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Santarém - Agência ECCLESIA...muitas circunstâncias o comprovam, como as reações marcantes quando se fixa um rosto, mais do que nas ocasiões de olhar global sobre muita gente,

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04 - Editorial Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional20 - Opinião D. Manuel Linda Miguel Oliveira Panão24 - Semana de... Henrique Matos26 - Dossier Centenário das Aparições

28 - Entrevista D. António Marto66 - Multimédia68 - App Pastoral70 - Estante72 - Agenda74 - Vaticano II76 - Por estes dias78 - Programação Religiosa79 - Minuto Positivo80 - Liturgia82 - Fundação AIS84 - LusoFonias

Foto de capa: DRFoto da contracapa: DR

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Padre Américo AguiarPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração:Quinta do Bom PastorEstrada da Buraca, 8-121549-025 LISBOATel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Novo bispo deSantarém[ver+]

300 anos deAparecida[ver+]

Centenário dasAparições[ver+] D. Manuel Linda |Paulo Rocha |Miguel Oliveira Panão | HenriqueMatos | Manuel Barbosa | TonyNeves | Paulo Aido

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Um século de peregrinos

Paulo Rocha Agência ECCLESIA

Fátima não se diz pela multidão, mas pelahistória de cada pessoa, de cada peregrino. Emuitas circunstâncias o comprovam, como asreações marcantes quando se fixa um rosto, maisdo que nas ocasiões de olhar global sobre muitagente, a fotografia de um instante, de umpormenor, e não tanto a que regista umaglomerado de situações, e as velas, cada vela.O mar de luz que flutua no recinto da Cova daIria é sem dúvida único. Ainda mais a oscilaçãoda chama de cada vela, aparentemente moldadapelas emoções de quem a sustenta, pelasmemórias de que é reflexo e pelos desejos deque quer ser baluarte.Particularizar o que acontece em Fátima significadar o protagonismo de todos os capítulos de umahistória com um século a cada pessoa queperegrina até ao Santuário, até à Capelinha dasAparições:

O peregrino no centro4

lugar simbólico e ambienteirrepetível para a proximidade entreo divino e o humano; terra dechegada para mulheres e homensque partem de muitas latitudes eprocuram um regaço; um espaço eum tempo que reserva energia e luzpara todos, para as mulheres e oshomens que rezam, permanecemem silêncios e no altar do mundocolocam pedidos, angústias,graças… Sempre com adeterminação de mudança, do beme do belo na vida pessoal edaqueles com acontece oquotidiano.A celebração do centenário dasAparições em Fátima foi umaocasião para pensardemoradamente sobre oacontecimento, congregar projetosde estudo, criar novas expressõesculturais, novos formatos elinguagens

surpreendentes para falar de umacontecimento com 100 anos.Ao longo de cada tempo, o contextoda receção da mensagemdeterminou acentuações temáticas,formas de abordagem e rituais comdiferentes acentuações litúrgicasque rapidamente contagiaramgrupos, comunidades.Em todos os tempos e lugares, noentanto, a pessoa está no centro. Eem Fátima a pessoa é peregrino,desde a primeira hora e durante umséculo de histórias.Acontecimento popular desde 1917,Fátima continua a contar-se pelanarrativa de cada peregrino, sejaqual for o seu perfil ou condição.Todos são igualmente importantes ea todos a mensagem tem de chegar.O resto são sempre adereços.

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O peregrino no centro

Portugal continua na senda das vitórias

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- «Camilo Pessanha terá escrito pouco (ouchegou-nos pouco do que terá escrito), mascontinua vivo, cada vez mais vivo» (In: Jornal deLetras de 11 de outubro de 2017; Fernando Pintodo Amaral). - «Curiosamente, apesar da “ameaça” dos meiosdigitais, verifico que um dos setores editoriais quemantém maior dinamismo é o infanto-juvenil» (In.Jornal de Letras de 11 de outubro de 2017; PauloGuinote). - «Eu não esqueço. Aqui estarei para lembrar queSócrates não ascendeu sozinho, não governousozinho e, acima de tudo, não merece cairsozinho» (In: Jornal «Público» de 12 de outubrode 2017; João Miguel Tavares). «O último grande duelo entre dois dos maioresjogadores da história do futebol ficou desde jámarcado para a Rússia» (In: Jornal «Record» de12 de outubro de 2017: Octávio Ribeiro).

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D. José Traquina, novo bispo deSantarém

D. José Traquina, até agora auxiliardo Patriarcado de Lisboa, é o novobispo de Santarém, sucedendo a D.Manuel Pelino, que renunciou pormotivos de idade, anunciou estesábado a Santa Sé. A decisão doPapa Francisco foi comunicada àAgência ECCLESIA numa nota daNunciatura Apostólica (embaixadada Santa Sé).A entrada solene de D. JoséTraquina na Diocese de Santarémvai decorrer no dia 26 de novembrode 2017, pelas 16h00, na Igreja deSanta Clara.

Na mensagem dirigida à Diocese deSantarém no dia da sua nomeaçãopara bispo diocesano, D. JoséTraquina agradeceu ao seuantecessor pelo “testemunho e adedicação”, e saudou os sacerdotese diáconos, de quem espera “amelhor vontade” para juntostrilharem “caminhos de fidelidadevocacional”.D. José Augusto Traquina Maria, de63 anos, nasceu a 21 de janeiro de1954 em Évora de Alcobaça,(Patriarcado de Lisboa), e foiordenado padre a 30

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de junho de 1985; a 17 de abril de2014 foi nomeado bispo auxiliar deLisboa, pelo Papa Francisco, eordenado bispo a 1 de junho dessemesmo ano, numa celebraçãopresidida pelo cardeal-patriarca, D.Manuel Clemente.D. Manuel Pelino, que completou 76anos de idade este sábado, definiuas linhas de atuação para o próximoano pastoral e acredita que o seusucessor vai pôr os “diocesanos acolaborar na missão”.Em declarações à AgênciaECCLESIA, o responsável pelaDiocese de Santarém nos últimos 19anos falou da nomeação do seusucessor como uma “grandeprenda, uma dádiva”, referindo quenão precisa de lhe deixar conselhos.“Sinto que D. José Traquina tem umsentido de proximidade, de alegria esimplicidade que o torna acolhidonaturalmente, desde que sinta nadiocese a sua família e ponha estagente a participar ativamente e ter ogosto de ser Igreja, a colaborar namissão é o que desejo”.Já o cardeal-patriarca de Lisboa

afirmou que a vida e o ministério onovo bispo de Santarém se definempela “generosidade, piedade eacerto pastoral” e felicitou a diocese“tão próxima” pela nomeação de D.José Traquina.A Diocese de Santarém tem cercade 3 mil quilómetros quadrados, eabrange 13 dos 21 concelhos dodistrito, num total de 7 vigararias e113 paróquias.O primeiro bispo da Diocese deSantarém e antecessor de D.Manuel Pelino foi D. AntónioFrancisco Marques, falecido a 28 deagosto de 1997.

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CEP preocupada com propostaslegislativas sobre mudança de sexoA Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) manifestou a sua“preocupação” perante a propostado Bloco de Esquerda, quepermitiria a menores de idademudar de sexo, mesmo contra aopinião dos pais.“O Conselho Permanente [da CEP]mostrou preocupação em relação àproposta legislativa sobre amudança de sexo a partir dos 16anos, sem autorização dos pais”,refere uma nota enviada à AgênciaECCLESIA, após a reunião doorganismo, que decorreu esta terça-feira em Fátima.Os bispos católicos lamentam aindao “modo como se está a tratarassunto tão importante sem debatesério na sociedade”.A Assembleia da República debateuem setembro as propostas de lei doGoverno e projetos do Bloco deEsquerda (BE) e do PAN, sobre estamatéria; os deputados aprovarampor unanimidade a descida dostrabalhos à Comissão de AssuntosConstitucionais, Direitos, Liberdadese Garantias, sem votação, por 90dias.A proposta do BE pretende que osmenores de 16 anos possamrecorrer aos tribunais paracontornar a opinião dos pais.

Em novembro de 2013, a CEPpublicou a carta pastoral ‘Apropósito da ideologia do género’,na qual sustentava que “no planoestritamente científico, obviamente,é ilusória a pretensão de prescindirdos dados biológicos naidentificação das diferenças entrehomens e mulheres”.“Estas diferenças partem daestrutura genética das células docorpo humano, pelo que nemsequer a intervenção cirúrgica nosórgãos sexuais externos permitiriauma verdadeira mudança de sexo”,referia o documento.Em outubro de 2016, Franciscodisse aos jornalistas que éimportante distinguir a “doutrinação”da teoria do género do acolhimentode cada pessoa. Para o Papa, o queestá em causa é que as escolasapresentem às crianças“colonizações ideológicas” sobre ostemas da identidade sexual.

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Instituições do Porto criam prémioD. António Francisco SantosO presidente da Irmandade dosClérigos anunciou a instituição doPrémio D. António Francisco Santos,no “valor de 75 mil Euros”, um mêsapós a morte do bispo do Porto.Este galardão internacional “vai serentregue a cada dia 11 desetembro”, data do falecimento deD. António Francisco dos Santos, epretende premiar, em Portugal ouno estrangeiro, “pessoas ouentidades que se tenhamevidenciado na promoção dadignidade da pessoa humana, nadefesa e promoção dos direitoshumanos e na luta contra asdesigualdades”, disse à AgênciaECCLESIA o padre Américo Aguiar.O 'Prémio D. António FranciscoSantos' é instituído pela Irmandadedos Clérigos, a AssociaçãoComercial do Porto e a Santa Casada Misericórdia do Porto,“instituições com uma históricaligação na promoção da cidade e navalorização dos cidadãos” e foiapresentado esta manhã no Palácioda Bolsa, naquela cidade.“Estas três instituições são osmecenas deste prémio” porquepretendem “não deixar esquecer

o testemunho de D. AntónioFrancisco Santos”, precisou o padreAmérico Aguiar.A apresentação do prémio decorreuno Palácio da Bolsa, com apresença de Nuno Botelho,presidente da Associação Comercialdo Porto, e de António Tavares,provedor da Santa Casa daMisericórdia do Porto, além dopresidente da Irmandade dosClérigos.Para além desta iniciativa, o 30.º diado falecimento de D. AntónioFrancisco dos Santos foi recordadocom uma Missa, na Catedral doPorto, às 19h00; com aapresentação de uma ediçãoespecial da ‘Voz Portucalense’,semanário diocesano, e uma revistaeditada pela Irmandade dos Clérigoscom imagens que recordam o bispodo Porto e textos da AgênciaECCLESIA e da Voz Portucalense.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Diocese recordou «exemplo de fidelidade» e «espontânea bondade» de D.António Francisco dos Santos

Doença mental não pode continuar a ser «o parente pobre» da Saúde

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300 anos de Nossa SenhoraAparecida

O Papa Francisco enviou umamensagem aos católicos do Brasilpor ocasião da comemoração dos300 anos do encontro da Imagemde Nossa Senhora Aparecida, naságuas do Rio Paraíba do Sul. “OBrasil, hoje, necessita de homens emulheres que, cheios de esperançae firmes na fé, deem testemunho deque o amor, manifestado nasolidariedade e na

partilha, é mais forte e luminoso queas trevas do egoísmo e dacorrupção”, refere o pontífice.Francisco recorda a sua passagempelo santuário mariano brasileiro em2013, altura em que manifestou odesejo de estar em Aparecida nesteano jubilar. “A vida de um Papa nãoé fácil. Por isso, quis nomear ocardeal Giovanni Battista Re comodelegado pontifício

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para as celebrações do dia 12 deoutubro. Confiei-lhe a missão degarantir assim a presença do Papaentre vocês”, explica.A mensagem deixa um apelo àesperança, sobretudo perante “assituações de desespero”, e àvivência dos valores da“espiritualidade, na generosidade,na solidariedade, na perseverança,na fraternidade, na alegria”.“Que essa alegria que irradia dosseus corações transborde e alcancecada canto do Brasil, especialmenteas periferias geográficas, sociais eexistenciais que tanto anseiam poruma gota de esperança”, deseja,antes de sublinhar que um cristão“nunca pode ser pessimista”.Já esta quarta-feira, o Papa tinhasido assinalado no Vaticano os 300anos de Nossa Senhora deAparecida e rezou pelo Brasil,falando num “momento difícil” para opaís.“A história dos pescadores queencontraram no Rio Paraíba do Sulo corpo e depois a cabeça daimagem de Nossa Senhora, e queforam em seguida unidos, lembra-nos que neste momento difícil doBrasil, a Virgem Maria é um sinalque impulsiona para a unidadeconstruída na solidariedade e najustiça”, declarou, durante aaudiência pública semanal, naPraça de São Pedro.

