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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA SEBENTA DE CONTABILIDADE FINANCEIRA I LICENCIATURA EM GESTÃO 1º ANO / 1º SEMESTRE PAULO MÊDA ANO LECTIVO 2016/2017

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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA

SEBENTA

DE

CONTABILIDADE FINANCEIRA I

LICENCIATURA EM GESTÃO 1º ANO / 1º SEMESTRE

PAULO MÊDA

ANO LECTIVO 2016/2017

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Sebenta de Contabilidade Financeira I Licenciatura em Gestão _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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1. Conceitos fundamentais 1.1. Contabilidade 1.1.1. Noção A contabilidade é um sistema de informação de apoio à gestão que permite conhecer a situação patrimonial (posição financeira) e o desempenho económico-financeiro de uma determinada entidade. Sobre os conceitos de posição financeira e desempenho ver parágrafos 12 a 21 da Estrutura Conceptual (EC) do Sistema de Normalização Contabilística (SNC). Na situação patrimonial e desempenho económico-financeiro estamos a querer considerar, entre muitas outras informações:

• Dívida actual ao fornecedor x • Crédito actual sobre o cliente y • Vendas do produto z no mês anterior • Comissões pagas aos vendedores durante o 1º semestre • Resultados obtidos até ao fim do 3º trimestre • Descontos de pronto pagamento concedidos aos clientes no último trimestre, etc.

Na noção de entidade estamos a incluir:

• Empresas individuais • Sociedades • Grupos de sociedades • Departamentos • Serviços • Segmentos de negócios, etc.

Esta entidade (contabilística) é uma unidade económica que controla e gere um conjunto de recursos. Na contabilidade o objecto de estudo é o conjunto de meios afectos a um determinado fim e não as pessoas físicas ou jurídicas. 1.1.2. Objectivos / funções da contabilidade Na sua génese, a contabilidade pretendia:

• Suprir as limitações da memória humana • Constituir um meio de prova

Actualmente, pretende dar resposta às:

• Necessidades de informação interna (sistema de apoio ao processo de tomada de decisão)

• Exigências de informação externa (obrigações decorrentes da lei comercial, fiscal, etc.) 1.1.3. Utilizadores da informação contabilística

• Internos (administradores, directores, chefes de secção, gestores em geral na preparação da tomada de decisão)

• Externos (accionistas, financiadores, fornecedores, trabalhadores, estado, clientes, etc.)

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Sobre os utentes externos da informação contabilística e as suas necessidades específicas ver parágrafos 9 a 11 da EC do SNC. 1.1.4. Divisões da contabilidade As duas mais importantes divisões da contabilidade são:

• Contabilidade financeira (geral ou externa), aquela que, principalmente, serve de base ao processo de comunicação da empresa com o exterior.

• Contabilidade de gestão (analítica, de custos ou interna), aquela que serve de base ao processo de decisão interno da empresa.

1.2. Património Como se referiu atrás, a entidade, para exercer a sua actividade, necessita de controlar um conjunto de recursos e, eventualmente, de assumir um conjunto de obrigações de pagar valores no futuro. Nos recursos estamos a querer incluir:

• Dinheiro • Matérias-primas • Edifícios • Máquinas • Direitos de receber valores no futuro (dívidas a receber), etc.

Ao conjunto dos recursos utilizados por uma entidade no exercício da sua actividade chamamos Activo Sobre a definição de activo ver parágrafo 49 da EC do SNC. Nas obrigações estamos a querer considerar:

• Empréstimos bancários • Dívidas ao estado • Dívidas aos fornecedores, etc.

Ao conjunto das obrigações assumidas por uma entidade no exercício da sua actividade chamamos Passivo. Sobre a definição de passivo ver parágrafo 49 da EC do SNC. Ao conjunto de elementos concretos (recursos e obrigações) utilizados por uma entidade no exercício da sua actividade (mais uma terceira massa de elementos abstractos que falaremos mais tarde) chamamos Património. O activo é uma massa patrimonial que inclui todos os elementos concretos positivos (os activos da entidade). O passivo é uma massa patrimonial que inclui todos os elementos concretos negativos (os passivos da entidade). Esta noção de património incorpora um dos mais importantes pressupostos da contabilidade moderna, o designado regime de acréscimo (periodização económica). Neste regime, os efeitos das operações são reconhecidos quando estas ocorrem e não apenas quando se verifiquem os recebimentos ou pagamentos. Desta forma considera-se no

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valor do património não somente os efeitos das operações passadas que envolveram pagamentos e recebimentos mas também as obrigações de pagar e os direitos de receber valores no futuro. Sobre o regime de acréscimo ver parágrafo 22 da EC do SNC. Devido à heterogeneidade dos elementos que constituem o património, é necessário expressá-los em unidades monetárias (a contabilidade mede e relata em termos monetários). A unidade monetária é a unidade de medida mais adequada quando pretendemos agregar valores fisicamente heterogéneos, porque o valor monetário é o que há de comum entre eles, é o seu denominador comum. Quando utilizamos a unidade monetária como unidade de medida de valor surge inevitavelmente um problema: que valor? Existem várias respostas possíveis:

• Custo histórico • Custo corrente • Valor realizável (ou de liquidação) • Valor presente • Justo valor

Sobre as diferentes bases de mensuração dos elementos patrimoniais ver parágrafos 97 a 99 da EC do SNC. Vamos, por agora, esquecer esta discussão, admitindo que cada elemento patrimonial tem um valor, seja ele qual for, e vamos abordar dois outros aspectos importantes no conceito de património:

• Composição do património • Valor do património

1.2.1. Composição A composição respeita à natureza e valor de cada um dos seus elementos. A composição de dois patrimónios é diferente se:

• Os seus elementos forem diferentes • Os seus elementos forem iguais mas com valores diferentes

1.2.2. Valor Se o Activo é constituído por um conjunto de valores positivos e o Passivo por um conjunto de valores negativos, então o valor do património corresponde à soma algébrica dos valores dos dois conjuntos, isto é,

Valor do Património = Valor do Activo + (- Valor do Passivo) Isto é,

Valor do Património = Valor do Activo - Valor do Passivo O valor do património designa-se por Capital Próprio (situação líquida ou património líquido, porque se contrapõe ao património bruto que corresponde ao Activo).

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Designa-se assim porque representa a parcela restante dos recursos que pertence aos proprietários do património depois de deduzidos os recursos necessários à liquidação das obrigações (parcela dos recursos “pertencente” aos credores da entidade). Sobre a definição de capital próprio ver parágrafo 49 da EC do SNC. O capital próprio pode ser:

• Positivo => Total do Activo > Total do Passivo • Negativo => Total do Activo < Total do Passivo • Nulo => Total do Activo = Total do Passivo

1.2.3. Equação fundamental da contabilidade A contabilidade não estuda o património através de uma diferença de valores mas sim através de uma igualdade de valores, a equação fundamental da contabilidade. Designando o valor do património por capital próprio, resulta que Activo - Passivo = Capital Próprio Logo, Activo = Capital Próprio + Passivo Ou, de outra maneira Aplicações de fundos (activos) = Origens de fundos (Capitais próprios e passivos) Quando analisamos o primeiro membro da equação percebemos como os fundos utilizados na actividade foram aplicados (depósitos à ordem, créditos sobre clientes, automóveis,…) e quando observamos o segundo membro ficamos a saber a origem desses mesmos fundos (empréstimo de bancos, créditos de fornecedores, transferência de sócios, lucros de anos anteriores,…). O termo fundos é entendido aqui como os valores (euros) investidos nos recursos utilizados pela entidade no exercício da sua actividade. A contabilidade pode ser entendida como uma forma engenhosa e estruturada de guardar a informação necessária ao estudo de um património (valor e composição) e à avaliação do mérito da gestão na sua evolução. Vamos perceber mais adiante que a contabilidade estuda a evolução do património através desta equação (utiliza três massas patrimoniais em equilíbrio) porque ao sistema não interessa só dar a conhecer o valor e a composição do património mas precisa também de avaliar e demonstrar o resultado da sua gestão. ___________________________________________________________________________ Questão 1 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. Os recursos utilizados por uma entidade são sempre iguais aos:

a) Activos + Passivos b) Capitais próprios + Passivos c) Activos - Passivos d) Capitais próprios

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e) Nenhuma das anteriores Questão 2 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. Em 15/Junho/n a sociedade Z comprou e recebeu um lote de mercadorias (produtos adquiridos para revenda) com pagamento a 60 dias após aquela data. Em 25/Junho/n, essas mercadorias foram vendidas a pronto (ao preço de custo) e enviadas ao cliente. Por lapso nenhuma das operações foi ainda contabilizada até 30/Junho/n. O efeito deste erro na estrutura do património em 30/Junho/n consistia em:

a) O activo e o capital próprio estarem sobreavaliados, mas o passivo não seria afectado b) O passivo e o capital próprio estarem subavaliados, mas o activo não seria afectado c) O activo e o passivo estarem subavaliados, mas o capital próprio não seria afectado d) O activo e o capital próprio estarem subavaliados, mas o passivo não seria afectado e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.3. Factos patrimoniais Todos os acontecimentos que alteram a composição e/ou o valor de um dado património designam-se por factos patrimoniais. Existem vários tipos de factos patrimoniais. A classificação mais importante é aquela que distingue:

• Factos permutativos, aqueles que alteram a composição do património mas não o seu valor.

• Factos modificativos, aqueles que fazem variar a composição e o valor do património. Os factos patrimoniais (permutativos e modificativos) têm sempre algum tipo de impacto sobre a composição e/ou valor de pelo menos uma das massas patrimoniais da equação fundamental mas não desfazem nunca a igualdade. ___________________________________________________________________________ Questão 3 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. Qual dos seguintes factos não altera o valor do património de uma sociedade:

a) Transferência de dinheiro dos sócios para a empresa b) Venda de produtos a crédito com uma margem de 25% sobre o preço de custo c) Consumo de electricidade d) Compra a crédito de um veículo pesado para o transporte de mercadorias e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.4. Período contabilístico e período de relato As entidades constituem-se, geralmente, por tempo indeterminado e a avaliação do desempenho da gestão exige a divisão artificial da vida das entidades em segmentos temporais (delimitam-se dois momentos entre os quais se observam as operações). A cada um dos segmentos chamamos “período contabilístico”, “exercício contabilístico”, “período económico”, “exercício económico”, “exercício” ou “período”. A duração do período contabilístico é, ressalvando alguma situação particular (por exemplo, nos exercícios de início e cessação da actividade), de 12 meses (anual).

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De acordo com o artigo 62.º (Obrigatoriedade do balanço) do Código Comercial, todo o comerciante é obrigado a dar balanço anual ao seu activo e passivo nos três primeiros meses do ano imediato. Nos termos do n.º 1 do artigo 65.º (Dever de relatar a gestão e apresentar contas) do Código das Sociedades Comerciais (CSC), os membros da administração devem elaborar e submeter aos órgãos competentes da sociedade o relatório de gestão, as contas do exercício e demais documentos de prestação de contas previstos na lei, relativos a cada exercício anual. O n.º 5 do mesmo artigo diz que o relatório de gestão, as contas do exercício e demais documentos de prestação de contas devem ser apresentados ao órgão competente e por este apreciados no prazo de três meses a contar da data do encerramento de cada exercício anual, ou no prazo de cinco meses a contar da mesma data quando se trate de sociedades que devam apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da equivalência patrimonial. Por regra, o período contabilístico coincide com o ano civil por razões de natureza fiscal. O artigo 8.º (período de tributação) do Código do imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (CIRC) refere que o IRC é devido por cada período de tributação, que coincide com o ano civil. No entanto, admitem-se no mesmo artigo algumas excepções a esta regra, a saber:

• As pessoas colectivas com sede ou direcção efectiva em território português que estejam obrigadas à consolidação de contas, bem como as pessoas colectivas ou outras entidades sujeitas a IRC que não tenham sede nem direcção efectiva neste território e nele disponham de estabelecimento estável, podem adoptar um período anual de imposto diferente do ano civil.

• O Ministro das Finanças pode, a requerimento dos interessados, tornar extensiva a outras entidades a faculdade prevista no ponto anterior, quando razões de interesse económico o justifiquem.

As entidades podem, algumas por imposição legal (por exemplo, as sociedades cotadas em bolsa estão obrigadas a apresentar contas de três em três meses) e outras por opção, adoptar períodos de relato inferiores ao período anterior. Sobre o período de relato ver parágrafo 6 da EC e parágrafo 9 da Norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 1 - Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras do SNC. ___________________________________________________________________________ Questão 4 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. 1. Relativamente ao período contabilístico (exercício económico) de uma entidade:

a) A sua duração é, regra geral, de 12 meses b) Coincide sempre com o ano civil c) Coincide sempre com o período de relato d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.5. Resultado do período A entidade no decurso da actividade procura acrescentar valor aos recursos que pertencem aos seus proprietários, isto é, procura aumentar o valor do seu capital próprio. As duas principais formas de aumentar o capital próprio são:

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• Através de transferências dos proprietários • Gerando novos recursos a partir da actividade desenvolvida

Como facilmente se percebe só a segunda é mérito de quem gere o património. Por vezes em vez de aumentar o valor do património diminui de duas maneiras principais:

• Distribuindo recursos aos proprietários • Diminuindo recursos através da actividade

Facilmente se percebe que só a segunda é demérito de quem gere o património. A necessidade de avaliar o mérito ou demérito de quem gere o património obriga a contabilidade a considerar uma terceira massa patrimonial constituída exclusivamente por elementos patrimoniais abstractos (ao contrário do activo e do passivo que incluem elementos patrimoniais concretos). Os elementos do capital próprio representam diferentes variações do valor do património. Os três principais elementos em que se divide o capital próprio são os seguintes:

• Capital (ou variações do capital próprio resultantes de contribuições dos proprietários) • Resultado do período (ou variações do capital próprio no período resultantes do

desempenho da gestão) • Reservas (ou variações do capital próprio resultantes do desempenho da gestão em

períodos anteriores ainda não distribuídos aos proprietários) A contabilidade avalia o resultado do período comparando os aumentos do capital próprio no período não relacionados com contribuições dos proprietários, que designaremos por rendimentos do período, com as diminuições do capital próprio ocorridas no mesmo período não relacionadas com distribuições aos proprietários, que designaremos por gastos do período, isto é,

Resultado do período = Rendimentos do período – Gastos do período Sobre a definição de rendimentos e gastos ver parágrafo 69 da EC do SNC e sobre o princípio da não compensação dos rendimentos e gastos ver ponto 2.6 das Bases para a apresentação das demonstrações financeiras (BADF) do SNC. A correcta avaliação do resultado de uma entidade num determinado período está muito dependente de uma adequada segmentação temporal das operações (aplicação rigorosa do regime de acréscimo referido anteriormente) e do correcto balanceamento (reconhecimento no mesmo período) entre rendimentos e gastos. Sobre o balanceamento de rendimentos e gastos ver parágrafo 19 da NCRF 20 - Rédito. ___________________________________________________________________________ Questão 5 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. Considere as seguintes informações relativas ao mês de Abril de n de uma sociedade:

Recebimentos de clientes referentes a facturas de meses anteriores € 15.000 Consumo de electricidade e outros consumíveis em Abril € 1.000 Facturas referentes a prestações de serviços a clientes € 20.000 Renda do escritório referente ao mês de Abril € 2.000 Atribuição e pagamento de lucros aos sócios referentes ao ano anterior € 3.000

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Aquisição a pronto de mobiliário para o escritório € 5.000 Novas transferências dos sócios para a sociedade € 10.000

O resultado líquido do mês de Abril foi: a) € 17.000 b) € 34.000 c) € 27.000 d) € 24.000 e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.6. Conta 1.6.1. Noção É um conjunto de elementos patrimoniais com características comuns e, como tal, passível de uma representação em compreensão e em extensão. Representar em compreensão:

• Significa traduzir as características qualitativas que individualizam a conta, evidenciando as características comuns e específicas dos valores nela agrupados.

• É a característica permanente da conta, que deve ser claramente especificada no seu título.

Representar em extensão:

• Significa evidenciar as propriedades quantitativas da conta • É a característica variável, dado que a extensão de uma conta variará à medida que as

operações forem sendo registadas. Requisitos da conta

• Homogeneidade - uma conta só deve conter os elementos que obedeçam à característica comum que ela define.

• Integralidade - a conta deve incluir todos os elementos que gozam da característica comum por ela definida.

1.6.2. Principais classificações das contas A primeira classificação é a que divide as contas de acordo com as três massas patrimoniais:

• Contas do activo (por exemplo, conta 11 Caixa do Código de Contas (CC) do SNC) • Contas do passivo (por exemplo, conta 25 Financiamentos obtidos do CC do SNC) • Contas do capital próprio (por exemplo, conta 51 Capital do CC do SNC)

Há, no entanto, contas que reúnem elementos do activo e do passivo. Estas contas designam-se por mistas (por exemplo, conta 27 Outras contas a receber e a pagar do CC do SNC) A segunda classificação é a que divide as contas em:

• Contas elementares: são as que não foram subdivididas noutras (por exemplo, conta 89 Dividendos antecipados do CC do SNC).

• Contas colectivas: são as que foram objecto de subdivisão em subcontas (ou contas divisionárias) (por exemplo, conta 21 Clientes do CC do SNC).

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As contas colectivas dizem-se de 1º grau e as contas divisionárias podem ser de 2º, 3º, …, enésimo grau dependendo do número de subdivisões (por exemplo, conta 21 Clientes - 1º grau; 211 Clientes c/c - 2º grau; 2111 Clientes gerais - 3º grau). Este processo de decomposição é sempre possível mas deve procurar ser relevante. A relevância é uma das principais características qualitativas exigidas à informação contabilística. Sobre as características qualitativas das demonstrações financeiras ver parágrafos 23 a 46 da EC do SNC. Quando uma conta se desdobra em várias subcontas ela deixa de ser uma conta de movimento e passa a ser uma conta integradora, isto é, ela é movimentada indirectamente através das contas divisionárias (as contas de movimento). ___________________________________________________________________________ Questão 6 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. Os capitais próprios de uma entidade:

a) Só incluem as contribuições dos seus proprietários e o resultado líquido do período b) Têm sempre um valor positivo ou nulo c) Só incluem contas da classe 5 do código de contas do SNC d) Não podem ser superiores aos activos da entidade e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.6.3. Contas subsidiárias As contas subsidiárias são contas auxiliares de outras contas ditas principais. Das 57 contas de 1º grau que compõem o CC do SNC, 20 são contas subsidiárias:

• As contas de gastos (contas 61 a 69) e de rendimentos (Contas 71 a 79) são subsidiárias da conta 81 Resultado líquido do período

• A conta 31 Compras é subsidiária das contas 32 Mercadorias, 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo e 37 Activos biológicos

• A conta 38 Reclassificação e regularização de inventários e activos biológicos é subsidiária das contas 32 Mercadorias, 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo, 34 Produtos acabados e intermédios, 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos, 36 Produtos e trabalhos em curso e 37 Activos biológicos

Não devemos confundir contas divisionárias (que também são contas auxiliares das contas colectivas) com contas subsidiárias. Estas também resultam do desdobramento das contas principais mas:

• As contas subsidiárias são do mesmo grau que a respectiva conta principal sendo as contas divisionárias de grau superior.

• As contas principais só incorporam os valores das subsidiárias através de lançamentos próprios de transferência (nesse momento as contas subsidiárias ficam saldadas, isto é, assumem o valor zero) sendo os valores das contas divisionárias parte integrante das contas colectivas (as contas colectivas são movimentadas por via das subcontas).

Em síntese, existe um desdobramento horizontal ou paralelo entre as contas principais e as contas subsidiárias, e um desdobramento vertical ou descendente entre as contas colectivas e as contas divisionárias.

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___________________________________________________________________________ Questão 7 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. A conta 711 Mercadorias incluída no código de contas do SNC é:

a) Uma conta subsidiária b) Uma conta divisionária c) Uma conta de rendimentos d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.6.4. Representação gráfica das contas Para seguir as suas variações quantitativas utilizam-se gráficos, quadros ou mapas que apresentam normalmente a forma de um “T”.

TÍTULO DA CONTA

Débito ou deve

Crédito ou haver

Historicamente, as contas já representaram exclusivamente as pessoas dos devedores e dos credores e nessas circunstâncias:

• Aumentar a conta de um devedor significava aumentar o seu débito (ele deve mais). • Aumentar a conta de um credor significava aumentar o seu crédito (ele tem a haver

mais). Esta lógica de movimentação foi progressivamente alargada às restantes contas (contas de coisas e contas de factos) passando os termos débito e crédito a significar variações positivas ou negativas (dependendo dos casos) no valor das respectivas contas, ou seja:

• Debitar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado esquerdo (débito da conta). Tratando-se de uma conta do activo (aplicações), o débito representa um incremento do seu valor (lógica das contas dos devedores); se a conta for do passivo ou do capital próprio (origens), corresponde a um decréscimo do seu valor (lógica das contas dos credores).

• Creditar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado direito (crédito da conta). Para as contas do activo (aplicações) significa um decréscimo do seu valor (lógica das contas dos devedores) e para as contas do passivo e do capital próprio (origens) um incremento do seu valor (lógica das contas dos credores).

1.6.5. Saldos das contas O saldo de uma conta (valor de uma conta num dado momento) é a diferença entre a soma dos valores lançados a débito (total a débito) e a soma dos valores lançados a crédito (total a crédito) ou vice-versa. As contas podem apresentar três tipos de saldos, a saber:

• Saldo devedor =>Total a débito > Total a crédito (saldo das contas do activo) • Saldo credor =>Total a débito < Total a crédito (saldo das contas do passivo) • Saldo nulo (conta saldada) => Total a débito = Total a crédito

As contas do capital próprio podem ter saldos credores (valores positivos) ou devedores (valores negativos).

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___________________________________________________________________________ Questão 8 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. A conta 21 Clientes incluída no código de contas do SNC:

a) É sempre uma conta do activo b) Tem sempre saldo devedor ou nulo c) É uma conta elementar d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.6.6. Regras de movimentação das contas Considerando as noções de débito e de crédito e a necessidade de manter a igualdade entre aplicações e origens de fundos (equação fundamental da contabilidade) é possível estabelecer as seguintes regras de movimentação dos vários tipos de contas:

CONTAS DO ACTIVO CONTAS DO PASSIVO

Aumentos Diminuições

Diminuições

Aumentos

CONTAS DO CAPITAL PRÓPRIO

Diminuições

Aumentos

CONTAS DE GASTOS CONTAS DE RENDIMENTOS

Aumentos Diminuições

Diminuições

Aumentos

___________________________________________________________________________ Questão 9 - Assinale a resposta correcta. Justifiqu e a sua resposta. De acordo com as regras de movimentação das contas:

a) Um débito significa um aumento e um crédito uma diminuição b) As contas de dívidas a receber e de gastos são debitadas pelos aumentos c) As contas de rendimentos nunca são debitadas d) As contas de capital próprio têm sempre saldo credor e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.7. Método digráfico ou das partidas dobradas Dissemos anteriormente que o registo dos factos patrimoniais não desfaz, em nenhuma circunstância, a igualdade resultante da equação fundamental da contabilidade. Tal só é possível porque a contabilidade moderna tem por base o método digráfico ou das partidas dobradas. Este método (que se contrapõe ao método unigráfico ou das partidas simples) pode sintetizar-se da seguinte maneira:

• A um débito (ou débitos) corresponde sempre um crédito (ou créditos).

