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REVISTA | JULHO 2016 | #003 Um destino de Verão! VERÃO CULTURAL / #6 CONHEÇA O NOSSO PATRIMÓNIO PERFIL: NUNO MARKL / #24 “UMA FREGUESIA QUE ESTARÁ SEMPRE NO MEU CORAÇÃO”

São Domingos de Benfica em REVISTA | Julho 2016

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REVISTA | JULHO 2016 | #003

Um destinode Verão!

VERÃO CULTURAL / #6

CONHEÇAO NOSSO PATRIMÓNIOPERFIL: NUNO MARKL / #24

“UMA FREGUESIAQUE ESTARÁ SEMPRENO MEU CORAÇÃO”

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#14

#06#24

ContactosJunta de Freguesia de São Domingos de BenficaRua Lúcio de Azevedo, 12A1600-148 LisboaT: 21 724 86 10F: 21 724 86 11S: www.jf-sdomingosbenfica.ptE: [email protected]

Câmara Municipal de LisboaGeral: 808 20 32 32Campo Grande: 21 798 80 00S: www.cm-lisboa.pt

PSP - 3ª EsquadraT: 21 710 82 00F: 21 710 82 96

Regimento de Sapadores BombeirosT: 808 215 215

Hospital de Santa MariaT: 21 780 50 00

EPALRoturas na rua: 800 201 600Falta de água: 800 222 425

Lisboa GásFugas de gás: 800 201 722

EDPAssistência técnica: 800 506 506

Ficha TécnicaDiretorAntónio Cardoso

Propriedade e EdiçãoJunta de Freguesia de São Domingos de Benfica

Design e Paginação: C2See

Fotografia: José Manuel Costa

Impressão:

Depósito Legal:

Tiragem: 23.000

Periodicidade: Quadrimestral

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Executivo

VOGALAntónio Pedroso

Pelouros: Equipamentose Segurança

VOGALPedro Costa

Pelouros: Cultura

Economia Local e Empreendedorismo

Inovação

VOGALFrancisco Encarnação

Pelouro: Gestão Financeira

Saúde

PRESIDENTEAntónio Cardoso

Pelouros: Direção Geral, Ação Social, Educação

Recursos Humanos

VOGALJoão Boavida

Pelouros: Comunicação

Novas Tecnologias

VOGALJoão DiasPelouros:

Espaço PúblicoEspaços VerdesHigiene Urbana

MobilidadeLicenciamentos

VOGALPaulo SilvaPelouros: Desporto

Associativismo

Índice JULHO 2015P#04: Destino: conheça São Domingos no Verão

P#06:Cultura: à descoberta do património

P#10:Ar livre

P#12: Espaço Público

P#14: Comércio Tradicional:Estrada de Benfica

P#16: Desporto:Open de SãoDomingos

P#18:Refeições Escolares

P#21: Arraial Sénior

P#22: Educação: marchas infantis

P#24:PerfilNuno Markl

P#26:Conto:“As cidades guardam jóias”

P#28: Roteiro Gastronómico: Bom de Veras

P#29: Vox PopFacebook

P#31: BrevesOpinão: João Pinheiro

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A cabámos de entrar no verão. Época do ano propícia

para carregar energias após mais um ano de traba-

lho. Esta altura do ano faz-me sempre refletir sobre o

quanto é agradável viver em São Domingos de Ben-

fica. A sua diversidade cultural, patrimonial e gastronómica per-

mite, agora que os dias são mais longos e a temperatura bem

mais agradável, viver São Domingos de uma forma muito par-

ticular. Esta época do ano faz-me lembrar aquela campanha,

“vá para fora cá dentro”.

Não pretendo de forma alguma imaginar que todos nós, que

vivemos na freguesia, passemos as nossas férias neste magnífi-

co território. Apenas indicar que por detrás daquela campanha

promocional há a mensagem que, por vezes, não conhece-

mos o território onde vivemos. Por isso convido todos os nossos

fregueses a aproveitar este verão para conhecer melhor os

nossos ex-libris. Por exemplo, visitar o Jardim Zoológico, sempre

com novidades, a beleza do Parque Bensaúde, do Palácio dos

Marqueses de Fronteira, do Palácio Beau Séjour, da Quinta da

Alfarrobeira e dos seus magníficos jardins, do Museu Nacional

da Música, com peças únicas no mundo, ou do Museu Cosme

Damião, no complexo desportivo do Sport Lisboa e Benfica. E, já

agora, porque não experimentar o sabor diferenciador de um

pastel de São Domingos na Pastelaria Califa?

Eu, pessoalmente, farei o mesmo. Sei por experiência própria,

principalmente desde que exerço este cargo, que tenho vindo

a descobrir novidades sobre a cultura, o património, a história ou

os espaços verdes da nossa freguesia.

Mas esta mensagem é também direcionada aos jovens. Du-

rante os próximos meses, a Junta de Freguesia proporcionará a

todos distintas atividades de cultura, desporto e lazer como os

programas Praia Campo, o Verão Radical e as Pausas Letivas.

É, também, esta riqueza e diversidade cultural e patrimonial que

me motiva diariamente para fazer cada vez mais e melhor por

São Domingos de Benfica. Queremos estar cada vez mais perto

de si. Desejo a todos umas boas férias e um ótimo verão em São

Domingos.

A sua diversidade cultural, patrimonial e gastronómica permite, agora que os dias são mais longos e a tempe-ratura bem mais agradável, viver São Domingos de uma forma muito particular.

ViverSão Domingos

EDITORIALAntónio Cardoso

António CardosoPresidente da Junta de Freguesia

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DESTINO Verãoem São Domingos

O que é São Domingos de Benfica? Não me refiro ao Santo, claro, mas sim à fre-guesia, à unidade territorial. Será apenas isso? A soma de uns quantos edifícios e de umas quantas pessoas delimitadas por uma linha imaginária? Ou será mais? Uma identidade? Uma forma de estar e de ser? Saio do metro em Sete Rios e olho em vol-ta, ponderando para onde ir. O Jardim Zoológico, paragem obrigatória em crian-ça exerce ainda aquela atração mística, dos torreões que me instam a entrar no mundo animal, exótico e misterioso.“Ainda há dois meses estiveste lá, hoje não tens tempo”, digo a mim mesmo. “Tal-vez só um refresco…” afinal de contas os dias agora são quentes, e há que acaute-lar as necessidades do corpo tanto quan-to as da mente. A esplanada, ainda na zona pública do jardim, é banhada por um pequeno lago onde se passeia uma mão cheia de patos, mergulhando aqui e

ali em busca do seu sustento.“Sortudos, ao menos estão frescos.” Em boa verdade não me posso queixar, a co-bertura da esplanada dá-nos sombra em abundância; ainda assim o calor é inegá-vel, fruto do verão que teimou em chegar, mas quando o fez fê-lo em força. Acabo a bebida.Cá fora a azáfama citadina acalmou um pouco com o terminar da hora de ponta, e cinge-se agora ao passar pesaroso dos autocarros que cruzam a praça vindos e indo para os mais variados destinos. Enca-minho-me para a Estrada de Benfica, pas-sando as ruinas da antiga escola da PIDE e mais à frente o Largo Manuel Emídio da Silva, aquela meia-laranja que tanto pede a vida de outrora. Caminho até ao Chafariz de Santo Antó-nio da Convalescença, defronte do anti-go convento que lhe dá o nome, em tem-pos escola e depois universidade, e agora

apenas memória viva, marco dos tempos, ainda que excelente exemplo da mais es-belta azulejaria nacional.Contorno o convento e enveredo pela Rua de São Domingos de Benfica. Esta leva-me ao encontro de Monsanto, do verde e da frescura por que tanto anseio. Cruzo a ponte pedonal sobre a linha do comboio e desemboco no Largo de São Domingos de Benfica, que alberga os pa-lácios Fronteira e Devisme, a par com o Chafariz de São Domingos. Noto que está prestes a iniciar-se uma visita guiada ao Palácio Fronteira pelo que decido com-prar bilhete e juntar-me aos vários turistas e curiosos que ansiosamente aguardam admissão naquele mundo mágico do an-tigamente. Este não desaponta, e junto com os meus recém-adquiridos convivas cedo me vejo mergulhado num sem fim de salões cujas paredes contam histórias de batalhas onde os nobres quadros de

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DESTINO

outrora nos olham severos. Mais adiante descobrimos a agradável frescura dos jardins líricos onde nos perdemos na ima-ginação, encantados entre bustos, arbus-tos, estátuas e fontes; sempre acompa-nhados de magníficos murais de azulejo representando um sem fim de figuras: deuses e ninfas, todo o tipo de criaturas antropomórficas, gatos sorrateiros e até macacos irreverentes. A água corrente é um elemento sempre presente nas inú-meras fontes e chafarizes, nos canais dos jardins árabes, e acima de tudo no largo tanque onde reina indisputado o impo-nente cisne negro. Terminada a visita emirjo de novo para as ruas serpentantes do Bairro do Calhau, onde cedo me esqueço estar em Lisboa e me perco na pacatez campestre, escon-dida em pleno coração da urbe. O meu deambular leva aos caminhos do Parque do Calhau, outra joia escondida dessa caixinha de tesouros que é Monsanto, em cujos relvados me estico uns agradáveis minutos, minutos que se somam de dez em dez, vinte em vinte, até dar por mim a en-cerrar a manhã com uma saborosa sesta.

