde foram detectados casos de infecção pelo novo vírus da Gripe devem estar particularmente atentos ao seu estado de saúde e, se experimentarem algum dos seguintes sintomas, devem contactar de imediato a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), durante os 7 dias seguintes ao regresso:• Febre (>38ºC) e um dos seguintes sintomas:

- Sintomas respiratórios como tosse ou nariz entupido- Dor de garganta - Dores corporais ou musculares - Dor de cabeça - Fadiga - Vómitos ou diarreia

15. Estamos perante uma nova pandemia de Gripe?Uma pandemia de Gripe é uma epidemia à escala mundial, provocada por um novo vírus da gripe que infecta uma grande parte da população. No século XX, houve 3 pandemias deste tipo: em 1918, 1957 e 1968. Em Portugal e nos outros países da Europa foram desenvolvidos, nos anos mais recentes, esforços consideráveis de preparação para uma pandemia, tendo todos os Estados Membros da União Europeia Planos de Contingência Nacionais. Em 11 de Junho de 2009, a Organização Mundial de Saúde elevou para 6 o nível de alerta de pandemia. Esta alteração da Fase 5 para Fase 6 não está relacionada com o aumento da gravidade clínica da doença, mas sim com o crescimento do número de casos de doença e com a sua dispersão a nível mundial.

Fonte: www.dgs.pt

Gripe A: saiba o que é e como se proteger

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9Setembro de 2009 Santa Causa

Por: Salomé Alves, Directora-Técnica do Serviço de Apoio Domiciliário Os seres humanos, só porque en-velhecem, não perdem em simul-tâneo as suas aptidões, capaci-dades, idoneidade e saberes. Por isso, o factor idade não deveria ser um facto negativo e preocupante caso não se desenvolvesse num contexto desfavorável, com a di-minuição da taxa de natalidade, despersonalização das relações sociais e exclusão dos sectores produtivos da sociedade, crescen-te instabilidade e indisponibilida-de dos familiares.

O pensamento de que a família acolhe e cuida bem dos seus fa-miliares foi visto na maior parte dos casos e, durante algum tem-po, como uma certeza. Ainda hoje enaltecemos e admiramos aqueles que se “aprisionam” nos cuidados aos familiares sem nos questio-narmos sobre a ajuda prestada e os atritos latentes, limitações ma-teriais e desigualdades existentes dentro das “quatro paredes”. Se, por um lado, a família é uma ins-tituição fundamental no contexto social actual, por outro, contra-põem-se as alterações que afec-tam a estrutura familiar ao nível da distribuição de funções, rela-ção de poder. No entanto, a ideia de que a família é uma instituição decadente nas sociedades con-temporâneas e na interacção entre gerações não será uma facto real, pois, em muitos casos, a posição que o idoso ocupa na família está longe de ser de desvalorização e marginalização.

“A família, mesmo nas piores con-dições, organiza-se para assumir o que considera a sua obrigação - retribuir o sacrifício dos pais. Fá-lo, muitas vezes, apenas para dar o exemplo aos filhos” (Hespanha, 1993,326). Os laços de solidarie-dade familiar e comunitária vão mantendo a sua presença na so-

ciedade portuguesa. As famílias e comunidade têm um papel pro-tector muito importante na esta-bilidade emocional dos indivídu-os com mais idade, auxiliando em situações de luto, divórcio e outras privações, sendo também frequente as deslocações entre meio urbano e meio rural quer em épocas festivas, quer nas ocasiões em que ao familiares e amigos precisam de “um ombro amigo”, porque a etapa de vida está a ser solitária e difícil.

