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Prof. Lúcio A. A. Macêdo Sanitarista, Mestre e Doutor em Saúde Pública, Especialista e Perito Ambiental - USP Saúde Ambiental UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CURSO: ENFERMAGEM 1 SÃO LUÍS – MA Abril/2013 PROFESSOR: Lúcio Antônio Alves de Macedo Sanitarista, Mestre e Doutor em Saúde Pública - USP,

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Prof. Lúcio A. A. MacêdoSanitarista, Mestre e Doutor em Saúde Pública,Especialista e Perito Ambiental - USP

Saúde Ambiental

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CURSO: ENFERMAGEM

1SÃO LUÍS – MA

Abril/2013

PROFESSOR: Lúcio Antônio Alves de MacedoSanitarista, Mestre e Doutor em Saúde Pública - USP,

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1 INTRODUÇÃO

O termo poluição ambiental pode ser definido como toda a ação ou omissão do homem que através da descarga de material ou energia atuando sobre as águas, o solo e o ar, cause um desequilíbrio nocivo, seja de curto ou longo prazo sobre o meio ambiente.

Seus efeitos mais sensíveis são a degradação ambiental e os prejuízos à saúde, comprometendo a segurança e a qualidade de vida do homem, afetando biota e as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente.

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente pode ser definida como um impacto ambiental. Essas alterações podem ser resultantes de qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas direta ou indiretamente afetando a segurança, a saúde, o bem-estar, as atividades socioeconômicas e a qualidade dos recursos ambientais.

Melhorar a qualidade da vida humana, o crescimento econômico não pode ser um objetivo isolado, nem pode prosseguir indefinidamente. O desenvolvimento só é verdadeiro quando melhora a vida em todos os aspectos, como educação, qualidade de vida, liberdade política, garantia de direitos humanos, etc.

A vitalidade e a diversidade do planeta envolve a conservação dos sistemas de sustentação de vida que garantem renovação e reciclagem de elementos essenciais, conservando a biodiversidade e assegurando o uso dos recursos renováveis. E através desse equilíbrio os fatores determinantes da saúde do homem não propiciar uma vida mais saudável.

2 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL

A conservação da natureza assume aspectos variados à primeira vista muito diferente, mas, na realidade, estreitamente ligados pois inclui também todos os recursos naturais tanto d água, do ar, como principalmente do solo dos quais depende inteiramente a nossa subsistência.

A poluição pode ter origem natural ou ser causada pelo homem, pode ser química, biológica, radioativa, mecânica e técnica, podendo ser direta ou indireta e poluir o ar, a água ou o solo ou de forma combinada.

A poluição química, provenientes dos esgotos domésticos ou industriais contém grande quantidade de substâncias dissolvidas que por serem indesejáveis prejudicam até mesmo o homem.

Entre os compostos inorgânicos, preponderam os sais dos mais variados metais, alguns tóxicos outros não, das substâncias orgânicas, são encontradas desde as mais complexas, como proteínas, gorduras, hidratos de carbono em geral até as mais simples, como a ureia e outros.

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Em virtude da ação oxidante, produzida pelos organismos capazes de viver nesse meio, essas substâncias encontram-se em constante transformação, tendendo à estabilização na forma de gás carbônico e sais de nitrogênio, fósforo e potássio.

Todos esses compostos, sejam os que já constituem o esgoto bruto, sejam os que vão aparecendo no decorrer do processo de estabilização, pela transformação dos primeiros, podem afetar diversamente as diferentes espécies de organismos que habitam normalmente a água.

Algumas substâncias altamente tóxicas, como certos compostos metálicos, cianetos, taninos, etc. podem causar a destruição parcial ou mesmo total da flora e da fauna existente na água, condicionando a possibilidade de uma estabilização relativa dos demais componentes do esgoto, mesmo sem haver oxidação.

Outro efeito nocivo dos despejos, sem dúvida o mais frequente, é o consumo de oxigênio da massa d’água nas reações de oxidação, especialmente da matéria orgânica, criando condições impróprias a maioria dos organismos de vida aeróbica. Poro outro lado, tanto a poluição mineral quanto a orgânica possuem aspectos positivos com relação ao desenvolvimento de organismos aquáticos.

O material orgânico servindo de aumento aos seres de vida heterotrófica, pode causar, e causa invariavelmente enorme proliferação destes, sobretudo as bactérias, protozoários, certos tipos de vermes e larvas de insetos, os sais que geralmente existem em quantidades insuficientes nas águas para permitir um grande desenvolvimento de organismos autófrotos podem em certos casos determinar grandes proliferações de algas e consequentemente de toda a cadeia de macro e microrganismos, inclusive peixes que direta ou indiretamente delas dependem para sua nutrição.

As figuras n.º 01, 02 e 03 apresentam o aspecto da poluição e contaminação do ambiente por diversos agentes.

Figura 1 Contaminação do rio através de esgotos

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Figura 2 Contaminação através do agrotóxicos

Figura 3 Consequência da poluição e contaminação por agrotóxicos

3 AÇÃO DO HOMEM SOBRE OS RECURSOS NATURAIS

Os diversos elementos de um ecossistema têm uma estreita interdependência entre si, por isso o que acontece em um segmento tem reflexo imediato sobre os demais. Neste contexto pode-se dizer que a simples explosão do crescimento populacional por si só se constitui num fator de extremo significado quando se trata de poluição.

A população do globo cresce rapidamente de maneira “explosiva”. As avaliações feitas mostram os seguintes resultados:

No neolítico no ano 7000 10 milhões

No começo da nossa era 160 milhões

No ano de 1900 1.617 milhões

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No ano de 1960 3.010 milhões

No ano de 1966 3.370 milhões

No ano de 2000 de 4 a 6 bilhões

Acrescente a isto as atividades que o homem desenvolve como as industriais, agrícolas e pecuárias em relação à poluição hídrica. A poluição hídrica pela acumulação de metais pesados e produtos tóxicos ocorre pelo lançamento dos resíduos provenientes da atividade industrial e que atingem os rios, todo esse material podendo chegar às regiões estuarinas, e ser inserido dentro da cadeia alimentar, que tem o homem como vértice, gerando sérios problemas de bio-acumulação com efeitos deletérios ao sistema nervoso e riscos gerais de intoxicação. Estes aspectos negativos se tornam realçados quando a poluição hídrica intensa produz uma decomposição anaeróbia dos rejeitos humanos, havendo uma diminuição de pH da água e o consequente aumento da solubilização dos metais, ampliando os riscos de toxidez da água.

As práticas agrícolas perniciosas tem sido uma das principais responsáveis pela transformação de áreas férteis em desertos em todo o mundo. A agricultura é um dos principais absorvedores das águas de abastecimento através dos processos de irrigação. Além disso, a agricultura quando executada sem um controle adequado costuma gerar efeitos indiretos de poluição dos corpos d’água naturais devido à utilização desordenada de pesticidas (no solo e aspergidos no ar) e fertilizantes; os pesticidas geram problemas de bio-acumulação na cadeia alimentar, enquanto que os fertilizantes incrementam o processo de autrofização (excesso de nutrientes) dos mananciais de água naturais, que são altamente impactantes.

Um outro problema gerado pela atividade agrícola é a sanilização dos solos, devido à irrigação excessiva, o que dificulta o processo de osmose dos vegetais na absorção de água e nutrientes.

