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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 A volta do parto humanizado Saúde e bem-estar F5 DIVULGAÇÃO Especialista elenca os principais cuidados após os procedimentos, principalmente nas altas temperaturas, para uma boa cicatrização O uso de tatua- gens e piercings tem se tornado cada vez mais comum na vida das pes- soas, principalmente dos jovens. No entanto, para realizar essas interven- ções na pele é preciso ter alguns cuidados desde os primeiros dias, principal- mente na época do ve- rão, para que não ocorram alergias e infecções, pre- judicando a cicatrização e gerando complicações. A médica Anelisa Lam- berti, dermatologista membro efetivo da So- ciedade Brasileira de Der- matologia e da American Academy of Dermatology, alerta que tanto o piercing como os pigmentos da ta- tuagem são identificados como corpos estranhos pela pele, podendo ser rejeitados pelo organis- mo. Para isso, é preciso tomar muito cuidado após a realização. “Muitos que se subme- tem a fazer tatuagens e piercings esquecem e negligenciam os cuidados após as realizações, sendo que esta fase é uma das mais importantes de todo o processo. Principalmen- te agora, nos dias mais quentes, quando o corpo tende a ficar mais expos- to, as chances de com- plicações no local, como surgimento de infecções e cicatrizes do tipo queloide, são mais altas”, explica a especialista. Para uma melhor cica- trização da tatuagem, re- comenda-se passar uma camada fina de pomada antibiótica, composta por sulfato de neomicina e bacitracina zíncica, para evitar possíveis infecções na pele em recuperação. Já no caso do piercing, é recomendável lavar o lo- cal com sabonete neutro, movendo suavemente a peça e, em seguida, usar um spray antisséptico ou soro fisiológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses. Em ambos os casos, evitar exposição solar é muito importante para não cau- sar manchas indesejáveis ou cicatrizes. Cuidados A dermatologista Aneli- sa Lamberti chama aten- ção para os principais passos para quem deseja fazer intervenções como estas na pele. “Primeiro, é preciso saber se o or- ganismo está preparado – caso a pessoa apresente baixa imunidade, seja por- tadora de doenças autoi- munes, esteja no período gestacional ou em trata- mento de quimioterapia, por exemplo, é preciso ter consciência de que não é recomendável colocar piercings e fazer tatua- gens”, diz. Em seguida, saber o local onde serão feitos os procedimentos é fun- damental. “É preciso ve- rificar a higiene do lu- gar, conferir se o espaço conta com a aprovação de órgãos fiscalizadores, se utiliza apenas instru- mentos esterilizados e se conta com profissionais habilitados”, completa. Outro passo importante para ter uma tatuagem bonita por mais tempo é mantê-la sempre limpa. Por conta disso, é impor- tante lavar o local com água fria ou morna, fa- zendo uso de um sabonete antisséptico ou neutro na região. “Deve-se utilizar a partir do dia seguinte à realização da tatuagem e manter os cuidados enquanto houver peque- nas crostas. Evitar água muito quente e banhos muito demorados. É im- portante ressaltar que a limpeza não deve ser realizada com bucha ou outros materiais ásperos que agridam mais a re- gião”, explica. Na sequ- ência, é necessário en- xugar bem o local com toalha macia. “O ideal é passar uma camada fina de pomada antibiótica, sempre com orientação médica”, aponta. Para manter o piercing sempre limpo, basta lavar o local com sabonete antis- séptico, movendo suave- mente a peça e depois usar um spray antisséptico, ou soro fisiológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses. Ao fazer curativo, no caso das tatuagens, é recomendado deixá-la protegida durante os três ou quatro primeiros dias. “Após esse período, o ideal é apenas passar uma po- mada antibiótica, sempre com orientação médica, até que o processo de cicatrização esteja com- pleto”, recomenda. E, finalmente, para uma boa cicatrização, é preciso evitar exposição solar, ba- nhos de mar, piscina e sau- na, além do contato com areia ou terra nos primei- ros meses. “Não tocar no piercing sem necessidade e evitar peças pesadas que podem, com o tem- po, alargar o orifício ou mesmo rasgar a pele, são atitudes que devem ser levadas em consideração para obter um resultado satisfatório”, destaca. CICATRIZAÇÃO Para uma melhor cica- trização da tatuagem, recomenda-se passar uma camada fina de pomada antibiótica, composta por sulfato de neomicina e baci- tracina zíncica para evitar inflamação Tatuagens e piercings exigem muito cuidado DIVULGAÇÃO

Saúde - 20 de abril de 2014

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Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

A volta do parto humanizadoSaúde e bem-estar F5

DIVULGAÇÃO

Especialista elenca os principais cuidados após os procedimentos, principalmente nas altas temperaturas, para uma boa cicatrização

O uso de tatua-gens e piercings tem se tornado cada vez mais

comum na vida das pes-soas, principalmente dos jovens. No entanto, para realizar essas interven-ções na pele é preciso ter alguns cuidados desde os primeiros dias, principal-mente na época do ve-rão, para que não ocorram alergias e infecções, pre-judicando a cicatrização e gerando complicações.

A médica Anelisa Lam-berti, dermatologista membro efetivo da So-ciedade Brasileira de Der-matologia e da American Academy of Dermatology, alerta que tanto o piercing como os pigmentos da ta-tuagem são identificados como corpos estranhos pela pele, podendo ser rejeitados pelo organis-mo. Para isso, é preciso tomar muito cuidado após a realização.

“Muitos que se subme-tem a fazer tatuagens e piercings esquecem e negligenciam os cuidados após as realizações, sendo que esta fase é uma das mais importantes de todo o processo. Principalmen-te agora, nos dias mais quentes, quando o corpo tende a fi car mais expos-to, as chances de com-plicações no local, como surgimento de infecções e cicatrizes do tipo queloide, são mais altas”, explica a especialista.

Para uma melhor cica-trização da tatuagem, re-comenda-se passar uma camada fina de pomada antibiótica, composta por sulfato de neomicina e bacitracina zíncica, para evitar possíveis infecções na pele em recuperação. Já no caso do piercing, é recomendável lavar o lo-cal com sabonete neutro, movendo suavemente a peça e, em seguida, usar

um spray antisséptico ou soro fisiológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses. Em ambos os casos, evitar exposição solar é muito importante para não cau-sar manchas indesejáveis ou cicatrizes.

CuidadosA dermatologista Aneli-

sa Lamberti chama aten-ção para os principais passos para quem deseja fazer intervenções como estas na pele. “Primeiro, é preciso saber se o or-ganismo está preparado – caso a pessoa apresente baixa imunidade, seja por-tadora de doenças autoi-munes, esteja no período gestacional ou em trata-

mento de quimioterapia, por exemplo, é preciso ter consciência de que não é recomendável colocar piercings e fazer tatua-gens”, diz.

Em seguida, saber o local onde serão feitos os procedimentos é fun-damental. “É preciso ve-rificar a higiene do lu-gar, conferir se o espaço conta com a aprovação de órgãos fiscalizadores, se utiliza apenas instru-mentos esterilizados e se conta com profissionais habilitados”, completa.

Outro passo importante para ter uma tatuagem bonita por mais tempo é mantê-la sempre limpa. Por conta disso, é impor-

tante lavar o local com água fria ou morna, fa-zendo uso de um sabonete antisséptico ou neutro na região. “Deve-se utilizar a partir do dia seguinte à realização da tatuagem e manter os cuidados enquanto houver peque-nas crostas. Evitar água muito quente e banhos muito demorados. É im-portante ressaltar que a limpeza não deve ser realizada com bucha ou outros materiais ásperos que agridam mais a re-gião”, explica. Na sequ-ência, é necessário en-xugar bem o local com toalha macia. “O ideal é passar uma camada fina de pomada antibiótica, sempre com orientação médica”, aponta.

Para manter o piercing sempre limpo, basta lavar o local com sabonete antis-séptico, movendo suave-mente a peça e depois usar um spray antisséptico, ou soro fi siológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses.

Ao fazer curativo, no caso das tatuagens, é recomendado deixá-la protegida durante os três ou quatro primeiros dias. “Após esse período, o ideal é apenas passar uma po-mada antibiótica, sempre com orientação médica, até que o processo de cicatrização esteja com-pleto”, recomenda.