Os raios do sol vespertino despertam-me das garras de Morfeu, de volta a um mun-do pintado de verde; às sombras das fo-lhas que me pintalgam o rosto, tornadas translúcidas a quem como eu as vê en-trepostas entre si e o astro mor. A paz é palpável, e o não-silêncio acompanhado do chilrear dos pássaros, do cantar das fo-lhas, do pulsar da terra viva. Ergo-me, ain-da entre o cá e o lá, e o bosque a custo deixa-me ir, o abraço da gravidade por fim vencido. A brisa na cara sopra-me um adeus, enquanto os meus pés cantam passo a passo na relva a despedida, um último contributo para a verde sinfonia. Volto à estrada que me cumprimenta quente de volta à civilização.Um passar de olhos pelo relógio solta-me o murmúrio: “Está quase na hora combi-nada, é bom que te despaches.” Combi-nei almoçar em casa do Jorge, no Bairro Grandella. A Estrada de Benfica acolhe--me de novo, agora mais atarefada na azáfama do meio-dia. Ainda assim as caras são simpáticas, os seus donos bem--dispostos. O Jorge, funcionário municipal reformado, acolhe-me como só ele sabe: O divinal aroma proveniente da cozinha anuncia a iguaria que se avizinha; aquela que é nas suas palavras, e eu não o con-testo, a melhor cabidela da cidade.

A conversa desenrola-se animada, da atualidade ao antigamente e de novo a esta, regada com um excelente vinho do Douro que o meu anfitrião me insta a provar. A sua cara enrugada esconde uns olhos de azul profundo, perspicazes, que acompanham com atenção as minhas palavras e revestem de sabedoria as suas, atestando a sua compreensão. Já não há olhos destes: São olhos de quem viu muito, e hoje em dia já não se vê, só se olha.

O manjar pede um café, e o Jorge não confia nas modernices das cápsulas. “Desfrutar de um bom café é um ato so-cial”, diz-me. Sugiro o Beau Séjour mas res-ponde-me com um abanar de cabeça: A cafetaria fechou, lamenta. “Pode ser que reabra um dia, quiçá…”. Decidimo-nos pelo Califa. Ao passarmos pela Alfarrobei-ra pergunto-lhe:“Sempre vem para aqui a Junta?”“Diz que sim”, o seu olhar detém-se nos portões, já descobertos pelos andaimes que até há pouco cobriam a fronte do edifício, qual máscara regenerativa. “Ain-da bem”, continua “ter estes jardins fe-chados ao público era um crime.” Voltamos ao Bairro Grandella, despedi-mo-nos e sigo caminho, sob promessas de um retorno para breve e de novas patus-cadas. Subo em direção ao Alto dos Moi-nhos, rumo ao Estádio da Luz para pagar as quotas. Ainda não decidi se compro ou

não cativo para a próxima época “devia ter falado sobre isso com o Jorge… Enfim, fica para outra cabidela”, rasgo um sorriso.De volta aos Moinhos, aos berros dos miú-dos no pátio da Delfim Santos. Demorou menos tempo do que esperava. O sol bate forte: Rasga os céus e faz o ar dan-çar sobre o asfalto quente. De novo o dia pede sombra. Desço a Rua dos Soeiros, e viro para o Parque Bensaúde, de encon-tro ao abraço da natureza e do bendito resguardo que esta providencia. Nos so-calcos uma feirinha atraí uma pequena multidão, e no café procuro um bem-vin-do refresco. “E um gelado, porque não?” Ora, porque não sim senhor. Desço e saio pela nova porta na Estrada da Luz, rumo às Laranjeiras, à Loja do Cidadão.“Burocracias burocráticas burocratizantes, burocrinfernizam-nos a vida, e burocretini-zam-nos a mente.” Não sou muito dado a isto, como já devem ter percebido. Apro-veito para de passagem dizer um olá ao padre em S. Tomás de Aquino, e salva a minha alma entrego resignado o corpo às mandibulas mecânicas do Estado, prepa-rado para perder uns anos de vida e ga-nhar uns quantos cabelos brancos.

Findo o martírio retorno à Estrada da Luz, que rápido se torna Estrada das Laranjei-ras. Subo ao Rossio de Palma que me traz sempre boas e irreverentes memórias dos meus tempos de estudante, quando pas-sava tanto tempo na Universidade Católi-ca como naquele largo a “estudar” com miúdas… Peço uma imperial e sigo cami-nho, passando pelo Chafariz e pelo Palá-cio das Laranjeiras, anfitrião do lindíssimo Teatro Thalia, e rumo ao meu destino final: O Clube de Ténis das Laranjeiras, já qua-se de novo em Sete Rios, onde me espera uma amigável partida com três colegas de trabalho.O que é então São Domingos de Benfica? É Furnas, Laranjeiras, Moinhos e Calhau, estradas de luz, de laranja e de verme-lho do Benfica. É verde, bosque, palá-cios e quintas. Teatros, golfinhos, rossios e palmas ao Palma; Universidades, cafés e instrumentos estatais de tortura burocráti-ca. É isso, mas acima de tudo é pessoas, sorrisos, histórias, História e memória. É pas-sado, presente e futuro, caras abertas e olhares perspicazes, sinceros. E é sincero que afirmo, no calor de verão ou sol de Inverno: São Domingos de Benfica, gosto de ti.

Por: Hugo Vieira da Silva

O que é então São Domingos de Benfica?

É Furnas, Laranjeiras, Moinhos e Calhau,

estradas de luz, de laranja e de vermelho do Benfica. É verde, bosque, palácios

e quintas. Teatros, golfinhos, rossios e palmas ao Palma; Universidades,

cafés e instrumentos estatais de tortura

burocrática.

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CULTURA

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CULTURA

PALÁCIOSPor uma sorte geográfica, São Domingos de Benfica beneficia de muitas construções imponentes, palácios de veraneio de séculos anteriores, mandados erigir por nobres que quer pelas tempera-turas mais baixas que no centro da cidade, como pela beleza paisagística, os escolhiam para passar os meses mais quentes do ano. Alguns incluem ainda vários hectares de espaços verdes – jardins mais ou menos exuberantes, mas todos repletos de vege-tação capaz de refrescar os dias mais quentes do verão. Hoje em dia, a maior parte dos palácios da freguesia têm outras valên-cias e podem ser visitados e desfrutados pelo público em geral.

PALÁCIO DAS LARANJEIRAS OU DO CONDE DE FARROBO

Situado na Estrada das Laranjeiras, este palácio foi propriedade do Conde de Farrobo, um mecenas das artes, sobretudo da mú-sica que fomentou a atividade artística neste espaço que con-tinha também jardim e teatro. A festa era permanente e daí de-rivou a expressão “farrobadó” que hoje tão bem conhecemos. Os jardins foram, em 1905, “ocupados” pelo Jardim Zoológico de Lisboa – que aí se mantém até hoje e o teatro – Teatro Thalia - é propriedade do Estado oferecendo, sobretudo, uma programa-ção virada para a música clássica.

PALÁCIO E QUINTA DA ALFARROBEIRAA Quinta da Alfarrobeira, situada na Rua António Saúde, está datada da primeira metade do século XVIII, data em que foi adquirida pelo arquiteto e ourives João Frederico Ludovice que chegou a Portugal no final do ano de 1700, tendo sido incumbido por D. João V do projeto do Palácio-Convento de Mafra, cuja

primeira pedra seria lançada em 1717. A casa por si erguida na Quinta da Alfarrobeira detém muitas soluções arquitetónicas e construtivas, numa escala menor que viriam a ser adotadas na-quele monumento. Aqui funcionará, brevemente, a Junta de Fre-guesia de São Domingos de Benfica estando o palácio a ser alvo de obras de requalificação e adaptação às suas novas funções.

PALÁCIO E JARDINS DEVISME

O palácio, datado da segunda metade do século XVIII segundo projeto de Inácio Oliveira Bernardes, está sob gestão da Congre-gação das Dominicanas de Santa Catarina de Sena fundada por Teresa de Saldanha (1837 – 1916), cuja parte do espólio está exposto em várias salas do edifício e é visitável. O jardim, criado por Gerard Devisme, protegido do Marquês de Pombal, apaixonado por botânica, idealizou e concebeu um projeto inspirado na escola paisagista inglesa com um pendor

Somos o que pensamos, o que fazemos, o que conhecemos, mas também, o que vimos. Quantas vezes fazemos os mesmos trajetos sem reparar “a sério” nos edifícios, espaços verdes ou outros elementos que se atravessam no nosso caminho? Nesta edição convidamo-lo a dedicar um segundo olhar a São Domingos de Benfica, beneficiando do bom tempo, dos dias mais longos e mais livres, propondo-lhe que usufrua, em pleno, da sua freguesia.