Com relação às atividades intensivas de criação de animais, a amônia produzida do esterco é em grande parte liberada para a atmosfera, sendo outra parte convertida em nitratos solúveis no solo pelas bactérias decompositoras. Considerando que os nitratos têm alta mobilidade (são solúveis em água e não se ligam às partículas do solo) eles têm se tornado um dos principais poluentes de água subterrânea que, devido a este tipo de poluição, pode alcançar concentrações que vão exceder os limites permissíveis estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde para a água potável. Além disso, em bacias hidrográficas desprotegidas, os nitratos podem atingir as massas d’água superficiais, podendo gerar também o problema de poluição.

Um outro impacto ambiental é o decorrente do lançamento de resíduos domésticos e industriais nos mananciais de águas naturais. Embora os resíduos sejam biodegradáveis, o lançamento desses dejetos pode causar uma depleção de oxigênio dissolvido (OD) nos lagos e rios bem como gerar a proliferação de germes patogênicos que podem transmitir certas doenças de veiculação hídrica.

Por outro lado, os mais antigos filósofos gregos já afirmavam que tudo provém da água. A ciência tem demonstrado que ela constitui a matéria predominante em todos os corpos vivos.

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Os mais belos cenários da terra, agradáveis aos sentidos, à imaginação, ao repouso não podem deixar de ter água na sua composição, geralmente como fundo principal. Finalmente, as águas constituíram sempre o elemento que possibilitou a descoberta de novos mundos: o caminho para as Índias e para a América, a passagem de Magalhães, a penetração pelos continentes. Entretanto, a humanidade habituou-se a tratar a água como algo inesgotável na natureza. O desperdício é enorme e os recursos finitos.

A poluição das águas é um problema que está em evidência, e que não diz respeito somente às granes cidades, aos rios, ou às praias, mas também aos campos. Mesmo os mais afastados. Muitas doenças têm a água como veículo. Assim, água de poços, rios, fontes, que muito eram utilizadas sem qualquer restrição, deixaram de ser, pois a utilização intensiva de adubos, fungicidas, pesticidas, a implantação de fábrica ou a adoção de novos processos tecnológicos, modificaram a composição da atmosfera, do solo e das águas.

4 EFEITOS DA POLUIÇÃO NA SAÚDE HUMANA

São vários os elementos que condicionam a vida humana e que contribui para a boa saúde dos indivíduos, o ar é um deles. Quando este ar se encontra poluído o nível de vida das populações desce. Mas de que forma é que os poluentes afetam o Homem? Que parte concreta do corpo humano é atingida e que doenças estes poluentes acarretam? E quais as faixas etárias ou grupos mais atingidos?

Os efeitos dos poluentes podem ir desde desconforto até à morte. Para os medir são feitos testes a curto e a longo prazo. As partículas poluentes podem ter efeitos imediatos provocando a irritação das vias respiratórias podendo haver mesmo necessidade de hospitalização.

Nem todos os indivíduos são afeitados do mesmo modo pelos poluentes; um indivíduo que se encontre em quimiostasia, isto é, perfeitamente saudável, só irá sentir os efeitos da poluição em longo prazo. Contudo, um indivíduo que não esteja saudável a sua resistência aos poluentes pode diminuir em curto prazo. Do mesmo modo, as crianças, idosos e grávidas têm uma maior probabilidade de serem afetadas pela poluição. Estes diferentes comportamentos são fáceis de explicar. Um indivíduo que não seja saudável não possui um sistema imunitário capaz de defendê-lo das agressões externas. Já as crianças e os idosos que têm um sistema mais débil, facilmente são afeitados pelos agentes externos. Para dar um exemplo, as crianças que vivem em meios urbanos poluídos sofrem mais de ataques de tosse matinal, tosse diurna/noturna e dispnéia.

O quadro 1 irá nos dar uma idéia de que modo os vários poluentes afetam o corpo humano.

Quadro 1 – Efeitos dos poluentes atmosféricos

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Substância Fontes Efeitos

NOx - escapes dos veículos de motor;

- serviços elétricos;

- caldeiras;

- indústrias

- irritação nos olhos e garganta;

- problemas respiratórios e pulmonares, sobretudo nas crianças;

- redução de viabilidade.

SO2 e partículas - queima de combustíveis contendo enxofre;

- fundição de metais e outros processos industriais

- bronquite crônica;

- crises cardíacas e respiratórias;

- irritação nas mucosas dos olhos, nariz e garganta;

- alterações nas defesas pulmonares;

- desenvolvimento no cancro do pulmão e de danos no sistema imunitário primário;

- alteração do reconhecimento de odores na presença de partículas;

- indução de reflexos condicionados no córtex cerebral.

CO - combustão incompleta do carvão existentes nos combustíveis;

- processos biológicos

- contribui para o efeito de estufa.

H2S - estações elevatórias de tratamento de câmaras e sifões invertidos

- cefaléias, náuseas, irritações de garganta e da vista;

- acima de 300 ppm é letal

Chumbo - veículos automóveis;

- indústrias de tintas;

- baterias;

- fundição de chumbo;

- combustão do carvão;

- resíduos sólidos.

- diminuição da ação de algumas enzimas;

- danificação da estrutura da hemoglobina;

- perturbações neuro-fisiológicas;

- retardação mental;

- alterações no comportamento dos indivíduos;

- diminuição no peso dos bebês à nascença;

Anemia, pressão sanguínea alta;

Contribuição para a osteoporose e, períodos pós-menopausa;

Convulsões e morte.

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No caso das doenças relacionadas à poluição por efluentes, os primeiros estudos sobre os impactos do abastecimento de água nas doenças datam do século XIX na Inglaterra, quando SNOW (1986), após a publicação da investigação da cólera em bairro de Londres mostrou epidemiologicamente uma relação entre a ingestão de água contaminada e a ocorrência da epidemia do cólera responsável por 521 óbitos em dez dias naquela cidade.

No Brasil, CROSS et al (1989) verificaram em Belo Horizonte, mediante visitas domiciliares e exames parasitológicos, uma redução na incidência e diarréia de 45% e 44% devido a melhoria no abastecimento de água e esgoto respectivamente. De forma geral o ambiente pode ser visto como o reservatório dos bioagentes. Numa abordagem mais operativa, considera-se que sejam mantidas no ambiente situações ecologicamente particulares que propiciam a existência de ambientes de bioagentes.

A transmissão de doenças é uma expressão que é produzida com a contribuição de um grande número de fatores intrínsecos e extrínsecos ao indivíduo afetado e não somente pelo agente nele introduzido.

Esse fatores, não são menos importantes que o agente na produção de doenças são de múltipla natureza hereditária, congênitas anotomofisiológicos comunitários, ambientais e sócio-econômico-culturais.

A doença não é uma entidade extracorpórea, passível de nesta configuração ser objetivável, descritível e finalmente transmissível.

No princípio a doença deve ter sido considerada como um inntrumento real e invisível, usado pelos deuses para o exercício de sua vingança e o controle da humanidade.

Só moderadamente a doença infecciosa passa a ser compreendida como uma resultante da associação de múltiplos fatores incluindo aí a presença de um agente vivo indispensável porque sem ele não há infecção, embora o bioagente nem sempre terá condição suficiente para instalação de doenças infeciciosas ao nível de poluição.

