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C C O ON N T T A A S S D D E E M MI I N N A A S S Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9 Sebastião Helvecio é o novo Presidente Sebastião Helvecio é o novo Presidente

Sebastião Helvecio é o novo Presidente Contas de Minas/Revista Contas de... · A mesma filosofia recaiu sobre as auditorias operacionais, procedimentos des- tinados à realização

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CCOONNTTAASS DDEE MMIINNAASSRevista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9

Sebastião Helvecioé o novo PresidenteSebastião Helvecioé o novo Presidente

revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9 3

Editorial

Ao analisar e julgar irregularidades nas contas públicas, o Tribunal de Contasde Minas Gerais não somente cumpre seu papel constitucional de órgãofiscalizador, como também orienta os gestores – aqueles que lhe prestam

contas – por meio da publicação de sua jurisprudência.As últimas gestões da Corte de Contas também investiram em outros forma-

tos de orientação preventiva, além da divulgação dos julgados. Para a consecuçãode tais objetivos, o Tribunal realizou conferências técnicas, tanto na capital quantoem cidades-polo do interior do Estado, além de editar cartilhas publicadas empapel e arquivos eletrônicos.

A mesma filosofia recaiu sobre as auditorias operacionais, procedimentos des-tinados à realização de uma avaliação global, multidisciplinar, sobre um tema es-colhido pela sua importância social ou econômica. As auditorias objetivamidentificar falhas, ilegalidades ou procedimentos que gerem gastos evitáveis parapermitir a correção e a adequação.

Economizar na origem é o objetivo, o resultado a ser alcançado. A economiapode ser aferida quantitativamente em alguns casos, não em todos, mas o fatode ela ocorrer já garante a eficiência do trabalho dos técnicos responsáveis pelaauditagem e do próprio Tribunal, responsável pelas decisões finais.

A resolução que definiu os procedimentos deste trabalho, emitida no ano de2011, também estabeleceu o monitoramento como uma das etapas da auditoriaoperacional, o qual consiste na verificação do cumprimento de determinações erecomendações ou simplesmente das ações estabelecidas no trabalho.

Neste sentido, logo na primeira sessão plenária da atual composição do Tri-bunal, agora sob a presidência do Conselheiro Sebastião Helvecio, o Pleno apre-ciou o monitoramento da auditoria operacional realizada na gestão do Programade Saúde da Família (PSF) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais epelos municípios mineiros. Recomendações e determinações emitidas pelo Tri-bunal, em novembro de 2013, foram devidamente acompanhadas para garantirresultados favoráveis à administração do dinheiro público.

Outras auditorias operacionais estão em andamento e outras serão futura-mente instaladas com os mesmos objetivos.

Economizando na origem

Índice6 Entrevista10 Conselheiro Sebastião Helvecio assume

Presidência do TCEMG16 Novos diretores do TCEMG são empossados17 Presidente faz primeira reunião de trabalho

com servidores18 Notícias do Pleno - Primeira sessão presidida por

Sebastião Helvecio aprova plano de monitoramento do PSF19 Câmaras do Tribunal têm nova composição20 Panorama

- Concurso em Monte Carmelo é liberado- Tribunal determina devolução de recursos destinados àconstrução de clube em Ipiaçu

- Suspensa tomada de preços em Itambé do Mato Dentro- Primeira Câmara mantém suspensão de concorrência em Ouro Preto

22 Tribunal determina suspensão inédita de resoluçãoque autorizava verba indenizatória irregular- Ex-presidente Murta Lages é tema de livro biográfico

23 Homenagens, inaugurações e selo comemorativo celebramencerramento da gestão da Conselheira Adriene Andrade

24 Pedro Aleixo é tema de documentário exibido no TCE25 Ciclo do servidor é encerrado com auditório e

salões lotados- Tema “Cidadania, Ética e Senso de ServiçoPúblico” é abordado em palestra

26 Tribunal sedia seminário sobre transferênciados ativos da Iluminação Pública

Tribunal de Contas doEstado de Minas Gerais

PresidenteConselheiro Sebastião Helvecio Ramos de Castro

Vice-PresidenteConselheiro Cláudio Couto Terrão

CorregedorConselheiro Mauri José Torres Duarte

ConselheirosWanderley Geraldo de ÁvilaAdriene Barbosa de Faria AndradeJosé Alves Viana (Ouvidor)Gilberto Pinto Monteiro Diniz

Conselheiros SubstitutosLicurgo Joseph Mourão de OliveiraHamilton Antônio Coelho

Ministério Público juntoao Tribunal de ContasProcurador-GeralDaniel de Carvalho Guimarães

Subprocuradora-GeralElke Andrade Soares de Moura Silva

ProcuradoresMaria Cecília Mendes BorgesGlaydson Santo Soprani MassariaSara Meinberg Schmidt Andrade DuarteMarcílio Barenco Correa de MelloCristina Andrade Melo

Chefe de Gabinete do PresidenteRonaldo Jayme Machado

Chefe de Gabinete da PresidênciaRoberto de Mello Saada

Diretora GeralRaquel de Oliveira Miranda Simões

Expediente

Diretoria de Comunicação doTribunal de Contas do Estado de Minas Gerais

DiretorLúcio Braga GuimarãesJorn. Mtb n. 3422 - DRT/MG

Editor ResponsávelLuiz Cláudio Diniz MendesJorn. Mtb n. 0473 - DRT/MG

RedaçãoFrederico Nicola La RoccaJoão Manuel Lopes de CerqueiraKarina Camargos CoutinhoMárcio de Ávila RodriguesRaquel Campolina MoraesThiago Rios GomesValquíria Borges da Costa Fialho

RevisãoDionne Emília Simões do Lago Gonçalves

Projeto GráficoCoordenadoria de Publicidade e Marketing Institucional

DiagramaçãoMárcio Wander Moura FerreiraMG-00185 DG - DRT/MG

FotosArquivo TCEMG

ImpressãoRona Editora

Tiragem4.000 exemplares

Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais Av. Raja Gabáglia, 1.315 - CEP: 30380-435Luxemburgo - Belo Horizonte/MGFones: (31) 3348-2147 / 3348-2177 - Fax: (31) 3348-2253e-mail: [email protected] - Site: www.tce.mg.gov.br

gestão: planejamento, execução, controle e o agir. Então, nósvamos valorizar muito esse sistema, com ênfase no ControleInterno, porque ele é um parceiro para o Controle Externo,que nós efetuamos.

