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Maio de 2012 Lar de S. José, um envelhecer ativo No ano europeu do envelhecimento ativo, o Lar de S. José mostra como o envelhecer ativo e com qualidade de vida se reflete no funcionamento diário da valência Teleassistência: Santa Casa da Misericórdia proporciona serviço de teleassistência a utentes do Apoio Domiciliário. Cantina Social: Santa Casa da Misericórdia assinou protocolo com o Instituto da Segurança Social, I.P, para abertura de uma Cantina Social que proporcionará 65 refeições diárias aos mais necessitados. Consultas de Especialidade: O Pediatra é o responsável pela nossa saúde o resto da vida… Centro de ATL: Traga o seu filho para passar umas férias divertidas. Bloco Operatório: Quase 500 cirurgias é o balanço do pri- meiro quadrimestre de 2012. Ano 2012 - Nº 34 - Publicação Quadrimestral Distribuição Gratuita Director: Dr. Humberto Carneiro Coordenação: Mesa Administrativa Impressão: Grafipóvoa Tiragem: 8000 Design Editorial: Bsolus - Business Solutions Propriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 143 4830 Póvoa de Lanhoso Tel.: (+351) 253 639 030 Fax: (+351) 253 639 036 Depósito Legal: 296364/09 Jornal da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso Medalha de Honra - Grau Ouro CMPVL - 19/03/1985 Pág. 07 Pág. 11 Pág. 08 Pág. 10 Pág. 08 Unidade de Convalescença: 10 conselhos uteis para o Cuidador. Pág. 06

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Jornal da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso

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Maio de 2012

Lar de S. José, um envelhecer ativoNo ano europeu do envelhecimento ativo, o Lar de S. José mostra como o envelhecer ativo e com qualidade de vida se reflete no funcionamento diário da valência

Teleassistência:Santa Casa da Misericórdia proporciona serviço de teleassistência a utentes do Apoio Domiciliário.

Cantina Social:Santa Casa da Misericórdia assinou protocolo com o Instituto da Segurança Social, I.P, para abertura de uma Cantina Social que proporcionará 65 refeições diárias aos mais necessitados.

Consultas de Especialidade: O Pediatra é o responsável pela nossa saúde o resto da vida…

Centro de ATL: Traga o seu filho para passar umas férias divertidas.

Bloco Operatório: Quase 500 cirurgias é o balanço do pri-meiro quadrimestre de 2012.

Ano 2012 - Nº 34 - Publicação QuadrimestralDistribuição Gratuita

Director: Dr. Humberto CarneiroCoordenação: Mesa AdministrativaImpressão: GrafipóvoaTiragem: 8000Design Editorial: Bsolus - Business SolutionsPropriedade: Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso, Rua da Misericórdia, 141 - Apart. 1434830 Póvoa de LanhosoTel.: (+351) 253 639 030Fax: (+351) 253 639 036Depósito Legal: 296364/09

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Medalha de Honra - Grau OuroCMPVL - 19/03/1985

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Unidade de Convalescença: 10 conselhos uteis para o Cuidador.

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2 Maio de 2012 Santa Causa

oje vamos contextualizar, neste artigo a questão atu-al da solidão e do isolamento, isto é o afastamento das atividades sociais. Recentemente foram várias as

notícias de pessoas que apareceram mortas em casa. O que muitos apelidamos de ”flagelo”, não deixa de ser um facto chocante, um desespero de quem não teve uma morte assis-tida e que foram encontrados, tempo depois, devido a uma ausência até então não sentida. Cenário triste que pode acon-tecer em qualquer idade e em qualquer parte do mundo. Ao logo destes anos vivenciamos algumas situações, aqui e de perto, diferentes, mas com a coincidência de terem morrido sós. Pessoas que viviam sós, que experienciaram viver com familiares mais jovens ou que passaram por instituições e/ou famílias de acolhimento, mas que não se adaptaram e, por opção, regressaram as suas “casas” por vezes em péssimo estado. Sempre uma opção, uma vontade expressa, porque a autonomia física e psicológica assim o permitia.

As pessoas cuja idade vai avançando mas que dispõem de alguma autonomia, apesar de viverem sós ou de passarem a maior parte do seu tempo sós, conseguem ter qualidade de vida. São normalmente pessoas com relações sociais e fami-liares muito satisfatórias que, participam em festas e convivios familiares, realizam tarefas agricolas, criam animais, ajudam os amigos dentro destas áreas, sentindo-se uteis e, por vezes, com muito orgulho da sua idade. O estar só, não significa ne-cessáriamente solidão ou isolamento, apesar das perdas te-rem passado por todos eles. A dependência total de terceiros essa sim, representa uma parte do nosso serviço e é a mais problemática e exigente. Leva à permanência de um cuidador acabando também ele por experenciar uma forma solidão, de estar só, na tentativa de dar o seu melhor nos cuidados ao seu familiar.

A definição de isolamento abrange expressões diversas como: tempo passado só, falta de relações sociais, falta de contac-tos com familiares ou existência, ou não, de um “confidente”. Solidão é um conceito vago que se reveste de muitos signifi-cados. Para Perlman e Peplau (1982), a solidão é “uma expe-riência desagradável que ocorre quando a rede de relações sociais de uma pessoa é deficiente nalgum aspeto importante. O âmago da solidão é a insatisfação em relação ao relaciona-mento social, não obrigatória nem necessariamente relacio-nada com o isolamento objetivo”. A solidão reflete essencial-mente uma discrepância entre os níveis de contactos sociais desejados e realizados. Quer a solidão quer o isolamento não são características típicas da faixa etária mais avançada, pois devemos terem conta sempre o caráter, opções e vivências de cada um. É importante considerar todos os fatores e variá-veis: sexo, estado civil, estrato socioeconómico e a residência, que tão profundamente influenciam o comportamento nestas e noutras idades.

