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Saúde S/A - Ed. 05

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A revista dos líderes da área da saúde.

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A REVISTA DOS LÍDERES DA ÁREA DE SAÚDE Nº 05 ANO 02

Sintonia entretradição e modernidade

DUBAIQual o destino dos RSSgerados no Brasil?

LIXO HOSPITALAR

RETROSPECTIVA

MINISTRO DA SAÚDECOMENTA OS PRINCIPAISFATOS DO ANO NO SETOR

Health Care Summit discute novas formas de gestão

Page 2: Saúde S/A - Ed. 05

Análise de Risco em Saúde é assim:ou você conta com a solução da NAGIS Health, ou é

melhor começar a pensar em "métodos alternativos".

Entre em contato aindahoje e descubra como omaior estudo de ANÁLISEDE RISCO já realizadopoderá mudar a maneiracomo você faz a gestão desua operadora de saúde!

Con�ra aqui as ações que a NAGIS Healthpotencializará em sua operadora:

de custo das patologias previstas;

custos e morbidades previstos;

baseados nas patologias previstas para cada grupo/contrato;

curva de custo das patologias mais importantes;

saúde com a curva de custos de cada patologia;

NAGIS Health

www.nagis.com.br [email protected](41) 3014 2345

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Análise de Risco em Saúde é assim:ou você conta com a solução da NAGIS Health, ou é

melhor começar a pensar em "métodos alternativos".

Entre em contato aindahoje e descubra como omaior estudo de ANÁLISEDE RISCO já realizadopoderá mudar a maneiracomo você faz a gestão desua operadora de saúde!

Con�ra aqui as ações que a NAGIS Healthpotencializará em sua operadora:

de custo das patologias previstas;

custos e morbidades previstos;

baseados nas patologias previstas para cada grupo/contrato;

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saúde com a curva de custos de cada patologia;

NAGIS Health

www.nagis.com.br [email protected](41) 3014 2345

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CONSELHO EDITORIAL

CONSELHO TÉCNICO-CIENTÍFICO

Dr. Florentino CardosoPresidente da AMB

Ruy Salvari Baumer Presidente do SINAEMO

Drª Denise Rodrigues Eloi de BritoPresidente da UNIDAS

Dr. Arlindo de Almeida Presidente da ABRAMGE

Dr. Eudes de Freitas Aquino Presidente da UNIMED do Brasil

Dep. Fed. Darcísio Perondi Presidente da Frente Parlamentar de Saúde

Dr. José Reinaldo Nogueira de Oliveira jr. Presidente da CMB

Dr. Benno Kreisel Vice-Presidente da FBH

Franco PallamollaPresidente da ABIMO

Gabriela Tannus Vice-Presidente da ISPOR

Dr. Henrique Moraes Salvador SilvaPresidente do Conselho Deliberativo da ANAHP

Dr. Luiz Fernando Buainain Presidente da ABAFARMA

Dr. José Cechin Diretor Executivo da FENASAÚDE

Drª. Telma GobbiDoutora em patologia bucal

Dr. Edison Tizzot Doutor em cirurgia clínica

Dr. Abel MagalhãesSecretário-Geral da SBIS

Temos a enorme satisfação de apresentar nossos Conselhos Editorial e Técnico Científico, formados por gestores e forma-dores de opinião dos diversos segmentos da área de saúde. Seus conselhos embasam o nosso conteúdo crítico e sempre atual, na busca não só de informar, mas também de promover o debate em torno do desenvolvimento da Saúde Brasileira.

CONSELHOS | Saúde S/A

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Page 6: Saúde S/A - Ed. 05

IMAGENS: Assessorias de imprensa | Agência Brasil | Shutterstock

EDITORIAL

É COM A DIVERSIDADE DE IDÉIAS QUE SE REALIZAM AS GRANDESTRANSFORMAÇÕES

Edição nº 5. ano 2Publicação trimestral

Tiragem: 6000 unidadesCirculação nacionalDistribuição dirigida

Uma publicação da NT Partners - Midia de

Negócios Ltda.

Rua Francisco Comparin, 259Curitiba - PR

82320-430

(41) 3014-2345www.saudesa.com.br

Envie suas sugestões,

comentários e assuntos de seu

interesse para: [email protected]

Um setor forte, transparente, eficiente e sustentável. Certamente, essas são algumas das características que deveriam marcar o setor da saúde brasileira, que cresceu imensamente nos últimos anos e possui um potencial ainda maior, tanto na questão econômica, com geração de riquezas e empregos, como de transformador da realidade social.Acreditamos que a saúde deve ser pensada como um todo, um grande organismo que precisa de todas as partes funcionando em plena sintonia. Por isso, damos importância e voz a todos os players deste setor. Profissionais de saúde, gestores, operadoras, hospitais, órgãos públicos, empresários e indústrias, pois, sendo este um setor fundamental para o desenvolvimento econômico social do país, precisa ser interpretado na sua grandeza e pluralidade.Pensando nisso, estamos trazendo para a versão impressa opiniões de alguns representantes de peso no setor, reafirmando o nosso compromisso de não apenas relatar fatos, mas também de questionar, apontar soluções e tendências para a saúde brasileira. Afinal, é com a diversidade de idéias que se realizam as grandes transformações. Como diria o mitólogo norte-americano Joseph Campbell: “Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria”. Essa frase ilustra um pouco a nossa 5ª edição, onde abordamos alguns dos principais entraves do setor: o desafio que é o combate diário às infecções hospitalares, o pesadelo dos gestores de estabelecimentos de saúde, que além de gerarem custos assistenciais adicionais, também colocam em risco a vida de pacientes por todo o país. Outra pauta destacada é o gerenciamento dos resíduos sólidos de saúde, mercado que sofre um processo recente de crescimento no país, mas mesmo assim ainda carece de uma fiscalização e regulação mais firme e eficaz.Outro assunto estratégico abordado nesta edição é o envelhecimento da população brasileira e as suas conseqüências no futuro de um sistema de saúde atualmente já limitado. Esse assunto gera preocupação de gestores tanto no setor público como no setor privado de saúde do país.Para encerrar 2011, apresentamos uma Entrevista Exclusiva com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que compartilha com os leitores as conquistas dos seus primeiros 11 meses a frente do ministério, discute políticas públicas, emenda 29 e projeta as ações futuras da pasta para os próximos anos.

EQUIPE REVISTA SAÚDE S/A

As opiniões manifestadas nas entrevistas e nas colunas

publicadas na Revista Saúde S/A são de inteira responsabilidade

de seus respectivos autores.

EDITORIAL | Saúde S/A

EXPEDIENTE

EDITORLeandro Espínola Araújo Abecassis

REDATORESLeandro Espínola Araújo Abecassis

Karin Louise Kaudy

DIRETOR DE ARTERenan Dequêch Ferreira

CONTEÚDO ONLINEKarin Louise Kaudy

COLUNISTASDr. Florentino Cardoso

Dr.ª Ana MalikDep. Darcísio Perondi

Dr. Luiz Aramicy B. Pinto

CIRCULAÇÃO E ATENDIMENTOTatiana Kunrath Kerber

DIRETOR GERALPaulo Grein

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ÍNDICE

Saúde VIP

Saúde na Vertical

O Custo do Envelhecimento

Produtos

Mercado

Eventos

1ª ExpoEnfermagem

Fatos e Fotos

14º Congresso Unidas

Reengenharia da Saúde

........................................... 08

................................ 12

............... 14

............................................. 18

............................................. 20

.............................................. 22

.......................... 28

...................................... 30

........................ 32

..................... 34

NEGÓCIO SAÚDE

.................................................. 56

............................................ 60

................................... 61

Dubai

Consumo

Livros e Filmes

CULTURA E LAZER

................................ 36

.................... 40

.................... 44

Ameaça Invisível

Lixo Nada Extraordinário

Capacitação Profissional

GESTÃO

................... 48

.................... 53

..................................... 54

........................ 55

................. 62

CAPA - Alexandre Padilha

Dr. Luiz Aramicy B. Pinto

Dr.ª Ana Malik

Dr. Florentino Cardoso

Dep. Fed. Darcísio Perondi

! OPINIÃO

08

40

48

5653 5554 62

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SAÚDE

08 IMAGENS: Assessoria de imprensa - Hospital Marcelino Champagnat | ShutterstockWWW.SAUDESA.COM.BR

NEGÓCIO SAÚDE | Saúde S/A

país cresceu de 35 milhões em 2005, para 46 milhões em 2011 (ANS), aumentando o mercado de saúde suple-mentar, mas também criando outras barreiras para o crescimento sustentável do mercado.Na outra ponta da tabela, para ser mais exato no topo, cresce no país o número de pessoas das classes AAA, que possuem um altíssimo poder aquisitivo, em busca de serviços de saúde mais

Com o crescimento econômico do país, aumentou consideravelmente o poder aquisitivo de muitas famílias das classes C e D, que hoje podem vislumbrar a possibilidade de adquirir planos de saúde privada, um antigo sonho de boa parte dos 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do SUS na busca de atendimento médico. Nos últimos cinco anos o número de beneficiários dos planos de saúde no

diferenciados, que não somente tenham os melhores e mais modernos serviços de cobertura de procedimentos, mas também mais comodidade e segurança para beneficiários e familiares.Este nicho, que já foi percebido há alguns anos, agora vem ganhando mais força e se estabelecendo como um diferencial de serviços para operadoras e estabelecimentos de saúde. Os chama-dos “hospitais de luxo” crescem a cada

tais por toda a cidade são pontos que explicam o crescimento do setor privado”, afirma.Em 2013, a Rede estará inaugurando o seu mais novo empreendimento, o Copa Star, que aliará o que há de mais alto padrão em serviços de hotelaria com a excelência dos serviços de saúde. “É um serviço totalmente novo no país. Estamos preparando o primeiro hospital brasileiro de alto padrão justamente na cidade que é o principal cartão de visitas do país. Estamos sendo pioneiros e, por isso, seremos referência”, comenta Prata. Somente na construção deste novo empreendimento a Rede D´Or deverá investir cerca de R$ 115 milhões. O 23º integrante da rede terá cerca de 10 mil m² e 140 leitos para atender uma demanda que é crescente no país. “O país vive um momento de crescimento da sua economia, com aumento do poder aquisitivo da população, o que gera uma demanda por serviços de padrão ainda mais elevados e diferencia-dos”, afirmou Prata.

com requinte gastronômico, entre outras particularidades, seria uma revolução. A aposta se deu nos hospitais Barra D’Or e Copa D’Or, pioneiros neste serviço no país”, comenta Prata.Este conceito ganhou uma forte presença e hoje a Rede conta com 13 hospitais espalhados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, mas tendo como foco principal o estado do Rio, onde a rede possui sete unidades de saúde e é considerada a maior rede privada de hospitais do estado prestando atendimento para cerca de 240 mil pacientes, que geram 28 mil internações todos os anos.Para Prata, o aquecimento econômico dos últimos anos impulsionou o desen-volvimento do setor de saúde privada no Brasil, mas ainda há a necessidade de serviços de saúde de excelência. “A carência por serviços hospitalares de alta qualidade, o acesso a tratamentos de alta complexidade e à alta tecnologia, que só estava disponível em outras praças, e a ampliação dos locais de tratamento com a construção de hospi-

dia pelo país, oferecendo o que há de mais moderno em tecnologia e soluções médicas e serviços de hotelaria que não deixam a desejar para nenhum resort de férias, transformando a internação em momentos um pouco mais agradáveis e confortáveis.Pioneiro no Rio de Janeiro nesse novo conceito, a Rede D´Or criou em 1998 no Rio de Janeiro o Barra D´Or, primeira unidade da rede que inovou com este conceito de excelência nos serviços de hotelaria hospitalar oferecendo a melhor e mais recente tecnologia de serviços de saúde aliada aos mais modernos concei-tos de conforto e arquitetura hospitalar.De acordo com o diretor-executivo do Hospital Copa D´or, Dr. Arnaldo Prata, a carência de serviços de saúde privados na cidade do Rio com alta qualidade era visível na década de 90, e os anos de experiência adquiridos sobre o mercado de saúde no estado permitiu a criação dos hospitais Barra D´Or e Copa D´Or. “Sabíamos que abrir um hospital que oferecesse serviços como os de um hotel, com atendimento personalizado,

Mercado de serviços de excelência e hotelaria na saúde suplementar cresce no Brasil

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SAÚDE

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país cresceu de 35 milhões em 2005, para 46 milhões em 2011 (ANS), aumentando o mercado de saúde suple-mentar, mas também criando outras barreiras para o crescimento sustentável do mercado.Na outra ponta da tabela, para ser mais exato no topo, cresce no país o número de pessoas das classes AAA, que possuem um altíssimo poder aquisitivo, em busca de serviços de saúde mais

Com o crescimento econômico do país, aumentou consideravelmente o poder aquisitivo de muitas famílias das classes C e D, que hoje podem vislumbrar a possibilidade de adquirir planos de saúde privada, um antigo sonho de boa parte dos 150 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do SUS na busca de atendimento médico. Nos últimos cinco anos o número de beneficiários dos planos de saúde no

diferenciados, que não somente tenham os melhores e mais modernos serviços de cobertura de procedimentos, mas também mais comodidade e segurança para beneficiários e familiares.Este nicho, que já foi percebido há alguns anos, agora vem ganhando mais força e se estabelecendo como um diferencial de serviços para operadoras e estabelecimentos de saúde. Os chama-dos “hospitais de luxo” crescem a cada

tais por toda a cidade são pontos que explicam o crescimento do setor privado”, afirma.Em 2013, a Rede estará inaugurando o seu mais novo empreendimento, o Copa Star, que aliará o que há de mais alto padrão em serviços de hotelaria com a excelência dos serviços de saúde. “É um serviço totalmente novo no país. Estamos preparando o primeiro hospital brasileiro de alto padrão justamente na cidade que é o principal cartão de visitas do país. Estamos sendo pioneiros e, por isso, seremos referência”, comenta Prata. Somente na construção deste novo empreendimento a Rede D´Or deverá investir cerca de R$ 115 milhões. O 23º integrante da rede terá cerca de 10 mil m² e 140 leitos para atender uma demanda que é crescente no país. “O país vive um momento de crescimento da sua economia, com aumento do poder aquisitivo da população, o que gera uma demanda por serviços de padrão ainda mais elevados e diferencia-dos”, afirmou Prata.

com requinte gastronômico, entre outras particularidades, seria uma revolução. A aposta se deu nos hospitais Barra D’Or e Copa D’Or, pioneiros neste serviço no país”, comenta Prata.Este conceito ganhou uma forte presença e hoje a Rede conta com 13 hospitais espalhados nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, mas tendo como foco principal o estado do Rio, onde a rede possui sete unidades de saúde e é considerada a maior rede privada de hospitais do estado prestando atendimento para cerca de 240 mil pacientes, que geram 28 mil internações todos os anos.Para Prata, o aquecimento econômico dos últimos anos impulsionou o desen-volvimento do setor de saúde privada no Brasil, mas ainda há a necessidade de serviços de saúde de excelência. “A carência por serviços hospitalares de alta qualidade, o acesso a tratamentos de alta complexidade e à alta tecnologia, que só estava disponível em outras praças, e a ampliação dos locais de tratamento com a construção de hospi-

dia pelo país, oferecendo o que há de mais moderno em tecnologia e soluções médicas e serviços de hotelaria que não deixam a desejar para nenhum resort de férias, transformando a internação em momentos um pouco mais agradáveis e confortáveis.Pioneiro no Rio de Janeiro nesse novo conceito, a Rede D´Or criou em 1998 no Rio de Janeiro o Barra D´Or, primeira unidade da rede que inovou com este conceito de excelência nos serviços de hotelaria hospitalar oferecendo a melhor e mais recente tecnologia de serviços de saúde aliada aos mais modernos concei-tos de conforto e arquitetura hospitalar.De acordo com o diretor-executivo do Hospital Copa D´or, Dr. Arnaldo Prata, a carência de serviços de saúde privados na cidade do Rio com alta qualidade era visível na década de 90, e os anos de experiência adquiridos sobre o mercado de saúde no estado permitiu a criação dos hospitais Barra D´Or e Copa D´Or. “Sabíamos que abrir um hospital que oferecesse serviços como os de um hotel, com atendimento personalizado,

LUXOHall de entrada do recém inaugurado Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba.

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deste empreendimento é estimular as outras instituições de saúde do Paraná a buscarem oferecer serviços de excelên-cia. “O Paraná perde muitos pacientes para hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e agora nós também teremos como oferecer o atendimento médico de qualidade aliado ao melhor da hotelaria hospitalar”, afirma Lubascher.A rede gerencia quatro hospitais na Grande Curitiba, o Hospital Cajuru, o da Caridade, Nossa Senhora da Luz e a Maternidade Alto Maracanã, que realizam cerca de 80% dos atendimen-tos pelo SUS, gerando um déficit de recursos. O intuito com a construção do Marcelino Champagnat é gerar uma nova receita financeira, equilibrando as contas da rede e servir de modelo para outros hospitais no Paraná.

Dentre os diferenciais oferecidos pelo Marcelino Champagnat está o alto nível de capacitação dos seus 450 colaboradores, que antes de serem contratados passaram por um treinamento rigoroso de 45 dias onde, além de desenvolverem o conhecimento técnico relacionado às funções de enfermagem e gestão, também foram capacitados para realizarem um atendimento humanizado.Outro dos serviços de concierge

Percebendo este segmento promissor no mercado da saúde privada, a Aliança Saúde, que administra três hospitais em Curitiba, inaugurou em novembro o seu mais novo empreendimento voltado para o atendimento médico de qualidade em conjunto com a excelência de atendi-mento de hotelaria hospitalar. O Hospital Marcelino Champagnat custou R$ 65 milhões e pretende oferecer um atendi-mento médico de excelência, assim como o melhor da hotelaria hospitalar, garantindo o conforto e a comodidade de pacientes e familiares.Para o Diretor Geral do hospital, Dr. Cláudio Lubascher, um dos objetivos

que serão oferecidos como diferencial está o atendimento corporate, voltado para o atendimento a executivos de grandes empresas do Paraná e do Brasil. De acordo com Lubascher, esse produto será oferecido às empresas para que realizem em apenas um dia o check-up médico de seus executivos, oferecendo um atendimento qualificado.Antes mesmo da inauguração, ainda durante a construção do complexo, a Joint Commission International - JCI, maior instituição de acreditação de estabelecimentos de saúde em todo o mundo, acompanhou o processo de construção e já no 2º semestre de 2012 está prevista a visita de certificação da JCI.Com mais de 27 mil m² e investimentos na casa dos R$ 65 milhões, o Marcelino Champagnat oferecerá serviços de pronto atendimento 24 horas, centro de diagnóstico, sete salas de cirurgia, 20 leitos de UTI Geral e 11 de UTI Cardíaca, assim como 72 consultórios médicos de alto padrão.

PLANOS DIFERENCIADOS PARA PESSOAS EXCLUSIVASAlém do crescimento da demanda por atendimento exclusivo nos hospitais, os planos e seguros de saúde também enxergam nesse mercado uma possibili-dade de emplacar novos produtos e

serviços voltados para as classes AAA. A Bradesco Saúde criou no ano de 2008 o Bradesco Saúde Concierge, um plano de saúde diferen-ciado que conta atualmente com 76 mil segurados e obteve um cresci-mento de 25% no número de beneficiários apenas nos últimos doze meses. Para o presidente da Bradesco Seguros, Marcio Coriolano, o objetivo do plano é oferecer mais tranqüilidade, como-didade e bem estar aos segurados executivos. “São serviços diferencia-dos que encantam

Mesmo com o intuito de atuar neste segmento há tempos, a Amil percebeu que seria necessária uma estratégia diferente. Para atingir este objetivo a Amil criou uma nova unidade de negó-cios, que mesmo fazendo parte do Grupo Amil, atua de forma indepen-dente. “Nós temos uma diretoria médica, uma diretoria comercial e uma diretoria de atendimento independente da Amil, então todos nossos processos e protocolos são separados. É como se fôssemos uma boutique, e isso para a Amil foi muito positivo porque permitiu à empresa atuar nesse segmento, na qual ela atuava de uma forma mais tímida. Dentre os diferenciais do One Health, o executivo destaca a cobertura internacio-nal de R$ 300 mil, que é a maior do mercado. “Com muito orgulho dizemos que esta é a única empresa que atua nesse segmento e a expectativa para o futuro é a manutenção deste cresci-mento”, afirma Ribeiro.Os números positivos deste segmento de luxo no Brasil, fruto em grande parte do crescimento econômico do país, ocorrido principalmente nos últimos dez anos, refletiu positivamente para o crescimento do setor de saúde suple-mentar brasileira, e pela expectativa dos players deste segmento diferenciado o mercado deve seguir em velocidade de cruzeiro ainda por um bom tempo.

Segundo o executivo, a empresa decidiu criar algo diferente com o One Health, pois percebeu que o perfil desse público tinha um perfil muito mais jovem que os demais executivos, já que muitos alcan-çam o sucesso profissional cada vez mais cedo. “Eles procuram uma empresa que ofereça toda a qualidade de serviços, melhor rede de atendimen-tos, melhor rede de laboratórios, os melhores hospitais, melhores níveis de reembolso. Eles também procuram uma empresa que seja mais a cara deles, uma empresa mais moderna, mais jovem, que tenham um investimento alto em tecnologia, principalmente para facilitar o atendimento”, diz Mário Sérgio.Com uma carteira exclusiva de 10 mil vidas os serviços vão desde a oferta de atendimento em uma rede diferenciada com os hospitais mais renomados no país, como o Albert Einstein, Sírio Libanês, Samaritano, São Luiz, Pró-Cardíaco, assim como uma rede de laboratórios de referência, como o Grupo Fleury, Centro de Diagnóstico Albert Einstein, Salomão e Zoopi, entre outros.“Foi isso que nós fizemos com a One Health. Quando lançamos esse produto, criamos aplicativos no IPhone que facilitam a vida do nosso cliente, onde ele pode solicitar reembolsos, agenda-mento de consultas e exames através do nosso concierge. Ele pode realizar uma busca da rede credenciada através do GPS do telefone, que foi uma inovação na época do lançamento. Hoje outros planos também seguem essa linha”. Houve um investimento pesado nos serviços de interação tecnológica com os clientes do One Health, que podem contar, no próprio aplicativo do IPhone, com um canal direto de acesso a resgate em caso de emergência, onde o cliente pode solicitar atendimento emergencial de ambulância, helicóptero ou jato. “Nós percebemos que o público está cada vez mais conectado”, finaliza o diretor.Apenas em um ano e meio a Amil Health chegou à casa de 10 mil vidas, com um ticket médio de R$ 710,00. Houve um crescimento considerável, já que este é um público restrito e muito exigente, o que mostra que estamos no caminho certo. Estamos muito satisfeitos com os resultados. No primeiro ano tivemos um crescimento muito além do esperado. Não esperávamos crescer desta forma, o que comprova que os nossos clientes têm gostado do nosso produto. Nosso índice de satisfação é de cerca de 99%”.

os clientes. Por isso, buscamos sempre inovar para oferecer cada vez mais conforto e benefícios a esses segura-dos”, afirma o executivo.Atualmente o produto está disponível apenas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, mas há estudos da Bradesco para expandir o Concierge para outras capitais em breve. Numa pesquisa recente, 95% dos usuários do Concierge se declararam satisfeitos com este novo produto, que oferece 14 serviços especializados como a coleta expressa de documentos para solicitação de reembolso, assistência pessoal no exterior com cobertura para o Tratado de Schengen, Central de Agendamento de Exames Especiais, Vacinas do Viajante, entre outros benefí-cios que servem de diferencial para este público.A Amil Assistência Médica Internacional também percebeu este novo perfil de clientes e há cerca de dois anos criou o One Health, que oferece produtos diferenciados para um público diferen-ciado. O Diretor Comercial do One Health, da Amil, Mário Sérgio Ribeiro acredita no crescimento deste novo segmento. “Há uma demanda crescente por esses serviços que veio com o crescimento da classe A no Brasil, com uma procura maior em busca de planos Premium”, afirma Ribeiro.

EXCLUSIVIDADEApartamento do Hospital Marcelino Champagnat e sala VIP do One Health da Amil, no Hospital Albert Einstein, São Paulo.

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deste empreendimento é estimular as outras instituições de saúde do Paraná a buscarem oferecer serviços de excelên-cia. “O Paraná perde muitos pacientes para hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e agora nós também teremos como oferecer o atendimento médico de qualidade aliado ao melhor da hotelaria hospitalar”, afirma Lubascher.A rede gerencia quatro hospitais na Grande Curitiba, o Hospital Cajuru, o da Caridade, Nossa Senhora da Luz e a Maternidade Alto Maracanã, que realizam cerca de 80% dos atendimen-tos pelo SUS, gerando um déficit de recursos. O intuito com a construção do Marcelino Champagnat é gerar uma nova receita financeira, equilibrando as contas da rede e servir de modelo para outros hospitais no Paraná.

Dentre os diferenciais oferecidos pelo Marcelino Champagnat está o alto nível de capacitação dos seus 450 colaboradores, que antes de serem contratados passaram por um treinamento rigoroso de 45 dias onde, além de desenvolverem o conhecimento técnico relacionado às funções de enfermagem e gestão, também foram capacitados para realizarem um atendimento humanizado.Outro dos serviços de concierge

Percebendo este segmento promissor no mercado da saúde privada, a Aliança Saúde, que administra três hospitais em Curitiba, inaugurou em novembro o seu mais novo empreendimento voltado para o atendimento médico de qualidade em conjunto com a excelência de atendi-mento de hotelaria hospitalar. O Hospital Marcelino Champagnat custou R$ 65 milhões e pretende oferecer um atendi-mento médico de excelência, assim como o melhor da hotelaria hospitalar, garantindo o conforto e a comodidade de pacientes e familiares.Para o Diretor Geral do hospital, Dr. Cláudio Lubascher, um dos objetivos

que serão oferecidos como diferencial está o atendimento corporate, voltado para o atendimento a executivos de grandes empresas do Paraná e do Brasil. De acordo com Lubascher, esse produto será oferecido às empresas para que realizem em apenas um dia o check-up médico de seus executivos, oferecendo um atendimento qualificado.Antes mesmo da inauguração, ainda durante a construção do complexo, a Joint Commission International - JCI, maior instituição de acreditação de estabelecimentos de saúde em todo o mundo, acompanhou o processo de construção e já no 2º semestre de 2012 está prevista a visita de certificação da JCI.Com mais de 27 mil m² e investimentos na casa dos R$ 65 milhões, o Marcelino Champagnat oferecerá serviços de pronto atendimento 24 horas, centro de diagnóstico, sete salas de cirurgia, 20 leitos de UTI Geral e 11 de UTI Cardíaca, assim como 72 consultórios médicos de alto padrão.

PLANOS DIFERENCIADOS PARA PESSOAS EXCLUSIVASAlém do crescimento da demanda por atendimento exclusivo nos hospitais, os planos e seguros de saúde também enxergam nesse mercado uma possibili-dade de emplacar novos produtos e

serviços voltados para as classes AAA. A Bradesco Saúde criou no ano de 2008 o Bradesco Saúde Concierge, um plano de saúde diferen-ciado que conta atualmente com 76 mil segurados e obteve um cresci-mento de 25% no número de beneficiários apenas nos últimos doze meses. Para o presidente da Bradesco Seguros, Marcio Coriolano, o objetivo do plano é oferecer mais tranqüilidade, como-didade e bem estar aos segurados executivos. “São serviços diferencia-dos que encantam

Mesmo com o intuito de atuar neste segmento há tempos, a Amil percebeu que seria necessária uma estratégia diferente. Para atingir este objetivo a Amil criou uma nova unidade de negó-cios, que mesmo fazendo parte do Grupo Amil, atua de forma indepen-dente. “Nós temos uma diretoria médica, uma diretoria comercial e uma diretoria de atendimento independente da Amil, então todos nossos processos e protocolos são separados. É como se fôssemos uma boutique, e isso para a Amil foi muito positivo porque permitiu à empresa atuar nesse segmento, na qual ela atuava de uma forma mais tímida. Dentre os diferenciais do One Health, o executivo destaca a cobertura internacio-nal de R$ 300 mil, que é a maior do mercado. “Com muito orgulho dizemos que esta é a única empresa que atua nesse segmento e a expectativa para o futuro é a manutenção deste cresci-mento”, afirma Ribeiro.Os números positivos deste segmento de luxo no Brasil, fruto em grande parte do crescimento econômico do país, ocorrido principalmente nos últimos dez anos, refletiu positivamente para o crescimento do setor de saúde suple-mentar brasileira, e pela expectativa dos players deste segmento diferenciado o mercado deve seguir em velocidade de cruzeiro ainda por um bom tempo.

