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AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT. OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL Tema 7, Nº 1 Dezembro 2001 Margarida Gaspar de Matos, Susana Fonseca Carvalhosa, Carla Reis & Sónia Dias Equipa do Aventura Social e Saúde Estudo realizado em co-financiamento pela Faculdade de Motricidade Humana, Programa de Educação Para Todos – PEPT Saúde e Gabinete de Prevenção da Toxicodependência da Câmara Municipal de Lisboa. Resumo Qual é o perfil dos adolescentes portugueses que experimentam ou consomem regularmente álcool, de acordo com um estudo realizado pelo projecto Aventura Social e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa? Realizámos um estudo junto de 6903 jovens do 6º, 8º e 10º anos de todo o país, utilizando um questionário. De acordo com estes nossos dados os rapazes e os mais velhos não só mais frequentemente já experimentaram álcool, como são mais frequentemente consumidores regulares e consumidores abusivos (embriagam-se mais frequentemente). Os resultados sugerem que, no geral, os jovens que já experimentaram, bem como os consumidores regulares ou abusivos de álcool apresentam um perfil de afastamento em relação à família, à escola e ao convívio com os colegas em meio escolar. Apresentam também com mais frequência envolvimento em experimentação e consumo de tabaco e outras drogas ilícitas e envolvimento em lutas e situações de violência na escola. Os jovens que já experimentaram álcool, bem como os consumidores regulares ou abusivos, referem mais frequentemente ver televisão quatro ou mais horas por dia. Os jovens que referem já ter experimentado ou que consomem regularmente ou mesmo abusivamente álcool praticam em geral menos actividade física. Os jovens que já experimentaram álcool, bem como os consumidores regulares ou abusivos, afirmam-se menos felizes e referem com mais frequência sintomas de mal estar físico e psicológico. Em geral, referem também ter uma alimentação menos saudável e uma maior desagrado com a imagem do seu corpo. Uma maior referência a comportamentos de dieta ocorre no caso dos jovens que já experimentaram, mas não nos consumidores regulares de álcool. De salientar que tanto os jovens que já experimentaram, como os consumidores regulares ou abusivos, apresentam um perfil de afastamento em relação aos colegas em ambiente escolar mas um maior convívio com os amigos fora das horas da escola. A experimentação e o consumo regular ou abusivo de álcool aparecem-nos assim relacionados com um conjunto de factores pessoais de vulnerabilidade, frequentemente associados a outros comportamentos ligados ao risco para a saúde, que incluem os cenários privilegiados da sua vida social: a família e a escola. Aqui se sublinha uma vez mais a importância destes cenários na promoção de estilos de vida alternativos, mais saudáveis, na adolescência. Referências Currie, C., Hurrelmann, K., Settertobulte, W., Smith, R., & Todd, J. (Eds.). (2000). Health and health behaviour among young people . HEPCA series: World Health Organization. Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., Reis, C., & Canha, L. (2000). A saúde dos adolescentes portugueses . Faculdade de Motricidade Humana /PEPT-Saúde. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001a). Os jovens portugueses e o consumo de drogas . 1, 2. Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001b). Violência na escola: provocadores, vítimas e outros . 2, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., Carvalhosa, S., Vitória, P., & Clemente, M. (2001). Os jovens portugueses e o tabaco . 6, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT /CPT.

SAÚDE-ALCOOLOGIA-ESTUDO-2001

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Estudo realizado pelo projecto “Aventura Social e Saúde” com 6903 jovens do 6º, 8º e 10º anos de todo o país, utilizando um questionário com o objectivo de traçar o perfil dos adolescentes portugueses que experimentam ou consomem regularmente álcool.

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AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL

Tema 7, Nº 1 Dezembro 2001

Margarida Gaspar de Matos, Susana Fonseca Carvalhosa, Carla Reis & Sónia Dias Equipa do Aventura Social e Saúde Estudo realizado em co-financiamento pela Faculdade de Motricidade Humana, Programa de Educação Para Todos – PEPT Saúde e Gabinete de Prevenção da Toxicodependência da Câmara Municipal de Lisboa.

