Sebenta Antropologia Filosófica 2013

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    1/84

    ÍNDICE

    Introdução....................................................................................................................................................... 3

    UNIDADE 1...................................................................................................................................................... 4Antropologia Filosófica..................................................................................................................................4

    Preparação do terreno................................................................................................................................4

    1. Antropologia Geral..................................................................................................................................8O dualismo cartesiano...............................................................................................................................8O enfoque kantiano...................................................................................................................................8 As Ciências Naturais.................................................................................................................................9

    . !ugar da Antropologia entre as ci"ncias..............................................................................................9#. $%&ecto de estudo e '(todo................................................................................................................10). *re+e ,istória da Antropologia Filosófica...........................................................................................11-. De ue 'aneira a antropologia con+erte/se e' 0filosófica2..........................................................12

    UNIDADE .................................................................................................................................................... 143u%stancialidade do ser ,u'ano................................................................................................................14

    1. 3u%stancialidade do ser ,u'ano........................................................................................................14. 3u%stancialidade da al'a....................................................................................................................16

    #. $rige' da al'a..................................................................................................................................... 18). 4elaç5es entre al'a e corpo................................................................................................................20

    UNIDADE #.................................................................................................................................................... 23A pessoa ,u'ana......................................................................................................................................... 23

    1. $ pro%le'a da pessoa na ,istoria da Filosofia..................................................................................23. A pessoa co'o princ6pio de autono'ia7 de co'unicação e de transcend"ncia............................30#. Conceito de pessoa na cultura %anto.................................................................................................31). U' e8e'plo para analisar e de%ater9 o :ro&ecto 3$FIA (Salesianos de Portugal)...........................33

    UNIDADE ).................................................................................................................................................... 36Auto/transcend"ncia e espiritualidade.......................................................................................................36

    1. Interpretaç5es do fenó'eno da auto/transcend"ncia.......................................................................36

    Existencialistas ...................................................................................................................................... 36Marxistas................................................................................................................................................ 36Pensadores católicos............................................................................................................................ 37

    . Noção e di+isão..................................................................................................................................... 40#. 3ignificado da auto/transcend"ncia....................................................................................................41

    a) Principais soluções do problema do sentido da auto-transcendência.................................................41b) A naturea espiritual do !omem e"idenciada pela auto-transcendência.............................................44

    ). 3inteti;ando........................................................................................................................................... 46

    UNIDADE -.................................................................................................................................................... 48................................................................................48. :rincipais teorias so%re a 'orte e so%re a i'ortalidade...................................................................49

    Significado da morte nos bantos.........................................................................................................49#. Autotranscend"ncia e i'ortalidade.....................................................................................................58

    a) #ndi"idualidade....................................................................................................................................59b) $ni"ersalidade..................................................................................................................................... 59c) #nelutabilidade.....................................................................................................................................59d) #minência............................................................................................................................................. 59e) #ne%orabilidade.................................................................................................................................... 60f) &emibilidade......................................................................................................................................... 60

    UNIDADE ?.................................................................................................................................................... 62A @ocação u'ana....................................................................................................................................... 62

    1. Escol,a profissional9 dificuldades actuais e perspecti+as...............................................................62. Caracter6sticas antropológicas do ,o'e'.........................................................................................63

    #. A +ocação a partir da concepção do ser ,u'ano co'o pessoa......................................................65). $ tra%al,o co' e8pressão da ontologia ,u'ana..............................................................................66

    1

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    2/84

    UNIDADE B.................................................................................................................................................... 68A Antropologia o'ista................................................................................................................................ 68

    1. $rige'................................................................................................................................................... 68. A Antropologia o'ista........................................................................................................................68

    '(( Psicologia......................................................................................................................................... 69'('( Somatologia...................................................................................................................................... 71'(*( +mbriologia....................................................................................................................................... 72

    .). A pessoa ,u'ana............................................................................................................................... 74.-. A di'ensão cogniti+a da pessoa......................................................................................................75.?. A di'ensão 'oral da pessoa............................................................................................................77.B. A di'ensão social da pessoa ,u'ana.............................................................................................81.. anatologia......................................................................................................................................... 82

    2

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    3/84

    Introdução

     Abordar «Antropologia Filosófica d!sd! o ponto d! "ista da «Antropologia #!taf$sica

    t!% &% sabor !sp!cial. A nossa cab!'a no s! pr!cipita dir!cta%!nt! nos afa)!r!s *&otidianos. + &%a atit&d!s,bia- cal%a- int!rior. + &%a atit&d! b!% filosófica *&! p!rs!g&! os pri%!iros princ$pios !as ca&sas lti%as.«/abor!ar d!st! %odo &%a !p!rincia nica- %as no f,cil d! cons!g&ir.or*&!olt!%os a l!r a pri%!ira pala"ra d!sta introd&'o abordar. *&! significa !st! "!rborincipal%!nt! «!ncostar a- *&!r di)!r- colocarnos lado a lado da *&!sto *&! nospr!oc&pa. /! t& no t! colocas n!ssa posi'o (no so%!nt! !spacial- s!no %!ntal-dificil%!nt! d!scobrir,s !ss! sabor !sp!cial.

    «sabor !sp!cial &%a al!goria *&! &tili)o a*&i para "os con"idar a gostar d&%aabordag!% no"a. :sta abordag!% a «Antropologia #!taf$sica- *&!- passo a passo"a%os d!scobrir n!st! c&rso. Agora ;, sab!s d!"!s !star a*&i ! no no&tro s$tio (p!lo %!nos d&rant! as a&las- pois o!st&do p!ssoal d!p!nd! do int!r!ss! *&! colo*&! cada &% d! "ocs. /! !st,s!ncostado n!st! arg&%!nto- s! sab!s abordar con"!ni!nt!%!nt! a *&!sto- cons!g&ir,sfr&tos.or isso o !st&do da «Antropologia Filosófica o aprof&nda%!nto d&%a "iso filosóficasobr! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    4/84

    UNIDADE 1Antropologia Filosófica

    Preparação do terreno

     Antropologia Filosófica &%a disciplina do plano d! !st&dos do ?/@- na Bic!nciat&ra d!Filosofia. C%a si%pl!s disciplina da Filosofia sist!%,tica. A abordag!% int!lig!nt! dar!alidad! l!"anos a consid!rar a pr!s!n'a d!st! s&;!ito c

    ,A misso duma Antropologia .ilos/fica 0 indicar e%actamente como aestrutura fundamental do ser !umano e%plica todos os monop/lios1 todas asfunções e as obras espec2ficas do !omem3 a linguagem1 a consciência moral1as ferramentas1 as armas1 as ideias de 4ustiça e de in4ustiça1 o +stado1 aadministraço dos bens1 as funções representati"as das artes1 o mito1 areligio1 a ciência1 a !istoricidade1 a sociabilidade5( 67a% Sc!eler1 O posto do!omem no cosmo)(

    ,Se !8 um problema filos/fico cu4a soluço 0 requerida com urgência pelanossa 0poca1 este problema 0 o da Antropologia .ilos/fica( +ntendo por issouma refle%o fundamental acerca da essência e da estrutura do !omem9 dasua relaço com os reinos da naturea 6minerais1 plantas e animais) e com o princ2pio de todas as coisas9 da sua origem essencial metaf2sica e ao seu in2cio

    1 Filósofo al!%o nascido !% #&ni*&!- d! i%portncia f&nda%!ntal para a filosofia sociológica. :st&do& naCni"!rsidad! d! G!na- ond! contin&o& co%o prof!ssor ! !ntro& !% contacto co% o ta%b% filósofog!r%nico H&dolf :&cI!n (18461926- *&! "!io infl&!nci,lo inicial%!nt!- *&ando !st! l

    ob;!ctos- f&ndando assi% a s&a c

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    5/84

    f2sico1 ps2quico e espiritual no mundo9 das forças e potências que agem sobreele e aquelas sobre as quais ele age9 das direcções e das leis fundamentais doseu desen"ol"imento biol/gico1 ps2quico1 espiritual e social1 consideradas nassuas possibilidades e realidades essenciais( Os problemas da relaço entrealma e corpo 6entre ps2quico e f2sico) e a relaço entre o esp2rito e "ida estocompreendidos em tal antropologia1 somente a qual poderia dar um "8lido

    fundamento de naturea filos/fica e1 4untamente1 finalidades determinadas eseguras : pesquisa de todas as ciências que têm por ob4ecto o !omem3ciências naturais e m0dicas1 pr0-!ist/ria1 etnologia1 ciências !ist/ricas esociais1 psicologia normal e e"oluti"a1 caracteriologia5( 67a% S!eler1 7ensc!und ;esc!ic!te)(