E, fi nalmente, para uma boa cicatrização, é preciso evitar exposição solar, ba-nhos de mar, piscina e sau-na, além do contato com areia ou terra nos primei-ros meses. “Não tocar no piercing sem necessidade e evitar peças pesadas que podem, com o tem-po, alargar o orifício ou mesmo rasgar a pele, são atitudes que devem ser levadas em consideração para obter um resultado satisfatório”, destaca.

CICATRIZAÇÃOPara uma melhor cica-trização da tatuagem, recomenda-se passar uma camada fina de pomada antibiótica, composta por sulfato de neomicina e baci-tracina zíncica para evitar inflamação

Especialista elenca os principais cuidados após os procedimentos, principalmente nas altas temperaturas, para uma boa cicatrização

um spray antisséptico ou soro fisiológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses. Em ambos os casos, evitar exposição solar é muito importante para não cau-sar manchas indesejáveis

A dermatologista Aneli-sa Lamberti chama aten-ção para os principais passos para quem deseja fazer intervenções como estas na pele. “Primeiro, é preciso saber se o or-ganismo está preparado – caso a pessoa apresente baixa imunidade, seja por-tadora de doenças autoi-munes, esteja no período gestacional ou em trata-

mento de quimioterapia, por exemplo, é preciso ter consciência de que não é recomendável colocar piercings e fazer tatua-

Em seguida, saber o local onde serão feitos os procedimentos é fun-damental. “É preciso ve-os procedimentos é fun-damental. “É preciso ve-os procedimentos é fun-

rificar a higiene do lu-gar, conferir se o espaço conta com a aprovação de órgãos fiscalizadores, se utiliza apenas instru-mentos esterilizados e se conta com profissionais habilitados”, completa.

Outro passo importante para ter uma tatuagem bonita por mais tempo é mantê-la sempre limpa. Por conta disso, é impor-

tante lavar o local com água fria ou morna, fa-zendo uso de um sabonete antisséptico ou neutro na região. “Deve-se utilizar a partir do dia seguinte à realização da tatuagem e manter os cuidados enquanto houver peque-nas crostas. Evitar água muito quente e banhos muito demorados. É im-muito quente e banhos muito demorados. É im-muito quente e banhos

portante ressaltar que a limpeza não deve ser realizada com bucha ou outros materiais ásperos que agridam mais a re-gião”, explica. Na sequ-ência, é necessário en-xugar bem o local com toalha macia. “O ideal é passar uma camada fina de pomada antibiótica, sempre com orientação médica”, aponta.

Para manter o piercing sempre limpo, basta lavar o local com sabonete antis-séptico, movendo suave-mente a peça e depois usar um spray antisséptico, ou soro fi siológico, duas ou três vezes ao dia, durante ao menos três meses.

Ao fazer curativo, no caso das tatuagens, é recomendado deixá-la protegida durante os três ou quatro primeiros dias. “Após esse período, o ideal é apenas passar uma po-mada antibiótica, sempre com orientação médica, até que o processo de cicatrização esteja com-pleto”, recomenda.

E, fi nalmente, para uma boa cicatrização, é preciso evitar exposição solar, ba-nhos de mar, piscina e sau-na, além do contato com areia ou terra nos primei-ros meses. “Não tocar no piercing sem necessidade e evitar peças pesadas que podem, com o tem-po, alargar o orifício ou mesmo rasgar a pele, são atitudes que devem ser levadas em consideração para obter um resultado satisfatório”, destaca.

CICATRIZAÇÃOPara uma melhor cica-trização da tatuagem, recomenda-se passar uma camada fina de pomada antibiótica, composta por sulfato de neomicina e baci-tracina zíncica para evitar inflamação

Tatuagens e piercings exigem muito cuidado

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014F2 Saúde e bem-estar

A equipe da MSF iniciou suas ativida-des na região, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia em 2011, momento em que milhões de haitianos, haviam che-gado aqui fugindo das difi culdades do seu país”

EditoraVera [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Você já deve ter ouvido falar nos Médicos Sem Fronteiras (MSF). Há mais de 40 anos eles prestam ajuda humanitária às vitimas de emergência em todo o mundo. Eles trabalham em 70 países, fi cam longe de suas famílias e doam seu tempo e trabalho para oferecer cuida-dos médicos a quem precisa, nos quatro cantos do planeta.

Eles prestam sua ajuda nos desastres naturais, confl itos armados, epidemias, doenças negligenciadas e a todos que são vítimas de exclusão do acesso à saúde.

A equipe é formada por mé-dicos, enfermeiros, farmacêu-ticos, psicólogos, entre outros. Além da formação superior, quem quer fazer parte desse time precisa ter 2 anos de expe-riência profi ssional e falar pelo menos um segundo idioma, que pode ser inglês ou francês.

Atualmente, cerca de 100 brasileiros trabalham nos pro-jetos em pelo menos 40 países. São 34 mil profi ssionais tra-balhando em diferentes luga-res do mundo. O processo de recrutamento é feito pelo site da organização.

Quando estão em ação, os profi ssionais fi cam hospedados nas residências das pessoas, que também trabalham na or-ganização. Todos recebem uma ajuda de custo para manter-se

no país e uma remuneração pelo serviço prestado no período em que estão nos projetos.

O trabalho mais recente rea-lizado no Brasil foi os haitianos que estavam chegando ao ter-ritório nacional por Tabatinga. A equipe da MSF iniciou suas atividades na região, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia em 2011, momento em que milhões de haitianos, haviam chegado aqui fugindo das difi culdades de um país, devastado por um terremoto, aguardavam um protocolo da Polícia Federal que lhes permi-tira sair da cidade e trabalhar. Enquanto aguardavam, grande parte vivia em condições extre-mamente precárias e com aces-so limitado a cuidados de saúde, sem qualquer assistência das autoridades locais, estaduais ou federais. Por que estamos nessa situação em pleno século 21, no qual há pessoas que têm medicamentos para todas as doenças, enquanto outras pessoas morrem desidratadas pela diarreia? Não é justo.

Em oito semanas MSF dis-tribuiu mais de 1,8 mil kits de higiene contendo itens como, escova e pasta de dente, sabão, balde e toalha, para facilitar a manutenção de condições mínimas de higiene e assim evitar a degradação do estado de saúde.

Ajudar o próximo é o que move esses homens e mulhe-res mundo afora. O serviço prestado pelo MSF depende quase que exclusivamente de doações privadas para garan-tir a independência da atuação são levar cuidados de saúde as pessoas que mais precisam sem interferências políticas, ideológicas ou religiosas.

Para aperfeiçoar a presta-ção de socorro, inicialmente uma equipe pequena é enviada ao local e faz um levantamento das condições. As informa-ções coletadas são utilizadas para traçar um plano de atua-ção. Em casos de emergência repentinos, como por exem-plo, um terremoto em que as necessidades são urgentes e extremas, a própria equipe de avaliação já começa a ofe-recer os cuidados iniciais à população afetada.

As principais necessidades encontradas pelas equipes são acomodação, alimento, itens de primeira necessi-dade, material de cozinha, além de cuidados de saúde primária e secundária.

Você também pode ajudar, seja como profi ssional ou como um dos doadores que apoiam o projeto: para se candidatar às vagas ou doações para o MSF, entre em contato pelo site: www.msf.org.br.

Nem sempre dá tempo de descascar e bater uma fruta, mas preparar uma polpa congelada leva menos do que cinco minutos e garante muitas vitaminas e minerais para o seu organismo. Sem conservantes e aditivos químicos, os saquinhos congelados são o que há de mais próximo da fruta natural e conservam plenamente o sabor da fruta ao natural. Escolha marca que tenha o selo de inspeção sanitária, com controle de qualidade.

Para preparar 2 copos de suco, bata no liquidifi cador 100 g de polpa congelada (do sabor de sua preferência) com 200 ml de água, adoçando, se preferir. É uma ex-celente alternativa para substituir os refrigerantes.

Faça do congelador a sua fruteira predileta

Nesse calor, um pudim bem gelado de manga e coco é uma opção saudável e refrescante. Para fi car ainda melhor, substitua os ovos por semente de chia e ado-çante no lugar do açúcar. Por conter muitas fi bras, a semente de chia torna-se um excelente emulsifi cante natural, capaz de reter água e gerar aquela “sensação de saciedade” combatendo a fome durante o dia. Muito consumida na dieta funcional, a chia possui fontes essen-ciais de vitaminas como por exemplo, o cálcio,o ômega 3, o magnésio, 15% de proteínas, 38 gramas de fi bras por cada 100 gramas e antioxidantes.Experimente fazer esta deliciosa receita refrescante e veja como pode ser gostoso ter uma vida saudável comendo um docinho.

