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SÃO T OMÉ E PRÍNCIPE Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP Maio de 2014 Parceiro estratégico:

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SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

Maio de 2014

Parceiro estratégico:

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

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Índice

1. CEEAC. Enquadramento regional, político e económico ........................................................................................... 24

1.1. Caracterização da CEEAC ............................................................................................................................................. 24

1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEEAC .................................................................................................. 24

1.1.2. Os Estados Membros da CEEAC ................................................................................................................... 26

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades no desenvolvimento da CEEAC .................................................... 26

1.2. A CEEAC enquanto comunidade económica ............................................................................................................. 28

1.3. Estrutura produtiva da CEEAC ................................................................................................................................... 36

1.4. Trocas comerciais na CEEAC .................................................................................................................................... 42

1.4.1. Complementaridade das economias ............................................................................................................... 42

1.4.2. Comércio intrarregional ................................................................................................................................... 43

1.4.3. São Tomé e Príncipe e Gabão. O país da CPLP e a terceira maior economia da região ............................... 46

1.5. Comércio extrarregional ............................................................................................................................................. 47

1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEEAC .................................................................................................... 47

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEEAC ................................................................................................. 52

1.6. IDE na CEEAC ........................................................................................................................................................... 56

1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC, principais portos e aeroportos ...................................................... 58

1.8. Principais produtos importados pelos países da CEEAC e oportunidades para as empresas Portuguesas ............. 60

2. Gabão .............................................................................................................................................................................. 65

2.1. Macroeconomia .......................................................................................................................................................... 66

2.1.1. PIB da economia do Gabão ............................................................................................................................ 66

2.1.2. Orçamento Geral do Estado .......................................................................................................................... 67

2.2. Estrutura produtiva ..................................................................................................................................................... 70

2.2.1. PIB por setor ................................................................................................................................................... 70

2.2.2. Caraterização do setor empresarial do Estado ............................................................................................... 70

2.3. Política económica ..................................................................................................................................................... 75

2.3.1. Perspetivas futuras ......................................................................................................................................... 75

2.3.2. Prioridades estratégicas do Gabão ................................................................................................................. 75

2.4. Infraestruturas e energia ............................................................................................................................................ 78

2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas................................................................................. 83

2.6. Abertura da economia e relações comerciais ............................................................................................................ 85

2.7. Principais setores de oportunidade ............................................................................................................................ 96

2.8. IDE de e para o Gabão .............................................................................................................................................. 97

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2.9. Financiamento à economia ........................................................................................................................................ 98

2.9.1. Principais bancos presentes ........................................................................................................................... 98

2.9.2. Bancarização da população ............................................................................................................................ 99

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos ...................................................................................................................... 100

2.9.4. Bolsa de Valores ........................................................................................................................................... 100

3. São Tomé e Príncipe. Uma esperança em África ...................................................................................................... 102

3.1. Macroeconomia ........................................................................................................................................................ 103

3.1.1. PIB da Economia de São Tomé e Príncipe ................................................................................................... 103

3.1.2. Orçamento Geral do Estado ......................................................................................................................... 105

3.1.3. Dívida pública ............................................................................................................................................... 107

3.2. Estrutura Produtiva .................................................................................................................................................. 109

3.2.1. PIB por setor ................................................................................................................................................. 109

3.2.2. Setor empresarial do Estado ........................................................................................................................ 110

3.3. Política Económica ................................................................................................................................................... 111

3.3.1. Perspetivas futuras ....................................................................................................................................... 111

3.3.2. Prioridades estratégicas para São Tomé e Príncipe ..................................................................................... 114

3.4. Infraestruturas e energia .......................................................................................................................................... 116

3.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas............................................................................... 122

3.6. Abertura da economia e relações comerciais .......................................................................................................... 126

3.7. Principais setores de oportunidade .......................................................................................................................... 133

3.8. IDE em São Tomé e Príncipe ................................................................................................................................... 135

3.9. Financiamento à economia ...................................................................................................................................... 136

3.9.1. Principais bancos presentes ......................................................................................................................... 136

3.9.2. Bancarização da população .......................................................................................................................... 137

3.9.3. Microcrédito .................................................................................................................................................. 139

3.9.4. Taxas de juro de empréstimos ...................................................................................................................... 139

4. Investir em São Tomé e Príncipe ................................................................................................................................ 142

4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de Segurança Social ........................................................... 142

4.1.1. População ativa ............................................................................................................................................ 142

4.1.2. Desemprego ................................................................................................................................................. 142

4.1.3. Desigualdades .............................................................................................................................................. 142

4.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social ......................................................................................... 143

4.2. Como investir em São Tomé e Príncipe? ................................................................................................................. 143

4.2.1. Fases/etapas a observar no processo de estabelecimento em São Tomé e Príncipe.................................. 144

4.3. Incentivos e benefícios ao investimento ................................................................................................................... 145

4.4. Principais mecanismos de financiamento ................................................................................................................ 147

4.5. Competitividade de São Tomé e Príncipe ................................................................................................................ 148

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4.5.1. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto regional .......................................................................... 148

4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação .................................................................................................. 149

4.6.1. Exportações/Importações – barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos .... 149

4.6.2. Entrada e saída de capitais .......................................................................................................................... 150

4.6.3. Estabilidade legal e fiscal - barreiras legais, fiscais e regulamentares ......................................................... 151

4.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra ................................................................................... 155

4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade ...................................................... 156

4.6.6. Sistema jurídico e judiciário .......................................................................................................................... 156

4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios ................................................................................................................. 157

4.7. Principais características dos acordos de São Tomé e Príncipe no domínio do comércio e investimento .............. 159

4.7.1. Protocolos da CEMAC e posicionamento relativo de São Tomé e Príncipe ................................................. 159

4.7.2. Acordos essenciais de STP na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) ......................................................... 159

4.7.3. Acordos entre EUA e São Tomé e Príncipe .................................................................................................. 160

4.7.4. Acordos entre a UE e São Tomé e Príncipe ................................................................................................. 160

5. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto da CPLP .................................................................................... 164

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Acrónimos e abreviaturas de termos utilizados

ACE – Acordo de Cooperação Económica

ACI – Acordos Comerciais de Investimento

ACP – Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico (African, Caribbean, and Pacific Group of States)

ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação

AGO – Angola

AGOA – Lei de Crescimento e Oportunidades para África (African Growth and Opportunity Act)

APIEX – Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des Exportations)

APPRI – Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos

ASEAN – Associação das Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)

BAfD – Banco Africano de Desenvolvimento

BAI – Banco Angolano de Investimentos

BDI – Burundi

BEAC – Banco dos Estados da África Central

BEI – Banco Europeu de Investimento

BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

BM – Banco Mundial

BVMAC – Bolsa de Valores da África Central (Central African Stock Exchange – BVMAC)

BWA – Botsuana

CAF – República Centro-Africana

CAGR - Compound Annual Growth Rate - Taxa de crescimento anual composta

CAPEX – Despesas de capital ou investimento em bens de capital (Capital Expenditure)

CEDEAO – Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

CEEAC / ECCAS – Comunidade Económica dos Estados de África Central (Economic Community of Central African States)

CEEGL – Comunidade Económica dos Estados dos Grandes Lagos

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CEMAC – Comunidade Económica e Monetária da África Central

CGD – Caixa Geral de Depósitos

CMR – Camarões

COBAC – Comissão Bancária da África Central (Commission Bancaire de l’ Áfrique Centrale)

COD – República Democrática do Congo

COG – Congo

COMESA – Mercado Comum da África Oriental e Austral

COMIFAC – Comissão das Florestas da África Central

COPAX / CPSAC – Conselho de Paz e Segurança da África Central

COREP – Comité Regional das Pescas para o Golfo da Guiné

COSEC – Companhia de Seguro de Créditos

CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

DB – Doing Business (Banco Mundial e SFI)

DIHPSE / DIHPSSD – Organização Humana, Paz, Estabilidade e Segurança

DSX - Bolsa de Valores de Douala (Douala Stock Exchange - DSX)

ECA – Comissão Económica da ONU para África (Economic Commission for Africa)

EDFI – Instituições Financeiras Europeias de Desenvolvimento (Association of European Development Finance Institutions)

EM – Estados Membros

EMAE – Empresa Nacional de Água e Electricidade de São Tomé e Príncipe

ENAPORT – Empresa Nacional da Administração de Portos de São Tomé e Príncipe

ENASA – Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea de São Tomé e Príncipe

ENCO – Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos

ENRP – Estratégia Nacional de Redução da Pobreza

ENRPII – Estratégia Nacional de Redução da Pobreza II 2012-2016

EUA – Estados Unidos da América

FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura - Food and Agriculture Organization of the United Nations

FED / EDF - Fundo Europeu de Desenvolvimento (European Development Fund)

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FMI – Fundo Monetário Internacional (IMF – International Monetary Fund)

FOMAC – Força Multinacional de Manutenção da Paz na África Central

GAB – Gabão

GEF – Global Environment Facility

GNQ – Guiné Equatorial

Gpeari – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais Avaliação e ais

HIPC – Países Pobres Altamente Endividados (Heavily Indebted Poor Countries)

ICC – Índice de Complementaridade Comercial (TCI – Trade Complentary Index)

ICG – Índice de Competitividade Global

ICSID – Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimento (International Centre for Settlement of Disputes)

IDE – Investimento Direto Estrangeiro

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IDS – Instituto de Estudos do Desenvolvimento (Institute of Developmet Studies)

ITC– Centro Internacional de Comércio (International Trade Center)

LSO – Lesoto

LUPP – Luanda Urban Poverty Programme

MARAC – Sistema de Alerta Prévio da África Central

MDG – Madagáscar

MDRI – Iniciativa Multilateral de Diminuição de Dívida (Multilateral Relief Initiative)

MERCOSUL – Mercado Comum do Sul

MIGA – Agência Multilateral de Garantia de Investimentos - (Multilateral Investment Guarantee Agency)

MMTZ – Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia

MOZ – Moçambique

MUS – Maurícias

MWI – Maláui

NAM – Namíbia

NEPAD – Nova Parceria para o Desenvolvimento de África

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OMC – Organização Mundial do Comércio

OMD – Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento

OMPI – da Organização Mundial da Propriedade Intelectual

ONU – Organização das Nações Unidas

OPEC – Organização dos Países Exportadores de Petróleo

OPEX – Capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa (Operational Expenditure)

PAAR - Programa para o desenvolvimento da rede rodoviária do Gabão

PEAC – Grupo de Energia (ou Centro Energético) da África

PIB – Produto Interno Bruto

PIDA – Programa de Desenvolvimento das Infraestruturas em África

PME – Pequenas e médias empresas

PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PSGE – Plano Estratégico do Gabão Emergente

QUIBB – Questionário Unificado de Indicadores do bem-estar em São Tomé e Príncipe

RAE Macau - Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau)

RDC – República Democrática do Congo

SADC – Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (Southern African Development Community)

SFI – Sociedade Financeira Internacional (IFC- International Finance Corporation)

SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento. Notamos que as referências a esta entidade devem lidas

como SOFID ou futuro banco de fomento.

STP – São Tomé e Príncipe

SWZ – Suazilândia

SYC – Seicheles

TCD – Chade

TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação

TZA – Tanzânia

UDEAC – União Aduaneira dos Estados da África Central

UE – União Europeia

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UMAC – União Monetária da África Central

UNCTAD – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (United Nations Conference for Trade and Development)

UNCTADstat – Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento estatísticas

XAF – Código da moeda atribuído a Francos da Comunidade Financeira Africana

ZAF – África do Sul

ZDC – Zona de Desenvolvimento Conjunto (São Tomé e Príncipe e Nigéria)

ZEE – Zonas Económicas Exclusivas

ZMB – Zâmbia

ZWE – Zimbabué

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Nota prévia

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Nota prévia

O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP – Associação Industrial Portuguesa (“AIP”) e a PricewaterhouseCoopers&Associados – Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( “PwC”).

Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo.

Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto.

As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário.

Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita.

Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham

acesso ao presente documento.

Projeto Co-Financiado:

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Sumário

Executivo

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Sumário Executivo

A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes.

Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais.

Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes.

Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes.

Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro.

CPLP

Características

%

Comércio CPLP

(% Quota Mundial)

% - Valor

População CPLP 2012, % da população mundial

3,68% CPLP - Total do comércio mundial

3,9% - US$ 706 mil milhões

PIB 2012, % do PIB mundial 3,67% Exportações totais CPLP 2,1% - US$ 379 mil milhões

Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP 1,8% - US$ 327 mil milhões

Terra arável disponível na CPLP, % mundo 5,86%

Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat

Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências.

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O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento.

Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais.

Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores

que primeiro acedam ao mercado.

As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN.

Comunidades económicas regionais*

ASEAN

Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darussalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja.

Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste.

SADC

Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué.

CEEAC

Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão

e São Tomé e Príncipe.

MERCOSUL

Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

CEDEAO

Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal,

Serra Leoa e Togo. * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong.

*RP China e RAE Macau

2.35% 2.60%

3.24% 3.40% 3.38% 3.54%

3.31%

4.04% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49%

2%

3%

4%

5%

2013 2014 2015 2016 2017 2018

Taxa de crescimento estimada

CPLP Mundo

Fonte: FMI e análise PwC

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O presente guia procura portanto enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu.

Para o efeito procurou-se caracterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foi analisado um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que resultam no presente guia de investimento não só para os mercados alvo, neste caso São Tomé e Príncipe, como também para as respetivas comunidades económicas regionais, isto é, a Comunidade Económica dos Estados de África Central (CEEAC).

Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica.

São Tomé e Príncipe e a CEEAC

No presente estudo procurou-se analisar a atratividade de São Tomé e Príncipe, considerando a sua integração na CEEAC, na perspetiva dos países da CPLP.

São Tomé e Príncipe encontra-se numa fase de retoma económica que, de acordo com as previsões dos organismos internacionais, se deverá manter nos próximos anos.

Os agregados macroeconómicos têm respondido favoravelmente aos esforços feitos pelo Governo, evidenciando desde 2011: (i) uma intensificação do ritmo de crescimento económico, (ii) a redução modesta, mas generalizada, dos desequilíbrios externos, (iii) a preservação das reservas cambiais em patamares aceitáveis e, merecendo maior destaque, (iv) o aprofundamento da consolidação orçamental e (v) o abrandamento da tendência inflacionária. O crescimento anual do PIB de US$ 263 milhões tem registado valores anuais na ordem dos 4% a 5% (4,9% em 2011 e 4,5% em 2012), resultante: (i) da ajuda externa que tem vindo a sustentar parte do investimento público, e, (ii) do IDE que tem vindo a recuperar desde o segundo semestre de 2010. A perspetiva de descoberta de petróleo no Golfo da Guiné é uma variável crítica positiva neste processo e determinará de forma significativa o futuro a médio prazo.

Em termos de desempenho setorial, destacam-se os setores de construção, agricultura, turismo, que

constituem apostas do Governo como setores estratégicos nacionais. Nesse sentido verificou-se um esforço

do Governo em desenvolver e ampliar as infraestruturas económicas e sociais, materializado nomeadamente

através do aumento da produção de bens e disponibilização de serviços à população (como a educação ou a

saúde, a construção de estradas, escolas ou hospitais), da expansão do aeroporto, e da melhoria do setor

hidroelétrico.

De forma a ancorar as expetativas dos agentes e económicos o Governo definiu objetivos estratégicos para o

país: (i) alcançar uma taxa mínima de crescimento do PIB (6%), (ii) redução da pobreza do país, (iii) assegurar

o acesso de toda a população a serviços sociais básicos.

Estes objetivos estratégicos assentam nos seguintes eixos:

reforma das instituições públicas e reforço da política de boa governação;

promoção de um crescimento económico sustentável integrado;

desenvolvimento do capital humano e melhoria dos serviços sociais básicos; e,

reforço da coesão e proteção social.

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Setores relevantes no país

Tendo sido analisados os setores de atividade santomenses, foram identificados serviços ou produtos

específicos que consideramos que já têm, ou que futuramente poderão vir a ter, uma procura relevante ou

vantagens competitivas, caso sejam produzidos localmente. Estes serviços / produtos foram agrupados por

tipo de setor de atividade.

Setor primário: culturas com potencial de exportação como o cacau, café, cereais como o arroz, o milho e o

feijão, frutas tropicais, plantas ornamentais e medicinais.

Setor Secundário:

serviços de apoio às empresas petrolíferas;

comercialização e armazenagem de produtos petrolíferos;

construção de centrais geradoras de eletricidade (incluindo parques eólicos);

fornecimento de combustíveis.

Setor terciário:

turismo (incluindo o desenvolvimento de infraestruturas de suporte);

banca e seguros;

telecomunicações, resultante da liberalização do mercado de telecomunicações fixas e móveis,

disponibilização de serviços de internet;

construções de estradas, equipamentos sociais, habitação, para comércio e indústria;

transportes - gestão da rede de transportes públicos;

serviços postais – privatização parcial.

Os seguintes elementos têm sido essenciais na dinamização da economia de São Tomé e Príncipe:

incremento do nível de integração económica, decorrente dos programas de liberalização do comércio

definidos pela CEEAC;

a parceria estratégica no âmbito

da zona de desenvolvimento

conjunto com a Nigéria (ZDC);

a integração na CPLP.

Em termos de desenvolvimento das

relações comerciais a nível mundial, os

acordos de cooperação estabelecidos

com os EUA e a UE são determinantes.

Em 2012, as importações de São Tomé e

Príncipe ascenderam a um total de US$

141 milhões.

Portugal já tem uma elevada

representatividade nas importações deste

páis, com uma quota de mais de 50% do

total das importações, num total de US$

73 milhões. O elevado nível de

penetração deverá permitir beneficiar do

crescimento futuro e permitir/facilitar uma

maior presença na CEEAC.

Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe aos

seus parceiros comerciais, no montante de US$ 141 milhões, são

identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais

produtos que representam 69% das importações, no montante de

US$ 98 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar

oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;

Bebidas alcoólicas; Veículos automóveis para transporte de

pessoas; Arroz; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio;

Gorduras vegetais e óleos; Cal e cimento; Bebidas não alcoólicas;

Sabonetes, limpeza e de polimento; Leite e produtos lácteos;

Produtos comestíveis e preparações; Outras carnes e miudezas

comestíveis; Motocicletas e velocípedes; Veículos a motor para

transporte de mercadorias; Legumes; Preparações de cereais,

farinha de frutas ou vegetais; Equipamento de telecomunicação;

Açúcar, melaço e mel; Mobiliário e peças; Artigos de plásticos;

Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Máquinas de

processamento de dados; Máquinas e aparelhos elétricos; Metais

comuns.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

18

Os produtos portugueses mais

exportados para São Tomé e Príncipe em

2012 foram as bebidas alcoólicas, com

cerca de US$ 7 milhões, o cimento, com

cerca de US$ 3,5 milhões e a farinha de

trigo com cerca US$ 3,4 milhões.

A composição das importações evidencia

um baixo nível de industrialização do

país, com elevada representatividade dos

produtos agroindustriais.

Em termos de categorias de produtos, as

suas importações assentam em três

setores dominantes: (i) maquinaria e

equipamentos de transporte ligados à

construção civil, (ii) alimentos, (iii) bens

manufaturados como farinhas, produtos

comestíveis e alimentos.

Comunidade Económica dos Estados de África Central (CEEAC)

A CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição no contexto internacional, e paralelamente, tem vindo a construir

uma zona de comércio livre entre os seus EM.

Em termos de crescimento do PIB intra-região, no período 2008-2012, registou um crescimento médio de

7,44% ao ano.

Setores relevantes na região

Com o objetivo de impulsionar o processo de integração a CEEAC definiu um programa que visa a minimizar a

representatividade dos produtos que não beneficiam da zona de comércio livre, e iniciar o processo de

liberalização da circulação de pessoas, bens e capital. Este programa inclui o desenvolvimento de

infraestruturas regionais.

Sendo o nível de complementaridade entre os EM da CEEAC reduzido, a intensificação das trocas comerciais

é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessário o incremento da especialização em cada EM e

consequentemente o desenvolvimento de cadeias de valor regionais.

São Tomé e Príncipe é a economia mais pequena da CEEAC, apresenta ainda um nível reduzido de relações

comerciais com os restantes EM, só tendo Angola como parceiro comercial.

No entanto, dada a sua localização geográfica, e assumindo a diminuição dos custos de contexto, São Tomé e

Príncipe poderia a médio prazo desempenhar um papel de “porta de entrada” para a região, por parte dos

países da CPLP, bem como por parte de países terceiros.

Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe a

Portugal que totalizaram US$ 73 milhões são identificados de

seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que

representam 62% das importações, no montante de US$ 45

milhões:

Bebidas alcoólicas; Cal, cimento; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Bebidas não alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, petróleo bruto e refinado; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis e preparações; Leite e produtos lácteos; Legumes; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Açúcar, melaço e mel; Artigos de plástico; Mobiliário e peças; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Outras carnes e miudezas comestíveis; Metais comuns; Arroz; Produtos residuais de petróleo; Geradores; Carne, miudezas, comestíveis, preparados, conservada; Materiais de construção; Alimentos para animais; Equipamento de telecomunicação.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

19

No comércio extrarregional, os principais

mercados de exportações são países com

elevada produção industrial, como a

China, os EUA e Taiwan, que

representam cerca de 67% do total das

exportações.

As matérias-primas têm uma enorme

relevância na estrutura de exportações da

CEEAC, destacando-se, entre estas, o

petróleo e os seus derivados (o que

justifica o aumento do peso relativo da

China, que continua ávida de recursos

naturais).

A CEEAC representa um mercado

potencial na ordem dos 140 milhões de

consumidores, distribuídos pelos seus EM

embora com características (perfil do

consumidor, cultura) muito distintas.

Em termos de comércio extrarregional, os

principais produtos que a região importa

têm origem em países industrializados,

sendo de destacar o peso relativo da

China (que desenvolve uma política de

troca de bens por petróleo), dos EM da

UE, dos EUA e da África do Sul.

No Top dos produtos mais importados

pela CEEAC são de destacar a

maquinaria e equipamentos de transporte,

e produtos manufaturados.

Por outro lado, vale a pena referir que a

China surge como concorrente de muitos

produtos que formam a base industrial

portuguesa, tendo como fator competitivo,

não tanto a qualidade, mas o baixo preço

dos seus produtos.

Nas trocas comerciais entre a CEEAC e a CPLP, apenas Portugal e o Brasil apresentam montantes

exportados relevantes, muito embora a um nível muito inferior ao potencial esperado, dado se concentrarem

em Angola e São Tomé e Príncipe.

O principal destino das exportações portuguesas para a região é Angola, absorvendo aproximadamente 88%

das exportações.

O Brasil exporta maioritariamente alimentos, sendo também de destacar a exportação de maquinaria e

equipamento de transporte. Angola surge também neste caso como principal mercado de destino das

exportações brasileiras.

Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus parceiros

comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são identificados de

seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que

representam 68% das importações, no montante de cerca US$ 41.4

mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar

oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%;

Máquinas de construção civil; Embarcações; Veículos a motor para

transporte de mercadorias; Tubos e perfis ocos, acessórios de

ferro e aço; Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores;

Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;

Veículos automóveis para transporte de pessoas; Barras de ferro e

aço, cantoneiras, perfis e seções; Cal e cimento, outros materiais

de construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos

veterinários); Outras máquinas e aparelhos para as indústrias

particulares; Equipamento de telecomunicação; Mobiliário e peças;

Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, outros; Metais comuns;

Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos para

canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Equipamento para

distribuição de energia elétrica; Artigos de plástico; Ferramentas

mecânicas, e outros; Produtos comestíveis e preparações;

Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Aparelhos

de medição, análise e controle de aparelhos; Bombas (excluindo

líquido), compressores de gás e ventiladores; Arroz; Peixe fresco ou

congelado; Equipamentos de aquecimento e de refrigeração;

Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Pneus de borracha e

câmaras-de-ar; Bombas de água; Peças e acessórios dos veículos;

Máquinas e aparelhos elétricos; Automóveis; Sabonetes, produtos

de limpeza e de polimento; Aeronaves e equipamentos associados;

Gorduras vegetais e óleos; Leite e produtos lácteos (com exceção de

manteiga, queijo); Papel e cartão; Motocicletas e velocípedes; Roupas

e outros artigos têxteis usados; Açúcar, melaço e mel; Construções

pré-fabricadas; Construção de barro, materiais refratários e de

construção; Trigo (incluindo espelta) e centeio em grão; Calçado;

Motores e motores, não elétricos; Fertilizantes.

Fonte: UNCTADStat, dados de 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

20

No domínio das exportações da CEEAC para a

CPLP, Portugal e o Brasil destacam-se em

termos de peso, importando ambos quase

exclusivamente petróleo (na ordem dos 90%).

O Gabão: a economia motora da CEEAC

O Gabão, a par de Angola, é a economia motora da CEEAC. O crescimento médio do PIB no período 2010-

2012 ascendeu a 6,6% (as previsões de crescimento do PIB para 2014 acompanham esta tendência,

situando-se num valor superior a 6%) e ocupa, de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento

humano para o PNUD, a melhor posição no ranking dos países da África Subsariana.

O Governo definiu uma estratégia de desenvolvimento que visa acelerar o crescimento económico, mas de

forma sustentável, assente em 3 dimensões: “Gabão Verde”, “Gabão dos Serviços” e “Gabão Industrial”. O

Governo apoia ativamente iniciativas que lhe permita executar a sua estratégia, o que permitiu direcionar os

investimentos de operadores estrangeiros para as áreas consideradas prioritárias.

Paralelamente, o Governo do Gabão tem vindo a modernizar a sua administração, a reduzir as barreiras ao

investimento, fomentando e financiando o desenvolvimento de infraestruturas de suporte à sua competitividade

(nomeadamente em termos de infraestruturas de transportes, eletricidade, água e telecomunicações)

reforçando o seu capital humano e posicionando-se nas principais redes internacionais de trocas comerciais.

O Gabão importa maioritariamente maquinaria e equipamento de transporte, bens manufaturados e alimentos,

representando estes um total de 74% das importações.

Do total dos produtos importados pela CEEAC a Portugal, no

montante de US$ 5.2 mil milhões de USD, são identificados

de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais

produtos que representam 55% das importações do bloco,

no montante de US$ 2.9 mil milhões:

Bebidas alcoólicas; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Mobiliário e peças; Estruturas e peças, ferro, aço, alumínio; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aeronaves e equipamentos associados; Máquinas de construção civil; Carne, miudezas, comestíveis, preparados, conservados; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Metais comuns; Artigos de plásticos; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Cal e cimento; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Bebidas não alcoólicas; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Equipamentos de aquecimento e arrefecimento; Gorduras vegetais e óleos; Papel e cartão; Máquinas e aparelhos elétricos; Geradores elétricos; Peças e acessórios de veículos; Componentes e ferramentas mecânicas; Material para impressão; Materiais de construção.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

21

As importações do Gabão aos países da CPLP

não são significativas (1,45%), sendo estas

maioritariamente asseguradas pelo Brasil.

Quanto a exportações do Gabão estas

compreendem maioritariamente combustíveis

minerais, lubrificantes e materiais relacionados

(79%) e outras matérias-primas (16%).

Os principais destinatários são os EUA, a

China, a França, Trinidade e Tobago e

Espanha.

As principais oportunidades estão relacionadas

com a exploração de petróleo e de gás natural,

a construção e operação de infraestruturas, a

produção de madeira tropical, a agroindústria, a

pesca e o turismo (assente na biodiversidade

do território e no elevado número de parques

nacionais).

O Gabão está a implementar um programa de

privatizações, que abre oportunidades no setor

da banca comercial.

Conclusão

São Tomé e Príncipe poderá ser uma porta de entrada para a comunidade económica regional (que tem vindo

a eliminar tarifas alfandegárias, aspira a uma maior integração e reconhece a necessidade de

desenvolvimento de infraestruturas regionais).

A confirmação de reservas de petróleo significativas e a sua efetiva extração gerará um acréscimo de

rendimento na economia e na procura externa. Simultaneamente, o acréscimo das disponibilidades financeiras

fomentará a construção de infraestruturas.

Por fim, e como é regra no mundo dos negócios além-fronteiras, haverá sempre que considerar questões

culturais do país alvo na forma como os contactos e os negócios se devem processar, bem como aproveitar o

apoio e assessoria prestada por entidades nacionais e internacionais que, através de presença global,

estabelecem pontes para a abordagem a estes mercados, apoiam na implementação e acompanhamento do

investimento, e acima de tudo na otimização destes projetos.

A abordagem a este mercado pode-se sintetizar no seguinte quadro:

Do total dos produtos importados pelo Gabão aos seus

parceiros comerciais no montante de US$ 3,6 mil milhões

são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25

principais produtos que representam 52% das importações,

no montante de US$ 1,9 mil milhões, e a negrito os produtos

que poderão representar oportunidades de exportação para

as empresas portuguesas:

Máquinas de construção civil; Embarcações; Tubos e perfis

ocos, acessórios, ferro e aço; Óleos de petróleo ou de

minerais betuminosos> óleo de 70%; Outras carnes e

miudezas comestíveis; Veículos a motor para transporte de

mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos

veterinários); Veículos automóveis para transporte de

pessoas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Bombas

(excluindo líquido), compressores de gás e ventiladores;

Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas;

Aparelhos de medição, análise e controle; Equipamento de

telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para as

indústrias particulares; Cal e cimento, outros materiais para a

construção civil; Barras de ferro e aço, barras, cantoneira,

perfis e seções; Leite e produtos lácteos; Metais comuns;

Equipamento mecânico e componentes; Produtos

comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-

de-ar; Bombas para líquidos; Peças e acessórios dos veículos;

Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Gorduras

vegetais e óleos;

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

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22

Forças Fraquezas

Português é a língua oficial de São Tomé e Príncipe

Portugal é o principal parceiro económico da UE na CEEAC

Extensa Zona Económica Exclusiva de São Tomé

Perspetiva do início de exploração de petróleo em São Tomé e Príncipe e com potencial petrolífero

Zona Franca de São Tomé e Príncipe

Abertura ao investimento externo

As previsões de continuação de retoma da atividade económica nos próximos anos

A consolidação orçamental

Política de incentivos e benefícios ao investimento

Formalidades simplificadas no âmbito do Guiché Único da Empresa

Facilidades administrativas na concessão de terrenos para construção

Cedência à exploração de prédios rústicos ou urbanos adequados à realização de um projeto de investimento

Outros fatores como as praias, a paisagem, o clima, a hospitalidade, o nível de segurança

A reduzida área de solo arável no arquipélago

Reduzida dimensão da economia

Dificuldade na obtenção de crédito

Baixo nível de rendimento

Reduzidas capacidades infraestruturais (água, energia, saneamento, estradas)

Exportações dependentes de dois setores de atividade – produção de cacau e (emergente) turismo

A falta de mão-de-obra qualificada

Insuficientes ligações aéreas com o exterior

Oportunidades Ameaças

Incremento do nível de integração da CEEAC (incluindo a dimensão social, económica e monetária)

A implementação, pela CEEAC, de programa que visa a liberalização do comércio, livre circulação de pessoas, bens, capital e infraestruturas

A integração na CPLP, bem como a ZDC abrem boas perspetivas de negócio (mercado potencial) para os investidores internacionais

Os programas de apoio de organismos internacionais (FMI) e acordos de cooperação estabelecidos (UE, EUA e Portugal)

Fundo Fiduciário UE-África para as Infraestruturas

Baixo nível de bancarização da população

Aposta do Governo em determinados setores estratégicos (turismo, setor hidroelétrico) para potenciar transformações socioeconómicas relevantes

Desenvolvimento de infraestruturas (habitação, educação, saúde, saneamento, transportes - porto e aeroporto.

Estratégia Nacional de Redução de Pobreza

Liberalização do mercado de telecomunicações e privatização parcial dos correios do país

Atraso na exploração de petróleo ou inviabilidade de exploração do bloco identificado

O elevado nível de concorrência internacional em alguns setores específicos (ex. no turismo com maior oferta por parte de operadores / empresas de aviação para outros destinos)

Nível de saneamento e a falta de acesso a cuidados básicos de saúde contribui para a propagação de doenças

S W

O T

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

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1. CEEAC

Enquadramento regional, político

e económico

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

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1.CEEAC. Enquadramento regional, político e

económico

1.1. Caracterização da CEEAC

1.1.1. Principais objetivos e aspirações da CEEAC

A Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) é uma das cinco sub-regiões do continente

africano, que visa a promoção da região da África Central e a cooperação económica regional.

A CEEAC foi criada em 1983, quando os Estados Membros (EM) da União Aduaneira dos Estados da África Central – UDEAC (Camarões, República Centro-Africana, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial e Gabão) decidiram intensificar a integração comercial e criar uma comunidade económica mais ampla, assinando um Tratado com os membros da Comunidade Económica dos Estados dos Grandes Lagos - CEEGL (Burundi, República Democrática do Congo e Ruanda), juntamente com São Tomé e Príncipe. Angola manteve-se membro observador até 1991, quando se tornou membro “pleno”, posição que mantém atualmente. O Tratado Constitutivo da CEEAC foi assinado em outubro de 1983 em Libreville, República do Gabão, e entrou em vigor em dezembro de 1984.

A CEEAC suspendeu as atividades entre 1992 e 1998, devido a crises

internas em alguns dos seus EM (nomeadamente pelo incumprimento de

obrigações pelos EM). Paradoxalmente, foi durante este período de

tempo que a região começou a despertar para a necessidade de

estabelecer objetivos económicos mais concretos e de reunir esforços

para manter a paz e a segurança na região.

Missão

A CEEAC tem como missão a promoção e o fortalecimento da cooperação harmoniosa e dinâmica, equilibrada

e auto – sustentável em todas as áreas de domínio económico e social, especialmente nos setores da

indústria, transportes, comunicações, energia, agricultura, recursos naturais, comércio, setor monetário e

financeiro, recursos humanos, turismo, educação, cultura, ciência e tecnologia.

Principais objetivos1

A CEEAC tem como principais objetivos:

Alcance da “autonomia coletiva” dos EM;

A melhoria do padrão de vida das populações;

Manutenção da estabilidade económica através de uma cooperação harmoniosa.

O seu “objetivo final” é o estabelecimento de um “Mercado Centro – Africano” comum.

1 www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana

Estrutura da CEEAC1:

• Conferência de Chefes de Estado

e do Governo, que é o órgão

supremo da CEEAC;

• Conselho de Ministros;

• Tribunal de Justiça (à data, ainda

não operacional);

• Secretaria – Geral (órgão

executivo da Comunidade);

• Comité Consultivo;

• Comités Técnicos Especializados.

A sede da CEEAC está localizada

em Libreville, no Gabão.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

25

Ao longo dos anos, a CEEAC tem vindo a reforçar a sua posição, quer no contexto interno, quer no contexto

externo, e é hoje uma região com objetivos mais concretos, onde inúmeros esforços têm sido feitos no sentido

de harmonizar e coordenar as políticas económicas e construir uma zona de comércio única. No entanto,

existem ainda alguns desafios – os objetivos de uma união aduaneira, a livre circulação de pessoas e o

mercado comum ainda não foram totalmente atingidos.

Para o futuro, a política deste organismo inclui um plano de 12 anos para eliminar tarifas aduaneiras entre os

EM e estabelecer uma pauta externa comum; melhorar e desenvolver a indústria, os transportes e as

comunicações; reforçar a união dos bancos comerciais e garantir a criação de um fundo de desenvolvimento2.

