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2012 ROTEIRO Mr. Tomaz PRÓXIMA PARADA: SUMARÉ [SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA] Média que trata da busca dramática de RENATO atrás de sua mãe. Essa busca vai se tornando cada vez mais difícil, quando RENATO acredita na fé para esse reencontro. Para isso ele terá que percorrer toda a cidade de São Paulo, metendo-se em situações pouco prováveis e usando de artifícios criminosos. Provocando uma fama de repercussão mundial, quando causa um atentado ao Transporte Metropolitano de São Paulo.

santuário Nossa senhora de Fátimastatic.recantodasletras.com.br/arquivos/3537784.pdf · [SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA] ... CENA 01 – METRÔ – HOSPITAL / TARDE RENATO

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2012 ROTEIRO

Mr. Tomaz

PRÓXIMA PARADA: SUMARÉ

[SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA] Média que trata da busca dramática de RENATO atrás de sua mãe. Essa busca vai se tornando cada

vez mais difícil, quando RENATO acredita na fé para esse reencontro. Para isso ele terá que

percorrer toda a cidade de São Paulo, metendo-se em situações pouco prováveis e usando de

artifícios criminosos.

Provocando uma fama de repercussão mundial, quando causa um atentado ao Transporte

Metropolitano de São Paulo.

CENA 01 – METRÔ – HOSPITAL / TARDE

RENATO entra em um vagão de trem ofegante, abre a mochila e tira

algumas balas e doces e oferece aos passageiros.

RENATO

Senhores passageiros, desculpe interromper sua viagem, mas venho

oferecer as mais novas novidades de chicle tridentes, sabor

tradicional, morango, menta, abacaxi e hortelã. Somente R$1,00

Real cada. Tenho também barras de chocolate lacta, nos sabores

ao leite, meio amargo e branco, somente R$2,00 Reais cada, três

por R$5,50. Aqueles que puderem ajudar eu agradeço, aqueles que

não puderem eu agradeço da mesma forma. Tenham todos uma boa

viagem.

Um senhor levanta a mão, Renato vai até ele.

RENATO

Tridente moço? Quantos?

PASSAGEIRO

Sim! Dois por favor, um de Hortelã e um abacaxi.

Renato recebe o dinheiro do passageiro, coloca no bolso e

desmaia ao entregar o troco. É socorrido pelo passageiro. Ao

acordar Renato está em um hospital tomando soro, ao lado está

uma enfermeira.

RENATO

Onde estou? Por favor, preciso ir embora, o Carlos não irá

gostar de me ver aqui. Vai me bater se eu não voltar ao

trabalho.

ENFERMEIRA

Acalme-se! Você está no Hospital Sabóya, sua pressão baixou no

metrô e foi trazido pra cá por um senhor, mas ele já foi embora.

Você precisará passar a noite aqui em observação. Quer ligar pra

alguém? Sua mãe, ou pra esse Carlos talvez?

RENATO

Sim, como faço?

ENFERMEIRA

Terá que ir até a recepção. Vamos? Eu o ajudo!

RENATO

Posso tomar banho primeiro?

ENFERMEIRA

Claro! Irei visitar outro paciente e logo volto para acompanha-

lo!

Renato vai para o banheiro, e ao perceber que a enfermeira já

não o observa mais, ele pega sua roupa, veste rapidamente, sai

do quarto e caminha em direção à saída do hospital.

CENA 02 – INTERIOR CASA DE CARLOS / NOITE.

RENATO entra no barraco e encontra CARLOS e SARA fazendo sexo na

cama. Renato deita-se no sofá. Logo em seguida Carlos levanta e

vai até Renato. Chuta o sofá.

CARLOS

Eu já te disse que você não pode dormir sem antes me dar o

dinheiro que tirou no dia! Desgraçado!

RENATO tirou do bolso uma cédula de R$20 e duas de R$5.00.

CARLOS

(interrompendo-o) Só R$ 30,00 reais, seu filho da puta? O que

você fez o dia todo seu veado? Dando o cu por ai?

CARLOS dá um tapa em RENATO.

RENATO

Foi tudo que eu consegui CARLOS.

RENATO

Desculpe-me, mas passei mal e tive que ser levado pro...

(interrompendo-o) CARLOS pega o cinto que estava no sofá e

chicoteia RENATO

CARLOS

Isso é dinheiro que traga para casa? Eu já te disse que mesmo

que você esteja morrendo, no mínimo tem que trazer R$50,00 por

dia? Filho da puta!

RENATO

Não fale mal de minha mãe, canalha!

CARLOS

A bichinha criou coragem agora? E ainda defende aquela vadia?

Aquela vaca que te abandonou? Já te falei que aquela vaca te

largou aqui. Não te aguentava mais, nem a você nem a mim. Pra

falar a verdade eu é que não aguentava mais aquela vagabunda

mesmo.

