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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA PREVENÇÃO DE USO E ABUSO DE ÁLCOOL: POSSÍVEIS RELAÇÕES Elcione Alves Sorna Neves 1 Maria Luiza Segatto 2 RESUMO Esse artigo aborda sobre o consumo de álcool e suas conseqüências na saúde, analisando os aspectos psicossociais e as pessoas que se tornam co-dependentes. O objetivo proposto foi de realizar um levantamento bibliográfico a cerca do álcool e da família na prevenção de uso e abuso de substância dando ênfase às relações intrafamiliares. Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória, através do método de pesquisa literária a cerca da importância da família na prevenção de uso e abuso de álcool: possíveis relações. Realizado em fontes de dados eletrônicos (obid, sappiens, senad, pepsic, scielo, antidrogas, google), revistas, livros e acervo da biblioteca local. Foram utilizados como descritores de estudo: família, álcool, co-dependência, uso, abuso e violência. Foram encontrados 77 artigos, 19 livros, 6 revistas, que abordaram esta temática como eixo principal (família, álcool, co-dependência,uso, abuso), tanto em língua portuguesa como em língua inglesa e espanhola. Destes foram utilizados 33 nacionais e internacionais. Após a seleção do material procedeu-se uma leitura sistemática e posteriormente um fichamento. Verificou-se que, os consumidores são discriminados socialmente e a família passa emocionalmente a viver viciada em dramas ou crises ligados ao consumo, o que denominamos uma situação de co-dependêndia. Esse é um problema de ordem social a partir do momento em que as conseqüências não pertencem somente aos usuários, mas também a família e a sociedade. Sendo que a sociedade sofre e necessita de políticas públicas com redes de atendimentos para melhor explorar um tema tão novo que causa problemas em casa, no trabalho, nas escolas ou com amigos. É relevante observar que o ambiente familiar induz e facilita o uso e abuso de álcool e por ser dinâmico e passível à mudanças, o vínculo familiar pode ser resgatado. Palavras chave: Família. Drogas. Fatores Biopsicossociais. Co-dependência INTRODUÇÃO Historicamente, a utilização de álcool para mudar a percepção humana, provocando alterações psicossomáticas é a mais antiga das drogas usadas pela humanidade. A influência do ambiente doméstico, principalmente da figura paterna com o uso de álcool tem aumentado o consumo entre adolescentes já que essa fase da vida está sujeita a transformações 1 Faculdade Católica de Uberlândia – [email protected]. 2 Faculdade Católica de Uberlândia [email protected].

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Estudo qualitativo realizado através do método de investigação literária (documentos electrónicos, revistas, livros) sobre a importância da família na prevenção do uso e do abuso do álcool, cujas consequências na saúde são também analisadas, bem como os aspectos psicossociais e as pessoas que se tornam co-dependentes. Para tal, é feita referência à origem histórica do álcool, aos seus efeitos no organismo, ao consumo de drogas no contexto nacional (Brasil) e à co-dependência entre o alcoólico e a família.

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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA PREVENÇÃO DE USO E ABUSO DE ÁLCOOL: POSSÍVEIS RELAÇÕES

Elcione Alves Sorna Neves1

Maria Luiza Segatto2

RESUMO Esse artigo aborda sobre o consumo de álcool e suas conseqüências na saúde, analisando os aspectos psicossociais e as pessoas que se tornam co-dependentes. O objetivo proposto foi de realizar um levantamento bibliográfico a cerca do álcool e da família na prevenção de uso e abuso de substância dando ênfase às relações intrafamiliares. Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória, através do método de pesquisa literária a cerca da importância da família na prevenção de uso e abuso de álcool: possíveis relações. Realizado em fontes de dados eletrônicos (obid, sappiens, senad, pepsic, scielo, antidrogas, google), revistas, livros e acervo da biblioteca local. Foram utilizados como descritores de estudo: família, álcool, co-dependência, uso, abuso e violência. Foram encontrados 77 artigos, 19 livros, 6 revistas, que abordaram esta temática como eixo principal (família, álcool, co-dependência,uso, abuso), tanto em língua portuguesa como em língua inglesa e espanhola. Destes foram utilizados 33 nacionais e internacionais. Após a seleção do material procedeu-se uma leitura sistemática e posteriormente um fichamento. Verificou-se que, os consumidores são discriminados socialmente e a família passa emocionalmente a viver viciada em dramas ou crises ligados ao consumo, o que denominamos uma situação de co-dependêndia. Esse é um problema de ordem social a partir do momento em que as conseqüências não pertencem somente aos usuários, mas também a família e a sociedade. Sendo que a sociedade sofre e necessita de políticas públicas com redes de atendimentos para melhor explorar um tema tão novo que causa problemas em casa, no trabalho, nas escolas ou com amigos. É relevante observar que o ambiente familiar induz e facilita o uso e abuso de álcool e por ser dinâmico e passível à mudanças, o vínculo familiar pode ser resgatado.

