55
A Obra do Espírito Santo por Abraham Kuyper, D.D., LL.D VOLUME TRÊS A Obra do Espírito Santo no Indivíduo Capítulo Primeiro - Santificação I. Santificação "Mas vós sois dEle, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" - I Coríntios 1:30 Santificação é um dos mais gloriosos dons, o qual, pelo Pacto da Graça, o Mediador concede ao santo. Ele cobre toda a sua natureza mental, espiritual e física. Deveríamos, portanto, compreende-lo de inteiramente, e aprender como obtê-lo, e cada crente, qualquer que seja a medida da sua fé, deveria estar plenamente cônscio de sua atitude para com ele; pois pontos de vista errôneos concernentes a isto certamente nos distanciarão do Cristo vivo. É tolice pensar que, embora as heresias da atualidade tenham afetado as doutrinas de Cristo, Pecado e Regeneração, a Santificação é tão simples de forma a não ser afetada. Ainda assim mesmo ministros caem neste triste engano. Homens de fervor espiritual, eles opõem-se terminantemente a heresias relativas a estes outros, em suas instruções catequéticas e de púlpito, e em seus escritos; referindo-se a tais como erro fundamental; mas de alguma forma eles nunca se dão conta de que a doutrina da santificação possa correr perigo, e falham em colocar a Igreja em guarda. Tal perigo era impossível; e então, de fato, eles dificilmente cuidam de ter a santificação distinguida como um dogma. “Ao contrário”, dizem eles, “A beleza da santificação é que ela é vida; por conseguinte inteiramente independente dos mistérios de um dogma. Na vida de santificação os crentes podem ser acusados de negligência, de viverem descuidadamente, de lento progresso em resumo, com um ‘fazer’ faltoso e um ‘trabalhar’ Página 1 de 55 VOLUME TRÊS - Capítulo Primeiro - A Obra do Espírito Santo 16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html

Santificação

Embed Size (px)

DESCRIPTION

"Santificação", do livro "A Obra do Espírito Santo" - Abraham Kuyper.

Citation preview

A Obra do Esprito Santo porAbraham Kuyper, D.D., LL.D

VOLUME TRS A Obra do Esprito Santo no Indivduo Captulo Primeiro - Santificao

I. Santificao "MasvssoisdEle,emCristoJesus,oqualsenostornou,dapartedeDeus,sabedoria,e justia, e santificao, e redeno" - I Corntios 1:30 Santificaoumdosmaisgloriososdons,oqual,peloPactodaGraa,oMediador concedeaosanto.Elecobretodaasuanaturezamental,espiritualefsica.Deveramos, portanto, compreende-lo de inteiramente, e aprender como obt-lo, e cada crente, qualquer que seja a medida da sua f, deveria estar plenamente cnscio de sua atitude para com ele; poispontosdevistaerrneosconcernentesaistocertamentenosdistanciarodoCristo vivo. tolicepensarque,emboraasheresiasdaatualidadetenhamafetadoasdoutrinasde Cristo,PecadoeRegenerao,aSantificaotosimplesdeformaanoserafetada. Aindaassim mesmo ministroscaemnestetriste engano. Homens defervorespiritual,eles opem-seterminantementeaheresiasrelativasaestesoutros,emsuasinstrues catequticasedeplpito,eemseusescritos;referindo-seataiscomoerrofundamental; masdealgumaformaelesnuncasedocontadequeadoutrinadasantificaopossa correr perigo, e falham em colocar a Igreja em guarda. Talperigoeraimpossvel;eento,defato,elesdificilmentecuidamdeterasantificao distinguidacomoumdogma.Aocontrrio,dizemeles,Abelezadasantificaoque elavida;porconseguinteinteiramenteindependentedosmistriosdeumdogma.Na vidadesantificaooscrentespodemseracusadosdenegligncia,deviverem descuidadamente,delentoprogressoemresumo,comumfazerfaltosoeumtrabalharPgina 1 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlfaltoso, pois o que a santificao seno o melhorar a si mesmo e o crescer diariamente em santidade?masnuncacomumconfessarfaltoso;compontosdevistafaltososquanto doutrina; pois a santificao no doutrina, e sim vida. Desta forma eles passam a negar santificaoovaloreadignidadedeumdogmaoudoutrina;faze-laquasequeum sinnimodemelhoramentodevida;portantofazerdelaapropriedadecomumdetodos que tentam levar vidas honestas e pias. Entoaidiacresceunaturalmente,quemuitaspessoasdedoutrinanoslidapodiam levarvidasmaisespirituais.Estesupostofatofoiatmesmofortalecidocomapalavrade Jesus,dequepublicanoseprostitutasvoparaoReinodeDeusantesdens;eas congregaesmuitasvezesreceberamaimpressodequeoprprioracionalismopode levar a resultados melhores do que os que algumas vezes fluem de uma crena ortodoxa. E o resultafo foi que esta assim chamada santificao levou a um enfraquecimento da f, a um considerar da pureza da doutrina como imaterial; at que finalmente assumir uma atitude hostilparacomosmistriosdaverdade.Estefoioesforonaturaldeconfundir melhoramento prprio com santificao, e de opor-se vida doutrina, como ouro a pedras sem valor. AexpansodestasidiasfalsasdesantificaonobeneficiouoCristianismonestas provncias,mas,comonosdiasdapr-Reforma,desviouopovodadoutrinado Cristianismo. Roma sofreu uma vez e ainda sofre, do mesmo mal. No como se ela se rendesse ou mesmo negligenciasseasuadoutrina;mas,mesmonosdiasemqueasuahierarquiafloresceu,a necessidadedereformadevidaerasentidademaneiratofortequeresultounuma exortaoparcialdesantificao.Seumotofavoritoera:Boasobras.Foramdamaior importncia: no palavras, mas poder; no a confisso, mas a seriedade e a voluntariedade parafazerobem,nosimplesmenteemsegredo,masabertamente,demaneiraqueos homensovissem!IstofoilevadoatalpontoquefinalmenteRomadeixoudesatisfazer-se com boas obras como fruto de converso, e at mesmo comeou a olhar para as boas obras como uma causa primria e meritria de salvao; e assim ela acabou com o mistrio da f com uma falsa pregao de santificao. Como agora, no intencionalmente, com o clamor, Nodoutrina,masvida,homenssoguiados,comoseporumanecessidadefrrea,a primeiro subestimar o valor da doutrina, ento a desaprova-la, e finalmente a proclam-la injuriosa, sim, perigosa at; assim tambm o clamor por boas obras gradualmente induziu RomaadivorciaromistriodoperdodopecadodacruzdoCalvrio,nonaconfisso, mas na conscincia dos seus membros. Pelobemdeumavisomaisclaraeumprocedermaisseguro,devemosretornarao ensinamentodefinitivo,dequeasantificaoumadoutrina,umaparteintegralda confisso, um mistrio, tanto quanto a doutrina da reconciliao, e portanto um dogma. Na realidade, no tratamento da santificao ns penetramos no prprio corao da confisso, o dogma que cintila na doutrina da santificao. claro que no devemos divorciar a santificao da vida. Nenhum dos filhos de Deus nega queadoutrinatemasuaaplicaonavida;noexisteverdadecujaoperaonoseja sentida em sua vida. Para ele cada doutrina imbuda e cheia de vida, uma brasa viva, um fogoradiante,umalmpadasempreacesa,umpoodeguavivajorrandoparaavida eterna. O contedo de cada doutrina, de cada mistrio, alguma coisa no Deus vivo, ou na Pgina 2 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlSuacriatura;aconfissodeumacondio,umpoder,umoperar,algumquerealmente existe,quevive,queage.Osanguedaexpiaosignifica,nonaquelasgotasespecficas quefluram,dacruz,eperderam-senosolohostildoCalvrio;masumtesouronoCristo vivo,operandoincessantementenocu,atravsdoqualEleenriqueceosSeusfilhosna terra; o poder glorioso o qual eles conhecem e do qual eles experimentam. E isto verdadeiro com relao a cada mistrio, como mostra a nossa confisso da Trindade Santa,aodizerdestemaisprofundoemaisincompreensveldogma:Tudoistosabemos tantopelotestemunhodaSagradaEscritura1,comopelasobrasdastrsPessoas, principalmente por aquelas que percebemos em ns[Confisso de F Belga Referncias: Jo 14:16; Jo 15:26; At 2:32,33; Rm 8:9; Gl 4:6; Tt 3:4-6; 1Pe 1:2; 1Jo 4:13,14; 1Jo 5:1-12; Jd :20,21; Ap 1:4,5.] E isto aplica-se doutrina da santificao assim como a todas outras doutrinas; pois no se trata,nomaisdoqueosoutrosdogmas,aconfissodeumamatriainanimada,senoa confisso de um poder formidvel, o qual em ns vive e opera efetivamente. Assim que a santificaodeveserpregadaumavezmaiscomoumadoutrina;deveserconfessada, examinada,eestudadacomoumadoutrina;serseguidaatravsdeumaaplicao apropriada como a pregao de qualquer outra doutrina; e a santidade, a vida espiritual, e boasobrasserooresultado.Masparaobteresteresultado,necessriaumaexposio clara da causa e do poder animador da santificao. Quando, numa fria manh de inverno ofogonoardeosuficienteeafamliasofre,tolicedizer:Jqueofogonoest queimandoobastante;removamo-lo,enosaqueamossemele.Paraevitaro congelamento exige-se mais fogo; e assim no o fogo, mas a causa de ele no ser suficiente quedeveserremovida.Eistoaplica-sesantificao.Existeumareclamao,gerale amarga,dafriezaquetemseabatidosobreaIgreja;eexige-seaoperaopoderosada santificao para salvar a Igreja. Mas os mtodos empregados mostram freqentemente um julgamento pobre. Antigamente a Igreja confessava uma doutrina pura, pela qual ela mantinha perto de si a fonte do calor vitaloqualnosdadonapalavradeDeus;eospodereseasobrasdepositadasno MediadorpelaIgrejairradiavaematividadegloriosa.AIgrejaentofloresciaeaf celebrava os seus maiores triunfos. Era extremamente frio sem ela, mas, enquanto o mundo morria envolto em sua mortalha, a verdade enchia a Igreja com luz e calor, e o fogo sagrado de uma doutrina pura crepitava e brilhava. Mas a luz perdeu o brilho, e apagou-se o fogo; e aIgrejadeDeustornou-seescuraefria.Eossantos,meiofrioseenrijecidos,tiveram profundaconscinciadaperdaquehaviamsofrido,edanecessidadedeluzecalor.E agora, aoinvsde avis-los paraacenderema lmpadadaverdadeerevitalizaremofogo daconfisso,paraquesuasalmaspossamrevivereseremconfortadas,muitosdizem: Queridosirmos,noexistesalvaoemdogmaouconfisso;estessointeiramente inteis;nadalhesrestaanoseracenderluzecaloremsuasalmas,semeles,eassima Igreja ameaada com morte e destruio. EmserenacertezadasbnosdeDeus,caminhamosnadireooposta,ealertamosos irmos para enchercomleo almpadados mistrios divinos,parapor mais combustvel no fogo da confisso; ento haver luz e calor, e a Igreja ser salva. Assim ser, desde que enonecessrioenfatizaradoutrinasejarealmenteconfessada.Confessar,no dizermeramente,Existeumfogoconfortvelnacasa,eentopermanecerfora,nofrio; mas aceitar o conforto e beneficiar a outros, tanto quanto a ns mesmos. Pgina 3 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Clamar,Nodogma,masvida,toliceedescrena.Antes,oponhamo-nosaoensino superficial e ilgico da atualidade. A doutrina deveria ser uma expresso fiel do mistrio; o mistriodeveriaestarnafrentedoolhoespiritualeiluminaraalma,comoirradia-sedo Cristovivo,deacordocomodesgniodasalvao.Aoinvsdedistanciaraspessoasda doutrina, ns deveramos faze-las verem o quo pouco elas a compreendem; como elas tem flertado com ela , e no confessado-a; que o bem estar das suas almas exige o estudo srio dadoutrina,deformaqueoatodeconfessarpossaaprofundareenriquecersuavida espiritual. E imaginemos, ento, no que o fruto da vida deva ainda ser importado de outro lugar,masqueadoutrina,corretamenteconfessada,venhaaseroprprioinstrumento, para manifestar em ns o seu poder. Assim que a santificao deveria ser tratada. II. Santificao Um Mistrio. Purifiquemo-nosdetodaimpureza,tantodacarnecomodoesprito,aperfeioandoa nossa santidade no temor de Deus II Corntios 7:1 Asantificaopertenceaosmistriosdaf;portantonopodeserconfessadaanoser como dogma. Comestadeclaraonossaintenoeliminardevezqualquerrepresentaoquefaa santificao consistir do esforo humano de fazer com que algum se torne santo ou mais