2 Cimeira da CEEAC, 2012

Principais organismos da CEEAC

Grupo de Energia (ou Centro Energético) da África Central (PEAC) Criado em abril de 2003, o PEAC tem como grande missão potenciar a capacidade hidroelétrica da região da África Central, até 2025. Os principais objetivos são: (i) Promover e coordenar a política energética; (ii) Realizar estudos de monitorização; (iii) Construir infraestruturas comunitárias; (iv) Expandir o acesso regional à eletricidade; (v) Assegurar o fornecimento energético aos seus membros.

Comissão de Florestas da África Central (COMIFAC); A COMIFAC é a única autoridade de orientação política e técnica, que visa a coordenação e a harmonização dos ecossistemas florestais, através de uma gestão eficaz, da região da África Central.

Comité Regional das Pescas para o Golfo da Guiné (COREP) A Convenção que originou o COREP, aplica-se a sete países africanos, banhados pelo Golfo da Guiné, localizados entre os Camarões (inclusive) e Angola (inclusive). São estes: Angola, Camarões, Congo, RDC, Gabão, Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe. O COREP tem como principal objetivo coordenar, harmonizar e desenvolver as pescas nas Zonas Económicas Exclusivas (ZEE) dos países membros. Este organismo protege os recursos pesqueiros e promove o desenvolvimento da aquacultura, otimizando o papel que as pescas desempenham na economia de vários EM.

Conselho de Paz e Segurança na África Central (COPAX / CPSAC) O Conselho de Paz e Segurança da África Central tem como principal objetivo promover, manter e consolidar a paz e a segurança na África Central. O Protocolo do CPSAC criou dois importantes mecanismos, nomeadamente, a Força Multinacional de Manutenção da Paz na África Central (FOMAC) e Sistema de Alerta Prévio da África Central (MARAC). No entanto, estes mecanismos não se revelaram tão eficazes quanto desejado, uma vez que os conflitos entre EM, embora em número significativamente mais reduzido, ainda existem.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

26

1.1.2. Os Estados Membros da CEEAC

Os Estados Membros da CEEAC

1.1.3. Mecanismos de integração e prioridades no desenvolvimento da

CEEAC3 Prioridades de desenvolvimento Na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em 1999, em Malabo, foram definidos quatro domínios prioritários para a organização:

1. Desenvolver capacidades para manter a paz, segurança e estabilidade, pré-requisitos essenciais para

o desenvolvimento económico e social;

2. Desenvolver a integração social, económica e monetária;

3. Desenvolver uma cultura de integração humana;

4. Estabelecer um mecanismo de financiamento autónomo para a CEEAC.

Apesar de alguns desafios que a CEEAC ainda enfrenta, têm sido notórios os esforços para a implementação de novos projetos, nomeadamente:

1. União Europeia e CEEAC

Uma das iniciativas foi o estabelecimento do projeto comum da União Europeia (UE) – CEEAC, que teve como

objetivo apoiar o departamento de integração humana da “Organização Humana, Paz, Estabilidade e

Segurança” – DIHPSE / DIHPSSD, no seu papel de detetar e prevenir conflitos na África Central.

Este projeto prevê, por exemplo, dotar o MARAC com equipamentos de alerta prévio, permitindo-lhe

identificar, analisar e reagir aos conflitos na região.

3 www.ceeac-eccas.org / Comissão da União Africana

2

3 4

5

6 7

8 9

10

1

A CEEAC é composta por dez Estados

da África Central:

(1) Angola (2) Burundi (3) Camarões (4) República Centro – Africana (5) Chade (6) República do Congo (7) República Democrática do Congo (8) Guiné Equatorial (9) Gabão (10) São Tomé e Príncipe

O Ruanda, um dos EM fundadores,

deixou a CEEAC em junho de 2007.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

27

Prevê também dotar a região de capacidades para trabalhar em estreita colaboração com os restantes

estados na luta contra os fatores que promovem conflitos, tais como crimes transfronteiriços ou a exploração

ilegal dos recursos naturais da região.

2. Liberalização do comércio, livre circulação de pessoas, bens e capital

Com o objetivo de melhorar a zona comercial da região e desenvolver o estado dos transportes e comunicações, foi implementado um programa que visa a harmonização da questão da liberalização do comércio, livre circulação de pessoas, bens e capital, e infraestruturas. A CEEAC concebeu um plano diretivo, inclusivo e dinâmico, que foi integrado no plano a curto prazo do NEPAD (Nova Parceria para o Desenvolvimento de África) para os transportes.

Uma das principais dificuldades para a região surge ao nível das infraestruturas rodoviárias que, de acordo

com a União Africana e a Comissão Económica da ONU para África (ECA – Economic Commission for Africa),

é a região com a rede rodoviária menos integrada (comparativamente às restantes sub-regiões do continente

africano).

Também nas redes ferroviárias a região enfrenta um desafio: a CEEAC tem o menor nível de ligações ferroviárias, comparativamente com as restantes sub-regiões.

3. Ambiente e Florestas

Relativamente ao ambiente, dado que as florestas da Bacia do Congo* estão inseridas na CEEAC, a região recebe apoio multilateral de alguns parceiros de desenvolvimento, nomeadamente do GEF (Global Environment Facility); da UE (no âmbito do 10º EDF - European Development Fund) e do Fundo Florestal da Bacia do Congo.

Participação eficaz e cumprimento com os acordos internacionais

Atualmente, 8 dos EM da CEEAC são também

membros da Organização Mundial do

Comércio (OMC), com a exceção de São

Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial que são

membros observadores.

Desta forma, os EM da CEEAC pertencentes à

OMC estão adstritos ao regime jurídico

estabelecido por esta organização.

Fonte: OMC, 2012

*Florestas da Bacia do Congo

A floresta da Bacia do Congo abrange grande parte da África Central, desde o Golfo da Guiné até às

montanhas Albertine Rift. É a segunda maior floresta tropical do mundo, ficando atrás apenas da Floresta

Amazónica, na América do Sul. Estende-se por seis países: Camarões, República Centro-Africana,

República do Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial e Gabão, totalizando

aproximadamente 1.800.000 km2. O Rio Congo é o segundo maior do mundo tanto em volume de água

quanto em área drenada, ficando apenas atrás do Amazonas.

Figura 1- OMC – Membros e observadores

Outros Observadores

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

28

1.2. A CEEAC enquanto comunidade económica

Tabela 1 - Indicadores dos Estados Membros da CEEAC

País

Extensão

Territorial

(km2)4

População

20125

População

(% s/ total

região)

PIB 2012

(milhões

US$)

PIB

per capita IDH

6

Índice de Lib.

Económica 7

1. Angola* 1.247.000 20.820.525 14,7% 114,197 5,485 Baixo 160

2. Burundi 27.800 9.849.569 6,9% 2,471 251 Baixo 157

3. Camarões 475.500 21.699.631 15,3% 24,984 1,151 Baixo 135

4. República Centro –

Africana 623.000 4.525.209 3,2% 2,138 473 Baixo 145

5. Chade 1.284.000 12.448.175 8,8% 11,018 885 Baixo 166

6. Congo 342.000 4.337.051 3,1% 13,677 3,154 Baixo 167

7. Rep. Democrática

do Congo* 2.344.885 65.705.093 46,3% 17,870 272 Baixo 172

8. Guiné Equatorial 28.050 736.296 0,5% 17,679 24,036 Médio 170

9. Gabão 267.670 1.632.572 1,2% 18,661 11,430 Médio 113

10. São Tomé e

Príncipe 960 188.098 0,1% 263 1,402 Baixo 148

Total CEEAC 6.640.865 141.942.219 100% 222.980 1.570,928

A extensão territorial dos países membros oscila entre os 960 km2 de São Tomé e Príncipe e 2.344,9 mil km

2

da República Democrática do Congo, que além de ser o país com maior extensão territorial, é também o que tem mais habitantes (69.705 mil), representando 46% do total da população da região.

4 www.ceeac-eccas.org

5 Banco Mundial, dados de 2012

6 Relatório do Desenvolvimento Humano 2013 – IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

7 Índice de Liberdade Económica, The Heritage Foundation – Ranking 2012

8 PIB per capita da região = PIB / População total

*Angola e República Democrática do Congo: países membros da CEEAC e da SADC

Angola e a República Democrática do Congo (RDC) integram, para além da CEEAC, a SADC (Southern African

Development Community), assumindo, no entanto, papéis diferentes, em termos de influência económica e

demográfica.

População: A RDC figura, quer na CEEAC quer na SADC, como o país com maior peso populacional, embora significativamente mais relevante na 1ª região (46% na CEEAC e 23% na SADC). Angola, que responde por 15% do total da população na CEEAC, pesa apenas 7% na SADC, atrás de países como a África do Sul, Madagáscar ou Tanzânia;

PIB: Angola, o país que mais pesa na CEEAC (cerca de 51% do PIB da região em 2012, como se poderá observar

nos gráficos seguintes), figura em segundo lugar na SADC, representando cerca de 17,57% do PIB da região.

Embora partilhem objetivos semelhantes, como por exemplo o crescimento e desenvolvimento de uma zona comercial plena entre a região, o crescimento e a promoção, quer económica, quer social, de todos os EM, a segurança, a paz e o bem-estar das populações; os países integrantes da CEEAC e da SADC apresentam características muito distintas. Por outro lado, o grau de desenvolvimento das economias é notoriamente diferente, o que confere, consequentemente, um grau de desenvolvimento e maturidade à SADC e à CEEAC bastante distintos.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

29

Em 2012, o PIB total dos EM da CEEAC ascendia a US$, 222.980 milhões com uma contribuição relevante da indústria extrativa (31% do PIB da região). Os países que mais contribuíram para o peso do setor na região, nomeadamente o Gabão, República do Congo, Chade e Guiné Equatorial, apresentam uma base de exportações totalmente dominada pelos produtos minerais. A agricultura é o segundo setor com maior relevância na CEEAC, consequência da importância que o setor assume em países como o Burundi ou a República Centro-Africana (41,2% do PIB e 54% do PIB, respetivamente), onde a força de trabalho se concentra maioritariamente na atividade agrícola. Em termos de crescimento, o PIB dos EM da CEEAC aumentou, em 2012, cerca de US$ 49.189 milhões face a 2008, o que sugere uma aceleração económica nos anos mais recentes.

Mesmo estando geograficamente ligados e tendo projetos comuns, as economias dos países membros da

CEEAC apresentam características distintas, com diferentes estruturas de produção e população. Contudo, há

um aspeto transversal à maioria das economias da região - a grande diversidade de recursos:

Agricultura e florestas: destacam-se o café, cacau, borracha, algodão, banana e tabaco. O potencial

florestal da região é significativo – a madeira é o segundo produto exportado por alguns países da

região, contando com 200 milhões de hectares não suficientemente explorados.

Indústria extrativa: petróleo, cobre, cobalto, diamante, níquel, ouro, estanho, fosfato, urânio, magnésio

e ferro.

Economicamente, a região é dominada por Angola – que representa cerca de 51% do PIB da região, seguido

dos Camarões, que representa cerca de 11% (2012).

Angola, o terceiro país com mais população na CEEAC, é um país rico em recursos naturais e o maior

produtor de petróleo daquela região. As receitas deste recurso natural representam quase ¾ do PIB do país.

Os Camarões, país que mais contribui para o PIB da CEEAC, depois de Angola, foca a sua atividade no setor

primário (a agricultura representa cerca de 23% da atividade económica).

19.9

6.19

5.43

8.69

30.69

6.1 1.94

12.27

7.85

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

CEEAC

Comércio

Transportes ecomunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

Gráfico 1 – PIB por setor - CEEAC

Fonte: UNCTAD, 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

30

Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$ 9

Os países que mais cresceram nos últimos 5 anos (2008 – 2012) foram Angola, a República Democrática do

Congo e o Congo. O motor de crescimento da região é Angola, cuja economia representa cerca de 51% de

CEEAC, com crescimento de cerca de 6% no referido período.

De facto, quando analisado o peso relativo de cada país na região, apenas Angola e a República Democrática

do Congo reforçaram o seu peso na economia da CEEAC, entre 2008 e 2012. Para além de representar no

seu conjunto cerca de 60% do PIB da região, foram das economias que mais cresceram nos períodos em

análise.

Fonte: World Bank

9 Banco Mundial, 2008- 2012

2012 2008

11.2%

8.4%

7.9%

6.1%

4.9%

8.0%

51.2%

13.6%

9.0%

8.9%

6.8%

4.8%

6.7%

48.2%

Camarões

Gabão

Guiné Equatorial

Congo

Chade

São Tomé e Príncipe

Rep. Dem. Congo

Angola

Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC9

6%

4% 3%

3% 3%

6% 6%

4%

4%

5%

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

-

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

Angola Burundi Camarões RepúblicaAfrico -Central

Chade Rep.Democrática

do Congo

Congo GuinéEquatorial

Gabão São Tomé ePríncipe

PIB

em

mil

es U

S$

PIB (2008) PIB (2012) CARG PIB12-08CAGRG PIB 08-12

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

31

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

8%

9%

0% 1% 2% 3% 4% 5% 6% 7% 8%

Cre

scim

en

to d

o P

IB e

m 2

012

Crescimento médio do PIB 2008 - 2012

Gabão

Angola

Gráfico 4 - Evolução das economias da CEEAC

Fonte: Banco Mundial, 2008-2012

No quadro da CEEAC 2012 constituiu, para quase todas as economias, um ano de aceleração face à média

histórica dos últimos 5 anos, onde apenas o Burundi, Congo, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial

registaram crescimentos abaixo da média desse período.

De salientar a performance do Gabão que, em 2012, potenciado pelo petróleo, registou níveis de crescimento

ao nível de Angola e República Democrática do Congo, o que assume especial relevo, visto apresentar um

PIB per capita dos maiores da região (apenas superado pela Guiné Equatorial), mais do dobro do registado

em Angola e quase 50 vezes maior que o registado na República Democrática do Congo.

Congo

Guiné Equatorial

Chade Camarões

Rep. Dem Congo

Burundi

STP

Guiné Equatorial

Rep. Centro- Africana

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

32

155

156

161

163

169

170

172

178

181

182

183

1 101

Guiné Equatorial

Gabão

Camarões

São T&P

Burundi

Média da CEEAC

Angola

RDC

Congo

República Centro -Africana

Chade

Fazer negócios na CEEAC

Gráfico 5 - Ranking do Doing Business – CEEAC10

Gráfico 6 - Como é que a CEEAC se classifica no ranking “Doing Business”?

10

Doing Business 2012 – CEEAC. O “Doing Business 2012” é uma publicação do Banco Mundial e da Sociedade Financeira Internacional (SFI) que compara a regulamentação existente para fazer negócios e a sua implementação, em 183 países.

150

121

131

123

128

157

156

159

164

109

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Abertura de empresas

Obtenção de eletricidade

Registo de propriedades

Obtenção de crédito

Proteção de investidores

Pagamento de impostos

Comércio entre fronteiras

Execução de contratos

Resolução de insolvências

Obtenção de alvarás deconstrução

O Doing Business da CEEAC 2012 regista todos os procedimentos oficialmente necessários, para um empresário abrir e operar “formalmente” uma empresa industrial ou comercial, assim como o tempo e custo necessários para completá-los. São analisadas 10 áreas chave em cada país, nomeadamente (i) abertura de empresas, (ii) obtenção de eletricidade, (iii) registo de propriedades, (iv) obtenção de crédito, (v) proteção de investidores, (vi) pagamento de impostos, (vii) comércio entre fronteiras, (viii) execução de contratos, (ix) resolução de insolvência e (x) obtenção de alvarás de construção. De entre os EM da CEEAC, a Guiné Equatorial é o país que apresenta melhor classificação, o que significa que o ambiente regulatório desta economia é o que mais promove o funcionamento de negócios.

As economias são classificadas no índice de facilidade para fazer negócios, de 1 a 183, em que 1 é a melhor classificação.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

33

Como é que os Estados Membros da CEEAC se caracterizam em algumas áreas chave, para fazer negócios? (ranking 1 – 183)

11

Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio

Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma empresa

Gráfico 9 - Obtenção de eletricidade

Gráfico 10 – Nº médio de dias para ter eletricidade

Gráfico 11 - Obtenção de crédito

Gráfico 12 - Proteção dos investidores

11

Doing Business 2012 – CEEAC

167

108

128

160

183

148

175

178

156

105

151

0

50

100

150

200Angola

Burundi

Cameroon

Central AfricanRepublic

Chad

Congo, Dem. Rep.Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome andPrincipe

Média da CEEAC

8

9

5

7

11

10

10

21

9

4

9

- 5 10 15 20 25

Angola

Burundi

Cameroon

Central African Republic

Chad

Congo, Dem. Rep.

Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome and Principe

Média da CEEAC

nº dias

120 151

66

162

117

145 152

88

137

74

121

0

50

100

150

200Angola

Burundi

Cameroon

Central AfricanRepublic

Chad

Congo, Dem. Rep.Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome andPrincipe

Média da CEEAC

8

4

4

6

5

6

6

5

6

4

5

- 2 4 6 8 10

Angola

Burundi

Cameroon

Central African Republic

Chad

Congo, Dem. Rep.

Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome and Principe

Média da CEEAC

nº médio de dias

126

166

98

98

98

174

98

98

98

177

123

0

50

100

150

200Angola

Burundi

Cameroon

Central AfricanRepublic

Chad

Congo, Dem. Rep.Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome andPrincipe

Média da CEEAC

65

46 122

133

155

155

155

147

155

155

129

0

50

100

150

200Angola

Burundi

Cameroon

Central African Republic

Chad

Congo, Dem. Rep.Congo, Rep.

Equatorial Guinea

Gabon

Sao Tome and Principe

Média da CEEAC

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

34

Competitividade

Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG)12

África apresenta, em termos

mundiais, índices de

competitividade reduzidos. Os

EM da CEEAC não são

exceção, apresentando índices

de competitividade muito

baixos.

Os países da CEEAC que mais

evoluíram em termos de

competitividade foram o

Burundi, Gabão e Chade que,

simultaneamente, registaram

um nível de crescimento

económico relativamente

elevado no período 2008-2012.

Angola, República Democrática

do Congo, Congo e São Tomé

e Príncipe registaram níveis de

crescimento elevados, mas

sem o correspondente

12

Relatório sobre competitividade de África – Banco Mundial (Fórum Económico Mundial 2012)

Angola

Burundi

Camarões;

Rep Centro- Africana

Rep Dem Congo

Congo

Gabão

Guiné Equatorial

São Tomé e Príncipe

Chade

0%

1%

2%

3%

4%

5%

6%

7%

5 10 15

Taxa d

e c

rescim

en

to m

éd

ia a

nu

al d

o P

IB 2

008

-2012

Alteração ao ranking ICG 2008/9-2013/14

Fonte: FMI

Gráfico 13 – Relação entre o crescimento do PIB e a variação no ICG

Competitividade

Menor Maior

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

35

acompanhamento na melhoria do ranking de competitividade, o que pode comprometer a sustentabilidade e

continuidade do seu crescimento no futuro.

De referir que Angola, com o objetivo de contrariar esta potencial ameaça, tem vindo a empreender reformas

administrativas com vista à modernização, bem como a apresentar uma melhoria na diversificação na sua

economia.

O relatório “Global economic prospects

June 2012”, publicado no final do mês de

junho pelo Banco Mundial, refere que “é

esperado que o crescimento dos países

ricos em recursos naturais como Angola,

Camarões, Gabão, (EM da CEEAC),

Gana, Moçambique, Serra Leoa e

Libéria, seja suportado por um provável

fluxo de novas exportações”.

Sendo a CEEAC altamente dependente

dos recursos naturais de cada EM, o

crescimento dos países acima referidos

poderá funcionar como um importante

fator de dinamização e desenvolvimento

da região.

< 0%

Entre 2% e 4%

Entre 4% e 6%

> 6%

Excluído da análise

(Fonte: IMF Staff Estimates)

2013 Estimativas de crescimento PIB

Figura 3 - Estimativas de crescimento do PIB em África, 2013

- - Países CEEAC e área de influência

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

36

10.2

7.9

4.3

6.7

47.4

7.4

16.1

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Angola (2012)

Comércio

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Construção

Agricultura

1.3. Estrutura produtiva da CEEAC13

Angola - o único grande produtor de petróleo da região

Representando 51% do PIB da CEEAC, Angola

possui reservas de crude que no ano de 2012

foram estimadas em 9,06 mil milhões, tendo a

produção nesse mesmo ano sido de 1.618

barris/dia. Contudo, a elevada importância

deste subsetor na economia poderá acarretar

um enviesamento da estrutura produtiva do país

(“Dutch disease” 14

).

Apesar de a produção de diamantes corresponder apenas a 0,9% do PIB, o setor não deixa de ter um forte potencial de crescimento. Aliás, e de acordo com o Global Summary de 2009 do Esquema de Certificação do Processo de Kimberley

15, Angola é o 4º

maior produtor mundial deste recurso natural.

Constituindo 16,1% do PIB angolano, e em

resultado do boom no consumo interno e no

investimento privado nos últimos 4 anos, o

comércio assume-se, enquanto a produção

nacional não responder às necessidades do

mercado nacional, como setor essencial.

Relativamente ao setor da agricultura (10,2%),

o Governo tem vindo a apostar na produção nacional através de várias iniciativas, incluindo:

Programas de incentivos;

Linhas de financiamento;

Forte investimento público;

Campanhas de marketing e de estímulo a comprar nacional.

O Governo pretende também fomentar polos agroindustriais com o objetivo de criar sinergias entre as

produções agrícolas e pecuárias, e o seu processo de transformação, de armazenamento, e de logística.

O setor da construção (7,9%) tem crescido, resultado de uma forte aposta do Governo em reconstruir e

requalificar as infraestruturas de apoio à produção e população.

Quanto ao setor da indústria (6,7%), este é caracterizado pelo elevado nível de importações cuja resposta

deverá ser formalizada através de uma aposta estratégica na produção nacional.

13 African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) 2012. 14 Dutch disease explica as consequências negativas que resultam de aumentos significativos nos rendimentos de um país. A abundância em recursos naturais leva a que o país se especialize só na produção / exploração desses bens e não desenvolva a sua indústria. 15 Esquema de Certificação do Processo de Kimberley – esquema destinado a certificar a origem de diamantes, a fim de evitar a compra de diamantes originários de países africanos em guerra civil (evitando o financiamento de armas dessa forma).

Gráfico 14 – PIB por setor - Angola

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

37

23.6

5.7

10.9

14.5

8.3

8.2

1.2

19.5

7.1

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Camarões (2011)

Comércio

Transportes ecomunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

54.1

4.4

6.9

6.6 2

4.7

13.3

5.8

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

República Centro-Africana (2011)

Comércio

Transportes ecomunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

Camarões, na República Centro - Africana, Burundi e República Democrática do Congo – agricultura é um setor com forte expressão

Camarões

Como resultado do aumento das receitas

provenientes da exploração petrolífera, o peso

do setor agrícola tem vindo a diminuir. Em

1985, a indústria petrolífera alcançou “o

apogeu” neste país, que registou uma média

de 185 mil barris/dia. O petróleo é atualmente

o principal produto exportado pelos Camarões,

e entre janeiro e setembro de 2012, a

produção média foi de 62 mil barris/dia. Para

além deste recurso, o país conta ainda com

reservas de gás.

Contudo, a maior parte da população ainda se dedica à agricultura, sendo o setor que mais mão-de-obra absorve, com alto grau de especialização no cultivo de cacau, café, algodão e borracha. A cana-de-açúcar, a mandioca, a banana, o milho, a batata-doce, o óleo-de-palma, o amendoim, o arroz, o inhame e o palmito são também culturas com importante expressão económica.

No setor terciário, destaque para as áreas de transportes e comunicação, que representam, no seu conjunto, cerca de 20% do PIB.

República Centro - Africana

A República Centro-Africana faz fronteira

com os Camarões, Chade, República

Democrática do Congo, República do

Congo, Sudão do Sul e Sudão, não tendo

acesso ao mar.

O setor agrícola, que é de subsistência e orientado para a exportação de produtos básicos, é o principal ramo de atividade, correspondendo aproximadamente a 54% do PIB. Os principais produtos exportados são o algodão (11% das exportações em 2012) e a madeira (26% das exportações em 2012). No que respeita à indústria mineral, a principal fonte de riqueza do país são os diamantes, as pérolas, o ouro e as pedras preciosas.

Gráfico 15 – PIB por setor - Camarões

Gráfico 16 – PIB por setor – República Centro - Africana

Page 38: SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE - cgd.pt · OPEX – Capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa (Operational Expenditure) ... Os elementos estatísticos, dados

São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

38

41.2

4.4 1.3

15.2

6.5

8.1

19.6

3.3

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Burundi (2012)

Comércio

Transportes ecomunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Energia

Construção

Agricultura

22.2

4.7

7.3

23.2

8.4

7.4

12.2

13.5

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Rep. Dem. Congo (2011)

Comércio

Transportes ecomunicação

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

O FMI projetou um crescimento mais acentuado da economia em 2013 e 2014, podendo este crescimento ser explicado pela retoma das ajudas internacionais. A economia poderá ser impulsionada, igualmente, pelo aumento previsto de investimentos públicos e privados, sobretudo na produção de diamantes e ouro.

Burundi

O Burundi, país de pequena dimensão,

localizado no centro leste de África, faz

fronteira com o Ruanda, a Tanzânia e

com a República Democrática do Congo.

Tal como os Camarões e a República Centro - Africana, o Burundi tem uma economia que se baseia predominantemente no setor primário, onde a força de trabalho se concentra, formando a base da economia local. A produção e as exportações são concentradas no ouro, no café, chá, mate e especiarias. A Suíça e o Quénia são os principais compradores de café e chá, respetivamente.

República Democrática do Congo

Representando 8% do PIB da CEEAC em 2012, a República Democrática do Congo dispõe de inúmeros recursos naturais, destacando-se os diamantes, cobalto, cobre, ouro e nióbio. A participação de produtos minerais nas exportações do país atinge cerca de 70%. O setor agrícola carece de ganhos de competitividade e de escala, embora não deixe de ser um setor de grande importância para o país, tendo contribuído para o seu crescimento nos últimos anos e ocupando a maior parte da mão-de-obra local. Tradicionalmente, o país exporta tabaco, madeira, café, algodão e óleo de palma. No plano industrial, a República Democrática do Congo produz têxteis, artigos de limpeza, calçados e plástico.

Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi

Gráfico 18 – PIB por setor – República Democrática do Congo

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

39

Gabão, Congo, Chade e Guiné Equatorial – a indústria extrativa é um setor com forte peso no PIB dos Estados Membros Gabão

Localizado no centro de África e ladeado pelo Oceano Atlântico, o Gabão faz fronteira com a República do Congo, Camarões e Guiné Equatorial. O país tem um rendimento per capita cerca de quatro vezes maior do que a maioria dos países da África Subsariana, em grande medida devido à produção de petróleo. A prioridade do Governo para a economia do país, nos próximos anos, é a redução da dependência do setor petrolífero, através do desenvolvimento dos setores secundário e terciário. Embora o setor petrolífero seja a base da economia do Gabão, o país também se destaca na produção e na exportação de manganês (substância usada na indústria metalúrgica). As atividades agrícolas têm grande potencial de crescimento, sobretudo na exportação de madeiras e obras de madeira, uma vez que metade do território do país está coberta por densas

florestas tropicais. O Congo, país que representa cerca de 6% do PIB da CEEAC (2012), faz fronteira com os Camarões, o Gabão e a República Democrática do Congo. É um dos países mais urbanizados do continente africano (cerca de 70% da população reside em áreas urbanas) e muito rico em recursos naturais (tem aproximadamente 50% da sua área terrestre coberta por densas florestas tropicais, principalmente no centro e no norte do país). O petróleo é considerado a principal riqueza do país, representando 90% das exportações, 80% das receitas governamentais e aproximadamente 65% do PIB.

Além dos recursos energéticos, o país conta com grandes reservas de minério de ferro, bauxite, cobre e diamantes, potássio, zinco e urânio.

Gráfico 19 – PIB por setor – Gabão

4.3 2.3 1.7

11.4

4.1

56.5

9.2

6

4.4

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Gabão (2012)

Comércio

Transportes ecomunicação

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

3.7

5.1

5.4

3.3

65.4

4.4

5

7.1

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Congo (2012)

Comércio

Transportes ecomunicação

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

Gráfico 19 – PIB por setor - Congo

Congo

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

40

16.4

13.7

1.1 6.1

28

8.5

18.6

7.1

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Chade (2012)

Comércio

Transportes ecomunicação

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

5.7

89.4

0.1

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Guiné Equatorial (2011)

Comércio

Transportes ecomunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

Chade

O Chade é um dos maiores países do mundo em superfície (1 284 000 km²). Longe da costa litoral, o lago Chade é o reservatório de água mais significativo do país.

A indústria extrativa representa cerca

de 28% do PIB. O país possui diversos

recursos naturais, nomeadamente

petróleo, urânio, caulim, ouro e

calcário.

O principal grupo de produtos exportados em 2012 foram os combustíveis (basicamente óleo de petróleo bruto), representando 97,1% das exportações.

Guiné-Equatorial

A Guiné Equatorial, país observador da

CPLP* que recentemente adotou o

português como terceira língua oficial, é,

o EM com maior PIB per capita, na

CEEAC.

O expressivo peso da indústria extrativa é explicado pela alta participação do setor petrolífero – a Guiné Equatorial é um forte exportador de petróleo, tendo também gás natural e outros minérios. Desde 1995 (quando começou a exploração dos seus recursos petrolíferos), que o setor de hidrocarbonetos é considerado a base da economia do país.

A atividade industrial é escassa, estando

limitada essencialmente ao

processamento de cacau e café.

Gráfico 20 - PIB por setor - Chade

Gráfico 21 – PIB por setor – Guiné Equatorial

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

41

22.0

8

1.9

6.2

7.1

3.8

8.4

28.4

13.4

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

São Tomé e Príncipe (2011)

Comércio

Transportes e comunicação

Outros

Adminstração pública,saúde e educação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

São Tomé e Príncipe: Setores potenciais a desenvolver, turismo, infraestruturas e petróleo

Em termos setoriais, a economia do

país é essencialmente dominada pelo

setor terciário (que representa cerca

de 50% do PIB e ocupa 60% da

população ativa).

O setor do turismo tem um enorme

potencial de desenvolvimento em São

Tomé e Príncipe, tendo as

autoridades, desde 2000, confirmado o

objetivo de dinamizar este setor, que

passou a ser considerado estratégico

para o país.

É visto como um importante promotor

de transformações socioeconómicas

internas, fundamentalmente ao nível

da saúde e das infraestruturas,

contribuindo assim para o

desenvolvimento social e económico e

para a melhoria das condições de vida

da população.

Contudo, este setor ainda enfrenta alguns desafios. Existe uma carência de infraestruturas – tais como

esgotos, água, energia e estradas – falta de pessoal qualificado e insuficiência de voos de ligação com a

Europa e com o resto do Mundo.

Acresce ainda a necessidade de vacinação, em particular contra a febre-amarela, e a prevalência de malária

que constituem detratores de um maior crescimento turístico do país.

O setor secundário é dominado pela construção civil, obras públicas e indústria transformadora (que se dedica

essencialmente à produção de eletricidade e de cerveja).

A base de exportações do país é constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do turismo.

A partir de 2015, com o expectável (ou desejável) início da exploração do petróleo, estima-se uma alteração

significativa da configuração da estrutura económica e social do país.

Gráfico 22 – PIB por setor – São Tomé e Príncipe

*Guiné Equatorial: Membro observador da CPLP desde 2006

Desde 2006 que a Guiné Equatorial tem o estatuto de observador da CPLP (no XI Conselho de Ministros,

reunido em Bissau, em julho de 2006, foi recomendada a atribuição do Estatuto de Observador Associado à

Guiné Equatorial), mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima

cimeira da organização lusófona, em Dili, capital de Timor-Leste, em 2014.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

42

1.4. Trocas comerciais na CEEAC

1.4.1. Complementaridade das economias

A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das

economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. O

baixo nível de industrialização das economias da região reduz essa possibilidade,

que, no entanto, poderá ser estimulada pelo desenvolvimento económico e pelo

esforço de diversificação das economias - uma aspiração de muitos dos países da

região.

Tabela 2 – Índice de Complementaridade Comercial (ICC16

) intra-CEEAC (%)

Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O ICC intrarregional da CEEAC é muito reduzido. De facto apenas 0,88% das exportações dos países da

região ficam na região. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e

maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns EM da CEEAC. Angola, enquanto país

importador, apresenta um ICC elevado com 4 dos 10 países da região. O ICC entre Angola e Burundi (100 pts)

revela uma correspondência total entre a estrutura de importações de Angola e a estrutura de exportações do

Burundi. No futuro, poder-se-á verificar uma relação biunívoca entre estes dois

países (50 pts).

O ICC entre Angola e Camarões (92 pts) traduz-se numa relação de

complementaridade unívoca. As importações de Angola também apresentam

um elevado ICC com as exportações do Chade (91 pts) e da RDC (91 pts). De

notar que as importações da Guiné Equatorial não apresenta uma

complementaridade com as exportações dos restantes países da região e vice-

versa, devendo-se ao facto do valor de importações e exportações intra-CEEAC

ser muito reduzido (peso relativo de 0,018% no total de importações intra-

CEEAC e peso relativo de 0,001% no total das exportações intra-CEEAC).

16

O ICC (TCI - Trade Complementary Index) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entre a estrutura de exportações/importações de 2 países. Um ICC nulo é sinónimo de não complementaridade.

Angola Burundi Camarões

República

Centro-

Africana

Chade Congo

Rep.

Dem.

Congo

Guiné

Equatorial Gabão

São Tomé

e Príncipe

Angola 0 100 92 50 91 50 91 0 50 50

Burundi 50 0 48 41 35 19 52 0 33 35

Camarões 50 27 0 52 70 22 32 0 50 24

República Centro-

Africana 61 53 42 0 54 52 51 0 46 58

Chade 51 49 60 57 0 52 42 0 41 18

Congo 50 12 22 14 46 0 14 0 46 9

Rep. Dem.

Congo 51 18 43 30 25 54 0 0 41 30

Guiné Equatorial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Gabão 50 16 42 32 63 66 33 0 0 21

São Tomé e

Príncipe 61 49 44 45 51 12 49 0 27 0

País

impo

rtad

or

País exportador

As exportações intra-CEEAC representam apenas 0,88% do total das exportações da região (2012)

Angola

República

Democrática

do Congo

Camarões

Burundi

Chade

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

43

A alavancagem comercial intra-CEEAC poderá ser potenciada fundamentalmente por Angola – a maior

economia da região, Burundi, RDC, Chade e subsidiariamente pelos Camarões. Os principais produtos

importados e exportados por estas economias na região são veículos automóveis, bebidas alcoólicas,

sementes e frutos oleaginosos.

1.4.2. Comércio intrarregional

A CEEAC regista o menor valor de trocas intra-região, medido pelo rácio de exportações sobre o PIB, dos

espaços de integração económica analisados, cujo nível de integração é liderado pela UE e seguido pela

ASEAN17

, o que indicia um nível de integração relevante, tendo com consideração o nível de desenvolvimento

da região e o facto das trocas informais nestas regiões poderem representar o dobro das registadas.

Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva

Indicador SADC UE CPLP CEEAC Mercosul18

CEDEAO19

ASEAN

Exportações intrarregião (milhões US$, 2012)

27.153 3.630.191 16.283 1.111 67.343 11.667 324.184

Exportações intrarregião (% no PIB da região, 2012)

4,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90%

Exportações intrarregião (% das exportações mundiais, 2012)

0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77%

Crescimento anual médio das exportações intrarregião (2008-2012)

6,66% (2,17%) 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65%

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Apesar das exportações intra-região apresentarem um crescimento médio anual de 3,43% nos últimos 5 anos,

as exportações intra-CEEAC apenas contribuíram com 0,47% para o PIB (2012).