O ecossistema contém em relação a interativa sistêmica, todos os elmentos que o compõem, inclusive porque destacando o hospedeiro suscetível de ser infectado.

São seus elementos: o meio físico abiótico, os componentes biológicos em decomposição, outros hospedeirosnaturais sujeitos e não sujeitos à infecção, vetores e espécies animais vegetais, diretamentecontribuintes na preservação, na propagação e na veiculação de bioagentes.

Algumas doenças cujo bioagentes são transportados pela água utilizada como bebida:

Amebíase Entamoeba histolytica

Cólera Vibrio choferae

Febre Tifóide Salmonella typhi

Hepatite A Há virus

Poliomielite Poliovirus 1, 2, 3

Salmoneloses Salmonella

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Shingeloses Shigella

A figura 04 apresenta o caso comum do lançamento de esgoto nos córregos das cidades.

Figura 4. Poluição e contaminação de água causada pelo esgoto urbano

5 CONCEITO DE RISCOS AMBIENTAIS

O estudo de risco ambiental apareceu como disciplina formal nos Estados Unidos de 1940 a 1950, paralelamente ao lançamento da indústria nuclear e também para a segurança de instalações (“safety hazard analyses”) de refinação de petróleo, indústria química e aeroespacial. No Brasil, especificamente em Cubatão com o Plano de Controle da Poluição de Cubatão em 1983 desencadeou-se uma série de exigências para garantir a boa operação e manutenção de processos e tubulações e terminais de petróleo e de produtos químicos das 111 unidades industriais locais, dando-se início ao uso institucional desse tipo de estudo de risco.

No caso de risco sobre a saúde, por outro lado, é mais recente a sua aplicação e somente foi acelerada com a publicação do EPA “Carcinogenic Risk Assessment Guidelines” (1976) e dos trabalhos de remediação do solo na década de 80. No Brasil, em São Paulo, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CETESB) realizou de forma esparsa estudos de relação causa-efeito (tóxico-epidemiológico) para algumas empresas com grandes impactos sobre a saúde da população vizinha, como no caso do chumbo, mas sem um aplicação como plano, programas e projetos como, por exemplo, no caso americano para os 189 poluentes perigosos do ar (“Hazardous Air Pollutants List/US EPA-The Clean Air Act Amendments of 1990, title III, Section 112 (b)”).

Apesar de ser difícil a sua conceituação, o risco é inerente a nossa vida diária e em todas as decisões que tomamos. No tempo do homem da caverna, ele já tinha que levá-lo em conta cada vez que saía para caçar animais para o seu alimento. Também nos planos estratégicos de guerra são levados em conta até a humilhação das perdas das viúvas para os vencedores, há milhares de anos atrás.

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O estudo ou análise de riscos significa coisas diferentes para pessoas diferentes, por exemplo, o risco financeiro de se aplicar na bolsa de valores, o risco das empresas de seguro, as fatalidades de um acidente de uma planta de energia nuclear, o risco de câncer associado com as emissões poluidoras da indústria ou até de se fumar por 5 anos um determinado tipo de cigarro. Todos estes exemplos se mostram, apesar de muito diferentes um dos outros, como noções mensuráveis do fenômeno chamado risco.

De forma unificada podemos definir o estudo de risco como um processo de estimativa da probabilidade de ocorrência de um evento e a magnitude provável de seus efeitos adversos (econômicos sobre a saúde e segurança humana, ou ainda ecológico) durante um período de tempo especificado.

Dentro das várias facetas do risco podemos ainda exemplificar os danos econômicos de uma contaminação do subsolo nos centros industrializados do país, danos econômicos à área turística dos 8.500 km de extensão do nosso litoral por vazamento de óleo ou limpeza de tanques de navios, vazamentos ou estouros de tanques ou reatores de indústria química, aplicação inadequada de pesticidas com conseqüente contaminação de alimentos com danos sobre a saúde dos consumidores e seus gastos decorrentes.

6 TIPOS DE ANÁLISE DE RISCOS

Os riscos ecológicos são talvez em ordem de magnitude mais complexos e mais incertos e seus efeitos podem não ser evidentes exceto, de forma retrospectiva. Apesar dessas diferenças, os riscos estão interrelacionados.

O acidente de Chernobyl, por exemplo, resultou em poucas mortes imediatas mas a radiação continuou a impactar a saúde de milhares de pessoas com o tempo.

Uma vez que os seres humanos fazem parte do ecossistema (seres humanos, fauna e flora fazem uso dos recursos naturais ar, água e solo continuamente) a saúde humana pode ser afetada indiretamente por, por exemplo, o consumo de peixe contaminado, especialmentenos casos de alta bioacumulação de pesticidas ou outros compostos solúveisem gordura dos tecidos de peixe comestíveis encontrados em águas contaminadas.

Os riscos à saúde constituem-se exposições a agentes físicos, químicos e biológicos, fora do ambiente do trabalho.

No quadro 2 apresentamos os diversos aspectos referentesa dois tipos de esstudos de riscos.

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Quadro 2 – Quadro Geral e Comparação dos Dois Tipos de Análises de Risco

Estudo de Risco à Saúde Humana Estudo de Risco Ecológico

1. Análise dos Dados Identificação do Perigo

Quantidade e concentraçõe de agentes químicos, físicos biológicos no meio ambiente do local ou área em estudo.

2. Estudos de Dose-Resposta ou Toxicidade

Relacionamento entre exposição e dose e efeitos adversos sobre a saúde.

3. Estudo de Exposição

Caminhos e rotas, receptores potenciais incluindo subgrupos sensíveis, taxas de exposição e tempo.

4. Caracterização de Risco

Integração da toxicidade dados de exposição para expressão qualitativa, quantitativa de riscos sobre saúde; análise de incertezas.

Finalizações Típicas:

Saúde humana, por exemplo risco de câncer individual populacional, perigos de doenças não cancerígenas.

Aplicações Típicas:

- Contaminação de subsolo.

- Licenciamento ambiental

- Aditivos de alimentos e remédios

- Contaminação alimentícia por peixes e frutos do mar.

1.Formulação do Problema

Flora e fauna existente, especialmente espécies

ameaçadas de extinção; levantamentos terrestres e

aquáticos; contaminantes e geradores de “stress” na área em estudo.

2. Estudos de Exposição

Caminhos, “habitats” ou populações receptoras,

especialmente em perigo ou ameaçadas de extinção;

concentrações de exposição.

3. Estudos de toxicidade e efeitos ecológicos

Testes aquáticos, terrestres e microbiais, por exemplo, estudos de campo de LC50

(concentração letal para 50% da população exposta).

4. Caracterização do Risco e Ameaça

Integração dos levantamentos de campo, toxicidade e dados de exposição para caracterização de riscos ecológicos significativos, relação causal e incertezas.

Finalizações Típicas:

Impacto de habitats e ecossistemas, por exemplo,

abundância de populações, diversidade de espécies.