Quais são os principais desafios de auxiliar os adminis-tradores públicos sem deixar de ser uma instituição fis-calizadora?

O principal desafio é exatamente interpretar esta frase doMinistro (do Tribunal de Contas da União) Ubiratan Aguiar, queeu gosto muito, que disse que “proximidade não é promiscui-dade”. O TCEMG tem que estar, cada vez mais, próximo do ju-risdicionado, dialogar em todos os níveis, mas sem abrir mãode sua missão constitucional, que é a missão fiscalizatória. Ogrande desafio é mostrar o lado pedagógico do Tribunal, me-lhorar a qualificação, mostrar de modo bastante didático comodeve ser o bom proceder da administração, utilizando todas asferramentas que temos, desde o ensino à distância, até as pre-senças em reuniões regionais; mas, ao mesmo tempo, ter tole-rância zero no uso indevido da verba pública.

Quais são as tendências atuais do Controle Externo?Hoje existem várias tendências modernas do controle

externo. A primeira, e que certamente se destaca, é amelhoria do planejamento. Nós precisamos que todogestor, em qualquer das nossas unidades jurisdicionadas,que são 3.366, tenha um compromisso com o planeja-mento. Enquanto a Constituição Mineira estabelece quatropeças de planejamento, que são o Plano Mineiro de Desen-volvimento Integrado, o Plano Plurianual, a Lei Orçamentá-ria e a Lei de Diretrizes Orçamentárias, os municípiosgeralmente têm apenas três. Por isso, o planeja-mento fica muito vinculado ao período dequatro anos. Eu acho que as câmaras munici-pais deveriam ter a percepção da Constitui-ção de Minas para alargar este tempo deplanejamento, de médio para longo prazo,um planejamento de 20 anos, que desseuma visão de futuro para essas adminis-trações. A segunda tendência é dar àadministração uma visão de transpa-rência, porque a sociedade quer en-tender como o dinheiro públicoestá aplicado.

Para isso, nós temos a Leide Acesso à Informação(LAI), que prevê que qual-quer gestor públicodeve colocar à disposi-ção do cidadão essesdados. Infelizmente,percebemos queesses dados ou nãosão colocados ou sãode forma muito téc-nica, muito difícil parao cidadão comum

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Entrevista

Em sua primeira entrevista para Contas de Minas, desde que assumiu o cargo, o Presidentedo Tribunal de Contas do Estado (TCEMG), Conselheiro Sebastião Helvecio, aproveitou a opor-tunidade para fazer um comunicado direto ao povo mineiro: vai dedicar seu mandato às

ações de combate ao uso ilegal do dinheiro público, por meio de uma fiscalização mais inteli-gente e menos intuitiva. Na conversa, o Presidente demonstrou grande segurança quanto aosrumos da instituição, o que, segundo ele, deve-se à sustentação dada pelo planejamento estra-tégico. Em sua agenda, estão planos de ação baseados em uma lista de tendências atuais do Con-trole Externo, que guarda de cor e desfiou para nossos leitores. A implantação dessas propostaspromete um período de grande modernização da Corte de Contas.

O que o povo mineiro pode esperar da fiscalização do Tri-bunal de Contas na sua gestão?

Todo esforço da nossa gestão vai ser para o povo mineirose beneficiar de uma fiscalização rigorosa, no sentido de com-bate à corrupção. Estaremos extremamente atentos a qual-quer descaminho da aplicação do recurso público. E, ao ladodessa preocupação fundamental, também teremos cuidadocom a qualidade do gasto público, ou seja, enfrentando odesperdício. Essas são as duas vertentes fundamentais quenós vamos utilizar na fiscalização: o combate diuturno à cor-rupção e também o combate, na mesma dimensão, à aplica-ção ineficiente do recurso público.

E como será a fiscalização do TCEMG para o jurisdicionado?O jurisdicionado vai perceber que a fiscalização será, cada

vez mais, em tempo real. O Sicom faz a coleta dos dados,busca nas fontes primárias as informações de um municípiopara atender a toda aquela gama de compromissos consti-tucionais e legais que o Tribunal tem que observar. E, aomesmo tempo, o Suricato faz a transformação desses dados,de acordo com a nossa matriz, num sistema de cruzamentode dados. Assim, nós substituímos a intuição por um sistemainteligente de aferição de padrões da administração pública.

Em geral, o Estado e os municípios mineiros são bem ad-ministrados?

O que a gente percebe claramente na administração pú-blica brasileira é que, desde a Constituição de 1988, nós es-tamos indo num caminho de melhoria. Principalmente coma edição da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), pela qual ti-vemos um salto de qualidade importante na administraçãoda coisa pública em todo o Brasil. Mas, ao mesmo tempo, agente percebe ainda um descompasso muito grande entreum binômio, que também vamos atacar de frente, que é agovernança e a gestão. Muitas vezes o administrador, princi-palmente do município, não compreende bem essas duas di-mensões. Então, a governança, que teria que ficar mais ligadacom o ente superior da administração e focar fundamental-mente no direcionamento, na avaliação e no monitoramento,fica colocada num segundo plano. Pretendemos que a go-vernança dos governos municipais possa também melhorar,assim como já percebemos a melhoria nos quadrantes da

“ ““Desde a Constituição de 1988,nós estamos indo num caminhode melhoria; principalmentecom a edição da Lei deResponsabilidade Fiscal (LRF),pela qual tivemos umsalto de qualidade”.

“ ““O modelo constitucional prestigiouo Sistema Tribunal de Contas. Nóstemos todas as ferramentas, todoo instrumental para prestarum serviço de qualidadepara a sociedade”.

Tolerância zero no usoindevido da verba pública

revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9 9revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 98

entender. Vamos fazer um trabalho muito grande para que oexercício da cidadania, através da transparência, seja cada vezmais fiscalizado e exigido dos nossos jurisdicionados. A ter-ceira tendência é a produção de temas pelos tribunais quepossam ser apoderados pelo Poder Público e melhorar a ges-tão. Eu estou falando das auditorias operacionais. São temasque perpassam a ação de algum município e que você pre-cisa fazer um trabalho de direcionamento, para que se tenhauma visão macro da região e se enfrente esses problemas,que são fundamentais e só podem ser resolvidos de umavisão de uma determinada região ou do Estado como umtodo. Neste momento, vivemos três desses problemas.