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• A soma dos débitos é sempre igual à soma dos créditos. • A soma dos saldos devedores é sempre igual à soma dos saldos credores.

A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece sempre a uma das seguintes fórmulas digráficas:

• 1ª fórmula => Uma só conta devedora e uma só conta credora • 2ª fórmula => Uma só conta devedora e várias contas credoras • 3ª fórmula => Várias contas devedoras e uma só conta credora • 4ª fórmula => Várias contas devedoras e várias contas credoras

A contabilidade moderna tem subjacente o chamado princípio da dualidade que reflecte a dupla dimensão na abordagem dos factos patrimoniais e que aparece consubstanciado em termos estáticos, na equação fundamental da contabilidade (aplicações de fundos = origens de fundos) e em termos dinâmicos, no método digráfico (valor dos débitos = valor dos créditos). 1.8. Processo de contabilização dos factos patrimon iais

1.8.1. Documentos 1.8.1.1. Função da documentação Os documentos são a base do sistema de registo contabilístico, servindo de suporte à entrada dos dados no sistema de informação. Os documentos descrevem e justificam os factos patrimoniais. 1.8.1.2. Tipos de documentos Os documentos podem ser organizados em dois tipos:

• Internos - Documentos que se destinam a transmitir informação entre as diversas secções/departamentos da entidade (por exemplo, requisição de mercadorias ao armazém, pedido de compra à secção de compras, guia de recepção, guia de entrada em armazém, etc.)

Factos patrimoniais

Documentos

Razão

Balancete

Diário

Lançamentos

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• Externos - Documentos que visam transmitir informação entre a empresa e as entidades que lhe são externas, como clientes, fornecedores, bancos (Exemplos: factura, recibo, nota de crédito/débito, aviso de lançamento, etc.).

Os principais documentos externos estão ligados ao contrato de compra e venda. 1.8.1.3. Fases do contrato de compra e venda O contrato de compra e venda envolve normalmente as seguintes fases:

• Encomenda – Fase em que o comprador dá a conhecer ao vendedor o que quer comprar – Documento associado: Nota de Encomenda (documento através do qual o

comprador realiza uma encomenda ao seu fornecedor, indicando-lhe os produtos, quantidades e condições pretendidas)

• Entrega

– Fase em que o vendedor entrega ou envia a mercadoria ao comprador – Documento associado: Guia de Remessa/Transporte (documento emitido pelo

vendedor e destinado ao comprador que acompanha as mercadorias durante o transporte)

• Liquidação

– Fase em que o vendedor determina a importância a pagar pelo comprador – Documentos associados: Factura ou Factura simplificada (documento que o

vendedor envia ao comprador, com todas as condições gerais da transacção), Nota de Débito (o emitente comunica ao destinatário que este lhe deve determinada importância) e Nota de Crédito (o emitente comunica ao destinatário que este tem a haver determinada importância)

– As notas de débito e crédito servem, geralmente, para rectificar facturas anteriormente emitidas em consequência de existirem erros ou omissões nas facturas, descontos, devoluções, etc.

• Pagamento

– Fase em que o comprador entrega ao vendedor a importância devida pela compra das mercadorias

– Documento: Recibo (documento em que o vendedor dá quitação (desobriga do pagamento) ao comprador do valor total ou parcial das mercadorias)

• Factura-Recibo

– Substitui em simultâneo 3 documentos: Guia de Remessa, Factura e Recibo – É simultaneamente um documento de transporte, de receita e de quitação

___________________________________________________________________________ Questão 10 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue a sua resposta. A factura-recibo é um dos documentos externos utilizados pelas empresas. É um documento que substitui:

a) A guia de remessa ou a guia de transporte b) A factura c) O recibo d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________

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1.8.2. Lançamentos Correspondem aos registos dos factos patrimoniais na contabilidade. Contêm normalmente os seguintes elementos:

• Data • Nº de ordem (não utilizado nas aulas) • Descrição • Contas movimentadas • Valores

1.8.2.1. Tipos de lançamentos Os lançamentos podem dividir-se em dois tipos:

• Simples - aqueles em que se debita uma só conta e se creditada outra (têm por base a 1ª fórmula digráfica)

• Complexos - aqueles em que se debitam e/ou creditam várias contas (têm por base as 2ª, 3ª e 4ª fórmulas digráficas).

1.8.2.2. Natureza dos lançamentos Os lançamentos também se podem dividir de acordo com a sua natureza:

• Lançamentos de abertura ou reabertura - dizem respeito aos registos dos saldos das contas no início de cada período contabilístico.

• Lançamentos correntes - correspondem aos registos dos factos patrimoniais ocorridos ao longo do período contabilístico.

• Lançamentos de estorno - são registos de rectificação em consequência de erros verificados nos restantes lançamentos.

• Lançamentos de regularização - enquadram-se no trabalho de fim de período e visam regularizar os saldos de certas contas que não reflectem a verdadeira situação patrimonial da entidade no final de cada exercício.

• Lançamentos de apuramento de resultados - respeitam aos registos de transferência das contas de rendimentos e gastos (contas subsidiárias) para a conta de resultados (conta principal).

• Lançamentos de encerramento ou de fecho - são registos que visam saldar todas as contas (que ainda apresentem saldos) no final de cada período contabilístico.

1.8.3. Diário O termo Diário designou, até há relativamente pouco tempo, um dos livros de contabilidade obrigatórios (os outros eram o de inventário e balanços, o de razão, o copiador e para as sociedades também o livro de actas, o único que continua obrigatório), que servia para registar diariamente todos os factos que modificam o património das empresas. Actualmente corresponde a um sistema informatizado de registo cronológico (por ordem de datas) de cada um dos factos patrimoniais de uma entidade. Como se pode perceber, o suporte é diferente (um programa de computador em vez de um livro) mas os objectivos são semelhantes. Nas aulas vamos utilizar um modelo de diário inspirado na estrutura mais clássica do livro mas com um estilo mais simplificado, a saber:

--------------------------------------- Data ------------------------------------ Conta(s) a débito x (valores)

a Conta(s) a crédito x (valores)

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Descrição da operação ------------------------------------------ // --------------------------------------

Conta(s) a débito x (valores) a Conta(s) a crédito x (valores)

Descrição de outra operação (realizada na mesma data) ---------------------------------- Nova data -----------------------------------

Conta(s) a débito x (valores) a Conta(s) a crédito x (valores)

Descrição de outra operação (realizada em data diferente) Este modelo de diário apresenta para cada lançamento os seguintes elementos:

• Primeiro, a data a que se reporta a operação (ou aspas quando a operação se reporta à mesma data que a operação anterior).

• Uma primeira coluna (embora não se desenhem os traços, não é difícil imaginar quatro colunas) para a preposição a. Esta preposição deve anteceder todas as contas que queremos movimentar a crédito.

• Uma segunda coluna para inscrever primeiro as contas a debitar logo seguidas das contas que pretendemos creditar na operação (código e título).

• Uma terceira coluna para inscrever o montante a debitar em cada conta • Uma quarta coluna para inscrever o montante a creditar em cada conta • Finalmente, uma descrição sucinta da operação contabilizada

1.8.4. Razão Como se referiu atrás, o termo Razão designou, até há relativamente pouco tempo, um dos livros de contabilidade obrigatórios nas empresas, que servia para lançar o movimento de todas as operações anteriormente registadas no diário, em cada uma das contas envolvidas, para se conhecer o estado de qualquer delas, sem necessidade de analisar todos os lançamentos do diário. Actualmente corresponde a um sistema informatizado de registo automático (realizado sem intervenção de um operador, ao contrário dos lançamentos no Diário) por contas. Tal como acontecia no Diário o suporte é diferente mas os objectivos são rigorosamente os mesmos. O modelo de Razão a utilizar nas aulas corresponde ao quadro em forma de “T” que vimos anteriormente na representação gráfica das contas. Em termos metodológicos, podemos dizer que nas aulas os lançamentos contabilísticos serão realizados no Diário ou no Razão, nunca nos dois em simultâneo (lançamento no Diário com transposição exaustiva para o Razão). O Razão poderá também ser utilizado nas aulas como auxiliar quando se pretenda conhecer o saldo de uma conta em concreto. Nesse caso, percorre-se o Diário e, sem realizar os lançamentos no Razão, transpomos exclusivamente os movimentos (a débito e a crédito) da conta cujo saldo pretendemos conhecer. 1.8.5. Balancete O balancete é um quadro recapitulativo de todas as contas do Razão, onde consta a soma do débito e do crédito de cada conta e os respectivos saldos. Durante o exercício contabilístico, são elaborados balancetes (designados balancetes de verificação), geralmente todos os meses, com a finalidade de verificar a situação patrimonial e o desempenho da entidade ao longo do ano.

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A estrutura típica do balancete (neste exemplo, apenas com contas de 1º grau) é a seguinte:

Contas Total a débito

Total a crédito

Saldos Devedor Credor

11 Caixa 12 Depósitos à ordem (…) 81 Resultado líquido do período 89 Dividendos antecipados Totais Nas aulas utilizamos uma versão ainda mais simplificada que inclui apenas as colunas relativas às contas e aos saldos. 1.9. Normalização contabilística 1.9.1. Instrumentos e âmbito de aplicação O organismo responsável pelo processo de normalização contabilística a nível internacional é o IASB - International Accounting Standards Board. As duas principais atribuições do IASB são desenvolver um conjunto de normas de contabilidade e de relato financeiro e promover a sua aceitação e observância a nível mundial. As normas emitidas pelo IASB designam-se genericamente por Normas Internacionais de Contabilidade (NIC). As NIC incluem as seguintes normas e respectivas interpretações:

• IAS – International Accounting Standards (Normas emitidas antes de 2001). • SIC – Standings Interpretations Committee (Interpretações das IAS). • IFRS – International Financial Reporting Standards (Normas emitidas depois de 2001). • IFRIC – International Financial Reporting Interpretations Committee (Interpretações

das IFRS). A União Europeia (UE), através do regulamento (CE) n.º 1606/2002 de 19 de Julho, obrigou todas as empresas com títulos negociados num mercado regulamentado (bolsa de valores) de qualquer Estado-membro a apresentar as suas contas consolidadas de acordo com as NIC adoptadas na UE (não necessariamente todas as emitidas pelo IASB) a partir de 1 de Janeiro de 2005, deixando aos Estados-membros a decisão de alargar a adopção das NIC a outros casos. A este propósito importa referir que em Portugal, as empresas dos sectores não financeiros com títulos negociados em bolsa (aquelas que estão apenas sujeitas à supervisão da CMVM - Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) e que não apresentem contas consolidadas, têm de apresentar as suas contas individuais de acordo com as NIC adoptadas na UE. As empresas dos sectores financeiros com títulos negociados em bolsa (sujeitas à supervisão conjunta da CMVM e do Banco de Portugal ou do Instituto de Seguros de Portugal) que não apresentem contas consolidadas, devem prestar informação financeira complementar de acordo com as NIC adoptadas na EU (caso não apresentem já as contas individuais de acordo com as NIC adoptadas na UE por imposição dos respectivos supervisores).

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As entidades (dos sectores não financeiros) que não tenham títulos cotados em bolsa podem optar por elaborar as respectivas contas consolidadas em conformidade com as NIC adoptadas na UE, desde que as suas demonstrações financeiras sejam objecto de certificação legal das contas. Finalmente, todas as empresas pertencentes aos grupos que, obrigatória ou facultativamente, apresentem contas consolidadas podem optar por elaborar as respectivas contas individuais de acordo com as NIC adoptadas na UE (caso não estejam a isso obrigadas), desde que as suas demonstrações financeiras sejam objecto de certificação legal das contas. Em consequência da aprovação do regulamento (CE) n.º 1606 de 19 de Julho, as NIC adoptadas na UE passaram a ser publicadas na íntegra em todas as línguas oficiais da Comunidade, sob a forma de regulamento da Comissão, no Jornal Oficial das Comunidades Europeias. Neste momento as NIC adoptadas na UE incluem:

• 29 IAS • 11 SIC • 12 IFRS • 20 IFRIC

O organismo responsável pelo processo de normalização contabilística a nível nacional é a CNC - Comissão de Normalização Contabilística Ver regime jurídico de organização e funcionamento da CNC aprovado pelo DL n.º 160/2009 de 13 de Julho e alterado pelo DL n.º 36-A/2011 de 9 de Março. São várias as atribuições da Comissão de Normalização Contabilística (ver artigos 3.º e 4.º do DL n.º 160/2009 de 13 de Julho), donde se destaca a responsabilidade pela emissão de normas contabilísticas e promoção das acções necessárias para que tais normas sejam adequadamente aplicadas pelas entidades a elas sujeitas. As principais normas emitidas pela CNC integram o Sistema de Normalização Contabilística (SNC), aprovado pelo DL n.º 158/2009 de 13 de Julho, rectificado pela declaração de rectificação n.º 67-B/2009 de 11 de Setembro e alterado pela lei n.º 20/2010 de 23 de Agosto, pelo DL n.º 36-A/2011 de 9 de Março e DL n.º 98/2015 de 2 de Junho, que o republica. O SNC inclui normas para microentidades, pequenas entidades, médias entidades e grandes entidades e ainda para entidades do sector não lucrativo. Consideram -se microentidades aquelas que à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites seguintes:

• Total do balanço: € 350 000; • Volume de negócios líquido: € 700 000; • Número médio de empregados durante o período: 10.

Consideram-se pequenas entidades aquelas que, não sendo microentidades, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites seguintes:

• Total do balanço: € 4 000 000; • Volume de negócios líquido: € 8 000 000; • Número médio de empregados durante o período: 50.

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Consideram-se médias entidades aquelas que, não sendo micro e pequenas entidades, à data do balanço, não ultrapassem dois dos três limites seguintes:

• Total do balanço: € 20 000 000; • Volume de negócios líquido: € 40 000 000; • Número médio de empregados durante o período: 250.

Grandes entidades são as entidades que, à data do balanço, ultrapassem dois dos três limites anteriores. Os limites anteriores reportam-se ao período imediatamente anterior, devendo, quando aplicável, observar -se as seguintes regras:

• Sempre que em dois períodos consecutivos imediatamente anteriores sejam ultrapassados dois dos três limites, as entidades deixam de poder ser consideradas na respectiva categoria, a partir do terceiro período;

• As entidades podem novamente ser consideradas nessa categoria, caso deixem de ultrapassar dois dos três limites nos dois períodos consecutivos imediatamente anteriores.

___________________________________________________________________________ Questão 11 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. O organismo que em Portugal tem competência para elaborar normas contabilísticas para as empresas não financeiras é:

a) O Banco de Portugal b) A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários c) O Instituto de Seguros de Portugal d) A Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas e) Nenhuma das anteriores

Questão 12 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Em Portugal, é possível (obrigatória ou facultativamente) aplicar as NIC:

a) Nas contas consolidadas dos grupos de sociedades cujos valores mobiliários sejam admitidos à negociação em mercado regulamentado

b) Nas contas individuais da empresa-mãe de grupos cotados e suas subsidiárias c) Nas contas consolidadas de grupos não cotados d) Nas contas individuais da empresa-mãe e suas subsidiárias incluídas na consolidação

de grupo que, facultativamente, elabore as suas contas consolidadas de acordo com as normas internacionais de contabilidade

e) Todas as anteriores ___________________________________________________________________________ 1.9.2. Sistema de Normalização Contabilística (SNC) O SNC inclui os seguintes instrumentos:

• Bases para a apresentação das demonstrações financeiras (BADF) • Estrutura Conceptual (EC) • Código de Contas (CC) • Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF) • Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) • Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Pequenas Entidades (NCRF-PE) • Normas Interpretativas (NI) • Norma Contabilística para Microentidades (NC-ME) • Norma Contabilística e de Relato Financeiro para Entidades do Sector Não Lucrativo

(NCRF-ESNL)

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O SNC substituiu o POC - Plano Oficial de Contabilidade (anterior normativo em Portugal) e as Directrizes Contabilísticas emitidas pela Comissão de Normalização Contabilística. O SNC é obrigatoriamente aplicável às seguintes entidades:

• Sociedades abrangidas pelo Código das Sociedades Comerciais • Empresas individuais reguladas pelo Código Comercial • Estabelecimentos individuais de responsabilidade limitada • Empresas públicas • Cooperativas • Agrupamentos complementares de empresas e agrupamentos europeus de interesse

económico • Entidades do sector não lucrativo (inclui cooperativas que não podem distribuir, directa

ou indirectamente, excedentes aos seus membros) O SNC não é aplicável às seguintes entidades:

• Entidades que por obrigação ou opção utilizem as NIC adoptadas na UE • Banca e outras entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal (às quais se

aplica as NIC adoptadas na UE ou um plano de contas nacional específico, o PCSB - Plano de Contas para o Sistema Bancário)

• Seguradoras e outras entidades sujeitas à supervisão do Instituto de Seguros de Portugal (às quais se aplica as NIC adoptadas pela UE ou um plano de contas nacional específico, o PCES – Plano de Contas para as Empresas de Seguros)

As pessoas que, exercendo a título individual qualquer actividade comercial, industrial ou agrícola, não realizem, na média dos últimos três anos, um volume de negócios superior a € 200.000, não estão obrigadas a ter contabilidade (não se lhe aplica o SNC). A este propósito é necessário ter em conta sobretudo as regras de natureza fiscal previstas no Código do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (CIRS). O art. 28.º do CIRS estabelece duas formas de tributação dos rendimentos das empresas individuais (rendimentos empresariais e profissionais):

• Com base num regime simplificado (que não obriga a ter contabilidade) • Com base na contabilidade

Ficam abrangidos pelo regime simplificado as empresas que não tenham ultrapassado no ano anterior um volume de negócios de € 200.000. No exercício de início de actividade, o enquadramento faz-se a partir de valores estimados. No entanto, as empresas podem sempre optar pela tributação com base na contabilidade. A aplicação do regime simplificado cessa quando o limite anterior seja ultrapassado em dois exercícios consecutivos ou, quando o seja num único exercício, em montante superior a 25%, caso em que a tributação pelo regime de contabilidade organizada se faz a partir do período de tributação seguinte ao da verificação de qualquer desses factos. As microentidades devem aplicar a ‘norma Contabilística para Microentidades’ (NC-ME), podem, no entanto, optar pela aplicação das ‘normas Contabilísticas e de Relato Financeiro’ (NCRF) ou da NCRF-PE. A ‘norma contabilística e de relato financeiro para pequenas entidades’ (NCRF -PE), apenas pode ser adoptada, em alternativa às NCRF, pelas pequenas entidades. Às entidades do sector não lucrativo aplica -se a Norma contabilística e de relato financeiro para entidades do sector não lucrativo (NCRF -ESNL), podendo estas entidades optar pela

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aplicação do conjunto das NCRF, com as necessárias adaptações, ou pela aplicação das NIC adoptadas na UE, desde que as suas demonstrações financeiras sejam objecto de certificação legal das contas. ___________________________________________________________________________ Questão 13 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Qual das seguintes entidades está dispensada de aplicar o SNC:

a) Sociedade industrial por quotas com volume de negócios anual médio nos três últimos anos de € 100.000

b) Técnico Oficial de contas que exerce a título individual com volume de negócios anual médio nos três últimos anos de € 250.000

c) Empresário em nome individual agrícola com volume de negócios anual médio nos três últimos anos de € 160.000

d) Sociedade anónima não cotada do sector energético com volume de negócios anual médio nos três últimos anos de € 2.000.000

e) Nenhuma das anteriores ___________________________________________________________________________ 1.9.3. Bases para a apresentação de demonstrações f inanceiras (BADF) Onde se enunciam as regras sobre o que constitui e os requisitos globais a que deverá obedecer um conjunto completo de demonstrações financeiras. O objectivo é assegurar a comparabilidade quer com as demonstrações financeiras de períodos anteriores da mesma entidade, quer com as demonstrações financeiras de outras entidades. 1.9.4. Estrutura conceptual (EC) Documento autónomo que estabelece um conjunto de conceitos contabilísticos, características da informação e pressupostos subjacentes às demonstrações financeiras. Segue de perto a estrutura conceptual para a preparação e apresentação das demonstrações financeiras do IASB. Não é uma norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) e no caso de conflito entre a EC e as NCRF, prevalecem os requisitos das NCRF. ___________________________________________________________________________ Questão 14 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. De acordo com a estrutura conceptual do SNC, os activos:

a) Têm sempre uma forma física b) São sempre da propriedade da entidade c) Estão sempre associados a algum tipo de dispêndio (despesa), ou de aquisição ou de

produção d) São recursos controlados pela entidade com um custo ou valor fiável dos quais se

espera benefícios económicos futuros e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________

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1.9.5. Código de contas (CC) Estrutura codificada e uniforme de contas, organizada em oito classes (as 4 primeiras relativas a elementos concretos (Activo e Passivo) e as 4 últimas a elementos abstractos (Capital Próprio) e que inclui:

• Quadro síntese de contas (de 1.º grau) • Código de contas (lista codificada não exaustiva de contas) • Notas de enquadramento (notas sobre o conteúdo de algumas contas)

O CC do SNC apresenta um conjunto de contas que devem ser adoptadas pelas grandes, médias e pequenas entidades (código base), definindo depois os ajustamentos ao código base para as ESNL e ME. O CC do SNC pode ser adoptado pelas entidades que se encontrem obrigadas, ou que tenham a opção de aplicar as NIC adoptadas pela UE. 1.9.6. Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF) 1.9.6.1. Conjunto completo de demonstrações finance iras no SNC Um conjunto completo de DF inclui:

• Balanço • Demonstração dos resultados por naturezas • Demonstração das alterações no capital próprio • Demonstração dos fluxos de caixa • Anexo

Adicionalmente pode ser apresentada uma demonstração dos resultados por funções. Existem duas NCRF específicas sobre as demonstrações financeiras

• NCRF 1 - Estrutura e conteúdo das demonstrações financeiras • NCRF 2 - Demonstração de fluxos de caixa

Relativamente às pequenas entidades:

• Não estão obrigadas a apresentar a demonstração dos fluxos de caixa e a demonstração das alterações no capital próprio

• Apresentam modelos reduzidos (mais resumidos) de balanço, de demonstração dos resultados por naturezas, de demonstração dos resultados por funções e de anexo.