VerãoCultural

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CULTURA

romântico em que a estética natural ganha peso sobretudo na sua configuração menos linear e mais próxima à Natureza. À época foram também instaladas várias peças escultóricas que, em 2004, foram vandalizadas e que aguardam recuperação. A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, juntamen-te com a Congregação das Dominicanas de Santa Catarina de Sena, tem vindo a estabelecer um trabalho de parceria em múl-tiplas áreas ao serviço da comunidade, nomeadamente, no que toca às conversações com a Direção Geral do Património Cultu-ral para a reabilitação das esculturas degradadas.

PALÁCIO E JARDINS BEAU-SÉJOUR

A antiga Quinta das Loureiras, localizada na Estrada de Benfica é hoje sede do Gabinete de Estudos Olisiponenses. Em meados do século XIX foi adquirida pela viscondessa da Regaleira que lhe muda a designação para Beau-Séjour. Mais tarde, é vendido e remodelado com a colaboração dos irmãos Bordalo Pinheiro: Maria Augusta, Columbano e Rafael e do decorador Francisco Vilaça que ali deram forma a um notável programa decorativo de pendor romântico e naturalista expresso em composições ce-râmicas, de pintura e estuques que merecem uma visita atenta.Os jardins em estilo romântico, detêm elementos arbóreos diver-sificados, estando igualmente abertos ao público.

PALÁCIO DOS MARQUESES DE FRONTEIRA

Construído no século XVII e considerado um dos melhores exem-plos de arquitetura palaciana da época, o palácio dos Marque-ses de Fronteira fica no Largo de São Domingos, está implanta-do no sopé da mata de Monsanto pelo que beneficia de um enquadramento natural muito favorável. Para além da riqueza interior espelhada em salas temáticas como a sala das Batalhas

ou a dos painéis, destacamos os jardins que figuraram na lista dos 250 mais belos do mundo (The Gardener’s Garden, da Phaidon Press). O palácio é gerido pela Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e propõe visitas e atividades culturais com regularidade.

CHAFARIZESA água é e sempre foi um bem essencial para a sobrevivência humana. As primeiras cidades surgiram perto de rios, mas com o aumento significativo da população, os recursos começaram a escassear. Em Lisboa, desde, pelo menos, a época romana que se construíram aquedutos ou outras formas de fazer chegar a água ao local onde as pessoas habitavam, daí a importân-cia vital dos chafarizes na cidade. Em São Domingos existem três exemplares de referência, todos posteriores a 1755 – ano do grande terramoto. Hoje em dia são património arquitetónico de Lisboa, mas olhando para eles facilmente lhe reconheceremos histórias de outros tempos. Visite os nossos chafarizes!

CHAFARIZ DAS LARANJEIRAS

Incluído na Zona de Proteção do Palácio do Conde de Farrobo, foi construído no âmbito de fornecimento de água a Lisboa, a partir das Águas Livres. Mandado erigir por decisão régia no final do século XVIII, na sequência de vários pedidos por parte dos moradores devido à falta de água. Localização: Estrada das Laranjeiras/Calçada Palma de Baixo

CHAFARIZ DE SÃO DOMINGOS DE BENFICA

Mandado construir por iniciativa privada de Gerard Devisme, este foi um chafariz difícil de entrar em funcionamento o que acabaria por acontecer em 1787 depois de a obra ter sido em-

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CULTURA

bargada três anos antes durante os quais foram efetuadas obras adicionais. De estrutura simples ao gosto neoclássico, ainda hoje se impõe na paisagem contígua ao largo de São Domingos, jun-to ao palácio Devisme. Localização: Largo de São Domingos de Benfica

CHAFARIZ DE SANTO ANTÓNIO DA CONVALESCENÇA

Foi em 1791 que D. Maria I pediu que se estudasse a possibilida-de de levar água canalizada até às Estradas de Benfica e das Laranjeiras, o que teria sido já solicitado por moradores da zona. Contudo, o Chafariz de Santo António da Convalescença – que deve o seu nome ao Convento de Santo António da Convales-cença situado em frente, só ficaria concluído em 1817. Localização: Estrada de Benfica

BAIRRO GRANDELA

De cariz e origem diferente dos palácios, o Bairro Grandela sur-ge na freguesia pela mão de Francisco de Almeida Grandela: político, industrial e comerciante ativo nos finais do século XIX e início do século XX com o objetivo de albergar os seus operários e funcionários em condições dignas. Assim, foram construídas ha-bitações, mas também uma escola e uma creche para os filhos dos trabalhadores, onde hoje se encontra o Fórum Grandela.Em junho esteve aqui patente a exposição “A Pintura nos jardins da Quinta Devisme, uma revisitação do passado ao presente”, uma mostra de cerca de 20 trabalhos resultantes do II Concurso de Pintura ao Ar Livre que decorreu no dia 25 de abril justamente nos jardins do Palácio Devisme. Uma ação integrada que visou dar a conhecer um espaço menos divulgado da freguesia e di-namizar o Fórum Grandela.

No segundo equipamento irá nascer uma “Casa da Cidadania” com o objetivo de ali instalar uma plataforma de Associações da Sociedade Civil.

MUSEUSHá quanto tempo não visita um Museu? E qual foi o último que visitou? Este verão atreva-se a descobrir ou redescobrir os três es-paços que temos na freguesia. Por um lado, a Música, por outro as Crianças e por outro o desporto com o Museu Cosme Damião. Deixamos-lhe pequenas pistas para despertar a curiosidade. De-pois é só “meter pés ao caminho” e ir!

MUSEU DA MÚSICA

A sua localização parece inusitada, mas também o facto de encontrarmos um museu numa estação do Metropolitano de Lisboa (Alto dos Moinhos) pode ser um fator extra para aguçar a curiosidade e fazê-lo vir conhecer uma das mais importantes coleções de instrumentos musicais e documentos relacionados com a Europa. O Museu está aberto de segunda-feira a sábado das 10h00 às 18h00.

MUSEU DAS CRIANÇAS

Instalado na zona de acesso livre do jardim Zoológico de Lisboa, o Museu das Crianças recebe anualmente cerca de 20 000 visi-tantes que procuram um sítio onde possam, verdadeiramente, aprender a brincar. Fundado há 20 anos, este museu especial está aberto a visitas de segunda-feira a domingo, das 10h às 18h oferecendo, também, um leque de atividades pedagógicas programadas previamen-te que podem ser marcadas individualmente ou para grupos.

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PARQUE BENSAÚDE O Parque Bensaúde é um espaço públi-co com cerca de 3,5 hectares de área que apresenta um património vegetal rico com árvores consideradas de interesse público, como o maior e mais antigo so-breiro identificado em Lisboa.É um território artificial, planeado e estru-turado, construído pela mão do homem que tipifica as “quintas de recreio” dos séculos XVIII e XIX e que hoje, no contex-to urbano em que se insere, transforma-se num espaço único na cidade de Lisboa.Dos seus equipamentos destacamos: par-que infantil, parque canino, mesas de pi-quenique e cafetaria.Desde 2014 sob gestão parcial da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfi-ca, o Parque Bensaúde tem sido alvo de obras de melhoramento como: coloca-ção de novas mesas de piquenique, co-locação de Instalações sanitárias provisó-rias, requalificação de mobiliário urbano: bancos de jardim, papeleiras e bebedou-ro e a execução e reabertura da entrada para o Parque pela Estrada da Luz.

É nesta altura do ano que procuramos locais mais frescos. São Domingos é abundante em espaços verdes. Não só pelos jardins integrados nos palácios de que falámos an-teriormente, mas também pelos parques integrados na freguesia.

AR LIVRE

PARQUE RECREATIVO DO CALHAUSituado junto ao Bairro do Calhau que tem a sua origem nos trabalhadores que serviam nos palácios adjacentes, o Par-que Recreativo do Calhau é um espaço de recreio informal com amplas clareiras, circuito de manutenção, zona de meren-das, campo de jogos e sanitários, ocu-pando uma área de 11 hectares.

JARDIM ZOOLÓGICO DE LISBOAÉ, sem dúvida, um dos ex-libris da freguesia. Poucos serão os portugueses que nunca vieram ou ouviram falar do Jardim Zoológico de Lisboa que está situado na Praça Ma-rechal Humberto Delgado, mais conhecida por Praça de Sete Rios. Para além de todos os animais que podem ser visitados, do complexo faz igualmente parte o Museu das Crianças e o Animax: um pequeno parque de diversões com entrada livre que tem ao dispor dos visitantes vários equipamentos lúdicos, salas para festas, restaurantes, lojas, áreas de descanso, multibanco e posto de socorros.

