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SÃO PAULO, 04 DE DEZEMBRO DE 2014

SÃO PAULO, 21 DE MARÇO DE 2013 - Prefeitura · Viver Simples (Itamonte ... O Centro de Permacultura Asa Branca é uma das principais referências em projetos de sustentabilidade

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SÃO PAULO, 04 DE DEZEMBRO DE 2014

Fonte do Parque do Ibirapuera está mais bonita e colorida

http://www2.boxnet.com.br/pmsp/Visualizacao/RadioTv.aspx?IdClipping=35578446&IdEmpre

saMesa=&TipoClipping=V&Commodities=0

Iluminação de Natal no Parque

Data: De 01 de dezembro de 2014 a 06 de janeiro de 2015 Horário: Todos os dias, duas apresentações, às 20h30 e às 21h Recomendação: para todas as idades Valor: grátis

O Parque Ibirapuera tem decoração de Natal.

O “Natal Iluminado”, mais um espetáculo inédito na Fonte Multimídia do Parque do Ibirapuera. A partir do dia 01 de dezembro, segunda-feira, serão duas apresentações diárias e gratuitas, como em todos os anos: às 20h30 e às 21h. O show natalino é formado por projeções, sons, danças das águas, luzes no lago e as mais de 200 árvores do entorno da fonte, decoradas com lâmpadas de LED.

No primeiro sábado de Dezembro, dia 06, às 19h00 haverá apresentação do Coral Natalino composto por 24 vozes femininas em palco montado na parte interna do lago. Com arranjos de Marcelo Antunes Martins e regência da Maestrina Sônia Di Morais, a apresentação será emocionante e repleta de canções Natalinas como “O Velhinho – deixei meu sapatinho” e “Anoiteceu”.

Imagem da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA)

Local: Parque Ibirapuera – Avenida Pedro Álvares Cabral, s/n

PARQUE IBIRAPUERA É CAMPEÃO DE "CHECK-INS" NO BRASIL, APONTA

INSTAGRAM

A rede social de fotografias Instagram divulgou nesta quarta-feira (3) uma lista com os

dez lugares mais "checados" no Brasil, onde mais fotos foram marcadas na

geolocalização do aplicativo.

O Parque do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo é o campeão de marcações, à frente

de lugares emblemáticos como Maracanã e a praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.

A avenida Paulista, outro ponto turístico paulistano, ficou em sexto lugar, logo acima

do Aeroporto Internacional de Guarulhos (GRU), em sétimo.

CONFIRA OS DEZ PONTOS MAIS CHECADOS DO BRASIL

1. Parque Ibirapuera

2. Maracanã

3. Estádio Nacional Mané Garrincha

4. Arena Castelão

5. Mineirão

6. Avenida Paulista

7. GRU Airport - Aeroporto Internacional de São Paulo

8. Lagoa Rodrigo de Freitas

9. Praia de Copacabana

10. Praia de Ipanema

Conheça 10 ecovilas brasileiras

As comunidades sustentáveis vêm ganhado cada vez mais espaço no Brasil. Inspirada nas comunidades alternativas dos anos 60, as ecovilas, como são chamadas hoje, surgiram na Europa, mais precisamente na Escócia.

São três as bases conceituais que sustentam a ideologia das ecovilas: a vida em harmonia com a natureza e suas leis; a convivência fraterna e solidária e um estado de consciência elevada.

Ecovila Viver Simples, no município de Itamonte (MG)

De acordo com a GEN (Rede Global de Ecovilas), maior entidade do setor, existem mais de 15 mil ecovilas espalhadas pelo mundo que abrigam de 20 e 3 mil pessoas. Não existem dados sobre o número dessas comunidades no Brasil

O site Nômades Digitais selecionou 10 ecovilas brasileiras para você visitar, ou, por que não, morar.

Clareando (Serra da Mantiqueira – São Paulo)

Fotos: Nômades Digitais

Condomínio rural que segue a proposta de viver em harmonia com a natureza, é considerado um dos principais do estado. A localização, entre as cidades de Piracaia e Joanópolis, é pra lá de privilegiada, pois se situa entre vales e montanhas da Mata Atlântica.