Num estudo (Barreto (1984), com cerca de 300 idosos reali-zado no concelho de Matosinhos, concluiu-se que o processo de desligamento social é mais frequente nos casados e acom-panha-se, regra geral, de um reforço da ligação ao cônjuge, que no homem toma frequentemente a forma de dependên-cia em relação à mulher. Já, paradoxalmente, a mulher que vive só mantém as suas ligações sociais até bastante tarde,

ao contrário da que vive com a família. As pessoas residentes em lar alheio, quer sejam casadas quer sejam viúvas, podem experimentar um sentimento de “prisão ao lar”. Para Barreto a solidão é mais frequente nas mulheres, mas em termos efetivos é mais profunda nos homens. Isto talvez porque no homem o isolamento surge como algo forçado, o que lhe causa frustração perante a constatação de ter deixado de ter uma função defi-nida no seu lar. Trata-se, pois, de um isolamento sofrido como uma condição negativa, uma privação sem sentido, ao passo que na mulher parece encarar este isolamento de forma mais natural, para o qual se preparou durante longos anos de vida. Parece que, para grande número de mulheres viúvas, somen-te quando é manifestamente impossível permanecer na antiga residência (devido à existência de doença física incapacitante ou insuficiência económica) é que aceitam ser acolhidas no lar dos familiares. Barreto refere ainda os níveis mais elevados de solidão em classes mais baixas por haverem poucos interesses específicos bem como uma baixa capacidade de ocupação em atividades de satisfação pessoal.

Com o aumento da qualidade de vida é inegável que a popu-lação felizmente possa viver mais e melhor. O morar sozinho e ser fatalmente uma pessoa infeliz, solitária e isolada não é necessáriamente a realidade. A opção por presevar a indepen-dência e não se sentir a incomodar filhos, noras, netos. Um comportamento de grande parte dos que chegam à terceira idade com saúde e vitalidade e, por isso, cada vez mais in-dependentes e autoconfiantes, gera uma força extra que faz com que reencontre mecanismos para se manter sozinho, es-timulando sua capacidade funcional e produtiva. No entanto é sempre importante de contar com a família, pois o problema não está em morar sozinho e sim no facto de se sentir esque-cido por seus parentes. Mesmo que os familiares sejam muito ocupados e tenham pouco tempo disponivel, se houver a cer-teza de que numa necessidade haverá o socorro imediato, o sentimento de isolamento e abandono não persiste, garantindo assim a possibilidade de uma vida sozinha satisfatória e feliz. Isto porque a maior valorização está na família, por ter sido em torno dela que dedicou a maior parte de sua vida.

O serviço de Apoio Domiciliário desta Santa Casa tem, des-de janeiro, uma Psicóloga que além de uma avaliação inicial desenvolve jogos de forma avaliar e prevenir a deteorização cognitiva. Para prevenir o isolamento foram recentemente ins-talados 4 serviços teleassistência em casa dos utentes, ofere-cidos pela PT, no âmbito de um protocolo com a União das Misericordias. Estas são medidas de prevenção que resolvem ou retardam algumas situações, mas o problema maior per-siste. Quando a dependência chega, o utente vê-se por vezes incapaz de pegar no telefone para pedir ajuda, ou por não sabe

para que serve ou porque simplesmente não consegue verbalizar o que está a sentir. É importante que quando a difi-culdade aumentar e já não for capaz de realizar as suas ativida-des, que o idoso pense em si, que fale com familiares, que re-corra as instituições ou outros serviços (IPSS, Centro de Saúde, Câmara Municipal, Segurança Social ), que se aconselhe com técnicos especializados e que opte pela resposta mais adequa-

da a sua situação.Na vida temos o resultado ou consequência daquilo que va-mos construindo, dizemos frequentemente que somos “fruto do meio” e muitas vezes que “colhemos o que semeamos”, portanto é importante que viva cada dia e contrua o seu ama-nhã, por si e por todos. Procure harmonia, não arranje os con-flitos, conviva e cultive as suas relações, fuja do desânimo e do sedentarismo esteja em atividade, partilhe, dê, contribua para um ambiente saudável, faça uma alimentação equilibrada e, se acredita, siga a principal mensagem de Deus “AME O PRÓXI-MO COMO A SI MESMO”.

Salomé AlvesDiretora Técnica do Serviço de Apoio Domiciliário

Bibliografia:

Barreto,J. (1984.) Envelhecimento e saúde mental. Estudo da Uni-versidade do PortoBize, P. R. & Vallier, C. (1985). Uma Vida Nova: a terceira idade. Viseu: Edições Verbo.Neto, F. (1992). Solidão, Embaraço e Amor. Porto: Centro de Psicologia Social.Paúl, M. C. (1996). Psicologia dos Idosos: o envelhecimento em meios urbanos. Braga: S.O.H. - Sistemas Humanos e Organizacionais, Lda.

“A ociosidade pode deprimir, assim mantenha-se longe dela. A cabeça ocupada e o corpo em ativi-dade são fundamentais para preservar a saúde físi-ca e emocional da pessoa na terceira idade, mesmo que já não precise lutar pela sobrevivência. “

Isolamento e solidão… “A solidão não é apenas um desejo de relação mas da relação certa, podendo ocorrer concomitantemente com atividades sociais”. Weiss (1973)

“Na sua casa, num centro de dia ou num Lar de 3ª idade, pode melhorar a sua qualidade de vida, sen-tir que está sempre a tempo de fazer novas amizades e de ter mais acompanhamento contando com uma equipa multidisciplinar estruturada para providen-ciar aquilo que necessita.“

H

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3Maio de 2012 Santa Causa

A definição do conceito de envelhecimento tem sido pesquisada por diversos autores (Paúl e Fonseca, 2005, Moragas, 1991), sem que se tenha chegado a um consenso que nos ajude a situ-

ar, verdadeiramente, no seu significado real; não é fácil compreender em que consiste o envelhecimento, nem é fácil defini-lo. A delimitação do período em que se considera o ser humano como idoso, é difícil de concretizar, uma vez que o envelhecimento é um fenómeno que ocor-re a vários níveis durante todo o ciclo biológico. No entanto, é para nós uma realidade que este processo traz consigo diversas e importantes modificações para a vida das pessoas. A velhice representa o apareci-mento de doenças crónicas, decorrentes do desgaste físico, psíquico e social sofrido com o passar dos anos, bem como dependências e incapacidades que se traduzem no declínio da funcionalidade dos ido-sos, fazendo com que estes se sintam inúteis e incompreendidos pela sociedade. Se é verdade que se verificam alterações, essencialmente, a nível fisiológico, que podem condicionar os seus modos de vida, tam-bém é certo que o envelhecimento não é uma doença. Importa assim, dignificar e cuidar da pessoa atendendo a todas as suas dimensões, colaborando na satisfação das suas necessidades básicas e eliminando barreiras que se possa pensar existirem.

