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Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1017 Coqueluche: como tratar e prevenir Saúde e bem-estar E4 A cura por meio da arte Canto, desenho, dança e várias outras formas de manifestação artística funcionam como terapia no tratamento de doenças P arafraseando o ilus- tre artista, músico autodidata e o famo- so professor criador do método de educação mu- sical, Edgar Willems, a educa- ção, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida, ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser como todos os estudos artísticos, e parti- cularmente, com a educação musical, que recorre à maio- ria das principais faculdades do ser humano. Indo ainda mais além, a pro- fessora de música, habilitada em canto e pós-graduada em psicopedagogia e psicomo- tricidade, Luci Anne Costa Rocha, defende que a música e a educação musical podem contribuir para a formação do caráter do indivíduo. Por meio do ensino se conquista muito mais do que amantes da mú- sica, investe-se em cidadãos, pessoas comprometidas com o bem-estar do próximo e com a coletividade, crianças disci- plinadas, concentradas, sen- síveis, atentas à necessidade do mundo ao seu redor. “A importância da educa- ção musical e instrumental na vida do ser humano é de valor imensurável, pois a música no processo do desenvolvimento da criança promove a parti- cipação total do ser humano dinâmico – sensorial, afetivo, mental e espiritual”, afirma a especialista. “Precisamos es- tar alerta a não confundirmos a educação musical com a instrumental, pois a musical adota princípios psicológicos e o instrumento a técnica motora”, completa. Para o maestro alemão, integrante da Amazonas Fi- larmônica desde 2005 e pro- fessor do grupo de percussão de sopro do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Wolfgan Ebert, a educação musical nos jovens, por exem- plo, previne o envolvimento com as ruas, drogas e com a violência. “O tempo que eles passam aqui estudan- do música e conhecendo o mundo por meio das notas musicais eles estão seguros, estão deixando de fazer coi- sas erradas para adquirir um conhecimento que pode se tornar um grande diferencial na vida”, destaca. Wolfgan lembra que nasceu em uma família de músicos e que foi esse envolvimento artístico que lhe propiciou conhecer várias cidades da Alemanha, além de viagens para a França, Espanha e, claro, para o Brasil. Com ape- nas 11 anos, o pequeno Vitor Lucas, segue os mesmos pas- sos do professor. Há apenas dois meses como aluno de orquestra de percussão, mes- mo instrumento toca- do pelo avô, Vitor diz que já sente melhorias na escola. “A atenção me- lhorou muito, me concentro melhor nas explicações da professora e a música me fez perceber que esse pode ser um hobby para a vida toda”, comenta. A música também foi absorvida pela área de saúde por meio da musicoterapia, pois a audição musical tem tido repercus- sões em diversos níveis fisiológi- cos, tais como respiração, ritmo car- díaco, hor- monal e outros. De acordo com a profes- sora de musicalização in- fantil do Cláudio Santoro, Emmely Holanda, o canto serve como tratamento complementar nos casos de autismo e dislexia. “De modo geral, contribui sig- nificativamente para co- ordenação motora, com a utilização da flauta doce, melhorando ainda para o aprimoramento da per- cepção melódica”, explica, reforçando que a musi- calização infantil é como se fosse a alfabetização da música. “É o início da percepção musical e de- pois dessa fase a criança está pronta para ingressar em qualquer outro tipo de instrumento”, completa. Vale lembrar, que toda criança está apta a re- ceber a iniciação musical devido seus efeitos tera- pêuticos, porque o som tem o poder de equilibrar e acalmar tensões. A músi- ca quando bem escolhida cria uma atmosfera pro- pícia a um sentimento de paz, tranquilidade, alegria e elevação. Experiências musicais têm compro- vado sua eficiência no comportamento huma- no. Durante o ensino da música podem ser iden- tificados conflitos exis- tentes nos indivíduos, não como uma atividade terapêutica, mas devi- do às atividades comuns que fazem com que seus problemas se manifes- tem espontaneamente. Desenhando novos caminhos “Desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio emocional, me- lhora da autoestima e da criatividade”, esses foram apenas alguns dos benefí- cios do desenho, enquan- to terapia, citados pela professora Rosemary Fer- nandes da Silva. Segundo ela, o desenho é indicado para casos de deficiência física, mental leve e autis- mo.“Dependendodasitua- ção a abordagem muda, tem casos de crianças que o desenho é o primeiro passo para aprender as letras e iniciar a educa- ção”, conclui. Primeiros passos e criatividade A música, quando bem selecionada é um elemento im- portante para ajudar a criança a resolver seus conflitos O envolvimento das crianças nas diversas manifestações da arte ajuda o desenvolvimento físico e psicológico FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK ALITA MENEZES Equipe EM TEMPO

Saúde - 30 de setembro de 2012

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Saúde - Cadeno de saúde e bem estrar do jornal Amazonas EM TEMPO

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e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012 [email protected] (92) 3090-1017

Coqueluche: como tratar e prevenir

Saúde e bem-estar E4

DIVULGAÇÃO

A cura por meio da arteCanto, desenho, dança e várias outras formas de manifestação artística funcionam como terapia no tratamento de doenças

Parafraseando o ilus-tre artista, músico autodidata e o famo-so professor criador

do método de educação mu-sical, Edgar Willems, a educa-ção, bem compreendida, não é apenas uma preparação para a vida, ela própria é uma manifestação permanente e harmoniosa da vida. Assim deveria ser como todos os estudos artísticos, e parti-cularmente, com a educação musical, que recorre à maio-ria das principais faculdades do ser humano.

Indo ainda mais além, a pro-fessora de música, habilitada em canto e pós-graduada em psicopedagogia e psicomo-tricidade, Luci Anne Costa Rocha, defende que a música e a educação musical podem contribuir para a formação do caráter do indivíduo. Por meio

do ensino se conquista muito mais do que amantes da mú-sica, investe-se em cidadãos, pessoas comprometidas com o bem-estar do próximo e com a coletividade, crianças disci-plinadas, concentradas, sen-síveis, atentas à necessidade do mundo ao seu redor.

“A importância da educa-ção musical e instrumental na vida do ser humano é de valor imensurável, pois a música no processo do desenvolvimento da criança promove a parti-cipação total do ser humano dinâmico – sensorial, afetivo, mental e espiritual”, afi rma a especialista. “Precisamos es-tar alerta a não confundirmos a educação musical com a instrumental, pois a musical adota princípios psicológicos e o instrumento a técnica motora”, completa.