Pudim de chia, a sobremesa saudável

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoDernando MonteiroGracycleide Drumond

Ética médica no ritmo do avanço da tecnologia

O século 19 fortaleceria a anatomia clínica que assentou as bases da atual forma-ção médica e a fi siologia, ampliando as respostas”

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa na França

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

As reconstruções da éti-ca médica, no século 19, se caracterizaram pelo esforço dos fi lósofos da ciência e juristas para acompanhar os extraordinários avanços da ciência e tecnologia aplica-dos ao diagnóstico e trata-mentos das doenças. Essa tendência está caracterizada: busca do agente etiológico de muitas doenças; utiliza-ção de equipamentos que po-dem alcançar onde os olhos desarmados não entendem; exames micrológico (célula e bactéria) e ultramicológi-co (molécula) de partes do corpo ou de doenças para fi rmar o diagnóstico clínico; reprodução nos laboratórios de reações físicas ou quími-cas que se passam no corpo; maior domínio das doenças infecciosas ligadas às epi-demias temidas (bacterianas: hanseníase, tuberculose, es-tafi lococcias, estreptococ-cias, malária, tifo, tétano) e (vírus: Aids, gripe aviária e outras viroses).

A medicina se acoplou às ideias evolucionistas de Char-les Darwin e, sem imaginar a grandeza da descoberta, em 1865, presenciou a publica-ção de Gregor Mendel, so-bre o cruzamento de ervilhas, inaugurarando o pensamento molecular, por mim entendido como o Terceiro Corte Episte-mológico da medicina.

Por todas essas razões, o século 19 fortaleceria a ana-tomia clínica que assentou as bases da atual formação mé-dica e a fi siologia, ampliando as respostas quanto aos diag-nósticos e tratamentos.

Ao mesmo tempo em que as ordens sociais compen-savam com elogios a medi-cina e os médicos com pelos inimagináveis progressos no controle de muitas do-enças infecciosas, as ideias políticas giravam em torno de seis vertentes, que nos anos seguintes proporciona-riam outras discussões na ética médica: humanismo de Feuerbach; evolucionismo de

Dawvin; individualismo ro-mântico de Chateaubriand; Manifesto de Marx e Engels; positivismo de Comte e o historicismo de Hegel.

O século 20 estruturado por transformações ainda mais complexas nas práticas mé-dicas, refl etiu do aumento da longevidade, que, em certos países, acrescentou mais de 20 anos na média de vida das populações.

O maior destaque, da se-gunda metade do século 20, a genética, a partir da des-coberta da cadeia espiralada do ADN, em 1953, por Wat-son e Crick, com todas as variáveis: estudo do genoma humano, inseminação arti-fi cial, antibióticos, métodos anticoncepcionais, métodos terapêuticos experimentais e novos saberes na virologia, imunologia, cancerologia, traumatologia, radioterapia, quimioterapia, vacinas, que forçaram outras mudanças e novas leituras dos códigos de ética médica.

Médicos Sem Fronteiras

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 F3Saúde e bem-estar

Pilates, a última palavra em saúde nas academias Preferência pela técnica tem aumentado por quem pratica como atividade física e quem busca formação na área

Crianças, jovens, adultos e idosos: to-dos podem praticar o método do pila-

tes. A técnica, que tem sido muito divulgada pela mídia, tem como principais bene-fícios o fortalecimento da musculatura corporal. Sua grande vantagem é ter os exercícios adaptados para cada pessoa e para quem não gosta do ambiente agitado das academias, é ideal, pois permite um corpo malhado sem “puxar ferro”.

De acordo com o fi siotera-peuta doutor Daniel Xavier, diretor-presidente Instituto Amazonense de Aprimora-mento de Ensino em Saúde (Iapes), em Manaus, a prefe-rência por essa técnica tem aumentado, tanto por quem quer praticar como atividade física, como para os novos profi ssionais que buscam for-mação na área.

De acordo com ele, nos jo-vens ele ajuda no crescimen-to, fazendo com que a postura não sofra grandes prejuízos, evita cifoses e escolioses que são muito comuns nessa ida-de. Os idosos também podem fazer pilates e os benefícios da atividade são muito im-portantes para a promoção

da qualidade de vida desses idosos, além de prevenir a osteoporose, proteger a es-trutura óssea e aliviar dores nas articulações.

Daniel Xavier explica que apesar de o pilates ter uma grande preferência de mu-lheres, a técnica não é uma atividade exclusivamente feminina. “Os exercícios e aparelhos se adaptam a diferentes níveis de condi-cionamento e pode desafiar muito a musculatura dos ho-mens. Ele fortalece os mús-culos abdominais e ajuda no controle e no equilíbrio do corpo”, disse.

O pilates é um método de condicionamento físi-co e mental que foi criado pelo alemão Joseph Pilates (1880-1967). De acordo com Daniel Xavier, no pilates, os músculos do abdômen e cos-tas são os mais exigidos, o que melhora a estabilidade do tronco e também alivia dores na lombar. Além disso, exercita também a respira-ção e fortalece o diafragma e o assoalho pélvico. Além disso são poucas repetições e ausência de desgaste físi-co. Ele foi desenvolvido para fortalecer, alongar e equili-brar o corpo sem causar ris-

cos à saúde, principalmente das articulações.

Daniel Xavier destaca que a procura por profi ssionais e academias de ginásticas aumenta a cada dia, po-rém, alguns cuidados devem ser observados para que o pilates não traga prejuízos para o organismo. “Um des-

ses cuidados é verifi car se o estabelecimento possui a estrutura adequada, turmas pequenas e principalmente verifi car se o profi ssional res-ponsável pelos exercícios é devidamente habilitado”.

ExercíciosA maioria dos exercícios é

feito na horizontal (deitado), seja no aparelho ou em solo. A diferença é que as aulas

com aparelho costumam ser individuais, onde as molas dos aparelhos adaptam os movimentos a cada corpo, sendo então indispensável para quem já tem alguma lesão ou alteração postural.

Qualidade de vidaNesta prática o aluno tem

total supervisão do profi s-sional. Já quando é realiza-do no solo, o pilates pode ser feito em grupo, e lembra muito o yoga, pois trabalha com exercícios de equilíbrio, respiração, fortalecimento e alongamento. Tudo isso é re-alizado tendo como base uma boa concentração. Portanto, a escolha só dependerá do gosto de cada um por cada forma de exercício. Seja no solo ou no aparelho, os resul-tados alcançados no pilates serão os mesmos.

Com todos estes benefí-cios que o pilates ofere-ce, é possível alcançar um corpo malhado, músculos fortes, boa postura, barriga defi nida e sequinha, melhor capacidade da respiração e melhor tolerância à correria da rotina. Ou seja, todos os benefícios que você precisa para alcançar uma ótima qualidade de vida.

ESTABILIDADENo pilates, os músculos do abdômen e costas são os mais exigidos, o que melhora a estabili-dade do tronco e tam-bém alivia dores na lom-bar. Além disso, exercita também a respiração e fortalece o diafragma

O pilates é uma atividade física benéfi ca para todas as idades e promove inúmeros benefícios para a saúde em quem o pratica. Veja abaixo alguns deles:

Benefícios para o corpo

1. Aumenta a resistência fí-sica e mental;

2. Melhora a coordenação motora;

3. Promove a saúde das arti-culações;

4. Alivia dores musculares;

5. Ajuda a melhorar a respi-ração e a flexibilidade;

6. Previne contra a osteo-porose;

7. Promove o relaxamento, o bem-estar e eleva a au-toestima;

8. Elimina toxinas e facilita a drenagem linfática;

9. Melhora a postura e a resistência muscular;

10. Expande a consciência corporal;

11. Ajuda no controle de peso;

12. Fortalece os músculos abdominais.

Instituto oferece atendimento gratuito de pilates para mulheres mastectomizadas

corpo de forma integrada e individualizada, melhorando a respiração, diminuindo o stress, desenvolvendo a cons-ciência e o equilíbrio corporal, melhora ainda a coordena-ção motora e a mobilida-de articular e proporciona também relaxamento.

