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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE SAÚDE E SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA POR: Wilza dos Santos Martins Orientador Prof.Ms. Celso Sanchez Rio de Janeiro 2007

SAÚDE E SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA - avm.edu.br DOS SANTOS MARTINS.pdf · apresentação de slides e a distribuição de folhetos ... Trabalhar este tema proporciona a ... quanto

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

SAÚDE E SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA

POR: Wilza dos Santos Martins

Orientador

Prof.Ms. Celso Sanchez

Rio de Janeiro

2007

2

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

SAÚDE E SUSTENTABILIDADE NA ESCOLA

Curso: Planejamento e Educação Ambiental

Por: Wilza dos Santos Martins

OBJETIVOS:

Esta monografia propõe analisar as

necessidades do aluno do Ensino

Fundamental, dentro de uma realidade

específica visando melhorar a sua

qualidade de vida.

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, autor da vida, aos

meus pais pelo apoio constante e aos

amigos que contribuíram na realização das

diversas atividades deste curso.

4

DEDICATÓRIA

A todos os alunos do Ensino

Fundamental do CIEP 377, que tive o

privilégio de conhecer e trabalhar no

ano de 2006.

5

RESUMO

Esta monografia aponta para uma situação que norteia a vida de

diversos alunos de comunidades carentes. Nenhuma criança ou adolescente

alcança um bom desempenho escolar quando o seu condicionamento físico

está comprometido. Ao analisar a realidade local, esta pesquisa propôs

estabelecer novos hábitos a partir da identificação de problemas em alunos do

Ensino Fundamental do CIEP 377 – Carmem da Silva, localizado no município

de Belford Roxo na baixada fluminense, Rio de Janeiro. Tendo como base a

Educação Ambiental, buscou-se desenvolver um ambiente mais saudável com

ênfase no desenvolvimento sustentável formando multiplicadores de uma ação

contínua em prol da melhoria da qualidade de vida. Através de palestras, os

responsáveis conheceram algumas medidas profiláticas visando monitorar de

uma forma mais consciente a saúde de seus filhos. Conhecendo a atuação de

alguns organismos patogênicos, por meio de encontros com profissionais da

área de saúde e vídeo-aula, os alunos compreenderam a importância da

aquisição de hábitos de higiene para um desenvolvimento saudável. Além de

outras ações, esses hábitos foram trabalhados no tocante a alimentação, com

a realização de oficinas utilizando alimentos alternativos na merenda escolar.

Todo este trabalho teve como finalidade o desenvolvimento de ações que

assegurem condições de vida digna aos alunos de comunidades carentes.

6

METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada destina-se à prevenção da saúde e a

formação de um ambiente sustentável no âmbito escolar estendendo para a

comunidade local, permitindo a esta população a aquisição de uma qualidade

de vida que lhes assegurem condições satisfatórias.

O aluno conhecerá a importância da prevenção de determinadas

doenças como a melhor forma de combate. Trabalhando a sua auto-estima,

através do teatro, conduz de uma forma descontraída a percepção de suas

necessidades reais. Este será o início das diversas atividades propostas, onde

bem-estar do aluno para o desenvolvimento de suas potencialidades será

prioridade.

Para trabalhar melhor estas questões, é necessário que os problemas

locais sejam identificados, isto permitirá uma ação metodológica segura,

desenvolvida a partir do conhecimento preciso das necessidades específicas

da comunidade de acordo com a sua realidade. Para que isto ocorra de

maneira eficiente, nada melhor do que uma reunião com os profissionais da

escola, dando uma atenção especial aos professores que trabalham com os

alunos do primeiro segmento do Ensino Fundamental. Estes profissionais, por

conviverem mais tempo em sala de aula e com os mesmos alunos, certamente

têm condições de fazer observações e, conseqüentemente têm uma análise

mais precisa dos diversos problemas.

Portanto, para obter um bom resultado é necessário trabalhar à base, ou

seja, onde o problema nasce, porém, ainda não se estabeleceu definitivamente

criando raiz. As crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental serão o

referencial da implementação de um trabalho voltado para a criação de um

ambiente sustentável.

7A partir das constatações dos problemas relacionados à saúde dos

alunos, tanto do primeiro segmento, quanto aos do segundo segmento, haverá

palestras com profissionais da área de saúde para os responsáveis com

apresentação de slides e a distribuição de folhetos explicativos contendo

informações esclarecedoras e preventivas relacionadas aos problemas

identificados.