Para o maestro alemão, integrante da Amazonas Fi-larmônica desde 2005 e pro-fessor do grupo de percussão

de sopro do Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, Wolfgan Ebert, a educação musical nos jovens, por exem-plo, previne o envolvimento com as ruas, drogas e com a violência. “O tempo que eles passam aqui estudan-do música e conhecendo o mundo por meio das notas musicais eles estão seguros, estão deixando de fazer coi-sas erradas para adquirir um conhecimento que pode se tornar um grande diferencial na vida”, destaca.

Wolfgan lembra que nasceu em uma família de músicos e que foi esse envolvimento artístico que lhe propiciou conhecer várias cidades da Alemanha, além de viagens para a França, Espanha e, claro, para o Brasil. Com ape-nas 11 anos, o pequeno Vitor Lucas, segue os mesmos pas-sos do professor. Há apenas dois meses como aluno de orquestra de percussão, mes-

mo instrumento toca-do pelo avô, Vitor diz que já sente melhorias na escola. “A atenção me-lhorou muito, me concentro melhor nas explicações da professora e a música me fez perceber que esse pode ser um hobby para a vida toda”, comenta.

A música também foi absorvida pela área de saúde por meio da musicoterapia, pois a audição musical tem tido repercus-sões em diversos níveis fi siológi-cos, tais como respiração, ritmo car-díaco, hor-monal e outros.

De acordo com a profes-sora de musicalização in-fantil do Cláudio Santoro, Emmely Holanda, o canto serve como tratamento complementar nos casos de autismo e dislexia. “De modo geral, contribui sig-nifi cativamente para co-ordenação motora, com a utilização da fl auta doce, melhorando ainda para o aprimoramento da per-cepção melódica”, explica, reforçando que a musi-calização infantil é como se fosse a alfabetização da música. “É o início da percepção musical e de-pois dessa fase a criança está pronta para ingressar em qualquer outro tipo de instrumento”, completa.

Vale lembrar, que toda

criança está apta a re-ceber a iniciação musical devido seus efeitos tera-pêuticos, porque o som tem o poder de equilibrar e acalmar tensões. A músi-ca quando bem escolhida cria uma atmosfera pro-pícia a um sentimento de paz, tranquilidade, alegria e elevação. Experiências musicais têm compro-vado sua eficiência no comportamento huma-no. Durante o ensino da música podem ser iden-tificados conflitos exis-tentes nos indivíduos, não como uma atividade terapêutica, mas devi-do às atividades comuns que fazem com que seus problemas se manifes-tem espontaneamente.

Desenhando novos caminhos

“Desenvolvimento da coordenação motora, equilíbrio emocional, me-lhora da autoestima e da criatividade”, esses foram apenas alguns dos benefí-cios do desenho, enquan-to terapia, citados pela professora Rosemary Fer-nandes da Silva. Segundo ela, o desenho é indicado para casos de defi ciência física, mental leve e autis-mo. “Dependendo da situa-ção a abordagem muda, tem casos de crianças que o desenho é o primeiro passo para aprender as letras e iniciar a educa-ção”, conclui.

Primeiros passos e criatividade

A música, quando bem selecionada é um elemento im-portante para ajudar a criança a resolver seus confl itos

O envolvimento das crianças nas diversas manifestações da arte ajuda o desenvolvimento físico e psicológico

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012F2 Saúde e bem-estar

Renomados pesquisadores so-ciais, no Brasil, proporcionaram muitos avanços para consolidar a estreita ligação das ciências sociais à medicina, buscando explicações para os componen-tes não biológicos do binômio saúde-doença.

A descrição de Engels das condições de trabalho e da saú-de dos operários ingleses, em 1844, representa o divisor de águas do quanto é importante compreender a realidade social e as condições de trabalho.

Não existe qualquer dúvida de que a industrialização desorde-nada com desmonte do ecossis-tema e o descaso pelas normas elementares de respeito à vida humana levará a todos, ricos e pobres, para o mesmo buraco.

Em 1910, o famoso Relatório Flexner sobre as 150 faculdades de medicina, nos Estados Unidos, seguido, dois anos depois, pelo segundo relatório, que descreveu os cursos médicos da França, Inglaterra, Alemanha e Áustria, selaram o destino da nova meto-dologia do ensino da medicina.

Entre as consequências dos Relatórios Flexner, passou a ser considerado exclusivamente

como verdadeiro e produtor de saúde as relações científi cas vin-das da ciência e tecnologia. Tudo apoiado no pressuposto de que a utilização de aparelhos para intermediar a ação médica seria responsável, em futuro muito pró-ximo, pela melhoria das condições de saúde do homem.

Os anos que se seguiram mos-traram exatamente o contrário: o aumento da longevidade não está atreladao à tecnologia mé-dico industrial e a supermedica-lização, mas às medidas básicas de saneamento, moradia, edu-cação, trabalho e lazer.

Os Relatórios Flexner contri-buíram eficazmente para a atual situação de descalabro em que se encontra a prática médica na atualidade. Os abusos dos medicamentos e das tecnolo-gias passaram a ser utilizados como suporte indispensável ao exercício da medicina.

O processo de industrializa-ção acelerado do pós-guerra, nos anos 1950 fincou a ação dos poderosos grupos econômicos defensores do lucro a qualquer preço, especialmente, ligados à venda da parafernália mé-dico-hospitalar desnecessária

e predatória à saúde pública. Essa inquestionável realidade impediu, de diferentes manei-ras, que as universidades discu-tissem plenamente as relações sociais da medicina. Assim foi mantida fora das salas de aula a clara causalidade entre a es-trutura social e doença.

O início da mudança se concre-tizou na análise dos indicadores de saúde dos países industriali-zados: a saúde não está ligada à tecnologia do aparelho médi-co-hospitalar, mas à educação, saneamento básico, condições de trabalho e laser:

- A escola de Chicago centra-lizou as atenções, a partir de 1939, com as análises psiquiá-tricas encontradas entre os ope-rários das periferias urbanas. As conclusões se voltaram de modo incisivo para a associação entre as doenças encontradas e as bruscas mudanças ocorridas na urbanização pós-industrial;

- A medicina fundamentada no consumo tecnológico come-çou a sofrer severas crítica, a partir dos anos 1960, por meio de estatísticas mostrando que a supermedicalização em nada contribuía à melhoria da vida.

à

Tecnologias, saúde e doença

João Bosco [email protected]

João Bosco Botelho

João BoscoDoutor

Honoris Causa na

França

EditoraVera [email protected]

RepórterAlita MenezesWandilson Prata

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

Os Relató-rios Flexner contribuíram eficazmente para a situa-ção de desca-labro em que se encontra a prática médi-ca na atuali-dade”

É de responsabilidade da área de saúde a fi scalização sanitá-ria, que inclui a observância das condições do produto fi nal que chega à mesa do cidadão con-tribuinte, desde a matéria-prima até o consumo, passando pelo processamento: transporte, ar-mazenamento e distribuição.