Curso de Pilates O curso de Pilates oferecido

pelo Iapes serão três módulos: o primeiro em abril, o segundo nos dias 30, 31 de maio e 1º

de junho, e terceiro módulo dias 25, 26 e 27 de julho. A programação será realizada em 200h/aulas, dividido em três módulos de ensino teórico (100h) e por estágio obrigató-rio (100h). Os interessados no curso devem procurar a sede do Iapes, na rua Berlim,12, 3º andar, conjunto Campos Elíse-os, Planalto. Mais informações entrar em contatos nos tele-fones (92) 3238 2563/ 8425 6441ou pelo site: http://www.fi sioterapiamanaus.com.br.

O Instituto Amazonense de Aprimoramento de Ensino em Saúde (Iapes), em parceria com o Grupo de Apoio às mulheres Mastectomizadas do Amazonas (Gamma), estará oferecendo, em Manaus, atendimento gra-tuito de Pilates para mulheres mastectomizadas, aquelas que precisaram tirar parte ou um dos seios por conta do tratamento contra o câncer de mama.

O atendimento será feito por fi sioterapeutas e estudan-tes que participam do curso de Pilates oferecido pelo Iapes, no dias 25, 26 e 27 de abril, no Personalité Pilates, no Vieiral-ves em Manaus, ministrado pelo professor Bruno Stanislau, de Goiás, especialista na área.

Segundo o diretor-presidente do Iapes, o fi sioterapeuta doutor Daniel Xavier, as mulheres se-rão convidadas pelo Grupo de Apoio Às Mulheres Mastecto-

mizadas. Ele destaca que para as mulheres acometidas pelo

câncer de mama e submetidas a cirurgia para retirada do tumor, a reabilitação física é primordial para minimizar os efeitos da cirurgia, promover a indepen-dência funcional e melhorar a qualidade de vida.

Ele explica que a mulher sub-metida ao tratamento cirúrgi-co do câncer de mama terá que conviver com as mudanças de postura causadas pela retira-da do seio, como dor e restri-ção ao movimentar o ombro, inchaço do braço (linfedema) e a falta de sensibilidade na parte superior e interna do braço. Por isso, para elas, a fi sioterapia é fundamental.

“Após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova realidade de seu esquema corporal de-vido a importantes alterações que com frequência são gera-das pela dor, fraqueza muscu-lar e modifi cação na imagem corporal. Nesse sen-

tido, as técnicas do pilates ajudam a mulher a enfrentar as mudanças causadas pela retirada do seio”, disse.

Daniel Xavier destaca que o Pilates possui em sua composi-ção elementos que auxiliam na recuperação física da paciente, além de outros componentes terapêuticos. “Será uma gran-de troca de experiência, tanto para os alunos que estão apren-dendo mais sobre o pilates como para as mulheres, que estão nesse fase de recupe-ração”, destacou.

O método de condicionamen-to físico e mental foi criado pelo alemão Joseph Pilates (1880-1967). Os exercícios que aparentemente são suaves proporcio-nam o alonga-mento e a for-tifi cação do

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A prática promove bem-estar e qualidade de vida

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 F5

O parto humanizadoMétodo mais natural possível ao dar à luz traz muitas vantagens para a mãe e fi lho. Sem a necessidade do uso de anestesia e outros medicamentos, o parto humanizado dá maior conforto emocional e recuperação mais rápida

O Brasil lidera o ranking mundial das cesarianas – com quase 90% de

partos cirúrgicos nas mater-nidades particulares, contra o índice de 15% indicado pela Organização Mundial da Saú-de (OMS). No entanto, muitas mulheres estão indo na con-tramão dessa estatística ao optarem por ter um parto hu-manizado – que muitas vezes é normal e pode acontecer até dentro de casa.

O que a modelo Gisele Bündchen, a duquesa Kate Middleton, as atrizes Jessica Alba, Halle Berry e Naomi Watts, e as apresentadoras Fernanda Lima e Luciana Gimenez têm em comum? Além de serem lindas, todas optaram por ter seus fi lhos de parto humanizado, uma ma-neira mais natural de trazer um bebê ao mundo.

Nesse tipo de parto, as decisões da mulher são for-temente respeitadas e, nor-malmente, é feito da forma mais natural possível, com o mínimo de intervenções médicas, prezando pela se-

gurança da mãe e do bebê. “Parece obvio, mas não é. A equipe envolvida teria um papel de expectador, a mãe é a verdadeira protagonista do processo, sentindo-se li-vre para realizar o que for mais confortável para ela, além de escolher quem ela quer que a acompanhe nesse

momento”, explica a doula Renata Rivas.

InformaçãoAssim como as famosas, a

psicóloga Tatiana Amorim, 32, que está grávida de 7 meses e meio, também optou por esse tipo de parto para o nas-cimento de sua primeira fi lha, Analu. “Durante o pré-natal, a obstetra me perguntou se eu queria ter normal. Eu disse

que sim, mas depois fi quei me perguntando como seria, pois existem muitos mitos en-volvendo esse tipo de parto”, lembra Tatiana. No entanto, ao buscar mais informações, a certeza de que era isso mesmo que queria cresceu.

“Senti dor uma vez, e fui até a maternidade Dona Lindu. Chegando lá, conheci a sala de parto humanizado e conver-sei com algumas pessoas da equipe. Depois, conversei com uma amiga, que me falou sobre as doulas. Além disso, assisti ao fi lme ‘O Renascimento do Parto’ (ver box) e fi quei fasci-nada”, conta.

É preciso ressaltar, entre-tanto, que nem todo parto normal é, necessariamente, humanizado. Basta observar a lista de potenciais procedi-mentos que podem ser feitos em um parto normal, e não em um humanizado, para per-ceber a diferença: anestesia/analgesia; múltiplos exames vaginais; monitoramento per-manente dos batimentos car-díacos fetais e da contração uterina por meio eletrônico; posição fi xa e não anatômica da mãe durante o processo; jejum; o uso do soro e de me-dicamentos para controlar a

contração (para aumentar ou diminuir); episiotomia; uso de fórceps; manipulação do bebê (aspiração mecanizada de vias aéreas, entre outras); luz e ruídos excessivos; limitação de movimentação; “lavagem” intestinal; depilação da região genital. Por esses motivos e depois de tantas intervenções, fi ca difícil atribuir o adjetivo humanizado ao ato de dar à luz. Mas, o mais preocupante é que, em muitos hospitais, tais procedimentos se tornaram de rotina, independentemente de serem necessários ou não, e são realizados sem consulta prévia à grávida ou a seus familiares. Daí a tendência das mulheres exigirem um parto mais humanizado.

Os cuidados médicos, no entanto, não são deixados de lado. Isso porque, mesmo com a opção pelo parto humaniza-do, a grávida precisa fazer os exames de pré-natal, acom-panhar o desenvolvimento do bebê e saber se a sua saúde também está boa, pois só as-sim é possível realizar um parto sem intervenções.

Em muitos casos, as dou-las é que colaboram com a família durante o pré-parto, parto e pós-parto.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

SEGURANÇANesse tipo de parto, as decisões da mulher são fortemente respeitadas, normalmente da forma mais natural possível, com o mínimo de inter-venções médicas, pre-zando pela segurança da mãe e do bebê.

As doulas, explica Renata Rivas, podem atuar no pré-parto, parto e pós-parto. Desde 1996 os guias da Or-ganização Mundial de Saúde faziam referências diretas às doulas como profi ssionais que oferecem apoio físico e emo-cional às gestantes, tal apoio diminui consideravelmente a ansiedade e a sensação de ter tido um parto difícil.

“As doulas não substituem o médico, a enfermeira-obs-tetra, a parteira ou o acom-panhante, elas apenas somam ao nascimento, a equipe esco-lhida. Portanto, não executa procedimentos médicos, não cuida do recém-nascido nem faz qualquer tipo de exame, não é sua responsabilidade, assim como a tomada de qualquer decisão no processo do nascimento”, destaca. Ou seja, a doula é uma ajuda a parturiente, que cerca a mulher de cuidados e presta uma aju-da contínua e ininterrupta no processo, desde do início do trabalho de parto ou quando a grávida solicitar.