As mudanças climáticas indicam a necessidade de audi-torias de sustentabilidade para verificar o esforço das gestõesneste sentido; bem como as questões do solo, hídrica e ener-gética. Outro problema é a execução dos serviços que sãooferecidos à população, como, por exemplo, a segurança.Preocupa-me muito os gastos com segurança. É o gasto quemais cresce dentro do orçamento do Estado, e a sociedadenão percebe ainda uma melhoria. Esse vai ser um tema deum estudo muito apurado do Tribunal, que é exatamente apercepção da melhoria da segurança. E o outro tema, que nósvamos terminar a auditoria operacional, é a saúde, especial-mente da atenção básica. A gente percebe muito claramenteque o modelo de assistência à saúde está ficando cada vezmais centrado no hospital, na urgência e emergência. E dei-xando de lado o atendimento básico, nas Unidades Básicasde Saúde (UBS), que é a porta de entrada no sistema.

Essas três auditorias operacionais estão na pauta do Tribunalneste ano. Continuando a lista de tendências do Controle Externomoderno, outro item muito importante é o uso da Tecnologia daInformação (TI). Como nós temos, hoje, em Minas Gerais, maisde três mil unidades a serem fiscalizadas, numa extensão geo-gráfica que é maior que a França, você só pode fazer isso tendosistemas de informática muito modernos e abrangentes.

Qual o papel do Tribunal na organização do Estado,diante de outras instituições como o Ministério Público eo Poder Judiciário?

A Constituição foi muito feliz em fazer essa definição. Nóstemos, nos artigos 70 e 71, muita clareza do nosso papel e

atuação. Primeiro, fica bastante claro que o papel do Tribu-nal é ajudar o Poder Legislativo no Controle Externo. Esse aju-dar não quer dizer que somos parte ou estamos submissos aele. Nós temos que produzir peças que possam ser utilizadaspelo Legislativo na hora de fazer o julgamento das contas doExecutivo, quer seja a Assembleia com o Governador, ou asCâmaras com os prefeitos, para que eles tenham o nosso pa-recer opinativo bastante consolidado.

E a Constituição fortaleceu demais os pareceres do Tri-bunal, porque exige o quórum qualificado para eles seremalterados. Nós temos monitorado, quando ocorre discrepân-cia entre o que o Tribunal opina e a Câmara decide, para saberqual é a fundamentação que justifica aquela alteração. Nãotemos nenhuma área de atrito com o Legislativo, e sim umaparceria para sinalizar, na hora do julgamento das contas degoverno, com peças mais bem elaboradas. Agora, com rela-ção às contas de gestão, a Constituição é muito clara: quemfaz o julgamento das contas é o próprio Tribunal. Neste sen-tido, nós estamos praticando uma verdadeira jurisdição. Naanálise das contas de gestão, não há interferência do PoderJudiciário, não cabe nem recurso desse julgamento ao Judi-ciário, a questão se exaure dentro do Tribunal de Contas.

Fazemos uma interface muito grande com o Judiciário,no sentido de perceber se esse devido processo legal rece-beu todo o trâmite, dando a quem foi acusado a oportuni-dade de fazer o contraditório e produzir suas respostas. E,com relação ao Ministério Público, também a Constituiçãodeterminou que tivéssemos dentro da estrutura do Tribunal,fazendo parte dele, o Ministério Público de Contas, que foitão valorizado, que tem assento no colegiado um conselheirooriundo de seus quadros. Então, eu entendo que o modeloconstitucional prestigiou o Sistema Tribunal de Contas. Nóstemos todas as ferramentas , todo o instrumental para pres-tar um serviço de qualidade para a sociedade. É isso que a so-ciedade espera que o Tribunal responda.

Dois anos de mandato serão suficientes para concretizaros planos desta gestão?

Eu entendo que sim, porque todas as nossas ações estãofundamentadas no planejamento estratégico, que já está emsua terceira versão. Desde o segundo semestre do ano pas-sado, já sabendo dessa possibilidade de vir a ser Presidente,eu acompanhei muito de perto o planejamento estratégico.E o que estamos fazendo é dar sequência à soma das admi-nistrações anteriores e às conquistas que foram se consoli-dando, apontando o caminho para as novas conquistas.Então, nós temos muita segurança de onde o Tribunal está epara onde ele quer seguir. Cada um de nós, durante essesdois anos de mandato na presidência, vai dando sentido paraesta nau importante que é o Tribunal de Contas. Na verdade,o grande presidente da Casa é o planejamento estratégico.Nós nada mais somos quem executa e decide o que está noplanejamento estratégico. Executamos com a governançafeita pelo Tribunal Pleno, e eu represento este sentimento; epelos gestores, trabalhando em áreas específicas do Tribunal.Essa estrutura tem se mantido para oferecer um produto commuita qualidade. O Tribunal tem dado essa resposta, querseja pelo número de processos que deliberamos, e ano

passado batemos mais um recorde na nossa produção, oupela qualidade dos temas que temos enfrentado. O Tribunalde Minas hoje é referência, não apenas no Brasil, mas inter-nacional. Vários trabalhos, que temos tido a oportunidade deapresentar, mostram essa importância. Por exemplo, foi res-ponsável, no Brasil, por fazer o treinamento dos primeiros téc-nicos dentro da ferramenta SAI PMF, da Intosai, o órgãosupremo de auditoria.

Como o senhor classificaria o exercício da presidência doTCEMG, para alguém que tem uma vida inteira de servi-ços públicos prestados em variados cargos?

É um orgulho muito grande. Eu tive a oportunidade deter participado do Legislativo, no momento que talvez tenhasido o mais importante da minha vida: como constituinte.Momento inesquecível porque, não apenas significou a rea-bertura democrática, mas um momento em que toda popu-lação tinha anseios enormes. Quando conseguimosrealmente produzir, aqui em Minas Gerais, a ConstituiçãoCompromisso. Que também é um exemplo para o Brasil. Foium momento muito rico e, curiosamente, esse embate daConstituição me levou até a agregar profissionalmente umcurso de Direito. Até então, só tinha a graduação em Medi-cina. Exatamente quando começaram essas discussõesda constituinte, eu percebi que precisava aprimorar.

Depois, no Executivo, também tive a oportunidadeúnica de, como Secretário da Saúde, implantar a Funda-ção Hemominas, que é uma fundação modelar. Que teveuma estrutura de trabalho em prol da comunidade muitoclara, muito decisiva, e os anos mostraram o acerto daquelaescolha, porque, na época,muitas pessoas eram contra, acha-vam que poderia enfraquecer a Secretaria deSaúde. Na verdade, hoje todos reconhecem apolítica dos hemocentros no Brasil comosendo mesmo uma política pública degrande relevância. E agora, nessa outra po-sição, olhando o Controle, neste tempoque tive aqui no Tribunal, a gente podeperceber a importância do Controle paramelhorar a qualidade do controlado.