A inspeção sanitária é um avan-ço na história da saúde humana e também contribui para a conser-vação da espécie. As condições de alimentação e os hábitos alimen-tares, mutantes no decorrer dos séculos, evoluíram paralelamente com o avanço da medicina à medida que o homem descobriu que a higiene e a qualidade do alimento consumido eram fatores fundamentais para a manutenção da sua saúde.

À vista da necessidade, da im-portância e do interesse, faz-se necessário mais vigor nas ações sanitárias. O amazonense está comendo na rua e, consequen-temente, deve estar ingerindo muita coisa estragada. Levam com eles doenças as quais não sabe sequer atribuir as causas. É preciso que uma vigilância rígida se torne rotineira. Os tempos são difíceis e a necessidade de sobreviver favorece a ação de fabricantes de alimentos sem os devidos cuidados de higiene e

também a inconsciência por parte de elementos inescrupulosos.

A vigilância sanitária de ali-mentos não deve se ater a esse problema, uma vez que são mui-tos os produtos relacionados com a saúde. Devem estar incluídos num contexto em que a vigilância sanitária dos produtos englobe produtos farmacêuticos, cosmé-ticos, saneantes, desinfetantes, inseticidas para uso doméstico, agrotóxico e correlato.

Além do mais a vigilância sani-tária deve operar também no sa-neamento ambiental e doméstico, assim como sobre as condições de sanidade das habitações dos ambientes de trabalho e dos lo-gradouros públicos.

A questão da saúde, todavia, envolve a fi scalização e a inspeção sanitária de maneira que intoxi-cações alimentares, por exemplo, não se tornem manchete na im-prensa, por falta de ação enérgi-ca de fi scalização, para coibir a prática errônea de manipulação de alimentos, criação de animais para abate ou algum outro tipo de risco a que se possa expor o cidadão em busca da manutenção de sua saúde.

Essas questões adquirem re-levância no debate atual a res-peito da mudança do modelo de atenção e requerem abertura

de pensamento em saúde para abranger as noções aplicadas de risco, qualidade em saúde, segurança sanitária, regulação e vigilância sanitária como prote-ção e promoção da saúde.

A informação em interação com a comunicação social, ainda pou-co utilizada na área, tem um papel determinante na construção de uma consciência sanitária, para autodefesa dos cidadãos.

Assim deve ser iniciada a cons-cientização com referência à vigilância, não na forma de um ente abstrato, fiscalizador po-licialesco e punidor, mas sim, um corpo presente com feição própria, educador em termos de saúde pública e normalizador visando à defesa e proteção da comunidade com desenvol-vimento de programas continu-ados da divulgação e orientação do consumidor, do produtor e do prestador de serviço.

Os investimentos no setor devem ser direcionados para ampliação de seu quadro de fiscais nesta área incluindo me-lhores condições do trabalho, extensivos à educação e cons-cientização da população, para que a proteção e a defesa da saúde sejam resolvidas. Espera-mos que seja um compromisso do próximo prefeito eleito.

Informação em vigilância sanitária

A inspeção sanitária é um avanço na história da saúde humana e também con-tribui para a conservação da espécie”

A vitamina B12 tem um papel positivo no combate aos sintomas da depressão. Mas para os idosos, a vitamina desempenha um papel ainda mais marcante. Um estudo realizado pelo Departamento de Fisiologia, Anatomia e Genética da Universidade de Oxford (GB), comprovou que os idosos que apresentam altos níveis de vitamina B12 são seis vezes menos propensos a apresentar diminuição no volume do cérebro. Portanto, a B12 protege contra o que podemos chamar de “enco-lhimento” do órgão típico do envelhecimento, que leva à redução de certas funções cognitivas, como perda da memória. Uma boa fonte é o bife de fígado cozido.

Vitamina B12 é excelente para o coração do idoso

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Humberto Figliuolo

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Essa fruta, típica da Região Sul, costuma enganar à primeira vista. É que, por ser muito suculenta, todo mundo pensa que é extremamente calórica. Na verdade, o caqui contém 80% de água! As fi bras e os minerais, como cálcio e ferro, respondem pelo restante da composição. Resultado: faz o intestino trabalhar, deixa os ossos fortes e auxilia na produção de glóbulos vermelhos, as células vermelhas do sangue que levam o oxigênio até os órgãos e tecidos. Assim como o morango e a framboesa, ele também é fonte de licopeno, que protege a próstata.

Caqui é rico em fi bras e auxilia o intestino

DiagramaçãoMarcelo RobertWeiner Auzier

RevisãoAntônio FonsecaDernando Monteiro Joyce Tino

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MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012 F3Saúde e bem-estar

Muito se tem falado por aqui sobre relacionamentos e tenho recebido vários e-mails de solteiras que se dizem bas-tante satisfeitas com o seu status e pouco interessadas em manter um relacionamen-to estável. Segundo a maioria, vale a pena ser solteira quan-do se tem um bom emprego, uma boa situação financeira e quando a autoestima está em alta. Com certeza!

Pesquisas recentes revela-ram essa realidade de maneira esmagadora. As pessoas hoje, tanto homens quanto mulhe-res, estão adiando cada vez mais o compromisso conjugal e a consequente formação de uma família. O que se percebe é que os filhos solteiros – filhas também – permanecem na casa dos pais até uma idade em que antes já era quase certo o casamento e um bando de filhos grudados ao redor das pernas dos genitores.

Isso não quer dizer que as pessoas estejam optan-do pela solteirice, apenas que estão investindo mais na carreira profissional e deixando o casamento para um segundo momento da vida, quando já encontraram a estabilidade financeira.

Vejo isso como um sinal de maturidade, embora ainda me espante com o número de mulheres que estão de fato e de direito sozinhas. Parece que as novas gerações têm receio de se comprometer e inventaram esse negócio de “ficar” porque isso exime os parceiros de responsabilida-des. Nada contra, mas acho que na minha época se na-morava mais e melhor.

Sem querer apelar para o

Coisa de [email protected]

Ninguém é uma ilha VERA LIMA

falso romantismo – e já ape-lando – insisto em que no meu tempo era muito bom namorar, paquerar, ser cor-tejada e depois seguir todos os trâmites que normalmen-te levam ao casamento. Vejo com satisfação alguns casais jovens que seguem esse ca-minho, mas também observo que a maioria não consegue manter um relacionamento estável por muito tempo.

Não sei se é sinal dos tem-pos ou se é consequência da modernidade, mas vejo com espanto que os casamentos hoje são muito mais transitó-rios. É um tal de casa, descasa, casa, descasa, que ninguém mais se espanta quando o jovem casal que gastou hor-rores para unir suas vidas no altar de repente, não mais que de repente, se separa e parte para carreiras-solo.