     A nfas! *&! s! pon

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    6/84

    a intemp0rie( +%iste uma marcada falta de especialiaço1 com um per2ododesproporcionadamente comprido de desen"ol"imento e amadurecimento1incluindo o tardio amadurecimento se%ual(

    b( Contudo1 o !omem est8 disseminado pela terra inteira e sub4ugando cada "e mais a naturea1 apesar do seu des"alimento f2sico( No 0 poss2"el indicar um,ambiente51 uma soma de condições naturais e originarias indispens8"eis para

    que o !omem possa "i"er1 embora o "emos ,adaptado5 em todas partes3 no p/lo e no equador1 na 8gua e na terra1 nas florestas1 no p=ntano1 na montan!a1no planalto( Ei"e como ,ser cultural51 produ bens da sua capacidade para pre"er1 para planificar1 para transformar acti"amente as condições naturais(Cria uma "erdadeira ,esfera cultural5 na qual s/ o !omem "i"e e pode "i"er(Por isso1 algumas t0cnicas de obtenço e elaboraço de alimentos9 algumasarmas1 acti"idades e medidas comuns organiadas para se proteger deinimigos1 da intemp0rie1 etc(1 formam parte do ,bem cultural51 tamb0m nasci"iliações mais rudimentares1 e em rigor no !8 !omens propriamente,primiti"os51 sem nen!um grau de cultura(

    Os produtos dessa acti"idade plane4ada e transformadora1 inclusos osrespecti"os materiais e recursos intelectuais 6ideias1 imagens)1 socondicionantes da "ida f2sica do !omem1 enunciado que no rege para nen!umanimal( As construções dos castores1 os nin!os das a"es1 etc(1 48 mais esto plane4adas de ante mo1 mais so o resultado de acti"idades puramenteinstinti"as(

    +nto1 o !omem1 como ,ser carente5 organicamente1 no apto para "i"er emnen!um ambiente natural1 de"e fabricar-se uma segunda naturea1 um mundosubstituti"o elaborado e adaptado artificialmente que compense o seudeficiente equipamento org=nico( #sto 0 o que ele fa em qualquer lugar daterra( Ei"e1 como ele di1 numa naturea artificialmente con"ertida por ele eminofensi"a e

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    7/84

    entre os seres !umanos( 7as tudo est8 a ponto de nascer( ?e aqui a mil!aresde anos1 quando a perspecti"a do passado no se perceba seno em grandeslin!as1 as nossas guerras1 as nossas re"oluções contaro pouco1 supondo quee%ista a lembrança delas9 mas as grandes in"enções de todo g0nero falaroquiç8 como se fala do brone ou da pedra tal!ada9 ser"iro para definir umaidade( Assim mudar2amos a ideia de !omo sapiens pela ideia de !omo faber1

    como a faculdade de fabricar instrumentos artificiais1 em particular

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    8/84

    1. Antropologia Geral

     A Antropologia Filosófica apar!c!& na poca %od!rna- ;, *&! só a partir do sc&lo M??pJd! co%!'ars! a consid!rar oa s!r t!r%o antropologia foi !%pr!gado p!la pri%!ira "!)- no s!ntido %ais p!rto da s&a!ti%ologia- no sc&lo M?- n&%a obra tit&lada Psicologia antropol/gica ou doutrina daalma !umana- d! #. K&ndt.

    O dualismo cartesiano

    d&alis%o psicof$sico cart!siano l!"o& > antropologia ao !st&do d!st!s dois pólos aal%a ! o corpo. A partir d! a$ origino&s! a s!para'o !ntr! &%a antropologia f$sica ! &%aantropologia do !sp$rito o& filosófica *&!- %arcadas por a*&!l! d&alis%o- %ant!r!%s!s!paradas ! s!% ap!nas con!N!s !ntr! si. @!sta %an!ira- ao t!r tratado o corpos g!ra'N!s f&t&ras &% d&alis%o !tr!%o !ntr! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    9/84

     A pri%!ira p!rg&nta r!f!r!s! > %!taf$sica- a s!g&nda > %oral- a t!rc!ira > r!ligio- a*&arta > antropologia. próprio Lant- por%- obs!r"a *&! as pri%!iras trs pod!% s!r r!d&)idas > lti%a *&!sto- &%a "!) *&! t&do s! f&nda no antropologia- por*&! as trs pri%!iras p!rg&ntas s! r!f!r!% > lti%a(Bógica 25 A.

     A cr$tica Iantiana > %!taf$sica- os progr!ssos da cincia- a !%!rso da conscincia

    9

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    10/84

    Eonsid!rada d!ntro da Filosofia- con"% disting&ir a Antropologia da #!taf$sica por*&!t% ob;!ctos distintos. A #!taf$sica p!nsa o s!r !% *&anto s!r (!% toda s&a "astido&ni"!rsal- o !nt! !% *&anto !nt!- s!;a !l! *&al for- ! s&as ca&sas &ni"!rsais. #as a Antropologia no s! p!rg&nta p!lo s!r consid!rado !% toda s&a &ni"!rsalidad!- s!nopor &% s!r !% partic&lar «o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    11/84

    %!todologia- s!ria !nto- a «introsp!c'o prof&nda %!diant! a *&al pod!%os con

    Filosofia no pod! dar as costas a !"ol&'o d!stas cincias- por*&! !las proporciona%s!%pr! no"as "!rdad!s sobr! o s *&ais o filósofo no pod! ficar indif!r!nt!.

    Eo% f&nda%!nto !% t&do o *&! t!%os dito- o %todo a &tili)ar apr!s!ntas! !% for%apl&ridi%!nsional #+S@ BCH?@?#:D/?DAB

    1 or &% lado a ,obser"aço da realidade5  ( o ponto d! partida para todas asdisciplinas filosóficas- "!rdad!ira%!nt! a %!stra d! todas as coisas. Ass&%i%os aposi'o d! /. So%,s- o r!alis%o.2 :% s!g&ndo l&gar- a ,auto refle%o5 o& introsp!c'o prof&nda. A*&i ass&%i%os aori!nta'o a&g&stiniana !% t&do o *&! t!% d! %ais positi"a.3 :% t!rc!iro l&gar- nos abrimos ao di8logo co% a !p!rincia di,ria ! co% as d!%aiscincias

    (arI t!oria das fac&ldad!s

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    12/84

    part! atra"s dos di"!rsos dilogos. :% "!rdad!- foi Aristót!l!s o pri%!iro a co%por &%tratado %ais o& %!nos «sist!%,tico d! Antropologia- co% a s&a óp!ra R@! Ani%aR- co%ocontin&a'o dos li"ros da RF$sicaR.

    s sofistas Foi gra'as aos sofistas *&! as *&!stN!s antropológicas passara% a !star noc!ntro dos d!bat!s filosóficos- s!c&ndari)ando d!sta for%a as ant!rior!s *&!stN!s

    cos%ológicas.

     A :scol,stica %!di!"al- !% s&a for%a !t!rior- contin&o& d!ntro dos par%!tros!stab!l!cidos por Aristót!l!s- %as co% &% contrib&to f&nda%!ntal para a c&lt&ra afilosofia da p!ssoa

     Antropologia *&!r di)!r cincia do s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    13/84

    :% n!n

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    14/84

    UNIDADE 3u%stancialidade do ser ,u'ano

    1. 3u%stancialidade do ser ,u'ano

    !rg&nta%onos ant!s d! t&do o s!r

    condi'N!s d! dar a tais int!rroga'N!s for%&la'o ad!*&ada. O

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    15/84

    obter resposta satisfat/ria 0 a filosofia( No que1 pois1 di respeito ao ser or !ssas %!s%as ra)N!s- par!c!nos s!r l!g$ti%o afir%ar *&! o

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    16/84

    or todas !ssas ra)N!s- pod!%os concl&ir *&! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    17/84

     At a*&i as infor%a'N!s (%&ito !s*&!%,ticas d! car,ct!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    18/84

    :sta sing&lar conc!p'o da s&bstancialidad! da al%a t!% o %rito d! sol&cionar o !rrod! lato ! dos s!&s s!g&idor!s (os *&ais consid!ra"a% a al%a ! o corpo co%o d&ass&bstncias co%pl!tas por conta própria- r!&nidas d! %an!ira acid!ntal ! cas&al- co%o oca"al!iro ao ca"alo- o& o ti%on!iro > na"! ! d! sal"ag&ardar a &nidad! do s!r do s!r 

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    19/84

    #as "i%os *&! a propósito da orig!% da al%a do alto s! do trs %atria.ortanto- s! s! *&!r sal"ag&ardar a !spirit&alidad! tanto da al%a *&anto da s&a font!-para !plicar a orig!% d!sta o& da*&!la- n!c!ss,rio proc&rar &% %ód&lo dif!r!nt! doda !%ana'o.E t!s! *&! afir%a t!r a al%a orig!%- nasci%!nto- por cria'o.Eria'o significa a prod&'o d! &%a coisa *&! ant!s no !ra d! n!n