santo. Tornar-se maissanto indubitavelmentetarefade cadaserhumano. Deuscondenoutoda falta de santidade, como algo amaldioado. Santidade inferior no pode existir perante Ele. Cadaserhumanomaisoumenossantodeveabandonartodafaltadesantidade,deve renunciar a toda santidade inferior, e permitir que a perfeita santidade habite nele e nele se manifesteinstantaneamente.OmandamentoSedesantosporqueEusousanto[Levtico 11:44-45; 19:2], no pode ser diminudo. O enfraquecimento da moral corrente exige que o direitoabsolutodeDeusparademandarsantidadeabsolutadecadaserhumanoseja incessantementeapresentadoconscincia,ligadoaocoraocomoummemorial,e proclamado a todos com firmeza. NosincontveisterritrioscelestesondeDeusreneosSeusredimidos,todafaltade santidade excluda e santidade absoluta a caracterstica perene. E como no cu, assim tambmdeveriasernaterra.Deus,oRegentesoberanodetodososreinosdestemundo, terminantementeproibiuamenorfaltadesantidadenocorao,nolar,ouemqualquer outrolugarnaterra,sobapenademorte.Naverdade,nohnaterranenhumafaltade santidade, seja com qualquer nome ou sob qualquer forma, que no esteja em desafio Sua expressa vontade. Deve, portanto, ser concedido, que a Sua vontade revelada e mandamento, que toda esta faltadesantidadedevacessarimediatamente,esersubstitudadiretamentepeloque santo e bom. Muito mais puros so os Seus olhos, do que para aturar a iniqidade. Pgina 4 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlDeve ser igualmente concedido que o dever de cada ser humano remover a impiedade, a faltadesantidade,eavanarnascoisasquesosantas.Aquelequeferiudevetambm curaraferida.Aquelequedestruiudevetambmrestauraroquedestruiu.Aqueleque profanouoquesantodevetambmreconsagr-lo.Homensqueaindavivemparaum sentido de justia no nos contradiro. Aobrigaodesantificarnovamenteavidadestemundoencontra-se,nosentidomais profundo,emSat.Eleinstilouemnossasveiasovenenoquegeraasdoenasdenossas almas.Afagulhaqueateouofogodepaixespecaminosasparaexplodiremnatureza inumanafoiacesaporele.QueSatestirremediavelmenteperdidoecondenado,no anulaodireitoeternodeDeus.MesmooprprioSat,deacordocomestedireito,deve imediatamentearrepender-seecomparecerperanteDeus,santocomonoprincpio.Eeste mundodehomens,oqualelecorrompeu,noeraseu,maspertenceaDeus.Elenunca deveria t-lo tocado. Por conseguinte a obrigao continua a estar sobre ele, no somente de pararesteagirodioso,mastambmdere-santificarperfeitamenteoqueeledeformato amarga e maliciosa profanou. QueSatnopodeenemofar,justificaoseujulgamentoterrvel;masistonoanulao direito de Deus e nem nunca o anular. Se no Paraso o homem tivesse involuntariamente cadovtimadeSat,aobrigaodere-santificaravidadestemundoteriaestadosobre Sat,enosobreele.Masohomemcaiuvoluntariamente;opecadodeveasuaexistncia nosomentepaternidadedeSat,mastambmmaternidadedaalmadohomem;por conseguinte o prprio homem est envolvido na culpa e includo no julgamento de morte, e portanto obrigado a restaurar o que arruinou. Deus criou o homem santo, com o poder de continuar santo; santo tambm em virtude do desenvolvimentocrescentedogermeimplantado.MasohomemarruinouaobradeDeus no seu corao. Ele poluiu as vestimentas puras da santidade. E em fazendo-o ele violou o direito. Se ele pertencesse a si mesmo, se Deus houvesse permitido que ele fizesse consigo o quebemlheparecesse,odireitonoteriasidoviolado.MasElenodeuohomemasi prprio;EleoreteveparaSicomoSuapropriedadeprivada.Amoquearruinoue profanou o homem destruiu a propriedade de Deus, invadiu o direito da soberania divina sim, o Seu prprio direito de propriedade, e assim tornou-se passvel (1) da penalidade porestainvaso,e(2)daobrigaoderestaurarapropriedadearruinadaaoseuestado original. Daapositivaeinegvelobrigaodasantificaoprpriadohomem.Estaobrigao encontra-se,nosobreDeus,nemsobreoMediador,massobreohomemesobreSat.A oraoSenhor,santifica-menoslbiosdonoconvertido,aindanosoboPactoda Graa, a mais inapropriada. Primeiro destruir propositalmente a propriedade de Deus, e ento levar at Ele o que est arruinado demandando que Ele cure e restaure, antagoniza-se com o direito e inverte os mandamentos. No, fora dos mistrios do Pacto da Graa, sob as obrigaes da simples justia, no nos encontramos em posio de pedir, Senhor, santifica-nos, mas Deus quem est em posio de forar sua justa demanda: Santifica-te. Santifica-te no quer dizer que o homem devesse cumprir a lei. O cumprimento da lei e a santificaosoduascoisasinteiramentediferentes.Queopecadorsejaprimeiro santificado,eentoeletambmobservaralei.Primeiroasantificao,entoa observncia, o cumprimento da lei. Pgina 5 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html como uma harpa com cordas partidas. A harpa foi feita para produzir msica atravs da vibrao harmoniosa das cordas. Mas a produo de msica no o conserto da harpa. As cordasquebradasdevemsersubstitudas,ascordasnovasdevemserafinadas,eento possveltocarosacordesmelodiosos.Ocoraohumanocomoaquelaharpa:Deuso crioupuroparaquepudssemosobservar,cumpriralei;oqueumcoraoimpurono capaz de fazer. Assim que estando profanado e sendo blasfemo, ele deve ser santificado; ento ser capaz de cumprir, de observar a lei. Pelo bem da clareza, dois fatos reconhecidos devem ser notados: Primeiro,seohomemnuncativessesidoprofanadopelopecado,nuncalhepassariapela mentesantificar-se;eaindaassimaleiteriasidocumpridaeobservadasemqualquer distrbio.Istomostraqueasantificaoeocumprimento,aobservnciadaleisoduas coisas inteiramente diferentes. Segundo, a santificao continua at que uma pessoa morra e entre no cu. A, ento, ela santa. Por conseguinte, no existe nenhuma santificao no cu. Todavia, a nica ocupao dos santos no cu fazer aquilo que bom. Portanto a santificao um assunto por si s, noconsistedofazerboasobras,masdeveserumfatoconsumadoantesqueumanica boa obra possa ser feita. Uma vez que o homem profanou-se a si mesmo, ele chamado por Deus para re santificar-se.Assimqueademandadasantificaonocontmnemmesmoasombradeum mistrio.Notemnadaavercomosmistrios,portantononenhumdogma.o veredicto mais simples e mais natural, do direito de Deus, na conscincia. Que falemos de faltadesantidade,deimpiedade,implicaqueestamosconvencidosdequedevemosser santos. Existecontradio,ento,quandodizemos,primeiro,queasantificaoporsisum mistrio,equepodeserconfessadasomentenodogma;segundo,queademandada santificao no tem nada a ver com o dogma? Nemumpouco.PecadoresdequemDeusdemandaquesesantifiquemso,individuale coletivamente,totalmenteincapazesdesatisfazerquelademanda.Atcertopontoeles podem retirar-se do pecado e do mundanismo, e muitas vezes o fazem. Muitas pessoas no convertidastmfeitomuitasobrasdignasdelouvor.Emmuitoscasos,vidastmsido reformadas,todootomdaexistnciatemsidomelhoradoapartirdeummeroimpulso, semumtraodeconversoreal.E,visualizandoqueasantificaoconsistanopraticar menosomalemaisobem,eistoapartirdeummotivomelhorado,imaginou-sequeo homemmpio,emboraincapazdesatisfazerperfeitamenteestademandadivina,podia satisfaze-laatcertoponto.Mastudoistonotemnadaemcomumcomasantificao,e pode ser inteiramente alcanado sem ela. Com toda sua auto melhoria ele, o homemno pode efetuar, no pode executar a menor parte dela; embora mil vezes dito para santificar-se a si mesmo, ele ambos, incapaz e no desejoso de faze-lo. Daoquestionamento:Como,ento,asantificaoalcanada?Edesdequeapergunta nunca recebeu uma resposta de qualquer dos sbios, mas somente de Deus atravs da Sua Palavra,portantonoademanda,masosmeiosdesantificao,soparans Pgina 6 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlincompreensveis e misteriosos. Por isso o carter da santificao deve ser enfatizado como um mistrio. E qual a razo, o motivo para negar que a santificao um mistrio, i.e., o contedo de umdogma?Asuposiodequeelasejadeorigemhumana,dequeohomemnoseja totalmente incapaz, e que a santificao seja a melhoria de carter e de vida. Assim que equivalente a (1) uma desvalorizao da santidade, para o ponto de vista humano; (2) uma oposiosantificao,comoumaobradeDeus.Eistoumassuntomuitosrio. Deveramosnovamentetornarmo-nosclaramenteconscientesdofatodequeasantidade semaqualnenhumhomemveraDeusnoalcanadapelodesviar-sedealgummale pelo fazer habitual de algum bem. AdemandadasantificaopertenceaoPactodeObras;asantificaoemsiaoPactoda Graa.Istofazcomqueadiferenasejabembvia.NocomoseoPactodeObras ordenasse ao homem que se santificasse;dado ahomens santos, ele excluiu a santificao. Mas Deus deu o Pacto da Graa aos homens no santos. E a nica conexo entre a demanda pela santificao e o Pacto de Obras que este sempre persegue os homens cados com esta demanda, e com o terror de Horebe. E a santidade destri as fundaes do Pacto de Obras e torna impossvel a conformidade com suas condies. Da a contradio absoluta entre ela e a vida pessoal do pecador. Uma tem de dar lugar outra; elas no podem existir juntas. Neste doloroso conflito ns muitas vezes somos tentados a perguntar se Deus no injusto em Sua lei a demandar de ns o impossvel, e jogar nEle a culpa; pois no foi Ele quem nos fez?EdestadificuldadeoArminianonosnossosprprioscoraestentaescapa,sejapor negarquejamaishouveraumPactodeObras;ouporsubstituirocumprimento,a observncia da lei pela santificao. Razopelaqualnossoobjetivo,principalmentecomrefernciaaestadoutrina,escapar destaperigosaconfusodeidias,echegaraumacorretacompreensoepurezade expresso.Apregaonodeveacrescentaraocaos,maslevar-nosaumaclara compreenso e discernimento. Ao invs de nos acalentarmos docemente na Palavra, devemos seriamente esforar-nos por compreende-La. Na igreja da cidade tanto quanto na do campo, a Palavra deve ser pregada persistentemente,ecompurezasemprecrescente,atque,convictosdasuafaltade santidadepessoal,oshomenscomecemaenxergarqueatravsdeumaabsoluta santificao,noumameraautomelhoria;elesdevemrestauraraDeusoSeudireito;at que, sentindo sua incapacidade, com coraes quebrantados eles tornem-se para Deus para receberem o Mistrio da Santificao dos tesouros do Pacto da Graa. III. Santificao E Justificao. ...oferecei,agora,osvossosmembrosparaserviremjustiaparaasantificaoRomanos 6:19 Santificaodevepermanecersantificao.Elanopodeserarbitrariamenteroubadade suasignificncia,nemsertrocadaporalgumaoutracoisa.Eladevesempresignificaro fazer santo o que no santo ou que menos santo. Pgina 7 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Cuidadodevesertomadoparanoconfundirsantificaocomjustificao;umerro comum, freqentemente feito por leitores descuidados das Escrituras. Da a importncia de umacompreensocompletadestadiferena.Sendonegligenciada,elapodelevarauma pregaoconfusa,aqualcausaparcialidade;ehomensativosedepensamentoprofundo, invariavelmente sistematizam sua parcialidade. Qual,ento,adiferena?Deacordocomosnossostelogosdopassado,elatemquatro aspectos: 1. A justificao opera pelo homem; a santificao, no homem. 2. A justificao remove a culpa; a santificao, a mancha. 3. A justificao atribui a ns uma justia que para ns externa; a santificao, opera uma justia inerente como nossa prpria. 