Resumo Qual é o perfil dos adolescentes portugueses que experimentam ou consomem regularmente álcool, de acordo com um estudorealizado pelo projecto Aventura Social e Saúde, Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa? Realizámos um estudo junto de 6903 jovens do 6º, 8º e 10º anos de todo o país, utilizando um questionário. De acordo comestes nossos dados os rapazes e os mais velhos não só mais frequentemente já experimentaram álcool, como são maisfrequentemente consumidores regulares e consumidores abusivos (embriagam-se mais frequentemente). Os resultados sugerem que, no geral, os jovens que já experimentaram, bem como os consumidores regulares ou abusivos deálcool apresentam um perfil de afastamento em relação à família, à escola e ao convívio com os colegas em meio escolar.Apresentam também com mais frequência envolvimento em experimentação e consumo de tabaco e outras drogas ilícitas eenvolvimento em lutas e situações de violência na escola. Os jovens que já experimentaram álcool, bem como os consumidores regulares ou abusivos, referem mais frequentemente vertelevisão quatro ou mais horas por dia. Os jovens que referem já ter experimentado ou que consomem regularmente ou mesmoabusivamente álcool praticam em geral menos actividade física. Os jovens que já experimentaram álcool, bem como os consumidores regulares ou abusivos, afirmam-se menos felizes ereferem com mais frequência sintomas de mal estar físico e psicológico. Em geral, referem também ter uma alimentaçãomenos saudável e uma maior desagrado com a imagem do seu corpo. Uma maior referência a comportamentos de dieta ocorreno caso dos jovens que já experimentaram, mas não nos consumidores regulares de álcool. De salientar que tanto os jovens que já experimentaram, como os consumidores regulares ou abusivos, apresentam um perfilde afastamento em relação aos colegas em ambiente escolar mas um maior convívio com os amigos fora das horas da escola. A experimentação e o consumo regular ou abusivo de álcool aparecem-nos assim relacionados com um conjunto de factorespessoais de vulnerabilidade, frequentemente associados a outros comportamentos ligados ao risco para a saúde, que incluemos cenários privilegiados da sua vida social: a família e a escola. Aqui se sublinha uma vez mais a importância destes cenáriosna promoção de estilos de vida alternativos, mais saudáveis, na adolescência.

Referências Currie, C., Hurrelmann, K., Settertobulte, W., Smith, R., & Todd, J. (Eds.). (2000). Health and health behaviour among young people. HEPCA

series: World Health Organization. Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., Reis, C., & Canha, L. (2000). A saúde dos adolescentes portugueses. Faculdade de Motricidade Humana

/PEPT-Saúde. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001a). Os jovens portugueses e o consumo de drogas. 1, 2. Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001b). Violência na escola: provocadores, vítimas e outros. 2, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., Carvalhosa, S., Vitória, P., & Clemente, M. (2001). Os jovens portugueses e o tabaco. 6, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT /CPT.

2 OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL 3

AVENTURA SOCMatos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os

���������������

Introdução Este estudo do comportamento dos jovens em

idade escolar visa compreender os estilos de vida

dos jovens e os seus hábitos de vida ligados à saúde

ou ao risco.

Este estudo tem a ver com as ciências do

comportamento e as relações sociais, mais do que

com a epidemiologia clássica. Chamou-se a este

enquadramento teórico “perspectiva da

socialização“ na qual é sistematicamente explorada

a influência de várias “cenários sociais” (família,escola, amigos) na saúde e nos comportamentosde saúde dos jovens.

O Health Behaviour in School-agedChildren (HBSC) É um estudo colaborativo da Organização Mundialde Saúde realizado de 4 em 4 anos por uma redeeuropeia de profissionais ligados à Saúde e àEducação. Portugal através da equipa do projectoAventura Social e Saúde / Faculdade deMotricidade Humana é membro desde 1994.

O Questionário O questionário "Comportamento e Saúde em

Jovens em Idade Escolar" utilizado neste estudo

foi o adoptado no estudo europeu HBSC em 1998

(Currie, Hurrelmann, Settertobulte, Smith e Todd,

2000; Matos, Simões, Carvalhosa, Reis e Canha,

2000). Foram incluídas as questões demográficas e

um conjunto de questões relacionadas com

expectativas para o futuro, história de consumos

(consumo de álcool, tabaco e drogas), prática de

exercício físico e tempos livres, hábitos

alimentares e de higiene, bem estar e apoio

familiar, ambiente na escola (amigos, professores

e violência), imagem pessoal, queixas de

sintomas psicológicos e somáticos e crenças e

atitudes face ao VIH /SIDA.

Os Jovens Portugueses A opinião dos jovens foi recolhida em 191 escolas

nacionais, de ensino regular, num total de 6903

alunos. As escolas foram sorteadas de uma lista

nacional.

Foram seleccionados alunos dos 6º, 8º e 10º anos de

escolaridade. A cada um destes anos corresponde

uma idade média de 11, 13 e 16 anos.

Gráfico 1 – Média da distribuição dos sujeitos por idade

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������������15,4%

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����������������������������������������������������������������

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�����������18,6%

0%5%

10%15%20%25%30%35%

11 anos 13 anos 15 anos 16 anosou mais

Um pouco mais de metade dos jovens (53%) são do

sexo feminino.

Gráfico 2 - Distribuição dos sujeitos por sexo

IAL & SAÚDE jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

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������������������������������������������������������������������������������������������Sexo Feminino

53% Sexo Masculino

47%

É uma amostra representativa da população

portuguesa escolar dessas idades.

4 OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

OS JOVENS QUE JÁ EXPERIMENTARAM ÁlCOOL

• Experimentar álcool:

Experimentar álcool (n = 6854) Sim Não

71.0% 29.0% Dos jovens incluídos, 71.0% revelaram já ter experimentado bebidas alcoólicas (cerveja, vinho ou espirituosas, p.e. whisky).

