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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 Gravidez e álcool não combinam Saúde e bem-estar F4 DIVULGAÇÃO O dilema da hora certa para constituir família Ao contrário de tempos antigos, quando as mulheres tinham filhos cedo, hoje elas adiam cada vez mais a hora J á não é novidade para ninguém que as mulhe- res estão optando por ter, primeiro, estudo, estabilidade financeira e uma carreira. Em consequ- ência disso, tornar-se mãe também acontece um pouco mais tarde. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Levan- tamento Estatísticas do Re- gistro Civil, divulgado em dezembro passado, mostra um número crescente de nascimentos para mães de 25 a 29 anos. Além disso, o número de mães em idade mais avançada também aumentou no país. A faixa de mães entre os 30 e 34 anos somavam 14,4% em 2002. Já em 2012, o nú- mero aumentou para 19%. Esse fenômeno está ligado à inserção da mulher no mercado de trabalho e ao maior acesso ao estudo nos últimos anos. Além disso, entre 2003 e 2012 o número de mulheres que engravidou entre 40 e 44 anos passou de 53.016 para 62.371, um aumento de 17,6% de acordo com le- vantamento do IBGE, o que para muitos especialistas é um processo irreversível, visto que são mudanças sociais que acontecem em todo o mundo. Ou seja, segundo o insti- tuto, o grupo de mães em idade mais avançada também aumen- ta no país. Em um recorte regional, os dados revelam que a gravidez tardia é ainda mais frequente no Sudeste (21,4%) e no Sul do país (20,7%). Casada há quase sete anos, a empresária gaú- cha Juliana Ramanzini está planejando o primeiro filho para o final deste ano. Ela diz que a decisão de ter um filho veio agora, prestes a completar 37 anos, porque queria ter estabilidade fi- nanceira. “O Rio de Janeiro é uma cidade muito cara. Tem que pensar em toda a logís- tica, ainda mais que a minha família está toda no Sul. Bem, a estabilidade ainda não veio, mas veio a idade. Vou fazer 37. Então, parei de racionalizar e vou seguir o coração”, revela. Em conversa com o ma- rido, Davi, o casal decidiu deixar para lá a “paranoia” de esperar a hora certa. “Pode ser que nunca venha a hora certa. Então, resol- vemos seguir o coração. Só não comecei a tentar ainda porque comecei com a loja e estou fazendo os exames. Mas, se a idade não pesas- se, talvez eu esperasse um pouco mais. É difícil essa pressão da idade, da saúde”, destaca a gaúcha. Os riscos de uma gravidez após os 35 anos aumentam. A principal preocupação dos médicos e futuras mamães é quanto ao risco mais ele- vado de gerar um bebê com problemas cromossômicos. As chances de isso ocorrer aumentam a cada ano que passa na vida fértil de uma mulher. É bom lembrar, contudo, que a maioria das mulheres desse grupo têm gestações normais e bebês saudáveis. Isso porque não é só a idade que conta, mas também a saúde em geral da mulher antes de engravidar – o que é uma ótima notícia, já que se trata de algo que é possível controlar. Além disso, já se sabe que mulheres mais velhas apresentam maior probabi- lidade de ter ou desenvolver certas complicações duran- te a gravidez, como diabete gestacional, pressão alta, pré-eclâmpsia e placenta prévia (baixo posicionamen- to da placenta no útero). Essas condições podem ter consequências sérias para a gestação e devem ser monitoradas bem de perto. Por isso é comum que ges- tantes com mais de 35 anos tenham intervalos menores entre as consultas com o obstetra. No entanto, não é só a saúde que pesa nessas horas. Dar conforto e tudo o que uma criança precisa também pesa na hora de planejar a família. Juliana diz que se sente preparada, mas que o tamanho da casa e outras despesas também contam. “Preparada eu me sinto. Não tenho nenhum receio. Pensamos em ir para um apartamento maior, mas a loucura dos aluguéis da Zona Sul do Rio pode nos fazer mudar para outra região da cidade. Eu queria poder ir para uma cidade menor, mais tranquila, mais segura... Mas, é o que temos para hoje. Fora que o Rio é surreal. Uma cre- che custa uma faculdade. É bizarro”, finaliza. MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO

Saúde - 29 de junho de 2014

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Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

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SaúdeCa

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o F

e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

Gravidez e álcool não combinamSaúde e bem-estar F4

DIVULGAÇ

ÃO

O dilema da hora certa para constituir família

Ao contrário de tempos antigos, quando as mulheres tinham fi lhos cedo, hoje elas adiam cada vez mais a hora

Já não é novidade para ninguém que as mulhe-res estão optando por ter, primeiro, estudo,

estabilidade fi nanceira e uma carreira. Em consequ-ência disso, tornar-se mãe também acontece um pouco mais tarde. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE), por meio do Levan-tamento Estatísticas do Re-gistro Civil, divulgado em dezembro passado, mostra um número crescente de nascimentos para mães de 25 a 29 anos. Além disso, o número de mães em idade

mais avançada também aumentou no país.

A faixa de mães entre os 30

e 34 anos somavam 14,4% em 2002. Já em 2012, o nú-mero aumentou para 19%. Esse fenômeno está ligado à inserção da mulher no mercado de trabalho e ao maior acesso ao estudo nos últimos anos.

Além disso, entre 2003 e 2012 o número de mulheres que engravidou entre 40 e 44 anos passou de 53.016 para 62.371, um aumento de 17,6% de acordo com le-vantamento do IBGE, o que para muitos especialistas é um processo irreversível, visto que são mudanças sociais que acontecem em todo o mundo. Ou seja, segundo o insti-tuto, o grupo de mães em idade m a i s

avançada também aumen-ta no país. Em um recorte regional, os dados revelam que a gravidez tardia é ainda mais frequente no Sudeste (21,4%) e no Sul do país (20,7%).