Segundo o executivo, a empresa decidiu criar algo diferente com o One Health, pois percebeu que o perfil desse público tinha um perfil muito mais jovem que os demais executivos, já que muitos alcan-çam o sucesso profissional cada vez mais cedo. “Eles procuram uma empresa que ofereça toda a qualidade de serviços, melhor rede de atendimen-tos, melhor rede de laboratórios, os melhores hospitais, melhores níveis de reembolso. Eles também procuram uma empresa que seja mais a cara deles, uma empresa mais moderna, mais jovem, que tenham um investimento alto em tecnologia, principalmente para facilitar o atendimento”, diz Mário Sérgio.Com uma carteira exclusiva de 10 mil vidas os serviços vão desde a oferta de atendimento em uma rede diferenciada com os hospitais mais renomados no país, como o Albert Einstein, Sírio Libanês, Samaritano, São Luiz, Pró-Cardíaco, assim como uma rede de laboratórios de referência, como o Grupo Fleury, Centro de Diagnóstico Albert Einstein, Salomão e Zoopi, entre outros.“Foi isso que nós fizemos com a One Health. Quando lançamos esse produto, criamos aplicativos no IPhone que facilitam a vida do nosso cliente, onde ele pode solicitar reembolsos, agenda-mento de consultas e exames através do nosso concierge. Ele pode realizar uma busca da rede credenciada através do GPS do telefone, que foi uma inovação na época do lançamento. Hoje outros planos também seguem essa linha”. Houve um investimento pesado nos serviços de interação tecnológica com os clientes do One Health, que podem contar, no próprio aplicativo do IPhone, com um canal direto de acesso a resgate em caso de emergência, onde o cliente pode solicitar atendimento emergencial de ambulância, helicóptero ou jato. “Nós percebemos que o público está cada vez mais conectado”, finaliza o diretor.Apenas em um ano e meio a Amil Health chegou à casa de 10 mil vidas, com um ticket médio de R$ 710,00. Houve um crescimento considerável, já que este é um público restrito e muito exigente, o que mostra que estamos no caminho certo. Estamos muito satisfeitos com os resultados. No primeiro ano tivemos um crescimento muito além do esperado. Não esperávamos crescer desta forma, o que comprova que os nossos clientes têm gostado do nosso produto. Nosso índice de satisfação é de cerca de 99%”.

os clientes. Por isso, buscamos sempre inovar para oferecer cada vez mais conforto e benefícios a esses segura-dos”, afirma o executivo.Atualmente o produto está disponível apenas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, mas há estudos da Bradesco para expandir o Concierge para outras capitais em breve. Numa pesquisa recente, 95% dos usuários do Concierge se declararam satisfeitos com este novo produto, que oferece 14 serviços especializados como a coleta expressa de documentos para solicitação de reembolso, assistência pessoal no exterior com cobertura para o Tratado de Schengen, Central de Agendamento de Exames Especiais, Vacinas do Viajante, entre outros benefí-cios que servem de diferencial para este público.A Amil Assistência Médica Internacional também percebeu este novo perfil de clientes e há cerca de dois anos criou o One Health, que oferece produtos diferenciados para um público diferen-ciado. O Diretor Comercial do One Health, da Amil, Mário Sérgio Ribeiro acredita no crescimento deste novo segmento. “Há uma demanda crescente por esses serviços que veio com o crescimento da classe A no Brasil, com uma procura maior em busca de planos Premium”, afirma Ribeiro.

EXCELÊNCIADr. Lubascher do Marcelino Champagnat: Em

busca da excelência em Saúde e Hotelaria.

INOVAÇÃO Coriolano da Bradesco Saúde: Inovação é a chave para o sucesso do Concierge.

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estão verticalizando suas estruturas iniciaram suas prestações de serviço por meio de ambulatórios e laboratórios, atualmente expandindo seu processo de hospitalização.Embora o número de hospitais das operadoras tenha aumentado nos últimos anos, além do respaldo jurídico para fazer a abertura de capital (incluindo estrangeiro), diferentemente dos hospi-tais independentes, essa tendência precisa ser planejada e depende de diversos fatores, explica Arlindo de Almeida. “É preciso entender que verticalização não é, por si só, a única solução, e sim uma tendência. Essa atividade está centralizada nas operado-ras, incluindo Medicina de Grupo, com exceção das seguradoras, que estão legalmente proibidas de terem hospitais, laboratórios e ambulatórios próprios”. O presidente da Abramge completa que a operadora tem possibilidade de prever custos e controle de gastos com a verticalização. Por outro lado, restringir o atendimento pode levar a não cobrir gastos investidos. “É dispendido investi-mento em equipamentos de alto custo e, dependendo de sua carteira, a opera-dora pode não ter como cobrir todos os gastos. Dependendo da localidade onde está instalado, o hospital pode ser um dos únicos a prestar determinada especialidade de alta complexidade. Por essas razões, muitas delas fazem parce-rias com outras operadoras, atendem pacientes do SUS (Sistema Único de

raçando um panorama da Saúde Suple-mentar no Brasil, entre as décadas de 1970 e 1980 os hospitais deram os primeiros passos na criação de planos de saúde próprios. Já em meados de 1990 a 1995, as operadoras de saúde começaram a abrir hospitais de rede própria. Atualmente, os hospitais perten-centes às operadoras de planos de saúde estão entre as casas dos 400 e 500, o que tornou a chamada verticaliza-ção uma tendência. Segundo Arlindo de Almeida, presidente da Abramge - Associação Brasileira de Medicina de Grupo, o próprio modelo das empresas de Medicina de Grupo nasceu e se caracteriza pelos processos de verticalização. E as operadoras que

Saúde) e particulares”, ressalta Almeida.Para Rodolfo Pinto Machado de Araújo, diretor Administrativo e Financeiro da Central Nacional Unimed, as vantagens que levaram a operadora a ter uma rede própria de hospitais são a preservação da qualidade do serviço e controle maior dos custos. “Graças à rede própria, as cooperativas têm à disposição mais uma fonte de receita que possibilita manter suas finanças equilibradas. Para isso, há de se lembrar, o recurso e serviço próprio precisa ser bem gerido. Contudo, as dificuldades, em boa parte motivada pela burocracia, de se conseguir financia-mentos que nos permitam investir mais na rede própria é ainda um grande entrave”, reforça.A Unimed é composta por 372 coopera-tivas (Unimeds) pelo País, todas independentes. “Quando falamos em verticalização dentro do Sistema Unimed, nos referimos à ação conjunta de todas cooperativas em investir na aquisição e ou construção de hospitais, pronto-atendimentos, laboratórios, farmácias e clínicas, entre outros recur-sos e serviços próprios. Hoje, a rede própria é composta por 100 hospitais, 178 pronto-atendimentos, 92 laboratórios, 38 centros de diagnóstico e 168 farmácias, só para citar alguns números”, enumera Araújo.Somente em 2011, quatro novos hospi-tais devem se somar à rede e no próximo ano estimam-se mais nove, calcula o diretor Administrativo e Finan-

ceiro da Central Nacional Unimed. E como é feita a captação de recursos? “Além de investimentos próprios que as operadoras podem utilizar, existem no mercado uma série de fundos de investi-mentos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, dispõe de linhas de financiamento. Nós da Central Nacional Unimed, operadora nacional do Sistema Unimed, estamos trabalhando na criação de um Fundo de Investimentos em Multimercados, que funcionará como fonte para aquisição ou ampliação de recursos e serviços próprios do Sistema Unimed”, responde Rodolfo Pinto Machado de Araújo.

SAÚDE Por Keli Vasconcelos

NA VERTICALVerticalização da saúde suplementar gera desafios e é tendência em seu segmento

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estão verticalizando suas estruturas iniciaram suas prestações de serviço por meio de ambulatórios e laboratórios, atualmente expandindo seu processo de hospitalização.Embora o número de hospitais das operadoras tenha aumentado nos últimos anos, além do respaldo jurídico para fazer a abertura de capital (incluindo estrangeiro), diferentemente dos hospi-tais independentes, essa tendência precisa ser planejada e depende de diversos fatores, explica Arlindo de Almeida. “É preciso entender que verticalização não é, por si só, a única solução, e sim uma tendência. Essa atividade está centralizada nas operado-ras, incluindo Medicina de Grupo, com exceção das seguradoras, que estão legalmente proibidas de terem hospitais, laboratórios e ambulatórios próprios”. O presidente da Abramge completa que a operadora tem possibilidade de prever custos e controle de gastos com a verticalização. Por outro lado, restringir o atendimento pode levar a não cobrir gastos investidos. “É dispendido investi-mento em equipamentos de alto custo e, dependendo de sua carteira, a opera-dora pode não ter como cobrir todos os gastos. Dependendo da localidade onde está instalado, o hospital pode ser um dos únicos a prestar determinada especialidade de alta complexidade. Por essas razões, muitas delas fazem parce-rias com outras operadoras, atendem pacientes do SUS (Sistema Único de

raçando um panorama da Saúde Suple-mentar no Brasil, entre as décadas de 1970 e 1980 os hospitais deram os primeiros passos na criação de planos de saúde próprios. Já em meados de 1990 a 1995, as operadoras de saúde começaram a abrir hospitais de rede própria. Atualmente, os hospitais perten-centes às operadoras de planos de saúde estão entre as casas dos 400 e 500, o que tornou a chamada verticaliza-ção uma tendência. Segundo Arlindo de Almeida, presidente da Abramge - Associação Brasileira de Medicina de Grupo, o próprio modelo das empresas de Medicina de Grupo nasceu e se caracteriza pelos processos de verticalização. E as operadoras que

Saúde) e particulares”, ressalta Almeida.Para Rodolfo Pinto Machado de Araújo, diretor Administrativo e Financeiro da Central Nacional Unimed, as vantagens que levaram a operadora a ter uma rede própria de hospitais são a preservação da qualidade do serviço e controle maior dos custos. “Graças à rede própria, as cooperativas têm à disposição mais uma fonte de receita que possibilita manter suas finanças equilibradas. Para isso, há de se lembrar, o recurso e serviço próprio precisa ser bem gerido. Contudo, as dificuldades, em boa parte motivada pela burocracia, de se conseguir financia-mentos que nos permitam investir mais na rede própria é ainda um grande entrave”, reforça.A Unimed é composta por 372 coopera-tivas (Unimeds) pelo País, todas independentes. “Quando falamos em verticalização dentro do Sistema Unimed, nos referimos à ação conjunta de todas cooperativas em investir na aquisição e ou construção de hospitais, pronto-atendimentos, laboratórios, farmácias e clínicas, entre outros recur-sos e serviços próprios. Hoje, a rede própria é composta por 100 hospitais, 178 pronto-atendimentos, 92 laboratórios, 38 centros de diagnóstico e 168 farmácias, só para citar alguns números”, enumera Araújo.Somente em 2011, quatro novos hospi-tais devem se somar à rede e no próximo ano estimam-se mais nove, calcula o diretor Administrativo e Finan-

ceiro da Central Nacional Unimed. E como é feita a captação de recursos? “Além de investimentos próprios que as operadoras podem utilizar, existem no mercado uma série de fundos de investi-mentos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por exemplo, dispõe de linhas de financiamento. Nós da Central Nacional Unimed, operadora nacional do Sistema Unimed, estamos trabalhando na criação de um Fundo de Investimentos em Multimercados, que funcionará como fonte para aquisição ou ampliação de recursos e serviços próprios do Sistema Unimed”, responde Rodolfo Pinto Machado de Araújo.

No 1º Congresso Nacional de Hospitais Privados, promovido pela ANAHP (Associação Nacional de Hospitais Privados), em cooperação com a Hospitalar Feira+Fórum, ocorrido no mês de setembro em São Paulo, o tema “O processo de qualificação das operadoras e sua repercussão no sistema privado” foi discutido no evento. Para Maurício Ceschin, presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que coordenou o debate, o papel da Agência é estabelecer medidas para qualificar as operadoras. “O objetivo é garantir o fortalecimento e acesso da população à fiscalização das operadoras. Em uma população que está com grande expectativa de vida, a relação público/privada na Saúde não pode ser conflitante, mas trabalhada em conjunto, como nas parcerias público-privadas (PPPs). Na Agência, não falamos mais em processos de qualificação, mas em políticas de acreditação”, disse. A palestra foi apresentada por Leandro Reis Tavares, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras (DIOPE) da ANS, que revisitou o sistema de saúde nos últimos anos. “No início da inserção de operadoras e apólices de seguro houve seu cresci-mento conforme o envelhecimento da população. Hoje a expansão da Saúde teve grandes mudanças: a expectativa de vida é maior, o aumento das doenças crônicas, principal-mente as cardiovascu-

lares e obesidade, trouxeram novos desafios. O paciente está frequentando mais o hospital. Na outra ponta está a operadora, que precisa empenhar-se para esse público que necessita de qualidade de vida, conforto e atendimento”, contextualiza.Tavares usou dados da ANAHP para enumerar os gastos em Saúde no País. Somente em 2009 houve um aumento de 51% nos gastos em insumos hospitalares (nos hospitais filiados à Associação). Para o profissional, o grande desafio das operadoras está em trabalhar e investir com qualidade, ‘transformando os seus modelos de negócios’. “Muitas vezes o problema da qualidade é encarado como questão entre operadora e cuidado com paciente. A operadora precisa ter outra ótica, entre ser prestadora e fornecedora de serviços de Saúde, o que às vezes é pouco considerado pelo consumidor. O resultado do atendimento é determinante para o bom desfecho da prestação de serviço”, analisa Leandro Reis Tavares.

QUALIDADE DAS OPERADORAS DE SAÚDE ABRE PLENÁRIA

A aquisição de hospitais e laboratórios por parte

das operadoras tem sido uma tendência em todo o Brasil, com

o objetivo de reduzir custos.

Leandro Reis Tavares

Dir. de Normas e Habilitação

das Operadoras, da ANS.

Graças à rede própria, as coope-rativas têm à dis-posição mais uma fonte de receita que possibilita manter suas finan-ças equilibradas.

Rodolfo Pinto Machado de Araújo,Diretor Administrativo e Financeiro da Central Nacional UNIMED.

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mente assistencialista como o brasileiro, para um modelo onde a prevenção de doenças e a promoção de um envelheci-mento saudável sejam prioritários.

SUS BUSCA SOLUÇÕES NA PROMOÇÃO DO ENVELHECIMENTO SAUDÁVELO Ministério da Saúde, através do Sistema Único de Saúde (SUS), também se preocupa com a sustentabilidade do sistema. Responsável pela saúde univer-sal de uma população de quase 200 milhões de brasileiros, o órgão busca através de programas e ações voltadas exclusivamente para a terceira idade, pelo menos minimizar o impacto previsto para um futuro muito breve, já que em 2030 o percentual de idosos deverá ser em torno de 30%.De acordo com a Coordenadora Nacional de Saúde do Idoso, Drª Luiza Machado, dos atuais 21 milhões de idosos do país,

tualmente com uma popu-lação idosa (com idade acima de 59 anos) na faixa de 10%, o Brasil já começa a enfrentar alguns proble-

mas nos sistemas de previdência e saúde. Com gargalos na questão da assistência e um rombo previdenciário que parece não ter fim, o Brasil ainda enfrentará desafios maiores no futuro. Segundo dados do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), o país deverá ter em torno de 29,8% de idosos em 2050, fato que deve inchar ainda mais o já saturado sistema previden-ciário e de saúde brasileiros, seja no setor público ou privado.Fatores como a mudança demográfica (queda da fecundidade aliada à dimi- nuição da mortalidade precoce), ligadas ao desenvolvimento econômico e o surgimento de novas tecnologias na área médica, que fizeram aumentar a expec-tativa de vida da população (hoje está em cerca de 75 anos, potencializaram o crescimento contínuo desta parcela da população. Além dos problemas estruturais e de falta de recursos de um modelo de sistema de saúde ainda recente e que está em constante construção, a saúde brasileira busca alternativas para evitar um desequilíbrio financeiro tanto na gestão pública como na saúde suple-mentar, já que os custos assistenciais das pessoas com mais de 59 anos são cerca de 10 vezes maiores do que pessoas com até 30 anos. O modelo atual precisa de novas ferramentas que transformem um modelo essencial-

cerca de 60%, ou seja, 14 milhões são dependentes do SUS. Mas para a coordenadora, o que mais preocupa o ministério são os idosos que já passaram dos 70 anos e precisam do uso contínuo de medicamentos e já não conseguem executar as atividades diárias normal-mente. “Em 2025 serão 32 milhões de idosos no Brasil. Em pouco nós teremos um grande crescimento desta popula-ção, o que pode ser explicado pela transição demográfica que o Brasil passa”, afirma Luiza.Em pouco tempo, o perfil populacional do Brasil mudou drasticamente. Na década de 70 o Brasil era considerado um país com uma população jovem, com pouco mais de 90 milhões de habitantes. “Em 1900 a expectativa de vida era de 33 anos e hoje está em torno de 75 anos. Se formos analisar todos esses aspectos, percebemos que a saúde sozinha não dará conta. Precisamos trabalhar os diversos aspectos juntos, a intersetorialidade”. Para a coordenadora, a saúde e a assistência social, todas as áreas que envolvem o atendimento a essa parcela da população precisam ser focadas em conjunto.

DOENÇAS CRÔNICAS SÃO O MAIOR DESAFIOAs doenças crônicas como diabetes, câncer e cardiopatias estão entre as doenças que atingem a população idosa, potencializando os custos assistenciais e criando gargalos na gestão da saúde. A adoção de programas de prevenção de doenças e promoção da saúde são ferramentas que podem minimizar este

quadro, incentivando a redução do tabagismo, de bebidas alcoólicas. “A prevenção é o grande foco hoje, afinal o envelhecimento acontece ao longo da vida. O estímulo a adoção de hábitos e estilo de vida saudáveis contribuem muito para evitar complicações futuras”, afirma Luiza.A Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa foca principalmente na prevenção como ferramenta de melhoria da qualidade de vida, impulsionando o envelhecimento ativo e saudável. No Pacto 2006, a pessoa surge como priori-dade. Foi criada a caderneta de saúde da pessoa idosa, onde a situação de cada idoso é monitorada. Hoje 13 milhões de idosos atendidos pelo SUS são monitora-dos pela caderneta. Para a Drª Luiza Machado, programas como a Farmácia Popular, que distribui gratuitamente medicamentos de combate à hipertensão e diabetes, servem de modelo para uma saúde mais controlável dos pacientes idosos que possuem doenças crônicas. “Além dos medicamentos, o programa também fornece fraldas geriátricas a baixo custo, um valor de cerca de 10% apenas, assim como medicamentos contra a osteopo-rose, glaucoma são todos disponibiliza-dos nas farmácias populares pelo Brasil”, afirma a coordenadora.

DO ENVELHECIMENTOO CUSTOFuturo equilíbrio do sistema de saúde brasileiro preocupa setores público e privado

Drª Luiza Machado, Coordenadora Nacional da Saúde do Idoso - Ministério da Saúde.

Em 2025 serão 32 milhões de idosos no Brasil, o que pode ser explicado pela tran-sição demográfica que o Brasil passa.

A

IMAGENS: Assessoria de imprensa - FenaSaúde | Ministério da Saúde

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quadro, incentivando a redução do tabagismo, de bebidas alcoólicas. “A prevenção é o grande foco hoje, afinal o envelhecimento acontece ao longo da vida. O estímulo a adoção de hábitos e estilo de vida saudáveis contribuem muito para evitar complicações futuras”, afirma Luiza.A Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa foca principalmente na prevenção como ferramenta de melhoria da qualidade de vida, impulsionando o envelhecimento ativo e saudável. No Pacto 2006, a pessoa surge como priori-dade. Foi criada a caderneta de saúde da pessoa idosa, onde a situação de cada idoso é monitorada. Hoje 13 milhões de idosos atendidos pelo SUS são monitora-dos pela caderneta. Para a Drª Luiza Machado, programas como a Farmácia Popular, que distribui gratuitamente medicamentos de combate à hipertensão e diabetes, servem de modelo para uma saúde mais controlável dos pacientes idosos que possuem doenças crônicas. “Além dos medicamentos, o programa também fornece fraldas geriátricas a baixo custo, um valor de cerca de 10% apenas, assim como medicamentos contra a osteopo-rose, glaucoma são todos disponibiliza-dos nas farmácias populares pelo Brasil”, afirma a coordenadora.

CUSTO MÉDIO ANUAL POR PACIENTE DE CADA FAIXA ETÁRIA, NO SEGMENTO DA AUTOGESTÃO

R$ 779De 0 a 23 anos

AÇÕESPrograma Farmácia Popular atinge boa parte

da população idosa do Brasil com a distribuição de medicamentos.

FenaSaúde debate o envelhecimento em SP.

R$ 1.433De 24 a 43 anos

R$ 2.025De 44 a 58 anos

R$ 4.81359 anos ou mais

Fonte: Pesquisa UNIDAS 2010

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DESAFIOCom uma população vivendo cada vez mais e com um número cada

vez maior de idosos, o Brasil se prepara para enfrentar um grande

desafio no setor de saúde, seja no setor privado ou público.

Atualmente com uma população idosa de cerca de 10%, o país

busca soluções e alternativas para minimizar o impacto futuro deste

crescimento. Em 2030, esse percentual deve chegar à 30% da

população brasileira.

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ações que podem ser realizadas pelas operadoras para evitar um colapso da saúde privada brasileira. “Essa deve ser uma preocupação das pessoas e do governo, afinal são os hábitos de vida saudáveis é que levam às pessoas a terem um envelhecimento saudável. Essa é uma idéia que deve ser capita-neada pelo governo, mas deve envolver tanto operadoras como os beneficiários, para que se estimulem a prática de hábitos de vida saudáveis, evitando ou postergando a instalação de doenças”, afirmou.Um dos palestrantes do workshop, Cechin afirma que muitas operadoras já realizam um gerenciamento de grupos de risco, como os doentes crônicos, um grupo específico de beneficiários que precisa de estímulos contínuos para que a doença não se agrave. “É preciso haver um gerenciamento deste grupo para que se evite o agravamento destas enfermi-dades, gerando hospitalizações e custos com medicamentos”. Segundo Cechin, medidas como o simples monitora-mento por parte das operadoras se seus doentes crônicos e outros grupos de risco como as gestantes estão segundo as recomenda-ções médicas, tomando os medi-camentos corre-tamente e praticando hábitos de vidasaudáveis já reduz o risco de agravos e internações.

FALTA DE PROFIS-SIONAIS ESPECIALIZADOSOutro ponto preocupante que afeta tanto o setor público como o setor privado é a falta de profis-sionais especializados no tratamento deste público, como geriatras e geron-tologistas, que possuem o melhor preparo para atender essa demanda. Para Drª Luíza Machado, essa é uma grande preocupação do Ministério da Saúde. “Iniciamos uma parceria com a FioCruz para a formação de novos médicos geriatras e gerontologistas, que são credenciados na Rede do SUS, com capacitação à distância, mas que estão atuando diretamente com a atenção ao idoso. Hoje em

De acordo com dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), as taxas de mortalidade por doenças crônicas indicam que o Brasil precisa buscar novos mecanismos para reduzir este índice. Segundo os dados, no Brasil há cerca de 700 mortes a cada 100 mil habitantes, números iguais a de países como o Paquistão, que vive situações sociais bem mais críticas que a do nosso país.

SAÚDE SUPLEMENTAR BUSCA SOLUÇÕESNo início de novembro, a FenaSaúde realizou um workshop com jornalistas para apresentar à imprensa o estudo realizado pela entidade e que aponta para um quadro ainda mais alarmante, que afetará de forma drástica a susten- tabilidade financeira da saúde no Brasil, principalmente da saúde suplementar.Com a presença do presidente da entidade, Marcio Coriolano, do Diretor Executivo, José Cechin e do economista especializado em saúde, André Medici, o evento abordou os desafios que virão com o crescimento do envelhecimento da população. Além deste crescimento quantitativo, eles terão idades ainda mais avançadas, devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, feito conquistado graças aos avanços tecnológicos na área.Estes aspectos apontam para um futuro crítico para a sustentabilidade do setor no Brasil, já que, de acordo com uma pesquisa publicada em 2010 da União Nacional das Autogestões (UNIDAS), a média de custo anual de uma pessoa com idade superior a 59 anos é de R$ 7.460,00 mil e uma pessoa jovem de até 18 anos não passa de R$ 713,00. Essa diferença com o aumento da população idosa causará um desequilíbrio financeiro, assim como a falta de recur-sos nos já limitados orçamentos da saúde, principalmente no setor privado.Para o economista especializado em saúde André Medici, uma saída para a saúde suplementar é a criação de uma espécie de poupança, um modelo misto de previdência e plano de saúde, onde o beneficiário investe um valor fixo que no final de sua vida, momento em que as pessoas mais gastam com assistência médica, este valor pode ser retirado para ajudar a custear despesas médicas com planos de saúde ou medicamentos.De acordo com o Diretor Executivo da FenaSaúde, José Cechin, são várias as

todos os municípios que possuem mais de 500 mil

habitantes tem Coordena-dores de Atenção ao Idoso”, afirma Luiza.De acordo com o Minis-

tério da Saúde, existem hoje no Brasil cerca de 900

geriatras e 600 gerontólogos, um número muito abaixo do ideal.

Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seriam necessários pelo menos mais 8 mil profissionais O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação e Cultura criaram a Comissão Pró-residência, estimulando o interesse dos estudantes e profissionais médicos na especialização em Geriatria e Geron-tologia, mas de acordo com Drª Luiza Machado é preciso vontade e interesse dos profissionais. “Não basta ter conhe-cimento mas não ter interesse, assim como não basta ter interesse e não ter a capacitação, é preciso os dois”.Segundo a coordenadora, no SUS existem cerca de 700 geriatras creden-

ciados, mas é necessário um número muito maior para atender a demanda para isso uma maior visibilidade e maiores informações sobre essa especialização, com a abertura de concursos públicos nos municípios e estados, seria uma maneira de incentivar a capacitação profissional. “O profis-sional que não tem a informação adequada não vai ter condições de dar um atendimento adequado à pessoa idosa, pois não vai conseguir identificar os sintomas”, finaliza.A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) também se preocupa não somente com a falta, mas também com a capacitação adequada dos profissionais. “Hoje nós promovemos cursos, congressos e jornadas convidando os profissionais a se interessarem pela especialidade. Levamos os cursos principalmente para os municípios do interior, com o apoio do Ministério da Saúde, pois as pessoas idosas estão presentes em todos os lugares”, afirma a presidente da SBGG, Drª Silvia Regina Mendes Pereira.

Os dados da SBGG informam que no Brasil existem 984 geriatras e 246 gerontólogos, associados à entidade, que demonstram o tamanho do problema da falta de profissionais de atenção ao idoso no Brasil. Segundo a Dr. Silvia, anualmente recebem o título de especialista cerca de 60 geriatras e 20 gerontólogos, quando seriam necessários em torno de 5 mil profis-sionais, somente para atender a demanda atual de 21 milhões de idosos.Um dos maiores desafios para a presidente da SBGG é estimular o interesse dos profissionais ainda na graduação, já que em muitas faculdades de medicina a geriatria e gerontologia nem fazem parte da grade curricular do curso, ou seja, o tema não é abordado da forma correta desde a faculdade. Outro ponto destacado pela presidente, que também é professora universitária na UniGranrio, é a característica da atual geração de estudantes e profissionais que possui um perfil imediatista, que não tem interesse numa formação prolongada.

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ações que podem ser realizadas pelas operadoras para evitar um colapso da saúde privada brasileira. “Essa deve ser uma preocupação das pessoas e do governo, afinal são os hábitos de vida saudáveis é que levam às pessoas a terem um envelhecimento saudável. Essa é uma idéia que deve ser capita-neada pelo governo, mas deve envolver tanto operadoras como os beneficiários, para que se estimulem a prática de hábitos de vida saudáveis, evitando ou postergando a instalação de doenças”, afirmou.Um dos palestrantes do workshop, Cechin afirma que muitas operadoras já realizam um gerenciamento de grupos de risco, como os doentes crônicos, um grupo específico de beneficiários que precisa de estímulos contínuos para que a doença não se agrave. “É preciso haver um gerenciamento deste grupo para que se evite o agravamento destas enfermi-dades, gerando hospitalizações e custos com medicamentos”. Segundo Cechin, medidas como o simples monitora-mento por parte das operadoras se seus doentes crônicos e outros grupos de risco como as gestantes estão segundo as recomenda-ções médicas, tomando os medi-camentos corre-tamente e praticando hábitos de vidasaudáveis já reduz o risco de agravos e internações.

FALTA DE PROFIS-SIONAIS ESPECIALIZADOSOutro ponto preocupante que afeta tanto o setor público como o setor privado é a falta de profis-sionais especializados no tratamento deste público, como geriatras e geron-tologistas, que possuem o melhor preparo para atender essa demanda. Para Drª Luíza Machado, essa é uma grande preocupação do Ministério da Saúde. “Iniciamos uma parceria com a FioCruz para a formação de novos médicos geriatras e gerontologistas, que são credenciados na Rede do SUS, com capacitação à distância, mas que estão atuando diretamente com a atenção ao idoso. Hoje em

De acordo com dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), as taxas de mortalidade por doenças crônicas indicam que o Brasil precisa buscar novos mecanismos para reduzir este índice. Segundo os dados, no Brasil há cerca de 700 mortes a cada 100 mil habitantes, números iguais a de países como o Paquistão, que vive situações sociais bem mais críticas que a do nosso país.

SAÚDE SUPLEMENTAR BUSCA SOLUÇÕESNo início de novembro, a FenaSaúde realizou um workshop com jornalistas para apresentar à imprensa o estudo realizado pela entidade e que aponta para um quadro ainda mais alarmante, que afetará de forma drástica a susten- tabilidade financeira da saúde no Brasil, principalmente da saúde suplementar.Com a presença do presidente da entidade, Marcio Coriolano, do Diretor Executivo, José Cechin e do economista especializado em saúde, André Medici, o evento abordou os desafios que virão com o crescimento do envelhecimento da população. Além deste crescimento quantitativo, eles terão idades ainda mais avançadas, devido ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, feito conquistado graças aos avanços tecnológicos na área.Estes aspectos apontam para um futuro crítico para a sustentabilidade do setor no Brasil, já que, de acordo com uma pesquisa publicada em 2010 da União Nacional das Autogestões (UNIDAS), a média de custo anual de uma pessoa com idade superior a 59 anos é de R$ 7.460,00 mil e uma pessoa jovem de até 18 anos não passa de R$ 713,00. Essa diferença com o aumento da população idosa causará um desequilíbrio financeiro, assim como a falta de recur-sos nos já limitados orçamentos da saúde, principalmente no setor privado.Para o economista especializado em saúde André Medici, uma saída para a saúde suplementar é a criação de uma espécie de poupança, um modelo misto de previdência e plano de saúde, onde o beneficiário investe um valor fixo que no final de sua vida, momento em que as pessoas mais gastam com assistência médica, este valor pode ser retirado para ajudar a custear despesas médicas com planos de saúde ou medicamentos.De acordo com o Diretor Executivo da FenaSaúde, José Cechin, são várias as

todos os municípios que possuem mais de 500 mil

habitantes tem Coordena-dores de Atenção ao Idoso”, afirma Luiza.De acordo com o Minis-

tério da Saúde, existem hoje no Brasil cerca de 900

geriatras e 600 gerontólogos, um número muito abaixo do ideal.

Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, seriam necessários pelo menos mais 8 mil profissionais O Ministério da Saúde e o Ministério da Educação e Cultura criaram a Comissão Pró-residência, estimulando o interesse dos estudantes e profissionais médicos na especialização em Geriatria e Geron-tologia, mas de acordo com Drª Luiza Machado é preciso vontade e interesse dos profissionais. “Não basta ter conhe-cimento mas não ter interesse, assim como não basta ter interesse e não ter a capacitação, é preciso os dois”.Segundo a coordenadora, no SUS existem cerca de 700 geriatras creden-

ciados, mas é necessário um número muito maior para atender a demanda para isso uma maior visibilidade e maiores informações sobre essa especialização, com a abertura de concursos públicos nos municípios e estados, seria uma maneira de incentivar a capacitação profissional. “O profis-sional que não tem a informação adequada não vai ter condições de dar um atendimento adequado à pessoa idosa, pois não vai conseguir identificar os sintomas”, finaliza.A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) também se preocupa não somente com a falta, mas também com a capacitação adequada dos profissionais. “Hoje nós promovemos cursos, congressos e jornadas convidando os profissionais a se interessarem pela especialidade. Levamos os cursos principalmente para os municípios do interior, com o apoio do Ministério da Saúde, pois as pessoas idosas estão presentes em todos os lugares”, afirma a presidente da SBGG, Drª Silvia Regina Mendes Pereira.

Os dados da SBGG informam que no Brasil existem 984 geriatras e 246 gerontólogos, associados à entidade, que demonstram o tamanho do problema da falta de profissionais de atenção ao idoso no Brasil. Segundo a Dr. Silvia, anualmente recebem o título de especialista cerca de 60 geriatras e 20 gerontólogos, quando seriam necessários em torno de 5 mil profis-sionais, somente para atender a demanda atual de 21 milhões de idosos.Um dos maiores desafios para a presidente da SBGG é estimular o interesse dos profissionais ainda na graduação, já que em muitas faculdades de medicina a geriatria e gerontologia nem fazem parte da grade curricular do curso, ou seja, o tema não é abordado da forma correta desde a faculdade. Outro ponto destacado pela presidente, que também é professora universitária na UniGranrio, é a característica da atual geração de estudantes e profissionais que possui um perfil imediatista, que não tem interesse numa formação prolongada.

ALTERNATIVAS A criação de Programas de Prevenção de Doenças e Promoção da Saúde surgem como uma importante ferramentas na busca de um Envelhecimento Ativo e Saudável.

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O MELHOR CUSTO BENEFÍCIO COM ALTA TECNOLOGIA EM EQUIPAMEN-TOS DE ECG AT-101O eletrocardiógrafo portátil AT101 da Schiller tem desempenho intuitivo e simples de usar com teclas diretas, impressão fácil com impressora térmica de alta resolução integrada e interface para impressora externa para impressão em papel padrão. Oferece diversos formatos de relatórios programados por usuário para impressão interna ou externa e armazenamento e transferência dos exames para um computador (com opção de memória).O AT101 está disponível com o módulo interno de comunicação Schiller (SCM), que transmite os dados de ECG de repouso no formato XML para um

computador ou Sistema de Informação via interface ethernet ou módulo analógico embutido, permitindo que o AT101 seja uma parte integrada de um sistema de soluções maior.A Cirúrgica Passos comercializa o equipa-mento em todo o território nacional através do site: cirurgicapassos.com.br

IMAGENS: Divulgação / Shutterstock

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A EVOLUÇÃO DO BANHO NO LEITOA X Ray Medical Indústria e Comércio de Equipamentos Hospitalares desen-volveu o aparelho para banho no leito Acqua Therm, um produto inovador com o propósito de tornar-se referência no mercado nacional e internacional. O Acqua Therm foi desenvolvido para facilitar o trabalho da equipe de enfer-magem do hospital. É um facilitador na higienização e no procedimento do banho no leito, pois ocupa pouco espaço no ambiente hospitalar e substitui as bacias e outros recipientes com água quente levadas até os quartos do hospital para banhar os pacientes e elimina os riscos de acidentes e contaminação .

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PRIMEIRO APARELHO AUDITIVO À PROVA D’ÁGUAAquaris é o primeiro aparelho auditivo totalmente à prova d’água, exclusivo da Siemens. “Os aparelhos auditivos tradicionais resistem, geralmente, a apenas à umidade. O Aquaris resiste a jatos d’água e pode ser mergulhado até um metro de profundi-dade durante 30 minutos”, afirma a fonoaudióloga, Adriana Drabik, diretora da Audiocare Audiologia, que revende o produto.Indicado para pessoas com perdas auditivas de grau leve a moderado, o Aquaris é resistente à umidade, repelindo também com facilidade a poeira e sujeira. “É perfeito para pessoas que praticam todos os tipos de esportes: maratonistas, ciclistas e nadadores, mas, pode ser utilizado por qualquer pessoa”, aponta a fonoaudióloga.

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NOVARTIS LANÇA MEDICAMENTO ORAL PARA TRATAMENTO DE ESCLEROSE MÚLTIPLAAntes condenados a injeções diárias, os pacientes de esclerose múltipla agora dispõem de uma opção de tratamento oral no Brasil. A novidade é significativa não só pela praticidade do comprimido, mas também porque o novo remédio, Fingolimode, mostrou uma eficácia 52% superior na diminuição dos surtos provocados pela doença em relação aos tratamentos anteriores.A opção oral também pode facilitar a adesão ao tratamento. Estima-se que até 50% dos pacientes tenham dificul-dades na aplicação das injeções. O novo remédio, que foi desenvolvido pela Novartis e tem o nome comercial de Gilenya, foi lançado ontem e já chegou às farmácias, mas não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O tratamento mensal com a nova droga custa R$7 mil, valor similar ao de outros tratamentos anteriores.

BRASANITAS HOSPITALAR TRAZ AO BRASIL EQUIPAMENTO EXCLU-SIVO PARA LIMPEZA DE AMBIENTES CRÍTICOSA Brasanitas Hospitalar traz para o Brasil, com exclusividade de dois anos, a máquina Sanivap, importada pela Bralimpia, que irá revolucionar os processos de limpeza terminal.O equipamento utiliza vapor em alta temperatura (150 graus) e, por meio de ação mecânica, aspira toda a sujeira sem a necessidade de utilizar produtos químicos. Com isso, a redução do tempo de limpeza dos leitos pode chegar a 30%, ou seja, todo o processo pode ser concluído em até 30 minutos.

O equipamento é de origem franco-italiana que, além dos pontos já citados, é ecoeficiente, ou seja, fornece serviços sustentáveis a preços competitivos que satisfaçam as necessidades humanas com redução dos impactos ambientais. Até dezembro de 2011 a previsão é de que 100 máquinas estejam em operação.

CONCENTRADOR DE OXIGÊNIO EVERFLO PHILIPSCom a metade do tamanho e a metade do peso dos equipamentos disponíveis no mercado, o Concentrador de Oxigênio Compacto Ever Flo Respitronics, da Philips, garante desempenho excepcional. O pequeno tamanho e baixo peso facilitam o trans-porte do equipamento, tanto para pacientes quanto para provedores.O equipamento possui diversas vantagens para seus usuários, como por exemplo o prazo maior para a troca do filtro em dois anos, reduzindo a manutenção de rotina, e a tecnolo-gia que dispensa manutenção no filtro. O compressor integrado Thomas™ foi projetado especificamente para o EverFlo.

LIBBS FARMACÊUTICA LANÇA ÉGIDE PARA PREVENÇÃO DE ENXAQUECAPara evitar o surgimento da enxaqueca, problema que afeta cerca de 2 milhões de brasileiros, a Libbs Farmacêutica, laboratório 100% nacional com forte atuação na área de Sistema Nervoso Central, acaba de lançar o Égide, produto de ação preventiva que diminui a frequência e a intensidade das crises.O Égide chega ao mercado com a vantagem de ter o menor preço em compa-ração a todos os genéricos disponíveis. A marca de topiramato da Libbs faz parte da nova geração de medicamentos utilizados na prevenção da enxaqueca e complementará a linha de tratamento que a companhia oferece para a doença. “Usado na prevenção, o Égide fará dupla com o Sumax, indicado para as situações de crises agudas e já consolidado com 18 anos de sucesso”, explica o gerente do produto, Alexandre Varga.

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MULTINACIONAIS DE OLHO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS DE TI EM SAÚDEA Agfa HealthCare adquiriu recentemente todas as ações da WPD, empresa brasileira especializada em soluções de TI em saúde e entrou na disputa pelo mercado brasileiro de Sistemas de Informação Hospitalar. A multinacional vislumbra grandes oportunidades de crescimento na área de TI em saúde e deve criar um sistema de gestão de informação clínica com o intuito de fornecer ao mercado brasileiro uma visão médica mais abrangente.Já a holandesa Philips anunciou, quase simultaneamente, a compra da catarinense Wheb Sistemas, especializada em sistema de gestão hospitalar. A aquisição está alinhada com a estratégia de expandir os negócios de TI em saúde no País, deixando de comer-cializar soluções para agregar mais serviços de inteligência.O crescimento médio anual da Philips Healthcare do Brasil é de 38%. Os valores das negociações não foram divulgados.

IMAGENS: Divulgação / Shutterstock

REDE D´OR ADQUIRE SISTEMA SAP PARA GESTÃO DE RHA SAP fechou contrato com um dos principais grupos de saúde privados no Brasil: a Rede D´Or. O contrato envolve a aquisição de um sistema para a área de gestão de recursos humanos, que controlará tanto a gestão de corpo clínico quanto os colaboradores da área administrativa do grupo.No setor de saúde, além da concorrência com os tradicionais players especial-izados em tecnologia em saúde, a SAP enfrenta um nicho onde ainda há redes utilizando sistema próprio. A estratégia da empresa para 2012 é continuar atuando junto a empresas de saúde verticalizadas com hospitais e outros serviços.

LIFEBUOY PROMOVE CAMPANHA PELO HÁBITO DE LAVAR AS MÃOSA Lifebuoy esteve presente no 11º Congresso Brasileiro de Clínica Médica com o objetivo de divulgar sua campanha social que incentiva, nas crianças, jovens e adultos, o hábito de lavar as mãos.Nesse sentido, um dos destaques da marca são os sabonetes antibacterianos, desenvolvidos com um sistema composto de 5 ingredientes que agem sinergica-mente contra a ação das bactérias. “Sua eficácia foi cientificamente comprovada através do Real Life Clinical Trial, um estudo realizado em 2009 que verificou a redução de 25% na incidência de diarréia, 15% no número de infecções respira-tórias e 46% no número de infecção nos olhos”, esclarece Ávila.

NOVOS MEDICAMENTOS GENÉRI-COS CHEGAM AO MERCADO EM 2012Projeções da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos indicam que em 2012 medicamentos importantes e de preços elevados para câncer colo-retal câncer de mama, leucemia e distúrbios psicológicos devem estar disponíveis em versões genéricas. Para o presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, o segmento é hoje o motor da indústria farmacêutica brasileira. “Nos últimos anos o cresci-mento do setor acontece graças ao mercado de genéricos. A população, que teve seu poder de compra ampliado significativamente, vem optando pelo genérico que é mais barato, tem qualidade e é confiável”, explica o executivo. Refletindo essa tendência, as projeções indicam que em 2015 o Brasil deve se tornar o terceiro maior mercado de genéricos do mundo, atrás dos Estados Unidos e da China. O setor movimenta 21,3% do volume total de remédios e 17% em valor, ou US$ 3,2 bilhões.

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mercado

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PROGRAMA DE CUIDADOS PALIATIVOS MED SALVAFruto do conhecimento da empresa em cuidados paliativos, o programa Paliar foi elaborado pela Med Salva com base em um programa-piloto realizado junto à Unimed Paulistana.O programa teve como subsídios os resultados de um ano de trabalho com doentes terminais, visando trazer essas pessoas para o ambiente familiar para terem mais conforto e proximidade da família, e sempre com a assistência médica, psicológica, nutricional e social necessária. “Familiares confirmaram que a opção de ter seu parente em casa, longe do ambiente hospitalar, mas com todos os recursos e profissionais à disposição, foi muito acertada”, explica Valdemar Batista Junior, diretor de Negó-cios e Marketing. Para Elisabete de Cassia Moreira, Gerente de Enferma-gem, “o principal objetivo do Paliar é o suporte e o conforto proporcionado para o paciente e seus familiares”.

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AZUL CONTRA O CÂNCER DE MAMAA Azul Linhas Aéreas, Embraer e Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) entram na luta contra o câncer de mama com a campanha Semana Rosa e Azul. Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo promover a conscientização para prevenção do câncer de mama por meio de palestras e abordagens sobre o tema em diversos aeropor-tos brasileiros. A ação termina com o pouso da aeronave rosa, a Rosa&Azul, símbolo no apoio da companhia a esta causa.O evento aconteceu no último dia 23, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, e contou com a presença de diretores da Azul e representantes da Femama.

GRUNITSKY PLANEJA ENCONTRO DE CONTADORES E GESTORES DE OPERADORAS PARA 2012A Grunitzky Auditores e Consultores comemorou o sucesso do X Encontro de Contadores e Gestores de Operadoras de Planos de Saúde e já planeja a próxima edição do evento. Realizado nos meses de setembro e outubro, o evento aconteceu nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Brasília e reuniu cerca de 170 participantes de várias regiões do País. Na ocasião, o público debateu sobre diversos assuntos ligados à área de planos de saúde, desde as suas questões contábeis às perspectivas para o mercado em 2012. Entre os temas que estiveram em pauta, "as perspectivas do setor para o próximo ano" foi um dos grandes destaques do II módulo, segundo o diretor da empresa, Moacir Grunitzky. Ele comenta ainda, que os participantes fizeram diversas sugestões para que novos assuntos sejam abordados no próximo encontro. "A Grunitzky já está planejando o XI Encontro, e com certeza vamos acatar as sugestões feitas pelo público", conta o diretor.

AMIL LANÇA APLICATIVO PARA IPHONEA Amil Assistência Médica Internacional lançou para os seus clientes um aplicativo para iPhone. Com download gratuito na AppleStore, o aplicativo reúne os dados do beneficiário. Além de outras informações, a exemplo da carteirinha virtual, que substitui o cartão impresso e pode ser utilizada em hospitais e laboratórios.O aplicativo contempla todas as linhas de produtos da Amil, incluindo a Linha Dental. O cliente tem acesso à toda rede creden-ciada, podendo visualizar no mapa a localização de sua consulta ou exame.Além disso, a operadora também disponibilizou consulta de status de reem-bolso, visualização de boletos em aberto, lista de telefones da operadora, acesso direto ao Amil Resgate Saúde e podcast com vídeos e dicas sobre saúde e qualidade de vida. A opção de agenda-mento de consultas on-line está disponível somente para iPad.

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JANEIROPÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIAS MÉDICASData: início em 06 de janeiro de 2012Local: UCP - Universidade Católica de PetrópolisInformações e inscrições: www.imiarj.com.br

1ST WORLD CONGRESS ON DEBATES & CONSENSUS IN BONE, MUSCLE & JOINT DISEASESData: de 19 a 22 de janeiro de 2012Local: Barcelona - EspanhaInformações e inscrições: www.congressmed.com/bmjd

ATUALIZAÇÕES EM ONCOLOGIA 2012Data: de 25 a 27 de janeiro de 2012

Local: Auditório dos Hospitais da Universidade de Coimbra | Coimbra - PortugalInformações e inscrições: www.jasfarma.pt

10TH MEDINTERNA INTERNATIONAL MEETINGData: de 25 a 28 de janeiro de 2012Local: Ipanema Park Hotel | Porto - PortugalInformações e inscrições: www.jasfarma.pt

EXCELLENCE IN RHEUMATHOLOGY 2012Data: de 25 a 28 de janeiro de 2012Local: Meliá Castilha Hotel | Madri - EspanhaInformações e inscrições: www.excellence-in-rheumatology.org

II CIMEIRA IBÉRICA DE LÍDERES EM SAÚDEData: 26 e 27 de janeiro de 2012Local: Sevilha - EspanhaInformações e inscrições: www.ordemenfermeiros.pt

30º CONGRESSO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA DE SÃO PAULOData: de 28 a 31 de janeiro 2012Local: Expo Center Norte | Rua José Bernardo Pinto, 333 | São Paulo - SPInformações e inscrições: www.ciosp.com.br

ARAB HEALTH Data: de 24 a 27 de janeiro de 2012Local: Dubai - Emirados ArabesInformações e inscrições: www.arabhealthonline.com

EVENTOSVeja abaixo os principais eventos nacionais e internacionais da área de saúde que irão acontecer nos próximos meses.

IMAGENS: Shutterstock

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Prepare-se desde já para visitar o evento e acompanhe todas as novidades pela Internet: www.hospitalar.com

Empreendimento Gestão e Realização Patrocínio Institucional

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTABELECIMENTOS DE

SERVIÇOS DE SAÚDE

SINDICATOS DOS HOSPITAISDO ESTADO DE SÃO PAULO

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA MÉDICO-ODONTOLÓGICA

Expo Center Norte São Paulo

22-25

2012maio

Sua grande oportunidade para:n Atualizar-se com o que há de melhor na sua área de atuação

n Conhecer as tendências do mercado

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Negócios, Relacionamento e Atualização em Saúde

Tel: (11) 3897-6199 • Fax: (11) 3897-6191 • e-mail: [email protected]

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FEVEREIRO

CURSO COMPUTAÇÃO MÓVEL NA MEDICINAData: 11 de fevereiro de 2012Local: Hotel Windsor Barra | Av Lúcio Costa 2630 - Barra | Rio de Janeiro - RJInformações e inscrições: www.infomedbrasil.com.br

XVIII CONGRESSO MUNDIAL DE ERGONOMIA E XVII CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIAData: de 12 a 16 de fevereiro de 2012Local: Hotel Golden Tulip Recife | Av. Professor Andrade Bezerra, s/n |Recife - PEInformações e inscrições: www.iea2012.org

WOC2012 - XXXIII CONGRESSO MUNDIAL DE OFTALMOLOGIAData: de 16 a 20 de fevereiro de 2012Local: Abu Dhabi - Emirados ArabesInformações e inscrições: www.edetur.com.br

AMERICAN-BRAZILIAN AESTHETIC MEETINGData: de 02 a 05 de fevereiro de 2012Local: IL Campanario Villaggio Resort | Florianópolis - SCInformações e inscrições: www.americanbrazilianaestheticmeeting.com.br

MARÇO68TH ANNUAL MEETING OF THE AMERICAN ACADEMY OF ALLERGY, ASTHMA & IMMUNOLOGY (AAAAI)Data: de 02 a 06 de março 2012Local: Orlando - Estados UnidosInformações e inscrições: www.annualmeeting.aaaai.org

35º SIMPÓSIO INTERNACIONAL MOACYR ÁLVARO - SIMASPData: de 08 a 10 de março 2012Local: Maksoud Plaza Hotel | São Paulo - SP Informações e inscrições: www.oftalmo.epm.br/simasp2012

CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CUIDADO PALIATIVOSData: de 14 a 17 de março 2012Local: Curitiba - ParanáInformações e inscrições: www.vicongresoalcp.org

V CURSO DE HEMATOLOGIA E ONCOLOGIAData: inicio em 17 de março 2012Local: Associação Médica do Paraná | Curitiba – PRInformações e inscrições: www.hc.ufpr.br

5TH INTERNATIONAL HERNIA CONGRESSData: de 28 a 31 de março 2012Local: New York Marriott Marquis | New York - USAInformações e inscrições: www.americanherniasociety.org

2ND LATIN AMERICA CONGRESS ON CONTROVERSIES TO CONSENSUS IN DIABETES, OBESITY AND HYPERTENSIONData: de 22 a 25 de março 2012Local: Rio de Janeiro - RJInformações e inscrições: www.codhy.com

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AS ÚLTIMASNOTÍCIASDA SAÚDE

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28 IMAGENS: Assessoria de imprensa - HospitalarWWW.SAUDESA.COM.BR

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tos, equipamentos e serviços, paralela-mente ao 2º Fórum de Enfermagem do Coren-SP - Conselho Regional de Enfer-magem de São Paulo e o 1º Fórum Brasileiro de Medicina, realizado pela AMB - Associação Médica Brasileira.Com a organização da Hospitalar – Feiras e Congressos, e apoio do Coren-SP e da

Realizada entre os dias 04 e 07 de outubro no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, a primeira edição da Expo Enfermagem atraiu 7.000 profissionais do setor, entre enfer-meiros, técnicos, auxiliares e corpo clínico de estabelecimentos de saúde. O evento congregou uma feira de produ-

AMB, a Expo Enfermagem – Feira Internacional de Produtos, Serviços e Capacitação Profissional para Enferma-gem trouxe uma proposta inovadora para a área de saúde: reunir em um único evento, tanto profissionais do setor de Enfermagem, como os de Medicina para a realização de debates em torno das

desenvolvimento técnico, científico, cultural e acima de tudo, ético no contexto da profissão”, destaca o presidente do Coren-SP.Um dos grandes destaques da programação do Fórum do Coren-SP e do Fórum da AMB foi o tema Fundamen-tos da Resposta ao Desastre, que contou com cursos e palestras com especialistas americanos. A iniciativa inédita e inovadora das entidades em discutir esse tipo de atendimento atraiu muitos profissionais de saúde, interessa-dos em adquirir e aprimorar conhecimen-tos sobre ações e cuidados em situações de desastres e catástrofes.O Espaço do Cape - Centro de Aprimora-mento Profissional de Enfermagem do Coren-SP, levou para a Expo Enferma-gem uma parte de seus recursos de treinamento e de simulação. Ao todo foram 45 aulas gratuitas em três laboratórios temáticos: Saúde da Mulher, Emergências e Habilidades. “Os enfermeiros, médicos e técnicos que visitaram a Expo Enfermagem encontraram diversas opções para a sua

capacitação. O conhecimento é primor-dial para aprimorar o trabalho e ferramenta fundamental para o cresci-mento profissional", disse a Dra. Waleska Santos.

INDÚSTRIA E PROFISSIONAISEm seus quatro dias, a Expo Enferma-gem também cumpriu seu objetivo de aproximar empresas e profissionais do setor. Os 69 expositores tiveram a oportunidade de mostrar seus produtos, equipamentos e serviços e trocar informações diretamente com enfer-meiros, técnicos, auxiliares e corpo clínico. Foi um momento especial para obter feedback e ampliar relacionamento com os profissionais que utilizam os produtos e equipamentos dentro dos estabelecimentos de saúde e estão aptos para avaliar as novidades.Essa proposta foi aceita pelas empresas. Edmir Costa, especialista clínico da Maquet, afirmou que a participação na Expo Enfermagem funcionou como estratégia de fixação de marca e aproxi-mou os enfermeiros da empresa. “Isso é fundamental, pois estes profissionais são formadores de opinião e assumem responsabilidades crescentes nos hospi-tais. No caso da nossa empresa, o primeiro contato nos hospitais é feito com a equipe multidisciplinar na qual o enfermeiro é parte integrante.”Rosangela Rosa, gerente comercial da Kolplast, disse que a empresa também buscou na Expo Enfermagem relaciona-mento com o corpo de enfermeiros, levando informações sobre a melhor forma de uso dos produtos. “O evento possibilitou esse contato e temos certeza de que as informações trocadas vão ajudar os enfermeiros a otimizar seu tempo na rotina hospitalar".

melhores práticas de atendimento aos pacientes. A presidente da Hospitalar e da Expo Enfermagem, Dra. Waleska Santos, ressaltou que “com essa reunião, o Coren-SP e a AMB deram uma demons- tração generosa e solidária de respon-sabilidade no desempenho de suas atividades junto ao paciente. Nesse contexto, nós da Hospitalar sentimo-nos profissionalmente gratificados por sermos parceiros nesta iniciativa, que visa dar mais projeção e valorização aos médicos e enfermeiros”.A importância da realização da I Expo Enfermagem foi destacada pelo presidente do Coren-SP, Cláudio Porto. “É a primeira vez no Brasil que vemos Enfermagem e Medicina compartilhando experiências e temas científicos de interesse corporativo, quebrando paradigmas existentes, em beneficio de nossa Sociedade”, comentou Porto.De acordo com Porto, o evento é um estímulo para a valorização e o desen-volvimento do profissional de enferma-gem. “A classe deve investir nos próximos anos, principalmente, no

Evento reuniu pela primeira vez enfermeiros e médicos em busca de capacitação e troca de experiências

ENFERMAGEM1ª EXPO

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tos, equipamentos e serviços, paralela-mente ao 2º Fórum de Enfermagem do Coren-SP - Conselho Regional de Enfer-magem de São Paulo e o 1º Fórum Brasileiro de Medicina, realizado pela AMB - Associação Médica Brasileira.Com a organização da Hospitalar – Feiras e Congressos, e apoio do Coren-SP e da

Realizada entre os dias 04 e 07 de outubro no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, a primeira edição da Expo Enfermagem atraiu 7.000 profissionais do setor, entre enfer-meiros, técnicos, auxiliares e corpo clínico de estabelecimentos de saúde. O evento congregou uma feira de produ-

AMB, a Expo Enfermagem – Feira Internacional de Produtos, Serviços e Capacitação Profissional para Enferma-gem trouxe uma proposta inovadora para a área de saúde: reunir em um único evento, tanto profissionais do setor de Enfermagem, como os de Medicina para a realização de debates em torno das

desenvolvimento técnico, científico, cultural e acima de tudo, ético no contexto da profissão”, destaca o presidente do Coren-SP.Um dos grandes destaques da programação do Fórum do Coren-SP e do Fórum da AMB foi o tema Fundamen-tos da Resposta ao Desastre, que contou com cursos e palestras com especialistas americanos. A iniciativa inédita e inovadora das entidades em discutir esse tipo de atendimento atraiu muitos profissionais de saúde, interessa-dos em adquirir e aprimorar conhecimen-tos sobre ações e cuidados em situações de desastres e catástrofes.O Espaço do Cape - Centro de Aprimora-mento Profissional de Enfermagem do Coren-SP, levou para a Expo Enferma-gem uma parte de seus recursos de treinamento e de simulação. Ao todo foram 45 aulas gratuitas em três laboratórios temáticos: Saúde da Mulher, Emergências e Habilidades. “Os enfermeiros, médicos e técnicos que visitaram a Expo Enfermagem encontraram diversas opções para a sua

capacitação. O conhecimento é primor-dial para aprimorar o trabalho e ferramenta fundamental para o cresci-mento profissional", disse a Dra. Waleska Santos.

INDÚSTRIA E PROFISSIONAISEm seus quatro dias, a Expo Enferma-gem também cumpriu seu objetivo de aproximar empresas e profissionais do setor. Os 69 expositores tiveram a oportunidade de mostrar seus produtos, equipamentos e serviços e trocar informações diretamente com enfer-meiros, técnicos, auxiliares e corpo clínico. Foi um momento especial para obter feedback e ampliar relacionamento com os profissionais que utilizam os produtos e equipamentos dentro dos estabelecimentos de saúde e estão aptos para avaliar as novidades.Essa proposta foi aceita pelas empresas. Edmir Costa, especialista clínico da Maquet, afirmou que a participação na Expo Enfermagem funcionou como estratégia de fixação de marca e aproxi-mou os enfermeiros da empresa. “Isso é fundamental, pois estes profissionais são formadores de opinião e assumem responsabilidades crescentes nos hospi-tais. No caso da nossa empresa, o primeiro contato nos hospitais é feito com a equipe multidisciplinar na qual o enfermeiro é parte integrante.”Rosangela Rosa, gerente comercial da Kolplast, disse que a empresa também buscou na Expo Enfermagem relaciona-mento com o corpo de enfermeiros, levando informações sobre a melhor forma de uso dos produtos. “O evento possibilitou esse contato e temos certeza de que as informações trocadas vão ajudar os enfermeiros a otimizar seu tempo na rotina hospitalar".

melhores práticas de atendimento aos pacientes. A presidente da Hospitalar e da Expo Enfermagem, Dra. Waleska Santos, ressaltou que “com essa reunião, o Coren-SP e a AMB deram uma demons- tração generosa e solidária de respon-sabilidade no desempenho de suas atividades junto ao paciente. Nesse contexto, nós da Hospitalar sentimo-nos profissionalmente gratificados por sermos parceiros nesta iniciativa, que visa dar mais projeção e valorização aos médicos e enfermeiros”.A importância da realização da I Expo Enfermagem foi destacada pelo presidente do Coren-SP, Cláudio Porto. “É a primeira vez no Brasil que vemos Enfermagem e Medicina compartilhando experiências e temas científicos de interesse corporativo, quebrando paradigmas existentes, em beneficio de nossa Sociedade”, comentou Porto.De acordo com Porto, o evento é um estímulo para a valorização e o desen-volvimento do profissional de enferma-gem. “A classe deve investir nos próximos anos, principalmente, no

É a primeira vez no Brasil que vemos

Enfermagem e Medicina

compartilhando experiências

Cláudio Porto, Presidente do Conselho Regional de Enfermagem (SP)

EMPRESAS EXPOSITORAS

A EXPOENFERMAGEM EM NÚMEROS

69PROFISSIONAISPARTICIPANTES

7000

PRÓXIMAEDIÇÃO

3 a 6 deoutubro

Palácio deconvençõesdo Anhembi

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30 IMAGENS: Assessorias de imprensa - Unidas - Expoenfermagem - Fenasaúde - AmilWWW.SAUDESA.COM.BR

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José Cechin - Diretor Executivo da FenaSaúde, economista Andre Médici, Márcio Coriolano - Presidente da FenaSaúde e Marco Antônio Antunes, da SulAmérica, durante o Workshop para jornalistas realizado pela FenaSaúde no dia 08 de novembro, em São Paulo.