Serão inseridas nas aulas de Ciências apresentações de vídeos que

demonstrem a atuação dos organismos patogênicos, as atividades do nosso

sistema imunológico e as diversas formas de prevenção, para a formação de

um ambiente escolar sustentável. Dando continuidade ao processo de

aquisição de diferentes hábitos é necessária a realização de encontros com

outros profissionais da área de saúde, contextualizando as informações com o

desenvolvimento sustentável. A realização de oficinas promoverá a formação

de multiplicadores e a implementação da alimentação alternativa na merenda

escolar, a formação de um ambiente ecologicamente correto.

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

ENCONTRO COM OS PROFISSIONAIS DA ESCOLA 10

CAPÍTULO II

IDENTIFICANDO OS PROBLEMAS LOCAIS 12

CAPÍTULO III

A PREVENÇÃO COMO AMELHOR FORMA DE COMBATE 15

CAPÍTULO IV

TRABALHANDO A AUTO-ESTIMA DOS ALUNOS 17

CAPÍTULO V

SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 19

CAPÍTULO VI

A ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA 22

CONCLUSÃO 25

ANEXOS 26

BIBLIOGRAFIA 33

ÍNDICE 34

9

INTRODUÇÃO

O bem estar físico, social e mental dos alunos é a base do

desenvolvimento de suas potencialidades. No entanto, é necessário discutir a

questão considerando a importância de um ambiente físico saudável e sua

continuidade, que é o significado de sustentabilidade. Não podemos discutir

questões ambientais em sala de aula sem considerar os aspectos humanos,

pois deles dependem a construção de todo o processo educacional.

O desenvolvimento deste tema está focalizado nos alunos do primeiro

segmento do Ensino Fundamental e nos seus responsáveis.

As necessidades evidenciadas entre os alunos foram a base da

elaboração e construção do projeto. Tais necessidades são identificadas

através de reuniões com os profissionais da escola. A convivência, por mais

tempo, de alguns profissionais com os alunos e, conseqüentemente, a

proximidade com os responsáveis, permitem muitas constatações.

Com os alunos do segundo segmento, as urgências estão relacionadas

com as mudanças de hábitos e reversão de valores que estão diretamente

ligados ao seu cotidiano. Essas mudanças em médio prazo irão refletir na

saúde e no meio ambiente o qual eles estão inseridos.

O tema abordado é de grande importância, não apenas para o ambiente

escolar, mas para todo e qualquer local comprometido com a sustentabilidade,

com a qualidade de vida e justiça social.

Ao final de um ano letivo espera-se que o desempenho dos alunos seja

o mais satisfatório possível, porém, muitas vezes isso não ocorre. Atribuímos o

mau desempenho a diversos fatores, tais como: falta de interesse,

10

responsabilidade, compromisso, dentre outros. Sem considerar as causas

desses fatores, que muitas vezes estão relacionados às condições fisiológicas.

A construção de um ambiente mais saudável com alunos estruturados

torna-se subjetivo quando não conhecemos as necessidades reais da escola.

Trabalhar este tema proporciona a descoberta de ferramentas que nos

levam a superar os desafios sócio-econômicos, para melhorar a qualidade de

vida.

Não podemos falar de preservação do ambiente físico sem considerar a

figura humana.

A aquisição de hábitos de higiene, o conhecimento de alguns

organismos patogênicos e a reconstrução de determinados valores são

essenciais para a formação de um ambiente saudável, onde o aluno é o

elemento principal deste espaço.

11

CAPÍTULO I

ENCONTRO COM PROFISSIONAIS DA ESCOLA

O primeiro momento da elaboração desta pesquisa parte de um princípio

fundamental para a realização de toda e qualquer atividade em equipe, que é a

participação efetiva dos profissionais integrantes do estabelecimento de ensino.

A participação de todos em reuniões, permite a elaboração de ações mais

contextualizadas, pois todos terão a oportunidade não apenas de expor suas

opiniões, mas, assegurar que a sua percepção do problema, sendo observada

do seu setor de atuação, é fundamental para a construção de soluções.

Não se pensa planejamento sem coletividade, pois toda ação parte do

diálogo.

No livro “Os sete saberes necessários à educação do futuro”, de Edgar

Morin, aborda a ética do gênero humano.

“Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo

tempo, a ética e a autonomia pessoal (as

nossas responsabilidades pessoais), além de

desenvolver a participação social (as

responsabilidades sociais), ou seja, a nossa

participação no gênero humano, pois

compartilhamos de um destino comum”.

(www.centrorefeducacional.com.br/setesaberes.htm)

12

Por compartilharmos de um destino comum, estamos naturalmente

comprometidos com as ações da escola. Portanto, configura-se mais que um

mero encontro de para discussões vagas, porém a ocorrência entre fala e

ação, traduzindo a responsabilidade social para melhorar a qualidade de vida

dos alunos desta escola, a qual fazemos parte.

Falar de saúde remete a vários pontos fundamentais, tais como: uma

alimentação saudável, bons hábitos de higiene, prevenção de doenças e

outros. Identificando as necessidades locais, analisando a qualidade de vida

dos alunos, trabalha-se melhor a construção de um ambiente mais equilibrado.

No ano de 2001, a revista “Isto É”, publicou uma matéria ressaltando a

importância de uma alimentação saudável associada a realização de atividades

físicas e ao desenvolvimento de bons hábitos:

“Além de cuidar da alimentação e manter

alguma atividade física regular, é possível

incorporar outros hábitos para ter uma vida

mais saudável”. (Revista Isto É, 02 de maio

de 2001).

Para a formação de novos hábitos dentro da realidade local,

identificamos os problemas pertinentes aos alunos do primeiro e segundo

segmento do Ensino Fundamental, a partir das observações feitas pelos

professores.

13

CAPÍTULO II

IDENTIFICANDO OS PROBLEMAS LOCAIS

“Faça o que você pode, com o que você tem, onde você está”.

Neste momento se faz necessário a identificação dos problemas reais

dos alunos, relacionados à saúde e ao meio ambiente. Buscar soluções em

meio as diferentes formas de pensar é um desafio da educação ambiental,

como exemplificou o pesquisador David Hutchison:

“... esforços aparentemente bem-intencionados

de criar uma consciência ambiental nas escolas

parecem ser vítimas dos modos habituais de

pensar”.(David Hutchison, 1998, P 38).

A educação ambiental é um processo participativo através do qual o

indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, adquirem conhecimentos,

atitudes e competências voltadas para a conquista e manutenção do direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado.

De acordo com o conceito de educação ambiental citado, é notório que o

processo participativo é fundamental para a construção de valores.

Os professores do primeiro segmento identificaram com mais precisão

os problemas de saúde que interferem no desenvolvimento dos alunos. Estes

professores conviveram mais tempo com os alunos em sala, o que favoreceu a

observação e a analise das deficiências que refletiam no processo de

aprendizagem dos mesmos. Zelar pela aprendizagem dos alunos é inerente à

profissão, portanto, vai além do cumprimento de um inciso estabelecido em Lei.

14

“Os docentes incumbir-se-ão de: III – zelar pela

aprendizagem dos alunos”.(Inciso III, do art. 13

da Lei nº 9.394/96).

Foram identificados problemas de pediculose (piolho), verminoses e

comprometimento nutricional. Quanto aos alunos do segundo segmento os

mesmos problemas foram constatados, no entanto, o desenvolvimento da

pesquisa para a implementação do projeto, prioriza as mudanças de hábitos e

a reversão de valores relacionados ao seu cotidiano.

A educação tem o compromisso de buscar resolver problemas como

afirma Edgar Morin:

“A educação deve favorecer a aptidão natural

da mente em formular e resolver problemas

essenciais...” (Edgar Morin, in Os sete saberes,

Unesco, 2000 – em 24/11/06).

15

CAPÍTULO III

A PREVENÇÃO COMO A MELHOR FORMA DE

COMBATE

Promover palestras para os pais ou responsáveis, informando-lhes

quanto à importância da prevenção como a melhor forma de combate, é

fundamental para a resolução dos problemas detectados entre os alunos.

Porém, ao falar de saúde e de hábitos de higiene, é preciso levar em

consideração o meio de convívio de cada indivíduo, para não se tornar

desconfortável a abordagem do tema, pois o objetivo maior é alcançar a todos

com uma linguagem clara e nivelada. O PCN nos aponta esse caminho:

“Cada pessoa, aluno ou professor apreende

em seu meio de convívio, especialmente em

família, um conjunto de idéias e de valores a

respeito do corpo, suas afecções e

doenças”.(PCN – Ciências Naturais – 5ª a 8ª

séries, P. 46).