Casada há quase sete anos, a empresária gaú-cha Juliana Ramanzini está planejando o primeiro fi lho para o fi nal deste ano. Ela diz que a decisão de ter um fi lho veio agora, prestes a completar 37 anos, porque queria ter estabilidade fi -nanceira. “O Rio de Janeiro é uma cidade muito cara. Tem que pensar em toda a logís-

tica, ainda mais que a minha família

está toda no Sul.

Bem, a estabilidade ainda não veio, mas veio a idade. Vou fazer 37. Então, parei de racionalizar e vou seguir o coração”, revela.

Em conversa com o ma-rido, Davi, o casal decidiu deixar para lá a “paranoia” de esperar a hora certa. “Pode ser que nunca venha a hora certa. Então, resol-vemos seguir o coração. Só não comecei a tentar ainda porque comecei com a loja e estou fazendo os exames. Mas, se a idade não pesas-se, talvez eu esperasse um pouco mais. É difícil essa pressão da idade, da saúde”, destaca a gaúcha.

Os riscos de uma gravidez após os 35 anos aumentam. A principal preocupação dos médicos e futuras mamães é quanto ao risco mais ele-vado de gerar um bebê com problemas cromossômicos. As chances de isso ocorrer

aumentam a cada ano

que passa na vida fértil de uma mulher. É bom lembrar, contudo, que a maioria das mulheres desse grupo têm gestações normais e bebês saudáveis. Isso porque não é só a idade que conta, mas também a saúde em geral da mulher antes de engravidar – o que é uma ótima notícia, já que se trata de algo que é possível controlar.

Além disso, já se sabe que mulheres mais velhas apresentam maior probabi-lidade de ter ou desenvolver certas complicações duran-te a gravidez, como diabete gestacional, pressão alta, pré-eclâmpsia e placenta prévia (baixo posicionamen-to da placenta no útero). Essas condições podem ter consequências sérias para a gestação e devem ser monitoradas bem de perto. Por isso é comum que ges-tantes com mais de 35 anos tenham intervalos

menores entre as consultas com o obstetra.

No entanto, não é só a saúde que pesa nessas horas. Dar conforto e tudo o que uma criança precisa também pesa na hora de planejar a família. Juliana diz que se sente preparada, mas que o tamanho da casa e outras despesas também contam. “Preparada eu me sinto. Não tenho nenhum receio. Pensamos em ir para um apartamento maior, mas a loucura dos aluguéis da Zona Sul do Rio pode nos fazer mudar para outra região da cidade. Eu queria poder ir para uma cidade menor, mais tranquila, mais segura... Mas, é o que temos para hoje. Fora que o Rio é surreal. Uma cre-che custa uma faculdade. É bizarro”, fi naliza.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014F2 Saúde e bem-estar

A falta de prioridade para o exercício da medicina preventiva, na saúde pública e higiene, pres-siona desne-cessariamente o setor” Editora

Vera [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Usa-se o Estado como meio; o fi m é o ser humano, a base é o povo, o objetivo é a plena realização do Homem como indivíduo e como ser social.

O Brasil ocupa a 8ª colo-cação entre as maiores eco-nomias do mundo moderno. Na realidade, tais estatísticas estão mais relacionados à pro-dução industrial.

Entretanto, ao contrário do que acontece em ou-tras nações desenvolvidas, o povo brasileiro não foi contemplado em matéria de oferta de qualidade de vida aos seus cidadãos.

O crescimento desordenado acumulou uma dívida social, e os cidadãos que produzem a riqueza pouco recebem em troca. É preciso que o povo venha sentir feliz e seguro, com seu salário digno pela força do seu trabalho.

Hoje não podemos igno-rar uma qualidade de vida e cidadania sem uma boa alimentação, habitação, saú-de, educação, saneamento sanitário, transporte cole-tivo, emprego, segurança, liberdade e participação.

A falta de confi ança nas instituições e no desempe-nho dos políticos e das elites dirigentes gerou um gravís-simo clima de antagonismos nos segmento sociais que não se harmonizam.

Oitenta milhões de brasilei-

ros encontra em “estado de pobreza”, isto é, indigência, vivendo de programas de as-sistência governamentais, e dependem praticamente da caridade pública ou volta-se para atividades marginais. Precisamos urgentemente criar frentes de trabalho.

Os padrões mais criticá-veis encontrassem na área da política social, inefi caz e nesta, muito acentuadamente na área de saúde e sane-amento. As defi ciências no investimento nesses setores tem ocasionado o ressurgi-mento de doenças e endemias anteriormente controladas, atingindo duramente as po-pulações mais carentes.

É evidente que a otimiza-ção do impacto das inter-venções em saneamentos sobre a saúde da população está também condicionada a transformações estruturais e institucionais. Há um crônico distanciamento entre as po-líticas de saneamento e de saúde no Brasil.

A falta de prioridade para o exercício da medicina pre-ventiva, na saúde pública e higiene, pressiona desneces-sariamente o setor que tem sido mais aquinhoado, o da medicina curativa (hospita-lar). As estatísticas parecem indicar, ainda assim, defi ciên-cias da ordem de milhões de leitos hospitalares, em todo

o país destacadamente nas áreas metropolitanas.

Outro aspecto que destaca-mos é a necessidade de mu-dar a rotina do funcionamento comum dos serviços de saúde, que passarão da atitude pas-siva de esperar pelo doente, nem sempre resolvendo o seu problema para uma ação ativa com o intuito de antecipar-se a ele, interrompendo o curso do processo que leva à doença.

O Ministério da Saúde prio-riza a saúde da família como a principal estratégia para a reorganização da atenção básica. Uma dos principais desafi os da saúde da família é a necessidade de avançar na integridade e na resoluti-vidade da atenção.

Neste sentido, a participa-ção popular deve ser o espírito norteador das soluções e dos problemas. A falta de demo-cratização das informações não permite a participação da população na manutenção e no desenvolvimento das con-quistas. Tem sido frequente a denuncia sobre o descompas-so entre as ações de saúde e as ambientais e, mais politi-camente, entre as ações de saúde e de saneamento.

Finalizando, acreditamos em mudanças conectadas para o controle das doenças negligenciadas, relacionados a situações da pobreza e vul-nerabilidade social.