Palavras chave: Família. Drogas. Fatores Biopsicossociais. Co-dependência

INTRODUÇÃO Historicamente, a utilização de álcool para mudar a percepção humana, provocando

alterações psicossomáticas é a mais antiga das drogas usadas pela humanidade. A influência

do ambiente doméstico, principalmente da figura paterna com o uso de álcool tem aumentado

o consumo entre adolescentes já que essa fase da vida está sujeita a transformações

1 Faculdade Católica de Uberlândia – [email protected].

2 Faculdade Católica de Uberlândia [email protected].

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biopsicossociais em busca de uma identidade e independência individual (MORENO et al,

2009).

Noto et al (2003) aborda o consumo de drogas presente no cotidiano de várias

pessoas. Conhecer e acompanhar essas peculiaridades são passos importantes para criar e

adotar políticas públicas mais adequadas às necessidades do país. No Brasil levantamentos

epidemiológicos feitos pelo CEBRID( Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas

Psicotrópicas)e pelo SENAD (Secretária Nacional Antidrogas) auxiliam no conhecimento da

realidade brasileira. Tais dados traçam o perfil de drogas no Brasil, como em cada área

geográfica demonstrando um aumento considerado no consumo do álcool. A ampliação da

visão em relação ao uso problemático de álcool com seus efeitos, riscos, e complicações

permite novos campos de estudos (CARLINE et al, 2001).

Segundo Olazábal et al (1997), esse conhecimento acerca da enfermidade alcoólica

deve ocorrer não só no contexto científico como também no contexto familiar. O principal

problema enfrentado é a ausência de conhecimentos no tratamento como na prevenção do

usuário de álcool. A família necessita de aprendizagem para enfrentar adequadamente os

problemas. A contribuição dos familiares na reabilitação pode dificultar ou facilitar a

abstinência.

De acordo com Beattie (2001), a família encontra-se em situação de co-dependência

necessitando identificar características dessa situação buscando sua própria recuperação ou

seu processo de cura. Co-dependente realmente é incapaz de se proteger ou resolver seus

problemas. O consumo de álcool e suas conseqüências, tanto físicas, como biopsicossociais,

envolvendo usuários, família, sociedade, políticas governamentais e não governamentais

visam reduzir o consumo e consumidores, embora a finalidade seja alcançar o conhecimento e

a educação familiar A prevenção desses problemas decorrentes do uso problemático do álcool

requer treinamento de profissionais capacitados a atender famílias, a trabalhar mudanças de

crenças, hábitos, atitudes, percepções promovendo a abstinência e a liberdade da família

(CORRADI-WEBSTER et al, 2005).

O objetivo dessa pesquisa é realizar um levantamento bibliográfico acerca do álcool, a

importância da família na prevenção de uso e abuso de álcool, dando ênfase ás relações

intrafamiliares.

A relevância do estudo fundamenta-se no fato de ser este um tema de saúde pública

que afeta milhares de pessoas em todas as faixas etárias, com grande variedade de

conseqüências biopsicossociais, familiares e individuais. O uso do álcool é um fenômeno

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mundial que precisa ser discutido no Brasil como em todo o mundo e é, portanto um tema que

deve ser conhecido, divulgado, refletido.

Trata-se de um estudo qualitativo de natureza exploratória, através do método de

pesquisa literária a cerca da importância da família na prevenção de uso e abuso de álcool:

possíveis relações. Realizado em fontes de dados eletrônicos (obid, sappiens, senad, pepsic,

scielo, antidrogas, google), revistas, livros e acervo da biblioteca local. Foram utilizados como

descritores de estudo: família, álcool, co-dependência, uso, abuso e violência. Foram

encontrados 77 artigos, 19 livros, 6 revistas, que abordaram esta temática como eixo principal

(família, álcool, co-dependência,uso, abuso), tanto em língua portuguesa como em língua

inglesa e espanhola. Destes foram utilizados 33 nacionais e internacionais. Após a seleção do

material procede-se uma leitura sistemática e posteriormente um fichamento.