Os cuidados continuados, apresentam-se como uma nova relação so-cial com a saúde das pessoas, têm que ter, para além dos critérios de qualidade e competência técnicas e organizacionais mais adequados e inovadores, as ferramentas insubstituíveis de calor humano, do amor e dedicação ao próximo, da compreensão, do respeito e consideração pelo doente, da confiança e da segurança. Os cuidados continuados exigem portanto uma mudança de cultura na sociedade alterando a postura de delegação no sistema, para uma atitude de participação e de responsabilidade do mesmo.

É este o compromisso desta Santa Casa e da sua Unidade de Longa Duração e Manutenção. O trabalho desenvolvido na ULDM D. Elvira Câmara Lopes assenta na filosofia da RNCCI (Rede Nacional de Cuidados Continuados In-tegrados) e rege-se pelos valores desta Santa Casa. A unidade conta com uma equipa multidisciplinar sempre centrada no doente e na sua família. É por isso, para nós, a aproximação da pessoa ao seu contexto social e familiar a base dos cuidados prestados, bem como a elimina-ção de barreiras à satisfação das necessidades e desejos dos nossos residentes.

Seria ainda improvável, satisfazer desejos, por vezes os últimos dos doentes, talvez porque a sua condição dificultasse essa resolução. Faz parte do apoio prestado aos nossos residentes e à família essa satisfa-ção. Por essa razão, foram já realizadas diversas atividades, como uma ida à praia, onde foi possibilitado a doentes totalmente dependentes nadarem no mar com cadeiras apropriadas para esse fim, uma ida ao Teatro Circo, onde puderam assistir a um espetáculo de fados, idas ao Santuário do Sameiro com os seus familiares, entre outras. Todo este processo faz parte de um plano terapêutico estudado rigorosamente, trabalhando aspetos como a motivação e criando a possibilidade de os residentes sentirem que não existem barreiras e que podem, dentro das suas limitações, ter uma recuperação familiar ou um final de vida preenchido, totalmente resolvido e acompanhado.

O conceito de Cuidados Continuados na ULDM apresenta-se assim, com diversas dimensões como as relações entre os doentes e os cuida-dos prestados, o vínculo com outros recursos formais ou informais, um plano de intervenção que deve ser continuado, e não suspendido, afim de conservar a qualidade. Destes serviços fazem parte uma rede de prestação de cuidados que podem ser caracterizados pelos cuidadores formais e pelos cuidadores informais sendo basilar a humanização dos serviços prestados na recuperação dos doentes onde preocupa-ções meramente económicas, sendo importantes, não têm lugar de destaque.

filosofia de cuidados que nos guia diariamente. Seria impensável, no passado, possibilitar às famílias decora-rem os quartos dos residentes com objetos que possam ter significado para os mesmos e que permitam a real-ização de estimulação sensorial e cognitiva diária.

Unidade de Convalescença: 10 conselhos para os Cuidadores

EditorialDr. Humberto Carneiro

Caras (os) povoenses,

A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso tem, hoje, um papel ex-tremamente importante no debelar de problemas que afetam as famílias mais vulneráveis e os cidadãos mais frágeis do ponto de vista económico e social. Somos chamados a desempen-har, cada vez com maior intensidade, a nossa missão misericordiana.

A nossa Instituição assume-se como um parceiro efetivo do Estado no po-tenciar de soluções que vão de en-contro à resolução dos problemas dos portugueses e, em particular, dos povoenses. O caso mais recente é a celebração de um protocolo com o Centro Regional de Segurança Social que visa criar uma Cantina Social que irá distribuir, diariamente, a partir do próximo dia 1 de Junho, 65 refeições quentes a pessoas que, comprovada-mente, delas necessitem. Já o fazíamos de forma isolada, sem qualquer apoio externo. Agora vamos passar a fazê-lo em parceria, de uma forma mais orga-nizada, com critérios de referenciação devidamente definidos. E queremos envolver, para nos ajudar, nesta luta de combate à fome e exclusão social, nesta forma de minorar o sofrimento e a precariedade de alguns conterrâneos nossos, as autoridades locais, desde os senhores Presidentes de Junta de Freg-uesia, os senhores Párocos e a própria Câmara Municipal.

Um outro exemplo da disponibilidade desta Santa Casa para ajudar aqueles que mais precisam, neste momento de dificuldade, é o facto de termos assumido a responsabilidade de gerir, no nosso concelho, o PCAAC-Pro-grama Comunitário de Ajuda Alimen-tar a Carenciados. Poderão beneficiar deste apoio, que visa a distribuição de alimentos, pessoas com baixos rendi-mentos, desempregados de longa du-ração, idosos, pensionistas com pou-cos recursos, etc.

Uma outra área onde esta Santa Casa tem procurado cumprir a sua missão misericordiana é a saúde. Estabelec-emos com o ARS-Norte um protocolo que visa o combate às listas de espera para consultas de especialidade e cirurgias. O “bolo” que nos foi atribuí-do para este ano ficou esgotado no primeiro quadrimestre. Sinal que a Mi-sericórdia possui condições para con-tratualizar, no âmbito do CTH-Con-sultas a Tempo e Horas, muito mais do que aquilo que nos foi atribuído. E a pensar na melhoria das condições dos nossos doentes e por forma a dar resposta a esta necessidade, está a ser idealizado um projeto de ampliação do nosso Hospital e construção de um novo Bloco Operatório.