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    20/84

    >&udo aquilo cu4a subst=ncia no se identifica com o seu ser tem um autor doseu ser( 7as a alma !umana no se identifica com o seu pr/prio ser1 sendoesta propriedade e%clusi"a de ?eus9 portanto1 ela tem uma causa acti"a do seuser( Ora1 o que tem o ser directamente 6por si mesmo) 0 tamb0m causadodirectamente1 enquanto o que no o tem directamente1 mas s/ em unio comoutros1 no 0 causado directamente1 mas s/ 4unto com outros9 assim1 por 

    e%emplo1 a forma do fogo 0 produida quando 0 causado o fogo( Ora1 a alma!umana tem isto de pr/prio em relaço :s outras formas3 0 subsistente no seu pr/prio ser e comunica ao corpo o ser que l!e 0 pr/prio( Portanto1 a alma temum modo pr/prio de ser produida1 fora do modo comum das outras formas1que so produidas acidentalmente1 quando so produidos os compostos deque formam parte( 7as 48 que a alma !umana no tem a mat0ria comoelemento constituti"o de si mesma1 no pode ser formada com alguma coisaque l!e faça papel de mat0ria( Mesta1 ento1 que se4a produida do nada eassim se4a criada( Sendo1 por0m1 a criaço obra pr/pria e%clusi"amente de?eus1 disso segue que ela se4a criada imediatamente por ?eus@(

    E

    ). 4elaç5es entre al'a e corpo

    @o *&! "i%os di)!ndo at a*&i s!g&!s! *&! !ntr! os dois !l!%!ntos *&! constit&!% o

    s!r %at!rial. /o prof&nda%!nt! &nidos por*&! do orig!% a &% nico s!r- o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    21/84

    pr!!stab!l!cida. @!scart!s- !nfi%- fia locali)a'o b!% pr!cisa > soldad&ra !ntr! a al%a! o corpo !la acont!c! na glnd&la pin!al.Eontra a int!rpr!ta'o pitagórica ! platJnica to%ara% posi'o Aristót!l!s ! So%,s d! A*&ino ! os s!&s r!sp!cti"os disc$p&los. /!g&ndo o :stagirita ! o So%,s d! A*&ino- a&nio !ntr! a al%a ! o corpo &nio prof&nda- s&bstancial ! d&rado&ra- por*&! no o!ncontro !ntr! d&as s&bstncias ;, dotadas d! s!r a&tóno%o ant!s d! s! !ncontrar- %as

    d! dois !l!%!ntos s&bstanciais ! d! *&! ao %!nos &%- o corpo- no dispN! d! actopróprio d! s!r. A s&a &nio s!%!l da %atria co% a for%a s&bstancial dois!l!%!ntos *&! s! co%p!n!tra% prof&nda%!nt! da cab!'a aos ps- para for%ar s&bstncia nica.K&%!- n!gando todo o "alor ob;!cti"o ao con

    *&!sto das r!la'N!s !ntr! al%a ! corpo- s!g&ndo o a&tor da «Er$tica da ra)o p&ra-no so s!no paralogis%os (!rros d! racioc$nio co%!tido d! boaf.@!pois d! Lant- o probl!%a das r!la'N!s !ntr! al%a ! corpo- na %aior part! dos casos-d!sapar!c!& da c!na %!diant! a !li%ina'o d! &% dos dois !l!%!ntos !% disc&sso docorpo p!los id!alistas- da al%a p!los %at!rialistas ! positi"istas.+sta 01 em resumo1 a !ist/ria mo"imentada e comple%a do problema que estamose%aminando( +la nos oferece o quadro de todas as soluções poss2"eis3 da negaço do pr/prio problema1 reduindo o !omem a um s/ elemento 6idealistas e materialistas) :contestaço da solubilidade do problema1 negando o "alor ob4ecti"o ao con!ecimento!umano 6Gume e ant)9 da soluço do problema em termos de unio acidental 6Plato edisc2pulos) : sua soluço em termos de unio substancial 6Arist/teles e &om8s)(ra- dado *&! da

    torna participant! ta%b% o corpo no %o%!nto da s&a g!ra'o.

    21

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    22/84

    Postos estes resultados3) Mecon!ecida a di"ersidade essencial do corpo e da alma9') Constatado que nem o corpo nem a alma se identificam com a substancialidade do ser !umano9*) Lue1 contudo1 eles faem parte1 ou mel!or1 formam eles pr/prios as suassubstancialidades1 disso segue que o corpo e a alma no podem ser entendidos como

    simples acidentes nem como duas subst=ncias completas(

    #as- !nto- co%o d!"!% s!r conc!bidos/!ndo dois !l!%!ntos s&bstanciais- corpo ! al%a so d&as s&bstncias inco%pl!tas- *&!s! act&do da %atria por*&! contrib&i para dar > al%a as caract!r$sticas indi"id&aisQ !%s!g&ndo l&gar da potncia- por*&! !st, disposta a r!c!b!r as p!rf!i'N!s *&! l

    s&bstncia nica- por*&! s! int!gra% ! co%pl!ta% %&t&a%!nt!.

    22

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    23/84

    UNIDADE #A pessoa ,u'ana

    probl!%a da p!ssoa foi fr!*&!nt!%!nt! d!batido na

    conc!ito d! p!ssoa.

    pri%!iro !a%! rigoroso d!st! conc!ito foi r!ali)ado por Agostin,o. A s&a int!n'o d! !ncontrar &% t!r%o *&! s! possa aplicar distinta%!nt! ao ai- ao Fil

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    24/84

    rationalis nat&ra! indi"id&a s&bstantiah (a pessoa 0 uma subst=ncia indi"idual de naturearacional .

    ara o's de Auino- a p!ssoa significa o *&! d! %ais nobr!

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    25/84

     A C,arles 4enou+ier - *&! !% 1903 p&blico& &%a obra co% o t$t&lo s&g!sti"o d! ePersonalisme- cab! o %rito no só d! t!r c&n nica ! %!s%a !p!rincia.

    >No posso pensar sem ser e ser sem o meu corpo3 por meio dele eu estoue%posto a mim mesmo1 ao mundo1 aos outros9 por seu meio eu fu4o da solidode pensamento que seria apenas o pensamento do meu pensamento(Negando-me a conceder completa transparência para mim mesmo1 pro4ecto-me continuamente para fora de mim1 na problem8tica do mundo e na luta do!omem@(

    2 Sransc!ndncia da p!ssoa co% r!la'o > nat&r!)a>O !omem caracteria-se por dupla capacidade de destacar-se da naturea3 0o

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    26/84

    5 oca'o>Cada pessoa tem significado tal que no pode ser substitu2da no lugar queocupa no uni"erso das pessoas@(

    6 Bib!rdad!+ssa1 por0m1 >no 0 ligada indissolu"elmente ao ser pessoal como

    condenaço 6Sartre)1 mas l!e 0 proposta como dom3 ele pode aceit8-la oure4eit8-la@(

    Eo%o ;, !% H!no&"i!r- a filosofia p!rsonalista d! #o&ni!r- do !st&do da p!ssoa ?e"e recon!ecer-se que a realidade central do uni"erso 0 progresso para a personaliaço1 que as realidades impessoais1 ou mais ou menosdespersonaliadas 6a mat0ria1 as esp0cies "i"as1 as ideias) no so seno perdas de "elocidade1 langores da naturea no camin!o da personaliaço@(

    Ga%riel

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    27/84

    r!ciprocidad! dada ! *&!rida ! a r!ciprocidad! inicial ! !ss!ncial%!nt! a%or. a%or r!"!la a nat&r!)a da p!ssoa. D!l!- a r!la'o f&nda%!ntal o nós- !% *&! no A !umanidade 0 o modo de ser sobre o qual de"e regular-se cada apariçoemp2rica do que n/s c!amamos ser !umano( Atra"0s da forma da pessoa1 propon!o-me uma s2ntese deste g0nero3 a de fim da min!a acço que se4a aomesmo tempo uma e%istência( $m fim1 isto 01 um termo ao qual sosubordinados todos os meios e todos os c8lculos de meios9 ou mel!or1 um fimem si cu4o "alor no se4a subordinado a mais nada e1 ao mesmo tempo1 umae%istência que 0 constatada1 ou mel!or1 uma presença com a qual se entra emrelaço de compreenso rec2proca1 de troca1 de trabal!o1 de sociedade@(