Este incremento no volume de trocas comerciais vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB,

que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável,

apresentando no entanto uma elasticidade menor, ou seja, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB que desde

2008 cresceu 7,44% ao ano.

17

ASEAN – Associação de Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations) 18

Mercosul – Mercado Comum do Sul é a união aduaneira de cinco países da América do Sul:

Membros plenos – Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Venezuela

Estados associados – Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru. 19

CEDEAO - Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

44

Gráfico 23 - Evolução do comércio intra-CEEAC vs. evolução do PIB da região

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

971 1,034

1,399

1,109 1,111

178.948 160.411

179.485

221.955 238.415

-

200

400

600

800

1,000

1,200

1,400

1,600

-

50,000

100,000

150,000

200,000

250,000

300,000

2008 2009 2010 2011 2012

PIB

a p

reço

s c

orr

en

tes (

mil

es U

S$)

Exp

ort

açõ

es (

Mil

es U

S$)

Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

45

O PIB da região cresceu a uma média de 7,44% ao ano no período 2008-2012, tendo passado de cerca de US$ 179 milhões em 2008 para cerca de US$ 238 milhões em 2012. As exportações da CEEAC cresceram a um ritmo mais reduzido, situando-se nos 3,43%, pelo que o aumento do PIB tem sido suportado, em grande parte, pelo aumento dos fatores produtivos internos.

Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos EM da CEEAC, existindo 3 principais clusters.

Gráfico 24 - Peso das exportações/importações intra-CEEAC no total da região

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat20

, 2012

São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial, Burundi, República Centro-Africana e Angola apresentam uma

contribuição muito pequena ou quase nula (no caso da Guiné Equatorial) para o comércio intra-CEEAC. Por

seu lado, Angola contribui com apenas 5% do total de exportações intrarregião.

O segundo cluster é constituído pelo Gabão, República Democrática do Congo, Congo e Chade, registando

uma maior contribuição ao nível das importações e exportações intra-CEEAC. É notória a contribuição

significativa das importações do Chade (35%) para o total das importações da região.

Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-CEEAC são os Camarões, o

Chade e a República Democrática do Congo que, simultaneamente, melhor se constituem como motores de

desenvolvimento regional, tendo em conta as conclusões referidas ao nível da complementaridade das suas

economias.

20

Acrónimos Banco Mundial: AGO - Angola; BDI – Burundi; CMR – Camarões; CAF – República Centro-Africana; TCD – Chade; COG – Congo; ZAR – República Democrática do Congo; GNQ – Guiné Equatorial; GAB – Gabão; STP – São Tomé e Príncipe.

AGO

BDI

CMR CAF

TCD

COG

ZAR

GNQ

GAB

STP

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Imp

ort

açõ

es in

tra-C

EE

AC

(%

no

to

tal

da

s im

po

rtaçõ

es in

tra

-CE

EA

C)

Exportações intra-CEEAC (% no total das exportações da CEEAC)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

46

Gráfico 25 - Trocas intra-CEEAC (2012)

Fonte: UNCTAD, UNCTADs

1.4.3. São Tomé e Príncipe e Gabão. O país da CPLP e a terceira maior economia da região

São Tomé e Príncipe, a economia mais pequena da CEEAC (PIB de 263 milhões de US$), apresenta relações

comerciais muito fracas com os restantes membros da região, representando 0,02% do total de exportações

intrarregião (2012). De facto, São Tomé e Príncipe apenas possui um parceiro comercial, Angola (100% das

exportações totais de São Tomé e Príncipe) e os principais produtos exportados são veículos a motor (45,0%

do total de produtos exportados para Angola), frutos e frutos secos (27,5%).

Os dois produtos com maior relevância nas exportações do Gabão para a região são as embarcações e

estruturas flutuantes (50,5%) destinados unicamente ao Congo e óleos derivados do petróleo ou minerais

betuminosos (20,8%) cujo principal destino é República Democrática do Congo.

Assim, regista-se uma reduzida diversidade de produtos exportados na região, concentrando-se nos outros

produtos manufaturados (28,5%) e combustível lenhoso e carvão vegetal (24,4%).

31%

24%

13%

12%

6%

5% 4%

3%

Maquinaria e equipamentos detransporte

Combustíveis minerais, lubrificantese materiais relacionados

Bens manufaturados

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtos relacionados

Bebidas e tabaco

Óleos vegetais e animais, gordurase ceras

Outros artigos manufaturados

As principais trocas

assentam em maquinaria e

equipamentos de

transporte, combustíveis

minerais, lubrificantes e

materiais relacionados,

bens manufaturados e

alimentos e animais vivos.

Por outro lado, as matérias-

primas, outros artigos

manufaturados, óleos

vegetais e animais e as

bebidas e tabaco

apresentam baixa

representatividade no total

dos produtos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

47

1.5. Comércio extrarregional

1.5.1. Principais parceiros comerciais da CEEAC

A CEEAC tem historicamente apresentado uma balança comercial positiva de US$ 54 mil milhões (valor médio

2008 – 2012), o que representa em média 27,5% do PIB da região.

Importações

A CEEAC importa maioritariamente de países industrializados (China, EM da UE e EUA) e África do Sul. Note-

se que a China foi o único país que conseguiu aumentar significativamente a sua importância relativa nas

importações do bloco, em parte pela sua necessidade de recursos naturais, dos quais se destaca o petróleo.

Entre 2010 e 2012, assistiu-se a um crescimento das importações de Portugal para a região, após a ligeira

quebra registada de 2009 para 2010. Em 2012, as importações da CEEAC a Portugal representaram 9% do

total de importações da região, o que colocou o nosso país no 3a posição ex aequo com a França.

Gráfico 26 - Evolução das importações da CEEAC e principais países de origem

O aumento das importações verificadas demonstra um crescimento contínuo e consistente das economias

emergentes, com é o caso da China, com forte presença na região e em todo o continente africano. Por outro

lado, nos principais produtos importados pelo bloco, verifica-se uma estagnação de países europeus (como é

o caso da Bélgica e do Reino Unido), e uma desaceleração das importações de produtos provenientes da

Nigéria e dos EUA.

De facto, observando o desempenho económico e a balança comercial da CEEAC, verifica-se uma correlação

acentuada com o crescimento da economia chinesa. Não obstante, o abrandamento das relações comerciais

com os EUA implica uma menor exposição dos países da região ao desempenho da economia norte

americana.

4% 4% 4% 4% 4%

12% 12% 11% 13% 17%

10% 9% 11% 11%

9% 2% 6%

6% 3% 2%

9% 10% 7% 8% 9%

5% 4% 4% 4%

5% 2% 2% 4% 3%

3% 8%

7% 7% 8% 7%

44 46 44

54

61

10

20

30

40

50

60

70

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es (

milh

ões U

S$)

Peso

nas i

mp

ort

açõ

es t

ota

is n

a C

EE

AC

EUA

Reino Unido

África do Sul

Portugal

Nigéria

França

China

Bélgica

Importaçõestotal

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

48

Importações da CEEAC

Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Relativamente aos principais produtos importados pela região, destacam-se as importações de máquinas e

equipamentos de transporte, representando cerca de 36% do total das importações. Em segundo lugar surgem

as importações de bens manufaturados, com um peso de 19%, dado o fraco desenvolvimento do setor

industrial na região.

Gráfico 28 - Importações da CEEAC à China

14%

3%

6%

9%

19%

36%

9%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentos de transporte

Outros artigos manufaturados

6%

35%

40%

17%

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria eequipamentos detransporte

Outros artigosmanufaturados

As importações da CEEAC à China

concentram-se essencialmente em

três grupos de produtos: bens

manufaturados (35%); maquinaria e

equipamentos de transporte (40%) e

outros artigos manufaturados (17%).

Este facto resulta da política explícita

do Governo chinês, que troca petróleo

por bens e infraestruturas.

Note-se que a China se posiciona

como um concorrente de muitos

produtos que formam a base da

estrutura industrial portuguesa, se não

pela qualidade e preço, pela categoria

de produto.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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49

Gráfico 29 - Importações da CEEAC a França

Gráfico 30 - Importações da CEEAC a Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

16%

15%

14%

39%

9%

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentosde transporte

Outros artigosmanufaturados

10%

9%

8%

24%

32%

14%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentos detransporte

Outros artigos manufaturados

De França, o maior fluxo de

importações refere-se a maquinaria e

equipamentos de transporte (39%),

em especial, maquinaria

especializada, e equipamentos

elétricos.

A alguma distância do peso deste

grupo de produtos, surge a

importação de bens manufaturados

(14%).

A pauta de exportações de Portugal para

a CEEAC, em comparação, por exemplo

com a China, é bastante mais

diversificada.

A maquinaria e equipamentos de

transporte surgem em primeiro lugar,

como o principal grupo de bens mais

importado (32%) e em seguida os bens

manufaturados e outros artigos

manufaturados.

Os restantes produtos, nomeadamente

as bebidas e tabaco, alimentos, e

produtos químicos apresentam um peso

semelhante, com 9%, 10% e 8%,

respetivamente.

Do montante global das exportações de

Portugal à CEEAC, cerca de de 89%

representam importações de Angola.

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Importações da CEEAC a França e a Portugal

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

50

Exportações da CEEAC

Exportações Os principais destinos das exportações dos países da CEEAC são a China, os EUA, a Índia e Taiwan, representando cerca de 67% do total das exportações da CEEAC em 2012.

Gráfico 31 - Evolução das exportações da CEEAC e principais países de destino

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Gráfico 32 - Exportações da CEEAC – Top produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

27% 28% 32% 31%

38%

30% 28% 25%

22% 17%

2% 6% 6% 6%

8% 4%

3% 4%

6% 5% 6%

7% 4% 4% 5% 5%

3% 3% 4%

3%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Peso

n

as e

xp

ort

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a C

EE

AC

Reino Unido

Canadá

Itália

África do Sul

Holanda

Portugal

Japão

Espanha

França

Taiwan

Índia

EUA

China

1.07%

0.05%

3.61% 88.68%

0.04% 0.49%

4.92% 0.78%

0.15% 0.20%

6.40%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

Commodities e transações n.e.

As exportações da CEEAC

cresceram, em média, 21% por

ano, desde 2009

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

51

As exportações dos EM da CEEAC são maioritariamente matérias-primas, com enorme destaque para o

petróleo e seus derivados que representaram cerca de 89% das exportações totais da CEEAC em 2012.

Pela natureza das exportações (matérias-primas), os principais destinos analisados individualmente continuam

a ser os países com elevada produção industrial. Assim boa parte do petróleo exportado pelos EM da CEEAC

tem como destino a China, os EUA, a Índia e Taiwan.

Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

89%

5% 6%

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionados

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Bens manufaturados

98%

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionados

97%

3%

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Matérias-primas (exceto combustíveis)

98%

1%

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Bens manufaturados

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

52

Portugal

1.5.2. Trocas comerciais entre a CPLP e a CEEAC

Importações

Analisando a relação comercial na vertente das importações da CEEAC aos países pertencentes à CPLP,

apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no que respeita ao volume de produtos importados

pela CEEAC. Portugal e o Brasil mantiveram um peso relativamente constante, entre 2008 e 2009.

Gráfico 37 – Importações da CEEAC à CPLP

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

93 167 143 166

2,471 2,097 1,371

2,062 2,295

3,871 4,486

3,092

4,488

5,242

-

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

8,000

9,000

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

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m m

ilh

ões U

S$

Angola Brazil Portugal

Figura 4 – Principais destinos de exportação de Portugal para a CEEAC

Angola é o principal parceiro de Portugal, dentro

da CEEAC, absorvendo cerca de 88% das

exportações portuguesas para este mercado.

Angola 88.42% Burundi

0.08%

Camarões 0.47%

Chade 0.05%

Congo 0.49%

Rep. Dem Congo 0.43%

Guiné - Bissau 2.12%

STP 1.42%

Outros 5.06%

Gabão 6,52%

Brasil

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

53

Brasil

Gráfico 38 – Importações da CEEAC a Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

10%

9%

8%

24%

32%

14%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Químicos e produtosrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentos detransporte

Outros artigos manufaturados

Quando observados os

principais grupos de produtos

exportados por Portugal à

CEEAC, os que apresentam

maior peso são a maquinaria

e equipamentos de transporte

e bens manufaturados (32%).

Importa ainda destacar os

seguintes produtos: bens

manufaturados e outros

artigos manufaturados, que

representam cerca de 38%

do total importado pela

CEEAC a Portugal, e

alimentos (10%).

Figura 5 - Principais destinos de exportação do Brasil para a CEEAC

O principal cliente do Brasil é, de

longe, Angola, representando 67%

das exportações do Brasil para a

CEEAC.

Angola 67.47%

Burundi 0.02%

Camarões 6.30%

Cabo Verde 1.55%

Rep. Centro - Africana 0.08% Chade

0.97%

Congo 20.73%

Rep. Dem. Congo 2.70%

Guiné - Bissau 0.17%

STP 0.03%

Outros 2,81%

Gabão 1,55%

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

54

Gráfico 39 – Importações da CEEAC ao Brasil

Exportações

A CPLP é responsável por cerca de 2,9% das exportações da CEEAC, sendo que apenas Portugal e Brasil apresentam valores dignos de registo.

Gráfico 40 – Exportações da CEEAC para a CPLP

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

49%

3%

4%

9%

21%

13%

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Óleos vegetais e animais,gorduras e ceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamentos detransporte

Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

2,470

425

1,109 1,208

262

1,068

618

1,085

1,983

3,338

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

4,000

2008 2009 2010 2011 2012

Exp

ort

açõ

es e

m m

ilh

ões d

e U

S$

Brasil Portugal

O Brasil apresenta uma forte

exportação de alimentos

para a CEEAC, sendo de

destacar também a

exportação de maquinaria e

equipamento de transporte.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

55

O peso relativo das exportações da CEEAC para Portugal aumentou de 0,95% em 2008 para 2,65% em 2012. O Brasil aparece como o 2º país da CPLP, não pertencente à CEEAC em termos de destino das exportações dos países membros da CEEAC, representando cerca de 0,21% das exportações da zona.

Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Tanto o Brasil como Portugal importam quase exclusivamente combustíveis minerais (petróleo), representando este 91% das exportações dos países da CEEAC para os dois países. Portugal importa ainda alguma maquinaria e equipamento de transporte e o Brasil importa alguns químicos e produtos relacionados.

2%

91%

6%

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionados

Maquinaria e equipamento de transporte

91%

6% 2%

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

As exportações da

CEEAC para

Portugal cresceram,

em média, cerca de

33% por ano, entre

2008 e 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

56

1.6. IDE na CEEAC

Desde 2008, a CEEAC tem vindo a perder competitividade na captação IDE, com especial ênfase nos anos a partir de 2010, o que resulta dos processos de desinvestimento vividos em Angola.

Em contrapartida, os investimentos realizados pelos países da região têm vindo a aumentar (fluxo outward), o que conjugado com o declínio da captação de IDE conduziu a um saldo negativo em 2012.

Gráfico 43 - IDE na CEEAC – Inward e Outward

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

As grandes diferenças na capacidade de atração de IDE nos diversos EM que fazem parte da CEEAC

resultam das diferenças dos estágios de desenvolvimento de cada um dos EM e da sua dimensão individual.

Enquanto São Tomé e Príncipe manteve sempre alguma capacidade de atração de investimento (fluxo inward

sempre positivo), Angola tem vindo a sofrer sucessivos desinvestimentos, o que leva a um reporte de IDE

negativo.

6,132

7,738

5,807

4,708

2,618

2,718

60

1,931 2,416

3,439

-

1,000

2,000

3,000

4,000

5,000

6,000

7,000

8,000

9,000

2008 2009 2010 2011 2012

Mil

es

de

US

$

Inward Outward

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

57

Tabela 4 - IDE nos Estados Membros da CEEAC – inward flow, (M US$)

País 2008 2009 2010 2011 2012

Angola 1.679 2.205 (3.227) (3.024) (6.898)

Burundi 4 0 1 3 1

Camarões 21 740 538 243 507

República Centro-Africana 117 42 62 37 71

Congo 2.526 1.862 2.211 3.056 2.758

Rep. Dem. do Congo 1.727 664 2.939 1.687 3.312

Guiné-Equatorial (794) 1.636 2.734 1.975 2.115

Gabão 773 573 499 696 702

São Tomé e Príncipe 79 16 51 35 50

CEEAC 6.132 7.738 5.807 4.708 2.618

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

Os Camarões, a República Democrática do Congo e a Guiné-Equatorial aumentaram a sua capacidade de

atração de IDE entre 2008 e 2012.

Espera-se que São Tomé e Príncipe venha a apresentar valores relevantes de IDE, com verdadeiro impacto

no PIB do país, a partir de 2015 – ano em que se estima que se iniciem as explorações de petróleo na zona

marítima partilhada com a Nigéria.

Angola destacou-se pela negativa, sendo o único país a registar níveis de desinvestimento líquidos nos

últimos 2 e 3 anos e superando em larga medida os ganhos obtidos pelos Camarões, pela República

Democrática do Congo e pela Guiné-Equatorial.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

58

1.7. Setores de oportunidade nos países da CEEAC, principais portos e aeroportos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

59

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

60

1.8. Principais produtos importados pelos países da CEEAC e oportunidades para as empresas Portuguesas

A CEEAC apresenta um conjunto alargado de oportunidades para as empresas portuguesas em termos de

exportações e que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via de São Tomé e Príncipe.

Do total dos produtos importados pela CEEAC aos seus

parceiros comerciais, no total de US$ 60 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 68% das importações, no montante de cerca US$ 41.4 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados por Angola aos parceiros

económicos, no total de US$ 24 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 49% das importações, no total de cerca de US$ 12 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos>

óleo de 70%; Máquinas de construção civil;

Embarcações; Veículos a motor para transporte de

mercadorias; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e

aço; Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores;

Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço,

alumínio; Veículos automóveis para transporte de

pessoas; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e

seções; Cal e cimento, outros materiais de construção

civil; Medicamentos (incluindo medicamentos

veterinários); Outras máquinas e aparelhos para as

indústrias particulares; Equipamento de telecomunicação;

Mobiliário e peças; Óleos brutos de petróleo, óleos de

xistos, outros; Metais comuns; Aparelho para circuitos

elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos para

canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas;

Equipamento para distribuição de energia elétrica; Artigos

de plástico; Ferramentas mecânicas, e outros; Produtos

comestíveis e preparações; Preparações de cereais,

farinha de frutas ou vegetais; Aparelhos de medição,

análise e controle de aparelhos; Bombas (excluindo

líquido), compressores de gás e ventiladores; Arroz;

Peixe fresco ou congelado; Equipamentos de

aquecimento e de refrigeração; Farinha de trigo e farinha

de trigo com centeio; Pneus de borracha e câmaras-de-

ar; Bombas de água; Peças e acessórios dos veículos;

Máquinas e aparelhos elétricos; Automóveis;

Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento;

Aeronaves e equipamentos associados; Gorduras

vegetais; Leite e produtos lácteos (com exceção de

manteiga, queijo); Papel e cartão; Motocicletas e

velocípedes; Roupas e outros artigos têxteis usados;

Açúcar, melaço e mel; Construções pré-fabricadas;

Construção de barro, materiais refratários e de

construção; Trigo (incluindo espelta) e centeio em grão;

Calçado; Motores e motores, não elétricos;

Fertilizantes.

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos >

óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Outras

carnes e miudezas comestíveis; Geradores; Tubos e

perfis ocos, acessório, ferro, aço; Bebidas alcoólicas;

Veículos a motor para transporte de mercadorias;

Mobiliário e peças; Veículos automóveis para

transporte de pessoas; Barras de ferro e aço,

cantoneiras, perfis e seções; Aparelhos para

canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Artigos

de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio;

Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Metais

comuns; Equipamento de telecomunicação; Aparelhos

para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis;

Equipamento mecânico; Motocicletas e ciclomotores;

Aparelhos de medição, análise e controle; Materiais de

construção (cal e cimento); Equipamento para

distribuição de energia elétrica; Farinhas de cereais;

Bombas de compressores a gás e ventiladores;

Equipamentos de aquecimento e refrigeração.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

61

Do total dos produtos importados pelo Burundi aos

parceiros económicos, no total de US$ 751 milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 529 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pelos Camarões aos

parceiros económicos, no total de US$ 7.3 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 54% das importações, no total de cerca de cerca de US$ 4 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);

Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Materiais de construção (cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis; Equipamento de telecomunicação; Preparações de cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos.

Óleos brutos de petróleo, outros, em bruto; Peixe fresco e congelado; Arroz; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários);

Trigo e centeio em grãos; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Materiais de construção (cal e cimento); Roupas e outros artigos têxteis; Equipamento de telecomunicação; Preparações de cereais, farinhas de frutas ou vegetais; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Produtos comestíveis e preparações; Produtos residuais de petróleo; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Geradores; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho;

Embarcações; Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Papel e cartão; Leite e produtos lácteos.

Do total dos produtos importados pela República Democrática do Congo aos parceiros económicos, no

total de US$ 6.1 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 50% das importações, no total de cerca de US$ 3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pelo Congo aos

parceiros económicos, no total de US$ 5.7 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 60% das importações, no total de cerca de US$ 3.4 mil milhões e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Veículos a motor para transporte de mercadorias; Óleos

de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Máquinas para a construção civil; Outras carnes e miudezas comestíveis; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Equipamento de telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Peixe fresco e congelado; Produtos comestíveis e preparações; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Tecidos de algodão; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Materiais de construção (cal e cimento); Bombas de água; Máquinas e aparelhos elétricos; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Trigo e centeio em grãos; Metais comuns; Máquinas de energia elétrica e componentes; Bombas de compressores a gás e ventiladores; Geradores; Roupas e outros artigos têxteis usados; Componentes mecânicas.

Embarcações; Construções pré-fabricadas; Máquinas para a construção civil; Outras carnes e miudezas comestíveis; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Veículos a motor para transporte de mercadorias; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; Materiais de construção (cal e cimento); Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Outras máquinas e aparelhos para a indústria; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas, outros; Equipamento de telecomunicação; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Metais comuns; Tecidos de algodão; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Arroz; Produtos comestíveis e preparações; Geradores; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Componentes mecânicas; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Preparações de cereais, farinha de frutas ou

vegetais.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

62

Do total dos produtos importados pelo Chade aos parceiros

económicos, no total de US$ 2.8 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 64% das importações, no total de cerca de US$ 1.8 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados pela Guiné Equatorial

aos parceiros económicos, no total de US$ 7.5 mil milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 60% das importações, no total de cerca de US$ 4.5 mil milhões e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos > óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Aeronaves e

equipamentos associados; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Tabaco; Bombas de água; Geradores; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Veículos a motor para transporte de mercadorias; estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Açúcar, melaço e mel; Materiais de construção (cal e cimento); Produtos comestíveis e preparações; Equipamento de telecomunicação; Construções pré-fabricadas; Fertilizantes; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Sabonetes, limpeza e de polimento; Metais comuns; Aparelhos de medição, análise e controle; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Equipamento para distribuição de

energia elétrica; Leite e produtos lácteos.

Máquinas para a construção civil; Bebidas alcoólicas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Outras carnes e miudezas comestíveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Materiais de construção (cal e cimento); Equipamento para distribuição de energia elétrica; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas, outros; Mobiliário e peças; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Motores e motores não elétricos e componentes; Produtos residuais de petróleo; Ferramentas mecânicas; Peças e acessórios dos veículos; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Materiais de construção (cal e cimento); Equipamento de telecomunicação; Geradores; Bombas de compressores a gás e ventiladores; Bombas de água.

Países analisados de forma autónoma

Do total dos produtos importados pelo Gabão aos seus

parceiros comerciais no montante de US$ 3.6 mil milhões são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 52% das importações, no montante de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Do total dos produtos importados por São Tomé e Príncipe

aos seus parceiros comerciais, no montante de US$ 141 milhões, são identificados de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 69% das importações, no montante de US$ 98 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas:

Máquinas de construção civil; Embarcações; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro e aço; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Outras carnes e miudezas comestíveis; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Veículos automóveis para transporte de pessoas; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Bombas (excluindo líquido), compressores de gás e ventiladores; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Aparelhos de medição, análise e controle; Equipamento

de telecomunicação; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Cal e cimento, outros materiais para a construção civil; Barras de ferro e aço, barras, cantoneira, perfis e seções; Leite e produtos lácteos; Metais comuns; Equipamento mecânico e componentes; Produtos comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Bombas para líquidos; Peças e acessórios dos veículos; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Gorduras vegetais e óleos.

Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Bebidas alcoólicas; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Gorduras vegetais e óleos; Cal e cimento; Bebidas não alcoólicas; Sabonetes, limpeza e de polimento; Leite e produtos lácteos; Produtos comestíveis e preparações; Outras

carnes e miudezas comestíveis; Motocicletas e velocípedes; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Legumes; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Equipamento de telecomunicação; Açúcar, melaço e mel; Mobiliário e peças; Artigos de plásticos; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Máquinas de processamento de dados; Máquinas e aparelhos elétricos; Metais comuns.

Fonte: UNCTADStat, dados 2012

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63

03

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64

2. Gabão

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65

2.Gabão

Figura 6 - Mapa do continente africano

A população gabonesa é relativamente jovem, tendo metade da população uma idade inferior a 15 anos, e

cerca de 75% da população vive em zonas urbanas, nomeadamente em Libreville e Port-Gentil.

Estima-se que a população do Gabão seja constituída por cerca de 1,5 milhões de habitantes e apesar de a

língua oficial do Gabão ser o francês, existem diversos grupos étnicos (cerca de 40) com línguas e culturas

distintas, o que permite a diversificação e o enriquecimento da população gabonesa. Predomina na população

a religião católica (75%) seguindo-se a religião protestante (20%) assim como outras religiões, nas quais se

inclui a religião muçulmana (5%).

O Gabão possui uma economia baseada nos recursos petrolíferos, que representam mais de metade do PIB

do país e cerca de 80% das receitas de exportação. Dispõe ainda de outros recursos, nomeadamente, o

manganês, o gás natural, o ferro e a madeira. Apesar disso, fatores como a fraqueza das infraestruturas e a

dificuldade no acesso ao crédito para as pequenas e médias empresas (PME) constituem fatores de

impedimento à diversificação da economia.

O Gabão integra algumas organizações económicas internacionais como é o caso da União Africana,

Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC21

), CEEAC e Banco dos Estados da África

Central (BEAC), beneficiando assim de relações privilegiadas com alguns países.

21

Membros da CEMAC: Camarões, República Centro- Africana, Congo, Gabão, Guiné e Chade.

Independente desde 1960, o contexto

político vivido no Gabão foi marcado

durante o ano de 2009 por eleições

antecipadas devido à morte do então

Presidente Omar Bongo Ondima que

dirigiu o país ao longo de 42 anos. A

este acontecimento, seguiu-se a

eleição do atual Presidente, Ali Bongo

Ondima, que colocou o Gabão num

novo rumo político marcado pela

vontade de alcançar o

desenvolvimento socioeconómico com

base no crescimento diversificado e

na criação de emprego.

Geograficamente, o Gabão situa-se

na zona oeste da África Central.

Apresenta uma área total de 267.667

km². É atravessado pelo Equador e

faz fronteira com o Congo, Guiné

Equatorial e Camarões.

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66

2.1. Macroeconomia

Comparativamente com os restantes países da África Subsariana, o Gabão apresenta um dos PIB’s mais

elevados por habitante. Apesar disso, a economia continua a apresentar um funcionamento característico de

um país com fracos rendimentos.

O país ainda enfrenta grandes desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento no setor das infraestruturas

(água, eletricidade e transportes) continua a ser uma das prioridades de modo a conseguir diminuir os custos

de produção e de distribuição dos produtos e permitir assim atingir uma economia mais competitiva. Outro dos

desafios a ultrapassar consiste na desigualdade existente ao nível da repartição da riqueza.

Do ponto de vista do IDH e de acordo com o relatório anual sobre o desenvolvimento humano para o

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Gabão ocupa a 106ª posição de entre 189

países (índice de 0,683), apresentando o melhor índice da África Subsariana.

2.1.1. PIB da economia do Gabão

O Gabão representa cerca de 8,4% do PIB da CEEAC.

Gráfico 44 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC22

A economia gabonesa é uma economia pouco diversificada e ainda muito dependente da procura mundial de petróleo, de madeira e de manganês, que constituem os principais recursos que potenciam o crescimento do país.

O petróleo constitui o recurso com maior relevância constituindo a base da economia gabonesa. Apesar da

diminuição de produção de petróleo, a economia nacional continua muito dependente deste recurso, que tem

representado, em média, 80% das exportações, 45% do PIB e 60% das receitas orçamentais.

22

Banco Mundial | Grupo do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) – Documento de Estratégia para o País 2011-2015

Camarões 11.2%

Gabão 8.4%

Guiné Equatorial

7.9%

Congo 6.1%

República Centro-Africana 1.00%

Chade 4.9%

São Tomé e Príncipe 0.10%

Burundi 1.10%

Rep. Dem.

Congo 8.0%

Angola 51.2%

Fonte: Banco Mundial (PIB 2012)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

67

Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos)23

Fonte: Banco Mundial

O Gabão tem apresentado um dos mais elevados PIB per capita da África Subsariana, este desempenho

encontra-se relacionado com a disponibilidade dos recursos naturais do país e mais especificamente com a

exploração de hidrocarbonetos, nomeadamente, o petróleo.

A economia gabonesa apresentou no ano de 2012 um crescimento real do PIB de 6,1%, registando, no

entanto, um ligeiro abrandamento face ao ano anterior, como consequência do fim dos trabalhos de

construção dos estádios para a Taça das Nações Africanas (CAN) 2012. De referir que, embora o PIB tenha

crescido em termos reais, em termos nominais manteve-se relativamente constante como resultado da

depreciação do dólar.

As previsões para o ano de 2014 indicam um crescimento do PIB de 6,0%. Estas previsões tiveram por base

principalmente dois fatores, sendo que o primeiro se relaciona com o aumento do investimento público e dos

investimentos diretos estrangeiros feitos nas zonas económicas especiais e o outro se relaciona com a

revalorização do setor mineiro provocado pelo aumento na procura por parte dos grandes países emergentes.

2.1.2. Orçamento Geral do Estado 24

O Orçamento do Estado para 2013 caracteriza-se por um aumento significativo das despesas de investimento

(na ordem dos 74%), apontando para um défice orçamental de 241 milhares de Francos, cerca de 2,3% do

PIB.

O Orçamento do Estado para 2013 está fixado em 3.142,2 milhares de Francos (Mds XAF25

), representando

um aumento de 28% comparativamente com o Orçamento do Estado para 2012. Importa referir a existência de

um baixo défice orçamental de 74 milhares de francos no Orçamento do Estado para 2012, correspondente a

2,6% do Orçamento e a 0,8% do PIB.

Adicionalmente, é de notar que os rendimentos do Gabão provenientes do petróleo têm vindo a diminuir

apesar de este ter apresentado historicamente sempre valores bastante elevados.

23

Banco Mundial e African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África) 24

African Economic Outlook (Perspetivas Económicas em África); Relatório Nacional do FMI n.º 13/1. 25

Franco CFA – código da moeda atribuído a Francos da Comunidade Financeira Africana. É dividido em duas moedas o franco CFA central (XAF), e o franco CFA ocidental (XOF).

15,732

12,076

14,539

18,791 18,661

1.0%

-2,9%

6,8% 7.1%

6,1%

-4

-2

0

2

4

6

8

-

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

14,000

16,000

18,000

20,000

2008 2009 2010 2011 2012

PIB (M USD) Crescimento anual PIB (em %)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

68

Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas26

Mds XAF

(milhares de

francos)

Lei das finanças

retificativa 2010

Lei das

finanças

2011

Lei das

finanças

2012

Lei das finanças

retificativa 2012

Lei das

finanças

2013

Receitas

petrolíferas 1033 1305 1312 1460 1442

Tabela 6 - Despesas orçamentais27

Mds XAF (milhares de

francos)

Lei das finanças

retificativa 2010

Lei das

finanças

2011

Lei das

finanças 2012

Lei das finanças

retificativa 2012

Lei das

finanças 2013

Serviço da dívida

pública 445 396 415 428 508

Funcionamento 884 958 1067 1273 1271

Investimentos 885 687 699 1044 1217

Empréstimos,

adiantamentos,

depósitos

0 325 272 14 144

Total 2215 2365 2453 2760 3141

Fonte: Ministério da Economia e das Finanças – Governo Francês

Em conformidade com o “Plan Stratégique Gabon Émergent”28

, as despesas de investimento previstas

constituíram uma das prioridades previstas para o ano de 2013 em comparação com os anos anteriores de

2012, 2011 e 2010, respetivamente. De entre as despesas de funcionamento, as remunerações ocupam os

primeiros lugares representando cerca de 17% da despesa pública.

Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB)29

2009 2010 2011 2012* 2013** 2014**

Total da receita 32,1 27,5 25,7 25,3 24,9 24,3

Receitas fiscais 14,6 10,6 10,1 10,4 10,6 11,0

Receitas petrolíferas 16,6 16,3 14,8 14,0 13,5 12,4

Donativos - - - - - -

Despesas totais 25,1 26,7 25 24,4 26,2 26,0

Despesas correntes 18,5 14,3 13,4 13,1 13,3 13,2

Sem juros 17 13 12,3 11,9 12,0 11,9

Salários 6,9 5,7 5,1 4,9 5,1 5,3

Juros 1,5 1,3 1,1 1,2 1,4 1,3

Saldo primário 8,5 2 1,8 2,1 0,1 -0,5

Saldo global 6,9 0,7 0,7 0,9 -1,3 -1,8

*Estimativa / **Previsões

26

Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão 27

Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão 28

Plano Estratégico Gabão Emergente (PSGE) 29

Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças |Governo do Gabão

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

69

As receitas do Estado passaram de 25,7% do PIB nominal no ano de 2011 para 25,3% no ano de 2012. Esta

diminuição teve como principal causa a diminuição das receitas petrolíferas que passaram de 14,8% para

14,0%

A política orçamental visada pelo país tem como principal objetivo a diversificação da economia e o controlo

das despesas totais do Estado. O excedente do saldo orçamental primário representou 2,1% do PIB em 2012,

contra os 1,8% registados em 2011.

Dívida pública30

O Gabão é um país que tem conseguido manter a dívida pública relativamente baixa. A dívida pública tem

apresentado uma taxa ligeiramente superior a 21% do PIB – dos quais 18% correspondem a dívida exterior –

existindo assim um fraco endividamento por parte do país.

No ano de 2012 registou-se um ligeiro aumento (1,2%) comparativamente com o ano anterior de 2011 (1%) e

prevê-se que em 2014, a dívida pública registe um aumento de 1,4%. A previsão deste aumento da dívida

relaciona-se com a lentidão dos procedimentos orçamentais e com a gestão financeira no geral.

O Governo constituiu uma “Direção de Dívida Externa” incumbida de elaborar a política de endividamento e de

gerir ativamente a dívida, o que permitiu trazer a dívida para níveis sustentáveis. O Governo definiu ainda tetos

de endividamento compatíveis com o equilíbrio das contas públicas. No ano de 2012, a Direção Geral da

Dívida procedeu à reconciliação dos montantes de dívida com os diferentes credores do Estado, incluindo com

o Banco Mundial.