Arca Verde (São Francisco de Paula – Rio Grande do Sul)

A infraestrutura segue com foco na permacultura – método de organização sustentável –, incluindo hortas e agrofloresta, alojamento coletivo, cozinha e refeitório comunitários, espaço social e espiritual, ateliês, galpões e oficinas, espaço para as crianças, lotes de uso particular, familiar e coletivo, entre outros.

Viver Simples (Itamonte – Minas Gerais)

Formado por um grupo de 13 famílias, o condomínio rural tem área de cultivo, um centro de aprendizado onde são oferecidos cursos, 10 chalés para visitantes e uma cozinha comunitária.

Ecovila Sítio das Águias (Lindolfo Collor – Rio Grande do Sul)

A 70 km de Porto Alegre, entre Novo Hamburgo e Nova Petrópolis, os nove hectares que compõem o Sítio das Águias foram elevados de um centro espiritual para uma ecovila de respeito, que propõe a alimentação saudável, harmonia entre os moradores e a natureza, além de reunir atividades num centro de lazer e vivências.

Asa Branca (Brasília)

O Centro de Permacultura Asa Branca é uma das principais referências em projetos de sustentabilidade no Brasil. Localizado a 23 km do centro de Brasília, abriga interessados em serviço voluntário e está aberto a visitações através de turismo ecopedagógico para até 15 pessoas.

Aldeia Arawikay (Antônio Carlos – Santa Catarina)

Nas colinas de Alto Rio Farias, numa área rural, a aldeia tem como meta principal a preservação e recuperação florestal de 80% da área original, dentro de 17,7 hectares.

Flor de Ouro Vida Natural (Alto Paraíso – Goiás)

Turistas e demais simpatizantes de um modo de vida alternativo se reúnem nesta ecovila que existe há mais de 30 anos. Localizada na região da Chapada dos Veadeiros, ela organiza diversos eventos em prol da espiritualidade e da harmonia com o corpo e com a natureza.

Ecovila da Lagoa (Planaltina – Goiás)

Quem busca por esportes, este é o lugar certo. A ecovila está às margens da Lagoa Formosa, onde podem ser praticadas modalidades aquáticas como stand up paddle e kitesurf. Além disso, tem pista de skate, mountain bike, rappel, trekking, escalada e corrida de aventura. A estrutura recebe famílias e grupos em seu camping, albergue e bangalôs.

El Nagual (Rio de Janeiro)

Fundada por dois estrangeiros há mais de 20 anos, os princípios dessa famosa ecovila carioca visam promover a gestão sustentável de recursos, implantar estudos de zoneamento e planejamento de ocupação do solo, vivenciar boas práticas de convívio e, assim, preservar e respeitar o meio em que vivem.

Caminho de Abrolhos (Nova Viçosa – Bahia)

Ainda em vias de execução, é um empreendimento sustentável, parte de uma incorporadora, com facilidade de aquisição e financiamento próximo a um lugar de dar inveja a qualquer vizinho: o arquipélago de Abrolhos. Com base na consciência ecológica, as construções variam de tamanho e estilo, e, consequentemente, de preço.

O local ainda terá áreas de lazer e um clube de férias, mas parece fugir um pouco do conceito principal de uma ecovila, embora não possamos julgar por enquanto.

E aí, já escolheu a sua preferida?

Governo alemão apresenta plano de ação climática para 2020

Com seu programa de ação Proteção Climática 2020, o governo em Berlim

pretende economizar 22 milhões de toneladas de CO2 até 2020.

Ambientalistas e políticos criticam, e falam de um "pseudo-gigante".

Já nas primeiras horas da manhã, ambientalistas protestavam diante do prédio da

Chancelaria Federal em Berlim. Um símbolo de "CO2" ardia em chamas. De luvas

grossas, eles seguravam um cartaz com os dizeres: "Proteção climática precisa da

desistência do carvão". Para eles, esse é um critério decisivo para medir o êxito do

programa de ação Proteção Climática 2020.

Para alguns ambientalistas, esse programa já está fadado ao fracasso. Afinal de contas,

a razão do pacote de medidas é a Alemanha ter ficado para atrás na proteção

climática. Até 2020, a emissão de gases estufa deveria ser reduzida em 40% em relação

a 1990; até agora só se conseguiu reduzir 24%. Por isso é preciso tomar medidas

corretivas agora; por isso, esse novo plano de ação.