     Al% da Fran'a- o p!rsonalis%o !ncontro& s!g&idor!s ",lidos na Al!%an cat!goria d! s&bstncia ! a inaplicabilidad! dastcnicas ci!nt$ficas ao !st&do da p!ssoa. Ant!s d! t&do- /co ser pessoa no 0 outro e seenfraquece no representar um ponto de partida para uma "ontade racional ou

    acti"idade pr8tica1 racional@(  >O que coerentemente deri"a disso no 0 autonomia1 mas logomaquia6discusso sobre uma pala"ra tomada em sentido diferente pelos doisad"ers8rios)1 ou mel!or1 !eteronomia 6situaço daquele que recebe passi"amente de outrem a lei que o go"erna ) da pessoa( &al desen"ol"imentodo conceito racionalista da pessoa 0 e"idente 48 em Q( ;( .ic!te e ainda maisem Gegel( ?e facto1 para um e outro1 a pessoa torna-se finalmente1 apenas1 oindiferente lugar de passagem para uma acti"idade impessoal da rao( Osresultados coincidem com os de A"err/es e de Spinoa1 no obstante osdiferentes pontos de partida1 pois que toca ao particular e fortuito conte

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    28/84

    ara /ca pessoa 0 antes a unidade1 imediatamente "i"ida pelo"i"ente espiritual 6+rlebens)1 e no coisa pensada atr8s e fora do imediatamente "i"ido@( 

    >A pessoa 0 a unidade essencial concreta do ser de actos de essênciadiferentes1 que em si mesma precede todas as diferenças de actos 6e era particular tamb0m a diferença de percepço e%terna e interna1 do querer 

    interior e e%terior1 do interior e do e%terior sentir1 amar1 odiar etc()( O ser da pessoa funda todos os di"ersos actos@(

    ortanto- a p!ssoa no !st, f&ndada na con!o dos actos. /c

    E!rta%!nt! a p!ssoa !ssncia *&! r!ali)a actos !- co%o tal- "i"! a si%!s%a ! no !% n!n s&bstanciali)a'o da p!ssoa. !locontr,rio- !% cada ato pl!na%!nt! concr!to !st, toda a p!ssoa ! !% cada ato! por %!io d!l! "aria a p!ssoa int!ira- s!% *&!- toda"ia- o s!& s!r s! cons&%a!% alg&% dos s!&s actos o& ks! alt!r! co%o coisa no t!%po... G&sta%!nt! por isso no

    >A pessoa 0 a forma da indi"idualidade "i"ente enquanto 0 determinada peloesp2rito@(

    Eo%o co%!nt,rio d!ssa fór%&la *&! > pri%!ira "ista pod! par!c!r &% tanto obsc&ra-

    O&ardini acr!sc!nta o *&! s!g&!

    28

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    29/84

    >A personalidade realia a pr/pria auto distinço com relaço ao con4unto dascoisas e da esp0cie1 antes nos confrontos simplesmente de todo o resto1 nos/ no sentido de que1 se se "erificassem todas as condições1 poder-se-iaencontrar com cada coisa e compreendê-la1 mas em sentido decisi"o3 ela tema consciência do &odo( #sso1 por sua "e1 no por enumeraço ou por abstracço1 mas atra"0s da e%periência fundamental1 por força da qual o

    esp2rito concreto1 que como tal est8 em si em frente ao mundo1 de cada pontodo ser sente a sua totalidade( Pessoa significa que eu1 no meu ser1definiti"amente no posso ser possu2do por nen!uma outra inst=ncia1 mas queme pertenço( Pessoa significa que eu no posso ser !abitado por nen!umoutro1 mas que1 em relaço a mim1 estou s/ comigo mesmo9 no posso ser representado por nen!um outro1 mas eu respondo por mim9 no posso ser substitu2do por nen!um outro1 mas sou r!la'o sing&lar *&!!l! t!% co% o s!r o art$fic! do s!& apar!c!r ! isso acont!c! > %!dida *&! o s!r 29

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    30/84

    H!;!itando !plicita%!nt! as t!orias !pif!no%!nalistas- anal$ticas ! s&bstancialistas do !&p!ssoal- rig da !istncia na a&totransc!ndncia a p!ssoa s! !l!"a a n$"!l %ais alto d!!istncia. rig p!ssoa30

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    31/84

    ! a&totransc!ndncia. Assi%- pod!%os d!finir a p!ssoa co%o indi"$d&o dotado d!a&tono%ia *&anto ao s!r- d! a&toconscincia- d! co%&nica'o ! d! a&totransc!ndncia.:ssa d!fini'o ",lida ant!s d! t&do por*&! cons!*&ncia lógica do *&! foid!%onstrado nas s!c'N!s pr!c!d!nt!s ac!rca da nat&r!)a do s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    32/84

    Da !ssncia dos s!r!s int!lig!nt!s ara os antos- o ani%al t!% &%a fac&ldad! cognosciti"a *&! «

    32

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    33/84

    s!r solidari!dad! co%&nit,ria- %as p!laprof&ndidad! ! int!nsidad! da s&a "ida int!rior.s antos )!la% p!la "ida int!rior da p!ssoa- p!la s&a r!ali)a'o "ital- ! c&ida% as obras%at!riais nascidas da indi"id&alidad! criati"a. Assi% s! !plica% a s&a prof&ndar!ligiosidad!- a !%o'o- a solidari!dad! ! as s&as %anif!sta'N!s art$sticas rit%o- dan'a-!sc&lt&ra- po!sia !- por o&tro lado- o d!sc&ido da %anip&la'o &tilit,ria da nat&r!)a. s!r *&! brota d! @!&s- r!"i"! aos ant!passados ! "!% para s&a co%pan

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    34/84

    Projecto S!"#  r!c!b! o no%! do conc!ito

    @! &% ponto d! "ista d!scriti"o- o Projecto S..!.".#. significa Sinergia perati$a dos!actores "ntegradores da #prendi%agem. H!ali)as! !% pl!na co%&n Sransc!ndncia.

    &omo ser inteligente1. + capa) d! p!nsar ! con

    &omo ser li$re1. + capa) d! d!cidir por si próprioQ2. Ding&% s! pod! arrogar o dir!ito d! o s&bstit&ir nas s&as d!cisN!sQ3. + capa) d! ass&%ir as cons!*&ncias das d!cisN!s *&! to%aQ4. od! s!%pr! s&sp!nd!r- r!"!r o& corrigir as d!cisN!s to%adasQ5. Ding&% o pod! i%p!dir d! s!r o *&! d!cid! s!r.

    &omo ser 'feito( de amor 1. + capa) d! a%arQ2. + capa) d! a%ar %!s%o ant!s d! con

    4. D!c!ssita d! s!r a%ado incondicional%!nt!Q5. + capa) d! co%&nicar apr!'o incondicional (agir apr!ciati"o incondicionalQ6. + capa) d! constr&ir- trabal

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    35/84

    &omo ser espiritual 1. + capa) d! transc!nd!rs! contin&a%!nt! a si %!s%oQ2. + capa) d! abrirs!- ao %!s%o t!%po-

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    36/84

    Auto/transcend"ncia e espiritualidade

    Eonsid!ra%os «a&totransc!ndncia na !plica'o %!taf$sica do 1. Interpretaç5es do fenó'eno da auto/transcend"ncia

    D!st! *&adro Existencialistas

    3artre  !scr!"!& &% !st&do *&! t!% por tit&lo &ranscendance de lK+go. D!l! o a&tor propN!s! d!%onstrar *&! a a&totransc!ndncia t!% co%o ob;!cti"o dar > conscinciaos dons d! !stabilidad!- ob;!cti"idad! ! concr!t&d! próprias das coisas.

    ara eidegger - a a&totransc!ndncia &% !l!%!nto f&nda%!ntal do s!r /!g&ndo Kaspers- o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    37/84

    transcende1 isto 01 0 em potência todo o seu por"ir1 pois que o futuro 0 a n/s compreendemos quea transcendência no e%iste de facto@( ortanto- no s! pod! tratar s!no d! transc!nd!r s!% transc!ndnciah.