4.Ajustificaocompletadadeumavez;asantificao,aumentagradativamente;por conseguinte permanece imperfeita. A resposta est correta no principal, porm insuficiente para contestar o erro presente. Ela pouco profunda, externa e incompleta; faz muito do fazer justo e do fazer santo, enquanto noconsiderajustiaesantidade,umaidiacorretadasquaisabsolutamentenecessria para a correta compreenso de justificao e santificao. Examinemosestasidiasfundamentais,primeiro,noPrprioDeus.Torna-seevidente imediatamente que as palavras Nosso Deus justo, impressionam-nos diferentemente do que Santo, santo, santo o Senhor! A ltima frase nos impressiona com o sentimento de que, o nome de Jeov infinitamente exaltadoacimadobaixonveldestavidapecadoraeimpura;descobrimosumadistncia entreEleensmesmosaqual,namedidaemqueseexpandeemsantidadeaindamais transcendente, atira-nos de volta a ns mesmos como criaturas impuras, enquanto faz com que o Seu Ser resplandea na luz da qual no se pode aproximar. Se os anjos cobrem suas facescomsuasasasenquantoOexaltam,quantomaisdevemosns,homenspecadores, considerarmos com face coberta e em temor reverente! A verdade Os Senhor tem os olhos mais puros do que para notar o mal, nos impressiona com o profundo sentido da indizvel sensibilidadedeDeus,aqualtopungentequemesmoamenorsugestodepecadoou impureza levanta nEle to antipatia que Ele no pode suportar-lhe a viso. Masculpaestforadaquesto.Napresenadasantidadedivinanonossentimos culpados,massomossobrepujadospelaconscinciadanossacompletacorrupoe maldade.Mesmoentrehomensnsnemsemprenossentimosbemsatisfeitosconosco mesmos.Ozeloeoamormaisclidosdonossoirmomuitasvezesnosfazemsentir-nos envergonhados.Aindaassimosentimentonoequivaleaautoaverso.Masnapresena dasantidadedeDeusnssentimosdeimediatoanossaimpurezaespiritualcomIsaas,e somos inclinados a clamar por uma brasa viva do altar para santificar os nossos lbios; e a expressoautoaversonofortedemaisparaexpressaronossosentimentoenquanto nos prostramos perante a santidade do Senhor Jeov. Pgina 8 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Isto estabelece a anttese de uma vez. A santidade divina no seu aspecto mais exaltado nos afeta, no com medo de castigo, ou com agonia, porque ns somos devedores de um dbito quenopodemospagar;mas,comdissatisfaoparaconoscomesmos,comhorrore abominaodanossasujidade,edespeitopornossasjustiasasquaissocomotrapos imundos. Faz-nos sentir, no a nossa culpa, mas onosso pecado; no a nossa condenao, mas a nossa infmia sem esperana; no nos quebra sob o castigo da lei, mas nos faz sermos consumidospelanossaimpureza;nonosengolfacomjustia,comretido,maspea descoberto a nossa falta de santidade, a nossa impiedade e corrupo interiores. Masajustiadivinanosafetademodocompletamentediferente.Elanomeimpressiona com a transcendncia do Seu nome exaltado do Pacto como a santidade divina; mas na mo deDeuselameoprime,mepersegue,nomeddescanso,mecaptura,emequebraem pedaossob o seu peso.Suasantidade faz comque aalma estejasedenta porsantidade, e com pesar ns vemos Sua majestade afastar-se. Mas a Sua justia antagoniza a alma, a qual no a deseja, mas sim luta para escapar dela. Algumasvezespareceserdiferente,massomenteaparentemente.Homenspios,tantono Antigo como no Novo Pactos freqentemente invocam a justia divina. No far justia o Juizdetodaaterra?[Gnesis18:25]Esteerguerdodireitoafora,acertezaea consolaodoSeupovooprimido:IstooporqunoartigofinaldasuaConfissoos nossospaisclamampelodiadojulgamento,quando,comooretoJuiz,Eledestruirtodos osinimigos,Seusenossos.Todaviaadiferenasomenteaparente.Nestecaso,odireito divino direcionado contra outros, no contra ns; mas o efeito o mesmo. a orao e a esperanadoSeupovo,queodireitodivinopersigaaquelesinimigos,elideconsigode acordo com os seus merecimentos. AssimqueajustiadeDeusnosimpressiona,primeiro,comofatodaSuaautoridade sobrens,quenons,masEledevedeterminaroquecerto,ecomonsdevemosser; que toda a nossa oposio v, pois o Seu poder impor o direito; da que devemos sofrer os efeitos daquela justia. Masnosimplesmenteopoderdodireitoquenosimpressiona,nemtampoucoa conscinciadequesomostomadosejulgados,masmuitomais,quesomostomadose julgados com justia. E isto no arbitrariamente; ao contrrio, sentimos intimamente que o poder divino correto, e portanto pode e deve subjugar-nos. Portantoajustiadivinaincluioreconhecimentodacriatura:Aprerrogativade determinarodireitonominha,masdEle.Enosomenteisto,masasnossaalmasso profundamenteconscientesdequeasdecisesdeDeusnososomentecorretaseboas, mas absolutamente justas e superlativamente boas. Ajustiadivinanostrazfaceafacecomumoperardiretodasoberaniadivina.Toda soberaniaterrealnadamaisdoqueumtrmuloreflexodadivina;massuficientemente claraparamostrar-nossuascaractersticasfundamentais.Umsoberanoconsideradoser suficientementesbioparaenxergarcomoascoisasdeveriamser;equalificadopara determinarqueassimelasosejam;epoderosopararesistiraquemquerqueouse contrari-lo.Istotambmaplica-seaoReidosreis;ou,ainda,istoaplica-senoaEle tambm, mas s a Ele. Ele sozinho a Sabedoria com a certeza absoluta para escolher, e de Pgina 9 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlacordocomestaescolhaenxergarcomotudodeveserparaseromelhor.ElesozinhoO Qualificado,deacordocomisto,paradeterminarcomotudodeveser.EEleonico Poderoso para condenar e destruir o que quer que seja que ouse ser diferente. E isto revela as caractersticas mais profundas do contraste. A santidade de Deus reporta-se ao Seu Ser; a justia de Deus Sua Soberania. Ou, a Sua justia toca a Sua relao e posio para com a criatura: Sua santidade aponta ao Seu prprio Ser interior. IV. Santificao E Justificao (Continuao). ...e o santo continue a santificar-seApocalipse 22:11 A Justia divina, tendo referncia divina Soberania, num sentido no se manifesta at que Deusentreemrelacionamentocomas criaturas.Eleeraglorioso emsantidadedesdetoda eternidade, pois a criao do homem no modificou o Seu Ser; mas a Sua justia no podia ser manifestaperantea criao,porquedireito pressupedoisseres sustentando arelao jurdica. Umexiladonumailhadesertanopodeserjustonemagircomjustia;elenemmesmo podeconceberarelaojurdicaenquantonohajaningumpresentecujosdireitosele devarespeitar,ouquempossanegarosseusdireitos.Achegadadeoutraspessoas, necessariamentecriararelaojurdicaentreeleeosdemais.Masenquantoele permanecer sozinho, ele pode ser santo ou mpio, mas dele no pode ser dito que seja justo ouinjusto.Demaneirasimilar,podeserditodeDeusqueantesdacriaoEleerasanto, masnopoderiademonstraraSuajustiasimplesmenteporquenohaviamcriaturasa sustentarparacomElearelaojurdica.Masimediatamenteapsacriao,a demonstrao de justia tornou-se possvel. Ainda,ailustraopodeseraplicadaaDeussomenteatumacertaproporo. Essencialmente,Deusnoestsozinho,masTrinoemPessoas;daexistirentreoPaieo Filho e o Esprito Santo uma relao mtua. Esta relao, sendo a mais elevada, delicada, e maisntima,contmdesdeaeternidadeamaiscompletaexpressodejustia.Emesmo com referncia criatura, a justia divina no originou-se at aps a criao, mas encontra expressoperfeitanoeternoconselho.Aqueleconselhonosomentedeterminacada possvelrelaojurdicaentreascriaturaseoCriador,eentreasprpriascriaturas;mas indicatambmosmeiosatravsdosquaisestarelaodeveserrestauradaquando quebrada ou desestabilizada. PortantoaSuajustiatoeternaquantooSeuSer;todavia,paraexpressarclaramentea diferenaentresantidadeejustia,podemosdizerquecomoaSuasantidadeeragloriosa desdeaeternidade,assimaSuajustiademonstradaeexercidasomentenotempo,i.e. desdequeacriaturapassouaexistir.Elanooriginou-seento,mastornou-se,ento, perceptvel.Oquequerquepossaserditoquantoaisto,adiferenafundamental permanece,dequeDeusSantomesmoemboraconsideradosozinhoemSiMesmo; enquantoqueaSuajustiacomeaairradiar-sequandoEleconsideradoemrelaos Suas criaturas. Deus essencialmente santo; antes que a menor impureza existisse, havia nEle presso vital Pgina 10 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlpara repelir toda combinao estranha comoSeuSer. Mas comente comoSoberano podia Ele determinar o direito, manter o direito violado, e executar justia no violador. Emsuas caractersticasfundamentais, istoaplica-se ans comohomens.Mesmoemns a justiacompletamentediferentedesantidade;aquelatemrefernciaexclusivanossa relaoeposioperanteDeus,homem,eanjo;enquantoquesantidaderefere-senoa qualquer relao mas qualidade do nosso ser interior. Falamos de justia somente quando refere-se nossa relao para com Deus ou homem. De No dito haver sido um homem justo...entreosseuscontemporneos...[Gnesis6:9],oqueindicanoasuaqualidade essencial, mas a sua relao para com outros. Justiaimplicaemdireito,oqueinimaginvelsenocomoexistenteentreduaspessoas em conexo com a qualificao de qualquer uma delas ou de uma terceira, para determinar aquele direito. Assim que a justia do homem com relao a Deus tem um aspecto duplo: Primeiro, implica no reconhecimento da qualificaes soberanas de Deus para determinar a relao do homem para com Deus e homens. Segundo, implica em reverncia pelas leis e mandamentos divinos, institudos com respeito s tarefas do homem para com Deus. Um homem pode observar rigorosamente alguns desses mandamentos, no motivado pela reverncia,masporqueelecompelidoaaceita-los.EmalgunsaspectoseledaDeuso queLhedevido;massuaposioerrada.ElefalhaemhonraraDeuscomooseu Governadorsoberano,emreconheceraDeuscomoDeus,eacurvar-seperanteaSua majestade. Ou ele pode reverenciar a autoridade divina no abstrato, mas na prtica ele constantemente rouba de Deus o Seu direito. Portanto,justiaoriginal,querefere-secondiodohomemperanteDeuscomouma criatura,ejustiaderivada,querefere-seaoatodehonrarosmandamentosdivinos,so duascoisasdiferentes.Ambassojustiai.e.,oatodeocuparaposiodivinamente ordenada.Masaprimeirarefere-seaonosencontrarmospessoalmentenaposio determinadaporDeus;asegundaaoatodeconformarmososnossospensamentos, palavras e atos s suas divinas exigncias. desnecessriofalarparticularmentede justia comrefernciaa homens. Oquequerque faamoscomrelaoaelesjustoouinjustodeacordocomaconformidadeouno conformidade para com o mandamento divino, e cada transgresso contra o prximo torna-se pecado somente por estar em no conformidade para com a justia de Deus. Brevemente, a justia do homem consiste de duas partes: Primeira, que a sua condio seja o que Deus tenha determinado. Segunda, que os seus pensamentos, idias, e atos sejam conformes para com as ordenanas divinas.Assimqueanossajustianoprecisaseroprodutodalabutadanossaprpria alma.justiaoriginaldeAdoeEvanofaltavanada,emboraelespessoalmente,em Pgina 11 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlconjunto,nohouvessemfeitonadaparatanto.Elessimplesmentepermaneceramna posio correta perante Deus; posio no auto assumida, mas divinamente determinada. E assimpodeodireito,apshaversidodesestabilizado,serrestauradoindependentemente doviolador,porumaterceirapessoa.Aquestonocomoarelaodedireitofoi restaurada, mas se ela est novamente de acordo com a vontade soberana de Deus. Aquelequelivraumdevedordaprisopelaquitaodosseusdbitosrestaura-osua correta relao para com os seus antigos credores, mesmo que o prisioneiro ele prprio no tenha pago um centavo sequer do dbito. Porque a justia tem referncia a relaes mtuas, o direito satisfeito assim que a relao desequilibrada seja restaurada e a posio perdida, recuperada. Como tal foi conseguido, imaterial. Istonosdumacompreensomaisabrangentedoprofundosignificadodacruz,edo porquequeanossajustianopodeseraumentadaoudiminuda,emboranoafeteo nosso carter essencial. Completamentediferenteasantidadedaalma,aqualtocadiretamenteaqualidadede pessoaedecarter;comoosnossosantigostelogoscorretamenteexpressaram:A