Denise Rodrigues Eloi de Brito, presidente da UNIDAS, durante o 14º Congresso da entidade realizado nos dias 21 e 22 de novembro na Capital Paulista.

Jim Champy, uma das maiores autoridades do mundo em gestão, palestrando no Health Care Summit 2011, no dia 07 de novembro em São Paulo. O encontro foi organizado pela Amil.

Jornalistas de todo o Brasil participaram do Workshop com diretores da FenaSaúde e o economista André Medici, para debater o crescimento do envelhecimento da população brasileira.

Especialistas debatem assuntos de relevãncia para as autogestões no 14º Congresso da UNIDAS.

I ExpoEnfermagem, realizado em São Paulo nos dias 04 e 07 de outubro reuniu cerca de 07 mil médicos e enfermeiros em busca de capacitação e troca de experiências.

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Fatos & Fotos

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“Quando eu percebi, ela já estava lá.Meus movimentos fi caram mais lentos, comecei a tremer. Procurei um médico,

e ele diagnosticou.”Paulo Borges, 55 anos, professor.

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32 IMAGENS: Neuza NakaharaWWW.SAUDESA.COM.BR

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presidente da Unidas, é necessário investir em programas de prevenção e promoção da saúde. O estudo revelou que, em despesas hospitalares, 49,3% dos gastos são destinados para compra de insumos, órteses, próteses e medica-mentos. “O resultado confirma a análise da Unidas sobre a distorção do pagamento do sistema”, comenta Denise Eloi, “já que o hospital gasta muito mais pela venda de materiais e medicação do que pela prestação de serviços”, relata.Na tarde do segundo dia de congresso, a promoção à saúde e prevenção de doen-ças foi mote, cujo painel objetivava ‘rede-senhar o modelo à luz da integralidade’. Martha Oliveira, gerente geral de regula-ção assistencial da ANS, traçou um panorama do envelhecimento populacio-nal e destacou a importância de os planos trabalharem com estratégias de promoção e prevenção aos beneficiários. “Um dos fatores de maior fidelização na saúde suplementar é programa de prevenção e promoção”, completa.Durante sua explanação, Henio Braga Júnior, gerente da Cassi/DF (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil – regional DF), afirmou que, para funcionar os programas de promoção e prevenção de doenças, é necessário integrar de forma articulada os serviços de Saúde, enfocando o indivíduo e não apenas a doença já instalada.O painel que encerrou o congresso teve como temática a ‘garantia de atendi-mento dos beneficiários de planos de

saúde (RN 259, amparada pela RN 268), com as contribuições de Sandro Leal Alves, gerente técnico da Fenasaúde, José Ramon, presidente da Associação Médica do Rio de Janeiro e Flávio Dias de Abreu, diretor técnico da Unidas. Abreu levantou a questão de rever normas, prestação e serviços e custos do setor, que se tornam arcabouços que impedem uma integralidade na gestão e consequentemente o atendimento pleno às vidas. “Esses ‘incentivos oblíquos’, com viés de interposição, geram graves pressões em quem faz gestão da Saúde. Isso ocorre cotidianamente no País, principalmente emanados na agência reguladora”, ressalta o diretor técnico da entidade.Paralelo ao congresso, houve a 11ª Feira de Produtos e Serviços para Planos de Saúde, com stands de empresas que apresentaram recentes inovações e soluções tecnológicas de gestão do segmento.

pequenas e médias operadoras e repre-sentante da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo). “A tese que defendo é a necessidade de rever a RN 274, o que não significa não concor-dar com ela. Ela trouxe coisas boas, mas talvez seja preciso ver os diferentes players do mercado, como eles se inserem nessa regulação e seu tempo de implantação”, ilustra o profissional. Para ele, a atual regulação nos moldes em que ela vinha sendo efetivada inviabi-lizaria, em curto ou médio prazo, as pequenas e médias operadoras, portanto seria necessária uma nova legislação. “Pela primeira vez, com a RN 274 pode- remos ter reduções de custeio. É o reco- nhecimento das pequenas e médias OPS para o sistema como um todo”, conta Cleudes Cerqueira de Freitas, diretor administrativo-financeiro da Unidas que proferiu a última palestra do painel da manhã. Embora o avanço, analisa Freitas, ainda a ANS exige uma série de relatórios gerenciais, o que demanda muito dessas operadoras (RN 277/10).Encerrando o primeiro dia de debates, foi divulgada a 12ª Pesquisa Nacional Unidas, elaborada em parceria com o CPES (Centro Paulista de Economia da Saúde), da Unifesp. A amostragem foi de 2010 com 48 operadoras consultadas, que representam 3,2 milhões de vidas. A pesquisa apontou que as autogestões, em todo o sistema suplementar, detêm 11,2% dos beneficiários idosos (22,3% só na modalidade). Para Denise Eloi,

também deputado federal André Zacha-row, presente no evento. Para Dado, a lei 9656 não observou que a formação das autogestões se deu por uma ‘ausência’ do Estado no cumpri-mento do dever constitucional em prestar em assistência à Saúde ou pela baixa qualidade. “Isso se constituiu num suporte dessa assistência e, portanto, numa diminuição do ônus do Estado para com aqueles assistidos”, comenta o deputado. Ele exemplificou citando uma empresa que tem um plano de saúde próprio e seus funcionários como beneficiários, e, ao fazê-lo, essa empresa passou a custear a assistência, desonerando o Estado de cumprir com o seu dever constitucional. “Essa desoneração é plena e irrestrita porque quase todos os planos de Saúde desse segmento já tinham, em suas relações entre beneficiário e operadora, uma amplitude maior do que aquela ensejada pelo marco regulatório estabelecido pela lei 9656. É preciso ter a diferenciação dos planos comerciais dos planos de caráter humanitário, que é o caso das entidades da Unidas”, argumenta. O próximo painel tratou dos impactos da regulação para pequenas e médias operadoras. Leandro Fonseca da Silva, diretor adjunto de normas e habilitação de operadoras da ANS, observou que aproximadamente 71% das operadoras têm até 20 mil vidas. “O grande desafio das pequenas e médias operadoras está na insolvência. Por esta razão foram feitas a RN 274 - estabelece tratamento diferenciado paras pequenas e médias operadoras -, e 277, que trata da acredita-ção das operadoras, a fim de intensificar sua fiscalização em prol da qualidade de assistência aos beneficiários”, salienta.A próxima palestra foi com Cyro Alves de Britto Filho, coordenador da comissão de

difícil separarmos o que é público ou privado na Saúde. É preciso uma aborda-gem mais ampla e que interaja. Não podemos ter apenas uma lei que atenda demandas de cidades como, por exem-plo, Ribeirão Preto (SP), que tem cerca de 60% da população coberta por plano de saúde e Altamira (PA), que pode não chegar a 5%, 6% com plano”, argumenta.O primeiro painel do evento, presidido por Maria Beatriz Silva, vice-presidente da Unidas, falou sobre ‘O marco regulatório da Saúde Suplementar’. Maurício Ceschin, presidente da ANS, divulgou que a agência está em busca de facilitar o entendimento dos beneficiários, com a inserção do chamado “Rol Pop”, uma ferramenta de consulta disponível no site da agência sobre procedimentos cobertos pelos planos ao usuário.Também destacou a importância das autogestões no cenário da Saúde Suple-mentar. “O custo da Saúde, bem como o sistema suplementar, precisa constante-mente de mudanças, adequações e os marcos regulatórios devem também ser revistos, sempre. Não se deve coibir o que já se tem no setor da saúde, princi-palmente nas autogestões, que detém uma forte parcela de beneficiários idosos”, analisou Ceschin, completando: “A questão não é criar um marco regulatório para completar o cenário, mas para garantir a segurança e integrali-dade dos usuários. O acesso à saúde é essencial e a autogestão tem a percep-ção ativa disso. É preciso tecnologia e financiamento para sustentar o sistema”.Muito aclamado pelo público, o depu-tado federal João Eduardo Dado Leite de Carvalho palestrou sobre o projeto de lei que tramita no Congresso para rever e avaliar o Sistema de Saúde Suplementar, cuja Subcomissão Especial de Saúde Suplementar da Câmara é presidida pelo

A Saúde Suplementar cobre, atualmente, cerca de um quarto da popu-lação brasileira, e 8,6% do PIB brasileiro é gasto com saúde. As autogestões acolhem atualmente 22,3% de idosos no universo de beneficiários e, até 2050, teremos mais idosos que jovens no planeta. Estes são apenas alguns aspec-tos da realidade em que está mergul-hado o setor da Saúde e nortearam os debates do 14° Congresso Nacional Unidas, promovido pela União das Instituições de Autogestão em Saúde nos dias 21 e 22 de novembro, no hotel Maksoud Plaza, na capital paulista (SP). Com o tema ‘Inovações e Desafios da Saúde Suplementar’ e dividido em sete painéis, o congresso contou com a presença de representantes de operado-ras, governo e parlamentares e abriu espaço para discussão de assuntos pertinentes ao setor, como os impactos da nova regulação para as pequenas e médias operadoras, a incorporação tecnológica e a sustentabilidade do sistema, bem como mecanismos de melhores práticas de gestão, modelos assistenciais e garantia de atendimento, segundo a RN 259 da ANS. Capitaneado por Denise Eloi, presidente da Unidas, o início dos trabalhos do primeiro dia de congresso ocorreram com a palestra do assessor especial do ministro da Saúde, Fausto Pereira dos Santos, cujo tema foi ‘O Sistema de Saúde do Brasil – Construindo Parcerias Inovadoras’. Para Santos, os sistemas público e privado de saúde não deveriam ser desvinculados um do outro e sim andarem em convergência, o que garan-tiria um atendimento pleno à população. Ele citou a lei 9656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e não trabalha com essa relação. “No futuro, será muito

Desafios e impactos regulatórios às operadoras foram a tônica das discussões

14º CONGRESSONACIONAL UNIDASPor Keli Vasconcelos

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presidente da Unidas, é necessário investir em programas de prevenção e promoção da saúde. O estudo revelou que, em despesas hospitalares, 49,3% dos gastos são destinados para compra de insumos, órteses, próteses e medica-mentos. “O resultado confirma a análise da Unidas sobre a distorção do pagamento do sistema”, comenta Denise Eloi, “já que o hospital gasta muito mais pela venda de materiais e medicação do que pela prestação de serviços”, relata.Na tarde do segundo dia de congresso, a promoção à saúde e prevenção de doen-ças foi mote, cujo painel objetivava ‘rede-senhar o modelo à luz da integralidade’. Martha Oliveira, gerente geral de regula-ção assistencial da ANS, traçou um panorama do envelhecimento populacio-nal e destacou a importância de os planos trabalharem com estratégias de promoção e prevenção aos beneficiários. “Um dos fatores de maior fidelização na saúde suplementar é programa de prevenção e promoção”, completa.Durante sua explanação, Henio Braga Júnior, gerente da Cassi/DF (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil – regional DF), afirmou que, para funcionar os programas de promoção e prevenção de doenças, é necessário integrar de forma articulada os serviços de Saúde, enfocando o indivíduo e não apenas a doença já instalada.O painel que encerrou o congresso teve como temática a ‘garantia de atendi-mento dos beneficiários de planos de

saúde (RN 259, amparada pela RN 268), com as contribuições de Sandro Leal Alves, gerente técnico da Fenasaúde, José Ramon, presidente da Associação Médica do Rio de Janeiro e Flávio Dias de Abreu, diretor técnico da Unidas. Abreu levantou a questão de rever normas, prestação e serviços e custos do setor, que se tornam arcabouços que impedem uma integralidade na gestão e consequentemente o atendimento pleno às vidas. “Esses ‘incentivos oblíquos’, com viés de interposição, geram graves pressões em quem faz gestão da Saúde. Isso ocorre cotidianamente no País, principalmente emanados na agência reguladora”, ressalta o diretor técnico da entidade.Paralelo ao congresso, houve a 11ª Feira de Produtos e Serviços para Planos de Saúde, com stands de empresas que apresentaram recentes inovações e soluções tecnológicas de gestão do segmento.

pequenas e médias operadoras e repre-sentante da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo). “A tese que defendo é a necessidade de rever a RN 274, o que não significa não concor-dar com ela. Ela trouxe coisas boas, mas talvez seja preciso ver os diferentes players do mercado, como eles se inserem nessa regulação e seu tempo de implantação”, ilustra o profissional. Para ele, a atual regulação nos moldes em que ela vinha sendo efetivada inviabi-lizaria, em curto ou médio prazo, as pequenas e médias operadoras, portanto seria necessária uma nova legislação. “Pela primeira vez, com a RN 274 pode- remos ter reduções de custeio. É o reco- nhecimento das pequenas e médias OPS para o sistema como um todo”, conta Cleudes Cerqueira de Freitas, diretor administrativo-financeiro da Unidas que proferiu a última palestra do painel da manhã. Embora o avanço, analisa Freitas, ainda a ANS exige uma série de relatórios gerenciais, o que demanda muito dessas operadoras (RN 277/10).Encerrando o primeiro dia de debates, foi divulgada a 12ª Pesquisa Nacional Unidas, elaborada em parceria com o CPES (Centro Paulista de Economia da Saúde), da Unifesp. A amostragem foi de 2010 com 48 operadoras consultadas, que representam 3,2 milhões de vidas. A pesquisa apontou que as autogestões, em todo o sistema suplementar, detêm 11,2% dos beneficiários idosos (22,3% só na modalidade). Para Denise Eloi,

também deputado federal André Zacha-row, presente no evento. Para Dado, a lei 9656 não observou que a formação das autogestões se deu por uma ‘ausência’ do Estado no cumpri-mento do dever constitucional em prestar em assistência à Saúde ou pela baixa qualidade. “Isso se constituiu num suporte dessa assistência e, portanto, numa diminuição do ônus do Estado para com aqueles assistidos”, comenta o deputado. Ele exemplificou citando uma empresa que tem um plano de saúde próprio e seus funcionários como beneficiários, e, ao fazê-lo, essa empresa passou a custear a assistência, desonerando o Estado de cumprir com o seu dever constitucional. “Essa desoneração é plena e irrestrita porque quase todos os planos de Saúde desse segmento já tinham, em suas relações entre beneficiário e operadora, uma amplitude maior do que aquela ensejada pelo marco regulatório estabelecido pela lei 9656. É preciso ter a diferenciação dos planos comerciais dos planos de caráter humanitário, que é o caso das entidades da Unidas”, argumenta. O próximo painel tratou dos impactos da regulação para pequenas e médias operadoras. Leandro Fonseca da Silva, diretor adjunto de normas e habilitação de operadoras da ANS, observou que aproximadamente 71% das operadoras têm até 20 mil vidas. “O grande desafio das pequenas e médias operadoras está na insolvência. Por esta razão foram feitas a RN 274 - estabelece tratamento diferenciado paras pequenas e médias operadoras -, e 277, que trata da acredita-ção das operadoras, a fim de intensificar sua fiscalização em prol da qualidade de assistência aos beneficiários”, salienta.A próxima palestra foi com Cyro Alves de Britto Filho, coordenador da comissão de

difícil separarmos o que é público ou privado na Saúde. É preciso uma aborda-gem mais ampla e que interaja. Não podemos ter apenas uma lei que atenda demandas de cidades como, por exem-plo, Ribeirão Preto (SP), que tem cerca de 60% da população coberta por plano de saúde e Altamira (PA), que pode não chegar a 5%, 6% com plano”, argumenta.O primeiro painel do evento, presidido por Maria Beatriz Silva, vice-presidente da Unidas, falou sobre ‘O marco regulatório da Saúde Suplementar’. Maurício Ceschin, presidente da ANS, divulgou que a agência está em busca de facilitar o entendimento dos beneficiários, com a inserção do chamado “Rol Pop”, uma ferramenta de consulta disponível no site da agência sobre procedimentos cobertos pelos planos ao usuário.Também destacou a importância das autogestões no cenário da Saúde Suple-mentar. “O custo da Saúde, bem como o sistema suplementar, precisa constante-mente de mudanças, adequações e os marcos regulatórios devem também ser revistos, sempre. Não se deve coibir o que já se tem no setor da saúde, princi-palmente nas autogestões, que detém uma forte parcela de beneficiários idosos”, analisou Ceschin, completando: “A questão não é criar um marco regulatório para completar o cenário, mas para garantir a segurança e integrali-dade dos usuários. O acesso à saúde é essencial e a autogestão tem a percep-ção ativa disso. É preciso tecnologia e financiamento para sustentar o sistema”.Muito aclamado pelo público, o depu-tado federal João Eduardo Dado Leite de Carvalho palestrou sobre o projeto de lei que tramita no Congresso para rever e avaliar o Sistema de Saúde Suplementar, cuja Subcomissão Especial de Saúde Suplementar da Câmara é presidida pelo

A Saúde Suplementar cobre, atualmente, cerca de um quarto da popu-lação brasileira, e 8,6% do PIB brasileiro é gasto com saúde. As autogestões acolhem atualmente 22,3% de idosos no universo de beneficiários e, até 2050, teremos mais idosos que jovens no planeta. Estes são apenas alguns aspec-tos da realidade em que está mergul-hado o setor da Saúde e nortearam os debates do 14° Congresso Nacional Unidas, promovido pela União das Instituições de Autogestão em Saúde nos dias 21 e 22 de novembro, no hotel Maksoud Plaza, na capital paulista (SP). Com o tema ‘Inovações e Desafios da Saúde Suplementar’ e dividido em sete painéis, o congresso contou com a presença de representantes de operado-ras, governo e parlamentares e abriu espaço para discussão de assuntos pertinentes ao setor, como os impactos da nova regulação para as pequenas e médias operadoras, a incorporação tecnológica e a sustentabilidade do sistema, bem como mecanismos de melhores práticas de gestão, modelos assistenciais e garantia de atendimento, segundo a RN 259 da ANS. Capitaneado por Denise Eloi, presidente da Unidas, o início dos trabalhos do primeiro dia de congresso ocorreram com a palestra do assessor especial do ministro da Saúde, Fausto Pereira dos Santos, cujo tema foi ‘O Sistema de Saúde do Brasil – Construindo Parcerias Inovadoras’. Para Santos, os sistemas público e privado de saúde não deveriam ser desvinculados um do outro e sim andarem em convergência, o que garan-tiria um atendimento pleno à população. Ele citou a lei 9656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde e não trabalha com essa relação. “No futuro, será muito

Não se deve coibir o que já se tem no

setor, principalmente nas auto-gestões que

possuem muitos beneficiários idosos.

Maurício Ceschin, Presidente da ANS.

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34 IMAGENS: Divulgação - AMILWWW.SAUDESA.COM.BR

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Com o seguinte questionamento: “Será que o processo industrial pode ser empregado na saúde?” Champy chamou a atenção para as mudanças comporta-mentais nas empresas de saúde e o seu potencial para atingir a trindade sagrada: redução de custos, melhoria no atendi-mento e mais acesso. Citando o exem-plo de uma empresa de apólice de seguros norte-americana, que levava 24 dias para gerar a apólice, descobriu-se que o tempo real necessário para gerar a apólice era de um minuto, ou seja, todo o tempo restante era gerado devido ao processo burocrático interno, já que a apólice tinha que passar por 14 departa-mentos antes de ser liberada.Para Champy, os modelos de gestão, principalmente na área de saúde, devem ser repensados drasticamente. “Precisa-mos buscar melhorias de 50%, 100%, não de apenas 10%. Hoje com os avanços de tecnologia e a internet podemos obter esses resulta-dos de forma muito mais factível”, afirmou, lembrando que

Gestores da saúde de todo o Brasil tiveram a oportunidade de conhecer novas idéias e conceitos durante o Health Care Summit 2011, palestra promovida pela Amil, dentro do HSM Expomanagement 2011, em São Paulo. O encontro realizado no dia 07 de novembro no Transamérica ExpoCenter teve a participação de dois dos maiores nomes da gestão no mundo. Kent Seltman, que foi diretor de marketing da Clínica Mayo durante 16 anos, editor da revista Health Services Marketing e autor do best-seller As Lições de Gestão da Clínica Mayo. Jim Champy é consi- derado uma das maiores autoridades internacionais em gestão e autor dos livros Reengineering Health Care e Reengenharia - Revolucionando a Empresa, obra que vendeu mais de 3 milhões de exemplares pelo mundo.Segundo Jim Champy, apesar de impor-tante, a reforma do sistema de saúde norte-americano, aprovada pelo Congresso em 2010, não teve o debate necessário para que ele seja realmente eficaz, barato e seguro. “O foco do debate deveria ser não somente no custo da saúde, mas também nas pessoas”, o que segundo o especialista não ocorreu.

dentro de um hospital para um interna-mento de três dias, um paciente tem contato com cerca de vinte e quatro pessoas desde o primeiro atendimento até a sua alta.O especialista disse que não acredita na escassez de idéias na saúde, mas que o modelo de gestão precisa ser repen-sado, pois somente recursos não garantem uma boa qualidade no atendi-mento e um maior acesso ao sistema, mas boas idéias aliadas a recursos s u f i c i e n t e s podem trazer bons resulta-dos na

Norte (EUA), que conseguiu reduzir o retorno de incidência de eventos com medicamentos de 18% para 4% em pacientes maiores de 65 anos. Perce-bendo que muitos desses retornos eram pela falta de informação do paciente na hora de tomar os medicamentos, o hospital colocou um farmacêutico para ligar para estes pacientes a cada dois dias lembrando-os de tomar os medica-mentos.Para finalizar o encontro, Champy desta-cou que para ele “A tecnologia não é a mudança final, mas sim um disponibiliza-dor da mudança”, destacando que as mudanças a reengenharia de processos devem envolver a trindade: tecnologia, processos e pessoas. Além da utilização de sistemas de informação como ferramenta de melho-ria da gestão, o especialista destacou pequenas ações como conversas constantes entre os diversos setores do hospital podem servir de início para verdadeiras revoluções de gestão. “É

preciso haver diálogo entre todos os protagonistas, pois pequenas mudanças comportamentais podem melhorar todo o processo. É preciso combinar pessoas, processos e tecnologia”. Citando como exemplo o Novant Helth na Carolina do Norte (EUA), que conseguiu reduzir o retorno de incidência de eventos com medicamentos de 18% para 4% em pacientes maiores de 65 anos. Perce-bendo que muitos desses retornos eram pela falta de informação do paciente na hora de tomar os medicamentos, o hospital colocou um farmacêutico para ligar para estes pacientes a cada dois dias lembrando-os de tomar os medica-mentos.Para finalizar o encontro, Champy desta-cou que para ele “A tecnologia não é a mudança final, mas sim um disponibiliza-dor da mudança”, destacando que as mudanças a reengenharia de processos mudanças a balalaica processos devem envolver a trindade: tecnologia, proces-sos e pessoas.

gestão em saúde. Champy destacou os

avanços ocorridos na ciência e tecnologia nos ramos da

medicina e saúde nos últimos anos que, a longo prazo, podem

ajudar a reduzir os custos assistenci-ais, mas a curto prazo são responsáveis pelo aumento dos custos. “Hoje há mais pressão por um bom desempenho, ou seja, os gestores precisam fazer mais com menos”. Além da utilização de sistemas de informação como ferramenta de melho-ria da gestão, o especialista destacou pequenas ações como conversas constantes entre os diversos setores do hospital podem servir de início para verdadeiras revoluções de gestão. “É preciso haver diálogo entre todos os protagonistas, pois pequenas mudanças comportamentais podem melhorar todo o processo. É preciso combinar pessoas, processos e tecnologia”. Citando como exemplo o Novant Helth na Carolina do

Palestrantes internacionais debatem novos conceitos no Health Care Summit 2011

DA SAÚDEREENGENHARIA

Precisamos buscar

melhorias de 50,% 100%. Com os

avanços da te

cnologia e a in

ternet podemos obter

esses resultad

os de forma muito mais

factíve

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Com o seguinte questionamento: “Será que o processo industrial pode ser empregado na saúde?” Champy chamou a atenção para as mudanças comporta-mentais nas empresas de saúde e o seu potencial para atingir a trindade sagrada: redução de custos, melhoria no atendi-mento e mais acesso. Citando o exem-plo de uma empresa de apólice de seguros norte-americana, que levava 24 dias para gerar a apólice, descobriu-se que o tempo real necessário para gerar a apólice era de um minuto, ou seja, todo o tempo restante era gerado devido ao processo burocrático interno, já que a apólice tinha que passar por 14 departa-mentos antes de ser liberada.Para Champy, os modelos de gestão, principalmente na área de saúde, devem ser repensados drasticamente. “Precisa-mos buscar melhorias de 50%, 100%, não de apenas 10%. Hoje com os avanços de tecnologia e a internet podemos obter esses resulta-dos de forma muito mais factível”, afirmou, lembrando que

Gestores da saúde de todo o Brasil tiveram a oportunidade de conhecer novas idéias e conceitos durante o Health Care Summit 2011, palestra promovida pela Amil, dentro do HSM Expomanagement 2011, em São Paulo. O encontro realizado no dia 07 de novembro no Transamérica ExpoCenter teve a participação de dois dos maiores nomes da gestão no mundo. Kent Seltman, que foi diretor de marketing da Clínica Mayo durante 16 anos, editor da revista Health Services Marketing e autor do best-seller As Lições de Gestão da Clínica Mayo. Jim Champy é consi- derado uma das maiores autoridades internacionais em gestão e autor dos livros Reengineering Health Care e Reengenharia - Revolucionando a Empresa, obra que vendeu mais de 3 milhões de exemplares pelo mundo.Segundo Jim Champy, apesar de impor-tante, a reforma do sistema de saúde norte-americano, aprovada pelo Congresso em 2010, não teve o debate necessário para que ele seja realmente eficaz, barato e seguro. “O foco do debate deveria ser não somente no custo da saúde, mas também nas pessoas”, o que segundo o especialista não ocorreu.

dentro de um hospital para um interna-mento de três dias, um paciente tem contato com cerca de vinte e quatro pessoas desde o primeiro atendimento até a sua alta.O especialista disse que não acredita na escassez de idéias na saúde, mas que o modelo de gestão precisa ser repen-sado, pois somente recursos não garantem uma boa qualidade no atendi-mento e um maior acesso ao sistema, mas boas idéias aliadas a recursos s u f i c i e n t e s podem trazer bons resulta-dos na

Norte (EUA), que conseguiu reduzir o retorno de incidência de eventos com medicamentos de 18% para 4% em pacientes maiores de 65 anos. Perce-bendo que muitos desses retornos eram pela falta de informação do paciente na hora de tomar os medicamentos, o hospital colocou um farmacêutico para ligar para estes pacientes a cada dois dias lembrando-os de tomar os medica-mentos.Para finalizar o encontro, Champy desta-cou que para ele “A tecnologia não é a mudança final, mas sim um disponibiliza-dor da mudança”, destacando que as mudanças a reengenharia de processos devem envolver a trindade: tecnologia, processos e pessoas. Além da utilização de sistemas de informação como ferramenta de melho-ria da gestão, o especialista destacou pequenas ações como conversas constantes entre os diversos setores do hospital podem servir de início para verdadeiras revoluções de gestão. “É

preciso haver diálogo entre todos os protagonistas, pois pequenas mudanças comportamentais podem melhorar todo o processo. É preciso combinar pessoas, processos e tecnologia”. Citando como exemplo o Novant Helth na Carolina do Norte (EUA), que conseguiu reduzir o retorno de incidência de eventos com medicamentos de 18% para 4% em pacientes maiores de 65 anos. Perce-bendo que muitos desses retornos eram pela falta de informação do paciente na hora de tomar os medicamentos, o hospital colocou um farmacêutico para ligar para estes pacientes a cada dois dias lembrando-os de tomar os medica-mentos.Para finalizar o encontro, Champy desta-cou que para ele “A tecnologia não é a mudança final, mas sim um disponibiliza-dor da mudança”, destacando que as mudanças a reengenharia de processos mudanças a balalaica processos devem envolver a trindade: tecnologia, proces-sos e pessoas.

gestão em saúde. Champy destacou os

avanços ocorridos na ciência e tecnologia nos ramos da

medicina e saúde nos últimos anos que, a longo prazo, podem

ajudar a reduzir os custos assistenci-ais, mas a curto prazo são responsáveis pelo aumento dos custos. “Hoje há mais pressão por um bom desempenho, ou seja, os gestores precisam fazer mais com menos”. Além da utilização de sistemas de informação como ferramenta de melho-ria da gestão, o especialista destacou pequenas ações como conversas constantes entre os diversos setores do hospital podem servir de início para verdadeiras revoluções de gestão. “É preciso haver diálogo entre todos os protagonistas, pois pequenas mudanças comportamentais podem melhorar todo o processo. É preciso combinar pessoas, processos e tecnologia”. Citando como exemplo o Novant Helth na Carolina do

NOVOS MODELOS Para Jim Champy, os modelos de gestão em saúde precisam ser repensados drasticamente.