Verãoao Ar Livre

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AR LIVRE

Parede de EscaladaParque Aventura - Monsanto

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ESPAÇOPÚBLICO

ZONAS AJARDINADASRequalificação e manutenção na Aveni-da Columbano Bordalo Pinheiro, Rua de São Domingos de Benfica e Bairro de São João. A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica tem a seu cargo a manuten-ção de 16,50 hectares de área verde. Du-rante o segundo trimestre do ano foram intervencionadas duas zonas: Avenida Columbano Bordalo Pinheiro e Rua de

São Domingos de Benfica que receberam melhoramentos ao nível de: reforço de sementeira e cortes de relvados, podas de manutenção e limpeza de árvores e arbustos inseridas em zonas ajardinadas, retanchas e plantações de espécies her-báceas e arbustivas. Já no Bairro de São João foi feita a requalificação de cantei-ros tendo-se procedido à plantação de arbustos, entre outras ações.

PARQUES INFANTIS Os oito espaços da freguesia serão melho-rados em 2016.De forma a garantir o cumprimento do es-tabelecido no Dec. Lei N.º 119/2009, de 29 de janeiro, que introduziu novas regras em relação aos parques infantis, a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica fez um levantamento das não conformidades nos oito espaços da sua responsabilidade.

Assim, os parques do Jardim Alice Cruz, Praça General Vicente de Freitas/Travessa de S. Domingos de Benfica, Largo Conde de Bonfim, Largo Pedro Correia Marques, Rua Cidade de Cádiz, Traseiras da Rua Roberto Duarte Silva, Bairro das Furnas e Parque Bensaúde serão alvo de obras de melhoria durante este ano de forma a proporcionar melhores condições de se-gurança para as brincadeiras das crian-ças da freguesia.

Ter um espaço público cuidado, pronto a ser utilizado e usufruído por todos – fregue-ses e visitantes – é uma nossas das preocupações. Neste sentido, foram feitas várias intervenções no último trimestre e outras estão agen-dadas para os próximos meses para que todos os equipamentos, arruamentos e espa-ços verdes estejam nas melhores condições de utilização.

Manter e melhorar o que é de todosManter e melhorar o que é de todos

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MANUTENÇÃO DE ZONAS PEDONAISRecebemos frequentemente nos nossos serviços participações de ocorrências na via pública quer através da plataforma di-gital LXI como por email ou diretamente nos serviços. No último trimestre foram in-tervencionadas várias zonas da freguesia na Estrada de Benfica (ligação à Rua Ci-dade de Rabat) onde foi redimensionado o passeio, procedeu-se à substituição de pedra, do lancil e houve um reforço do

betuminoso. Foram também colocados pilaretes que evitam o estacionamento abusivo nos passeios. Outra zona intervencionada foi a Rua Doutor António Granjo com a substituição de pedra na calçada.

QUIOSQUEApós Concurso Público de Concessão, encontra-se em funcionamento, desde maio, o quiosque de Sete Rios.

ESPAÇOPÚBLICO

SABIA QUE...

Pode contactar diretamente o Pelou-

ro do Espaço Público, Mobilidade,

Espaços Verdes e Higiene Urbana e

ser atendido pelo responsável às 3as

feiras da 2ª e 4ª semana de cada

mês, pelas 19 horas, para apresen-

tar as suas preocupações ou fazer

sugestões relativamente a:

■ Zonas verdes e árvores de

alinhamento; Parques Infantis;

Equipamentos e mobiliário urba-

no; Zonas pedonais, mobilidade

e acessibilidade; Sinalização hori-

zontal e vertical; Higiene Urbana.

■ O atendimento carece de

marcação prévia que pode ser

feita através do nº de telefone 21

724 86 10 ou através do e-mail:

[email protected]

HIGIENE URBANAPara além das responsabilidades diárias que a equipa da Higiene Urbana tem a seu cargo, é muitas vezes solicitada a sua co-laboração em eventos quer da freguesia, quer em parceria com outras entidades, como foi o caso do Rock in Rio, em que os nossos colaboradores ajudaram na limpeza do espaço, a pedido da Câmara Municipal de Lisboa. Iniciativas como o Monsanto Primavera Fest; Feira do Chocolate; Lisboa Vai ao Parque ou os jogos realizados no estádio do Sport Lisboa e Benfica beneficiaram da eficiência dos serviços relativos à Higiene Urbana, deixando sempre os recintos onde se realizaram, limpos pouco tempo após o seu final. Para tal contribui, não só a produtividade dos nossos funcionários, mas também a qualidade dos equipamentos utilizados, como o as-pirador urbano elétrico recentemente adquirido.

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Estrada de Benfica

Comprar mais perto, contribuir para a economia local

COMÉRCIOTRADICIONAL

A Estrada de Benfica é um dos mais emblemáticos arruamentos históricos de Lisboa que conecta a periferia da capital às aces-sibilidades ao centro da cidade. Inicia-se junto ao Jardim Zooló-gico, em Sete Rios, e termina na rotunda das Portas de Benfica. Originalmente a Estrada de Benfica iniciava-se na Praça de Es-panha, seguindo pela atual Rua Professor Lima Basto partilhan-do assim, o traçado dos elétricos, que muito caracterizavam a mobilidade do século passado e que ligavam São Sebastião da Pedreira às Portas de Benfica. Um dos elementos que sempre caracterizou este histórico eixo viário foi a sua diversidade cultural, patrimonial e comercial. Esse

sentimento único, que confere à Estrada de Benfica particulari-dades invulgares, vive-se essencialmente através do seu percur-so pedonal obrigando a paragens obrigatórias, que representam uma espécie de estações temporais de memória histórica, mas acima de tudo de vivência diária. Independentemente do crescimento exponencial, verificado no final do século passado, das grandes áreas comerciais, a verda-de é que de uma maneira geral o comércio tradicional da Es-trada de Benfica manteve a sua traça original. Nalguns casos particulares algumas pequenas geografias sofreram uma altera-ção significativa do tráfego pedonal, como é o caso do início

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COMÉRCIOTRADICIONAL

da estrada, junto a Sete Rios, motivada pelo encerramento da estação de comboios da Cruz da Pedra, da eliminação do ter-minal de Sete Rios, provocado pelo prolongamento da linha de metro e do encerramento da entrada do Jardim Zoológico. Essas alterações produziram grandes impactos no comércio local. Por outro lado, alguns segmentos de negócio sofreram um declínio significativo como foram o caso das velhas drogarias.Apesar disso, é possível comprar ou consumir praticamente tudo na Estrada de Benfica. Habitantes e visitantes turísticos conduzi-dos pelo interesse suscitado nas grandes referências patrimoniais da freguesia, como são os casos do Jardim Zoológico ou do Pa-

lácio dos Marqueses da Fronteira, podem usufruir de uma diver-sidade comercial atrativa, não só ao nível dos bens de primeira necessidade, como igualmente ao nível gastronómico, onde se destacam, principalmente, magníficas cervejarias e pastelarias. A Estrada de Benfica é nos dias de hoje uma das artérias mais movimentadas da capital. Por aqui circulam milhares de pessoas que continuam a privilegiar o comércio local, contribuindo para o enriquecimento da economia tradicional, bem como para a promoção das relações pessoais que se vão mantendo ao longo dos anos.

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DESPORTO

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Um torneio que veio para ficar

TénisDESPORTO

“Daqui a 10 anos quero ganhar este torneio”, diz-nos António, um dos muitos jovens apanha-bolas que participaram no Open de São Domingos que decorreu entre os dias 21 e 29 de maio no São João Ténis Clube, nas Laranjeiras.Foi a primeira vez que António e os seus colegas Guilherme, Gon-çalo, Joana e José assistiram e contribuíram para um torneio internacional, apesar de já serem praticantes, alguns deles, há mais de cinco anos. “Nunca tínhamos visto nada parecido aqui e como somos alunos do São João Ténis Clube pedimos ao Fer-nando Tocha (head coach) para vir e ele organizou tudo para estarmos aqui.”O Open de São Domingos foi um Torneio Internacional que con-tou com a participação de atletas de todo o mundo, integrado na categoria Future que, para além dos prémios monetários - em São Domingos foram 10.000 dólares - oferece a oportunidade de amealhar pontos ATP, neste caso 75, que permitem chegar aos torneios principais do ranking mundial. Na cerimónia final, João Domingues, finalista e 2º classificado, deixou uma mensagem de encorajamento à organização que considerou muito boa, assegurando que gostaria de repetir a sua presença no próximo ano. Frederico Gil foi o vencedor do Open de São Domingos e o que arrancou mais aplausos e palavras de incentivo durante o jogo final que venceu por 6-3 e 7-6 (8/6), na tarde de domingo, dia 29 de maio. “Que bom ver o Gil de volta!” foi o que declarou João Lagos, uma referência na promoção de eventos de Ténis e um dos en-volvidos na organização do Open de São Domingos, enquanto assistia à final. Frederico Gil é um dos melhores tenistas portugue-ses, antigo nº 62 do ranking mundial, agora no lugar 937, mas a recuperar a forma como testemunhou o público que encheu por completo as bancadas do São João Ténis Clube, que, na pessoa do empresário Manuel Sousa, foi o organizador do torneio con-tando, igualmente, com a colaboração da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica. De destacar também o envolvimento que foi conseguido com as escolas da freguesia, tendo sido possível levar os alunos a as-sistirem a alguns jogos, o que foi complementado com a visita de alguns atletas aos estabelecimentos de ensino que puderam explicar as dinâmicas de jogo assim como os valores inerentes à prática desportiva. Já na cerimónia final, António Cardoso, presidente da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica garantiu que o Open de São Domingos voltará para a segunda edição, em 2017, contri-buindo para elevar cada vez mais o nível do Ténis que se pratica no nosso país. Quem ficou radiante com esta novidade foi o jovem António que, no próximo ano, pretende voltar a dar o seu contributo en-quanto apanha-bolas, mas sempre com uma vitória futura no seu horizonte.