justificao age pelo homem; a santificao inerente ao homem. O mpio justificado, i.e. no exato momento em que ele cr; antes que a santificao tenha comeadoaoperarnele;elesabequeencontra-seperanteDeusperfeitamentecorreto.Ele noestmeramentecomeandoasercorreto;parcialmentecorreto,aserumpouquinho maiscorretoamanh,eperfeitamentecorretoquandoentrarnocu;masperfeitamente correto agora, doravante, e para todo o sempre. Ele restaurado no somente pelo presente eportodaaeternidade,mastambmpelopassado.Aeleasseguradoocomparecer peranteDeusemirrefutveldireito,comoseelenuncaestivessesidoerrado,nemnunca pudesse estar errado novamente. Assimqueaconscinciadeserjustificadoinstantneaecompletadeumavez,eno podeseraumentadanemdiminuda.Eistopossvelporqueestajustianotemnadaa vercomoserdojustificado,mastemrefernciaexclusivacomarelaonaqualelesev colocado.Estarelaoeramiserveleinteiramenteinjusta;masumoutro,foradele prprio,restaurouaquelarelaoeafezoqueeladeveriaser.Eleportantoencontra-se correto, justificado, sem qualquer referncia que seja ao seu ser pessoal. Este o profundo significado da confisso de que ele que justificado sempre uma pessoa pecadora. Mas no este o caso com relao santidade do homem; que toca a sua pessoa e no pode ser concretizada fora do seu ser interior. V. Vestimenta Santa, de Tecelagem Prpria. "...Habito no alto e santo lugar..." - Isaas 57:15 A santidade existe no ser do homem. Existesantidadeexterna,e.g.,aqueladaordemLevtica,resultadodalavagemouda borrifao com sangue sacrificial; ou santidade oficial, denotando separao para o servio Pgina 12 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmldivino,sentidonoqualosprofetaseapstolossochamadossantos,emembrosdaigreja sochamadossantoseamados.Masestesnotmnadaavercomasantificaooraem discusso. Santificaocomoumaddivadagraarefere-sesantidadepessoaldohomem.Comoa santidadedivinaaexaltaodeDeusacima,eoafastar-seiradodetodaimpurezae profanao,assimtambmasantidadehumanadisposioessencial,atravsdaqualele espontaneamenteamaapurezaeodeiaosujo.Vitriasobretentaoapsumlongoe penoso conflito, no qual os nossos ps quase que escorregaram, no santidade. Santidade quer dizer uma disposio, uma qualidade inerente, ou, falando de outra forma, um tom de cor ou sombreado adotado pela alma, de forma que as manifestaes malficas do corao e os sussurros demonacos de Sat nos enchem positivamente de horror. Como oouvidomusicalmentetreinadodolorosamenteafetadoporumadissonnciamedida emqueelavibraaolongo donervo auditivoquesecontorce,enquantoqueoouvidono treinadonuncapercebeaofensapraticadacontraapurezadosom,assimadiferena entreosantificadoeonosantificado.Quaisquerquesejamasdissonnciasmoraisdo mundo,elasfalhamemafetarompio,queatmesmoagrada-sedamsica;maselas estressam o santo cuja alma deleita-se na harmonia de santos acordes. Estadisposio,sejasantaousejampia,incluitodoonossoserinterior:elaexistena mente,naconscincia,noentendimento,navontade,nossentimentoseinclinaes. Discurso malfico ou impuro proporciona prazer, ou dor, a todos estes. Aindaassimestenooltimosinaldesersantooumpio.Algomaisaindaexigido. Muitosdosnoregeneradosnotrememconvulsivamentecontramuitodoquemal,e deleitam-seemmuitodoquebom?Simpatiapelobempodeserchamadadesantidade somentequandopossuiracaractersticaessencial,quequeiraobemsomenteparao benefciodeDeus.DeussozinhoSanto.Noexistesantidadeanoseraquedescende dEle, a Fonte de todo o bem, por conseguinte de toda santidade. Mera santidade humana uma fraude, um ataque contra a honra de Deus, de ser a nica e nica Fonte de todo o bem. OesforodacriaturaserumigualcomDeus,ecomotalpecadoessencial.No,a santidade do homem deve ser a disposio divinamente implantada, excitando todo o seu ser para amar o que Deus ama, no do seu prprio gosto, mas pelo benefcio do Seu Nome. Sendo planejados imagem divina, Ado e Eva possuam esta santidade; da que discrdia entreeleseoseuCriadoreraimpossvel.Suasantidadenoestavameramentenogerme, maseracompleta,poistudonelesencontrava-seemperfeitoacordocomDeus.Eos redimidos no cu so santos; elesna morte so completamente separados da fonte interna de pecado; eles esto essencialmente em clida e completa simpatia com a santidade divina, cuja cada caracterstica os atrai. Masopecadorperdeuasuasantidade.suaamisriaquecadaexpressodoseuser encontra-se naturalmente em rota de coliso com a vontade de Deus; cuja santidade no o atrai, mas sim repele. E a mera regenerao no santifica a sua inclinao e disposio; nem capazemsimesmadegerminaradisposiosanta.Maselarequeroatoadicionale muitopeculiardoEspritoSanto,atravsdoqualadisposiodopecadorconvertidoe regeneradogradualmentetrazidaemharmoniacomavontadedivina,eestaaddiva graciosa da santificao. Pgina 13 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Mas isto no implica que um homem que morre imediatamente aps a converso entre no cusemasantificao.Talseriaumadoutrinamuitopoucoconfortadora,eno intencionalmente encorajaria o Antinomianismo. Um filho de Deus adentrando ao cu est completamente santificado; no nesta vida, mas aps ela. De acordocom a Bblia, existe no cu uma diferenaentre os espritos dos redimidos; eles noseassemelhamunsaosoutroscomoosoduasgotasdegua.Naparbolados talentos,Cristoensinaclaramentequenocuexisteumadiferenanadistribuiode talentos. Aquele que nega isto, rouba de si mesmo a promessa positiva que o ...Pai, que v emsecreto,terecompensar[Mateus6:6].Oestadocelestialquepregamosnoest baseadonosprincpiosdaRevoluoFrancesa;aocontrrio,naassembliadehomens justosfeitoperfeitos,nsnuncaascenderemosaograudeapstoloouprofeta, provavelmentenemmesmoaodemrtir.Noobstante,noexistenenhumsantonocu cuja santificao esteja incompleta. Neste aspecto so todos idnticos. Mashaverespaoparadesenvolvimento.Asantificaocompletadaminha personalidade,corpoealma,noimplicaqueaminhadisposiosantaestejaagoraem contatorealcomtoda aplenitude da santidadedivina. Aocontrrio,medidaemqueeu ascendo de glria em glria, eu encontrarei nas profundezas infinitas do divino Ser o objeto eterno do mais rico deleite em medida sempre crescente. Neste aspecto os redimidos no cu so como Ado e Eva no Paraso, que, embora perfeitamente santos, estavam destinados a entrar mais completamente na vida do amor divino, atravs de desenvolvimento sem fim. Deveriaportantosercabalmentecompreendidoquenomomentodasuaentradanocu, nadafaltasantificaodosredimidos.Noobstante,asuasantificaoreceberamais inteira consumao quando, levantados do tmulo, na glria da ressurreio do corpo, eles entraremnoReinodaGlriaapsodiadojulgamento.Ataquelahoraelesestonum estado de separao do corpo, descansando em paz, esperando pela vinda do Senhor. Desdequeasantificaoincluicorpoealma,umtratamentoexaustivoexigeque chamemos a ateno para este ponto. No como se este estado intermedirio fosse pecador, umaespciedepurgatrio;poisaBbliaensinaclaramentequenamortenssomos separadosdocorpo.Ofatodeocorpopermanecerimpuroatodiadaglorificaono afeta o estado sagrado do santo que parte. Estando livre do corpo, este no mais o afeta. E, quandononotveldiadoSenhor,ocorpolheforrestaurado;esteestarperfeitamente santo, puro, e glorificado. Aquele que pertence a Jesus entra no cu perfeitamente santo. A menor falta indicaria algo pecaminosointernamente;aniquilariaaconfissogloriosadequeafummorrerpara todo pecado, assim como a declarao positiva da Escritura; de que nada que mancha, que corrompe, adentrar aos portes da cidade. Assim a inaltervel regra de santificao, que cada alma redimida que entrar no cu est perfeitamente santificada. Isto aplica-se ao infante que, sendo regenerado no bero, carregado dali para o tmulo, no qual,portanto,exerccioconscientedesantidadeestforadequesto;eparacadapessoa convertidaquefalecerepentinamente;eaohomemque,incorrigveldurantetodaasua vida, na hora da morte arrepende-se perante Deus, e parte um dos redimidos do Senhor. Pgina 14 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlOsqueapiamadoutrinaArminianaregular,consideramimpossvelestarepresentao. Eles crem que a santificao um efeito do esforo, da diligncia, do exerccio, do conflito do prprio santo. como uma linda vestimenta de linho fino, muito desejvel, mas deve ter sidotecidapelaprpriapessoaqueausa.Estetrabalhocomeouimediatamenteapsa conversodosanto.Otearestmontado,eelecomeaatecer.Elecontinuacomasua labutaespiritualcomsenoumaspoucasinterrupes.Apeadelinhoaumenta gradualmentedetamanhosobsuasmos,eassumeformaeaparncia.Senoforceifado cedo na vida, ele espera termina-la mesmo antes da hora da sua partida. Oplpitodeveopor-seaestateoria,aqualprovm,nodoslivrosdeArminius,masdo corao ardiloso do homem. Pois no somente destituda de conforto, mas tambm mpia. Estateorianotemqualquerconforto:pois,severdadeira,entotodosaquelesnossos preciosospequeninosquemorreramnoberoencontram-seperdidos,poiselesaindano podiam costurarum ponto sequer, nestavestimenta da sua glria; semqualquer conforto: poisseosantoseencontrasseatrasadocomoseuserviodetecelagemecostura,ouse fosselevadonajuventudedosseusdias,antesquepudessechegarmetadedoseu trabalho,certamenteeleestariaperdido.Nemtemelaconfortomaiorparaaquelecuja conversonoleitodemorteintilporcompleto,poiselachegoutardedemaisparaa tecelagem e a confeco desta vestimenta da santificao. E esta teoria tambm mpia: pois ento Cristo no nenhum Salvador suficiente. Ele pode executaranossajustificaoeabrirosportesdoParaso,masatecelagemeaconfeco dasnossasprpriasvestesmatrimoniais,Eledeixaanossoencargo,semassegurar-nos tempo suficiente para termina-las. Sim, mpia de fato ela o ; pois isto faz da tecelagem e da confeco do linho fino a nossa obra, faz da santificao a realizao do homem, e Deus no maisonicoAutordanossasalvao.Asalvao,ento,nomaisgraa,eaprpria obra do homem est de novo, de p. Emassimsubvertendoaprpriafundao,oprprioalicercedascoisassantas;telogos ticosdescuidadosdeveriamconsideraradestruioquetrazemporsobreaIgrejade Cristo. Nossos pais nunca acreditaram nesta doutrina, e sempre se opuseram a ela. No h nenhum Evangelho nisto, disseram eles. o despedaar do Pacto da Graa; jogando sobre os santos de Deus o temor e o constrangimento do Pacto de Obras. VI. Cristo, Nossa Santificao. "...Cristo Jesus, o qual Se nos tornou, da parte de Deus . . . santificao..."-I Corntios 1:30 AalmaredimidapossuitudoemCristo.EleumSalvadorcompleto.NadaLhefalta. Tendo-O,estamossalvosaomximopossvelsalvos;semEle,estamosinteiramente perdidos e anulados. Devemosmanterestepontocomtodaseriedade,especialmentenoquerefere-senossa santificao;erepetircomclarezacrescentequeCristonosdadodeDeusnosomente para sabedoria e justia, mas tambm para santificao. L-se,distintamente,queCristoanossajustiaesantificao.Estatraduo Pgina 15 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlperfeitamentecorreta.NoidiomaGregonosel,"dikaisis,quesignificajustificao, massimdikaiosn,quenuncarefere-seaoatodetornarjusto,mascondiodeser justo,portantojustia.Assimtambmnoselhgiosouhagiosn,oquepode referir-seasantidade,masl-sedistintamente,hagiosms,oqueapontaparaoatode tornar santo. O que o apstolo distinguiu de forma to clara, no deveria ser confundido. So Paulo e a Igreja de Corinto so crentes. Eles j esto justificados em Cristo, de uma vez portodas;poisCristofoifeitojustiaparacomeles.Masestenoocasocoma santificao....No,poismesmoosmaissantosdelesconseguemapenasumpequeno inciodeobedincianestavida.Entretanto,comeamcomosriopropsitodese conformarem no s com alguns, mas com todos os mandamentos de Deus.