Gráfico 46 - Dívida pública total (%)

Fonte: FMI

Segundo a Standard & Poor's, o empenho do Gabão em cumprir o seu serviço de dívida é reforçado pelo forte

crescimento económico e pelo superavit existente nas suas contas correntes.

As perspetivas estáveis da notação da dívida advêm assim do aumento da qualidade dos investimentos

públicos, da cultura de pagamento e das expetativas de que a dívida externa líquida do país se mantenha

reduzida.

30

African Economic Outlook

75 77

68

60

92

76 76

85 86

74

65

53

42 39

17

23 20

17 22

26 29

32 32 37

25

-

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

70

Tabela 8 - Notação de crédito da dívida pública do Gabão (2012)

Indicadores S&P Fitch

Notação BB- BB-

Perspetivas Negativo Estável

Considerações Especulativo Especulativo

Fonte: Standard & Poor's e Fitch

2.2. Estrutura produtiva

2.2.1. PIB por setor

A indústria extrativa tem um peso preponderante no PIB do Gabão representando 56,5% do PIB do país,

sendo o petróleo o recurso com maior relevância nesta indústria.

O setor agrícola tem um peso diminuto no PIB (4,3%). Prevê-se, no entanto, um grande potencial crescimento neste setor, sobretudo na exportação de madeiras, dado que metade do território do país está coberto por densas florestas tropicais.

Gráfico 47 - Gabão, PIB por setor 2012 (%)

Fonte: Banco Mundial

2.2.2. Caraterização do setor empresarial do Estado

O Estado é acionista de diversas empresas de distintos setores da economia, sendo que algumas destas

empresas têm o monopólio no mercado em que se inserem ou direitos exclusivos de exploração.

Agricultura 4.30

Construção 2.30

Energia 1.70

Serviços Financeiros

11.40 Indústria

4.10

Indústria Extrativa 56.50

Administração Pública, Saúde e

Educação 9.20

Transportes e Comunicação

6.00

Comércio 4.40

Outros 19,60

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71

O quadro seguinte enumera as diversas empresas em que o Estado é acionista e a sua respetiva participação

acionista.

Tabela 9 – Participação do Estado no capital das sociedades, 2013

Setor de atividade Empresa Participação detida

pelo Estado

Valor da participação

detida pelo Estado no

capital (moeda local)

Agricultura SMAG 34 % 510.000.000

Madeira

CFA 1% 50.000

ECG 0.60% n/d

ROUGIER GABON 1.23% 14.790.688,5

SBL 1% 4.000.000

SEFO 1% 2.000.000

SNBG 51% 2.040.000.000

THANRY CEB 4.1% 63.037.500

Minas COMILOG 25% 10.202.898.125

Hidrocarbonetos

MOBIL OIL 10% 54.650.000

TOTAL GABON 25% 10.710.000.000

TOTAL MARKETING 10% 26.500.000

SGEPP 25% 225.000.000

SOGARA 25% 300.000.000

PIZOLUB 52.83% 464.338.000

SHELL GABON 25% 3.750.000.000

FORAID GABON 10% 1.000.000

Automóveis

PIZO SHELL 10% 187.500.000

CFAO GABON 2% 42.801.800

TECHNOTO 10% n/d

Transportes

ADL 26.5% 540.600.000

DHL 10% 1.000.000

HELI GABON 10% 3.000.000

SAM GABON 10% 40.000.000

SNAT 51% 306.000.000

SETRAG Ação específica n/d

Transportes

ASECNA NATIONALE 100% n/d

Gabon FRET 40% n/d

OPRAG 100% n/d

CNI 100% 5.000.000

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72

Setor de atividade Empresa Participação detida

pelo Estado

Valor da participação

detida pelo Estado no

capital (moeda local)

PSM 100% 10.000.000

SDV 3% 135.450.000

Trabalhos públicos

COLAS GABON 10% 8.100.000

DRAGAGES 10% 122.500.000

SOBEA GABON 10% 5.000.000

SITRAM 10% 10.000.000

SNGE 30% 15.000.000

Comércio/Indústria/Serviços

GABOSEP 10% 2.000.000

GABON MECA 10% 40.000.000

PHARMACIE LES

FORESTIERS

10% 12.000.000

SRMG 10% 1.000.000

CHIMIE GABON 10% 15.100.000

COGIMEX 9,64% 1.600.240

GPL 30% 118.800.000

NESTLÉ GABON 10% 34.400.000

(SUCAF) 53,81% n/d

(SIAT) 93,7% n/d

SMAG 34% n/d

SIFRIGAB 99,75% n/d

SIFRIGAB Pêche 49% n/d

SOCIGA 10% 33.500.00

SOVINGAB 10% 5.000.000

SOGAMAR 10% 2.000.000

Comércio/Indústria/Serviços

BERNABE GABON 10% 100.000.000

DAVUM GABON 6,45% 14.190.000

MATERIAUX DU GABON 20% 44.000.000

MIAG SA 10% 6.000.000

CIM BATON 25% 4.750.000.000

LBTPG 100% n/d

CECA-GADIS 9,1% 79873.885

Bancos comerciais

BGFI 8% 2.005.230.080

BICIG 26,35% 362.000.000

UGB 26,9% 1.990.600.000

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73

Setor de atividade Empresa Participação detida

pelo Estado

Valor da participação

detida pelo Estado no

capital (moeda local)

Bancos de desenvolvimento BGD 69,01% 17.390.520.000

Seguradoras

AXA GABON 7,97% 43.041.985

GRAS SAVOYE 7,3% 6.664.900

OGAR 8,52% 78.384.000

Outras sociedades

financeiras

ALIOS Finance 12,17% 132.691.944

Correios e

telecomunicações

GABON TELECOM 49% n/d

LA POSTE 100% n/d

Serviços sociais CNSS 100% n/d

CNGS 100% n/d

Outros

AFRICA No1 35% n/d

GABON INFO 73,59% n/d

SONAPRESS 73% n/d

SNI 70,14% 876.750.000

Fonte: OMC

O quadro seguinte lista as empresas do Gabão, após 2006, que foram privatizadas ou que se encontram em

processos de privatização:

Tabela 10 – Lista das empresas privatizadas/em curso depois de 2006

Setor de atividade Empresa Ano de

privatização

Data

de

criação

% detida

pelo Estado

antes da

privatização

Modelo de

privatização

Parte

cedida ao

investidor

principal

Sociedades

Agricultura

comércio/indústria/serviços SMAG Em curso 1968 39%

Venda de

ações 29,13%

Transportes AIR Gabon 2006 1978 80% Liquidação 100%

Agricultura AGRIPOG Em curso 1976 55%

Venda de

ativos n/d

Transportes SNAT Em curso 1976 51% Em curso 80%

Transportes SOGATRA Em curso 1997 n/d Reestruturação n/d

Madeira SNBG Em curso - 51% Reestruturação n/d

Hidrocarbonetos SGEPP Retirada - 25% - -

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74

Setor de atividade Empresa Ano de

privatização

Data

de

criação

% detida

pelo Estado

antes da

privatização

Modelo de

privatização

Parte

cedida ao

investidor

principal

Outros SNI Retirada - 77% - -

Hidrocarbonetos SOGARA A programar - 25% - -

Banco de Desenvolvimento BGD A programar - 69% - -

Imprensa SONAPRESSE A programar - 73% - -

Estabelecimentos públicos industrial /comercial

Transportes CNI Em curso Restruturação

Comércio/ /Indústria/

Serviços LBTGP A programar

Agricultura OGAPROV A programar

Agência nacional de

promoção PME PROMOGABON A programar

Correios Gabon/Poste 2006/Criação 2001 Liquidação

Correios e

Telecomunicações Gabon Telecom 2007 2001

Venda de

ativos 51%

Fonte: OMC

As privatizações são geralmente efetuadas através de operações de venda (e troca de ações), fusões-cisões,

entre outras. Estas operações podem assumir a forma de mandato de gestão (locação-gerência), concessão,

ou dissolução (liquidação).

Nos termos da regulamentação em vigor, quando a privatização assume a forma de transferência de

propriedade, os títulos devem ser reservados aos portadores gaboneses e, em particular, aos assalariados das

empresas privadas.

De entre as privatizações que têm ocorrido destacam-se as privatizações nos setores da água e eletricidade

(SEEG), postos e telecomunicações (Gabon Télécom), transportes (OPRAG, Air Gabon, SETRAG

anteriormente designada por OCTRA), agricultura (AGROGABON), e indústria do comércio e dos serviços

(Ciments du Gabon, CFG).

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75

2.3. Política económica

2.3.1. Perspetivas futuras

Gráfico 48 – Crescimento do PIB real

Fonte: FMI

A atividade económica teve um crescimento significativo apesar da crise mundial ocorrida durante o período

de 2008-2009. Para o crescimento contribuíram as exportações de produtos (petróleo, manganês, madeira e

hévea) e a subida do valor dos mesmos, apesar da depreciação do dólar face ao franco.

Em 2012, o crescimento global do PIB atingiu 6,2%. Este crescimento foi em grande parte devido à política

orçamental expansionista que anunciou como uma das principais medidas, um plano de desenvolvimento de

infraestruturas para o período de 2012-2016.

2.3.2. Prioridades estratégicas do Gabão31

Pese embora os avanços significativos verificados em determinadas áreas, o Gabão continua apostado em

enfrentar alguns desafios.

O Plano Estratégico do Gabão Emergente – 2025 e as orientações estratégicas para 2011-2016 apresentam

como principais desafios:

Acelerar o crescimento económico e a diversificação das suas fontes;

Diminuir a pobreza e as desigualdades sociais;

Assegurar uma gestão sustentável para as gerações futuras.

Quanto ao primeiro desafio, a aceleração do crescimento económico e a diversificação das suas fontes,

apesar do crescimento inicial da economia aquando da descoberta do petróleo, esta tem apresentado, nos

últimos trinta anos, um crescimento médio anual de 2%. O crescimento apresenta-se demasiado fraco para a

31

Plano Estratégico Gabão Emergente – Visão 2025 e orientações estratégicas 2011-2016

1.1% 1.5%

-1.9%

5.2%

1.0%

-2.9%

6.8% 7.1% 6.1% 6.1%

6.8%

(4%)

(2%)

0%

2%

4%

6%

8%

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

76

criação de emprego e a redução da pobreza, encontrando-se a economia demasiado dependente de um fator

que não é controlável, o preço do petróleo, e a sua evolução no mercado mundial.

Relativamente ao segundo desafio, a diminuição da pobreza e das desigualdades sociais, o Gabão confronta-

se com um paradoxo socioeconómico atendendo ao seu elevado PIB por habitante (8.833 US$).

O Gabão integra o grupo de países com um nível de rendimento intermédio enquanto do ponto de vista dos

indicadores sociais, o Gabão pertence aos países menos desenvolvidos. Cerca de um quarto da população

vive abaixo do limiar da pobreza e as condições das camadas sociais mais vulneráveis (viúvas, órfãos, mães

adolescentes, mulheres divorciadas, doentes com Sida, crianças que vivem na rua e deficientes) merecem um

severo grau de preocupação.

No que toca ao terceiro desafio, assegurar uma gestão sustentável para as gerações futuras, o Gabão possui

como mais-valia relevante os recursos naturais. No entanto, e paradoxalmente, após anos de exploração das

matérias-primas, o país continua a ter dificuldades em responder a necessidades básicas, tais como a

habitação, a saúde, a segurança alimentar ou o desenvolvimento de infraestruturas.

O Gabão tem consciência dos desafios do futuro e a visão do Gabão emergente para 2025 tem como objetivo

tornar o Gabão uma nação unida, uma economia competitiva com um desenvolvimento duradouro, uma

prosperidade partilhada e uma voz respeitada no contexto regional e mundial.

A economia é o principal pilar para a confiança no futuro. Deverá ser assegurada a concretização de três

pilares fundamentais, Gabão Verde, Gabão dos Serviços e Gabão Industrial que coincide com os

investimentos dos operadores estrangeiros.

O reforço das relações bilaterais, tanto internacionais, como em África constituirá uma abertura crucial aos

investimentos para o Gabão se tornar no Gabão emergente.

A ambição do Gabão em tornar-se um país emergente nos próximos quinze anos depende de uma

competitividade diferente daquela que tem existido até agora. Para atingir o objetivo previsto, deverá começar

a existir um crescimento diversificado e duradouro.

Para cumprir a meta estipulada o Gabão necessita de modernizar a sua administração, reduzindo as barreiras

ao investimento, desenvolvendo um quadro de negócios internacional e criando uma infraestrutura económica

de suporte à competitividade, nomeadamente, infraestruturas de transporte, eletricidade, água e

telecomunicações, reforçando o capital humano e integrando as redes de troca mundiais.

O Gabão emergente deverá caracterizar-se por uma melhoria na condição de vida das populações, uma

repartição mais equilibrada e por uma classe média dominante.

No seio da CEEAC, o Gabão terá como principal papel o de acelerar a dinâmica de integração. O Gabão terá

assim um papel importante na obra de construção da União Africana a nível político, económico, social ou

cultural.

É objetivo que em 2025, o Gabão seja uma das cinco nações africanas mais desenvolvidas.

O Plano Estratégico do Gabão Emergente (PSGE) – 2025 e orientações estratégicas 2011-2016 enumera

como principais objetivos estratégicos, na seguinte tabela estão representado os principais objetivos do PSGE

2025:

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77

Tabela 11 – Principais objetivos estratégicos

Principais objetivos Estratégicos

1. Instauração de um novo modelo de desenvolvimento que origine bem-estar humano, equidade

social, crescimento duradouro e preservação ambiental;

2. Desenvolvimento de uma base de dados que permita a criação de um sistema de informação

nacional coerente;

3. Alinhamento do quadro institucional ao PSGE;

4. Alinhamento do quadro jurídico ao PSGE;

5. Alinhamento da governação económica ao PSGE;

6. Garantia de uma educação de qualidade para todos;

7. Melhoramento do acesso ao Gabão e desenvolvimento das infraestruturas de transporte;

8. Melhoria do nível de oferta no setor da eletricidade para que esta seja duradoura, diversificada e

acessível para todos;

9. Construção de infraestruturas tecnológicas de nível mundial;

10. Gerir de forma duradoura a floresta e o posicionamento do Gabão como líder mundial na produção

de madeira tropical;

11. Valorização do potencial agrícola e garantia da segurança alimentar;

12. Promover a exploração e valorização duradoura dos recursos haliêuticos;

13. Relançar a produção petrolífera e otimização dos rendimentos dos hidrocarbonetos e das indústrias

conexas;

14. Desenvolvimento do setor mineiro e construção de uma indústria metalúrgica própria;

15. Desenvolvimento do tecido industrial inovador e diversificado (madeira, pesca, agro-indústria);

16. Posicionamento do Gabão como um destino de referência em matéria de turismo;

17. Tornar o Gabão, um polo regional da economia tecnológica e comunicação;

18. Criação de um serviço de saúde e de qualidade para toda a população;

19. Garantia de acesso universal à água potável e serviços de saneamento;

20. Direito a habitação para todos;

21. Promover o acesso ao emprego e luta contra a exclusão.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

78

2.4. Infraestruturas e energia

O estado das infraestruturas no Gabão32

O Gabão encontra-se atualmente dividido em 9 províncias distintas: Estuaire (Libreville), Haut-

Ogooué (Franceville), Moyen-Ogooué (Lambaréné), Ngounié (Mouila), Nyanga (Tchibanga), Ogooué-

Ivindo (Makokou), Ogooué-Lolo (Koulamoutou), Ogooué-Maritime (Port-Gentil), Woleu-Ntem (Oyem).

Fonte: Africa Gearing Up, PwC 2013

32 APIEX- Agência de promoção dos investimentos e das exportações (Ágence de Promotion des Investessements et des Exportations) |

Banco Africano de Desenvolvimento – Documento de estratégia do país 2011-2015

Figura 7 - O estado das infraestruturas em África - Gabão

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

79

Tabela 12 - Características das províncias do Gabão33

Província Capital População

(Census 2013)

Área

(km2)

Densidade

populacional

(por km2)

Estuaire Libreville 662.028 20.740 31,9

Haut-Ogooué Franceville 228.471 36.547 6,3

Moyen-Ogooué Lambaréné 60.990 18.535 3,3

Ngounié Mouila 101.415 37.750 2,7

Nyanga Tchibanga 50.297 21.285 2,4

Ogooué-Ivindo Makokou 64.163 46.075 1,4

Ogooué-Lolo

Koulamoutou

64.534 25.380 2,5

Ogooué-Maritime Port-Gentil 128.774 22.890 5,6

Woleu-Ntem Oyem 157.013 38.465 4,1

Gabão Libreville 1.517.685 267.667 60,2

O estado das infraestruturas no Gabão tem constituído um entrave ao crescimento do país, destacando-se por

exemplo, a fragilidade ao nível das infraestruturas de transporte, eletricidade, água e telecomunicações que

constituem uma barreira ao investimento e consequentemente um entrave à competitividade do país.

A construção e o desenvolvimento de infraestruturas constituem uma prioridade no seio da sociedade

gabonesa, encontrando-se de momento em desenvolvimento o projeto “L’avenir en confiance” que tem como

principal objetivo reduzir o isolamento do Gabão até 2016, através do desenvolvimento da rede de transportes.

As infraestruturas têm representado 70% dos investimentos do Governo. O seu desenvolvimento tem

permitido a ligação entre as populações, as regiões e os negócios. As infraestruturas subdividem-se em

infraestruturas rodoviárias, aéreas, ferroviárias, fluviais e marítimas.

O Gabão é constituído por diversos corredores que representam áreas geográficas que permitem a ligação entre os polos de maior atividade económica e as infraestruturas que favorecem a comunicação (transportes, energia, telecomunicações). Este facto permite, assim, favorecer a descentralização das zonas de desenvolvimento.

Encontram-se definidos três corredores prioritários de desenvolvimento que permitem a cobertura do Gabão:

1. O corredor Transgabonês que liga Port-Gentil e Belinga; 2. O corredor norte; 3. O corredor sul.

As principais necessidades ao nível das infraestruturas dizem essencialmente respeito às estradas, às ferrovias, aos portos, aos aeroportos, a água e à energia.

33

Direção Geral de Estatística e Estudos Económicos do Gabão

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

80

Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão34

O documento estratégico do país 2011-2015 do Banco Africano de Desenvolvimento (BAfD) prevê o reforço

das infraestruturas nos seguintes setores:

Energia

No setor da energia, o custo elevado da eletricidade e a existência de uma oferta cada vez

mais deficitária levam a concluir pela emergência em reforçar os meios de produção e de

transporte de energia. As três zonas económicas especiais que se encontram em

construção necessitam de uma resposta rápida face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm

do setor da energia. Face aos entraves originados por este setor, o Governo criou em 2010 uma agência de

regulação do setor da energia. Prevê-se a operacionalização desse setor e estabeleceu-se o objetivo de

passar da produção atual de energia de 373 MW para 12000 MW, até 2020, no sentido de responder a uma

procura de 1039 MW, privilegiando essencialmente a energia hídrica, em que o potencial do Gabão está

estimado entre 5000 e 6000 MW.

O BAfD e o Banco Mundial preveem apoiar a nova estratégia energética do Governo. O BAfD cofinanciará a

rede que permitirá transportar a eletricidade produzida ao nível das barragens “Impératrice” e FE2 para

Libreville permitindo, assim, efetuar a ligação com um certo número de cidades, zonas industriais e empresas

privadas. O financiamento permitirá apoiar também os projetos de conceção, construção e exploração por

promotores privados, das Centrais Hidroelétricas nas cascatas de “L’Impératrice” (56 MW) e FE2 (36 MW).

Este projeto de desenvolvimento permitirá ao BAfD acompanhar o Governo na implementação de uma

parceria público-privada.

34

Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças

Fonte: Governo

Francês

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

81

Água e saneamento

O aprovisionamento de água potável é caracterizado por um défice de oferta que é

agravado pelos cortes regulares de água.

O sucesso da política de diversificação económica passa pela existência de uma planificação adequada de

oferta de água.

As três zonas económicas especiais que se encontram em construção necessitam de uma resposta rápida

face aos constrangimentos técnicos e institucionais que advêm dos setores da água. Perante os desafios que

se colocam, o Governo criou em 2010 uma agência para a regulação do setor da água que se encontra em

operacionalização.

Transportes

Transportes Rodoviários

A rede rodoviária é constituída por 9.170 Km e encontra-se pouco desenvolvida. Esta possui

menos de 11% de estradas alcatroadas (1.055 Km) e cerca de 8.115 Km das estradas ainda

não se encontram revestidas. Existe um elevado nível de degradação, sendo que menos de

20% da rede não revestida se encontra em bom estado.

Estas condições constituem um entrave no que diz respeito ao desenvolvimento da atividade económica nas

zonas de produção e no comércio regional e constituem um fator impeditivo às trocas internas regionais e ao

desenvolvimento do setor do turismo.

No setor dos transportes, o BAfD irá apoiar o programa rodoviário 1 (PR1), o programa denominado

“Programme d’Aménagement du Réseau Routier” (PARR35

) que visa a reabilitação de 2.579 Km de estrada,

compreendendo as estradas regionais para os países vizinhos (Camarões, Congo e Guiné-Equatorial).

No quadro da presente estratégia, estão previstas obras de realização através do programa rodoviário 2 (PR2)

num itinerário total de 245 Km. O PR2 é um segmento indispensável para a integração regional permitindo a

ligação entre o Gabão representando assim um instrumento fundamental para o corredor

Tripoli-Windhoek.

Transportes Marítimos

A rede marítima é constituída por dois portos que são, respetivamente, Libreville – Owendo

(para as mercadorias) e o porto de Port-Gentil (para o petróleo).

Em novembro de 2010, foi assinada uma convenção de gestão entre o gabinete dos portos do Gabão e a

Autoridade Portuária de Singapura, com vista a reforçar a capacidade dos portos do Gabão e o

posicionamento dos mesmos na sub-região e em África. Os projetos em curso estão relacionados com o porto

marítimo e águas profundas de Mayumba, o porto marítimo de Santa Clara e o porto fluvial de Lambaréné.

35

PARR – Programa para o desenvolvimento da rede rodoviária do Gabão

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

82

Transportes Ferroviários

A rede ferroviária é constituída por 658 Km e permite efetuar a ligação desde Libreville até

Franceville e facilitar as atividades no setor florestal e mineiro. Uma segunda linha

ferroviária permite servir o sul do país com acesso ao porto de Mayumba.

Transportes Aéreos

O Gabão é constituído por três aeroportos internacionais, o aeroporto de Libreville, o

aeroporto de Port-Gentil e o aeroporto de Franceville. Existem ainda 60 aeródromos locais

dos quais 30 têm vocação comercial.

O aeroporto de Libreville recebe a maioria do tráfico internacional. Existem alguns

aeródromos tais como os de Mitzic, Oyem, Bitam, Makokou, Okondja, Akieni, Lastoursville, Koulamoutou,

Mouila, Tchibanga, Mayumba, Omboué, e Gamba com capacidade para receber aviões de médias dimensões.

A existência de aeroportos secundários em toda a extensão do território permite reduzir o isolamento

económico e social de algumas cidades, para as quais não existem acessos rodoviários nem outros.

A nível do tráfico internacional, o ano de 2010 registou um aumento do número de passageiros internacionais

de 10,5% face ao ano anterior.

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)

No setor das telecomunicações, a taxa de utilização de telefone fixo ronda os 5% e de

aproximadamente 90% para a rede móvel. A utilização de internet pela população ronda

os 5,76% e a banda larga é muito pouco usada tendo apenas 1,8% de utilização.

A otimização da rede de telecomunicações passa pelo desenvolvimento de uma rede de telecomunicação de

banda larga em fibra ótica.

O BAfD prevê a possibilidade de apoiar o desenvolvimento da rede nacional de telecomunicações de banda

larga através de cabos de fibra ótica para aumentar a largura da banda que possibilitará a disponibilização de

diversos serviços (serviço telefónico, internet, etc.) de melhor qualidade aos cidadãos, empresas públicas e

privadas.

Através desta intervenção, prevê-se uma melhoria na qualidade das trocas entre os países da região.

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83

2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas

36

O aperfeiçoamento de redes integradas de infraestruturas regionais constitui o vetor para o desenvolvimento

socioeconómico que permitirá a diminuição da pobreza existente no país.

O Programa de Desenvolvimento das Infraestruturas em África (PIDA), órgão do BAfD, intervém no Gabão por

forma a estabelecer uma estratégia para o desenvolvimento do país à escala regional e continental que

seguidamente se apresenta:

Desenvolvimento dos três corredores estratégicos

Infraestruturas energéticas - o Gabão é dotado de recursos naturais abundantes no plano energético

(petróleo e gás) e beneficia ainda de um elevado potencial hidroelétrico;

Infraestruturas de transporte – permitem a conexão dos polos económicos do Gabão por forma a

facilitar o fluxo de pessoas e mercadorias;

Infraestruturas tecnológicas – o objetivo é o de desenvolver uma rede nacional de fibra ótica e uma

conexão internacional de acordo com as normas internacionais graças às suas duas redes submarinas

(SAT 3 e ACE) e à rede nacional (wi max, 3g+, adsl).

Desenvolvimento ao nível das infraestruturas de transportes

Infraestruturas marítimas – os dois principais portos de águas profundas do Gabão são os portos de

Owendo e de Port-Gentil. Está em construção um terceiro porto, o porto de Mayumba;

Infraestruturas aeroportuárias – são constituídas por uma rede de 27 aeroportos e aeródromos locais

dos quais se destacam os três aeroportos principais com ligações internacionais;

Infraestruturas rodoviárias – a rede rodoviária é constituída por 9.170 Km. Este setor encontra-se

atualmente em reorganização progressiva permitindo a aproximação à periferia e às províncias do

Gabão;

Infraestruturas ferroviárias – a rede ferroviária é constituída por 814 Km que fazem a ligação entre os

polos mineiros e florestais e com o porto de águas profundas em Owendo. Encontra-se em curso um

processo de modernização.

Zonas Económicas Especiais

No âmbito da industrialização da economia gabonesa, o Estado decidiu criar zonas económicas francas. Estas

zonas irão permitir a criação de novas áreas de crescimento permitindo atrair novos investidores. As zonas

encontram-se atualmente operacionais:

Zona Económica Especial de Nkok;

Zona Franca da Ilha de Mandji;

Zona agrícola de Franceville.

Com o objetivo de tornar o Gabão num país competitivo, o Estado prevê a realização de um investimento ao

nível das infraestruturas que permitirá assegurar a conclusão dos corredores referidos e a realização de outros

projetos de outros projetos relacionados com o setor das infraestruturas.

36

Governo Francês - Ministério da Economia e das Finanças

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

84

A tabela seguinte representa uma estimativa de orçamento de investimento do Estado que permitirá a

conclusão das obras referidas.

Tabela 13 – Total dos investimentos dos projetos (Milhares de francos CFA)

Duração CAPEX37

OPEX

38

(duração de 50 anos) Total

Curta 3.465 65 3.530

Média 3.067 58 3.124

Longa 735 14 749

Total 7.267 137 7.403

O Governo pretende tornar o Gabão num destino atrativo, propício aos negócios, melhorando a qualidade de

vida dos seus habitantes e tornar Libreville numa capital internacional e um lugar privilegiado para as

empresas.

Alguns projetos poderão beneficiar da participação do setor privado, nomeadamente, as infraestruturas

geradoras de rendimentos e os projetos de desenvolvimento imobiliário urbano.

Os projetos que se afiguram prioritários ao nível das infraestruturas são:

Ao nível nacional, os projetos que dizem respeito à produção de eletricidade, redes rodoviárias e

outros meios de transporte, projetos económicos especiais (Zonas Económicas Especiais,

desenvolvimento do turismo cultural, telecomunicações, desenvolvimento urbano e desenvolvimento

de Bélinga);

Os projetos em Libreville que se encontrem relacionados com o desenvolvimento urbano, gestão das

águas (água potável e águas usadas), reforço da estrutura organizacional do Grande Libreville e

criação de um sistema de transporte seguro e eficaz para todos os projetos futuros nestas áreas

geográficas e projeto de desenvolvimento urbano do Port Mole do Champ Triomphal.

37 CAPEX – Capital expenditure (despesas de capital ou investimento em bens de capital) 38 OPEX – Operational Expenditure (capital utilizado para manter ou melhorar os ativos fixos de uma empresa, tais como equipamentos,

propriedades e imóveis)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

85

2.6. Abertura da economia e relações comerciais

A economia gabonense pode ser considerada bastante aberta, especialmente devido à exportação de

produtos petrolíferos e à importação de bens de consumo e equipamentos.

Com as Balanças Comercial e Corrente superavitárias o país consegue manter em boas condições as suas

contas externas, diminuindo as suas necessidades de financiamento.

A inflação tem-se mantido em níveis baixos, especialmente para países africanos em desenvolvimento, o que

evidencia uma boa conjugação da política fiscal com a política monetária conduzida pelo BEAC. Com a

inflação controlada e um crescimento estável na região, o franco CFA tem-se igualmente mantido

relativamente estável, nomeadamente para anos de turbulência nos mercados financeiros.

Tabela 14 - Indicadores caracterizadores da economia externa do Gabão

Gabão 2008 2009 2010 2011 2012

Taxa de câmbio (US$ / franco CFA) 447,81 472,18 495,28 471,87 510,53

Inflação 5,26% 1,89% 1,46% 1,27% 2,66%

Balança Comercial (em % do PIB) 51,80% 38,30% 38,30% 43,70% 45%

Balança Corrente (em % do PIB) 22% 12,70% 8,20% 8,80% 9,60%

Abertura da economia 81% 68,90% 74,10% 75,90% 76%

Fonte: Banco Mundial, BAfD.

Importações

As importações apresentam alguma diversificação, especialmente quando comparadas com o leque de

produtos que o país exporta. O nível das importações, calculado em percentagem do PIB tem-se mantido

estável e sempre inferior a 20% do PIB.

Apesar de ser expectável que as importações aumentem a par do desenvolvimento do país e do aumento do

rendimento disponível das famílias, não é esperada uma mudança significativa no peso relativo das

importações para a economia do Gabão ao longo dos próximos anos.

O top4 de países fornecedores do Gabão é composto por França, China, EUA e Bélgica, totalizando, em 2012,

perto de 57% das importações totais do Gabão.

Desde 2008, que o mercado de fornecedores do país é composto por estes 4 países, no entanto, a China

ganhou importância nas importações do Gabão, passando a ser o 2º mercado fornecedor do país em 2012,

quando era apenas o 4º mercado fornecedor em 2008.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

86

Gráfico 49 - Evolução das importações do Gabão e principais países de origem

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Gráfico 50 – Evolução das importações gabonesas por produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Entre 2008 e 2012 as importações do Gabão não sofreram alterações relevantes, sendo que o país

maioritariamente importa maquinaria e equipamento de transporte, bens manufaturados e alimentos,

representando estes 3 conjuntos de produtos cerca de 74% do total de produtos importados pelo país.

33% 32% 32% 33% 29%

5% 6% 6% 8%

13%

10% 8% 9% 6% 10%

7% 8% 7% 6%

6% 5%

3% 4% 4% 4% 3%

4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 4% 3% 2% 3% 3% 3% 2,563

2,501

2,983

3,665 3,631

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

4,000

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es m

ihõ

es U

S$

Peso

na

s im

po

rtaçõ

es t

ota

is d

o G

ab

ão

Espanha

Congo

Turquia

Índia

África do Sul

Reino Unido

Japão

Alemanha

Holanda

Itália

Camarões

Bélgica

EUA

China

França

326,799 348,725 404,770 500,886 478,794

255,695 225,806 273,169 351,200 321,713

399,178 486,400 493,249 685,539 739,068

1,176,889 1,005,893 1,321,320 1,485,358 1,457,331

193,222 195,147 235,773 278,535 278,854

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco

Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e.

As importações do Gabão cresceram, em média, 9,1% por ano, entre 2008 e 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

87

Gráfico 51 - Importações do Gabão – Top produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 52 – Importações gabonesas de França

13%

2%

4%

9%

21%

40%

8%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

14%

4%

2%

15%

15%

38%

11%

Alimentos e animais vivos

Bebidas e tabaco

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Outros artigos manufaturados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

88

Gráfico 53 – Importações gabonesas da China

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 54 – Importações gabonesas dos EUA

8%

3%

5%

13%

65%

5%

Alimentos e animais vivos

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

3% 3%

38%

44%

11%

Alimentos e animais vivos

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Outros artigos manufaturados

FontFFonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

89

Gráfico 55 – Importações gabonesas da Bélgica

Gráfico 56 - Importações do Gabão à CPLP

A CPLP representa apenas 1,45% do total de importações

do Gabão, sendo que o Brasil é o principal responsável

pelas exportações da CPLP para este país, representando

1,14% do seu total de importações. Além do Brasil, apenas

Portugal e Angola têm exportações para o Gabão com

importância estatística, dentro dos EM da CPLP.

9%

6%

15%

9%

21%

35%

4%

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras eceras

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados

2 2 2 2 2

56

44

56

45 42

5

4

5

18

9

-

10

20

30

40

50

60

70

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es (

mil

es U

S$)

Angola Brasil Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Sendo estatisticamente irrelevantes, as

exportações de Portugal correspondem em

grande parte a maquinaria, ferro, aço e produtos

derivados destes

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

90

Dado o decréscimo das exportações brasileiras para o Gabão, a CPLP diminuiu assim o seu peso nas

importações totais do país, entre 2008 e 2012. No entanto, Portugal conseguiu aumentar a sua participação de

0,21% para 0,25%, no mesmo período.

Gráfico 57 - Importações do Gabão provenientes do Brasil

Figura 9 - Principais importações do Gabão provenientes do Brasil

79%

3%

9%

6%

Alimentos e animais vivos

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Brasil 1,14% das importações do Gabão

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

91

Gráfico 58 - Importações do Gabão provenientes de Portugal

Exportações

Os principais destinos das exportações gabonesas são os EUA, a China, a França e Trinidade e Tobago,

sendo que estes 4 países absorvem cerca de 65% das exportações totais do Gabão. Estes 4 países compõem

assim o top4 de mercados destino das exportações gabonesas desde 2008. Contrariamente ao que acontece

em outros países africanos, a China tem perdido importância nas exportações do país, enquanto os EUA estão

a aumentar o seu peso relativo.

Gráfico 59 - Evolução das exportações do Gabão e principais países de destino

8%

13%

48%

25% Alimentos e animais vivos

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

35.66% 36.51% 36.71% 36.53% 36.58%

19.42% 13.25%

16.13% 16.03% 15.86%

6.23%

6.37% 6.80% 6.64% 6.67%

4.37%

6.80% 5.54% 5.63% 5.68%

4.24% 6.24%

4.92% 5.09% 5.12% 1.87% 5.91% 4.19% 4.20% 4.32% 3.51%

2.94% 3.03% 3.08% 3.06% 9,566

5,356

8,686

9,766 9,665

-

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Peso

na

s e

xp

ort

açõ

es t

ota

is d

o G

ab

ão

Itália

Holanda

Japão

Coreia

Aalemanha

Índia

Malásia

Espanha

Trinidade e Tobago

França

China

EUA

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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92

Gráfico 60 – Evolução das exportações gabonesas

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Gráfico 61 – Exportações gabonesas – Top produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

1,861,529 1,038,870 1,643,021 1,594,192 1,562,910

7,180,341 3,982,114 6,562,697 7,669,857 7,602,119

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Alimentos e animais vivos Bebidas e tabaco

Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados Maquinaria e equipamento de transporte

Outros artigos manufaturados Commodities e transações n.e.