Aplicações Típicas:

- Estudos ambientais

- Sítios contaminados

- Seleção de locais para industriais

- Estudos em mangues

- Licenciamento/registros de pesticidas

- Controle da fabricação de susbtâncias tóxicas

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Usos dos Estudos de Risco

O Brasil não tem ainda feito uso dos estudos de risco para saúde humana e para sistemas ecológicos, mas somente para lançamentos emergenciais (“emergency releases”) tendo em vista principalmente algumas situações críticas vividas no Plano de Controle de Poluição Ambiental do Município de Cubatão – SP, envolvendo oleodutos, tanques de cloro e amônia, etc. e por exigência da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental.

Nos Estados Unidos, as agências federais que rotineiramente usam análise de risco incluem o FDA (“Federal Drug Administration”), EPA (“Environmental Protection Agency”), OSHA (“Occupational Safety and Health Administration”), a Comissão de Segurança dos Produtos ao Consumidor (CPSC – Consumer Products Safety Commission) e os departamentos federais de agricultura, energia, defesa, transporte e energia nuclear. Uma forma mais operativa do controle do risco é feita através da Lei de Controle de Substâncias Tóxicas (TSCA – Toxic Substances Control Act) que exige que as empresas notifiquem o EPA sempre que houver o conhecimento da existência de qualquer risco significativo ainda não sabido pela agência ambiental, principalmente nos desenvolvimentos de novos produtos. Tais aplicações tem sido expandidas a partir das décadas de 70 e 80.

Usos e Vantagens

No Brasil, como já é aplicado nos Estados Unidos, poderíamos ter na análise de risco mais completa, incluindo risco à saúde humana e ecológico, os seguintes usos:

Estimar os benefícios (efeitos terapêuticos) versus riscos (efeitos colaterais ou tóxicos) dos novos remédios;

Julgar os benefícios (produção agrícola maior, menos perdas) versus riscos (contaminação do meio ambiente e dos produtos agrícolas) pelo uso dos pesticidas;

Avaliar a escolha de locais para indústrias, segurança de processos e perigos de transporte, melhorando o projeto e a construção das instalações.

Conduzir análises de decisão sobre a necessidade de descontaminação do subsolo bem como sua extensão.

Gerar cenários (what-if), por exemplo, para comparar o impacto potencial de alternativas de controle ambiental, estabelecendo prioridades para ações emergenciais e corretivas.

Avaliar tecnologias existentes e novas para o controle, prevenção e/ou mitigação de perigos e riscos ambientais.

Desenvolver base científica para o fechamento de unidades poluidoras ou a sua abertura sob certas condições.

Prover informações técnicas e consistentes sobre questões ambientais, de saúde pública ou ecológicas para as comunidades envolvidas, suprindo suas expectativas e promovendo a sua adequada participação.

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Gerar bases científicas para a redução de qualquer risco corporativo e o gerenciamento de planos, programas e projetos de custo-benefício.

Identificar perigos emergentes na ecosfera (exemplo, ozônio, estufa, etc) e promover ação mundial a respeito.

Como podemos ver as vantagens do uso da análise de risco para segurança de processos, saúde humana e fins ecológicos são inúmeras e oferecem uma base consistente para priorizar problemas, alocar recursos e reduzir riscos. A possibilidade de vantagens obtidas nos projetos são da ordem de 5% a 20% do custo total desses projetos.

7 CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA: O CASO DO MERCÚRIO

Estima-se que 100 toneladas de mercúrio sejam despejadas anualmente nos rios da Amazônia. O problema está fora do controle governamental. Para o homem, os riscos são enormes. A principal via de intoxicação de seres humanos pelo mercúrio é através do consumo de peixe contaminado com este metal, o que ficou claro após muitos estudos desenvolvidos desde 1955, quando o problema ficou evidenciado em um acidente ecológico em Minamata no Japão.

O mercúrio, em contato com o ar, água com pH favorável e em áreas onde a concentração de matéria orgânica é grande, é oxidado e metilado, incorporando-se à cadeia alimentar.

As fontes do mercúrio podem ser naturais (processos naturais de desegaificação da crosta terrestre ou por vulcanismo) ou antropogênicos (garimpo 80% ou rejeitos de indústria de equipamentos eletrônicos e elétricos, pesticidas, fuingicidas, de cloro-soda).

O ponto mais crítico sobre a utilização do mercúrio é que, mesmo interrompida, os processos de transformação continuam, constituindo uma grande ameaça para a população, a começar pela população ribeirinha, já que o pescado representa sua principal fonte de proteínas.

A contaminação dos peixes por mercúrio ocorre pela abscrição deste metal do meio ambiente através de três mecanismos:

I. Bioconcentração – contaminação através da respiração;

II. Bioacumulação – contaminação através da água, sedimentos e alimentações;

III. Biomagnificação – contaminação através da ingestão de outros peixes contaminados.

O teor do mercúrio nos peixes depende de seus hábitos alimentares, das correntezas, de mobilidade da espécie, etc. e 80 a 90% do mercúrio total encontra-se na forma de metilada, a mais tóxica e mais lenta de ser eliminada. No entanto, nem todos os peixes de regiões potencialmente afetadas apresentam o problema.

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7.1 Consequência de intoxicação por mercúrio

A intoxicação por mercúrio (em especial a forma metilada) danifica células do sistema nervoso central e provoca:

Descontrole dos membros;

Redução da visão, olfato, audição e fala,

Distúrbios mentais diversos.

Grupos de risco como mulheres grávias e crianças devem estar mais atentos devido À sua elevada sensibilidade em relação à intoxicação por mercúrio.

8 CONTAMINAÇÃO DO SOLO

A poluição do solo é causada principalmente pelo acúmulo de lixo sólido, como embalagens de plástico, papel e metal. A maioria desses materiais não são biodegradáveis, ou seja, não se decompõe pela ação de microorganismos ou demora muitos anos para desaparecer. O vidro, por exemplo, leva cerca de 5 mil anos para se decompor, e certos plásticos podem duram para sempre.

Algumas alternativas para eliminar esses acúmulos, como a incineração (queima), o lançamento ao mar ou a mistura em aterros, são igualmente prejudiciais. A única forma não danosa de diminuir o problema é a redução da quantidade de lixo produzido, por meio da reciclagem e do uso de materiais descartáveis e biodegradáveis. Produtos químicos, como fertilizantes, pesticidas e herbicidas, e elementos radiotativos provenientes de usinas nucleares ou de testes atômicos também são graves poluidores do solo.

Efeitos sobre a saúde humana

O quadro 3 fez um apanhado geral das principais fontes causadoras de contaminação do solo:

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Quadro 3 – Fontes causadoras de contaminação do solo

Fonte poluidora Produto Químico Efeitos no corpo humano

Inseticidas

Solventes, produtos farmacêuticos e detergentes

Plásticos

Herbicidas, incineração de lixo

Componentes eletrônicos

Fluidos hidráulicos, luzes fluorescentes

Processamento de zinco e fertilizantes, baterias

DDT

BHC

Benzina

Cloro vinil

Dioxin

PCBs

Chumbo

Cádmio

Câncer, danos ao fígado, embriões e ovos de aves

Câncer danos a embriões

Dores de cabeça, náusea, perda de coordenação dos músculos, leucemia

Câncer do fígado e do pulmão, atinge o sistema nervoso central

Câncer, defeitos congênitos, doenças de pele

Danos à pele e ao sistema gastrointestinal, possíveis carninógenos

Dores de cabeça, irritabilidade, perturbações mentais em crianças, danos ao fígado, aos rins e ao sistema neurológico

Câncer em animais, danos ao fígado e aos rins

Fonte, Macêdo, L.A.A. – Saúde e Ambiente (1999)

A Figura n.º 05 apresenta as formas de contaminação pelo lixo.