As microentidades apresentam as seguintes demonstrações financeiras:

• Balanço (com algumas notas no final) • Demonstração dos resultados por naturezas

As demonstrações financeiras apresentadas pelas microentidades têm modelos específicos com estruturas muito simplificadas comparativamente com os restantes modelos que integram o SNC (mesmo os reduzidos). As ESNL apresentam as seguintes demonstrações financeiras:

• Balanço; • Demonstração dos resultados por naturezas ou por funções; • Demonstração dos fluxos de caixa; • Anexo.

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As ESNL apresentam uma demonstração das alterações nos fundos patrimoniais por opção ou por exigência de entidades públicas financiadoras. As entidades obrigadas à apresentação de contas em regime de caixa divulgam a seguinte informação:

• Pagamentos e recebimentos • Património fixo • Direitos e compromissos futuros

As entidades públicas financiadoras podem exigir outros mapas, designadamente para efeitos de controlo orçamental. ___________________________________________________________________________ Questão 15 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. De acordo com o DL n.º 158/2009 de 13 de Julho, a demonstração de resultados por funções é obrigatória para:

a) Todas as entidades sujeitas ao SNC b) As grandes entidades sujeitas ao SNC c) As entidades que, nos termos do SNC, não tenham adoptado a NCRF-PE ou a NC-ME d) As entidades que, nos termos do SNC, estão obrigadas a adoptar o sistema de

inventário permanente e) Nenhuma das anteriores

Questão 16 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Considere uma entidade que, nos termos do SNC, aplica a NCRF-PE:

a) Não pode apresentar o modelo reduzido de balanço b) Tem de apresentar uma demonstração de resultados por funções c) Está dispensada de apresentar uma Demonstração das Alterações no Capital Próprio

e uma Demonstração de Fluxos de Caixa d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.9.6.2. Objectivo das Demonstrações Financeiras Proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes na tomada de decisões económicas.

Posição Financeira Balanço

Desempenho D. Resultados

Alterações posição financeira D. Fluxos Caixa e D. Alterações no CP

Notas às DF Anexo

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1.9.6.3. Balanço A principal finalidade do balanço é apresentar a expressão monetária dos activos, passivos e capital próprio num dado momento (posição financeira). No balanço os activos e passivos aparecem separados em:

• Correntes • Não correntes

Sobre as definições de activos correntes e não correntes e passivos correntes e não correntes ver parágrafos 10 a 24 da NCRF 1. ___________________________________________________________________________ Questão 17 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Os modelos de balanço previstos no SNC têm uma disposição vertical:

a) Com graus decrescentes de liquidez nas aplicações de fundos e de exigibilidade nas origens de fundos

b) Com graus crescentes de liquidez nas aplicações de fundos e de exigibilidade nas origens de fundos

c) Com um grau de liquidez decrescente nas aplicações de fundos e um grau de exigibilidade crescente nas origens de fundos

d) Com um grau de liquidez crescente nas aplicações de fundos e um grau de exigibilidade decrescente nas origens

e) Nenhuma das anteriores Questão 18 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Diga qual dos seguintes elementos patrimoniais deve constar no activo não corrente do balanço da empresa B, Lda. (microentidade) reportado a 31/12/n:

a) Vale de caixa do gerente (a regularizar no próximo processamento de salários) b) Adiantamento por conta de compras (a regularizar daqui a 3 meses com a entrega da

encomenda) c) Acréscimo de juros de um depósito a prazo (com vencimento daqui a 6 meses e juros

a receber no final do prazo) d) Prédio de rendimento arrendado (contrato celebrado durante o exercício por 5 anos

renovável) e) Nenhuma das anteriores

Questão 19 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Diga qual dos seguintes elementos patrimoniais deve constar no activo corrente do balanço da empresa B, Lda. (média entidade que se dedica ao transporte terrestre de mercadorias) reportado a 31/12/n:

a) Veículo ligeiro de passageiros ao serviço do administrador b) Programa de computador usado na gestão da frota c) IVA a recuperar do estado relativo ao 4º trimestre do ano n d) Armazém doado pelo sócio fundador e arrendado a uma empresa de produtos

químicos e) Nenhuma das anteriores

Questão 20 - Assinale a resposta correcta. Justifiq ue com uma norma aplicável. Considere um empréstimo bancário no valor de € 600.000 contraído pela empresa C, Lda. (pequena entidade) em 1/Out/n com o seguinte plano de reembolso:

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1/Abr/n+1 € 50.000 1/Out/n+1 € 50.000 1/Out/n+2 € 120.000 1/Out/n+3 € 180.000 1/Out/n+4 € 200.000

O valor do empréstimo a incluir no passivo não corrente do balanço da empresa C, Lda. reportado a 31/Dez/n é: a) € 380.000 b) € 100.000 c) € 120.000 d) € 500.000 e) Nenhuma das anteriores

___________________________________________________________________________ 1.9.6.4. Demonstração dos resultados A principal finalidade da demostração de resultados é mostrar a expressão monetária dos rendimentos, gastos e resultado da entidade num dado período (desempenho). A informação pode ser apresentada de acordo com dois tipos de análise:

• Por naturezas (obrigatória) • Por funções (opcional mas não substitui a anterior)

Não se apresentam na demonstração de resultados (nem no anexo) itens de rendimento e de gasto como itens extraordinários (ao contrário do POC). No modelo da demonstração de resultados por natureza adoptado no SNC pretendeu-se proporcionar informação quanto às diferentes fases de formação do resultado líquido do período, identificando métricas geralmente usadas na análise financeira:

• Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos (correspondente à sigla anglo saxónica EBITDA)

• Resultado operacional ou resultado antes de gastos de financiamento e impostos - (correspondente à sigla anglo saxónica EBIT)

• Resultado antes de impostos (correspondente à sigla anglo saxónica EBT). A expressão "gastos de financiamento" não corresponde ao anterior resultado financeiro utilizado no POC mas sim ao gasto líquido de financiamento da análise financeira, ou seja, o gasto respeitante ao financiamento contraído pela empresa, deduzido de eventuais rendimentos financeiros anteriores à sua utilização. Assim, a CNC entende que na rubrica "Juros e rendimentos similares obtidos" da demonstração de resultados por natureza serão inscritas, primordialmente, as quantias que figurem na conta 7915 Juros, dividendos e outros rendimentos similares – Juros obtidos – De financiamentos obtidos, devendo nessa rubrica da Demonstração de resultados por naturezas ser também considerados outros rendimentos (por exemplo diferenças de câmbio ou outros) que se relacionem/derivem do financiamento da entidade, de forma a garantir que se respeite o princípio subjacente ao apuramento do resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos).

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1.9.6.5. Demonstração das alterações no capital pró prio A principal finalidade desta demonstração é a apresentação das modificações ocorridas na expressão monetária e na composição do capital próprio e das suas várias rubricas, em cada período. As alterações ocorridas são divididas em três grupos:

• As que resultam de operações com detentores de capital • As que derivam do resultado líquido do período • As que resultam de outras alterações no capital próprio

Esta demonstração introduz o conceito de resultado integral que resulta da agregação directa do resultado líquido do período com todas as variações ocorridas em capitais próprios não directamente relacionadas com os detentores de capital, agindo enquanto tal. 1.9.6.6. Demonstração dos fluxos de caixa A principal finalidade desta demonstração é a apresentação das alterações ocorridas em caixa e seus equivalentes em cada período. As alterações são divididas por actividades:

• Operacionais • Investimento • Financiamento

O SNC obriga que esta demonstração seja elaborada pelo método directo (ao contrário do POC que previa os métodos directo e indirecto). Não exige um anexo à demonstração dos fluxos de caixa (como acontecia no POC), uma vez que as informações nele contidas são apresentadas no anexo. 1.9.6.7. Anexo As principais finalidades do anexo são divulgar as bases de preparação e as políticas contabilísticas adoptadas, divulgar outras informações exigidas pelas NCRF e informação adicional considerada relevante. O anexo deve estar dividido em notas numeradas sequencialmente. Cada entidade deve criar a sua própria sequência numérica, tendo em conta as divulgações que deva efectuar. No entanto, as primeiras 4 notas terão obrigatoriamente o seguinte conteúdo:

• 1. Identificação da entidade • 2. Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras • 3. Principais políticas contabilísticas • 4. Fluxos de caixa (modelo geral) ou Políticas contabilísticas, alterações nas

estimativas contabilísticas e erros (modelo reduzido) 1.9.7. Normas contabilísticas e de relato financeir o (NCRF) Fazem parte do SNC 28 NCRF, 1 NCRF-PE, 1 NC-ME e 1 NCRF-ESNL. O SNC não acolheu todas as NIC adoptadas na UE. Não incluindo as interpretações (SIC e IFRIC), são 41 as NIC adoptadas pela UE (29 IAS e 12 IFRS).

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São 11 as NIC não contempladas nas NCRF:

• IAS 26 - Contabilização e Relato dos Planos de Benefícios de Reforma • IAS 29 - Relato financeiro em economias hiperinflacionárias • IAS 33 - Resultados por acção • IAS 34 - Relato financeiro intercalar • IFRS 2 - Pagamento com base em acções • IFRS 4 - Contratos de seguro • IFRS 8 - Segmentos operacionais • IFRS 10 - Demonstrações Financeiras Consolidadas • IFRS 11 - Acordos conjuntos • IFRS 12 - Divulgação de Interesses Noutras Entidades • IFRS 13 - Mensuração pelo Justo Valor

Há 2 NCRF que fundem mais de uma NIC:

• NCRF 13 - Interesses em empreendimentos conjuntos e investimentos em associadas (IAS 28 - Investimentos em Associadas + IAS 31 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos)

• NCRF 27 - Instrumentos financeiros (IAS 32 - Instrumentos Financeiros: Apresentação + IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração + IFRS 7 - Instrumentos Financeiros: Divulgações)

A NCRF 26 - Matérias Ambientais não decorre de nenhuma norma internacional de contabilidade.

1.9.8. Normas interpretativas (NI) Servem para esclarecer ou orientar sobre o conteúdo das restantes normas (NCRF, NCRF-PE, NC-ME e NCRF-ESNL) do SNC. Existem já duas NI no SNC:

• NI 1: Consolidação – entidades de finalidades especiais • NI 2: Uso de técnicas de valor presente para mensurar o valor de uso

1.10. Exercícios propostos 1.10.1. Património A empresa A apresentava os seguintes elementos patrimoniais concretos em 30/06/n:

Descrição Valores (em Euros)

Dívidas de clientes 625.000 Equipamentos administrativos 34.500 Dívidas a fornecedores de mercadorias 445.000 Empréstimos bancários obtidos 125.000 Mercadorias em armazém 82.000 Dívidas ao Estado 38.000 Equipamento de transporte 62.500 Dinheiro em caixa 8.450 Depósitos bancários à ordem 26.500

Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa A em 30/06/n.

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1.10.2. Património Uma empresa apresenta os seguintes elementos patrimoniais concretos em 31/12/n:

Descrição Valores (em Euros)

Edifício (terreno e construção) 250.000 Computadores 15.000 Programas de computador 5.000 Dinheiro em caixa 1.000 Descoberto numa conta de depósito à ordem (Banco A) 2.000 Dívidas ao estado 8.000 Dívidas de clientes 62.000 Adiantamentos aos órgãos sociais 3.000 Bens adquiridos para venda 160.000 Empréstimo bancário 80.000 Mobiliário 20.000 Dívidas a fornecedores 48.000 Adiantamentos de clientes 4.000 Empréstimos de sócios (suprimentos) 120.000 Depósito à ordem (Banco B) 35.000

Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa em 31/12/n. 1.10.3. Património e factos patrimoniais A empresa B apresentava o seguinte património em 1/05/n:

Valor do activo € 57 500 Valor do passivo € 36 000

Durante o mês de Maio de n ocorreram os seguintes factos:

1. Compra a crédito de mercadorias por € 600 2. Venda a crédito por 1.200 de mercadorias que foram adquiridas por € 800 3. Pagamento por cheque a fornecedores no valor de € 500 4. Nota de débito do banco no valor de € 60, referente aos juros de um empréstimo

bancário 5. Compra a crédito de uma viatura ligeira de mercadorias no valor de € 4.000 6. Pagamento em dinheiro da renda das instalações no valor de € 150 7. Venda a pronto pagamento de mercadorias por € 900 que haviam sido adquiridas

por € 550 8. Pagamento de uma multa de estacionamento no valor de € 5

a) Faça a classificação dos factos patrimoniais. b) Determine os valores do Activo, do Passivo e do Capital Próprio em 31 de Maio de n. 1.10.4. Património e resultado do período Considere as seguintes informações relativas à empresa C, relativas ao exercício n (só elementos patrimoniais abstractos relacionados com o resultado do período) ou à sua situação no final do mesmo (elementos patrimoniais concretos):

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Descrição Valores 1. Dívidas de clientes 62.000 2. Máquinas industriais 50.000 3. Viaturas ligeiras 12.000 4. Consumo de electricidade 3.000 5. Dívidas ao Estado 11.720 6. Dívidas aos fornecedores 44.000 7. Juros suportados e pagos 600 8. Custo das mercadorias vendidas 160.000 9. Mercadorias em armazém 19.000 10. Empréstimos bancários 10.000 11. Vendas de mercadorias 190.000 12. Equipamento básico 18.000 13. Depósitos à ordem 15.600 14. Rendas suportadas 2.600 15. Dinheiro em caixa 1.740 16. Combustíveis consumidos 1.580 17. Acções da sociedade X 10.000 18. Dívidas ao pessoal 1.800 19. Ordenados e encargos sociais 37.000 20. Consumo material de escritório 1.300

a) Determine o valor dos rendimentos, dos gastos e dos resultados relativos ao exercício n. b) Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio da empresa C em 31/12/n. 1.10.5. Património e resultado do período Conhecem-se as seguintes informações relativas à situação patrimonial de três empresas reportada a 31/12/n:

Empresa A Empresa B Empresa C Valores iniciais em 01-01-n: - Total do activo 125.000 90.000 (c) - Total do passivo 64.000 28.000 43.000 Valores finais em 31-12-n: - Total do activo 160.000 110.000 92.500 - Total do passivo 90.000 (b) 57.500 No exercício verificou-se: - Aumento do capital social 0 12.500 15.000 - Rendimentos (a) 34.000 25.000 - Gastos 42.500 23.000 42.500

Determine o valor das incógnitas (a), (b) e (c). 1.10.6. Património e resultado do período Conhecem-se as seguintes informações relativas à empresa A:

EMPRESA A VALORES

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No início do exercício n verifica-se o seguinte: Valor do activo em 01/01/n 450.000 Valor do passivo em 01/01/n 150.000 No final do exercício n verifica-se o seguinte: Valor do activo em 31/12/n 600.000 Valor do passivo em 31/12/n 200.000 No exercício n verificou-se o seguinte: Aumento das contribuições dos proprietários (capital social) 90.000 Distribuição de capitais próprios aos proprietários (lucros) 10.000 Valor dos rendimentos 750.000 Valor dos gastos (X)

Determine o valor da incógnita (X). 1.10.7. Património e contas Relativamente à empresa Z, Lda, que se dedica à comercialização de ferragens, conhecem-se os seguintes elementos patrimoniais concretos, em 31/12/n:

Elemento Patrimonial Valor (em euros)

Dívida à Soparafusos, Lda. 3.200 Viaturas comerciais 10.000 Mobiliário de escritório 5.000 Parafusos 2.050 Imóvel de rendimento 12.000 Trespasse do estabelecimento comercial 500 Dívida ao fornecedor do mobiliário de escritório 2.000 Quota na empresa FuraTudo, Lda. (M/L Prazo) 6.000 Adiantamento efectuado aos trabalhadores sobre os salários do próximo mês 1.200 Pregos nº 5 250 Lucros atribuídos aos sócios 8.000 Dívida ao gerente (remunerações por pagar) 6.000 Depósito à ordem no banco A 100 Empréstimo obtido junto do banco X 6.000 300 acções da P Telecom (C. Prazo) 2.400

a) Classifique cada elemento patrimonial de acordo com a respectiva massa geral, classe e

conta (contas de primeiro grau, com indicação do respectivo código). b) Determine o valor do activo, do passivo e do capital próprio. 1.10.8. Património e contas Identifique, na coluna respectiva, as contas (de 1º grau) associadas aos elementos patrimoniais (concretos e abstractos) mencionados:

Elementos patrimoniais Activos Passivos Gastos Rendimentos Outros

Vendas de mercadorias Viaturas comerciais

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Ordenados e encargos Sociais Consumo de electricidade Dívidas ao Estado Dívidas aos Fornecedores Capital social Juros suportados Custo das mercadorias vendidas Mercadorias em armazém Financiamento bancário (M/L Prazo) Mobiliário diverso Depósitos bancários à ordem Rendas recebidas Numerário Acções da associada X (M/L Prazo) Imóveis de rendimento Trespasse de estabelecimento Rendas suportadas Combustíveis consumidos Dívida ao fornecedor de mobiliário Adiantamentos aos trabalhadores Lucros atribuídos aos sócios Dívida ao gerente (remunerações) Reservas Dividendos recebidos Subsídios do estado à exploração 1.10.9. Património, resultado do período e contas Considere a seguinte informação de uma empresa reportada ao final do exercício n ou relativa ao exercício n:

1. Amortizações de activos intangíveis 4.000 2. Dívidas de clientes 140.000 3. Remunerações do pessoal 150.000 4. Juros obtidos de depósitos 1.000 5. Produtos acabados em armazém 250.000 6. Máquinas e equipamentos utilizados na produção 475.000 7. Consumo de matérias-primas 345.000 8. Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável imediatamente) 5.000 9. Contribuições dos proprietários 750.000 10. Imóveis afectos à actividade 350.000 11. Vendas de produtos acabados 680.000 12. Menos-valias na venda de activos fixos tangíveis 6.000 13. Imóveis de rendimento 70.000 14. Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+1) 120.000 15. Serviços prestados aos clientes 176.000 16. Viaturas usadas na actividade 94.000 17. Dívidas a fornecedores de matérias-primas 320.000 18. Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável a prazo) 10.000 19. Programas de computador 16.000

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20. Descontos de pronto pagamento obtidos 12.000 21. Dívidas ao estado 82.000 22. Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 50.000 23. Encargos sobre remunerações do pessoal (contribuições para a S. S.) 35.000 24. Fornecimentos e serviços prestados por entidades externas 290.000 25. Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 130.000 26. Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 60.000 27. Juros suportados de financiamentos obtidos 20.000 28. Empréstimos bancários (a pagar em n+3) 395.000 29. Dinheiro à guarda da empresa 2.000 30. Lucros de anos anteriores retidos sob a forma de reservas 90.000 31. Perdas resultantes de dívidas consideradas incobráveis 24.000 32. Matérias-primas em armazém 200.000

a) Identifique a conta (de 1º grau) prevista no CC do SNC associada a cada um dos

elementos patrimoniais mencionados. b) Determine o valor dos Rendimentos, dos Gastos e do Resultado da empresa relativos ao

exercício n. c) Determine o valor do Activo, do Passivo e do Capital Próprio da empresa reportados a

31/12/n. d) Sabendo que a empresa durante o exercício n recebeu novas contribuições dos

proprietários no valor de € 200.000 e distribuiu aos proprietários lucros de anos anteriores no valor de € 50.000, determine o valor do Capital Próprio da empresa no início do exercício n.

1.10.10. Contabilização dos factos patrimoniais Considere os seguintes factos relativos ao 1º exercício económico (que termina em 31/Dez/n) da empresa A, Lda., cujo objecto social consiste na comercialização de fotocopiadoras:

• A empresa foi constituída em 30/Nov/n com um capital social (contribuições dos proprietários) de € 300.000, realizado da seguinte forma:

– Depósito à ordem no valor de € 20.000 – Transferência de um edifício onde se irão concentrar as instalações da empresa

no valor € 280.000

• Contraiu em 5/Dez/n um empréstimo bancário anual no valor de € 65.000. O valor foi imediatamente disponibilizado na conta à ordem da empresa.

• Aquisição em 7/Dez/n de mobiliário no valor de € 17.000 nas seguintes condições:

– Pagamento imediato (em cheque) de 40% – Restante a 60 dias

• Aquisição em 15/Dez/n a pronto (por transferência bancária) de 31 fotocopiadoras ao

preço unitário de € 2.500, sendo que uma delas passou a ser utilizada pela empresa.

• Venda em 26/Dez/n de 5 fotocopiadoras ao preço unitário de € 4.000 nas seguintes condições:

– Recebimento imediato (em cheque) de 25% – Restante a 30 dias

• Depósito na conta à ordem em 28/Dez/n do cheque anterior

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• Processamento de salários em 30/Dez/n no valor de € 3.000, relativos ao mês de Dezembro

• Pagamento (em cheque) em 31/Dez/n de despesas relativas a electricidade, água,

comunicações e gestão do condomínio no valor de € 600 relativas ao mês de Dezembro (o edifício faz parte de um condomínio comercial com gestão integrada).

• Pagamento de € 2.000 (por transferência bancária) ao pessoal em 31/Dez/n

• Pagamento (valor retirado da conta à ordem) em 31/Dez/n dos juros do empréstimo

bancário relativos ao mês de Dezembro no valor de € 250

• O valor total da depreciação relativa ao mês de Dezembro dos activos fixos tangíveis é de € 700

a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º

grau do CC do SNC. b) Faça os lançamentos no Razão relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º

grau do CC do SNC. c) Determine o valor dos depósitos à ordem da empresa no final do exercício n. d) Faça os lançamentos no Diário e no Razão relativos ao apuramento de resultados da

empresa relativos ao exercício n. e) Determine o valor do capital próprio da empresa no final do exercício n. 1.10.11. Contabilização dos factos patrimoniais A sociedade B apresenta o seguinte balancete de verificação em 25/Dez/n: (em €)

CONTAS Saldos devedores

Saldos credores

11 Caixa 2.100 - 12 Depósitos à ordem 6.400 - 21 Clientes 196.300 - 22 Fornecedores 10.000 166.300 24 Estado e outros entes públicos - 26.200 25 Financiamentos obtidos - 282.200 32 Mercadorias 268.600 - 42 Propriedades de investimento 42.400 - 43 Activos fixos tangíveis 395.700 - 44 Activos intangíveis 15.100 - 51 Capital - 250.000 55 Reservas - 60.000 61 CMVMC 465.600 - 62 Fornecimentos e serviços externos 70.610 - 63 Gastos com o pessoal 50.640 - 64 Gastos de depreciação e de amortização 38.500 - 68 Outros gastos e perdas 4.730 - 69 Gastos e perdas de financiamento 18.290 - 71 Vendas - 650.000 72 Prestações de serviços - 146.200 78 Outros rendimentos e ganhos - 3.600 79 Juros, dividendos e outros rendimentos - 470

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TOTAL 1.584.970 1.584.970 Considere os seguintes factos relativos aos últimos dias do 2º exercício económico anual (que termina em 31/Dez/n) da empresa B, cujo objecto social consiste na comercialização de automóveis novos e usados, peças e serviços de reparação:

• A empresa realizou em 26/Dez/n um aumento do capital social (aumento das contribuições dos proprietários) de € 150.000, realizado da seguinte forma:

– Depósito à ordem no valor de € 25.000 – Transferência de 2 automóveis usados (que se destinam a ser vendidos) no

valor de € 50.000 – Transferência de um espaço comercial (que se destina a ser arrendado) no

valor de € 75.000

• Foi concluída e facturada em 27/Dez/n ao cliente C uma ordem de serviço que incluía peças no valor de € 1.850 e mão-de-obra no valor de € 1.350. As peças utilizadas foram adquiridas em 25/Nov/n por € 1.420.