Por último gostaria de deixar uma men-sagem de esperança a todos os povo-enses que, pelas mais variadas razões, atravessam momentos de dificuldade. A Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso terá sempre as suas por-tas abertas para acudir a situações de emergência social. Estamos, como sempre estivemos, disponíveis para pôr em prática as obras de misericór-dia. Podem contar com o nosso humil-de contributo.

Assim Deus nos ajude,Humberto Carneiro

A arte de cuidar em família

“É para a equipa da ULDM e desta Santa Casa funda-mental, que a pessoa doente a receber os nossos cuida-dos, se sinta, o mais possível na sua própria casa. Neste sentido, o doente e/ou a família são parte integrante desta equipa, colaborando connosco diariamente, quer na construção de todo o plano terapêutico, quer na prestação de cuidados. É totalmente afastada a ima-gem do “Hospital”, desmistificando a filosofia

Sara MachadoEnfª Coordenadora ULDM D. Elvira Câmara Lopes

1 - Permita a si mesmo, pausas frequentes. Cuidar da saúde de um familiar é um trabalho difícil e você merece um descanso;

2 - Atenção aos sintomas de depressão. Não demore a pedir ajuda profissional quando necessitar;

3 - Aceite quando alguém oferecer ajuda. Sugira objetivamente o que pode ser realizado;

4 - Aprenda sobre a condição da pessoa querida e como conversar de forma efetiva com os médicos;

5 - Utilize a tecnologia e ideias que promovam a independência do familiar que você cuida. Existem diferenças entre cuidar e fazer;

6 - Confie nos seus instintos pois, na maioria das vezes, o levarão ao caminho correto;

7- Cuidado com a sua coluna. Os cuidadores frequentemente realizam atividades que exigem esforço, como empurrar, puxar e levantar;

8 - Lamente as suas perdas, mas não deixe de lado os novos sonhos e esperanças;

9 - Faça valer os seus direitos como cuidador e cidadão;

10 - Procure apoio de outros cuidadores. Além de retirar a impressão de que está só, você pode aprender muito.

Isabel Sousa - Assistente Social da Unidade de Convalescença

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4 Maio de 2012 Santa Causa

Asociedade depara-se com um novo desafio, ou mesmo “um problema social”, uma maior responsabilização nos cuidados sociais e de saúde da população envelhecida, quer esta esteja debilitada, quer esteja ainda ativa. O desafio vai além de uma mera proteção social a nível económico, prende-se com fatores de integração, com um envelhecer com qualidade de vida.

Existem três componentes do envelhecimento, sendo o primeiro o processo de envelhecimento biológico, resultante da crescente vulnerabilidade e maior probabilidade de morrer, o segundo o envelhecimento social, em relação aos papéis sociais adaptados às expectativas da sociedade, e o terceiro o envelhecimento psicológico, definido pela autorregulação do indivíduo a nível da tomada de decisões e opiniões. Estes três componentes do envelhecimento têm uma influência decisiva no comportamento do Idoso. O desafio é fazer com que o envelhecimento se desenvolva com qualidade em todos os domínios e, que esta fase da vida seja para a sociedade uma mais-valia. Para tal é necessário promover comportamentos e estilos de vida saudáveis, promover a autoestima e a qualidade de vida, bem como combater o isolamento social.O objetivo do Lar de S. José é o de, através da sua equipa multidisciplinar e da variedade de serviços que oferece, conseguir desenvolver potencialidades do utente garantindo-lhe um envelhecimento ativo e com qualidade de vida.

Além das atividades diárias de higiene, alimentação e acompanhamento diário, garantidas por uma equipa auxiliar, os serviços prestados ao utente no Lar de S. José dividem-se em três grandes áreas: Animação Sociocultural e Cuidados de Saúde.

Em destaque

Animação Sociocultural

Lar de S. JoséEnvelhecimento ativo

Através da animação, os indivíduos têm a possibilidade de rematar a solidão e interagir com os demais. A animação é uma fonte de vida, de alma, de alegria, de criatividade, de personalização, uma forma de dar alma, de dar ânimo e alegria, é um meio por excelência para alcançar grandes fins, ambicionando incutir uma forma mais saudável e estimulante de estar no novo ciclo, que é a reforma e/ou a 3ª idade. 1. Atividades de educação para a saúde: desenvolvem-se em colaboração com o pessoal de Enfermagem e da Nutricionista, como acontece com o dia da alimentação saudável, mês do coração, etc. Incluem também aulas de ginástica com exercícios de alongamento e respiração.

2. Atividades no âmbito das expressões artísticas: favorecem a expressão artística, ajudam a estimular a criatividade, expressão e comunicação, é uma forma de enriqueci-mento da vida das pessoas, ou seja, educação pela Arte.

•Música: presente no dia a dia do Lar, desde os cânticos religiosos que acompanham o terço ao desenvolver de outras atividades. A música marca também outros momentos festivos; desde a desfolhada, festa de Natal, S. João, encontro dos Reis, etc.

•Expressão plástica: no dia a dia do Lar realizam-se diversos trabalhos, desde tapetes, construção flores, bonequinhas, caixinhas, saquinhos de tecido, etc

• Jogos sócio-recreativos: : jogo da malha (adaptados para os utentes mais de-pendentes), jogo do cesto, jogo das pedrinhas. Estes são jogos que fazem lembrar a juventude dos utentes, são os chamados jogos tradicionais que identificam a cultura de um povo.

2. Atividades de cariz cognitivo: Os jogos são uma excelente forma de aumentar a atividade cerebral. O utentes jogam desde palavras cruzadas, encontrar as diferenças, completar textos, jogos das cores, jogos das letras, jogos dos números; jogos de posicio-namento, etc.

• Hora do conto: consiste num momento de partilha, de histórias, adivinhas, provérbios

• Leitura Comentada: ao longo da leitura vão-se comentando os artigos que serve de suporte para reflexão, incentivando o relacionamento, bem como a troca de conhecimen-tos, experiências, ideias, opiniões, sentimentos e emoções.