Crianças podem ir mal na escola devido ao peso. Se-gundo um estudo, desenvolvido pelas universidades dos Estados de Michigan, Georgia, Illinois, Texas e a faculdade Waseda, do Japão, crianças com excesso de gordura têm mais difi culdades em resolver problemas, além de serem mais lentas para pensar durante as aulas. Segundo o estudo, as crianças obesas são mais lentas para respon-der as questões, erram mais vezes e gastam ainda mais tempo para responder uma próxima pergunta quando erram a questão anterior. Segundo os especialistas, isto mostra a falta de desenvolvimento adequado do córtex pré-frontal, que comanda os pensamentos racionais, e o córtex cingulado anterior, que permite que as pessoas aprendam com os próprios erros.

Crianças obesas têm raciocínio mais lento

Adultos idosos que bebem chá-verde regularmente podem fi car mais ágeis e independentes do que seus contemporâ-neos com o passar do tempo, segundo um estudo japonês realizado com milhares de pessoas. O chá-verde contém quí-micos antioxidantes que ajudam a evitar os danos celulares que podem provocar doenças. Os pesquisadores estudaram o efeito do chá-verde em tudo, do colesterol ao risco de certos cânceres. Pelo novo estudo, os pesquisadores deci-diram examinar se bebedores de chá-verde têm um menor risco de fragilidade e incapacidade conforme envelhecem. E descobriram que os que beberam mais chá-verde eram os menos propensos a desenvolver “incapacidade funcional”, ou problemas com atividades diárias e necessidades básicas, como se vestir ou tomar banho.

Chá-verde pode fazer milagres pelos mais idosos

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoGracycleide DrumondLorena Lima

Historicidade da deontologia médica

A palavra deontologia ligada à prá-tica médica, em torno da ética e da mo-ral, apareceu primeiro em 1845, no Con-gresso Médico de Paris”

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Doutor Honoris Causa na França

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Saúde e saneamento

Na tese de doutorado do professor Derrien, defendida na Universidade de Paris, em 1955, intitulada “A éti-ca médica”, firmou relações conceituais da ética médica voltada ao benefício do ho-mem e da mulher.

O entendimento do eminen-te professor, ligado à virtude kantiana, as práticas médicas obrigatoriamente estariam atadas ao “bem”, ao “bom”, estreitando os vínculos das ações médicas, de modo geral, ao controle da dor e adiando os limites da vida. Dessa for-ma, é inadmissível pensar a Medicina como especialidade social para provocar a dor ou a morte. Essa vertente ligando a ética médica aos resulta-dos entendidos como “boas práticas”, gerando bem-estar ao doente, está presente na maior parte das abordagens teóricas referenciais.

Nesse sentido, é possível res-gatar relações do conhecimen-to historicamente acumulado

que ligam a ética médica à boa prática, entendidos pelo senso comum como bons resultados atados às ações que sempre devem trazer melhorias à vida pessoal e coletiva.

Esse conjunto normativo entre ética e moral culminou, na Grécia, com o aparecimen-to do conceito de deontologia (do gr. déontos, “o que é obri-gatório, necessário” + logia), que evoluiu para “o estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral”.

A palavra deontologia liga-da à prática médica, em torno da ética e da moral, apareceu pela primeira vez, em 1845, no Congresso Médico de Paris, no trabalho do médico M. Si-mon intitulado “Deontologia médica ou dever e direitos dos médicos no estado atual da civilização”.

De modo geral, os códigos de deontologia médica com-portam três fundamentos es-truturantes: respeito à vida e dignidade do doente; liberdade

do médico para exercer a pro-fi ssão, doente deve manter a liberdade de escolher o médico para dirigir o tratamento.

Essa plena liberdade dos médicos e dos doentes, ade-rida ao conjunto de explica-ções por meio dos “termos de consentimentos livres e es-clarecidos”, devem ser entre-gues aos doentes, para maior conhecimento da doença e tratamento proposto;

- O médico é responsável pelos seus atos entendidos como valores de competência amparada na ciência.

Algumas das maiores difi -culdades conceituais da de-ontologia médica têm sido estabelecer parâmetros para separar a má prática dos maus resultados, muitos secundários aos incontáveis vetores de in-certezas e variáveis que regem o funcionamento do corpo. Sob essa ótima, os conceitos e julgamentos das más práticas e maus resultados variam nos tempos e nas sociedades.

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 F3Saúde e bem-estar

Coisa de Mulher

Aproveitando as oportunidades Deixei para fazer essa colu-

na na última hora e o tempo me surpreendeu em um estado de espírito meio para baixo. Estou triste e, portanto, só saberei traduzir em palavras o que enche meu coração: uma certa melancolia pela brevida-de do nosso tempo aqui.

É certo que muitas pesso-as atualmente ultrapassam a barreira dos 100 anos. A expectativa de vida aumen-tou e os idosos de ontem são cidadãos de meia idade de hoje.

Mas o tempo é breve a despeito de quantos anos você viva, porque não é o tempo cor-rido no calendário que conta e sim a forma como vivemos a vida e encaramos os fatos.

Há quem viva muito em pou-co tempo e quem viva muito

sem viver nada. Nem sei se me fi z entender, mas posso tentar explicar.

Algumas pessoas passam por essa vida com pressa de viver intensamente tudo que têm direito. Amam com pai-xão, beijam com sofreguidão, declaram amor até a quem não merece, sofrem quando têm que sofrer, choram sem vergonha das lágrimas que deslizam pela face e riem de maneira escancarada quan-do estão felizes.

Moderação é palavra esque-cida no dicionário do cotidia-no. Para que impor amarras se a vida é breve?

Admiro essas pessoas, tal-vez porque eu mesma me po-licie em demasia quando meu íntimo grita continuamente por mais liberdade. Gostaria

de ser mais intensa em tudo, principalmente no amor, mas reconheço que o medo muitas vezes limita minhas ações. Para quê impor limites, não sei, mas imponho. Afi nal, nin-guém é perfeito.