16%

79%

2% 2%

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento de transporte

Cerca de 79% das exportações do Gabão são petróleo

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

93

Gráfico 62 – Exportações gabonesas para os EUA

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 63 – Exportações gabonesas para a China

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

99%

Combustíveis minerais, lubrificantese materiais relacionados

53%

46%

Matérias-primas (exceto combustíveis)

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionados

A cortiça e a madeira representam ainda 9,12% das exportações do país

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94

Gráfico 64 – Exportações gabonensas para França

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 65 – Exportações gabonensas para Trinidade e Tobago

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

A CPLP representa apenas 0,25% do total das exportações do Gabão, sendo Portugal, dentre os membros da

CPLP, que mais produtos gabonenses absorve, representando 0,13% do total das exportações gabonesas.

17%

64%

14%

3%

1% Matérias-primas (excetocombustíveis)

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Outros artigos manufaturados

0%

100%

Combustíveis minerais, lubrificantes e materiaisrelacionados

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

95

Gráfico 66 - Exportações do Gabão para a CPLP

A maioria dos produtos que o Gabão exporta para Portugal, cerca de 93%, são produtos de madeira: madeira

em bruto, madeiras pouco trabalhada, madeira folheada e travessas de madeira.

Gráfico 67 – Exportações gabonesas para Portugal

4 3 4 5 5

2

0

1 1 1

11

7

11 13 13

4

4

5

5 5

-

5

10

15

20

25

30

2008 2009 2010 2011 2012

Exp

ort

açõ

es (

em

mil

es U

S$)

Angola Brasil Portugal São Tomé e Príncipe

82%

12%

6% Matérias-primas (exceto combustíveis)

Bens manufaturados

Maquinaria e equipamento detransporte

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

96

2.7. Principais setores de oportunidade

O Gabão é um país com uma economia ainda pouco desenvolvida e com um subsolo extremamente rico. Nos

últimos anos, tem sido levado a cabo um conjunto de reformas estruturais por forma a tornar o país numa

economia emergente até 2025. Inicialmente, estas reformas tinham o objetivo de tornar o crescimento do país

mais regular e abrangente e ajudar a salientar as maiores oportunidades de investimento.

O país é ainda o centro de vários destinos na região da África Central e pode ser considerado uma plataforma

para as trocas comerciais com a África do Sul. É membro de 2 grupos regionais – CEMAC e CEEAC – e de

várias organizações multilaterais – OMC, BM e MIGA39

- representando, deste modo, um mercado potencial de

mais de 130 milhões de consumidores.

Alguns pontos fortes do país são:

A estabilidade das instituições políticas, que oferecem um quadro favorável para a implementação de

reformas estruturais indispensáveis à diversificação da economia;

A sua integração na CEMAC, onde as políticas regionais oferecem estabilidade monetária a longo

prazo;

A existência de uma força de trabalho jovem que, no entanto, requer formação adequada por forma a

ir de encontro aos imperativos do desenvolvimento económico, particularmente no setor produtivo;

A existência de recursos naturais, cujo desenvolvimento oferece inúmeras oportunidades. Ainda

assim, o desenvolvimento de polos de crescimento alternativos é indispensável para o crescimento

destas economias.

Indústria extrativa, petróleo e gás

Oportunidades de exploração de gás natural, a possibilidade de construção de um complexo petroquímico na

região de Port-Gentil, e de desenvolvimento dos recursos minerais, através dos depósitos de ferro em Bélinga.

Setor florestal

Um dos setores que mais irá crescer nos próximos 30 anos, permitirá responder à exaustão gradual da

produção de petróleo. No início de 2010, o Governo elevou a meta da produção de madeira para os 100%

(75% em 2012). Este setor tem contribuído para a criação de emprego e para a redistribuição de lucros.

Para garantir o estímulo das unidades de processamento, da exportação de produtos de elevado valor

acrescentado, da criação de empregos e geração de divisas, o Gabão desenvolveu uma Zona Económica

Especial focada na indústria da madeira.

O desenvolvimento destas zonas económicas cria uma procura potencial que oferece enormes oportunidades

de negócio para outros setores (eletrónica e componentes elétricos, cabos, plásticos, etc.).

Processamento agrícola e pesca industrial

Fonte de criação de emprego, principalmente nas proximidades de áreas urbanas e periurbanas. A pesca

industrial também oferece oportunidades de emprego com um potencial estimado de 300.000 toneladas por

ano.

39

MIGA - Multilateral Investment Guarantee Agency (Agência Multilateral de garantia de investimentos)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

97

Turismo

O potencial do turismo no Gabão é considerável, tendo em conta a sua rica biodiversidade e o elevado número

de parques nacionais. Todo o território é apropriado para a prática de diversas atividades, incluindo os safaris.

Potencial hidroelétrico

Estimado entre 5.000 e 6.000 MW, o potencial hidroelétrico do Gabão coloca-o em 5º lugar quando comparado

com os restantes países do continente africano.

As barragens hidroelétricas em construção (Ivindo, Grand e Poubara) e as perspetivas de interligação sub-

regional deverão permitir ao país exportar, a longo prazo, os excedentes de energia para os restantes países

da CEEAC.

2.8. IDE no Gabão

A indústria petrolífera é a maior beneficiária do IDE no Gabão. No entanto, esforços governamentais têm sido

no sentido de diversificação da economia, nomeadamente procurando tornar outros setores de atividade

igualmente atrativos ao IDE.

Apesar das grandes vantagens do país, com um rendimento per capita relativamente alto para a região e a

acessibilidade de certos inputs como o petróleo, o país tem-se mantido pouco atrativo ao IDE devido ao seu

reduzido mercado, à economia paralela, à baixa produtividade do fator trabalho, ao elevado custo salarial para

a região e existência de poucas infraestruturas.

Analisando em particular o IDE, apesar de algum declínio entre 2008 e 2010 o Gabão tem vindo a recuperar

(ainda que com valores reduzidos) sua capacidade de atração de IDE, tendo atingido em 2012 cerca de US$

702 milhões de investimento externo no seu país. Por outro lado, os investimentos do Gabão no estrangeiro

têm-se mantido ao longo dos abaixo US$ 100 milhões por ano.

Gráfico 68 - Fluxos de IDE no Gabão

Fonte: International Trade Center (Centro Internacional de Comércio); UNCTAD, UNCTADstat

773

573

499

696 702

96 87 81 88 85

-

100

200

300

400

500

600

700

800

900

2008 2009 2010 2011 2012

Flu

xo

s d

e I

DE

em

mil

es d

e U

S$

Inward Outward

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

98

2.9. Financiamento à economia

2.9.1. Principais bancos presentes

O setor financeiro do Gabão está entre os menos

desenvolvidos da região da África subsariana. É

composto por 9 bancos40

, três dos quais detêm 65%

dos depósitos e empréstimos de clientes: o BGFI,

o BICIG, e o UGB.

Os empréstimos concedidos ao setor privado estão

abaixo da média dos países exportadores de petróleo

da África Subsariana: 17,6% do PIB excluindo o

petróleo, em 2012, contra 18,3%, em 2011.

Os ativos do setor bancário representam 21% do PIB

do país e os empréstimos concentram-se em setores

como o petróleo, telecomunicações e imobiliário.

As instituições de microcrédito, os fundos de pensões e

seguradoras têm um papel limitado na prestação de

serviços financeiros.

O acesso a serviços financeiros é ainda limitado. A

insuficiente proteção dos investidores, o fraco

cumprimento dos contratos e a baixa bancarização

constituem os principais entraves à oferta de crédito. O

sistema de pagamentos é pouco desenvolvido, com

elevados custos para as empresas. Neste contexto, o

crescimento do crédito ao setor privado acelerou

fortemente em 2012 (44% face a 2011), refletindo principalmente o aumento da procura na construção,

transportes, telecomunicações e setores petrolíferos. A maior liquidez e confiança na solidez da economia e o

aumento da concorrência entre os bancos aumentaram a oferta de crédito, inclusive no crédito ao consumo.

Os dois bancos de desenvolvimento (que representam menos de 10% dos empréstimos totais e menos de 3%

dos depósitos totais) têm altos níveis de crédito em incumprimento e têm vindo a registar perdas. Tendo por

base as recomendações da COBAC (Comissão Bancária da África Central),as autoridades introduziram, no

contexto dos planos de reestruturação, mudanças na estrutura e governação desses bancos.

40

BICIG (Banque Internationale pour le Commerce et l’Industrie du Gabon), BGFI (Banque Gabonaise et Française Internationale), UGB (Union Gabonaise de Banque), Citibank Gabon, Alios Finance, BHG (Banque de l’habitat du Gabon), SOGACA (Société Gabonaise de Crédit Automobile), Banque National de Crédit Rural, Banque Populaire du Gabon.

Predominantemente local

Equilibrada

Estrangeira e Governo

Predominantemente estrangeira

Predominantemente Governo

Excluído

(Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007)

Estrutura acionista bancáriaFigura 10 - Estrutura acionista bancária em África

COBAC

A COBAC é um dos órgãos responsáveis pela implementação da cooperação monetária entre os EM da CEMAC.

É responsável, sob as condições estabelecidas no anexo à Convenção de 16 de outubro de 1990, por assegurar o

cumprimento, pelas instituições de crédito, das leis e regulamentos adotadas pelas autoridades nacionais, pelo

comité da União Monetária da África Central (UMAC) e pelo BEAC. Em particular, a COBAC é responsável pelo

controle das condições de funcionamento das instituições de crédito, pela garantia da qualidade da sua situação

financeira e por assegurar o cumprimento das normas éticas

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

99

2.9.2. Bancarização da população

Os bancos dominam o setor financeiro do país,

existindo apenas um número reduzido de

instituições não financeiras ativas. A maioria da

população não tem acesso a qualquer tipo de

serviços financeiros, nem mesmo aos tradicionais

serviços informais, predominantes noutras

economias africanas.

No ano de 2009, apenas 95 em cada 1.000 adultos

tinham depósitos em bancos comerciais e apenas

46 em cada 1.000 tinham contraído empréstimos.

Com vista a aumentar o acesso às instituições

financeiras, as autoridades do Gabão apoiaram a

criação de um fundo de desenvolvimento e

crescimento para apoiar as PME, bem como a

criação de uma agência especializada para

promover o investimento privado.

A percentagem da população com acesso a conta

bancária aumentou de 16% em 2010 para 21% em

2011. A recente criação dos correios, a abertura de

novos bancos, as infraestruturas melhoradas e a

introdução do mobile money deverão melhorar o

acesso aos serviços financeiros.

Quanto ao número de caixas automáticas existentes (ATM), tem-se verificado uma evolução positiva (em 2011

existiam cerca de 11 caixas automáticas por cada 100.000 adultos, mais 50% que em 2004). Quando

comparado com os outros países da mesma região, verificamos que o Gabão se encontra acima da média. No

entanto, segundo o ranking do “The Global Economy”, a média mundial, em 2011, era de 47 caixas

automáticas por cada 100.000 adultos. Pelo que, tanto o Gabão como os restantes países da CEEAC têm um

longo caminho a percorrer neste domínio.

Fonte: The Global Economy (A economia global).

< 10%

Entre 10% e 20%

Entre 20% e 30%

Entre 30% and 40%

> 40%

Não disponível

(Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011)

Contas bancárias (% +15anos)Figura 11 - Contas bancárias (% +15 anos) em

África

Gráfico 69 – Caixas automáticas no Gabão

5.3 5.5 5.9 6.2 6.3

8.0

9.4

11.1

-

2

4

6

8

10

12

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Caixas Multibanco por cada 100 mil adultosCaixas automáticas por cada 100 mil adultos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

100

Fonte: The global economy (A economia global).

2.9.3. Taxa de juros de empréstimos

As taxas de juro têm-se mantido relativamente constantes, apresentando valores reduzidos, quando

comparado com o verificado em muitos países da África Central.

Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012)

41

2008 2009 2010 2011 2012

Taxas de juro de depósitos 3,8% 3,3% 3,3% 3,3% 3,3%

Taxa de juro real (%) (0,4%) 5,1% 5,9% 4,2% 2,2%

2.9.4. Bolsa de Valores

A região da África Central tentou criar uma bolsa de valores comum aos EM. No entanto, como não foi

possível chegar a acordo entre os EM em relação ao país onde estaria sediada a bolsa, pelo que estes planos

foram temporariamente arquivados.

O Gabão decidiu então criar a sua própria bolsa de valores, a Bolsa de Valores da África Central

(Central African Stock Exchange – BVMAC42

), bem como nos Camarões, a Bolsa de Valores de Douala

(Douala Stock Exchange - DSX).

Ultimamente têm sido feitos esforços no sentido de integrar as duas bolsas numa bolsa única.

41

Banco Mundial, FMI 42

BVMAC – Bourse des Valeurs Mobiliéres d’Afrique Centrale

Angola 15.98

Burundi; 0.67

5,46 5,88 6,16 6,31

8,04 9,37

Gabão 11.12

Chade; 0.52

Ruanda 2.74

-

2

4

6

8

10

12

14

16

18

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Gráfico 70 - Número de caixas automáticas – comparação com outros países da CEEAC

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

101

3. São Tomé

e Príncipe

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

102

3.São Tomé e Príncipe. Uma esperança em

África

São Tomé e Príncipe (STP) é um país de pequena dimensão, situado no golfo da Guiné, na linha do equador, que se caracteriza por ter uma reduzida área de solo arável, correspondendo apenas a 9,5% da superfície do arquipélago. Nas terras mais férteis desenvolveu-se a cultura do cacau e, em menor escala, a cultura do café. Com a proclamação da Independência Nacional, foi confiado ao M.L.S.T.P. (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata), a responsabilidade de, como mais alto órgão político da Nação, assumir a direção da sociedade e do Estado em São Tomé e Príncipe, com o principal objetivo de garantir a independência e a unidade nacionais, mediante a construção de um Estado Democrático.

O território da República Democrática de São Tomé e

Príncipe é composto pelas Ilhas de São Tomé e do

Príncipe, pelos Ilhéus das Rolas, das Cabras, Bombom,

Boné Jockey, Pedras Tinhosas e outros ilhéus

adjacentes, pelo mar territorial, pelas águas

arquipelágicas (águas interiores) situadas no interior das

ilhas e o espaço aéreo que se estende sobre o conjunto

territorial atrás definido. O Arquipélago apresenta um cenário imponente, resultado da vegetação tropical muito

rica, que constitui a sua principal referência paisagística.

Relativamente às principais relações económicas, deve ser referida a cooperação próxima com Angola na área da segurança, mais concretamente a nível de formação e disponibilização de equipamentos, bem como a entrada da Unitel (empresa de telecomunicações móveis) e do BAI (Banco Angolano de Investimentos), nas áreas de telecomunicações e banca, respetivamente, no mercado santomense. Portugal também apoia o país na área de segurança nos mesmos moldes, aproveitando seu o potencial turístico através do Grupo Pestana. É ainda fundamental referir o potencial local em termos de exploração petrolífera, que conta já com a portuguesa Galp e a angolana Sonangol.

Figura 12 - O continente Africano – São Tomé

e Príncipe

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

103

3.1. Macroeconomia

3.1.1. PIB da Economia de São Tomé e Príncipe

São Tomé e Príncipe é o país com menor peso na região, representando, em 2012, 0,1% do PIB da CEEAC.

Gráfico 71 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC, 201243

São Tomé e Príncipe possui uma economia de dimensão reduzida, com um nível de rendimento baixo, marcada por algumas deficiências estruturais significativas, muito dependente das importações e da ajuda internacional. Não obstante a relevância desses constrangimentos, é notório o esforço que as autoridades santomenses têm vindo a fazer no decurso dos últimos anos, através de um conjunto de iniciativas em diversos domínios

44, tais como a recente Estratégia Nacional de Redução da Pobreza 2012 – 2016 (ENRP); o

novo programa de ajustamento apoiado pelo FMI (em vigor desde Julho de 2012) ou o Acordo de Cooperação Económica (ACE) vigente com Portugal (ver caixa).

43

Banco Mundial, 2012 44

Banco de Portugal

Camarões 11.2%

Gabão 8.4%

Guiné Equatorial 7.9%

Congo 6.1%

República Centro-Africana 1.00%

Chade 4.9%

São Tomé e Príncipe 0.10%

Burundi 1.10%

Rep. Dem. Congo 8.0%

Angola 51.2%

Outros 37.5%

Fonte: Banco Mundial (PIB 2012)

ACE entre STP e Portugal

O ACE entre a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe, assinado a 28 de julho de 2009, durante a visita oficial do Ministro de Estado e das Finanças a São Tomé, tem com o objetivo reforçar a Estabilidade Macroeconómica e Financeira de STP. Este Acordo, que estabelece uma base jurídica para a cooperação nos domínios económico e financeiro, define as condições através das quais as partes constituem um enquadramento institucional e operacional, com vista a apoiar a intenção das autoridades santomenses de optarem por um regime cambial assente no euro como âncora fixa da dobra santomense.

A estabilidade macroeconómica e financeira, e a sustentabilidade do regime cambial, potenciarão de forma significativa o sucesso das profundas reformas económicas que têm vindo a ser implementadas, e que tendem ao ajustamento, à abertura e ao crescimento sustentado da economia.

Fonte: Gpeari – Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

104

5.8

4 4.5

4.9

4.5

0

1

2

3

4

5

6

7

2008 2009 2010 2011 2012

183.465 196.474 201.038

248.287 263.729

-

50.0

100.0

150.0

200.0

250.0

300.0

2008 2009 2010 2011 2012

A pobreza e o desenvolvimento humano têm constituído algumas das principais preocupações do país. Neste contexto, o Governo destinou no Orçamento de Estado para 2013 uma importante parte dos recursos à educação e à saúde. Os esforços do setor público neste sentido, aliado às melhorias registadas na prestação de serviços sociais, têm ajudado o país a melhorar o seu IDH.

Tabela 16 - Indicadores sociais de São Tomé e Príncipe

IDH Esperança média de

vida

Número médio de anos de

escolaridade45

Taxa de

alfabetização

Índice de pobreza

multidimensional

144.º

(Baixo) 64,9 anos 4,7 anos 89,2% 0,154

Fonte: Relatório de Desenvolvimento Humano 2012 – Nações Unidas

A evolução da conjuntura macroeconómica ao longo de 2011 e do primeiro semestre de 2012 esteve, genericamente, em consonância com os esforços do Governo nos últimos anos, conforme se pode observar pelas seguintes tendências económicas: (i) a intensificação do ritmo de crescimento económico, (ii) a redução modesta, mas generalizada, dos desequilíbrios externos, (iii) a preservação das reservas cambiais em patamares aceitáveis e, merecendo maior destaque, (iv) o aprofundamento da consolidação orçamental e (v) o abrandamento da tendência inflacionária.

O crescimento real de 4,9% em 2011 (4 décimas acima do estimado para esse ano) ficou a dever-se, essencialmente, a duas variáveis cruciais: (i) por um lado, a ajuda externa, que sustenta grande parte do investimento público, por outro lado (ii) o IDE, que tinha registado uma quebra acentuada em 2009 e recuperou significativamente a partir do segundo semestre de 2010. Uma vez que o país se situa no Golfo da Guiné, uma região rica em hidrocarbonetos, a perspetiva da descoberta de petróleo tem atraído algum IDE e estimulado o crescimento económico. Em termos setoriais, São Tomé e Príncipe tem vindo a registar um bom desempenho nos setores da construção, agricultura, turismo e outros serviços. O turismo tem um grande potencial, e desde meados de 2000 passou a ser considerado como setor estratégico para o país. É visto como um importante promotor de transformações socioeconómicas internas, fundamentalmente ao nível da saúde e das infraestruturas, contribuindo assim para o desenvolvimento social e económico e para a melhoria das condições de vida da população.

45

Número médio de anos de escolaridade recebida por pessoas com mais de 25 anos

Gráfico 73 - Evolução do PIB nominal em US$ Gráfico 72 - Evolução do PIB nominal em %

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

105

3.1.2. Orçamento Geral do Estado

Gestão Orçamental

Nos últimos anos, o compromisso das autoridades para com a gestão do orçamento tem sido notório. Durante o terceiro trimestre de 2012, o Governo deu continuidade aos seus esforços de consolidação orçamental, implementando políticas com vista a tornar o país mais resistente aos choques externos e a evitar distorções desnecessárias nos gastos. No Orçamento Geral do Estado para 2013, o Governo estabeleceu como meta um défice primário interno de 3,1% do PIB para 2013, situado ligeiramente abaixo da meta e resultados do ano transato. Para tal, a estratégia do Governo consiste em reforçar a coleta de receitas através da modernização das administrações tributária e alfandegária e do alargamento da base tributária (ver caixa), continuando a conter a despesa não prioritária.

As estimativas da composição da despesa por natureza económica em 2013 refletem a intenção do Governo em desenvolver e ampliar as infraestruturas económicas e sociais, relativas ao aumento da produção de bens e disponibilização de serviços à população, como a educação ou a saúde; e a construção de estradas, escolas ou hospitais (despesas de investimento).

O programa da reforma do Governo para reforçar as finanças públicas centrou-se nas administrações tributária e alfandegária e na gestão das finanças públicas. As ações específicas incluíam:

Aumentar o cumprimento tributário voluntário através da melhoria da qualidade dos serviços ao contribuinte;

Melhorar a gestão dos contribuintes ao nível da administração tributária; Prosseguir com a informação e a educação aos contribuintes relativamente aos impostos cobrados pela administração tributária;

Combater a fraude e a evasão fiscal com o melhoramento da seleção de contribuintes sujeitos a auditoria, através da análise de risco, do alargamento da cobertura tributária a todo o país, e do reforço da capacidade de resposta do Tribunal Tributário Nacional;

Completar a implementação da segunda fase do SYDONIA WORLD (Sistema Aduaneiro Automatizado), através da ativação de todas as suas funcionalidades e do estabelecimento de procedimentos totalmente informatizados;

Dotar as administrações tributária e alfandegária de recursos necessários, incluindo mais pessoal e equipamento, para implementar as reformas acima mencionadas;

Tomar medidas para operacionalizar na íntegra o Sistema de Administração Financeira do Estado (SAFE-e) através da ativação do respetivo módulo de contabilidade;

Estabelecer até ao final de junho de 2013 uma unidade multissetorial composta por representantes do Ministério do Plano e Finanças, do Banco Central e do Instituto Nacional de Estatística para desenvolver um plano de ação para a implementação do Quadro Fiscal de Médio Prazo (QFMP).

Conseguir uma solução de longo prazo para a questão dos atrasados cruzados entre o Tesouro, a EMAE (Empresa Nacional de Água e Electricidade) e a ENCO (Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos).

Fonte: FMI, Julho 2013

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

106

21%

10%

10%

57%

Despesas com o pessoal

Bens e Serviços

Juros da Dívida

Subsídios e TransferênciasCorrentes

Outras despesas correntes

Despesas de investimento

16%

43%

40%

Empréstimos do exterior

Donativos do exterior

Receitas Internas

Financiamento interno

19%

37%

35%

9% Empréstimos doexterior

Donativos do exterior

Receitas Internas

Financiamento interno

Paradoxalmente, os orçamentos do Estado para 2012 e 2013 evidenciam a alta dependência do país à ajuda externa. Em 2012, cerca de 43% do orçamento foi financiado por doadores externos e esse nível deverá manter-se em 2013, embora em menor percentagem (37%).

Gráfico 75 - Financiamento do OGE - Recursos públicos 2012 e 201346

46 Orçamento do Cidadão de São Tomé e Príncipe 2013

17%

9%

11% 62%

Despesas com o pessoal

Bens e Serviços

Juros da Dívida

Subsídios e TransferênciasCorrentes

Outras despesas correntes

Despesas de investimento

OGE 2012

OGE 2013

O Orçamento Geral do Estado para 2013 consagrou

um aumento das despesas com as infraestruturas

económicas e sociais (despesas de investimento).

OGE 2012

OGE 2013

Em média, nos últimos anos, 41% do Orçamento foi financiado com donativos do exterior.

Gráfico 74 - Despesas públicas por classificação económica (OGE 2012 e OGE 2013)36

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

107

3.1.3. Dívida pública Em março de 2007, STP atingiu o “estado de conclusão” da iniciativa dos Países Pobres Altamente Endividados (HIPC

47 –

Heavily Indebted Poor Countries) (ver caixa), beneficiando assim de alívio da dívida. Ao abrigo desta Iniciativa e da Multilateral de Diminuição de Dívida (MDRI

48), o país passou a beneficiar em pleno do alívio

da dívida externa, obtendo desta forma, em setembro de 2007, uma redução da dívida superior a 70%. Antes do país solicitar o alívio da sua dívida ao abrigo da HIPC, em 2006, o seu valor estava estimado em 360 milhões de US$. Depois de beneficiar da iniciativa, esse valor (no final de Agosto 2012) estava estimado em 191 milhões de US$, dos quais 45 milhões de US$ eram devidos a credores multilaterais (de um país para com uma organização multilateral ou privada) e 146 milhões de US$ a credores bilaterais (de um país para com o outro)

49.

No decorrer da avaliação da sustentabilidade da dívida, conduzida pelo Banco Mundial e pelo FMI (2012), o risco do país permanecia alto. Não obstante, é esperado uma melhoria do nível de endividamento de STP, com o início da exploração petrolífera em 2015 ou 2016. Em 2012, a dívida bruta total de STP atingiu cerca de 75,5% do PIB, contra 73,23% em 2011 e 77,8% em 2010.

Gráfico 76 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB

Do total da dívida externa a M/L prazo em 2011 (156,1 milhões US$), cerca de 57% corresponde à dívida

bilateral, 27% à dívida multilateral e 17% à dívida comercial.

47 HIPC – Heavily Indebted Poor Countries 48

MDRI – Multilateral Debt Relief Initiative 49

Perspetivas Económicas em África 2012 / 2013

69.202

77.837

73.267

75.503

65.56

58

60

62

64

66

68

70

72

74

76

78

80

2009 2010 2011 2012 2013

“A limitada base de exportação e a alta dependência das importações tornam o país vulnerável a choques externos. Alcançar a sustentabilidade externa exige a contenção do endividamento externo e reformas para alargar as exportações e estimular o crescimento”

FMI, 2012

A iniciativa para o alívio da dívida dos HIPC foi concebida para reduzir o elevado ónus da dívida externa de algumas das nações mais pobres, posta a vigorar pelo Banco Mundial e pelo FMI em 1996. Mais tarde, em 1999, foi implementada uma “Iniciativa Aperfeiçoada da HIPC”. Com uma abordagem mais compreensiva ao alívio da dívida – incluindo, pela primeira vez, a dívida multilateral – a Iniciativa representa uma inovação significativa nas finanças da política de desenvolvimento. Fonte: Banco Mundial

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

108

106.6 122.6

139.4 156.1

3.4 13.4 18.4

28.4

-

50

100

150

200

2008 2009 2010 2011

Dívida de médiolongo prazo

Dívida de curtoprazo

Fonte: Banco de Portugal

Obs: dados para Timor Leste não disponíveis.

Dívida Externa na CPLP: São Tomé e Príncipe, um dos Estados Membros com maior dívida pública

Em termos de peso da dívida externa em relação ao PIB, os países da CPLP apresentam níveis elevados, chegando a atingir, em São Tomé e Príncipe mais de 300% do valor do PIB (em 2003). Não obstante, tem-se verificado uma tendência generalizada de redução com destaque para São Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau que registaram as maiores descidas.

Fonte: Estatísticas CPLP 2012

Gráfico 77 - Dívida externa, em milhões de US$

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

109

22.0

8

1.9

6.2

7.1

3.8

8.4

28.4

13.4

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

São Tomé e Príncipe (2011)

Comércio

Transportes e comunicação

Outros

Adminstração pública, saúde eeducação

Ind. Extrativa

Indústria

Serviços financeiros

Energia

Construção

Agricultura

3.2. Estrutura Produtiva

3.2.1. PIB por setor

Em termos setoriais, a economia do país

é essencialmente dominada pelo setor

terciário (que representam cerca de 50%

do PIB e ocupa 60% da população ativa).

Apesar do enorme potencial do setor do turismo, este ainda enfrenta alguns desafios. Existe uma carência de infraestruturas – tais como esgotos, água, energia e estradas – falta de pessoal qualificado e insuficiência de voos de ligação com a Europa e com o resto do Mundo. O setor secundário é dominado pela construção civil, obras públicas e indústria transformadora (que se dedica essencialmente à produção de eletricidade e de cerveja).

A base de exportações do país é

constituída principalmente pelo cacau e

pelo setor emergente do turismo.

Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade

50

Setor de

atividade 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Média

2002-

2010

Contribuição

PIB 2010

Setor

primário 0,01 2,42 1,65 0,72 1,14 10,38 8,01 -4,10 0,26 2,28 17,20

Setor

secundário -9,89 6,49 5,55 -3,94 14,75 4,41 0,49 1,77 3,30 2,5529 16,36

Setor

terciário 5,59 7,36 4,78 3,18 12,73 -0,91 10,24 6,19 5,44 6,07 66,44

Ao longo dos anos, o desempenho da atividade económica foi fortemente dominado pelo setor terciário. De 2002 a 2010, este setor cresceu em média 6% e representou cerca de 66,4% do PIB em 2010. Foi sobretudo impulsionado pelos setores do comércio, transportes, armazenagem, comunicações, e administração pública.

50

ENRP II 2012 - 2016

Gráfico 78 – PIB por setor 2011 – São Tomé e Príncipe

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110

3.2.2. Setor empresarial do Estado51

De acordo com o Regime Jurídico das Empresas Públicas e do Setor Empresarial Público, publicado a 27 de Junho de 2011 através do Decreto - Lei nº 22, o Setor Público do Estado é composto por Empresas Públicas, em que o Estado é o maior acionista, e Empresas Participadas, em que o Estado é um sócio minoritário.

Empresas Públicas

EMAE, que fornece a eletricidade e a água;

ENASA (Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea), que controla os serviços aeroportuários;

ENAPORT (Empresa Nacional da Administração de Portos), que assegura os serviços portuários;

Correios, que prestam serviços postais.

Empresas Participadas

BISTP, que é o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe;

ENCO, a única importadora e distribuidora de combustíveis no mercado santomense (recentemente iniciou a revenda de combustíveis);

CST Telecom (Companhia Santomense de Telecomunicações), que intervém nas telecomunicações;

STP Airways, companhia aérea de STP.

51

EMAE – Relatório final 2010

Os principais setores do país são

controlados por empresas públicas. O

Estado continua a ser acionista

maioritário de quatro empresas

determinantes no desenvolvimento

económico de STP, o que pode inibir,

ou pelo contrário, incentivar o

investimento.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

111

3.3. Política Económica

3.3.1. Perspetivas futuras

As previsões do Banco Central de São Tomé e Príncipe, indicavam para 2013, a continuação da retoma da atividade económica, embora com algumas incertezas económicas principalmente ao nível internacional. A recuperação da economia nacional deverá assentar num forte retorno de entradas de capital privado, principalmente investimento direto estrangeiro, bem como na efetiva implementação do programa de investimento público. Por outro lado, o aumento do investimento em infraestruturas de transporte e comunicação, serviços públicos gerais, habitação, serviços comunitários, combustíveis e energia, bem como a melhoria na execução dos projetos de investimento público continuará, nos próximos anos, a ser uma das grandes prioridades do Governo, e ajudará a elevar o potencial de crescimento. No setor das telecomunicações, espera-se em 2014 a entrada de uma nova operadora, a Unitel, que ganhou o concurso para operar em são Tomé e Príncipe. Deste modo, a nova operadora irá concorrer com a CST Telecom, que até agora detinha o monopólio da comunicação no país. Nos próximos anos, a gestão das reservas petrolíferas (ver caixa), a revitalização da agricultura e da pesca, e o turismo são reconhecidos como o tripé de uma estratégia de desenvolvimento diversificada para o país.

Petróleo em São Tomé e Príncipe: o início e os próximos anos

As ilhas de São Tomé e Príncipe situam-se no Golfo da Guiné, conhecido pelos seus recursos petrolíferos. Em 2001,

São Tomé e Príncipe e a Nigéria puseram fim às disputas sobre a fronteira marítima e acordaram a exploração

conjunta de petróleo à proporção de 40 / 60. A Zona de Desenvolvimento Conjunto (ZDC) passou a aceitar propostas

das empresas petrolíferas em abril de 2003. A proposta vencedora para o primeiro de nove blocos foi apresentada por

um consórcio que congregava a Chevron Texaco (51% de participação), a ExxonMobil (40%) e a empresa

norueguesa Equity Energy (9%), cabendo a STP 40% dos 123 milhões de dólares da proposta. Em junho de 2005

foram atribuídos mais cinco blocos e a Chevron Texaco iniciou as perfurações exploratórias em janeiro de 2006.

Em maio de 2006, a Chevron Texaco anunciou a descoberta de hidrocarbonetos no Bloco 1, declarando,

subsequentemente, que a quantidade encontrada não era viável para exploração comercial. Estas declarações

arrefeceram, em parte, o entusiasmo inicial, quer em STP, quer fora do país. Contudo, a crença de que STP detém

reservas petrolíferas consideráveis ainda persiste. Quando a produção de petróleo arrancar, nos próximos anos, a

economia santomense irá seguramente sofrer transformações positivas. Mesmo que os preços deste recurso se

mostrem consideravelmente inferiores aos atuais, a economia da ilha ver-se-á injetada por grandes somas de capital.

Fonte: Universidade de Columbia (no “Guia do Investimento para STP” – Corporate Council of Africa; The Earth Institute)

ANP – STP (Agência Nacional de Petróleo de São Tomé e Príncipe)

A ANP faz parte do processo de estruturação e consolidação do quadro institucional de gestão do setor petrolífero em

São Tomé e Príncipe. Foi criada pelo Decreto-lei nº 5/2004 de 30 de junho de 2004, e é um organismo público

encarregue da gestão e execução quotidiana da política do Governo no domínio de hidrocarbonetos.

Tem como principal objetivo contratar e fiscalizar as atividades económicas inerentes à indústria petrolífera, de acordo

com a legislação em vigor e em conformidade com as orientações dos órgãos superiores do Estado.

A ANP-STP tem plena autonomia patrimonial, administrativa e financeira.

Fonte: ANP - STP

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

112

Segundo o FMI, as perspetivas de crescimento económico para os próximos anos são bastante positivas, refletindo o início previsto da produção de petróleo e das exportações em 2015. Estas previsões levam a uma taxa de crescimento do PIB estimada de quase 40% em 2015 e 50% em 2016.

Gráfico 79 - Crescimento anual do PIB real (%)52

Já o Governo, através da Estratégia Nacional de Redução da Pobreza II 2012-2016 (ENRP II), prevê dois cenários para os próximos anos: i) o cenário base, que presume o arranque da produção/exportação de petróleo em 2015 e ii) um cenário alternativo, sem a produção/exportação de petróleo.

1. Cenário base, que presume o arranque da produção/exportação de petróleo em 2015

No cenário petrolífero, o crescimento deverá subir para 6% até 2014 e em seguida disparar com o início da produção/exportação petrolífera, em 2015. A inflação deverá baixar para um dígito.

Gráfico 80 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 1 (%)53

Espera-se que o Governo estabilize o défice primário interno em cerca de 3% do PIB até 2014, em linha com o financiamento disponível, enquanto o défice da conta corrente deverá diminuir.