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36 WWW.SAUDESA.COM.BR

infecção hospitalar, em especial a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as Secretarias de Estado e associações, incluindo acreditadoras, como JCI (Joint Commission Interna-tional) e ONA (Organização Nacional de Acreditação), explica a infectologista Mirian Dalben, do Hospital Paulistano (SP). “A Anvisa tem resolução (n°2616/1998) que coloca a obrigatorie-dade da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais, e diversas outras que orientam aspectos técnicos, como processos de esteriliza-ção, construção hospitalar, visando a prevenção de infecções. As associações tem participação muito importante na educação dos profissionais e no debate sobre o controle de infecções”, explicou a infectologista.Além da CCIH, composta por equipes multidisciplinares que fazem a vigilância e prevenção das infecções hospitalares, a profissional acrescenta que existe o Programa de Controle de Infecção Hospi-talar (PCIH). Trata-se de uma série de ações desenvolvidas para controle das infecções, sendo elaborada e revisada periodicamente pela CCIH, adequando-se às exigências da norma, às boas práticas no cuidado com o paciente e política do hospital. Uma das soluções para controle e diminuição desse dilema nos hospitais está em rotinas ativas de limpeza e desinfecção, bem como educação e treinamento profissional no que se

Um cenário que inspira cuidados. Essa frase resume o panorama de casos de infecção hospitalar nos hospitais brasileiros. Estados como Bahia, Espírito Santo, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal sofreram com eventos do micro-organismo Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, mais conhecido como KPC. A bactéria multir-resistente produz enzimas (carba- penemases) que conseguem anular a ação de antibióticos usados nos tratamentos a pacientes debilitados.O índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19% e cerca de 100 mil pessoas morrem devido o problema todos os anos no Brasil, apontam dados da Associação Nacional de Biossegu-rança (ANbio). Para piorar o quadro, menos de 1% dos estabelecimentos de saúde (que possuem internação) contam com programas efetivos de biossegu-rança.

LEGISLAÇÃOO país conta com legislações e entidades específicas que normatizam e buscam padronizar o controle de

refere à higiene. Para o infectologista Marcos Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a limpeza ideal dos hospitais de todas as complexidades precisa ser realizada em todas as dependências, com atenção a locais mais suscetíveis à contaminação, como Centro Cirúrgico e UTI. “Há áreas consid-eradas críticas, que necessitam de limpeza e higienização mais constante, que seriam a UTI, Centro cirúrgico, área de lactantes e berçário. De modo geral, hospitais de alta complexidade são considerados mais contaminantes, devido à quantidade de pacientes em estado mais crítico, com diversas cirurg-ias e mais riscos de contaminação. Por estas razões, esses hospitais têm estru-tura, padrões e efetividade de seu CCIH para conter infecções e garantir o serviço de qualidade ao paciente.”, elucida Cyrillo.A adoção de medidas de higiene, além de diversos fatores, pode determinar a acentuação e diminuição do fluxo de infecção hospitalar. Nos Estados Unidos foi divulgada recentemente uma pesquisa dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) mostrando que o número de pacientes internados infectados por Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos (MRSA), diminuiu 18% em 2010 com relação a 2009, devido às medidas dos hospitais para higienização em seus estabeleci-mentos. Mesmo assim, estima-se que infecções do gênero são responsáveis 19 mil mortes anuais.

Especialistas defendem que uma das primeiras ações a serem tomadas para higienização está na lavagem apropriada das mãos, e isso vale tanto para visitan-tes, pacientes e os próprios profissionais de Saúde. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que a lavagem correta de mãos seja ainda a melhor maneira de se evitar contaminações e infecções, principalmente dentro dos hospitais. Essa higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel é um instru-mento preponderante para reduzir e muito o número de infecções dentro das instituições de Saúde. É preciso sempre que todos tenham consciência dessa ideia, seja população e profissionais.”, reforça Marcos Cyrillo, da SBI.No Hospital Paulistano, por exemplo, são realizados treinamentos e campanhas periódicas visando a segurança do paciente. Segundo a infectologista Mirian Dalben, os cuidados vão desde identificação do paciente, administração segura de medicações, observação de todos os passos para uma cirurgia segura, até prevenção de quedas, entre outros. Ela concorda sobre a conscien-tização da lavagem de mãos. “No Brasil, a maioria dos hospitais ainda tem níveis muito baixos de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de Saúde. Eles precisam atentar para higienização antes e após o contato com os pacientes, realização de procedimentos e a manipu-lação do ambiente ao redor dos pacien-tes. Por sua vez, os pacientes precisam assumir postura ativa, exigindo a higieni-zação das mãos dos profissionais que os atendem e dos visitantes”, finaliza.

Por Keli Vasconcelos

AMEAÇAINVISÍVELHigienização e conscientização são armas para evitar aumento de casos de infecção hospitalar e preservar a saúde de pacientes

GESTÃO | Saúde S/A

IMAGENS: OMS | Shutterstock

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infecção hospitalar, em especial a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as Secretarias de Estado e associações, incluindo acreditadoras, como JCI (Joint Commission Interna-tional) e ONA (Organização Nacional de Acreditação), explica a infectologista Mirian Dalben, do Hospital Paulistano (SP). “A Anvisa tem resolução (n°2616/1998) que coloca a obrigatorie-dade da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais, e diversas outras que orientam aspectos técnicos, como processos de esteriliza-ção, construção hospitalar, visando a prevenção de infecções. As associações tem participação muito importante na educação dos profissionais e no debate sobre o controle de infecções”, explicou a infectologista.Além da CCIH, composta por equipes multidisciplinares que fazem a vigilância e prevenção das infecções hospitalares, a profissional acrescenta que existe o Programa de Controle de Infecção Hospi-talar (PCIH). Trata-se de uma série de ações desenvolvidas para controle das infecções, sendo elaborada e revisada periodicamente pela CCIH, adequando-se às exigências da norma, às boas práticas no cuidado com o paciente e política do hospital. Uma das soluções para controle e diminuição desse dilema nos hospitais está em rotinas ativas de limpeza e desinfecção, bem como educação e treinamento profissional no que se

Um cenário que inspira cuidados. Essa frase resume o panorama de casos de infecção hospitalar nos hospitais brasileiros. Estados como Bahia, Espírito Santo, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal sofreram com eventos do micro-organismo Klebsiella Pneumoniae Carbapenemase, mais conhecido como KPC. A bactéria multir-resistente produz enzimas (carba- penemases) que conseguem anular a ação de antibióticos usados nos tratamentos a pacientes debilitados.O índice de infecção hospitalar varia entre 14% e 19% e cerca de 100 mil pessoas morrem devido o problema todos os anos no Brasil, apontam dados da Associação Nacional de Biossegu-rança (ANbio). Para piorar o quadro, menos de 1% dos estabelecimentos de saúde (que possuem internação) contam com programas efetivos de biossegu-rança.

LEGISLAÇÃOO país conta com legislações e entidades específicas que normatizam e buscam padronizar o controle de

refere à higiene. Para o infectologista Marcos Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a limpeza ideal dos hospitais de todas as complexidades precisa ser realizada em todas as dependências, com atenção a locais mais suscetíveis à contaminação, como Centro Cirúrgico e UTI. “Há áreas consid-eradas críticas, que necessitam de limpeza e higienização mais constante, que seriam a UTI, Centro cirúrgico, área de lactantes e berçário. De modo geral, hospitais de alta complexidade são considerados mais contaminantes, devido à quantidade de pacientes em estado mais crítico, com diversas cirurg-ias e mais riscos de contaminação. Por estas razões, esses hospitais têm estru-tura, padrões e efetividade de seu CCIH para conter infecções e garantir o serviço de qualidade ao paciente.”, elucida Cyrillo.A adoção de medidas de higiene, além de diversos fatores, pode determinar a acentuação e diminuição do fluxo de infecção hospitalar. Nos Estados Unidos foi divulgada recentemente uma pesquisa dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) mostrando que o número de pacientes internados infectados por Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos (MRSA), diminuiu 18% em 2010 com relação a 2009, devido às medidas dos hospitais para higienização em seus estabeleci-mentos. Mesmo assim, estima-se que infecções do gênero são responsáveis 19 mil mortes anuais.

Especialistas defendem que uma das primeiras ações a serem tomadas para higienização está na lavagem apropriada das mãos, e isso vale tanto para visitan-tes, pacientes e os próprios profissionais de Saúde. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que a lavagem correta de mãos seja ainda a melhor maneira de se evitar contaminações e infecções, principalmente dentro dos hospitais. Essa higiene das mãos com água e sabão ou álcool gel é um instru-mento preponderante para reduzir e muito o número de infecções dentro das instituições de Saúde. É preciso sempre que todos tenham consciência dessa ideia, seja população e profissionais.”, reforça Marcos Cyrillo, da SBI.No Hospital Paulistano, por exemplo, são realizados treinamentos e campanhas periódicas visando a segurança do paciente. Segundo a infectologista Mirian Dalben, os cuidados vão desde identificação do paciente, administração segura de medicações, observação de todos os passos para uma cirurgia segura, até prevenção de quedas, entre outros. Ela concorda sobre a conscien-tização da lavagem de mãos. “No Brasil, a maioria dos hospitais ainda tem níveis muito baixos de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de Saúde. Eles precisam atentar para higienização antes e após o contato com os pacientes, realização de procedimentos e a manipu-lação do ambiente ao redor dos pacien-tes. Por sua vez, os pacientes precisam assumir postura ativa, exigindo a higieni-zação das mãos dos profissionais que os atendem e dos visitantes”, finaliza.

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e diversas outras que orientam aspectos técnicos, como processos de esteriliza-ção, construção hospitalar, visando o controle e a prevenção de infecções. As associações tem participação muito importante na educação dos profissio- nais e no debate sobre o controle de infecções”, explicou a infectologista.Além da CCIH, composta por equipes multidisciplinares que fazem a vigilância e prevenção das infecções hospitalares, a profissional acrescenta que existe o

de infecção hospitalar, em especial a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as Secretarias de Estado e associações, incluindo acreditadoras, como JCI (Joint Commission Interna-tional) e ONA (Organização Nacional de Acreditação), explica a infectologista Mirian Dalben, do Hospital Paulistano (SP). “A Anvisa tem resolução (n°2616/1998) que coloca a obrigatorie-dade da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais,

Programa de Controle de Infecção Hospi-talar (PCIH). Trata-se de uma série de ações desenvolvidas para controle das infecções, sendo elaborada e revisada periodicamente pela CCIH, adequando-se às exigências da norma, às boas práticas no cuidado com o paciente e política do hospital.

HIGIENIZAÇÃOUma das soluções para controle e diminuição desse dilema nos hospitais

No Hospital Paulistano, por exemplo, são realizados treinamentos e campanhas periódicas visando a segurança do paciente. Segundo a infectologista Mirian Dalben, os cuidados vão desde identificação do paciente, administração segura de medicações, observação de todos os passos para uma cirurgia segura, até prevenção de quedas, entre outros. Ela concorda sobre a conscien-tização da lavagem de mãos. “No Brasil, a maioria dos hospitais ainda tem níveis muito baixos de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde. Eles precisam atentar para higienização antes e após o contato com os pacientes, realização de procedimentos e a manipu-lação do ambiente ao redor dos pacien-tes. Por sua vez, os pacientes precisam assumir postura ativa, exigindo a higieni-zação das mãos dos profissionais que os atendem e dos visitantes”, finaliza.

DIFICULDADES DE IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLEAs medidas de controle são de extrema importância, pois as infecções relaciona-das à assistência à saúde são as princi-pais causas de morbidade e mortalidade hospitalar gerando prejuízos aos pacien-tes e às instituições. No entanto, desde o início das primeiras comissões de controle de infecção hospitalar, encontra-se dificuldades para implementá-las.A medida mais simples e eficaz de controle de infecção é a higiene adequada das mãos nos hospitais. Entretanto, esta é uma ação que envolve comportamento humano e em geral os profissionais de saúde não superam o índice de 40% de adesão a higiene das mãos.Questões culturais podem dificultar a implementação de programas de controle de infecção hospitalar, já que as instituições de ensino não contemplam o assunto em suas grades curriculares. A

Manter um Sistema de Vigilância Epidemiológica;

Implementação e supervisão das normas e rotinas técnico-operacionais;

Capacitação do quadro de funcionário e profissionais da instituição;

Uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico-hospitalares;

Investigação epidemiológica de casos e surtos e implementação de medidas imediatas de controle;

Divulgação de relatórios para a autoridade máxima da instituição e para as chefias de todos os setores do hospital;

Limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento;

Realização de busca ativa de coleta de dados para Vigilância Epidemi-ológica;

Supervisionar obras e reformas e orientar profissionais envolvidos quanto aos riscos e medidas de controle de infecções hospitalares.

1. Higiene das mãos com álcool 70% 2. Uso adequado das medidas de precaução para evitar transmissão cruzada3. Uso racional de antimicrobianos;4. Assepsia em procedimentos invasivos; (utilização de sistemas fechados, assepsia do hub)5. Esterilização de materiais; (CME)6. Limpeza e desinfecção de ambientes.

está em rotinas ativas de limpeza e desinfecção, bem como educação e treinamento profissional no que se refere à higiene. Para o infectologista Marcos Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a limpeza ideal dos hospitais de todas as complexidades precisa ser realizada em todas as dependências, com atenção a locais mais suscetíveis à contaminação, como Centro Cirúrgico e UTI. “Há áreas consi- deradas críticas, que necessitam de limpeza e higienização mais constante, que seriam a UTI, Centro cirúrgico, área de lactantes e berçários. De modo geral, hospitais de alta complexidade são considerados mais contaminantes, devido à quantidade de pacientes em estado mais crítico, com diversas cirur- gias e mais riscos de contaminação. Por estas razões, esses hospitais têm estru-tura, padrões e efetividade de seu CCIH para conter infecções e garantir o serviço de qualidade ao paciente.”, elucida Cyrillo.A adoção de medidas de higiene, além de diversos fatores, pode determinar a acentuação e diminuição do fluxo de infecção hospitalar. Nos Estados Unidos foi divulgada recentemente uma pesquisa dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) mostrando que o número de pacientes internados infectados por Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos (MRSA), diminuiu 18% em 2010 com relação a 2009, devido às medidas dos hospitais para higienização em seus estabeleci-mentos. Mesmo assim, estima-se que infecções do gênero são responsáveis 19 mil mortes anuais. Especialistas defendem que uma das primeiras ações a serem tomadas para higienização está na lavagem apropriada das mãos, e isso vale tanto para visitan-tes, pacientes e os próprios profissionais de saúde. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que a higiene correta de mãos seja ainda a melhor maneira de se evitar contaminações e infecções, principalmente dentro dos hospitais. A higiene das mãos com água e sabão quando houver presença de sujidade visível ou contato com secreções corpóreas e principalmente com álcool 70% é um instrumento preponderante para reduzir e muito o número de infecções dentro das institu-ições de Saúde. É preciso sempre que todos tenham consciência dessa ideia, seja população e profissionais.”, reforça Marcos Cyrillo, da SBI.

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3

2

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ANTES DE CONTATO COMO PACIENTE

APÓS CONTATO COM O PACIENTE

APÓS CONTATO COM AS ÁREAS PRÓXIMAS AO PACIENTE

ANTES DA REALIZAÇÃODE PROCEDIMENTO ASSÉPTICO

APÓS RISCO DE EXPOSIÇÃO

A FLUIDOS CORPORAIS

A OMS agradece ao Hospital Universitário de Genebra (HUG), em especial aos membros do Programa de Controle de Infecção, pela participação ativa no desenvolvimento deste material.

A Organização Mundial de Saúde tomou todas as precauções cabíveis para verificar a informação contida neste informativo. Entretanto, o material publicado está sendo distribuído sem qualquer garantia expressa ou implícita. A responsabilidade pela interpretação e uso deste material é do leitor. A Organização Mundial de Saúde não se responsabilizará em hipótese alguma pelos danos provocados pelo seu uso.

Os 5 momentos para aHIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

1ANTES DE CONTATO COM O PACIENTE

QUANDO? Higienize as mãos antes de entrar em contato com o paciente.

POR QUÊ? Para a proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos presentes nas mãos do profissional e que podem causar infecções.

2 ANTES DA REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO ASSÉPTICO

QUANDO? Higienize as mãos imediatamente antes da realização de qualquer procedimento asséptico.

POR QUÊ? Para a proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos das mãos do profissional para o paciente, incluindo os microrganismos do próprio paciente.

3APÓS RISCO DE EXPOSIÇÃO A FLUIDOS CORPORAIS

QUANDO? Higienize as mãos imediatamente após risco de exposição a fluidos corporais (e após a remoção de luvas).

POR QUÊ? Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência imediatamente próximo ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.

4APÓS CONTATO COM O PACIENTE

QUANDO? Higienize as mãos após contato com o paciente, com as superfícies e objetos próximos a ele e ao sair do ambiente de assistência ao paciente.

POR QUÊ? Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência à saúde, incluindo as superfícies e os objetos próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente.

5 APÓS CONTATO COM AS ÁREAS PRÓXIMAS AO PACIENTE

QUANDO? Higienize as mãos após tocar qualquer objeto, mobília e outras superfícies nas proximidades do paciente – mesmo sem ter tido contato com o paciente .

POR QUÊ? Para a proteção do profissional e do ambiente de assistência à saúde, incluindo superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes.

OS 5 MOMENTOS PARAHIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS

educação continuada pode oferecer aperfeiçoamento e incentivo para melho-rar a realização de técnicas e procedi-mentos.As equipes multiprofissionais consid-eram o controle das IRAS uma função exclusiva da CCIH. Contudo, os princi-pais controladores são as equipes assis-tenciais, que estão em contato direto com os pacientes. A direção dos hospi-tais também tem papel central na imple-mentação dos programas de controle de infecção. As ações devem fazer parte da política institucional com conhecimento e envolvimento dos gestores neste processo. Medidas de

Controle de Infecção Hospitalar

Medidas Básicas de Prevenção de Infecção Hospitalar

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SOLUÇÃOSIMPLES

Mais de 40% dos profissionais da área

da saúde não executam a mais

simples das técnicas de prevenção de

infecções: lavar as mãos (OMS).

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e diversas outras que orientam aspectos técnicos, como processos de esteriliza-ção, construção hospitalar, visando o controle e a prevenção de infecções. As associações tem participação muito importante na educação dos profissio- nais e no debate sobre o controle de infecções”, explicou a infectologista.Além da CCIH, composta por equipes multidisciplinares que fazem a vigilância e prevenção das infecções hospitalares, a profissional acrescenta que existe o

de infecção hospitalar, em especial a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), as Secretarias de Estado e associações, incluindo acreditadoras, como JCI (Joint Commission Interna-tional) e ONA (Organização Nacional de Acreditação), explica a infectologista Mirian Dalben, do Hospital Paulistano (SP). “A Anvisa tem resolução (n°2616/1998) que coloca a obrigatorie-dade da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) nos hospitais,

Programa de Controle de Infecção Hospi-talar (PCIH). Trata-se de uma série de ações desenvolvidas para controle das infecções, sendo elaborada e revisada periodicamente pela CCIH, adequando-se às exigências da norma, às boas práticas no cuidado com o paciente e política do hospital.

HIGIENIZAÇÃOUma das soluções para controle e diminuição desse dilema nos hospitais

No Hospital Paulistano, por exemplo, são realizados treinamentos e campanhas periódicas visando a segurança do paciente. Segundo a infectologista Mirian Dalben, os cuidados vão desde identificação do paciente, administração segura de medicações, observação de todos os passos para uma cirurgia segura, até prevenção de quedas, entre outros. Ela concorda sobre a conscien-tização da lavagem de mãos. “No Brasil, a maioria dos hospitais ainda tem níveis muito baixos de adesão à higiene das mãos pelos profissionais de saúde. Eles precisam atentar para higienização antes e após o contato com os pacientes, realização de procedimentos e a manipu-lação do ambiente ao redor dos pacien-tes. Por sua vez, os pacientes precisam assumir postura ativa, exigindo a higieni-zação das mãos dos profissionais que os atendem e dos visitantes”, finaliza.

DIFICULDADES DE IMPLANTAÇÃO DAS MEDIDAS DE CONTROLEAs medidas de controle são de extrema importância, pois as infecções relaciona-das à assistência à saúde são as princi-pais causas de morbidade e mortali-dade hospitalar gerando prejuízos aos pacientes e às instituições. No entanto, desde o início das primeiras comissões de controle de infecção hospitalar, encontra-se dificuldades para implementá-las.A medida mais simples e eficaz de controle de infecção é a higiene adequada das mãos nos hospi-

está em rotinas ativas de limpeza e desinfecção, bem como educação e treinamento profissional no que se refere à higiene. Para o infectologista Marcos Cyrillo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a limpeza ideal dos hospitais de todas as complexidades precisa ser realizada em todas as dependências, com atenção a locais mais suscetíveis à contaminação, como Centro Cirúrgico e UTI. “Há áreas consi- deradas críticas, que necessitam de limpeza e higienização mais constante, que seriam a UTI, Centro cirúrgico, área de lactantes e berçários. De modo geral, hospitais de alta complexidade são considerados mais contaminantes, devido à quantidade de pacientes em estado mais crítico, com diversas cirur- gias e mais riscos de contaminação. Por estas razões, esses hospitais têm estru-tura, padrões e efetividade de seu CCIH para conter infecções e garantir o serviço de qualidade ao paciente.”, elucida Cyrillo.A adoção de medidas de higiene, além de diversos fatores, pode determinar a acentuação e diminuição do fluxo de infecção hospitalar. Nos Estados Unidos foi divulgada recentemente uma pesquisa dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) mostrando que o número de pacientes internados infectados por Staphylococcus aureus, resistente a antibióticos (MRSA), diminuiu 18% em 2010 com relação a 2009, devido às medidas dos hospitais para higienização em seus estabeleci-mentos. Mesmo assim, estima-se que infecções do gênero são responsáveis 19 mil mortes anuais. Especialistas defendem que uma das primeiras ações a serem tomadas para higienização está na lavagem apropriada das mãos, e isso vale tanto para visitan-tes, pacientes e os próprios profissionais de saúde. “A Organização Mundial da Saúde (OMS) determina que a higiene correta de mãos seja ainda a melhor maneira de se evitar contaminações e infecções, principalmente dentro dos hospitais. A higiene das mãos com água e sabão quando houver presença de sujidade visível ou contato com secreções corpóreas e principalmente com álcool 70% é um instrumento preponderante para reduzir e muito o número de infecções dentro das institu-ições de Saúde. É preciso sempre que todos tenham consciência dessa ideia, seja população e profissionais.”, reforça Marcos Cyrillo, da SBI.

tais. Entretanto, esta é uma ação que envolve comportamento humano e em geral os profissionais de saúde não superam o índice de 40% de adesão a higiene das mãos.Questões culturais podem dificultar a implementação de programas de controle de infecção hospitalar, já que as instituições de ensino não contemplam o assunto em suas grades curriculares. A educação continuada pode oferecer aperfeiçoamento e incentivo para melho-rar a realização de técnicas e procedi-mentos.As equipes multiprofissionais consid-eram o controle das IRAS uma função exclusiva da CCIH. Contudo, os princi-pais controladores são as equipes assis-tenciais, que estão em contato direto com os pacientes. A direção dos hospi-tais também tem papel central na imple-mentação dos programas de controle de infecção. As ações devem fazer parte da política institucional com conhecimento e envolvimento dos gestores neste processo.

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IMAGENS: Agência Brasil | Ministério da Saúde | Shutterstock

hospitalar em território nacional. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso e o governo norte-americano enviou agentes do FBI para acompanhar as investigações. “Não permitiremos que qualquer país envie lixo hospitalar para nosso país”, afirmou Padilha.

DENÚNCIAS MOBILIZAM MPs PELO BRASILSão inúmeros os casos de irregulari-dades com o tratamento dos resíduos hospitalares, o que coloca em risco a segurança não somente dos trabalha-dores que lidam diretamente com os resíduos, mas também das populações que vivem em torno destes locais inapro-priados, já que um simples inseto ou animal em contato com esses resíduos pode se infectar e repassar essa infecção para as pessoas.As denúncias de irregularidades na coleta e destinação dos resíduos de saúde acontecem por todo o país. Em diversos estados as atividades são praticadas por empresas e prefeituras, que não destinam de forma adequada os RSS de hospitais, unidades de saúde e laboratórios, prejudicando o meio ambiente e criando situações que colocam em perigo a saúde da popula-ção.Em Goiás, o Ministério Público Estadual atua de forma enérgica no combate a essas ações ilegais. Em cidades como Santo Antônio do Descoberto, o lixo hospitalar era despejado juntamente com o lixo comum, assim como em outras cidades goianas como Luziânia, cidade que tem cerca de 160 mil habitan-tes e onde os resíduos do IML local eram despejados de forma ilegal no lixão da cidade. O material encontrado era altamente infectante: seringas, bolsas

O caso de milhares de lençóis utilizados por hospitais americanos que foram apreendidos em portos brasileiros reacendeu o debate referente ao descarte de resíduos hospitalares no Brasil. A Anvisa, órgão que regulamenta o descarte de resíduos desta natureza, afirmou que os resíduos de origem estrangeira que adentram ao território brasileiro de forma ilegal não podem ser reutilizados dentro do país. De acordo com as lojas responsáveis pela sua importação, o material seria utilizado para a confecção de forros de calças, mas nos lotes e nas próprias lojas localizadas em diversos municípios do nordeste brasileiro foram apreendidos lençóis e roupas de cama com manchas de sangue e resíduos hospitalares.Além dos carregamentos de lençóis usados em estabelecimentos de saúde dos EUA que foram encontrados no porto de Saupe (PE), diversos lençóis e roupas de cama usados, com logomarcas de hospitais brasileiros, foram encontrados em lojas de tecidos de Teresina (PI). Uma ação da polícia da Bahia apreen-deu em uma loja de tecidos na cidade de Ilhéus cerca de 830 kg de roupas de pacientes, lençóis e jalecos usados com logomarcas de diversos hospitais ameri-canos e brasileiros.Em resposta à crise, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou no dia 20 de outubro que o Brasil não irá permitir o desembarque de lixo

de sangue, gerando sérios riscos à saúde dos catadores de recicláveis que sobrevivem da coleta de material reciclável do lixão.Até mesmo na Capital do estado, Goiânia, as irregularidades ainda aconte-cem. Desde 2008, quando o contrato da prefeitura com a empresa que fazia autoclavagem acabou, a unidade de tratamento de RSS do aterro acabou. Para o promotor que entrou com a ação, Dr. Juliano de Barros Araújo, apesar de ainda ter irregularidades em relação à gestão e coleta dos resíduos, a situação hoje é muito melhor do que em 2003, quando as primeiras ações contra o município de Goiânia foram impetradas. “Na época, havia uma disposição irregu-lar dos resíduos sólidos de saúde no aterro sanitário, por isso propusemos um termo de ajustamento de conduta e o município se comprometeu a realizar a gestão destes resíduos de acordo com a resolução da Conama”, afirma Araújo. O problema é que e a prefeitura contratou recentemente uma empresa para fazer a gestão deste material e a sua incinera-ção, mas o que aconteceu foi que a o gerenciamento dos RSS ainda não está sendo feito da forma correta, o que levou o MP goiano a ajuizar uma ação contra o município.De acordo com o promotor, o problema atual no aterro de Goiânia é relacionado à incineração de forma inadequada, mas para ele a situação é muito melhor do que há alguns anos atrás, onde não havia nem separação do lixo comum do lixo hospitalar, mas que ainda não está totalmente de acordo com a resolução da Conama. “Acredito que Goiânia seja o único município do estado que realiza a separação e a gestão dos resíduos sólidos. Quando nós começamos as

queimados de forma irregular.Segundo a fiscalização do MP e a Sudema, cerca de 27 tambores de resíduos hospitalares de Campina Grande, 24 de João Pessoa e 23 de Fortaleza eram descarregados semanal-mente no lixão, colocando em risco a saúde e o meio ambiente.

GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALA-RESToda essa confusão gerada pela importa-ção de lixo hospitalar de outros países acabou chamando a atenção para a forma de como o lixo hospitalar é geren-ciado no Brasil. Parte fundamental na gestão hospitalar, o descarte dos resíduos produzidos pelas institu-ições de saúde muitas vezes não é realizada da forma adequada e acaba gerando riscos à saúdepública e

ao meio-ambiente. Segundo estimativas do Departamento de Limpeza Urbana da cidade de São Paulo, diariamente as instituições de saúde da maior cidade do país são responsáveis pela geração de 91 toneladas de resíduos hospitalares, que necessitam de um tratamento adequado de acordo com o tipo e grau de infectante no resíduo.

ações em 2003 e na época nem coleta diferenciada tinha, nós notificamos todas as clínicas e hospitais, exigindo que cada um tivesse o seu plano de gerencia-mento de resíduos de saúde, e isso já existe”, afirma Araújo.A maior dificuldade do MP, segundo Dr. Giuliano é o poder público entender que as ações devem ser contínuas. “O serviço deve ser contínuo, não é uma obra só. Por isso o MP está em cima para que a prestação de serviço de gerencia-mento não perca em qualidade”, finaliza o promotor. Na Paraíba, denúncias levaram à constatação de irregularidades no lixão da Alça Sudoeste, em Campina Grande (PB). Lá, promotores e funcionários da Superintendência do Meio Ambiente (Sudema) encontraram lixo hospitalar sendo queimado. De acordo com o Ministério Público, caminhões com resíduos de saúde vindos de João Pessoa e Fortaleza despejavam lá semanalmente seus dejetos para serem

Apesar da fiscalização precária do processo de descarte de resíduos de saúde, mercado crescente movimentou R$ 1,5 bi em 2010

EXTRAORDINÁRIOLIXO NADA

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hospitalar em território nacional. A Polícia Federal abriu inquérito para investigar o caso e o governo norte-americano enviou agentes do FBI para acompanhar as investigações. “Não permitiremos que qualquer país envie lixo hospitalar para nosso país”, afirmou Padilha.