Essas profi ssionais traba-

lham de maneira diferente no atendimento da gestante, nas três etapas principais: pré-parto, parto e pós-parto. “Orientamos sobre a gesta-ção, parto e nascimento, mé-todos de alívio a serem utili-zados, complicações, dúvidas, e ainda conversamos sobre os cuidados com o recém-nasci-do, com o pai, tendo sempre a preocupação de respeitar todos os profi ssionais envol-vidos no pré-natal”.

Já no parto, ela pode oferecer apoio contínuo, tanto físico quanto emocional, ajuda a par-turiente a encontrar posições de conforto, propõe exercícios e métodos não-farmacológi-cos para alívio de dor, como massagens, banhos, compres-sas, dentre outros. “Também auxiliamos outros membros da família e torna o ambiente mais acolhedor possível”, diz Renata. Após o nascimento, a doula pode compartilhar sabe-res em relação aos cuidados com a mulher no resguardo e com o recém-nascido, retiran-do dúvidas de forma acolhedo-ra essa nova família.

O belo trabalho das doulas

Com a ajuda da doula, o pai também participa do momento, ajudando a mulher a se sentir mais confortável e segura

Tatiana Amorim espera que Analu nasça de parto humanizado

Em 2010, pela primeira vez, o percentual de cesarianas superou o de partos normais, atingindo 52% do número total de nascimentos do país (hoje, estima-se que esse nú-mero esteja em 56%, sendo quase 40% na rede pública e mais de 80% na rede priva-da). Em contrapartida, a OMS recomenda que essa taxa não ultrapasse 15%, sob o risco de graves consequências ma-ternas e perinatais.

Esse elevado índice de partos cirúrgicos está as-sociado não apenas à von-tade das mulheres, visto que pesquisas recentes de-monstram que a maior parte das mulheres desejam ter um parto normal, mas so-bretudo, a acomodidade de todo um sistema médico e fi nanceiro que rege o nasci-mento. Além disso, diversos mitos colaboram para que as mulheres não queiram ou não consigam ter os seus partos de uma maneira fi -siológica e natural.

Para agravar ainda mais a situação, em praticamen-te todos os partos vaginais ocorrem diversas interven-

ções perigosas, traumáticas e desnecessárias, demons-trando um grande descom-passo entre a prática mé-dica corrente e a medicina baseada nas mais recentes evidências científi cas.

O parto humanizado é um conceito de dar à luz da ma-neira mais natural possível.

De acordo com Renata Rivas, doula e educadora perinatal, estudos baseados em evi-dências científi cas mostram que ao optar por um método mais natural ao dar à luz, há a diminuição das taxas de cesarianas, duração do trabalho de parto, além de uso de oxitocina, forceps e

anestesia. “No pós-parto ver-fi cou-se uma um índice maior de sucesso na amamentação e menor incidência da depres-são pós-parto”, acrescenta.

Para desvendar os motivos que levam tantas mulheres a escolher a cesariana, o fi lme “O Renascimento do Parto”, lançado em 2013, retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo bra-sileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções desneces-sárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência.

Por meio dos relatos de al-guns dos maiores especialis-tas na área e das mais recentes descobertas científi cas, ques-tiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma refl e-xão acerca do novo paradigma deste século e sobre o futu-ro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específi cas de trabalho de parto. O fi lme pro-põe uma refl exão sobre os rumos que o nascimento está tomando no século 21.

A triste realidade nas telonas

Para dar todo o apoio que a gestante merece, as doulas passam por um for-te treinamento. “As doulas passam por um curso de formação, o qual a capacita para lidar melhor com o processo do parto. Além dele podem se especializar com técnicas não-farma-cológicas para controle de dor, como acupressão, acu-puntura, do-in, aromotera-pia e outras. Em Manaus, a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) rea-lizou um processo de se-leção recentemente para doulas na Escola Superior em Ciências da Saúde, em parceria com o Instituto da Mulher Dona Lindu. Um grande avanço para o atendimento humanizado ao parto da nossa cidade, todas fi camos felizes com a grande procura pelo curso de formação”, comemora Renata Rivas.

ExperiênciaAs doulas estão no parto

desde o início, como desta-

ca Renata. “O parto não é, na nossa espécie, um even-to solitário. Desde sem-pre as mulheres tiveram apoio de outras mulheres nos nascimentos, além das parteiras, que eram ver-dadeiras assistentes de parto. Eram experientes e capazes de trazer na cena do parto saberes que auxi-liavam nessa hora impor-tantíssima de transição da mulher para mãe. Também digo que a mulher não pre-cisa de doulas para parir, assim como ninguém, pois ela é capaz de fazer o par-to, mas quem pode contar com uma sabe o valor que poderá ter!”, completa.

Além disso, as futuras mamães podem, também, participar de aulas e grupos de apoio. “A cidade já tem alguns grupos disponíveis, outros se formando. Fun-damental é que haja essa busca, pois o parto é um evento único. Garantir a diminuição da violência no parto é um dever de todos”, completa a profi ssional.

Cursos e grupos de apoio

As doulas têm sem-pre a preocupação de respeitar todos os profi ssionais envolvi-dos no pré-natal

A CAUSAInfelizmente, nota-se hoje um grande desco-nhecimento da fisiolo-gia e das necessidades básicas de uma mulher em trabalho de parto, até mesmo entre os profissionais que aten-dem ao parto

Filme “O Renascimento do Parto” retrata a grave realidade obstétrica mundial e brasileira

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Page 5: Saúde - 20 de abril de 2014

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 F5

O parto humanizadoMétodo mais natural possível ao dar à luz traz muitas vantagens para a mãe e fi lho. Sem a necessidade do uso de anestesia e outros medicamentos, o parto humanizado dá maior conforto emocional e recuperação mais rápida

O Brasil lidera o ranking mundial das cesarianas – com quase 90% de

partos cirúrgicos nas mater-nidades particulares, contra o índice de 15% indicado pela Organização Mundial da Saú-de (OMS). No entanto, muitas mulheres estão indo na con-tramão dessa estatística ao optarem por ter um parto hu-manizado – que muitas vezes é normal e pode acontecer até dentro de casa.

O que a modelo Gisele Bündchen, a duquesa Kate Middleton, as atrizes Jessica Alba, Halle Berry e Naomi Watts, e as apresentadoras Fernanda Lima e Luciana Gimenez têm em comum? Além de serem lindas, todas optaram por ter seus fi lhos de parto humanizado, uma ma-neira mais natural de trazer um bebê ao mundo.

Nesse tipo de parto, as decisões da mulher são for-temente respeitadas e, nor-malmente, é feito da forma mais natural possível, com o mínimo de intervenções médicas, prezando pela se-

gurança da mãe e do bebê. “Parece obvio, mas não é. A equipe envolvida teria um papel de expectador, a mãe é a verdadeira protagonista do processo, sentindo-se li-vre para realizar o que for mais confortável para ela, além de escolher quem ela quer que a acompanhe nesse

momento”, explica a doula Renata Rivas.

InformaçãoAssim como as famosas, a

psicóloga Tatiana Amorim, 32, que está grávida de 7 meses e meio, também optou por esse tipo de parto para o nas-cimento de sua primeira fi lha, Analu. “Durante o pré-natal, a obstetra me perguntou se eu queria ter normal. Eu disse

que sim, mas depois fi quei me perguntando como seria, pois existem muitos mitos en-volvendo esse tipo de parto”, lembra Tatiana. No entanto, ao buscar mais informações, a certeza de que era isso mesmo que queria cresceu.

“Senti dor uma vez, e fui até a maternidade Dona Lindu. Chegando lá, conheci a sala de parto humanizado e conver-sei com algumas pessoas da equipe. Depois, conversei com uma amiga, que me falou sobre as doulas. Além disso, assisti ao fi lme ‘O Renascimento do Parto’ (ver box) e fi quei fasci-nada”, conta.