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REFEIÇÕESESCOLARES

Fomos passar um dia no refeitório e ficá-mos a conhecer todo o processo que en-volve a alimentação dos alunos da Escola das Laranjeiras. Acompanhe-nos nesta visita.O dia começa muito cedo no refeitório da Escola Básica das Laranjeiras. Às 6h30 da manhã já Sandra, Paula, Camila, Vilma e Luísa recebem o pão e começam a pre-parar as refeições do dia. Nesta terça-fei-ra há almoços para levar aos meninos que estão no programa Praia Campo e para servir no refeitório da Escola. “Tudo começa com um esboço” é o que nos diz Ana Vala, uma das funcionárias da Junta de Freguesia responsável pelo refeitório com formação em segurança alimentar. “Sento-me com a Filipa Telles (a outra responsável com formação em nutrição e engenharia alimentar) e dese-nhamos uma hipótese de ementa para as semanas seguintes, tendo em conta o que temos em armazém e qual o destino das refeições, por exemplo se é para co-mer aqui ou para levar para outros locais. Também é muito importante seguir todas

as diretrizes do Ministério da Educação que estão bem definidas e são exigentes.” Depois do esboço, as cozinheiras partici-param no processo dando a sua opinião já que são elas que confecionam as refei-ções e têm contacto direto com os alunos.

“Os meus clientes são muito exigentes”, diz-nos Sandra a sorrir enquanto prepa-ra os legumes para a salada russa desse dia. “Nunca querem peixe, só gostam de hambúrguer e bolonhesa, mas não pode ser sempre.” O truque é tornar os pratos coloridos e acrescentar-lhes sabor, como fazem hoje com a salsa que acompanha a salada. Para os meninos que almoçam na escola o menu do dia é composto por sopa, prato e sobremesa que pode ser fru-ta ou gelatina. Para os que estão fora, a sopa fica de fora, mas tudo o resto é igual, acrescentando uma sandes para o lanche. São estas 230 sandes de chourição que Camila e Vilma começam por preparar e que hão de consumir cerca de 40 minutos da manhã. Após abrir o pão e colocar o conduto, há que acondicionar individual-mente cada pão, sendo todo o processo executado segundo as boas práticas de higiene do regulamento em vigor. Mas as jovens ajudantes não se atrapalham e até se divertem enquanto vão fazendo a sua tarefa. Aliás, boa disposição é o que não falta na

Um dia no…

Refeitório da Escola das Laranjeiras

A Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica assumiu, no início de 2016, a con-feção de refeições na Escola Básica e Jardim de Infância das Laranjeiras. Em setem-bro, conta assumir a mesma responsabilidade nas restantes duas escolas da freguesia (António Nobre e Frei Luís de Sousa).

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cozinha, percebemos que o entendimen-to entre a equipa é total: todas sabem o que fazer, a cada momento, controlando o tempo ao segundo para que à hora de servir ou enviar as refeições tudo esteja pronto. Não será por acaso que, num mo-mento de pausa em que responsáveis e cozinheiras falam das próximas ementas, se referem ao que têm “em casa” que, neste caso, é a despensa onde são arma-zenados os alimentos. A “casa” tem o stock essencial, arrumado cuidadosamente, como previsto na lei. Tudo o que se refere à confeção propria-mente dita, as matérias-primas são enco-mendadas a fornecedores diferentes: car-ne e peixe, legumes frescos, pão, etc. “As nossas sopas são cozinhadas apenas com legumes frescos, não utilizamos fécula de batata nem qualquer outro tipo de ingre-diente que não seja natural.” E é exatamente a sopa o primeiro prato a ficar pronto. Os legumes são reduzidos a puré com a ajuda de uma varinha má-gica de dimensões seguramente supe-riores às que temos em casa. Aliás, nesta cozinha todos os utensílios são grandes e as quantidades de ingredientes usados também. Em setembro, no início do ano

letivo o acréscimo será ainda maior já que a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica poderá vir a assumir a confeção das refeições nas outras duas Escolas Bá-sicas da freguesia, António Nobre e Frei Luís de Sousa. “Na verdade, não vai ha-ver uma triplicação de tudo: vamos cozi-nhar aqui as refeições quentes que serão distribuídas pelas outras escolas. Os lan-ches e outro tipo de alimentação ficarão a cargo dos respetivos estabelecimentos escolares”, diz-nos Ana Vala. A ideia é oti-mizar os recursos humanos, técnicos e de produção de forma a que a qualidade

da alimentação dos alunos das outras es-colas seja igual à das Laranjeiras que tem recebido elogios constantes desde que foi assumida pela Junta de Freguesia.

Entretanto, ao soar do meio-dia já as me-sas do refeitório da EB1 das Laranjeiras começam a ser ocupadas pelas crianças do Jardim de Infância. Previamente, Vilma

colocou todos os elementos nos tabuleiros ajudada por monitores das CAF (Com-ponente de Apoio Familiar) e as restan-tes colegas dividiram-se entre embalar e transportar para a carrinha as refeições que seguirão para o Parque Bensaúde e Parque do Calhau onde os meninos que estão no programa Praia Campo foram passar parte do dia. É nesta dupla azáfama que culminam as várias horas de trabalho de uma equipa coesa e organizada cujo objetivo final fica espelhado nos rostos das crianças que pu-deram degustar a ementa do dia. Mas o dia não acaba aqui: sem tempo a perder, Paula começa a limpeza da cozi-nha. Assim que possam, as colegas juntar--se-lhe-ão nesta tarefa que é executada diariamente. Na manhã seguinte, tudo tem que estar nas melhores condições para recomeçar o trabalho e preparar as refeições que Ana e Filipa hão de estar a “esboçar” num ciclo contínuo que não é interrompido para férias.

REFEIÇÕESESCOLARES

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Alemão | MandarimInglês | Italiano | Informática

História local e patrimónioArtes decorativas | Costura criativa

Desenho e pintura | Atelier vidroTapeçaria | Ginástica séniorYoga | Clube do bem estar

INSCREVA-SE NA QUINTA DA ALFARROBEIRAOU NA SECRETARIA DA JUNTA DE FREGUESIA

Faça parte deste projeto que inclui formação interdisciplinar,num ambiente informal, onde se incluem atividades culturais,

recreativas e de convívio.

M: Rua Lúcio de Azevedo, 12A | 1600-148 LISBOA S: www.jf-sdomingosbenfica.pt | F: www.facebook.com/jf-saodomingosbenfica

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Arraial Sénior

Realizou-se no passado

dia 16 de junho o tradicional

Arraial Sénior +55.A iniciativa,

que decorreu na Escola Frei Luís de Sousa, contou com a presença

de cerca de duas centenas de seniores da nossa freguesia.

Veja como foi!

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EDUCAÇÃO

DIA MUNDIAL DA RECICLAGEM Assinalou-se no dia 17 de maio o Dia Mundial da Reciclagem. Em São Domin-gos de Benfica, a data não foi esquecida e a celebração abrangeu as três Escolas Básicas da Freguesia no âmbito das AEC da JFSDB: Frei Luís de Sousa, António No-bre e Laranjeiras que receberam, cada uma, um ecoponto construído a partir de antigas papeleiras recuperadas e pinta-das pela Junta de Freguesia.Também em cada sala de aula foram dis-tribuídos sacos de reciclagem para plásti-co, papel e metal no sentido de integrar no dia-a-dia das crianças os gestos que fazem toda a diferença na construção de um futuro melhor para todos. Todos os alunos receberam um íman alusivo à data que levaram para casa, difundindo, assim, a importância do ato de reciclar.

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA No dia 1 de junho foi comemorado o Dia Mundial da Criança junto das cerca de 1000 crianças das três escolas básicas de São Domingos de Benfica com muitas atividades que incluíram pinturas faciais, insufláveis, a mega gincana AEC, mala-barismo, música, dança e muito mais. A esta festa não faltou a mascote Mingos que, na ocasião, ofereceu uma pulseira a cada uma das crianças.Também no Estádio Universitário de Lis-boa, no âmbito da Festa da Educação e do Desporto da Câmara Municipal de Lis-boa, decorreram as Marchas Populares Infantis com um grupo de crianças das nossas escolas a desfilar, que representa-ram a Junta de Freguesia de São Domin-gos de Benfica e puderam contar com o apoio do Presidente António Cardoso.