No seio da família, as pesso-as com mais idade também se envolvem, não raras vezes, na prestação de cuidados aos as-cendestes. A experiência e o contacto profissional e familiar mostra-nos que os idosos nem sempre têm uma imagem de dependência, sendo, por vezes, elementos activos, colaboran-tes quer na família quer na co-munidade, como por exemplo exercendo diversas formas de voluntariado, desde o hospita-lar ao espiritual. O idoso, nesta perspectiva, vai mantendo ou substituindo os seus papéis de ao longo de vida, nomeadamen-te nas ajudas das lides domésti-cas aos filhos, no levar os netos a escola ou cuidar deles em casa e, por vezes, ajudando financei-ramente o agregado familiar. No entanto e apesar deste impor-tante contributo no seio familiar, existe, por vezes, uma tendên-cia para desvalorizar a pessoa idosa como ser social total nas suas dimensões, físicas, sociais e afectivas, criando no idoso o medo de falhar, de se expor ao ridículo e à critica familiar e so-cial relativamente a tarefas para as quais até estava bastante mo-tivado. Se não, vejamos o exem-plo de um dito usual que pode em determinadas circunstâncias ter uma conotação limitativa e redutora nos mais velhos:” Ne-tos pelos avós criados, são netos estragados”.

É paralelamente num contexto de revolução tecnológica e científica em que a história evolui mais do que a vida de cada um que as pes-soas com mais idade não se identi-ficam por vezes com o mundo dos seus filhos e netos, porque este é bem diferente daquele em que viveram a sua juventude. Neste sentido e se recuarmos no tempo, e temos palavras como patriarca, conselheiro, mestre para definir o cidadão de idade avançada, o experiente e detentor do saber. E hoje? No quadro da experiência e saber, o idoso parece perder o seu afinco, pois reporta-se a uma reali-dade ultrapassada e obsoleta que os mais novos desvalorizam.

Convém ainda referir que o envol-vimento da rede de parentesco e das relações da amizade e sociais na prestação de cuidados varia também em função do grau de autonomia do idoso. É por, regra geral, quando a pessoa com mais idade passa a um estado de maior dependência que surgem os confli-tos. São os familiares que, em par-te, optam por retirar o idoso da sua casa e dividir os afazeres pelos vá-rios elementos da família, passan-do uma semana em casa de cada filho ou então, visto que a dispo-nibilidade de recursos (tempo, tra-balho e bens) nem sempre se pode conciliar da melhor forma no seio familiar, surgem como alternativas o internamento num equipamento social ou hospitalar, locais onde os familiares calculam que o ido-so está mais apoiado e protegido. Mas será que é assim? E a vontade da pessoa idosa, qual é?

Bibliografia: Hespanha, Pedro (1993), “Para além do Estado: a Saúde e a velhice na sociedade - providência”, in B. Sousa San-tos (org.), Portugal: Um Retrato Singular, Porto, Afrontamento, p.313-335.

Idoso e famíliaValências Apoio Domiciliário

A família, mesmo nas piores condições, organiza-se para assumir o que considera a sua obrigação - retribuir o sacrifício dos pais. Fá-lo, muitas vezes, apenas para dar o exemplo aos filhos” (Hespanha, 1993,326). Os laços de solidariedade familiar e comunitária vão mantendo a sua presença na sociedade portuguesa. As famílias e comunidade têm um papel protector muito importante na estabilidade emocional dos indivíduos com mais idade, auxiliando em situações de luto, divórcio e outras privações, sendo também frequente as deslocações entre meio urbano e meio rural quer em épocas festivas, quer nas ocasiões em que ao familiares e amigos precisam de “um ombro amigo”, porque a etapa de vida está a ser solitária e difícil.

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10 Setembro de 2009 Santa Causa

Valências Jardim-de-Infância

Por Cristina Oliveira, Educado-ra/Coordenadora da Creche/Jardim-de-infância de São Gonçalo