O meu romantismo sobre-

vive aos novos tempos e sou fã de romances que terminam com o final feliz. Fui criada lendo histórias como Branca de Neve, Cinderela e Rapun-zel, dentre tantas outras e mi-nha crença no amor sobrevive às desilusões que o tempo me trouxe. Creio que amar e ser amada é uma benção incomparável e jamais deve ser subestimada. Que venha o amor em todas as formas, pois esse é o sublime senti-mento que nos distingue dos demais animais.

Ser solteira é bom? Com cer-teza. A solteirice tem inúmeras vantagens que só quem vive nesse estágio pode enumerar. Mas ter um companheiro – um bom companheiro, ressalte-se – é igualmente bom, porque como já dizia o incomparável escritor J.M. Simmel, “Nin-guém é uma ilha”.

Bom domingo para vocês.

DIVULGAÇÃO/STCK

A fonte da juventude cabe em todos os bolsosA beleza depende muito dos alimentos que ingerimos, principalmente se a intenção é adiar os efeitos da idade

Muito se fala em cosméticos que prometem comba-ter a flacidez e os

radicais livres, mas o começo de tudo está dentro de casa, na nossa cozinha.

Quando o assunto é a beleza da pele invariavel-mente a conclusão é que o rosto reflete o que a boca ingere. E não é só o rosto, não, a cintura e os quadris também refletem aquilo que se come. Pesquisas desen-volvidas apontam o açúcar como sendo um dos mais recentes vilões quando se trata dos radicais livres. Se os doces, em geral, estavam proibidos para quem quer emagrecer, eles entraram na lista dos proibidos também para aqueles que buscam a eterna juventude ou que, no mínimo, pretendem retardar a ação dos famigerados radicais livres, das rugas e da celulite.

Especialistas em Dermato-logia explicam que depois dos radicais livres e dos raios UV, o novo alvo contra o enve-lhecimento da pele é a gli-cação, ou seja, o processo de ligação entre a molécula de glicose maléfica com uma proteína saudável formando o chamado AGE, um complexo

de proteína e açúcar rígido que altera a estrutura dessas proteínas, impedindo a eficá-cia no desempenho de seus papéis mais importantes e, na pele, ocasiona o aparecimento das rugas.

Os AGEs ainda são fábri-cas de radicais livres. Eles se acumulam lentamente ao longo do tempo, piorando

seus efeitos prejudiciais no organismo e deixando a pele com um aspecto envelhecido. Para combatê-los e evitá-los, existe uma fórmula tríplice: dieta, suplementos e produtos tópicos. Laboratórios farma-cêuticos têm se empenhado nas pesquisas para produzir os limpadores de AGEs e também na descoberta de produtos que impeçam a sua formação.

Os especialistas expli-cam que toda refeição deve ser iniciada com a proteína, ou seja, comer primeiro a carne e depois os acompanhamentos.

As preparações à mi-lanesa devem ser fei-tas com nozes moídas, ou farelo ou farinha de aveia para a crosta. Ad-quira o hábito de ingerir amêndoas e quinoa às refeições. A quinoa é um cereal muito saboroso e pode ser usado em pre-parações salgadas.

As maçãs são podero-sas antioxidantes, coma pelo menos três, todos os dias. Pode ser de qualquer tipo.

Os peixes – principal-mente salmão, anchova, sardinha e arenque – são fontes de Ômega 3. Pre-fira-os grelhados.

Lembre das fibras.

Invista em produtos de qualidade

BANDIDOPesquisas recentes mostram o acúcar como o grande vilão quando se trata de radicais livres, sen-do, portanto, um dos piores inimigos para quem quer preservar a juventude

Para manter a saúde da pele é fundamental investir em alimentos que sejam saudáveis

DIVULGAÇÃO/STCK

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F4 Saúde e bemestar MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012

É só uma tosse? Cuidado, talvez seja coqueluche Fique atento àquela tosse seca e interminável, que não dá sossego e pode ser sintoma de alguma doença mais grave

Pneumonia, bronquite, tuberculose são doen-ças que as pessoas logo imaginam quan-

do apresentam aquela tossizi-nha chata durante dias. E você já reparou que ultimamente diversas pessoas em Manaus vêm apresentando uma tosse seca que parece não ter mais fim e quando tentam escarrar, não vem nada?

Outra doença que, apesar de estar apresentando ótimos re-sultados no combate, mostra sintomas respiratórios pare-cidos com os citados acima, mas que vem com uma tosse constante e muitas vezes dei-xa a pessoa sem ar de tanto tossir, é a coqueluche, e é por isso que é bom ter uma aten-ção redobrada com a saúde e sempre procurar um médico quando o quadro piorar.

No Brasil, a coqueluche já atingiu em 2012 pelo menos 1.472 brasileiros, provocan-do a morte de 33 pessoas, a maioria bebês, conforme apontam os dados do Sistema de Informação e Agravos de Notificações - SINAN. Só para você ter uma ideia, no ano passado foram 2001 casos, com 47 mortes. O volume dos casos representa mais que o triplo registrado em 2010, que foi de 533.

No Amazonas, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde - FVS, foram con-firmados apenas dois casos em 2011 e neste ano ainda não teve nenhum caso. Porém, casos com a suspeita no ano passado foram registrados 33, enquanto que neste ano o número até o mês de agosto registrou 53 casos.

O diretor da FVS, Bernardi-no Albuquerque, explica que esses casos de suspeitas são apenas notificados, e a doença diminui conforme o tratamen-to, à base de antibióticos, que a pessoa vai fazendo.

Doença misteriosaFoi o que aconteceu com

um caso suspeito de coque-luche, mas não confirmado, que deixou a jornalista Natália Oliveira, de 26 anos, bastante preocupada com o surgimento de uma tosse que parecia não ter fim e em alguns momen-tos ela chegava a apresentar pressão alta por ficar com falta de ar de tanto tossir.

Natália conta que procu-rou desde o clínico geral a especialistas, mas ninguém sabia diagnosticar a doença que começou a incomodar a jovem, até que um pneumo-logista suspeitou ser coque-luche. A jornalista precisou ficar dois meses afastada do trabalho para tratar da saúde, tomando antibióticos receitados pelo médico.

“A princípio eu achava que era uma tosse comum, mas depois eu comecei a tossir o dia todo a ponto de ficar sem ar. Cheguei a pensar que fosse asma. Quando vi que estava ficando pior, decidi procurar um médico e fui em vários especialistas, desde pneumo-logista a gastroenterologista, mas nenhum deles sabia o que eu tinha, até um médico sus-peitar que fosse coqueluche”, relata Natália.