    Sa%b% s!g&ndo H. :opper - a a&totransc!ndncia caract!r$stica f&nda%!ntal do s!r N/s continuamente transcendemos a n/s mesmos1 aos nossos talentos e :snossas qualidades( +ssa auto-transcendência 0 o mais e%traordin8rio eimportante facto de toda a "ida e de toda a e"oluço e1 especialmente1 dae"oluço !umana( Nas suas fases pr0-!umanas1 ela1 naturalmente1 0 menos/b"ia1 tanto que de facto pode ser erroneamente trocada com algo desemel!ante ao auto e%presso( 7as em n2"el !umano s/ : força a auto-transcendência pode ser : parte ou no ser considerada@(

    Pensadores católicos

    @a a&totransc!ndncia co%o propri!dad! !ss!ncial do s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    38/84

    :% Ou"intes da Pala"ra- Harl 4a,ner  %ostra *&! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    39/84

    ambos os casos eu apreendo uma totalidade enquanto tal( Aqui nen!um limitetemporal1 nem o do nascimento nem o da morte1 prende o meu 2mpeto(+mbora "i"endo no tempo como o animal1 ten!o o pri"il0gio de dominar o de"ir com o pensamento( &amb0m se o meu JeuK emp2rico e e%2guo transcorre edesaparece1 o meu JeuK li"re e pensante situa-se na "ertical do instante1 em ponto supremo de que posso dominar o flu%o do uni"erso( Para e%primir esse

     pri"il0gio em termos pascalianos3 mediante o tempo1 o uni"erso me abraça eengole como um ponto9 mediante o pensamento1 sou eu que o abraço@(

    Sa%b% para *ernard !onergan  a caract!r$stica *&! p!r%it! %!l

    •  A *&inta- !nfi%- tornar%onos bons ;&$)!s ! bons art$fic!s- no d!ss! o& da*&!l!acto

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    40/84

    alteram( ?isso segue que1 por mais diferentes se4am as respostas religiosas ouirreligiosas1 por mais di"ersas que se4am as perguntas que elas propõem demaneira e%pl2cita1 na sua rai est8 a tendência transcendental idêntica doesp2rito !umano1 a qual pergunta sem restriço nen!uma1 pergunta sobre osignificado do seu pr/prio perguntar e assim c!ega : pergunta acerca de ?eus( A interrogaço acerca de ?eus ac!a-se1 pois1 dentro do !orionte do !omem( A

    sub4ecti"idade transcendental do !omem ac!a-se mutilada ou suprimida se eleno se pro4ecta para o intelig2"el1 o incondicionado1 o bem do "alor( O alcanceno do que ele atinge1 mas do para que ele tende 0 ilimitado( ?entro do seu!orionte ac!a-se uma regio para o di"ino1 um santu8rio para uma santidadefinal( #sso no pode ser ignorado( O ateu poder8 declar8-lo "aio( O agn/stico poder8 insistir em afirmar que a sua in"estigaço no c!egou a nen!umaconcluso( O !umanista de !o4e nega que a interrogaço sur4a( 7as todasessas negações pressupõem a fa2sca dentro da nossa argila1 a nossaorientaço inata para o di"ino@(

    De Finance  o a&tor *&! %ais do *&! *&al*&!r o&tro conc!ntro& a s&a at!n'o na a&to

    transc!ndncia- sobr!t&do doc&%!ntando a%pla%!nt! a s&a pr!s!n'a no n$"!lf!no%!nológico- ! d!pois a"aliando critica%!nt! as principais int!rpr!ta'N!s *&! d! talf!nó%!no d!ra% os filósofos !- !nfi%- d!s!n"ol"!ndo a int!rpr!ta'o !% *&! s! %ostra*&! so%!nt! dando > a&totransc!ndncia s!ntido t!ocntrico s! c

    . Noção e di+isão

    conc!ito d! transc!ndncia inf!rido p!la !p!rincia s!ns$"!l ! n!st! %bito d!notar!la'o !spacial- a r!la'o d! s&p!ra'o- &ltrapassag!%- no s!ntido d! !star sobr!h-!star forah- !star al%h- !tc. co% r!la'o a algo. S!%os- assi%- as !pr!ssN!stransc!nd!r os próprios confinsh- transc!nd!r todo li%it!h- transc!nd!r as n&"!nsh- !tc.@as coisas %at!riais- !nto- o conc!ito foi transf!rido para as abstractas ! i%at!riais. or !!%plo- di)s! *&! o con

    s&;!itoQ a s!g&nda- para a soci!dad!.

    #. 3ignificado da auto/transcend"ncia

    40

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    41/84

     A a&totransc!ndncia- co%o fico& dito- o %o"i%!nto co% *&! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    42/84

    transc!ndncia no i%ola'o d! si %!s%o para a "antag!% d! alg&%a o&tra p!ssoa.:la sobr!t&do b&sca d! &% s!r p!ssoal %ais p!rf!ito.or% n!ssa int!rpr!ta'o da a&totransc!ndncia p!r%an!c! d! facto no sol&cionadoo probl!%a d! co%o s! possa l!"ar > r!ali)a'o !ss! proc!sso d! %ais co%pl!ta a&tor!ali)a'o- por*&anto todos os a&tor!s s&pracitados afir%a% *&! !ssa !%pr!sa d!"! s!r confiada > iniciati"a ! >s for'as do

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    43/84

    e%plicaço R ainda que possamos1 no caso pr8tico indi"idual1 4untar-nos ao pr/%imo com a esperança de ac!ar nele o significado da e%istência( Parece1ento1 mais qualificada para faê-lo a !umanidade no seu todo1 cu4a duraçosupera imensamente a do indi"2duo( +la1 por0m1 0 abstracço de grau ele"adoe seria necess8rio fec!ar os ol!os para ignorar o facto que tamb0m ela 0 umfen/meno passageiro no uni"erso( Para ac!ar um significado1 de"e-se

     pressupor uma inst=ncia permanente( .altando esta1 impõe-se ao !omem e :!umanidade um peso que no podem carregar1 uma tarefa que no podemrealiar@ 

    .Eonc!p'o t!ocntrica

    #&itos !st&diosos conf!r!% > a&totransc!ndncia s!ntido t!ocntrico o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    44/84

    e de dist=ncia1 para a direita e para a esquerda so relati"as : totalidade doseu eu corp/reo( Centro contingente e absoluto1 refere tudo a si e1 no ol!ar1 notocar ou simplesmente no camin!ar mo"e-se no espaço ambiente( A dimenso!oriontal oferece-l!e o campo que se estende diante dele( +le a2 e%ibe a sua potência1 ordena-a e l!e d8 sentido( A !oriontalidade 0 o terreno das suas possibilidades e das suas realiações( +le a2 mostra a pr/pria "ida no imediato(

     A2 se mo"e incans8"el1 sen!or do que o circunda1 dando forma aos seusdese4os e :s suas ideias@( 

    #as no s!r %atria ! >s s&as for'as ! *&!- portanto- !l! co%pr!!nd! al% d! &%!l!%!nto corpór!o- so%,tico- %at!rial- ta%b% &% !l!%!nto no corpór!o- noso%,tico- !% o&tras pala"ras- &% !l!%!nto !spirit&al.

    @! facto- no s! !nt!nd! co%o &%a r!alidad! possa contin&a%!nt! s&p!rars! a si%!s%a !% t&do o *&! fa)- p!nsa- di) ! *&!r ! possa !plicar para si- para a soci!dad! !para o próprio %&ndo as condi'N!s d! "ida *&!- pr!scindindo do t!%po ! da %atria- do

    44

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    45/84

    !spa'o ! da *&antidad!- r!ali)!% todas as condi'N!s d! ap!rf!i'oa%!nto poss$"!is- s!!la própria !st, s&;!ita >s cat!gorias do t!%po- do !spa'o- da *&antidad! ! da %atria. Ap!nas &%a r!alidad! i%at!rial o& !spirit&al pod! fa)!r isso. s!r As coisas1 so intelig2"eis em ato 6quer dier1 tornam-se ideias) s/ se so

    separadas da mat0ria e das condições que l!es so pr/prias9 nem se tornamintelig2"eis em ato seno em "irtude de subst=ncia inteligente1 enquantoimanentes nela e por ela produidas( necess8rio1 por isso1 que em cadasubst=ncia inteligente !a4a total imunidade com relaço : mat0ria1 de modo tal que no !a4a a mat0ria como elemento componente e nem mesmo se4a formaligada : mat0ria como acontece com as formas materiais@(

    #as a !p!rincia no %ostra *&! !% todo o s!& agir o

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    46/84

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    47/84

    ?. Aponta%os- pois- a nossa "iso para a al%a co% o int!nto d! co%!'ar a!nt!nd!r a s&a "!rdad!ira nat&r!)a. : a pri%!ira coisa *&! apr!nd!%os *&!a al%a co%o ncl!o c!ntral da a&totransc!ndncia d! nat&r!)a!ss!ncial%!nt! !spirit&al o& i%at!rial.

    So%ando a a&totransc!ndncia co%o fio cond&tor da nossa in"!stiga'o ac int!rroga'o da *&al parti%os *&! o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    48/84

    ?niciar!%os a nossa &nidad! co% &%a br!"! aclara'o dos t!r%os do nosso disc&rso-p!rg&ntandonos o *&! significa% as pala"ras %ort!h ! i%ortalidad!h.

    Morte no s!ntido %&ito a%plo- o& %!l

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    49/84

    cons!*&ncia da corr&p'o d! o&tro !nt! o& d! o&tra part! do %!s%o !nt!. Assi%- por !!%plo- s!g&ndo a do&trina d! Aristót!l!s- s! corro%p! a for%a *&! no t!% s!r próprio-!% cons!*&ncia da corr&p'o do co%posto a *&! p!rt!nc!. A corr&p'o dir!cta (por sid,s! *&ando s! d!co%pN!% os próprios !l!%!ntos d! *&! &% s!r constit&$do ocaso dos s!r!s %at!riais.