2 ORIGEM DO ÁLCOOL

De acordo com Moreno et al (2009) e Federação de Comunidades Terapêuticas

(2001), a utilização de substâncias naturais para mudar as percepções humanas confundem

com a própria origem do homem. O álcool é considerado a droga mais antiga de todas as

substâncias psicoativas com o objetivo de mudar mente e emoções. Através das épocas

verificou-se um avanço nas técnicas de fermentação através das matérias primas como cevada

e frutas. Qualquer cereal ou frutas prensadas sofrem alterações em conseqüência da

fermentação. Deste modo originou a produção de bebidas alcoólicas como uma arte pelos

povos egípcios e gregos. Os egípcios possuíam destilarias onde praticavam o culto a Osíris

como forma de agradecimento pela dádiva da cevada. Os gregos cultuavam a Dionísio e

ofereciam bebidas alcoólicas aos soldados e a outros deuses como meta de facilitar as relações

interpessoais. Baco era cultuado pelos romanos como forma de agradecimento pelo “vinho

divino” criado por esse deus e desse modo passaram a divulgar, a distribuir por toda a europa

as bebidas fermentadas. Durante a idade média o álcool foi divulgado como saudável e foi

utilizado para fins terapêuticos e foi denominado aqua vitae. Os árabes com conhecimentos

mais apurados de destilação começam a produzir bebidas com maior teor alcoólico dando

origem às bebidas destiladas. Já em pleno século XIX, com a revolução industrial observou-se

uma maior popularidade e expansão de consumo como também suas conseqüências. Nessa

época surgem as primeiras preocupações com a prevenção e o surgimento das campanhas e

leis de normalização. Observa-se que até essa data o alcoolismo era simplesmente um vício e

não doença como é visto através do CID 10.

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Andrade e Espinheira (2010), relataram que quando os portugueses chegaram ao

Brasil, descobriram uma bebida fermentada através da mandioca denominada cauim

produzida pelos índios. Era uma bebida forte usada em rituais, em festas. Os portugueses

eram conhecedores do vinho e da cerveja mais logo através da cana de açúcar passaram a

fabricar a cachaça (caldo em processo de fermentação) denominada melaço, denominado

depois “cagaça” que mais tarde veio a ser cachaça. A mesma tinha como objetivo alterar a

consciência, para calar as dores no corpo e da alma, para açoitar espíritos em festas, para

atiçar a coragem em covardes e para aplacar traições e ilusões. Para tudo, na alegria e na

tristeza, o brasileiro justifica o uso do álcool, da branquinha à amarelinha, sempre no

diminutivo.

3 OS EFEITOS DO ÁLCOOL NO ORGANISMO

A Federação das Comunidades Terapêuticas (2001), intitula o álcool etílico como uma

substância com efeitos puramente depressores sobre o sistema nervoso central, apesar dos

efeitos paradoxalmente estimulantes ou euforizantes o que o torna uma bebida promotora de

animação e descontração nas reuniões sociais.

A mesma federação enfatiza que a absorção do etanol com muita rapidez pelo

estomago é distribuído uniformemente por todos os tecidos do corpo, inclusive no cérebro.

Vale considerar que atravessa a placenta atingindo o feto ainda em formação nos mesmos

níveis sanguíneos de sua mãe.

Para Laranjeira et al (2003), álcool é uma substância psicoativa presente em bebidas

como cerveja, pinga, vinhos, bebidas destiladas. Após o uso dessas bebidas, inicialmente

surgem os efeitos estimulantes como a euforia onde a agitação, a inquietação, a desinibição, a

insônia e a maior facilidade de se comunicar são facilmente identificadas. Em seguida passa-

se a fase depressora que apresenta tontura, uma fala pastosa, ausência de coordenação motora

com piora dos reflexos, alteração do humor, personalidade, comportamento, diminuição da

concentração e sonolência. Se o consumo for de forma abusiva pode-se tornar grave levando

ao coma com bloqueio respiratório central, necessitando de emergência médica, com cuidados

intensivos para a manutenção da vida. A intensidade, o uso, o abuso e os efeitos do álcool

podem variar de pessoa para pessoa, em função de uma série de fatores como massa corporal,

sexo, idade, metabolismo e freqüência de consumo. O uso e abuso do álcool propiciam o

desenvolvimento da dependência. Alguns sinais da dependência são facilmente observados

como a necessidade de maiores quantidades de ingestão de álcool, denominado tolerância de