Francisco nomeou o cardealGiovanni Battista Re como seulegado para as celebrações doterceiro centenário do encontro daimagem de Nossa Senhora deAparecida, padroeira do Brasil. Oenviado especial entregou, emnome do pontífice, uma Rosa deouro como símbolo da devoção dopontífice “à rainha do Brasil e doseu afeto ao povo brasileiro”.O Santuário de Nossa Senhora daConceição Aparecida, considerado omaior dedicado a Maria, localiza-seno Vale do Paraíba, no eixo Rio deJaneiro – São Paulo – Minas Gerais.A imagem ali venerada foiencontrada em 1717 por trêspescadores, que no porto deItaguaçu viram nas suas redes ocorpo de uma estátua partida, naaltura do pescoço e, num segundomomento, a cabeça: juntando asduas partes, viu-se que se tratavada Senhora da Conceição.Por assim ter aparecido, o povochamou-a de ‘Aparecida’, nomeconsagrado pela devoção popular,que a levou a ser proclamada rainha(1904) e padroeira do Brasil (1930),sendo o santuário declarado deâmbito nacional (1984).João Paulo II visitou Aparecida em1980 e Bento XVI em 2007.

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Misericórdia, grande novidadedo CristianismoO Papa Francisco apresentou noVaticano a “Misericórdia” de Deuscomo a “grande novidade” doCristianismo, que convidou a vercomo mais de que uma “soma depreceitos e normas morais”. “Adesilusão de Deus pelocomportamento malévolo doshomens não é a última palavra! Estáaqui a grande novidade doCristianismo: um Deus que, aindaque desiludido pelos nossos erros eos nossos pecados, não falha à suapalavra, não trava e, sobretudo, nãose vinga”, disse, perante milharesde pessoas reunidas na Praça deSão Pedro.O tradicional clima de recolhimentoantes da recitação do ângelusdominical foi esta manhã quebradopor um grande grupo de peregrinositalianos; perante o barulho damultidão, o Papa parou durante unsinstantes, sorriu e disse: “Vamoscomeçar de novo”.Já depois de recomeçar a suareflexão dominical, Francisco falouda dimensão “nova e original” doCristianismo. “Ele não é tanto umasoma de preceitos e normasmorais,

mas é acima de tudo uma propostade amor que Deus, através deJesus, fez e continua a fazer àhumanidade”, sublinhou.Partindo da passagem doEvangelho lida hoje nas igrejas detodo o mundo – a parábola dosvinhateiros que assassinam o filhodo dono da vinha para a roubar –Francisco sustentou que o “únicoimpedimento” a esta vontade “terna”de Deus é a “arrogância” do serhumano, que por vezes setransforma “em violência”.“Somos chamados a sair da vinhapara nos colocarmos ao serviço dosirmãos que não estão connosco”,observou, desafiando os cristãos amarcar presença em todos osambientes, incluindo os “maislongínquos e desconfortáveis”, as“periferias da sociedade”.

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Papa denuncia perseguiçõesdramáticas contra cristãosO Papa Francisco denunciou emRoma as “perseguições dramáticas”contra os cristãos das Igrejas doOriente, num encontrocomemorativo que centrou aatenção sobre essas comunidades.“Vemos tantos dos nossos irmãos eirmãs cristãos das Igrejas orientais asofrer perseguições dramáticas euma diáspora cada vez maisinquietante”, disse, esta quinta-feira,na homilia da Missa a que presidiuna Basílica de Santa Maria Maior,em Roma.O Papa tinha deixado o Vaticano aoinício da manhã para uma visita aoPontifício Instituto Oriental, na Praçade Santa Maria Maior, onde seencontrou com cardeais, patriarcas,arcebispos maiores e metropolitas‘sui iuris’ (Igrejas com direitopróprio).O Papa Francisco recordou que aCongregação para as IgrejasOrientais foi fundada no contexto daI Guerra Mundial, que considerousemelhante ao de hoje, onde secombate uma guerra mundial “aosbocados”.A homilia sublinhou a importância da“coragem da fé”, em particular nosmomentos de dúvida, com aconfiança de que Deus “escuta”,convidando todos à oração.

No contexto do centenário doPontifício Instituto Oriental e daCongregação para as IgrejasOrientais, o Papa enviou umamensagem ao cardeal LeonardoSandri, prefeito desta congregaçãoda Santa Sé, sublinhando os gestosde atenção dos vários pontífices doséculo XX em relação a estascomunidades, que remontam aoinício do Cristianismo. “Os temposem que vivemos, por outro lado, eos desafios que a guerra e o ódiochegam mesmo às próprias raízesda convivência pacífica nasmartirizadas terras do Oriente”,alertou Francisco.“Com a queda dos regimestotalitaristas e das várias ditaduras,que infelizmente nalguns paísescriou condições favoráveis para aexpansão do terrorismointernacional, os cristãos das IgrejasOrientais estão a sentir o drama dasperseguições”, prosseguiu.

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Papa chega aos 40 milhões de seguidores no Twitter

Papa assinala encerramento do Centenário das Aparições

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Cultura dominante e integraçãojuvenil

D. Manuel Linda Bispos das Forças Armadas e Forças de Segurança

Todas as épocas apresentam debilidades éticas.Fazem-se sentir, de modo particular, nos maisnovos. Não admira: a sua personalidade aindanão está suficientemente «óssea», enrijecida.Por isso, falamos nos anos sessenta como otempo das drogas e de uma sexualidadedesregulada; depois, o período das «directas» edos excitantes colectivos, quase sempre tomadosnas mega-discotecas; mais tarde, as bebedeirasde fim de semana -em Espanha, o célebre«botellón»- e da busca das substânciaspsicadélicas; etc.E hoje? É verdade que estas negatividadessociais não se delimitam no tempo com a mesmafacilidade com que se talha uma fatia de bolo.Muitas vezes, convivem, simultaneamente, traçoscaracterísticos de uma ou outra época. Ou até seinterligam todos. E se potenciam!Não obstante, hoje, verificam-se factores que, nopassado, eram raros ou só aconteciam emdeterminadas classes sociais, quase sempre as«elevadas». Eis algumas, sem preocupação deas hierarquizar: dependência do jogo;sedentarismo; divertimentos associados aexcentricidades; dificuldade em aguentar o nívelde stress; maturidade emocional tardia. E muitasoutras, obviamente.As duas primeiras, porque quase sempre mais«escondidas», vividas no âmbito «caseiro», sãoperigosíssimas. Temos em grande parte, defacto, uma juventude de «chapa ganha, chapagasta», profundamente endividada, que pededinheiro

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aos pais e amigos para os jogos«on-line», na esperança de poderpagar os débitos, mas que cada vezse afunda mais. Sabe-se que estasituação tem levado ao desesperode muitos, quando não ao roubo porparte de alguns e ao suicídio deoutros.O sedentarismo é um fenómenoparalelo: porque, a partir de umaconsola ou de um telemóvel, sepode fazer (quase) tudo –relaçõesimaginárias, conversasintermináveis, experiências para-sexuais, compras, jogos,passatempos, turismo virtual, etc.- oquarto onde se dorme tornou-se orefúgio frente a uma sociedadeconsiderada agreste e selvagem.Por isso, para se não enfrentar arealidade, quase sempre se sai decasa somente pela calada da noitee em autêntica «alcateia» de pares.Esta a radiografia. Aliás, fácil defazer.

Mas onde está a origem deste mal?A resposta é mais difícil. Mas tenhopara mim que este é o resultadosanitário de dois deficits profundosde vitaminas morais a quechamamos materialismo ehedonismo. Sim, uma sociedade quenão vê mais nada do que aquilo quese pode fruir, o que dá gozo, que seconsome e desfaz, uma maneira deser que se volta para os «novosdeuses» que as suas mãosmodelaram que poderia esperar emtroca? Entra-se na espiral doconsumismo, do efémero, dasofreguidão, da avidez. Mas comosustentar estes deuses custa caro,as pessoas sentem-se aspiradaspor essa máquina trituradora a quechamamos angústia existencial. Emuitas não a aguentam.Estejamos atentos, pois ela estámais presente do que imaginamos.

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Um ponto-chave quando se entra naUniversidade

Miguel Oliveira Panão Professor Universitário Professor| Blog | Autor

Em setembro iniciou-se um novo ano escolar.Para muitos jovens isso significa uma transiçãode um ensino secundário para o universitário. Éuma transição mais delicada do que parece.Uma vez li o texto de um professor de filosofiaque ao fim de muitos anos voltou a dar aulas aoprimeiro ano na Universidade. O que meimpressionou na sua experiência foi a formacomo caracteriza esta transição e que subscrevo.Enquanto no ensino secundário aresponsabilidade da aprendizagem assenta noprofessor, pois, deve preparar bem os alunospara os exames nacionais, tudo se inverte naUniversidade. Aí, a responsabilidade daaprendizagem assenta no estudante universitárioe esse é o choque pedagógico que pode levar amuitas dificuldades de adaptação.Na Universidade, o professor é um orientador noprocesso de aprendizagem. Ensina-se mais aaprender do que apenas a saber as coisas.Como professor não transmito meramenteconhecimentos, mas modos de pensar sobre ascoisas, a estar atento, a ir ao fundo dasquestões, e a ser crítico na forma como asencaramos. Ensino a aprender e com o modocomo aprendem, aprendo a ensinar. Ou seja, éum jogo de aprendizagem recíproca que tem umelemento chave.O relacionamento entre estudante eprofessor.Embora sejam muitos alunos, a minhaexperiência é a de que o relacionamento com osprofessores,

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nossos orientadores no mar doconhecimento, pode ditar odesempenho que temos numadisciplina. Nesse sentido, cadaaluno e cada professor devia fazerum exame de consciência e pensarse construímos relacionamentosque promovem a aprendizagem, ounem por isso.Para mim é sempre um desafio e oprimeiro passo como professor ésaber o nome dos meus alunos.Imaginas que acolhendo 200 alunospor ano na disciplina que leccionoisso não seja fácil, e não é. Masdescobri o segredo.Experiências.Através de uma experiênciaconcreta com um aluno, porexemplo, um tirar de dúvidas, umaconversa no café, uma partilha dedificuldade académica, qualquercoisa que me induza a chamá-lopelo nome cria

uma memória que facilita esseaspecto.Por outro lado, existe o desafio deum aluno procurar criar umrelacionamento com o Professor eisso não é tarefa fácil porque muitosdos meus colegas podem sertímidos ou ter uma personalidadedifícil. A minha experiência comoaluno e agora como Professor é ade que o respeito mútuo é o passofundamental na construção desserelacionamento. Se és aluno,procura desenvolver uma menterespeitadora. É uma das mentes dofuturo segundo o psicólogo HowardGardner (“Cinco mentes do futuro”).Apostar nos relacionamentos égarantir o sucesso académico eviver no âmbito universitário aquiloque somos como imagem de Deus:seres relacionais. E sobre essarelacionalidade não assenta apenaso futuro de cada um, mas o futuroem si mesmo.

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Fátima: Ano 101...

Henrique Matos Agência ECCLESIA

13 de outubro de 2017. A peregrinaçãoaniversária encerra o centenário das aparições.A intensidade celebrativa dos últimos anos e,principalmente, a abertura do Santuário àcontemporaneidade, leva-me a considerar queeste lugar ficou diferente e pretende enfrentar ofuturo sublinhando essa diferença. Não me refiroa qualquer distanciamento de práticas passadasou tentativas de ganhar popularidade junto denovos públicos. O que distingo é que Fátima éhoje um lugar mais consensual. Esbateram-sealguns anticorpos que colavam o espaço a umareligiosidade rural ou pouco esclarecida. Estecentenário e as iniciativas que o marcaram,mostraram o regresso de artistas, de criadores,de investigadores que não temem olhar Fátimacomo fenómeno de invulgar riqueza paracompreender identidades e convicçõesprofundas de um povo e o desenho cultural deum país.Fátima assume hoje, a vontade de acolher cadaum. De proporcionar uma ocasião de encontro.De despertar os sentidos... não esses daexterioridade, estimulados à exaustão pelostempos que vivemos. Antes os outros, os dainterioridade, do silêncio... a experiência de nosescutarmos a nós próprios, sabendo que issonem sempre é uma experiência confortável parao homem do ruído... Investigadores, dizem que há quem passe peloSantuário cumprindo o "frete" de levar a avó ou atia que pede de forma insistente... e que depoisse depare com uma experiência inesperada deum bem-estar que não se consegue descrever,mas

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que obriga a voltar. Estudos, falam-nos de quem visita o lugar numaatitude de reconciliação com a vida.Dos que ali descobrem umaexperiência de Igreja que nunca ostocou no ambiente paroquial.Fátima, a que chamam "altar domundo", não é a massificação da fé.É antes a possibilidade que cadaum fazer uma experiência pessoalde espiritualidade de, naquele lugarde paz e serenidade, perceber osignificado do próximo e dadimensão comunitária... aexperiência de Igreja.Cem anos depois, penso queFátima não pretende o revivalismoda grande cristandade mas antes, apossibilidade

da experiência pessoal do encontrocom o transcendente. E quando ohomem contemporâneo percebeDeus, entende que Ele se percebemelhor na experiência com o outro.Fátima não é de velhos, doentes, ouiletrados... é cada vez mais umadescoberta e uma experiênciaintensa para crianças e intelectuais,agricultores ou desempregados,mulheres domésticas ouexecutivas... gente nova e de maisidade, com saúde ou sem ela... nãohá perfil para o peregrino de Fátima,aquele é um lugar onde todoscabem, sem pré-requisitos, e ondecada um encontra um itinerário queo desafia e compromete.