[Catecismo de Heideilberg, resposta questo 114 Mas, podem os que se converteram a Deus guardar perfeitamenteestesmandamentos?].Masaobrasomentecomeou.Comparadocom temposanteriores,existenelesumamoreespritomaissantos,maselessodeforma alguma inteiramente santificados. Eles encontram-se sob o tratamento do Esprito Santo, o seu Santificador. Eles tornam-se mais e mais conforme imagem de Deus [vide a resposta questo115doCatecismodeHeidelberg(Porque,ento,querDeusqueosdez mandamentossejampregadostorigorosamente,jqueningumpodeguard-losnesta vida?)...parapodermossermaisemaisrenovadossegundoaimagemdeDeus,at atingirmos o alvo da plena perfeio depois desta vida.]. Assim que existem degraus de progressoemsantidade.Naquelesconvertidossenorecentemente,asantificao progrediusomenteumpouco;emoutroselatemfeitoprogressoglorioso.Peloquehna Igreja pessoas santas, mais santas e mais santas ainda [vide um outro trecho da resposta questo114doCatecismodeHeidelberg(Mas,podemosqueseconverteramaDeus guardar perfeitamente estes mandamentos?)...pois mesmo os mais santos deles...]. Desdequeajustificaodompiocompletadadeumasvez;easantificaodo regeneradoprocedesenovagarosaegradualmente,SoPauloescreveaosCorntioscom precisoperfeitaqueCristoparaeleeparaelesnomaiscriadordejustos,massim justia; do contrrio, Ele no teriaSe tornado santidadeparaeles, mas somente criador de santos. Istoestandobemcompreendido,impossvelestarerrado.Seaintenodoapstolo tivessesidoenumerarnoabstratotudooqueumpecadorperdidopossuiemCristo,ele teriadito:Criadordesbios,criadordejustosecriadordesantos;poisumpecador perdido que ainda caminha em sua estultcia, ainda no foi feito justo, etc. Mas ele descreve asuaprpriaexperincia,dizendoque,comoumaestrelaasabedoriadeDeusnasceuna sua alma escura; que pelo benefcio de Cristo ele obteve perdo e satisfao, razo pela qual eleencontra-seperfeitamentejustoperanteDeus:equeagoraeleestsendofeitosantoe sendoredimido.Eleaindanoestredimidoporcompleto;otermoemGrego apolutrsisdenotaaquitambmumaaocontinuadadeserlivradodemisriatanto interior como exterior. O Catecismo de Heidelberg (questo 60) descreve o posicionamento justo da alma perante Deus da seguinte maneira contundente: Pergunta: Como s justo perante Deus? Pgina 16 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Resposta:SomentepelaverdadeirafemJesusCristo.Apesardasacusaesdeminha conscincia de que tenho pecado gravemente contra todos os mandamentos de Deus e no ter observado nenhum deles, e ainda de eu ser sempre propenso a tudo que mau, todavia Deus,semnenhummritorealmentemeu,elemeconcede,apenasporsuagraa,os benefcios da perfeita expiao de Cristo, imputando-me sua justia e santidade, como se eu nuncativessecometidoumsimplespecadooujamaistivessesidopecador,tendo cumprido, eu mesmo, toda a obedincia que Cristo executou por mim, se somente aceito tal favor com um corao confiante. Ofatodequeestarespostafazcomqueajustiaincluaasantidadetemlevadohomens menos pensadores ainferirem que santificao ejustificao so a mesma coisa. Discutido noSnododeDort,estaquestofoiresolvidapelainseronoartigo22daConfissoa clusula: Mas Jesus Cristo, atribuindo-nos todos os seus mritos e tantas obras santas, que fezpornseemnosso1ugar,nossajustia.[ConfissoBelgaart.22(AJustificao Pela F Em Cristo) Referncias: Jr 23:6; Mt 20:28; Rm 8:33; 1Co 1:30,31; 2Co 5:21; 1Jo 4:10]. Oque,ento,ajustificaoinclui?Noasantificaodenossaspessoas,masasomatotal dasobrassantasasquaisnsdevemosaDeus,deacordocomalei.Aquesto60do Catecismo de Heidelberg chama isto de nossa santidade. A diferena entre os dois vista claramente em Ado e Eva no Paraso. Eles foram criados pessoalmente santos; no havia nada mpio com relao a eles. Mas eles no tinham todavia observado, cumprido a lei. Eles no possuam obras santas. Eles no haviam adquirido um tesourodesantidade.Pessoalmente,algumpodesersantosemcontudoterumgrode santidade alcanada ou adquirida; e, por outro lado, algum pode ter uma lei perfeitamente observada,cumprida,semcontudoteramenorfunodesantidadepessoal.Cristona manjedouraeraperfeitamentesanto,masEleaindanohaviacumpridoalei,daqueEle nohaviaaindaadquiridosantidadeparaapresentaremnossolugar.Masnahorada justificao,ofilhodeDeusrecebe(1)aremissocompletadoseucastigo,baseadona expiao de Cristo; (2) a remisso completa do seu dbito, baseado na satisfao de Cristo. Eestasatisfaonadamaisdoqueumperfeitocumprimento,umaperfeitaobservncia dalei;umacompletaapresentaodetodasboasobras;porconseguinteumaperfeita manifestaodesantidade.Noexiste,portanto,entreasquestesns114e115do Catecismo de Heidelberg, o menor conflito que seja. Santificaoesantidadesoduascoisasdiferentes.Santidade,nasexagsimaquestodo Catecismo de Heidelberg, tem referncia no a disposies e desejos pessoais, mas soma totaldetodasasobrassantasexigidaspelalei.Santificao,aocontrrio,refere-senoa qualquer obra da lei, mas exclusivamente obra de criar santas disposies no corao. Se algum perguntar, Cristo a sua santidade tanto e no mesmo sentido quanto Ele a sua justia?,respondemos:Sim,realmente,glriasaoSenhor;Eleaminhasantidade completaperanteDeus,tantoquantoaminhaperfeitajustia.Umasimplesmenteto certaeabsolutaquantoaoutra.Aexecuodetodasasobrassantasexigidasdecadaser humanopelalei,deacordocomoPactodeObras,umatovicriodeCristonosentido mais completo da palavra. Razopela qualns confessarmosque as obras santasasquais Cristofezpornssotambmtopositivamenteumasantidadeimputada,tantoquanto nscomparecemos peranteDeus porintermdio deumajustia imputada.Nada podeser acrescentado a isto. fato integral, perfeito, e completo em cada aspecto. Pgina 17 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html E aquilo que por ns feito em nosso lugar, no nos exigido novamente, o que seria algo moralmenteabsurdo.DeacordocomoPactodeObras,nemaleinemolegisladortemo que quer que seja para demandar de ns. Trata-se de obra consumada. O castigo sofrido, ea santidade exigida pelalei apresentada.Encontramo-nosperfeitamentejustosperante Deusenossaprpriaconscincia,considerandoofatodequerecebemosestebenefcio indizvel com um corao crente. Mas tudo no tem nada a ver com a nossa santificao. Adicionalmente justia imputada e s obras santas, a nossa santificao vem em seguida, na seqncia. Do pecado procedem a culpa, o castigo, e a mancha. Desses trs ns devemos ser livrados. Do castigo atravs da expiao de Cristo; da culpa atravs da Sua satisfao; e da mancha, porintermdiodasantificao.DepoisqueDeusnosredimiudocastigoeterno, encontramo-nos ainda mpios, oprimidos em nosso sangue impuro. A santa disposio e o desejoinerentesaAdoaindanonosforamrestaurados.Aocontrrio,amanchado pecado ainda est ali. Deleitamo-nos na lei de Deus no nosso homem interior, mas tambm encontramos o pecado presente, sempre e em todo lugar, nas manchas de pecado, no corpo e na alma. E a vontade de Deus que isto no continue assim. Ele substituir a mancha do pecadoporumadisposiosanta.Eleresolvenosreformarinteriormente,renovar-nos conforme a imagem do Seu Filho amado, i.e., santificar-nos. E somente agora que Ele comea a fazer-nos pessoalmente santos. Como seus filhos, ns Lhe somos to queridos como a menina dos Seus olhos; Ele tem nossos nomes gravados nas palmas de Suas mos. Ns no prestamos ateno a coisas indiferentes, mas polimos a jia preciosa. Uma roupa velha jogada de lado, mas limpamos caprichosamente e removemos amanchadaquelevestidocarodeseda.Adonadecasaadornaapropriedadequelhe querida;eojardineiro,removeaservasdaninhasdosseuscanteiros.Demaneirasimilar, compelido por Seu amor, Deus quer que o Seu filho, corpo e alma, brilhe at que a mancha do pecado seja completa e inteiramente removida. Esta a obra da santificao, direcionada exclusivamente nossa santificao pessoal, para restaurar-nosasantidadequeAdotinha,antesqueeletivesseexecutadoqualquerobra santa. EmAdo,asantidadepessoalveioprimeiro,emseguidaasantidadeconsistindodo cumprimento, da observncia da lei; mas para o filho de Deus, esta ltima, imputada a ele por Cristo, lhe concedida primeiro, e ento segue-se a sua santidade pessoal. Como Ado foi criado santo, assim tambm o regenerado feito santo. A santificao pessoal do pecador regenerado e convertido comea aps o despertar da f; continuamaisoumenosininterruptamenteatqueseacabemosdiasdasuavida; completada,tantoquantorefere-sealma,namorte,e;comrelaoaocorpo,quandoda vinda do Senhor. E desde que isto operado por Cristo, atravs do Esprito Santo, a Bblia confessa que Cristo no somente a nossa Justia, mas tambm a nossa Santificao. VII. Aplicao de Santificao. Pgina 18 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html...aos que de antemo conheceu, tambm os predestinou para serem conformes imagem de Seu Filho, a fim de que Ele seja o primognito entre muitos irmos Romanos 8:29 NoSeuprpriotempo,ecomgraairresistvel,DeustransladaosSeuseleitosdesdea morteparaavida.ElelhesdafeaconscinciadeseremjustificadosemCristo;epela converso ele pe os seus ps no caminho da vida. Assim eles so livres da culpa. No h, para eles, condenao alguma. Nemo inferno nem o diabo,podem prevalecercontra eles. Da o brado de vitria do apstolo: Quem intentar acusao contra os eleitos de Deus? Deus quem os justifica. Quem os condenar? Cristo Jesus quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou, o qual est direita de Deus e tambm intercede por ns[Romanos 8:33 34]. O filho de Deus tem prova formal da sua justificao, no somente na Palavra, mas tambm noPrprioCristo,quem,continuamente,apresentaSeusacrifcioperanteoTrono.Seele temounoconscientealegriadisso,irrelevante.Enquantodorme,ouemdelriofebril, privadodarazodevidoacausasfsicas,elecontinuasendofilhodeDeus.Independente de sensaes, experincias e recordaes da mente; sim, embora ele nunca tenha derramado umalgrimasequerdearrependimento,elepossuiseutesourosobtodascircunstncias. Atmesmodbeismentaisopossuem.PorquenodeveriaDeusternenhumfilhoentre eles?claro,emcircunstnciasnormaisafconscientearegra;masasalvaono dependedaexperinciarealdaalma.Quandovoccaminhanumdiaensolarado,sua sombra visvel; mas a sua existncia no depende da sua sombra. Deveria ser enfatizado que a santificao no implica em esforos e perseveranas humanos para complementar a obra de Cristo: mas a graa adicional de criar, sobrenaturalmente, no santo, uma disposio santa. Opecadocausapoluio,i.e.,nopodehaverpecadosemquesegeremaispecado:o Pecado gera pecado; causa pecado, sempre a me do pecado. Se este processo gerador de pecadonofosseparalisadonosnossoscoraes,acadeiadopecadopermaneceria inquebrada, elo aps elo, e somente pecado seria o resultado. Mas este no o propsito divino. Deus quer que os homens vejam as nossas boas obras e glorifiquemoPaiqueestnocu.Portanto,Deuspreparou-nosboasobrasparaque andssemosnelas.Massefosseparaamanchadopecadocontinuaraagiremnssem qualquer interrupo, ns no poderamos caminhar naquelas boas obras. Nenhum de ns poderia jamais fazer uma boa obra que fosse. A luz jamais brilharia nos filhos da luz, e no haveriaocasionenhumaparaglorificaroPainocu.Boasobrasoperadasemnspelo EspritoSantoindependentementedensnopodemoferecertaloportunidade.Asobras do Esprito Santo so sempre santas; nisto no h nada de surpreendente. Mas quando Ele