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5Maio de 2012 Santa Causa

4. Atividades de cariz socioeducativo e difusão cultural: conhecer e apreciar o património histórico-cultural, ajudando a conservar a memória histórica de um povo, revendo e recordando as suas raízes, ao mesmo tempo fomentando a interação com a comunidade, fugindo assim ao individualismo e favorecendo os contactos sociais.

• Visitas culturais: alguns dos destinos visitados foram: S. Bento da Porta Aberta, Carvalha de Calvos, Presépios de Garfe, Stª Maria Adelaide, Senhora da Guia, Monte de S. Felix, Penha, Centro histórico de Braga, Sameiro, Bom Jesus, Stª Marta, praias, etc. Realizamos também todos os anos uma visita às freguesias do Conselho, para que os nossos utentes revejam a sua terra e tenham contacto com as suas gentes.

• Festas: ao longo do ano são algumas as festas realizadas, nomeadamente dias comemorativos, como: Festa de Natal, festa de S. José, Dia da Mãe, Pas-coa, S. João, 5 de setembro, Magusto. Estas festas proporcionam a interação familiar e social.

5. Atividades de espairecimento: desenvolve-se essencialmente no contacto com a natureza. São atividades que assentam em valores culturais evidenciados pelo grupo e que vão de encontro aos seus interesses, levando assim, à realização pessoal e coletiva.

• Horta: foi construída uma horta num terreno junto ao Lar, onde todos os anos são plantados vários legumes e hortaliças. Os utentes que apreciam esta atividade e que possuem capacidade física para o fazer, têm um espaço para cultivo.

• Desfolhada: A nossa cultura, as nossas raízes fazem parte da nossa história de vida. A desfolhada marca presença no calendário anual de atividades dado que faz parte das memórias de quase todos os utentes.

Cuidados de Saúde O Lar S. José proporciona cuidados de saúde permanentes e abrangentes, que passam por uma equipa multidisciplinar constituída por médico, enfermeiro, fisioterapeuta e nutricionista.

• Acompanhamento Médico: O médico está semanalmente no Lar, para acompanhamento dos utentes, no entanto, caso se verifique uma situação urgente, é solicitado apoio ao Hospital que, pela sua proximidade geográfica, é uma mais valia neste apoio

• Acompanhamento em Fisioterapia: é responsável por proporcionar atividades que melhorem a qualidade de vida dos utentes em termos de dependência, autonomia e funcionalidade. Após avaliação inicial é definido um programa individual objetivando a melhoria da condição física do utente.

• Acompanhamento Psicológico: No Lar de S. José, o serviço de psicologia realiza diariamente um conjunto de atividades, que têm como função a estimulação cognitiva de todos os utentes, de forma a preservarem as capacidades mentais que ainda possuem. Todas as atividades estão direcionadas para o grupo, atendendo sempre às limitações e capacidades de cada um.

• Cuidados de Enfermagem: Os cuidados de Enfermagem prestados nesta instituição englobam: Administração de terapêutica; Tratamento de feridas; Avaliação de sinais vitais e Apoio diário na prestação dos cuidados de higiene e conforto.

O incentivo a adotar “estilos de vida saudáveis” é uma forma de ajudar na prevenção de vários tipos de doenças (doenças cardiovasculares, diabetes, sedentarismos, obesidade, entre outras). “Bom estilo de vida“ deve ser desenvolvido o mais cedo possível, de forma a diminuir os fatores de morbilidade e mortalidade.

Aurora Silva, Animadora SocioculturalMárcia Pereira, Psicóloga

Patrícia Baía e Aida Vieira, Equipa enfermagem

Referências Bibliográficas JACOB, L. (2007). Animação de Idosos. Porto: AMBAR.TRILLA, Jaume (coord). (1998) Animação Sociocultural: teorias, programas e âmbitos. Lisboa: Ariel editora.

• Acompanhamento Nutricional: é responsável por executar dietas adequadas e individuais aos utentes com necessidades especiais em alimentação. Após avaliação define planos alimentares e dietas adequadas à condição do utente.

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6 Maio de 2012 Santa Causa

AMisericórdia da Póvoa de Lanhoso, na sua diversidade valencial, vai proporcionando inúmeras atividades de animação e lazer aos seus utentes. As atividades de animação são na sua essên-cia, vida e ação. Com estas atividades consegue-se estimular a participação em atividades culturais, despertando a capacidade criadora de cada indivíduo. É uma forma de enriquecimento pessoal e colectivo, é um modo de desenvolvimento comunitário, tendo em vista a felicidade e qualidade de vida.

Convívio de Natal entre gerações (utentes do CATL e da ULDM)

Em destaque Santa Casa

Feirinha de Natal (utentes do Lar de S. José) Missa de Natal no Hospital António Lopes (utentes da Unidade de Convalescença)

Desfile de Carnaval da Santa Casa onde participaram utentes e funcionários das diferentes valências

Utentes das diferentes valências a assistir ao levantar do arco da Páscoa

Exposição de trabalhos sobre a Páscoa Visita Pascal

Agentes da GNR dinamizam atividade nas valências de Infância “O palco é nosso”, atividade dinamizada pela EPAVE e que contou com a participação de utentes das valências séniores

Santa Casa Em Festa

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7Maio de 2012 Santa Causa

Pode parecer exagero, mas sim, o Médico Pediatra é o responsável pela nossa saúde o resto das nossas vidas, pois se bem que a sua área de atuação seja entre os primeiros minutos de vida até cerca dos dezoito anos, as ações preventivas realizadas durante

a infância e a adolescência são de extrema importância para prevenir doenças e problemas graves que podem debilitar a nossa saúde e muitas vezes causar a nossa morte.