Neste primeiro momento, de acordo com a realidade local, alguns

assuntos devem ser abordados com prioridade na palestra, dentre eles, os

cuidados com o corpo, dando ênfase à higiene dos cabelos, higiene das mãos

e unhas.

Falar dos cuidados com o corpo fazendo referência à pele é essencial,

por ser o órgão de proteção do corpo. As conseqüências dos maus hábitos de

higiene com a pele favorecem a aquisição das seguintes doenças; escabiose,

impetigo, larva migras entre outras. Quanto aos maus hábitos de higiene com

16

os cabelos, podem ter como conseqüência a pediculose – Doença parasitária

causada pelo Pedículo humanuns – “Piolho”.

A pediculose, infelizmente é muito comum em crianças e adolescentes

na fase escolar, por esta razão, gastar tempo falando deste problema é

fundamental.

Ao informar sobre os sintomas e as medidas preventivas da pediculose,

observa-se que em determinados casos, se faz necessário uma intervenção

médica.

Em relação aos maus hábitos de higiene das mãos e unhas,

esclarecemos que as conseqüências são o aparecimento de várias doenças,

principalmente as parasitológicas; tais como: enterobiose, ascaridíase entre

outras.

Por se tratar de uma área carente, o esclarecimento aos responsáveis

deve ocorrer de forma descontraída e com uma linguagem adequada,

favorecendo a perfeita interação. A palestra, sendo realizada por um

profissional da área de saúde, assegura a exatidão e a qualidade das

informações pertinentes.

17

CAPÍTULO IV

TRABALHANDO A AUTO-ESTIMA DOS ALUNOS

O desenvolvimento de atitudes que favoreçam a valorização do corpo no

cuidado com a saúde, é o ponto de partida para mudança de valores entre os

adolescentes. Atitudes que despertem a auto-estima de alunos com problemas

comportamentais e emocionais que refletem diretamente no desenvolvimento

da aprendizagem. Mais uma vez o PCN exemplifica essa necessidade:

“Em todo os estudos, independente das

relações enfocadas, é importante favorecer o

desenvolvimento de atitudes de respeito pelas

diferenças individuais, de apreço pelo próprio

corpo e de auto-estima, por meio do auto

conhecimento, em conexão com a

saúde”.(PCN-Ciências Naturais – P 46).

A auto-estima dos alunos neste momento será trabalhada através de

apresentações teatrais, favorecendo a percepção das suas necessidades,

trazendo-os para um contexto de busca de qualidade de vida de acordo com a

realidade local, fazendo nascer em cada indivíduo o sentido de pertencimento.

Podem parecer um tanto quanto utópicas as ações implementadas neste

trabalho, porém, as soluções de alguns problemas locais citados anteriormente,

foram evidenciadas durante o desenvolvimento do projeto que antecedeu a

esta monografia.

As apresentações teatrais mobilizaram os alunos, levando-os a repensar

às suas atitudes e valores.

18

As mudanças irão acontecer no ambiente em que estamos inseridos,

quando mudamos de atitudes, e isso acontece a partir do momento que

criamos uma identidade local.

A construção de um ambiente saudável depende diretamente da

conscientização daqueles que fazem parte da comunidade. Para conscientizar

é necessário estar comprometido e o comprometimento só existe quando há

uma identidade local.

A partir deste momento os alunos se sentem mais seguros para falar das

suas necessidades e ao mesmo tempo encorajados a sugerir soluções de

acordo com a sua realidade. É fundamental que o aluno seja participante na

resolução dos problemas da escola e da comunidade, pois se trata do seu

cotidiano. Identificando os agentes externos, que comprometem a sua saúde e

conseqüentemente o seu desempenho escolar permite a prevenção mais

eficaz e a construção de um ambiente mais saudável. De fato, desenvolver

uma consciência ambiental, frente aos problemas sociais atuais torna-se um

grande desafio.

Como um educador ambiental irá abordar questões de preservação do

meio ambiente sem a preocupação com o bem-estar físico do aluno? Afinal, ele

é o agente de todo o processo.

É importante priorizar os aspectos regionais na discussão de questões

ambientais brasileiras, tendo em vista a possibilidade de intervenção dos

alunos na busca de soluções e alternativas para os problemas sócio-

ambientais.