• Foi adquirida a pronto em 27/Dez/n uma viatura (que se destina a ser utilizada pelo

departamento comercial) no valor € 15.000. A empresa beneficiou de um desconto de pronto pagamento tendo pago por transferência bancária o valor de € 14.500.

• Foi paga em dinheiro em 28/Dez/n a renda relativa ao mês de Dezembro de um stand arrendado à empresa no valor de € 900.

• Foram processadas em 30/Dez/n comissões respeitantes a vendas realizadas no mês

de Dezembro pelos vendedores da empresa no valor de € 3.750.

• Os valores das depreciações e amortizações respeitantes ao mês de Dezembro são os seguintes:

– Propriedades de investimentos € 600 – Activos fixos tangíveis € 3.100 – Activos intangíveis € 150

a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º grau do CC do SNC. b) Faça os lançamentos no Razão relativos ao apuramento do resultado líquido do exercício n, considerando que o imposto sobre o rendimento do período a pagar em n+1 é de € 39.100. c) Determine o valor do capital próprio da empresa no final do exercício n (utilizando os dois processos apresentados nas aulas). 1.10.12. Contabilização dos factos patrimoniais, DR por naturezas e Balanço Considere os seguintes factos relativos ao 1º exercício económico da empresa A, Lda., cujo objecto social é a prestação de serviços de transporte:

• Depósito à ordem (obrigatório) dos sócios em 02/Jan/n para realização do capital social no valor de € 50.000

• Contraiu em 05/Jan/n um empréstimo bancário semestral no valor de € 40.000. Os

juros relativos ao mês de Janeiro no valor de € 200 foram cobrados antecipadamente, tendo sido disponibilizada a diferença na conta à ordem

• Compra de um veículo pesado de mercadorias em 06/Jan/n no valor de € 80.000 nas

seguintes condições:

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– Entrada inicial em cheque de € 15.000 – Pagamento de € 30.000 no final do mês – Pagamento do restante a 90 dias

• Aquisição a pronto (cheque) em 07/Jan/n de combustível no valor de € 180

• Serviço de transporte a pronto (em cheque) em 08/Jan/n no valor de € 1.500

• Aquisição de um computador a pronto em 10/Jan/n no valor de € 1.750 (inclui software

no valor de € 750) nos seguintes termos: – Endosso do cheque do cliente anterior – Pagamento do restante por multibanco

• Serviço de transporte a crédito em 15/Jan/n no valor de € 3.000

• Pequena reparação no veículo pesado de mercadorias a crédito em 18/Jan/n no valor

de € 400

• Recebimento (em dinheiro) de 25% do valor do crédito sobre o cliente em 28/Jan/n no valor de € 735 (a diferença corresponde a um desconto concedido por antecipação de recebimento)

• Pagamento (em dinheiro) de 75% do débito à oficina em 28/Jan/n no valor de € 295 (a

diferença corresponde a um desconto obtido por antecipação de pagamento)

• Processamento de salários em 30/Jan/n relativos ao mês de Janeiro/n no valor de € 800

• Pagamento parcial (por transferência bancária) ao fornecedor do veículo pesado em

31/Jan/n

• Pagamento dos salários em 31/Jan/n por transferência bancária.

• Recebimento de juros de depósitos à ordem relativos ao mês de Janeiro em 31/Jan/n no valor de € 35

• Os valores da depreciação do camião e do computador e da amortização do software

relativos ao mês de Janeiro de n foram de € 750 e € 25 respectivamente a) Faça os lançamentos no Diário relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º

grau do CC do SNC. b) Determine o valor dos depósitos à ordem no final de Janeiro de n c) c) Faça os lançamentos no Razão relativos às operações descritas utilizando as contas de

1º grau do CC do SNC. d) Elabore o balancete reportado ao final do mês de Janeiro de n (com contas de 1º grau do

CC do SNC) antes do apuramento do resultado. e) Faça os lançamentos no Diário e no Razão relativos ao apuramento de resultados da

empresa relativos ao mês de Janeiro de n, considerando um imposto sobre o rendimento do período de € 450.

f) Elabore o balancete reportado ao final do mês de Janeiro de n (com contas de 1º grau do CC do SNC) depois do apuramento do resultado.

g) Calcule o valor dos rendimentos, dos gastos e do resultado da empresa relativos ao mês de Janeiro de n.

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h) Determine o valor do Activo, do Passivo e do Capital Próprio da empresa no final do mês de Janeiro de n.

i) Elabore a DR por naturezas relativa ao mês de Janeiro de n da empresa A, Lda.. j) Elabore o balanço reportado a 31 de Janeiro de n da empresa A, Lda.. 1.10.13. Balanço Considere a seguinte informação reportada a 31/12/N sobre a empresa F, Lda., empresa comercial constituída por dois sócios em 01/01/N:

• Capital social € 50.000 • Empréstimo dos sócios (exigível a m/l prazo), contraído no decurso do exercício €

30.000 • Equipamentos básicos € 40.000 • Mercadorias em armazém € 35.000 • Dívidas de clientes € 25.000 • Caixa e bancos € 1.800 • Dívidas a fornecedores € 20.000 • Dívidas a fornecedores de investimentos (CP) € 5.000 • Prédio de rendimento (adquirido no decurso do exercício) € 30.000 • Impostos em dívida: € 500

Elabore o balanço da empresa F reportado a 31/12/N. 1.10.14. Balanço Em 15/12/n, quatro sócios constituíram uma sociedade por quotas, com o capital social de € 30.000 que foi totalmente realizado em numerário. Durante o mês de Dezembro, imediatamente após a sua constituição, a sociedade adquiriu os seguintes bens:

Terreno € 10.000 Edifício € 10.000 Máquinas e ferramentas € 400 Matérias-primas (compradas a crédito - 30 dias) € 800

Em 30/12/n, com vista ao início da actividade produtiva no princípio de Janeiro de n+1, a sociedade contraiu um empréstimo a 3 anos no Banco A no valor de € 15.000. a) Prepare o balanço imediatamente a seguir à constituição da empresa. b) Prepare o balanço da empresa em 31/12/n com base nos elementos disponíveis. 1.10.15. DR por naturezas e Balanço A sociedade Y iniciou a sua actividade em 1/1/n. Em 31/12/n conhece-se a seguinte informação (valores em euros):

Caixa 8.500 Depósitos bancários 10.000 Clientes 103.000 Mercadorias 60.000 Activos fixos tangíveis 320.000 Fornecedores 70.000 Capital (A) Custo das mercadorias vendidas 40.000 Fornecimentos e serviços externos 4.000

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Gastos com o pessoal 30.000 Juros e gastos similares suportados 1.200 Gastos de depreciação e de amortização 6.000 Vendas de mercadorias (B) Juros e rendimentos similares obtidos 2.000 Resultado operacional (antes de gastos de financiamento e impostos) 70.000 Resultado antes de impostos (C) Imposto sobre o rendimento do período 4.300 Resultado líquido do período (D)

a) Calcule o valor das incógnitas (A), (B), (C) e (D) b) Elabore a DR por naturezas relativa ao exercício n da empresa Y. c) Elabore o balanço reportado a 31/12/n da empresa Y. 1.10.16. DR por naturezas A empresa W, Lda. que comercializa produtos de informática, apresentou os seguintes valores (em euros) respeitantes à sua actividade no decurso do ano n:

Vendas de mercadorias 470.000 Saldo inicial de mercadorias em armazém 171.000 Gastos com telefone, combustíveis e electricidade 6.000 Juros suportados com um empréstimo bancário 15.000 Gastos de depreciação do período relativas a um prédio de rendimento 10.000 Recuperação de dívidas consideradas incobráveis 30.000 Gastos de depreciação do período relativos a instalações e equipamentos 30.000 Descontos de pronto pagamento obtidos 7.000 Perdas em activos fixos tangíveis em consequência de um sinistro 25.000 Saldo final de mercadorias 70.000 Compras de mercadorias no exercício n 310.000 Juros obtidos de um depósito a prazo 5.000

Elabore a DR por naturezas relativa ao exercício n da empresa W, considerando um imposto sobre o rendimento do período de € 4.000. 1.10.17. DR por naturezas e Balanço A sociedade EE iniciou a sua actividade em 1/1/n. Em 31/12/n conhece-se a seguinte informação (valores em euros):

Caixa 5.000 Depósitos à ordem 65.000 Clientes 250.000 Matérias-primas 20.000 Produtos acabados 260.000 Equipamento básico 700.000 Edifícios 1.000.000 Equipamento administrativo 100.000 Capital 2.000.000 Fornecedores 400.000 Empréstimos bancários a M/L prazo 40.000 Vendas de produtos acabados 1.700.000

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Subsídios à exploração 85.000 Compras de matérias-primas 1.470.000 Gastos com o pessoal 250.000 Fornecimentos e serviços externos 100.000 Gastos de depreciação 150.000 Outros gastos e perdas 100.000 Juros suportados 35.000

a) Elabore a DR por naturezas relativa ao exercício n da empresa EE. b) Elabore o balanço reportado a 31/12/n da empresa EE. 1.10.18. DR por naturezas e Balanço A empresa X, Lda. dedica-se à comercialização de automóveis novos e usados e à prestação de serviços de assistência técnica a viaturas. Em 31/12/n o património da empresa X era constituído pelos seguintes valores:

Viaturas novas em stock 154.000 Computadores e outro equipamento de escritório 85.000 Dinheiro em caixa 7.500 Dívida ao importador A. Caetano, SA (curto prazo) 180.000 Dívida à Segurança Social 5.400 Valor em dívida à Tesouraria da Fazenda Pública (IRC, …) 13.600 Imóvel onde está instalada a sede social e os stands 200.000 Máquinas e equipamentos para prestação de serviços 150.000 Viaturas usadas em stock 54.000 Viaturas para deslocações do pessoal da empresa 32.000 Empréstimo bancário de MLP do BPI 300.000 Empréstimo bancário a liquidar em n+1 50.000 Valor de letras a receber de clientes (em carteira) 25.000 Depósitos à ordem em bancos 14.300 Participação financeira na ABC, Lda. (MLP) 50.000

Outros elementos: Valor inicial do património (capital social) 100.000 Valor de reservas legais acumuladas em períodos anteriores 20.000 Valor de reservas livres acumuladas em períodos anteriores 32.500 Valor de resultados transitados de períodos anteriores 40.300 Valor do resultado líquido do período ???

Relativamente à mesma empresa, considere ainda que durante o ano n foram registadas as seguintes operações:

Vendas de viaturas novas 510.000 Venda de viaturas usadas 200.000 Venda de peças novas 60.000 Prestação de serviços de oficina 310.000 Custo das viaturas vendidas 650.000 Custo das peças vendidas 45.000 Comissões a agentes 22.000 Electricidade, água e outros FSE 18.000 Remunerações ao pessoal 200.000 Encargos sociais com o pessoal 47.500 Depreciações de activos fixos tangíveis 42.000

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Juros com os financiamentos bancários 18.000 IRC estimado 7.500

a) Elabore a DR por naturezas da empresa relativa ao exercício n. b) Elabore o Balanço da empresa reportado a 31/12/n. 1.10.19. DR por naturezas A sociedade X registou durante o exercício n os seguintes gastos e rendimentos:

Descrição Valor Custo das mercadorias vendidas € 160.000 Seguro das viaturas € 2.500 Transporte de mercadorias vendidas € 1.200 Publicidade no Estádio Municipal € 5.000 Consumo de água, electricidade e telefone € 4.000 Depreciações dos activos fixos tangíveis € 46.100 Juros de empréstimos bancários € 2.000 Descontos de pronto pagamento concedidos € 700 Multas de trânsito € 300 Vendas de mercadorias € 210.000 Prestações de serviços € 90.000 Descontos de pronto pagamento obtidos € 200 Recebimento de dívidas consideradas incobráveis € 600 Mais-valias na venda de activos fixos tangíveis € 1.000 Subsídios à exploração € 3.000

Elabore a DR por naturezas relativa ao exercício n da empresa X, considerando um imposto sobre o rendimento do período de € 21.000. 1.10.20. DR por naturezas e Balanço Conhecem-se as seguintes informações relativas a duas empresas:

EMPRESA A VALORES No exercício n verificou-se o seguinte: Rendimentos respeitantes a juros obtidos de financiamentos obtidos 3.000 Gastos respeitantes ao desgaste de activos fixos tangíveis 50.000 Gastos respeitantes a juros de empréstimos bancários 12.000 Imposto sobre o rendimento do período 21.000 Resultado antes de depreciações, gastos de financiamento e impostos (X) Resultado operacional 150.000 Resultado líquido do período (Y)

EMPRESA B VALORES

No final do exercício n verifica-se o seguinte: Valor das contribuições dos proprietários 250.000 Valor das dívidas a pagar nos exercícios n+2 e seguintes 400.000 Valor das reservas 100.000 Valor do activo 900.000 Valor das dívidas a pagar no exercício n+1 200.000 Valor do resultado líquido do exercício n (Z)

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Determine o valor da incógnita incógnitas (X) e (Y) e (Z). 1.10.21. Contas, património, resultado do período, DR por naturezas e Balanço Considere a seguinte informação de uma empresa: - Reportada ao final do exercício n

Dinheiro à guarda da empresa 2.000 Dívidas de clientes 125.000 Lucros de exercícios anteriores (reservas legais) 10.000 Lucros de exercícios anteriores (reservas livres) 30.000 Matérias-primas em armazém 90.000 Produtos acabados em armazém 150.000 Máquinas e equipamentos utilizados na produção 275.000 Dívidas ao estado 82.000 Dinheiro disponível à guarda de bancos 15.000 Contribuições dos proprietários 400.000 Imóveis afectos à actividade 350.000 Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 100.000 Imóveis de rendimento 200.000 Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+1) 81.000 Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+2) 39.000 Viaturas usadas na actividade 94.000 Dívidas a fornecedores de matérias-primas 320.000 Programas de computador 16.000 Empréstimos bancários (a pagar em n+3) 395.000 Resultado líquido do exercício n (lucro) (X)

- Relativa ao exercício n

Remunerações do pessoal 150.000 Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 100.000 Encargos sobre remunerações do pessoal (contribuições para a S. S.) 35.000 Fornecimentos e serviços prestados por entidades externas 290.000 Amortizações de activos intangíveis 4.000 Compras de matérias-primas 360.000 Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 60.000 Juros suportados de financiamentos obtidos 20.000 Imposto sobre o rendimento do exercício (IRC) 15.000 Vendas de produtos acabados 906.000 Juros obtidos de depósitos 1.000 Descontos de pronto pagamento obtidos 12.000 Perdas resultantes de dívidas consideradas incobráveis 24.000 Menos-valias na venda de activos fixos tangíveis 6.000

- Reportada ao início do exercício n

Matérias-primas em armazém 75.000 Produtos acabados em armazém 160.000

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a) Determine o valor da incógnita (X), sabendo que o resultado antes de impostos relativo ao exercício n é de + 75.000.

b) Identifique a conta (de 1º grau) prevista no SNC associada a cada um dos elementos patrimoniais mencionados.

c) Calcule o valor dos Rendimentos e dos Gastos da empresa relativos ao exercício n. d) Determine o valor do Activo e do Passivo da empresa reportados a 31/12/n. e) Calcule o valor do Capital Próprio da empresa em 31/12/n de duas maneiras diferentes. f) Elabore a DR por naturezas da empresa relativa ao exercício n. g) Elabore o balanço da empresa reportado a 31/12/n. 1.10.22. DR por naturezas e Balanço Considere a seguinte informação de uma empresa: - Reportada ao final do exercício n

1 Dinheiro à guarda da empresa 1.000 2 Dívidas de clientes (não tituladas) 116.000 3 Lucros de anos anteriores retidos sob a forma de reservas legais 82.000 4 Lucros de anos anteriores retidos sob a forma de reservas livres 139.000 5 Matérias-primas em armazém 140.000 6 Produtos acabados em armazém 190.000 7 Máquinas e equipamentos utilizados na produção 460.000 8 Dívidas ao Estado (IRC, IRS e contribuições para a S. S.) 79.000 9 Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável imediatamente) 12.000

10 Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável a prazo) 25.000 11 Contribuições dos proprietários 600.000 12 Imóveis afectos à actividade 350.000 13 Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 254.000 14 Imóveis de rendimento 80.000 15 Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+1) 94.000 16 Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+2) 52.000 17 Viaturas usadas na actividade 70.000 18 Dívidas a fornecedores de mercadorias e matérias-primas (não tituladas) 197.000 19 Programas de computador 38.000 20 Empréstimos bancários (a pagar em n+4) 700.000 21 Resultado líquido do exercício n (prejuízo) 18.000 22 Adiantamentos aos órgãos sociais (a regularizar em n+1) 17.000 23 Descoberto numa conta de depósito à ordem (a regularizar em n+1) 6.000 24 Empréstimos (suprimentos) de sócios (a pagar em n+1) 300.000 25 Mercadorias em armazém 98.000 26 Produtos em vias de fabrico 73.000 27 Letras a receber de clientes 21.000 28 Letras a pagar a fornecedores 15.000 29 Crédito de IVA sobre o Estado 49.000 30 Dividendos em dívida aos proprietários (a pagar em n+1) 32.000 31 Participação maioritária na empresa H (MLP) 100.000 32 Desperdícios resultantes do processo produtivo em armazém 40.000 33 Empréstimo a um trabalhador (a receber em n+5) 30.000 34 Acções detidas para venda de uma empresa cotada (CP) 5.000 35 Adiantamentos de clientes 9.000 36 Adiantamentos a fornecedores 10.000

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37 Adiantamentos por conta de vendas 2.000 38 Adiantamentos por conta de compras 3.000 39 Marcas utilizadas na actividade 66.000 40 Empréstimos a sócios (a receber em n+3) 41.000

- Respeitante ao exercício n

41 Salários dos trabalhadores 44.300 42 Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 15.600 43 Contribuições para a Segurança Social 10.700 44 Comissões pagas aos vendedores 9.900 45 Amortizações de activos intangíveis 7.700 46 Compras de matérias-primas 760.000 47 Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 14.100 48 Juros pagos de financiamentos obtidos 78.400 49 Imposto sobre o rendimento do exercício (IRC) 1.100 50 Vendas de produtos acabados 730.600 51 Juros recebidos de depósitos bancários 1.800 52 Descontos de pronto pagamento concedidos 1.900 53 Mais-valias na venda de activos fixos tangíveis 8.300 54 Compras de mercadorias 450.000 55 Prémios de seguros de acidentes de trabalho pagos 4.500 56 Prémios de seguros de incêndio e das viaturas pagos 3.500 57 Consumo de água, electricidade e telefone 52.900 58 Honorários de advogados 3.800 59 Subsídios de alimentação pagos aos trabalhadores 9.100 60 Rendas suportadas de um armazém arrendado 37.900 61 Vendas de desperdícios resultantes do processo produtivo 64.700 62 Vendas de mercadorias 523.400 63 Prestações de serviços aos clientes 55.700 64 Comissões pagas a agentes 5.900 65 Gastos relativos ao transporte de produtos vendidos 15.800 66 Multas de trânsito 200 67 Subsídios à exploração 16.200 68 Subsídios para investimentos 52.900 69 Dividendos recebidos de empresa participada 4.500 70 Descontos de pronto pagamento obtidos 700 71 Publicidade na televisão local 6.400 72 Rendimentos suplementares relativos a aluguer de activos fixos tangíveis 13.900 73 Imposto de selo pago 900 74 Donativo à biblioteca municipal 500 75 Conservação de activos fixos tangíveis 4.600 76 Indemnizações pagas por despedimentos 19.300 77 Diferenças de câmbio favoráveis em empréstimos bancários 600

- Reportada ao início do exercício n

78 Matérias-primas em armazém 150.000 79 Produtos acabados em armazém 140.000 80 Mercadorias em armazém 95.000 81 Desperdícios resultantes do processo produtivo em armazém 39.500 82 Produtos em vias de fabrico 80.000

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a) Elabore a DR por naturezas da empresa relativa ao exercício n. b) Elabore o balanço da empresa reportado a 31/12/n. 1.10.23. DR por naturezas e Balanço Considere a seguinte informação da empresa A relativa ao exercício n (1º exercício económico anual) ou reportada ao final do exercício n (31/Dez): (em €)

1 Dívidas de clientes 105.000 2 Remunerações do pessoal 112.500 3 Produtos acabados em armazém 44.250 4 Máquinas e equipamentos utilizados na produção 356.250 5 Compras de matérias-primas 258.750 6 Dinheiro à guarda de bancos (mobilizável imediatamente) 3.750 7 Contribuições dos proprietários 450.000 8 Vendas de produtos acabados 510.000 9 Menos-valias na venda de activos fixos tangíveis 4.500

10 Imóveis de rendimento 52.500 11 Dívidas a fornecedores de investimentos (a pagar em n+2) 90.000 12 Viaturas usadas na actividade 70.500 13 Acções (de uma empresa cotada) detidas para venda 7.500 14 Programas de computador 12.000 15 Descontos de pronto pagamento obtidos 9.000 16 Rendas obtidas dos imóveis de rendimento 37.500 17 Encargos sobre remunerações do pessoal (contribuições para a S. S.) 26.250 18 Mobiliários e equipamentos utilizados na área administrativa 97.500 19 Depreciações dos activos fixos tangíveis e imóveis de rendimento 45.000 20 Juros suportados de financiamentos obtidos 15.000 21 Empréstimo bancário em libras (a pagar em n+5) 289.500 22 Perdas resultantes de dívidas consideradas incobráveis 18.000 23 Matérias-primas em armazém 36.750 24 Produtos em vias de fabrico (na fábrica) 8.250 25 Imposto sobre o rendimento do período 14.250 26 Crédito de IVA sobre o estado 29.250 27 Descoberto bancário numa conta de depósito à ordem (a regularizar em n+1) 6.750 28 Amortizações de activos intangíveis 3.000 29 Juros obtidos de depósitos à ordem 550 30 Dívidas a fornecedores de matérias-primas 240.000 31 Fornecimentos de bens e serviços prestados por entidades externas 217.350 32 Imóveis afectos à actividade 376.500 33 Serviços prestados aos clientes 131.325 34 Dívidas ao estado (IRC e contribuições para a segurança social) 61.500 35 Dinheiro à guarda da empresa 1.500 36 Dividendos de acções recebidos 675 37 Diferenças de câmbio desfavoráveis em empréstimos bancários 150 38 Juros obtidos de financiamentos obtidos 200

a) Elabore a DR por naturezas da empresa relativa ao exercício n. b) Elabore o balanço da empresa reportado a 31/Dez/n.