Redução de CO2 com eficiência energética

Na manhã desta quarta-feira (03/12), após a reunião do gabinete de governo em

Berlim, o ministro alemão da Economia e Energia, Sigmar Gabriel, anunciou a intenção

de economizar 22 milhões de toneladas de CO2 produzidas por combustíveis fósseis. A

medida deverá atingir principalmente as usinas termelétricas de carvão. Até 2015

Gabriel pretende apresentar um projeto de lei a respeito.

"É um importante passo na direção certa", ponderou Daniela Setton, especialista em

energia da organização de proteção da natureza Nabu, em entrevista à DW. Afinal de

contas, esta seria a primeira vez que o governo alemão age de forma político-

regulatória em relação ao carvão mineral. Contudo, "do nosso ponto de vista, a

contribuição das usinas termelétricas para a redução das emissões deveria ser

triplicada", observou.

Mas a energia proveniente da queima de carvão é somente um componente do

programa de ação. Outro campo importante é a eficiência energética. Com a ajuda do

Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (Nape, na sigla em alemão), a

emissão de gases do efeito-estufa deverá ser reduzida em mais 25 a 30 milhões de

toneladas. Isso deverá ser alcançado com a promoção de medidas de economia

energética na construção civil.

Quem, por exemplo, decidir isolar termicamente suas janelas e paredes, deverá

receber apoio estatal – e assim, contribuir para a proteção climática. Segundo Setton,

"a eficiência energética é realmente verdade um novo instrumento com potencial

considerável para a proteção climática, que o governo alemão apresentou". Só que,

também nesse ponto, ainda não há financiamento, ressalva a especialista da Nabu.

De trabalho de conscientização à ciclovia

No trânsito, deverão ser economizadas até 10 milhões de toneladas de dióxido de

carbono. Na agricultura, uma regulação mais rigorosa dos fertilizantes promoverá a

economia de até 3,6 milhões de toneladas. A indústria de reaproveitamento de

resíduos deve contribuir com uma economia adicional de 3 milhões de toneladas de

CO2, até 2020. E o plano de ação também prevê medidas em outros setores.

Há, por exemplo, a oferta de serviços de consultoria e informação sobre emissões de

CO2. Ou a planejada via expressa do Ruhr, com 101 quilômetros de extensão, que

proporcionará a um grande número de habitantes do Vale do Rio Ruhr chegar ao

trabalho de forma ecológica.

Ministra Barbara Hendricks: Alemanha envia sinal de confiança a comunidade

internacional

"A proteção climática é uma grande tarefa comunitária. Por isso, é importante que

todos os setores prestem sua contribuição", declarou a ministra alemã do Meio

Ambiente, Barbara Hendricks. No entanto, essa lista de projetos individuais e

micromedidas outorga ao plano de ação a reputação "pseudo-gigante".

"Quando mais de perto se observa, menor e mais absurdo parece", critica Anton

Hofreiter, líder da bancada do Partido Verde no Bundestag (câmara baixa do

parlamento alemão). "A proteção climática precisa de medidas de verdade, em vez de

truques matemáticos."

Na segunda semana de dezembro, a ministra Hendricks participa da 20ª Conferência

do Clima (COP 20), em andamento em Lima, Peru, de 1º a 12 de dezembro. Ela disse

estar segura que, com o plano de ação aprovado nesta quarta-feira, a Alemanha envia

um importante sinal de confiança para a comunidade internacional. Pois assim "a

Alemanha cria sua própria meta climática".

Sabesp vai bombear menos água do Cantareira em dezembro

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) terá de reduzir

ao longo de dezembro a retirada de água do Sistema Cantareira, o principal manancial

para o abastecimento da região metropolitana de São Paulo, independentemente da

quantidade de chuva que possa se acumular ao longo do período.

Segundo definição conjunta da Agência Nacional de Águas (Ana) e do Departamento

de Águas e Energia Elétrica (Daee), o volume de retirada baixou de 39 milhões de

metros cúbicos para 30 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 30 bilhões de

litros.

A medida faz parte de um acordo fechado, no último dia 17 de novembro, em que,

mensalmente, os dois órgãos avaliarão o uso da segunda cota do chamado volume

morto ou reserva técnica, que é a água bombeada abaixo da captação por gravidade.