RENATO

É mentira! Minha mãe não me largou! Tenho certeza que você fez

algo com ela! Canalha!

CARLOS

Canalha é o corno do teu pai! É outro que não aguentou sua mãe,

nem você, e se mandou! Ou será que sua mãe o matou?

RENATO

Para de falar da minha mãe, ela não é uma assassina como você!

Se tiver feito algo com ela eu te mato desgraçado!

CARLOS

Me matar? Experimenta então?

CARLOS continuou a espanca-lo com o rolo de macarrão!

CENA 03 – CONT. INTERIOR – CASA DE CARLOS / NOITE.

Ao ver que RENATO espirrava sangue pelo nariz, SARA levantou-se

e segurou CARLOS pelo braço.

SARA

Deixe o garoto, já chega CARLOS, não ver que ele já está mau?

RENATO não conseguia mais se mexer, gemia baixo, e tinha

dificuldade para respirar!

CARLOS

Não se envolva, onde não é chamada, vagabunda! Dá próxima vez

que se meter onde não deve, eu te mato! Sou eu que digo a hora

de parar de bater nesse veado.

SARA recebe um soco no rosto, e cai no sofá, ele a segura pelo

braço torcendo.

CARLOS pega RENATO, pelo braço e o leva arrastando-o ate o

banheiro, trancando-o.

CARLOS

Vai dormir com fome para aprender que quando não cumprir seu

trabalho, sempre haverá consequências! E da próxima vez que

chegar com merreca em casa, vai ser bem pior!

CARLOS voltou para a cama onde SARA já se encontrava deitava,

ainda aos prantos! Dá um empurrão com o pé em Sara que a fez

cair no chão!

CARLOS

E eu não quero choradeira aqui não! Vai dormir no sofá, pra

aprender a não se meter onde não deve! Vaca!

O relógio mostra 3 Horas da manhã. Sara levanta, vai até o

banheiro e acorda Renato.

RENATO

Que está fazendo?

SARA

Venha, precisa cuidar desses ferimentos, antes que infeccione.

Puxa-o para a laje.

SARA

Fique aqui, irei buscar o kit de primeiros-socorros.

SARA sai e quando volta encontra RENATO ajoelhado rezando.

RENATO

Senhor! Te peço pela última vez, dai-me forças para que eu possa

sair daqui, matar esse desgraçado e encontrar minha mãe! Não

aguento mais viver assim! Preciso saber o que aconteceu com ela!

Só te peço um sinal, para saber se ainda está viva.

Ao ver que Sara se aproximava, parou de rezar. Ela começa a

fazer uns curativos nele.

RENATO

Por que está fazendo isso? Sabe que ele não irá gostar.

SARA

Você está machucado. Não aguento vê-lo sofrer, você não merece

isso Renato!

RENATO

Mas sempre foi assim. ele também te maltrata, por que está com

ele?

SARA

Quando o conheci, ele me mostrou outra pessoa, mas logo se

mostrou como realmente é! Eu já estava apaixonada, não consigo

largá-lo! Já sou adulta Renato, sei o que faço, mas você é

apenas um garoto, não merece tudo isso que passa!

RENATO

Você gosta de ser maltratada Sara, é igualzinha a ele.

SARA

Sei que não gosta de mim, também não tiro suas razões! Mas

quero te ajudar Renato. Que posso fazer?

RENATO

Queria apenas encontrar minha mãe. Me diga, sabe o que ele fez

com ela?

SARA

Está presa, por tráficos de drogas.

RENATO

Mentirosa! Minha mãe jamais faria isso.

SARA

Ele a incriminou. Implantou provas, e a denunciou.

RENATO

Desgraçado, onde ela está?

Do fundo, Carlos grita.

CARLOS

Sara?

Interrompida por Carlos. Ela tira R$ 300,00 Reais do bolso e o

entrega.

SARA

Esse dinheiro é de umas economias do hospital que guardei. Pegue

e fuja daqui, o quanto antes, qualquer lugar é melhor que aqui.

Se quiser te indico uns abrigos que você possa ficar.

RENATO

Não posso aceitar. Ele pode te matar se souber.

SARA

Não saberá. Só me prometa uma coisa? Prometa que não seguirá o

mesmo caminho que ele?

RENATO acena com a cabeça. Assim que SARA sai, ele volta a

ajoelhar.

RENATO

Senhor! Dai me força agora mais que nunca, preciso ir atrás de

minha mãe, ela não merece o que esse canalha fez. Te prometo

que ele irá pagar por tudo que fez. Eu vou encontra-la nem que

seja a ultima coisa que eu faça.

CENA 04 – CELA/PENITENCIÁRIA FEMININA / DIA

RITA está arrumando as malas, pega em um porta-retrato da

parede, olha atentamente a foto de RENATO com 7 anos de idade,

beija-o e coloca na mala. NEUSÃO que está logo atrás, apenas

observa.