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1.10.24. Contabilização dos factos patrimoniais, DR por naturezas e Balanço A empresa B, Lda. cujo objecto social consiste na comercialização e assistência técnica de máquinas e equipamentos para a indústria hoteleira, realizou, entre muitas outras, as seguintes operações durante o exercício económico anual que termina em 31/Dez/n: 20/Jan/n – Compra a pronto de máquinas no valor de € 30.000 que se destinam a ser vendidas, tendo a empresa emitido um cheque apenas no valor de € 29.400 porque beneficiou de um desconto de pronto pagamento. 04/Fev/n – Aquisição de um veículo de mercadorias no valor de € 40.000, que se destina a ser utilizado na actividade. A empresa pagou por transferência bancária da conta à ordem nesta data apenas € 15.000. 04/Fev/n – Pagamento em dinheiro do seguro do veículo de mercadorias referente ao período de 04/02/n a 31/12/n no valor de € 450. 14/Mar/n – Assistência técnica prestada ao cliente C1 no valor de € 300. O cliente pagou imediatamente em dinheiro e beneficiou por isso de um desconto de € 10. 23/Mar/n – Recebeu na conta à ordem dividendos no valor de € 390 de uma participação de capital detida noutra empresa. 30/Abr/n – O banco transferiu para a conta à ordem € 282.200 referente a um empréstimo bancário que a empresa terá de devolver em n+1 (€ 82.200) e em n+2 (€ 200.000). 02/Mai/n – Venda a crédito ao cliente C2 por € 18.500 de diversas máquinas e equipamentos adquiridos por € 14.000. 11/Mai/n – Foi pago em cheque um adiantamento no valor de € 150 ao chefe de armazém por conta da remuneração do mês de Maio de n 19/Jun/n – Liquidação de uma dívida ao estado no valor de € 12.500. A empresa emitiu um cheque no valor de € 9.000 porque beneficiou de um perdão parcial de dívida. 27/Jul/n – Aquisição a crédito de um imóvel no valor de € 98.000, que se destina a ser arrendado. 01/Set/n – Aquisição a crédito de consumíveis para o escritório no valor de € 230. 15/Set/n – Pagamento em cheque de valores devidos a fornecedores no valor de € 1.900. 13/Out/n – A empresa realizou um aumento do capital social através da entrada de um novo sócio, tendo este realizado uma entrada em dinheiro (por transferência bancária) no valor de € 22.000 e transferido uma aplicação informática no valor de € 3.000 que se destina a ser utilizada pela empresa. 08/Nov/n – Recebimento em cheque de valores devidos pelos clientes no valor € 4.800. 31/Dez/n – Pagamento (através da conta à ordem) de juros referentes ao exercício n do empréstimo bancário no valor € 18.290. 31/Dez/n – Verificaram-se no 4º trimestre do exercício n os seguintes valores relativos ao desgaste de activos tangíveis:

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- Activos fixos tangíveis € 6.800 - Propriedades de investimento € 1.200 a) Faça os lançamentos no Diário da empresa B relativos às operações descritas utilizando as contas de 1º grau do CC do SNC (não pode utilizar outras contas subsidiárias que não sejam as de gastos ou de rendimentos). b) Faça os lançamentos no Razão da empresa B relativos ao apuramento do resultado líquido do exercício n, a partir da informação incluída no balancete de 31/Dez/n a seguir apresentado e considerando que o imposto sobre os lucros do exercício n a pagar em n+1 é de € 14.300.

CONTAS Saldos devedores

Saldos credores

11 Caixa 2.100 - 12 Depósitos à ordem 19.900 - 21 Clientes 88.200 - 22 Fornecedores - 146.300 23 Pessoal - 3.500 24 Estado e outros entes públicos - 6.100 25 Financiamentos obtidos - 282.200 32 Mercadorias 268.600 - 42 Propriedades de investimento 210.400 - 43 Activos fixos tangíveis 395.700 - 44 Activos intangíveis 15.100 - 51 Capital - 350.000 55 Reservas - 155.000 61 Custo das mercadorias vendidas 465.600 - 62 Fornecimentos e serviços externos 70.610 - 63 Gastos com o pessoal 50.640 - 64 Gastos de depreciação e de amortização 38.500 - 68 Outros gastos e perdas 4.730 - 69 Gastos e perdas de financiamento 18.290 - 71 Vendas - 645.000 72 Prestações de serviços - 31.200 78 Outros rendimentos e ganhos - 23.600 79 Juros, dividendos e outros rendimentos similares - 5.470 TOTAL 1.648.370 1.648.370

c) Elabore a DR por naturezas da empresa B relativa ao exercício n, considerando que na conta 79 estão registados rendimentos relacionados com financiamentos obtidos no valor de € 1.670. d) Elabore o Balanço da empresa B reportado a 31/Dez/n, considerando que a dívida ao pessoal se vence em n+1, que na conta 55 estão registadas reservas legais no valor de € 70.000 e que na conta 44 não há qualquer goodwill registado. e) Em 01/Jan/n+1 os sócios da empresa decidiram receber parte dos lucros do exercício n no valor de € 30.000, tendo o pagamento sido efectuado por transferência bancária em 02/Fev/n+1. Registe no Diário da empresa B os factos descritos, utilizando as contas de 1º grau do CC do SNC.

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2. Principais operações do ciclo de exploração (ou operacional) As operações ou actividades de uma entidade podem ser organizadas em três ciclos:

• Operações do ciclo de financiamento (ou actividades de financiamento) • Operações do ciclo de investimento (ou actividades de investimento) • Operações do ciclo de exploração (ou actividades operacionais)

Como veremos na Contabilidade Financeira II, o ciclo de financiamento ainda se divide em próprio e alheio e o ciclo de investimento pode desdobrar-se em financeiro e não financeiro. Sobre as definições de actividades de financiamento, de investimento e operacionais ver parágrafo 3 da NCRF 2 – Demonstração de fluxos de caixa. De seguida iremos abordar as principais operações relacionadas com o ciclo de exploração (ou operacional). 2.1. Meios financeiros líquidos Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem quer o dinheiro e depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor, cujas alterações sejam reconhecidas na demonstração dos resultados (notas de enquadramento do CC do SNC). Inclui as contas seguintes:

• 11 Caixa • 12 Depósitos à ordem • 13 Outros depósitos bancários • 14 Instrumentos financeiros (abordam-se na Contabilidade Financeira II)

2.1.1. Caixa Inclui os meios líquidos de pagamento (notas de banco, moedas metálicas, cheques e vales postais). Não devem ser considerados como fazendo parte do saldo de caixa os selos de correio, vales de caixa, cheques pré-datados, cheques devolvidos, etc.. Os valores em caixa expressos em moeda estrangeira devem ser actualizados com base na taxa de câmbio da data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23). A sua movimentação depende da existência ou não de um sistema de fundo fixo de caixa. 2.1.1.1. Movimentação sem sistema de fundo fixo de caixa Debita-se pelas entradas de valores em caixa (vendas a dinheiro, recebimento de clientes, levantamentos dos bancos, etc.) e credita-se pelas saídas de valores em caixa (pagamentos em dinheiro, depósitos bancários, etc.). Todos os recebimentos (cheques, vales postais, etc.) passam por caixa à excepção dos valores recebidos directamente por bancos.

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Folha de caixa O elevado número de movimentos registados em caixa conduz à necessidade de registos auxiliares ⇒ As folhas de caixa. Apresentam-se a seguir algumas estruturas possíveis de folhas de caixa: Folha de Caixa em disposição bilateral

Data Lançamento

n.º Recebimentos Classificação Valores Data Lançamento

n.º Pagamentos Classificação Valores

Saldo inicial Folha de Caixa em disposição vertical

Data Lançamento

n.º Descrição Recebimentos Pagamentos Saldo Classificação

Saldo inicial

Folha de Caixa em disposição em escada

Data Lançamento

n.º Descrição Valores Classificação

Saldo inicial 2.1.1.2. Movimentação com sistema de fundo fixo de caixa A caixa neste caso mantém sempre o mesmo valor, sendo apenas movimentada na data de constituição/reforço ou anulação/diminuição de um fundo fixo, sempre por contrapartida da conta 12 Depósitos à ordem. É feito o depósito integral dos recebimentos, não sendo registados em caixa. É reposto o valor das despesas documentadas, periodicamente ou sempre que solicitado. 2.1.1.3. Lançamentos correntes relacionados com cai xa (sem sistema de fundo fixo) Transferências de caixa (apenas quando existam várias subcontas de caixa) 11X Caixa A (por exemplo, caixa da sede) a 11Y Caixa B (por exemplo, caixa da sucursal) Falhas de caixa imputáveis ao tesoureiro 2382 Com o pessoal a 11 Caixa Neste caso, não raras vezes, o tesoureiro é compensado na sua remuneração com o designado abono para falhas. A conta 2382 será posteriormente saldada com a reposição dos valores em falta (normalmente através de um acerto de contas no processamento de salários) Falhas de caixa não imputáveis ao tesoureiro 6888 Outros não especificados a 11 Caixa

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Pagamentos por caixa (não considerando ainda o IVA) Gastos/Compras/Contas a pagar (dependendo dos casos) a 11 Caixa Recebimentos por caixa (não considerando ainda o IVA) 11 Caixa a Rendimentos/Vendas/Contas a receber (dependendo dos casos) 2.1.1.4. Lançamentos correntes relacionados com cai xa (com sistema de fundo fixo) Constituição/reforço de um fundo fixo de caixa 11 Caixa a 12 Depósitos à ordem Anulação/diminuição de um fundo fixo de caixa 12 Depósitos à ordem a 11 Caixa Reposição do fundo fixo de caixa Gastos/Compras/Contas a pagar a 12 Depósitos à ordem 2.1.2. Depósitos bancários 2.1.2.1. Depósitos à ordem Aqueles em que os depositantes podem exigir, em qualquer momento e sem qualquer aviso prévio, os valores depositados. Debitam-se pelos aumentos de valores depositados (depósitos, transferências bancárias de clientes, empréstimos obtidos, etc.) e creditam-se pelas diminuições de valores depositados (pagamentos em cheque, transferências bancárias a favor de fornecedores, reembolso de empréstimos, etc.). No banco a movimentação das contas de depósitos é exactamente ao contrário (porque as contas de depósitos são passivos na contabilidade do banco), o que significa que:

• Avisos bancários de crédito correspondem a débitos na conta de depósitos na contabilidade da empresa (aumentos)

• Avisos bancários de débito correspondem a créditos na conta de depósitos na contabilidade da empresa (diminuições)

Existem dois tipos de datas nos movimentos das contas à ordem:

• Data-movimento: data em que o movimento é efectuado pelo banco • Data-valor: data a que se reporta a operação, sendo a data relevante para contagem

de juros e de controlo do próprio saldo As contas expressas em moeda estrangeira devem ser actualizadas com base na taxa de câmbio da data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23). Reconciliação bancária Consiste na justificação da diferença existente entre o saldo apresentado pelo banco e o constante dos registos contabilísticos.

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Tal diferença resulta de muitas operações bancárias contabilizadas pelo banco e pela empresa em momentos diferentes (por exemplo, o pagamento de cheques - na empresa quando são emitidos e no banco quando são descontados). Apresenta-se a seguir uma estrutura possível do mapa de reconciliação bancária:

RECONCILIAÇÃO BANCÁRIA EM __/__/__ BANCO.............................................. Conta nº................................... Saldo segundo Extracto Bancário..................................... _________ Débitos no Extracto sem correspondência no Razão (+) Valor Débitos no Razão sem correspondência no Extracto (+) Valor Créditos no Extracto sem correspondência no Razão (-) Valor Créditos no Razão sem correspondência no Extracto (-) Valor Saldo segundo Razão da Empresa.................................... _________

2.1.2.2. Outros depósitos bancários Todos os que, considerando o grau de exigibilidade dos valores depositados, não possam ser considerados depósitos à ordem. Incluem os depósitos com aviso prévio e os depósitos a prazo. Debita-se pela constituição ou reforço dos depósitos e credita-se pelo resgate, total ou parcial, desses depósitos. As contas expressas em moeda estrangeira devem ser actualizadas com base na taxa de câmbio da data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23). 2.1.2.3. Lançamentos correntes relacionados com dep ósitos bancários Constituição/reforço de uma conta à ordem 12 Depósitos à ordem a 11 Caixa Levantamento em numerário da conta à ordem 11 Caixa a 12 Depósitos à ordem Constituição/reforço de depósito a prazo por transferência da conta à ordem 13 Outros depósitos bancários a 12 Depósitos à ordem Juros obtidos de depósitos (juros credores) 12/13 Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários (juro líquido) 241 Imposto sobre o rendimento (imposto sobre o rendimento retido pelo banco) a 7911 De depósitos (juro bruto)

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2.2. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) O IVA é um imposto indirecto com as seguintes características:

• É suportado pelos consumidores finais (imposto sobre o consumo) • Incide sobre todas as fases do circuito económico (imposto plurifásico) • Permite a dedução (recuperação) do imposto suportado na aquisição de bens e

serviços (imposto não cumulativo) • A soma do imposto entregue ao Estado em cada fase do circuito económico é igual

àquela que se cobraria se incidisse de uma só vez na última fase (imposto com pagamentos fraccionados)

2.2.1. Imposto liquidado, suportado e dedutível Apesar de ser suportado pelo consumidor final ao adquirir um determinado bem, o IVA vai sendo cobrado ao longo de todo o circuito económico (através de todas as empresas que directa ou indirectamente participaram no processo de produção desse bem) nos seguintes termos:

• As empresas recebem IVA dos seus clientes na venda de bens ou na prestação de serviços (IVA liquidado que as empresas têm de entregar ao Estado)

• As empresas pagam IVA aos seus fornecedores nas aquisições de bens e de serviços (IVA suportado que as empresas têm, em princípio, o direito de receber do Estado)

• As empresas fazem, periodicamente, um encontro de contas (apuramento do IVA), donde resulta um pagamento ao Estado ou um recebimento do Estado, correspondente à diferença entre o IVA liquidado e o IVA suportado

O IVA suportado que pode ser subtraído ao IVA liquidado no apuramento diz-se dedutível. O IVA suportado é, em regra, dedutível. No entanto, o IVA suportado em certo tipo de despesas que o fisco considera como desviáveis para consumos particulares, não poderá ser deduzido, nomeadamente:

• Aquisição, locação e reparação de viaturas de turismo (qualquer veículo automóvel que não seja destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola, comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, não tenha mais de nove lugares, com inclusão do condutor), excepto se a venda ou exploração destes bens constituir o objecto de actividade do sujeito passivo

• Na aquisição de combustíveis utilizados em viaturas automóveis, com excepção do gasóleo, caso em que é dedutível em 50%

• Despesas com deslocações e estadas (despesas de transporte incluindo portagens, alojamento e alimentação do pessoal ao serviço da empresa)

• Despesas de representação (despesas suportadas com recepções, refeições, viagens, passeios e espectáculos oferecidos no País ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores ou ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades)

• Despesas de divertimento e de luxo (aquelas que, pela sua natureza ou pelo seu montante, não constituam despesas normais de exploração)

O IVA que não é dedutível deverá ser considerado como componente do custo de aquisição do bem ou serviço. Por exemplo, na aquisição de gasóleo a parte do IVA que não é dedutível (50%), dever-se-á contabilizar na conta 62 Fornecimentos e serviços externos, juntamente com o valor de aquisição do gasóleo (metade do IVA suportado é custo para a empresa). 2.2.2. Controlo contabilístico do IVA O controlo do IVA nas empresas faz-se na contabilidade através da conta 243 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA), sendo as três principais subcontas as seguintes:

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• 2433 IVA - Liquidado, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas facturas (ou documentos equivalentes) emitidas pela empresa, correspondente às vendas de bens (inventários, activos fixos tangíveis, etc.) e às prestações de serviços no mercado nacional

• 2432 IVA - Dedutível, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas facturas (ou documentos equivalentes) emitidas pelos fornecedores, correspondente às aquisições de bens (inventários, activos fixos tangíveis, água, etc.) e de serviços (honorários, transporte de mercadorias, etc.) no mercado nacional

• 2434 IVA - Regularizações, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas Notas de Crédito/Notas de Débito emitidas pela empresa ou pelos fornecedores, correspondentes a alterações do valor tributável de operações anteriores em consequência de devoluções de mercadorias, descontos e abatimentos, etc.. Tais regularizações são correcções ao IVA liquidado ou deduzido anteriormente e podem ser:

– A favor do Estado (estas regularizações são obrigatórias) – A favor do sujeito passivo (estas regularizações são facultativas)

2.2.3. Operações com o exterior O IVA não afecta apenas as operações realizadas no mercado interno, mas condiciona igualmente as compras (aquisições intracomunitárias de bens) e as vendas (transmissões intracomunitárias de bens) dentro da comunidade europeia e as importações e exportações para o mercado externo (não comunitário). Nestas operações com o exterior aplica-se o chamado princípio de tributação no país de destino, que significa o seguinte:

• As vendas para fora da comunidade (exportações) e as vendas para países da comunidade (transmissões intracomunitárias de bens) estão isentas de IVA em Portugal (não se liquida IVA nas facturas)

• As importações estão sujeitas a IVA em Portugal (que é pago na alfândega pela empresa importadora)

• As aquisições intracomunitárias de bens estão sujeitas a IVA em Portugal, mas como não há alfândega (os controlos alfandegários dentro da comunidade foram abolidos em 1993) o imposto é liquidado pela empresa adquirente. No entanto, importa referir que este IVA tem também a natureza de imposto suportado por esse adquirente, motivo pelo qual este tem direito à dedução do imposto liquidado na aquisição. Significa tal que as empresas quando realizam e contabilizam aquisições intracomunitárias de bens têm de liquidar e deduzir o IVA, em simultâneo.

2.2.4. Operações excepcionais Existem algumas operações excepcionais em que as empresas, apesar de não terem realizado qualquer venda ou prestação de serviços, estão obrigadas a liquidar IVA:

• Autoconsumos e operações gratuitas – Referem-se à afectação permanente de bens da empresa, a uso próprio do seu

titular, do pessoal, ou em geral a fins alheios à mesma, à transmissão gratuita de bens, à afectação de bens por um sujeito passivo a um sector de actividade isento e à afectação ao uso da empresa de bens que não conferem direito a dedução.

– Obrigatória a liquidação de IVA desde que, na sua aquisição tenha havido dedução, total ou parcial, de imposto.

– Excluem-se as amostras e ofertas de pequeno valor (valor unitário inferior a 50 euros e valor global inferior a 5 por mil do volume de negócio do ano anterior).

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• Aquisição de determinados bens e serviços quando o imposto seja devido pelo adquirente (o designado reverse charge), como acontece, por exemplo, com os serviços de construção civil.

• Adiantamentos recebidos, sobre operações sujeitas a IVA. 2.2.5. Apuramento do imposto O apuramento do IVA pode ser realizado mensal ou trimestralmente, dependendo do volume de negócios da entidade. Contabilisticamente consiste na transferência das contas 2432, 2433, 2434 e eventualmente 2437 (caso exista imposto a recuperar do Estado do período anterior, não se tendo realizado o pedido de reembolso) para a conta 2435 IVA - Apuramento. Após a transferência, se o saldo da conta 2435 for credor => Transferir para 2436 IVA - A pagar. A conta 2436 IVA - A pagar será posteriormente saldada quando se proceder ao pagamento ao Estado do imposto. Se o saldo da conta 2435 for devedor:

• Transferir para a conta 2437 IVA - A recuperar (se se pretender fazer o reporte do imposto, isto é, incluir esse imposto no apuramento do próximo período)

• Transferir para 2438 IVA - Reembolsos pedidos (se se pretender o reembolso do imposto)

A conta 2438 IVA - Reembolsos pedidos não participa no apuramento do próximo período e será saldada quando a empresa receber o valor relativo ao reembolso pedido. 2.2.6. Regime de IVA de caixa Para os sujeitos passivos que tenham optado pelo regime de IVA de caixa, de acordo com o DL n.º 71/2013 de 30 de Maio, as contas 2432 e 2433 terão, no entender da CNC, o seguinte desdobramento:

• 2432 IVA - Dedutível – 24321 Suspenso – 24322 Disponível

• 2433 IVA - Liquidado – 24331 Não exigível – 24332 Exigível

Na opinião da CNC, a movimentação das subcontas referidas será a seguinte:

• A subconta 24321 Suspenso deverá ser debitada pelo IVA dedutível facturado, pela recepção da factura. No momento da recepção do recibo, a subconta 24321 Suspenso deverá ser creditada por contrapartida da conta 24322 Disponível.

• A subconta 24322 Disponível deverá ser creditada aquando do apuramento do IVA, por contrapartida da subconta 2435 IVA - Apuramento.

• A subconta 24331 Não Exigível deverá ser creditada pelo IVA liquidado facturado, no momento da emissão da factura. No momento da emissão do recibo, a subconta 24331 Não Exigível deverá ser debitada por contrapartida da subconta 24332 Exigível.

• A subconta 24332 Exigível deverá ser debitada aquando do apuramento do IVA, por contrapartida da subconta 2435 IVA - Apuramento.

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2.3. Inventários A contabilização dos inventários está enquadrada por várias normas do SNC, das quais se destacam as seguintes:

• NCRF 18 – Inventários • NCRF 20 – Rédito

Os inventários (existências) são activos:

• Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial – Bens comprados para venda, sem que sejam objecto de qualquer trabalho

posterior de natureza industrial (conta 32 Mercadorias) – Bens produzidos ou resultantes da produção para venda

- Produtos principais provenientes da actividade produtiva e produtos que, embora reentrem no fabrico, podem ser objecto de venda (conta 34 Produtos acabados e intermédios) - Produtos de valor relativamente pequeno produzidos simultaneamente com os produtos principais e que exigem muitas vezes gastos adicionais para serem vendidos e restos resultantes da preparação das matérias-primas ou do próprio processo de fabrico (conta 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos).