52

FMI 53

ENRP II 2012 - 2016

4.94 4.00 4.50 6.00

37.80

47.38

10.70

1.75

-

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Início da exploração de petróleo em 2015 / 2016

6

9,1

4 4,5 4,9 5,5 6

6

24,9

4,1

-

5

10

15

20

25

30

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Início exploração de petróleo em 2015

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

113

2. Cenário alternativo, sem o arranque da produção/exportação de petróleo em 2015

No cenário não petrolífero, projeta-se um crescimento menor do que no cenário petrolífero, dada a ausência de investimento relacionado ao petróleo e ausência de efeitos de segunda ordem decorrentes das receitas do petróleo.

Gráfico 81 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 2 (%)54

O financiamento do orçamento será limitado, e o Governo terá de adotar políticas orçamentais mais restritivas e utilizar como meta um défice primário interno de cerca de 2% do PIB.

54

ENRP II 2012 - 2016

6

9.1

4

4.5 4.9 5.5 5.5 5.5 5.5

6

-

5

10

15

20

25

30

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

114

3.3.2. Prioridades estratégicas para São Tomé e Príncipe55 São Tomé e Príncipe tem uma série de oportunidades que podem, e devem, ser capitalizadas. Nesse sentido, o país estabeleceu um plano de desenvolvimento económico e social, através da ENRP II, 2012-2016. A estratégia ambiciona, através da implementação de diversos objetivos, fazer de STP um país:

1. Bem governado com instituições fortes e credíveis;

2. Com um ambiente favorável ao crescimento económico, sustentável e integrado, e favorável à (re)distribuição de rendimentos;

3. Com recursos humanos com formação adequada;

4. Que valorize o património cultural e garanta a igualdade e oportunidade entre os géneros.

Objetivos estratégicos

A ENRP II definiu 3 objetivos “principais” para o país, a serem alcançados mediante a implementação de 4 eixos estratégicos. Os objetivos principais são:

1. Alcançar uma taxa de crescimento de pelo menos 6%, (criando condições para uma diversificação consistente da economia);

2. Reduzir em 10% a percentagem da população santomense que vive em situação de pobreza, (promovendo iniciativas geradoras de rendimento e melhorando, por conseguinte, a sua capacidade produtiva);

3. Conseguir que toda a população tenha acesso (facilitado e melhorado) aos serviços sociais básicos.

As intervenções ao nível de cada eixo inscrevem-se numa lógica de necessidade de planificação e execução orçamental, para a viabilização técnica e financeira das ações prioritárias, com o apoio dos parceiros de cooperação e desenvolvimento de São Tomé e Príncipe.

55

ENRP II 2012 - 2016

Objetivos Estratégicos

- Alcançar uma taxa de crescimento do PIB de pelo menos 6%;

- Reduzir em 10% a percentagem da população em situação de pobreza;

- Conseguir que toda a população tenha acesso aos serviços sociais básicos

Eixo 1

Reforma das

instituições públicas e

reforço da política de

boa governação

Eixo 2

Promoção de um

crescimento

económico

sustentável integrado

Eixo 3

Desenvolvimento do

capital humano e

melhoria dos serviços

sociais básicos

Eixo 4

Reforço da coesão e

proteção social

Figura 13 – Estratégia de STP: objetivos e eixos estratégicos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

115

Tabela 18 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 1

Eixo 1 – Reforma das instituições públicas e reforço da política de boa governação

─ Adequar e modernizar o aparelho do Estado às necessidades e recursos do país;

─ Promover o envolvimento participativo do setor privado e da sociedade civil, na conceção e execução de medidas

de combate à pobreza;

─ Garantir a eficiência e a qualidade na prestação dos serviços da administração pública;

─ Renovar o quadro de diálogo com os parceiros de desenvolvimento com base na Declaração de Paris56

(promove

e apoia o desenvolvimento).

Tabela 19 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 2

Eixo 2 – Promoção de um crescimento económico sustentável integrado

─ Promover o desenvolvimento do setor primário como fator de aumento da produção nacional, da criação de

emprego e do relançamento do setor económico;

─ Travar o êxodo rural e melhorar as condições socioeconómicas das populações do meio rural;

─ Desenvolver infraestruturas de base de apoio ao desenvolvimento económico;

─ Melhorar o ambiente de negócios para atrair o investimento privado;

─ Garantir a sustentabilidade ambiental.

Tabela 20 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 3

Eixo 3 – Desenvolvimento do capital humano e melhoria dos serviços sociais básicos

─ Desenvolver uma educação de qualidade e promover a formação profissional nos domínios prioritários de

desenvolvimento;

─ Assegurar que, até 2016, 100% das crianças e jovens em idade escolar concluem o ensino básico;

─ Garantir que, até 2016, 100% da população tem acesso aos serviços básicos de saúde.

Tabela 21 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 4

Eixo 4 – Reforço da Coesão e Proteção Social

─ Promover a identidade santomense e valorizar o património cultural nacional;

─ Garantir a igualdade e equidade de género;

─ Promover iniciativas de proteção eficaz aos grupos sociais vulneráveis ou desfavorecidos através de políticas de

apoio e de inserção social.

56

Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda ao Desenvolvimento Fev / Mar 2005

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

116

3.4. Infraestruturas e energia

O estado das infraestruturas em São Tomé e Príncipe57

Água e saneamento

Embora STP possua um elevado potencial hídrico – mais de 50 cursos de água – a qualidade da água é fraca. Os recursos hídricos estão distribuídos de forma desigual, o que expõe determinadas regiões a uma situação de grande escassez deste recurso. Mais de 60% dos cursos de água estão situados nas zonas sul do país e sudoeste das ilhas. Uma grande parte da população, fundamentalmente residente nas zonas rurais, continua sem acesso à água potável e utiliza a água do rio (ou outras fontes não protegidas). As principais causas para a fraca qualidade da água e para a baixa taxa de acesso à água potável são:

Sistemas inadequados e degradados;

Vandalismo e falta de sensibilização da população;

Falta de apoio do Governo;

Investimento insuficiente. No meio rural e semiurbano, a taxa de acesso à água potável passou de 6,4% para 12,6%, entre 2001 e 2006, enquanto no meio urbano a cobertura variou em média de 29%, em 2001, para 57,2%, em 2006.

Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006) 58

Acesso Meio urbano / rural 2001 (em %) 2006 (em %)

Água Potável Urbano 29 57,2

Rural 6,4 12

Fonte: QUIBB59

, 2005

No que respeita ao saneamento, o país ainda se confronta com alguns problemas, especialmente nas zonas urbanas. Consequentemente, esta situação contribui para a propagação de doenças infeciosas e agrava o estado de saúde da população. Apesar dos investimentos que têm vindo a ser realizados neste setor, não se registaram grandes melhorias, devido, por um lado ao ritmo elevado do crescimento demográfico e, por outro, à crescente concentração da população nas zonas limítrofes das cidades. As principais causas para o deficiente saneamento básico são:

Fraca sensibilização das comunidades e insuficiente campanha de informação;

Ausência e insuficiência de infraestruturas de saneamento;

Fracos recursos financeiros;

Pouca disponibilidade de água;

Casas com estruturas que dificultam a instalação das infraestruturas necessárias.

57

Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012 58

ENRP II 2012 - 2016 59

Questionário Unificado de Indicadores do bem estar em STP

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

117

Em 2006, no meio rural apenas 19,2% da população tinha acesso a um sistema de saneamento contra 10,2% em 2001. No meio urbano, em 2001, apenas 20,8% dos habitantes tinham acesso a um sistema de saneamento.

Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009)60

Acesso Meio urbano / rural 2001 (em %) 2006 (em %) 2008 – 2009

Saneamento

Urbano 20,8 39,1 42,2

Rural 10,2 19,2 26,6

Fonte: Relatório de custeamento OMD61

; IDS62

; 2008 - 2009

Energia

O sistema elétrico nacional é constituído por sete organismos principais, com diferentes funções e responsabilidades

63.

Tabela 24 - Competências no âmbito do sistema elétrico de São Tomé e Príncipe

Organismos Competências

1. Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais

(MOPRN)

Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos técnicos)

2. Ministério do Plano e Desenvolvimento (MPD)

Supervisiona as atividades da EMAE (aspetos financeiros,

tarifas e investimentos)

3. Empresa de Água e Eletricidade (EMAE)

Empresa estatal de produção, transmissão, distribuição e

comercialização

4. Direção Geral dos Recursos Naturais e Energia

(DGRNE)

Organismo Central do Estado, que promove a política de

energia

5. Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos

(ENCO)

Empresa fornecedora de combustíveis do país

6. Hidroelétrica STP Lda Produtor independente de eletricidade do país

7. Autoridade Geral de Regulação (AGER) Agência geral de regulação (mercado elétrico)

O fornecimento de eletricidade constitui um desafio para São Tomé e Príncipe. Os desastres de cargas são comuns e as perdas de eletricidade algo significativas (correspondem a mais de 45% da produção energética, num país onde a procura não satisfeita ascende a 45%).

A eletricidade provém, na sua maioria, de centrais hidroelétricas ou térmicas alimentadas com gasóleo, o que no caso desta última, torna o custo por unidade muito elevado. De acordo com o Banco Mundial, o setor produtivo perde anualmente, entre 0,2% e 1,1% do PIB devido aos elevados custos do setor energético. Por outro lado, com desastres frequentes, o desenvolvimento de algumas atividades no país fica comprometido, e a solução é, na maioria das vezes, o recurso a geradores privados (solução adotada nos grandes hotéis, por

60

ENRP II 2012 - 2016 61

OMD - Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento 62

Instituto de Estudos do Desenvolvimento (Institute of Development Studies) 63

Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

118

exemplo). Esta solução permite assegurar simultaneamente a regularidade dos abastecimentos e uma relativa redução dos custos. A empresa responsável pela maioria da produção de eletricidade é a EMAE, empresa pública que detém o monopólio da distribuição e que é a principal produtora de eletricidade - produz atualmente cerca de 12 MW de energia, 80% provenientes de centrais termoelétricas e 20% de centrais hidroelétricas nos rios Contador e Gué-Gué (figura seguinte). Existe ainda outra empresa, a Hidroeléctrica STP Lda., que também contribui para a produção, embora a uma escala mais reduzida (22%). Esta última é detida por dois acionistas, a EMAE, com 40%, e a Hidroequador Santomense, pertencente a um grupo português

64, com 60%.

A EMAE opera sob o estrito controlo do Estado, o que significa que não pode decidir sobre os preços de comercialização da energia produzida, sendo estes fixados pelo Estado a níveis inferiores ao custo real.

A – Central Agostinho Neto

C – Central Contador

G – Central Guégué

P – Central Pagaio

Fonte: Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais

64

De acordo com o Relatório e Contas do 3º Trimestre de 2013, do Grupo Soares da Costa SGPS, SA, a Hidroequador é detida pelo Grupo.

Figura 14 - Centrais de energia hidroelétrica existente

Fonte: Ministério das Obras Públicas de Recursos Naturais

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

119

Produção de eletricidade na CPLP: São Tomé e Príncipe, o Estado Membro com maior crescimento em

2008

AO – Angola; BR – Brasil; CV – Cabo Verde; GW – Guiné Bissau; MZ – Moçambique; PT – Portugal; STP – São Tomé e Príncipe; TL – Timor Leste

Fonte: Estatísticas CPLP 2012

As taxas médias anuais de produção de eletricidade, entre 2004 e 2010, tiveram tendência positiva em qualquer um dos países da CPLP. Angola encontra-se em primeiro lugar, com uma taxa média de variação de 15,0%. Seguido por Timor Leste (87%), Cabo Verde (7,5%), São Tomé e Príncipe e Moçambique (6,4%), Brasil (4,0%), Guiné-Bissau (2,5%) e Portugal (2,1%). STP foi o país que mais cresceu a partir de 2008.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

120

Portos e aeroportos No início de 2009, o Estado santomense assinou um acordo com a Sonangol (Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola), para reabilitar e modernizar o aeroporto internacional e o porto de Ana Chaves (o principal Porto de São Tomé e Príncipe). Mais tarde, em 2011, foi assinado o acordo “definitivo” de concessão à empresa angolana, das duas infraestruturas fundamentais para o desenvolvimento de STP. Foi criada uma sociedade privada, responsável pela gestão e administração do aeroporto e do porto de Ana Chaves, 80% detida pela Sonangol e 20% pelo estado de STP, sendo esta a situação que vigora atualmente. Os transportes marítimos estão pouco desenvolvidos. Entre as ilhas o transporte de pessoas e mercadorias é feito de modo irregular e pouco seguro, recorrendo às embarcações de pesca ou outro tipo de embarcações adaptadas para o efeito. As instalações portuárias em STP não permitem o acesso a meios de transporte de grandes dimensões, o que pode significar alguns custos adicionais. Por outro lado, os meios de descarga e de movimentação de mercadorias são limitados, o que se traduz num aumento dos custos diretos. O custo de transporte de um contentor a partir da Europa é 40% mais elevado se o destino for STP em vez de Libreville (no Gabão), porto que se situa à mesma distância. A construção do porto de águas profundas tem sido adiada devido a questões de viabilidade. O aeroporto de São Tomé é limitado, devido à reduzida dimensão da sua única pista, que não permite o acesso aos aviões de grande porte, e aos problemas de iluminação, que tornam a sua utilização arriscada a partir de determinadas horas do dia.

Estradas O estado das estradas em São Tomé e Príncipe constitui outro desafio ao desenvolvimento do país. De acordo com o BAfD, apenas um terço da rede viária está alcatroada. A restante parte permanece “quase intransitável durante a época das chuvas tropicais. Com cerca de 250 km de estrada asfaltada (AIP, 2004), a STP concentra a maior parte da sua rede rodoviária junto ao litoral (ver página seguinte). Apesar dos esforços que têm sido feitos, no sentido de melhorar e desenvolver a rede rodoviária no país, existem alguns fatores que dificultam as ações do Governo, nomeadamente:

O clima equatorial com fortes chuvas;

Morfologia acentuada;

Vegetação densa e águas que correm de forma descontrolada;

Falta de manutenção corrente e / ou periódica;

Ausência de meios financeiros para manter a totalidade da rede de estradas em boas condições;

Ineficiente gestão dos fundos do setor rodoviário.

Telecomunicações

As telecomunicações são um dos “pontos fortes” das infraestruturas de STP, embora estejam ainda pouco desenvolvidas. A taxa de penetração telefónica é relativamente baixa, sendo que apenas 5% da população tem acesso à rede fixa de telefone. A rede móvel regista uma taxa de 65%, mas cobre, no entanto, apenas 30% do território. O uso da Internet é marginal, sendo inferior a 1%. Comparativamente com os países vizinhos, os custos das comunicações são bastante superiores, o que pode em parte ser justificado pelo tipo de ligação utilizado. Neste mercado existe apenas um operador com capital maioritariamente público: a Companhia Santomense

Os limitados meios de descarga e de movimentação de mercadorias traduzem-se em custos diretos adicionais

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

121

de Telecomunicações, detida em 49% pelo Estado e em 51% pela Portugal Telecom. A CST beneficia de uma concessão de 20 anos, que só termina em 2027.

Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé65

65 Gabinete de Estudos e Pesquisas Pedagógicas, Atlas Nacional de Apoio

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

122

3.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas

66

De acordo com o OGE 2013, o Ministério de Obras Públicas e Recursos Naturais (MOPRN) seria responsável pela realização de 43,6% do total das despesas de investimentos públicos planeadas para 2013 (62%). Esta distribuição demonstra bem o interesse do Governo em criar infraestruturas novas e melhorar as já existentes, como por exemplo a reabilitação da estrada nacional que liga a cidade de São Tomé à cidade de Neves (EN1), reabilitação de estradas e pontes que ligam a Cidade de São Tomé à cidade de Portalegre (EN2), reabilitação da estrada nacional que liga cidade de São Tomé à Monte-Café, construção de salas de aula, centros de saúde e infraestruturas de produção agrícola. Dos 43,6% estimados, a maior percentagem do orçamento (27,4%) seria canalizada para “Transportes e comunicações”, nomeadamente estradas, pontes, pistas rurais e serviços de telecomunicação. Na ENRP II, o Governo projetou alguns programas que visam o (1) desenvolvimento das redes de infraestruturas e transportes (transportes marítimos, rodoviários e aeroportuários) e o (2) desenvolvimento de infraestruturas “de apoio” ao desenvolvimento (energia, telecomunicações, ordenamento do território e urbanismo).

1. Redes de infraestruturas e transportes

A. Transportes marítimos O desenvolvimento dos transportes marítimos constitui uma prioridade para o país, uma vez que assegura cerca de 90% das trocas inter-ilhas e entre o arquipélago e o resto do mundo. Principais medidas políticas:

Reforçar a capacidade técnica e operacional do Porto de Ana Chaves;

Construir um novo porto na Região Autónoma de Príncipe;

Elaborar um estudo para o desenvolvimento da cabotagem costeira;

Construir um porto de águas profundas.

O estudo de viabilidade técnico-económica para a construção do porto de águas profundas em Fernão Dias, orçamentado em 475.990 US$ já foi elaborado pelo Governo. Em julho de 2007, foi assinado um acordo com o terceiro maior operador de contentores (Terminal Link) para a construção do porto de águas profundas, mas até ao momento as obras de construção ainda não foram iniciadas.

B. Transportes rodoviários O programa do Governo para a reabilitação e construção da rede rodoviária, tem como objetivo melhorar as condições operacionais das estradas, contribuindo assim para a redução dos custos de transporte, e para a criação de condições para a promoção de economia local. Principais medidas políticas:

Reorganizar a rede de transportes públicos;

Manutenção e conservação da rede rodoviária;

Elaborar e implementar o plano de mobilidade rodoviária.

66 ENRP II 2012 – 2016 / Orçamento de Estado 2013

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123

C. Transportes aeroportuários A modernização e extensão dos aeroportos de STP, e em particular do aeroporto internacional de S. Tomé, constitui um fator essencial para a promoção do desenvolvimento do país. Estas intervenções têm como principal objetivo melhorar a ligação entre as ilhas e o resto do mundo.

Principais medidas políticas

Melhorar as infraestruturas de acolhimento e manobra de aeronaves de maior porte;

Estender as pistas e alargar as placas de estacionamento (taxiway);

Alargar o terminal dos passageiros às exigências do desenvolvimento do país;

Melhorar os serviços de combate ao incendio, assim como de comunicação e de apoio a navegação;

Aperfeiçoar a gestão do processo de certificação das capacidades aéreas;

Dotar o Instituto de Aviação Civil (INAC) de legislação e regulamentação moderna e adequada;

Dotar os aeroportos de equipamentos de segurança e de meios informáticos adequados;

Atrair outras companhias aéreas para prestarem serviços no país;

Melhorar a qualidade dos serviços aos utentes;

Construir uma nova pista de pelo menos 1.800 metros de extensão no Príncipe e adequar as infraestruturas aeroportuárias às exigências de desenvolvimento regional e nacional.

2. Infraestruturas de apoio ao desenvolvimento do país

A. Energia O fornecimento seguro de energia elétrica desempenha um importante papel no progresso das atividades económicas e sociais do país. O investimento destinado à eletrificação é considerado uma das condições mais importantes para conseguir estimular o desenvolvimento económico e social. Com o objetivo de aumentar a produção e eficiência, e reduzir a dependência de STP face às importações de combustível, o Governo pretende aumentar rapidamente o setor da energia elétrica e melhorar a capacidade técnica e de gestão da EMAE.

Principais medidas políticas

Aumentar a capacidade instalada e a produção de energia elétrica;

Melhorar a rede de transportes e distribuição de eletricidade;

Melhorar e expandir os serviços de energia prestados às populações;

Reforçar as capacidades de gestão da EMAE, dando prioridade aos serviços de manutenção técnica, e aumentar a autonomia de gestão da empresa;

Organizar e regulamentar o mercado energético.

Plano de execução para o desenvolvimento hidroelétrico de STP67

Em 2008, o Governo assinou um contrato com a Hidroelétrica STP, Lda, para o desenvolvimento da energia

hidroelétrica em STP, sendo a EMAE um dos principais parceiros deste projeto.

O contrato previa a construção de 14 centrais hidroelétricas (figura seguinte), que já está em vigor.

67

Ministério das Obras Públicas e Recursos Naturais – Panorama Energético Nacional, 2011

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

124

Para 2014, prevê-se o alargamento da capacidade instalada, para valores entre 17.666 KW e 28.265 KW.

Ação

Continuar a implementação do projeto inicial e alargar a

capacidade instalada

Ano

2012 2013 2014

Período de execução

Custo total previsto (103

Euros) 1.063,09 886,75 886,75

De 2015 e até 2022, prevê-se o aumento da capacidade instalada para valores entre 25.361 KW e 40.478 KW.

Ação

Alargar a capacidade

instalada

Ano

2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022

Planeamento

Projeto

Construção

Custo total previsto (103

Euros) 1.712 3.424 5.136 8.560 10.273 5.136 3.424 1.713

Construção de 14 centrais hidroelétricas

Figura 16 – Plano de desenvolvimento hidroelétrico

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

125

B. Telecomunicações O programa destinado às telecomunicações, pretende implementar uma ampla reforma neste setor, assente numa estratégia para a maximização das oportunidades de investimento, satisfação da procura de novos serviços e a melhoria da eficácia e da eficiência.

Principais medidas políticas

Desenvolver os serviços universais, em particular os serviços telefónicos nas regiões rurais;

Definir um quadro legal e regulamentar, que assegure a promoção dos investimentos no setor e clarifique os objetivos específicos do Estado e dos operadores das redes e serviços;

Desenvolver novos serviços, decorrentes do futuro desenvolvimento das TIC.

C. Ordenamento do Território e Urbanismo O estabelecimento de uma Política Nacional para o Ordenamento do Território e Urbanismo é uma prioridade na ENRP II. O ordenamento do território favorece a criação de empregos e contribui para a dotação de equipamentos e infraestruturas, aumentando a acessibilidade a esses equipamentos e a consequente redução das desigualdades.

Principais medidas políticas

Elaborar um Plano Nacional de Ordenamento do Território;

Criar um Sistema de Informação Geográfica (SIG);

Dar continuidade ao projeto ESPERG – IPAD (Projeto para Formação e atualização da cartografia nacional);

Proceder aos levantamentos topográficos em áreas de expansão e elaborar um plano integrado, que relaciona as atividades de uso com a ocupação de solo (área de serviços, residência, lazer, parques nacionais, escolas, hospitais ou centros comerciais);

Atualizar as plantas topográficas das cidades para implantação de infraestruturas sociais;

Elaborar as leis de base do ordenamento e Território, do cadastro e da cartografia;

Elaborar planos urbanísticos em articulação com o Governo Regional e com as Câmaras Distritais;

Promover a formação técnica – profissional dos quadros dos serviços geográficos e autarquias locais.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

126

3.6. Abertura da economia e relações comerciais

A abertura da economia de São Tomé e Príncipe tem-se traduzido em diversas alterações estruturais relevantes, como seja a reforma tributária, a modernização do sistema financeiro e a mudança de regime cambial.

Tabela 25 – Abertura da economia de São Tomé e Príncipe

Angola 2008 2009 2010 2011 2012

Abertura da economia 71,5% 62,3% 76,4% 68,8% n.d.

Taxa de câmbio (US$ /STD) 14,21 15,22 17,99 17,51 18,96

Inflação 24,83% 16,09% 12,89% 11,94% 10,41%

Balança Comercial (em % do PIB) (50,97%) (40,10%) (43,56%) (42,60%) (37,65%)

Balança Corrente (em % do PIB) (52,37%) (42,32%) (52,22%) (45,90%) (57,6%)

Fonte: Banco Mundial

Importações

Entre 2009 e 2012, as importações continuaram a aumentar, face à quebra observada em 2009.

Portugal constitui o principal fornecedor de São Tomé e Príncipe, tendo representado 52% do total das

importações em 2012, seguido, por um grande distância por Angola, e pela Bélgica, com quotas de 22% e de

3%, respetivamente.

Para os próximos anos é esperado um ligeiro aumento das importações, induzido pelos investimentos nas

infraestruturas e atividades relacionadas com a exploração petrolífera.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

127

Gráfico 82 - Evolução das importações de São Tomé e Príncipe e principais países de origem

Portugal tem conseguido aumentar as suas exportações para STP, aumentando igualmente o seu peso relativo no total das importações do país – representou em 2012 mais de 50% das importações do país. Angola teve algum relevo no peso das importações entre 2008 e 2010, perdendo, a partir de 2011, importância enquanto fornecedor de São Tomé e Príncipe. Em 2012 conseguiu inverter esta tendência para um valor próximo do máximo alcançado no período 2008-2012.

Gráfico 83 - Importações santomenses da CPLP

Comparativamente às exportações, que estão muito concentradas nas matérias-primas, a composição das

importações de STP é naturalmente mais diversificada. Não obstante, apresenta três grupos de produtos que

são tradicionalmente dominantes: maquinaria e equipamentos de transporte; alimentos; e bens

manufaturados. Ao analisar a natureza destes produtos, verifica-se uma dependência relevante de São Tomé

e Príncipe dos países industrializados.

23% 15% 16%

11%

22.47%

2%

2% 3%

2%

3.45% 3%

3% 5%

2%

2.15%

61%

57%

62%

60%

52.03%

1%

2.65%

114 103

112

134 141

20

40

60

80

100

120

140

160

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es (

milh

ões U

S$)

Imp

ort

açõ

es %

Espanha

Portugal

Indonésia

Gabão

Bélgica

Angola

Importaçõestotal

70 58

70 84 88

26

15

18 0

0 1

11 1 1 1

-

20

40

60

80

100

120

140

2008 2009 2010 2011 2012

Imp

ort

açõ

es (

milh

ões U

S$)

Portugal Angola Brasil

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

128

Gráfico 84 – Importações de São Tomé e Príncipe – Top Produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Não obstante o peso dos produtos importados, em particular máquinas e equipamentos de transporte, importa realçar o crescimento que as importações de combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados tiveram entre 2010 e 2012 (mais 3% em 2011, face ao ano anterior, e mais 15% em 2012, face a 2011).

Gráfico 85 - Importações santomenses - Evolução dos produtos

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

29%

24% 15%

9%

8%

7%

4% .3% .2% Maquinaria e equipamentos de transporte

Alimentos e animais vivos

Bens manufaturados

Bebidas e tabaco

Outros artigos manufaturados

Químicos e produtos relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras

20 25 21 29 28

8 7 10

11 11

26 16 18

21 36 4

5 2

4

4

5 6 6

7

8

16 13 13

15

16 25

23 30

32

28

9

6 9

13

8

-

20

40

60

80

100

120

140

160

2008 2009 2010 2011 2012

Mil

es U

S$

Outros artigos manufaturados

Maquinaria e equipamentos detransporte

Bens manufaturados

Químicos e produtos relacionados

Óleos vegetais e animais, gorduras eceras

Combustíveis minerais, lubrificantes emateriais relacionados

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Bebidas e tabaco

Alimentos e animais vivos

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

129

35%

28%

18%

8%

6% 4%

Maquinaria e equipamentosde transporte

Combustíveis minerais,lubrificantes e materiaisrelacionados

Bens manufaturados

Químicos e produtosrelacionados

Alimentos e animais vivos

Matérias-primas (excetocombustíveis)

Figura 17 – Principais importações santomenses de Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Gráfico 86 - Importações santomenses de Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Portugal: 52% das importações de São Tomé e Príncipe

A maquinaria e equipamentos de

transporte representam a maior

fatia nas importações de São

Tomé e Príncipe, provenientes de

Portugal.

Analisando em maior detalhe,

importa destacar a importação de

químicos e produtos relacionados,

que representam cerca de 8% no

total das importações, e alimentos

e animais vivos, que representam

cerca de 6%.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

130

56%

16%

11%

7%

6% Alimentos e animais vivos

Maquinaria e equipamentos detransporte

Químicos e produtos relacionados

Bens manufaturados

Combustíveis minerais, lubrificantese materiais relacionados

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat, 2012

Relativamente aos produtos

vindos do Brasil, destaca-se a

importação de alimentos e

animais vivos, que representa

mais de 50% no total das

importações deste país.

A maquinaria e equipamentos

de transporte surgem em

segundo lugar, com um peso

de 16% e, de seguida, os

produtos químicos e

relacionados, com um peso de

11% no total das importações.

Figura 18 – Principais importações santomenses do Brasil

Gráfico 87 - Importações santomenses do Brasil

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

131

Exportações

Em 2012, as exportações atingiram 11 milhões de US$ (tendência mantida em 2010 e 2011), o que, face a 2009, demonstra uma evolução bastante positiva (um aumento de 3 milhões de US$). De acordo com os dados do International Trade Center (ITC

68), verifica-se que Aruba, um território autónomo

holandês das Caraíbas, localizado ao largo da costa da Venezuela, ultrapassou a Bélgica, em 2009, enquanto principal destino das exportações santomenses, assumindo um peso cada vez mais relevante (23% do total em 2009, 36% em 2010, 48% em 2011, e 31% do total em 2012). Por outro lado, Portugal tem vindo a perder importância relativa enquanto destino de exportações de STP, representando em 2012 apenas 1%, quando em 2008 representava 5%.

Gráfico 88 - Evolução das exportações de São Tomé e Príncipe e principais países de destino

Fonte: International Trade Center (ITC); UNCTAD, UNCTADstat, 2008-2012

As exportações de São Tomé e Príncipe para a CPLP representam uma percentagem muito pequena –

apenas 3% em 2012 – fruto das importações angolanas e portuguesas de combustíveis minerais, lubrificantes

e materiais relacionados, assim como bens manufaturados a STP. O quadro de relações de exportação para a

CPLP é residual para os restantes países.

68

ITC – Centro Internacional de Comércio

23%

36%

48%

31%

19.52%

16%

21%

15%

21%

20.93%

13%

10%

15%

13%

1.25%

1%

7%

3%

7.61%

5%

4%

3% 3%

4% 3%

2.56%

1%

2%

2% 3%

11.28% 5%

5%

3% 2%

11

8

11 11 11

-

2

4

6

8

10

12

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

2008 2009 2010 2011 2012

Peso

nas e

xp

ort

açõ

es d

e S

ão

To

mé e

Prí

ncip

e

Austrália

Índia

Portugal

Nigéria

EUA

França

Polónia

Espanha

Bélgica

Holanda

Aruba

A CPLP representou em 2012 perto de 3% das exportações santomenses

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

132

Gráfico 89 - Exportações santomenses - CPLP

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat

Portugal é atualmente o principal destino das exportações santomenses dentro da CPLP, absorvendo cerca de

2,4% das exportações totais do país. No entanto, tanto a nível relativo como em termos absolutos, as

exportações santomenses para os demais países lusófonos têm vindo a diminuir.

Figura 19 - Principais exportações santomenses para Portugal

Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat, 2012

1,934

334 16 185 20

1,199

513

564 282 256

-

500

1,000

1,500

2,000

2,500

3,000

3,500

2008 2009 2010 2011 2012

Exp

ort

açõ

es s

an

tom

en

ses e

m m

ilh

are

s d

e U

S$

Angola Portugal

Portugal: 2,4% das exportações santomenses

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

133

3.7. Principais setores de oportunidade69

São Tomé e Príncipe tem prosseguido uma estratégia baseada na abertura, modernização e desenvolvimento da sua economia, no âmbito da qual se inserem diversas alterações estruturais relevantes, como seja a reforma tributária, a modernização do sistema financeiro e a mudança de regime cambial. No entanto, a economia continua marcada por deficiências estruturais significativas, que se traduzem numa base produtiva e num setor exportador muito reduzidos e que estão na origem dos elevados desequilíbrios externos. A base de exportações do país, constituída principalmente pelo cacau e pelo setor emergente do turismo, é diminuta e está fortemente dependente de bens importados. Tendo em conta o elevado nível de investimento em infraestruturas que está planeado pelo Governo, a redução da pobreza e a melhoria das condições de vida da população (aumento do rendimento per capita), são identificados alguns setores, e respetivas oportunidades, com elevado potencial nos próximos anos. Tabela 26 - Principais setores de oportunidade em São Tomé e Príncipe

Setor Primário Potencial

Agricultura

- Culturas com potencial de exportação: baunilha, pimenta, cacau (biológico); café; essências

para perfumaria; arroz; milho; feijão; frutas tropicais (manga, goiaba, abacate); plantas

ornamentais e medicinais; coco (produção de derivados); batata-doce; mandioca; inhame;

matabala;

- Exportação de produtos alimentares e flores.

Pescas - Pesca de alto mar (atum e marisco) para exportação;

- Indústria de conservas de pescado.

Pecuária - Reativação da indústria de produção de leite e manteiga;

- Distribuição de produtos veterinários e de rações.

Setor Secundário Potencial

Petróleo e Gás

- Serviços de apoio às empresas petrolíferas;

- Participação em atividades de exploração na Zona Económica Exclusiva;

- Comercialização de produtos petrolíferos;

- Fornecimento à EMAE;

- Construção de um centro de apoio logístico e armazenagem;

- Armazenagem de produtos petrolíferos.

Eletricidade

- Construção de novos geradores de eletricidade/centrais elétricas;

- Possibilidade de construção de centrais eólicas;

- Fornecimento de combustível à EMAE;

- Privatização (parcial) da EMAE.

69

JURISTEP

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

134

Setor Terciário Potencial

Turismo e lazer

- Turismo ecológico e rural;

- Turismo ocupacional;

- Desenvolvimento de infraestruturas;

- Turismo marítimo (pesca, passeio, pesca subaquática e observação da fauna e flora

marítimas);

- Marketing.

Banca e seguros - A escassez de linhas de crédito ao investimento é uma oportunidade para a banca;

- Ausência de programas de microcrédito;

- Diversificação de produtos de seguros e da banca comercial e de investimentos.

Telecomunicações - Liberalização do mercado de telecomunicações móveis e fixas;

- Distribuição de serviços de internet.

Construções / obras

públicas

- Construções de estradas;

- Construções de equipamentos sociais (por exemplo escolas, hospitais, casas sociais);

- Construções para comércio e indústria;

- Construções para habitação (segmento de luxo e classe média).

Transportes (marítimos e

terrestres)

- Reconstrução e gestão de rede de transportes públicos;

- Aluguer de veículos;

- Serviços de reparação;

- Serviços de comercialização e distribuição de peças.

Comércio e serviços (não

financeiros)

- Serviços de segurança;

- Comércio a retalho e a grosso;

- Comércio de bens de consumo, automóveis, equipamentos de escritório, eletrodomésticos

e eletrónicos.

Serviços postais - Privatização (parcial) dos Correios de São Tomé e Príncipe, que opera em regime de

monopólio;

- Diversificação do tipo de serviços postais prestados à população.

Serviços aeronáuticos - Armazenagem e desalfandegagem de cargas;

- Manutenção de pistas, aeronaves e equipamentos.

Ensino

- Prestação de serviços de formação técnica básica;

- Prestação de serviços de formação de aperfeiçoamento;

- Ensino de línguas estrangeiras.

Água e saneamento - Construção, manutenção e gestão da rede pública de esgotos e saneamento;

- Construção, manutenção e gestão da rede de fornecimento de água potável.

Zonas Francas - Processamento e armazenagem de mercadorias;

- Fornecimentos de bens e serviços para as plataformas e companhias petrolíferas.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

135

A dimensão de São Tomé e Príncipe, aliada à sua escassez de recursos humanos e financeiros, tem dificultado a atracão de IDE para o país.