NEUSÃO

Chegou seu grande dia Rita. É uma mulher livre agora! Que pensa

em fazer? Vai atrás de vingança né?

RITA

Não Neusão! A única coisa que mais quero é encontrar o RENATO, e

voltar pra Taubaté. Viver com ele novamente. Esquecer que os

últimos 5 anos da minha vida não existiram.

NEUSÃO

Como não vai se vingar, o cara te incriminou por 3 anos. Foi

injustiçada. Se quiser eu te ajudo, assim que eu sair daqui

também!

RITA

Muito obrigada Neusão. Mas cada um terá o que merece. Não sou

que farei justiça, mas será Deus.

Aparece uma policial.

POLICIAL

Rita Gonçalves. Pode sair.

RITA abraça Neusão, e sai com a Policial no corredor da

penitenciária, saudando as outras detentas que acenam para ela.

Logo cruza a porta de saída.

POLICIAL

Se cuide Rita, não se meta mais em encrenca, e aproveite a

liberdade.

RITA

Espero nunca mais vê-la SANDRA. Obrigada.

CENA EXTRA 01 /DIA

RITA, pega um ônibus em direção São Paulo, vem sorridente e ao

mesmo tempo chorosa. Embarca em São Paulo, vai até a Praça da

Sé, caminha pelo Largo São Francisco, Avenida Brigadeiro Luiz

Antônio, e continua em direção a Santa Efigênia, ao cruzar com a

Rua Direita, passa lado-a-lado com RENATO que entra na Rua José

Bonifácio, porém ambos não se veem.

CENA 05 – PONTOS DA CIDADE/PRAÇA DA REPUBLICA/ TARDE

RENATO está apenas de mochila, e caminha por alguns pontos da

cidade, como lago do Paisandu, Minhocão, Viaduto Maria Paula,

para em alguns pontos para perguntar. Até que chega á Praça da

Republica, e encontra um Taxista.

RENATO

Com licença, poderia me informar quais são os presídios

femininos que tem em São Paulo?

TAXISTA

Está maluco garoto? Saia daqui.

Taxista entra no Táxi.

RENATO

Eu posso pagar!

Renato mostra o dinheiro. Mas o taxista parte e vai embora. De

longe uma usuária de droga aproxima de RENATO.

MELINA

Eu já fui presa!

RENATO

Que?

MELINA

Você disse que quer saber as penitenciárias que tem por aqui? Já

passei em quase todas, talvez eu possa te ajudar.

RENATO

Como?

MELINA

Me paga um almoço?

Os dois caminham para uma lanchonete.

MELINA

Você parece tão novo! Trabalha como aviãozinho?

RENATO

Que? Não, eu não! Eu quero encontrar minha mãe!

MELINA

Ela está presa?

RENATO

É uma longa história!

MELINA

Bom, até terminarmos de almoçar, temos muito tempo.

Renato começa a relatar como sua mãe fora parar na cadeia,

relembrando desde o dia que conheceram o Carlos.

CENA 06 – ANO 2000/TAUBATÉ/ CASA DE RITA/RUA/IGREJA –/DIA

RITA

Venha Renato, ajoelhe-se comigo para rezar! Já iremos sair!

Renato vem ajoelha-se ao lado da mãe, diante do altar

improvisado de sua casa com uma imagem grande de Nossa Senhora

de Fátima.

RENATO

Mãe, por que a gente reza tanto?

RITA

Pra curar nossos pecados filhos.

RENATO

Que pecados?

RITA

Pequenos pecados que cometemos sem perceber, mas também é para

agradecer bênçãos alcançadas!

RENATO

Precisamos rezar juntos?

RITA

Quanto mais agente rezar juntos, mais alto Deus escuta nossas

preces!

RENATO

E o que a senhora pede?

RITA

Que você cresça bem, seja um bom menino, estude e que tenha uma

bela família!

Ela pega uma santa e coloca no altar.

RITA

Essa é Nossa Senhora de Fátima, sou devota a ela. Até hoje tudo

que eu pedi ela me abençoou!

RENATO

E se eu pedir pro papai voltar mamãe, ela trás?

RITA

Pode ser que sim meu filho, mas tem que pedir com fé!

RENATO

Vamos pedir juntos, mamãe? Ai ela escuta mais alto meu pedido!

RITA

Vamos rezar Renato. Pai nosso... que está nos céus...

RITA

Vamos Renato, tenho que levar a imagem de Nossa Senhora de

Fátima para a Igreja antes da missa! Segura a minha mão!

Dá a mão para RENATO, e os dois saem de casa.

CARLOS

Posso ajudar? Essa Santa parece muito pesada para uma senhorita

carregar! Tirando-a das mãos de Rita. Renato esconde-se atrás da

saia de sua mãe.

RITA

Não se incomode! Não está tão pesada!

CARLOS

Pode deixar, sou cavalheiro e também estou indo à igreja!