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uso, a freqüência de consumo como um “grande desejo” de beber e da falta de controle sobre

a quantidade ingerida. Observa-se também que no período de abstinência do álcool surgem

sintomas desagradáveis como tremores, sudorese, taquicardia ou hipertensão, cefaléia,

insônia, alucinações visuais, táteis ou auditivas transitórias, irritabilidade, náuseas, vômitos,

convulsões tipo grande mal que podem aparecer algumas horas após a diminuição ou parada

do consumo. Ao fazer uma avaliação psicológica o usuário encontra-se desorientado no tempo

e no espaço; o juízo critico da realidade está comprometido; apresenta ansiedade intensa com

episódio de violência contra si e contra outros; apresenta-se delirante com pensamento

descontínuo, de conteúdo desagradável. Esses sintomas podem levar a um aumento de

consumo do álcool para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência (NOTO et al 2003).

Para Laranjeiras et al (2003) e Corradi-Webster et al (2009), o consumir drogas é uma

prática humana ao longo da história de toda humanidade. Não existe sociedade que não tenha

feito uso de substâncias psicoativas em algum momento de sua história com finalidades

diversas. Observa-se um aumento significativo de consumo ao longo da história acarretando

problemas em todas as áreas da vida do usuário. O uso problemático do álcool tem se

revelado em algumas pessoas em diferentes graus de dependência que trabalham e possuem

famílias estruturadas. O padrão de uso do álcool pelas famílias tem crescido

consideravelmente, alcançando prioridade onde antes outros comportamentos tinham maior

valor (MELO et al, 2005).

4 CONSUMO DE DROGAS NO CONTEXTO NACIONAL

Noto et al (2003), no levantamento nacional sobre o uso de drogas entre crianças e

adolescentes em situação de rua observa que o início do consumo de bebidas alcoólicas

ocorreu antes da situação de rua, em ambiente familiar sendo um dos principais contextos de

iniciação ao consumo

Segundo Euzébio et al (2007), o uso e abuso de álcool e outras drogas ocorrem em

todos os grupos socioeconômicos, e geográficos o que provoca alterações do comportamento,

cognição e humor que incidem por sua própria natureza a recaídas. O tratamento é identificar,

avaliar e responder a cada situação disfuncional com motivação a mudanças de

comportamento, estilo de vida e a manter a abstinência dos usuários de álcool e outras drogas.

A Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (2001), afirma que muitas

famílias preocupam somente com as drogas ilícitas entre elas a maconha e a cocaína por medo

de fazerem parte da rotina de vida de seus membros, por não acreditarem que as lícitas como

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álcool e tabaco possam ser um problema, pois acreditam em um consumo social administrável

onde adultos as usam e os jovens poderão vir a fazê-lo, como substâncias inofensivas.

Estudos comprovam que ações preventivas devem ser direcionadas às populações em

situação de risco e com vulnerabilidade de envolvimento com drogas. O ambiente, a

influência de usuários inclusive familiar e o acesso ao tráfego são áreas importantes nestas

ações. Nas famílias, diferentes são as influencias na constituição de um indivíduo por

apresentarem muitos arranjos de hábitos, costumes, vínculos, comportamento e resistência

quando as mesmas são solicitadas a participar de um tratamento (OLIVEIRA;

BITTENCOURT; CARMO, 2008).

As mesmas autoras afirmam que, não se pode afirmar a presença de traços comuns em

famílias de dependentes químicos, mas pode-se perceber que a vida em família pode

apresentar padrões de risco e de proteção. Há famílias que vivenciam uma relação mais

funcional em momentos de conflitos. Outras em suas experiências, em seu cotidiano ressaltam

agressões, ofensas, preconceitos que podem comprometer a abstinência ao uso e abuso de

drogas dela própria e do indivíduo.