No entanto, em alguns mo-mentos da vida ouso parar para uma ou outra refl exão sobre essa brevidade que nos ameaça constantemente de não ver o dia de amanhã.

Vivemos - e quando coloco dessa forma me incluo to-talmente - de uma maneira equivocada, como se o ama-nhã fosse uma certeza eterna. Dormimos e acordamos como se essa dádiva da vida fosse para sempre. Mas não é. E fa-tos da vida e do cotidiano nos surpreendem e nos mostram que estamos aqui apenas de

passagem, com tempo certo para ir embora. Para onde é uma outra questão que não vale a pena abordar aqui.

Quando nos deparamos com fatos que nos mostram que não somos eternos, a tendên-cia - pelo menos a minha - é repensar nosso modo de vida e comportamento.

Quantas vezes saímos de casa ou nos despedimos de nossos entes queridos sem um gesto de carinho? Como se tivessémos sempre a certeza que nos encontraremos nova-mente e que a oportunidade do carinho estará sempre ali, à nossa disposição.

Pode ser que sim, mas pode ser que não. A fatalidade da separação imprevista pode surgir e lá se foi a oportuni-dade que a vida nos concede

de fazer o melhor hoje, ago-ra, porque o amanhã é uma incógnita.

Oportunidades devem ser aproveitadas. Ouse, enfrente desafi os, faça mudanças, de-clare seu amor, faça carinho, abrace, beije, brigue, chore, ria, ame, mas viva o dia de hoje como se ele fosse úni-co, porque na verdade ele é. Ainda que você viva 100 anos, o dia de hoje não se repetirá, as oportunidades talvez voltem, mas nunca da mesma forma e do mesmo jeito, talvez nem voltem para as mesmas pessoas.

Desculpem a tristeza das linhas, mas a minha refl exão não podereia ser diferente no momento em que percebo que muitas oportunidades de mi-nha vida não voltarão.

[email protected]

Vera LimaEditora do Saúde

Ouse, enfrente desafi os, faça mu-danças, declare seu amor, faça carinho, abrace, beije, brigue, chore, ria, mas viva seu dia como se ele

fosse o último

O número de pessoas que apresenta dores nas costas cresce a cada dia, uma boa maneira de reduzir o incômodo é com uma atividade física

Dores nas costas? Invista na caminhada

Má postura no trabalho, horas sentado, seden-tarismo, enve-

lhecimento cronológico, as causas podem ser várias, mas os sintomas são mui-to semelhantes. A dor nas costas tem sido uma afl ição constante de boa parte da população e o problema atin-ge homens e mulheres de diferentes faixas etárias.

Mas o que fazer para pre-venir ou aliviar o apareci-mento de dores nas costas? De acordo com o fi siotera-peuta doutor Helder Mon-tenegro, especialista em coluna vertebral e criador da técnica reconstrução músculo-articular da colu-na vertebral, basta praticar caminhadas diariamente.

A caminhada é uma ati-vidade que não tem res-trição de idade, não exige habilidade, não custa nada e pode ser praticada a qual-quer momento do dia. “Para uma pessoa que não tem o

hábito de realizar nenhu-ma atividade física, apenas 30 minutos de caminhada três vezes na semana já traz benefícios tanto para a coluna, como melhora a circulação sanguínea e combate a osteoporose”,

indica o fi sioterapeuta.Além de prevenir dores nas

costas, a caminhada ajuda a combater dores nos jo-elhos e nas pernas. “Essa atividade ajuda a fortalecer os músculos abdominais e das costas que sustentam

a região cervical, prevenindo as lesões na região. Ou-tro benefício é que como aumentam a fl exibilidade e mobilidade das articulações, melhora a capacidade de co-ordenar os movimentos do corpo e, consequentemente, melhoram a postura”, apon-ta Montenegro.

Cuidado com lesõesContudo, é importante

ressaltar que, se pratica-da de forma incorreta, a caminhada pode contribuir para o surgimento de dores na região lombar. “Antes de iniciar a caminhada, deve-se realizar um alongamento por, no mínimo, 15 minu-tos, pois reduzem o risco de entorse articular ou lesão muscular, evitando proble-mas na coluna. Lembrando que, durante a prática da caminhada é preciso evitar passadas longas e pisadas muito fortes porque há o risco de queda e torções”, alerta o especialista.

PARA TODOSCaminhada é uma atividade que não tem restrição de idade, não exige habilidade, pode ser praticada a qualquer momento do dia e exige apenas 30 minutos três vezes na semana

Dicas para caminhar corretamente

• Evite caminhar com pesos nas per-nas, pois podem lesionar a coluna;

• Opte por um sapato confortável, neste caso o tênis, pois ajudam a amor-tecer o impacto da pisada no chão;

• Mova os quadris de forma natural, pois o movimento lateral, como se esti-vesse rebolando, pode ocasionar dores nas costas;

• Não inicie o exercício apostando em grandes distâncias. O ideal é começar com caminhadas de 30 minutos, três ve-zes por semana, em terrenos plenos;

• Mantenha-se hidratado. A inges-tão de água evita o aparecimento das câimbras durante a prática;

• Não caminhe em jejum. Faça refei-ções leves ou, se preferir, como frutas, fi bras ou derivados do leite, pois ajudam a evitar tonturas.

Invista na caminhada FOTOS: DIVULGAÇÃO

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 F5

Tolerância zero ao álcool na gravidezA exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves ao bebê,

ou surgir tardiamente

A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apre-senta diversas ma-nifestações, desde

alterações comportamen-tais até malformações con-gênitas neurológicas, cardí-acas e renais. Contabiliza, no mundo, de um a três casos por mil nascidos vivos.

No Brasil, não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre este tipo de dano. Entretanto, é impor-tante ressaltar que o melhor caminho é a prevenção. Não

há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engra-vidar deve optar por tolerân-cia zero à bebida alcoólica, conforme alerta Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-nascido da So-ciedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Não há nenhum estudo populacional no Brasil rela-tando a incidência de SAF em nosso meio. Há apenas estudos pontuais.

Há números sobre incidência desta síndrome em nossa população?