• Sexo:

Experimentar álcool (n = 6854) Sim Não

M 49.4%

F 50.6%

M 41.1%

F 58.9%

Os rapazes apresentam uma maior frequência de já terem experimentado álcool do que as raparigas.1

• Idade:

Experimentar álcool (n = 6767) Sim

11 10.1%

13 28.2%

15 38.0%

16 ou + 23.7%

Os jovens que têm 15 anos ou mais são os que mais frequentemente referem já ter experimentado álcool.2

• Tabaco:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 11.0% 89.0% Fumar 1x ou mais/semana Não 1.0% 99.0%

Os jovens que fumam (pelo menos todas as semanas), referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.3

• Drogas:

Os jovens que já experimentaram drogas4 e os jovens que consumiram drogas no último mês5 referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.

Experimentar álcool Sim Não

Sim 6.6% 1.7% Experimentar drogas Não 93.4% 98.3%

Sim 3.3% 0.3% Consumir no último mês Não 96.7% 99.7%

• Provocações na escola:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 13.2% 9.6% Provocador Não 86.8% 90.4%

1 (χ² = 39.29, g. l. = 1, p<.001) 2 (χ² = 750.12, g. l. = 3, p<.001) 3 (χ² = 186.18, g. l. = 1, p<.001, n = 6767) 4 (χ² = 65.85, g. l. = 1, p<.001, n = 6501) 5 (χ² = 47.43, g. l. = 1, p<.001, n = 6277)

Os jovens que se envolvem em comportamentos de provocação aos colegas na escola, referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.6

• Envolvimento em lutas:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 37.1% 25.9% Lutas Não 62.9% 74.1%

Os jovens que se envolveram em lutas, afirmam mais frequentemente já ter experimentado álcool.7

• Sentirem-se felizes:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 84.8% 90.7% Felicidade Não 15.2% 9.3%

Os jovens que não se sentem felizes, referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.8

• Sintomas físicos e psicológicos:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 91.5% 79.8% Sintomas físicos e psicológicos Não 8.5% 20.2%

Os jovens que apresentam sintomas físicos e psicológicos, afirmam mais frequentemente já ter experimentado álcool.9

• Imagem do corpo:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 7.8% 6.2% Não, mas preciso 23.2% 20.2%

Estar em dieta

Não 69.0% 73.6% Sim 48.0% 30.8% Mudar algo

no corpo Não 52.0% 69.2% Os jovens que afirmam estar a fazer dieta ou se não estão, dizem precisar,10 e os jovens que gostariam de mudar algo no seu corpo,11 mais frequentemente já experimentaram álcool.

• Alimentação:

Os jovens que não consomem alimentos do tipo “saudável”: fruta, vegetais ou leite (todos estes pelo menos uma vez por dia)12e os jovens que consomem alimentos do tipo “pouco saudável”: batatas fritas, hamburgueres, cachorros quentes ou salsichas e colas ou outros refrigerantes (pelo menos um deles uma vez por dia),13 referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.

6 (χ² = 17.33, g. l. = 1, p<.001, n = 6789) 7 (χ² = 78.36, g. l. = 1, p<.001, n = 6854) 8 (χ² = 43.11, g. l. = 1, p<.001, n = 6831) 9 (χ² = 175.02, g. l. = 1, p<.001, n = 6515) 10 (χ² = 15.24, g. l. = 2, p<.001, n = 6820) 11 (χ² = 167.88, g. l. = 1, p<.001, n = 6797) 12 (χ² = 16.06, g. l. = 1, p<.001, n = 6834) 13 (χ² = 66.69, g. l. = 1, p<.001, n = 6834)

OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL 5

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

Experimentar álcool Sim Não

Sim 61.9% 67.0% Alimentos saudáveis Não 38.1% 33.0%

Sim 59.2% 48.4% Alimentos pouco saudáveis Não 40.8% 51.6%

• Prática de actividades físicas:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 94.1% 97.8% Actividade física Não 5.9% 2.2%

Os jovens que não praticam actividades físicas, afirmam mais frequentemente já ter experimentado álcool.14

• Tempos livres:

Experimentar álcool Sim Não

Menos de ½h 8.7% 14.0% ½ a 3h 61.0% 62.3%

Ver TV

4h ou mais 30.4% 23.6% Os jovens que vêem TV quatro horas ou mais por dia, mais frequentemente já experimentaram álcool.15

• Vida escolar:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 84.4% 92.9% Gosta da escola Não 15.6% 7.1% Sim 66.6% 42.2% É aborrecido ir à

escola Não 33.4% 57.8% Muito bom 5.0% 8.7% Bom 28.9% 34.2% Médio 61.6% 52.6%

Realização académica

Inferior à média 4.5% 4.5% Os jovens que não gostam da escola,16os jovens que acham que ir à escola é aborrecido,17 e os jovens que acham que os seus professores os consideram como tendo capacidades médias,18 afirmam com maior frequência já ter experimentado álcool.