fazcomqueboasobrasprocedamdensdemaneiratalqueelassejamverdadeiramente nossas,entoexisteaocasioparalouvor[Assimbrilhetambmavossaluzdiantedos homens,paraquevejamasvossasboasobraseglorifiquemavossoPaiqueestnos cus(Mateus5:16)].Oshomens,ento,perguntarosurpresos,Quemoperouestas coisasneles?eelevandoosolhosglorificarooPai.Eentoacontinuidadedepecado, chamadademancha,quebrada;entoaleiqueregequeopecadogerapecado,i.e., cultiva,adisposiopecadora;substitudaporumaoutralei,aqualintroduz gradualmente a disposio santa. Estadisposiosantanopodesurgirdohomem,nemtampoucoderegenerao.Uma Pgina 19 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlcriana faminta no pode crescer, desenvolver-se; assim como tambm o filho de Deus no podeprocedersantificao,sedeixadosuaprpriasorte.Emboraasantificaoesteja organicamenteconectadacomavidaimplantada,aindaassimelanogerminasemas chuvas constantes da graa. Razo pela qual ela a ddiva gratuita do Pai de Luzes. O Esprito que habita em ns , na verdade, o Operador. Ele executa esta obra em todos os santos, no parcialmente, mas de maneira completa, tanto na vida como na morte, ou s na horadamorte.Estaltima,aplica-sescrianaseleitas,aidiotasepessoasinsanas,e queles que se convertem no seu leito de morte. Em todos os outros Ele a executa durante sua vida na terra, e na hora da sua partida. Masexisteumadiferenaempessoasdiferentes.EmalgunsoEspritoSantocomeaa santificao j na infncia; em outros, na idade madura. Em alguns, a santificao procede quase que sem qualquer interrupo; em outros, obstruda por conflito ou apostasia. Mas em todos Ele age conforme Lhe apraz. A santificao uma ornamentao artstica operada naalma,aqualEleasseguraqueestarterminadanomomentoapontado,nahora designadaparaanossaentradanaNovaJerusalm:masamaneiraeamedidado progresso dependem s e exclusivamente do Seu prazer e do Seu propsito. Primeiro, a santificao est intimamente relacionada a Cristo, e parte do Pacto da Graa o qual Ele assegura a ns como a nossa Certeza. No se trata meramente de obra Sua, mas deumagraainerenteSuaPessoa,edetalmodoidentificadaconSigo,queoapstolo exclama: ...em Cristo Jesus, O qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justia, e santificao...[ICorntios1:30].Ela estrelacionada com auniomystica:Ele vitalmente em ns, e ns vitalmente nEle; Ele a Vide, e ns os ramos: ...j no sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim...[Glatas 2:20]; Ele a Cabea, e ns os membros. Todos estes exemplos indicam a unio vital entre o crente e o Mediador. O feto no ventre materno, pode ser dito queelerespiraatravsdarespiraodame,equeamerespiranofilho.Omesmo verdadeiro aqui, embora a comparao ilustre, sem contudo exaurir o assunto. AssimqueofilhodeDeusnopodeexistir,senoemCristo.Noqueelesejasempre consciente disto. Ele muitas vezes sente como se Cristo se encontrasse longe dele, e, iludido porestepensamento,elemuitasvezesdesvia-separatolongequeoelodeunioparece estar completamente dissolvido. Isto no realmente assim, pois Cristo nunca perde o Seu controle sobre ofilho; mas ao filho assimse parece. Eesta a causa dadificuldade. Nesta condio, s a sua natureza pecadora nele deixada; todo o seu tesouro de graa encontra-secomeemJesus.Porestemotivo,aliturgiadiz:ForadeCristonosencontramos prostradosnomeiodamorte.Quando,comDin,deixamosatendapatriarcale enveredamo-nosnocaminhoparaSiqum(N.T.Gnesis33:1834:31);fazemo-lopor nossaprpriacontaerisco,nadatendoconoscosenoaheranadeAdo,asaber,uma almamortaeumanaturezacorrupta.Imaginar,ento,quepossumosemnsqualquer coisa que seja aceitvel a Deus equivalente a uma negao de Emanuel. Com Khlbrugge dizemos: Considerados fora de Cristo, os convertidos e os no convertidos so exatamente o mesmo. Mas,muitoemboransOabandonemos,Elenuncanosabandona;entreoconvertidoem maisprofundodesvioeonoconvertido,existeestadiferenaimensurvel,queaalma daquele encontra-se inseparavelmente ligada a Jesus; enquanto que a alma do segundo, no est. Pgina 20 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Segundo,asantificaodosantoinimaginvelsemCristo,porqueaimplantaoda disposiodivinapeloDivinoEsprito:...parapodermossermaisemaisrenovados segundoaimagemdeDeus,atatingirmosoalvodaplenaperfeiodepoisdesta vida.[Catecismo de Heidelberg, questo 115). E no isto a imagem de Cristo? Sersantificado,ento,significaterCristoobtidoestaturaemns.Nosetratadeuns poucossinaisconfusosdesantidade,masumtodoorgnicodepurodesejoeinclinao estampadonaalma,envolvendotodosospoderesdoespritoedadisposiohumanos. Assim,queoseuprogressonopodesermedidoouenumerado,dezdegrausagorae outrosquinzenoprximoano.Trata-sedoreflexodaformadeCristonasuperfciedo espelhodaalma;primeiroemcontornosdifusos,gradualmentemaisdistintos,atqueo olhoexperientereconheaaliaformadeJesus.Mas,mesmonosmaisavanados,no maisdoqueumaimagemcomoquesenumnegativofotogrfico;aperfeitaimagemde Emanuel ser revelada em ns somente e atravs da morte. Adisposiosantaumhomemperfeito,i.e.,umaformaenvolvendoapersonalidade por completo; expresso da imagem completa de Cristo, e portanto cobrindo todo o nosso ser humano: Quo tolo, ento, falar de santificao como um resultado do esforo humano. Quando a pessoadesaparece,serqueasuasombravaiconsigo?Como,ento,poderiaaimagem, forma ou sombra de Cristo permanecer em ns quando em nossas perambulaes, quando nosencontramosdesviados,anossaalmaestseparadadEle?Obrilhodesaparececoma luz.Nosepodereterumasombra.porissoqueEmanuelanossasantificao,no sentidomaiscompletodapalavra.Suaforma,refletindo-Senaalmaeaalmaretendo aquele reflexo, do que se trata toda a obra da santificao. Finalmente, quanto questo, Comoa santificao pode implantar uma disposio santa, seeladependedoreflexodaformadeJesusnaalma,umavezqueumanegaoou apostasiatemporrianosafastadEle?,respondemos:Podeumadisposioinerenteno existirecontinuarsemserexercitada?Algumpodeteradquiridoadisposio(ohbito) defalarInglscomfluncia,masnofalaroidiomaporumanointeiro.Assimtambm pode a disposio ou o hbito do desejo santo penetrar na alma, mesmo embora a corrente deimpiedadeacubraporumperodo.Eaalmaestinteiramenteconscientedistopelo ataque ntimo, da conscincia. Se Jesus pudesse perder o Seu controle sobre ns, sim, ento adisposiosantanoperduraria.Mas,umavezqueemmeioamaisprofundaqueda,a alma permanece inconscientemente em Sua mo, a objeo no tem nenhum peso. VIII. Santificao em Companhia com Emanuel. ...tendes o vosso fruto para a santificao e, por fim, a vida eterna Romanos 6:22 A terceira razo porque a nossa santificao est em Cristo : que Ele a obteve, ela flui dEle, e Ele a garante. Estando a sua mente completamente destituda dafalsa idia de que a santificao fruto do seu prprio trabalho, sua criao prpria; atendo-se firmemente clara doutrina de que Pgina 21 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmltrata-se de uma ddiva da graa, esta terceira razo lhe apelar. Se a santificao um dom, umaddiva,umfavor,surgeapergunta:Paraque?Trata-sedeumarecompensapelo trabalho da sua alma? Fruto da sua orao? Encorajamento na jornada? por conta da sua beleza, da sua piedade, da sua bondade? Ser por qualquer coisa em voc? Pois deve haver ummotivo.QueDeusdevesseconcederaddivapreciosaeirrevogveldasantificaoa pessoasque,comambasasmosseopemaela,ecomosseusdedosarranhamasua beleza, inconcebvel. O que foi, ento, que moveu o Senhor Deus em seu favor? Voc diz: Seuinsondvelbeneplcito,oqualamaisprofundabasedetodaanossasalvao. Muito bem; mas o divino conselho no age como se, por mgica. Tudo aquilo que procede daquele conselho segue o seu curso, e mostra os elos que lhe do consistncia. Por conseguinte a pergunta deve ser feita: Quem que obteve para voc a ddiva graciosa da santificao? E a resposta : O nosso Redentor; a santificao o fruto, o resultado da Cruz. Noexistenenhumadivisodetrabalhonaobraredentora.Cristonoobteve,nacruz, somente a nossa justia; deixando que obtivssemos a nossa santificao atravs de conflito e auto negao; mas h somente Um que labuta, os demais adentram ao Seu descanso; Ele pisoteou sozinho o mosto no lagar, e do povo que estava ali, nenhum deles estava conSigo. DeusordenouanossasantificaoparafluirdiretamentedeCristo.OEspritoSantoo Operador,todaviaoquequerquesejaqueElenosconceda,Eleotrazdiretamentede Cristo. Ele me glorificar, porque h de receber do que meu e vo-lo h de anunciar[Joo 16:14]. Esta no nenhuma frase vazia, mas a sbria realidade. O que uma alma redimida precisa, de uma santidade humana. Um homem, no um anjo, devesersantificado.Osegundonopodesersantificado.Umavezcado,eleestpara sempre perdido. Criado e cado como Ado; ele no pode ser restaurado como Ado. Nada sabendo acerca da redeno, os anjos desejam conhecer sobre ela. Por conseguinte quando, apesar do pecado, Deus traz uma companhia inumervel de homens e de anjos para a vida eterna,Eleassimofazaosantificaroseleitosentreoshomensmpios;enquantoqueos anjoseleitosnonecessitamdesantificao,poiselesnuncasetornarammpios.A santificao refere-se, portanto, exclusivamente a homens; proporciona uma santidade feita possveleordenadasomenteparahomens;criaumadisposiocomformaecarter humanos, calculada para as necessidades peculiares do corao humano. OEspritoSantoencontraestadisposiosantanasuaformarequerida,nonoPai,nem emSiMesmo,masemEmanuel,quecomoofilhodeDeuseoFilhodehomem,possui santidade naquela peculiar forma humana. Cristo tambm garante a ns esta ddiva graciosa. A justificao sendo de imediato um fato consumado no o requer; mas a santificao gradual. Afaltadetalgarantianosencheriadedvidaeincertezacomrelaonossaprpria santificao,vendoqueoseucomeopequenoequeoseuprogressolento;ecom relaoquelasantificaodecrianasquefalecemenquantocrianasedepessoas convertidasmuitotardenavida.Taisdvidasfariamcomquetemssemos,enos roubariam o conforto da obra terminada. Pgina 22 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlCristodiz:VindeaMim,todososqueestaiscansadosesobrecarregados,eEuvos aliviarei[Mateus11:28];todaviaa experinciaensinaqueparamuitoscrentesasantidade inerentecausaagitaoconstante,umaconstantefaltadesossego.Elessabemqueem Cristoelessojustos,aindaassimnoestoconfortados;poisDeusdizemSuaPalavra: Sedesantos,porqueEusousanto.Sepelomenosestivesseescrito:Ajamdemaneira santa, os mritos de Cristo poderiam ser suficientes; mas est escrito: Sede santos, e isto querdizersantidadeinerente,disposiessantas.Ou,seestivesseescrito:Tornem-se santos,aaproximaogradualatoideallhesinspirariaesperana.Mas,est inexoravelmente escrito: Sede santos, e isto faz sofrer as suas almas feridas. No que cada crente seja atribulado desta forma. Pena que muitos raramente, e a grande maioria nunca, d ao assunto qualquer considerao. Enquanto eles tm a reconciliao e a satisfao,incluindoaexecuodeboasobras,pregadasaeles,elessesatisfazem.Sua naturezacarnalencontra-sebemcontentecomisto.Mashoutros,depensamentomais aprofundadoedeconscinciamaisardente,quenoaceitamaportalargaeocaminho espaosoassimabertossuasalmas,masquecremnapalavra:...estreitaaporta,e apertado, o caminho. Para eles, est escrito: Sede santos; e no pode haver descanso ou conforto para a conscincia, at que estejam reconciliados com aquela palavra. DadizermosquenobastantequeCristotenhaobtidoasantificao,queoEsprito Santoaconceda,mastambmqueCristoagarantaparans,nosomenteumavez,mas parasempre;demodoquequandoquerquesejaquenosapresentemosdiantedAquele que Santo, ns