Essa é uma visão muito interes-sante: não fazer a fiscalização apenaspelo fiscalizar, mas fazer a fiscaliza-ção para melhorar a eficiência daaplicação do recurso, benefi-ciando o verdadeiro patrãode todos nós, que é o ci-dadão. E é muito impor-tante saber que umadecisão técnica, que sefaz aqui, vai melhorar aqualidade de vida deum mineiro, que nemsabe que o Tribunal deContas existe, mas quevai se beneficiar deuma política pública.Isso dá muita alegria.

“ ““Com relação às contas de gestão,a Constituição é muito clara: quemfaz o julgamento é o próprio Tribunal.Neste sentido, nós estamospraticando uma verdadeirajurisdição.”

“ ““Não devemos fazer a fiscalizaçãoapenas pelo fiscalizar, mas paramelhorar a eficiência da aplicaçãodo recurso, beneficiando overdadeiro patrão de todosnós, que é o cidadão”.

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Conselheiro Sebastião Helvecioassume Presidência do TCEMG

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“Na democracia, nenhumainstituição tem espaço a nãoser para valorizar as pessoas.”

OConselheiro do Tribunal de Contas do Estado de MinasGerais, Sebastião Helvecio, eleito pelo Tribunal Plenoem dezembro do ano passado, assumiu a Presidência

da Corte de Contas, na tarde do dia 09 de fevereiro, numa ce-rimônia que contou com a presença de expressiva parcela daclasse política nacional. O novo presidente prestou publica-mente o compromisso e assinou o termo de posse. O mesmofizeram o novo Vice-Presidente, Cláudio Couto Terrão, e onovo Corregedor, Mauri Torres.

À mesa de honra, também se assentaram o Governadorde Minas Gerais, Fernando Pimentel; o Presidente da Assem-bleia Legislativa, Deputado Adalclever Lopes; o Presidente doTribunal de Justiça, Desembargador Pedro Marcondes; o Se-nador Antonio Augusto Junho Anastasia; o General do Exér-cito, Mário Alves de Araújo; o Ministro do Tribunal de Contasda União (TCU), Augusto Nardes; o Procurador-Geral deNa transmissão do cargo,

antecessora e sucessor se aplaudem �

revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 912 revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9 13

Os conselheirosempossados

Cláudio Terrão,Vice-Presidente;

Sebastião Helvecio,Presidente; eMauri Torres,Corregedor

Justiça, Carlos Bittencourt; o Presidente do Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE), Desembargador Geraldo de Almeida; aDefensora Pública Geral, Christiane Neves; o Procurador-Geral do Ministério Público junto ao TCEMG, Daniel Guima-rães; o Presidente da Associação dos Membros dos TCs doBrasil (Atricon), Conselheiro Valdecir Pascoal; o Presidenteda Abracon, Francisco Neto; e o Prefeito de Belo Horizonte,Márcio Lacerda.

O Presidente Sebastião Helvecio falou de improviso.Nas suas palavras, a partir do “átrio do coração”. O Conse-lheiro frisou que, “na democracia, nenhuma instituição temespaço a não ser para valorizar as pessoas”. E lembrando ofilósofo inglês do Séc. XVII, Francis Bacon, que introduziu nahistória a noção de que “o amanhã será melhor que o hoje”,afirmou que realizar essa sentença deve ser o compromisso

de todos os brasileiros. “Assumo a presidência confortavel-mente, porque estamos amparados por um planejamentoestratégico e também porque nosso trabalho é em equipe”,justificou, adiantando que oferecerá à sociedade serviçosde inteligência para apurar a ineficiência e a corrupção naAdministração Pública.

A Conselheira Adriene Andrade se despediu da presi-dência discursando sobre gratidão. Segundo a Ex-Presi-dente, era com a alma carregada de gratidão ereconhecimento aos sábios e nobres colegas de trabalhoque ela encerrava o mandato. “E expressar essa gratidão éviver seus ensinamentos, deixar frutificar as sementes lan-çadas”, refletiu a Conselheira. Adriene Andrade ressaltouque atualmente o Tribunal é reconhecido como eficientecontrolador, em razão do trabalho conjunto dos membros e

Conselheiros e Conselheiros Substitutos do TCEMG ocuparam a primeira fila

O TCEMG e os três poderes de Minas Gerais: o Desembargador PresidentePedro Marcondes, o Governador Fernando Pimentel, o Presidente

Sebastião Helvecio, e o Presidente da Assembleia, Deputado Adalclever Lopes

Ministro Augusto Nardes, Presidente do TCU;Conselheiro Sebastião Helvecio, Presidente do TCEMG

e Márcio Lacerda, Prefeito de Belo Horizonte

revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 914 revista contas de minas janeiro / fevereiro 2015 ano 1 nº 9 15

Adriene Andrade ressaltou que atualmente o Tribunal éreconhecido como eficiente controlador

Para o Procurador-Geral, Daniel de Carvalho Guimarães, as gestõesque se encerraram foram marcadas pela colaboração para a

consolidação do Ministério Público junto ao TCEMG

O Conselheiro Substituto Hamilton Coelho exaltou asqualidades inovadoras de Sebastião Helvecio

O Presidente do TCEMG acompanhado da Ministra do STF, Cármen Lúcia,e do Prefeito de Pará de Minas, Antônio Júlio

O Vice e o Presidente do TCEMG, Claúdio Terrão e Sebastião Helvecio,acompanhados pelas procuradoras do MPC, Maria Cecília Borges e Elke Andrade e

do Chefe de Gabinete da Presidência, Ronaldo Machado

O coral UFJF cantou o hino de Juiz de Fora,em homenagem às origens do Presidente

O novo Presidente concedeu entrevistas efalou sobre as diretrizes da sua gestão

O Senador Antonio Anastasia prestigiou aposse do novo Presidente do TCE

O Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel,esteve presente na cerimônia de posse

O Procurador-Geral do MPC, Daniel Guimarães, o Vice-Presidente do TCEMG,Cláudio Terrão, o Conselheiro Gilberto Diniz e o Corregedor, Mauri Torres

O Presidente acompanhado de sua filha,Renata, e de sua esposa, Valéria

servidores; e destacou os resultados de seu governo nasáreas de Tecnologia da Informação e na orientação dos ór-gãos e entidades sujeitos à fiscalização.