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Figura 5. Contaminação através do lixo hospitalar, lançado no solo

Pesticidas

Aplicações cada vez mais imensas de inseticidas e de outros pesticidas na agricultura resultam na contaminação do solo e da água por mais uma classe de substâncias tóxicas. Esta ameaça à saúde dos ecossistemas e dos seres humanos poderá logo ser reduzida pela simples razão de que uma dependência exclusiva de venenos químicos não traz um controle a longo prazo, porém tende a produzir safras ótimas e péssimas. Sistemas alternativos de controle de praça estão sendo desenvolvidos, que poderão logo reduzir a necessidade de aplicações maciças de substâncias que na realidade, serão venenos muito perigosos.

Com demasiada frequência, as pragas desenvolvem imunidade ou até se tornam mais abundantes depois de o pesticida utilizado ser dissipado ou detoxificado, porque os seus inimigos naturais foram destruídos pelo tratamento. Além do mais, uma espécie de praga que é eliminada com sucesso às vezes é substituídas por outras espécies que são mais resistentes, menos conhecidas, e, portanto, até mais difíceis de serem tratadas.

Esforços para se controlar a praga de insetos do algodão fornecem um bom exemplo da síndrome de sucesso e fracasso. O algodão tem sido uma das culturas mais tratadas com inseticidas.

Nos anos 50, a pulverização área maciça de hidrocarbonetos clorados no Cale Canete do Peru, tomada viável por financiamento externo a partir dos Estados Unidos, resultou no dobro de produção durante uns seis anos. Seguiu-se, porém, um fracasso total da colheita, à medida que as pragas tornavam-se resistentes e outras espécies de insetos entravam na área. As produções foram restauradas pela adoção de um manejo integrado de pragas. A estratégia envolve o uso de variedades de estação curta e práticas de cultivo que desencorajam as pragas e encorajam os seus inimigos naturais.

Essa estratégia possui grande importância, principalmente, no contexto atual de grande contaminação ambiental, pois além de oferecer vantagens aos plantadores, garante também

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benefícios ao meio ambiente pelo fato de não utilizar produtos químicos que venham a prejudicar o ecossistema.

O novo sistema de controle confirma a antiga sabedoria comum de que nunca compensa arriscar tudo em uma solução. A diversidade e a elasticidade da natureza devem ser enfrentadas com diversas inovações tecnológicas, as quais devem ser sempre atualizadas, à medida que as condições mudam e a natureza reage.

9 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA

A poluição causada pelas explosões nucleares na atmosfera tendem a decrescer, após a interrupção quase total dos testes feitos pelos países detentores de tecnologia nuclear. A utilização da energia nuclear em reatores e usinas de reprocessamento não é, em si, fonte necessária de poluição, desde que eles sejam operados dentro das normas rígidas de segurança e de controle dos rejeitos radiotativos gasosos e líquidos. Não podem ser desprezados, no entanto, os efeitos devastadores resultantes de acidantes com equipamentos ou com o armazenamento de rejeitos (“lixo atômico”).

9.1 Efeitos sobre a saúde humana

Os acidentes nucleares provocam lesões celulares, alterações no material genético (indução de mutações) e modificações significativas nas funções de certos órgãos (sistema hemetopoliético, linfóide e gônodas).

Casos de contaminação radioativa – acidente radioativo em Goiânia

Ocorrido em 1987, foi provocado pela violação de uma capa de cápsula de césio-137 contido em equipamento radiológico abandonado no Instituto Radiológico de Radioterapia. O equipamento foi removido por dois sucateiros, vendido como ferro-velho e seu conteúdo manipulado por diversas pessoas, deixando como saldo 4 mortos e cerca de 200 diretamente contaminados. A cidade esteve sob o serviço de descontaminação da CNEN e o lixo radioativo foi enviado para um depósito na cidade de Abadia de Goiás/GO. Vale citar que o acidente de Goiânia não foi provavelmente, o único ocorrido no país, há registros de outros, envolvendo o roubo de material ou procedimentos indevidos em radioterapia. O acidente de Goiânia, entretanto, por sua gravidade, revelou a urgente necessidade do aperfeiçoamento do aparato legal e da fiscalização sobre o trabalho com materiais radioativos, bem como da necessidade de informação adequada à população.

10 CONTAMINAÇÃO DO AR

Os resíduos tóxicos lançados na atmosfera – resultantes da quantidade excessiva de veículos e, em menor escala, da atividade industrial – afetam a qualidade do ar e

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prejudicam as condições de saúde da população, principalmente dos moradores dos grandes centros urbanos. A poluição atmosférica contribui para a morte prematura de aproximadamente 4 mil pessoas por ano somente no Rio de Janeiro e em São Paulo, de acordo com o relatório do BIRD sobre problemas ambientais e urbanos brasileiros de 1998. O monóxido de carbono (CO), por exemplo, é um poluente emitido em menor quantidade na atmosfera. Apenas na região metropolitana de São Paulo são 1,5 milhões de toneladas anuais, segundo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB). Desse total, 60% são lançados pelos carros e álcool, 3% por motocicletas e similares, 2% pelos táxis e 2% resultam do processo industrial. Ao ser inalado, o monóxido de carbono pode provocar náuseas e dor de cabeça, além de agravar problemas cardíacos

10.1 Poluição causada pelas indústrias

Os poluentes emitidos pelas indústrias dependem do ramo de atuação de cada uma (química, siderúrgica, metalúrgica, etc.). O processo industrial da região metropolitana de São Paulo, por exemplo, é responsável por 45% da emissão de óxido de enxofre (SO), 10% de partículas inaláveis (PI), 5% de óxido de nitrogênio (NO), 3% de hidrocarbonetos (HC) e 2% de monóxido de carbono (CO). O óxido de enxofre provoca tosse, falta de ar, bronquite crônica e enfisema pulmonar. O óxido de nitrogênio e os hidrocarbonetos ocasionam irritação de olhos, nariz e pele. As partículas inaladas estão presentes na fuligem lançada pelos veículos e na fumaça expelida pela indústria. Esse poluente causa irritação nos olhos e na garganta, provoca doenças respiratórias crônicas e reduz as resistências às infecções. O município de Cubatão (SP) é a cidade brasileira que possui a maior concentração de material particulado, com 90/m (micrograma por metro cúbico). De acordo com o BIRD o índice aceitável é de 50/m .

10.2 Poluição causada pelos veículos

Quanto aos veículos, para tentar diminuir a poluição do ar nas cidades é criado, em 1986, por resolução do Conselho Nacional do Meio ambiente (CONAMA), o Programa de Controle da Poluição do Ar para Veículos Automotores (PROCONVE), que estabelece limites para a emissão de poluentes. Segundo técnicos do Ministério do Meio Ambiente, os veículos velhos, com 15 a 20 anos de uso e em más condições, emitem mais de 50 g/Kg rodado de monóxido de carbono. Hoje por causa das exigências do PROCENVE, os veículos fabricados a partir de 1997 diminuíram esse valor para 1 ou 2 g/Km rodado.