possamos estar realmente santos em Cristo. EesteoconfortoabenoadodaPalavra,queCristoElemesmoanossasantificao. ComonoAdocadoosseusdescendentestmaterrvelcertezadequeasuanatureza totalmenteimpura,assimtambmnoCristoressurreto,osSeusredimidostmagarantia gloriosa de que nEle eles sero completamente santos. EsteomistriodaVideiraeosramos,eapalavraprofunda:Vsjestaislimpospela palavraquevostenhofalado[Joo15:3].ComoanossaCerteza,Eledestaformanos assegura:(1)queadisposiosantaumavezcriadaemns,emboratemporariamente engolfadapelopecado,nuncapodeserperdida;(2)queaformadeCristo,daqualh somente um pequeno comeo em ns, alcanar perfeio completa antes que adentremos NovaJerusalm;(3)quecomoanossaCerteza,eleapresenta-seperanteoPaiemnosso lugar,havendodepositadonostesourosdosSeusmritostudoaquiloquenosfalta,em nosso nome. No conhecimento disto que a alma atribulada encontra descanso. CuidemosparaqueovasopreciosonoqualDeusnosapresentaestagraapermanea intacto, pois o pecador no pode satisfazer-se com nada menos. Masdeveramostambmsermoscuidadososparaevitarooutroextremo,oqual,sobo apelo de que Cristo a nossa santificao, nega a obra do Esprito Santo na alma. Aqueles que suportam este ponto de vista concedem que Cristo a nossa santificao, que o Esprito Santooperaemns,equeasboasobrassooresultado,mas,demaneiratalqueanossa prpriapessoa,comotal,permanecetompiaeintilcomooforaatento.Serouno regenerado,crenteounocrente,tudoomesmo.Anicadiferenaentreambosque, independentemente da nossa prpria pessoa, e contra a nossa vontade, o Esprito Santo nos faz caminhar, inconscientemente, no caminho da vida. Pgina 23 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Este ensinamento pernicioso ope-se ao captulo 7 da Epstola de So Paulo aos Romanos, e ConfissodasigrejasReformadas.Oapstolonodizqueosseusdesejoseinclinaes soaindampios,equeoEspritoSantoexecutaboasobrasindependentementedelee aindaassimatravsdele;maselelamentaque,enquantooseudesejoencontra-seem simpatiacomavontadedivinaedesejaobem,omalaindaencontra-sepresente.Em sentido similar, o Catecismo ensina que o homem inclinado para todo o mal, enquanto ele nonascerdenovo,masnoaps.Poisavitalizaodonovohomemconsisteemuma AlegriadecoraoemDeusatravsdeCristoeumfortedesejodeviversegundoa vontade de Deus em todas as boas obras. [Catecismo de Heidelberg questo 90 (Que o nascimento do homem novo?)]. E aalma do no convertido no assim to disposta.Da a diferenaentre os dois ser to grande que o golfo do cu e do inferno se abre entre eles. Pode, portanto, ser proveitoso para os nossos leitores apresentarmos perante eles uma vez mais a Confisso dos telogos Reformados das igrejas da Sua, da Alemanha, da Inglaterra e dos Pases Baixos, com relao a este ponto. Elesconfessaramque:...pelaoperaoeficazdomesmoEspritoregenerador,Deus tambmpenetraatosrecantosmaisntimosdohomem.Eleabreocoraofechadoe enterneceoqueestduro,circuncidaoqueestincircuncisoeintroduznovasqualidades na vontade. Esta vontade estava morta, mas ele a faz reviver; era m, mas ele a torna boa; estava indisposta, mas ele a torna disposta; era rebelde, mas ele a faz obediente, ele move e fortaleceestavontadedetalformaque,comoumaboarvore,sejacapazdeproduzir frutos de boas obras (I Cor 2.14). [N.T. Cnones de Dort: Artigo 11 Como Ocorre A Converso 3 e 4 Captulos da Doutrina: A Corrupo do Homem, A Sua Converso A Deus E Como Ela Ocorre]. Eestaobragloriosa,deacordocomaConfissoUnnimedasigrejasReformadas, executada da seguinte maneira: ...a graa divina da regenerao no age sobre os homens comosefossemmquinasourobs,enodestriavontadeeassuaspropriedades,oua coage violentamente. Mas a graa a faz reviver espiritualmente, traz-lhe a cura, corrige-a e a dobra de forma agradvel e ao mesmo tempo poderosa. Como resultado, onde dominava rebelioeresistnciadacarne,agora,peloEsprito,comeaaprevalecerumaprontae sinceraobedincia.Estaaverdadeirarenovaoespiritualeliberdadedavontade.... [N.T.CnonesdeDort:Artigo16AVontadeDoHomemNoEliminadaMas Vivificada 3e 4 Captulos daDoutrina: A Corrupo do Homem, A Sua Converso A Deus E Como Ela Ocorre]. IX. Disposies Implantadas. ...aperfeioando a nossa santidade no temor de Deus II Corntios 7:1. Negar que o Esprito Santo cria nova disposies na vontade equivalente a um retorno ao erro Romano, muito embora os Romanos discutam o assunto numa maneira diferente. Roma nega a corrupo total da vontade pelo pecado; que a disposio da vontade seja m Pgina 24 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlpor completo. Por conseguinte, a vontade do pecador no sendo inteiramente intil, segue-se:(1)queoregeneradononecessitatoimplantedeumanovadisposio;(2)queneste aspectonohnenhumadiferenaentreoregeneradoeonoregenerado.Aquelesque introduzemnasigrejasReformadasesteensinoeoutrosensinossimilares,deveriam considerarque,emfazendo-o,danificamumdosalicercesdaReforma,e,conquantono intencionalmente, levam-nos de volta a Roma. A principal questo nesta controvrsia : se o homem alguma coisa ou se ele nada. Seohomemforabsolutamentenada,comoalgunsgostamdeproclamar;entoDeusno pode operar nele; pois Ele no pode agir em nada. No nada, ningum pode fazer nada. No nada,nadapodeserimplantado.Nadapodepenetrarnonada.Onadanopodeserum canal para coisa alguma. Se o homem nada, no pode haver nem pecado nem justificao, pois o pecado de nada nada; e o nada no nenhum pecado. Nada pode nascer de novo, ou ser convertido, ou compartilhar a glria dos filhos de Deus. E se no h pecado, no h a necessidadedeumSalvadorparaexpiaropecado;poisexpiarnadanonenhuma expiao. Ento no h a necessidadede discutir a santificao.Isto mostra que a idia de que o homem nada no pode ser considerada no sentido absoluto. Uma vez que o homem umser,eledeveseralgumacoisa;eaquelesquemantmqueelenadamostram,com suas aes, que eles consideram a si prprios como muito longe de serem nada. Massecolocarmosque:OhomemnadaperanteDeus,aexpressotorna-se imediatamente inteligvel. Ento cada bom Cristo a ela subscreve incondicionalmente; ele lamentasomentequetodifciltornar-senadaperanteDeus;ecomtodosossantosele oraparaqueelepossamaissinceramentenegar-seasimesmo,morrerparasimesmo,e conhecer a si prprio como nada perante Deus. Medido por Deus, o homem no tem valor algum. Todo o seu esforo para ser alguma coisa perante Deus um absurdo ridculo. Cada plpitodeveriaderrubar,comosecomtroardetrompetes,cadamontanhadeorgulho,e humilharohomemperanteDeus,demodoque,sentindo-secomoumameragotanum tambor sim, menos que nada ele possa encontrar descanso na adorao da Majestade divina. Perante Deus o homem no coisa alguma, nem mesmo o homem regenerado; mas na Sua mo,pormeiodaSuaordenana,enaSuaconsiderao,eletograndequeDeuso coroa com honra e glria, ama-o como Seu filho, faz dele um herdeiro do gozo celestial, e o convida para passar a eternidade com Ele. Estesdoisnuncapodemserconfundidos;aabsolutainsignificnciadohomemperante DeusnuncapodeseraplicadaaohomemcomouminstrumentonamodeDeus.Ea grandiosasignificnciadohomemcomoinstrumentodeDeusnopodenuncatendera fazer dele o mais mero o que quer que seja perante Deus, como um ser. Ento, opomo-nos ao Misticismo pantesta e ao mortal Pelagianismo. Oerroessencialdesteltimoqueeledaohomemcomotalumacertaposioperante Deus,erecusa-seareconhecerquemesmoomaiseruditoemaisexcelente,aquelecuja respiraoestemsuas narinas,Sim,ondeestele,paraserconsiderado?, menosque nadaperanteDeus.EofalsoMisticismoaquelatendnciainjuriosadamentehumana que, em todas as pocas e entre todas as naes, pelo argumento de ser nada perante Deus, Pgina 25 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlnega a significncia do homem mesmo como um instrumento de Deus. Nos seus escritos reiterado queperante Deus ohomem nada , queem Deus ele desaparece e seperde, que Deus o absorve. E este ser absorvido to empurrado que nada resta, ao que o pecado e a culpapossamseratribudos.Eassimaconscinciadaresponsabilidadeeaconcepoda imputabilidade se perderam. Homens Cristos, levados pela fascinao de serem nada, tm cantadohinosepregadosermesmuitoaceitveisaosBudistasdandia,mascompletae inteiramente fora do domnio do Cristianismo. O homem como instrumento de Deus , de fato, significante. Ao cria-lo do nada, Ele criou, noumnada,massimalgo;eaquelealgoeratoimportantequetodasascriaturasfeitas antesdeleaeleapontavam;noParasoseleeraoportadordaimagemdivina.Domnio sobre toda a terra lhe foi dado; ele inclusive julgar os anjos. O Filho assumiu a forma, no de anjos, mas de homem. Dizer que isto significa que o homem somente um espelho refletindo a natureza divina o esforovo desde misticismo doentio,parareconciliara significncia do homem com as suas prprias teorias pantestas. A Bblia ensina, no que Deus reflete algo em ns, mas que Eleconcedeestealgoans.OamordeDeusatravsdoEspritoSantoirradiado abundantemente nos nossos coraes. O Senhor faz de ns o Seu templo e entra nele. Uma sementedivinacolocadanaalma.guapuraborrifadaporsobrens.AEscritura utiliza-sedemuitasoutrasimagensparaalertar-noscontraafalsateoriaquenegaa disposio inerente na alma e que reduz o homem a um mero pedao de vidro que reflete. O ramo no um reflexo da vide, mas cresce a partir do tronco, do caule, portando folha e cacho. Um filho no um mero espelho do pai, mas um ser, possudo de vida e qualidades. Uminimigonoalgumquemeramentefalhaemrefletircorretamente,masumser dotado com existncia real. Fazer do homem, mesmo como um instrumento de Deus, um mero espelho , em princpio, negaropecado,destruirosentidoderesponsabilidade,etransformaravidarealnas fantasias de um sonho. A Bblia ensina, neste ponto, que perante Deus o homem no nada; que somente por Deus ohomemalgumacoisa;equetodaabondadeinerenteeadquiridaprovmsomenteda Fontedetodoobem.E,seguindoospassosdospaisReformados,nsdevemossustentar esta doutrina. Mas negar oser real e peculiar do homeminconsistente com aEscritura e com a Confisso. Escapandoassimdocaosdeummisticismofalso,eretornandoverdadeordenadae purificada,nsnomaisencontramosdificuldadenasantificao.claro,seofilhode Deusnopassardeumespelhopolido,entoestocorretosaquelesquenegama disposioinerente,santa;etaldisposioestforadequesto.Comoumespelho,o homem encontra-se morto, e tudo o que pode ser visto nele nada mais seno um reflexo fraco e passageiro da imagem de Deus. Mas se o homem, como instrumento de Deus, tiver um ser de sua prpria espcie, ento natural que alm daquele ser, Deus tambm deu-lhe qualidades. Um ser sem qualidades inimaginvel. Existem qualidades em cada esfera: no mundo material, pois o homem come, bebe, caminha, e dorme; no mundo intelectual, pois elepensa,julga,edecide;nasquestesdegosto,poiseleconsideracoisasserembonitas, feias, ou indiferentes; e no mundo moral, pois os seus desejos so justos ou injustos, nobres ou baixos, bons ou maus. Pgina 26 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.html Eestasqualidadesdiferememdiferenteshomens.Umamaumtipodecomidaqueum outro detesta. O julgamento de um confuso, e o de outro claro. Um chama de bonito o queoutrochamadenoatraente;debom,oqueoutroconsideramau.Assimquedeve haver uma diferena nas condies essenciais dos homens, as quais podem surgir dos seus respectivos temperamentos, educao, ocupaes, etc. Alguns homens tm essas diferenas emcomum.Homensdeumgruponoconsiderampecaminosooamaldioar,masantes parecemdivertir-secomisso;enquantoqueaquelesdeumoutrogrupoabominame