De acordo com Noto et al (2003), foi realizado o Levantamento Nacional sobre o uso

de Drogas entre Crianças e Adolescentes em situação de rua nas 27 Capitais Brasileiras com

amostra representativas tornando possível avaliar a questão dentro de uma perspectiva

nacional. O Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID) realizou

quatro levantamentos sobre o uso de drogas entre crianças e adolescentes em situação de rua.

O primeiro levantamento, abrangendo três capitais brasileiras: Porto Alegre, Salvador e São

Paulo (1987). O segundo contou com o apoio das Nações Unidas (1989). O terceiro

levantamento foi realizado ampliando para cinco capitais nacionais: Fortaleza, Porto Alegre,

Recife, Rio de Janeiro e São Paulo (1993). O quarto realizado em seis capitais brasileiras

incluindo Brasília, contou com o apoio governamental através do Ministério da Justiça

(1997). Foi observado um significativo aumento no consumo de drogas através dessas

avaliações pelo CEBRID. Entre os fatores preciptadores ao consumo estão os individuais e os

familiares.

Noto et al (2003), encontraram no primeiro levantamento domiciliar sobre o uso de

drogas psicotrópicas no Brasil em 2001, estudos envolvendo as 107 maiores cidades do país

revelam com prevalência de uso de álcool, 77,3% para o sexo masculino e 60,6% para o sexo

feminino. Em porcentagem a dependência de álcool é de 17,1% para o sexo masculino e 5,7%

para o sexo feminino, aproximadamente, 5283.000 pessoas são dependentes de bebidas

alcoólicas nas cidades brasileiras. No mesmo levantamento a dependência da maconha

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apareceu em 1,0% dos entrevistados o que corresponde a uma população estimada de 451.000

pessoas nas 107 maiores cidades do Brasil. O CEBRID observa que faltam dados semelhantes

nos levantamentos domiciliares de outros países para possíveis comparações. A prevalência

do uso de cocaína foi de 2,3%, o que aproximadamente equivale a 1.076.000 pessoas. A

prevalência do crack foi de 0,7%, 149.000 pessoas. A da merla 0,7% entre os 18 e 24 anos

para homens, e de 0,5% entre 25 e 34 anos para o mesmo sexo

No contexto relacional da família, fatores sociais como o uso de álcool e outras drogas

de forma inadequada tem levado à manifestação de violência. E sobre a violência os

comportamentos, relacionamentos e papéis familiares têm sidos estabelecidos e enraizados.

No relacionamento intrafamiliar manifesta a autoridade paterna e se sua utilização for de

forma não aceitável socialmente poderá trazer sérias conseqüências, tanto físicas, psicológicas

como sociais comprometendo o desempenho de papéis dentro da família quanto à saúde de

seus membros. Vários arranjos familiares têm surgido, com regras, costumes, crenças,

organizações e modificações. A família como uma organização encontra-se em constates

alterações, muito afetada e em crises permanentes (MELO et al, 2005).

Laranjeira et al (2004), expõem evidencias do consumo de álcool, no Brasil como em

todo o mundo demonstrando o custo social e de saúde. Entre os fatores sociais abordados

encontram-se os problemas familiares, a violência, o abuso de álcool entre menores,

problemas financeiros, dificuldades educacionais dentre outros. É importante salientar que

mesmo existindo algum benefício psicológico com o consumo do álcool os fatores de risco

para doenças e morte são evidentes. Álcool é problema de saúde pública que merece

prioridade das agendas de políticas públicas.

Furtado et aL (2005), através dos dados da OMS (1993), revela que de 10 a 12% da

população mundial apresenta dependência de álcool. De 15 a 20% usam de forma excessiva, e

associada às comorbidades tais como danos cardiovasculares, hepáticos, neurológicos entre

outros se tornam fatores de risco para essa população e sinalizadores de vários diagnósticos

relacionados a esse consumo.

Nos contextos individuais várias pessoas estabelecem com o álcool e outras drogas

uma relação afetiva de prazer tão intensa que não conseguem ficar livres da síndrome de

dependência. A necessidade psicológica e física é evidenciada por um forte desejo ou fissura

que não os mantêm fora da abstinência. Como resultado da ingestão de bebidas e uso de

drogas os usuários-problemas começam a desenvolver em casa no trabalho como também em

atividades recreacionais situações de risco, internas e externas que podem levar o indivíduo a

recair no uso. O perigo de perder o controle e a manutenção da abstinência como

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enfrentamento da situação de risco é acompanhado por muita ansiedade por parte do usuário

(KNAPP; BERTOLOTE, 1994).