O problema é agravado ainda mais pela grande quantidade de automóveis que circulam nas cidades. Só no município de São Paulo são 4.644.433 veículos a álcool, gasolina e diesel, dos quais aproximadamente 3,7 milhões circulam diariamente. Para evitar picos de poluição do ar no período do inverno, quando ocorre maior concentração de poluentes, e reduzir os riscos de agravamento de doenças é criado em 1995 o Programa de Restrições à Circulação de Veículo. Conhecido como rodízio, ele restringe em 20% a quantidade diária de carros em circulação em 9 municípios da Grande São Paulo, das 7 às 20 h. A operação realizada em 1998, no período de 4 de maio a 25 de setembro, reduz em 19% as emissões

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de monóxido de carbono, além de diminuir também os lançamentos de hidrocarbonetos, óxido de enxofre e material particulado. Segundo a CETESB, a qualidade do ar permaneceu 99,1% do tempo dentro do padrão normal.

10.3 Episódios de poluição atmosférica

Existem referências à poluição de atmosferas anteriores aos protestos feitos pela nobreza conta o uso do carvão durante o reinado de Eduardo I (1271 – 1309). No entanto, a Revolução Industrial foi quem marcou o início do reconhecimento público do chamados episódios de poluição do ar.

Exemplos:

a) Vale do Meus, 1930 – Bélgica

- duração: 5 dias;

- grande número de pessoas adoeceram com a seguinte sintomatologia dores no peito, tosse, dificuldade de respiração, irritação, irritação nasal e dos olhos;

- setenta pessoas morreram, principalmente pessoas idosas que já eram portadoras de doenças do coração e pulmões;

- morte de gado;

- presumiu-se uma combinação de poluentes esteve associada com o episódio; é destacada a presença de gotículas de ácido sulfúrico resultante de altas concentrações de dióxido de enxofre em presença de gotículas de água.

b) Londres, 1952 – Inglaterra

- duração: 5 dias;

- grande número de pessoas adoeceu, sendo que aumentou o número de admissões em hospitais de portadores de doenças respiratórias;

- cerca de 3.500 a 4.000 pessoas morreram a mais do esperado para este período;

- a mortalidade foi maior para o grupo de pessoas idosas, naqueles que já eram portadores de bronquite, broncopneumonia e doenças do coração;

- atribuiu-se o episódio à presença de poeira em suspensão (4,46 mg/m ).

c) Bauru – 1952 – São Paulo, Brasil

- Foram registrados 150 casos de doenças respiratórias aguda e 9 óbitos;

- Bronquite e manifestações alérgicas do trato respiratório foram os principais efeitos;

- Comprovou-se que o episódio deu-se em razão da emissão na atmosfera de pó de mamona, por uma indústria de extração de óleos vegetais.

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10.4 Principais Poluentes

São considerados os principais poluentes da atmosfera, aqueles emitidos em maiores quantidades e por grande variedade ou número de fontes, que, portanto, se apresentam sistematicamente em áreas urbanas poluídas, em concentrações próximas do limiar de efeitos perceptíveis sobre vários receptores. São eles:

- Dióxido de enxofre

- Óxidos de nitrogênio;

- Hidrocarbonetos;

- Monóxido de carbono;

- Oxidantes fotoquímicos (ozona, peroxiacetil nitrato, aldeídos).

São considerados ainda importantes poluentes da atmosfera:

- Cloro e seus componentes

- Gás sulfídrico;

- Flúor e seus compostos;

- Fumaças em geral;

- Mercúrio;

- Partículas de chumbo, amianto, etc.

- Partículas radioativas;

- Alfa benzopireno e similares;

- Ruído;

- Pólen.

Principais fontes de poluição do ar:

- Processo e operações industriais;

- Queima de combustível em fontes estacionárias;

- Veículos automotores;

- Fontes de poeiras fugitivas.

Reações na atmosfera

Já mencionamos que vários poluentes encontrados na atmosfera, são provenientes de reações nela própria ocorridas, ou seja, a atmosfera por vezes, funciona como um recipiente que provê condições satisfatórias para que ocorram reações entre poluentes emitidos, resultando em outras substâncias que, muitas vezes, sequer são emitidas por qualquer fonte de poluição do ar.

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Uma das mais importantes reações que ocorrem em uma atmosfera poluída é a reação fotoquímica, pela qual reagem óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos na presença de luz solar, dando como resultado os altamente tóxicos oxidantes fotoquímicos.

Outra importante reação é aquela entre o dióxido de enxofre e vapor d’água, na presença de sais de ferro e manganês, para gerar névoas de ácido sulfúrico e, finalmente, sulfatos, principalmente de cálcio e amônia.

Finalmente, destacamos as reações não fotoquímicas ocorridas com óxidos de nitrogênio, gerando ácido nítrico e nitratos.

Vale lembrar que o tempo de permanência de um poluente na atmosfera varia de algumas horas (ozona), até anos (monóxido de carbono).

De forma geral, partículas em suspensão são removidas da atmosfera por:

- Remoção úmida por precipitação;

- Remoção seca por sedimentos;

- Remoção seca por difusão ou impactação sobre a vegetação e construções.

Gases são removidos por:

- Remoção úmida por precipitação;

- Absorção ou reação na superfície da terra;

- Conversação em outros gases ou partículas;

- Transporte para a estratosfera.

O quadro 4 a seguir fornece o destino final de alguns poluentes na atmosfera.

Quadro 4 – Poluentes da atmosfera

POLUENTE DESTINO

Dióxido de enxofre Lavagem pela chuva, oxidação nas fases sólidas e líquidas a sulfato; no solo; degradação microbiana ou reação química

Sulfato de hidrogênio Oxidação a dióxido de enxofre

Ozona Reação química com vegetação, solo e oceanos

Óxido nítrico Na vegetação, absorção pelo estomato; reações químicas nas fases gasosas e líquida

Dióxido de carbono Na vegetação, fotossíntese e absorção; nos oceanos absorção

Metano No solo, atividade microbiológica; na vegetação reação química e ação bacteriana; na troposfera e estratosfera, reação química

Hidrocarbonetos Reações químicas e partículas; no solo. Atividade microbiológica; ma vegetação, absorvação e admissão pelo estomato

Fonte: Macêdo, L.A.A. – Saúde e Ambiente (1999)

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A fig. 6 apresenta a poluição causada por indústrias.

Após serem emitidos por uma fonte, os poluentes passam a comportar-se em termos de seu transporte e sua dispersão, de acordo com o que ditam os parâmetros meteorológicos locais. Os movimentos verticais e horizontais das massas de ar e a turbulência da atmosfera são os responsáveis, a partir do instante da emissão, pelo transporte de poluente e pela sua dispersão.

Os movimentos horizontais de massa de ar são basicamente causados pelas grandes diferenças de pressão, em razão das diferenças de temperaturas nas várias partes do globo terrestre e pela rotação da terra.

Os movimentos verticais de massa de ar dependem, fundamentalmente, do perfil vertical de temperatura do ar não varia com a altitude, e a esta condição dá-se o nome de isoterma.

Quando a temperatura do ar aumenta com a altitude, diz-se que há inversão de temperatura. Nestas duas últimas condições os movimentos verticais de massa de ar são reduzidíssimas e a dispersão dos poluentes na vertical praticamente inexiste. Estas condições associadas com falta de ventos horizontes (calmaria) cria condições de total estagnação com conseqüente aumento dos níveis de poluição do ar.