Desculpe não me apresentei, Prazer sou Carlos!

RITA

Rita!

Ele a beija na mão!

CARLOS

O prazer é todo meu!

RITA

E esse é meu filho Renato! Seja educado Renato!

CARLOS

Fala campeão, tudo bem?

RENATO ficou calado!

CARLOS

E seu marido não vai acompanha-la?

RITA

Eu não tenho marido!

RENATO

Ele está viajando!

CARLOS

Entendi!

Chegam à igreja. Ela entrega a imagem ao Padre Agostinho e

acomoda-se na bancada da frente da igreja com Renato. Quando

começou a missa, Rita e Renato perceberam que o Seminarista novo

da igreja é Carlos. Rita dá um pequeno sorriso para Carlos. Ao

fim da missa ele aproxima-se de Rita

CARLOS

Posso acompanha-la?

RITA

Claro! Vamos Renato!

(rola uma conversa entre eles em off, até chegarem a casa de

Rita.)

CARLOS

Moram apenas vocês dois nesse casarão?

RITA

Sim, minha mãe já falecida, há dois anos, nos deixou como

herança.

CARLOS

Sinto muito!

RITA

Tudo bem! Gostaria de entrar e tomar um café?

CARLOS

Ah não, muito obrigado mas preciso ir, tenho que fazer almoço

ainda, sabe como é né? Vida de solteiro!

RITA

Se quiser pode ficar, já deixei almoço pronto!

(Passa um Flash Back de fotos de RITA e CARLOS casando e em

outros momentos.) Volta à cena de MELINA e RENATO.

RENATO

Aquele desgraçado acabou com a minha família. Iludiu minha mãe,

a convenceu a vender a casa da minha vó, gastou tudo aqui. E

ainda fez minha mãe ser presa. Eu juro que ele irá pagar por

tudo.

MELINA

Olha! Espero de coração que você encontre sua mãe, de verdade.

Posso te ajudar a ir a algumas cadeias que conheço.

RENATO

Serio? Como?

MELINA

Eu tenho um amigo aqui da área que pode te levar se você quiser.

Mas ai você vai ter que ajudar ele também! Quanto você tem?

RENATO

R$ 500,00 Reais.

MELINA

Está ótimo, está disposto mesmo a encontrar sua mãe?

RENATO

É tudo que eu mais quero.

MELINA

Então tira o dinheiro ai do almoço, e me entrega o resto, que

enquanto você paga ai, eu vou lá conversar com ele! Pode ser?

RENATO

E onde é?

MELINA

Logo ali na esquina

(aponta para um rapaz que está em uma esquina)

RENATO

Tudo bem! Me espera lá!

MELINA

Pode deixar.

Melina pega o dinheiro de Renato e vai de encontro ao rapaz.

Renato vira-se para pagar a conta. Melina ao ver que Renato não

os olha, corre junto com o rapaz por uma rua. Renato ao perceber

que Melina havia fugido, desespera-se e corre a procura. Entra

em ruas, mas não a encontra.

CENA 07 – BARRACO DE CARLOS / DIA

RITA caminha até o barraco de CARLOS, ao chegar bate três vezes

seguidas, mas ninguém atende. Bate novamente e a porta se abre.

Ela entra, encontra um porta retrato com uma foto recente de

Renato, coloca na bolsa, e logo se depara com CARLOS embriagado

de cueca, dormindo no sofá.

RITA

Acorda desgraçado! Acorda Carlos.

Batendo para acordá-lo. Ele acorda e assusta-se ao reconhecer

RITA.

CARLOS

Hora, hora, se não é a traficante que voltou. Estava com

saudade, tava? Puxando-a pelos cabelos.

RITA

Me solte desgraçado. Só quero saber do meu filho, o que fez com

ele?

CARLOS

Aquela bichinha?

RITA

Filho da mãe (empurra-o) O que fez com ele?

CARLOS

Digamos que ele virou refeição de uns amigos meus.

Rita entra no choro. Logo se levanta enfurecida e vai de

encontro com ele, os dois passam a ter uma luta corporal. Mas

ele a pega pelos cabelos e a domina. Ela chora desesperadamente.

SARA entra, e ao ver a cena tenta separar.

RITA

Desgraçado, me fale o que fez com meu filho. Diga onde está

Renato!

SARA Joga uma cadeira nas costas de CARLOS que o mesmo cai

desacordado.

SARA

Você é a mãe do RENATO?

RITA

Sim, sou eu! Sabe onde ele está? Por favor, me ajude!

SARA

O Renato fugiu de casa há alguns dias, procure em Albergues da

cidade.

Carlos volta a se mexer, SARA faz sinal para que RITA saia do

barraco, ela obedece e sai. Do fundo ouvem-se os gritos de

Carlos.

CARLOS

Vagabunda, você me acertou com uma cadeira.