• Comunicação com os pais:

Experimentar álcool Sim Não

Fácil 75.8% 85.8% Difícil 22.3% 13.2%

Falar com mãe

Não tenho/vejo 1.8% 1.0%

Fácil 52.2% 66.5% Difícil 41.9% 28.2%

Falar com pai

Não tenho/vejo 5.9% 5.3% Os jovens que consideram difícil falar com a mãe (ou que não têm ou não vêem a mãe)19 e os jovens que consideram difícil falar com o pai sobre o que os preocupa,20 referem mais frequentemente já ter experimentado álcool.

14 (χ² = 41.35, g. l. = 1, p<.001, n = 6854) 15 (χ² = 62.45, g. l. = 2, p<.001, n = 6834) 16 (χ² = 88.83, g. l. = 1, p<.001, n = 6781) 17 (χ² = 345.97, g. l. = 1, p<.001, n = 6818) 18 (χ² = 63.19, g. l. = 3, p<.001, n = 6780) 19 (χ² = 81.19, g. l. = 2, p<.001, n = 6705) 20 (χ² = 118.01, g. l. = 2, p<.001, n = 6663)

• Relação com os professores:

Experimentar álcool Sim Não

Sim 83.9% 91.0% Ajudam-me Não 8.1% 4.9% Sim 66.3% 74.9% Interessam-se por Não 10.6% 7.1%

Os jovens que consideram que os professores não os ajudam quando precisam ou que não sabem,21 e os jovens que acham que os professores não se interessam por eles como pessoas ou que não sabem,22 afirmam mais frequentemente já ter experimentado álcool.

• Relação com os amigos:

Os jovens que consideram que os seus colegas não os aceitam como são,23 os jovens que às vezes já ficaram sozinhos na escola por os seus colegas não lhe quererem fazer companhia, 24 e os jovens que ficam com os amigos após as aulas (dois ou mais dias por semana),25 mais frequentemente já experimentaram álcool.

Experimentar álcool Sim Não

Sim 85.2% 84.6% Colegas aceitam-me como sou

Não 5.1% 6.5%

1 vez semana ou mais 74.3% 75.0% Às vezes 23.6% 21.4%

Colegas não fizeram companhia Não 2.0% 3.6%

2 ou + dias 73.1% 63.1% 1x ou menos 26.3% 36.0%

Ficar com amigos após aulas, por semana

Não tenho amigos 0.6% 0.9%

OS JOVENS E O CONSUMO DE ÁLCOOL

• Consumo de álcool:

Consumo de álcool (n = 6133) Sim Não 8.7% 91.3%

Cerca de 533 (8.7%) dos jovens inquiridos, consomem regularmente bebidas alcoólicas (cerveja, vinho ou bebidas espirituosas – p.e., whishy, uma vez por semana ou mais).

• Sexo:

Consumo de álcool (n = 6133) Sim Não

M 72.2%

F 27.8%

M 44.0%

F 56.0%

Os rapazes afirmam mais frequentemente consumir álcool do que as raparigas.26

• Idade:

Os jovens que têm 15 anos ou mais, afirmam mais frequentemente consumir álcool.27

21 (χ² = 58.70, g. l. = 2, p<.001, n = 6739) 22 (χ² = 49.41, g. l. = 2, p<.001, n = 6717) 23 (χ² = 6.15, g. l. = 2, p<.05, n = 6724) 24 (χ² = 17.24, g. l. = 2, p<.001, n = 6791) 25 (χ² = 66.71, g. l. = 2, p<.001, n = 6799) 26 (χ² = 155.75, g. l. = 1, p<.001) 27 (χ² = 343.99, g. l. = 3, p<.001)

6 OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

Consumo de álcool (n = 6133) Sim

11 1.9%

13 13.5%

15 39.3%

16 ou + 45.3%

• Tabaco:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 39.9% 5.2% Fumar 1x ou mais/semana Não 60.1% 94.8%

Os jovens que fumam (pelo menos todas as semanas), mais frequentemente consomem álcool.28

• Drogas: Os jovens que já experimentaram alguma droga29 e os jovens que consumiram drogas no último mês,30 referem mais frequentemente consumir álcool.