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O Semanário ECCLESIA evoca nesta edição o encerramento dascelebrações

do Centenário das Aparições, em Fátima, com um olhar detalhadosobre a peregrinação do 13 de outubro, a mensagem do Papa para

este momento e as várias intervenções de D. António Marto. O bispode Leiria-Fátima é o entrevistado desta revista, projetando para

o futuro a mensagem revelada em 1917, na Cova da Iria,e que nos últimos ganhou uma nova dimensão.

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As marcas do Centenáriono futuro de FátimaO bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, disse à Agência ECCLESIA que acelebração do Centenário das Aparições, que se encerrou esta sexta-feira,promoveu uma reconfiguração de Fátima, em torno da “redescoberta damensagem”. “[O Centenário] Deixa as coisas diferentes no sentido em quefoi uma redescoberta da mensagem, uma passagem daquela atenção só aossegredos e às devoções para o coração da mensagem, vista na suaglobalidade”, refere, numa entrevista que vai ser emitida este domingo, pelas13h30, no Programa ‘70x7’ (RTP2).

O responsável apresenta Fátimacomo escola de “santidade popular”,“acessível e possível a todos”, econfessa que a canonização dospastorinhos Francisco e JacintaMarto, a 13 de maio, foi “ummomento comovente”, revelandoque chegou a solicitar a dispensado milagre ao Papa Francisco, oqual lhe pediu que se procurasseseguir a “via normal”, como acaboupor acontecer.

Entrevista conduzidapor Henrique Matos

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

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Agência ECCLESIA (AE) – Ascelebrações do centenário dasaparições da Cova da Iria forampreparadas com algumaantecedência… Anos antes, oSantuário de Fátima abordou váriostemas que ajudaram nascomemorações.D. António Marto (AM) – A ideia dapreparação remota do centenáriosurgiu de uma frase do Papa BentoXVI, em 2010, na homilia durante amissa. Ele disse: «Voltareis aquidentro de sete anos para celebrar ocentenário da primeira aparição deNossa Senhora». Quando ouvi estafrase, veio-me a ideia de fazer umapreparação, exatamente, duranteesses sete anos. Foi um desafiolançado pelo Papa e eu transmiti-oao reitor da altura [padre VirgílioAntunes que, atualmente, é o bispode Coimbra NDR] e ele concordou.Criou-se uma equipa de teólogos eoutros colaboradores e desenhou-se o programa para sete anos. Foiuma coisa original, para não reduziro centenário a uma série de eventosapenas durante um ano.

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AE – Isso ajudou as pessoas aentrarem no clima celebrativo…AM – Exatamente. Entrámosprogressivamente e gradualmentenuma descoberta ou redescobertaneste aprofundamento daMensagem de Fátima em todas assuas dimensões. O primeiro ano foidedicado às aparições do Anjo…Depois cada ano apanhou atemática de cada uma dasaparições de Nossa Senhora aosPastorinhos. Isso permitiu aosperegrinos sentirem-se envolvidosnuma celebração progressiva. AE – Não era apenas a celebraçãode uma efeméride, mas a criação deum percurso reflexivo. Um caminhoque levasse as pessoas a meditar ea refletir sobre estas temáticas.AM – Concordo plenamente. Haviaum tema escolhido que eraaprofundado do ponto de vistateológico num congresso. Semesquecer a dimensão catequética ecelebrativa. Havia também umitinerário do peregrinocorrespondente a essa temática.Foram aspetos muito belos e quecaptaram o coração dos peregrinos.Estes sentiram-se envolvidos acelebrar o centenário.

AE – Neste percurso que antecedeuas comemorações do centenário,pode-se também realçar a visita daImagem Peregrina às diocesesportuguesas. Esta viagem revelou-se um sucesso. Momentos fortesneste itinerário da ImagemPeregrina. Ela percorreu muitosambientes, até foi às periferiascomo fala o Papa Francisco.AM – Tudo isto foi pensado emconjunto com a ConferênciaEpiscopal Portuguesa. Foi uma ideiamuito bem recebida pelas dioceses.Esta iniciativa superou todas asexpetativas.

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Foi uma envolvência de todo o povocatólico. Uma grande adesão e commuita ternura. A visita às periferias,locais de mais sofrimento, [prisões,hospitais, Bairros problemáticosNDR] teve um grande acolhimento. AE – Em todos esses locais notava-se uma grande afetividade…AM – É a afetividade do nossopovo. Ele expressa-se assim… tantono recinto do Santuário de Fátimacomo nas localidades. Onde aImagem Peregrina passava era umafesta. Nas periferias, Nossa Senhoratocou nos corações… Isso faz vir aslágrimas. Mesmo daqueles que,porventura, estavam afastados, massentiram o toque da ternura. Eu viisso espelhado nos rostos e nosolhos das pessoas. AE – Numa sociedade tão viradapara o imediato e que vive tanto nasuperficialidade, o resultado desteacontecimento podia levantardúvidas. Todavia, as manifestaçõesde carinho vieram demonstrar ocontrário.AM – A dimensão espiritual ereligiosa pode estar um poucoescondida, tal como acontece comas brasas debaixo da cinza.

No entanto, há acontecimentos quedespertam este desejo íntimo derelação com Deus. Reacendem ocalor do amor que existe no coraçãodas pessoas. Estes acontecimentos foram umaocasião de reavivar a fé e revitalizaruma fé esmorecida. AE – Alargou-se o perímetro doSantuário de Fátima a todo o país.AM – Foi lindo o momento de envioe de acolhimento da ImagemPeregrina. Sentiu-se o vibrar doscorações. A Imagem da Senhora foivisitar as dioceses, e estasretribuíram também com o seucarinho.

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AE – Quem esteve também no

Santuário de Fátima, e a suapresença não passoudespercebida, foram os jovense as crianças. Com a suaalegria e entusiasmo marcarammuito este período celebrativo.Fátima é cada vez mais a casados jovens e das crianças?AM – É verdade. Aperegrinação das criançasatingiu uma dimensão nacional.Com elas vêm os pais, avós edemais familiares. É umaperegrinação que «rivaliza»quase com a peregrinação deMaio. É de uma belezaextraordinária. No fundo, é umafesta… As nossas celebraçõesnão podem ser apenas para osadultos. Celebrações paratodas as idades e com váriaslinguagens. AE – É difícil para quemprepara as celebrações?AM – Tem um potencial muitogrande, mas temos equipaspara isso. O bispo sozinho nãofazia isso. É fundamentalcriatividade. Todos os anos, ostemas são diferentes. Emrelação aos jovens, ainda nãoatingimos a dimensão que é deesperar.

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

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Existem muitos jovens ligados àIgreja, mas através de movimentos.Existe uma tentação… cadamovimento faz a sua peregrinação.Cada um vive no seu quintal e aindanão são capazes de se unirem edarem as mãos e fazerem umagrande peregrinação. Umaperegrinação que enchesse orecinto. Esperemos chegar lá… AE – No fundo é um desafio aosmovimentos…AM – É um desafio aos movimentosabrirem-se à universalidade e àcomunhão. Todavia, eu compreendoque as pessoas valorizem mais acomunidade próxima. Isso tambémacontece nas paróquias,movimentos ou congregaçãoreligiosa. AE – Este período das celebraçõesficou também marcado pelacriatividade artística, pela reflexãocientífica e manifestações culturais.AM – Uma das minhaspreocupações pessoais foi que seaprofundasse a mensagem. Estescongressos tiveram uma adesãogrande. Pedi também que se desserelevo à dimensão cultural. Paramuitas pessoas, para umadeterminada elite, Fátima é reduzidaa uma subcultura. É para ospobres,

ignorantes e analfabetos… Segundoesse modo de ver. Era necessáriomostrar que Fátima é capaz de seexprimir em linguagens culturaispara o nosso tempo. AE – Encomendaram mesmodiversas obras musicais…AM – Foram várias. Mesmo noteatro fizemos coisas interessantes.Tivemos espetáculos que encheramquatro vezes seguidas. Hoje, Fátimaimpôs-se do ponto de vista cultural.E até chegou às universidades. Uminvestigador fez uma tese dedoutoramento na Universidade deCoimbra. Fizemos cursos emparceria com a UniversidadeCatólica Portuguesa. Estasatividades causaram-nos algumasurpresa. Fátima é muitoapreciada… Muitas vezes, já nemnecessitamos de fazer o convite…Os artistas oferecem-se para fazeralgo.

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AE – Fátima é um lugar para todos…AM – Fátima cativa e tem renome,mesmo internacional. AE – Mesmo para as pessoas queestão afastadas… Elas estãodesligadas da paróquia, masgostam de estar em Fátima. Isso énotório aos fins-de-semana.AM – Fátima tornou-se uma espéciede oásis onde as pessoas vêmrefrescar a sua espiritualidade e asua fé. Aqui têm um encontro comDeus e consigo mesmas. Muitosvêm buscar ao santuário umacolhimento. Temos muitas pessoascom feridas na vida e que queremser acolhidas. Acolhidas semjulgamento… AE – Pode-se dizer Fátima entrouno espírito do Átrio dos Gentios?AM – Aqui, temos pessoas comdiferentes experiências e diferentesvivências. No fundo vêm à casa daMãe e é acolhido. Não podemospensar que se fazem cristãos danoite para o dia. É preciso oferecer-lhes depois caminhos graduais dedescoberta da fé. No entanto, nãopodemos pensar que Fátimaoferece tudo… Costumo dizer quenão se compreende a Igreja emPortugal sem Fátima, como coraçãoespiritual do

país, mas também não secompreende Fátima sem a Igreja.Não se pode pensar que Fátima éuma varinha mágica. AE – É um grande fator demudança?AM – É fator de mudança… Masnão é a varinha mágica da Igreja. AE – Mas é uma experiência desantidade. O Papa Franciscodeclarou santos, Francisco eJacinta Marto, e encerrou-se a fasediocesana da irmã Lúcia.AM – Foi um momento muitocomovente e muito emocionante,porque não tínhamos a certeza seandaria tão rapidamente comoandou para ser no dia 13 de maio.Fui uma vez ao Papa Francisco,pedir-lhe para dispensar do milagrepara a canonização dospastorinhos… Ele quis saber comoas coisas estavam e disse-me:“Segue a via normal e vê seencontrais o milagre. Se porventuranão encontrardes, voltas cá…”. Odedo da providência andou… e apostuladora encontrou este milagre.Uma coisa única porque foiaprovada pela comissão dosmédicos por unanimidade. Ainda porcima de uma criança… O que vemvalorizar o ato.

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Rezai o Rosário como Ela pediu

O Papa Francisco assinalou hoje oencerramento do Centenário dasAparições, em Fátima, com umamensagem transmitida aosperegrinos reunidos na Cova da Iria.“Deixo-vos um conselho: nuncadeixeis o Rosário, nunca deixeis oRosário, rezai o Rosário como Elapediu”, disse, concedendo abênção, após ter mostrado o terçoque transportava no seu bolso.A mensagem foi transmitida nosecrãs gigantes espalhados ao longodo recinto de oração, aosparticipantes na celebração daperegrinação internacional do 13 deoutubro.

“Nunca vos afasteis da mãe: comoum menino está ao lado da sua mãee se sente seguro, assim, junto daVirgem, nos sentimos muito seguros,ela é a nossa garantia”, pediu oPapa.Francisco dirigiu, em espanhol, osseus cumprimentos a todos os queassinalam o “encerramento doCentenário das Aparições daSantíssima Virgem em Fátima”.“Ainda tenho no coração asmemórias desta viagem, as bênçãosque a Virgem Maria quis dar-me equis dar à Igreja nesse dia”, realçou.A intervenção deixou umamensagem

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de esperança a todos os crentes:“Nunca tenham medo, Deus émelhor do que todas nossasmisérias, ele gosta muito de nós, ideem frente”O Papa já tinha recorrido estamanhã à rede social Twitter paraassinalar a data: “No Centenáriodas Aparições de Nossa Senhora deFátima, agradecemos a Deus pelasinúmeras bênçãos concedidas sobsua proteção”.D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, explicou que a mensagemdo Papa foi gravada durante umaaudiência privada concedida aresponsáveis da dioceseportuguesa, a 30 de setembro,agradecendo o gesto de Francisco.“Hoje, estamos aqui a viver ummomento histórico e único, paraFátima, para a Igreja, para Portugale para todos os peregrinos deFátima,

o encerramento solene doCentenário das Aparições”,acrescentou.O responsável deixou uma palavrade saudação aos peregrinos, queconsiderou os responsáveis pormanter a atualidade da mensagemde Fátima.“Fátima é sempre nova, nãoenvelhece”, declarou D. AntónioMarto.Por ocasião das celebrações doCentenário, o Papa visitou a Covada Iria, onde canonizou, na Missa do13 de maio, os pastorinhosFrancisco e Jacinta Marto, dois dostrês videntes de Fátima.Francisco passou mais de 23 horasna Cova da Iria, “como peregrino deesperança e de paz”, tendopercorrido a pé uma parte dopercurso até à Capelinha dasAparições, antes de ali recitar oRosário.