3.8. IDE em São Tomé e Príncipe De acordo com a UNCTAD, São Tomé e Príncipe recebeu fluxos de IDE na ordem dos 46 milhões de US$ (média) entre 2008 - 2012. Não obstante a ligeira variação no seu IDE o governo tem procurado melhorar as condições de investimento. De salientar que a edição de 2012 do relatório Doing Business do Banco Mundial, destaca São Tomé e Príncipe como um dos países que mais reformas implementou em 2011.

Figura 20 - Inward e outward de IDE em STP (milhões US$) 70

São Tomé e Príncipe é dos EM da CEEAC que menos investimento atrai, reportando a 2012, 50 milhões de US$ de IDE. Os valores de investimento no exterior com origem em São Tomé e Príncipe são residuais.

Tabela 27 – Inward de IDE por EM da CEEAC

Ano 2008 2009 2010 2011 2012

Angola 1.679 2.205 -3.227 -3.024 -6.898

Burundi 4 0 1 3 1

Camarões 21 740 538 243 507

República Centro-Africana 117 42 62 37 71

Chade 466 376 313 282 323

Congo 2.526 1 862 2.211 3.056 2.758

República Democrática do Congo 1.727 664 2.939 1 687 3.312

Guiné Equatorial -794 1.636 2.734 1.975 2.115

Gabão 773 573 499 696 702

São Tomé e Príncipe 79 16 51 35 50

CEEAC 6.598 8.114 6.119 4.990 2.942

70

UNCTAD

79

16

51

35

50

0 0 0 0 1

-

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2008 2009 2010 2011 2012

Inward Outward

São Tomé e Príncipe

Para o incremento de fluxos de

investimento verificados nos

últimos anos, contribuiu,

fundamentalmente, o setor

petrolífero, com o início das

atividades na ZDC, resultante de

uma parceria entre STP e a

Nigéria.

Posição no ranking mundial

Como recetor

182ª (2010) /178ª (2011)

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136

Apesar do investimento reduzido, o IDE tem estado ligado a setores da economia santomense que despertam elevado interesse em Portugal e Angola, como é o caso das telecomunicações, banca, petróleo e turismo. Algumas das entidades que efetuaram investimentos significativos nestas áreas, foram a Unitel, BAI e Sonangol, do lado angolano, bem como a GALP e o Grupo Pestana, do lado português. Para os próximos anos será fundamental para a atração de IDE um maior investimento na modernização das infraestruturas físicas do país (porto, aeroporto, estradas), e a reforma do setor energético.

3.9. Financiamento à economia71

3.9.1. Principais bancos presentes O sistema bancário de STP expandiu-se significativamente nos últimos anos, e atualmente operam oito bancos no país. O Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP), uma subsidiária da Caixa Geral de Depósitos – CGD (banco público português), é o maior e mais antigo banco comercial, tendo beneficiado do estatuto de monopólio até à revisão da Lei Bancária, em 2003. O Estado é o maior acionista do BISTP, detendo 48% do capital, estando o restante capital repartido entre a CGD (de Portugal) (27%) e o BAI, de Angola (25%). O BISTP, que atualmente detém cerca de metade dos ativos bancários, foi o único banco comercial do país até 2003.

De acordo com o mais recente relatório anual do Banco Central (Relatório BCSTP, 2010), os três principais bancos de STP, nomeadamente o BISTP, o Afriland First Bank e o Banco Ecuador, totalizam mais de 75% dos ativos bancários. O BISTP continua a contar com a maioria das empresas entre os seus clientes, em particular as empresas públicas mais importantes, para além de mais de 50% das grandes e médias empresas do país.

No que respeita às pequenas e microempresas,

estas recorrem mais a outros bancos

secundários.

71 Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012

Predominantemente local

Equilibrada

Estrangeira e Governo

Predominantemente estrangeira

Predominantemente Governo

Excluído

(Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007)

Estrutura acionista bancáriaFigura 21 - Estrutura acionista bancária em África

"Os bancos investem, criam emprego, introduzem novas tecnologias, concorrem entre si, o que faz do setor bancário santomense um dos mais inovadores e dinâmicos da economia." Maria do Carmo Silveira, Governadora do Banco Central de São Tomé e Príncipe (BCSTP)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

137

17 18

21

2 2 2 1 1 1 1 1 1

0 0 1

-

5

10

15

20

25

2010 2011 2012

Água Grande R.A. Príncipe Lembá Me - Zochi Cantagalo

26 Agências bancárias em STP (2012)

Figura 22 – Repartição dos ativos bancários em STP

Fonte: Relatório BCSTP, 2010

3.9.2. Bancarização da população

Tabela 28 – Instituições de crédito72

Indicadores 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2012

Bancos comerciais de investimento (nº) 2 4 6 6 7 8 n.d.

Nº de agências (inclui sede) 2 6 8 8 13 15 26

Seguradoras 1 1 1 1 1 1 n.d.

Nº de casas de câmbio 5 5 5 5 5 5 n.d.

Em 2008, de acordo com o Banco Central de STP, os bancos tinham um total de 15 agências. Em 2012, existiam já 26 agências, na sua maioria localizadas na capital ou na sua periferia. O distrito de Água Grande conta com a maioria das sucursais.

72

Banco Central de São Tomé e Príncipe (2008)

BISTP 49%

Afriland 15%

BE 11%

Ecobank 8%

Island 7%

Oceanic 6%

Cobstp 4%

Figura 23 - Distribuição geográfica dos pontos de acesso – agências bancárias

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

138

A maior parte da população é servida pelas instituições de crédito que se encontram localizadas nas principais zonas urbanas do país. Estão direcionadas, preferencialmente, para as populações de rendimento médio e alto, não apostando por isso nas populações de baixo rendimento.

Após o aumento significativo da Taxa de Bancarização entre 2009 e 2010, registou-se um crescimento menos

acentuado nos anos subsequentes.

Gráfico 91 – Inclusão financeira – situação atual73

Cerca de 30% da população adulta, na sua maioria de baixo rendimento, não tem acesso a crédito, poupanças ou outros serviços financeiros. Existem ainda alguns outros obstáculos que dificultam o acesso à abertura ou posse de uma conta bancária, por parte da população, nomeadamente:

Custos inerentes à abertura e manutenção de uma conta bancária;

Localização geográfica;

Documentação necessária.

73

Banco Central de São Tomé e Príncipe (2013)

157,847.00 160,820.00 163,783.00 166,728.00

188,098.00

34,005.00 37,971.00

57,316.00 66,334.00

75,112.00

52,595.00 53,003.00 52,147.00

60,496.00 68,775.00

21.5 23.6

35

39.8 40.6

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

-

20,000

40,000

60,000

80,000

100,000

120,000

140,000

160,000

180,000

200,000

2008 2009 2010 2011 2012

População Nº Clientes Nº de Contas MN Grau de Bancarização

“O sistema financeiro nacional tem registado avanços significativos no decorrer das últimas décadas, em particular, registou-se uma melhoria no número de instituições bancárias” BCSTP

Gráfico 90 – Concentração do mercado bancário em São Tomé e Príncipe (Índice de GINI)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

139

< 10%

Entre 10% e 20%

Entre 20% e 30%

Entre 30% and 40%

> 40%

Não disponível

(Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011)

Contas bancárias (% +15anos)Figura 24 - Contas bancárias (% +15 anos) em

África

3.9.3. Microcrédito74 A existência de programas de microcrédito em São Tomé e Príncipe é muito limitada. Desde 2003, existiram apenas dois projetos que beneficiaram um total de 112 famílias: o Projeto Micondó (2003-06) e o Projeto de Caué (2004-09). Estes projetos resultaram em prejuízos para a agência promotora, o PNUD, porque as ONGs responsáveis pela sua implementação não estavam suficientemente capacitadas para garantir o nível de acompanhamento necessário aos projetos financiados.

3.9.4. Taxas de juro de empréstimos

A política cambial seguida ao longo da última década (taxa flutuante), aliada a uma política monetária expansionista (propiciada pelo fluxo de IDE entre 2006 e 2009), num contexto de subida dos preços dos hidrocarbonetos e dos produtos alimentares, contribuiu para atenuar a inflação. Depois de ter atingido a taxa de 27,6% em 2007, a inflação diminuiu para 16% em 2009, 12,9% em 2010, e 11,9% em 2011. Um dos efeitos desta política foi a forte depreciação da moeda nacional (a dobra), na ordem dos 210%, entre 2000 e 2009

75.

74

Dissertação apresentada à Universidade Católica Portuguesa, 2012 75

Ambiente do investimento privado em São Tomé e Príncipe – Banco Africano de Desenvolvimento 2012

Para potenciar a eficácia das políticas de inclusão financeira, é importante desenvolver ações de literacia financeira, divulgando as vantagens inerentes à utilização de produtos e serviços financeiros básicos, e promovendo a utilização responsável e eficiente destes produtos. O Banco Central de STP criou em 2011 o Gabinete de Apoio ao Consumidor, e tem vindo a desenvolver a área de apoio à população e supervisão comportamental. Os principais desafios do setor começam pela garantia dos serviços mínimos bancários, que apenas chegam a uma parte da população. É fundamental, para que o setor financeiro se desenvolva, estabelecer o direito de acesso a serviços bancários considerados essenciais, a um custo relativamente reduzido.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

140

Taxas de Juro | Taxas anuais, em %

2007

(Dez)

2008

(Dez)

2009

(Dez)

2010

(Dez)

2011

(Jun)

2011

(Dez)

2012

(Jul)

1. Taxa de referência do BCSTP 28 28 16 15 15 15 14

2. Taxas ativas76

2.1 Créditos de 91 a 180 dias 34,3 31,2 31,2 26,8 26 26 26

2.2 Créditos de 181 dias a 1 ano 32,1 28,7 28,7 27 26 26 26

2.3 Créditos de mais de um ano 30,8 28 28 26,7 26,5 26,5 26,5

3. Taxas passivas

3.1 Depósitos até 90 dias 12,3 10,2 10,2 11,6 12,2 12,2 12,2

3.2 Depósitos de 91 dias a 1 ano 13,2 11,3 11,3 13,2 13,7 13,7 13,7

3.3 Depósitos a mais de um ano Negociável Negociável Negociável 13,9 12,8 12,8 12,8

Gráfico 92 – Taxa de inflação (t.v. homóloga anual), % 77

76

Taxas de juro ativas são as cobradas aos clientes pelas instituições de créditos. Taxas de juro passiva, sãs as taxas pagas pelas instituições de crédito aos depositantes. A diferença entre ambas denomina-se margem financeira 77

Banco de Portugal

27.6

24.8

16.1

12.9

16.6 11.9

11.6

-

5

10

15

20

25

30

2007 (Dez) 2008 (Dez) 2009 (Dez) 2010 (Dez) 2011 (Jun) 2011 (Dez) 2012 (Jul)

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

141

4. Investir em

São Tomé e

Príncipe

ipe

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

142

4.Investir em São Tomé e Príncipe

4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do

regime de Segurança Social

4.1.1. População ativa

São Tomé e Príncipe tem uma população de cerca de 163 mil habitantes, estruturalmente muito jovem, com

uma esperança média de vida de cerca de 65 anos.

Não obstante o nível elevado de população ativa – cerca de 73% da população tem algum tipo de ocupação

profissional – prevalece um regime de trabalho muito precário em que predomina a economia paralela e

informal. Atualmente, o mercado de trabalho santomense está fortemente dependente dos serviços, como

sejam o comércio e retalho, a hotelaria e restauração, os transportes e a comunicação, e do setor da

construção civil.

Com cerca de metade da população a viver abaixo do limiar de pobreza e cerca de 16% da população em

pobreza extrema, existe ainda um árduo trabalho a desenvolver no combate à deficiente criação de emprego e

ao baixo poder de compra. Estes fatores, aliados ao alto nível de inflação, à fraca qualidade da gestão de

recursos públicos e às pobres infraestruturas na área da saúde, têm contribuído para a elevada emigração que

se tem verificado no país, ao longo dos últimos anos.

4.1.2. Desemprego

A taxa de desemprego em São Tomé e Príncipe é de cerca de 12%, mas é expectável que esta venha a

reduzir-se no futuro, na sequência da recente descoberta de jazidas de petróleo.

No entanto, no curto prazo, persistirão ainda constrangimentos que poderão limitar o efeito benéfico que esta

descoberta poderá causar nos níveis de emprego, como sejam a deficiência das infraestruturas, o baixo nível

de mão-de-obra qualificada para este efeito, a incerteza quanto aos direitos de propriedade e o nível de

subdesenvolvimento dos sistemas privado e financeiro.

Não obstante os razoáveis níveis de alfabetização – a taxa de analfabetismo do país situa-se nos 8%, sendo

que cerca de 95% dos jovens são alfabetizados –, as fracas condições de emprego têm levado à fuga para o

exterior da mão-de-obra qualificada, pelo que o recurso a expatriados por parte do setor privado é uma

constante, nomeadamente no que respeita aos quadros médios.

4.1.3. Desigualdades

A discriminação entre géneros, nomeadamente no acesso ao emprego, é uma realidade em São Tomé e

Príncipe, ainda que em pequena escala. De fato, o nível de pobreza é mais elevado no caso das mulheres do

que no caso dos homens, não obstante a promoção da igualdade de géneros e dos direitos da mulher.

Adicionalmente, verificam-se discrepâncias no nível de atividade económica entre as diferentes regiões,

nomeadamente entre meios urbanos e rurais.

Face a esta realidade, o Governo de São Tomé e Príncipe tem vindo a implementar reformas e a criar projetos

com o objetivo de diminuir as disparidades quer no que respeita à igualdade de géneros, quer no que respeita

ao acesso ao ensino, ao combate às disparidades e desigualdades económicas e às assimetrias regionais.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

143

Paralelamente, o Governo de São Tomé e Príncipe comprometeu-se a implementar a Convenção da

Comissão das Nações Unidas para a eliminação da discriminação contra mulheres.

4.1.4. Breve descrição do regime de Segurança Social

A Lei nº. 7/04, de 4 de novembro, (designada Lei de Enquadramento da Proteção Social), regula o sistema de proteção social em São Tomé e Príncipe, o qual está estruturado em três regimes:

- Regime obrigatório: aplicável a trabalhadores por conta de outrem e a trabalhadores independentes, sendo financiado com as contribuições dos trabalhadores e das respetivas entidades empregadoras;

- Regime complementar: de adesão facultativa, tendo por objetivo reforçar a cobertura dos benefícios proporcionados pelo regime obrigatório;

- Regime social: tem por objetivo proporcionar proteção social a pessoas em situação de risco que não estejam abrangidas pelo regime obrigatório e é inteiramente financiado pelo Estado.

As prestações sociais previstas visam cobrir situações de velhice, invalidez e sobrevivência, bem como outras situações socialmente relevantes (maternidade, doença e funeral).

Atualmente a taxa contributiva para o regime obrigatório do sistema de Segurança Social ascende a 10% do montante das prestações pecuniárias periódicas, recaindo sobre a entidade patronal a obrigatoriedade de entrega dos montantes devidos, não obstante o respetivo encargo ser repartido entre ambas as partes (empregador: 6%, trabalhador: 4%).

4.2. Como investir em São Tomé e Príncipe?

A Lei n.º 7/2008, de 27 de agosto - Código de Investimentos - define o quadro jurídico em que se processam os investimentos elegíveis ao benefício de incentivos e garantias em São Tomé e Príncipe, e tem por objetivo a adequação e melhoria do quadro legal regulador de matérias sobre investimentos privados no país. Para este efeito, qualificam como investimento a instalação, reabilitação e expansão de atividades económicas que concorram para o desenvolvimento do país. Estão, no entanto, excluídos do âmbito de aplicação do Código de Investimentos os projetos de investimentos realizados no domínio da pesquisa e extração de hidrocarbonetos a montante da indústria petrolífera e das Zonas Francas, que são regulados por lei especial. As condições previstas no Código de Investimentos são aplicáveis quer a investidores nacionais, quer a investidores estrangeiros. O Código de Investimentos aplica-se apenas a projetos de investimento privado, nacional ou estrangeiro, de valor igual ou superior a 250.000 Euros, considerando-se para o efeito:

IDE: qualquer das formas de contribuição do capital estrangeiro suscetível de avaliação pecuniária, que constitua recurso próprio ou sob conta e risco do investidor estrangeiro, provenientes do estrangeiro, e destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território nacional;

Investimento Direto Nacional: qualquer das formas de contribuição de capital nacional suscetível de avaliação pecuniária, que constitua capital ou recursos próprios ou sob conta e risco do investidor nacional, destinadas à incorporação no investimento para a realização de um projeto de atividade

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

144

económica através de uma empresa registada em São Tomé e Príncipe e a operar a partir do território nacional.

O Estado de São Tomé e Príncipe assegura aos investidores cujos investimentos qualifiquem para efeitos de aplicação do Código de Investimentos as seguintes garantias:

Direito à proteção da propriedade privada;

Direito às garantias previstas em acordos ou tratados internacionais;

Direito à igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, em todo o processo de investimento;

Direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos;

Direito de exportação dos produtos de liquidação dos investimentos realizados.

De notar que os lucros exportáveis correspondem à parte dos lucros resultantes da atividade do projeto que envolva IDE elegível à exportação de lucros de acordo com a Lei Cambial em vigor, cuja remessa para o exterior possa ser efetuada por livre iniciativa do investidor, uma vez assegurados o pagamento dos impostos e outras obrigações devidas ao Estado Santomense e as deduções legais relativas à constituição ou reposição de fundos de reserva.

Processo de candidatura

O gozo das garantias e incentivos previstos no Código de Investimento depende da celebração de contrato

entre o investidor e o Estado. Para tal, os projetos de investimento em São Tomé e Príncipe devem ser

submetidos à aprovação do Ministério responsável pelo Planeamento, que decidirá no prazo máximo de 45

dias após a data da receção do dossier completo de candidatura. Decorrido esse prazo sem que seja remetida

uma resposta ao investidor, o projeto de investimento é considerado tacitamente autorizado pelas autoridades

governamentais.

Após a aprovação, expressa ou tácita, do projeto de investimento, o mesmo deverá ser implementado no

prazo de 90 dias, sob pena da autorização para o investimento caducar.

Em caso de recusa da candidatura por falta de apresentação ou insuficiência de informação relevante, o

investidor poderá apresentar um outro dossier de candidatura, devendo a decisão sobre o processo ser-lhe

comunicada no prazo de 30 dias (contados a partir da data de apresentação do novo dossier).

4.2.1. Fases/etapas a observar no processo de estabelecimento em São Tomé e Príncipe

O Governo de São Tomé e Príncipe implementou uma plataforma – Guiché Único da Empresa – com o

objetivo de conferir celeridade aos processos de constituição, alteração ou extinção de empresas e atos afins,

cujas competências incluem a verificação da admissibilidade do nome da empresa, o registo estatístico e

comercial da empresa e a emissão da respetiva certidão de registo, a atribuição de número de contribuinte às

empresas e a inscrição dos contribuintes e beneficiários de segurança social.

Assim, os investidores poderão criar uma empresa através da plataforma Guiché Único da Empresa, mediante

a apresentação dos seguintes documentos, no caso de sócios que sejam pessoas singulares:

Certificado de admissibilidade;

Estatuto da empresa/pacto social em formato digital;

Cópias do bilhete de identidade, número de identificação fiscal e número de identificação bancária ou

de passaporte e/ou cartão de residente válido;

Informação quanto ao estado civil, dados do cônjuge e regime de casamento, se aplicável;

Caso existam mandatários, procuração ou fotocópia da procuração autenticada;

Atas ou fotocopias autenticadas (caso confiram poderes de representação, as assinaturas devem ser

reconhecidas).

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

145

Caso pelo menos um dos sócios seja pessoa coletiva, deverão ainda ser entregues os seguintes documentos:

Cópias da escritura pública de constituição da “sociedade”, certidão do Registo Comercial e Alvará;

Ata da Assembleia Geral que delibere sobre a participação da mesma numa sociedade de direito São-

Tomense.

Cópias do documento de identificação dos sócios/ acionistas.

Por outro lado, para efeitos de registo de uma sucursal ou filial de empresa estrangeira em São Tomé e

Príncipe, deverão ser entregues os seguintes documentos:

Certidão do registo da empresa (no estrangeiro);

Ata da Assembleia Geral que delibera a abertura da sucursal ou filial, designando um representante

para a gestão dos negócios em São Tomé e Príncipe;

Prova de que a empresa não se encontra em insolvência, ou em curso processo de falência;

Documentos de identificação dos sócios ou acionistas (cópias do bilhete de identidade ou passaporte);

Estatutos da empresa mãe.

Todos os documentos referidos acima que estejam em língua estrangeira devem ser traduzidos para língua

portuguesa, para este efeito, por um tradutor público em São Tomé e Príncipe.

Aquando do registo de sociedades/sucursais/filiais em São Tomé e Príncipe, há lugar ao pagamento,

nomeadamente, das seguintes taxas:

Inscrição de sociedade/sucursal/filial no prazo normal: 5.150.000,00 STD (cerca de 285 US$ ou 210

Euros);

Inscrição de sociedade/sucursal/filial com carácter de urgência: 10.150.000,00 STD (cerca de 560 US$

ou 415 Euros).

4.3. Incentivos e benefícios ao investimento

Para além de definir o regime jurídico aplicável ao investimento interno e externo, a Lei n.º 7/08, de 27 de agosto – Código de Investimentos – regula também o regime de benefícios e incentivos aplicáveis aos investimentos. Assim, os projetos de investimento realizados à luz do Código de Investimentos beneficiam:

dos incentivos fiscais ao investimento previstos na legislação fiscal;

de facilidades administrativas na concessão de terreno para construção;

de cedência à exploração de prédios rústicos ou urbanos, propriedade do Estado, que se mostrem adequados à realização do projeto durante a duração do mesmo.

Por forma a beneficiar destes incentivos, o investidor deverá submeter ao Guiché Único da Empresa um

dossier de candidatura de que conste a seguinte documentação:

Formulário Modelo, devidamente preenchido;

Plano de investimento e estudo de viabilidade económica do projeto;

Estudo de impacto ambiental nos casos em que, pelas suas características, o projeto de investimento possa causar riscos ambientais.

Uma vez atribuído, o direito a incentivos fiscais ao investimento é irrevogável pelo período da sua duração, a não ser que o beneficiário cometa alguma infração prevista no Código de Investimentos. Os benefícios fiscais atribuídos no âmbito do Código de Investimentos são ainda cumuláveis com quaisquer outros, de natureza financeira ou especial.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

146

Atualmente, os benefícios fiscais existentes estão dispersos por vários diplomas, estando prevista a publicação de um Código de Benefícios Fiscais, que venha sistematizar e uniformizar a aplicação dos mesmos, e colmate assim a lacuna introduzida pela revogação da Lei n.º 13/92 de 18 de junho (o anterior Código de Investimentos).

Zonas Francas

Atualmente São Tomé e Príncipe dispõe de três “Zonas Francas”:

Zona Franca do Aeroporto de São Tomé;

Zona Franca da Baía das Agulhas, na região Autónoma do Príncipe;

Centro de Negócios Offshore.

Ao abrigo do Regime Franco, definido no Decreto-Lei n.º 61/95 de 31 de dezembro, as empresas que operem em zona franca, e que estejam como tal homologadas, não estão sujeitas a imposto nas suas atividades objeto de homologação, durante um período de 10 anos. Adicionalmente, não estão também sujeitos a impostos os dividendos, juros, taxas ou remunerações de serviços pagos por essa entidade a entidades não residentes em São Tomé e Príncipe (exceto se a entidade não residente exercer ela própria atividade no país).

Adicionalmente, as atividades realizadas no âmbito do Regime Franco são consideradas, para efeitos aduaneiros, como sendo situadas fora do território aduaneiro de São Tomé e Príncipe, estando assim isento de direitos e taxas de importação e exportação o trânsito de mercadorias entre:

Entidades que exerçam as suas atividades ao abrigo do Regime Franco;

Entidades que exerçam as suas atividades ao abrigo do Regime Franco, por um lado, e em território exterior ao de São Tomé e Príncipe, por outro.

Para que possam beneficiar do regime franco, as empresas devem ser constituídas sob a forma de sociedades offshore, devendo efetuar o pagamento de uma licença. Podem beneficiar do regime franco as empresas que:

a) Atuem no setor do comércio ou da indústria e exportem pelo menos 80% em valor e em volume dos bens que distribuam ou produzam;

b) Trabalhem exclusivamente para o setor de exportação de bens ou serviços (se homologadas);

c) Vendam bens e serviços exclusivamente a não residentes (se homologadas).

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

147

4.4. Principais mecanismos de financiamento

A SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento78

– é uma sociedade financeira portuguesa, de capitais maioritariamente Públicos, que tem como missão ajudar a promover o crescimento económico e social de países emergentes e em vias de desenvolvimento, nomeadamente alguns dos países da CPLP, como é o caso de São Tomé e Príncipe.

Neste âmbito, podem apresentar projetos de investimento à SOFID empresas privadas e públicas, desde que geridas de forma comercial, e com uma participação acionista portuguesa mínima de 20%, cujos projetos cumpram os seguintes requisitos:

Sejam investimentos de raiz, ampliações, reabilitações, modernizações ou aquisições de ativos;

Sejam efetuados no âmbito de programas setoriais (múltiplos projetos promovidos por um único mutuário, parcerias público privadas, projetos regionais, parcerias entre empresas/empresários portugueses e de outros países);

Estão excluídos os projetos com impactes sociais ou ambientais negativos, e os projetos de caráter especulativo ou que envolvam trabalho infantil, entre outros;

São apoiados todos os setores relevantes para o desenvolvimento sustentado dos países de destino e que correspondam aos interesses da economia e das empresas portuguesas, sendo no entanto privilegiados os setores da agro-indústria, da indústria transformadora, das infraestruturas, da energia, do turismo, comércio e serviços e ainda o setor financeiro;

O financiamento mínimo é de 250 mil Euros e o máximo é de 2,5 milhões de Euros.

Os mutuários não sejam sociedades offshore sedeadas em locais que integrem a lista da OCDE de regimes fiscais privilegiados não cooperantes.

A SOFID é uma instituição portuguesa membro da EDFI79

(Association of European Development Finance Institutions). Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas Instituições Financeiras ao Desenvolvimento locais podem ser dos seguintes tipos:

Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado ou bonificados;

Participações de capital (private equity);

Financiamento “mezzanine”;

Garantias;

Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento;

Produtos de gestão de risco;

Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto.

Através da SOFID, é possível também aceder a financiamento no âmbito do Fundo Fiduciário EU-África para

as Infraestruturas, que canaliza fundos do Banco Europeu de Investimento (BEI), quer para entidades privadas

quer para entidades públicas, para investimentos com carácter transfronteiriço ou regional nos setores da

energia, transportes, água, saneamento e tecnologias de informação.

78 Nota: As referências a esta entidade devem lidas como SOFID ou como futuro banco de fomento. 79

EDFI - Instituições Financeiras Europeias de Desenvolvimento

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

148

4.5. Competitividade de São Tomé e Príncipe

4.5.1. Atratividade de São Tomé e Príncipe no contexto regional No contexto da CEMAC, São Tomé e Príncipe está bem posicionado no que se refere à facilidade de se fazer negócios, de acordo com o relatório do Banco Mundial, ocupando, contudo, a última posição quando é avaliada a facilidade de obtenção de crédito.

Tabela 29 - Doing Business 2013 – Posição por EM da CEMAC

Países

Facilidade de

se fazer

negócios

Abertura de

empresas

Obtenção de

alvarás de

construção

Obtenção

eletricidade

Registo de

propriedade

Obtenção

de crédito

Burundi 159 28 141 164 127 167

São Tomé e

Príncipe 160 100 91 72 161 180

Camarões 161 125 95 63 158 104

Guiné

Equatorial 162 182 107 86 103 104

Gabão 170 157 110 135 170 104

Angola 172 171 124 113 131 129

R.D. Congo 181 149 81 140 106 176

República do

Congo 183 180 149 170 156 104

Chade 184 181 127 149 140 104

República

Centro-

Africana

185 170 147 173 132 104

De acordo com o World Investment Report

80 do UNCTAD publicado em 2013, São Tomé e Príncipe registou

em 2012 um volume de IDE de 344 milhões de dólares, o que representa um dos valores mais baixos no contexto da CEMAC, só ultrapassando o Burundi, que apenas registou um valor de 9 milhões de dólares. Ao longo dos anos, contudo, a posição de São Tomé e Príncipe como país recetor de IDE tem vindo a melhorar, conforme demonstra o estudo da UNCTAD, para o que tem contribuído a descoberta de petróleo nas suas águas, e a exploração quer na ZDC (parceria entre São Tomé e Príncipe e a Nigéria), quer na ZEE.

80 Relatório sobre Investimentos Mundiais do UNCTAD

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149

4.6. Principais constrangimentos ao IDE e Exportação

4.6.1. Exportações/Importações – barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos

A realização de importações ou exportações a título comercial, efetuada por pessoas singulares, coletivas

privadas, mistas, estatais e cooperativas, implica o registo obrigatório como exportador ou importador na

Direção do Comércio daquele país.

O processo de desembaraço aduaneiro é regulado pelo Decreto-Lei nº 39/2009 de 13 de outubro, que aprovou

o Código Aduaneiro, sendo a Direção Geral das Alfândegas a entidade responsável pela fiscalização das

atividades alfandegárias em São Tomé e Príncipe.

Em regra, a importação de mercadorias é livre, com exceções justificadas por razões de segurança, ordem

moral, defesa do património, da fauna e da flora, entre outras. A realização de uma importação implica a

obtenção dos seguintes documentos:

Fatura comercial, original, assinada e carimbada;

Número de contribuinte fiscal;

Declaração da situação fiscal do importador;

Certificado de origem;

Certificado veterinário ou fitossanitário – apresentação obrigatória no caso de produtos de origem

animal, ou vegetal;

Conhecimento de embarque e carta de porte devidamente legalizado;

Inscrição como importador na Direção do Comércio;

Declaração aduaneira emitida pelo país de embarque – DU (quando solicitada pela Alfândega).

Direitos aduaneiros e taxas

A Pauta Aduaneira de São Tomé respeita o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de

Mercadorias, sendo os direitos aplicados numa base “Ad valorem”.

Desde a implementação, em 2000, de um sistema tarifário de três níveis, as mercadorias importadas estão

sujeitas a taxas de 5% para produtos de primeira necessidade, 10% para outros bens e 20% para produtos de

luxo. Contudo, certos bens estão sujeitos a uma sobretaxa, por exemplo:

Veículos motorizados - 0% e 20%.

Tabaco - 55%.

Bebidas alcoólicas:

Vinho - 25%,

Vinho espumante e bebidas espirituosas - 55%;

Cerveja - 41%

Para além dos direitos, são devidos outros montantes, nomeadamente a título de taxas. Por sua vez, não são

devidos direitos aduaneiros sobre as exportações, mas apenas devidas algumas taxas.

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150

Conforme referido acima, existem regras especiais relativamente aos investimentos efetuados nas zonas

francas.

4.6.2. Entrada e saída de capitais

Conforme referido no ponto 4.2 supra, o Estado de São Tomé e Príncipe garante aos investidores estrangeiros

o direito à transferência da totalidade do capital e dos seus rendimentos, desde que estejam reunidos os

demais pressupostos legais.

Regras e procedimentos para operações cambiais

A realização de vendas de divisas e transferência para o exterior para realização de importações estão

totalmente liberalizadas, mas estas operações apenas podem ser efetuadas pelos bancos comerciais e pelo

Banco Central.

O Banco Central garante a convertibilidade e a transferência das divisas para o exterior, quando o importador

disponha de fundos para cobertura dos valores nos bancos comerciais.

No que se refere às divisas recebidas em virtude de exportações, os exportadores poderão dispor livremente

das mesmas, exceto no que respeita à verba retida pelo Banco Central.

As divisas provenientes de exportações deverão ser entregues na sua totalidade, ao sistema financeiro de São

Tomé e Príncipe.

Por sua vez, as vendas de divisas e transferências para o exterior estão dependentes de prévia autorização do

Banco Central, nos seguintes casos:

Operações sobre valores mobiliários;

Concessão e obtenção de empréstimos e créditos financeiros;

Concessão e obtenção de empréstimos de natureza pessoal;

Constituição de garantias não ligadas a operações correntes;

Outras operações de capitais.

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151

4.6.3. Estabilidade legal e fiscal - barreiras legais, fiscais e regulamentares

Nos últimos anos, São Tomé e Príncipe procedeu a uma reforma profunda do seu sistema tributário, com o

objetivo de o modernizar e de o tornar mais eficaz.

A tabela infra resume o sistema tributário de São Tomé e Príncipe.

Tabela 30 - Quadro resumo com os principais impostos de São Tomé e Príncipe

Imposto Taxa Sujeitos passivos/base tributável

Imposto sobre o

Rendimento das

Pessoas Coletivas

IRC

25%

Sujeitos passivos:

- Sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, cooperativas,

empresas públicas e demais entidades de direito público ou privado que

possuam sede ou direção efetiva em território nacional;

- Entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção

efetiva em território nacional;

- Entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem

direção efetiva em território nacional.

Base tributável:

- Lucro das pessoas e entidades referidas nos dois pontos anteriores que

exerçam uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola;

- Lucro imputável a estabelecimento estável situado em território

santomense de entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não

tenham sede nem direção efetiva em território santomense;

- Rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS,

auferidos por entidades mencionadas no ponto anterior que não possuam

estabelecimento estável em território santomense ou que possuindo, não

lhe seja imputável.

20% Tributação dos rendimentos sujeitos a retenção na fonte.

Imposto sobre o

Rendimento

de Pessoas

Singulares (IRS)

Taxa

Progressiva

(10% a 25%)

Sujeito passivo:

- Pessoas singulares que residam em território santomense e as que nele

não residindo, ali obtenham rendimentos.

Incidência objetiva:

- Rendimentos provenientes das categorias seguintes:

Categoria A: rendimentos do trabalho dependente e de pensões;

Categoria B: rendimentos empresariais e profissionais;

Categoria C: rendimentos de capais;

Categoria D: incrementos patrimoniais.

Imposto de

Consumo

Taxa variável

Incidência objetiva:

- Valor de operações de venda ou qualquer outra forma de alienação

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152

Imposto Taxa Sujeitos passivos/base tributável

onerosa realizada por produtores e de importação.

Sujeitos passivos:

- Pessoas singulares ou coletivas que produzam, transformem ou embalem

mercadorias, sejam quais forem os processos ou meios utilizados

- Pelos importadores sobre as mercadorias importadas.

Contribuição

predial urbana 0,1%

Incidência objetiva:

- Valor patrimonial tributário do imóvel.

Sujeito passivo:

- Proprietário do imóvel.

SISA

8%

- Incide sobre as transmissões onerosas do direito de propriedade de bens

imóveis, incluindo a compra e venda, permuta, dação em cumprimento, renda

perpétua entre outras.

15%

- Quando o adquirente ou sócios do adquirente tenham residência em território

sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável.

Imposto de selo

3% - Emissões de faturas e recibos.

Imposto Geral de

Exportação Variável

- Liquidação realizada pelos Serviços de Alfândega no momento da liquidação

do despacho de exportação.

*Taxa aplicada a contratos para construção ou beneficiação do ativo fixo imobilizado

São Tomé e Príncipe, comparativamente com os seus pares da CEEAC, e tal como se pode concluir da tabela

seguinte, ocupa uma das melhores posições da tabela de competitividade do Relatório Paying Taxes da PwC,

apesar do excessivo número de horas necessárias para cumprir as respetivas obrigações fiscais.