O Procurador-Geral, Daniel de Carvalho Guimarães,lembrou em seu discurso que a gestão da ConselheiraAdriene Andrade, como presidente, e de Sebastião Helve-cio, como vice, foi marcada pela colaboração para a conso-lidação do Ministério Público junto ao TCEMG. OConselheiro Substituto Hamilton Coelho exaltou as quali-dades inovadoras de Helvecio. “Antes de ser eleito já mos-trava aptidão para a gestão do Controle Externo”, afirmou.Hamilton Coelho também expressou sua gratidão àAdriene Andrade. “Será lembrada pela elegância nobiliár-quica demonstrada, tanto durante as adversidades quantonas grandes conquistas”, definiu.

O novo Presidente prestou publicamente o compromisso

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Presidente faz primeira reuniãode trabalho com servidores

Os servidores do Tribunal de Contas do Estado de MinasGerais (TCEMG) lotaram o Auditório Vivaldi Moreira, nodia 27/02/15, nos dois turnos, para a primeira reunião de

trabalho realizada pelo Presidente do TCEMG, Conselheiro Se-bastião Helvecio, que apresentou as alterações na estrutura or-ganizacional do Tribunal.

“Essa nossa reunião de trabalho é extremamente relevantepara a vida do Tribunal e muito especialmente para as pessoasque dependem dele, não apenas nós, que somos servidores,mas, fundamentalmente, a sociedade que necessita de umproduto de qualidade para melhorar a gestão da coisa públicano Estado de MinasGerais”, salientou oPresidente.

De acordo com oConselheiro, todo otrabalho de restru -turação, aprovadoem Sessão Plenáriade quarta-feira (25/02/15), reflete a con-solidação do 3º pla-nejamento estratégi-co do Tribunal. “Oeixo fundamental é

entender que teremos uma figura bastante clara de gover-nança e outra de gestão, trabalhando de forma harmônica.Ressalto os três pilares da governança: direção, avaliação e mo-nitoramento. Na gestão, haverá uma atuação independente,com autonomia, e o comportamento será o mais técnico, omais qualificado, o melhor possível para que o produto finalseja aquele que desejamos.”

O Presidente afirmou, ainda, que fará grande esforço para co-locar a atividade fiscalizatória do TCEMG em destaque. “Nossa mis-são é fazer o controle da gestão pública em benefício dasociedade. A qualidade do nosso trabalho vai melhorar o recurso

que será aplicado,porque tanto o roubo,quanto a má gestãoprecisam ser perse-guidos pelas mãos doTribunal”. Para finali-zar, o Presidente afir-mou que o Tribunalde Contas evoluiumuito, mas ainda temmuito a avançar. “Seiexatamente onde es-tamos e aonde quere-mos chegar”.

O Presidente falou dos principais alvos de sua gestão

Novos diretores do TCEMG são empossados

OPresidente do Tribunal de Contas de Minas Gerais(TCEMG), Conselheiro Sebastião Helvecio, deu posse aosnovos diretores, coordenadores, assessores e demais car-

gos comissionados do TCEMG para o biênio 2015/2016. A ceri-mônia ocorreu no Salão José de Faria Tavares (Salão Nobre), nodia 10 de fevereiro.

“Estou muito confortável e muito tranquilo porque recebouma Casa muito bem organizada e não preciso fazer grandesmudanças”, assim o Conselheiro Sebastião Helvecio disse estarse sentindo em seu primeiro dia de exercício da Presidência doTCEMG. O Presidente também lembrou aos empossados “queeles serão a sua gestão”.

O Presidente declarou sua total confiança “na qualidade dotrabalho dos servidores” e completou dizendo que acredita quetodos “estão preparados para formar um grande conjunto ecumprir a missão do Tribunal”.

Sebastião Helvecio disse que vai basear sua gestão nos prin-cípios da governança pública e ampliar o foco na fiscalização in-tegrada. “O tratamento da inteligência dos dados éabsolutamente fundamental”, reforçou.

O Conselheiro também pediu que, ao desenvolver suas ati-vidades, os novos empossados “lembrem-se sempre daquelaspessoas que não estão aqui, que não têm o conforto do nossosalário, não têm a segurança do nosso emprego e, muitasvezes, preci-sam de umapolítica públicaque se benefi-cie da atuaçãodo Tribunal”.

A Diretora GeralRaquel Simões

também pediu oempenho e o

compromisso detodos os gestores

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s Primeira e Segunda Câmaras do Tribunal de Contas doEstado de Minas passaram a ter nova composição a par-tir do dia 09 de fevereiro. A Conselheira Adriene Andrade

preside a Primeira Câmara, integrada também pelos conse-lheiros Mauri Torres, Licurgo Mourão e Hamilton Coelho (Subs-tituto). Já a Segunda Câmara passou a ser presidida peloConselheiro Wanderley Ávila e composta pelos conselheirosJosé Alves Viana, Gilberto Diniz e Licurgo Mourão (Substituto).

Os dias e horários das sessões permanecem inalterados. As

sessões ordinárias da Primeira Câmara acontecem às terças-feiras, a partir das 14h30 e as da Segunda Câmara, às quintas-feiras, a partir das 10h.

A nova composição das Câmaras para o próximo biêniofoi deliberada em Sessão Plenária do dia 10 de dezembro de2014, quando, por unanimidade, foram eleitos como Presi-dente do TCEMG o Conselheiro Sebastião Helvecio, como Viceo Conselheiro Cláudio Terrão e, como Corregedor, o Conse-lheiro Mauri Torres.

NOTÍCIAS DO PLENO

Primeira sessão presidida porSebastião Helvecio aprova plano de

monitoramento do PSF

No dia 25 de fevereiro, o Conselheiro do Tribunal de Con-tas do Estado (TCEMG) Sebastião Helvecio dirigiu a pri-meira sessão do Tribunal Pleno desde que assumiu a

Presidência da Corte de Contas. Entre diversos processos le-vados a plenário pelos conselheiros, destacou-se a apreciaçãodo Monitoramento (Processo 932.426) de Auditoria Operacio-nal, realizada na gestão do Programa de Saúde da Família(PSF) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES)e pelos municípios mineiros.