Cerca de mil crianças participaram, no dia 3 de junho, no desfile de Marchas Populares Infantis de São Domingos de Benfica, uma iniciativa integrada no âm-bito das comemorações da Semana da Criança levada a cabo pela Junta de Freguesia. As imagens falam por si.

MarchasPopularesInfantisde SãoDomingosde Benfica

Dia Mundial da Reciclagem assinalado na freguesia

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EDUCAÇÃO

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■ Podemos dizer que o Nuno Markl é um humorista de profissão? Alguma vez so-nhou ter outra profissão?□ Sou humorista porque seja em televisão, rádio, palco ou internet, quase tudo o que faço vai dar ao humor. Seja para mim ou a escrever para outros. Adoro a profissão que tenho, o que não invalida que - não sei se tem a ver com a idade - de vez em quando dou por mim com vontade de sair do registo e escrever outras coisas mais sé-rias. O argumento que escrevi e que ando a batalhar para que seja feito, o Por Ela, tem comédia, mas também elementos de tragédia. E gostei de sair da minha área de conforto, é uma coisa que quero fazer mais vezes.

■ Disse recentemente numa entrevista que é um homem que gosta de estar nos bastidores. Não se dá bem com os holofo-tes do estrelato?□ Não é dos sítios mais confortáveis para

estar. Gosto do que faço, não é nenhuma tortura, mas às

vezes tenho saudades dos tempos em que escre-

via para ou-tros e ouvia as pessoas

a falarem

na rua de coisas que eu tinha escrito sem imaginarem que estava ali o tipo que as escrevia. Continuo a ser um rapaz tímido, cá no fundo.

■ São Domingos de Gusmão, que apadri-nha a nossa freguesia, faz-se acompanhar nas imagens por um cão. Entre isso, o Jar-dim Zoológico, as associações Focinhos e Bigodes e União Zoófila, São Domingos de Benfica é uma das freguesias mais amigas do animal. Como pôde então acontecer a um bom rapaz nascido e criado por es-tes lados tornar-se “O Homem que mor-deu o Cão”?□ De vez em quando meto-me em polé-micas com pessoas que defendem coi-

sas que, para mim, são inaceitáveis, como a tourada. E um aficionado,

em desespero de causa, tentou uma vez apanhar-me na curva e fez um ligeiro escândalo no

Facebook dizendo “defende

os animais, defende os animais, mas de-pois faz um programa chamado o Ho-mem Que Mordeu o Cão!”. Na verdade, o título é metafórico. Saiu dos meus anos a tirar o curso de jornalismo, quando o meu professor, o ilustre Mário Contumélias, nos explicou a velha regra que diz que notícia é quando um homem morde num cão e não o contrário. Sendo a rubrica de no-tícias bizarras, achei que o título resumia esse espírito. Mas sim, passo a vida a ex-plicar - sobretudo a miúdos - que nunca mordi um cão na vida.

■ O Nuno cresceu e passou grande parte sua juventude por estes lados. Que recor-dações guarda desses tempos?□ Felicidade pura. Seja como palco de brincadeiras, seja como o sítio onde me viciei em fazer rádio. Nas traseiras da casa da minha avó (onde hoje vive a minha mãe), na Rua António Saúde, funcionava a Rádio Voz de Benfica, provavelmente a rádio mais pirata entre as piratas. É uma freguesia que estará sempre no meu co-ração.

■ Sabemos que recentemente, aquando do nosso “Natal na Quinta” se apaixonou pela Quinta da Alfarrobeira, futura sede da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, ao ponto de ali gravar um pro-grama seu. O que mais o fascinou neste espaço?□ Era um crime o acesso àquele espaço maravilhoso estar vedado durante todos estes anos, enquanto ele pertenceu ao exército. Habituei-me a crescer a ver a

PERFIL[São Domingos de Benfica] é uma freguesia que estará sempre no meu coração.

Para além da Quinta da Alfarrobeira,

toda a zona do Califa é muito afetiva

para mim.

Nuno Markl

Page 25: São Domingos de Benfica em REVISTA | Julho 2016

JULHO 2016| P#25 S: www.jf-sdomingosbenfica.pt | F: www.facebook.com/jfsaodomingosbenfica |

PERFIL

quinta da janela das traseiras de casa, mas era um local bastante inacessível. Faz todo o sentido a Junta passar para aque-le edifício tão nobre e acho incrível que se façam iniciativas para os cidadãos na-queles jardins. Muita gente tem uma ima-gem da freguesia como sendo uma zona repleta de prédios, mas aquele espaço tão central e tão marcante, merecia ser o ex libris da zona.

■ O que é para si uma boa política de proximidade? Iremos algum dia ainda ver Nuno Markl a exercer funções políticas? □ Ui, nem pensar! Ia ser infeliz e ia ser pés-simo nessas funções. Admiro quem as tem e quem as cumpre com competência e honestidade, mas prefiro continuar a fazer piadolas. Gostei de conhecer o atual Pre-sidente da Junta de Freguesia e de perce-ber que ele fala com as pessoas como um vizinho, um amigo.

■ Gostávamos, por fim, de o desafiar a revelar o seu local preferido em São Do-mingos de Benfica, a par com o que ele significa para si.□ Para além da Quinta da Alfarrobeira, toda a zona do Califa é muito afetiva para mim. Por várias razões: não só pelo que o Califa em si representa como ponto de encontro (e também como sítio onde se comem as melhores duchesses da His-tória), mas também pelas coisas que já aconteceram naquele largo, as lojas que já ali existiram. Tenho imensas saudades da loja de brinquedos Serapico, onde comprei a primeira figura Star Wars da mi-nha vida: um R2D2!

Conhecido como humorista, guionista, radialista, apresentador de TV e ainda “ator” em séries como Rádio Calipso, é uma figura

de referência nacional que não esquece as suas origens, em São Domingos de Benfica.

Estivemos à conversa com… Nuno Markl que nos deixou a sua opinião sobre assuntos relacionados com a nossa

freguesia, mas também sobre alguns episódios da sua vida.

Nuno Markl

Page 26: São Domingos de Benfica em REVISTA | Julho 2016

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CONTO

S abes, eu vivi aqui toda a minha vida. Arrastava os cabelos loiros da minha boneca favorita pela calçada do peque-nino parque infantil da Estrada de Benfica, chamava-lhe Lua, ou Maria, ou só Boneca, conforme a birra ou a brin-

cadeira, desenhei-lhe sardas castanhas com uma caneta de fel-tro, para que ficasse mais parecida comigo, e pedi à avó que lhe costurasse umas asas, para que nos dias em que fosse Lua, pudesse chegar ao céu sem dificuldades. A avó observava-me atenta, a partir do espaçoso banco castanho descascado pelo tempo, sempre com um sorriso espontâneo, suave, agora perce-bo que é difícil não sorrir quando olhamos para quem amamos, é um instinto natural ou coisa que o valha, se há acontecimento que a ciência devia estudar é o amor que sai dos sorrisos. E a verdade dos sorrisos que são dados por amor. Da escola até casa ia colecionando as folhas secas que o Ou-tono me oferecia, levantava-as contra a luz do sol, até lhes des-cobrir as veias escuras, e ficava a completar-lhes os contornos com outras formas imaginadas, o Universo é tão frágil para as mãos influenciáveis de uma criança, e eu era só descoberta. Li algures, num desses artigos de opinião que enchem o ego dos intelectuais, que a ordem natural da vida está errada, o certo seria começarmos por ser adultos, e terminar na infância, em de-fesa dessa velha ideia de que a felicidade só chega no fim de um caminho tortuoso, que dignifica e valida essa felicidade, pela qual devemos ser eternamente gratos. Digo-te, eu sou pelo tudo ou nada, eu sou pela sobremesa antes das refeições, o primeiro ensinamento da vida tem de ser a possibilidade do impossível, porque o que se segue, é um desgaste inquietante da pureza genuína, uma cebola que vai inevitavelmente perdendo as suas camadas, até ser apenas um núcleo duro e incomestível. Desculpa os parênteses, falava-te da minha infância, mas tenho esta despojada sensação que foi a quase-morte da adolescên-cia o combustível para esta ânsia de querer ser tudo, sentir tudo. Jurei a pés juntos, enquanto esmagava um cigarro proibido na ponte esguia que leva ao Estádio da Luz, que um dia seria a me-lhor bailarina que o mundo já viu. O Tó Zé olhou-me descrente e riu às gargalhadas, “esquece miúda, deixa de programar e anda sentir”. Arrastou-me até ao Parque Bensaúde, parou orgulhoso junto a um banco resguardado, e obrigou-me a gatinhar para debaixo dele, tinha gravado com o canivete roubado ao pai um poema do Fernando Madureira, “falar de amor, é falar de ti, olhar-te nos olhos, e ver-me lá”. Os rabiscos valeram-lhe um beijo fortuito e uma explicação demorada sobre cidadania. O Univer-so é tão errático para a rebeldia e ingenuidade dos beijos de adolescente, e eu era só corpo. Acabei por não subir ao palco