Qual a população de gestantes com risco elevado de dar à luz a uma criança com SAF?

A SAF completa apresenta uma tríade básica de alterações: um padrão típico de dismorfias faciais (fissura palpebral pequena, ptose palpebral, hemiface achatada, nariz antevertido, filtro nasal liso, lábio superior fino), que se associa à restrição de cresci-mento pré e/ou pós-natal e evidências de alterações estruturais e/ou funcionais do SNC (microcefalia, agenesia do corpo caloso e hipoplasia cerebelar,

além de outros sinais neurológicos) e retardo mental. Existe, ainda, a possibilidade de defeitos

congênitos cardíacos, deformidades do esqueleto e dos membros, anomalias anatômicas renais, alterações oftalmológicas, perda da audição e fenda labial ou do palato. É preciso salientar que para caso de SAF completa há dez casos de síndrome parcial ou incompleta, conhecida como espectro dos efeitos do álcool no feto (Fasd, na sigla em inglês).

Quais as características da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)?

Sim, crianças com SAF completa ou parcial podem apresentar: diminuição da capacidade de execução de tarefas, dificuldades de aprendizado, principalmente de matemática, déficit de recepção e expressão da linguagem e alterações comportamentais (personali-dade difícil, labilidade emocional, disfunção motora, pobre desempenho escolar e má interação social. Com frequência, na adolescência, apresentam problemas com a lei (delinquência) e abuso de álcool e drogas.

As crianças acometidas apresentam défi cit de aprendizado e de cognição?

Primeiramente, toman-do consciência do proble-ma. Promovendo educação das gestantes, puérperas e mães em geral, divulgan-do o tema em congressos médicos, produzindo e dis-tribuindo material em even-tos científicos, promovendo cursos, jornadas de capaci-tação para reconhecimento e condutas nestes casos voltados para equipes mul-tidisciplinares. E, principal-mente, não desistir.

Como os pediatras e os ginecologistas podem atuar juntos no combate à SAF?

Embora não se saiba exatamente qual é a dose de álcool que poderia causar dano fetal, evidências recentes sugerem que mesmo uma dose por semana pode estar associada a acometimento fetal. Alguns fatores, porém, devem ser considerados como de maior risco para lesão fetal: ingestão de grandes volumes de bebida alcoólica de uma só vez (conhecido na literatura internacional como “binge drinking”), o grau de dependência e gravidez prévia com filho anterior portador de SAF. Pesquisa recente, por meio de regressão logística, identifi-cou que beber no primeiro trimestre da gestação elevou a possibilidade do feto ser atingido e apresentar Fasd, em comparação aos fetos de mães não alcoolistas, em cerca de 12 vezes; beber no segundo e no terceiro trimes-tres, em 61 vezes; beber durante toda a gestação, em 65 vezes.

O risco de SAF é dose e/ou tempo dependente de consumo de álcool

pela mãe durante a gestação?

Alguns pontos devem ser salientados: o álcool não é galactagogo, mas ao contrário, provoca ligeira redução da produção de leite e, quando consumido pela mulher, é transferido para o leite por difusão passiva em 30 a 60 minutos após a ingestão. Pro-voca, no recém-nascido, sonolência ou irritabilidade, transpiração excessiva, fraqueza, ganho anormal de peso e diminuição do crescimento linear.

Quais os problemas que o consumo de álcool durante a amamentação

pode acarretar ao lactente?

Não. Uma vez que o feto seja acometido, as lesões são para toda a vida. Não há tratamento curativo, apenas de suporte.

As alterações da SAF são reversíveis?

O tratamento da dependência alcoólica durante a gestação é bastante complexo e exige atenção mul-tiprofi ssional. Contudo, cabe ao obstetra um papel chave, identifi cando as gestantes alcoolistas, promo-vendo intervenções motivacionais breves, atuando na educação da paciente e encaminhando para centros de referência para tratamento de dependentes.

Como tratar a dependência alcoólica na gestação?

Constituem fatores de risco para as gestantes que consumirem álcool e, por-tanto, terem fi lhos com SAF: gravidez na adolescência, baixo nível de esco-laridade, baixo nível socioeconômico, cohabitação com alcoolistas, uso de fumo e de drogas ilícitas, gestação não planejada, ausência de pré-natal.

A abstenção de álcool e uma alimentação regra-

da com frutas e legumes, só tende a benefi ciar a

mãe e o feto

Não. Não se conhece até o momento nenhum nível de ingestão de álcool abaixo do qual o feto estará protegido. Para o consumo de álcool durante a gravidez, ou para mu-lheres que desejem engravidar, a tolerância é zero.

Existe alguma tolerância para ingestão de bebidas alcoólicas durante a gestação?

Não se conhece até o momento nenhum nível de ingestão de álcool abaixo do qual o feto estará protegido

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F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 F5

Tolerância zero ao álcool na gravidezA exposição pré-natal a qualquer tipo e quantidade de bebida alcoólica pode acarretar problemas graves ao bebê,

ou surgir tardiamente

A Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) apre-senta diversas ma-nifestações, desde

alterações comportamen-tais até malformações con-gênitas neurológicas, cardí-acas e renais. Contabiliza, no mundo, de um a três casos por mil nascidos vivos.

No Brasil, não há dados oficiais do que ocorre de norte a sul sobre este tipo de dano. Entretanto, é impor-tante ressaltar que o melhor caminho é a prevenção. Não

há qualquer comprovação de uma quantidade segura de bebida alcoólica que proteja a criança de qualquer risco. Neste caso, a gestante ou a mulher que pretende engra-vidar deve optar por tolerân-cia zero à bebida alcoólica, conforme alerta Conceição Aparecida de Mattos Segre, coordenadora do Grupo de Prevenção dos Efeitos do Álcool na Gestante, no Feto e no Recém-nascido da So-ciedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

Não há nenhum estudo populacional no Brasil rela-tando a incidência de SAF em nosso meio. Há apenas estudos pontuais.

Há números sobre incidência desta síndrome em nossa população?

Qual a população de gestantes com risco elevado de dar à luz a uma criança com SAF?