• No processo de produção para venda – Bens em processo de fabrico que ainda não estão em condições de ser

vendidos e, no caso de prestadores de serviços, os trabalhos em curso que ainda não foram reconhecidos como rendimentos (conta 36 Produtos e trabalhos em curso)

• Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou na prestação de serviços

– Bens que se destinam a ser incorporados nos produtos finais, bens que, embora indispensáveis à produção, não são incorporados no produto final e bens envolventes, recipientes ou produtos necessários ao seu acondicionamento e transacção (conta 33 Matérias primas, subsidiárias e de consumo)

2.3.1. Compras de inventários As compras de inventários são registadas na conta 31 Compras (311 Mercadorias e/ou 312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo). Trata-se de uma conta transitória (subsidiária das contas 32 e 33) que não aparece explicitamente no balanço nem na demonstração de resultados. A movimentação da conta 31 Compras é a seguinte:

• Debita-se – Pelo custo de compra => preço de compra, direitos de importação e outros

impostos, que não sejam subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais (o IVA, regra geral, não acresce ao custo de compra), e custo de transporte, manuseamento e outros custos directamente atribuíveis à aquisição (ver parágrafo 11 da NCRF 18)

• Credita-se

– Pelas devoluções (através da subconta 317) – Pelos descontos e abatimentos comerciais (através da subconta 318) – Pela entrada dos bens em armazém (SIP) e pelo apuramento do CMVMC (SII)

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A contabilização das operações relacionadas com inventários depende do sistema de inventário utilizado nas empresas. 2.3.2. Sistemas de inventários Existem dois sistemas de contabilização dos inventários:

• Sistema de inventário intermitente ou periódico • Sistema de inventário permanente

Sistema de Inventário Intermitente (SII) No SII não existe contabilização das entradas e das saídas de armazém no decurso do período. O valor das existências é determinado pela inventariação física, no final do período O custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas é apurado com base nos inventários inicial e final e nas compras efectuadas e ainda nas regularizações de inventários (variações não relacionadas com compras, vendas ou consumos). Sistema de Inventário Permanente (SIP) Nos termos do artigo 12.º do DL n.º 158/2009 de 13 de Julho, as entidades a que seja aplicável o SNC ou as normas internacionais de contabilidade adoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o SIP na contabilização dos inventários. Esta obrigação não se aplica às entidades nele referidas que não ultrapassem, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais (CSC), deixando essa dispensa de produzir efeitos no exercício seguinte ao termo daquele período. Os limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do CSC são:

• Total do balanço: € 1.500.000 • Total das vendas líquidas e outros proveitos: € 3.000.000 • Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50

Cessa tal obrigação sempre que as entidades nele referidas deixem de ultrapassar, durante dois exercícios consecutivos, dois dos três limites referidos no n.º 2 do artigo 262.º do Código das Sociedades Comerciais, produzindo esta cessação efeitos a partir do exercício seguinte ao termo daquele período. Há ainda outras entidades que poderão ficar dispensadas da obrigação de adoptar o SIP (ver n.º 4, 5, 6 e 7 do artigo 12.º do DL n.º 158/2009 de 13 de Julho. O SIP obriga à contabilização sistemática das entradas (compras, produção, devoluções de clientes, sobras) e das saídas de armazém (vendas, consumos, devoluções a fornecedores, quebras, sinistros, ofertas, afectação ao imobilizado) para que:

• A conta de inventário reflicta a todo o momento, o valor das existências em armazém • Seja apurado, no decorrer do período, o custo dos bens vendidos e consumidos

Ficha de armazém Neste sistema existe a necessidade de utilizar mapas auxiliares de controlo de quantidades e valores dos bens em armazém => Ficha de armazém

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Apresenta-se a seguir uma estrutura possível da ficha de armazém:

FICHA DE ARMAZÉM

Data Descrição Entradas Saídas Existências

Q. P. u. Valor Q. P. u. Valor Q. P. u. Valor Saldo inicial

Fórmulas de custeio A saída dos bens do armazém é registada pelo seu custo, de acordo com uma determinada fórmula de custeio (ver parágrafos 23 a 27 da NCRF 18) O SNC admite três fórmulas de custeio (Custo específico, Custo médio ponderado e FIFO) mas recomenda a utilização do custo específico sempre que tal for possível. Quando os itens de inventário forem indiferenciáveis a utilização do custo específico não é apropriada, devendo-se nesse caso utilizar o custo médio ponderado ou o FIFO. Deve usar-se a mesma fórmula para todos os inventários que tenham uma natureza e um uso semelhantes para a entidade Custo específico

• Quando há identificação específica dos custos individuais de cada item do inventário • Existe uma perfeita identificação entre os custos suportados e os bens a que respeitam

Custo Médio Ponderado

• O custo de cada item é determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo de um período e do custo de itens semelhantes comprados ou produzidos durante o período

• A média pode ser determinada numa base periódica ou à medida que cada entrega adicional seja recebida

Fórmula FIFO

• Primeira Entrada, Primeira Saída (First In, First Out) • Esta fórmula pressupõe que os itens comprados ou produzidos em primeiro lugar são

vendidos em primeiro lugar • Os itens que permanecem em inventário no fim do período são os itens mais

recentemente comprados ou produzidos 2.3.3. Lançamentos correntes relacionados com compr as de inventários Compras a pronto (com IVA dedutível) 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 2432 IVA - Dedutível a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem Compras a crédito (com IVA dedutível) 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ compra (com base na factura)

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221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo) Compras a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível) 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c P/ compra (com IVA incluído) A relevação contabilística das compras deve ser efectuada, desde que os bens tenham sido entregues, independentemente da recepção da factura. Havendo um desfasamento significativo entre a recepção dos bens e a recepção da factura, teríamos: 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 225 Facturas em recepção e conferência P/ recepção dos bens (com base na GR) 225 Facturas em recepção e conferência 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ recepção da factura (considerando o IVA dedutível) Todos os lançamentos anteriores não dizem respeito apenas às compras propriamente ditas (factura/VD do fornecedor dos inventários), mas também a todas as despesas relacionadas com essas compras (por exemplo, factura/VD relativa ao transporte dos bens quando este for assumido pelo comprador). Em qualquer dos casos, no SIP, devemos ainda relevar a entrada dos bens no armazém. 321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…) a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) Por vezes verifica-se que existem compras facturadas sem que os respectivos bens tenham dado entrada em armazém (por exemplo, nas importações de bens). Neste caso, no SIP, o registo anterior dever-se-ia fazer através de uma subconta de mercadorias em trânsito/matérias em trânsito. 325/335 Mercadorias em trânsito/Matérias em trânsito a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ mercadorias/matérias em trânsito (apenas no SIP) 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) a 325/335 Mercadorias em trânsito/Matérias em trânsito P/ posterior entrada em armazém (apenas no SIP) Devoluções de compras (considerando a regularização de IVA) 221 Fornecedores c/c a 2434 IVA - Regularizações a 317 Devoluções de Compras Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em termos práticos.

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317 Devoluções de compras a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) P/ saída dos bens do armazém (apenas no SIP) Descontos e abatimentos em compras Devemos considerar dois tipos de descontos:

• Financeiros – Todos os que dependem do momento do pagamento, por exemplo, descontos

de pronto pagamento ou descontos por antecipação de pagamento – Não devem afectar o custo dos inventários (ver parágrafo 11 da NCRF 18) – São contabilizados na conta 782 Descontos de pronto pagamento obtidos,

independentemente de serem incluídos ou não na VD) • Comerciais

– Os que não dependem do momento do pagamento, por exemplo, descontos de quantidade ou descontos de revenda

– Devem ser deduzidos no custo dos inventários (ver parágrafo 11 da NCRF 18) – São deduzidos ao valor ilíquido da compra (neste caso a compra é registada

pelo valor líquido) quando estão incluídos na factura ou VD ou contabilizados a crédito da conta 31 Compras (através da subconta 318 Descontos e abatimentos em compras) quando não estão incluídos na factura ou VD (são emitidas notas de crédito que corrigem o valor das facturas ou VD anteriores).

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 2432 IVA - Dedutível a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c P/ compra com desconto comercial incluído na factura/VD 321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…) a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) pelo custo líquido de compra 221 Fornecedores c/c a 2434 IVA - Regularizações a 318 Descontos e abatimentos em compras P/ desconto comercial não incluído na factura (nota de crédito) Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em termos práticos. 318 Descontos e abatimentos em compras a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) P/ correcção do valor de compra dos bens em armazém (apenas no SIP) 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 2432 IVA - Dedutível a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c a 782 Descontos pronto pagamento obtidos P/ compra com desconto financeiro incluído na VD 321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…) a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) pelo custo ilíquido de compra

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221 Fornecedores c/c a 782 Descontos pronto pagamento obtidos P/ desconto financeiro não incluído na VD (recibo) Neste caso, optou-se por não fazer a regularização do IVA (não é obrigatória), por não ser habitual fazer-se em termos práticos. Adiantamentos a fornecedores Podemos considerar dois tipos de adiantamentos:

• Com preço fixado (não monetários) – A contabilizar na conta 39 Adiantamentos por conta de compras

• Com preço não fixado (monetários) – A contabilizar na conta 228 Adiantamentos a fornecedores

228/39 Adiantamentos a Fornecedores/Adiantamentos por conta de compras 2432 IVA - Dedutível (se for caso disso) a 12 Depósitos à ordem P/ adiantamento monetário/não monetário (com IVA incluído) Quando a compra se efectuar devemos regularizar o adiantamento. 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ compra 321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…) a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) 221 Fornecedores c/c a 228/39 Adiantamentos a Fornecedores/Adiantamentos por conta de compras a 2434 IVA - Regularizações (se for caso disso) P/ regularização do adiantamento (considerando a consequente regularização de IVA) 221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento ao fornecedor do remanescente (se for caso disso) 2.3.4. Envio de bens à consignação Quando o proprietário dos bens (comitente) os envia para um terceiro (consignatário) para que este promova a sua venda, em troca de uma remuneração (comissão a registar na contabilidade do comitente na conta 6225 Comissões). Apesar de fisicamente não se encontrarem no seu armazém, os bens são propriedade do comitente. No SIP o envio de bens à consignação implica o registo da saída dos bens do armazém. 326/346 Mercadorias em poder de terceiros/Produtos em poder de terceiros a 321/341 Armazém/Armazém (a criar)

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P/ envio de bens à consignação (apenas no SIP) 321/341 Armazém/Armazém (a criar) a 326/346 Mercadorias em poder de terceiros/Produtos em poder de terceiros P/ devolução pelo consignatário dos bens não vendidos (apenas no SIP) 2.3.5. Consumos de matérias-primas, subsidiárias e de consumo No SIP temos de contabilizar todas as saídas de armazém de matérias em consequência dos consumos por parte da produção. 612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ consumo de matérias (apenas no SIP) 2.3.6. Variações nos inventários da produção Os inventários da produção são os bens produzidos ou resultantes da produção para venda (contas 34 e conta 35) e os bens em processo de fabrico e/ou os trabalhos em curso (conta 36). No SIP temos que registar ao longo do exercício as alterações que vão ocorrendo nos inventários da produção para que estes reflictam a todo o momento o respectivo valor dos bens. 34 Produtos acabados e intermédios 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos 36 Produtos e trabalhos em curso a 731 Produtos acabados e intermédios a 732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos a 733 Produtos e trabalhos em curso P/ aumentos do valor dos inventários da produção (apenas no SIP) Estes aumentos resultam de consumos (produtos e trabalhos em curso) e entradas em armazém (subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e produtos acabados e intermédios) 731 Produtos acabados e intermédios 733 Produtos e trabalhos em curso a 34 Produtos acabados e intermédios a 36 Produtos e trabalhos em curso P/ diminuições do valor dos inventários da produção (apenas no SIP) Estas diminuições resultam de saídas para armazém de produtos acabados (produtos e trabalhos em curso) e saídas de produtos intermédios pela reentrada no processo de fabrico (Produtos acabados e intermédios). As saídas em consequência de vendas de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e de produtos acabados e intermédios serão tratadas adiante quando se enquadrarem as vendas de inventários. 2.3.7. Reclassificação e regularização de inventári os Destinam-se ao registo de quaisquer variações verificadas nas existências que não sejam derivadas de compras, vendas ou consumos:

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• Saídas por ofertas (conta 6884) • Quebras e sobras (contas 6842 e 7842) • Sinistros (contas 6841 e 7841)

6884 Ofertas e amostras de inventários a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ oferta de inventários (sem liquidação de IVA) 6884 Ofertas e amostras de inventários a 2433 IVA - Liquidado a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ oferta de inventários (com liquidação de IVA) 6842 Quebras a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ quebra de inventários 6841 Sinistros a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ sinistro relacionados com inventários (sem seguro) 6841/7841 Sinistros a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ sinistro relacionado com inventários (com seguro) Neste caso temos ainda que registar o recebimento/processamento da indemnização da seguradora. 11/12/278 Caixa/Depósitos à ordem/Outros devedores e credores a 6841/7841 Sinistros P/ valor da indemnização da seguradora 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários a 32/33/34/35/36 Mercadorias/(…)

P/ saída de bens do armazém/correcção negativa do valor dos bens em armazém (apenas no SIP)

382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários a 7842 Sobras P/ sobra de inventários 32/33/34/35/36 Mercadorias/(…) a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários P/ correcção positiva do valor dos bens em armazém (apenas no SIP) 2.3.8. Vendas de inventários e prestações de serviç os As vendas são registadas na conta 71 Vendas. A movimentação da conta 71 Vendas é a seguinte:

• A débito – Pelas devoluções (através da conta 717) – Pelos descontos e abatimentos comerciais (através da conta 718) – Pela transferência para efeitos de apuramento do resultado líquido do período

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• A crédito – Pelo valor do rédito proveniente da venda de bens (justo valor da retribuição

recebida ou a receber - ver parágrafo 9 da NCRF 20) As prestações de serviços são registadas na conta 72 Prestações de serviços. A movimentação da conta 72 Prestações de serviços é a seguinte:

• A débito – Pelos descontos e abatimentos comerciais (conta 728) – Pela transferência para efeitos de apuramento do resultado líquido do período

• A crédito – Pelo valor do rédito proveniente da prestação de serviços (justo valor da

retribuição recebida ou a receber - ver parágrafo 9 da NCRF 20) As prestações de serviços realizadas por empresas individuais estão, regra geral, sujeitas a retenção na fonte de imposto sobre o rendimento quando os adquirentes disponham ou devam dispor de contabilidade organizada. Tal retenção é efectuada no momento do pagamento ou da colocação à disposição dos rendimentos 2.3.9. Lançamentos correntes relacionados com venda s de inventários e prestações de

serviços Vendas/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a pronto (sujeitas a IVA) 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada) a 2433 IVA - Liquidado P/ VD ou recibo verde (nos casos de serviços prestados por profissionais liberais) Vendas/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a crédito (sujeitas a IVA) 211 Clientes c/c a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada) a 2433 IVA - Liquidado P/ factura 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 211 Clientes c/c P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo) Venda/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a pronto ou a crédito (não sujeita a IVA/isenta de IVA) 11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada)

P/ VD, factura ou recibo verde (nos casos de serviços prestados por profissionais liberais) Existem circunstâncias em que se permite que certos sujeitos passivos não descriminem o IVA nos talões de venda/prestação de serviços e registem as operações pelo valor total com o IVA incluído. Neste caso, teríamos: 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada) P/ venda com IVA incluído 716/726 IVA das vendas com imposto incluído/IVA dos serviços com imposto incluído a 2433 IVA - Liquidado P/ transferência do IVA liquidado (mensal ou trimestralmente)

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No SIP em consequência de vendas temos ainda de contabilizar a saída dos inventários do armazém pelo custo respectivo. 611 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - Mercadorias a 321 Armazém (*) P/ saída de mercadorias do armazém/custo das mercadorias vendidas (apenas no SIP) 731 Produtos acabados e intermédios a 341 Armazém (*)

P/ saída de produtos acabados e intermédios do armazém/custo dos produtos acabados e intermédios vendidos (apenas no SIP)

732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos a 351/352 Subprodutos/Desperdícios, resíduos e refugos (*)

P/ saída de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos do armazém/custo dos subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos vendidos (apenas no SIP)

(*) Caso os bens estejam em poder de terceiros (por exemplo, bens à consignação) a contrapartida é a subconta 326/346/356 Mercadorias em poder de terceiros/(…) No caso das prestações de serviços estarem sujeitas a retenção na fonte teríamos: Prestações de serviços a pronto (sujeitas a IVA) 11/12 Caixa/Depósitos à ordem 241 Imposto sobre o rendimento a 721/722/725 Prestações de serviços a 2433 IVA - Liquidado P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais) Prestações de serviços a crédito (sujeitas a IVA) 211 Clientes c/c a 721/722/725 Prestações de serviços a 2433 IVA - Liquidado P/ factura 11/12 Caixa/Depósitos à ordem 241 Imposto sobre o rendimento a 211 Clientes c/c P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo) Prestações de serviços a pronto (não sujeita a IVA/isenta de IVA) 11/12 Caixa/Depósitos à ordem 241 Imposto sobre o rendimento a 721/722/725 Prestações de serviços P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais) Prestações de serviços a crédito (não sujeita a IVA/isenta de IVA) 211 Clientes c/c a 721/722/725 Prestações de serviços P/ factura 11/12 Caixa/Depósitos à ordem 241 Imposto sobre o rendimento

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a 211 Clientes c/c P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo) Devoluções de vendas de inventários (considerando a regularização de IVA) 717 Devoluções de vendas 2434 IVA Regularizações a 211 Clientes c/c 321 Armazém a 611 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - Mercadorias

P/ reentrada de mercadorias em armazém/custo das mercadorias devolvidas (apenas no SIP)

341 Armazém a 731 Produtos acabados e intermédios

P/ reentrada de produtos acabados e intermédios em armazém/custo dos produtos acabados e intermédios devolvidos (apenas no SIP)

351/352 Subprodutos/Desperdícios, resíduos e refugos a 732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

P/ reentrada de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos em armazém/custo dos subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos devolvidos (apenas no SIP)

Descontos e abatimentos em vendas e prestações de serviços Tal como nas compras, devemos considerar dois tipos de descontos:

• Financeiros – São contabilizados na conta 682 Descontos de pronto pagamento concedidos,

independentemente de serem incluídos ou não na VD) • Comerciais

– São deduzidos ao valor ilíquido da venda/serviço (neste caso a operação é registada pelo valor líquido) quando estão incluídos na factura ou VD ou contabilizados a débito da conta 71 Vendas/72 Prestações de serviços (através da subconta 718 Descontos e abatimentos em vendas/728 Descontos e abatimentos) quando não estão incluídos na factura ou VD (são emitidas notas de crédito que corrigem o valor das facturas ou VD anteriores).

11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c a 71/72 Vendas/prestações de serviços (subconta adequada) a 2433 IVA - Liquidado P/ venda/prestação de serviços (sem retenção na fonte) com desconto comercial incluído na factura/VD 718/728 Descontos e abatimentos em vendas/Descontos e abatimentos 2434 IVA - Regularizações a 211 Clientes c/c P/ desconto comercial não incluído na factura/VD (nota de crédito) Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em termos práticos. 11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c 682 Descontos de pronto pagamento concedidos a 71/72 Vendas/Prestações de serviços

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a 2433 IVA - Liquidado P/ venda/prestação de serviços (sem retenção na fonte) com desconto financeiro incluído na VD 682 Descontos de pronto pagamento concedidos a 211 Clientes c/c P/ desconto financeiro não incluído na VD (recibo) Neste caso, optou-se por não fazer a regularização do IVA (não é obrigatória), por não ser habitual fazer-se em termos práticos. Adiantamentos de clientes

• Com preço fixado (não monetários) – A contabilizar na conta 276 Adiantamentos por conta de vendas

• Com preço não fixado (monetários) – A contabilizar na conta 218 Adiantamentos de clientes

11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 218/276 Adiantamentos de clientes/Adiantamentos por conta de vendas a 2433 IVA - Liquidado P/ adiantamento Quando a venda se efectuar devemos regularizar o adiantamento. 211 Clientes c/c a 71/72 Vendas/Prestações de serviços a 2433 IVA - Liquidado P/ Venda/prestação de serviços Tal como vimos anteriormente, no SIP em consequência de vendas temos ainda de contabilizar a saída dos inventários do armazém pelo custo respectivo. 218/276 Adiantamentos de clientes/Adiantamentos por conta de vendas 2434 IVA - Regularizações a 211 Clientes c/c P/ regularização do adiantamento 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 211 Clientes c/c P/ recebimento do cliente do remanescente (se for caso disso) 2.4. Aquisições de bens consumíveis e de serviços Os bens consumíveis são aqueles bens de consumo considerados pela maior parte das empresas como não armazenáveis. São contabilizados directamente em contas de gastos, normalmente subcontas das contas 623 Materiais e 624 Energia e fluidos (ambas subcontas da conta 62 Fornecimentos e serviços externos), nomeadamente:

• 6231 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido • 6232 Livros e documentação técnica • 6233 Material de escritório • 6234 Artigos para oferta • 6241 Electricidade

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• 6242 Combustíveis • 6243 Água

Podem existir outros materiais que pela sua natureza devem integrar as contas relativas a serviços (por exemplo, peças de reparação na conta 6226 Conservação e reparação, material de limpeza na conta 6267 Limpeza, higiene e conforto, etc.). Os serviços são igualmente contabilizados em contas de gastos (exceptuam-se aqueles que foram incluídos no custo de compra dos inventários), conta 621 subcontratos ou subcontas das contas 622 Serviços especializados, 625 Deslocações, estadas e transportes e 626 Serviços diversos (todas subcontas da conta 62 Fornecimentos e serviços externos), nomeadamente:

• 6221 Trabalhos especializados • 6222 Publicidade e propaganda • 6223 Vigilância e segurança • 6224 Honorários • 6225 Comissões • 6226 Conservação e reparação • 6251 Deslocações e estadas • 6252 Transportes de pessoal • 6253 Transportes de mercadorias • 6261 Rendas e alugueres • 6262 Comunicação • 6263 Seguros • 6264 Royalties • 6265 Contencioso e notariado • 6266 Despesas de representação • 6267 Limpeza, higiene e conforto

As correcções às facturas relacionadas com aquisições de bens consumíveis e serviços (devoluções de bens, descontos e abatimentos comerciais em bens ou serviços, etc.) são contabilizadas directamente (a débito ou a crédito) nas respectivas contas de gastos. Os descontos financeiros obtidos são contabilizados na conta 782 Descontos de pronto pagamento obtidos. 2.4.1. Lançamentos correntes relacionados com aquis ições de bens consumíveis Aquisições de bens consumíveis a pronto (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem Aquisições de bens consumíveis a crédito (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ factura 221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)