Preocupar-se com a saúde do adolescente enquanto aluno, remete a

educação ambiental para um trabalho socialmente compromissado. A Política

de Educação Ambiental tem hoje, como desafio a busca de uma sociedade

democrática e socialmente justa, não se preocupando apenas com a paisagem

e o preservacionismo.

“O desafio permanece, e a busca da solução

é tarefa cotidiana, individual e institucional”.

19

CAPÍTULO V

SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável é aquele que permite atender às

necessidades da geração atual sem comprometer o direito das futuras

gerações de atenderem suas próprias necessidades.

Durante as décadas de 70 e 80, muito se discutiu o tema estabelecendo

relações com o crescimento da população humana, da economia e da

utilização dos recursos naturais. O objetivo do desenvolvimento sustentável é

justamente procurar integrar e harmonizar as idéias e conceitos relacionados

ao crescimento econômico, a justiça e ao bem-estar social, a conservação

ambiental e a utilização racional dos recursos naturais. Por esta razão é

fundamental considerar os aspectos sociais e econômicos que estão

diretamente ligados a esse desenvolvimento.

O termo desenvolvimento sustentável surgiu em 1980 na publicação

World Conservation Strategy·(IUCN), em colaboração com o Programa das

Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e outras instituições.

Mesmo não existindo um consenso quanto ao conceito de

desenvolvimento sustentável, isto não impede o trabalho em prol de um

desenvolvimento justo que alcance as diversas camadas da sociedade. Aqui, a

minha proposta de desenvolvimento sustentável remete para a seguinte

questão: a saúde no ambiente escolar.

Alguns pesquisadores afirmam que para ser sustentável o

desenvolvimento tem que significar melhoria na qualidade de vida de toda a

população, assegurando condições de vida digna a todos e justiça social.

Realmente, é impossível pensar em um bom desenvolvimento da criança e do

20

adolescente no âmbito escolar, sem considerar a sua qualidade de vida.

Portanto, é necessária uma análise cuidadosa das condições de vida do aluno.

A idéia, não seria resolver todos os problemas emocionais, sociais ou

econômicos desses alunos, porém, como educador ambiental, estabelecer

estratégias para a solução de alguns problemas locais. Levar este aluno a

reconhecer a importância da preservação da saúde como fator de

desenvolvimento sustentável, é essencial.

Não se desvinculando da sustentabilidade, por ser um conceito

associado ao desenvolvimento sustentável, a apropriação dos recursos para a

aquisição de novos hábitos torna-se, portanto, uma tarefa constante.

Para se fazer a prevenção adequada neste ambiente é necessário levar

aos alunos as informações básicas da atuação de diversos organismos

patogênicos e as atividades do nosso sistema imunológico. As atividades de

prevenção estarão inseridas nas aulas de Ciências. Ainda nesta etapa, serão

realizados encontros com profissionais da área de saúde, contextualizando o

tema ao desenvolvimento sustentável.

A partir das ações concretas será possível inserir novos hábitos neste

ambiente.

A integração dos educadores com os alunos condiciona uma boa

formação de novas atitudes que irão permitir um desenvolvimento mais

saudável e conseqüentemente um bom desempenho escolar.

Estimular o aluno, para uma participação ativa nesta etapa é

fundamental, pois ele é quem melhor conhece a realidade do ambiente o qual

está inserido.

Na verdade ele não tem a solução para os seus problemas ambientais,

mas, sabe exatamente do que precisa. Ouvi-lo fez parte da implementação de

uma das etapas do projeto.

21

“É importante priorizar os aspectos regionais

na discussão de questões ambientais brasileiras,

tendo em vista a possibilidade de intervenção

dos alunos na busca de soluções e alternativas

pra os problemas sócio-ambientais”.

(Reorientação curricular – SEE- 2006).

Uma vez capacitados, como multiplicadores de uma consciência

ambiental voltada para a questão da saúde e prevenção, os próprios alunos

promoverão gincanas entre eles, visando uma ação contínua de combate aos

maus hábitos de higiene, que levam à aquisição de doenças anteriormente

citadas.

Os conhecimentos básicos das ações de alguns organismos

patogênicos, as atividades do sistema imunológico, somados ao

comprometimento e participação ativa, resultarão em atitudes que contribuirão

para a melhoria da qualidade de vida.

22

CAPÍTULO VI

A ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA

No capítulo anterior, as atividades realizadas giram em torno da

aquisição de hábitos saudáveis, isto foi possível através da integração entre

educadores ambientais e alunos.