A SAF completa apresenta uma tríade básica de alterações: um padrão típico de dismorfias faciais (fissura palpebral pequena, ptose palpebral, hemiface achatada, nariz antevertido, filtro nasal liso, lábio superior fino), que se associa à restrição de cresci-mento pré e/ou pós-natal e evidências de alterações estruturais e/ou funcionais do SNC (microcefalia, agenesia do corpo caloso e hipoplasia cerebelar,

além de outros sinais neurológicos) e retardo mental. Existe, ainda, a possibilidade de defeitos

congênitos cardíacos, deformidades do esqueleto e dos membros, anomalias anatômicas renais, alterações oftalmológicas, perda da audição e fenda labial ou do palato. É preciso salientar que para caso de SAF completa há dez casos de síndrome parcial ou incompleta, conhecida como espectro dos efeitos do álcool no feto (Fasd, na sigla em inglês).

Quais as características da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF)?

Sim, crianças com SAF completa ou parcial podem apresentar: diminuição da capacidade de execução de tarefas, dificuldades de aprendizado, principalmente de matemática, déficit de recepção e expressão da linguagem e alterações comportamentais (personali-dade difícil, labilidade emocional, disfunção motora, pobre desempenho escolar e má interação social. Com frequência, na adolescência, apresentam problemas com a lei (delinquência) e abuso de álcool e drogas.

As crianças acometidas apresentam défi cit de aprendizado e de cognição?

Primeiramente, toman-do consciência do proble-ma. Promovendo educação das gestantes, puérperas e mães em geral, divulgan-do o tema em congressos médicos, produzindo e dis-tribuindo material em even-tos científicos, promovendo cursos, jornadas de capaci-tação para reconhecimento e condutas nestes casos voltados para equipes mul-tidisciplinares. E, principal-mente, não desistir.

Como os pediatras e os ginecologistas podem atuar juntos no combate à SAF?

Embora não se saiba exatamente qual é a dose de álcool que poderia causar dano fetal, evidências recentes sugerem que mesmo uma dose por semana pode estar associada a acometimento fetal. Alguns fatores, porém, devem ser considerados como de maior risco para lesão fetal: ingestão de grandes volumes de bebida alcoólica de uma só vez (conhecido na literatura internacional como “binge drinking”), o grau de dependência e gravidez prévia com filho anterior portador de SAF. Pesquisa recente, por meio de regressão logística, identifi-cou que beber no primeiro trimestre da gestação elevou a possibilidade do feto ser atingido e apresentar Fasd, em comparação aos fetos de mães não alcoolistas, em cerca de 12 vezes; beber no segundo e no terceiro trimes-tres, em 61 vezes; beber durante toda a gestação, em 65 vezes.

O risco de SAF é dose e/ou tempo dependente de consumo de álcool

pela mãe durante a gestação?

Alguns pontos devem ser salientados: o álcool não é galactagogo, mas ao contrário, provoca ligeira redução da produção de leite e, quando consumido pela mulher, é transferido para o leite por difusão passiva em 30 a 60 minutos após a ingestão. Pro-voca, no recém-nascido, sonolência ou irritabilidade, transpiração excessiva, fraqueza, ganho anormal de peso e diminuição do crescimento linear.

Quais os problemas que o consumo de álcool durante a amamentação

pode acarretar ao lactente?

Não. Uma vez que o feto seja acometido, as lesões são para toda a vida. Não há tratamento curativo, apenas de suporte.

As alterações da SAF são reversíveis?

O tratamento da dependência alcoólica durante a gestação é bastante complexo e exige atenção mul-tiprofi ssional. Contudo, cabe ao obstetra um papel chave, identifi cando as gestantes alcoolistas, promo-vendo intervenções motivacionais breves, atuando na educação da paciente e encaminhando para centros de referência para tratamento de dependentes.

Como tratar a dependência alcoólica na gestação?

Constituem fatores de risco para as gestantes que consumirem álcool e, por-tanto, terem fi lhos com SAF: gravidez na adolescência, baixo nível de esco-laridade, baixo nível socioeconômico, cohabitação com alcoolistas, uso de fumo e de drogas ilícitas, gestação não planejada, ausência de pré-natal.

A abstenção de álcool e uma alimentação regra-

da com frutas e legumes, só tende a benefi ciar a

mãe e o feto

Não. Não se conhece até o momento nenhum nível de ingestão de álcool abaixo do qual o feto estará protegido. Para o consumo de álcool durante a gravidez, ou para mu-lheres que desejem engravidar, a tolerância é zero.

Existe alguma tolerância para ingestão de bebidas alcoólicas durante a gestação?

Não se conhece até o momento nenhum nível de ingestão de álcool abaixo do qual o feto estará protegido

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014F6 Saúde e bem-estar

Como evitar aarterioscleroseA facilidade de comer na rua, a rapidez dos fast foods e alguns hábitos alimentares errados podem ser danosos

Feijoada, macarronada coberta de molhos gordurosos, lazanhas, pizzas, sorvetes, do-

ces. Você costuma atentar aos ingredientes que coloca no prato todos os dias? Se a resposta for negativa, é bom

começar a fi car mais aten-ta ao que ingere. Uma má alimentação pode agravar no acúmulo de gordura nas paredes das artérias que, pro-vocando o seu entupi-mento e, por consequ-

ência, provocam a arteriosclerose.

Segundo o angiologista Ary Elwing, especialista em cirurgia vascular periférica e tratamento a laser, a doença pode afetar qualquer artéria do nosso organismo. “As mais comuns são a artéria aorta, que é o principal vaso do cor-po humano, as artérias coro-nárias, responsáveis pela ir-rigação do coração, artérias

cerebrais e as artérias peri-féricas, que mandam sangue para os membros inferiores e superiores”, descreve.

Mas não é apenas o acúmu-lo de gordura que acomete as artérias, o depósito de cálcio e outros elementos nas mesmas provoca o en-tupimento arterial. “Com essa obstrução da artéria, reduz a passagem de san-

gue para o coração. Des-sa forma, pode agravar na morte de uma parte ou de todo o órgão, agravando no infarto do miocárdio”, explica o angiologista.