É na infância que podemos detetar uma possível obesidade, uma paralisia, qualquer um dos síndromes, algum tipo de deficiência, doenças crônicas, má formação corporal ou funcional, problemas que quanto mais cedo forem diagnosticados, mais cedo receberão tratamento ou inter-venção médica e o problema ou a doença poderão ser revertidos ou tratados para evitar possíveis com-plicações futuras e proporcionará ao paciente uma vida adulta mais tranquila e uma velhice sem pro-blemas, pelo menos não causados por doenças infantis.

A consulta a um pediatra é indis-pensável para que a criança seja saudável e tenha uma vida saudá-vel e dessa forma viver bem pelo resto da vida.

O Pediatra é o responsável pela nossa saúde o resto da vida…

Conceição CostaMédica Pediatra do Hospital António Lopes

No âmbito de um protocolo entre a União das Mi-

sericórdias e a Portugal Telecom, foi possível a esta Santa Casa instalar um serviço de Teleas-sistência em 4 casas de utentes de Apoio Do-miciliário. Este serviço destina-se a utentes em situação de isolamento ou que se encontrem em situação de dependência física ou psicológica.

Santa Casa proporciona serviço de Teleassistência

A Teleassistência é um serviço de apoio tele-fónico que funciona 24 horas por dia e 365 dias por ano, e que tem como objetivo dar resposta imediata em qualquer situação de urgência. Ao utente é atribuído um telefone fixo, com siste-ma de alta voz, e uma

pulseira ou colar com um botão de emergência. Pela sua portabilidade, o utente pode acionar o sistema de alerta em qualquer parte da sua residência, bastando para isso pressionar o botão de emergência. Assim é imediatamente estabelecido contacto com o serviço de Assistência Médica que aciona o meio de alerta mais adequado à situação, e alerta os familiares ou vizinhos do utente.

Este serviço previne situações de isolamento e morte por falta de assistência.

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8 Maio de 2012 Santa Causa

OBloco Operatório do Hospital António Lopes é apoiado por profissionais especializados, possui uma sala operatória equipada para a realização

de diversos procedimentos cirúrgicos e está equipada com sistema de ar condicionado de fluxo laminar, que permite reduzir de forma importante qualquer possi-bilidade de contaminação. O Bloco Operatório dispõe também de uma Unidade de Cuidados Pós Anestési-cos (UCPA), com duas camas, destina-se à vigilância e monitorização dos pacientes operados. Todos os pa-cientes têm uma permanência nesta Unidade por um período que oscila entre a 1:00h e as 2:00h. Aqui dá-se continuidade ao tratamento da dor no pós-operatório e são diagnosticadas e tratadas eventuais complicações anestésico-cirúrgicas. Existe também uma Unidade de Esterilização dotada dos meios necessários para lava-gem, secagem e esterilização de todo o material e equi-pamento cirúrgico.

São significativas as alterações a que é sujeito o pacien-te que passa pelo Bloco Operatório: separação da famí-lia, interrupção das rotinas e atividades habituais, an-siedade causada pelo medo da dor, da cirurgia e/ou da anestesia... Consciente dessa realidade, o nosso corpo clinico desenvolve competências especiais na área da

prestação de cuidados per-operatórios e desempenha--as ao longo dos períodos que caracterizam o episódio operatório do paciente.

Foram criados vários protocolos de analgesia pós-ope-ratória para os diferentes tipos de cirurgia que aqui se realizam. A eficácia destes protocolos é monitorizada diariamente com a visita à enfermaria e ajustando a te-rapêutica, sempre que necessário, para que o seu pós--operatório seja com o mínimo de dor possível.

O Bloco Operatório do Hospital António Lopes tem as seguintes especialidades cirurgicas: Anestesiologia, Ci-rurgia Geral, Cirurgia Vascular, Ginecologia, Urologia, Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica.

Com todo o rigor e segurança, desde o dia 1 de janeiro do corrente ano foram realizadas no Hospital António Lopes, 494 cirurgias.

Hospital António Lopes

Bloco Operatório do Hospital António Lopes

Especialidade

“O trabalho em equipa e a humanização que é colocada em cada momento, são determi-nantes para o cumprimento da missão a que os nossos profissionais de saúde se propõem diari-amente: assegurar o bem estar e o conforto do paciente operado.“

Descrição

O Anestesiologista permanece durante todo o procedimento junto do seu paciente, monitorizando continuamente as suas funções vitais, como os batimen-tos cardíacos, tensão arterial, respiração, temperatura corporal, etc., mantendo-os normais, cuidando da manutenção do seu bem estar e tratando toda e qualquer complicação clinica que possa ocorrer, consequência da cirurgia a que está a ser submetido ou de alterações resultantes das doenças que apre-senta previamente à cirurgia. A anestesia dura o tempo que a cirurgia durar.Tipos de Anestesia: anestesia geral, anestesia regional, sedação/cuidados anestésicos monitorizados e anestesia local. O médico Anestesiologista é a pes-soa indicada para realizar a escolha de um ou de outro tipo de anestesia de acordo com diversos aspetos relativos ao doente e ao tipo de cirurgia a que vai ser submetido.

Anestesiologia

Oferece o estado da arte no diagnóstico e tratamento de várias disfunções desde a correção de hérnias até ao tratamento de doenças que podem ameaçar o seu bem estar. Alguns destes procedimentos são efetuados por métodos cirúrgicos minimamente invasivos, tais como, cirurgia laparoscopica.

Cirurgia Geral

Tem como objetivo a reconstituição de uma parte do corpo humano por razões médicas ou estéticas.Cirurgia PlásticaCirurgia Vascular

Ginecologia

Oftalmologia

Ortopedia

Otorrinolaringologia

Urologia

Maria Fernanda GilMédica Anestesista - Diretora do Bloco Operatório

Atua no diagnóstico, estudo e tratamento cirúrgico das doenças dos vasos, por exemplo cirurgia de varizes.

É a especialidade médico-cirúrgica que trata as doenças do sistema reprodutor feminino: útero, trompas uterinas, ovários e vagina.

É um ramo da medicina que investiga e trata as doenças relacionadas com a visão, com os olhos e seus anexos.