Consumo de álcool Sim Não

Sim 23.8% 3.5% Experimentar drogas Não 76.3% 96.5%

Sim 14.8% 1.3% Consumir no último mês Não 85.2% 98.7%

• Provocações na escola:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 19.6% 11.1% Provocador Não 80.4% 88.9%

Os jovens que têm comportamentos de provocação aos colegas na escola, referem mais frequentemente consumir álcool.31

• Envolvimento em lutas:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 48.8% 31.6% Lutas Não 51.2% 68.4%

Os jovens que se envolvem em lutas, mais frequentemente consomem álcool.32

• Sentirem-se felizes:

Os jovens que não se sentem felizes, referem mais frequentemente consumir álcool.33

Consumo de álcool Sim Não

Sim 79.3% 87.3% Felicidade Não 20.7% 12.7%

• Sintomas físicos e psicológicos:

Os jovens que apresentam sintomas físicos e psicológicos, referem mais frequentemente consumir álcool.34

28 (χ² = 774.19, g. l. = 1, p<.001, n = 6064) 29 (χ² = 365.37, g. l. = 1, p<.001, n = 5850) 30 (χ² = 331.93, g. l. = 1, p<.001, n = 5645) 31 (χ² = 33.39, g. l. = 1, p<.001, n = 6084) 32 (χ² = 64.67, g. l. = 1, p<.001, n = 6133) 33 (χ² = 26.92, g. l. = 1, p<.001, n = 6114) 34 (χ² = 26.09, g. l. = 1, p<.001, n = 5894)

Consumo de álcool Sim Não

Sim 95.3% 87.6% Sintomas físicos Não 4.7% 12.4%

• Imagem do corpo:

Os jovens que afirmam não estar a fazer dieta, afirmam mais frequentemente consumir álcool.35 Consumo de álcool Sim Não

Sim 7.7% 7.2% Não, mas preciso 18.4% 23.2%

Estar em dieta

Não 73.9% 69.7%

• Alimentação:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 59.8% 64.5% Alimentos saudáveis Não 40.2% 35.5%

Sim 73.2% 54.6% Alimentos pouco saudáveis Não 26.8% 45.4%

Os jovens que não consomem alimentos do tipo “saudável”36e os jovens que consomem alimentos do tipo “pouco saudável”,37 referem mais frequentemente consumir álcool.

• Prática de actividades físicas:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 92.5% 95.3% Actividade física Não 7.5% 4.8%

Os jovens que não praticam actividades físicas, afirmam mais frequentemente consumir álcool.38

• Tempos livres:

Os jovens que vêem TV quatro horas ou mais por dia, mais frequentemente consomem álcool.39

Consumo de álcool Sim Não

Menos de ½h 9.2% 10.1% ½ a 3h 57.3% 62.0%

Ver TV

4h ou mais 33.5% 27.9% • Vida Escolar:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 74.0% 88.5% Gosta da escola Não 26.0% 11.5% Sim 79.1% 57.8% É aborrecido ir à

escola Não 20.9% 42.2% Muito bom 5.1% 6.4% Bom 22.1% 31.6% Médio 65.5% 57.9%

Realização académica

Inferior à média 7.2% 4.1%

35 (χ² = 6.25, g. l. = 2, p< .05, n = 6107) 36 (χ² = 4.65, g. l. = 1, p< .05, n = 6125) 37 (χ² = 68.46, g. l. = 1, p<.001, n = 6125) 38 (χ² = 7.79, g. l. = 1, p<.01, n = 6133) 39 (χ² = 7.26, g. l. = 2, p<.05, n = 6118)

OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL 7

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

Os jovens que não gostam da escola,40os jovens que acham que ir à escola é aborrecido41e os jovens que acham que os seus professores os consideram como tendo capacidades médias ou fracas,42 mais frequentemente consomem álcool.

• Comunicação com os pais:

Consumo de álcool Sim Não

Fácil 70.3% 79.3% Difícil 27.4% 19.2%

Falar com mãe

Não tenho/vejo 2.3% 1.5%

Os jovens que consideram difícil falar com a mãe sobre o que os preocupa, afirmam mais frequentemente consumir álcool.43

• Relação com os professores:

Os jovens que consideram que os professores não os ajudam quando precisam44 e os jovens que acham que os professores não se interessam por eles como pessoas,45 mais frequentemente consomem álcool.

Consumo de álcool Sim Não

Sim 75.0% 87.0% Ajudam-me quando preciso Não 13.0% 6.4%

Sim 59.2% 69.8% Interessam-se por mim como pessoa Não 15.6% 8.8%

• Relação com os amigos:

Consumo de álcool Sim Não

Sim 87.0% 85.1% Colegas aceitam-me como sou Não 3.1% 5.6%

2 ou + dias 83.7% 68.7% 1x ou menos 15.7% 30.6%

Ficar com amigos após aulas, por semana Não tenho amigos 0.6% 0.7%

Os jovens que consideram que os seus colegas não os aceitam como são46 e os jovens que ficam mais vezes com os amigos após as aulas (dois ou mais dias por semana),47 mais frequentemente consomem álcool.