CENA 08 – VIADUTO SANTA EFIGÊNIA/FEBEM - MADRUGADA

Gangues do Centro haviam marcado um encontro para um confronto

no Viaduto Santa Efigênia. A poucos metros dali, RENATO foi

acordado por um morador de rua enquanto dormia em um banco de

praça. Então caminha em direção ao confronto de gangues sem

saber. Ao chegar, tentou desviar o caminho, mas duas viaturas da

polícia chegaram neste momento, fechando a passagem e agredindo

todos que encontravam. Até mesmo RENATO, de tanta dor, não

consegue correr. Todos os outros correram, mas Renato foi

colocado em uma van. Chegam à Fundação CASA, colocaram RENATO

sentado em uma cadeira, sua boca sangrava. Esforça para abrir os

olhos.

CARCEREIRO 1

Encontraram esse “aviãozinho” lá no viaduto Santa Efigênia. Os

Moleques estavam em um confronto. Alguns correram, e esse aqui

estava caído no chão.

DR. ADAUTO

O que tinha com ele?

CARCEREIRO 1

Esses entorpecentes, faziam ponto de tráfico lá. Mostrando uns

papelotes de maconha e craque.

Carcereiro 2 dá um chute entre suas pernas.

CARCEREIRO 2

Qual o seu nome moleque?(Puxando pelo seu cabelo).

DR. ADAUTO

Papelote é? Você vai ficar um bom tempo por aqui. Levem-no,

amanha falo com ele.

RENATO foi levado arrastado até uma sala minúscula e escura.

Jogam-no chã. 5 horas da manhã no relógio do corredor,

carcereiro 2 passa batendo o cacete nas selas.

CARCEREIRO 1

Acordam suas dorminhocas. 15 minutos para se posicionarem no

pátio 3.

Renato permanecia imóvel no chão.

CARCEREIRO 1

Acorda moleque, se não vai parar no sufoco.

RENATO abre os olhos, geme um pouco de dor.

RENATO

Aaai! Onde estou?

RENATO levanta um pouco com dificuldade, segurando-se nas

paredes. Caminha para fora da sala e encontra uma porta no fim

do corredor aberta.

Depara-se com uma multidão de garotos seminus em fileira no

pátio. Dois oficiais fardados estão com cacetes nas mãos, um

deles vai até RENATO e o leva a força até os outros.

CARCEREIRO 2

Anda moleque, tira a roupa!

RENATO

Mas por quê?

CARCEREIRO 2

Para de perguntar e tira!

(Dando uma cacetada na cabeça de Renato que cai sobre o Pátio.

Ele levanta com dificuldade, tira a roupa, ficando apenas de

cueca, é revistado).

CARCEREIRO 1

Eu quero saber de quem é esse calibre 38, que eu encontrei

jogado no pátio ontem?

Mostrando a arma. Todos ficaram calados.

CARCEREIRO 1

É sua? Apontando para um dos garotos.

MICHEL

Não senhor!

CARCEREIRO 1

De quem é então?

MICHEL

Sei não senhor!

Carcereiro dá uma cacetada nas pernas de Michel, que cai de

joelhos.

Quero fazer um jogo, já brincaram de Roleta-Russa? Vamos fazer

igual, a diferença é que não irei rodar a arma, irei apontar

mesmo.

CARCEREIRO 1

Hem? Quem eu vou chamar pra brincar é: Você! (Para CABELO).

Você! (Para PRETINHO). Você! (Para DIMENOR) Vocês dois! (Para

OLAVO e GUSTAVO). E você! (Para RENATO) Os outros vão para trás!

Todos saem e ficam do outro lado do pátio.

CARCEREIRO 1

Já que ninguém quer me dizer de quem é a arma por bem, vão dizer

por mau. Encontrei a arma ontem no chão e deixei somente uma

bala. Eu irei apontar, para cada um, se ninguém disser de quem

é! Pode ser que o destino da única bala, cruze com o de vocês.

Divertido não? Começando por você! (Apontando para PRETINHO) De

quem é?

PRETINHO

Sei não senhor, por favor.

CARCEREIRO 1

Ah que pena, não sabe de quem é! (Mira a arma na cara de

pretinho). É 1...2...3...e Tic. (A arma não disparou). Hahahah!

Teve sorte pretinho. Agora você! (Para Cabelo) De quem é?

CABELO

Não sei não senhor!

CARCEREIRO

Outro que não sabe, ah que dó! (Mira a arma na cara de CABELO,

novamente a arma não dispara). Vocês estão com sorte hem? Mais

as chances de não disparar estão diminuindo. Agora você!( Para

OLAVO, ele segura um terço na mão, está de olhos fechados,

rezando baixo)

CARCEREIRO 1

Ah! Que fofo está rezando. Será que a fé está do seu lado rapaz?

Sabe de quem é?

OLAVO

Não senhor! (Mira a arma de OLAVO e ela não dispara).