Se o álcool por um lado recebe um valor positivo de seus usuários como um agente

produtor de sociabilidade como um momento de reunião, por outro negativamente tem levado

a rupturas de relações sociais inclusive dentro da própria família (MOTA, 2004).

As situações de dependências estão intimamente ligadas a problemas sócios culturais

que necessitam ser abordados não só como indicadores à dependência, mas como fatores

importantes sinalizadores de crenças que necessitam de intervenções e que permanecem

intocáveis diante das políticas públicas no Brasil. As drogas estão sendo vistas como uma

alternativa ao estresse e as frustrações, mas o olhar deve ser colocado no cerne do problema

que é a questão que motiva o uso (BARRETO, 2008).

Conforme análise realizada em Uberlândia (MG), que objetivou analisar a população

de dois bairros, chegou-se à conclusão que as experiências vividas pelas pessoas desses locais

estavam relacionadas às suas próprias experiências e envolviam as palavras medo,

insegurança e violência. As pessoas relatam elevado número de assaltos e ausência de

condições estruturais entre elas a pouca iluminação de algumas vias públicas, uma quantidade

elevada de usuários de drogas e ausência de segurança pública com patrulhamento no local.

Vários crimes motivados pelo uso de drogas têm ocorrido. A violência, o roubo, o tráfico, os

sentimentos de insegurança, a ausência de policiamento nas escolas, entre outros fatores têm

feito muitas vítimas. O presente estudo analisa dois bairros com perfis socioeconômicos

diferenciados, mas o resultado obtido apresenta discursos sobre a violência muito parecidos

considerando-a como algo “natural e inerente a sociedade urbana contemporânea” (SANTOS;

RAMIRES, 2009).

Segundo Barros Filho et al (2000), reproduções biológicas e sociais são papeis

familiares. Socializar neste contexto é colocar regras, limites, reprimir e cuidar com afeto. O

que se tem observado é que não apenas o homem pratica violência intrafamiliar, mas também

a mulher. Muitas violências físicas são atribuídas à perda de controle após o consumo de

bebida alcoólica. Esse estilo de reprodução que é a violência intrafamiliar tem levado

desarmonia às relações humanas.

Pesquisa realiza no Rio Grande do Sul em 2008, objetivou associar a violência

doméstica à violência comunitária. No primeiro estudo o álcool foi utilizado por 89% dos

entrevistados onde era perguntado sobre os atos de violência psicológica, física e sexual

ocorridos em situações intrafamiliares. O Segundo estudo foi realizado entre estudantes da 5ª

a 8ª séries do ensino fundamental e ensino médio de escolas públicas. O uso de bebidas

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alcoólicas, tabaco e drogas ilícitas estavam relacionados à violência comunitária e à vitimação

através do uso. As exposições às situações de violência estavam associadas ao uso e abuso do

álcool como também a violência. Este estado apresenta alto índice de violência dirigida a

pessoas mais jovens, como também aos usuários de bebidas alcoólicas que podem reagir

como vítimas (MOREIRA; BARROS; FERIGOLO,2008).

Segundo Macedo e Monteiro (2006), as famílias de crianças em ensino fundamental e

médio de Fortaleza ao participarem de grupos vivenciais com o objetivo de se obter um

espaço para a discussão sobre educação de filhos e relações intrafamiliares, considerou a

família um núcleo de interação do ser humano como também sua importância na saúde mental

promovendo e recuperando seus membros. Acredita-se que as relações intrafamiliares

saudáveis que visam o bem estar biopsicossociais como também espirituais possam levar à

saúde mental. O estudo revelou entre as famílias estudadas muitos problemas financeiros, uso

e abuso de álcool, sofrimentos físicos e mentais, dificuldades nas relações intrafamiliares,

criação de filhos e crises conjugais. O nível sócio- econômico e cultural na população

pesquisada, suas relações conflituosas como suas conseqüências parecem limitar a sua

compreensão de família.