Quanto ao assunto, o colegiado deliberou pela aprovaçãodo plano de ação para melhoria do funcionamento doPrograma de Saúde da Família, encaminhado ao Tribunal pelaSES em resposta às nove recomendações e cinco determina-ções do TCEMG, aprovadas em novembro de 2013, quando aauditoria foi concluída. À época, a investigação apontou comofalhas a inexistência de profissionais responsáveis exclusiva-mente pela coordenação técnica do PSF, recursos recebidosde origem desconhecida, descumprimento de carga horária,

existência de vínculos contratuais precários e ausência deequipamentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A partirdesta aprovação, a Secretaria deverá encaminhar relatórios demonitoramento periódicos, demonstrando o cumprimento doplano de ação.

O relator da matéria, Conselheiro José Alves Viana, cujovoto foi acompanhado por unanimidade, destacou a necessi-dade de retomada das reuniões de discussão da carreira dosprofissionais de atenção primária à saúde e da proposta deinstituição da política de incentivo financeiro para auxiliar mu-nicípios na contratação de profissionais para exercer a funçãoexclusiva de coordenação das equipes do PSF. “Na realizaçãode auditorias de natureza operacional, o monitoramento semostra necessário, não apenas como forma de verificar o cum-primento das deliberações deste Tribunal exaradas em razãodas auditorias, mas também como forma de identificar possí-veis entraves à implementação das ações, buscando soluçõesalternativas junto aos gestores”, defendeu o Conselheiro Viana.

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Panorama

APrimeira Câmara, em sessão do dia 24/02, negou provimento aoagravo (recurso) apresentado pela Prefeitura Municipal de Ouro

Preto contra decisão do TCEMG que suspendeu a Concorrência Pú-blica 004/2014 para contratação de empresa especializada na pres-tação de serviços, de natureza contínua, de coleta de lixo e limpezaurbana, varrição e capina. Acompanhando o voto do relator, Con-selheiro Substituto Hamilton Coelho, o Tribunal manteve, na íntegra,a decisão liminar no processo de Denúncia 944.637, em decorrên-cia dos indícios de irregularidades no procedimento licitatório. Entreas argumentações apresentadas no recurso, constou a “alegação deincompetência do Tribunal para o controle de legalidade quantoaos impactos ambientais da contratação em exame”. Essa hipótesefoi imediatamente afastada pelo relator, com base nas disposiçõesdo artigo 225 da Constituição da República e do artigo 3º, inciso IV,da Lei Complementar Estadual 102/08.

Primeira Câmara mantém suspensãode concorrência em Ouro Preto

Referendando o voto do relator, Conselheiro SubstitutoLicurgo Mourão, a Segunda Câmara determinou, na sessãode 26/02, a suspensão liminar do Edital de Tomada de Preços03/15, promovido pela Prefeitura Municipal de Itambédo Mato Dentro até que sejam apuradas irregularidades apon-tadas na Denúncia 944.776. A tomada de preços visa à“contratação do serviço de implantação e operação de geren-ciamento da frota de veículos e máquinas por meio de sistemainformatizado, com utilização de tecnologia de cartão eletrô-nico, para manutenção preventiva e corretiva, incluindo o for-necimento de peças, pneus, componentes, acessórios emateriais, inclusive guinchamento”. De acordo com os denun-ciantes, a licitação estaria contrariando os princípios da lega-lidade, economicidade, transparência, imparcialidade e possuicláusulas no edital que restringem a participação e competiti-vidade entre as empresas concorrentes.

Suspensa tomada de preçosem Itambé do Mato Dentro

ASegunda Câmara aprovou, na sessão do dia 26/2, o voto do Con-selheiro Relator Gilberto Diniz que determinou o ressarcimento

do valor de R$44 mil (devidamente atualizado monetariamente eacrescido de juros de mora) aos cofres estaduais, referente ao repasseda Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de MinasGerais – Setop, para a execução de obras de construção de clube po-pular do município de Ipiaçu. Foi aprovada também a aplicação demultas ao gestor municipal à época no valor total de R$3 mil pelaomissão no dever de prestar contas do Convênio SETOP nº1493/2006, pela transferência do valor repassado da conta bancáriavinculada ao convênio para outra conta bancária do município e pelodescumprimento do objeto do convênio firmado para a realizaçãoda obra. Os prejuízos foram apurados pela Tomada de Contas Espe-cial instaurada pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventudede Minas Gerais – SEEJ-MG (Processo nº 771.780).

Tribunal determina devolução derecursos destinados à construção

de clube em Ipiaçu

DECISÕES DAS CÂMARAS

Asuspensão do Concurso Público 01/2014 para provimento de car-gos do quadro de pessoal permanente da Prefeitura Municipal de

Monte Carmelo, Triângulo Mineiro, foi revogada pela Primeira Câmaraem sessão do dia 24/02. A decisão acompanhou o voto do relator, Con-selheiro Mauri Torres (Processo 932.672), com a determinação de queo prefeito municipal promova a publicação do edital com as retifica-ções indicadas pelo Tribunal de Contas e reabra o prazo para inscri-ções, fixando novas datas para cada fase. O concurso havia sidosuspenso em outubro de 2014, em razão de falhas encontradas noedital encaminhado ao TCEMG por meio do sistema eletrônico Fiscap.Como os responsáveis providenciaram as retificações de acordo comas recomendações do Tribunal, a Primeira Câmara revogou a decisão.Assim que notificado, o prefeito municipal tem prazo de cinco diaspara encaminhar os comprovantes ao TCEMG, sob pena de aplicaçãoda multa diária de mil reais.

Concurso em Monte Carmelo é liberado

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Tribunal determina suspensãoinédita de resolução que autorizava

verba indenizatória irregular

Ex-presidenteMurta Lagesé tema de

livro biográfico

APrimeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado(TCEMG) adotou uma deliberação inédita e determi-nou, na sessão do dia 3 de fevereiro, a suspensão pre-

ventiva de uma resolução da Câmara Municipal de Iturama,no Triângulo Mineiro. A norma permitiu o pagamento de ver-bas indenizatórias aos vereadores que somam cerca de R$750 mil, nos anos de 2012 e 2013. A Corte de Contas, pormeio de uma Auditoria (Processo 911.755), investiga se houveirregularidades no uso desses recursos públicos e deliberoucontra o regulamento municipal para prevenir o agrava-mento do suposto desvio.