CARCEREIRO 1

Mais um sortudo! E agora? E te gente que ainda diz, que a fé não

move montanha! Hahaha! Você agora! (Para DIMENOR) De quem é?

DIMENOR

Não é minha senhor?

CARCEREIRO 1

Perguntei de quem é!

DIMENOR

Sei não senhor!

CARCEREIRO 1

Que porra, será que ninguém sabe de quem é? Vamos pro próximo

então! (Mira e mais uma vez não dispara). Apenas mais dois,

agora estou curioso.

Você! (Para GUSTAVO) De quem é?

GUSTAVO

Senhor desculpe, mas não sei!

CARCEREIRO 1

Oh! Nem imaginava! (Mira e pela quinta vez, não dispara) Então

temos o novato, coitado você é que não sabe mesmo! Hahahaa! Mas

como te escolhi para a brincadeira, seria injusto não acha?

RENATO está tremendo e suando!

RENATO

Por favor, senhor não sei de quem é! Por favor!

CARCEREIRO 1

Mas não perguntei nada! Disso eu sei! (Mira na cabeça dele!)

Falou rapaz! (RENATO fecha os olhos. Da multidão de garotos que

assistiam, ouve-se um grito).

MC.

É minha senhor!

Ele tira a arma da cara de RENATO e diz:

CARCEREIRO 1

Venha aqui!

Sai Mc.

CARCEREIRO 1

Leva ele para o sufoco, depois acertamos com ele! (voltando-se

para Renato) Lamento, mas é tarde mais! (Novamente mira a arma

na cara de RENATO e dispara, ouve-se um momento de silêncio, a

arma pela ultima vez, não dispara).

CARCEREIRO 1

Hahahaha! Acreditaram mesmo que tinha uma bala? Hahaha Que

troxas! Voltem todos para as salas. Haha! Que moleques troxas. E

leva essa bichinha novata para o diretor ver!

RENATO

Não vou a lugar algum!

CARCEREIRO 1

Hahaha! Ta querendo enfrentar veado? Tu axa que pode comigo?( Dá

uma cacetada no braço dele) Leva logo esse veado

Carcereiro 2 leva RENATO a força para a sala do diretor.

DR. ADAUTO

Quer dizer que você já estava aprontando no pátio é? Mal chegou

e já está dando problema moleque! Nunca lhe falaram que aqui,

quem dita as regras sou eu? É melhor você se comportar, se não

vai ficar pior pro teu lado! Agora fala: O que você tava fazendo

ontem no viaduto!?

RENATO

Estava só de passagem, não tinha nada haver com o que estavam

fazendo lá, senhor, não tava fazendo nada de errado!

DR. ADAUTO

Nada de errado? Encontraram esses papelotes com você!

RENATO

Não eram meu não senhor!

DR. ADAUTO

De quem era então, dos meus homens? Eles me disseram que estavam

com você. Quer dizer que meus homens estavam mentindo?

RENATO

Sei não senhor!

DR. ADAUTO

É melhor assumir, se não faço você ficar mais tempo aqui, do que

você espera!

RENATO

Por favor, senhor, preciso encontrar minha mãe!

DR. ADAUTO

Ah, quer dizer que agora pensa na mamãe? Ta arrependido ta?

Então assume, eram seus ou não?

RENATO

Não senhor!

DR. ADAUTO

Assume! Pensa bem! Quanto mais você negar, vou fazer você ficar

mais tempo aqui! Eram seus ou não?

Pausa por um segundo.

RENATO

Sim senhor!

DR. ADAUTO

Bom garoto! Põe ai porte e tráfico de drogas! (dirigindo-se ao

escrivão). Podem leva-lo e joguem ele no sufoco, pra ele

começar a conhecer a área.

RENATO

Senhor, preciso encontrar minha mãe.

CARCEREIRO 1

Cala boca moleque!

Levam RENATO. No fim do corredor, existia uma sala pequena, que

deveria servir como depósito, era a sala do sufoco. MC assustou-

se, quando os guardas jogaram Renato em cima dele, e trancaram

novamente a porta. RENATO e MC ficaram um tempo calados.

RENATO

Muito obrigado por assumir que a arma era sua!

MC

Tanto faz moleque! Mas saiu tudo errado! Droga!

RENATO em seguida ajoelha-se e começa a rezar.

RENATO

Senhor, por favor, me faça sair daqui para que eu possa procurar

minha mãe!

MC

O que você está fazendo?

RENATO

Minha mãe falava que quanto mais rezarmos, mais nossas preces

são atendidas.

MC

Acredita mesmo nessa besteira?

RENATO

Sim, ainda vou encontrar minha mãe. Mas preciso sair daqui.

MC

Você não é daqui né?

RENATO

Não, sou do interior.

MC

Percebi! Bom não era pra você está aqui, mas a porra do Dimenor

ramelou, era pra ele ta aqui no sufoco, pra gente fugir juntos,

agora vou ter q fugir sozinho.