Laranjeira et al (2005), argumentam sobre as várias intervenções que reduzam a

ligação entre álcool e violência alertando os profissionais responsáveis pela saúde pública nas

opções mais adequadas para trabalhar o usuário de bebidas alcoólicas. Alerta para suas

propriedades farmacológicas onde do ponto de vista biológico a cognição, a percepção, a

atenção e o julgamento ficam distorcidos estimulando comportamentos violentos. Situações

socioculturais onde há a aceitação da violência e menor receio das suas conseqüências levam

a um aumento da criminalidade. Outro questionamento relevante nos atendimentos são os

ligados à personalidade, temperamento, fatores genéticos e antecedentes familiares de

alcoolismo.

5 FAMÍLIA: CO-DEPENDÊNCIA

De acordo com Pratta e Santos (2007), a família possuí um papel muito importante na

formação de seus membros principalmente na adolescência, influenciando no

desenvolvimento psicológico. Essa formação oferecida através do processo educacional dados

pelos pais e da organização social vigente nos dias de hoje, faz suscitar valores contraditórios

inconsistentes e questionáveis que influenciam novos valores referentes à família, e na

família, o que dificulta novas investigações e explorações como o tema consumo de drogas.

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Os pais angustiados muitas vezes se vêem perdidos diante da adolescência de seus filhos, e

esses filhos inseguros diante de um suporte emocional fragilizado, podem enfrentar

dificuldade de ajustamento. Por essa razão tornam-se necessários programas de orientação aos

pais para instruí-los.

De maneira geral a temática da droga é tratada debaixo de modelos moralistas e

modelos de doenças, não em seu verdadeiro modelo teórico que é sob o olhar biopsicossocial,

como um comportamento aprendido envolto em várias crenças inclusive as familiares

(MARLATT; GORDON, 1993). Toda essa temática conservadora e preconceituosa é

observada em uma pesquisa realizada na observação de filmes que retratam o tema drogas no

âmbito familiar como: Bicho de Sete Cabeças, Traffic, Diário de adolescentes e Trainspotting.

Vários tipos de dinâmicas familiares oscilam entre a rígida e autoritária, a permissiva sem

limites, oscilação entre independência e dependência e o distanciamento afetivo da família.

Reações familiares diante do uso de drogas como: raiva, insegurança, sofrimento, impotência,

frustração, agressividade e passividade permeiam os relacionamentos em diferentes épocas e

culturas. É possível observar o despreparo e a desinformação dos familiares diante do tema

como também as reais necessidades pessoais de um ciclo tão vital como a adolescência. A

família apresenta dificuldades em colocar limites ou atitudes protetoras por ser ela mesma

usuária ou por medo de ser abandonada. A dificuldade, o sofrimento e a impotência, é uma

forma de manter a família unida e evidenciar a dificuldade familiar em lidar com o tema

drogas (SILVA et al, 2008).

Beber na expectativa de reduzir a ansiedade social faz com que muitos hábitos sejam

estabelecidos e seguidos por alguma gratificação imediata. Beber passa a ser uma alternativa

de redução dessa ansiedade. Comportamentos adictos se estabelecem como mecanismos de

enfrentamento da situação estressante. São mecanismos mal adaptados. A importância do

ambiente familiar como indicador na modelagem das restrições ou aprovações ao uso, podem

manter a solidez do grupo familiar reforçando o beber continuado ou a abstinência

(MARLATT; GORDON, 1993).

Orientação familiar em dependência química é algo recente como uma modalidade de

tratamento. Famílias de dependentes químicos foram assistidas em uma experiência

ambulatorial da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade de São

Paulo – Escola Paulista de Medicina com o objetivo de acolher, sensibilizar e, melhorar as

relações do grupo familiar. Algumas famílias apresentavam condutas que dificultavam a

recuperação dos pacientes dentre uma multiplicidade de fatores. Outras famílias procuram

maiores informações para uma melhora do relacionamento familiar não restringindo somente

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à família biológica. Geralmente essa família chega com muita ambivalência, dúvidas e

ansiedade. Busca soluções mágicas de tratamento e resoluções de problemas, impotente sem,

identificar por certo seus verdadeiros sentimentos em relação ao problema (LARANJEIRA et

al, 2001).