Durante a reunião, o Conselheiro José Alves Viana – rela-tor da matéria – apresentou a decisão monocrática, pela sus-pensão, que foi referendada na Câmara. No documento,assinado pela então Presidente do TCEMG, Adriene Andrade,

substituta do relator nas férias, há justificativa do uso da me-dida cautelar diante dos indícios de irregularidade e ilegitimi-dade no ato normativo. “De fato, de nada valeria resolver opresente caso concreto, lançando o olhar sobre os valores jápagos e apurados na auditoria, sem tomar medida de cautelapara a contenção da continuidade dos danos ao erário, casoconfirmado o entendimento quanto à irregularidade do ato”.

O relator considerou em sua deliberação as conclusõesdos técnicos do TCEMG. A análise especializada identificou,entre outros achados, que “as despesas a título de verba in-denizatória e diária de viagem não foram realizadas pelos ve-readores no estrito exercício da função legislativa, mas, sim,de forma rotineira, excessiva e indiscriminada, sem distinçãoentre gasto público e particular, o que configurou subsídio in-direto, sem amparo legal”.

Olivro “João Bosco Murta Lages – o artífice do diá-logo”, de autoria do jornalista Itamar de Oliveira,narra momentos e passagens memoráveis prota-

gonizados pelo advogado, político, ex-Conselheiro e Pre-sidente do TCEMG entre 1997 e 1999.

Mineiro, de Mar de Espanha, Murta Lages foi um dosfundadores do Movimento Democrático Brasileiro (MDB)– partido que abrigou os opositores do regime militar–,além de deputado estadual e suplente de senador. Autorde livros jurídicos, de crônicas e de viagens, Bosco –como era conhecido pelos amigos – foi membro da Aca-demia Mineira de Letras (AML), onde foi realizado o lan-çamento da obra.

ASessão Plenária do Tribunal de Contasdo Estado (TCEMG) do dia 4 de fevereirofoi a última presidida pela Conselheira

Adriene Andrade, na sua gestão que terminouno dia 9 do mesmo mês. A reunião foi marcadapor homenagens do colegiado e dos servido-res, que, após o encerramento, foram em co-mitiva até as instalações da Escola de Contas eCapacitação Professor Pedro Aleixo, onde par-ticiparam da solenidade de comemoração dos20 anos da Escola.

A então Presidente Adriene Andrade entre-gou aos membros do Tribunal Pleno e ao repre-sentante do Ministério Público junto ao TCEMGpublicações com resultados institucionais dosanos de 2013 e 2014. Foram distribuídos o PlanoEstratégico 2015-2019, o Manual de Boas Práti-cas em Licitação para Contratação em Sistemasde Gestão Pública, o Levantamento de Gover-nança de Tecnologia da Informação na Adminis-tração Pública, o Relatório de Gestão da Diretoriade Matérias Especiais, o Relatório de Atividadesdo Núcleo de Governança do TCEMG e a Cartilhade Orientação Técnica do Tribunal sobre Ilumi-nação Pública, trabalho coordenado pelo Conselheiro José Alves Viana. Ainda no plenário, a então Dire-tora Geral do TCEMG, Júnia Bretas, entregou um buquê de flores à Conselheira Adriene Andrade, umahomenagem feita em nome de toda a equipe que trabalhou diretamente com ela.

Homenagens, inaugurações e selocomemorativo celebram encerramento dagestão da Conselheira Adriene Andrade

ConselheiraAdriene Andrade

é presenteada pelosservidores na última

sessão como presidente

Duas décadas da Escola de ContasLogo na chegada do público à recepção da Escola de

Contas, houve o lançamento pelos Correios dos selos perso-nalizados comemorativos dos 80 anos do TCEMG, a seremcompletados em 2015, e dos 20 anos da Escola. O Gerentede Vendas Corporativas dos Correios, Aílton Ricardo deAraújo, representou a empresa pública durante o lança-mento.

Na sequência, Adriene Andrade convidou os conselhei-ros Sebastião Helvecio e José Alves Viana, junto com a Dire-tora da Escola de Contas, Natália Araújo, para descerrarem aplaca comemorativa dos 20 anos de criação da Escola.

Também foi inaugurado o auditório da instituição de ca-pacitação, batizado em memória do falecido ConselheiroSimão Pedro Toledo, presidente do Tribunal de Contas nosanos de 2003 e 2004. A viúva Eunice Riera Toledo, filhos enetos participaram do descerramento de duas placas em ho-menagem ao ex-Presidente.

Conselheira Adriene Andrade inaugura auditório da Escola de Contas, batizadoem homenagem ao saudoso Conselheiro Simão Pedro Toledo

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A mostra aconteceu no Auditório da Escola de Contas,que recebeu o nome do personagem principal do filme

OTribunal de Contas de Minas Gerais exibiu, no dia 05 defevereiro, o documentário “Parto para a liberdade _ umabreve história de Pedro Aleixo”. A mostra aconteceu no

auditório da Escola de Contas, que recebeu o nome do políticomineiro, personagem principal da obra.

O longa-metragem estreou em junho de 2014, com su-cesso de público, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Apelícula relembra os 45 anos da vida política de Pedro Aleixo,como a participação na Revolução de 1930 e o papel comoprincipal constituinte para tornar legal o voto feminino e os di-reitos trabalhistas.

A exibição do filme fez parte da programação “Ciclo devalorização e capacitação do servidor” e das comemoraçõesdos 20 anos da Escola de Contas e Capacitação ProfessorPedro Aleixo.

Jesus Chediak, Diretor da obra, afirmou, em entrevista con-cedida à Editora Justiça e Cidadania, que escolheu Pedro Aleixocomo personagem do filme para motivar as pessoas que estãodescrentes do cenário político atual. O cineasta contou ter pro-curado na história no Brasil alguma figura que mostrasse comopolítica é importante e “fundamental para o desenvolvimentoda sociedade”, e ao mesmo tempo, alguém que não fosse vin-culado a bancada nenhuma. “Então, me veio a figura do PedroAleixo. Ele transitou da esquerda para o centro, do centro para adireita e, depois, novamente para a esquerda”, concluiu o diretor.

Trajetória políticaPedro Aleixo foi político, professor, advogado e jornalista mi-

neiro, nascido na cidade de Mariana, em 1º de agosto de 1901.Formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais,iniciou a carreira no escritório do Dr. Abílio Machado, onde tam-bém trabalhava seu colega de turma, Milton Campos. Em 1923,ajudou a fundar o jornal Estado de Minas.

Aleixo foi um dos idealizadores da Revolução de 1930, quelevou Getúlio Vargas a comandar o Brasil como “Governo provi-sório”. Anos mais tarde, eleito como presidente da Câmara dosDeputados, o político mineiro era o primeiro substituto na au-sência do principal chefe do país, pela Constituição de 1934.