Outro parâmetro a ser considerado é representado pelas características topográficas do local considerado, face da sua influência sobre alguns parâmetros meteorológicos, principalmente velocidade e direção de ventos e turbulência.

Figura 6 – Contaminação do ar atmosférico por indústrias

11 EFEITOS DA POLUIÇÃO NA SAÚDE

11.1 Efeitos da poluição do ar

Poluição do ar como fator causal em doenças crônicas do aparelho respiratório: câncer de pulmão, bronquite, enfisema e asma.

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Como regra geral, a solubilidade de um gás poluente determina a proporção na qual ele é absorvido no trato respiratório superior e a proporção na qual ele atinge os alvéolos pulmonares. Por exemplo, o dióxido de enxofre que é relativamente solúvel, é bastante absorvido no trato respiratório superior, provocando irritação é aumento da resistência. Por outro lado, o dióxido de nitrogênio e ozona são gases relativamente insolúveis e agem principalmente nos alvéolos, causando edemas pulmonares.

Para os poluentes em forma de material particulado, o tamanho da partícula inalada é que determina a profundidade da penetração no aparelho respiratório.

Efeitos sobre os materiais

Mecanismo sobre os materiais

- Abrasão – causada por partículas sólidas de tamanho suficiente e transportadas em altas velocidades;

- Deposição e remoção – causada por partículas sólidas e líquidas que se depositam sobre superfícies;

- Ataque químico direto – ex. embaciamento da prata pelo gás sulfídrico, destruição de superfícies metálicas pela ação de névoas ácidas;

- Ataque químico indireto – ex. o dióxido de enxofre, absorvido pelo couro, é convertido em ácido sulfúrico, que deteriora o couro;

- Corrosão eletroquímica – é o mecanismo principal de deteriorização de metais ferrosos.

Fatores que influenciam a danificação de materiais em atmosferas poluídas:

- Umidade relativa – não havendo eletroquímica, mesmo em atmosferas bastante poluídas. Para diversos metais, existe uma umidade relativa atmosférica crítica que, quando exercida, produz abrupto aumento na velocidade de corrosão;

- Temperatura – maior temperatura, maior velocidade de reação química;

- Luz solar – deterioração direta de certos materiais;

- Velocidade do ar – influenciando na abrasão e deposição de material particulado;

- Outros fatores – posição do material no espaço, das medidas de proteção, etc.

Efeitos sobre a vegetação

As plantas podem ser afetadas pelos poluentes atmosféricos através dos seguintes mecanismos:

- Redução da penetração de luz (redução de capacidade fotossintetizante), por sedimentação de partículas nas folhas ou por interferência de partículas em suspensão na atmosfera;

- Deposição de poluentes no solo, por sedimentação (partículas grosseiras) ou por carreamento provocado pelas chuvas (gases dissolvidos e partículas finas), permitindo a penetração dos poluentes pelas raízes e alterando as condições do solo;

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- Penetração dos poluentes pelos estômatos das plantas. Esta é a forma mais bem estudada e sobre a qual temos o maior número de informações. Os estômatos são pequenos poros na superfície das plantas, geralmente nas folhas e nestas em geral na face interior. A troca de gases (O2 – CO2) promovida pelas plantas dá-se em sua quase totalidade através dos estômatos, que podem ter abertura e fechamento determinado para cada planta em função da hora do dia, umidade do ar, condições de iluminação, temperatura, etc.

Os efeitos aparentes podem ser considerados em 3 categorias gerais, não necessariamente mutuamente exclusivos: a) colapso do tecido foliar; b) clonose ou outras alterações da cor normal das folhas; e c) alterações no crescimento e produção das plantas, importantes não só para a agricultura como também para floricultores. Sabe-se que também a exposição ao “smog” fotoquímico, causa danos às plantas.

O etileno, além de causar lesões visíveis às folhas e flores, que se tornam esbranquiçadas e secam, causa também o fenômeno chamado epinastia, pelo qual há um crescimento anormal em ramos e folhas, causando ainda a queda de flores e impedindo a formação de frutos em algumas plantas.

Efeitos sobre a saúde humana

A poluição atmosférica é responsável por diversos distúrbios do aparelho respiratório, como bronquite crônica, enfisema e pneumoconiose. Na cidade de Cubatão (SP), que chegou a produzir mensalmente mais de 30 mil toneladas de poluentes do ar registrou-se um dos mais elevados índices mundiais de anecefalia infantil (ausência ou atrofia do cérebro em recém-nascidos), diretamente relacionada com a poluição. O monóxido de carbono liberado pelos veículos pode dar origem a distúrbios de diferentes graus: lesões degenerativas do sistema nervoso central, coração, rins, fígado, etc. O chumbo acumula-se no organismo e provoca lesões principalmente no cérebro. Os motores a diesel utilizam um carburante que emite compostos potencialmente cancerígenos, como formaldeído.

O óxido de enxofre provoca tosse, falta de ar, bronquite crônica e enfisema pulmonar. O óxido de nitrogênio e os hidrocarbonetos ocasionam irritação de olhos, nariz e pele. As partículas inaladas estão presentes na fuligem lançada pelos veículos e na fumaça expelida pelas indústrias. Esse poluente causa irritação nos olhos e na garganta, provoca doenças respiratórias crônicas e reduz as resistências às infecções.

11.2 Efeitos da poluição do solo

A poluição pode afetar também o solo e dificultar seu cultivo. Nas grandes aglomerações urbanas, o principal foco de poluição do solo são os resíduos industriais e domésticos. O lixo das cidades brasileiras, por exemplo, contém de setenta e a oitenta por cento de matéria orgânica em decomposição e constitui uma permanente ameaça de surtos epidêmicos. O esgoto tem sido usado em alguns países para mineralizar a matéria orgânica e irrigar o solo, mas esse processo apresenta o inconveniente de veicular microrganismos patogênicos. Excrementos humanos podem provocar a contaminação de poços e mananciais de superfície. Os resíduos radioativos, juntamente com nutrientes, são absorvidos pelas

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plantas. Os fertilizantes e pesticidas sintéticos são suscetíveis de incorporar-se à cadeia alimentar.

Os efeitos da poluição do solo atingem os animais, os vegetais e o homem.

O uso exagerado de inseticidas causa sua acumulação no solo, o que faz com que os animais que se alimentem dessa vegetação, se contaminem e prossigam o ciclo. Com as chuvas, os produtos químicos infiltram-se no solo e contaminam os lençóis d’água e escorrem para os rios. No homem, eles causam câncer e danos ao fígado.

O lixo acumulado, além de destruir a vegetação, contribui para a poluição do ar, com os gases liberados nas decomposições e o mau cheiro. Polui também, os lençóis d’água.

A desertificação aumenta as chances de erosão e o desgaste do solo.

11.3 Efeitos da poluição da água

Considera-se que a água está poluída quando não é adequada ao consumo humano, quando os animais aquáticos não podem viver nela, quando as impurezas nela contidas tornam desagradável ou nocivo seu uso recreativo ou quando não pode ser usada em nenhuma aplicação industrial.