A má nutrição é talvez um dos grandes problemas relacionados ao

desenvolvimento escolar. Embora, o motivo seja a escassez de alimentos,

outros fatores contribuem para que isto ocorra.

Um dos motivos é a preparação e a conservação dos alimentos. Outro é

o desconhecimento das necessidades nutritivas na infância. E, ainda a

presença constante de infecções que debilitam o organismo e o impedem de

absorver adequadamente os nutrientes dos alimentos. Segundo alguns

pesquisadores, a urbanização acrescenta uma dificuldade à questão da boa

alimentação e a horta comunitária, seria uma das soluções para o fornecimento

de alimentos a baixo custo.

Estas dificuldades não impedem que as escolas localizadas nas zonas

urbanas em comunidades carentes desenvolvam não somente uma horta, mas,

o uso de alimentação alternativa.

A partir deste momento as atividades se estendem à comunidade, com o

objetivo de integrar efetivamente os pais e os responsáveis, favorecendo a

expansão de uma atitude ambiental mais sustentável.

Diversas pesquisas já comprovaram que uma alimentação adequada é

fundamental para o bom desenvolvimento da criança e do adolescente na fase

escolar ajudando também a prevenir e combater doenças.

É impossível falar de saúde sem considerar a importância de

determinados nutrientes para o organismo.

As vitaminas são substâncias encontradas em pequenas quantidades

nos alimentos, porém são indispensáveis para o funcionamento do organismo.

23

A ausência de vitaminas e outros nutrientes na alimentação diária da criança

acarretarão diversos distúrbios fisiológicos que refletirão em seu desempenho

escolar.

6.1 Mudando o hábito alimentar.

A implementação do uso de alimentos alternativos na merenda demanda

um grande esforço, pois altera os hábitos alimentares dos alunos e a rotina de

uma cozinha acostumada com ingredientes básicos no preparo dos alimentos.

Toda mudança a princípio, gera uma certa resistência, porém, é

necessário persistir. Segundo Marcos Sorrentino, não basta fala de

sustentabilidade é necessário comprometimento e participação para que as

idéias não fracassem.

“O não comprometimento de todos acarreta o

fracasso de belas iniciativas. Esclarecer as

maneiras de se comprometer viabiliza a

participação”. (Marcos Sorrentino – Ed.

Ambiental: repensando o espaço da cidadania –

2002).

Nesta fase do projeto, o ponto de partida foi explicar aos alunos a

importância das principais nutrientes e a sua atuação no organismo.

Aos profissionais da cozinha, foi passada as mesmas informações e

receitas testadas e aprovadas, para a preparação dos alimentos. A realização

de várias oficinas de alimentação alternativa contou com a participação de

alguns pais e educadores com experiência na área de alimentos.

24

O reaproveitamento de diversos resíduos na cozinha favoreceu o ambiente em

alguns aspectos fundamentais: a redução do lixo orgânico e a variedade do

cardápio da merenda.

No almoço experimental, como já era esperado, alguns alunos reagiram

com uma certa resistência a presença dos talos de couve na comida e a geléia

de cascas de bananas. Mas, por se tratar de uma boa iniciativa, envolvendo a

construção de novas idéias, procedimentos e atitudes, persistir é fundamental.

A participação da comunidade no processo de mudança, garante a formação

de uma identidade local.

“A mudança social é manejada de forma

racional e científica, por meio de processos

participativos de tomadas de decisões na

comunidade. A mudança efetiva apenas pode ter

sucesso no contexto de uma sociedade

democrática. (HUTCHISON, 2000, P. 43)”.

O grande desafio deste trabalho é desenvolver no ambiente local a

consciência ambiental, que permita a cada indivíduo buscar uma qualidade de

vida. No cotidiano de diferentes regiões deve existir em cada pessoa o

comprometimento com o meio ambiente e principalmente com a saúde.

Compromisso com o meio ambiente envolve compromisso com a vida.

25

CONCLUSÃO

A prevenção é a melhor forma de combate às doenças, principalmente

no ambiente escolar.

Logo, identificar os problemas, as causas imediatas das deficiências do

decente trabalhando a sua auto-estima, dando-lhe condições para expressar

suas idéias e necessidades, permite ações mais eficazes em busca das

soluções.

A partir da aquisição de hábitos mais saudáveis, a conquista da

qualidade de vida ganha espaço tanto entre os alunos quanto na comunidade.