    . :rincipais teorias so%re a 'orte e so%re a i'ortalidade

    :stab!l!cido o s!ntido ordin,rio dos t!r%os morte  ! imortalidade- dar!%os &%a r,pida"ista d! ols opiniN!s principais !pr!ssas p!los filósofos antigos ! %od!rnos sobr! os!ntido da %ort! do s!r >As noções da e%istência da alma e da sua sobre"i"ência al0m da morte f2sica1como podemos ac!8-las nas ci"iliações tradicionais 6Ser"ier adopta ae%presso Jci"iliações tradicionaisK para designar as ci"iliações primiti"as)1so noções perfeitas1 sem traços de bosque4os e apresentam atra"0s doespaço seguro car8cter de unidade@( >+m poemas recol!idos c8 e l8 nosmostram seres que du"idam da "ida depois da morte1 trata-se ou de simpleslicenças po0ticas ou de um modo de e%primir o temor causado pela e%cessi"ador de longa separaço( Nunca uma d

    49

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    50/84

    or isso- *&ando o ani%al %orr!- d!sapar!c! por co%pl!to. Do assi% o no"a *&alidad! d! «&%&)i%& o& pl&ral ba)i%&h. Ctili)a%os !st!sno%!s bantor&and!s!s para &nificar !pr!ssN!s- "isto *&! cada l$ng&a os d!signa d! &%%odo partic&lar- s! b!% *&! todas s! r!fira% a &% radical original co%&%- «i%a- *&! sós! aplica ao «s!r "i"o ! significa s!%pr! «"i"!r. A %ort! o fi% do !istir co%o "i"!nt!. ant!passado passa a s!r &% «!ist!nt! no"i"!nt!. Assi%- «&%&)i%a o s!r "i"o *&! t!% int!ligncia ! «&%&)i%& o s!r no"i"oco% int!ligncia- o& %!l

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    51/84

    atra"s dos s!ntidos- %as ant!s afastandonos d!l!s. K,- pois- &%a "ida própria ao!sp$rito- *&! s! r!ali)a d! p!r si- ind!p!nd!nt!%!nt! do corpo.

    >Luando realia soin!a a procura1 a alma lança-se em direcço ao que 0 puro1 eterno1 imortal e sempre igual a si mesmo e1 sentindo a pr/pria afinidadecom ele1 a2 permanece durante todo o tempo que l!e 0 concedido1 e encontra

     pa no seu errar e1 posta em contacto com tais realidades1 permanece elamesma constante e imut8"el@(

     A afinidad!- o par!nt!sco co% a ?d!ia- *&! !t!rna- o !io das arg&%!nta'N!splatónicas. :n*&anto !sp$rito- a nossa al%a f!ita para a ?d!ia ! d!la s! n&tr! ! para !la"i"! da "ida do !sp$rito. ra- a ?d!ia !t!rna- i%&t,"!l. or cons!g&int!- ta%b% a nossaal%a- *&! afi% d!la ! "i"! d!la- !t!rna ! i%&t,"!l.

    Sa%b% Aristóteles  " na op!ra'o int!l!cti"a sinal inconf&nd$"!l d! !spirit&alidad!.#as o s!& p!nsa%!nto ac!rca do s!ntido da %ort! (s! !la r!pr!s!nta o fi% d! toda ar!alidad! Dos Solil/quios- Agostin,o d!io&nos &%a fa%osa for%&la'o d!st! arg&%!nto.

    >A alma atinge a "erdade no con!ecimento intelecti"o( Ora1 enquanto sede da"erdade1 a alma 0 imortal do mesmo modo que a "erdade( ?e fato1 se o que seac!a em um su4eito 0 eternamente duradouro1 0 necess8rio que o pr/priosu4eito se4a eternamente duradouro( 7as1 dado que cada ciência residesempre em um su4eito1 0 necess8rio que a alma dure para sempre1 casotamb0m a ciência dure para sempre( 7as dado que a ciência 0 "erdade e a"erdade dura para sempre1 tamb0m a alma dura para sempre e no se poder8

     4amais dier que ela morre@( arg&%!nto da i%ortalidad! bas!ado no con

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    52/84

    >No temos nen!um argumento e nen!um e%emplo que nos persuada que amorte ou a anulaço de uma subst=ncia como o esp2rito de"a seguir de umacausa to le"e como troca de figura1 a qual no 0 seno um modo1 e ademais1modo do corpo e no do esp2rito((( No temos nen!um argumento neme%emplo que nos possa con"encer que !a4a subst=ncias espirituais su4eitas aser anuladas@(

    Eo% Hant- co%o todos sab!%os- a ra)o !sp!c&lati"a !p&lsa da %!taf$sica !la s!d!"! li%itar ao %&ndo dos f!nó%!nos- s!% pod!r di)!r nada sobr! o s!& s!ntidoprof&ndo- sobr! o s!& significado lti%o. ortanto- > ra)o !sp!c&lati"a no s! cons!nt!fa)!r n!n

     A t!s! Iantiana da i%possibilidad! da ra)o

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    53/84

    @! par!c!r oposto ao d! Fr!&d Niet;sc,e. ara o a&tor d! Assim falou Taratustra- a%ort! a s&pr!%a possibilidad! da lib!rdad!

    a S!ndncia niilista- para a *&al a %ort! o fi% total do !str&t&ra f&nda%!ntal do %ort!. K!id!gg!r- co% /i%%!l ! o&tros- c+ apenas a sorte que decide sobre o car8cter da nossa morte@1 e o acaso1enquanto decide1 >tol!e-l!e todo o car8cter de fim !armonioso@( >Assim1 acont2nua apariço do acaso nos meus pro4ectos no pode ser tomada comomin!a possibilidade1 mas1 ao contr8rio1 como a anulaço de todas as min!as

     possibilidades( Assim a morte no 0 a min!a possibilidade de no realiar maisuma presença no mundo1 mas uma anulaço sempre poss2"el das possibilidades est8 al0m das min!as possibilidades@( 

    53

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    54/84

    /artr! concl&i- contra K!id!gg!r- *&! ant!s d! s!r a %inlib!rdad! !sta lti%a- !scol

    >O que 01 ento1 a morteF Nada mais que certo aspecto da factualidade e doser para os outros1 isto 01 nada mais que a realidade dada( absurdo quenasçamos1 0 absurdo que morramos( ?e outro lado1 esse absurdo seapresenta como alienaço permanente da min!a possibilidade que no 0 maisa min!a possibilidade1 mas a de outro( +la 01 portanto1 um limite e%terno damin!a sub4ecti"idade((( 1 portanto1 um limite permanente dos meus pro4ectose1 como tal1 esse limite de"e ser assumido@(

     A sol&'o niilista do probl!%a da %ort! o pro4ecto !ipot0tico da Naturea1 de que tem origem a morte1 se ac!aem outro plano1 al0m da soluço do problema social@(   probl!%a da %ort! contin&ar, a

    s!r ag&do ta%b% d!pois *&! o progr!sso tcnico ! ci!nt$fico ti"!r f!ito d!sapar!c!r a%isria- as discri%ina'N!s- a !plora'o do s!r lib!rdad! do s!r quem sabe se a "ida no cont0m e permite alguma transformaço por enquantoin"is2"elF@ 

    54

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    55/84

     A do&trina dos n!opositi"istas foi r!proposta r!c!nt!%!nt! por D. 01 na mel!or das !ip/teses1 a e%presso de uma f0 inconfessada@(  A filosofia nopod! fa)!r nada s!no d!scr!"!r d!t!r%inadas sit&a'N!s do nosso !istir. car,ct!r radical%!nt! indi"id&al ! s&bstancial%!nt! inco%&nic,"!l d! tais sit&a'N!s no p!r%it!*&! !ssas d!scri'N!s s!;a% trad&)idas !% sist!%a d! alcanc! g!ral. >A filosofiae%istencial contenta-se com interpretar1 esclarecer de modo menos mal poss2"el os casose%istenciais@( :ntr! os casos !ist!nciais %ais i%portant!s fig&ra% os *&! Gasp!rs c

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    56/84

    i%!diata%!nt! s! torna " ! a sri! !st!nd!s! assi% at a !istncia do nosso plan!ta! s! prolonga at o infinitoh. A %ort! - pois- &%a sit&a'o !sp!cifica%!nt! indi"id&alQ o li%it! *&! s!%pr! r!tornah*&! ator%!nta o s!r