Os rios, os mares, os lagos e os lençóis subterrâneos de água são o destino final de todo poluente solúvel lançado no ar ou no solo. O esgoto doméstico é o poluente orgânico mais comum da água doce e das águas costeiras, quando em alta concentração. A matéria orgânica transportada pelos esgotos faz proliferar os microrganismos, entre os quais bactérias e protozoários, que utilizam o oxigênio existente na água para oxidar seu alimento, e em alguns casos o reduzem a zero. Os detergentes sintéticos, nem sempre biodegradáveis, impregnam a água de fosfatos, reduzem ao mínimo a taxa de oxigênio e são objeto de proibição em vários países, entre eles o Brasil.

Ao serem carregados pela água da chuva ou pela erosão do solo, os fertilizantes químicos usados na agricultura provocam a proliferação dos microrganismos e a conseqüente redução da taxa de oxigênio nos rios, lagos e oceanos. Os pesticidas empregados na agricultura são produtos sintéticos de origem mineral, extremamente recalcitrantes, que se incorporam à cadeia alimentar, inclusive a humana. Entre eles, um dos mais conhecidos é o inseticida DDT. Mercúrio, cádmio e chumbo lançados à água são elementos tóxicos, de comprovado perigo para a vida animal.

Os casos mais dramáticos de poluição marinha têm sido originados por derramamentos de petróleo, seja em acidentes com petroleiros ou em vazamentos de poços petrolíferos submarinos. Uma vez no mar, a mancha de óleo, às vezes de dezenas de quilômetros, se espalha, levada por ventos e marés, e afasta ou mata a fauna marinha e as aves aquáticas. O maior perigo do despejo de resíduos industriais no mar reside na incorporação de substâncias tóxicas aos peixes, moluscos e crustáceos que servem de alimento ao homem. Exemplo desse tipo de intoxicação foi o ocorrido na cidade de Minamata, Japão, em 1973, devido ao lançamento de mercúrio no mar por uma indústria, fato que causou envenenamento em massa e levou o governo japonês a proibir a venda de peixe. A poluição marinha tem sido objeto de preocupação dos governos, que tentam, no âmbito da

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Organização das Nações Unidas, estabelecer controles por meio de organismos jurídicos internacionais.

A poluição da água tem causado sérios problemas ecológicos no Brasil, em especial em rios como o Tietê, no estado de São Paulo, e o Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A maior responsabilidade pela devastação da fauna e pela deterioração da água nessas vias fluviais cabe às indústrias químicas instaladas em suas margens.

10 CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS HOSPITALARES

Lixo hospitalar, resíduos sólidos hospitalares, no que realmente consiste este amontoado de resíduos? A ABNT matou a charada, pois alterou a denominação de lixo hospitalar para resíduos de serviço de saúde. Portanto, estes resíduos são aqueles efetivamente ou potencialmente contaminados, provenientes dos vários serviços de saúde como: hospitais, postos de saúde, banco de sangue, clínicas, laboratórios, farmácias.

Visando facilitar os procedimentos internos na fonte produtora, e terminar com a discussão emotiva do que é contaminado, e o que não é contaminado e assim evitar que todos os funcionários de uma unidade de saúde portassem um microscópio para afirmar se os resíduos estão ou não contaminados, elaboramos uma nova classificação para os resíduos de serviços de saúde, que deverá ser processada na sua origem, para posterior destinação.

Lixo não séptico ou domiciliar – São todos os resíduos gerados pelas atividades administrativas dos estabelecimentos hospitalares e congêneros, provenientes das áreas não críticas (são todas as áreas hospitalares que teoricamente não apresentam risco de transmissão de infecção, ou seja, as não ocupadas por pacientes, ou cujo acesso lhes seja vedado);

Lixo séptico – São todos os resíduos e materiais provenientes das áreas críticas e semi-críticas (áreas críticas são aquelas que oferecem maior risco de infecção, seja devido às atividades que aí se desenvolvem; áreas semi-críticas: são todas as áreas que apresentam menor risco de transmissão) dos estabelecimentos hospitalares e congêneros, como por exemplo: Unidade de Isolamento de Doenças Infecto-contagiosas, Unidade de Terapia Intensiva, Posto de Enfermagem.

Os resíduos sépticos podem dividir-se em:

- Resíduos infecciosos ou contaminados

São todos os resíduos ou materiais resultantes do tratamento ou processo diagnóstico que tenham entrado em contato direto com pacientes, como: gazes, curativos, fraldas descartáveis e materiais biológicos como: fragmento de tecidos orgânicos, material pós-parto.

As figuras 7 e 8 apresentam os problemas de saúde pública causada por resíduos.

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Figura 7 - Contaminação por resíduos de saúde

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Figura 8 - Contaminação por medicamentos

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Filho & Rouquayrol, Zélia – Epidemiologia e Saúde – São Paulo – Ed. Medsi, 2003.

FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde – SISVAM, Brasília: FUNASA, 2000.

________________________________ - Textos de Epidemiologia para a Vigilância Ambiental em Saúde. Ministério da Saúde. Brasília: FUNASA, 2002.

MACÊDO, LAA - Saneamento Ambiental e Epidemiologia, Ed. JOTACÊ, São Paulo, 1999.

MACÊDO, LAA – Saúde e Ambiente. Ed. LITHOGRAF, São Luís, 2002.

MACÊDO, LAA - Cidade Saudável e Meio Ambiente. Ed. JOTACÊ, São Paulo, 2002.

MACÊDO, LAA - Qualidade de Vida e Meio Ambiente, Ed. JOTACÊ, São Paulo, 2001.

MACÊDO, LAA – Gestão das Águas no Maranhão, Ed. CEUMA, São Luís, 2005.

VERONESI, R et alli – Doenças Infeciciosas e Parasitárias. Ed. Guanabara – Koogan, 6º ed. – Rio de Janeiro, 1976.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 1

2 CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL 1

3 AÇÃO DO HOMEM SOBRE OS RECURSOS NATURAIS 4

4 EFEITOS DA POLUIÇÃO NA SAÚDE HUMANA 6

5. CONCEITOS DE RISCOS AMBIENTAIS

6. TIPOS DE ANÁLISE DE RISCOS

5 CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA: O CASO DO MERCÚRIO 9

5.1 CONSEQUÊNCIA DE INTOXICAÇÃO POR MERCÚRIO 10

6 CONTAMINAÇÃO DO SOLO 11

7 CONTAMINAÇÃO RADIOATIVA 13

7.1 EFEITOS SOBRE A SAÚDE HUMANA 14

8 CONTAMINAÇÃO DO AR 14

8.1 POLUIÇÃO CAUSADA PELAS INDÚSTRIAS 15

8.2 POLUIÇÃO CAUSADA PELOS VEÍCULOS 15

8.3 EPISÓDIOS DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA 16

8.4 PRINCIPAIS POLUENTES 17

9 EFEITOS DA POLUIÇÃO NA SAÚDE 20

9.1 EFEITOS DA POLUIÇÃO DO AR 20

9.2 EFEITOS DA POLUIÇÃO DO SOLO 23

9.3 EFEITOS DA POLUIÇÃO DA ÁGUA 24

10 CONTAMINAÇÃO POR RESÍDUOS HOSPITALARES CONTAMINAÇÃO DO SOLO 25

REFERÊNCIAS 28

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