DENÚNCIAS MOBILIZAM MPs PELO BRASILSão inúmeros os casos de irregulari-dades com o tratamento dos resíduos hospitalares, o que coloca em risco a segurança não somente dos trabalha-dores que lidam diretamente com os resíduos, mas também das populações que vivem em torno destes locais inapro-priados, já que um simples inseto ou animal em contato com esses resíduos pode se infectar e repassar essa infecção para as pessoas.As denúncias de irregularidades na coleta e destinação dos resíduos de saúde acontecem por todo o país. Em diversos estados as atividades são praticadas por empresas e prefeituras, que não destinam de forma adequada os RSS de hospitais, unidades de saúde e laboratórios, prejudicando o meio ambiente e criando situações que colocam em perigo a saúde da popula-ção.Em Goiás, o Ministério Público Estadual atua de forma enérgica no combate a essas ações ilegais. Em cidades como Santo Antônio do Descoberto, o lixo hospitalar era despejado juntamente com o lixo comum, assim como em outras cidades goianas como Luziânia, cidade que tem cerca de 160 mil habitan-tes e onde os resíduos do IML local eram despejados de forma ilegal no lixão da cidade. O material encontrado era altamente infectante: seringas, bolsas

O caso de milhares de lençóis utilizados por hospitais americanos que foram apreendidos em portos brasileiros reacendeu o debate referente ao descarte de resíduos hospitalares no Brasil. A Anvisa, órgão que regulamenta o descarte de resíduos desta natureza, afirmou que os resíduos de origem estrangeira que adentram ao território brasileiro de forma ilegal não podem ser reutilizados dentro do país. De acordo com as lojas responsáveis pela sua importação, o material seria utilizado para a confecção de forros de calças, mas nos lotes e nas próprias lojas localizadas em diversos municípios do nordeste brasileiro foram apreendidos lençóis e roupas de cama com manchas de sangue e resíduos hospitalares.Além dos carregamentos de lençóis usados em estabelecimentos de saúde dos EUA que foram encontrados no porto de Saupe (PE), diversos lençóis e roupas de cama usados, com logomarcas de hospitais brasileiros, foram encontrados em lojas de tecidos de Teresina (PI). Uma ação da polícia da Bahia apreen-deu em uma loja de tecidos na cidade de Ilhéus cerca de 830 kg de roupas de pacientes, lençóis e jalecos usados com logomarcas de diversos hospitais ameri-canos e brasileiros.Em resposta à crise, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou no dia 20 de outubro que o Brasil não irá permitir o desembarque de lixo

de sangue, gerando sérios riscos à saúde dos catadores de recicláveis que sobrevivem da coleta de material reciclável do lixão.Até mesmo na Capital do estado, Goiânia, as irregularidades ainda aconte-cem. Desde 2008, quando o contrato da prefeitura com a empresa que fazia autoclavagem acabou, a unidade de tratamento de RSS do aterro acabou. Para o promotor que entrou com a ação, Dr. Juliano de Barros Araújo, apesar de ainda ter irregularidades em relação à gestão e coleta dos resíduos, a situação hoje é muito melhor do que em 2003, quando as primeiras ações contra o município de Goiânia foram impetradas. “Na época, havia uma disposição irregu-lar dos resíduos sólidos de saúde no aterro sanitário, por isso propusemos um termo de ajustamento de conduta e o município se comprometeu a realizar a gestão destes resíduos de acordo com a resolução da Conama”, afirma Araújo. O problema é que e a prefeitura contratou recentemente uma empresa para fazer a gestão deste material e a sua incinera-ção, mas o que aconteceu foi que a o gerenciamento dos RSS ainda não está sendo feito da forma correta, o que levou o MP goiano a ajuizar uma ação contra o município.De acordo com o promotor, o problema atual no aterro de Goiânia é relacionado à incineração de forma inadequada, mas para ele a situação é muito melhor do que há alguns anos atrás, onde não havia nem separação do lixo comum do lixo hospitalar, mas que ainda não está totalmente de acordo com a resolução da Conama. “Acredito que Goiânia seja o único município do estado que realiza a separação e a gestão dos resíduos sólidos. Quando nós começamos as

queimados de forma irregular.Segundo a fiscalização do MP e a Sudema, cerca de 27 tambores de resíduos hospitalares de Campina Grande, 24 de João Pessoa e 23 de Fortaleza eram descarregados semanal-mente no lixão, colocando em risco a saúde e o meio ambiente.

GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALA-RESToda essa confusão gerada pela importa-ção de lixo hospitalar de outros países acabou chamando a atenção para a forma de como o lixo hospitalar é geren-ciado no Brasil. Parte fundamental na gestão hospitalar, o descarte dos resíduos produzidos pelas institu-ições de saúde muitas vezes não é realizada da forma adequada e acaba gerando riscos à saúdepública e

ao meio-ambiente. Segundo estimativas do Departamento de Limpeza Urbana da cidade de São Paulo, diariamente as instituições de saúde da maior cidade do país são responsáveis pela geração de 91 toneladas de resíduos hospitalares, que necessitam de um tratamento adequado de acordo com o tipo e grau de infectante no resíduo.

ações em 2003 e na época nem coleta diferenciada tinha, nós notificamos todas as clínicas e hospitais, exigindo que cada um tivesse o seu plano de gerencia-mento de resíduos de saúde, e isso já existe”, afirma Araújo.A maior dificuldade do MP, segundo Dr. Giuliano é o poder público entender que as ações devem ser contínuas. “O serviço deve ser contínuo, não é uma obra só. Por isso o MP está em cima para que a prestação de serviço de gerencia-mento não perca em qualidade”, finaliza o promotor. Na Paraíba, denúncias levaram à constatação de irregularidades no lixão da Alça Sudoeste, em Campina Grande (PB). Lá, promotores e funcionários da Superintendência do Meio Ambiente (Sudema) encontraram lixo hospitalar sendo queimado. De acordo com o Ministério Público, caminhões com resíduos de saúde vindos de João Pessoa e Fortaleza despejavam lá semanalmente seus dejetos para serem

LIXO NADA

DESCASO Diariamente o Brasil despeja 60 mil toneladas de lixo em aterros a céu aberto, muitas vezes contendo resíduos sólidos de saúde.

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anos de criação da mais importante norma sobre a gestão dos resíduos sólidos de saúde no Brasil, muitos estabelecimentos de saúde não realizam o gerenciamento correto dos seus resíduos. “A Anvisa criou a resolução 306, que é muito sofisticada, mas não fiscaliza da forma adequada a sua execução. Nem os planos de gerencia-mento de resíduos são discutidos pelos órgãos de vigilância sanitária. Para o diretor, o maior problema é que a Anvisa repassa a responsabilidade de fiscaliza-ção para os órgãos estaduais e munici-pais, que na sua grande maioria não possuem uma estrutura adequada para realizar essas ações.Para a Abrelpe, a Política Nacional de Resíduos Sólidos consagrou a utilização do plano de gerenciamento, uma ferramenta exigida em lei, e a partir de agora os municípios deverão criar um plano de gestão integrada de resíduos sólidos que contemple o plano de geren-ciamento de resíduos de saúde. “A nossa expectativa é que esta relação possa fortalecer o município em relação ao poder que ele tem junto aos estabe-lecimentos geradores de resíduos, para que eles tenham uma gestão integrada à do município”, defende o diretor da Abrelpe.De acordo com o diretor, a Anvisa precisa dar condições para que os municípios possam realizar esse trabalho, estabelecendo regras mais rígidas no que diz respeito à gestão de

resíduos, já que atualmente, com as regras mais frágeis, os municípios ficam impedidos de questionar se as soluções apresentadas pelos estabelecimentos geradores são adequadas ou não.Para Segantini, o mercado de prestação de serviços de resíduos de saúde abre nos municípios e estados onde há gestores preocupados com o meio ambiente, com a saúde pública, ou onde há legislação local mais rigorosa. “Nestes locais, percebe-se o surgimento de um mercado mais competitivo, princi-palmente com empresas tecnicamente preparadas, pois são locais onde existe demanda por um bom serviço. Por outro lado, nos locais onde não há fiscalização, onde os geradores se furtam da respon-sabilidade de tratar adequadamente os resíduos, o empreendedor fica receoso de investir”, afirma.Apesar das dificuldades de regulação do setor, o mercado de empresas de resíduos sólidos de saúde tende a crescer. Dados divulgados pela Associa-ção Brasileira de Tratamento de Resíduos indicam este crescimento. Em 2009, o setor movimentou em torno de R$ 1,5 bilhão, um valor 14% acima do ano anterior e o setor tem ficado cada vez mais competitivo com a chegada de empresas estrangeiras de olho neste mercado promissor. A Abrelpe, que possui 50 empresas afiliadas, possui dentre elas dez que trabalham exclusiva-mente com o gerenciamento de resíduos sólidos de saúde.

de lado a qualidade em todos os proces-sos que envolvem o dia a dia do laboratório, inclusive na questão do descarte correto dos resíduos. “Hoje o gerador é responsável pelo tratamento do seu resíduo, por isso investimos não somente na estrutura, como no treinamento e capacitação do nosso corpo de funcionários”. Nas suas cinco sedes, são 42 funcionários somente no setor de processamento desses resíduos. “O maior desafio para qualquer instituição de saúde é a falta de consci-entização do corpo geral de funcionários, para que todos possam executar o processo corretamente, desde a separa-ção do lixo infectante do não infectante, por isso trabalhamos muito forte na conscientização de todos”, afirma Dalpino.De acordo com Dalpino, a empresa não teve nenhum incidente durante todo este ano relacionados ao processo de gestão dos RSS. “Estamos sem nenhum incidente, o que demonstra a eficiência do nosso plano de gestão dos resíduos, mas que serve de estímulo para manter-mos essas metas e atuando constante-mente na conscientização de todos os colaboradores, desde o descarte correto de resíduos comuns, recicláveis e o material infeccioso.

APESAR DE DEFICIÊNCIAS MERCADO CRESCEDe acordo com Odair Segantini, da Abrelpe, apesar de ter passado sete

baixa e não seria o local adequado para se fazer o tratamento de resíduos sólidos de saúde. Alguns estabelecimen-tos optam por essa medida por econo-mia e acabam gerando riscos à saúde”, afirma Segantini.

A CONSCIENTIZAÇÃO ALIADAAlém de hospitais, clínicas e unidades de saúde, os laboratórios também são grandes geradores de resíduos infeccio-sos, principalmente com material perfu-rocortante e biológico, já que muitos dos exames são realizados com a utilização de seringas. Como todo estabeleci-mento de saúde, os laboratórios também seguem as normas da RN 302 da ANVISA, que determina o descarte correto para cada tipo de resíduo.O Laboratório SalomãoZoppi, um dos maiores laboratórios do Brasil em análise patológica, inaugurou sua mais nova sede no bairro de Moema. Com investi-mentos na casa de R$ 16 milhões, a preocupação dos diretores Dr. Salomão e Dr. Zoppi não foi apenas de ampliar a estrutura de atendimento, mantendo a qualidade dos serviços oferecidos, que hoje gira em torno de 300 mil diagnósti-cos mensais, mas também em manter a excelência em todo o processo laborato-rial, desde a coleta do material até o descarte dos resíduos, que por mês são gerados em torno de uma tonelada.Segundo o Diretor de Qualidade do laboratório, Leandro Dalpino, o objetivo do grupo é crescer sim, mas sem deixar

GESTÃO | Saúde S/A

Gerente de Hospedagem do hospital, Gizelma de Azevedo Simões Rodrigues, a conscientização do corpo de colabora-dores é fundamental para o sucesso do processo. “O gerenciamento de resíduo no Sírio Libanês é feito através do Plano de Gerenciamento de Resíduo do Serviço de Saúde, que tem como objetivo reduzir os riscos potenciais de infecção, preservando a saúde pública e do meio ambiente, propiciando melhoria das condições intra-hospitalares no que se refere à separação, coleta, armazena-gem e transporte dos resíduos e dos aspectos intra e extra-hospitalares”, diz Gizelma.Para a Gerente, o plano é importante para sensibilização de todos os setores da entidade sobre a importância do manejo correto dos resíduos, conside-rando que as condições de segurança ambiental e ocupacional são requisitos imprescindíveis a serem observados por toda a instituição. O primeiro programa interno de gerenciamento de resíduos do hospital foi criado em 1998, a partir de um decreto-lei estadual que obrigou as instituições de saúde a separarem o lixo comum do lixo infeccioso.O Diretor de Resíduos de Saúde da Abrelpe, Odair Segantini, é contrário à instalação de equipamentos de tratamento de resíduos dentro dos hospitais. “Acho isso muito perigoso, pois o estabelecimento de saúde é um local onde, via de regra, as pessoas estão mais sensíveis, com imunidade

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca de 60% do lixo hospitalar produzido no Brasil não são descartados da maneira adequada, desrespeitando a resolução nº 306 de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula-menta o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde no país.De acordo com um estudo da Abrelpe, no ano de 2010 foram coletadas mais de 228 mil toneladas de lixo hospitalar, concentrando a maior parte destes resíduos, cerca de 157,1 mil toneladas, nos estados da região sudeste. O problema é que boa parte destes resíduos ainda é descartada de forma incorreta e acaba indo parar em aterros e lixões sem terem recebido o tratamento necessário, ou seja, material contami-nado é misturado com lixo reciclável e comum, colocando em risco a saúde pública e o meio ambiente.

EXEMPLO DE GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARESNum dos hospitais mais importantes do Brasil, o Sírio Libanês, em São Paulo, o descarte correto dos resíduos, infectantes ou não, é realizado de maneira que reduza consideravelmente o impacto ambiental e os riscos à saúde pública, evitando possíveis riscos de infecção de funcionários e todos os profissionais que participam da cadeia de processamento destes resíduos. Para a

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anos de criação da mais importante norma sobre a gestão dos resíduos sólidos de saúde no Brasil, muitos estabelecimentos de saúde não realizam o gerenciamento correto dos seus resíduos. “A Anvisa criou a resolução 306, que é muito sofisticada, mas não fiscaliza da forma adequada a sua execução. Nem os planos de gerencia-mento de resíduos são discutidos pelos órgãos de vigilância sanitária. Para o diretor, o maior problema é que a Anvisa repassa a responsabilidade de fiscaliza-ção para os órgãos estaduais e munici-pais, que na sua grande maioria não possuem uma estrutura adequada para realizar essas ações.Para a Abrelpe, a Política Nacional de Resíduos Sólidos consagrou a utilização do plano de gerenciamento, uma ferramenta exigida em lei, e a partir de agora os municípios deverão criar um plano de gestão integrada de resíduos sólidos que contemple o plano de geren-ciamento de resíduos de saúde. “A nossa expectativa é que esta relação possa fortalecer o município em relação ao poder que ele tem junto aos estabe-lecimentos geradores de resíduos, para que eles tenham uma gestão integrada à do município”, defende o diretor da Abrelpe.De acordo com o diretor, a Anvisa precisa dar condições para que os municípios possam realizar esse trabalho, estabelecendo regras mais rígidas no que diz respeito à gestão de

resíduos, já que atualmente, com as regras mais frágeis, os municípios ficam impedidos de questionar se as soluções apresentadas pelos estabelecimentos geradores são adequadas ou não.Para Segantini, o mercado de prestação de serviços de resíduos de saúde abre nos municípios e estados onde há gestores preocupados com o meio ambiente, com a saúde pública, ou onde há legislação local mais rigorosa. “Nestes locais, percebe-se o surgimento de um mercado mais competitivo, princi-palmente com empresas tecnicamente preparadas, pois são locais onde existe demanda por um bom serviço. Por outro lado, nos locais onde não há fiscalização, onde os geradores se furtam da respon-sabilidade de tratar adequadamente os resíduos, o empreendedor fica receoso de investir”, afirma.Apesar das dificuldades de regulação do setor, o mercado de empresas de resíduos sólidos de saúde tende a crescer. Dados divulgados pela Associa-ção Brasileira de Tratamento de Resíduos indicam este crescimento. Em 2009, o setor movimentou em torno de R$ 1,5 bilhão, um valor 14% acima do ano anterior e o setor tem ficado cada vez mais competitivo com a chegada de empresas estrangeiras de olho neste mercado promissor. A Abrelpe, que possui 50 empresas afiliadas, possui dentre elas dez que trabalham exclusiva-mente com o gerenciamento de resíduos sólidos de saúde.

de lado a qualidade em todos os proces-sos que envolvem o dia a dia do laboratório, inclusive na questão do descarte correto dos resíduos. “Hoje o gerador é responsável pelo tratamento do seu resíduo, por isso investimos não somente na estrutura, como no treinamento e capacitação do nosso corpo de funcionários”. Nas suas cinco sedes, são 42 funcionários somente no setor de processamento desses resíduos. “O maior desafio para qualquer instituição de saúde é a falta de consci-entização do corpo geral de funcionários, para que todos possam executar o processo corretamente, desde a separa-ção do lixo infectante do não infectante, por isso trabalhamos muito forte na conscientização de todos”, afirma Dalpino.De acordo com Dalpino, a empresa não teve nenhum incidente durante todo este ano relacionados ao processo de gestão dos RSS. “Estamos sem nenhum incidente, o que demonstra a eficiência do nosso plano de gestão dos resíduos, mas que serve de estímulo para manter-mos essas metas e atuando constante-mente na conscientização de todos os colaboradores, desde o descarte correto de resíduos comuns, recicláveis e o material infeccioso.

APESAR DE DEFICIÊNCIAS MERCADO CRESCEDe acordo com Odair Segantini, da Abrelpe, apesar de ter passado sete

baixa e não seria o local adequado para se fazer o tratamento de resíduos sólidos de saúde. Alguns estabelecimen-tos optam por essa medida por econo-mia e acabam gerando riscos à saúde”, afirma Segantini.

A CONSCIENTIZAÇÃO ALIADAAlém de hospitais, clínicas e unidades de saúde, os laboratórios também são grandes geradores de resíduos infeccio-sos, principalmente com material perfu-rocortante e biológico, já que muitos dos exames são realizados com a utilização de seringas. Como todo estabeleci-mento de saúde, os laboratórios também seguem as normas da RN 302 da ANVISA, que determina o descarte correto para cada tipo de resíduo.O Laboratório SalomãoZoppi, um dos maiores laboratórios do Brasil em análise patológica, inaugurou sua mais nova sede no bairro de Moema. Com investi-mentos na casa de R$ 16 milhões, a preocupação dos diretores Dr. Salomão e Dr. Zoppi não foi apenas de ampliar a estrutura de atendimento, mantendo a qualidade dos serviços oferecidos, que hoje gira em torno de 300 mil diagnósti-cos mensais, mas também em manter a excelência em todo o processo laborato-rial, desde a coleta do material até o descarte dos resíduos, que por mês são gerados em torno de uma tonelada.Segundo o Diretor de Qualidade do laboratório, Leandro Dalpino, o objetivo do grupo é crescer sim, mas sem deixar

Gerente de Hospedagem do hospital, Gizelma de Azevedo Simões Rodrigues, a conscientização do corpo de colabora-dores é fundamental para o sucesso do processo. “O gerenciamento de resíduo no Sírio Libanês é feito através do Plano de Gerenciamento de Resíduo do Serviço de Saúde, que tem como objetivo reduzir os riscos potenciais de infecção, preservando a saúde pública e do meio ambiente, propiciando melhoria das condições intra-hospitalares no que se refere à separação, coleta, armazena-gem e transporte dos resíduos e dos aspectos intra e extra-hospitalares”, diz Gizelma.Para a Gerente, o plano é importante para sensibilização de todos os setores da entidade sobre a importância do manejo correto dos resíduos, conside-rando que as condições de segurança ambiental e ocupacional são requisitos imprescindíveis a serem observados por toda a instituição. O primeiro programa interno de gerenciamento de resíduos do hospital foi criado em 1998, a partir de um decreto-lei estadual que obrigou as instituições de saúde a separarem o lixo comum do lixo infeccioso.O Diretor de Resíduos de Saúde da Abrelpe, Odair Segantini, é contrário à instalação de equipamentos de tratamento de resíduos dentro dos hospitais. “Acho isso muito perigoso, pois o estabelecimento de saúde é um local onde, via de regra, as pessoas estão mais sensíveis, com imunidade

Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), cerca de 60% do lixo hospitalar produzido no Brasil não são descartados da maneira adequada, desrespeitando a resolução nº 306 de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regula-menta o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde no país.De acordo com um estudo da Abrelpe, no ano de 2010 foram coletadas mais de 228 mil toneladas de lixo hospitalar, concentrando a maior parte destes resíduos, cerca de 157,1 mil toneladas, nos estados da região sudeste. O problema é que boa parte destes resíduos ainda é descartada de forma incorreta e acaba indo parar em aterros e lixões sem terem recebido o tratamento necessário, ou seja, material contami-nado é misturado com lixo reciclável e comum, colocando em risco a saúde pública e o meio ambiente.

EXEMPLO DE GESTÃO DE RESÍDUOS HOSPITALARESNum dos hospitais mais importantes do Brasil, o Sírio Libanês, em São Paulo, o descarte correto dos resíduos, infectantes ou não, é realizado de maneira que reduza consideravelmente o impacto ambiental e os riscos à saúde pública, evitando possíveis riscos de infecção de funcionários e todos os profissionais que participam da cadeia de processamento destes resíduos. Para a

DENÚNCIAMP de Goiás notificou a prefeitura de Goiânia, em 2008, por falhas no gerencia-mento de RSS no aterro municipal (ao lado).

Destinação dos resíduossólidos de saúde noBrasil em 2010:

38,1%

27,5%

15,4%

15,1%

7,8%

2,5%

Incineração

Aterro

Font

e: A

brel

pe

Lixão

Autoclave

Microondas

Vala Séptica

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ma enorme quantidade de profissionais de saúde está inserida em hospitais, clínicas e outros estabelecimen-tos, deparando-se com uma realidade que

engloba longas jornadas de trabalho e, muitas vezes, sobrecarga no atendi-mento. Somando-se a isso a grande quantidade de profissionais de todos os níveis que não recebem treinamentos constantes de capacitação e atualização profissional, o resultado não poderia ser diferente: erros cometidos que muitas vezes impactam vidas. O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo recebeu, em 2010, 250 denún-cias de erros. Em dezembro daquele ano, uma auxiliar de enfermagem injetou vaselina em vez de soro em uma paciente de 12 anos, que posterior-mente veio a falecer. “Em relação aos casos divulgados na mídia, aí não estava o aluno, mas o profissional, que muitas vezes é levado a cometer erros, depen-dendo do contexto em que se dá o cuidado ao paciente. Não é possível dissociar o número de horas de trabalho semanal, empregos que necessita ter devido aos baixos salários, estresse, falta de qualidade de vida e condições de trabalho inadequadas”, salienta a conse- lheira do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), Rita Chamma.

COMO EDUCAR OS QUE CUIDAM DE VIDAS? Por Keli Vasconcelos

Capacitação, além das condições de trabalho, é peça fundamental para qualificação do profissional de Saúde

Recentemente, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) divulgou uma pesquisa que revelou dados preocu-pantes: 54 enfermeiros que atuam em UTIs adultos de três hospitais do município desconheciam métodos de aferição da pressão arterial (auscultatório, oscilométrico e canulação arterial). Das 40 questões de múltipla escolha, a média de acertos foi 4,6. O 1º vice-presidente do CFM (Conselho Federal de Medicina), Carlos Vital, explica que as denúncias de erros médi-cos são encaminhadas aos Conselhos Regionais, sofrendo sanções, julgadas e recorridas, sendo a entidade uma das últimas instâncias. Vital frisa que as ocorrências de erros recebidas, em um universo de 30 milhões de procedimentos no Brasil, por exemplo, geram média de ‘0,001%’. “Isso pode parecer muito pouco estatisticamente, mas visa grande impacto a pacien-tes e familiares quando ocorrido”, ressalta.

O ESPAÇO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICAFazendo uma radiografia da Educação na Saúde no País, o MEC (Ministério da Educação e Cultura), por meio de sua Assessoria de Comunicação, mostrou que no Censo da Educa-ção Superior de 2009 – realizado pelo Inep (Instituto de Pesquisas Educacio-nais), das instituições participantes,saíram

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Pesquisa da Unicamp para enfermeirosteve 40 questões e média de 4,6 acertos.

IMAGENS: Shutterstock

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COMO EDUCAR OS QUE CUIDAM DE VIDAS?

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Carlos Vital1º Vice-Presidente do Conselho Federal de

Medicinal

É primordial que todas as universidades brasileirastenham convênios para residência médica.

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aram que 214 mil mortes são causadas por ano por doenças e acidentes, enquanto 233 mil são por erros médicos. Estima-se que cerca de 50% das compli-cações cirúrgicas sejam evitáveis”, enumera. Para ele, os cuidados precisam estar alinhados entre cirurgião e equipe de enfermagem. “A cirurgia segura signifi-caria o equilíbrio entre os três grandes grupos assistenciais envolvidos: aneste-sista, cirurgião e equipe de enfermagem dentro de ambiente com contexto, equipamentos e insumos adequados”, disse. Um dos instrumentos utilizados é o método CRM (Crew Resource Manage-ment – gestão de recursos da tripulação, usado em aviação), aproveitamento de comunicação da equipe na tomada de decisões, e recursos de checklists que verificam todo o processo cirúrgico, tornando-se uma cultura dentro do hospital. “A Rede D’Or conta com quadros para comunicar o médico-cirurgião da importância de fazer os seus checklists, evitando cometer erros. A metodologia de aferição de indicadores e formulários de cirurgia segura na Rede, em geral, tem auditorias bimestrais que utilizam amostragem de todo o envolvi-mento do centro cirúrgico. Os times de cuidados cirúrgicos avaliam e discutem com a direção os resultados e o que precisa ser tomado”, conclui Pantoja.

11.698 formados em Medicina e 39.994 em Enfermagem (com graduação de quatro mil horas, com cinco anos de integralização). A conselheira do Cofen, Rita Chamma, informa que são ofereci-das cerca de 190 mil vagas para gradu-ação em enfermagem por ano. Já Carlos Vital, do CFM, aponta que saem das universidades, cujo curso é de seis anos, cerca de 16 mil profissionais por ano, sendo que parte ainda não passou pela residência médica. “O que vemos hoje são alunos sendo avaliados por meio de provas de desempenho sem ter passado pela vivência da residência. É primordial e desejável que todas as universidades brasileiras tenham convênios com hospitais ou hospitais próprios para residência médica, que é a oportunidade de colocarem o que foi aprendido nas faculdades no universo da prática médica”, alertou o presidente do CFM.Diante do panorama, o que seria preciso para melhoria na capacitação de profis-sionais do setor? Rita Chamma, do Cofen, responde que o enfermeiro não pode ficar preso somente pela sua graduação e necessita de atualização plena para melhor exercício de suas funções. “O cenário exige excelência na qualidade de trabalho e, para isso, o enfermeiro deverá buscar, incessante-mente, capacitação, atualização e especialização. Considera-se fundamen-tal que a Enfermagem busque cotidiana-mente repensar suas práticas, em especial aquelas adotadas ao longo de muitos anos”. Um exemplo é a prática do cuidado ao paciente. É um processo de educação e monitoramento constante, em especial no que se refere aos procedimentos cirúrgicos, a fim de envolver todos os integrantes da equipe em prol de ‘valori-zar o elemento humano’. Esse pensa- mento é defendido por João Pantoja, superintendente médico da Rede D’Or (Rio de Janeiro - RJ). Ele palestrou durante o 1º Congresso Nacional de Hospitais Privados, promovido em setembro último na capital paulista, sobre cirurgia segura e as gestões de risco assistencial, seus intervenientes operacionais, técnicos e institucionais. O profissional afirma que erros no sistema cirúrgico são um grande problema dentro dos hospitais, principal-mente em países industrializados. “Pesquisas nos Estados Unidos mostr-

PESQUISA DA UNICAMPO levantamento foi realizado para uma dissertação de mestrado e revela dados relativos à qualificação de enfermeiros em 3 hospitais da cidade:

93%dos enfermeiros nunca fizeram

cursos de aprimoramento

46%foi a média de acertos

do questionário de procedimentos básicos

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Qual o impacto real destes “novos” recursos na melhoria do sistema público de saúde?Este ano, demos início a uma série de iniciativas para aprimorar a qualidade do atendimento e dos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não podemos ficar de braços cruzados esper-ando por mais recursos. Temos que fazer mais e melhor com o que temos. Assim, o Ministério da Saúde fez um censo inédito para verificar o funcionamento de todos os aparelhos de mamografia do Sistema Único de Saúde (SUS). Como resultado, verificamos que existem atualmente 1.514 mamógrafos que realizam exames de mama pelo SUS, dos quais 85% estão em funciona-mento. O número de mamógrafos é

Ministro, médico infectologista com um currículo extenso na gestão da saúde pública brasileira, Alexandre Padilha fala à Saúde S/A dos seus primeiros onze meses à frente do Ministério da Saúde, suas conquistas, desafios e perspectivas de um sistema de saúde integral, univer-sal e gratuito responsável pela assistên-cia médica de mais de 190 milhões de brasileiros.