Depois de ter assumido a função de presidente da União De-mocrática Nacional (UDN), partido que ajudou a fundar, de tersido deputado estadual e federal, secretário do Interior e Justiça,e um dos líderes civis do golpe militar de 1964, Pedro Aleixo foieleito como vice-presidente do Marechal Artur da Costa e Silva,em 1966. Neste período, foi impedido pelos militares de assu-mir a Presidência da República, devido a um afastamento mé-dico do oficial. Ainda assim, chegou a exercer o papel, entre osdias 11 e 14 de abril de 1967, durante uma viagem de Costa eSilva ao Uruguai.

Pedro Aleixo foi pai do Conselheiro Presidente aposen-tado do TCEMG Maurício Brandi Aleixo e faleceu em Belo Ho-rizonte, em 1975.

Pedro Aleixo é tema dedocumentário exibido no TCE

“máquina de informações”. Para ele, o estresse diário é resultadoda “urgência” do mundo atual, em que tudo é rápido, instantâ-neo e, por isso, as mentes das pessoas ficam agitadas gerandoansiedade, irritabilidade, bloqueando a memória e a criativi-dade. “Aprender a proteger suas emoções e gerenciar seus sen-timentos e pensamentos é essencial para a saúde emocional”,recomendou.

A Conselheira Presidente Adriene Andrade prestou uma ho-menagem aos servidores e funcionários terceirizados do Tribu-nal com a exibição de um vídeo com fotos de todos queparticiparam de sua gestão.

Palestra deJosé Luiz deMello atraiu aatenção dosservidores

Ciclo do servidor é encerradocom auditório e salões lotados

Tema “Cidadania, ética e senso de serviçopúblico” é abordado em palestra

OProfessor e Consultor da Fundação Dom Cabral (FDC),José Luiz Jansen de Mello Neto, também conhecidocomo o ex-padre Zeca de Mello, ministrou, no dia

06/02/15, no Auditório Simão Pedro Toledo da Escola de Con-

tas e Capacitação Professor Pedro Aleixo, a palestra “Cidada-nia, ética e senso de serviço público”. A palestra faz parte do“Ciclo de valorização e capacitação do servidor” – evento deencerramento da gestão da Conselheira Presidente AdrieneAndrade.

José Luiz Jansen de Mello graduou-se em Filosofia e Teo-logia, atuou como padre católico na Igreja da Ressurreição eliderou o movimento ecumênico Deus é Dez. Atualmente, éprofessor da Fundação Getúlio Vargas e da Fundação Dom Ca-bral. Em suas palestras, aborda temas como espiritualidadeem tempos de complexidade e inquietude, inovação e mo-delos de negócio com impacto social, confiança na mudança,ética e liderança educadora.

A servidora Célia Rosa, lotada na Revista do TCEMG, fez ques-tão de assistir à palestra e destacou a importância de se abordaresse tema dentro de uma instituição pública. “A essência dasboas relações é você aprender a se colocar no lugar do outro e oautoconhecimento é essencial nesse processo”, destacou.

Servidores lotaram o Auditório Vivaldi Moreira para assistirà palestra do Psiquiatra Augusto Cury, no encerramentodo “Ciclo de valorização e capacitação do servidor”

Apalestra do Psiquiatra e Escritor Augusto Cury encerrou oCiclo de capacitação e valorização do servidor, no dia 6/2,com o Auditório Vivaldi Moreira e o Salão Inimá de Paula

lotados. Funcionários e servidores do Tribunal aprenderam téc-nicas de gerenciamento das emoções, qualidade de vida e me-lhoria nas relações. O evento encerrou a gestão da ConselheiraPresidente Adriene Andrade, que terminou oficialmente no dia9 de fevereiro de 2015.

O psiquiatra falou sobre a importância de desenvolver o Eupara ser autor da própria história, de usar nosso pensamentopara nos beneficiar e da importância de não nos tornarmos uma

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“Acabou o tempo em que o Tribunal de Contas era ofantasma que assustava todo mundo. Hoje, o Tribunaltrabalha numa lógica de orientação e pedagogia”,

destacou o Conselheiro José Alves Viana na abertura do semi-nário “Contratação no setor de Iluminação Pública: orientaçõestécnicas para transferência dos ativos da Iluminação Pública”,no dia 2/2, no auditório da Escola de Contas.

O Conselheiro é presidente do grupo de estudos criadopela então Presidente do TCEMG, Adriene Andrade, com o ob-jetivo de analisar o papel do Tribunal de Contas na proposiçãode soluções para a operacionalização da transposição dos ati-vos de iluminação pública para os municípios. A ideia é estudare analisar as formas legais e mais economicamente viá-veis para a efetivação desse processo detransferência. Uma cartilha comorientação técnica doTCEMG sobre ilumina-ção pública foi lançadano evento.

O Palestrante FlávioBoson falou sobre as re-soluções da Agência Na-cional de Energia Elétrica

(Aneel) que discorrem sobre os ativos da iluminação pública. ODoutor em Direito Tributário pela Universidade de São Paulo(USP), Alexandre Alkmim, explicou sobre a instituição da Con-tribuição sobre Iluminação Pública (CIP) e requisitos de consti-tucionalidade. Os cuidados ao licitar no setor de IluminaçãoPública, segundo orientação Técnica do TCEMG, foram aborda-dos pelos servidores Gustavo Vidigal e Luiz Henrique Starling.

No dia 3/2, os palestrantes José Firmo do Carmo Júnior –Juninho – Coordenador Estadual da Gestão da Iluminação Pú-blica pela Cemig e Paulo Mendes – Diretor de Assistência e Fo-mento a Consórcios da Secretaria de Estado de

Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Ges-tão Metropolitana - SEDRU falaram sobre o tema

“Detalhando projetos básicos no Setorde Iluminação Pública”. Na parte da

tarde do mesmo dia, o Consultorda Assembleia Legisla-tiva de Minas Gerais,Gustavo Gomes, fa -lou sobre “Soluçãoconsorciada: ques-tões operacionais ejurídicas.”

Tribunal sedia seminário sobre transferênciados ativos da Iluminação Pública

O Conselheiro José Alves Viana (centro), Presidente do grupo de estudos criado no TCEMG para propor soluções para a operacionalização da transposição dosativos de iluminação pública com a cartilha de orientação técnica aos municípios em mãos, demais integrantes do grupo e palestrantes