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153

Tabela 31 - Paying Taxes, PwC, 2014 - CEEAC

Países Ranking Pagamentos

(n.º) Tempo

(horas/ano)

Imposto s/ lucros

(% lucros)

Contrib. impostos sobre o trabalho

(% lucros)

Outros impostos (% lucros)

Total (%

lucros)

Burundi 43 25 274 38,6 10,2 2,8 51,6

Gabão 152 26 488 18,4 22,7 2,4 43,5

Angola 155 30 282 25,2 9,0 17,9 52,1

São Tomé e

Príncipe 156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5

R.D. Congo 176 32 348 58,9 7,9 51,3 118,1

Guiné Equatorial 177 46 492 0,0 25,4 18,7 44,1

Camarões 180 44 630 30 18,3 0,5 48,8

República do

Congo 183 49 602 0,0 31,3 32,5 63,8

República

Centro-Africana 188 56 483 0,0 19,8 67,8 87,6

Chade 189 54 732 31,3 28,4 14,1 73,8

Por sua vez, comparativamente com os vários países da CPLP, São Tomé e Príncipe encontra-se a meio da

tabela no que se refere ao nível de competitividade fiscal (conforme Tabela 32 incluída na pág. seguinte).

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154

Tabela 32 - Paying Taxes, PwC, 2014 – CPLP

Países Ranking Pagamentos

(n.º) Tempo

(horas/ano)

Imposto s/ lucros

(% lucros)

Contribs. impostos sobre o

trabalho (% lucros)

Outros impostos (% lucros)

Total (%

lucros)

Timor-Leste 55 18 276 11,0 0,0 0,0 11,0

Cabo Verde 80 30 186 18,0 18,5 0,7 37,2

Portugal 81 8 275 15,1 26,7 0,5 42,3

Moçambique 129 37 230 30,9 4,5 2,1 37,5

Guiné-Bissau 153 46 208 14,9 24,8 6,2 45,9

Angola 155 30 282 25,2 9,0 17,9 52,1

São Tomé e Príncipe

156 42 424 22,1 6,8 3,6 32,5

Brasil 159 9 2600 24,9 39,6 3,8 68,3

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155

4.6.4. Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra

O Regime Jurídico dos Cidadãos Estrangeiros, aprovado em 2008, impõe 5 requisitos para que um cidadão

estrangeiro possa entrar em São Tomé:

Possuir um passaporte ordinário com validade mínima de 1 ano;

Não estar proibido de entrar no território santomense;

Possuir meios económicos suficientes para a sua estada no país;

Possuir visto de entrada concedido pelas autoridades de São Tomé;

Ser portador de certificado internacional de vacinação.

Existem 4 tipos de vistos em São Tomé e Príncipe:

Tipo Requisito

Visto de residência

Para exercício de uma atividade profissional dependente:

É necessário haver uma proposta de contrato de trabalho e que a entidade empregadora solicite a aprovação da mesma ao Ministério do Trabalho. Contudo o empregador, tem que fazer a prova que para a profissão em causa não existem cidadãos santomenses, nem residentes legais capazes de a desenvolver.

Para exercício de uma atividade profissional independente:

É necessário que o cidadão estrangeiro tenha feito um investimento naquele país ou prove ter meios e intenções de iniciar uma atividade profissional independente.

Para exercício de atividade de investigação, ou atividade altamente qualificada:

É necessário que seja no âmbito de um centro de investigação reconhecido oficialmente.

É necessário oferta de trabalho que corresponda a uma atividade altamente qualificada.

Para estudar, fazer intercâmbio de estudantes, estágio profissional ou voluntariado:

Bilhete de viagem, cuja validade corresponda ao tempo de estada no país.

Se for menor necessita de autorização de quem exerça o poder paternal.

Visto oficial, diplomático e de cortesia:

Concedidos pelo Ministério que tutela o setor das relações exteriores, são válidos por 30 dias no máximo por duas entradas.

Visto de trânsito:

Nos casos em que é feita escala em São Tomé, permite a entrada por um período máximo de 4 dias, sendo obrigatório ter admissão garantida no país de destino.

Visto temporário:

Para viagens culturais, turismo, ou outros fins que não se aplique a concessão de outro visto.

Prazo máximo de 180 dias, contudo a permanência ininterrupta no território santomense não pode ultrapassar três meses.

Países com os quais São Tomé e Príncipe assinou acordos de supressão de vistos

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156

São Tomé e Príncipe é parte no Acordo sobre supressão de vistos para cidadãos dos países da CPLP titulares de passaportes diplomáticos, de serviço e especiais.

Formas de obtenção de Visto de entrada em São Tomé e Príncipe

Os pedidos de vistos de entrada devem ser efetuados, numa Embaixada ou Consulado de São Tomé e Príncipe com o mínimo de 7 dias de antecedência, salvo se respeitarem a elementos de organizações internacionais, caso em que prazo mínimo deve ser de 72 horas. Nos países ou áreas geográficas onde não exista representação diplomática ou consular de São Tomé e Príncipe o visto pode ser solicitado diretamente ao Serviço de Migração e Fronteiras, usando o “eVisaST” através do sítio de internet www.smf.st/virtualvisa, também com o prazo mínimo de 7 dias úteis de antecedência.

4.6.5. Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade

Apesar de não ser obrigatório, é aconselhável obter um contrato de seguro sobre as mercadorias e bens com

destino a São Tomé e Príncipe.

A cobertura de risco das exportações de Portugal para São Tomé e Princípe poderá ser realizada por empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias de seguro de caução.

Esta companhia de seguros de crédito cobre riscos quanto a apólices individuais a curto prazo, apesar de o

fazer numa base muito restritiva. Contudo, esta cobertura não é possível numa apólice global, relativamente a

exportações para São Tomé e Príncipe.

4.6.6. Sistema jurídico e judiciário

Tipos societários em São Tomé e Príncipe:

Sociedade Anónima – O capital social mínimo depende da atividade desempenhada, a saber:

No ramo de hidrocarbonetos e seus derivados, o capital mínimo é de Dbs. 500.000.000;

Nas sociedades financeiras, gestoras de participações sociais, titularização de créditos,

gestoras de fundos de pensões, de comercialização e gestão de capital de risco e entidades

de investimento coletivo que comercializem as suas unidades de participação, o capital

mínimo é de Dbs. 500.000.000;

Sociedades não financeiras de concessão e exploração de jogos, pagamentos de prémios de

apostas ou lotarias, o capital mínimo é de Dbs. 300.000.000;

Sociedades do setor imobiliário, o capital mínimo é de Dbs. 200.000.000;

Para os restantes ramos de atividade, o capital mínimo é de Dbs. 350.000.000.

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157

Sociedade Unipessoal por Quotas – É uma sociedade constituída apenas por um sócio único, que

pode ser pessoa singular ou coletiva. O capital social mínimo é de Dbs. 20.000.000.

A Lei de bases do Sistema Judiciário aprovada em 2010, estabeleceu uma divisão do território em três regiões judiciais:

Região de Água que engloba os distritos de Água Grande, Mé-Zóchi, Lobata, Cantagalo e Caué;

Região de Lembá;

Região Autónoma do Príncipe.

Tabela 33 – Tribunais judiciários em São Tomé e Príncipe

Tipos de Tribunais

Judiciários Competência Organização Nº de Tribunais

Supremo Tribunal de

Justiça

O Supremo Tribunal de

Justiça é o órgão superior

de hierarquia dos tribunais

judiciais e apenas decide

questões em matéria de

direito.

Está dividido em duas

secções, uma de matéria

penal e outra que engloba

matéria cível,

administrativa e fiscal.

1

Tribunais de 1.º Instância

Os Tribunais de 1.ª

instância decidem a pedido

das partes tanto em

matéria de facto como de

direito.

Estão divididos em

tribunais de competência

genérica, e tribunais de

competência específica.

A alçada dos tribunais de

1ª Instância é 10 vezes o

salario mínimo da Função

Pública (em matéria cível).

1

4.6.7. Resolução extrajudicial de litígios

Existem dois meios alternativos de resolução extrajudicial de litígios relacionados com investimentos em São

Tomé e Príncipe:

a) Tribunais Arbitrais Nacionais:

Existe um Centro de Arbitragem na cidade de São Tomé criado, em 2006, pela Lei de Arbitragem Voluntária

que funciona com um mínimo de 3 juízes nomeados pela Câmara de Comércio, Agricultura e Indústria.

O acesso a este Centro é permitido em relação a qualquer litígio que não envolva direitos alienáveis de natureza agrícola, comercial, industrial ou de serviços, e que não esteja legalmente adstrito aos tribunais ou à arbitragem obrigatória, nos seguintes termos:

Tem de ser submetido ao Centro de Arbitragem pelas partes através de um acordo de arbitragem;

O objeto do acordo de arbitragem pode basear-se num litígio corrente, mesmo que já esteja a correr num tribunal (compromisso arbitral), ou um litígio potencial decorrente de uma relação jurídica contratual ou não contratual (cláusula de arbitragem);

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

158

Para além das questões de natureza litigiosa em sentido estrito, as partes podem convencionar livremente sobre que assuntos querem ver resolvidos pela arbitragem tais como: questões que envolvem a necessidade de clarificar, completar, atualizar ou rever os contratos ou as relações jurídicas;

O Estado e outras entidades de direito público podem celebrar acordos de arbitragem nos casos permitidos por lei ou se tiverem por objeto litígios respeitantes a relações de direito privado.

Os acordos de arbitragem devem sempre respeitar os princípios da Constituição e do Código Civil.

b) Tribunais Arbitrais Internacionais

A arbitragem internacional só pode ser acionada por investidores estrangeiros, que tenham um contrato inicial

com o Governo santomense. Neste contrato terá de ser expressamente mencionado que qualquer litígio

superveniente daquela relação contratual será dirimido através deste tipo de arbitragem.

Devido ao acordo bilateral de investimento celebrado entre Portugal e São Tomé em 1997, qualquer litígio

entre investidores portugueses e o Estado santomense poderá ser resolvido através da negociação entre as

partes, ou caso esta não tenha êxito, com recurso ao International Centre for Settlement of Investment

Disputes (ICSID)81

.

81 ICSID – Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimento

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

159

4.7. Principais características dos acordos de São Tomé e Príncipe no domínio do comércio e investimento

4.7.1. Protocolos da CEMAC e posicionamento relativo de São Tomé e Príncipe

Os EM que integram a CEMAC celebraram protocolos para as indústrias que visam desenvolver a economia,

incluindo os setores agrícola, industrial, dos transportes, comunicações, ciência, tecnologia, energia, recursos

naturais, entre outros. Esta comunidade pretende estabelecer protocolos aduaneiros e de livre circulação de

materiais em indústrias relevantes na região.

4.7.2. Acordos essenciais de STP na área do comércio (ACI82, APPRI83, ADT84)

Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão

facilitar o acesso dos investidores aos mercados: os acordos comerciais de investimento, os acordos de

promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. São Tomé e

Príncipe não dispõe de muitos acordos em vigor.

Tabela 34 - Acordos bilaterais de São Tomé e Príncipe

Tipo de Acordos Acordos assinados, mas ainda

não em vigor Acordos em vigor

Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de

Investimentos Portugal Itália

Acordos para Evitar a Dupla Tributação Não Não

São Tomé e Príncipe não é membro da OMC, mas tem o estatuto de observador. Este território

também não pertence à CEDEAO, apesar de ter assinado diversos acordos bilaterais de comércio,

nomeadamente com Angola, Gabão e Nigéria e de ter uma relação de comércio livre com a CEMAC;

São Tomé e Príncipe é membro do BAfD, do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento

(BIRD) e do FMI;

São Tomé e Príncipe é também membro da MIGA e da Organização Mundial da Propriedade

Intelectual (OMPI), tendo aderido ao seu código de classificação internacional de patentes e registo de

marcas;

São Tomé e Príncipe ratificou a Convenção de Paris para a Proteção da Propriedade Industrial para a

proteção de marcas e patentes, a Convenção de Nova Iorque sobre o Reconhecimento e a Execução

de Sentenças Arbitrais Estrangeiras e a Convenção de Washington para a Resolução de Disputas

relativas a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados;

São Tomé e Príncipe assinou o Acordo sobre Aspetos dos Direitos da Propriedade Intelectual na

sequência do Acordo de Marrakesh que criou a OMC;

São Tomé e Príncipe assinou o Tratado que estabelece o Mercado Comum da África Oriental e

Austral (COMESA) e o Tratado que estabelece a Comunidade da África Oriental;

São Tomé e Príncipe assinou um acordo de cooperação aduaneira com Angola.

82 ACI – Acordos Comerciais de investimento 83 APPRI - Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos 84 ADT – Acordo para evitar a Dupla Tributação

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160

4.7.3. Acordos entre EUA e São Tomé e Príncipe

A Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), aprovada em 2000, tem vindo a permitir desde

então a exportação de bens e produtos para os EUA, com isenção de taxas alfandegárias. Para beneficiarem

deste regime fiscal é necessário que os produtos sejam originários de países africanos, e que os países sejam

reconhecidos como estando a implementar medidas que possibilitem uma economia de mercado livre e com

políticas democráticas.

Foi também celebrado um acordo de incentivo ao investimento entre os Governos dos EUA e da República

Democrática de São Tomé e Príncipe.

4.7.4. Acordos entre a UE e São Tomé e Príncipe

O Acordo de Cotonu

O Acordo de Cotonu, assinado por 79 países em 2000, é o principal instrumento para a prestação de

assistência pela UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento com os Estados de África, das

Caraíbas e do Pacífico (ACP), e de cooperação da UE com os países e territórios ultramarinos.

O Acordo de Cotonu tem por objetivo promover e acelerar o desenvolvimento económico, cultural e social dos

países ACP e trouxe uma nova visão de cooperação. A nova parceria combina a ajuda para o

desenvolvimento, a dimensão política e os aspetos comerciais. O seu principal objetivo é a redução da

pobreza nos Estados ACP do qual faz parte São Tomé e Príncipe.

O Acordo de Cotonu previu a criação de um importante instrumento financeiro de apoio aos seus objetivos, o

Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED).

O Acordo Cotonu prevê também a promoção de instrumentos de dinamização do IDE para os países ACP:

Promoção do investimento;

Apoio e financiamento dos investimentos nos países da ACP através de subsídios para

assistência financeira e técnica, serviços de assessoria e consultoria, capitais de risco para

participações no capital ou operações assimiláveis, garantias de apoio a investimentos

privados, nacionais e estrangeiros, bem como empréstimos e linhas de crédito, empréstimos a

partir dos recursos próprios do BEI.

Criação de instrumentos de garantias de investimento, através da disponibilização e utilização

crescentes, entre outros, de:

Seguros de risco enquanto mecanismo de diminuição do risco, no intuito de aumentar a

confiança dos investidores nos Estados ACP;

Fundos de garantia para cobrir os riscos associados a investimentos elegíveis, em especial,

regimes de resseguros destinados a cobrir o investimento direto estrangeiro realizado por

investidores elegíveis.

Proteção dos investimentos, a promoção de acordos de promoção e de proteção dos

investimentos que possam igualmente constituir a base de sistemas de seguro e de garantia;

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161

Estes mecanismos de apoio às empresas têm vindo a ser promovidos, entre outros, pelas Instituições

Financeiras para o Desenvolvimento.

Outros Acordos

Além do Acordo de Cotonu existe um conjunto de outras convenções e compromissos políticos assinados

entre a UE e São Tomé e Príncipe.

Entre estes contam-se a Declaração de Paris sobre a eficácia da ajuda, de 2 de Março de 2005, e

instrumentos subsequentes e a Parceria Estratégica África-UE de 2007.

Estão a ser negociados Acordos de Parceria Económica entre a UE e a CEEAC, mas à data de realização

deste estudo ainda não foram concluídas as negociações.

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163

5. CPLP

Atratividade de São Tomé e

Príncipe no contexto da CPLP

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

164

5.Atratividade de São Tomé e Príncipe no

contexto da CPLP

O valor global dos fluxos de IDE nos países da CPLP ascende a US$ 79,5 mil milhões, contudo, São Tomé e

Príncipe tem pouca expressão em termos globais.

Gráfico 93 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD

De acordo com o estudo “Doing Business 2013” do Banco Mundial, São Tomé e Príncipe tem vindo a

implementar diversas medidas visando aumentar a sua atratividade, nomeadamente, a reforma tributária, a

modernização do sistema financeiro, a mudança de regime cambial e a simplificação do processo de abertura

de empresas e do processo de licenciamento.

No contexto da CPLP, algumas das reformas acima referidas permitiram que São Tomé e Príncipe esteja bem

posicionado no que se refere ao processo de constituição de empresas e obtenção de licenças, mas tal como

já referido acima, também no contexto da CPLP ocupa a última posição quando se avalia a facilidade de

obtenção de crédito.

Tabela 35 - Doing Business 2013 – Posição por país da CPLP

Países

Facilidade em

fazer

negócios

Abertura de

empresas

Obtenção de

alvarás de

construção

Obtenção de

eletricidade

Registo de

propriedade

Obtenção

de crédito

Portugal 30 31 78 35 30 104

Cabo Verde 122 129 122 106 69 104

Brasil 130 121 131 60 109 104

Moçambique 146 96 135 174 155 129

82%

11%

7%

IDE na CPLP

Brasil

Portugal

Moçambique

Cabo Verde

São Tomé e Príncipe

Timor-Leste

Guiné-Bissau

0

10000

20000

30000

40000

50000

60000

70000

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

165

São Tomé e

Príncipe 160 100 91 72 161 180

Timor-Leste 169 147 116 40 185 159

Angola 172 171 124 113 131 129

Guiné-Bissau 179 148 117 182 180 129

A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis

de especialização diferenciada entre parceiros.

O índice de complementaridade das transações comerciais (trade complementary index) apresenta importantes informações sobre as perspetivas para o comércio intrarregional na medida em que demonstra como as estruturas de importações de um país podem combinar com as estruturas das exportações dos demais países. Como indicador, revela igualmente, o potencial dos acordos de comércios regionais para as trocas comerciais. Nessa medida analisou-se o grau de complementaridade da CPLP e da RAE de Macau como um bloco económico.

Tabela 36 – ICC da CPLP e Macau (%)

Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat

O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no

relacionamento entre Portugal e Angola.

De facto apenas 2,9% das exportações dos países da CPLP se destinam a outros países da CPLP, peso

relativo que tem vindo a reduzir-se desde 2008. Apesar das exportações intrarregião evidenciarem um

decréscimo médio anual 0,4% de 2008 a 2012, verifica-se uma retoma favorável das exportações intrarregião

de 20,8% (crescimento médio anual) a partir de 2010.

Verifica-se um elevado potencial de complementaridade recíproco no relacionamento comercial entre alguns

países da CPLP.

O ICC entre Portugal e Angola (83 pts e 80 pts) revela uma relação potencial biunívoca.

Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e

Príncipe Timor Leste Portugal Macau

Angola 5 1 2 4 2 1 80 0Brasil 40 32 19 31 24 23 47 13

Cabo Verde 6 5 3 8 4 3 2 7Guiné-Bissau 2 5 3 4 1 1 1 0

Moçambique 15 12 13 10 11 10 9 9

São Tomé e Príncipe 18 13 18 19 19 6 3 8

Timor Leste 5 1 5 3 7 4 1 4

Portugal 83 48 72 38 66 51 37 35

Macau 11 8 9 5 12 6 5 1

País

impo

rtad

or

País exportador

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

166

A estrutura de importações de Portugal poderá também potenciar as suas relações com o Brasil (48 pts),

Guiné-Bissau (38 pts), Moçambique (66 pts), São Tomé e Príncipe (51 pts) e Timor Leste (37 pts).

Por seu lado, a estrutura de importações do Brasil poderá apresentar algum grau de complementaridade com

as estruturas exportadoras de Angola (40 pts) e Portugal (47 pts). Por outro lado, o ICC entre Portugal e Cabo

Verde evidencia uma relação potencial unívoca, apresentando um grau de complementaridade de 72 pts.

De facto, é notório que a alavancagem comercial intra-CPLP poderá ser potenciada fundamentalmente por 2

motores, por Angola - país com maior relevância nas exportações intrarregião e por Portugal – país CPLP que

mais destaca nas importações intrarregião.

Nesta medida Portugal poderá potenciar-se como hub85

comercial da CPLP, assumindo um papel fundamental

de porta de entrada para os países da CPLP e destes para a UE.

85 Hub – centro internacional (cosmopolita), neste caso para efeitos comerciais.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

167

São Tomé e Príncipe – Valor total das importações totais, US$ 141 milhões, 2012

Principais produtos importados Potenciais fornecedores CPLP

Combustíveis minerais Óleos de petróleo ou de minerais

betuminosos> óleo de 70%

Angola

Brasil

Timor-Leste*

Alimentos

Cereais

Carnes

Arroz

Farinha de trigo e farinha de trigo com

centeio

Gorduras vegetais e óleos

Produtos comestíveis e preparações

Preparações de cereais, farinha de

frutas ou vegetais

Brasil

Portugal

Maquinaria e equipamento de

transporte

Veículos automóveis

Equipamento eletrónico

Veículos automóveis para transporte de

pessoas

Veículos a motor para transporte de

mercadorias

Máquinas de processamento de dados

Máquinas e aparelhos elétricos

Brasil

Portugal

Bebidas Bebidas alcoólicas

Bebidas não alcoólicas

Brasil

Portugal

Angola

Matéria-prima (exceto

combustíveis) Cal e cimento

Portugal

Brasil

Produtos químicos Sabonetes, limpeza e de polimento Portugal

Brasil

Artigos manufaturados Estruturas e peças de ferro, aço,

alumínio

Portugal

Brasil

Outros artigos manufaturados Mobiliário e peças

Artigos de plástico Portugal

Fonte: UNCTAD, UNCTADstat *Indiretamente, produz matéria prima

Alguns dos produtos com potencial de produção local*

Combustíveis minerais Petróleo

Alimentos Café, cacau, borracha, banana e tabaco

Produtos manufaturados Têxtil

Vestuário e calçado *Para mais dados ver estudo sobre São Tomé e Príncipe.

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

168

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Indicadores dos Estados Membros da CEEAC .................................................................................................... 28

Tabela 2 – Índice de Complementaridade Comercial (ICC) intra-CEEAC (%) ...................................................................... 42

Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva ............................................................................................ 43

Tabela 4 - IDE nos Estados Membros da CEEAC – inward flow, (M US$) ........................................................................... 57

Tabela 5 - Evolução das receitas petrolíferas ....................................................................................................................... 68

Tabela 6 - Despesas orçamentais ......................................................................................................................................... 68

Tabela 7 - Finanças Públicas do Gabão, 2009-2014 (Percentagem do PIB) ........................................................................ 68

Tabela 8 - Notação de crédito da dívida pública do Gabão (2012) ....................................................................................... 70

Tabela 9 – Participação do Estado no capital das sociedades, 2013 .................................................................................... 71

Tabela 10 – Lista das empresas privatizadas/em curso depois de 2006 .............................................................................. 73

Tabela 11 – Principais objetivos estratégicos ........................................................................................................................ 77

Tabela 12 - Características das províncias do Gabão ........................................................................................................... 79

Tabela 13 – Total dos investimentos dos projetos (Milhares de francos CFA) ...................................................................... 84

Tabela 14 - Indicadores caracterizadores da economia externa do Gabão .......................................................................... 85

Tabela 15 - Evolução das taxas de juro no Gabão (2008-2012) ......................................................................................... 100

Tabela 16 - Indicadores sociais de São Tomé e Príncipe ................................................................................................... 104

Tabela 17 - Taxa de crescimento do PIB real por setor de atividade .................................................................................. 109

Tabela 18 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 1 .......................................................................................... 115

Tabela 19 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 2 .......................................................................................... 115

Tabela 20 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 3 .......................................................................................... 115

Tabela 21 – Objetivos específicos para 2012 – 2016 do Eixo 4 .......................................................................................... 115

Tabela 22 – Taxa de acesso à água potável (2001 – 2006) ............................................................................................... 116

Tabela 23 – Cobertura de saneamento (2001 e 2009) ........................................................................................................ 117

Tabela 24 - Competências no âmbito do sistema elétrico de São Tomé e Príncipe ........................................................... 117

Tabela 25 – Abertura da economia de São Tomé e Príncipe .............................................................................................. 126

Tabela 26 - Principais setores de oportunidade em São Tomé e Príncipe .......................................................................... 133

Tabela 27 – Inward de IDE por EM da CEEAC ................................................................................................................... 135

Tabela 28 – Instituições de crédito ...................................................................................................................................... 137

Tabela 29 - Doing Business 2013 – Posição por EM da CEMAC ....................................................................................... 148

Tabela 30 - Quadro resumo com os principais impostos de São Tomé e Príncipe ............................................................. 151

Tabela 31 - Paying Taxes, PwC, 2014 - CEEAC ................................................................................................................. 153

Tabela 32 - Paying Taxes, PwC, 2014 – CPLP ................................................................................................................... 154

Tabela 33 – Tribunais judiciários em São Tomé e Príncipe ................................................................................................ 157

Tabela 34 - Acordos bilaterais de São Tomé e Príncipe ..................................................................................................... 159

Tabela 35 - Doing Business 2013 – Posição por país da CPLP .......................................................................................... 164

Tabela 36 – ICC da CPLP e Macau (%) .............................................................................................................................. 165

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

169

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – PIB por setor - CEEAC........................................................................................................................................ 29

Gráfico 2 - PIB por Estado Membro, milhões US$ ............................................................................................................... 30

Gráfico 3 - Contribuição de cada Estado Membro para o PIB da CEEAC9 ........................................................................... 30

Gráfico 4 - Evolução das economias da CEEAC ................................................................................................................... 31

Gráfico 5 - Ranking do Doing Business – CEEAC ................................................................................................................ 32

Gráfico 6 - Como é que a CEEAC se classifica no ranking “Doing Business”? ..................................................................... 32

Gráfico 7 - Facilidade em começar um negócio .................................................................................................................... 33

Gráfico 8 – Nº de dias médio para abrir uma empresa .......................................................................................................... 33

Gráfico 9 - Obtenção de eletricidade ..................................................................................................................................... 33

Gráfico 10 – Nº médio de dias para ter eletricidade .............................................................................................................. 33

Gráfico 11 - Obtenção de crédito .......................................................................................................................................... 33

Gráfico 12 - Proteção dos investidores.................................................................................................................................. 33

Gráfico 13 – Relação entre o crescimento do PIB e a variação no ICG ................................................................................ 34

Gráfico 14 – PIB por setor - Angola ....................................................................................................................................... 36

Gráfico 15 – PIB por setor - Camarões ................................................................................................................................. 37

Gráfico 16 – PIB por setor – República Centro - Africana ..................................................................................................... 37

Gráfico 17 – PIB por setor - Burundi ..................................................................................................................................... 38

Gráfico 18 – PIB por setor – República Democrática do Congo ............................................................................................ 38

Gráfico 20 – PIB por setor - Congo ....................................................................................................................................... 39

Gráfico 21 - PIB por setor - Chade ........................................................................................................................................ 40

Gráfico 22 – PIB por setor – Guiné Equatorial ...................................................................................................................... 40

Gráfico 23 – PIB por setor – São Tomé e Príncipe ............................................................................................................... 41

Gráfico 23 - Evolução do comércio intra-CEEAC vs. evolução do PIB da região .................................................................. 44

Gráfico 24 - Peso das exportações/importações intra-CEEAC no total da região ................................................................. 45

Gráfico 25 - Trocas intra-CEEAC (2012) ............................................................................................................................... 46

Gráfico 26 - Evolução das importações da CEEAC e principais países de origem ............................................................... 47

Gráfico 27 - Importações da CEEAC - Top Produtos ............................................................................................................ 48

Gráfico 28 - Importações da CEEAC à China ....................................................................................................................... 48

Gráfico 29 - Importações da CEEAC a França ...................................................................................................................... 49

Gráfico 30 - Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 49

Gráfico 31 - Evolução das exportações da CEEAC e principais países de destino .............................................................. 50

Gráfico 32 - Exportações da CEEAC – Top produtos ........................................................................................................... 50

Gráfico 33 - Exportações da CEEAC para China .................................................................................................................. 51

Gráfico 34 - Exportações da CEEAC para os EUA ............................................................................................................... 51

Gráfico 35 - Exportações da CEEAC para a Índia ................................................................................................................. 51

Gráfico 36 - Exportações da CEEAC para Taiwan ................................................................................................................ 51

Gráfico 37 – Importações da CEEAC à CPLP ....................................................................................................................... 52

Gráfico 38 – Importações da CEEAC a Portugal ................................................................................................................... 53

Gráfico 39 – Importações da CEEAC ao Brasil ..................................................................................................................... 54

Gráfico 40 – Exportações da CEEAC para a CPLP .............................................................................................................. 54

Gráfico 41 – Exportações da CEEAC para Portugal ............................................................................................................. 55

Gráfico 42 – Exportações da CEEAC para o Brasil ............................................................................................................... 55

Gráfico 43 - IDE na CEEAC – Inward e Outward .................................................................................................................. 56

Gráfico 44 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC............................................................................. 66

Gráfico 45 - Evolução anual do PIB do Gabão (últimos 5 anos) ........................................................................................... 67

Gráfico 46 - Dívida pública total (%) ...................................................................................................................................... 69

Gráfico 47 - Gabão, PIB por setor 2012 (%) .......................................................................................................................... 70

Gráfico 48 – Crescimento do PIB real ................................................................................................................................... 75

Gráfico 49 - Evolução das importações do Gabão e principais países de origem ................................................................. 86

Gráfico 50 – Evolução das importações gabonesas por produtos ........................................................................................ 86

Gráfico 51 - Importações do Gabão – Top produtos ............................................................................................................. 87

Gráfico 52 – Importações gabonesas de França ................................................................................................................... 87

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

170

Gráfico 53 – Importações gabonesas da China .................................................................................................................... 88

Gráfico 54 – Importações gabonesas dos EUA ..................................................................................................................... 88

Gráfico 55 – Importações gabonesas da Bélgica .................................................................................................................. 89

Gráfico 56 - Importações do Gabão à CPLP ......................................................................................................................... 89

Gráfico 57 - Importações do Gabão provenientes do Brasil .................................................................................................. 90

Gráfico 58 - Importações do Gabão provenientes de Portugal .............................................................................................. 91

Gráfico 59 - Evolução das exportações do Gabão e principais países de destino ................................................................ 91

Gráfico 60 – Evolução das exportações gabonesas ............................................................................................................. 92

Gráfico 61 – Exportações gabonesas – Top produtos........................................................................................................... 92

Gráfico 62 – Exportações gabonesas para os EUA .............................................................................................................. 93

Gráfico 63 – Exportações gabonesas para a China .............................................................................................................. 93

Gráfico 64 – Exportações gabonensas para França ............................................................................................................. 94

Gráfico 65 – Exportações gabonensas para Trinidade e Tobago ......................................................................................... 94

Gráfico 66 - Exportações do Gabão para a CPLP ................................................................................................................. 95

Gráfico 67 – Exportações gabonesas para Portugal ............................................................................................................ 95

Gráfico 68 - Fluxos de IDE no Gabão.................................................................................................................................... 97

Gráfico 70 – Caixas automáticas no Gabão .......................................................................................................................... 99

Gráfico 71 - Número de caixas automáticas – comparação com outros países da CEEAC ................................................ 100

Gráfico 71 - Representação da percentagem do PIB dos EM da CEEAC, 2012 ................................................................. 103

Gráfico 73 - Evolução do PIB nominal em % ....................................................................................................................... 104

Gráfico 74 - Evolução do PIB nominal em US$ ................................................................................................................... 104

Gráfico 75 - Despesas públicas por classificação económica (OGE 2012 e OGE 2013)36

................................................. 106

Gráfico 75 - Financiamento do OGE - Recursos públicos 2012 e 2013 .............................................................................. 106

Gráfico 76 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB ................................................................................................. 107

Gráfico 78 - Dívida externa, em milhões de US$ ................................................................................................................ 108

Gráfico 79 – PIB por setor 2011 – São Tomé e Príncipe..................................................................................................... 109

Gráfico 79 - Crescimento anual do PIB real (%) .................................................................................................................. 112

Gráfico 80 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 1 (%) ............................................................................ 112

Gráfico 81 - Crescimento anual do PIB real, com base no cenário 2 (%) ............................................................................ 113

Gráfico 82 - Evolução das importações de São Tomé e Príncipe e principais países de origem ........................................ 127

Gráfico 83 - Importações santomenses da CPLP ............................................................................................................... 127

Gráfico 84 – Importações de São Tomé e Príncipe – Top Produtos ................................................................................... 128

Gráfico 85 - Importações santomenses - Evolução dos produtos ....................................................................................... 128

Gráfico 86 - Importações santomenses de Portugal ........................................................................................................... 129

Gráfico 88 - Importações santomenses do Brasil ................................................................................................................ 130

Gráfico 88 - Evolução das exportações de São Tomé e Príncipe e principais países de destino ....................................... 131

Gráfico 89 - Exportações santomenses - CPLP .................................................................................................................. 132

Gráfico 91 – Concentração do mercado bancário em São Tomé e Príncipe (Índice de GINI) ............................................ 138

Gráfico 91 – Inclusão financeira – situação atual ................................................................................................................ 138

Gráfico 92 – Taxa de inflação (t.v. homóloga anual), % ..................................................................................................... 140

Gráfico 93 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD ..................................... 164

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São Tomé e Príncipe. Integração regional na CEEAC e relacionamento com os países da CPLP

171

Índice de Figuras

Figura 1- OMC – Membros e observadores .......................................................................................................................... 27

Figura 2 - Índice de Competitividade Global (ICG) ................................................................................................................ 34

Figura 3 - Estimativas de crescimento do PIB em África, 2013 ............................................................................................. 35

Figura 5 – Principais destinos de exportação de Portugal para a CEEAC ............................................................................ 52

Figura 6 - Principais destinos de exportação do Brasil para a CEEAC ................................................................................. 53

Figura 6 - Mapa do continente africano ................................................................................................................................. 65

Figura 8 - O estado das infraestruturas em África - Gabão ................................................................................................... 78

Figura 8 – Mapa dos corredores do Gabão ........................................................................................................................... 80

Figura 9 - Principais importações do Gabão provenientes do Brasil ..................................................................................... 90

Figura 11 - Estrutura acionista bancária em África ................................................................................................................ 98

Figura 12 - Contas bancárias (% +15 anos) em África .......................................................................................................... 99

Figura 13 - O continente Africano – São Tomé e Príncipe .................................................................................................. 102

Figura 14 – Estratégia de STP: objetivos e eixos estratégicos ............................................................................................ 114

Figura 15 - Centrais de energia hidroelétrica existente ....................................................................................................... 118

Figura 15 – Rede Nacional de Estradas em São Tomé ...................................................................................................... 121

Figura 17 – Plano de desenvolvimento hidroelétrico ........................................................................................................... 124

Figura 17 – Principais importações santomenses de Portugal ............................................................................................ 129

Figura 19 – Principais importações santomenses do Brasil ................................................................................................ 130

Figura 19 - Principais exportações santomenses para Portugal ......................................................................................... 132

Figura 20 - Inward e outward de IDE em STP (milhões US$) ............................................................................................ 135

Figura 22 - Estrutura acionista bancária em África .............................................................................................................. 136

Figura 22 – Repartição dos ativos bancários em STP ........................................................................................................ 137

Figura 24 - Distribuição geográfica dos pontos de acesso – agências bancárias ............................................................... 137

Figura 25 - Contas bancárias (% +15 anos) em África ........................................................................................................ 139

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Título ou nome da empresa

ente.

Apoio: Projeto Co-Financiado:

Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: