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6 CIDADES São Luís, 13 de fevereiro de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão De Jesus 13 DE FEVEREIRO DIA MUNDIAL DO RÁDIO Companheiro de todas as horas! FM AM 60,7 96,1 70,2 80,5 100,3 300 400 500 700 600 I nsatisfeitos com a falta de diálo- go do Governo do Estado, repre- sentantes de associações de mi- litares da capital e do interior e da Associação das Esposas, Familia- res e Amigos dos Policiais e Bombei- ros do Maranhão aproveitaram o do- mingo para formalizar documento a ser encaminhado ao governador Flá- vio Dino. A reunião, realizada na As- sociação dos Inativos e Pensionistas da Polícia e do Corpo de Bombeiros Militares do Maranhão, no bairro An- gelim, destacou seis itens principais de reivindicação. Segundo a presidente da Associa- ção das Esposas, Familiares e Amigos dos Policiais e Bombeiros do Mara- nhão, Josilene Medeiros, a reabertura do diálogo com o governo e a reestru- turação da comissão especial para tra- tar de assuntos pertinentes à catego- ria foram os principais itens da pau- ta. No entanto, os militares se mos- tram insatisfeitos também em relação a outros pontos, como o descumpri- mento do Termo de Compromisso, datado de 2015, e o não reajuste sala- rial com base nos índices inflacioná- rios de 2015 a 2017. “Reivindicamos ainda a estrutu- ração e condições de trabalho na ca- pital e no interior, mudança nos cri- térios de promoção por mereci- mento e isonomia do vale-alimen- tação com a Polícia Civil”, informou Josilene Medeiros. Descumprimento A presidente enfatizou que o acor- Representantes de entidadess que representam militares, suas esposas e familiares se reuniram ontem para discutir pauta de reivindicações a ser encaminhada para o governador Flávio Dino; eles estão insatisfeitos com a falta de diálogo Associações militares querem diálogo com o governo estadual do, mais precisamente assinado em 30 de abril de 2015 pelo atual go- verno com os militares, foi des- cumprindo em sua quase totalida- de. Dos oito itens assinados por se- cretários de Estado, somente um está sendo cumprido. O primeiro item trata da reabertura de uma Co- missão própria para os membros do governo e dos representantes dos policiais militares e bombeiros. O objetivo era tratar do reajuste do escalonamento vertical, verifican- do a viabilidade fiscal e financeira para antecipar, no mês de dezem- bro de 2015 ou fevereiro de 2016, os Reivindicamos ainda a estruturação e condições de trabalho na capital e no interior, mudança nos critérios de promoção por merecimento e isonomia do vale-alimentação com a Polícia Civil” JOSILENE MEDEIROS presidente da Associação das Esposas, Familiares e Amigos dos Policiais e Bombeiros do Maranhão índices escalonados. A ideia era an- tecipar os valores de 2016. A ante- cipação dos valores de 2016 não aconteceu e a Comissão de nego- ciação perdeu sua validade. Outro ponto negociado pelas li- deranças são as diárias e horas-ex- tras, que seriam convertidas em va- lores reais e incluídas nos subsídios dos militares (ou seja, as verbas pa- gas com diárias e horas extras seriam transformadas em pagamentos no subsidio), o que não passou do pa- pel. Com relação ao item “Carreira única para praças”, havia sido pro- metido o que poderia ter sido uma das maiores conquistas históricas dos “praças” da Polícia Militar e Bombeiros, mas isto também ficou no papel. A proposta deveria estar na Lei de Organização Básica da Po- lícia Militar, mas até agora não foi enviada para a Assembléia Legisla- tiva em forma de projeto. Habitação “Havia sido negociada também a transformação do auxílio-alimenta- ção para ticket-alimentação e nada foi feito. Outra conquista impor- tantíssima seria um plano especifi- co de habitação para os policiais mi- litares e bombeiros. A proposta fa- ria com que vários militares saíssem das zonas de riscos e tivessem um pouco mais de dignidade. Pena que o plano habitacional também não vingou”, frisou o sargento Ebenilson Carvalho, acrescentando que outros itens da reivindicação são o adicio- nal noturno e o adicional de risco de vida, além da carga-horária e da re- visão dos índices de 2017 e 2018. Os policiais da capital e de vários municípios reclamam que o Gover- no do Estado se mostra indiferente aos seus anseios e não recebe seus representantes. Em algumas cida- des, são péssimas as condições de trabalho e infraestrutura. Se não bas- tasse, há escassez de viaturas e até de combustível. Além disso, eles re- lataram perseguições a lideranças. Conforme o presidente da Associa- ção dos Policiais Militares de Baca- bal, Diego Paixão, o governador Flá- vio Dino não está cumprindo suas promessas de campanha e não dia- loga com a categoria. “São dois anos de perseguição, fato que não se vi- venciou nos últimos governos antes do atual”, disse Diego Paixão. Da reunião participou também o deputado Wellington do Curso, ex- sargento do Exército, corporação para a qual trabalhou por 15 anos. Especialista em segurança pública e inteligência, o deputado mostrou- se sensível à causa dos policiais mi- litares. “Tenho um olhar voltado pa- ra a segurança em duas vertentes: a segurança da população e as ga- rantias dos agentes. É meu dever le- var essas reivindicações dos milita- res e de suas famílias para a Assem- bleia Legislativa. A profissão de mi- litar é delicada. O governo precisa garantir sua qualidade de vida e os benefícios para sua motivação”, dis- se o deputado. Segundo entidades, acordo está sendo descumprido Wellington do Curso conversa com esposas de policiais militares para saber as reivindicações

São Luís, 13 de fevereiro de 2017. Segunda-feira ... · da Polícia e do Corpo de Bombeiros ... Com relação ao item “Carreira única para praças”, ... das maiores conquistas

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6 CIDADES São Luís, 13 de fevereiro de 2017. Segunda-feira O Estado do Maranhão

De Jesus

13 DE FEVEREIRO

DIA MUNDIALDO RÁDIO

Companheirode todas as

horas!

FM

AM

60,7 96,1 70,2 80,5 100,3

300 400 500 700600

Insatisfeitos com a falta de diálo-go do Governo do Estado, repre-sentantes de associações de mi-litares da capital e do interior e

da Associação das Esposas, Familia-res e Amigos dos Policiais e Bombei-ros do Maranhão aproveitaram o do-mingo para formalizar documento aser encaminhado ao governador Flá-vio Dino. A reunião, realizada na As-sociação dos Inativos e Pensionistasda Polícia e do Corpo de BombeirosMilitares do Maranhão, no bairro An-gelim, destacou seis itens principaisde reivindicação.

Segundo a presidente da Associa-ção das Esposas, Familiares e Amigosdos Policiais e Bombeiros do Mara-nhão, Josilene Medeiros, a reaberturado diálogo com o governo e a reestru-turação da comissão especial para tra-tar de assuntos pertinentes à catego-ria foram os principais itens da pau-ta. No entanto, os militares se mos-tram insatisfeitos também em relaçãoa outros pontos, como o descumpri-mento do Termo de Compromisso,datado de 2015, e o não reajuste sala-rial com base nos índices inflacioná-rios de 2015 a 2017.

“Reivindicamos ainda a estrutu-ração e condições de trabalho na ca-pital e no interior, mudança nos cri-térios de promoção por mereci-mento e isonomia do vale-alimen-tação com a Polícia Civil”, informouJosilene Medeiros.

DescumprimentoA presidente enfatizou que o acor-

Representantes de entidadess que representam militares, suas esposas e familiares se reuniram ontem para discutirpauta de reivindicações a ser encaminhada para o governador Flávio Dino; eles estão insatisfeitos com a falta de diálogo

Associações militares queremdiálogo com o governo estadual

do, mais precisamente assinado em30 de abril de 2015 pelo atual go-verno com os militares, foi des-cumprindo em sua quase totalida-de. Dos oito itens assinados por se-cretários de Estado, somente umestá sendo cumprido. O primeiroitem trata da reabertura de uma Co-missão própria para os membrosdo governo e dos representantesdos policiais militares e bombeiros.O objetivo era tratar do reajuste doescalonamento vertical, verifican-do a viabilidade fiscal e financeirapara antecipar, no mês de dezem-bro de 2015 ou fevereiro de 2016, os

Reivindicamosainda aestruturação econdições detrabalho na capitale no interior,mudança noscritérios depromoção pormerecimento eisonomia do vale-alimentaçãocom a Polícia Civil”

JOSILENE MEDEIROSpresidente da Associação dasEsposas, Familiares e Amigos dosPoliciais e Bombeiros doMaranhão

índices escalonados. A ideia era an-tecipar os valores de 2016. A ante-cipação dos valores de 2016 nãoaconteceu e a Comissão de nego-ciação perdeu sua validade.

Outro ponto negociado pelas li-deranças são as diárias e horas-ex-tras, que seriam convertidas em va-lores reais e incluídas nos subsídiosdos militares (ou seja, as verbas pa-gas com diárias e horas extras seriamtransformadas em pagamentos nosubsidio), o que não passou do pa-pel. Com relação ao item “Carreiraúnica para praças”, havia sido pro-metido o que poderia ter sido uma

das maiores conquistas históricasdos “praças” da Polícia Militar eBombeiros, mas isto também ficouno papel. A proposta deveria estarna Lei de Organização Básica da Po-lícia Militar, mas até agora não foienviada para a Assembléia Legisla-tiva em forma de projeto.

Habitação“Havia sido negociada também atransformação do auxílio-alimenta-ção para ticket-alimentação e nadafoi feito. Outra conquista impor-tantíssima seria um plano especifi-co de habitação para os policiais mi-

litares e bombeiros. A proposta fa-ria com que vários militares saíssemdas zonas de riscos e tivessem umpouco mais de dignidade. Pena queo plano habitacional também nãovingou”, frisou o sargento EbenilsonCarvalho, acrescentando que outrositens da reivindicação são o adicio-nal noturno e o adicional de risco devida, além da carga-horária e da re-visão dos índices de 2017 e 2018.

Os policiais da capital e de váriosmunicípios reclamam que o Gover-no do Estado se mostra indiferenteaos seus anseios e não recebe seusrepresentantes. Em algumas cida-

des, são péssimas as condições detrabalho e infraestrutura. Se não bas-tasse, há escassez de viaturas e atéde combustível. Além disso, eles re-lataram perseguições a lideranças.Conforme o presidente da Associa-ção dos Policiais Militares de Baca-bal, Diego Paixão, o governador Flá-vio Dino não está cumprindo suaspromessas de campanha e não dia-loga com a categoria. “São dois anosde perseguição, fato que não se vi-venciou nos últimos governos antesdo atual”, disse Diego Paixão.

Da reunião participou tambémo deputado Wellington do Curso, ex-sargento do Exército, corporaçãopara a qual trabalhou por 15 anos.Especialista em segurança públicae inteligência, o deputado mostrou-se sensível à causa dos policiais mi-litares. “Tenho um olhar voltado pa-ra a segurança em duas vertentes: asegurança da população e as ga-rantias dos agentes. É meu dever le-var essas reivindicações dos milita-res e de suas famílias para a Assem-bleia Legislativa. A profissão de mi-litar é delicada. O governo precisagarantir sua qualidade de vida e osbenefícios para sua motivação”, dis-se o deputado. �

Segundo entidades,acordo está sendo

descumprido

Wellington do Curso conversa com esposas de policiais militares para saber as reivindicações