O mesmo critério é seguido no caso das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí

(PCJ). A determinação encaminhada ao presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas

dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Gabriel dos Santos, informa que a Ana e o Daee

concordaram diminuir de quatro para três metros cúbicos por segundo a liberação de

água dos reservatórios para os rios da região.

Sabesp registra nova baixa no volume de água do Sistema Cantareira

O nível do Sistema Cantareira, principal manancial de abastecimento da região metropolitana de São Paulo (incluindo parte da capital paulista), voltou a cair, atingindo hoje (3) 8,4% de sua capacidade de armazenagem, segundo a medição diária feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Ontem (2), o volume estava em 8,5%.

Em mais cinco mananciais também foram registradas novas baixas: no Sistema Alto Tietê havia ontem 5,5% de água em relação ao total que é possível reservar e, hoje (3), o percentual passou para 5,4%; no sistema Guarapiranga, o nível atingiu 32,7%, ante 33,1%; no Sistema Alto Cotia, a taxa passou de 29,6% para 29,4%; no Sistema Rio Grande, de 63,2% para 63% e no Sistema Rio Claro, de 31,1% para 30,4%.

De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), estão previstas pancadas de chuva hoje em São Paulo. Elas, porém, devem ocorrer de forma mais fraca no lado norte do estado, onde localiza-se a maior parte dos reservatórios alimentados por nascentes situadas entre o sul de Minas Gerais e o norte do estado.

Entre dezembro deste ano e fevereiro de 2015, parte do país, incluindo a Região Sudeste, deverá ainda estar sujeita às variações climáticas influenciadas pelo fenômeno El Niño, de acordo com as previsões do Cptec. As temperaturas podem variar na maior parte do Brasil.

A obra sem fim para levar água ao sertão nordestino brasileiro

Com sete anos de atraso, as águas da transposição do São Francisco

passam a correr

Mas tudo indica que até o final de 2015, prazo do Governo, a obra ainda

não estará pronta

A agricultora Lindomar Ferraz Silva, de 65 anos, aponta para uma mangueira solitária

quase sem folhas num descampado da zona rural de Floresta, cidade do sertão

pernambucano onde nasce um dos eixos da transposição do rio São Francisco. No local

ficava sua casa, que não existe mais. “A mangueira foi deixada ali, de recordação”,

conta.

O terreno de Lindomar, cuja área equivale a dois parques Ibirapuera e meio, começou

a se transformar em 2007. A vegetação rala e cinzenta da caatinga foi tomada por um

canal de concreto que terá 477 quilômetros de extensão, feito para levar a água de um

dos principais rios do país para onde as pessoas não têm, sequer, o que beber, em 390

municípios dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

Sete anos depois dos primeiros sinais da bilionária obra, e quatro anos mais tarde do

que o previsto, a aposentada conseguiu, finalmente, ver um tantinho de rio passar em

seu quintal. É ali que fica o reservatório Areias, o primeiro a se encher d’água, no

último mês de outubro, quando os primeiros testes da transposição começaram.

No final da tarde de 13 de novembro, ela observava sua criação de cabras descer pelo

concreto do canal para saciar a sede. Naquela manhã, ela própria havia enchido alguns

baldes no reservatório, para usar em suas “coisinhas” de casa. Mas Lindomar ainda

não sabe quando, nem como, passará a receber uma parte do rio pelas torneiras de

sua nova casa, construída ao lado do canal e da represa, com o dinheiro pago como

indenização pela passagem da obra.

As cabras usam o trecho de canal por onde passa a água para saciar a sede. / alex

almeida

Uma das principais obras hídricas do Governo federal nos últimos anos, a transposição

do rio São Francisco tem seguido a passos lentos. Prometida, inicialmente, para 2010,

ela teve seu prazo estendido pelo próprio presidente Lula (PT) em dezembro daquele

mesmo ano. Na ocasião, em visita à região, ele afirmou: “Estou percebendo que a obra

vai ser inaugurada, definitivamente, em 2012, a não ser que aconteça um dilúvio.”

Mas, mesmo em meio a maior seca já ocorrida na região nos últimos 50 anos, a

entrega atrasou novamente. Agora, está programada para dezembro de 2015 e o

Governo garante que, desta vez, não haverá nova prorrogação. “Estamos completando

a meta piloto no Eixo Leste conforme o cronograma”, comemorou o secretário-

executivo do Ministério da Integração, Irani Ramos, em um vídeo gravado pelo

Governo após o início da passagem da água neste final de outubro.