OS JOVENS E O ESTADO DE EMBRIAGUEZ

• Estado de embriaguez :

Embriaguez (n = 6878) Sim Não

11.0% 89.0% Da totalidade dos jovens, 11.0% (n = 759) revelaram já terem ficado embriagados (duas vezes ou mais). • Sexo:

Os rapazes apresentam uma maior frequência de já terem ficado embriagados do que as raparigas.48

40 (χ² = 90.91, g. l. = 1, p<.001, n = 6072) 41 (χ² = 92.07, g. l. = 1, p<.001, n = 6109) 42 (χ² = 31.28, g. l. = 3, p<.001, n = 6074) 43 (χ² = 23.39, g. l. = 2, p<.001, n = 6029) 44 (χ² = 57.85, g. l. = 2, p<.001, n = 6042) 45 (χ² = 34.74, g. l. = 2, p<.001, n = 6026) 46 (χ² = 6.32, g. l. = 2, p<.05, n = 6034) 47 (χ² = 52.34, g. l. = 2, p<.001, n = 6095) 48 (χ² = 82.49, g. l. = 1, p<.001)

Embriaguez (n=6878) Sim Não

M 62.5%

F 37.5%

M 45.0%

F 55.0%

• Idade:

Embriaguez (n = 6791) Sim

11 2.6%

13 14.0%

15 36.4%

16 ou + 47.0%

Os jovens que têm 15 anos ou mais são os que mais referem já terem ficado embriagados.49

• Tabaco:

Embriaguez Sim Não

Sim 40.0% 60.0% Fumar 1x ou mais/semana Não 4.1% 95.9%

Os jovens que fumam (todas as semanas ou todos os dias), referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.50

• Drogas:

Embriaguez Sim Não

Sim 26.3% 2.7% Experimentar drogas Não 73.7% 97.3%

Sim 15.1% 0.9% Consumir no último mês Não 84.9% 99.1%

Os jovens que já experimentaram drogas51 e os jovens que consumiram drogas no último mês,52 mais frequentemente referem já terem ficado embriagados.

• Provocações na escola:

Embriaguez Sim Não

Sim 18.2% 11.4% Provocador Não 81.8% 88.6%

Os jovens que se envolvem em comportamentos de provocação aos colegas na escola, referem mais já terem ficado embriagados.53

• Envolvimento em lutas:

Embriaguez Sim Não

Sim 50.3% 31.8% Lutas Não 49.7% 68.2%

Os jovens que se envolveram em lutas, afirmam mais frequentemente já terem ficado embriagados.54

• Sentirem-se felizes: Os jovens que não se sentem felizes, referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.55

49 (χ² = 539.09, g. l. = 3, p<.001) 50 (χ² = 1152.97, g. l. = 1, p<.001, n = 6788) 51 (χ² = 692.19, g. l. = 1, p<.001, n = 6521) 52 (χ² = 521.55, g. l. = 1, p<.001, n = 6293) 53 (χ² = 28.73, g. l. = 1, p<.001, n = 6812) 54 (χ² = 104.13, g. l. = 1, p<.001, n = 6878) 55 (χ² = 56.28, g. l. = 1, p<.001, n = 6852)

8 OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL

AVENTURA SOCIAL & SAÚDE Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.

Embriaguez Sim Não

Sim 77.7% 87.6% Felicidade Não 22.3% 12.4%

• Sintomas físicos e psicológicos:

Embriaguez Sim Não

Sim 94.8% 87.3% Sintomas físicos e psicológicos Não 5.2% 12.7%

Os jovens que apresentam sintomas físicos e psicológicos, referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.56

• Imagem do corpo:

Embriaguez Sim Não

Sim 50.3% 42.0% Mudar algo no corpo Não 49.7% 58.0%

Os jovens que gostariam de mudar algo no seu corpo,57 referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.

• Alimentação:

Embriaguez Sim Não

Sim 56.0% 64.3% Alimentos saudáveis Não 44.0% 35.7%

Sim 72.5% 54.1% Alimentos pouco saudáveis Não 27.5% 45.9%

Os jovens que não consomem alimentos do tipo “saudável”58 e os jovens que consomem alimentos do tipo “pouco saudável”,59 referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.

• Prática de actividades físicas:

Os jovens que não praticam actividades físicas, referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.60

Embriaguez Sim Não

Sim 91.6% 95.7% Actividade física Não 8.4% 4.3%

• Tempos livres:

Embriaguez Sim Não

Menos de ½h 8.1% 10.6% ½ a 3h 54.8% 62.1%

Ver TV

4h ou mais 37.1% 27.3%

Os jovens que vêem TV quatro horas ou mais por dia, referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.61

• Vida escolar:

Os jovens que não gostam da escola,62 os jovens que acham que ir à escola é aborrecido,63e os jovens que acham que os seus professores os consideram como tendo capacidades

56 (χ² = 34.23, g. l. = 1, p<.001, n = 6533) 57 (χ² = 18.54, g. l. = 1, p<.001, n = 6818) 58 (χ² = 19.58, g. l. = 1, p<.001, n = 6856) 59 (χ² = 91.66, g. l. = 1, p<.001, n = 6856) 60 (χ² = 24.67, g. l. = 1, p<.001, n = 6878) 61 (χ² = 32.63, g. l. = 2, p<.001, n = 6855) 62 (χ² = 143.60, g. l. = 1, p<.001, n = 6801) 63 (χ² = 174.81, g. l. = 1, p<.001, n = 6839)

médias,64 afirmam com maior frequência já terem ficado embriagados. Embriaguez Sim Não