protestam contra isso. Isto prova que entre estes dois grupos deve haver uma diferena de algumtipo;poissemumacausadiferentehopodehaverefeitosdiferentes.Eesta diferenaque fazcom que alguns homens divirtam-se em proferir maldies e que outros abominem o costume, chamada a disposio da personalidade do homem. Elapodesersantaoumpia,masnuncaindiferente.Sendocorruptaempiananatureza noregeneradadohomem,elanopodesersantonosregenerados,anoserqueDeus assim acrieneles. Aquilo que nascidoda carne carne. Todo o nosso correr e competir, todo o nosso trabalho exaustivo e toda a nossa labuta quase que escrava, no podem criar emnsumasantadisposio.SDeusquempodefaze-lo.ComoEletemopoder,pela regenerao,demudar araizdavida,assimEle podetambm, pela santificao,mudar a disposiodasafeies.EElepoderiahaverfeitoissodeumasvez,talcomona regenerao,fazendoa nossa natureza perfeita deimediato,emtodasassuas disposies; mas no aprouve Ele, Aquele que no d conta de nenhum dos Seus assuntos, assim faze-lo. claro, Ele livra o Seu filho imediatamente, da escravido do pecado; mas como uma regra, a santificao das suas disposies gradual, exceto no caso de crianas eleitas que falecem, edehomensconvertidosnoleitodemorte.Emtodososdemaisoimplantardas disposiessantasprogridepassoapasso,algumasvezesatmesmocomumlapso temporal. Sem este aumento em Cristo, no pode haver nenhuma santificao; e a alma que se encontra sem a santificao, que bases tem ela para gloriar-se em sua eleio? Ofcourse,HedeliversHischildatoncefromthebondageofsin;butasarulethe sanctificationofhisdispositionsisgradualexceptindeceasedinfantselect,andmen converted on their deathbed. In all others the implanting of holy dispositions goes step by step, sometimes even with temporal relapse. Without this increase in Christ there can be no sanctification; and thesoulthatfalls shortofsanctification,whatgroundhasit togloryin its election? X. Perfeito em Partes, Imperfeito em Graus OmesmoDeusdapazvossantifiqueemtudo;eovossoesprito,almaecorposejam conservadosntegroseirrepreensveisnavindadenossoSenhorJesusCristoI Tessalonissenses 5:23 AdoutrinaBblicadequeasantificaoumprocessogradualaperfeioadosomentena mortedevesermantidaclaraesobriamente:primeiro,emoposioaoPerfeccionista,que dizque ossantos podemserinteiramentesantificados nestavida;segundo, queles que Pgina 27 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlnegam o implante de disposies santas e inerentes nos filhos de Deus. Deve ser notado, portanto, que as Sagradas Escrituras distinguem a santificao, imperfeita emdegraus,easantificao,perfeitaempartes.Umbebnormal,emborapequeno,um serhumanoperfeito.claroqueeledevecrescer,masjtemtodasaspartesdocorpo humano. As faculdades mentais no podem ser examinadas, mas os membros do corpo so obviamenteperfeitosecompletos.Acabeapodenoestarcobertacomcabelo,muitos membrospodemaindaestarincompletos,masistonodiminui,noprejudicaasua perfeio: num pequeno comeo as partes e membros constituintes encontram-se presentes. Por conseguinte, a criana chamada perfeita em partes. Todavia,obebnoperfeitoemdegraus,i.e.,eleaindanoatingiuoseucompleto desenvolvimento e crescimento em cada aspecto. E este um processo lento, um progresso imperceptvel.Umavestimentaquelhesirvaperfeitamentenoite,nuncaserpequena demais ao amanhecer. O crescimento que ocorre durante uma noite imperceptvel. Ainda assimnscrescemosenosdesenvolvemos;eatahoradamorteonossocorpomuda, constantemente.Eesteaumento,easubseqentediminuio,quandodaidadeavanada, afetatodasaspartesdocorpo,igualmente.Nuncaacontecedecrescerobraodeuma criana, mas no sua perna; de o seu pescoo expandir, enquanto que a cabea permanece pequena. Este aumento, este crescimento gradual a fora expansiva de um princpio vital inerente, permeando todos os membros e cada parte do corpo. Istoaplica-seaosfilhosdeDeusnoseusegundonascimento,aindamaispoderosamente, poisnoreinodivinonoexistemdeformidades;todosprocedemdamodoseuCriador como criao perfeita. Esta perfeio est nas partes, i.e., elas tm o que essencialmente lhes pertence. E cada membro interiormente animado e nele operado, a partir de um princpio vital,porintermdiodoEspritoSanto,deformatalquetodasaspartessoportal princpioafetadasespontaneamente.Assimquenasantificao,inclinaesedesejos santos devem surgir daquele princpio vital, interior, nas partes, e permear cada membro. Neste sentido a santificao uma obra perfeita; no exteriormente, mas na parte de Deus, naquiloemqueElefazcomqueoprincpiosantificadorvenhaaafetarcadamembro.Ele nosantificaprimeiroavontade,edepoisoentendimento,ouprimeiroaalma,eentoo corpo; mas a Sua obra envolve, inclui o novo homem inteiramente, de uma s vez. Masasantificaoimperfeitanograudoseudesenvolvimento:QuandoDeusjtenha operado, jtenhaagido emns por dezanos, odesejo santo devesermuitomaisfortedo queeranocomeo.Esteoresultadodocrescimento,deaumentogradual,apesarde muitosaltosebaixos,quasequeimperceptvel.Assimqueexistempassos,ascendentes, de menos para mais, com referncia ao novo homem; e descendentes, de mais para menos no morrer do velho; mas em ambos uma mudana gradual, sempre mais distante de Sat e mais prxima de Deus. Perfeitaempartes,imperfeitaemgraus,comoosnossospiedosospaiscostumavam dizer, pelo que eles ilustravam o segundo nascimento em comparando-o com o primeiro; e nisto eles simplesmente seguiam a Escritura; que posiciona a perfeio da ddiva de Deus paralelamenteimperfeiodonossocrescimento,donossoaumentogradual.O Catecismo expressa isto como se segue: ...mesmo os mais santos deles conseguem apenas um pequeno incio de obedincia nesta vida. Entretanto, comeam com o srio propsito de Pgina 28 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlse conformarem no s com alguns, mas com todos os mandamentos de Deus.[Catecismo deHeidelbergParteIIIGratidoQueston114Mas,podemosquese converteramaDeus,guardarperfeitamenteestesmandamentos?].SoPaulodizque ...Elemesmo(Cristo)concedeuunsparaapstolos,outrosparaprofetas,outrospara evangelistaseoutrosparapastoresemestres,comvistasaoaperfeioamentodossantos paraodesempenhodoSeuservio,paraaedificaodocorpodeCristo,atquetodos cheguemosunidadedafedoplenoconhecimentodoFilhodeDeus,perfeita varonilidade,medidadaestaturadaplenitudedeCristo.[Efsios4:1113].NaSegunda Epstola aos Corntios (10:15) ele espera ser engrandecido entre eles quando a sua f cresa. AosColossenseseleescreve:afimdeviverdesdemododignodoSenhor,paraoSeu inteiroagrado,frutificandoemtodaboaobraecrescendonoplenoconhecimentode Deus[1:10]. Aos Tessalonissenses: ...pois a vossa f cresce sobremaneira, e o vosso mtuo amor de uns para com os outros vai aumentando[II Tessalonissenses 1:3]. O salmista canta queOjustoflorescercomoapalmeira,crescercomoocedronoLbano[92:12];eSo Paulo escreve a Timteo, seu filho em Cristo: Medita estas coisas e nelas s diligente, para queoteuprogressoatodossejamanifesto[ITimteo4:15].Apartirdasuaprpria experincia,oapstolotestifica:Noqueeuotenhajrecebidooutenhajobtidoa perfeio; mas prossigo para conquistar...[Filipenses 3:12]. E, escrevendo aos Corntios, ele traaumretratodofrutodasantificao,aodizer:...somostransformados,deglriaem glria, na Sua prpria imagem, como pelo Senhor, o Esprito[II Corntios 3:18]. MasnodevemoscairnoerrocomumdeaplicarsantificaooqueaBbliaensinacom relaoaosFilhoseoperfeito.Istocausaconfuso.Falandodeclassesdiferentesde crentes,aBbliareconheceofatodequeexistemdiferentesdegraus.Istosurgemais claramente da primeira epstola de So Joo (2:12 14), onde ele refere-se aos crentes como jovens,ecomopais,evidentementecomrefernciasuaidade,poiselecolocaos ltimoscomomaismadurosemexperinciaespiritual,acimadosprimeiros.EmHebreus 5:13,14,SoPaulodistingueoadulto,quealimenta-sedealimentoslido,eosbebsquedependem doleite.AosCorntios:...irmos,no vospudefalarcomo aespirituais, e simcomoacarnais[ICorntios3:1],i.e.,quelesquenosuportamcarne,masqueainda precisam ser alimentados com leite. Que estas palavras esto relacionadas santificao, evidente do que se segue: Porquanto, havendo entre vs cimes e contendas, no assim quesoiscarnaiseandaissegundoohomem?[versculo3].Desimesmo,eletestifica: Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas prprias de menino[I Corntios13:11]. Ele exortaosEfsios:...nomaissejamoscomomeninos,agitadosdeumladoparaoutroe levadosaoredorportodoventodedoutrina...[4:14];eentreosFilipenseseledistingue entreoperfeitoeomaisperfeito,aodizer:Todos,pois,quesomosperfeitos,tenhamos este sentimento[3:15]. Porconseguinte,oapstolodistinguia,evidentemente,duasclassesdecrentes:aqueles cujascondieseramnormais,eaquelesqueaindaseencontravamemumacondio preliminar.ABbliadesignaaquelesprimeiroscomoperfeitos,adultos,homense pais,aquempertenceoalimentoslido;enquantoeossegundoscomobebs, crianas, jovens que ainda usam o leite. Agorasurgeapergunta,seatransiodeumaclasseparaaoutraamesma,comoo aumento gradual da santificao. Geralmente a resposta afirmativa; mas a Bblia responde negativamente,porrazestoclarascomoaluzdodia.Provaconvincentens Pgina 29 de 55 VOLUME TRS - Captulo Primeiro - A Obra do Esprito Santo16/03/2010 http://www.monergismo.com/livros2/kuyper/whs/021.htmlencontramos em Filipenses 3:1215. No versculo 12, So Paulo diz, No que eu o tenha j recebidooutenhajobtidoaperfeio...;ediretamenteemseguida,vejamosoversculo 15,Todos,pois,quesomosperfeitos...;enamesmaconexo,elecoloca-sebem distintamente entre os perfeitos; sim, oferecendo-se a si mesmo como sem exemplo. evidentequequandoSoPaulo,sobalideranadiretadoEspritoSanto,declarano mesmomomentoqueelenoaindaperfeito,equeeleperfeito,sim,oexemplodo perfeito, a palavra perfeito no pode ser tomada no mesmo sentido em ambos casos; ela deve ter um significado diferente em um e em outro. Aquelesquecrememsantificaogradualnodevemapelarparaestapassagemnema outrassimilares,paracorroborarsuadoutrina.TalaplicaoerrneadaEscrituragro paraomoinhodosPerfeccionistas,quecomboarazoreplicam:Osapstolosestavam evidentemente familiarizados com santos inteiramente santificados, como ns mesmos. E qual a diferena? Umacrianaeumadultonosoomesmo;oltimofisicamentedesenvolvidopor completo,oprimeirono.Oltimo,havendoalcanadoamaturidade,entranonovo processodetornar-semaisnobre,maisrefinado,maisforteinteriormente.Ocarvalho continua a crescerat atingir a altura completa, processo o qualcobre anos a fio.Mas este noofimdoseudesenvolvimento.Aocontrrio,elenocomeaaadquirirsuas qualidade de ao at que esteja totalmente desenvolvido. A criana enviada escola, para oexercciodosseuspoderes.Havendopassadoporsucessivasinstituies,eestando graduadadoltimoano,elarecebeoseudiplomaquedeclaraqueasuaeducao terminou e que j encontra-se pronta para entrar na carreira da sua vida; i.e., sua educao est completa tanto quanto refere-se escola. Mas isto no implica que no haja mais nada aseraprendido.Pelocontrrio,somenteagoraqueosseusolhossoabertospara enxergararealidadeeacondiorealdascoisas.Aeducaoestconcluda,todaviao aprendizado est somente comeando. Eomesmoaplica-sequelesaquemaBbliachamadeperfeitos.Umnovoconvertido deveriaprimeiroirescola,eno;apsaprticadoMetodismo(1),serdiretamente colocadoatrabalharparaconverteroutros,comoumcrenteperfeito.Elesomenteum beb, diz o apstolo, um a quem dado leite; e de um beb no pode se esperar que assista como uma parteira ou como uma enfermeira