Mas, a um ano de vencer a nova promessa, tudo indica que a construção não estará

pronta a tempo mais uma vez. Ainda resta 32% da obra por fazer. Das seis metas de

trabalho do projeto, divididas ao longo de dois Eixos (Leste e Norte), apenas uma está

próxima do fim. Justamente a mais curta: a que compõe os 16 quilômetros de canal

entre o reservatório de Itaparica, onde a água do São Francisco é captada, até o de

Areias, no terreno de Lindomar. Todas as outras cinco têm menos de 75% da

construção finalizada- uma tem só 30%.

O EL PAÍS percorreu por quatro dias uma parte da obra, e viu um enorme retalho de

concreto com trechos prontos e outros onde a construção mal começou. Poucos

pedaços já estão interligados.

Há casos como o da área que cruza o assentamento Serra Negra, localizado dentro da

segunda meta do Eixo Leste. Apesar de o Governo considerar que 71% dessa meta já

está feita, na área do assentamento o canal ainda está sendo escavado. A construção

no terreno, reivindicado pela comunidade indígena Pipipan, enfrentou diversos

protestos até que se chegasse a um acordo. Os sem-terra de Serra Negra também só

concordavam com o início da construção do canal quando o posto de saúde e as

quatro casas que teriam que ser demolidas fossem reconstruídas em outro local. Na

segunda semana de novembro, centenas de operários corriam em meio a dezenas de

caminhões e de tratores, trabalhando, inclusive, durante as noites.

Tratores escavam área onde ainda será implementado o canal. / alex almeida

A imagem contrastava com o que se via em outra área, a poucos quilômetros de

distância, onde ficará a barragem de Cacimba Nova, também em Pernambuco. A

construção ali estava adiantada, mas há alguns meses foi abandonada. Os sinais

estavam no local: placas viradas, um buraco de terra revirado e árvores crescendo em

meio ao concreto do canal. Só as cabras dos agricultores circulam por ali. “A obra foi

parando aos poucos, mas há uns dois meses os operários foram embora”, diz Mauriceli

Bevenuto da Silva, de 35 anos.

A família dele, que mora perto do local, depende da água enviada pelo Exército em

caminhões-pipa. Na vila de cinco casas, só uma das cisternas é abastecida por essa

água gratuita. “A gente divide. Dá para poucos dias. Depois tem que pegar o carro de

boi e buscar água num poço.” Eles também compram. Um tambor de 200 litros, para

15 dias, custa 20 reais. Não se sabe a procedência dessa água.

O Ministério da Integração diz que o atual prazo de conclusão das obras é o

“compatível com a complexidade do empreendimento, sobretudo se comparado a

outras experiências de transposição de águas pelo mundo”. Diz que, em 2011,

estabeleceu um novo modelo de licitação, contratação e acompanhamento das seis

metas da obra. A construção, picotada entre várias empreiteiras, enfrentou problemas

devido a um projeto básico mal feito. No Ceará, por exemplo, ele indicava que o túnel

Cuncas I, visitado por Lula naquele dezembro de 2010, deveria ser construído num

terreno arenoso. A estrutura desabou quatro meses após a passagem do então

presidente e foi refeita ao lado, onde o solo tinha mais qualidade.

Situações como essa deixaram a obra 82% mais cara: um salto de 4,5 bilhões de reais

para 8,2 bilhões. Também levaram desesperança a milhares de famílias, que sonham

com a solução, que é planejada desde o século 19. E geraram inúmeras desconfianças.

Há aqueles, como o padre Sebastião Gonçalves da Silva, destacado pela igreja para

acompanhar os afetados pela obra, que acreditam que apenas o agronegócio lucrará

com a grandiosa estrutura. Já o Governo federal garante que a água será destinada

também aos pequenos agricultores.

Enquanto as águas do velho Chico não chegam, definitivamente, para as 12 milhões de

pessoas no caminho da obra, a agricultora Lindomar já sabe o que fazer com o

trechinho de rio que cruza o seu pedaço de sertão: “Vou comprar uma bomba

pequena, dessas à gasolina, e puxar a água do reservatório direto para a minha caixa

d’água.”