Qual a sua avaliação sobre a regula-mentação da Emenda 29?A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora o debate está aberto no Senado. Essa discussão tem sido importante porque contribui para aprimorarmos a gestão na saúde. A regulamentação do texto da Emenda 29 é necessária porque possibilita maior controle sobre o que é investimento na área e quanto cada ente, seja União, Estados e Municípios, tem que investir. Isso contribui com outras ações que o Ministério da Saúde tem feito de aprimo-ramento da gestão. Os serviços que já conseguimos ampliar esse ano tem a ver com o esforço que fazemos de aprimorar a gestão, de economizar onde pode ser economizado e combater o desperdício. Isso nos permitiu, já esse ano, ampliar programas como Saúde Não Tem Preço, que triplicou a distribuição de medica-mentos de graça para hipertensos e diabéticos.

quase duas vezes maior que o necessário para cobrir toda a população brasileira, conforme parâmetro do Instituto Nacional do Câncer (INCA), de um aparelho para cada 240 mil habitan-tes. Ainda assim, estamos trabalhando intensivamente para tornar o funciona-mento e distribuição destes aparelhos mais eficientes. Estamos reforçando os mecanismos de controle e gestão dos recursos da saúde. Já realizamos mais de 700 auditorias neste ano, que resulta-ram na proposição de ressarcimento de aproximadamente R$ 95 milhões ao Fundo Nacional de Saúde.

Existe uma expectativa de quando estes recursos serão adicionados ao orçamento?Acreditamos que os parlamentares consigam construir um acordo para um projeto que seja bom para a saúde, no sentido de ter uma regra permanente e estável e que prepare o Brasil para os próximos anos, no sentido de que possa-mos enfrentar o desafio de ampliar ainda mais o acesso. O Congresso nacional tem os mecanismos e a sensibilidade para encontrar a melhor forma de termos mais recursos para a saúde.

Como é possível aprimorar os mecanismos de combate à corrupção no SUS?Nosso grande desafio é melhorar o

Há 11 meses no cargo de Ministro da Saúde, Padilha já deixa suamarca na gestão da saúde pública brasileira.

MINISTROPERSONALIDADE EM DESTAQUE

ALEXANDREPADILHA

Os serviços que já conseguimos ampliar este ano tem a ver com o esforço que fazemos de aprimorar a gestão, economizar e combater o desperdício.

atendimento e para isso precisamos incentivar a qualidade e economizar e combater o desperdício dos recursos. Nesse sentido, criamos políticas de incentivo financeiro pela qualidade. Ou seja, as equipes de saúde que prestarem um serviço melhor à população poderão ter o repasse de recursos federais maior. Quem reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade de atendimento vai receber mais.Outra medida adotada foi o decreto presidencial (nº 7.508, de 28 de junho de 2011), que regulamenta o planejamento da saúde, a assistência e a articulação interfederativa, propiciando a qualifica-ção da governança do SUS. Por meio do decreto, definimos que os municípios só poderão receber verbas através de contas específicas para a saúde e terão de movimentar o dinheiro apenas por meios eletrônicos. O decreto vetou ainda o saque em espécie, “na boca do caixa”, das transferências federais e, para efetuar pagamentos, as prefeituras têm agora de fazer depósito direto nas contas de seus fornecedores e prestadores de serviços. Também adotamos neste ano novas ferramentas como a utilização de banco de preços internacionais, negociação direta com os fabricantes, centralização da compra de alguns produtos e atendi-mento a recomendações de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União. Com estas novas medidas, o Ministério da Saúde conseguiu economi-zar mais de R$ 1 bilhão em processos de aquisição de medicamentos e insumos para a saúde. Em parceria com a CGU implantamos o Portal Transparência que contribuirá para o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle sobre os repasses federais. Enfim, é aprimorando os serviços e monitorando os recursos que levaremos à população brasileira prevenção, promoção e tratamento de qualidade.

Qual o balanço que o senhor faz dos primeiros 11 meses à frente do Minis-tério da Saúde?Após quase um ano à frente da pasta da Saúde, demos passos significativos para atingirmos a nossa grande obsessão: garantir acesso e atendimento de qualidade aos usuários do SUS. Com certeza, mesmo que ainda de forma modesta, as pessoas já começam a garantir acesso e atendimento de qualidade aos usuários do SUS. Com

OPINIÃO | Saúde S/A!

IMAGENS: Assessoria de imprensa - Ministério da Saúde | Agência Brasil

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Qual o impacto real destes “novos” recursos na melhoria do sistema público de saúde?Este ano, demos início a uma série de iniciativas para aprimorar a qualidade do atendimento e dos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Não podemos ficar de braços cruzados esper-ando por mais recursos. Temos que fazer mais e melhor com o que temos. Assim, o Ministério da Saúde fez um censo inédito para verificar o funcionamento de todos os aparelhos de mamografia do Sistema Único de Saúde (SUS). Como resultado, verificamos que existem atualmente 1.514 mamógrafos que realizam exames de mama pelo SUS, dos quais 85% estão em funciona-mento. O número de mamógrafos é

Ministro, médico infectologista com um currículo extenso na gestão da saúde pública brasileira, Alexandre Padilha fala à Saúde S/A dos seus primeiros onze meses à frente do Ministério da Saúde, suas conquistas, desafios e perspectivas de um sistema de saúde integral, univer-sal e gratuito responsável pela assistên-cia médica de mais de 190 milhões de brasileiros.

Qual a sua avaliação sobre a regula-mentação da Emenda 29?A proposta já foi aprovada na Câmara dos Deputados e agora o debate está aberto no Senado. Essa discussão tem sido importante porque contribui para aprimorarmos a gestão na saúde. A regulamentação do texto da Emenda 29 é necessária porque possibilita maior controle sobre o que é investimento na área e quanto cada ente, seja União, Estados e Municípios, tem que investir. Isso contribui com outras ações que o Ministério da Saúde tem feito de aprimo-ramento da gestão. Os serviços que já conseguimos ampliar esse ano tem a ver com o esforço que fazemos de aprimorar a gestão, de economizar onde pode ser economizado e combater o desperdício. Isso nos permitiu, já esse ano, ampliar programas como Saúde Não Tem Preço, que triplicou a distribuição de medica-mentos de graça para hipertensos e diabéticos.

quase duas vezes maior que o necessário para cobrir toda a população brasileira, conforme parâmetro do Instituto Nacional do Câncer (INCA), de um aparelho para cada 240 mil habitan-tes. Ainda assim, estamos trabalhando intensivamente para tornar o funciona-mento e distribuição destes aparelhos mais eficientes. Estamos reforçando os mecanismos de controle e gestão dos recursos da saúde. Já realizamos mais de 700 auditorias neste ano, que resulta-ram na proposição de ressarcimento de aproximadamente R$ 95 milhões ao Fundo Nacional de Saúde.

Existe uma expectativa de quando estes recursos serão adicionados ao orçamento?Acreditamos que os parlamentares consigam construir um acordo para um projeto que seja bom para a saúde, no sentido de ter uma regra permanente e estável e que prepare o Brasil para os próximos anos, no sentido de que possa-mos enfrentar o desafio de ampliar ainda mais o acesso. O Congresso nacional tem os mecanismos e a sensibilidade para encontrar a melhor forma de termos mais recursos para a saúde.

Como é possível aprimorar os mecanismos de combate à corrupção no SUS?Nosso grande desafio é melhorar o

atendimento e para isso precisamos incentivar a qualidade e economizar e combater o desperdício dos recursos. Nesse sentido, criamos políticas de incentivo financeiro pela qualidade. Ou seja, as equipes de saúde que prestarem um serviço melhor à população poderão ter o repasse de recursos federais maior. Quem reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade de atendimento vai receber mais.Outra medida adotada foi o decreto presidencial (nº 7.508, de 28 de junho de 2011), que regulamenta o planejamento da saúde, a assistência e a articulação interfederativa, propiciando a qualifica-ção da governança do SUS. Por meio do decreto, definimos que os municípios só poderão receber verbas através de contas específicas para a saúde e terão de movimentar o dinheiro apenas por meios eletrônicos. O decreto vetou ainda o saque em espécie, “na boca do caixa”, das transferências federais e, para efetuar pagamentos, as prefeituras têm agora de fazer depósito direto nas contas de seus fornecedores e prestadores de serviços. Também adotamos neste ano novas ferramentas como a utilização de banco de preços internacionais, negociação direta com os fabricantes, centralização da compra de alguns produtos e atendi-mento a recomendações de órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União. Com estas novas medidas, o Ministério da Saúde conseguiu economi-zar mais de R$ 1 bilhão em processos de aquisição de medicamentos e insumos para a saúde. Em parceria com a CGU implantamos o Portal Transparência que contribuirá para o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle sobre os repasses federais. Enfim, é aprimorando os serviços e monitorando os recursos que levaremos à população brasileira prevenção, promoção e tratamento de qualidade.

Qual o balanço que o senhor faz dos primeiros 11 meses à frente do Minis-tério da Saúde?Após quase um ano à frente da pasta da Saúde, demos passos significativos para atingirmos a nossa grande obsessão: garantir acesso e atendimento de qualidade aos usuários do SUS. Com certeza, mesmo que ainda de forma modesta, as pessoas já começam a garantir acesso e atendimento de qualidade aos usuários do SUS. Com

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17.669 equipes da Atenção Básica.Dando prosseguimento ao atendimento de qualidade, lançamos agora em novembro dois importantes programas que fazem parte da rede Saúde Toda Hora: O SOS Emergência e o Melhor em Casa, em solenidade com a presença da presidente Dilma Rousseff.Em parceria com estados e municípios, o SOS Emergência implementará, inicial-mente, ações em 11 hospitais de grande porte, visando a melhoria da gestão, qualificar e ampliar o acesso dos pacien-tes, além de reduzir o tempo de espera e garantir atendimento ágil e humanizado. Já o Melhor em Casa ampliará o atendi-mento domiciliar e , com isso, ajudará a reduzir a demanda por internação nos hospitais.Outro grande desafio da nossa gestão tem sido o combate ao desperdício. Ao combater o desperdício conseguimos reduzir em 45% os casos graves de dengue e em 44% o número de óbitos; redução de 31% nos casos de malária; redução de 86% no número de casos de óbitos por influenza em 2011; meta histórica de vacinação contra a pólio 13,9 milhões de crianças vacinadas contra poliomielite- 98,2% do público alvo.

certeza, mesmo que ainda de forma modesta, as pessoas já começam a sentir melhoras nos serviços públicos de saúde. Exemplo disso, são os 11 medica-mentos para hipertensão e diabetes distribuídos gratuitamente por meio do programa Saúde Não tem Preço. Com isso, ampliamos em 251% o acesso ao tratamento dessas doenças, sendo, só em outubro, quase três milhões de beneficiados, além de mais de 20 mil farmácias credenciadas em todo o país.Na Rede de Atenção à Mulher implanta-mos o Rede Cegonha e o Programa de Combate e Prevenção ao Câncer de Mama e Colo de Útero. Por meio do rede cegonha a gestante terá ampliação de exames pré- natal além de boas práticas de atenção ao parto. Já no programa de prevenção de câncer de colo de útero e mama , só neste semestre, foram realizados mais de 5,6 milhões de exames de citologia, conhecido exame de prevenção contra esses tipos de câncer.Ainda com relação ao acesso e qualidade, lançamos em julho último o PMAQ-AB (Programa de melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica), com a adesão de 4040 municípios de

Além disso, ampliamos o tratamento para crianças e adolescentes com AIDS, para os vírus mais resistentes ou na ausência de resposta ao medicamento. Ampliamos também a faixa etária do público doador de sangue e a faixa etária de vacinação para hepatite B. Tivemos ainda, um acréscimo de 63% no orçamento de 2011 no tratamento para parar de fumar. Qual a sua avaliação dos incentivos e investimentos em pesquisa e pro- dução, e na distribuição gratuita de medicamentos?A prioridade do Ministério da Saúde hoje é, de um lado, o incentivo ao desenvolvi-mento da indústria nacional de saúde e, de outro, a ampliação do acesso à popu-lação. Uma ação está estrategicamente aliada à outra, uma vez que a produção nacional de medicamentos gera econo-mia, segurança e estabilidade na compra dos produtos. A redução de preços na compra de medicamentos permite maior investimento de recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em território nacional. Além disso, torna possível o amplo acesso da população a produtos de tecnologia avançada.

saúde envolvem 32 laboratórios, sendo dez públicos e 22 privados nacionais e estrangeiros. Elas devem gerar uma economia de R$ 400 milhões por ano, aplicados em inovação tecnológica. Esta melhor gestão dos recursos envolve também vacinas – R$ 500 milhões por ano – e os ganhos de eficiência – R$ 800 milhões anuais, o que leva a uma econo-mia geral de R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do Ministério da Saúde.São ofertados gratuitamente à popula-ção 560 tipos de medicamentos na lista do SUS. Compra, por ano, R$ 10 bilhões em medicamentos, equipamentos e produtos de saúde -- R$ 6,4 bilhões só em medicamentos, o que equivale a 12,5% do orçamento do ministério. O Ministério da Saúde criou, em 2004, o programa Farmácia Popular, que ampliou a oferta de medicamentos para além dos centros de saúde. O governo montou uma rede própria de farmácias que vendem medicamentos com redução de preço para diversas doenças. Desde fevereiro, 11 medicamentos para hiper-tensão e diabetes são distribuídos gratu-itamente através do Saúde Não Tem Preço. Além disso, a partir de 2006, farmácias privadas começaram a fazer parte do programa. Atualmente, há mais de 20 mil farmácias privadas credencia-das e 557 farmácias da rede própria espalhadas pelo país.

A infraestrutura da saúde do Brasil para a Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016. Onde está o maior gargalo da saúde brasileira: infraestrutura ou mão de obra?Temos trabalhado para identificar as necessidades de investimento em infraestrutura para a Copa, pois o nosso pressuposto é que todo investimento feito até lá, ficará como legado para a população e para os futuros eventos de massa como as Olimpíadas. O Ministério da Saúde, em parceria com Ministério do Esporte, instituiu, em maio deste ano, a Câmara Temática de Saúde, composta por representantes dos estados e municípios das cidades-sede. O objetivo é justamente definir as diretrizes gerais de preparação, ações estratégicas, responsabilidades e metas a serem atingidas. As cidades-sede, em geral, apresentam necessidades de adequação da rede de assistencial de urgência e emergência, como reforma de Pronto-Atendimentos, construção de novas Portas de Urgência,

ampliação do número de leitos de UTI, entre outras. Além disso, há necessi-dade de fortalecimento do sistema de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental. Além de investimento em infraestrutura, será preciso investir na organização e aprimoramento dos serviços de saúde já existentes, em capacitação das equipes do SAMU, UPAS e nos demais serviços de urgência e emergência para que o atendimento seja bilíngue, por exemplo. De um modo geral, existe grande variedade de situações, mas todas as cidades precisam de investimento para reforço e aperfeiçoamento da rede assis-tencial e de vigilância. Estamos traba- lhando em parceria com as cidades para identificar as reais necessidades e prestar o apoio necessário para que todas possam prestar um atendimento de excelente qualidade aos turistas durante o evento. Como sabemos, há cidades que já têm experiência em receber eventos que reúnem milhares de pessoas como o Carnaval e o Reveil-lon. Outras, no entanto, poderão precisar de maior apoio do Ministério da Saúde para estruturação da rede assis-tencial e preparação para o evento.

Qual a sua opinião em relação ao conceito de “americanização” do sistema de saúde brasileiro, onde atualmente 55% dos recursos são privados e atendem 46 milhões de beneficiários e os outros 45% de origem pública precisam atender cerca de 190 milhões de brasileiros?O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de manter um sistema universal e gratuito de saúde. Mesmo os 45 milhões de brasileiros que têm plano de saúde recorrem ao SUS, que realiza as campanhas nacionais de vacinação, responde por serviços de urgência e emergência como o Samu e garante tratamentos de alta complexidade e elevado custo, como a atenção oncológica e os transplantes. A expan-são da saúde suplementar, que está vinculada ao crescimento econômico dos últimos anos e ao aumento da renda dos brasileiros, não representa um enfraquecimento do SUS. O que temos é de ampliar a integração entre a rede pública e a privada, para aperfeiçoar o atendimento e melhor direcionar os investimentos aos locais em que é maior a demanda por atendimento.

Neste sentido, o Ministério pretende quadruplicar o recurso financeiro inves-tido em P&D e no complexo industrial da Saúde nos próximos quatro anos. Serão investidos R$ 1,5 bilhão em projetos de pesquisa e ampliação do parque tecnológico do setor. São R$ 400 milhões por ano. Atualmente, o ministé-rio investe na produção nacional de 29 produtos (28 medicamentos e o DIU) e um equipamento para diagnóstico múlti-plo de doenças, por meio de parcerias de desenvolvimento produtivo (PDPs) entre laboratórios públicos e privados via trans-ferência de tecnologia. Os produtos são voltados à detecção e ao tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), doenças crônicas não transmis-síveis, doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofilia e tuberculose. Além das parcerias já consumadas, o Brasil assinou com Cuba este ano acordos de cooperação bilateral, envol-vendo 58 projetos de pesquisa e desen-volvimento, com 12 novos medicamen-tos relacionados, principalmente, à terapia e diagnóstico de diferentes tipos de câncer, prevenção de amputações decorrentes de diabetes, além de vacinas. Brasil e Cuba também vão firmar cooperações em pesquisa clínica na área oncológica. Entre os acordos prioritários, está a cooperação para o desenvolvimento de sete inovadores medicamentos oncológicos pesquisados e desenvolvidos em Cuba, que envolvem anticorpos monoclonais, medicamentos oncológicos que estão na fronteira da biotecnologia mundial. As PDPs têm contribuído para a redução do déficit na balança comercial, já que o Brasil importava quase que a totalidade de seus insumos. Esta estratégia se insere nas diretrizes do Plano Brasil Maior ao colocar a inovação em saúde no centro da política nacional de desenvolvi-mento. Os laboratórios públicos têm sido objeto de medidas voltadas para a qualificação da gestão e modernização produtiva – decisivas para atenuar a vulnerabilidade do SUS e as desigual-dades regionais como também para ampliar o acesso da população aos serviços públicos de saúde. Atualmente, 19 laboratórios públicos estão voltados para o desenvolvimento e a produção nacional de medicamentos, soros e vacinas. Juntos, produzem 80% das vacinas e 30% dos medicamentos utilizados no SUS. As atuais parcerias na

OPINIÃO | Saúde S/A!

PELO PAÍSO Ministro Padilha inagurando a Unidade de

Pronto Atendimento 24h, em Enseada, no Guarujá - SP.

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17.669 equipes da Atenção Básica.Dando prosseguimento ao atendimento de qualidade, lançamos agora em novembro dois importantes programas que fazem parte da rede Saúde Toda Hora: O SOS Emergência e o Melhor em Casa, em solenidade com a presença da presidente Dilma Rousseff.Em parceria com estados e municípios, o SOS Emergência implementará, inicial-mente, ações em 11 hospitais de grande porte, visando a melhoria da gestão, qualificar e ampliar o acesso dos pacien-tes, além de reduzir o tempo de espera e garantir atendimento ágil e humanizado. Já o Melhor em Casa ampliará o atendi-mento domiciliar e , com isso, ajudará a reduzir a demanda por internação nos hospitais.Outro grande desafio da nossa gestão tem sido o combate ao desperdício. Ao combater o desperdício conseguimos reduzir em 45% os casos graves de dengue e em 44% o número de óbitos; redução de 31% nos casos de malária; redução de 86% no número de casos de óbitos por influenza em 2011; meta histórica de vacinação contra a pólio 13,9 milhões de crianças vacinadas contra poliomielite- 98,2% do público alvo.

certeza, mesmo que ainda de forma modesta, as pessoas já começam a sentir melhoras nos serviços públicos de saúde. Exemplo disso, são os 11 medica-mentos para hipertensão e diabetes distribuídos gratuitamente por meio do programa Saúde Não tem Preço. Com isso, ampliamos em 251% o acesso ao tratamento dessas doenças, sendo, só em outubro, quase três milhões de beneficiados, além de mais de 20 mil farmácias credenciadas em todo o país.Na Rede de Atenção à Mulher implanta-mos o Rede Cegonha e o Programa de Combate e Prevenção ao Câncer de Mama e Colo de Útero. Por meio do rede cegonha a gestante terá ampliação de exames pré- natal além de boas práticas de atenção ao parto. Já no programa de prevenção de câncer de colo de útero e mama , só neste semestre, foram realizados mais de 5,6 milhões de exames de citologia, conhecido exame de prevenção contra esses tipos de câncer.Ainda com relação ao acesso e qualidade, lançamos em julho último o PMAQ-AB (Programa de melhoria do Acesso e Qualidade da Atenção Básica), com a adesão de 4040 municípios de

Além disso, ampliamos o tratamento para crianças e adolescentes com AIDS, para os vírus mais resistentes ou na ausência de resposta ao medicamento. Ampliamos também a faixa etária do público doador de sangue e a faixa etária de vacinação para hepatite B. Tivemos ainda, um acréscimo de 63% no orçamento de 2011 no tratamento para parar de fumar. Qual a sua avaliação dos incentivos e investimentos em pesquisa e pro- dução, e na distribuição gratuita de medicamentos?A prioridade do Ministério da Saúde hoje é, de um lado, o incentivo ao desenvolvi-mento da indústria nacional de saúde e, de outro, a ampliação do acesso à popu-lação. Uma ação está estrategicamente aliada à outra, uma vez que a produção nacional de medicamentos gera econo-mia, segurança e estabilidade na compra dos produtos. A redução de preços na compra de medicamentos permite maior investimento de recursos em pesquisa, desenvolvimento e inovação em território nacional. Além disso, torna possível o amplo acesso da população a produtos de tecnologia avançada.

saúde envolvem 32 laboratórios, sendo dez públicos e 22 privados nacionais e estrangeiros. Elas devem gerar uma economia de R$ 400 milhões por ano, aplicados em inovação tecnológica. Esta melhor gestão dos recursos envolve também vacinas – R$ 500 milhões por ano – e os ganhos de eficiência – R$ 800 milhões anuais, o que leva a uma econo-mia geral de R$ 1,7 bilhão por ano no orçamento do Ministério da Saúde.São ofertados gratuitamente à popula-ção 560 tipos de medicamentos na lista do SUS. Compra, por ano, R$ 10 bilhões em medicamentos, equipamentos e produtos de saúde -- R$ 6,4 bilhões só em medicamentos, o que equivale a 12,5% do orçamento do ministério. O Ministério da Saúde criou, em 2004, o programa Farmácia Popular, que ampliou a oferta de medicamentos para além dos centros de saúde. O governo montou uma rede própria de farmácias que vendem medicamentos com redução de preço para diversas doenças. Desde fevereiro, 11 medicamentos para hiper-tensão e diabetes são distribuídos gratu-itamente através do Saúde Não Tem Preço. Além disso, a partir de 2006, farmácias privadas começaram a fazer parte do programa. Atualmente, há mais de 20 mil farmácias privadas credencia-das e 557 farmácias da rede própria espalhadas pelo país.

A infraestrutura da saúde do Brasil para a Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016. Onde está o maior gargalo da saúde brasileira: infraestrutura ou mão de obra?Temos trabalhado para identificar as necessidades de investimento em infraestrutura para a Copa, pois o nosso pressuposto é que todo investimento feito até lá, ficará como legado para a população e para os futuros eventos de massa como as Olimpíadas. O Ministério da Saúde, em parceria com Ministério do Esporte, instituiu, em maio deste ano, a Câmara Temática de Saúde, composta por representantes dos estados e municípios das cidades-sede. O objetivo é justamente definir as diretrizes gerais de preparação, ações estratégicas, responsabilidades e metas a serem atingidas. As cidades-sede, em geral, apresentam necessidades de adequação da rede de assistencial de urgência e emergência, como reforma de Pronto-Atendimentos, construção de novas Portas de Urgência,

ampliação do número de leitos de UTI, entre outras. Além disso, há necessi-dade de fortalecimento do sistema de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental. Além de investimento em infraestrutura, será preciso investir na organização e aprimoramento dos serviços de saúde já existentes, em capacitação das equipes do SAMU, UPAS e nos demais serviços de urgência e emergência para que o atendimento seja bilíngue, por exemplo. De um modo geral, existe grande variedade de situações, mas todas as cidades precisam de investimento para reforço e aperfeiçoamento da rede assis-tencial e de vigilância. Estamos traba- lhando em parceria com as cidades para identificar as reais necessidades e prestar o apoio necessário para que todas possam prestar um atendimento de excelente qualidade aos turistas durante o evento. Como sabemos, há cidades que já têm experiência em receber eventos que reúnem milhares de pessoas como o Carnaval e o Reveil-lon. Outras, no entanto, poderão precisar de maior apoio do Ministério da Saúde para estruturação da rede assis-tencial e preparação para o evento.

Qual a sua opinião em relação ao conceito de “americanização” do sistema de saúde brasileiro, onde atualmente 55% dos recursos são privados e atendem 46 milhões de beneficiários e os outros 45% de origem pública precisam atender cerca de 190 milhões de brasileiros?O Brasil é o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de manter um sistema universal e gratuito de saúde. Mesmo os 45 milhões de brasileiros que têm plano de saúde recorrem ao SUS, que realiza as campanhas nacionais de vacinação, responde por serviços de urgência e emergência como o Samu e garante tratamentos de alta complexidade e elevado custo, como a atenção oncológica e os transplantes. A expan-são da saúde suplementar, que está vinculada ao crescimento econômico dos últimos anos e ao aumento da renda dos brasileiros, não representa um enfraquecimento do SUS. O que temos é de ampliar a integração entre a rede pública e a privada, para aperfeiçoar o atendimento e melhor direcionar os investimentos aos locais em que é maior a demanda por atendimento.

Neste sentido, o Ministério pretende quadruplicar o recurso financeiro inves-tido em P&D e no complexo industrial da Saúde nos próximos quatro anos. Serão investidos R$ 1,5 bilhão em projetos de pesquisa e ampliação do parque tecnológico do setor. São R$ 400 milhões por ano. Atualmente, o ministé-rio investe na produção nacional de 29 produtos (28 medicamentos e o DIU) e um equipamento para diagnóstico múlti-plo de doenças, por meio de parcerias de desenvolvimento produtivo (PDPs) entre laboratórios públicos e privados via trans-ferência de tecnologia. Os produtos são voltados à detecção e ao tratamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), doenças crônicas não transmis-síveis, doenças degenerativas, doença de Crohn, antipsicóticos, hemofilia e tuberculose. Além das parcerias já consumadas, o Brasil assinou com Cuba este ano acordos de cooperação bilateral, envol-vendo 58 projetos de pesquisa e desen-volvimento, com 12 novos medicamen-tos relacionados, principalmente, à terapia e diagnóstico de diferentes tipos de câncer, prevenção de amputações decorrentes de diabetes, além de vacinas. Brasil e Cuba também vão firmar cooperações em pesquisa clínica na área oncológica. Entre os acordos prioritários, está a cooperação para o desenvolvimento de sete inovadores medicamentos oncológicos pesquisados e desenvolvidos em Cuba, que envolvem anticorpos monoclonais, medicamentos oncológicos que estão na fronteira da biotecnologia mundial. As PDPs têm contribuído para a redução do déficit na balança comercial, já que o Brasil importava quase que a totalidade de seus insumos. Esta estratégia se insere nas diretrizes do Plano Brasil Maior ao colocar a inovação em saúde no centro da política nacional de desenvolvi-mento. Os laboratórios públicos têm sido objeto de medidas voltadas para a qualificação da gestão e modernização produtiva – decisivas para atenuar a vulnerabilidade do SUS e as desigual-dades regionais como também para ampliar o acesso da população aos serviços públicos de saúde. Atualmente, 19 laboratórios públicos estão voltados para o desenvolvimento e a produção nacional de medicamentos, soros e vacinas. Juntos, produzem 80% das vacinas e 30% dos medicamentos utilizados no SUS. As atuais parcerias na

OPINIÃO | Saúde S/A!

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Dr. Luiz Aramicy B. PintoPresidente da FBH

Dr.ª Ana MalikCoordenadora doCentro de Estudosde saúde - FGV

Dr. FlorentinoCardosoPresidente da AMB

Dep. DarcisioPerondiPresidente da Frente Parlamentar de Saúde

Dr. Eudes de Freitas AquinoPresidente da UNIMED do Brasil

Mais do que simplesmente relatar fatos, a Saúde S/A quer participar do processo de transformação da saúde brasileira, discutindo cenários e apresentando tendências. Para isso, estamos trazendo alguns dos grandes formadores de opinião do setor - pessoas cujas idéias e decisões fazem a diferença - para compartilhar com nossos leitores um universo de conhecimento.Queremos dar as boas vindas aos novos colunistas, que certamente vão levar as discussões sobre a saúde brasileira a um novo patamar.

1ANO

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Um ponto a ser destacado é que a tributação continua sendo protagonista das insatisfações do setor privado. Estudos recentes, promovidos pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), apontam que a carga de tributação aplicada no Brasil no ano passado (2010), alcançou 35,04% do produto Interno Bruto (PIB), comprovando que a saúde privada foi um dos setores que mais sofreu durante esse crescimento. O governo está tentando diminuir a sobrecarga dos valores cobrados aos agregados da saúde, porém esse processo deve levar algum tempo para mostrar resultados. O procedimento é de uma complexidade tamanha que pode, inclusive, levar o tempo de um mandato político para apresentar os primeiros resultados, pois envolve o Ministério da Fazenda e a Receita Federal. Por esse motivo a decisão tem que ser do poder central e com esforços que perdurem até o cumprimento da meta.A importância dessa discussão mostra que a situação da saúde brasileira necessita de atenção prioritária socorro. As decisões precisam seguir um esforço em conjunto por parte dos representantes governamen-tais e das instituições para que a população não tenha mais que pagar, nos dois sentidos, um valor oneroso ao procurar atendi-mento médico hospitalar com a finalidade de aliviar a sua dor.