A coqueluche é uma do-ença bacteriana comum em todas as partes do mundo, que compromete especificamente o apare-lho respiratório e se ca-racteriza por causar uma tosse seca, que atinge o sistema respiratório pro-vocando até convulsões, pneumonias e encefalo-patias, podendo ainda le-var o indivíduo à morte.

O contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer épo-ca do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de 2 anos. Princi-palmente nas crianças e nos idosos, ela pode evoluir para quadros graves apresentan-do complicações pulmona-res, neurológicas, hemorrá-gicas e desidratação.

Casos de coqueluche cos-

tumam ser mais raros na vida adulta. No entanto, tosse seca e contínua por mais de duas semanas em jovens e adultos pode ser sinal de que foram nova-mente infectados pela bac-téria da tosse comprida, apesar de terem recebido a vacina na infância ou de terem ficado doentes.

Uma forma de prevenir a doença é por meio da vaci-na. Apesar da vacina contra coqueluche não oferecer proteção permanente, é indispensável vacinar as crianças. A vacina tríplice clássica (DPT) contra diste-ria, coqueluche e tétano faz parte do calendário oficial de vacinação do Ministério da Saúde e deve ser minis-trada aos dois, quatro e seis meses de idade, com doses de reforço aos 15 meses e aos 5 anos. Embora a imunização dure cerca de dez anos, essa vacina não deve ser aplicada depois dos 6 anos de idade.

Saiba mais sobre a doença

A coqueluche é uma doença bacteriana, que compromete todo o aparelho respiratório

A vacinação da criança é uma medida eficaz para ajudar a prevenir a doença. A proteção não é permanente, mas é indispensável para reduzir os riscos

WANDILSON PRATAEspecial EM TEMPO

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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F5Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012

À espera de um milagreAté 4 anos na fi la, esse é o tempo que um paciente aguarda, em média, pela doação de um rim no Amazonas. Mas a situação é delicada em todo o país e, para motivar mais doadores, as campanhas tentam sensibilizar sobre a doença

A última semana foi marcada pelas mo-bilizações nacionais em prol da doação

de órgãos. No Amazonas existem, aproximadamente, 500 pessoas na fi la de espera para o transplante de rim, enquanto 300 aguardam a doação de córnea, lembran-do que esses dois órgãos já podem ser transplantados sem precisar sair do Ama-zonas. De acordo com a he-matologista e coordenadora da Central de Transplante do Amazonas, Leny Passos, a estimativa nacional é que para cada um milhão de pes-soas apenas 11 doações são efetivas, apenas as famílias de 11 pessoas já falecidas, entre um milhão de brasilei-ros, aceitam doar os órgãos daquele ente querido.

“Antes existia a opção de a pessoa escolher se queria ou não ser doador após a morte enquanto ainda estava viva, bastava fazer uma alteração na carteira de identidade, mas hoje uma nova legislação ex-cluiu essa possibilidade”, des-taca Leny Passos. Por isso, segundo a coordenadora, não só durante a Campanha Na-cional de Doação de Órgãos e Tecidos o trabalho de sensibi-lização deve ser intensifi cado. “A nossa recomendação é que as pessoas conversem com seus familiares e autorizem a doação dos seus órgaos após a morte, pois só com a autorização da família isto poderá ser feito”, ressalta.

Desde julho do ano passado, quando se iniciou o trans-plante total dos rins, até de-zembro, foram realizados dez transplantes e de janeiro até o início de setembro o número saltou para 34. “Nossa meta é fechar o ano com, pelo menos, 40 transplantes efetivados”, adianta Leny. Ela explica que para receber um órgão são ne-cessários alguns exames que avaliam os critérios sanguí-neos e a compatibilidade dos

tecidos. “A média de espera por um doador de rim pode variar entre seis meses até quatro anos, dependendo da compatibilidade”, completa.

Vencendo o preconceitoQuando se externa a von-

tade a alguém da família de ser doador, ainda em vida, a tendência é que essa solici-tação seja acatada pelos fa-miliares após o falecimento, é como se fosse a realização de um último pedido. “Ideias erradas, entretanto, de que a pessoa vai fi car defor-mada, por exemplo, fazem com que os parentes acabem não efetivando a doação dos órgãos”, lamenta a coorde-nadora da Central de Trans-

plante do Amazonas.Para acabar com o pre-

conceito quanto à doação de órgãos programas edu-cativos são realizados entre profi ssionais da saúde. Entre os temas abordados está a conscientização que a família doadora não poderá conhecer a família do receptor e corrigir a ideia de que para se fazer a doação os parentes terão que arcar com algum custo, no caso todos os gastos são pa-gos pelo próprio governo.“Um estudo realizado com familia-res de doadores e não doado-res mostra que o período de luto das famílias de pessoas doadoras é menor que das pessoas que não doaram ór-gãos após a morte”, comenta a médica Leny Passos.

Um estudo realiza-do com familiares de doadores e não

doares mostra que o período de luto das famílias de pessoas doadoras é menor

Leny Passoscoordenadora da Central de Transplante do Amazonas

ALITA MENEZESEquipe EM TEMPO

De acordo com Leny Pas-sos, na última quarta-feira, alunos de sete escolas muni-cipais foram premiados por participarem de um concurso

educativo, que selecionou as melhores frases direciona-das à Semana Nacional de Doação de Órgãos. “A pre-miação foi simbólica, mas os

resultados foram positivos. A meta é tornar a doação de órgãos algo comum, como ir ao dentista, e nada melhor que começar cedo a cons-

cientização com as crianças, que por sua vez também atingirão os adultos por meio da conversa com os pais e outros familiares”, fi naliza.

Projeto piloto incentiva a conscientização

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F5Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012

Para acabar com o preconceito quanto à doação de órgãos, programas educativos estão sendo realizados em vários locais

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MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012F6 Saúde e bem-estar

Envelhecer com saúdeNa semana em que se comemora o Dia Nacional do Idoso, vale ressaltar algumas medidas importantes para a qualidade de vida na terceira idade, e em cuidados que podem adiar algumas doenças que surgem nesta fase

Raramente pensamos em como prevenir a velhice. Bom, isso não existe, ou seja, livrar-

se da velhice, ficar livre da flacidez, das marcas no rosto, por exemplo. A velhice é um processo natural, é parte da vida. O que se pretende dizer é que se pode envelhecer com saúde e o primeiro passo é aceitar que a velhice vai che-gar, sem dó nem piedade.

Sabendo disso, sorria diante do maravilhoso mistério que é a vida, seja grato a Deus por tudo que te aconteceu e fique atento no que você mesmo pode fazer para envelhecer com saúde e manter a alma eternamente jovem.