É preciso ressaltar, entre-tanto, que nem todo parto normal é, necessariamente, humanizado. Basta observar a lista de potenciais procedi-mentos que podem ser feitos em um parto normal, e não em um humanizado, para per-ceber a diferença: anestesia/analgesia; múltiplos exames vaginais; monitoramento per-manente dos batimentos car-díacos fetais e da contração uterina por meio eletrônico; posição fi xa e não anatômica da mãe durante o processo; jejum; o uso do soro e de me-dicamentos para controlar a

contração (para aumentar ou diminuir); episiotomia; uso de fórceps; manipulação do bebê (aspiração mecanizada de vias aéreas, entre outras); luz e ruídos excessivos; limitação de movimentação; “lavagem” intestinal; depilação da região genital. Por esses motivos e depois de tantas intervenções, fi ca difícil atribuir o adjetivo humanizado ao ato de dar à luz. Mas, o mais preocupante é que, em muitos hospitais, tais procedimentos se tornaram de rotina, independentemente de serem necessários ou não, e são realizados sem consulta prévia à grávida ou a seus familiares. Daí a tendência das mulheres exigirem um parto mais humanizado.

Os cuidados médicos, no entanto, não são deixados de lado. Isso porque, mesmo com a opção pelo parto humaniza-do, a grávida precisa fazer os exames de pré-natal, acom-panhar o desenvolvimento do bebê e saber se a sua saúde também está boa, pois só as-sim é possível realizar um parto sem intervenções.

Em muitos casos, as dou-las é que colaboram com a família durante o pré-parto, parto e pós-parto.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

SEGURANÇANesse tipo de parto, as decisões da mulher são fortemente respeitadas, normalmente da forma mais natural possível, com o mínimo de inter-venções médicas, pre-zando pela segurança da mãe e do bebê.

As doulas, explica Renata Rivas, podem atuar no pré-parto, parto e pós-parto. Desde 1996 os guias da Or-ganização Mundial de Saúde faziam referências diretas às doulas como profi ssionais que oferecem apoio físico e emo-cional às gestantes, tal apoio diminui consideravelmente a ansiedade e a sensação de ter tido um parto difícil.

“As doulas não substituem o médico, a enfermeira-obs-tetra, a parteira ou o acom-panhante, elas apenas somam ao nascimento, a equipe esco-lhida. Portanto, não executa procedimentos médicos, não cuida do recém-nascido nem faz qualquer tipo de exame, não é sua responsabilidade, assim como a tomada de qualquer decisão no processo do nascimento”, destaca. Ou seja, a doula é uma ajuda a parturiente, que cerca a mulher de cuidados e presta uma aju-da contínua e ininterrupta no processo, desde do início do trabalho de parto ou quando a grávida solicitar.

Essas profi ssionais traba-

lham de maneira diferente no atendimento da gestante, nas três etapas principais: pré-parto, parto e pós-parto. “Orientamos sobre a gesta-ção, parto e nascimento, mé-todos de alívio a serem utili-zados, complicações, dúvidas, e ainda conversamos sobre os cuidados com o recém-nasci-do, com o pai, tendo sempre a preocupação de respeitar todos os profi ssionais envol-vidos no pré-natal”.

Já no parto, ela pode oferecer apoio contínuo, tanto físico quanto emocional, ajuda a par-turiente a encontrar posições de conforto, propõe exercícios e métodos não-farmacológi-cos para alívio de dor, como massagens, banhos, compres-sas, dentre outros. “Também auxiliamos outros membros da família e torna o ambiente mais acolhedor possível”, diz Renata. Após o nascimento, a doula pode compartilhar sabe-res em relação aos cuidados com a mulher no resguardo e com o recém-nascido, retiran-do dúvidas de forma acolhedo-ra essa nova família.

O belo trabalho das doulas

Com a ajuda da doula, o pai também participa do momento, ajudando a mulher a se sentir mais confortável e segura

Tatiana Amorim espera que Analu nasça de parto humanizado

Em 2010, pela primeira vez, o percentual de cesarianas superou o de partos normais, atingindo 52% do número total de nascimentos do país (hoje, estima-se que esse nú-mero esteja em 56%, sendo quase 40% na rede pública e mais de 80% na rede priva-da). Em contrapartida, a OMS recomenda que essa taxa não ultrapasse 15%, sob o risco de graves consequências ma-ternas e perinatais.

Esse elevado índice de partos cirúrgicos está as-sociado não apenas à von-tade das mulheres, visto que pesquisas recentes de-monstram que a maior parte das mulheres desejam ter um parto normal, mas so-bretudo, a acomodidade de todo um sistema médico e fi nanceiro que rege o nasci-mento. Além disso, diversos mitos colaboram para que as mulheres não queiram ou não consigam ter os seus partos de uma maneira fi -siológica e natural.

Para agravar ainda mais a situação, em praticamen-te todos os partos vaginais ocorrem diversas interven-

ções perigosas, traumáticas e desnecessárias, demons-trando um grande descom-passo entre a prática mé-dica corrente e a medicina baseada nas mais recentes evidências científi cas.

O parto humanizado é um conceito de dar à luz da ma-neira mais natural possível.

De acordo com Renata Rivas, doula e educadora perinatal, estudos baseados em evi-dências científi cas mostram que ao optar por um método mais natural ao dar à luz, há a diminuição das taxas de cesarianas, duração do trabalho de parto, além de uso de oxitocina, forceps e

anestesia. “No pós-parto ver-fi cou-se uma um índice maior de sucesso na amamentação e menor incidência da depres-são pós-parto”, acrescenta.

Para desvendar os motivos que levam tantas mulheres a escolher a cesariana, o fi lme “O Renascimento do Parto”, lançado em 2013, retrata a grave realidade obstétrica mundial e sobretudo bra-sileira, que se caracteriza por um número alarmante de cesarianas ou de partos com intervenções desneces-sárias, em contraponto com o que é sabido e recomendado hoje pela ciência.

Por meio dos relatos de al-guns dos maiores especialis-tas na área e das mais recentes descobertas científi cas, ques-tiona-se o modelo obstétrico atual, promove-se uma refl e-xão acerca do novo paradigma deste século e sobre o futu-ro de uma civilização nascida sem os chamados “hormônios do amor”, liberados apenas em condições específi cas de trabalho de parto. O fi lme pro-põe uma refl exão sobre os rumos que o nascimento está tomando no século 21.

A triste realidade nas telonas

Para dar todo o apoio que a gestante merece, as doulas passam por um for-te treinamento. “As doulas passam por um curso de formação, o qual a capacita para lidar melhor com o processo do parto. Além dele podem se especializar com técnicas não-farma-cológicas para controle de dor, como acupressão, acu-puntura, do-in, aromotera-pia e outras. Em Manaus, a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) rea-lizou um processo de se-leção recentemente para doulas na Escola Superior em Ciências da Saúde, em parceria com o Instituto da Mulher Dona Lindu. Um grande avanço para o atendimento humanizado ao parto da nossa cidade, todas fi camos felizes com a grande procura pelo curso de formação”, comemora Renata Rivas.

ExperiênciaAs doulas estão no parto

desde o início, como desta-

ca Renata. “O parto não é, na nossa espécie, um even-to solitário. Desde sem-pre as mulheres tiveram apoio de outras mulheres nos nascimentos, além das parteiras, que eram ver-dadeiras assistentes de parto. Eram experientes e capazes de trazer na cena do parto saberes que auxi-liavam nessa hora impor-tantíssima de transição da mulher para mãe. Também digo que a mulher não pre-cisa de doulas para parir, assim como ninguém, pois ela é capaz de fazer o par-to, mas quem pode contar com uma sabe o valor que poderá ter!”, completa.

Além disso, as futuras mamães podem, também, participar de aulas e grupos de apoio. “A cidade já tem alguns grupos disponíveis, outros se formando. Fun-damental é que haja essa busca, pois o parto é um evento único. Garantir a diminuição da violência no parto é um dever de todos”, completa a profi ssional.

Cursos e grupos de apoio

As doulas têm sem-pre a preocupação de respeitar todos os profi ssionais envolvi-dos no pré-natal

A CAUSAInfelizmente, nota-se hoje um grande desco-nhecimento da fisiolo-gia e das necessidades básicas de uma mulher em trabalho de parto, até mesmo entre os profissionais que aten-dem ao parto

Filme “O Renascimento do Parto” retrata a grave realidade obstétrica mundial e brasileira

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MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014F6 Saúde e bem-estar

Tontura e vertigem tratadas com fi sioterapia vestibular A terapia quando bem aplicada pode dispensar o uso de medicamentos para aquelas pessoas que sofrem constantemente com os sintomas

Com poucos profi s-sionais na área de atuação voltada para Fisioterapia

Vestibular, Manaus recebeu no último fi m de semana o fi sioterapeuta carioca e professor da Bio Cursos, An-dré Luís Silva para ministrar o treinamento que explica que a terapia quando bem aplicada pode dispensar o uso de medicamentos para aquelas pessoas que sofrem constantemente com tontu-ras ou vertigens, sintomas tí-picos de labirintite. Segundo o especialista o controle da doença pode ser por meio da Fisioterapia Vestibular.