RENATO

Fugir?

MC

Sim. Estamos cavando esse buraco há meses, e hoje seria o dia

que sairíamos. Por isso a gente deixou a arma no pátio. Era pra

nós dois vir pro sufoco, mas o Dimenor ficou com medo e ramelou,

vou embora sem ele. Se quiser ir também, aproveita. Mas tem que

ficar de bico calado.

Os dois saem, pelo buraco improvisado feito por MC.

CENA EXTRA 02 – ABRIGOS / DIA

RITA aparece visitando alguns abrigos, perguntando por Renato.

Vai até a FEBÉM, mostra a foto dele. Cena em off, mostrando a

felicidade de RITA ao saber que o filho está lá, um carcereiro

leva ela até o sufoco.

CARCEREIRO 2

Eles fugiram! Desgraçados!

RITA

Fugiram?

Carcereiro avisa pelo radio a fuga dos dois. RITA sai da FEBEM,

cola uns cartazes na rua. RENATO passa por alguns, mas não

percebe.

CENA 09 – BARRACO DE MC/RUA –/DIA

Os dois chegam à favelinha, no barraco de MC.

MC

Poh muleque vai fazer o que agora? Pra onde vai? Tem família?

RENATO

Só tenho minha mãe! Por isso tenho que encontra-la! Tenho que em

alguns presídios femininos.

MC

Primeiro precisamos de dinheiro.

MC Tira uma quantia de dentro do travesseiro, esse aqui num vai

dar pra nada! Sei de um lugar onde tem varias pessoas que

podemos tirar uns.

RENATO

Não MC, não sou ladrão, quero só encontrar minha mãe.

MC

Então segue o teu caminho truta, boa sorte ae na caminhada,

cuidado pra num cair na cilada de novo. Toma isso aqui, pra te

ajudar. (Entrega alguns uma mochila com roupas, e alguns

trocados)

RENATO

Não posso aceitar!

MC

Vai aceitar sim, é pouco, logo vai ter fazer algo pra conseguir

mais. Vai levar isso também, caso precise.

Mostra uma calibre 38.

RENATO

Isso não! Não sou desse tipo MC.

MC

Irmão, a rua é o lugar mais perigoso do mundo, precisa sempre tá

espero e ter muito cuidado. Agora vai na paz.

Renato esconde a arma na mochila, guarda o dinheiro e corre. Ao

passar pela vitrine das Casas Bahia de Santo Amaro, para e ver o

noticiário.

TV

Enfermeira que morava na favela do Pantanal, assassinou com 6

tiros o companheiro. A vítima Carlos Eduardo Pereira morreu na

hora, a acusada que é enfermeira, atende pelo nome de Sara

Silva, afirma legítima defesa. Vizinhos dizem que eram

constantes as brigas do casal. E que não se sabe o paradeiro do

enteado de Carlos, um adolescente do primeiro casamento de

Carlos.

Renato abriu um pequeno sorriso de soslaio, para em frente uma

loja de doces.

RENATO

Preciso encontrar dinheiro de alguma forma. (Abre a mochila,

olha para a arma e entra na loja).

CENA 10 – METRÔ –/NOITE

Senhores passageiros, desculpe interromper sua viagem, mas venho

oferecer no conforto do metrô as mais novas novidades, de bala

de goma, no sabores tradicionais e menta R$ 1,00 real cada, e 3

por R$2,50. Tenho também amedonins tradicionais, por R$ 0,50

centavos cada, e as paçoquitas por R$0,25 centavos. Aqueles que

puderem ajudar eu agradeço, aqueles que não puderem eu agradeço

da mesma forma. Tenham todos uma boa viagem.

Uma senhora levanta a mão, ele vai até ela, entrega um amendoim.

SENHORA

Deus te abençoe filho.

RENATO depois de ouvir as palavras da senhora, ficou inquieto,

caminha pelo vagão de um lado a outro. Logo para.

RENATO

Senhores, sem querer interrompê-los mais uma vez, gostaria de

pedir mais uma coisa. Não se preocupem, não sou ladrão e não

irei pedir dinheiro de vocês, peço apenas um pouco de atenção.

Não vejo minha mãe há mais de três anos, e a cada dia que passa

se torna uma tortura não poder ter saber onde ela está, como

está. Peço aos senhores que independente de religião, orem ou

rezem por mim? Orem para que encontre minha mãe. Que eu não

precise mais trabalhar no metrô pra conseguir dinheiro pra

encontra-la. Rezem para que eu seja feliz novamente.

Mas ninguém se manifestou. Renato então baixa a cabeça, caminha

para porta. E escuta a voz do metrô dizendo: Próxima Estação

Sumaré. Santuário Nossa Senhora de Fátima. Vem um Flash Back da

infância de Renato.