    >O salto 6da morte) 0 como o nascimento de no"a "ida( A morte foi assumidana "ida( A "ida fa-se garantia da "erdade da comunicaço que suplanta amorte1 porque a "ida foi realiada como a comunicaço pedia e pede( A morte1ento1 cessou de ser uma "oragem( + como se1 no mais abandonado1 meagarrasse : e%istência que se ac!a"a comigo na mais 2ntima comunicaço@(

    Gasp!rs concl&i *&! >a imortalidade no 0 parte do nosso saber1 mas riquea do nossoamor@(

    eil,ard de C,ardin no ad%it! a i%ortalidad! no s!ntido !spirit&alista- platónico d!c&n

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    57/84

     A lei da transformaço s!g&ndo o princ$pio d! co%pl!idad!conscincia pr!" *&! no%o%!nto !% *&! a !"ol&'o do &ni"!rso ating! a noosf!ra (%&ndo do !sp$rito ! dop!nsa%!nto- fig&rado- por analogia co% a biosf!ra- por &%a ca%ada sobr!posta > da"ida !la s! ori!nt! !% dir!c'o > constit&i'o d! &%as %!gas s$nt!s! final !% *&!- !%torno do onto %!ga- so pr!s!r"adas todas as conscincias indi"id&ais. Eontra o%aris%o- *&! !nsina *&! a d!scob!rtas- as cria'N!s art$sticas- o nosso !!%plo- S!il

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    58/84

    *oros r!col

    >S/ ento o esp2rito pode "er a si mesmo de maneira imediata1 sem des"ios nomundo sens2"el1 sem abandonar a si mesmo e realiar1 assim1 de maneirae%pl2cita e reflectida a pr/pria naturea e a tendência infinita que sub4a nele(+1 dado que a liberdade tem origem na realiaço efecti"a do !orionte doesp2rito1 o esp2rito !umano atinge a sua plena liberdade apenas no instante emque consegue descobrir realmente a sua infinitude1 portanto1 na morte@(

    oros insist! sobr!t&do !% %ostrar *&! a %ort! abr! d! par !% par as portas > lib!rdad!-portas !ssas *&! l

    >O "0rtice no qual a pessoa atinge a si mesma 0 tamb0m "0rtice no qual a

    liberdade atinge a si mesma( Apenas na morte o querer pode atingir a plena eactual unio consigo mesmo1 aceitando li"remente 6ou negando) aquilo a queaspira"a desde o começo( #sso significa que1 antes da morte1 o querer 0sempre querer embrion8rio( A morte constitui1 ao contr8rio1 o nascimento doquerer( O querer1 na sua e%istência Jantes do nascimentoK1 aprende osmo"imentos que sero para sempre seus no dia do seu nascimento( No cursodo seu de"ir terrestre e%ercita-se para o ato decisi"o e definiti"o( A morte 01 portanto1 acto do querer tal e qual@(

    Eo%o concl&so das s&as !sti%&lant!s r!fl!N!s- oros obt% a s!g&int! d!fini'o da%ort!. :la &% d!s%ant!la%!nto tanto do corpo *&anto da al%a.

    >+sse desmantelamento 0 feito por uma aniquilaço1 penetrante at0 a 2ntimaconstituiço da alma1 da sua precedente dimenso mundano-corporal e1 deoutro lado1 desemboca em aprofundamento na presença absoluta no mundo(+sta no"a onic/smica relaço da alma no mundo de"e ser considerada como oelemento material do auto de"ir total da e%istência((( ?e todas essas indicaçõessurge uma imagem da morte correspondente : nossa !ip/tese sobre a decisofinal3 a morte 0 o primeiro ato inteiramente pessoal do !omem e1 portanto1 olugar pri"ilegiado1 por força da pr/pria naturea do ser1 o de"ir da consciência1da liberdade1 do encontro com ?eus e da deciso sobre o pr/prio destino

    eterno@(#. Autotranscend"ncia e i'ortalidade

    @!pois d! t!r dilig!nt!%!nt! r!col

    58

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    59/84

     A %ort! acont!ci%!nto *&! cada &% d!"! !nfr!ntar por conta própria. D!st! caso no

    Sodos ca!% sob a foic! da %ort! ;o"!ns ! "!l %ort!. car,ct!r in!l&t,"!l da %ort! il&strado %agnifica%!nt! ta%b% por @ino&))ati na fa%osa no"!la Os sete andares( D!la s! narra *&! c!rto Oi&s!pp! Eort!- por &%a cad!ia d! circ&nstncias apar!nt!%!nt! fort&itas- pri%!ira%!nt! r!c&p!rado !%&%a cl$nica ! d!pois transf!rido do sti%o andar- no *&al so c&radas for%as po&cogra"!s d! do!n'as- aos o&tros andar!s- ond! s! trata% do!n'as %ais gra"!s- at! os!g&ndo- ond! so r!c&p!rados os do!nt!s gra"$ssi%os !- por lti%o- o pri%!iro- ond! s!ac

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    60/84

    essa forma1 portanto1 parte do Ser-no-mundo1 o Ser-a2 no tem dela1 antes detudo e nada mais1 nen!um Jcon!ecimentoK e%pl2cito ou teor0tico( O ser lançadona morte re"ela-se-l!e origin8ria e agudamente na situaço afecti"a daang

    A %ort! (a cad&cidad!- a cad&cidad! do s!r possibilidad! do !nt! !n*&anto tal- o&s!;a- d! cada participa'o li%itada do s!r- "al! di)!r- d! cada criat&ra. @if!r!nt!%!nt! do/!r /&bsist!nt!- *&! a pl!nit&d! do s!r- o& s!;a- o s!r por !ssncia- o *&al por cons!g&int! no pod! n&nca no s!r- a criat&ra - p!lo contr,rio- distinta do s!r !- por isso- !posta > ani*&ila'o. ra- o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    61/84

    A %ort! do s!r %ais o s!r

    61

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    62/84

    UNIDADE ?

    A @ocação u'ana1. Escol,a profissional9 dificuldades actuais e perspecti+as

    %o%!nto da op'o profissional t!% s! r!"!lado co%o dotado d! &%a cr!sc!nt!dific&ldad! d! !scol

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    63/84

    s! sobr! o s!ntido ! finalidad! d! s!& !istir. s *&!stN!s nor%al%!nt! colocadas co%oko *&! gosto d! fa)!r- ko *&! %! d, pra)!r r!ali)ar- ko *&! s!i fa)!r- kco% *&alprofisso %! dar!i b!% na "ida- d!"!% s!r acr!sc!ntadas ka *&! so& c

    . Caracter6sticas antropológicas do ,o'e'

     A co%pr!!nso do *&! o s!r

     A caract!r$stica própria- distinti"a do s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    64/84

    tradi'o do p!nsa%!nto ocid!ntal d! capacidad! d! con proc&ra d! s!ntido. Eonstit&$do ! ord!nado para algo *&! no si%pl!s%!nt!!l! próprio- dir!cionas! para &% s!ntido a s!r r!ali)ado. @!finir o s!r

    &% ks!rassi% *&! l

    + próprio do s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    65/84

    a lib!rdad!- pr!ciso &% proc!sso !d&cati"o no *&al a p!ssoa possa d!s!n"ol"!r s&aint!ligncia para d!scobrir o b!% ! s&a "ontad! para r!ali),lo.

    #. A +ocação a partir da concepção do ser ,u'ano co'o pessoa

    conc!ito "oca'o t!% sido !nt!ndido d! for%a r!d&ti"a- na %aioria das "!)!s

    id!ntificado co% o s!ntido profissional o& %&ito prói%o a !l!. :ist!% as c

    !la %! !ncontra- %! c

    aceitação de si 'es'o ! a auto/for'ação. Assi%- a tra;!ctória !pr!sso da lib!rdad! da p!ssoa- a r!ali)a'o d! &% ca%in

    65

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    66/84

    ). $ tra%al,o co' e8pressão da ontologia ,u'ana

    :st! con;&nto d! caract!r$sticas antropológicas da "oca'o

    cabo li"re e responsa"elmente e que incide sobre o n2"el mais fundamental1 o do ser-!omem@ . :st! proc!sso !st, dirigido ao %,i%o das possibilidad!s o m8%imo que se pode ser enquanto !omem1 a realiaço ao 78%imo6ultimum) do que somos1 do que estamos c!amado a ser 6potentiae)@(

    ?sto significa *&! a a&tor!ali)a'o do

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    67/84

     A d!scob!rta do "alor d! s&a contrib&i'o p!ssoal para a "ida !% soci!dad! f&nda%!ntal para o s!r

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    68/84

    UNIDADE BA Antropologia o'ista

    1. $rige'

    "oc,b&lo antropologia no cont!to filosófico foi &tili)ado p!la pri%!ira "!) no sc&loM???. :%an&!l Lant q17241804 o &tili)a !% s&a Ant

    s!r"i'o da t!ologia. Soda s&a antropologia filosófica foi posta a s!r"i'o da co%pr!!nsoda nat&r!)a

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    69/84

    d&as !ssncias inco%pl!tas s! consid!radas !% si %!s%as- %as p!rf!itas ! co%pl!tass! &nidas- s!ndo s!par,"!l so%!nt! por acid!nt! p!la %ort!- o c!ssar da "ida no corpo. no%! !sp!c$fico para o s!r do

    69

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    70/84

    no %at!ria ! *&a- isto - %atria da *&al !ist!. @a$ *&! a %&ltiplicidad! dos corposno pod! s!r ca&sa da %&ltiplicidad! das al%as qEO ?? c81 n1620. or isso- a al%a al%a d! nat&r!)a corporal- co%o a"!g!tati"a ! a s!nsiti"a. #as a int!l!cti"a poss&i- !% si %!s%a- as p!rf!i'N!s s!nsiti"a !"!g!tati"a- co%o ;, foi dito. : n!c!ss,rio *&! s!;a assi%- pois s! no foss! !igirs!iano

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    71/84

    or so%atologia !nt!nd!s! a*&i a cincia do corpo.