Existem tantas definições de co-dependência quanto às relações e experiências que as

representam. A palavra co-dependência surgiu na década de 70. A sua definição é usada para

descrever as pessoas cujas vidas foram afetadas como resultado de um relacionamento com

um dependente químico. Essa definição como várias outras foram inventadas muito depois

dos comportamentos e sentimentos familiares terem sido afetados pelo uso e abuso de álcool e

outras drogas de um de seus membros. É importante ressaltar que esses sentimentos podem

eclodir em outras formas de relacionamento não só familiares. Diante de um relacionamento

comprometido com um usuário de drogas, a vida de pessoas torna-se descontrolável. Co-

dependência é uma doença emocional, onde pessoas vivem em função do(s) outro(s)

ajudando, controlando, sentindo-se culpadas, ansiosas e com atitudes de auto – anulação

(BEATTIE, 2001).

O mesmo autor enfatiza que os co-dependentes são tomadores de conta; são

salvadores. Eles salvam, depois perseguem, depois terminam em vítimas. É isso que ocorre

com amigos, parentes, conhecidos ou qualquer outra pessoa que tomam conta das

responsabilidades do outro. Quaisquer atos que contribuam para que o alcoólico continue a

beber, para evitar que sofra as conseqüências do consumo, ou para de alguma forma tornar

mais fácil o seu hábito de continuar a beber são considerados comportamentos capacitadores.

Pessoas que salvam ou tomam conta, experimentam sensações de desconforto, nervosismo,

ansiedade, culpa, pena, medo, sensação de estar sendo forçada a fazer algo que não gostaria,

ressentimento ocasional por ter sido colocada nesta posição, santidade, como vários outros

sentimentos que se tornam inadequados que quando observados pelo salvador gera a

perseguição. Faz algo que não deveria ter feito que não seja de sua responsabilidade, ignora as

suas necessidades e desejos, e fica com raiva disso.

Para Olazábal et al (1997), a comunicação familiar com um usuário de álcool aborda

fatores que podem dificultar ou facilitar sua reabilitação constituindo um passo vital para sua

abstinência. Observa também que a família necessita de conhecimentos, aprendizagem

adequada e, informações de acordo com a realidade alcoólica em que esta inserida. A atenção

ao usuário oferecida pela família necessita de programas de intervenção onde manifestará o

desejo dessa família em ajudar ou não no tratamento.

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Conforme os mesmos autores, os conhecimentos a cerca da enfermidade são

insuficientes, falta ajuda especializada para a demanda cada vez mais crescente de famílias

com usuários de álcool. A ausência de estilo de vida que favoreça a incorporação de padrões

saudáveis, a presença de atitudes negativas na família que reforçam uma atitude adicta,

dificulta a recuperação do usuário. As expectativas familiares são superficiais já que a própria

família necessita receber atenção especializada para confrontar uma reabilitação com recaídas

ou com sobriedade onde alguns membros fazem uso socialmente do álcool.

Barrera (2006), relata a importância de reconhecer a co-dependência, a super proteção

ou o abandono por parte das famílias que muitas vezes disfuncionais tornam-se rígidas ou

muito permissivas, amorosas ou muito desapegadas.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dependência química ou do álcool presente em muitas famílias torna suscetíveis os

seus membros de muitas enfermidades entre elas a co-dependência. Admitir que não é o

culpado pelo uso e abuso de substâncias psicoativas de amigos e parentes é um grande

desafio. Esse artigo abordou diversos aspectos em questão, sem, contudo criar polêmicas

moralistas de culpa sobre a família, mas usou de bibliografias alertando sobre o uso e abuso

cada vez mais cedo por crianças e adolescentes.

O ambiente familiar induz e facilita o uso de álcool tornando-se fundamental a

utilização desse conhecimento na elaboração de projetos de prevenção e educação em saúde.

Assim com relevância social o presente estudo poderá colaborar com as políticas públicas de

saúde na tentativa de nortear algumas ações, possivelmente poderá promover o ajustamento

do relacionamento familiar.

O trabalho com famílias deve ser priorizado na prevenção do uso e abuso do álcool. A

valorização da família no tratamento superando as dificuldades e se mostrando resiliente,

ainda necessita de apoio social para o desenvolvimento de suas potencialidades.

A família é um sistema dinâmico e passível de mudanças. Melhorar as relações

familiares é resgatar um vínculo familiar fragilizado na tentativa de estabelecer um fator de

proteção que existe por histórias, a família. Trata-se de um trabalho complexo mais de grande

importância, que merece ser priorizado pelas políticas públicas.

É importante que sejam desenvolvidos programas de atenção ao consumo de álcool da

família, reinserção familiar e social, como medidas preventivas e de proteção ao uso e abuso

de álcool neste contexto.

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