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Septenário Celebrativo doCentenário das Aparições de FátimaTema geral do Centenário – “O meu Coração Imaculado conduzir-vos-á atéDeus” Ano 2010/11 –“SANTÍSSIMA TRINDADEADORO-VOSPROFUNDAMENTE”I Ciclo De Conferências24 a 26 junho 2011 – SimpósioTeológico-Pastoral «Adorar Deusem espírito e verdade – Adoração:acolhimento e compromisso»Fevereiro de 2011 lançamento do 1ºItinerário do Peregrino Ano 2011/12 – “QUEREISOFERECER-VOS A DEUS?”01 dezembro 2011 - Jornada deapresentação do tema do anopastoral de 2011-2012; abertura daexposição “No trilho da Luz – AsAparições de Fátima” II Ciclo de Conferências Ano 2012/2013 - “NÃOTENHAIS MEDO” Exposição Temporária evocativa daaparição de junho de 1917, “Ser, o

Segredo do Coração” – Conviviumde Santo Agostinho | 24 denovembro 2012 a 31 de outubro2013 Simpósio Teológico Pastoral 21 a23 de junho- Centro Pastoral dePaulo VI- “Não Tenhais Medo.Confiança- Esperança- EstiloCrente”. I Edição Curso Mensagem deFátima- 7 a 9 de junho

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Ano 2013/2014 -“ENVOLVIDOS NO AMORDE DEUS PELO MUNDO” Exposição Temporária evocativa daAparição de julho de 1917 –“Segredo e Revelação” – Conviviumde Santo Agostinho | 30 denovembro 2013 a 31 outubro 2014 Revista Cultural do Santuário deFátima, Fátima XXI- apresentada a12 de maio de 2014 e publicada nofinal do mês Visita da Imagem Peregrina àsComunidades ReligiosasContemplativas de Portugal | maio2014 a fevereiro 2015 Ano 2014/2015 -“SANTIFICADOS EMCRISTO” Novo Presbitério de Oraçãoapresentado- sessão pública, 20março 2015Visita da Imagem Peregrina deNossa Senhora às DiocesesPortuguesas | maio 2015 a maio2016 Centenário com Prémio deFotografia e Mural Online deTestemunhos- protocolo decolaboração, dia 17 de julho 2015,no Santuário de Fátima, IPL Leiria eSantuário de Fátima

Concerto Evocativo dos TrêsPastorinhos de Fátima “Sem amornenhuns olhos são videntes” – CoroAnonymus, Coro Infantil do InstitutoGregoriano de Lisboa, João Santos-Sé Patriarcal de Lisboa | 20fevereiro 2015

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Ano 2015/2016 - “EUVIM PARA QUE TENHAMVIDA” Jogo dos Pastorinhos | 10 março2016 Concerto de inauguração órgão-músico francês Olivier Latry,organista titular da Catedral deNotre Dame de Paris Início do Prémio JornalismoCentenário das Aparições de Fátima| 1 abril de 2016 Espetáculo “A Luz do Anjo” -projeções de vídeo mapping-Valinhos e Aljustrel | 24 e 26 dejunho 2016 “O dia em que o Sol bailou” -Vortice Dance Company -| 11, 13 e15 de maio 2016 “Entre o Céu e a Terra – O Musical

sobre Fátima” | 13 de outubro 2016 |musical oficial da Celebração doCentenário das aparições | 14 e 15de outubro 2016 “Ver Fátima no silêncio do coração”- passatempo online do Santuáriode Fátima | início a 1 de abril de2016 ate 31 de outubroConsagração das DiocesesPortuguesas a Nossa Senhora deFátima | 13 maio 2016 1ªEdição Cursos de Verão“Introdução ao Fenómeno deFátima” – Centro Pastoral de PauloVI | 14, 15 e 16 julho 2016 Oficinas Musicais Criativas - 1 deabril 2016 (a partir dos 4 meses)

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Ano 2016/ 2017 - “OMEU IMACULADOCORAÇÃO SERÁ O TEUREFÚGIO E O CAMINHOQUE TE CONDUZIRÁ ATÉDEUS”“Mural de Testemunhos”,desenvolvida em parceria com oInstituto Politécnico de Leiria| 8 dedezembro 2016“Vozes do Centenário” - Projetoconjunto do Santuário de Fátima eda Rádio Renascença | 2 defevereiro 2017

I Jornadas de Comunicação Socialdo Santuário de Fátima |CentroPastoral de Paulo VI |22 de março2017Abertura da exposição “PrémioFotografia Centenário das Apariçõesde Fátima” | 1 maio 2017Peregrinação do Papa Franciscoa Fátima e Canonização deFrancisco e Jacinta Marto | 13maio 2017Colóquio Comemorativo dos 100anos das Aparições de Fátima | 26 e27 maio 2017 Pensar Fátima – Leiturasinterdisciplinares- CongressoInternacional do Centenário deFátima | 21 a 24 de junho 2017

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Como é bela a Senhora do Rosário,Rainha da PazHomilia na Missa da Vigília da Peregrinação Aniversáriaao Santuário de FátimaCelebramos hoje, na fé e na alegriaespiritual, a solenidade daDedicação da Basílica de NossaSenhora do Rosário. Como é admirável a vossa morada,Senhor do universo!O refrão do salmo responsorialpode sintetizar bem a mensagem daPalavra de Deus proclamada: Comoé admirável a vossa morada,Senhor do universo! Estas palavrassão um convite a levantar o olhar eo coração bem acima deste templofeito de pedras. Nele descobrimos osinal da presença misteriosa deDeus que escolheu habitar no meiodo seu povo, que o acompanha,que o visita e reúne no seu amor,que faz dele a Igreja das pedrasvivas.Como é admirável a vossa morada,Senhor ! Estas palavras são tambémum convite a contemplar Aquela emhonra da qual foi erguida estabasílica e da qual ela é titular. “Soua Senhora do Rosário”, foi assimque ela se apresentou aospastorinhos aqui na

Cova da Iria onde veio visitar-noscom uma mensagem em nome doSenhor. Um aspeto desta mensagemé precisamente a oração do rosáriopara nos unir mais a Jesus e invocaro dom da paz para o mundo.Como é bela a Senhora do Rosário,Rainha da Paz!A imagem tradicional da Senhora doRosário representa Maria com umbraço a amparar o Menino Jesus ecom o outro apresenta a coroa dorosário a São Domingos. Estaiconografia é muito significativa:mostra que o rosário é um meiooferecido pela Virgem paracontemplar Jesus e, meditando asua vida, amá-lo e segui-lo semprefielmente. Foi a recomendação queNossa Senhora deixou aqui emFátima há 100 anos. Aos trêspastorinhos Lúcia, Jacinta eFrancisco recomendou cominsistência que se recitasse orosário todos os dias, para obter ofim da guerra e alcançar a paz.Como é bela a iconografia que nosapresenta a Senhora do Rosário

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como Mãe de Ternura que nosconvida a deixarmo-nos guiar porela na meditação dos mistérios deCristo. A oração do Rosário ajuda-nos a contemplar a beleza do rostode Cristo e a profundidade do seuamor com o olhar e com o coraçãoda Mãe, que é modelo insuperávelda contemplação do Filho.Através da contemplação dosmistérios gozosos, luminosos,dolorosos e gloriosos, ao longo das“Ave-Marias”, contemplamos todo omistério de Jesus, desde aEncarnação até à Cruz e à glória daRessurreição; contemplamos aparticipação íntima de Maria nestemistério e também a nossa vida comCristo hoje, que é tecida demomentos de alegria e de dor, desombras e de luz, de trepidação ede esperança. As próprias velas quenesta noite acompanharam arecitação do terço, erguidas emlouvor e adoração, significamtambém a conversão de cada um ea sua passagem a uma novaexistência iluminada por JesusCristo, o Mistério indizível quecontemplamos nos mistérios doRosário.Como é bela a Senhora do Rosárioque em Fátima se apresenta comoMãe de Misericórdia e Rainha dapaz, que acompanha os sofrimentosdos filhos e lhes oferece o seuImaculado Coração como refúgio egarantia do triunfo

do amor nos dramas da história,pedindo-lhes a colaboração com arecitação do terço.Hoje, queremos confiar àintercessão da Virgem Mãe, NossaSenhora do Rosário de Fátima, osnossos anseios mais íntimos, asesperanças e as dores dahumanidade ferida, os problemas domundo e, de modo particular, agrande causa da paz entre ospovos: “Eia, pois, advogada nossa,esses vossos olhos misericordiososa nós volvei! E depois destedesterro mostrai-nos Jesus, benditofruto do vosso ventre. Ó clemente, ópiedosa, ó doce Virgem Maria”!

Fátima, 12 de outubro de 2017† António Marto,

Bispo de Leiria-Fátima

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Fátima é sempre novaHomilia na Peregrinação Aniversária ao Santuário de

Fátima 13 de outubro de 2017Encerramento das celebrações

do Centenário de Fátima

"Fátima é sempre nova para quemrepete a subida à Serra d'Aire eprocura penetrar, cada vez maisfundo, nos mistérios da mensagemde Nossa Senhora, nas apariçõesde 1917, aos três Pastorinhos”.Assim afirmou aqui São João PauloII, de santa memória.

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Com que emoção ouvimos hojeestas palavras no encerramento doCentenário das Aparições!Compreendeis que para mim é ummomento particularmenteemocionante presidir a estaEucaristia. Com o coração cheio dealegria e emoção quero desde jásaudar todos os peregrinospresentes, a cada um em particular,com todo o afeto, no amor de JesusCristo e de Maria Santíssima; umasaudação para os mais pequenitos,que vi durante a procissão deEntrada: caros amiguitos eamiguitas, o vosso amigo bispo deFátima envia-vos uma saudaçãocheia de afeto e carinho e umabênção especial em nome de Jesuse de Nossa Senhora.

Meus caros irmãos e irmãs,Aqui voltamos, como todo operegrino de Fátima, "com o terçona mão, o nome de Maria nos lábiose o canto da misericórdia de Deusno coração". Que canto é este?Este canto é o Magnificat, cujabeleza a poetisa Sophia de MelloBreyner tão bem exprimiu, ao dizer:"Penso muitas vezes que oMagnificat é talvez o mais belopoema que existe. É um poema queanuncia, que não canta apenas aterra como Homero. Entre doismundos, na encruzilhada da história,uma mulher levanta-se e diz opoema da salvação". Que melhorcântico poderíamos nós escolherpara este momento? Com oMagnificat, unidos intimamenteunidos a Maria, queremosproclamar, cantar e agradecer aspequenas e grandes

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maravilhas da graça que Deusrealizou através da sua visitaçãoaqui a esta terra de Fátima e com asua mensagem a favor dahumanidade, da Igreja e de milhõesde peregrinos ao longo destes cemanos. "A minha almaengrandece o Senhor..."Nas aparições de 13 de maio ejunho, Nossa Senhora proporcionouaos três Pastorinhos umaextraordinária experiência mística daintimidade de Deus e do seu amor. Aluz que irradiava das suas mãosmaternais mergulhou-os, aos trêsvidentes, no oceano imenso da luzde Deus, da beleza do amor deDeus, da sua intimidade esantidade. Ficaramverdadeiramente fascinados,encantados e enamorados de Deusa ponto do pequeno Franciscoexclamar: "Gostei muito de ver oanjo. Gostei mais de ver NossaSenhora. Mas do que gostei mais foide ver Nosso Senhor naquela luzque Nossa Senhora nos metia nopeito. Gosto tanto de Deus!... Ohcomo é Deus! Isso é que nãopodemos [não somos capazes, nãotemos palavras] dizer!". Oh, gostotanto de Deus!