CENA EXTRA 03 – FLASHBACK DA CENA 06-ANO 2000 TAUBATÉ /DIA

RITA

Ela pega uma santa e coloca no altar.

Essa é Nossa Senhora de Fátima, sou devota a ela. Até hoje tudo

que eu pedi, ela me abençoou!

CENA EXTRA 04 – FLASHBACK DA CENA 06 - ANO 2000 – TAUBATÉ /DIA

RITA

Quanto mais a gente rezar juntos, mais alto Deus escuta nossas

preces.

CENA 11 - CONT. INTERIOR METRÔ / NOITE

RENATO CAMINHA OFEGANTE. ATÉ QUE ABRE A MOCHILA E SACA A ARMA.

RENATO

É o seguinte, só quero uma coisa.

Todos no metrô desesperam-se, mulheres gritando, mães colocando

filhos no colo.

SENHORA

O que você quer? Dinheiro?

Uma senhor aperta no Botão de Emergência, a porta se abre,

algumas pessoas correm, mas Renato mira para umas cinco pessoas

que estavam no fim do vagão.

RENATO

Todo mundo pra lá! (apontando para o fundo do trem) Você

(Apontando pra uma garota) Aperta o botão e pede pra fechar a

porta. A garota obedece.

GAROTA

Alô?

MAQUINISTA

Sim?

GAROTA

Por favor, moço, ele está armado, e pode atirar na gente, se

você não fechar as portas! Por favor, fecha as portas.

As portas do metrô se fecham. E RENATO passa a mão na cabeça,

preocupado.

CENA EXTRA 05– RUA/DELEGACIA / NOITE

Pessoas que saíram correndo do metrô entram em uma delegacia

próxima, e falam do atentado de RENATO.

CENA 12 – CONT. METRÔ /NOITE.

MULHER

Moço, eu estou grávida. Por favor, não faz isso com a gente não.

Deixa a gente viver. Abaixe essa arma.

RENATO

Olhe, eu não irei machucar ninguém, jamais teria coragem pra

isso! Só quero um favor. Um único favor. Rezem comigo pela minha

mãe. Não sei mais o que fazer pra encontra-la. Preciso muito

dela.

RENATO ajoelha-se e começa a rezar. Nesse momento chega vários

guardas e policiais. Acompanhado por 1 emissora de TV e vários

curiosos. Renato assusta-se.

DELEGADO

Solte as vítimas. Pode ser pior pra você. Fale o que você quer?

RENATO faz gestos que não consegue escutar. Delegado pega um

alto-falante, mas mesmo assim RENATO continua fazendo gesto que

não escuta.

CENA EXTRA 06 – HOSPITAL – NOITE

RITA está em um pronto-socorro mostrando a foto de Renato e

perguntando as enfermeiras se o viram. Ninguém tem notícias. Ela

senta na cadeira de espera, e olha a TV.

TV

Rapaz armado invade Metrô e faz cinco reféns. Ainda não se sabe

o motivo. Policiais já estão no local tentando negociar. Ao vivo

estamos com a Repórter Sabrina Temmer. Sabrina como anda a

negociação?

SABRINA

Boa Noite Mônica, nada fácil. Delegado Nogueira já está aqui no

local há mais de meia-hora mais ainda não conseguiu nenhum

contato com o rapaz. As suspeitas é que ele está fazendo isso

por vingança . O rapaz é aparentemente tranquilo, mas às vezes

parece preocupado, conversa muito com os reféns, ainda não se

sabe o que ele irá pedir. Mas estamos no aguardo. (Neste momento

aparece uma imagem de RENATO na tv, RITA o reconhece).

RITA

Renato?! Ah! Meu Deus, meu filho. (chorosa, sai).

CENA 13 – CONT. METRÔ / NOITE.

RENATO ainda está com os reféns no metrô. E o delegado tentando

algum contato. Um segurança pede para que o delegado vá até

cabine do metrô, onde há um microfone de acesso ao alto falante

do metrô.

DELEGADO

Consegue me escutar? Ouça-me, quero que liberte os reféns e

converse comigo, prometo ouvir e atender tudo que quiser. Está

me ouvindo? Responda!

RENATO permanece imóvel.

RENATO

Não queria que isso tivesse acontecido. Não era pra ser assim!

Era pra eu está em Taubaté com a minha mãe. Meu Deus!

SENHORA

Filho solte a gente. Prometemos não prestar queixa de você. Sei

que é um bom garoto, só está transtornado.

RENATO

Na verdade estou é preocupado. Agora sei que nunca mais vou

encontrar minha mãe. Por que não rezam comigo? Por favor?

DELEGADO

Rapaz, responda, sei que tem o alto-falante ai, me responda, o

que quer pra libertar os reféns?

Renato vai até o alto-falante, aperta. Neste momento tudo para.

Somente a voz de Renato ecoa.

RENATO

Só quero que eles rezem comigo?

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