Está vocacionada para o tratamento das doenças músculo-esqueléticas da anca, joelho, mão e punho, ombro, tornozelo e pé.

Esta especialidade dedica-se ao tratamento de ouvidos, nariz e garganta.

A cirurgia urológica envolve procedimentos realizados nos rins, uréteres, bexiga, uretra e órgãos genitais.

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9Maio de 2012 Santa Causa

O jardim de infância é considerado um espaço educativo no qual proporciona às crian-ças um ambiente calmo e afetivo com vista ao desenvolvimento físico sensorial, so-cial, linguístico. Desta forma surge a necessidade do educador elaborar um projeto no

qual, o mesmo organize, planeie, reflita e avalie o trabalho realizado, expondo as característi-cas do grupo de crianças, tais como as suas motivações e interesses. Tal como refere Manuel Figueiredo “o projeto curricular de turma é um instrumento de gestão pedagógica, no qual deve ser visível a reflexão e a análise dos processos de ensinar e de fazer aprender/ensinar.” (2002).

O ser humano desenvolve-se e aprende em interação com o mundo que o rodeia. A criança em idade pré-escolar já conhece e tem referências do que a rodeia. A sua curiosidade natural, o seu desejo de saber, a manifestação de tentar compreender e dar sentido ao que a rodeia (pró-prio do ser humano) deve ser estimulada e fomentada na sala do pré-escolar, tendo como base uma pedagogia baseada também em projetos ou mini-projetos, podendo ser assim alicerces e pontes para a construção de conhecimentos.

“Uma semente que cresce “

Em destaque Infância

“O trabalho em equipa e a humanização que é colocada em cada mo-mento, são determinantes para o cumprimento da missão a que os nossos profissionais de saúde se propõem diariamente: assegurar o bem estar e o conforto do paciente operado.“

Os pais e outros membros da comunidade podem participar no projeto da sala.Os projetos realizados nas nossas salas podem e devem ser um meio de esclarecimento e de compreensão do trabalho educativo que realizamos na nossa Instituição.

Ângela RodriguesCoordenadora da Creche/JI S. Gonçalo

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10 Maio de 2012 Santa Causa

Centro de ATL S. Nicolau da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de LanhosoDestinado a crianças com idades compreendidas en-

tre os 6 e os 12 anos de idade (1.º e 2.º ciclo) com horário de funcionamento entre as 7.30 e as 19.30,

onde lhes serão assegurados os apoios necessários: Al-moço; suplementos (manhã e tarde); acompanhamento de filas (ATL/Escola, Escola/ATL); aulas de TIC e de Inglês; acompanhamento no estudo; atividades lúdicas/pedagógi-cas previstas no Plano Anual de Atividades; Seguro entre outras.

De forma a melhor corresponder às necessidades da vida moderna, levou-se a efeito no passado mês de abril um questionário de satisfação e auscultação aos Pais/Encar-regados de Educação. Desse estudo apurou-se que a abertu-ra da valência no mês de agosto não é viável, dado que não há um número de interessados suficiente que o justifique. Quanto ao alargamento do ATL para o 2º ciclo, situação que já se verificou no corrente ano letivo, constatou-se que é do interesse e agrado dos pais, sendo portanto para continuar.Concomitantemente e de forma a podermos abranger um maior leque de famílias com necessidade de apoio nas férias escolares, temos ainda uma nova resposta: - FÉRIAS LETI-VAS NO ATL DA MISERICÓRDIA – Trata-se de um Serviço que assegura o acompanhamento do seu educando apenas nos períodos de férias escolares (Natal, Páscoa e verão, à exceção do mês de agosto).

Um programa de férias divertidas para as crianças dos 6 aos 12 anos é o que nos propomos realizar, oferecendo um vasto leque de atividades lúdicas, desportivas e culturais as quais podem ser realizadas nas nossas instalações ou noutros espaços específicos. As FÈRIAS LETIVAS NO ATL DA MISERICÓRDIA contribuem assim para a aquisição de novas competências pessoais e sociais necessárias ao de-senvolvimento das crianças e dos jovens, e correspondem aos interesses e necessidades das famílias.

Propomo-nos desta forma, dinamizar a Valência no seu todo: CATL das Pontas e Interrupções Letivas; Férias letivas no ATL da Misericórdia e ATL Juvenil, no sen-

tido de acompanhar os utentes ao longo da sua infância e suas famílias, oferecendo-lhes um serviço merecedor de confiança. Como conclusão, a concretização deste projeto abrangente, tem como objetivo primordial a criação de um espaço lúdi-co-pedagógico que possa oferecer a todos os alunos um ambiente seguro, sustentador de aprendizagens curricula-res e promotor de potencialidades individuais e motivações específicas, ricas em valores morais e de afeto.

Em destaque Nós Temos a Resposta que Procura

Isabel SousaA Diretora Técnica do CATL S. Nicolau

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11Maio de 2012 Santa Causa

Irmãos da Santa Casa reúnem em Assembleia GeralNos meses de março de abril, os Irmãos desta Santa Casa reuniram em Assembleia Geral Ordinária e

Extraordinária.Na primeira, realizada a 31 de março, os Irmãos desta Santa Casa aprovaram por unanimidade o

Relatório de Atividades e Contas referente a 2011. Esta Santa Casa terminou o exercício do ano em análise com um resultado líquido positivo superior a 151 mil euros, melhor resultado dos últimos anos registando “Custos e Perdas” na ordem dos 8 milhões 252 mil euros e “Proveitos e Ganhos” de cerca de 8 milhões 804 mil euros. No referido relatório destacaram-se também algumas áreas onde os princípios da partilha de gestão, assentes em estratégias de eficiência e eficácia, estão bem vincados:

1. Continuou-se com uma política de rentabilização e formação dos recursos humanos disponíveis, através da implementação de modelos matriciais de funcionamento interno, assentes numa lógica de mobilidade e gestão dinâmica;

2. Procurou-se assegurar uma crescente proatividade, desenvolvendo competências de antecipação de prob-lemas e identificação de necessidades e, também, estratégias de intervenção;

3. Os colaboradores foram desafiados a contribuir para a redução da despesa, formulando propostas de alter-ação de políticas de funcionamento das valências e mesmo de gestão da própria Instituição;

4. Prosseguiu-se com uma política de qualidade da gestão, visando a melhoria contínua do desempenho dos colaboradores, mediante a monitorização e avaliação das práticas internas adotadas.