Nesta época em que estamos aviver uma certa indiferença religiosa,uma espécie de eclipse,ocultamento cultural de Deus, Mariaconvida-nos hoje a descobrir ogosto e o encanto de Deus e da suabeleza, a proclamar como Deus égrande. Ela sabe que se Deus égrande, também nós somosgrandes. A nossa vida não éoprimida, mas antes elevada edilatada: torna-se grande na belezae grandeza do Amor que salva. Épor Deus ser grande que também oser humano é grande, em toda asua a sua dignidade.Meus caros e irmãs,Esta é a primeira conversão que amensagem de Fátima pede: abrir ocoração a Deus-Amor e confiar-se aEle com a oração dos Pastorinhos:"Meu Deus, eu creio, adoro, esperoe amo-Vos". Esta é, a meu ver, agrande prioridade para o futuro dafé cristã: tornar Deus presente,próximo e íntimo ao coraçãohumano, Deus amigo dos homens,fonte de humanização, de confiançana bondade e na beleza da vida.Por isso, Fátima é e continuará aser sempre reflexo da luz e dabeleza de Deus.

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"A sua misericórdia seestende de geração emgeração"No poema do Magnificat, Mariaproclama a misericórdia de Deusque se estende de geração emgeração. Nas Aparições em Fátimafez ecoar esta mensagem para ahumanidade, ameaçada de seafundar no inferno

de duas guerras mundiais, com osgenocídios de milhões de inocentes,e aqui também vai ressoar para aIgreja esta mensagem, ferozmenteperseguida em risco de seraniquilada por regimes totalitários."É a dor da

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mãe que a faz falar; está em jogo asorte de seus filhos" disse aqui oPapa São João Paulo II. É verdade,quando Maria se move, não é porcoisas de somenos importância,está em causa a sorte dos seusfilhos.A página do Apocalipse, queescutamos na primeira leitura,ilumina este aspeto da mensagem.Põe diante de nós o drama dahistória, sob a figura simbólica daluta entre o dragão aterrador e amulher frágil e indefesa.O dragão é a representaçãoimpressionante e inquietante de

todos os poderes do mal e daviolência no mundo. Pareceinvencível! Mas a figura da "mulherrevestida de sol e coroada de dozeestrelas", símbolo da Igreja e deMaria, diz-nos que esses poderesnão são invencíveis. Porque amisericórdia de Deus é maispoderosa que a força do mal. Deusnão quer deixar o mundoabandonado, mergulhado na tristezae no luto do abatimento, da solidãoe da morte.Com o símbolo do seu CoraçãoImaculado, cercado de espinhos, amãe celeste mostra que sente a dor

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dos filhos e vem em seu auxílio como conforto da misericórdia divina. Aomesmo tempo, esta mensagem vemacompanhada pelo apelo àconversão e à reparação. NossaSenhora vem buscar colaboradoresnos desígnios de misericórdia paranão se resignarem à fatalidade domal. A resignação não é uma virtudecristã, diz o Papa Francisco.Também hoje nos pergunta comoaos Pastorinhos: "Quereis oferecer-vos a Deus" para serdes seuscolaboradores na reparação dopecado do mundo?”. Sim, não sepode passar indiferente ao mal, nemtentar iludi-lo olhando para o lado.Há que reparar o que ele

estraga, reconstruir o que eledestrói nos corações e nas relaçõescom Deus, com os outros, com asociedade e entre os povos. Com oescritor Vitorino Nemésio podemosafirmar: "Com Fátima entrou umcerto sinal de eterno nosajustamentos da história". EmFátima, a humanidade passou avaler mais.Meus caros irmãos e irmãs,Como acontece sempre que somoschamados e advertidos pela mãe,também em Fátima nos sentimosinterpelados, de modo sério evigoroso, pela melhor de todas asmães para acolher as suasadvertências e responder aos

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seus pedidos. Queremos acolher assuas advertências e responder aosseus pedidos?O Papa Francisco repetiu aqui duasvezes: "Temos Mãe"! Eu permito-meacrescentar: sim, temos mãe deternura e de misericórdia, solícita edefensora dos pobres, dos quesofrem, dos humildes e humilhados,dos oprimidos, dos sós, dosabandonados e descartados pelacultura da indiferença, de quem diz:que me importa o outro? Cada umque se arranje. Fátima, mensagem de PazFátima confia-nos uma mensagemprofética de esperança e não umsegredo intimidatório, de medo; umapalavra de bênção e não demaldição; uma promessaconsoladora de paz e não dedestruição. A própria Senhora seoferece como garantia, quando diz:"Por fim, o meu Imaculado Coraçãotriunfará... e será concedido aomundo um período de paz". Querdizer, "No final, o Senhor é maisforte do que o mal e Nossa Senhoraé para nós a garantia visível,materna, da bondade de Deus queé sempre a última palavra dahistória" (Bento XVI). A paz é umtema central da mensagem daSenhora. Ao pedir

para se rezar o terço pela paz todosos dias, Nossa Senhora querdesencadear, através da oração,uma mobilização geral do povocatólico que leve ao compromissoativo pela paz no mundo.Apraz-me terminar com o apelopremente que o Papa Paulo VI, desanta memória, aqui fez hácinquenta anos, dirigido aos homensde todo o mundo. Um apelo tãoatual, hoje que persistem as tensõesentre as grandes potências,continuam os conflitos configurandouma "terceira guerra mundial emepisódios", alastra o terrorismo e aameaça nuclear é tão aguda comoentão.Ouçamos o que disse aqui Paulo VI:"Homens, sede homens. Homens,sede bons, sede cordatos, abri-vosà consideração do bem total domundo. Homens, sede magnânimos.(...) Homens, não penseis emprojetos de destruição e de morte,de revolução e de violência; pensaiem projetos de conforto comum e decolaboração solidária. Homens,pensai na gravidade e na grandezadesta hora, que pode ser decisivapara a história da geração presentee futura; e recomeçai a aproximar-vos uns dos outros com intençõesde construir um mundo novo; sim,um mundo de homens verdadeiros,o qual é impossível

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de conseguir se não tem o sol deDeus no seu horizonte.(...). Vede como o quadro do mundoe dos seus destinos se apresentaaqui imenso e dramático. É oquadro que Nossa Senhora abreaos Nossos olhos, o quadro quecontemplamos com os olhosaterrorizados, mas sempreconfiantes; o quadro do qual Nosaproximamos sempre seguindo aadmoestação que a própria NossaSenhora nos deu, a admoestaçãoda oração e da penitência; e, porisso, queira Deus que este quadrodo mundo nunca mais venha aregistar lutas, tragédias ecatástrofes, mas sim as conquistasdo amor e as vitórias da paz".

Caros irmãos e irmãs: de Fátimairradiam para todo o mundo osesplendores da Graça e daMisericórdia divinas e asadvertências proféticas da Mãe deDeus e dos homens. "Deixemo-nos,pois, guiar pela luz que vem deFátima. Que o Coração Imaculadode Maria seja sempre o nossorefúgio, a nossa consolação e ocaminho que nos conduz a Cristo"(Papa Francisco). E como bonsfilhos, mesmo trazendo connosco asnossas misérias, elevemo-nos paraa Mãe e digamos-lhe: Querida Mãe,dá-nos a tua bênção! Ámen.

D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Caros irmãos e irmãs: de Fátima irradiam para todo o mundo os esplendores da Graça eda Misericórdia divinas e as advertências proféticas da Mãe de Deus e dos homens.

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da Misericórdia divinas e as advertências proféticas da Mãe de Deus e dos homens."Deixemo-nos, pois, guiar pela luz que vem de Fátima. Que o Coração Imaculado deMaria seja sempre o nosso refúgio, a nossa consolação e o caminho que nos conduz aCristo" (Papa Francisco). E como bons filhos, mesmo trazendo connosco as nossasmisérias, elevemo-nos para a Mãe e digamos-lhe: Querida Mãe, dá-nos a tua bênção!Ámen. D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

Reitor do Santuário fala em «novocapítulo» após ano do Centenário

Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

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O reitor do Santuário de Fátimadisse que o final das celebrações doCentenário das Aparições, com aperegrinação internacional deoutubro, representa o início de um“novo capítulo” na história da Covada Iria. “A grande mensagem é quenão estamos a falar de um final,mas de um começo”, referiu o padreCarlos Cabecinhas, em conferênciade imprensa, antes do início dascelebrações comemorativas daúltima aparição da Virgem Maria, em1917.O responsável sublinhou a vontadede continuar a viver o “momento degraça” que foi o Centenário dasAparições, procurando “abrir umnovo capítulo na vida do Santuário”,com “entusiasmo e alegria”.O reitor promete um Santuário “fiel àsua matriz”, que é a de procurarchegar a todos os peregrinos.“Fátima foi sempre um fenómenopopular, mas foi sempre umfenómeno transversal”, observou. Neste contexto, o padre Carlos Cabecinhas falou da importância de “ir aoencontro de peregrinos de Fátima” através de propostas culturais eeruditas.

O sacerdote realçou o desejo depromover um concerto quemarcasse o “ano festivo” e fosse“marcante” pela “excelência” noscompositores e nos intérpretes,antecipando assim a sessão solenedesta sexta-feira. “Esperamos queeste seja um momento marcante davivência do Centenário dasAparições de Fátima”, concluiu.A maestrina Joana Carneiro falouaos jornalistas do “privilégio” departicipar no encerramento doCentenário das Aparições com umconcerto centrado na “expressãocontemporânea da espiritualidadeda humanidade”, o que consideroucomo um “sinal muito importante”.MacMillan manifestou, por sua vez, o“prazer” de estar ligado a esteprojeto, que classificou como umdos “mais entusiasmantes” da suavida.A 2 de novembro, pelas 11h00, aReitoria do Santuário de Fátima vaipromover uma conferência deimprensa de “balanço” dascelebrações do Centenário dasAparições.

A 2 de novembro, pelas 11h00, a Reitoria do Santuário de Fátima vai promover umaconferência de imprensa de “balanço” das celebrações do Centenário das Aparições.

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conferência de imprensa de “balanço” das celebrações do Centenário das Aparições.

Encerrar o centenáriocom os olhos postos no futuro

O Santuário de Fátima tem patenteaté outubro de 2018 a exposiçãotemática ‘As cores do Sol: a luz deFátima no mundo contemporâneo’,que recorda o chamado “Milagre doSol”, a aparição de outubro de1917.A mostra, no ‘Convivium de SantoAgostinho’ da Basílica daSantíssima Trindade, quer ser umaproposta para “os anos futuros”,realçando que a partir de 1917 osgrandes protagonistas são “osperegrinos deste lugar”, explica àAgência ECCLESIA Marco DanielDuarte,

diretor do Serviço de Estudos eDifusão do Santuário de Fátima.Partindo dos acontecimentos do dia13 de outubro de 1917, a exposiçãoprocura recriar, através de váriosmecanismos sensoriais, os cenáriosrelacionados com a paisagem do diada última aparição da Virgem Mariaem Fátima.Marco Daniel Duarte recorda que a13 de outubro de 1917, havia naCova da Iria um “cenário de chuva”,alterado radicalmente pela aparição,pelo que se propõe aos visitantesde Fátima

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discurso “sempre à volta da ideia dosol, enquanto Cristo, e da lua queespalha a luz do sol, Maria, quedeixa uma mensagem específicaque vai sendo descodificada àmedida que os visitantes percorremeste espaço”.Desde então, sublinha oresponsável, “não mais deixa deacorrer a Fátima o Povo de Deus,uma multidão imensa” que ali vive asua fé, num espaço configurado“como uma plataforma” para essavivência.“Esse percurso iniciado em 1917 eainda hoje vivido por multidões quevêm de Portugal e um pouco detodo o mundo, têm um segredo”,observa o diretor do Serviço deEstudos e Difusão do Santuário deFátima: “Cada ser humano pode serhabitação de

Deus, sacrário, lugar íntimo ondeDeus habita”.A última visita temática à exposiçãotemporária `As cores do Sol: a luzde Fátima no mundocontemporâneo´ foi conduzida noinício deste mês pelo padre CarlosCabecinhas, reitor do Santuário deFátima.O sacerdote referiu a importânciadas procissões em Fátima, que apar da oração do terço, são “marcasdo imaginário” deste lugar esublinhou o sentido da procissãocomo “uma caminhada comum”. Emtodos estes momentos, realçou oreitor, os peregrinos são “osgrandes protagonistas de Fátima”.Até ao momento visitaram estaexposição mais de 230 milperegrinos.