Sim 73.0% 88.7% Gosta da escola Não 27.0% 11.3% Sim 81.7% 56.7% É aborrecido ir à Não 18.3% 43.3% Muito bom 5.1% 6.2% Bom 22.4% 31.4% Médio 66.8% 58.1%

Realização

Inferior à média 5.8% 4.3%

• Comunicação com os pais:

Embriaguez Sim Não

Fácil 69.0% 80.0% Difícil 29.0% 18.5%

Falar com mãe

Não tenho/vejo 2.0% 1.5%

Fácil 48.7% 57.3% Difícil 44.6% 37.1%

Falar com pai

Não tenho/vejo 6.6% 5.6%

Os jovens que consideram difícil falar com a mãe65 e os jovens que consideram difícil falar com o pai sobre o que os preocupa,66 referem mais frequentemente já terem ficado embriagados.

• Relação com os professores:

Embriaguez Sim Não

Sim 73.7% 87.4% Ajudam-me quando preciso Não 13.3% 6.4%

Sim 57.8% 70.1% Interessam-se por mim como pessoa Não 15.4% 8.9%

Os jovens que consideram que os professores não os ajudam quando precisam embriagados67 e os jovens que acham que os professores não se interessam por eles como pessoas,68 afirmam mais frequentemente já terem ficado embriagados.

• Relação com os amigos: Embriaguez Sim Não

Sim 87.7% 84.7% Colegas aceitam-me como sou Não 3.4% 5.8%

2 ou + dias 84.0% 68.5% 1x ou menos 15.3% 30.8%

Ficar com amigos após aulas, por semana Não tenho amigos 0.7% 0.6% Os jovens que consideram que os seus colegas os aceitam como são69 e os jovens que ficam com os amigos após as aulas (dois ou mais dias por semana),70 mais frequentemente já ficaram embriagados (duas vezes ou mais). Ainda, os consumidores abusivos referem mais frequentemente ser também consumidores habituais.71

64 (χ² = 30.59, g. l. = 3, p<.001, n = 6799) 65 (χ² = 48.37, g. l. = 2, p<.001, n = 6725) 66 (χ² = 19.56, g. l. = 2, p<.001, n = 6684) 67 (χ² = 102.76, g. l. = 2, p<.001, n = 6758) 68 (χ² = 54.70, g. l. = 2, p<.001, n = 6737) 69 (χ² = 7.92, g. l. = 2, p<.05, n = 6745) 70 (χ² = 78.46, g. l. = 2, p<.001, n = 6822) 71 (χ² = 1536.35, g. l. = 1, p<.001, n = 6120)

OS JOVENS PORTUGUESES E O ÁLCOOL 9

AVENTURA SOCIAL Faculdade de Motricidade Humana Universidade Técnica de Lisboa

Promoção da Saúde / Comportamento Social

Profª Drª Margarida Gaspar de Matos Drª Susana Fonseca Carvalhosa Faculdade de Motricidade Humana Estrada da Costa 1495-688 Cruz Quebrada

Aventura Social e Saúde Telef. 21 419 67 77 Fax 21 415 12 48 E-Mail: [email protected]

Um perfil aparece assim esboçado, não para nos preocuparmos,mas para nos guiar na intervenção, na pesquisa de modos depromoção de estilos de vida alternativos.

É ERRADO concluir-se que são as situações que indicámosassociadas inelutavelmente com a experimentação ou mesmo oconsumo regular ou abusivo de álcool.

É ERRADO, falarmos de CAUSAS e muito menos de CULPAS…

É ainda ERRADO pensarmos (apressadamente) que lá porque umjovem se encontra em alguma destas situações, que ele ou elavai acabar por experimentar beber álcool ou mesmo consumirregularmente ou abusivamente.

Estamos a falar de Riscos, de facilitadores, de tendências…

Está porém nas mãos de nós todos pensar emALTERNATIVAS!… Vamos a isso!…

Se o tema te interessou ou suscitou alguma curiosidade… Não hesites! Escreve-nos ou envia-nos um mail com comentáriosou sugestões. Se quiseres podemos enviar-te uma das nossas publicações: “A Saúde dos jovens portugueses” ou “A saúdedos jovens de Lisboa”, podes ainda inscrever-te para receber outras folhas informativas (como esta…), com outro tema. Escreve-nos! Até breve…

Correspondência deverá ser enviada para: Contactos:

AVENTURA SOCMatos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2002). Os

Publicações LIVROS: Matos, M., Simões, C., Canha, L., & Carvalhosa, S. (2000). Saúde e

estilos de vida nos jovens portugueses. Lisboa: FMH /PPES. Matos, M., Simões, C., & Carvalhosa, S. (Eds.). (2000).