Para ele, a reabilitação vestibular, consiste em duas linhas de tratamento a pri-meira por meio da manobra manual e a segunda na rea-lização de exercícios que po-dem reduzir e até mesmo eli-

minar os sintomas de tontura e desequilíbrio associados a uma desordem no labirinto. “O sistema vestibular é um dos principais responsáveis pela orientação espacial e pelo equilíbrio corporal de uma pessoa, quando essa área apresenta problema, é possível realizar a terapia sem a necessidade de me-dicamento”, diz Silva.

Silva explica quando o labirinto apresenta alguma disfunção, seja ela metabó-lica, vascular, hormonal ou por traumatismos, essas in-formações (de movimento e visuais) serão decodifi cadas de maneira errada, o que vai desencadear o princi-pal sintoma do distúrbio do sistema vestibular, que é a tontura. “Depois de diag-nóstico feito por um mé-dico ou até mesmo por um fi sioterapeuta, a terapia é

indicada para estimular um fenômeno chamado neuro-plasticidade (ou plasticidade neural), que é a capacidade dos neurônios de se trans-formar e de se adaptar de acordo com as exigências do organismo” esclarece.

O fi sioterapeuta explica que são exercícios específi -cos, que envolvem os olhos, a cabeça e o corpo, feitos diariamente, que forçam o sistema a voltar a funcio-nar corretamente e, dessa forma, permitem que a pes-soa pare de ter tonturas ou vertigens. “Com a repetição dos exercícios, inicialmente, será provocado os sintomas iniciais da doença, porém com o passar das sessões o organismo é capaz de re-cuperar o equilíbrio de tal forma que ele volta a ter uma resposta adequada, afi rma André Luis.

É importante que o paciente comece

no consultório e depois continue os exercícios em casa

Os especialistas estimam que pelo menos 50% dos pa-cientes com alguma disfun-ção do labirinto têm indica-ção para fazer os exercícios de reabilitação.

Segundo Silva, é impor-tante que o paciente come-ce no consultório e depois continue os exercícios em casa. Sem treino, a terapia não tem efi cácia. Como te-rapia suplementar, não há dúvidas que é a melhor op-ção para os portadores de vestibulopatia, diz.

Os distúrbios do sistema vestibular podem se mani-festar de duas formas: com quadro crônico de tontura ou com crises vertiginosas. Existem vários fatores desen-cadeadores e que agravam o problema, entre eles o estres-se e a alimentação feita de

maneira inadequada.Para Ana Paula Bezerra,

de 32 anos, que está com sobrepeso sente com fre-quências tonturas, devido

à sua disfunção hormonal optou pelo tratamento de fi -sioterapia vestibular do que a ingestão de medicamento. “Com apenas uma sessão

me senti renovada, o alívio é quase imediato, após a manobra do especialista”, empolgou-se Ana Paula com resultado inesperado.

Silva esclarece que cada paciente tem uma resposta diferente, para alguns uma sessão é sufi ciente para outros o tratamento pode levar até três meses. “O diagnóstico da patologia é clínico, o que resulta na re-dução de espera por exames e isso, possibilita o trata-mento imediato do pacien-te”, explica e acrescenta que ainda este mês, será lançada em Porto Alegre, a primeira especialização em Fisiote-rapia Vestibular do Brasil, e assim a área de atuação pas-sa a ser uma especialidade reconhecida pelo Ministério da Educação.

Exercícios específi cos, feitos diariamente, forçam o sistema a voltar a funcionar direito

DIAGNÓSTICOOs distúrbios do siste-ma vestibular podem se manifestar de duas formas: com quadro crônico de tontura ou com crises vertigino-sas. O diagnóstico da patologia é clínico com tratamento imediato

Indicações e tratamento

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Page 7: Saúde - 20 de abril de 2014

MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014 F7Saúde e bem-estar

Não adianta polemizar, ela está entre os aparelhos mais soli-citados nas academias. Seja principiante ou aluno regular, a esteira é sempre utilizada entre um exercício e outro, principalmente para quem quer perder peso e ganhar resistên-cia cardiorespiratória.Algumas esteiras têm uma incli-nação que chega até 15 graus e sua velocidade pode variar de 8 km/h até 16 km/h, sendo ideal para fazer desde uma sim-ples caminhada até uma corri-da. Além disso, o equipamento possui amortecedores para não lesionar joelhos e coluna, por isso ela é muito benéfi ca para quem deseja praticar atividade física saudável sem se machucar.É bom fi car atento ao uso da esteira de acordo com o objetivo desejado. Exercícios realizados na esteira podem

apresentar resultados diferen-tes. O uso correto dos recursos de velocidade e inclinação per-mite queimar gordura, ganhar músculos e aperfeiçoar o con-dicionamento físico.A esteira tem vantagens ine-gáveis para quem gosta de caminhar ou correr e prefere a segurança da academia como o amortecimento de impacto, me-nor chance de acidente, maior comodidade e acompanhamen-to dos instrutores.Para que todos os benefícios da esteira façam efeito é pre-ciso fi car atento à respiração e postura, além de tomar cuidado com outros deslizes que muitos cometem na hora de correr. A esteira é sim sua principal alia-da na perca de peso dentro da academia, mas existem alguns macetes a serem usados para aumentar ainda mais a perca de

peso ao fazer seu treino. Ande ou corra na esteira depois do treino de musculação. O fato de você estar com o corpo traba-lhando faz com seu metabolismo esteja muito mais acelerado e vai acabar perdendo mais peso; faça um treino intercalado. Exis-te uma pesquisa que afi rma que quando o corpo atinge seu momento de explosão queima mais gordura. O ideal é intercalar entre caminhada rápida, corrida, e caminhada lenta.

Vantagens da esteira Veja quais são: Ganho de resistência – Ao fazer de 20 a 40 minutos de esteira todos os dias você acaba ganhando muita resistência. Se antes de começar a academia você não aguentava correr 3 qui-lômetros sem que a panturrilha doesse, com o treino na esteira

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Cálculo renal afeta mais os homens O problema é muito mais comum do que parece, afeta 15% dos homens e 8% das mulheres em todo o mundo

A ingestão de água previne uma das pio-res dores que um ser humano pode sentir:

a cólica renal. Conhecido po-pularmente como “pedra no rim”, o cálculo renal é formado devido a uma disfunção meta-bólica que faz com que algumas substâncias, como o cálcio, não sejam eliminadas naturalmen-te, acumulando-se no órgão e formando pedras que podem se alojar no rim ou ir para o canal da urina. O problema é muito comum e afeta 15% dos

homens e 8% das mulheres em todo o mundo, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia.

Segundo o urologista da rede de hospitais São Camilo de São Paulo, Adriano Cardoso Pinto, geralmente, o cálcu-lo é diagnosticado durante uma crise de cólica renal. “No hospital, o paciente recebe medicação para tratar os sin-tomas, como náusea e dor, e realiza exames para confi rmar a presença da pedra e verifi car o tamanho, localização e se há

infecção no rim”, explica.“O tratamento varia de acor-

do com o caso. Quando o cál-culo é pequeno, é possível uti-lizar medicações que ajudam a expulsá-lo do corpo. Para cálculos de maior tamanho, pode ser necessário realizar a litotripsia extracorpórea que, por meio de ondas de choque, fragmenta as pedras para que possam ser elimina-das gradativamente na urina, ou a endoscopia urinária, que utiliza o laser para a mesma fi nalidade”, detalha.

Conhecido como “pedra no rim”, o cálculo renal é formado devido a uma disfunção metabólica

De acordo com o especialista, as pessoas ainda têm muitas dúvi-das sobre o cálculo renal. Para informar a população sobre o assunto, o especialista esclarece 10 mitos e verdades:

A ingestão de água ajuda a prevenir o cálculo renalVERDADE. A ingestão de água ajuda a diluir as substâncias acumuladas no rim e, com isso, a prevenir a formação de pedras.