Todavia, o bloqueio sanguí-neo para outros tecidos do corpo, pode resultar em mor-tes ou danos dos mesmos, agravando na incidência de derrame e até mesmo ataque cardíaco. “O histórico fami-liar, pessoas com diabetes, hipertensos e tabagistas são mais suscetíveis a terem a doença. Infelizmente, a arte-riosclerose se apresenta de forma silenciosa. Somente quando o fl uxo sanguíneo está reduzido em determina-da região do corpo é que pode provocar dores no coração”, alerta o doutor Elwing.

E a prevenção?De acordo com o especia-

lista, essa doença é mais corriqueira entre o público masculino e idoso com faixa etária entre 50 e 70 anos. “Entre as mulheres a ocor-rência é em menores pro-porções em decorrência de sua composição hormonal. Porém, isso não signifi ca que elas não corram riscos”, sa-lienta o angiologista.

ENTUPIMENTOA doença pode afetar qualquer artéria do nos-so organismo. As mais comuns são a artéria aorta, que é o principal vaso do corpo humano, as artérias coronárias, responsáveis pela irriga-ção do coração

• Evite o tabagismo, pois ele aumenta as chances de formação de coágulos nas artérias contribuindo para a incidência de arteriosclerose;

• Realize atividades físicas diariamente, pois impedem a formação de placas de gordura nas veias e beneficiam a pressão arterial. O ideal é realizar, no mínimo, 30 minutos de exercícios todos os dias;

• Evite alimentos industrializados, pois são ricos em sal e gorduras saturadas,sendo que ambos contribuem para o aumento do colesterol no sangue e, dessa forma, favorece o aparecimento de gorduras nas veias;

• Limite a quantidade de bebidas alcoólicas, já que elas aumentam os riscos de doenças vasculares. Isso porque elas elevam a gordura no sangue e agrava no aumento da pressão sanguínea;

• Consuma alimentos ricos em ômega 3, pois beneficiam a saúde do coração e são ricos em gorduras boas.

das artérias.Para prevenir o entupimento

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Uma má alimentação pode agravar no acúmulo de gordura nas paredes das artérias e provocar entupimento

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014 F7Saúde e bem-estar

Seja para emagrecer ou para definir a musculatura, mui-tos recorrem às academias para praticar musculação. De fato, praticando os exer-cícios de peso e com regula-ridade é possível adquirir um corpo invejável por homens e mulheres. Mas você sabia que quando os exercícios são praticados em posição ina-dequada pode causar dores nas costas?O médico neurocirurgião Paulo Porto de Melo (CRM 94.048), formado pela Uni-fesp e Colaborador do Depar-tamento de Neurocirurgia da Universidade de Saint Louis (Missouri- EUA), introdutor e pioneiro da neurocirurgia ro-bótica no Brasil, explica que qualquer deslize nos exercí-cios de força pode agravar no acometimento de lesões nas costas. “Essas lesões podem evoluir para os denominados abaulamentos discais, que é uma consequência da dege-

neração dos discos interver-tebrais da coluna”. Efeitos na colunaA princípio o praticante pode sentir leves dores na região lombar, que podem se irra-diar para outras partes do corpo como braços e pernas. “Nos programas de treinos é comum que os praticantes realizam movimentos repe-titivos com excesso de peso. Contudo, se a atividade for exercida erroneamente, pode causar um desgaste das car-tilagens da coluna vertebral, levando a problemas como hérnias de disco e modifica-ções nas curvaturas normais das costas”, descreve Melo.

AlinhamentoOutro problema é que a práti-ca incorreta dos movimentos de flexão e de torção da coluna podem evolucionar para es-pondilolisteses, que é quando acontece um deslizamento de determinada vértebra sobre

outra. “Todos os exercícios devem ser realizados com a coluna vertebral em alinha-mento para evitar as lesões. É importante que o treino seja acompanhado por um professor ou preparador fí-sico para que ele indique a melhor forma de praticá-lo, sugere o neurocirurgião.

Não ignore a dor!É importante ressaltar que o aparecimento de dores na região lombar após a práti-ca de atividades físicas não deve ser ignorado, pois é um sinal de que algo não vai bem na coluna. “Muitas vezes as lesões se agravam pela falta de diagnóstico precoce e devido tratamento. Se a dor permanecer por mais de três meses o ideal é bus-car um especialista e evitar a automedicação, pois elas atuam apenas diminuindo a intensidade das dores e não trata o problema devidamen-

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AÇÃO Faça os exercícios certos e evite dor

Os exercícios devem ser feitos com um acompanhamento

te”, alerta Paulo.

ProcedimentoExistem diversas técnicas minimamente invasivas para o tratamento das dores nas costas. Contudo, o procedi-mento será recomendado de acordo com o grau da lesão. “O tratamento deve iniciar o quanto antes para evitar danos maiores na coluna ver-tebral”, finaliza Melo.

Os teleangectasias, conhecido pelas mulheres como vasinhos, atingem 80% do público feminino e maior incômodo é estético

Vasinhos nas pernas: como prevenir e tratar

Que mulher não ficaria feliz de ver suas pernas lisinhas e poder exibi-las em um short ou saia sem a preocupação

de esconder os incômodos vasinhos com uma base? Pois é, o fato é que eles não se restringem às pernas e podem aparecer em outras par-tes do corpo, para desespero da maioria feminina.

O seu surgimento está asso-ciado a problemas na circulação venosa, além disso, ele pode ser desencadeado pelo sedenta-rismo, gravidez, predisposição genética e obesidade. A boa notícia é que os vasinhos

podem ser tratados. “Os teleangiecta-

sias costumam apa-recer em diferentes

locais do corpo: face, colo, seios, abdômen, costas, pernas e pés. Eles não interferem na circulação sanguínea e também não cau-sam problemas mais sérios de saúde. O principal descon-forto é mesmo es-tético”, afirma o doutor Fernan-

do Bacalhau, c i r u r g i ã o

vascular.