A formação de multiplicadores permite de forma mais acelerada a

conscientização dos alunos para a construção de um ambiente sustentável.

Assim, a Educação Ambiental estabelece o seu papel em diferentes

espaços. Neste caso, não se trata apenas da conservação do meio ambiente,

mas, de uma atividade constante para assegurar condições de vida digna a

todos e a justiça social.

26

ANEXOS

Anexo 1 >> Internet;

Anexo 2 >> Internet;

Anexo 3>> Reportagem;

Anexo 4>> Fotos.

27

ANEXO 1

06/12/2005 - 03h12 Projeto Eco-Cozinha será lançado nesta quarta-feira

Medida visa apresentar formas alternativas para uma alimentação saudável e equilibrada, além de sensibilizar as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente. Nesta quarta-feira (7), a partir das 19h, a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba fará o lançamento do Projeto Eco-Cozinha, que tem o objetivo apresentar formas alternativas para uma alimentação saudável e equilibrada, além de sensibilizar as pessoas sobre a importância de preservar o meio ambiente. Os alunos serão supervisionados por orientadores, que contarão com a colaboração de parceiros. Durante o lançamento do projeto haverá a palestra “O Desafio das Parcerias Intersetoriais” de Sérgio Oliveira (Coordenador de Investimento Social do Senac São Paulo) e a apresentação da peça “O Mágico de Oz” apresentada pelos alunos da Nossa Escola. O Projeto Eco-Cozinha é realizado pela subprefeitura em parceria com a Nossa Escola - Ensino Especializado, que oferece educação a crianças, jovens e adultos portadores de necessidades especiais. Serviço Lançamento Projeto Eco-Cozinha Data: Quarta-feira, 7/12 Hora: 19h Local: Salão Nobre do Circulo de Trabalhadores Cristãos de Vila Prudente Endereço: Rua José Zappi, nº 120 (Envolverde/Prefeitura SP)

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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28

ANEXO 2

03/01/2007 – 09h01 Colégio adota consumo consciente de alimentos

O colégio Marista de Natal, da Congregação Marista, parceira estratégica do Instituto Akatu, adotou o consumo consciente de alimentos de forma efetiva. A partir do início do ano letivo de 2007, os estudantes terão na cantina da escola um cardápio composto apenas por alimentos saudáveis. A ação já vinha sendo testada durante 2006 e a idéia surgiu após uma palestra do Akatu sobre consumo consciente de alimentos realizada na entidade educacional. Segundo a diretora do colégio, Tânia Leiros, as frituras e os refrigerantes darão lugar a vitaminas, sucos, frutas, água de coco, sanduíche integral ou salgados assados e sem muita gordura. Ela destaca as oficinas e ações do Akatu, em conjunto com a escola, para a conscientização dos alunos, pais e professores

sobre a importância de uma alimentação saudável, além de evitar o desperdício de alimentos ou o consumo excessivo de comida industrializada. “Sabemos que a implantação pode ser difícil, porque envolve hábitos e costumes familiares que muitas vezes estão arraigados – é mais fácil tomar um refrigerante do que espremer uma laranja -, mas estamos dispostos a encarar esse desafio”, diz a diretora. Ela ressalta, no entanto, que a medida não tem encontrado obstáculos para ser implantada na escola, já que alunos e suas famílias têm demonstrado bastante aceitação da idéia. “A implementação é que vai dizer as dificuldades, mas por enquanto está tudo correndo muito bem”, diz a diretora. O empresário Roberto Luís, pai de Ana Beatriz, aluna do 9º ano do colégio, foi um dos que aprovou a mudança. “Só assim minha filha não terá acesso a essas guloseimas de hoje em dia, como batata frita e refrigerante, que são muito calóricos”. Amanda Trindade, 13 anos, atleta de basquete do Marista, concorda com a alteração e destaca a importância de uma alimentação mais saudável. “Para a gente, que é atleta, foi muito legal porque poderemos ter uma alimentação controlada e saudável”. “Todo mundo vai se acostumar a comer de forma mais saudável”, afirmou Aline Trindade, de 16 anos, que, como a irmã Amanda, também é atleta de basquete da escola. O coordenador de Esportes da instituição, Helder Moura, reconhece a dificuldade de se mudar hábitos alimentares, especialmente de crianças, mas acredita que a medida seja positiva. “Deixar o aluno sem refrigerante e batata frita, por exemplo, é muito difícil. Mas foi feita a experiência e os alunos estão aprovando a mudança. Bom para quem é atleta também, que passa a ter um controle, pelo menos aqui no colégio, em sua alimentação, tornando-a bem mais saudável”. Consumo consciente de alimentos A adoção de uma dieta equilibrada e natural, com menos proteína animal e alimentos industrializados, além de fazer bem para a saúde, reduzindo as chances de se contrair doenças gástricas e cardiovasculares, faz bem para a saúde do planeta. Um cardápio pautado pelo consumo de produtos naturais em detrimento dos industrializados reduz a necessidade do uso de embalagens e, por conseqüência, gera menos lixo. Além disso, a produção, estocagem e conservação de alimentos enlatados, embutidos e fast-food contribui diretamente para o aquecimento global, já que consomem muita energia à base de petróleo. O estudo Diet, Energy e Global Warming diz que, nos EUA, esse tipo de dieta emite gases de efeito estufa em quantidade equivalente a um terço da emissão de todos os carros, motos e caminhões do país. (Fonte: www. envolverde.com.br)