Chá de quebra-pedra dissol-ve os cálculos MITO. O chá de quebra-pedra (erva cientifi camente chama-

da de Phyllanthus) possui uma substância que promove o re-laxamento e ajuda a diminuir o acúmulo de cálcio no rim, mas não dissolve os cálculos já formados.

No verão, há um aumento no número de casos de cálculo renalVERDADE. Tanto no verão, quan-to em regiões mais quentes, como o nordeste do Brasil, há uma maior incidência de casos de cálculo renal. Isso acontece porque há uma perda maior de água por meio do suor, por exemplo, que deixa a urina mais concentrada e promove a forma-

ção de pedras.

Quem tem cálculo renal, sente dorMITO. O cálculo renal só causa dor quando obstrui a passagem da urina. Em alguns casos, não há nenhum sintoma.

A cólica renal é uma das piores dores que um ser humano pode sentirVERDADE. Os nervos do siste-ma urinário são compartilhados com outros órgãos, como estô-mago e intestino e isso faz com a dor se expanda pelo abdômen. Por isso, é comum, durante a cólica, o indivíduo ter náuseas,

vômito e diarreia.

Frutas e verduras com se-mentes podem ocasionar cálculosMITO. Não são as sementes que causam cálculos, mas determi-nados alimentos. Folhas verdes escuras, por exemplo, não têm sementes, mas são grandes cau-sadoras do problema.

Alimentos ricos em cálcio causam cálculosVERDADE. Os indivíduos que já têm uma predisposição ao acúmulo de cálcio no organismo devem evitar o consumo exage-rado da substância.

Quem já teve um quadro de cálculo renal, tem mais chances de voltar a desen-volver o problemaVERDADE. Quem já teve um quadro de cálculo renal, tem 50% mais chances de voltar a desenvolver o problema, nos pró-ximos três anos. Isso acontece porque, geralmente, o paciente não continua o acompanhamen-to médico e volta a acumular a substância que forma a pedra.

Cerveja ajuda a diluir o cálculoMITO. A cerveja não ajuda a diluir o cálculo, mas contribui com a eliminação da pedra. Por

ter 70% de água em sua formu-lação e ser diurética, a bebida acelera a micção e, assim, ajuda empurrar a pedra para fora do corpo. Porém, por ser uma bebida alcoólica, é preciso ser consumida com muita modera-ção. Além da cerveja, a ingestão de líquidos em geral promove o mesmo benefício.

Ingerir frutas cítricas ajuda a prevenir o cálculo renalVERDADE. Substâncias cítri-cas, como suco de laranja e limão, ajudam a dissolver o cálcio presente na urina, preve-nindo o acúmulo e a formação de pedras.

Entre mitos e verdades

15% dos homens e 8% das mulheres em todo o mundo

afeta O problema é muito mais comum do que parece, afeta

afeta

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Page 8: Saúde - 20 de abril de 2014

F8 MANAUS, DOMINGO, 20 DE ABRIL DE 2014Saúde e bem-estar

a depressãoTratamento também é recomendável para pacientes que são dependentes de drogas, pois ajuda o usuário a conter a fi ssura e reorganiza o funcionamento cerebral

A Estimulação Magné-tica Transcraniana é uma terapia com base na medição das

áreas do cérebro diretamente ligadas aos distúrbios que se-rão tratados e nas emissões de correntes eletromagnéti-cas no local, sem uso de anes-tesia ou sedação. O Conselho Federal de Medicina aprovou seu uso para tratamentos contra depressão e alucina-ções auditivas residuais po-rém existem pesquisas em andamento, com excelentes resultados, em patologias como Mal de Parkinson, dor crônica, transtorno ob-sessivo compulsivo, tinidos, transtorno bipolar, discine-sias, compulsões (jogo, sexo, drogas, compras, autofl age-lo), reabilitação após lesões do sistema nervoso central e Síndrome de Tourette.

O sucesso do tratamento está na qualificação do pro-fissional que vai determinar o número de sessões e a carga de estímulos. É ele quem define as áreas do cérebro que vão receber os estímulos eletromagnéticos e em que grau.

De forma rápida, o paciente (sem sedação ou outro tipo de anestesia) tem o cérebro medido e determina-se, nesta medição, os lugares onde ele vai receber os pulsos magné-ticos. Uma bobina (um apare-lho em forma de borboleta) é posicionada nesta região e ele recebe os pulsos. É como se estivessem tocando a sua cabeça de forma fi rme. Não tem dor, desconforto ou efeito colateral. O protocolo para de-pressão (tratamento aprova-do no Brasil pelo CFM) é de 4 a 6 semanas com cinco sessões por semana, com duração de até 35 minutos. Os pacien-tes permanecem acordados, reclinados numa cadeira rela-xante e podem interagir com o médico, caso necessário. Logo após a sessão não exis-te nenhum tipo de alteração

do estado de consciência e o paciente retorna às suas atividades normalmente.

Resultados potentesMas o interessante são os

resultados: pacientes que são refratários ao uso de anti-depressivos (não toleram os efeitos colaterais) já come-çam a sentir resultados leves nas primeiras cinco sessões. Ou seja, diminui o cansaço, a sensação de desânimo etc. Este tratamento é altamente indicado para mulheres grá-vidas, idosos e pessoas que não respondem ao tratamento convencional com drogas. E, dentre os que usam o medi-camento, existe a potencia-lização dos resultados. Além da máquina, a terapia exige um profi ssional altamente

qualifi cado para organizar o programa e saber exatamente em quais áreas do cérebro deve trabalhar

No Rio de Janeiro, o Neuro-health é o único Centro de Mé-todos Biológicos em Psiquia-tria a ter esta máquina. Com direção dos psiquiatras Julieta Guevara e Jiosef Fainberg, o Centro é pioneiro no uso do tratamento contra depressão e referência na técnica de EMT. Em São Paulo, desde de 2001 o Hospital das Clínicas já faz uso do aparelho para fi ns de estudos.

A drª Julieta Guevara tem uma certifi cação emitida pela Harvard Medical School para operar a máquina.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Novas armas contra

ESTÍMULOSSucesso do tratamen-to está na qualifi cação do profi ssional que vai determinar o número de sessões e a carga de estímulos. É ele quem de-fi ne as áreas do cérebro que vão receber os estí-mulos eletromagnéticos

A população feminina é mais suscetível à doença e a idade em que esta se ma-nifesta é acima dos 30 anos (média). Já idosos com mais de 65 anos, quando deprimi-dos, estão mais sujeitos ao suicídio. Outro fato curioso é que dependentes quími-cos, de álcool ou fumantes são potenciais pessoas com depressão que usam o ví-cio para mascarar a doença (alguns estudos compro-vam que estes vícios foram adquiridos depois da mani-festação da doença). Num estudo realizado na última

década, na Europa e Estados Unidos, mostrou que 50% dos pacientes viciados em cocaína adquiriram o há-bito para diminuir as dores da depressão ao passo que 20% dos viciados em álcool tiveram a mesma resposta. A depressão signifi ca a ausên-cia de algumas substâncias químicas no cérebro e, em alguns casos, a droga é o gatilho que ativa a liberação desta/destas substâncias. Outros estudos de cunho so-cial mostram que mulheres em áreas de vulnerabilidade social ou familiar estão mais

propensas a desenvolver de-pressão como em casos de maridos viciados etc. (casos de países como o Brasil onde até a instabilidade social pode afetar a saúde mental das pessoas).

Outro dado importante é que, em países como o nosso, a depressão é mal diagnosticada, o acesso aos tratamentos de saúde men-tal é difícil, muitas vezes o paciente tem depressão crônica e passa uma vida achando que é normal sen-tir-se assim. A OMS estima que cerca de mais de 120

milhões de pessoas tenham depressão ou vão ter em algum momento da vida. E enquanto outras áreas da medicina caminham para a cura das mais diversas doenças, a saúde mental ainda sofre estigma e é um assunto tabu.

O assunto é extremamente interessante se considerar-mos os resultados clínicos obtidos em pacientes com depressão e os números da doença no Brasil e no mundo. Estima-se que, em 2030, a depressão será a principal causa de invalidez.

Mulheres estão mais sujeitas às crises

Esse tratamento é altamente indicado para mulheres grávidas, idosos e pessoas que não respondem bem às terapias antigas

Pacientes que são refratários ao uso de antidepressivos já come-

çam a sentir resultados leves nas primeiras cinco sessões

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