O Ministério da Saúde reco-menda que se visite o médico pelo menos uma vez por ano para prevenir, identificar e combater as doenças no iní-cio, facilitando o tratamento e a proteção da saúde. Ao contrário do que muitas pes-soas pensam, não se trata de “procurar doenças” e sim de fazer um levantamento das condições da pessoa, de modo que ela possa corrigir qualquer problema ainda no início ou mudar seus hábitos de vida para garantir mais saúde na terceira idade, sa-biamente chamada também de “melhor idade”.

O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos processos vitais. Quase tudo que somos fisi-camente é resultado do que comemos. Uma dieta adequa-da é aquela que assegura a ingestão equilibrada de açú-cares, gorduras, proteínas, vi-taminas, sais minerais, água e fibras. Assim, ao pensar em dieta, pense em que só a variedade pode garantir esse equilíbrio. O abuso de qualquer tipo de alimento em detrimento dos outros pode trazer prejuízos.

Veja as regras de ouro para todas as idades: evite, o máxi-mo que puder, frituras, comi-

das e bebidas industrializadas, gorduras de origem animal e excesso de sal ou açúcar. Frutas, verduras e legumes va-riados e água são bem-vindos em grande quantidade. Prefira os cortes magros da carne de boi e a carne de peixes e aves. Não passe fome: faça seis refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar mais reforçados, e três pequenos lanches entre eles.

Não se deixe seduzir por modismos, pela dieta que o médico prescreveu para a sua vizinha ou por essa ou aque-la pesquisa, reportagem ou artigo: não há milagres para se reduzir ou manter o peso. Apenas a mudança de hábitos, produzida com muito esforço, disciplina e persistência é ca-paz de proporcionar equilíbrio nutricional e saúde.

O cuidado para não cair começa aos 40. Com a idade, as quedas vão se tornando po-

tencialmente mais danosas; comece agora a mudar seus hábitos e pense no que pode ser melhorado nos ambientes onde você mora e trabalha.

Cuidado com a escolha dos sapatos: prefira os mais con-fortáveis, sem salto e com solados aderentes ao piso.

Evite usar tapetes confec-cionados em materiais lisos e escorregadios nos pisos, ou ceras e polimento.

Desníveis ou degraus são indesejáveis e, nas calçadas, a pessoa idosa deve ter um cuidado redobrado.

Meu filho não come. O que fazer?

Doutor, meu filho não quer comer nada.

Pediatras e nutri-cionistas já estão

acostumados com esse tipo de queixa, frequentemente formulada pelas mães. O que elas não sabem é que muitas vezes as causas podem estar nas suas próprias atitudes e nas cobranças exageradas a respeito da alimentação. Por ser uma atribuição materna, a alimentação é muito valori-zada e a preocupação em ex-cesso pode gerar ansiedade, que acaba sendo repassada à criança. Cobranças de pa-rentes mais próximos como avós, sogras e tias acabam agravando o quadro e devem ser cortadas pelas mães.

A amamentação ao seio é a primeira relação entre o bebê e o mundo que o cerca, e por isso é fundamental. Além de representar o alimento, o seio é uma descoberta e represen-ta o afeto, o vínculo com a mãe. A alimentação da criança no futuro será o resultado do relacionamento estabelecido entre ela e o ambiente em que vive e principalmente do afeto entre o bebê e a mãe.

Por isso é importante que as mães estreitem esse vín-

culo com o bebê, que normal-mente ocorre por meio da amamentação. Infelizmente, com a correria do dia a dia, muitas mães diminuem o tempo de amamentação e, consequentemente, a convi-vência com a criança.

Quando a criança sai da fase mais dependente (de colo) e começa a andar, a

partir dos 2 anos de idade, a preocupação com a ali-mentação acaba passando por alterações significativas. “Pais ausentes muitas vezes querem compensar sua falta de atenção e carinho com co-mida”, diz Auxiliadora Neves de Carvalho, especializada em pediatria endocrinológi-ca, acrescentando que nor-

malmente os alimentos esco-lhidos pelos pais são aqueles menos nutritivos, como doces e fastfood (comida industria-lizada). “Isso piora a qualida-de da alimentação, gera ga-nho de peso e inverte valores. A criança começa a entender que o alimento calórico é um prêmio, é uma coisa boa, valori-zada pelos pais, o que pode gerar obesidade e baixa autoestima”, explica a especialista.

Segundo ela, os pais não devem ceder aos caprichos da criança. “Uma alimentação saudável e balanceada não contempla apenas salgadi-nhos de pacote, bolachas e frituras. É importante que a criança tenha um prato com-pleto e variado e que alimentos saudáveis sejam oferecidos diariamente dentro de uma rotina estipulada”, afirma.

A pediatra acrescenta que a primeira coisa a fazer é conversar com o médico da criança para descartar even-tuais doenças que podem ti-rar seu apetite, como, por exemplo, anemia. Se nada for constatado e a criança esti-ver saudável, é preciso adotar medidas como, por exemplo, manter um intervalo maior entre as refeições.

DILEMA

COMECE CEDOOs cuidados para evitar quedas e fratu-ras devem começar a partir dos 40 anos e deve se estender pelo resto da vida, porque as quedas vão se tor-nando cada vez mais desastrosas

Banheiros, áreas de servi-ço e cozinhas, em que o chão costuma ser liso e ficar mo-lhado, devem ter tapetes de borracha antiderrapantes.

Ao embarcar e desem-barcar de veículos, aguarde até que esteja totalmente parados e tome cuidado com os degraus.

Não ande com excesso de

pacotes ou objetos que o impeçam de ver o caminho.

Remova, para sempre, aquele tapete ao lado da sua cama.

Atenção para a arrumação da casa: objetos, móveis e tapetes espalhados ou colo-cados de forma inadequada facilitam tropeços.

Quanto mais luz, melhor.

Ilumine bem sua casa e deixe uma luz-guia acesa para o caso de precisar ir ao ba-nheiro ou à cozinha durante a noite.

Piscinas, banheiras e escadas exigem corrimão para apoio: acostume-se a usá-los sempre. Pense em ter uma barra no banheiro para segurar quando for

lavar os pés.Ouça sempre o médico.

Cabe somente ao médico avaliar, a partir da consulta e do resultado dos exames já realizados, se a pessoa deve procurar o médico mais ve-zes, ser dispensada de deter-minada consulta ou exame ou, ainda, consultar-se com um ou mais especialistas.