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Aquisições de bens consumíveis a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c 2.4.2. Lançamentos correntes relacionados com aquis ições de serviços 2.4.2.1. Não sujeitos a retenção na fonte Aquisições de serviços a pronto (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais) Aquisições de serviços a crédito (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ factura 221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo) Aquisições de serviços a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c P/ VD, factura ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais) 2.4.2.2. Sujeitos a retenção na fonte Aquisições de serviços a pronto (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais) Aquisições de serviços a crédito (com IVA dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 221 Fornecedores c/c P/ factura 221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo) Aquisições de serviços a pronto (com IVA não dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

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Aquisições de serviços a crédito (com IVA não dedutível) 62X Fornecimentos e serviços externos a 221 Fornecedores c/c P/ factura 221 Fornecedores c/c a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo) 2.5. Operações com títulos a pagar e títulos a rece ber Titular uma dívida significa substituir uma dívida respeitante a uma ou várias facturas por outra dívida agora representada por um título de crédito (a chamada letra comercial). Funções do título de crédito (letra comercial):

• Permite ao devedor (comprador) diferir o pagamento • Dá ao credor (vendedor) uma maior garantia da dívida possibilitando-lhe receber o

crédito antes do vencimento através de uma instituição de crédito, mediante a operação bancária do desconto

As principais operações relacionadas com letras são:

• Saque - Emissão da letra pelo vendedor ou credor (letra a receber) • Aceite - Compromisso assumido pelo devedor de a pagar na data do vencimento (letra

a pagar) • Reforma - Consiste na substituição de uma letra por outra com vencimento posterior • Desconto - Consiste no recebimento antecipado do valor da letra através de uma

instituição de crédito (modalidade de financiamento bancário abordado na Contabilidade Financeira II)

• Cobrança - Consiste em receber (ou pagar) o valor da letra na data de vencimento • Recâmbio - Consiste na devolução da letra pela instituição de crédito por falta de

pagamento 2.5.1. Lançamentos correntes relacionados com letra s a pagar Aceite de letra 221 Fornecedores c/c a 222 Fornecedores – títulos a pagar Pagamento (cobrança) de letra 222 Fornecedores – títulos a pagar a 12 Depósitos à ordem Reforma de letra 222 Fornecedores – títulos a pagar a 221 Fornecedores c/c P/ anulação da letra antiga 221 Fornecedores c/c a 12 Depósitos à ordem P/ valor entregue (no caso de reforma parcial) 6918 Outros juros

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a 221 Fornecedores c/c P/ encargos debitados pelo fornecedor 221 Fornecedores c/c a 222 Fornecedores – títulos a pagar P/ aceite da nova letra (pode ou não incluir os encargos debitados pelo fornecedor) 2.5.2. Lançamentos correntes relacionados com letra s a receber Saque de letra 212 Clientes – títulos a receber a 211 Clientes c/c Cobrança de letra no vencimento 11/12 Caixa/Depósitos à ordem 6228 Outros (*) a 212 Clientes – títulos a receber (*) Comissão paga no caso de ser cobrada através de uma instituição de crédito Recâmbio de letra em carteira (enviada à cobrança) 211 Clientes c/c a 212 Clientes – títulos a receber P/ anulação da letra 211 Clientes c/c a 12 Depósitos à ordem P/ imputação de despesas do recâmbio ao cliente Reforma de letra em carteira 211 Clientes c/c a 212 Clientes – títulos a receber P/ anulação da letra a reformar 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 211 Clientes c/c P/ valor recebido (no caso de reforma parcial) 211 Clientes c/c a 7918 De outros financiamentos concedidos P/ encargos debitados aos clientes 212 Clientes – títulos a receber a 211 Clientes c/c P/ saque da nova letra (pode ou não incluir os encargos debitados ao cliente) 2.6. Gastos com o pessoal A contabilização dos gastos com o pessoal está enquadrada pela NCRF 28 – Benefícios dos empregados. Os benefícios dos empregados são todas as formas de remuneração dadas por uma entidade em troca do serviço prestado pelos empregados.

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Tais remunerações podem ser liquidadas por pagamentos (ou fornecimentos de bens e serviços) feitos quer directamente aos empregados, aos seus cônjuges, filhos ou outros dependentes quer a outros, tais como empresas de seguros. Do ponto de vista contabilístico, consideram-se empregados:

• Os membros dos órgãos sociais da empresa (membros dos órgãos de gestão e fiscalização - mesa da Assembleia-Geral, conselho de administração, gerência, conselho geral e de supervisão, conselho fiscal, comissão de auditoria, etc.). A remuneração do Revisor Oficial de Contas, mesmo quando as suas funções são exercidas no âmbito de órgãos de fiscalização, é sempre contabilizada na conta 6224 Honorários.

• O pessoal vinculado à empresa por contrato individual de trabalho (aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas - Art. 11.º do Código do Trabalho).

A remuneração dos trabalhadores independentes que prestam serviços à empresa é sempre contabilizada na conta 6224 Honorários.

Os gastos com o pessoal incluem normalmente os seguintes encargos:

• Remunerações (órgãos sociais e pessoal) • Benefícios pós-emprego • Indemnizações por despedimentos • Contribuições da empresa para a Segurança Social • Seguros (obrigatórios e/ou facultativos) a favor do pessoal da empresa • Gastos de acção social (refeitórios, creches, bolsas de estudo e assistência médica a

descendentes, etc.) • Formação profissional

2.6.1. Remunerações As Remunerações incluem normalmente:

• Vencimento base • Subsídio de férias e de Natal • Senhas de presença • Comissões • Trabalho extraordinário e nocturno • Diuturnidades • Prémios de produtividade • Subsídios de refeição, deslocação, residência, etc. • Abonos para falhas • Ajudas de custo • Participações nos lucros e bónus (gratificações) • Benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação, automóveis,

viagens de férias) As remunerações podem ser fixas quando estão definidas em função do período normal de trabalho (por exemplo, o vencimento base) ou variáveis, se estão relacionadas com trabalho adicional (horas extraordinárias, etc.) ou com a obtenção de determinados objectivos (prémios de produtividade, comissões, etc.).

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Podem ser liquidadas em dinheiro quando são pagas em unidades monetárias ou em espécie se forem pagas em bens ou serviços (por exemplo, habitação gratuita). Podem ser ainda correntes, as que são pagas no período em que o trabalho é prestado ou diferidas, as que são pagas após a prestação do trabalho (por exemplo, férias e subsídio de férias). No que diz respeito aos benefícios não monetários, convém referir que o Código do Trabalho estabelece limitações ao pagamento de retribuições em espécie, referindo que:

• A prestação não pecuniária deve destinar-se à satisfação de necessidades pessoais do trabalhador ou da sua família

• O valor das prestações não pecuniárias não pode exceder o da parte em dinheiro, salvo o disposto em instrumento de regulamentação colectiva de trabalho.

2.6.2. Benefícios pós-emprego Nos casos de reforma do empregado, por velhice ou invalidez, este poderá beneficiar de benefícios pós-emprego. Nestes casos estamos a falar de pagamentos após a reforma do empregado que podem incluir:

• Prémios para pensões - valores pagos a entidades externas a fim de que estas venham a suportar oportunamente os encargos com o pagamento de pensões ao pessoal.

• Outros benefícios - pensões, outros benefícios de reforma, seguros de vida pós-emprego, cuidados médicos pós-emprego, etc.

2.6.3. Benefícios de cessação de emprego Os benefícios por cessação de emprego são as indemnizações/compensações que se pagam em consequência:

• Da decisão de uma entidade cessar o emprego de um empregado antes da data normal da reforma

• Decisão de um empregado de aceitar a saída voluntária em troca desses benefícios. Tais pagamentos podem decorrer da legislação laboral (por exemplo, as indemnizações previstas na lei por despedimento) ou de acordos entre a entidade patronal e os empregados. 2.6.4. Encargos e descontos sobre remunerações As remunerações (rendimentos de trabalho), regra geral, estão sujeitas às seguintes contribuições e impostos:

• Contribuições para a Segurança Social • IRS - Imposto sobre o Rendimento das pessoas Singulares

Contribuições para a Segurança Social

• Contribuição que recai sobre o trabalhador (em regra, 11% do valor das remunerações) e sobre a entidade empregadora (em regra, 23,75% do valor das remunerações)

• Incidência: valor das remunerações com excepções (por exemplo, ajudas de custo, subsídios de refeição, dentro de determinados limites)

• Comunicação por parte da empresa até ao dia 10 do mês seguinte àquele a que respeitam

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• Pagamento efectuado pela empresa entre o dia 10 e o dia 20 do mês seguinte àquele a que respeitam

IRS - Imposto sobre o Rendimento das pessoas singulares

• Imposto directo que recai sobre os rendimentos do trabalho (encargo exclusivo do trabalhador)

• Incidência: valor das remunerações com excepções (por exemplo, ajudas de custo, subsídios de refeição, dentro de determinados limites)

• As entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente estão obrigadas a deduzir o imposto no momento do seu pagamento ou colocação à disposição (retenção na fonte)

• A retenção é efectuada pela aplicação das tabelas de retenção mensal, anualmente publicadas

• Estas tabelas têm em consideração o valor da remuneração mensal, a situação pessoal (não casado ou casado, deficiente ou não deficiente) e familiar dos sujeitos passivos (um titular ou dois titulares de rendimentos e número de dependentes a seu cargo)

• Pagamento até dia 20 do mês seguinte àquele a que respeitam Os principais descontos sobre as remunerações são os seguintes:

• Obrigatórios – Segurança Social – IRS (retenções na fonte)

• Facultativos

– Quotizações sindicais (caso o trabalhador seja sindicalizado) – Reembolso de adiantamentos (só com autorização expressa do trabalhador)

2.6.5. Lançamentos correntes relacionados com os ga stos com o pessoal Cauções Dizem respeito a depósitos de garantia em dinheiro prestados pelos membros dos órgãos sociais e pelo pessoal, determinados pela lei, pelos estatutos ou por regulamentos aplicáveis, tendo em conta as funções e os níveis de responsabilidade. 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 2371/2372 Dos órgãos sociais/Do pessoal P/ constituição da caução 2371/2372 Dos órgãos sociais/Do pessoal a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ devolução da caução As contas 2371 e 2372 poderão igualmente ser debitadas em consequência da utilização da caução, sendo neste caso creditada uma conta apropriada da classe 6 (se for para anular algum gasto) ou classe 7 (se for de considerar como rendimento). Adiantamentos por conta de remunerações São registados nas contas 2321 Adiantamentos - Aos órgãos sociais e 2322 Adiantamentos - Ao pessoal 2321/2322 Aos órgãos sociais/Ao pessoal

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a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ concessão do adiantamento 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 2321/2322 Aos órgãos sociais/Ao pessoal P/ reembolso do adiantamento O reembolso dos adiantamentos também se pode efectuar através de descontos, totais ou parciais, no processamento das remunerações, desde que o trabalhador ou membro dos órgãos sociais o autorize expressamente. Processamento de remunerações e dos encargos sobre remunerações 631 Remunerações dos órgãos sociais a 2321 Adiantamentos - Aos órgãos sociais a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos a 245 Contribuições para a Segurança Social a 2311 Remunerações a pagar - Aos órgãos sociais P/ processamento das remunerações dos órgãos sociais 632 Remunerações do pessoal a 2322 Adiantamentos - Ao pessoal a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos a 245 Contribuições para a Segurança Social a 278 Outros devedores e credores (quotizações sindicais) a 2312 Remunerações a pagar - Ao pessoal P/ processamento das remunerações do pessoal 635 Encargos sobre remunerações a 245 Contribuições para a Segurança Social P/ processamento de encargos sobre remunerações (órgãos sociais e pessoal) Pagamento de remunerações, pagamento e entrega de contribuições para a segurança social, entrega de retenções de IRS e entrega de quotizações sindicais 2311 Remunerações a pagar - Aos órgãos sociais 2312 Remunerações a pagar - Ao pessoal a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento das remunerações (órgãos sociais e pessoal) 245 Contribuições para a Segurança Social a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem P/ pagamento e entrega das contribuições para a Segurança Social 242 Retenção de impostos sobre rendimentos a 12 Depósitos à ordem P/ entrega das retenções de IRS 278 Outros devedores e credores a 12 Depósitos à ordem P/ entrega das quotizações sindicais

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2.7. Principais lançamentos de regularização Existe no trabalho contabilístico, um conjunto de tarefas específicas relacionadas com o encerramento de contas no final de cada exercício económico anual (ou período de relato no caso de ser inferior ao exercício económico anual). O trabalho de fim de exercício envolve normalmente:

• Lançamentos de regularização • Lançamentos de apuramento dos resultados antes de impostos • Registo da estimativa de imposto sobre o rendimento • Lançamento de apuramento do resultado líquido do período • Elaboração das demonstrações financeiras

Os lançamentos de regularização enquadram-se no trabalho de fim de período e visam regularizar os saldos de certas contas que não reflectem a verdadeira situação patrimonial da entidade no final de cada exercício. 2.7.1. Relacionados com caixa O CC do SNC contempla a existência de duas contas para o registo das diferenças de câmbio:

• 692 Diferenças de câmbio desfavoráveis – 6921 Relativas a financiamentos obtidos – 6928 Outros

• 7861 Diferenças de câmbio favoráveis

Daqui parece poder indiciar-se que a segunda se reporta às diferenças de câmbio favoráveis associadas a operações do ciclo de investimento da entidade e que a primeira respeita às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas às operações do ciclo de financiamento. Não considerou o legislador a previsão de contas relativas às diferenças de câmbio desfavoráveis associadas a operações do ciclo de investimento, nem às diferenças de câmbio favoráveis associadas a operações do ciclo de financiamento, nem qualquer conta respeitante às diferenças de câmbio (favoráveis e desfavoráveis) associadas às operações do ciclo de exploração (operacional). Tendo sido detectada a lacuna acima referida e mostrando-se necessário clarificar o modo de a superar, entende a CNC que, para registo daquelas operações, podem ser criadas as seguintes contas:

• Para o ciclo de investimento (a abordar na contabilidade financeira II) – 6863 Diferenças de câmbio desfavoráveis

• Para o ciclo de exploração (operacional) – 6887 Diferenças de câmbio desfavoráveis – 7887 Diferenças de cambo favoráveis

• Para o ciclo de financiamento (a abordar na contabilidade financeira II) – 793 Diferenças de câmbio favoráveis

Diferenças cambiais desfavoráveis em valores em caixa 6887 Diferenças de câmbio desfavoráveis a 11 Caixa Diferenças cambiais favoráveis em valores em caixa 11 Caixa a 7887 Diferenças de câmbio favoráveis

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2.7.2. Relacionados com depósitos bancários Acréscimo de rendimentos relativo a juros de depósitos (juros credores) 2721 Devedores por acréscimos de rendimentos a 7911 Juros obtidos - De depósitos Diferimento de rendimentos relativo a juros de depósitos (juros credores) 12/13 Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários 241 Imposto sobre o rendimento a 282 Rendimentos a reconhecer a 7911 De depósitos P/ recebimento de juros com especialização de rendimentos (data da operação) Ou 12/13 Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários 241 Imposto sobre o rendimento a 7911 De depósitos P/ recebimento de juros (data da operação) 7911 De depósitos a 282 Rendimentos a reconhecer P/ parte dos juros a reconhecer como rendimento no período seguinte (fim de período) Este diferimento só se aplica aos depósitos com juros recebidos antecipadamente (ou juros recebidos à cabeça). Diferenças cambiais desfavoráveis em depósitos bancários 6863 Diferenças de câmbio desfavoráveis a 11/12/13 Caixa/Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários Diferenças cambiais favoráveis em depósitos bancários 11/12/13 Caixa/Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários a 7861 Diferenças de câmbio favoráveis 2.7.3. Relacionados com inventários 2.7.3.1. Apuramento do Custo das mercadorias vendid as e das matérias consumidas

(CMVMC) no SII Hipótese 1 – Com cálculo prévio Cálculo prévio do CMV (conta 611) e/ou do CMC (conta 612) através da fórmula seguinte: CMVMC = Si + CL +/- RI - Sf Em que:

Si = Saldo inicial (conta 32 e 33) CL = Compras líquidas (contas 311, 312, 317 e 318) RI = Regularização de inventários (conta 382 e 383) Sf = Saldo final (por contagem física no final do exercício, considerando eventuais mercadorias em trânsito e em poder de terceiros)

Transferência das compras líquidas 317 Devoluções de compras

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318 Descontos e abatimentos em compras 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Transferência das regularizações de inventários 382/383 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) Ou 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) a 382/383 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Registo do CMV/CMC 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) Hipótese 2 – Sem cálculo prévio Transferência dos saldos iniciais de mercadorias e matérias 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) (*) Transferência das compras líquidas 317 Devoluções de compras 318 Descontos e abatimentos em compras 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo Transferência das regularizações de inventários 382/383 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ transferência das regularizações negativas (saldos credores) Ou 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo a 382/383 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo P/ transferência das regularizações positivas (saldos devedores) Reconhecimento dos saldos finais de mercadorias e matérias 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…) (*) a 611/612 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo (*) Utilizar as subcontas 325 Mercadorias em trânsito, 326 Mercadorias em poder de terceiros e 335 Matérias em trânsito no caso de bens em trânsito e em poder de terceiros. 2.7.3.2. Variações nos inventários da produção no S II Hipótese 1 – Com cálculo prévio Cálculo prévio das variações nos inventários da produção (conta 73) através da fórmula seguinte: VIP = Sf – (Si +/- RI) Em que:

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Sf = Saldo final (por valorização no final do exercício, considerando eventuais inventários em poder de terceiros) Si = Saldo inicial (contas 34, 35 e 36) RI = Regularização de inventários (contas 384, 385 e 386)

Transferência das regularizações de inventários 384/385/386 Regularização de inventários a 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) Ou 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) a 384/385/386 Regularização de inventários Registo das variações nos inventários da produção 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) a 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) P/ variações positivas Ou 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) a 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) P/ variações negativas Hipótese 2 – Sem cálculo prévio Transferência dos saldos iniciais 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) a 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) Transferência das regularizações de inventários 384/385/386 Regularização de inventários a 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) Ou 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) a 384/385/386 Regularização de inventários Reconhecimento dos saldos finais 34/35/36 Produtos acabados e intermédios/(…) a 731/732/733 Produtos acabados e intermédios/(…) 2.7.3.3. Mensuração dos inventários (ver parágrafo 9 da NCRF 18) Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou valor realizável líquido, dos dois o mais baixo. Custo dos inventários (ver parágrafo 10 da NCRF 18) O custo dos inventários inclui:

• Custos de compra (ver parágrafo 11 da NCRF 18) • Custos de conversão (ver parágrafos 12 a 14 da NCRF 18) • Outros custos para colocar os inventários no seu local e na sua condição actuais (ver

parágrafos 15 a 17 da NCRF 18)

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Valor realizável líquido (ver parágrafos 6, 7 e 28 a 33 da NCRF 18) É o preço de venda estimado no decurso ordinário da actividade empresarial menos os custos estimados de acabamento e os custos estimados necessários para efectuar a venda. O custo dos inventários, tal como definido anteriormente, pode não ser recuperável: se estiverem danificados ou obsoletos ou se os preços de venda diminuíram. Então o seu custo deve reduzir-se para o seu valor realizável líquido. Perdas por imparidade em inventários Se à data de fecho das contas, o custo for superior ao valor realizável líquido, a diferença deve ser reconhecida como gasto. Se à data de fecho das contas, existirem em inventário, bens sobre os quais foram feitos ajustamentos para o valor realizável líquido (VRL) no fim do período anterior:

• Se VRL se mantiver, não há que fazer qualquer ajustamento • Se VRL do fim deste período for inferior ao VRL do fim do período anterior, reforça-se

o ajustamento • Se VRL do fim deste período for superior ao VRL do fim do período anterior:

– Mas continuar inferior ao custo: procede-se à respectiva reversão, pela diferença entre o VRL do fim deste período e o VRL do fim do período anterior

– Mas se ficar superior ao custo: procede-se à respectiva reversão, pela diferença entre o VRL do fim do período anterior e o custo do bem

652 Perdas por imparidade - Em inventários a 3X9 Perdas por imparidade acumuladas P/ reconhecimento/reforço de perdas por imparidade em inventários 3X9 Perdas por imparidade acumuladas a 7622 Ajustamentos em inventários P/ reversão de perdas por imparidade em inventários Na venda de inventários cujo custo foi ajustado para o valor realizável líquido, o gasto a reconhecer na conta 61 é o valor realizável líquido. Neste caso, no SIP, para além da venda devemos registar anulação da perda por imparidade nos inventários e a saída dos bens do armazém agora pelo valor realizável líquido. Por exemplo, no caso de venda de mercadorias com perda por imparidade reconhecida, temos: 329 Perdas por imparidade acumuladas a 321 Armazém (*) P/ anulação das perdas por imparidade em mercadorias 611 Mercadorias a 321 Armazém (*) P/ saída de mercadorias do armazém (pelo valor realizável líquido) (*) Caso os bens estejam em poder de terceiros (por exemplo, bens à consignação) a contrapartida é a subconta 326 Mercadorias em poder de terceiros.