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O Milagre do Sol na imprensa de1917

O relato do “Milagre do Sol”, a 13 deoutubro de 1917 na Cova da Iria,chegou até nós, para além daspalavras da própria Lúcia,sobretudo através do relato deAvelino de Almeida (1873-1932).O anunciado acontecimentoprodigioso - “para que todosacreditem”- em Fátima tinha sido

anunciado pela Virgem Maria ummês antes, segundo o relatorecolhido por Lúcia, uma das trêsvidentes da Cova da Iria. À esperaestavam dezenas de milhares depessoas, desde crentes a meroscuriosos.O fenómeno foi relatado por Avelinode Almeida, correspondente de ‘OSéculo’, acompanhado pelofotógrafo

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Judah Bento Ruah, publicado a 15de outubro (data de redação: 13 deoutubro de 1917), que se deslocouaté ao local das aparições paraacompanhar este acontecimento.“O astro lembra uma placa de pratafosca e é possível fitar-lhe o discosem o mínimo esforço. Não queima,não cega. Dir-se-ia estar-serealizando um eclipse”, lia-se no jácitado relato, sobre um “espetáculoúnico e inacreditável para quem nãofoi testemunha dele”.Fátima passaria a estar, mais doque nunca, debaixo da atenção decrentes e não crentes. Do ponto devista da imprensa, os camposestavam bem definidos, entrejornais de orientação católica e aspublicações de inspiraçãorepublicana, maçónica e do LivrePensamento, com destaque para o‘Mundo’ (órgão oficial do PartidoDemocrático de Afonso Costa) e o‘Livre Pensamento’ (órgão oficial dopróprio Livre Pensamento).Há que somar a este lote aspublicações de duas organizações,a Associação do Registo Civil e aFederação do Livre Pensamento.A 15 de outubro, o ‘Diário deNotícias’ publica um despacho comdata do dia 13, de Vila Nova deOurém,

aludindo a um “extraordinárionúmero de pessoas”; este jornalvoltaria a falar de Fátima a 24 deoutubro, realçando o “tão afamadofenómeno do dia treze do correntemês”, noticiando o abate de umaárvore, erradamente tomada como aazinheira das aparições.A Documentação Crítica de Fátimaintegra no seu primeiro volume(documento 27) o depoimento dopadre Luís Andrade e Silva, quenarra o que viu em 13 de outubro,afirmando que aí se passou“qualquer coisa de extraordinário”,mesmo que não garanta tratar-se deum milagre; e o depoimento de LuísAntónio Vieira de Magalhães eVasconcelos (documento 28),advogado em Vila Nova de Ourém,que testemunha a sua prudênciainicial e a posterior convicção deque se estava “em face de ummilagre”.

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Salve Regina, de Eurico Carrapatoso Quando fui contactado pelaComissão das Comemorações doCentenário das Aparições deFátima, no sentido de escrever umaobra coral sinfónica para celebrartal efeméride, ocorreram-me deimediato três elementosestruturantes: a escolha da oraçãopreferida de minha mãe, SalveRegina, uma escolha instintiva,confesso; a inspiração na devoçãoe no culto mariano tão sincero efundo dos meus conterrâneos,naquele ritmo lento e solene atrásdo andor de Nossa Senhora, noadro da igreja de Alvites, e de ondeme chegam, verdes e frescos ainda,ecos desses cânticos processionaismarcados pelo organumespontâneo das terceiras e dasquintas paralelas que os ornam edefendem; por fim, a minhacontinência ao gesto maravilhoso deD. João IV, o primeiro rei da dinastiabrigantina, que ofereceu a coroaportuguesa a Nossa Senhora,proclamando-a padroeira e rainhade Portugal, em Vila Viçosa,naquele dia de Ramos do ano de1646.A minha música tem, muitoprecisamente, esses três elementosvivificantes dos quais partiu e aosquais chegou: o latim extático doSalve Regina, cintilando mesmo,aqui e

acolá, fragmentos do belo hino doséc. XI, vogando ao sabor domarulhar da doce memória de minhamãe que o cantava tão bem, com osseus olhos extáticos, as suas mãosogivais apontando ao alto, no céumariano, a curva gregorianadaquela antiquíssima melodia; umtempo vagaroso e processional, sempressas quaisquer, projetado numaharmonia que, de tão cíclica, maisse parece verter em cousahipnótica, como se a música tivessesido fundida na mesma forja em queo bronze dos sinos da minha aldeiafoi forjado: é dali que se decanta omeu som, um som memorialtransfigurado pelo efeito doppler dovento estival, o vento do meucontentamento; enfim, tudo istoresumido a uma música sóbria,despojada e em absolutorecolhimento, sem a coroa davaidade, na melhor tradição dosBraganças.

Eurico CarrapatosoOlivais, 27 de julho de 2017

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The Sun Danced, de JamesMacMillanThe Sun Danced [O Sol Bailou] éuma obra para soprano solista, coroe orquestra, encomendada peloSantuário de Fátima, em Portugal,para assinalar a celebração doCentenário das Aparições.Os textos foram retirados daspalavras do Anjo e de NossaSenhora e também de expressõesverbais da multidão presente noMilagre do Sol em 13 de outubro de1917. O trabalho está escrito emtrês línguas – Latim, Inglês ePortuguês - incluindo textos dehinos associados a Fátima comoSanctissimae Trinitatis e AveTheotokos.A obra foi escrita num únicomovimento contínuo, iniciando comuma introdução orquestralmisteriosa antes de se ouvirem aspalavras do Anjo (interpretadas pelonaipe do baixos). O coro, agoracompleto, canta versos latinos,antes de se ouvirem as palavras deNossa Senhora, cantadas pelosoprano solista. Estes fragmentosforam retirados das várias apariçõesda Virgem Maria durante o verão de1917 culminando com o anúncio domilagre em outubro. Estes textos,entrelaçados, são a base de umaária de soprano encaminhando oenredo musical para a fantasiaorquestral central – uma “dança”instrumental

inspirada em estórias do milagre dosol, testemunhado por milhares depessoas em Fátima em 13 deoutubro de 1917.Pontualmente, ao longo destamovimentada secção central,ouvimos o coro exclamar algumasdas interjeições que foram ouvidasna multidão naquele dia. A secçãofinal é outro 'arioso' para o solistasoprano, baseado em fragmentoslitúrgicos associados às celebraçõesde Fátima. Desta vez, o estilo vocalé mais "eclesiástico", como o cantogregoriano, acompanhado deacordes suaves nas cordas e coro.A coda final apresenta o coroexclamando palavras latinas delouvor à Virgem Maria e um alegremovimento orquestral conduz a obraaté ao seu encerramento. Esta obraé dedicada à minha filha Catherine.

Sir James MacMillanAyrshire, agosto de 2017

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Sir James MacMillanAyrshire, agosto de 2017

14 minutos de luz e som para contarhistória das Aparições

A Basílica de Nossa Senhora doRosário de Fátima encheu-se de luzcom uma projeção audiovisual de 14minutos, “reconstruindo os

fundamentos históricos e espirituais”das aparições da Virgem Maria naCova da Iria.Encomendada pelo Santuário de

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Fátima, a projeção multimédia‘Fátima-Tempo de Luz’ foiapresentada como uma “inovadoraapresentação audiovisual”, quecombinou a projeção devideomapping com efeitos em 3D,efeitos luminosos e banda sonoraoriginal.A apresentação foi desenvolvidapela ACCIONA Producciones yDiseño (APD) e poderá ser vistotambém nos dias 13 e 14 deoutubro às 22h30, depois daprocissão das Velas.A fachada da Basílica da NossaSenhora do Rosário de Fátima, com140 metros de largura e 58 metrosde altura, é assim transformada numecrã de projeção de 3100 metrosquadrados, “tornando-se no eixonarrativo de uma história quepretende projetar simbolicamente

a luz de Fátima no coração de todosos crentes”.O espetáculo evocou a experiênciados milhares de peregrinos quetodos os anos visitam o Santuário,ao longo de sete cenas: “O reflexoda luz de Deus”; “O Coração deMaria, imaculado e triunfante,conduz até Deus”; “A Igreja canta aMensagem de Fátima”; “Oscaminhos dos peregrinos”; “EmFátima ouvimos uma mensagem depaz para o mundo”; “Em Fátimacelebramos o Deus que estápróximo do ser humano” e “EmFátima iluminamos o nosso coração”.O Santuário de Fátima promoveuem junho de 2016, em Aljustrel eValinhos, uma experiênciamultimédia do género, que assinalouos 100 anos de história dasaparições do Anjo aos trêspastorinhos.

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Prémio Jornalismo Centenário dasAparições partilhado por jornalistasda RTP e da RR

As reportagens de televisão “Maria,de Fátima”, de Berta Freitas,jornalista da RTP e multimédia“Fátima na Bielorrússia, uma chamaque a URSS não apagou” de AuraMiguel e Joana Bourgard, da RádioRenascença, venceram o Prémio deJornalismo Centenário dasAparições.

O Júri presidido pelo reitor doSantuário de Fátima, Pe. Carlos Cabecinhas e composto por CarmoRodeia, Clara Almeida Santos,Eduardo Cintra Torres, ManuelPinto, Rogério Santos e PauloAgostinho, decidiu atribuir oprémio ex aequo atendendo àqualidade de ambas as reportagens,

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quer na forma quer na narrativa.No caso da reportagem “Maria, deFátima”, de Berta Freitas, emitida noprograma Linha da Frente do canal1 da RTP, no passado dia 6 demaio, o Júri destacou a “visãocoerente de Fátima quer comoespaço de oração quer comoespaço geográfico com vidaprópria”, salientando-se “oexcelente aproveitamento doarquivo da RTP”. Já a reportagemmultimédia da Rádio Renascença“Fátima na Bielorrússia, uma chamaque a URSS não apagou” foisublinhado “o elevado nível estéticodas imagens” e o aproveitamentoconjugado de “várias perspetivasinformativas, nomeadamente, ocrente, o religioso, o histórico e osocial”.O Santuário de Fátima institui umprémio de jornalismo, designadoPrémio Jornalismo Centenário dasAparições de Fátima, com afinalidade de destacar trabalhos dejornalismo, do género “reportagem”,publicados em órgãos decomunicação social, em línguaportuguesa, que tivessem por objetoo fenómeno Fátima, nalgum dosseus aspetos: santuário,peregrinação, mensagem,

espiritualidade, história, património,repercussões sociais, entre outros.O papel dos meios de comunicaçãosocial na divulgação doAcontecimento e da Mensagem deFátima foi, ao longo destes cemanos, imprescindível para a difusãoamplificada quer do espaço quer daMensagem de Fátima. E, por isso, oSantuário entendeu valorizar estaforma de comunicação, através dacriação de um Prémio de Jornalismo.Este prémio era aberto a todos osprofissionais da comunicação sociale os trabalhos a submeter teriam deser publicados entre os dias 1 deabril de 2016 e 31 de julho de 2017.Ao todo concorreram 25 trabalhos,alguns em coautoria, todos nogénero reportagem para televisão,rádio, imprensa ou multimédia.Todos eles estavam centrados natemática de Fátima, sendo aperegrinação o tema prevalecentena esmagadora maioria dostrabalhos. Entre os trabalhosexistiram quatro estrangeiros: trêsbrasileiros e um italiano.

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Santuário é fenómeno «global»porque vai ao encontro da«ambição» humana pela paz

O historiador Bruno Cardoso Reisdiz que o Santuário de Fátimapermanece hoje como um fenómeno“global” sobretudo pela capacidadeque tem em tocar numa das maiores“ambições” da humanidade, que é abusca da paz.“Uma das chaves para o sucesso deFátima, para esta relevânciacontinuada, tem a ver com a

maleabilidade da sua mensagem,com um núcleo central que se vaimantendo embora a sua leitura vávariando, que é esta questão dapaz, com adaptações aos diferentestempos. Uma grande ambição dahumanidade mas infelizmente aindanão completamente concretizada”,salienta, em entrevista à AgênciaECCLESIA.

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Bruno Cardoso Reis é investigadordo Centro de Estudos de HistóriaReligiosa, da Universidade CatólicaPortuguesa, e trabalha também noCentro de Estudos Internacionais doISCTE – Instituto Universitário deLisboa. Em parceria com ohistoriador José Eduardo Franco,publicou a obra ‘Fátima LugarSagrado Global’, para estudar odesenvolvimento daquele local deculto e da devoção a NossaSenhora de Fátima ao longo dosanos.Em 1917, a relevância do fenómenoFátima teve “muito a ver com aprocura desesperada por milagres,numa época em que com a guerramorriam milhões, em que haviamuita falta de alimentos”, recorda oautor. “Quando aparece esta notíciaem que a padroeira de Portugalestá a aparecer no centro do país,há muitas pessoas que começam aacorrer”, só na aparição de outubrode 1917 foram “dezenas demilhares”, acrescenta.É preciso ter também em conta todoo contexto político da época emPortugal, que anos antes tinhapassado da Monarquia à República.“O governo republicano era muitobelicista, fazia da guerra umagrande cruzada patriótica. AparecerNossa

Senhora já era um grande desafioao anticlericalismo do regime, poroutro lado, aparecer Nossa Senhoracom uma mensagem de paz, aindamais”, frisa o historiador.Mas, de acordo com Bruno CardosoReis, existem outros fatores quefazem com que a mensagem deFátima mantenha toda a suavitalidade, 100 anos depois. Desdelogo a sua credibilidade, “validada”pelos sucessivos Papas que foram“muito importantes” para “darvisibilidade em vários contextos, emvários momentos, ao santuário”.E depois pelo cariz“multidimensional” da suamensagem, que chega mesmo àspessoas que “têm uma vivênciamuito intelectual da fé”.Sobre a investigação dedicada aoSantuário de Fátima, Bruno CardosoReis reconhece que no meio dacomunidade científica “cada vezmais há o reconhecimento de serum tema importante, há cada vezuma maior abertura”. Neste âmbito,foi fundamental “a publicação dadocumentação crítica” do Santuário,um aspeto “muito valorizado e queajudou a validar o estudo destestemas”, concluiu o historiador.