Desenvolvimento de competências de vida na prevençãodo desenvolvimento social. IRS – MJ.

Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., Reis, C., & Canha, L. (2000).A saúde dos adolescentes portugueses. Lisboa: FMH /PEPT-Saúde.

Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., & Canha, L. (2001). A saúdedos adolescentes de Lisboa. Lisboa: FMH /PEPT /GPT.

FOLHAS INFORMATIVAS: Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Quem afinal experimenta drogas

em Lisboa?. 1, 1.Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Os jovens portugueses e o

consumo de drogas. 1, 2. Lisboa: FMH /PEPT /GPT. Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Violência na escola:

provocadores, vítimas e outros. 2, 1. Lisboa: FMH /PEPT/GPT.

Matos, M., & Carvalhosa, S. (2001). Saúde mental e mal estar físicona idade escolar. 3, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT.

Matos, M., Carvalhosa, S., & Diniz, J. (2001). Actividade física eprática desportiva nos jovens portugueses. 4, 1. Lisboa:FMH /PEPT /GPT.

Matos, M., Carvalhosa, S., & Fonseca, H. (2001). O comportamentoalimentar dos jovens portugueses. 5, 1. Lisboa: FMH /PEPT/GPT.

Matos, M., Carvalhosa, S., Vitória, P., & Clemente, M. (2001). Osjovens portugueses e o tabaco. 6, 1. Lisboa: FMH /PEPT/GPT /CPT.

Matos, M., Carvalhosa, S., Reis, C., & Dias, S. (2001). Os jovensportugueses e o álcool. 7, 1. Lisboa: FMH /PEPT /GPT.

Próximas publicações Em 2002 vamos realizar um novo estudo, em escolas de todo opaís... Uma delas pode ser a tua... Poderemos depois publicar os novos resultados e compará-loscom estes.

Conclusões De acordo com estes nossos dados, recolhidos junto de umaamostra nacional significativa de 6903 jovens do 6º,8º e 10ºanos, utilizando um questionário (Currie et al., 2000; Matos etal., 2000), os rapazes e os mais velhos não só maisfrequentemente já experimentaram álcool, como são maisfrequentemente consumidores regulares e abusivos.

Os resultados sugerem que, no geral, os jovens que jáexperimentaram, bem como os consumidores regulares eabusivos de álcool apresentam um perfil de afastamento emrelação à família, à escola e ao convívio com os colegas em meioescolar. Apresentam também com mais frequência envolvimentocom experimentação e consumo de tabaco e outras drogasilícitas e envolvimento em lutas e situações de violência naescola. De salientar ainda que apenas 12% dos jovens queexperimentaram álcool são consumidores habituais, mas osconsumidores habituais são mais frequentemente consumidoresabusivos.

Os jovens que experimentaram álcool, bem como osconsumidores regulares e abusivos, referem maisfrequentemente ver televisão quatro ou mais horas por dia epraticam menos frequentemente actividade física.

Os jovens que já experimentaram álcool, bem como osconsumidores regulares e abusivos, afirmam-se menos felizes ereferem com mais frequência sintomas de mal estar físico epsicológico. Em geral, referem também ter uma alimentaçãomenos saudável e um maior desagrado com a imagem do seucorpo, salientando-se ainda uma maior frequência decomportamentos de dieta nos jovens que referem terexperimentado álcool, mas não nos consumidores regulares econsumidores abusivos.

De salientar que tanto os jovens que já experimentaram álcoolcomo os consumidores regulares e abusivos, ao mesmo tempoque apresentam um perfil de afastamento em relação aoscolegas em ambiente escolar referem um maior convívio com osamigos fora das horas da escola.

No âmbito da promoção de estilos de vida saudáveis nosadolescentes, este estudo reforça a importância já reconhecidados contextos sociais do jovem. A família, o envolvimentoescolar, a relação com os professores, o estabelecimento delaços de amizade com os pares no contexto escolar e a práticade actividade física aparecem aqui como factorespotencialmente protectores no que diz respeito àexperimentação e consumo regular e abusivo de álcool,enquanto que os consumos de tabaco e drogas, o envolvimentoem actos de violência na escola, bem como o “consumo” abusivode televisão e o convívio com outros jovens fora do contextoescolar, nos aparecem como um potencial factor de risco para oaparecimento de hábitos alcoolicos.

Curiosamente o perfil dos jovens que experimentaram ou sãoconsumidores regulares ou abusivos de álcool, aparece-nos comgrandes semelhanças com outros perfis que sugerimos para osjovens consumidores de tabaco (Matos, Carvalhosa, Vitória eClemente, 2001), para os jovens consumidores de drogas ilícitas(Matos e Carvalhosa, 2001a) e para os jovens que se envolvemem actos de violência (Matos e Carvalhosa, 2001b).

IAL & SAÚDE jovens portugueses e o álcool. 7, 1. FMH/PEPT/GPT.