O reforço destas medidas surge de uma análise global de onde se destacou a debilidade das valências sociais. É notório o aumento de famílias em situação de crise que, pelo momento que o país atravessa e pelo consequente aumento da taxa e desemprego, vêm dificuldade em cumprir com os seus compromis-sos financeiros. Sendo a Misericórdia uma instituição de cariz solidário, esta é uma situação que merece toda a atenção da Mesa Administrativa. A atual crise deve ser aproveitada como uma “oportunidade”, um ponto de viragem e um momento de criatividade social. Um dos maiores desafios de hoje é criar formas que levem as pessoas a terem mel-hores condições de vida a um menor custo. Esta é a forma com que a Instituição continua a ver a sua atividade e a definir como sua missão.Nesta Assembleia Geral foi também aprovada a formalização de um contrato ao abrigo da linha PME Crescimento, no montante de 1.000.000,00€, pelo prazo de 72 meses, para a realização de obras no Hospital António Lopes e reforço do fundo de maneio. Na data de vencimento deste contrato serão ad-quiridas 10000 ações da SGM, no valor nominal de 1€.Esta Assembleia Geral realizou-se no dia 31 de março, pelas 15 horas, no Salão do Lar de São José.Na segunda Assembleia Geral de Irmãos, realizada a 14 de abril, foi autorizada a alienação de alguns imóveis pertencentes ao património da Instituição, tendo sido concedida a necessária autorização à Mesa Administrativa para outorgar as respetivas escrituras de compra e venda dos referidos imóveis sob os termos e as condições propostas. Foi também aprovado o regime de exceção consignado no art.º 26º, capítulo V, Secção I, do Compromisso da Irmandade, para que os membros dos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Lanhoso em exercício há mais de dois mandatos, se possam candidatar no próximo ato eleitoral, atendendo à manifesta inconveniência da sua substituição.

Misericórdia Da Póvoa De Lanhoso Com Cantina SocialNa passada sexta feira, dia 20 de abril, foi assinado o Protocolo de Colaboração no âmbito

da Convenção da Rede Solidária de Cantinas Sociais para o Programa de Emergência Alimentar, entre o Instituto da Segurança Social, I.P. e esta Santa Casa.

Este Programa de Emergência Alimentar (PEA), de conceção e execução do Instituto de Segu-rança Social, IP, abrange todo o território continental, sendo dinamizado através de convenções com Instituições que disponham de uma estrutura que esteja em funcionamento para outra(s) resposta(s) social(ais) e que permita a confeção e distribuição destas refeições. O objetivo deste programa é o de garantir às pessoas e/ou famílias que mais necessitam, o acesso a refeições diárias gratuitas.

Segundo um estudo efetuado pelo ISS, estima-se que no concelho da Póvoa de Lanhoso cerca de 132 pessoas incluídas em grupos com potencial risco de pobreza, possam usufruir somente de uma refeição diária. Com base nesta estimativa, foi sinalizada a necessidade de criar 2 can-tinas sociais que dessem resposta a estes casos, sendo esta Santa Casa uma das Instituições indicadas para a sua operacionalização.

Assim, a

O acesso a este programa é determinado pela Santa Casa sendo prioritário para “idosos com baixos rendimentos, famílias expostas ao fenómeno do desemprego, famílias com filhos a cargo, pessoas com deficiência e pessoas com dificuldade em ingressar no mercado de trabalho”, que não estejam integrados noutro tipo de resposta social interna ou que já beneficiem de outro tipo de apoio ao nível da alimentação.

Desta forma esta Santa Casa dá prossecução ao seu objetivo de caridade e missão cristã, che-gando aos mais fragilizados e desfavorecidos. No momento estão-se a tomar as medidas ne-cessárias para que o mais brevemente este Protocolo seja implementado.

“Santa Casa disponibilizará 65 refeições diárias, destinadas consumo externo durante 7 (sete) dias por semana, para população residente no concelho. “

Santa Casa assina Protocolo para Banco do Tempo

O Banco do Tempo é uma iniciativa da Graal que é um “movimen-to internacional de mulheres motivadas pela procura espiritual e empenhadas na transformação do mundo numa comunidade

global de justiça e paz”. Este movimento surgiu na Holanda em 1921 tendo-se ao longo do tempo alargado a 18 países. A Portugal este movi-mento chegou em 1957.Através da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, a Santa Casa da Misericórdia aderiu a esta iniciativa. O Banco do Tempo, como o próprio nome indica, não é mais que um “espaço” de partilha de tempo. Cada membro pode aqui trocar tempo aplicando aquilo que sabe fazer em troca daquilo que quer ver feito, sem que tenha de envolver valores mon-etários. Um dos princípios é mesmo esse, “todos têm algo para dar e receber” sendo que a “única unidade de valor e de troca é a hora”.Um simples acompanhar ao médico, um apoio em serviços domésticos ou costura, um apoio informático ou explicações para a escola, são ape-nas alguns exemplos daquilo que os membros poderão dar ou receber. Cada um deve oferecer aquilo que mais gosta e sabe fazer.A este movimento pode aderir qualquer pessoa. Basta dirigir-se ao Ban-co do Tempo para registo de dados e abertura de “conta”, indicando os serviços que pode prestar e os horários disponíveis para esse fim. Desta forma o Banco do Tempo poderá contactá-lo para solicitar o seu tempo para uma determinada atividade ou poderá ser você a contactar o Banco do Tempo a solicitar o tempo de alguém para algo que necessita. É desta forma construído um espirito de solidariedade, comunidade e partilha, fomentando as relações entre gerações.

Para mais informações: http://www.bancodetempo.net/

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