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O ABC da catequesehttp://www.abcdacatequese.com

No arranque de mais um anopastoral e em pleno início de anocatequético a sugestão que lanço édirigida precisamente aos nossoscatequistas. Foi atendendo ànecessidade constante de novosmateriais e novas abordagens aostemas habituais que um grupo decatequistas se uniu e criou o sítiowww.abcdacatequese.com. Narealidade o “abc da catequese”,pretende ser uma plataforma onlineonde se partilhem os recursos quecirculam pela internet e que vãosendo produzidos por este Portugalfora. Os materiais encontram-sedisponíveis num só ambiente edevidamente catalogados paratodos os catequistas, servindotambém como ponto de encontro.Na página inicial encontramos aspublicações mais recentes, osdestaques, a possibilidade de ler asleituras do dia e claro aceder aohabitual menu.Em “ABC” podemos saber quem é aequipa que compõe este projeto,quais os seus objetivos e aindaexiste a possibilidade de nostornarmos

colaboradores, porque “a catequeseprecisa do teu contributo!”.Na opção “evangelização”,encontramos um elevado número derecursos. A título de exemplo,semanalmente poderemos acederaos cartazes referentes a cadadomingo, disponibilizados no sítio “ACaminho”, em «cartaz da semana».Podemos também entrar em “lectiodivina”, onde a palavra se tornaoração, e assim com a ajuda dosSalesianos encontramos umaferramenta interessantíssima naabordagem a esta, cada vez maisatual, maneira de nos encontrarmoscom Deus.A área de “partilha” é aquela ondepossivelmente iremos aceder maisvezes. Desde o fórum, que é oespaço por excelência de encontro,partilha e comunhão de ideias,debates e assuntos relacionadoscom a área catequética, passandopelo item “recursos”. Aí sãodisponibilizados uma quantidadeenorme de conteúdos, desde temasreferentes à catequese, à liturgia, àformação cristã, à espiritualidade, àsreflexões e à pastoral juvenil, entreoutros. Encontramos aindasugestões várias de leitura que irãoajudar a explorar

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o potencial desta ferramentapedagógica. A equipa lança umrepto interessante e que não podeser esquecido: " este é um projetoque, devido às várias limitaçõesexistentes, só se realizaráplenamente com a ajuda de todosos catequistas e das váriasorganizações existentes emPortugal".Na opção “notícias” dispomos de umambiente onde podemos consultaras várias novidades referentes àIgreja, seja a nível internacional bemcomo nacional.Por último somos presenteados

com uma forma mais direta de nos mantermos próximos deste projeto,basta para isso que nos registemosno item “entrar”.Fica aqui então a sugestão para oscatequistas e todos os apaixonadospor este grande serviço deEvangelização em Igreja. Aquiencontrarão um fantástico espaçocom ótimos recursos e que podemperfeitamente ser explorados nassessões de catequese para esteano.

Fernando Cassola [email protected]

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BEEN.TO, Criar Álbuns como InstagramJá escrevi sobre a aplicaçãoInstagram. O crescimento tem sidoenorme. É das aplicações maisusadas pelos jovens. O insta storiesem muito tem contribuído para estaforte implementação. Hoje todas ou quase todas aspastorais da comunicação dasnossas dioceses, paróquias,grupos, usam hoje o Instagram.Caso não seja verdade, passem ausar!Em cada atividade ou eventogeramos, publicamos, um grandenúmero de publicações, fotografias.É fácil fazer um registo fotográficodo evento, através de uma máquinafotográfica, smartphone ou atravésda própria aplicação que possibilitatirar fotografias. A aplicação aindanão permite a classificação. Paraisso servimo-nos do BEEN.TO.BEEN.TO é um site que permite quenos identifiquemos, com a nossaconta de Instagram, para que estegere álbuns de forma automática,fazendo uma classificação emfunção dos lugares visitados,através das

etiquetas e da própria localização decada fotografia. O segredo éadicionar informação sobre o queestá acontecer.Os álbuns são geradosautomaticamente, gerando um linkque pode ser partilhado. As imagenspodem ser guardadas pelosdestinatário caso assim desejem. Ausabilidade é amigável.No próximo evento vamos ter ematenção a geolocalização (ligada),as hashtags que vamos usar. Bonstrabalhos pastorais.

Bento Oliveira@iMissio

http://www.imissio.net

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História do Ensino da Doutrina Cristãna EscolaA obra «História do Ensino daDoutrina Cristã na Escola» do padreJosé Martins Belinquete, da Diocesede Aveiro, vai ser lançada estasexta-feira, às 21h00, CentroUniversitário Fé e Cultura (CUFC)daquela cidade.Com prefácio do antigo ministro daEducação, Roberto Carneiro, a obrasobre a história do ensino religiosonas escolas em Portugal tem maisde mil páginas e na apresentaçãovai estar o bispo de Aveiro, D.António Moiteiro, lê-se na notaenviada à Agência ECCLESIA.O professor da Universidade deCoimbra, Sebastião Tavares dePinho, apresenta a obra do padreJosé Martins Belinquete e estáprevisto um momento musical peloCoro da Misericórdia de Ílhavo.O livro «História do Ensino daDoutrina Cristã na Escola» resultouda investigação de “mais de seisanos do padre José Belinquete,sacerdote que durante décadas foiresponsável pelo ensino religiosodas escolas na Diocese de Aveiro efoi autor e coautor de uma série delivros para a EMRC (EducaçãoMoral e Religiosa

Católica) e de manuais decatequese, tal como colaborou naelaboração dos primeiros projetosde lei sobre a EMRC e a formaçãode professores para a EMRC, nadécada de 1980”, lê-se nocomunicado.Ao longo de 22 capítulos, o autoraborda, entre outros temas, oensino de Jesus, o ensino dadoutrina cristã na Lusitânia, asescolas monacais, as cartinhas oucartilhas – primeiros livros impressospelos quais os portuguesesaprenderam a ler –, os Jesuítas e aação do Marquês de Pombal, aRepública e a reintrodução doensino da doutrina cristã noprograma das escolas, terminandocom uma apresentação doprograma e dos respetivos manuaisdos alunos atualmente em uso nasescolas.Publicado pela Editora Tempo Novo(da Diocese de Aveiro), o livro estáà venda por 25 euros.

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Começou esta quarta-feira a Feira do Livro de Frankfurt, o maior eventodo mundo editorial, que decorre até 15 de outubro. A PAULUS Editoraestá presente neste certame internacional onde apresenta 24 títulos deautores nacionais.O Pe. José André Ferreira, diretor editorial da PAULUS, representa aeditora portuguesa no stand da PAULUS internacional, que congrega 41países dos cinco continentes. Das propostas para este ano destacam-seas obras de José Luís Nunes Martins, Thereza Ameal, Pe. Dário Pedrosoe D. João Marcos.Para além destes autores já mais conhecidos, seguem também nabagagem da PAULUS Editora, os novos livros de crónicas Em tua casa eDescalça as tuas feridas, de Teresa Power e Marta Arrais,respetivamente.

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outubro 201714 de outubro. Lisboa - Seminário da Torred´Aguilha - Colóquio «ComunidadeEspiritana em Portugal: Memória ePromessa - 150 anos» integrado noJubileu dos MissionáriosEspiritanos. . Fátima - Setor da Catequese doPatriarcado de Lisboadinamiza peregrinação deadolescentes ao Santuário deFátima. . Lisboa - Igreja do SagradoCoração de Jesus - A jornada deliturgia, arte e arquitetura, na Igrejado Sagrado Coração de Jesus, emLisboa, tem como tema «PatrimónioModerno da Igreja». . Elvas - As comemorações deencerramento dos 750 anos daFundação do Convento Dominicanode Nossa Senhora dos Mártires deElvas, organizadas pelaFraternidade Leiga de SãoDomingos daquela localidade. . Évora - Évora Hotel - Jornadasdiocesanas da Pastoral da Saúdecom o tema «Envelhecer: desafios eestratégias».

. Coimbra - Casa Episcopal - Conselho Pastoral Diocesano sobrea implementação do novo planopastoral. . Lisboa - Convento dosDominicanos, 15h30 - Colóquiosobre «500 Anos da ReformaLuterana: alcance ecuménico davisita à Suécia do Papa Francisco»com intervenções de frei GonçaloDiniz,op e da pastora Ilse Berardo 15 de outubro. Lisboa - Seminário de Penafirme - Celebração dos 60 anos doMovimento familiar Casais de SantaMaria presidida por D. ManuelClemente. . Encerramento das candidaturas ao«Prémio Liberdade Religiosa»intituído pela Comissão daLiberdade Religiosa (CLR) . A Confederação Portuguesa doVoluntariado (CPV) recebe até 15de outubro candidaturas ao TroféuPortuguês do Voluntariado que temcomo principal finalidade“homenagear” o trabalho realizado e“incentivar” à essa prática.

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. Santa Sé - Canonização dosacerdote português AmbrósioFrancisco Ferro, morto no Brasil . Lisboa - Cascais (Hipódromo),11h00 - Ordenação presbiteral deJoão Paulo Freitas, CSSP, presididapor D. Joaquim Mendes. . Lisboa - Igreja de Nossa Senhorade Fátima, 15h30 - Cantata «Asmaravilhas de Fátima» - O Apóstolode Fátima Padre Formigão» 16 de outubro. Itália – Roma - O PapaFrancisco visita sede da FAO porocasião do Dia Mundial daAlimentação, que este ano sepropõe refletir sobre o tema «Mudaro futuro da migração». 17 de outubro. Lisboa - Auditório do Montepio - Oeconomista Paulo Macedo e oescritor Jacinto Lucas Pires vãoparticipar no fórum da «Impossible –Passionate Happenings» e daCáritas Diocesano de Lisboa, nesteDia Internacional pela Erradicaçãoda Pobreza. . Lisboa - Conselho de Consultoresdo Ordinariato Castrense

. Funchal - Abertura de umaexposição no Museu de ArteSacra dedicada à arte sacra da Sé eaos trabalhos do padre ManuelJuvenal Pita Ferreira, que escreveuum livro sobre a Sé do Funchal. 18 de outubro. Funchal - Eucaristia dos 500 anosda Dedicação da Sé do Funchalpresidida por D. António Carrilho . Lisboa - Igreja de Santa Isabel,19h00 - Celebração da Eucaristiaem memória do 1º presidente dasecção portuguesa da Pax Christi,D. Manuel Martins (falecido nopassado dia 24 de Setembro)presidida por D. Manuel Linda.

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II Concílio do Vaticano: Paulo VIutilizou duas vezes a palavra«colegialidade»

A cerimónia de abertura da terceira etapa do IIConcílio do Vaticano (1962-65), realizada numasegunda-feira de manhã, na Basílica de São Pedro,deu “a prova palpável de que o concílio já mudouqualquer coisa na Igreja romana” (Henri Fesquet – ODiário do Concílio, Volume II, página 22). O autor daobra editada pelas publicações Europa-Américaafirma: “Que diferença entre a liturgia deste dia e aque inaugurara a primeira sessão! A solidão do Papadesapareceu em proveito de um coro de vinte e cincoprelados – um deles o bispo de Roma – quecelebraram conjuntamente ao mesmo nível, com amesma voz e quase os mesmos gestos, a Eucaristia”.Os trabalhos conciliares da III etapa começaram com acelebração (14 de setembro de 1964) e o discurso doPapa Paulo VI. A concelebração estava em vigor noOriente, mas tornou-se cada vez mais rara na Igrejalatina desde o século XII. Restaurando-a, o II Concíliodo Vaticano quis manifestar claramente a unidade dosacerdócio e o fim de um “certo estilo de piedadedemasiado individualista”, (Henri Fesquet – O Diáriodo Concílio, Volume II, página 23).Enquanto se alternava o canto do salmo 131 com o«Tu es Petrus» repetido pela assembleia, Paulo VIdeu entrada na Basílica precedido pelos 24concelebrantes. Para que os concelebrantespudessem conservar-se ao mesmo nível em torno doPapa durante a missa foi necessário transformarcompletamente o «altar da Confissão», dominadopelas célebres colunas de Bernini. Momentoparticularmente significativo foi aquele em que ascinquenta mãos dos concelebrantes se

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estenderam simultaneamente sobreas três grandes hóstias e sobre ocálice antes da consagração, cujafórmula foi recitada em comum.Não foi indiferente o modo como oPapa Paulo VI falou de si mesmo.Ele mesmo diz que não é só o«chefe» do colégio apostólico, mastambém o «irmão» de todos osbispos. O Papa recorda que o IIConcílio do Vaticano, sem retirar oque quer que seja à doutrina doconcílio anterior sobre prerrogativasdo sucessor de Pedro, deve“completar o enunciado dessadoutrina e tornar públicas asprerrogativas constitucionais doepiscopado”. (Henri Fesquet – ODiário do Concílio, Volume II). Noseu discurso, Paulo VI citou afórmula do Papa Gregório Magnoevocada por ocasião de umaintervenção no decurso da sessãoprecedente: “A minha honra é aforça dos meus irmãos” e disse aosbispos que

eles são “os mestres, os pastores,os santificadores do povo cristão”,exprimindo-lhes o seu “respeito” e asua “solidariedade”.Paulo VI serviu-se duas vezes dapalavra “colegialidade” a propósitoda autoridade episcopal, tornandoassim definitivamente legítima essaexpressão “há pouco contestada porcertos padres do concílio” (obracitada anteriormente). Finalmente,falando da “restauração da unidade”das igrejas e empregando a palavra“pluralismo”, Paulo VI saudou osobservadores e os hóspedes nãocatólicos, “sem se esquecer de fazeralusão às igrejas ortodoxas quejulgaram não dever mandar os seusrepresentantes”.No início e no fim da cerimónia,Paulo VI foi transportado, como erausual, na «sedia gestatória», mas omodelo utilizado na circunstância,muito mais simples que de costume,não se apresentava cercado de«flabelos».