    (a @!fini'o d! corpo por corpo !nt!nd!s!- a*&i- algo p!rt!nc!nt! ao gn!ro das&bstncia %at!rial q/S

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    72/84

    corpo do pri%!iro

    '(*( +mbriologia

    or !%briologia !nt!nd!s!- a*&i- a cincia da for%a'o do !%brio

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    73/84

    for%ado organica%!nt! o corpo !%brion,rio- pois a disposi'o d!st! no condi'o o& o*&! d!t!r%ina a cria'o da al%a por @!&s. Eo% r!la'o > "ida int!l!cti"a u *&! poss&ico%o p!rf!i'o as f&n'N!s n&triti"a ! s!nsiti"a u !la d!p!nd! da Ea&salidad! :fici!nt!/obr!nat&ral @i"ina- %!diant! ato d! /ab!doria- ondad! ! A%or- %anif!stos- !% s&a/&pr!%a ontad!- na cria'o da al%a !spirit&al ! !% s&a /&pr!%a ro"idncia- nainf&so d!la no corpo- ca&sandol

    (d Eonc!p'o do corpo ! indi"id&a'o da al%a a al%a int!l!ctica criadainstantan!a%!nt!- o& s!;a- no instant! indi"is$"!l do t!%po - i%!diata%!nt!- isto - s!%%!io o& instr&%!nto alg&% por disposi'N!s q@! An a9 sol ! adapta'N!s ! inf&ndidasi%&ltan!a%!nt! no corpo- o& s!;a- o instant! da inf&so o %!s%o da disposi'o docorpo. %o%!nto d! s&a inf&so no corpo a conc!p'o. tr%ino da alt!ra'o ag!ra'o q@! Dat #at c2 n374 ! o da g!ra'o a introd&'o da for%a s&bstancial for%a!st "!ro finis g!n!rationis (?bid!%. A for%a- no caso

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    74/84

    (a

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    75/84

    /!nt d5 *2 a1 ad2- por isso !st! no%! significa o *&! di) r!sp!ito > indi"id&a'oco%pl!ta das s&bstncias *&! s! &n!% para for%ar &%a nica d! d!t!r%inada nat&r!)aq?n ? /!nt d23 *1 a1 sol. :% r!s&%o- para So%,s- o *&! d!t!r%ina a nat&r!)a da p!ssoa(b @!fini'o :% s!& s!ntido !strito- con

    75

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    76/84

    corpo. #as co%o todo con

    (f b;!to por ob;!to !nt!nd!s!- a*&i- a*&ilo a *&! s! r!f!r! a potncia o& o

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    77/84

    abstra'o do con

    S

    (b ato "ol&nt,rio por a'o "ol&nt,ria !nt!nd!s! a*&!la *&! proc!d! d! &% princ$piointr$ns!co !cl&i- portanto- a "iolncia q?n ??? :tdo fi% q/&%. S

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    78/84

    conc&piscncia o %o"i%!nto do ap!tit! s!nsiti"o ao b!% pra)!roso q?n ??? :t

    criado ! to%a a"!rso ao fi% lti%o *&! @!&sQ ! l!"! o& "!nial- *&ando o

    !nsina%!nto da %!s%a ! pr!"!nir ac!rca da san'o- no caso da s&a no obs!r"a'o. Al!i- portanto- obriga o s&;!ito a obs!r",la- sob aplica'o d! p!na no caso d! s&a noobs!r"a'o qE.O.???-140w?n ? /!nt. d39- *2-a2-ad5w/&%.S

    (! As paiN!s da al%a as paiN!s so os %o"i%!ntos do ap!tit! s!ns$"!l- p!la

    i%agina'o do b!% o& do %al q/&%. S

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    79/84

    int!l!cto- s! ord!na ao b!%Q s!nsiti"a *&! poss&i d&as potncias a conc&pisc$"!l *&!%o"! a al%a para a b&sca d! b!ns s!ns$"!is ! !"ita os %al!s s!ns$"!is ! a irasc$"!l *&!%o"! a al%a para a b&sca d! b!ns s!ns$"!is dif$c!is d! cons!g&ir ! !"itar os %al!ss!ns$"!is dif$c!is d! !"itar ! a "!g!tati"a *&! %o"! a al%a

    Eonc&pisc$"!l ac!rca do b!% pr!s!nt! a%orwa&s!nt!d!s!;owpr!s!nt! al!griaQ ac!rcado %al pr!s!nt! ódiowa&s!nt! a"!rsowpr!s!nt! trist!)aQ ?rasc$"!l ac!rca do b!%dif$cil d! cons!g&irs! a&s!nt! !sp!ran'a ac!rca do %al dif$cil d! !"itars! a&s!nt!a&d,ciawpr!s!nt! ira. As paiN!s no (f As "irt&d!s %orais &% ato

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    80/84

    o& o "$cio. : por*&! a a'o

    80

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    81/84

    %!s%o %odo- pior agir %al do *&! pod!r agir %al. ortanto- o ato "icioso pior do *&!o l!i !t!rna- *&! @!&s- o& s!;a- a a"!rso a@!&s ! a con"!rso >s coisas criadas ! > l!i nat&ral da ra)o- *&! a l!i da nat&r!)a pr&dncia- ar!ta ra)o d! agir- *&! ord!na ! inclina a ra)o ao fi% lti%o *&! @!&s- s! contrapN! o"$cio sob!rba ap!tit! d!sord!nado da própria !c!lncia ! in$cio d! todos os "$ciosq/S

    t!%p!ran'a- *&!pN! %od!ra'o na "ontad! fr!nt! ao ap!tit! s!nsiti"o conc&pisc$"!l s! contrapN!% os"$cios g&la ap!tit! d!sord!nado do d!s!;o ! do d!l!it! d! ali%!ntos q/S %ort!- no

    t!ndo sido !fica)!s os r!%dios n!c!ss,rios- o& s!;a- s! cada p!ssoa !st, para toda asoci!dad!- co%o a part! !st, para o todo- s! alg&%

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    82/84

    S

    .. anatologia

    or tanatologia !nt!nd!s!- a*&i- a cincia da s!para'o d! corpo ! al%a o& a do&trina

    to%ista ac!rca da %ort!.

    (a Sanatologia to%ista or tanatologia to%ista !nt!nd!s!- a*&i- o con;&nto d! !st&dosr!lati"os > %ort!- > corr&p'o do corpo ! > s!para'o da al%a. A*&inat! consid!ra a%ort! !% todos os s!&s asp!ctos !ss!nciais condi'o nat&ral- cons!*xncia do p!cado! "itória da "ida sobr! a %ort!- s!g&ndo o %od!lo cristológico. *&! %ort! ! co%o !ladif!r! da si%pl!s corr&p'o

    (b Eorr&p'o ! %ort! &%a distin'o pr"ia Ant!s d! *&al*&!r distin'o- con"%!sclar!c!r os t!r%os o *&! a corr&p'o @i)s! *&! algo corr&pt$"!l por poss&ir !%si %!s%o alg&% princ$pio d! corr&p'o q/S

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    83/84

    corro%p!%- s!% p!rd!r a "ida- !

    %ort! - pois- a corr&p'o do corpo *&! ca&sa a s!para'o da al%a. D!st! s!ntido- a%ort! no

  • 8/17/2019 Sebenta Antropologia Filosófica 2013

    84/84

    d! co%o a %ort! !ntro& na nat&r!)a nat&r!)a !% s&%a- s&bsistir - sofr! a cons!*xncia do p!cado do !sp$rito. Assi%- a %ort! do!sp$rito- o p!cado- caih sobr! o corpo- ad"inda d! alg&%a i%p!rf!i'o do !sp$rito. Acorr&p'o nat&ral aos corpos- %as a %ort! no