Vale a pena investir em mais segurança

O idoso pode ganhar em qualidade de vida se começar a investir em alimentação e em atividades que lhe tragam prazer

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

PACIÊNCIAAlgumas doenças le-vam até uma semana para restabelecer a rotina de alimentação, mas isso não deve ser motivo de preocupação excessiva, pois o or-ganismo dos pequenos possui uma reserva

Quando a criança não quer comer os pais não devem insistir e podem investigar as causas

DIVULGAÇÃO/STCK

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MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012 F7Saúde e bem-estar

Personal Fitness Club

Aeróbicos aceleram o metabolismoQuando se pensa em ema-

grecer a primeira coisa que vem à cabeça são os exercí-cios aeróbicos. Malhar para perder os excessos é o mantra de quem se encontra acima do peso e numa luta secreta contra a balança. Tem tudo a ver. Exercícios aeróbicos real-mente ajudam a encontrar o peso ideal, mas para isso tem que ter perseverança e muita determinação para não desis-tir na metade do caminho.

Para quem está decidido a seguir essa trilha é bom saber que existe uma diferen-ça fundamental entre gasto calórico e emagrecimento. Uma aula de bike, por exem-plo, pode queimar até 800 calorias, dependendo da in-tensidade do treino, enquanto uma série de 60 minutos de musculação gasta em média 400 calorias. O segredo é que, dependendo da intensidade e da maneira que os exercícios são realizados, a musculação pode acelerar a queima de gordura no resto do dia e, des-

sa maneira, emagrecer mais do que os aeróbicos porque acelera o metabolismo.

Segundo especialistas, uma pessoa que tem músculos mais desenvolvidos queima mais ca-lorias durante o dia, mesmo quando o corpo está em re-pouso. Isso sem contar que os exercícios aeróbicos beneficiam a capacidade cardiovascular e queimam os carboidratos inge-ridos durante as refeições. Isso não elimina a sagrada regrinha do equilíbrio, se você ingerir mais calorias do que queima certamente vai sentir os resul-tados na balança, o que signi-fica dizer que a alimentação é fundamental para quem quer manter ou perder peso.

A atividade anaeróbica ou exercícios com pesos, ao con-trário do que se pensava antes, também ajuda a queimar ca-lorias, uma vez que o metabo-lismo basal aumenta quando a capacidade física é maior. As calorias ingeridas são con-sumidas pelos músculos e se eles estão mais desenvolvidos,

mais rápido é o metabolismo e, consequentemente, conso-mem mais gordura.

Um detalhe relevante para quem quer perder peso é que atividades como bicicleta ou caminhada queimam as ca-lorias naquele momento, en-quanto a prática constante da musculação promove um aumento da eliminação de calorias durante o dia todo, mesmo que o indivíduo esteja em repouso, desde que ela seja realizada diariamente.

SERVIÇOACADEMIA PERSONAL FITNESS CLUB

Endereço:

Informações:

Rua Acre, 66Nossa Senhora das Graças

3584-03173584 2115

Na medida certa com a bikeEla está entre as atividades mais procuradas na academia para quem quer perder peso e ganhar resistência, mas tem que malhar com regularidade e, de preferência, em uma frequência que exija mais do corpo e ajude a queimar calorias

Suar a camisa para ga-nhar disposição física e perder peso, com a definição da massa

muscular, essas são os prin-cipais motivos para a maioria dos alunos de academia que procura as aulas de bike.

Na sala da professora An-dréa Barbosa não é diferen-te. Às segundas, quartas e sextas, a partir das 10h30, na academia Personal Fitness Club, ela lidera uma turma ávida por adrenalina, com uma disposição e uma ener-gia invejáveis. Andréa não dá moleza e cobra muito de seus alunos, a maioria mulheres, que perseguem, a pedaladas, a boa forma física e a melho-ra do condicionamento geral do organismo.

“O treino com a bike é um trabalho completo que me-lhora a capacidade cardior-respiratória, fortalece os membros inferiores, dá um ganho de massa muscular e ainda ajuda a manter o peso”, afirma a professora.

Quem opta pela pedalada sabe que a atividade exige muito esforço e, por isso, faz um trabalho cardiovascular extraordinário, contribuindo para melhorar o condiciona-mento físico, com a vantagem de ser um exercício de baixo impacto às articulações.

A bike tem a vantagem de praticamente não apresentar contraindicações e segundo Andréa, nem mesmo as pesso-as que apresentam problemas nos joelhos podem descartar a atividade. “Claro que cada caso deve ser investigado pelo médico, mas, com a orienta-ção certa, e dependendo da gravidade do caso, algumas pessoas com problemas nas articulações podem até mes-mo ter benefícios com a bike”, explica a profissional.

Cientificamente está com-provado que pedalar colabora com a redução de doenças cardíacas, obesidade, diabe-tes, hipertensão e osteoporo-

se, além de ser uma medida eficaz no combate ao estresse e à depressão.

É óbvio que se a sua fina-lidade é emagrecer, a bike pode ser uma grande auxi-liar, mas não vai fazer mi-lagres. Alguns estudos com-provam que o gasto calórico chega a ser 40% menor em relação à esteira, durante o mesmo período e com a mesma intensidade.

Mas uma das vantagens da bike é que ela não escolhe peso, idade ou classe social. Qualquer pessoa que esteja disposta a encarar o pedal pode fazer um bom uso da bicicleta ergométrica e ga-nhar com a prática regular da atividade. Gestantes, obesos e sedentários também são bem vindos às aulas e o corpo, com certeza, em pouco tempo vai agradecer o esforço.

“O ideal é a prática da ati-vidade pelo menos três vezes

por semana e com uma média de 45 minutos de exercícios, e a perda de peso varia de uma pessoa para outra, porque isso depende também do meta-bolismo de cada indivíduo”, explica Andréa.

Marina Moraes é uma prova de que empenho e perseveran-ça dão excelentes resultados. Aluna assídua das aulas de Andréa, ela diz que não per-de a oportunidade de malhar na “magrela” três vezes por semana para manter a boa forma e ainda ganhar em muita disposição. “A bike é excelente e eu me sinto muito bem disposta com as aulas”, confirma sorrindo.

DISPOSIÇÃOEstá comprovado cientificamente que a prática regular de exercícios físicos aumenta a disposição e a energia no dia a dia. Com a bike não poderia ser diferente e quem pratica sabe

A turma de Andréa em uma aula de bike. As alunas são unânimes em afirmar os benefícios da malhação na “magrela”

Por que emagrece: o trabalho na bike, em diferentes intensidades, eleva a queima calórica e a gordura é utilizada como forma de combus-tível para o corpo.

Os ganhos: a práti-ca regular proporciona mais resistência, força nos membros inferiores e definição corporal.

Contra-indicações: a prática não é aconselhável

para quem sofre de proble-mas cardíacos ou possui le-são grave nas articulações.