Segundo ele, boa parte das mulheres con-vive com os vasinhos, afinal, eles são indolo-res. Mas em alguns, eles podem apresentar sintomas, o que merece uma investigação. “Nos casos esporádicos, os teleangectasias podem apresentar ondulações azuladas nos tornozelos e pés, pequenas veias podem se romper provocando um sangramento ou até mesmo feridas. Se isso acontecer, procure o médico para que seja feito um diagnóstico”, explica o especialista.

Microvarizes ou teleangiectasias?Segundo o cirurgião Fernando Bacalhau, mui-

tas pessoas confunde teleangiectasias com as microvarizes. Mas existe uma grande diferença entre eles. “As microvarizes são pequenos vasos dilatados, tortuosos que medem de 2 e 5 mm. Na maioria das vezes está associada a varizes e aos vasinhos. Já a teleangiectasias são dila-tações de capilares, artérias ou veias menores do que 2 mm de calibre. Eles são conhecidos como “aranhas vasculares”, pelos vasos serem muito fino e fazer uma ramificação.

TratamentosOs teleangiectasias podem ser tratados

com uma técnica chamada escleroterapia. “O tratamento consiste num líquido que é injetado dentro dos vasinhos causando a destruição da camada mais interna, im-pedindo que o sangue circule pelos vasos. Lembrando que a técnica é minimamente invasiva”, ressalta o especialista.

A escleroterapia é realizada pelo cirur-gião vascular, que é o profissional mais indicado para dizer quais vasinhos devem ser tratados por esse método.

Cada paciente irá reagir de uma maneira, várias aplicações podem ser feitas. Na maioria dos casos, a escleroterapia elimina 50 a 80% dos vasinhos após algumas sessões.

Para os vasinhos de calibre maior e coloração azulada é necessário um tratamento cirúrgico. Para um melhor resultado, essas veias precisam ser removidas antes da escleroterapia.

O problema também pode ser tratado com laser. Porém, dependendo do caso,

o laser pode causar mais dor e tam-bém manchas na pele. Atualmente, o laser fica reservado para um tipo específico de vasinho.

Se você está incomodada com a presença dos vasinhos, consulte um cirurgião vascular para ini-

ciar um tratamento.

Apesar da questão estética, boa parte das mulheres convive com os vasinhos, afinal, eles são indolores

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AÇÃO

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F8 MANAUS, DOMINGO, 29 DE JUNHO DE 2014Saúde e bem-estar

Congelamento de óvulos e seus benefíciosQuem deseja ter fi lhos e precisa recorrer aos tratamentos artifi ciais deve conhecer um pouco mais sobre o procedimento

Mulheres que pre-tendem engravi-dar precisam fi car atentas ao seu re-

lógio biológico. Cientifi camente comprovado, é entre 25 e 30 anos o tempo mais propício para uma gravidez saudável, embora hoje as mulheres es-tendam esse prazo e muitas tenham optado por ter fi lhos em um período mais tardio, quando já estão com a vida profi ssio-nal equilibrada. Entretanto, a despeito de todos os avanços científi cos, é exatamente esse curto período entre os 25 e 30 anos, a fase mais favorável para engravidar, pois é o perí-odo mais fértil da mulher. Após essa faixa etária, a produção de óvulos vai diminuindo. Estudos apontam que aos 35 anos, a fertilidade feminina alcança a metade de chance apresentada aos 25 anos e, aos 40 anos, a possibilidade é a metade confi rmada aos 35 anos. “Por isso, a paciente que pretende engravidar após os 30 anos pode recorrer ao congelamento de óvulos”, diz o ginecologista Joji Ueno, doutor em medicina e responsável pelo setor de histeroscopia ambulatorial do hospital Sírio-Libanês.

O processoO especialista explica que o

congelamento de óvulos, tam-bém chamado de vitrifi cação, ocorre a partir do armazena-mento das células que, no futu-ro, poderão ser fertilizadas em laboratório. “A técnica consiste em estimular o ovário feminino por meio de medicamentos para que haja uma produção extra de óvulos que serão ser extraídos com o manuseio de uma agulha específi ca guiada por ultrasso-nografi a”, relata.

Os óvulos são tratados para que possam ser congelados, sendo que podem fi car arma-zenados por tempo indetermi-nado. “Esses óvulos fi cam em recipientes isolados termica-mente”, acrescenta. Ao decidir engravidar, a mulher pode so-licitar o descongelamento dos óvulos que, irão passar pelo processo de Fertilização In Vitro (FIV), ou seja, serão fertilizados em laboratório e, quando for confi rmada a formação dos em-briões, estes poderão ser depo-sitados no útero da paciente. “Vale ressaltar que a gravidez só é confi rmada após testes espe-cífi cos realizados após ser feita essa transferência. Portanto, o congelamento não é garantia de

que realmente irá ter um fi lho”, completa o ginecologista.

Estudos recentes apontam que apenas 10% dos óvulos são perdidos durante o processo de congelamento. O método foi aperfeiçoado nos últimos anos e oferece, em média, 40% de chance de a mulher engravidar. “O risco de aborto obedece à mesma orientação para a fertili-zação natural, ou seja, mulheres mais velhas têm risco maior”, pontua o especialista. Com re-lação ao risco de gestação múl-tipla, o médico sugere que uma forma de atenuar essa possibi-lidade é restringindo o número de embriões transferidos para o útero da paciente.

Vantagens Segundo Ueno, além das

mulheres que pretendem adiar a gravidez, o método também pode ser uma boa opção para as que serão submetidas a al-gum tipo de cirurgia em que parte do tecido ovariano será retirada; paciente com possi-bilidade de menopausa precoce ou até mulheres que terão de ser submetidas a tratamentos oncológicos, como quimiotera-pia ou radioterapia devido ao diagnóstico de câncer. Congelamento de óvulos, ou vitrifi cação, ocorre a partir do armazenamento das células

DIVULGAÇ

ÃO

Congelamento de óvulos Congelamento de óvulos Congelamento de óvulos

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