29

ANEXO 3

Revista NOVA ESCOLA – Nº 172 ANO XIX Comer bem Alimentação balanceada: uma lição importante para quem estuda. Paola Gentile.

O trânsito de informações entre a escola e a família é importante para que o processo de reeducação alimentar seja completo. As crianças aprendem e levam as informações para casa. “Lá, as refeições também mudam”, aposta Thaís Cristina Montovani Santana, nutricionista da rede de ensino do Distrito Federal. Os professores da Escola Classe 1 de Brasilândia, cidade satélite do Distrito Federal, foram a várias palestras de nutrólogos ligados ao projeto A Escola Promovendo Hábitos Alimentares Saudáveis, da Universidade de Brasília, há dois anos. A equipe achou fundamental também passar aos pais conceitos de uma alimentação saudável. Convidaram Shirlene Barreira, especialista em nutrição, para alguns encontros que terminam em degustação de pães, chás e outros alimentos feitos com grãos e verduras. “Mesmo famílias de baixa renda podem ter uma alimentação saudável, desde que optem corretamente na hora da c o m p r a d o s p r o d u t o s ” , a l e r t a S h i r l e n e . Levando a educação alimentar aos alunos e tendo atenção aos produtos servidos em suas dependências, a escola estará contribuindo para a diminuição da obesidade infantil e fazendo com que os estudantes f iquem mais dispostos para a aprendizagem.

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ANEXO 4

1° Encontro com profissional da área de saúde

Trabalhando a auto-estima através do teatro

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ANEXO 5

Culminância do Projeto Saúde e Prevenção na Escola

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ANEXO 6

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BIBLIOGRAFIA

HUTCHISON, David. Educação ecológica: idéias sobre consciência ambiental.

Porto Alegre: Artmed, 2002.

LOUREIRO, C. F. B; LAYRARGUES, P. P e CASTRO, R. S DE. Educação

Ambiental: repensando o espaço da cidadania. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2002.

NEIMAM, Z; MOTTA, C. P. O ambiente construído. São Paulo: Atual, 1991.

Parâmetros curriculares nacionais. Ciências Naturais. Brasília: MEC/SEF.

1998.

RUSCHEINSKY, Aloísio. Educação ambiental: abordagens múltiplas. Porto

Alegre: Artmed, 2002.

SEE / Reorientação curricular; Ciências da natureza e Matemática, 2006.

www.lincx.com.br- lincx – Serviços de saúde- acessado em 25/11/06.

www.unb.br/fs/horta.pdf - acessado em 27/12/06.

www.secom.mt.gov.br – acessado em 27/12/06.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

ENCONTRO COM OS PROFISSIONAIS DA ESCOLA 11

CAPÍTULO II

IDENTIFICANDO OS PROBLEMAS LOCAIS 13

CAPÍTULO III

A PREVENÇÃO COMO AMELHOR FORMA DE COMBATE 15

CAPÍTULO IV

TRABALHANDO A AUTO-ESTIMA DOS ALUNOS 17

35

CAPÍTULO V

SAÚDE E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 19

CAPÍTULO VI

ALIMENTAÇÃO ALTERNATIVA 22

6.1 Mudando o Hábito Alimentar

CONCLUSÃO 25

ANEXOS 26

ÍNDICE 34