Cuidados: não é acon-selhável pedalar sem carga para não lesionar joelhos, tornozelos e coluna. A ca-beça deve ser mantida na posição correta, olhando para a frente, para evitar dores no pescoço.

Gasto calórico: entre 600 a 800 calorias em uma hora de treino.

Os benefícios da ‘magrela’

A professora Andréa Barbosa durante a aula de bike

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Musculação praticada regularmente pode ajudar a queimar calorias durante o resto do dia

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VERA LIMAEquipe EM TEMPO

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F8 MANAUS, DOMINGO, 30 DE SETEMBRO DE 2012Saúde e bem-estar

Feira fitness mostra os caminhos para ter saúdeAs opções para combater a falta de ânimo e o estresse são muitas, mas é preciso esquecer a comodidade do sofá

Todas as atividades gratuitas disponíveis na maior feira de es-portes, fitness e bem-

estar da Região Norte, Ama-zon Live Fair, que acontece de 5 a 7 de outubro, no Centro de Convenções do Manaus Plaza têm destaque especial na questão saúde.

Realizado pelo Oficina D´Arte, a feira tem o propósi-to, principal, de dar opções de saúde às pessoas. De acordo com a promotora do evento, Eugênia Menezes, não é à toa que a feira vai apresentar uma série de atividades gratuitas e à disposição de um público esperado de 50 mil pessoas.

Para isso, um passeio ciclís-tico foi programado para a manhã deste domingo, às 8h, destacando a importância de se usar a bike. Aliás, para se ter ideia, a prática de apenas 30 minutos diários de bike ajuda a combater doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes. É pura saúde!

No mais, os benefícios à saúde são inúmeros. “A corri-da, por ser um exercício com elevado gasto calórico, é uma das melhores e mais eficientes formas de perder peso. Outro aspecto importante é a melho-ra do condicionamento físico, resultante da prática regular nas aulas, com aumento da capacidade cardiorrespira-tória, resistência e potência muscular”, explica Menezes.

Como se não bastasse, na corrida o aumento do meta-bolismo corporal ativa vias hormonais que dão sensa-ção de prazer e bem-estar e promove adaptações, com melhora nas capacidades funcionais, resultando numa melhor qualidade de vida e prevenção de várias patolo-gias. Mesmo indoor, sabe-se que a corrida é uma ótima dica para melhorar também a auto-estima, a saúde física e emocional e a socialização.

Teste as artes marciaisOutra boa novidade na feira

Amazon Live Fair é o Espaço Amazon Live Combat, onde terão aulões de MMA em octó-gono montado, especialmente aos curiosos do esporte mais comentado no momento.

Alerta sobre doenças do coraçãoNo Dia Mundial do Coração,

comemorado ontem, a Funda-ção Medtronic, O Discovery Networks, as Sociedades Bra-sileiras de Cirurgia Cardio-vascular e de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionis-ta e a Federação Mundial do Coração se uniram para promover a campanha “O que mais existe por trás do biquí-ni”, pela conscientização do impacto das doenças cardio-vasculares nas mulheres.

“As doenças cardiovascula-res são a primeira causa de mortes entre as brasileiras, superando todos os tipos de câncer juntos. Uma em cada cinco mulheres acima de 30 anos corre risco de desenvol-ver uma doença cardiovascu-lar,” ressalta a doutora Magaly Arrais, cirurgiã cardiovascular do Instituto Dante Pazzane-

se de Cardiologia e chefe do serviço do centro cirúrgico do Hospital do Coração. “A cam-panha pretende alertar para o impacto desse problema de saúde no público feminino, oferecendo ferramentas para ampliar o conhecimento so-bre as doenças do coração e incentivar o diálogo entre as mulheres e seus médicos,” acrescenta a especialista.

Todos os anos mais de 150 mil mulheres morrem devido às doenças cardiovasculares. E embora o índice de morta-lidade por infarto seja maior no público feminino, ainda existe a falsa percepção de que os homens e idosos são os principais grupos de risco. “Os homens sofrem três ve-zes mais infartos do que as mulheres, mas nas mulheres o episódio é mais fatal. Várias

razões levam a isso, principal-mente a demora em identifi-car o problema cardiovascular entre as mulheres. Quando elas descobrem, a doença já evoluiu”, alerta a médica.

O aumento da incidência de eventos cardiovasculares na mulher é consequência do envelhecimento natural e do estilo de vida. “A mulher geral-mente acumula vários papéis. Ela trabalha fora, cuida da casa e da família. O ritmo acelerado a expõe a muito estresse e favorece hábitos pouco saudáveis, como seden-tarismo e má alimentação”, diz a médica.

Com o envelhecimento, a pressão arterial e o nível de colesterol tendem a aumen-tar. A falta de atividade física e a dieta inadequada levam ao sobrepeso e à obesidade,

que também aumentam o ris-co cardiovascular. Aliás, a obesidade é um dos fatores de risco mais preocupantes, já que o número de mulheres obesas no Brasil cresceu 64% em 10 anos. Quando a mulher fuma e usa pílula anticoncep-cional, os riscos cardiovascu-lares são triplicados.

No site www.portrasdo-biquini.com.br as pessoas encontram dados sobre a incidência das doenças car-diovasculares nas mulheres, os principais fatores de risco, dicas de como manter a saúde do coração e um guia para o check-up da saúde cardio-vascular feminina, disponível para impressão. Assim, qual-quer mulher pode imprimir os indicadores e levar na consulta médica para conhecer e en-tender os seus índices.

DATA

O sábado foi de alerta para o risco das doenças cardíacas

DIVULGAÇÃO

Durante a feira, especialistas farão palestras sobre as vantagens das atividades físicas

A prática das artes mar-ciais é, principalmente, um “nocaute” ao estresse. Mais notícia boa? Pois um estudo feito numa universidade americana aponta benefícios para saúde como prevenção de fraturas por quedas em idosos e melhora da condição física e de saúde de diabéticos tipo 2.

E, claro, um fator que tem atraído muitas pes-soas a este badalado es-porte está na dose de bem-estar que ela propor-

ciona. No mais, a pessoa se sente com mais ener-gia e resistência.

Na feira Amazon Live Fair, haverá ainda uma programação especial com workshops de Már-cio Atalla (preparador do quadro “Medida Certa”, do Fantástico), Pauê, um triatleta, primeiro surfis-ta biamputado do mundo; Paulo Henrique Azevedo, doutor em ciências da saúde pela UNB e Alex Davis, UFC Athlete Ma-nager.

Uma programação especial

A feira reunirá especialistas em esportes e vários atletas

Ciclismo está entre os esportes mais praticados na cidade

FOTOS: DIVULGAÇÃO/STCK

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