Aprender a falar, a escrever e a contar é, com certeza, o desejo de todas as crianças e a aspira-ção de todos os pais. Mas se, por um lado, a maioria das crianças é capaz de aprender sejam quais forem as estratégias que se usem no jardim-de-infância, por outro lado, o mesmo já não se pode di-zer de outras, com necessidades especiais.Nesses casos, as lutas pelas aprendizagens são diárias e contí-nuas. E o que é tão simples para os colegas, não o é para aquelas. As tarefas que parecem triviais no dia a dia do jardim-de-infância transformam-se em pesadelos constantes. Há crianças que, por exibirem determinadas condições específicas - físicas, sensoriais, cognitivas, emocionais, comuni-cativas, sociais - podem necessitar de apoio específico durante todo ou parte do seu percurso escolar, no sentido de facilitar o seu desen-volvimento académico, socioemo-cional e pessoal. A legislação portuguesa em vigor consagra os direitos fundamentais à educação e à igualdade de opor-tunidades. Também os estudos científicos e pedagógicos defen-

dem que se deve ter em conta o contexto em que a educação da criança com necessidades se deve processar e, sempre que possí-vel, deve ser educada na classe regular. A prática da inclusão de crianças com necessidades educativas es-peciais no ensino regular é hoje política educacional garantida pela legislação, tanto para a rede pública como para a privada no nosso país.Mas a simples colocação física da criança com necessidades educa-tivas especiais não é sinónimo de sucesso, pois estas crianças preci-sam de um tratamento adequado que respeite as suas necessidades. Neste sentido, parece evidente que a escola regular deverá ter condições para que o ensino da criança com necessidades edu-cativas especiais se processe no mesmo ambiente escolar. A escola inclusiva vem requerer dos educadores novas competên-cias e novas atitudes, diferentes daquelas que até aqui eram re-queridas. Mas, na maior parte dos casos, os educadores não estão preparados para trabalhar com as crianças com necessidades edu-cativas especiais que têm nas suas salas.A inclusão de criança com neces-sidades educativas especiais nas salas de actividades é vista, por

vezes, com alguma ansiedade, pois os educadores não têm a for-mação inicial, nem oportunidades de formação contínua necessárias para responder às necessidades educativas destas crianças; não conhecem muitas vezes a natu-reza dos seus problemas e as im-plicações que têm no processo de aprendizagem. A inclusão só terá sucesso com apoios especializados suplemen-tares e, simultaneamente, com apoio da família, criando rela-ções de parceria e estabelecendo uma comunicação constante, as-sente na confiança e no respeito mútuos. Face ao número crescente de crianças com necessidades edu-cativas especiais, é necessária uma preparação mais cuidada, que vai desde a atitude positiva do educador até ao uso de materiais e métodos, de modo que todos sejam incluídos em actividades enriquecedoras.A inclusão de crianças com neces-sidades educativas especiais nas salas de actividades tem efeitos positivos sobre a criança, como ganhos sociais consideráveis e auto conceitos mais positivos e para o restante grupo, pelo que ganha em novas experiências. Mas, por vezes, não lhes pode-mos prestar o apoio adequado. As suas características e necessi-

dades podem fazer com que a sua permanência a tempo inteiro na nossa sala não seja o mais eficaz. Atravessam-nos sentimentos de incapacidade e/ou insegurança, relativamente ao desenvolvimen-to de estratégias de ensino-apre-dizagem. Acredito na inserção da criança com necessidades educa-tivas especiais nas nossas salas de actividades, sempre que isso seja possível, mas acredito também na importância de salvaguardar os seus direitos, o que pode ser posto em causa, caso não se respeitem as suas características e necessi-dades especificas.

Bibliografia:Cadernos de Educação de Infân-cia, nº 81.Lisboa: APEICORREIA, L. M. (1999). Alunos com Necessidades Educativas Especiais nas Classes Regulares. Porto: Porto Editora.CORREIA, L. M.; MARTINS, A. (2002). Inclusão: Um guia para educadores e professores. Braga: Quadrado Azul Editora.

Criança com Necessidades Educativas Especiais no jardim-de-infância

Não há educação de qualidade sem educação inclusiva, na qual todos os alunos com dificuldades sejam apoiados desde o ensino pré-escolar.

(Amaral, 2009, in Cadernos de Educação de Infância, p. 32)

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