Saúde no Brasil tem passado por momentos delicados nos últimos tempos. Partindo de uma análise mais criteriosa, observa-se que as esferas, público e privado, que compõem o setor hospita-lar do País precisam unificar o diálogo e

atuação, possibilitando a eficácia nos atendimentos onde o planejamento, a gestão e o equilíbrio financeiro dos contratos vão nortear a parceria. Com mais de seis mil hospitais, número que não alcança a quantidade de pacientes que procuram os serviços médicos todos os dias, o Brasil necessita de uma reformulação de seu modelo assistencial.O setor suplementar vem há anos tentando se equilibrar dentro de um sistema, no qual os repasses oferecidos pela tabela defasada do Sistema Único de Saúde (SUS) não conseguem suprir o déficit que as unidades hospitalares possuem. A atual discussão sobre uma possível verticalização - ou integração vertical - entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviços hospitalares pode ser aprofundada. Merecem ser abordados, com mais ênfase, os questionamentos relevantes de um melhor atendimento ao cidadão, bem como o desenvolvimento de uma estratégia que permita acabar com o estrangulamento na assistência médica. A pressão para que aconteça a união entre as duas representações que comandam o atendimento privado, vem crescendo gradualmente e hoje é apontada como um modelo em consolidação. Como em qualquer ação que muda um parâmetro já conhecido, a verticalização causa temor ao mercado, entre outros motivos por: uma queda na qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras e a interfe- rência na autonomia dos profissionais envolvidos.A verticalização aponta para uma tendência, contudo é necessário lembrar que, somente a junção entre planos e prestadores de serviço ainda não resolve o problema de contas que as unidades hospitalares têm ao final de cada mês. Vale ressaltar que os hospitais que não participam da integração passam por dificuldades gerenciais, o que leva a um desequilí-brio econômico e financeiro, acarretando na diminu-ição das ofertas de serviços, causando demissões e reduzindo as opções para atendimento aos pacientes.

UMA NOVA

AVISÃO HOSPITALAR

Dr. Luiz Aramicy B. Pintoé presidente da Federação

Brasileira de Hospitais - FBH

A saúde no Brasil tem passado por momentos delicados

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com a obesidade) sabe o significado de comer corretamente. No entanto, na ânsia de emagrecer usam as chamas dietas relâmpago (crash diets) para “caber num vestido (para ser politicamente correta, numa roupa) na semana que vem” ou impressionar alguém ou simplesmente aumentar a auto-estima. Resultado disso? Efeito sanfona, problemas que aparecerão mais tarde. Sem falar nas cirurgias que “emagrecem” com pouco esforço e rapidamente. Em alguns casos, de fato elas são indicadas, porém, às vezes, são feitas por vaidade. Como esse procedi-mento é eventualmente ligado à estética, é comum menosprezar os riscos que se corre, desde os cirúrgicos, anestésicos até os psicológicos e de desnutrição, sem contar o de voltar a engordar. A preparação psicológica e o acompanhamento das angústias dos pacientes costumam ser postergados em favor do efeito estético. Sem contar que algumas das dietas e dos procedimentos acabam sendo condenados por sociedades médicas e entidades técnicas correspondentes. Muitos exames de check up, quando detectado algum problema, são ligados a serviços de saúde ou outros prestadores. Epidemiologicamente, a partir de certo tamanho de população, pelo menos algumas das doenças mais comuns serão detectadas. Uma vez descobertas precisarão ser tratadas, consumir diversos produtos e serviços ligados ao diagnóstico, aumentando a utilização dos bens tangíveis e intangíveis ligados à saúde.É preciso tomar cuidado com o que se pretende chamar de cuidados com a saúde, para não eternizar o nosso hábito de lidar sempre com as doenças. E, principalmente, pensar no que significa morrer com plena saúde. Sempre acabamos voltando à questão do acesso aos cuidados com a saúde e aos tratamentos das doenças. Caso isso fosse possível, um relaciona-mento equipe multidisciplinar-cliente, de longo prazo, com profissionais bem formados e nos quais se confie, seria o desejável. Será que pelo menos quem pode o faz?

á sempre essa pergunta no ar, quando se ouve as pessoas falarem sobre o assunto. Todos querem (ou dizem que querem) ter saúde, mas será que isso significa ter os exames físicos e laboratoriais normais? Muita gente assume que entre os maiores problemas deste

século estarão as doenças mentais, notadamente a depressão. Isso, se não considerarmos o uso (abuso) de cigarro (sim, ainda), álcool e outras drogas. Chamou minha atenção, quando do lançamento da campanha da “lei seca”, que o maior argumento a seu favor foram as mortes no trânsito (no campo da doença, pode-se assumir que os acidentes correspon-dem à assistência hospitalar, urgência e emergência, que são prioridades do governo e bastante caras). Mas de fato, ninguém falou nesse assunto como voltado para a saúde, sim para a morte. Existem problemas ligados ao uso de álcool (ao volante ou não)? Poderia ter sido utilizada essa campanha para conscientizar as pessoas? As mensa-gens transmitidas sempre foram que o motorista que leva os colegas que consumiram bebidas para casa deve ser o abstêmio ou o que foi escolhido para não beber; a outra alternativa, essa encontrada por aqueles que vendem as bebidas foi oferecer trans-porte, permitindo/estimulando o consumo. O álcool (e outras drogas) tem muitas conseqüências conheci-das, inclusive mostrando seus efeitos em persona-gens famosos. Costuma-se estimular o exercício físico. Sugere-se que as pessoas usem escadas ao invés de eleva-dores, para perder peso e manter seu condiciona-mento cardiovascular, afirmando sempre a necessi-dade de procurar um médico antes de começar os exercícios. Todos podem se exercitar? Claro, desde que seja de maneira adequada para idade e condição física. Isto tanto é real que academias exigem de alunos um atestado que explicite que podem fazer o que quiserem ou quais as restrições. Quantas pessoas têm este direito, de ter uma consulta e a rigor de realizar exames nesse sentido? Quantos se interessam por isso? O culto à forma física ainda faz com que se vendam muitos suplementos que, por sua vez, têm abundantes conseqüências negativas.Que dizer das dietas? Muita gente da parcela da população que se preocupa com o sobrepeso (ou

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OPINIÃO | Saúde S/A

A SAÚDE É PRIORIDADE?

Dr.ª Ana Maliké coordenadora do Centro de

Estudos em Planejamento e Gestão de Saúde - FGV-EAESP

!

Sempre acabamos voltando à questão do acesso aos cuida-dos com a saúde e aos tratamentos das doenças

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uma originária da Câmara e outra do próprio Senado. Ambas estabelecem percentuais iguais de aplicação para estados e municípios de 12% e 15% da receita própria, respectivamente. Contudo, são bem diferen-tes quanto aos recursos federais. O projeto da Câmara acaba mantendo o investimento federal nos mesmos patamares de hoje. Por sua vez, o Projeto do Senado determina que a União repasse 10% de sua receita corrente bruta (RCB), o que elevará a destina-ção em cerca de um terço a mais do orçamento deste ano, equivalente a 7% da RCB.Entidades médicas como a Associação Paulista de Medicina (APM), Associação Médica Brasileira (AMB), além de parceiros do Movimento Saúde e Cidadania em Defesa do SUS, como a Fiesp, OAB-SP, ProTeste, Coren, Sindhosp e sociedades de especialidades médicas de todo o Brasil, defendem o segundo projeto, já que representa injeção de verbas consid-erável para o atendimento aos pacientes e a consoli-dação do Sistema Único de Saúde.Devido à proximidade da votação no Senado, chama-mos a todos a engrossar essa corrente. É uma atitude cidadã que se reverterá em bônus para a sociedade e para nossas próximas gerações. Uma Nação com “N” maiúsculo não pode fechar os olhos para direitos fundamen-tais como educação, moradia, seguranca, alimentação e saúde. Assim, é essa postura cívica que esperamos dos senhores senadores da República.

á faz bom tempo, a saúde é apontada em pesquisas de diversos institutos de opinião como uma das principais preocupações do brasileiro. Em reporta-gens de jornais, rádios e emissoras de televisão, suas inúmeras fragilidades também são retratadas diariamente, mostrando a dificuldade que os cidadãos têm ao acesso à assistência, além da infraestrutura precária de diversos

hospitais ou da iminente falência de algumas institu-icões filantrópicas, incluindo-se santas casas, só para citar alguns exemplos.Existe unanimidade entre gestores, médicos, autoridades políticas, enfermeiros e demais agentes do setor de que parte do caos deve-se diretamente à insuficiência de recursos. A despeito de deter o 7º maior PIB (Produto Interno Bruto) do planeta, encontramo-nos no 72º lugar no quesito investimento pú¬blico em saúde. No ranking de 193 países feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil gasta US$ 317 por pessoa/ano, 20 vezes me¬nos que a Noruega.Na América do Sul, investimos em saúde menos que Argentina, Uruguai e Chile. No G-20, ficamos em 15° lugar; só superando África do Sul, China, México, Índia e Indonésia. Nosso desempenho no financia-mento da saúde pública é 40% mais baixo do que a média internacional (US$ 517).Existe simultaneamente a agravante de que parte das verbas que obrigatoriamente deveriam ser destinadas ao sistema, sofre desvios para rubricas das mais distintas: há estados que lançam como gastos em saúde despesas com transporte escolar, pavimenta-ção, merenda e outras. Um bom número deles, é bom registrar, nem assim atinge os 12% do orçamento que deveria repassar para a saúde pública.Um dos remédios para o mal crônico da saúde pública brasileira também é conhecido por todos. Trata-se da regulamentação da Emenda Constitucio-nal 29, que estabelecerá oficialmente índices mínimos a serem destinados ao setor por municípios, estados e Federação, além de definir o que realmente pode ser lançado como investimento na área, acabando com alguns desvios.Há mais de dez anos aguardando um parecer definitivo do Congresso Nacional, a Emenda 29 terá nos próximos dias seu grande momento. Senadores da república escolherão entre duas propostas aprovadas anteriormente, para enfim regulamentá-la:

SAÚDE DE

JQUALIDADE

Dr. Florentino Cardosoé presidente da Associação

Médica Brasileira - AMB

Investimos menos em saúde que Argentina, Uruguai e Chile

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DUBAICULTURA E LAZER | Saúde S/A

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O centro de turismo, comércio e negócios do Oriente Médio, abrigará em janeiro o Arab Health.

antigas a shoppings ultra modernos.Uma grande vantagem de Dubai é a sua localização. Situada entre a Europa e a Ásia o destino permite que o visitante possa em poucas horas estar em outro país. Por exemplo, Dubai está apenas uma noite de viajem de Londres, com quatros horas se está em Nairobi e em três em Mumbai. A cidade é definitiva-mente um destino a se escolher para férias, viver e negócios. A segunda maior dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, Dubai está localizado na costa sul do Golfo Pérsico em uma área de cerca de 3.900 quilômetros quadrados. O seu clima sub-tropical e árido oferece um céu azul durante a maior parte do ano, com raríssimos períodos chuvosos.Com uma variedade de hotéis para todos

Dubai é o centro comercial e turístico do Oriente Médio e está ligado a todos os mercados internacionais. É uma cidade de aventura, contraste, descoberta e surpresa. E no mês de janeiro o emirado receberá a maior mostra de saúde da Oriente Médio, a Arab Health. Abaixo, conheça um pouco sobre este destino maravilhoso e a Arab Health.Dubai consegue ter as mais diversas facetas, reunindo a infraestrutura de um moderno centro de negócios a um verda-deiro oásis turístico em meio ao deserto. Este destino único oferta uma ampla variedade de exóticos cenários em um pequeno lugar, permitindo que o turista possa experimentar desde montanhas e dunas de areia a belos parques verdes, de luxuosos distritos residenciais a vilarejos empoeirados, de belas casas

os gostos, desde o opulento, mais caro e o único hotel sete estrelas do mundo (Burj Khalifa) até os mais acessíveis, Dubai ainda oferece outras opções ao viajante como resorts localizados no deserto para quem quer experimentar a paz e tranquilidade do local.A cidade é classificada como o segundo local mais popular para compras, apenas atrás dos Estados Unidos. Do souk, os mercados árabes, ao shopping, Dubai tem de tudo - ouro, eletrônicos, tecidos, carros, tapetes, produtos de grifes. A chave para fazer compras é negociar sempre que possível já que os preços, especialmente nos souks, pode cair substancialmente.Com uma infraestrutura turística excep-cional, Dubai estabeleceu-se como um importante destino de realização de

verão, mas pode ser necessário jaquetas e suéteres para o inverno, especial-mente à noite. Comparado a outros locais do Oriente Médio, Dubai é bastante tolerável a vestimenta, mas se deve tomar cuidado para não ofender com roupas muito reveladoras.A cidade oferta todos os tipos de cozinhas internacionais e locais. Enquanto os grandes hotéis luxuosos podem oferecer um serviço cinco estre-las, alguns dos melhores locais para se comer são os pequenos lugares a beira da rua no centro da cidade que oferecem comida árabe. A comida árabe mais fácil de ser encontrada no emirado é da culinária libanesa, que tem como destaque a esfiha, o beirute e o tabule. O emirado conta com bons restaurantes iranianos e indianos.

maneira de conhecê-la. Existem passeios pela cidade durante o dia e um safári a noite para visitar o deserto ou as montanhas e acampar em tendas. A maioria das viagens exige uma presença mínima de quatro pessoas e é aconse- lhável reservar o passeio com de três a quatro dias de antecedência.O idioma oficial do país é o árabe, embora o Inglês seja a linguagem oficial dos negócios. A cultura do país é enraizada nas tradições islâmicas, no entanto Dubai é muito tolerante aos costumes ocidentais de seus visitantes. Entre as virtudes mais apreciadas são a cortesia e hospitalidade, os turistas são encantados pela genuína cordialidade e simpatia do povo.Quanto às roupas o mais adequado é levar as mais leves e apropriadas para o

eventos internacionais nas mais diversas áreas, voltados para os negócios, esportes, saúde e entretenimento.A vida noturna da cidade é outro diferen-cial. Os turistas podem desfrutar de bares dos hotéis que podem ser desde sofisticados cocktails lounges a informais pubs britânicos e irlandeses ou, até, lounges ao estilo ocidental. A maioria deles oferece comida e apresen-tam músicos todas as noites. A cidade oferece várias maneira de se divertir a noite, desde as mais modernas boates até lugares aconchegantes. Após o jantar os visitantes podem desfrutar de baladas com os últimos sons.Há uma grande variedade de roteiros turísticos que a cidade proporciona, tanto dentro quanto fora dela. Uma excursão organizada pode ser uma ótima

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antigas a shoppings ultra modernos.Uma grande vantagem de Dubai é a sua localização. Situada entre a Europa e a Ásia o destino permite que o visitante possa em poucas horas estar em outro país. Por exemplo, Dubai está apenas uma noite de viajem de Londres, com quatros horas se está em Nairobi e em três em Mumbai. A cidade é definitiva-mente um destino a se escolher para férias, viver e negócios. A segunda maior dos sete emirados que compõem os Emirados Árabes Unidos, Dubai está localizado na costa sul do Golfo Pérsico em uma área de cerca de 3.900 quilômetros quadrados. O seu clima sub-tropical e árido oferece um céu azul durante a maior parte do ano, com raríssimos períodos chuvosos.Com uma variedade de hotéis para todos

Dubai é o centro comercial e turístico do Oriente Médio e está ligado a todos os mercados internacionais. É uma cidade de aventura, contraste, descoberta e surpresa. E no mês de janeiro o emirado receberá a maior mostra de saúde da Oriente Médio, a Arab Health. Abaixo, conheça um pouco sobre este destino maravilhoso e a Arab Health.Dubai consegue ter as mais diversas facetas, reunindo a infraestrutura de um moderno centro de negócios a um verda-deiro oásis turístico em meio ao deserto. Este destino único oferta uma ampla variedade de exóticos cenários em um pequeno lugar, permitindo que o turista possa experimentar desde montanhas e dunas de areia a belos parques verdes, de luxuosos distritos residenciais a vilarejos empoeirados, de belas casas

os gostos, desde o opulento, mais caro e o único hotel sete estrelas do mundo (Burj Khalifa) até os mais acessíveis, Dubai ainda oferece outras opções ao viajante como resorts localizados no deserto para quem quer experimentar a paz e tranquilidade do local.A cidade é classificada como o segundo local mais popular para compras, apenas atrás dos Estados Unidos. Do souk, os mercados árabes, ao shopping, Dubai tem de tudo - ouro, eletrônicos, tecidos, carros, tapetes, produtos de grifes. A chave para fazer compras é negociar sempre que possível já que os preços, especialmente nos souks, pode cair substancialmente.Com uma infraestrutura turística excep-cional, Dubai estabeleceu-se como um importante destino de realização de

verão, mas pode ser necessário jaquetas e suéteres para o inverno, especial-mente à noite. Comparado a outros locais do Oriente Médio, Dubai é bastante tolerável a vestimenta, mas se deve tomar cuidado para não ofender com roupas muito reveladoras.A cidade oferta todos os tipos de cozinhas internacionais e locais. Enquanto os grandes hotéis luxuosos podem oferecer um serviço cinco estre-las, alguns dos melhores locais para se comer são os pequenos lugares a beira da rua no centro da cidade que oferecem comida árabe. A comida árabe mais fácil de ser encontrada no emirado é da culinária libanesa, que tem como destaque a esfiha, o beirute e o tabule. O emirado conta com bons restaurantes iranianos e indianos.

maneira de conhecê-la. Existem passeios pela cidade durante o dia e um safári a noite para visitar o deserto ou as montanhas e acampar em tendas. A maioria das viagens exige uma presença mínima de quatro pessoas e é aconse- lhável reservar o passeio com de três a quatro dias de antecedência.O idioma oficial do país é o árabe, embora o Inglês seja a linguagem oficial dos negócios. A cultura do país é enraizada nas tradições islâmicas, no entanto Dubai é muito tolerante aos costumes ocidentais de seus visitantes. Entre as virtudes mais apreciadas são a cortesia e hospitalidade, os turistas são encantados pela genuína cordialidade e simpatia do povo.Quanto às roupas o mais adequado é levar as mais leves e apropriadas para o

eventos internacionais nas mais diversas áreas, voltados para os negócios, esportes, saúde e entretenimento.A vida noturna da cidade é outro diferen-cial. Os turistas podem desfrutar de bares dos hotéis que podem ser desde sofisticados cocktails lounges a informais pubs britânicos e irlandeses ou, até, lounges ao estilo ocidental. A maioria deles oferece comida e apresen-tam músicos todas as noites. A cidade oferece várias maneira de se divertir a noite, desde as mais modernas boates até lugares aconchegantes. Após o jantar os visitantes podem desfrutar de baladas com os últimos sons.Há uma grande variedade de roteiros turísticos que a cidade proporciona, tanto dentro quanto fora dela. Uma excursão organizada pode ser uma ótima

O MAIS ALTO DO MUNDOCom seus 826 metros, o Burj Khalifa é o edifício que mais perto chega dos céus. O empreendi-mento demorou 5 anos para ser concluído e custou cerca de 4 bilhões de dólares.O edifício tem quase o dobro da altura das torres do World Trade Center, que foram destruídas em 11 de setembro de 2001.

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ARAB HEALTHAcontece em janeiro, entre os dias 23 e 26, o congresso e feira Arab Health, a maior mostra de saúde do Oriente Médio e a segunda maior do mundo. O evento, que está em seu 37º ano, reúne líderes da indústria de produtos médi-cos, hospitalares e laboratoriais, fornece-dores, distribuidores, atacadistas e comunidade médica e científica não só do Oriente Médio, mas do mundo todo.A Arab Health é voltada para equipamen-tos médicos, de laboratório e de diagnóstico, produtos para hospitais, tecnologia para fisioterapia e ortopedia, tecnologia de informação e comunicação para a saúde, tecnologia de construção de edifícios hospitalares, serviços médi-cos, radiologia, imagem e diagnóstico, cardiologia, publicações médicas e consultoria da saúde. O evento é dividido em quatro áreas: Laboratório Médico e Instrumentação; Serviços Hospitalares e Assistência Médica; Produtos Farmacêu-ticos Internacionais, equipamentos e serviços; Reabilitação e Fisioterapia.Espera-se para 2012 mais de 3.000 expositores de 60 países, que reunirão cerca de 65 mil profissionais de saúde de todo o mundo. Haverá 31 pavilhões de países, incluindo os novos do Japão, Hong Kong, Argentina e Cingapura. Arab Health Congress - O congresso 2012 contará com 18 conferências de diversas especialidades, dirigidas por 500 palestrantes de renome internacio-nal. Patrocinadas pelo Centro de Cleve-land Clinic de Educação Continuada, as conferências darão acreditações CME.

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Dubai é um destino único! Da tranquili-dade do deserto para a agitação do souk, a cidade oferece um caleidoscópio de atrações para os visitantes. Além de ser o lugar para fazer negócios no Oriente Médio, pois é o centro regional de comércio e está ligada a vários mercados internacionais. De lazer a negócios, Dubai é uma viagem inesquecível a qualquer visitante. Confira algumas sugestões de lugares que selecionamos para você que for ao Arab Health ou apenas conhecer o emirado.

The Dubai Aquarium – É o maior em número de espécies (33.000 espécies marinhas) e na sua entrada há um túnel transparente. O visitante também pode fazer passeios de barco com fundo de vidro no topo do aquário.

Museu de Dubai – Alojado no forte Al Fahidi, reúne achados arqueológi-cos e itens do modo de vida tradicional de Dubai. Provavelmente a construção mais antiga de Dubai, o Forte já serviu como palácio, fortaleza e prisão.

Bastakiya – A região abriga torres de vento, as quais capturam o vento e o canalizam para dentro das casas, funcionando como um ar condicio-nado. Hoje as residências da região têm sido transformadas em cafés arborizados, galerias de arte e pequenas lojas peculiares.

Souks - São os mercados árabe, onde qualquer tipo de bens são comprados, vendidos e trocados. O mais conhecido deles é o Gold Souk, no qual pode-se comprar ouro 18, 22 ou 24 quilates por peso.

Palm Island – É uma ilha artificial no formato de uma palmeira. Abriga edifícios residenciais, centros de entretenimento e comércio.

Burj Al Arab - Considerado o hotel mais luxuoso e um dos mais caros do mundo, situa-se em uma enseada artificial, construída especialmente para abrigar o hotel. Pode ser visto de qualquer ponto da cidade.

Mesquita Jumeirah – É a maior da cidade e sua beleza é realmente revelada a noite quando a ilumina-ção mostra sua arte em relevo. Não-mulçumanos só entram com guias.

Creek – Canal que divide a cidade no meio oferece um panorama de como a cidade mistura o moderno e o histórico. É notável a movimenta-ção dos Dhows, embarcações que fretam mercadorias a paises vizinhos, e os visitantes podem aproveitar os passeios nos Abras, táxis aquáticos.

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rubis, a caneta da coleção Princess Grace de Mônaco da Montblanc homenagea Grace Kelly. O

selo real foi gravado na tampa próximo ao clipe, que recebeu um diamante lapidado. A eterna

Princesa de Mônaco, ganhou uma linha exclusiva de jóias, relógio e canetas da marca.

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CULTURA E LAZER | Saúde S/ALIVROS

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preço médio R$349Lançamento da marca para este Natal, a Nescafé Dolce Gusto Piccolo na cor preta segue a tendência da cor em acessórios de cozinha e é a única no mercado brasileiro a oferecer a opção de preparo de bebidas quentes e frias na mesma máquina.

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MUITO ALÉM DO NOSSO EUMiguel NicolelisNeste trabalhado o neurocientista Miguel Nicolelis mostra como a fusão entre cérebros e máquinas tão procu-rada, está prestes a mudar os paradigmas da realidade.Editora Companhia das LetrasR$ 39,50

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CONHECENDO A UNIMEDRicardo Rocha MoreiraO título revela as dificuldades em harmonizar os diferentes atores, entre eles: a cooperativa, os médicos assistentes, hospitais, clinicas e os pacientes. Editora Hospital Nossa Senhora das Graças

AMANHÃ NUNCA MAISBrasil - Comédia - 2011Walter é um estressado médico-anestesista que trabalha em excesso. Na tentativa de salvar seu casamento, ele se dispõe a buscar o bolo de aniversário da filha, mas a noite coloca inúmeros obstáculos entre Walter e a festa.

A PELE QUE HABITOEspanha - Terror - 2011Desde que perdeu sua esposa, o cirurgião plástico Robert Ledgard se dedica a construir a pele perfeita, capaz de resistir à dor.

A CRIANÇA DA MEIA-NOITEFrança - Drama - 2011Romain é um garoto que, afetado desde seu nasci-mento com uma

rara deficiência genética, é incapaz de se expor à luz do dia.

GIFTED MANCBS - Drama - 1ª TemporadaA Gifted Man é o novo drama médico, que tem Patrick Wilson no papel de um competitivo cirurgião que aprende com a morte de sua esposa (Jennifer Ehle) o verdadeiro sentido da vida.

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estados, muitos deles ricos, que deveriam gastar 12% de suas receitas com a saúde, continuam desrespei- tando a Lei e desviando recursos. No total, os estados já deixaram de cumprir R$ 27 bilhões.A gestão em saúde melhorou ao longo dos anos, mas é óbvio que o coração do problema reside no financia-mento. É preciso concluir a votação da regulamentação da Emenda 29, agora em tramitação no Senado, e restabelecer o texto original aprovado em 2008 pelos senadores, que obriga a União a investir o equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas. Isso represen-taria um acréscimo de R$ 31 bilhões ao orçamento do SUS. O texto modificado pela Câmara é ruim e não enfrenta esse problema.Tivemos avanços expressivos nos últimos meses. A presidente Dilma Rousseff admitiu a necessidade de mais recursos para o SUS e disse que o Brasil gasta menos per capita que a Argentina, país que sequer possui um sistema universal, como o nosso. E o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o SUS precisa de pelo menos mais R$ 45 bilhões, apenas para chegar ao patamar de investimento da Argentina. No âmbito do Governo, fala-se numa nova fonte de financiamento para a saúde. Mas, na minha avaliação, não há necessi-dade.O Brasil precisa corrigir equívocos e rever suas escolhas. O Tesouro injetou, nos últimos três anos, R$ 230 bilhões no BNDES para fomentar a economia e o emprego, beneficiando um seleto grupo de empresas nacionais e internacionais, a um custo de R$ 20 bilhões ao ano, segundo o IPEA. As reservas cambiais internacionais brasileiras nos EUA estão em US$ 350 bilhões e segundo o Banco Central, custaram R$ 26,6 bilhões em 2010 e vão custar R$ 40 bilhões em 2011.Ninguém discute essas medidas macroeconômicas, mas elas vêm raspando os cofres do Tesouro Nacional enquanto a saúde continua na UTI. O que se discute é a quantidade e a intensidade dessas medidas. A espe- rança é que a presidente Dilma Rousseff faça uma revisão dessas escolhas, definindo um financiamento estável e suficiente para o SUS. Do contrário, a pilha de cadáveres só vai aumentar.

á um conceito equivocado de que a crise na saúde é conse-quencia da má gestão. Problemas de gestão existem em todo o setor público, mas o SUS faz um verdadeiro milagre com poucos recursos. É só procurar um secretário de saúde, um provedor de santa casa ou um diretor de hospital

universitário para saber que a crise se agrava por falta de recursos. Saúde nunca é prioridade dos governantes.O SUS prima pela integralidade e universalidade e dele dependem 190 milhões de brasileiros. Mas a União vem deixando a responsabilidade para as prefeituras, que gastam, em média, 22% de suas receitas com saúde. Em 1980, a esfera federal respondia por 75% dos gastos. Hoje, responde com menos de 40%, cerca de 1,75% do PIB. Está aí a raiz do problema. O custo saúde no país aumenta a cada ano e a remuneração do sistema, há décadas, não cobre sequer a inflação.No Brasil, gasta-se com saúde o equivalente a R$ 1,82 por habitante/dia. É ridículo, se levarmos em conta que, em 2009, R$ 175 bilhões foram usados para pagar os juros da dívida, três vezes mais que o orçamento do Ministério da Saúde naquele ano. Os gastos públicos em saúde, nas três esferas de poder, mal chegam a 3,6% do PIB. Também ridículo para um sistema universal. Na América Latina estamos entre os três países que menos investem. Perdemos até para a média africana, segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS.Para o Brasil responder à universalidade, precisaria gastar pelo menos 6% do PIB em saúde, algo em torno de R$ 210 bilhões. Falta muito, pois o orçamento do Ministério da Saúde para 2011 é de apenas R$ 68,5 bilhões. Com os R$ 75 bilhões de estados e municípios, faltariam, ainda, R$ 66,5 bilhões. E fontes para financiar a saúde já existem. O problema é a política econômica, com perfil baseado no superávit primário, em metas de inflação e em taxas de juros alta.Só com o descontingenciamento de receitas da União, a famigerada DRU, criada em 1994 para “flexibilizar” os gastos do Governo, 20% das receitas da seguridade vem sendo surrupiadas. Em 2009, R$ 38,8 bilhões saíram da seguridade por conta da DRU, valor maior que o superávit fiscal, de R$ R$ 32 bilhões.Em 2000 passou a vigorar a Emenda 29. Os gastos em saúde que eram de apenas 2,89% do PIB, deram um pequeno salto, para 3,67%. Foi um avanço, mas alguns

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OPINIÃO | Saúde S/A

AS ESCOLHAS SAÚDE:

DO GOVERNO

Darcísio Perondié presidente da

Frente Parlamentar de Saúde

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É preciso concluir a votação da regula-mentação da Emenda 29, agora em trami- tação no Senado

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