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Os sacerdotes missionários do Espirito Santo estãoem festa: este sábado acontece oColóquio«Comunidade Espiritana em Portugal: Memória ePromessa - 150 anos» integrado no Jubileu dosMissionários Espiritanos, na Torre da Aguilha emLisboa. E no domingo, pelas 11h, em Cascais(Hipódromo) têm a ordenação presbiteral de JoãoPaulo Freitas, CSSP, presidida por D. JoaquimMendes. Já por Fátima o Setor da Catequese do Patriarcado deLisboa dinamiza peregrinação de adolescentes aoSantuário de Fátima. No fim-de-semana a família vicentina está reunida emSimpósio internacional no Vaticano, uma forma deassinalar os 400 anos de existência que inclui nosábado um encontro com o Papa, na Praça de SãoPedro. No domingo os olhos estarão postos no Vaticano,porque vai acontecer a Canonização do sacerdoteportuguês Ambrósio Francisco Ferro, morto no Brasil. E na segunda-feira o Papa Francisco visita a sede daFAO, no âmbito do Dia Mundial da Alimentação, queeste ano se propõe refletir sobre o tema «Mudar ofuturo da migração».

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h30Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa

Domingo:10h00 - Porta Aberta;11h00 - Eucaristia; Segunda-feira:12h00 - Informaçãoreligiosa Diariamente18h30 - Terço

RTP2, 13h00Domingo, 15 de outubro -Celebrações centenáriasdas Aparições de Fátima -Análise do bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto. Segunda-feira, dia 16outubro, 15h00 - Entrevistasobre o Dia Mundial daAlimentação. Terça-feira, dia 17 de outubro, 15h00 - Informaçãoe entrevista à irmã Mafalda Moniz, sobre o jubileu daCOngregação, no Dia para a Erradicação da Pobreza. Quarta-feira, dia 18 de outubro, 15h00 - Informçãoe entrevista a Alexandra Viana Lopes, sobre o IVEncontro Nacional de Leigos. Quinta-feira, dia 19 de outubro, 15h00 - Informaçãoe entrevista ao padre António Oliveira sobre o livro "Opadre de Savimbi". Sexta-feira, dia 20 de outubro, 15h00 - Entrevista.Comentário à liturgia do domingo com o padre ArmindoVaz e frei José Nunes. Antena 1Domingo, 15 de outubro, 06h00 - Centenário dasAparições de Fàtima. Segunda a sexta, 16 a 20 de outubro, 22h45 - Novaslinguagens para dizer o Evangelho.

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Ano A – 28.º Domingo do TempoComum Aceitar oconvite para obanquete

A liturgia do 28.º Domingo do Tempo Comum utiliza aimagem do banquete para descrever o mundo defelicidade, de amor e de alegria sem fim que Deusquer oferecer a todos os seus filhos.Jesus compara Deus seu Pai a um rei que celebra asbodas do seu filho: nada é mais belo para a festa, e osconvidados são numerosos, mas eles declinam oconvite, encontrando desculpas, algumas que vão atéa maltratar e a matar os que fazem o convite.O rei poderia resignar-se, mas não. Quer que todostenham recebido o convite, «os maus e os bons».Deus convida sempre e convida todos: «felizes osconvidados para a Ceia do Senhor». E espera umaresposta. Portanto, a questão decisiva não é se Deusconvida ou não; mas se aceitamos ou não o convite deDeus para o banquete do Reino.Os convidados que não aceitaram o conviterepresentam aqueles que estão demasiadopreocupados em conquistar os seus cinco minutos defama, ou a impor aos outros os seus própriosesquemas e projetos, ou a explorar o bem estar que odinheiro lhes conquistou e não têm tempo para osdesafios de Deus.Os convidados que não aceitaram o conviterepresentam também aqueles que estão instalados nasua autossuficiência, nas suas certezas, seguranças epreconceitos e não têm o coração aberto e disponívelpara as propostas de Deus. Até podem ser pessoassérias e boas, que se empenham na comunidadecristã e que desempenham papéis fundamentais naestruturação dos organismos paroquiais. Mas sabemtudo sobre Deus, já construíram um deus à medidados seus interesses,

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desejos e projetos e não se deixamquestionar nem interpelar. Os seuscorações estão talvez fechados ànovidade de Deus.Os convidados que aceitaram oconvite representam todos aquelesque, apesar dos seus limites epecados, têm o coração disponívelpara Deus e para os desafios queEle faz. Percebem os limites da suamiséria e finitude e estãopermanentemente à espera queDeus lhes ofereça a salvação. Sãohumildes, pobres, simples, confiamem Deus e na salvação que Elequer oferecer a cada homem e acada mulher e estão dispostos aacolher os desafios de Deus.

Na segunda leitura, Pauloapresenta-nos a comunidade deFilipos como exemplo concreto deuma comunidade que aceitou oconvite do Senhor e vive nadinâmica do Reino. É generosa esolidária, verdadeiramenteempenhada na vivência do amor eem testemunhar e anunciar oEvangelho a todos e em toda aparte.Que assim seja nas nossas vidas,famílias e comunidades, ao longodesta semana, que é também deoração em preparação dacelebração do Dia Mundial dasMissões no próximo domingo.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Crise humanitária no Sudão do Sul afecta milhões depessoas

Tragédia sem fimA guerra com contornos tribais noSudão do Sul está a provocar umacrise humanitária que afecta jámilhões de pessoas. Por causa daviolência demente que tomou contado país, muitos foram forçados afugir até de suas casas. A maioriados refugiados são crianças. E porserem cristãs, sofrem a dobrar. Hárelatos de meninos que fugirampara o Sudão mas que só recebemcomida se recitarem oraçõesislâmicas…Desde que eclodiu a guerra entrepartidários do presidente Salva Kiire do ex-vice-presidente RiekMachar, milhares de pessoas jáperderam a vida e pelo menos 3milhões tiveram de fugir de suascasas e estão agora em campos derefugiados na região. Esta é, semqualquer dúvida, uma das maiorescrises humanitárias em África. Emconfronto estão dois grupos rivaisque correspondem às duasprincipais etnias do país: os dinka eos nuer. O presidente Salva Kiirpertence à etnia dinka, enquanto oseu antigo braço-direito é um nuer.Desde fevereiro que o própriogoverno já declarou que emdiversas áreas do Sudão do Sul aspopulações passam fome. Como senão bastasse

tudo isto, há cada vez mais relatosde atrocidades que têm vindo a sercometidas contra as populações.Mesmo nos campos de refugiados.Até nas Igrejas. Ninguém se senteseguro em lugar algum. Todos osdias há novas histórias de violaçõesde mulheres e raparigas, decrianças forçadas a pegar emarmas. De massacres. No mêspassado, os Bispos do Sudão do Sulpublicaram uma Carta Pastoral ondedenunciam este horror que tomouconta do país. “As pessoas têmmedo”, escreveram os prelados,acusando todas as partesenvolvidas no conflito de “matarem,roubarem e saquearem”. Os Bisposfalam mesmo em “crimes de guerra”.Houve casos – afirmam – de“pessoas trancadas em casa equeimadas” vivas. “Há um totaldesrespeito pela pessoa humana”,pode ler-se ainda na Carta Pastoral. ChantagemUganda, Quénia e Sudão sãoalguns dos países que mais têmacolhido os refugiados do Sudão doSul. Sinal maior da tragédia emcurso é o facto de mais de 60 porcento desses

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refugiados serem crianças. Relatosque têm chegado à FundaçãoAIS dão conta de situações deverdadeira chantagem, ocorridosem campos de refugiados, em quecrianças cristãs provenientes doSudão do Sul só recebem alimentosse recitaram previamente oraçõesislâmicas. Se não o fizerem, ficamsem comida. O clima deperseguição aos Cristãos tem vindoa agudizar-se nos últimos temposneste país. Um padre, que porquestões de segurança não poderevelar a sua identidade, afirmou àFundação AIS que “o governo temvindo a destruir as igrejas alegandomedidas de planeamentourbanístico, mas as mesquitas, noentanto, continuam de pé…” Adestruição de templos e edifíciosparoquiais

é uma forma astuta e cruel de seacabar com a presença da Igreja noSudão. É que a Igreja Católica, alémde estar impedida de receberqualquer ajuda do exterior, estátambém proibida de adquirir novaspropriedades. Por isso, as igrejasdemolidas não voltam a serreerguidas. Há uma tragédia emcurso nesta região de África e queafecta profundamente a comunidadecristã. Fome, violência, atrocidades,guerra e perseguição religiosa.Perante esta tragédia sem fim, aFundação AIS já assumiu comoprioritária a ajuda aos refugiados doSudão do Sul. Será que o mundonão vê o que se está a passar?

Paulo Aido | www.fundacao-ais.pt

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Outubro rima com Missão

Tony Neves Espiritano

‘A Igreja é missionária ou não é a Igreja de Cristo’– é o Papa Francisco quem o diz na Mensagempara o Dia Mundial das Missões, a celebrar a 22de Outubro. ‘A Missão no coração da Fé Cristã’ éo tema desta jornada que nos atira para Cristo,como Caminho, Verdade e Vida.O Papa Francisco recorda que a Igreja não éuma organização social e humanitária, mas aComunidade dos Baptizados que seguem Cristo,remando contra ventos e marés. Pede uma Igrejade portas abertas, vivendo uma espiritualidadede peregrinação. Na parte final da Mensagem, oPapa apresenta os jovens como os maissensíveis à Missão laical, sempre prontos a partirpara projetos de voluntariado missionário. Daí aconvocação de um Sínodo com o tema ‘osjovens, a fé e o discernimento vocacional’.O Mês da Missão é também o Mês do Rosário,sendo Maria apresentada como a missionária porexcelência, que soube dizer ‘sim’ a todos osprojetos que Deus quis que passassem pela suadisponibilidade para servir.A Igreja em Portugal produz, ano após ano, o‘Guião Missionário’, distribuído por todas ascomunidades cristãs. Ajuda a viver o mês deOutubro, mas atira muito para além dele, tendoagora o título de ‘Guião Missionário’. Para alémda mensagem do Papa, tem mensagens doPresidente da Comissão Episcopal da Missão eNova Evangelização e do Presidente dosInstitutos

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Missionários Ad Gentes. Depois,seguem-se temas de reflexão paratodas as semanas de Outubro, bemcomo propostas de meditações parao Rosário e a Via Sacra. Há doisgrandes temas: ‘os pés dos queanunciam a paz’ e ‘tráfico humano’.Finalmente, há uma VigíliaMissionária e uma celebração paraa Infância Missionária.Este ‘Guião Missionário’ já tem 20anos de edição e vai crescendo nasua divulgação e utilização por maise melhor missão em Portugal,podendo inspirar o aparecimento deprojetos

equivalentes noutras paragens donosso grande espaço lusófono.Fátima celebrou o seu anocentenário e este Guião recorda-ona apresentação, citando o PapaFrancisco na visita a Portugal ondea dimensão missionária estevesempre presente: ’semeou ternura,apelou ao futuro, deu lugar àesperança’.Este Guião vai pôr o coração doscristãos a bater ao ritmo do coraçãode Deus e da Igreja que o PapaFrancisco quer sempre em saída,em direção às periferias e àsmargens.

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