em pontinhas dos pés. Ocorreu-me agora, que estou farta das camisas-de-forças em que colocamos os nossos sonhos, e por ar-rasto, a nossa felicidade, envenenamo-nos a nós próprios com tanta facilidade, que qualquer um pode ser um assassino. Devia existir um tribunal da vida, ou coisa que o valha, onde se julga quem anda na linha, punições severas para quem se anula, para quem vive atrelado nos caminhos traçados pelos outros, para quem se condena à pena de morte ainda em vida. Eu nunca se-quer tentei ser bailarina, devia receber prisão perpétua por isso. Desculpa os parênteses, mas precisava de respirar um pouco an-tes de falar de ti. Depois vieste tu. No tempo verbal certo. Não sei precisar o momento em que te caí aos pés, mas recordo a descarga de medo que me percorreu o peito (não é engraçado que o medo ande sempre de avanço ao amor?) quando soube, com uma mortal dose de certezas, que era mais provável sair-me a lotaria do que negar-te um abraço. E nunca mais te neguei nenhum. A verdade é que nem sempre é tudo tão canibalesco para entregarmos o coração num só segundo. Acho que demo-rei a habituar-me ao teu cheiro, a transportá-lo na memória, a estender-te as mãos e a compreensão, que só o tempo faz che-gar. Mais tempo ainda para que o tocar dos nossos sentidos se alinhasse num concerto perfeito, onde cada um sabe o exato momento em que deve sentir as cordas ou só deixar-se esperar. Sim, demorei a cair-me por ti. Já não me lembrava do quanto é bom esperar pelo amor, ir montando cada parede, cada canto, cada viga, cada teto, enfim, cada espaço para cuidar. E para além de montarmos espaço dentro um do outro (afinal, o amor são duas almas a conviver no mesmo corpo), deixaste a chave da tua casa enrolada num bilhete de letras bonitas, “as casas nem sempre são abrigos, mas as pessoas são sempre casas onde nos podemos abrigar, p.s. – a minha varanda tem o pôr-do-sol mais bonito de Lisboa”. Tenho saudades das nossas manhãs de Domingo na marquise envidraçada, a luz afunilada pelas cortinas que dormiam até mais tarde, o ignorar do reboliço das ruas e dos barulhos egoístas de quem não tem tempo para amar, as manhãs de Domingo foram feitas para amar, disso tenho a certeza. Gostava do monte descaído de panquecas empilhadas que regavas com o xarope mais amargo do supermercado (para despertar as papilas gus-tativas, argumentavas), do avental que deixavas a serpentear sobre o teu ombro enquanto pousavas orgulhosamente a tua he-roica mistura de ingredientes sob o meu colo, como se carregas-ses um diamante, do sorriso que me davas, agora percebo que é difícil não sorrir quando olhamos para quem amamos. Quando te rias para mim o meu mundo insuflava como um balão. Juro que

As cidadesguardam jóias

TEXTO VENCEDOR DO CONCURSO DE ESCRITA CRIATIVA

Por: Sónia Patrícia Goulart

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o sentia a dilatar, a expandir-me para além do que o corpo nos deixa sentir, suponho que me faltava o espaço ou o ar, era tão completa, tão pequena, tão aconchegada, que não precisava de mais nada. O Universo é tão pequeno para um amor como o nosso, e eu vivia só para ti. Fico com a sensação que, durante todo o tempo que partilhá-mos, tocava a mesma música no gira-discos, as lembranças que temos dos bons momentos são sempre demasiado romancea-das, disso tenho a certeza, como as tuas panquecas, não eram tão preciosas como as julgavas, mas as manhãs de Domingo jun-to à marquise envidraçada, tornavam uma casa qualquer, de um prédio qualquer, com uma vista qualquer, o sítio mais feliz para se existir na vida. Foste tu que apontaste um dia para Mon-santo e disseste “o sol morre ali, olha como fica bonito”, até aí nunca tinha reparado, vivi aqui toda a minha vida, mas andava tão distraída dela até tu chegares, “não me mentiste, a tua va-randa tem o pôr-do-sol mais bonito de Lisboa”. Se eu pudesse voltar agora para a eternidade daquele momen-to que não durou mais do que um castelo na areia, eu diria que ainda te consigo sentir derrotado nos meus braços. Ainda sei de cor a prece de agradecimento que recitava quando, antes do tempo nascer, ficava a ver-te repousar o corpo. Mas não me consigo recordar do dia em que te perdi, acho que a lucidez obriga-nos a esquecer na consciência o que nunca esquecere-mos no coração. Revoltei-me tanto com a minha falta de me-mória, durante tanto tempo não voltou a ser Domingo, não voltei a amar a luz filtrada por entre veios de folhas secas, deixei de me encantar com os secretos poemas rabiscados em bancos de rua vazios. Não fui descoberta, nem corpo, muito menos amor, só uma testemunha da vida, uma pedinte que te procurava em cada esquina. Depois percebi que não tinha de te encontrar, só tinha de olhar à minha volta. Reconheço agora, na lucidez do tempo corrido, que as cidades guardam quem somos, são os guarda-joias das nossas histórias. Eu já não te posso encontrar, mas posso ver-te em todos os lugares, por mais banais que eles sejam. Posso ter um guarda-joias vazio e pobre, comido pela tortura da perda, voltar ao parque infantil da minha infância, e ao banco de jardim que o Tó Zé eternizou, e sentir apenas a fragilidade do Univer-so. E achar que esta cidade é só um túmulo sem ti. E que sem ti sou uma inutilidade. Ou posso ter um guarda-joias repleto de diamantes, voltar a esses lugares, e condená-los a serem apenas a mais pura felicidade dos tempos felizes. Afinal, as cidades são sonhadas para serem verticais, mas o amor é transversal, os pas-seios que percorríamos pela Estrada de Benfica estão ladrilhados pelo laço das nossas mãos, continuo a gostar das folhas de Ou-tono tanto como gostava da verdade do teu sorriso, continuo a acreditar em poemas e em histórias de amor, quer estejam escri-tas num livro ou num banco de jardim, e ainda sinto o cheiro das tuas panquecas de Domingo. Posso continuar a sonhar em ser bailarina, e tenho sempre o pôr-do-sol de Monsanto. Sabes, eu vivi aqui toda a minha vida. E vou ficar aqui contigo, pelo resto do que me falta. Ficas também?

CONTO

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O Bom de Veras é um restaurante que nos encanta. O ambiente é tranquilo e ideal tanto para um almoço de negócios como para um jantar romântico. O serviço é ir-repreensível, e conta com uma carta de vinhos bem recheada.Para começar a refeição há sopas, quei-jos ou entradas apetitosas como camem-bert panado com compota, trouxa de filó com dois queijos, frutos secos e mel ou co-gumelos recheados. Os pratos vão desde as sugestões de peixe e de carne, como o bacalhau fresco confitado em azeite virgem sobre cama de brás ou as plumas com migas de farinheira, às massas, risotos e saladas. O tradicional Cozido à Portu-guesa é igualmente um “must”.

A originalidade da ementa estende-se até á sobremesa com a taça Bom de Ve-ras, à base de mascarpone, servida num flute de champanhe bem gelado. Para uma refeição ligeira, a focacia tostada com mozzarela fresca e tomate assado, regada com azeite, orégãos e pimenta em grão é o petisco perfeito. Inaugurado em Junho de 2007, o Bom de Veras está decorado com tons quentes e o ambiente transforma-se da noite para o dia. Ao almoço é normal encontrarmos os “amigos” da casa, famílias e empre-sários, o traje é informal, mas ao jantar o restaurante veste-se a rigor para receber os clientes.

INFORMAÇÕES ÚTEIS:Acessos: Nas Laranjeiras, junto à Loja do CidadãoRua Abranches Ferrão, 17 AWebsite: http://www.bomdeveras.ptZona para fumadores: simEstacionamento fácil no exterior: simAcesso para deficientes: simCapacidade: 46 LugaresPreço Médio: 20,00€Pagamentos: Mastercard, Diners Club e VisaEncerramento: DomingoTelefone: 21 726 62 03

ROTEIRO GASTRONÓMICO

Restaurante Bom de VerasUma oferta inovadora

Fica nas Laranjeiras, junto à Loja do Cidadão, e é já uma referência gastronómica da nossa freguesia. Espaço re-quintado, mas sem ser pre-tensioso, com ambiente cui-dado onde os pormenores são tidos em conta. A cozi-nha, da responsabilidade de Ana Isabel Garcia, assume cariz internacional com in-fluência mediterrânea, po-dendo saborear-se uma re-feição confecionada com os melhores ingredientes.

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Maria de Guadalupe Melão | Gosto imenso de aqui morar, já cá estou há 20 anos e penso que o Alto dos Moinhos tem mudado muito. Do que melhorou mais destacaria, ultimamente, a fluidez do trânsito e o estacionamento, contudo sinto falta de uma sinalização horizontal na estrada que me permita entrar diretamente na minha garagem. Do trabalho da Junta de Freguesia, tomo especial atenção aos Passeios para Seniores que pretendo vir a frequentar no futuro: parece-me uma boa for-ma de combater a solidão e o isolamento a que muitos idosos estão votados. Por enquanto, como gosto muito de caminhar: passeio no Jardim Zoológico e também junto a Monsanto.

Mónica Meira | É tudo muito limpo, asseado e se-guro. Vivo aqui há 16 anos e não tenho nada a reclamar. Apenas considero que há um aspeto a melhorar: os dejetos caninos nesta zona são muito frequentes e, mesmo sabendo que a responsabili-dade é dos donos dos animais, penso que se po-deria fazer alguma coisa para minimizar esse pro-blema. Tenho uma filha pequena, acabei de a deixar no Parque Bensaúde para brincar com amigos, tam-bém vamos muito a Monsanto porque são espaços excecionais para as crianças usufruírem do ar livre.

Fausto Matias | Recebo e leio com atenção todas as publicações da Junta de Freguesia que me che-gam às mãos. Interesso-me pela vida da freguesia que mudou bastante nos últimos 41 anos. Há alguns dias estive presente na Sessão sobre o Orçamen-to Participativo da cidade de Lisboa que decorreu junto à pastelaria Califa e formalizei uma proposta relativa ao estacionamento que é um ponto menos positivo deste território, assim como a limpeza das ruas que me parece ter decaído um pouco.Conheço o património da freguesia, mas não o visito com muita frequência. Esse é um ponto pessoal que espero melhorar: espero começar a visitar locais como a Quinta da Alfarrobeira que será a futura sede da Junta de Freguesia.

José Vilela | Quando vim morar para o Alto dos Moinhos, nesta zona só existiam dois prédios, não havia Metro e isto era uma azinhaga até ao Estádio da Luz antigo. Ao longo do tempo tudo tem melho-rado. Nos últimos tempos reparei que arranjaram o jardim do Largo Conde de Bonfim, junto ao campo de basquetebol e isso agradou-me bastante. Por outro lado, parece-me que a conservação das ár-vores tem sido escassa, assim como a manutenção dos passeios, embora entenda que na freguesia a área de calçada seja muito extensa. Regra geral estou muito satisfeito com o traba-lho que a Junta de Freguesia tem desenvolvido.

Nesta edição fomos ao encontro dos nossos fregueses na Rua Maestro Frederico de Freitas, junto à Pastelaria Columbia. Estar mais perto de si, é ouvir as suas opiniões e sugestões!

7 ABRIL16.075 pessoas alcançadas205 gostos160 partilhas

2 MARÇO18.758 pessoas alcançadas295 gostos135 partilhas

AS MAIS LIDASRua MaestroFrederico de Freitas

VOX POP

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M: Rua Lúcio de Azevedo, 12A | 1600-148 LISBOA S: www.jf-sdomingosbenfica.pt | F: www.facebook.com/jf-saodomingosbenfica

T: 21 724 86 10 | E: [email protected]

Esta parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica, que nasceu com 12 paragens não pára de crescer.

Sensível às necessidades dos seus utentes, este transporte urbano, flexível, gratuito, de percurso fixo e paragens móveis,

tem hoje 17 paragens que garante uma cobertura total da Freguesia.

AGORA COM MAIS PARAGENS

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BREVES

Tocha Olímpica passou por São DomingosSaiu do Estádio Universitário e passou por São Domingos de Benfica a Tocha Olímpica que percorreu, no dia 16 de junho, as 24 freguesias da cidade de Lisboa, tendo como destino a cidade do Rio de Janeiro onde decorrerão os jogos deste ano.António Cardoso, presidente da Junta de Freguesia fez questão de acompanhar este momento simbólico que visa dar continuidade aos valores do Olimpismo e Paralimpis-mo como a Amizade, o Respeito, a Excelência e a Igualdade.

Mário Zambujal recebe Medalha de Mérito CulturalO escritor e jornalista Mário Zambujal, residente em São Domingos de Benfica e cola-borador em várias iniciativas culturais da Junta de Freguesia, recebeu a Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Lisboa, no dia 14 de junho, numa cerimónia que teve lugar no Jardim de Inverno do Teatro Municipal São Luiz. Após a entrega da medalha que decorreu na presença de amigos e colegas jornalis-tas, Mário Zambujal participou numa mesa redonda que contou, igualmente, com a presença de Alice Vieira, João Gobern e uma representante da sua editora.

OPINIÃO

Caras e caros fregueses,A propósito do programa municipal “uma praça em cada bairro”, que enquadra o projeto de requalificação de Sete Rios, coloca-se à população de São Domingos de Benfica um enorme desafio, que se revela fulcral para a sustentabilidade futura de toda a freguesia.Convido-vos a conhecer o projeto e refletir sobre o seu conteúdo através da informação que poderão obter na seguinte ligação: http://www.cm-lisboa.pt/viver/urbanismo/espaco-publico/uma-praca-em-cada-bair-ro/sete-rios.Parece-me inequívoco que uma das componentes do pro-jeto – relacionada com requalificação do espaço público à superfície e melhoria do centro modal de acessibilida-des – trará uma ampliação de oportunidades de fruição e melhoria do desempenho de um local relevante para a cidade. Uma praça urbana em frente à entrada princi-pal do Jardim Zoológico, com implantação de espécies vegetais ampliando o jardim existente, com variações de jogos de água, palco para iniciativas lúdicas e culturais, suprimindo o estacionamento desordenado, as faixas ro-doviárias redundantes, as estruturas metálicas inúteis e as edificações degradadas e abandonadas, constitui uma miragem… face ao estado lamentável a que o local tem estado relegado há tantos anos.Até este ponto nada se questiona, ressalvando o tempo que vai passando entre o anúncio do projeto e o início da sua concretização. A verdadeira inquietação surge da acoplagem à requa-lificação do espaço público da intenção de instalação, sob o viaduto do eixo norte sul, de mais um terminal rodoviário de suporte ao serviço de transporte do Sul do Tejo. Esta intenção deve ponderar a existência, no local, do terminal da rede nacional de expressos, que funciona nas antigas instalações de manutenção do me-tropolitano.A conciliação destas infraestruturas e do centro modal que inclui as estações de comboio, metropolitano, carris e estacionamento da EMEL, afigura-se uma verdadei-ra incógnita.Sobre esta incógnita podem mobilizar-se as pessoas que gostam da freguesia de São Domingos de Benfi-ca, desenvolvendo iniciativas, nomeadamente perante os órgãos autárquicos com poder de configuração sobre o projeto, para que ele se conclua de forma sustentável. Uma iniciativa deste género já foi realizada por fregue-ses moradores da zona das Laranjeiras, que aproveita-mos para saudar.Assim, em coordenação com a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica apelamos publicamente à suspensão da transferência do terminal rodoviário dos transportes Sul do Tejo da Praça de Espanha para Sete Rios até se demonstrar, inequivocamente, a sustentabi-lidade de tal solução através de um estudo de tráfego qualificado e independente.

por João PinheiroPresidente da Assembleia de Freguesia

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CADA VEZ MAIS PERTO DE SISÃO DOMINGOS DE BENFICA

PATRIMÓNIO 1. Bairro Grandela** 2. Capela dos Castros* 3. Chafariz das Laranjeiras** 4. Chafariz de São Domingos de Benfica 5. Chafariz de Santo António da Convalescença** 6. Convento de Santo António da Convalescença 7. Igreja de Nossa Senhora do Rosário** Túmulo do Dr. João das Regras* 8. Palácio Beau-Séjour 9. Palácio dos Condes de Farrobo ou das Laranjeiras** Teatro Thalia** 10. Palácio dos Marqueses de Fronteira* 11. Palácio e Quinta Bensaúde 12. Palácio e Quinta da Alfarrobeira** 13. Palácio e Quinta do Devisme ou da Infanta 14. Quinta Nova da Conceição (Casa de Turismo de Habitação)

CULTURA 15. Artesão dos Soldadinhos de Chumbo 16. Fórum Grandela 17. Centro Cultural João das Regras 18. Gabinete de Estudos Olisiponenses 19. Museu da Música

ESPAÇOS VERDES 20. Jardim Zoológico de Lisboa 21. Mata de São Domingos de Benfica 22. Espaço Monsanto 23. Parque Recreativo e Parque de Merendas do Calhau 24. Parque Bensaúde 25. Jardins do Palácio Beau-Séjour

* Monumento Nacional** Imóvel de Interesse Público

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