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No SII a anulação das perdas por imparidade acumuladas relativamente a mercadorias já vendidas deve-se fazer no final do exercício antes dos lançamentos referentes ao apuramento do custo da mercadoria vendida. O saldo inicial destas mercadorias será, para efeitos do apuramento do custo das mercadorias vendidas, o valor realizável líquido. 2.7.3.4. Acréscimos e diferimentos em vendas e pres tações de serviços Diferimento de rendimentos relativo a vendas e prestações de serviços 211 Clientes c/c a 2433 IVA - Liquidado a 282 Rendimentos a reconhecer a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (sem retenção na fonte) P/ vendas/prestações de serviços com especialização de rendimentos (data da operação) Ou 211 Clientes c/c a 2433 IVA - Liquidado a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (sem retenção na fonte) P/ Vendas/prestações de serviços (data da operação) 71/72 Vendas/Prestações de serviços a 282 Rendimentos a reconhecer P/ parte do rendimento a reconhecer no período seguinte (fim de período) Acréscimo de rendimentos relativo a vendas e prestações de serviços 2721 Devedores por acréscimos de rendimentos a 71/72 Vendas/Prestações de serviços 3.1.1. Relacionados com aquisição de bens consumíveis e serviços Diferimento de gastos com bens consumíveis e/ou serviços 281 Gastos a reconhecer 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c P/ aquisição com especialização de gastos (data da operação) Ou 62X Fornecimentos e serviços externos 2432 IVA - Dedutível a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c P/ aquisição (data da operação) 281 Gastos a reconhecer a 62X Fornecimentos e serviços externos P/ parte do gasto a reconhecer no período seguinte (fim de período) Acréscimo de gastos com bens consumíveis e/ou serviços 62X Fornecimentos e serviços externos a 2722 Credores por acréscimos de gastos 2.7.4. Relacionados com dívidas de clientes e dívid as a fornecedores

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2.7.4.1. Perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes Quando surgir uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável ou a quantia cuja recuperação tenha cessado de ser provável é reconhecida como gasto (imparidade em dívidas a receber) e não como um ajustamento da quantia do rédito originalmente reconhecido (ver parágrafo 18 da NCRF 20) Perda por imparidade é o excedente da quantia escriturada de um activo em relação à sua quantia recuperável As perdas por imparidade anuais serão registadas nas contas 6511 Perdas por imparidade - Em dívidas a receber - Clientes, e as suas reversões (quando deixarem de existir as situações que originaram as perdas) são registadas nas contas 76211 Reversões de perdas por imparidade - Em dívidas a receber - Clientes Reconhecimento/reforço de perdas por imparidade em dívidas a receber de clientes 6511 Perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Clientes a 219 Perdas por imparidade acumuladas Reversão da perda por imparidade em dívidas a receber de clientes 219 Perdas por imparidade acumuladas a 76211 Reversões – De perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Clientes Caso se receba uma dívida com perda por imparidade reconhecida, temos: 219 Perdas por imparidade acumuladas a 211 Clientes c/c P/ anulação da perda por imparidade 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 211 Clientes c/c a 783 Recuperação de dívidas a receber (se valor recebido > valor líquido da dívida) P/ recebimento Se uma dívida a receber com perda por imparidade reconhecida se tornar incobrável, temos: 219 Perdas por imparidade acumuladas a 211 Clientes c/c P/ anulação da perda por imparidade 683 Dívidas incobráveis 2434 IVA - Regularizações (sendo possível a regularização do IVA) a 211 Clientes c/c P/ perda (caso a perda por imparidade não iguale o valor da dívida) Caso se receba uma dívida considerada incobrável, temos: 11/12 Caixa/Depósitos à ordem a 2434 IVA - Regularizações (caso tenha havido regularização de IVA anteriormente) a 783 Recuperação de dívidas a receber 2.7.4.2. Perdas por imparidade em adiantamentos a f ornecedores Podem também existir situações de imparidade resultantes de incertezas acerca da recuperabilidade de valores respeitantes a adiantamentos a fornecedores (monetários ou não monetários).

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Tratando-se de adiantamentos não monetários, as perdas por imparidade acumuladas poderão ser contabilizadas numa conta a criar 399 Perdas por imparidade acumuladas, para manter a mesma lógica no desdobramento das restantes contas do activo. Adiantamentos monetários 6512 Perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Outros devedores a 229 Perdas por imparidade acumuladas P/ reconhecimento/reforço de perdas por imparidade 229 Perdas por imparidade acumuladas a 76212 Reversões – De perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Outros devedores P/ reversão da perda por imparidade Adiantamentos não monetários 652 Perdas por imparidade – Em inventários a 399 Perdas por imparidade acumuladas (a criar) P/ reconhecimento/reforço de perdas por imparidade 399 Perdas por imparidade acumuladas (a criar) a 7622 Reversões – De perdas por imparidade – Ajustamentos em inventários P/ reversão da perda por imparidade Quando se verificar o desreconhecimento dos créditos a que respeitam as imparidades, as contas 229 e 339 serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas do activo (conta 228, por exemplo). 2.7.4.3. Créditos sobre clientes e dívidas a fornec edores em moeda estrangeira Se existirem créditos ou débitos em moeda estrangeira na data de balanço, estes devem ser actualizados com base na taxa de câmbio desta data Diferenças cambiais desfavoráveis em fornecedores e clientes 6887 Diferenças de câmbio desfavoráveis a 211/221 Clientes c/c/Fornecedores c/c Diferenças cambiais favoráveis em fornecedores e clientes 211/221 Clientes c/c/Fornecedores c/c a 7887 Diferenças de câmbio favoráveis 2.7.5. Relacionados com gastos com o pessoal 2.7.5.1. Encargos com férias e gratificações Os principais aspectos relacionados com os encargos com férias são:

• O trabalhador tem direito, em cada ano civil, a um período de férias retribuídas, que se vence em 1 de Janeiro

• O direito a férias, em regra, reporta-se ao trabalho prestado no ano civil anterior • Devem estimar-se os encargos com férias (período de férias, subsídio de férias,

contribuições para a Segurança Social) e contabilizá-los no período a que respeitam, apesar de serem exigíveis apenas no exercício seguinte

• A estimativa dos encargos com férias deve ter por base os salários em vigor à data em que as férias serão gozadas e pagas

Os principais aspectos relacionados com as gratificações são:

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• Os lucros das sociedades podem, mediante deliberação em Assembleia Geral de sócios/accionistas, ser distribuídos aos detentores de capital e aos empregados.

• No caso dos empregados tais pagamentos assumem a forma de gratificações. • Tal como os encargos com férias, estas gratificações a pagar deverão ser

reconhecidas, sempre que possível, nos gastos do exercício em que o serviço foi prestado à entidade.

• A distribuição de lucros aos detentores do capital (sócios/accionistas) não assume a forma de gratificação (os lucros pertencem aos detentores do capital por direito) e, por conseguinte, deverá ser considerada como uma aplicação de resultados (operação do ciclo de financiamento que se estuda na Contabilidade Financeira II).

631 Remunerações dos órgãos sociais 632 Remunerações do pessoal a 2722 Credores por acréscimos de gastos

P/ estimativa das remunerações (encargos com férias ou gratificações) 635 Encargos sobre remunerações a 2722 Credores por acréscimos de gastos

P/ estimativa das contribuições para a segurança social relativos a férias, subsídio de férias e gratificações (se for caso disso)

Na contabilização subsequente do processamento dos encargos com férias e das gratificações podem colocar-se duas hipóteses:

• Contabilizar o processamento (tal como vimos anteriormente) como se não tivesse havido estimativa (subcontas da conta 63 Gastos com o pessoal) e no fim do exercício regularizar a estimativa pela diferença

• Contabilizar o processamento movimentando a débito a conta 272 Credores por acréscimos de gastos (em substituição das subcontas da conta 63 Gastos com o pessoal) regularizando de imediato eventuais diferenças (a reflectir nos gastos deste exercício) e no fim do exercício voltar a fazer a estimativa pelo seu valor total

2.7.5.2. Perdas por imparidade em adiantamentos aos órgãos sociais e ao pessoal Podem também existir situações de imparidade resultantes de incertezas acerca da recuperabilidade de valores relativos a adiantamentos aos órgãos sociais e ao pessoal 6512 Perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Outros devedores a 239 Perdas por imparidade acumuladas P/ reconhecimento/reforço de perdas por imparidade 239 Perdas por imparidade acumuladas a 76212 Reversões – De perdas por imparidade – Em dívidas a receber – Outros devedores P/ reversão de perdas por imparidade Quando se verificar o desreconhecimento do crédito a que respeita a imparidade, a conta 239 será debitada por contrapartida da correspondente conta do activo (conta 2321, por exemplo). 2.7.5.3. Acréscimos e diferimentos relacionados com gastos com o pessoal Diferimento de gastos com o pessoal 281 Gastos a reconhecer 63X Gastos com o pessoal 2432 IVA - Dedutível (se for aplicável)

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a 11/12/22/23 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores/Pessoal P/ despesa com o pessoal com especialização de gastos (data da operação) Ou 63X Gastos com o pessoal 2432 IVA - Dedutível (se for aplicável) a 11/12/22/23 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores/Pessoal P/ despesa com o pessoal (data da operação) 281 Gastos a reconhecer a 63X Gastos com o pessoal P/ parte do gasto a reconhecer no período seguinte (data de balanço) Acréscimo de gastos com o pessoal 63X Gastos com o pessoal a 2722 Credores por acréscimos de gastos 2.8. Exercícios propostos 2.8.1. Principais operações do ciclo de exploração Para cada uma das seguintes questões escolha a opção mais adequada marcando a mesma com um círculo. 1. O Sr. D procedeu à reparação de um pesado de mercadorias na sua oficina. O montante

facturado reparte-se do seguinte modo: € 1.200 de mão-de-obra e € 800 relativo a peças, mais IVA à taxa de 20%. O Sr. D no vencimento da factura recebeu apenas € 2.280, uma vez que o cliente efectuou a retenção na fonte prevista na lei. O registo contabilístico efectuado pelo Sr. D com suporte na factura deverá ter sido o seguinte: a) Clientes c/c - € 2.400 / a Prestação de serviços - € 2.000 e a IVA - Liquidado € 400 b) Clientes c/c - € 2.400 / a Vendas - € 2.000 e a IVA - Liquidado € 400 c) Clientes c/c - € 2.000 / a Vendas - € 800 e a Prestação de serviços - € 1.200 d) Clientes c/c - € 2.280 e imposto sobre o rendimento € 120 / a Prestação de serviços - €

2.000 e a IVA - Liquidado € 400 e) Nenhuma das anteriores

2. A sociedade CC, Lda. dedica-se à produção de conservas de peixe. Ela embala as

conservas em latas, que são esterilizadas e hermeticamente fechadas, a fim de que o seu conteúdo não possa ser adulterado. As latas utilizadas para acondicionar as conservas de peixe classificam-se contabilisticamente como: a) Produtos acabados b) Subprodutos c) Embalagens de consumo d) Mercadorias e) Nenhuma das anteriores

3. Na preparação da reconciliação bancária relativa ao mês de Junho de n, a sociedade

AAA, Lda. tinha disponível a seguinte informação:

Saldo do extracto bancário em 30/06/n € 122.325

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Cheques emitidos em circulação em 30/06/n € 16.250 Depósitos efectuados no cofre nocturno em 30/06/n € 12.500 Despesas bancárias apenas consideradas no extracto bancário € 50 Juros líquidos de DO apenas considerados no extracto bancário € 25

À data de 30 de Junho de n, o montante do saldo da conta de depósitos à ordem na empresa era: a) € 117.500 b) € 118.575 c) € 118.625 d) € 119.750 e) Nenhuma das anteriores

4. No ano n a empresa C iniciou a comercialização de uma nova mercadoria, praticando o

preço de venda de € 10/unidade. Durante esse ano, a sociedade efectuou apenas duas encomendas dessa mercadoria. Adquiriu 4.000 unidades em cada compra, mas os preços de aquisição variaram, tendo a empresa pago, por cada unidade, € 4 na primeira compra e € 6 na segunda. No final do ano n 3.000 unidades ainda não tinham sido vendidas. Se a empresa adoptou o FIFO, o resultado bruto das vendas (Vendas de mercadorias - Custo das mercadorias vendidas) no ano n foi: a) € 22.000 b) € 28.000 c) € 25.000 d) € 50.000 e) Nenhuma das anteriores

5. A empresa Q dedica-se à produção de um único produto e utiliza o SII. No final do ano n-1

o valor dos produtos acabados em armazém era de € 4.565.200. Durante o ano n a empresa contabilizou ofertas de produtos acabados aos seus clientes no valor de € 368.500. Da valorização do saldo do produto acabado no final dos ano n resultou uma variação nos inventários da produção relativa ao ano n de € (-) 567.400. Tendo em conta a informação disponível, os lançamentos efectuados no final do ano n relativos à variação nos inventários da produção terão sido: a) 731 - € 4.565.200 / a 341 - € 4.565.200; 384 - € 368.500 / a 731 - € 368.500; 341 - €

567.400 / a 731 - € 567.400 b) 731 - € 4.565.200 / a 341 - € 4.565.200; 384 - € 368.500 / a 731 - € 368.500; 341 - €

3.629.300 / a 731 - € 3.629.300 c) 341 - € 567.400 / a 731 - € 567.400 d) 731 - € 4.565.200 / a 341 - € 4.565.200; 341 - € 3.994.800 / a 731 - € 3.997.800 e) Nenhuma das anteriores

6. A empresa A pagou ao proprietário, Sr. S, a renda do mês de Novembro de n relativa ao

arrendamento de uma das suas lojas. Foi efectuada a retenção na fonte de IRS à taxa de 15% e a empresa emitiu um cheque no valor de € 1.020. O registo contabilístico da retenção na fonte de IRS relativa à renda descrita foi realizado na contabilidade da empresa A pelo valor de: a) € 180, a débito de uma subconta da conta 24 Estado e outros entes públicos b) € 180, a crédito de uma subconta da conta 24 Estado e outros entes públicos c) € 120, a débito de uma subconta da conta 24 Estado e outros entes públicos

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d) € 120, a crédito de uma subconta da conta 24 Estado e outros entes públicos e) Nenhuma das anteriores

7. A empresa H está enquadrada no regime mensal de IVA. Os seus registos contabilísticos

evidenciavam no final do mês de Março de n os seguintes saldos relacionados com aquele imposto:

2432 IVA - Dedutível € 85.500 2433 IVA - Liquidado € 83.200 24341 IVA - Regularizações - A favor da Empresa € 1.550 24342 IVA - Regularizações - A favor do Estado € 2.400 2436 IVA - A pagar € 12.900 2438 IVA - Reembolsos pedidos € 15.500

Relativamente ao mês de Março, a empresa H tem IVA: a) A pagar ao estado no valor de € 1.450 b) A pagar ao estado no valor de € 4.050 c) A recuperar do estado no valor de € 1.450 d) A recuperar do estado no valor de € 4.050 e) Nenhuma das anteriores

8. A empresa D, Lda. fabrica conservas de peixe. Em Junho de n uma vaga de calor originou

que o motor eléctrico de uma câmara de frio entrasse em curto-circuito. Em consequência da referida avaria, não foi possível garantir a manutenção do peixe em condições adequadas, pelo que foi necessário proceder ao respectivo abate. Sabendo que a empresa não tem seguro e utiliza o SII, o valor do peixe perdido em consequência do incidente referido, deverá ser registado: a) A débito da conta 6841 por contrapartida da conta 321 b) A débito da conta 6841 por contrapartida da conta 331 c) A débito da conta 6841 por contrapartida da conta 383 d) A débito da conta 6841 por contrapartida da conta 382 e) Nenhuma das anteriores

9. Um dos fornecedores da sociedade Z sofreu um incêndio nas suas instalações em 15 de

Dezembro de n. Como consequência daquele acidente, a continuidade das operações daquele fornecedor ficou posta em causa. A empresa tinha realizado um adiantamento monetário no valor de € 5.400 (IVA incluído à taxa de 20%) e segundo as estimativas efectuadas pelos serviços da sociedade Z apenas deverá ser possível recuperar 60% do valor do activo. O lançamento a efectuar em 31/12/n (data de encerramento das contas) relacionados com a operação descrita deve ter sido: a) 6512 Outros devedores - € 1.800 / a 229 Perdas por imparidade acumuladas - € 1.800 b) 652 Em inventários - € 1.800 / a 399 Perdas por imparidade acumuladas - € 1.800 c) 6512 Outros devedores - € 2.700 / a 229 Perdas por imparidade acumuladas - € 2.700 d) 652 Em inventários - € 2.700 / a 399 Perdas por imparidade acumuladas - € 2.700 e) Nenhuma das anteriores

10. A empresa E vende peças para automóveis. Um concessionário encomendou-lhe três

peças de um modelo que já não se fabrica, mas que a empresa E tinha ainda em armazém. Por se encontrarem em armazém há vários anos, a empresa reconheceu uma perda por imparidade pela totalidade do custo de aquisição (€ 100 cada peça), de acordo com a sua política contabilística. A empresa vendeu a crédito as três peças por € 150 cada peça (+ IVA à taxa de 20%).

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Sabendo que a empresa utiliza o SIP, os lançamentos a efectuar relacionados com a operação descrita devem ter sido: a) Clientes c/c - € 540 / a Vendas € 450 e a IVA - Liquidado € 90

Custo das mercadorias vendidas - € 300 / a Mercadorias - € 300 b) Depósitos à ordem - € 540 / a Vendas € 450 e a IVA - Liquidado € 90 c) Clientes c/c - € 360 / a Vendas € 300 e a IVA - Liquidado € 60

Custo das mercadorias vendidas - € 450 / a Mercadorias - € 450 d) Clientes c/c - € 540 / a Vendas € 450 e a IVA - Liquidado € 90 e) Nenhuma das anteriores

11. Considere um trabalhador com um vencimento bruto de 1.800€/mês. Além da

remuneração base, o trabalhador recebeu ajudas de custo no valor de € 300 e o subsídio de refeição no valor de € 80 (os dois valores não estão sujeitos a contribuição para a S. S. e IRS). Se a taxa de retenção de IRS for de 15% e as taxas relativas às contribuições para a Segurança Social forem de 11% (da responsabilidade do trabalhador) e 23,75% (da responsabilidade da entidade patronal), o valor da remuneração líquida a receber pelo trabalhador é: a) € 1.287,50 b) € 1.613,20 c) € 1.332,00 d) € 1.712,00 e) Nenhuma das anteriores

12. A empresa K emitiu em 1/Maio/n uma factura relativa a uma venda de 30.000 unidades de

mercadoria X a € 6,36/unid. (IVA incluído à taxa de 20%). O prazo de pagamento concedido ao cliente foi, a título excepcional, de 12 meses. Na definição do preço de venda da mercadoria foi já considerada uma taxa de juro anual de 6%, que corresponde à que é praticada pelo banco. As mercadorias tinham sido adquiridas pela empresa K a € 3,96/unid. (IVA incluído à taxa de 20%). Sabendo que a empresa utiliza o SIP, o resultado bruto (Vendas de mercadorias - Custo das mercadorias vendidas) desta venda terá sido: a) € 51.000 b) € 60.000 c) € 57.000 d) € 72.000 e) Nenhuma das anteriores

13. A Sociedade A, Lda. pagou honorários a um arquitecto, relativos a um projecto que foi

iniciado e concluído no ano n. O pagamento ocorreu em Outubro de n, mês em que a empresa recebeu também o recibo modelo 6 de IRS, no qual se evidenciava IVA à taxa de 20% no montante de € 500 e uma retenção na fonte de IRS também de 20%. Relativamente aos honorários do arquitecto pagos pela sociedade A, Lda. no ano n: a) O montante pago ao arquitecto foi de € 2.000 b) O gasto da empresa ascendeu a € 2.000 c) O montante bruto dos honorários foi de € 2.500 d) A retenção na fonte de IRS foi de € 600 e) Nenhuma das anteriores

14. De acordo com o SNC, as perdas por imparidade em dívidas a receber:

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a) Só podem ser anuladas ou revertidas no momento do desreconhecimento das dívidas a que respeitam

b) Não são consideradas como gastos mas sim como anulações de rendimentos anteriormente reconhecidos

c) São reconhecidas exclusivamente se respeitarem a dívidas de clientes vencidas há mais de 6 meses

d) Devem ser reconhecidas quando exista uma probabilidade muito reduzida de cobrança total ou parcial da dívida, ainda que a mesma não esteja já vencida

e) Nenhuma das anteriores 15. No ano n a empresa C iniciou a comercialização de uma nova mercadoria, praticando o

preço de venda de € 10/unidade. Durante esse ano, a sociedade efectuou apenas duas encomendas dessa mercadoria. Adquiriu 3.000 unidades em cada compra, mas os preços de aquisição variaram, tendo a empresa pago, por cada unidade, € 6 na primeira compra e € 4 na segunda. No final do ano n 1.000 unidades ainda não tinham sido vendidas. Se a empresa tivesse adoptado o FIFO em vez do CMP, o custo das mercadorias vendidas no ano n teria sido: a) € 24.000 b) Superior em € 1.000 ao valor apurado pelo CMP c) Igual ao valor apurado pelo CMP d) Inferior em € 1.000 ao valor apurado pelo CMP e) Nenhuma das anteriores

16. A sociedade L, Lda. adquiriu uma mercadoria cujo preço de tabela era de € 44.000, tendo

auferido um desconto comercial de 10%. De entre as condições contratuais constava um desconto adicional de 10% para o caso de o pagamento ser efectuado no prazo de uma semana, o que ocorreu. Na data de encerramento das contas o valor realizável líquido da mesma mercadoria é € 33.250. De acordo com a informação disponível, na data de encerramento das contas, a empresa: a) Deve reconhecer uma perda por imparidade em inventários de € 10.750 b) Deve reconhecer uma perda por imparidade em inventários de € 6.350 c) Deve reconhecer uma perda por imparidade em inventários de € 2.390 d) Não deve registar qualquer perda por imparidade em inventários e) Nenhuma das anteriores

17. A empresa B encerra durante o mês de Agosto para férias. O pagamento do subsídio de

férias ocorre no final do mês de Julho, em conjunto com as remunerações deste mês. O quadro de pessoal mantém-se estável desde a constituição da empresa no início do ano n-5. Na contabilidade da empresa B, o mês de férias e o subsídio de férias pagos no exercício n são gastos: a) Do exercício n-1 b) Do exercício n c) Dos exercícios n-1 e n em partes iguais d) Do exercício n+1 e) Nenhuma das anteriores

18. Relativamente às fórmulas de custeio dos inventários previstas no SNC:

a) Deixou-se de considerar a fórmula LIFO (Last in, first out) na determinação do custo dos inventários

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b) O custo dos inventários de itens que não sejam indiferenciáveis ou adquiridos ou produzidos para projectos específicos deve ser atribuído pelo uso da identificação específica dos seus custos individuais

c) O custo dos inventários de itens indiferenciáveis deve ser atribuído pelo uso consistente da fórmula FIFO ou da fórmula CMP

d) Todas as anteriores e) Nenhuma das anteriores

19. A empresa K emitiu em 1/Maio/n uma factura relativa a uma venda de 30.000 unidades de

mercadoria X a € 6,36/unid. (IVA incluído à taxa de 20%). O prazo de pagamento concedido ao cliente foi, a título excepcional, de 12 meses. Na definição do preço de venda da mercadoria foi já considerada uma taxa de juro anual de 6%, que corresponde à que é praticada pelo banco. As mercadorias tinham sido adquiridas pela empresa K a € 3,96/unid. (IVA incluído à taxa de 20%). Sabendo que a empresa utiliza o SIP, o valor dos juros obtidos a incluir no resultado do exercício n, será: a) € 7.200 b) € 9.000 c) € 3.000 d) € 6.000 e) Nenhuma das anteriores

20. A empresa H está enquadrada no regime mensal de IVA. Os seus registos contabilísticos

evidenciavam no final do mês de Março de n os seguintes saldos relacionados com aquele imposto:

2432 IVA - Dedutível € 65.500 2433 IVA - Liquidado € 93.200 24341 IVA - Regularizações - A favor da Empresa € 1.550 24342 IVA - Regularizações - A favor do Estado € 2.400 2437 IVA - A recuperar € 12.900 2438 IVA - Reembolsos pedidos € 15.500

Relativamente ao mês de Março, a empresa H tem IVA: a) A pagar ao estado no valor de € 15.650 b) A pagar ao estado no valor de € 28.550 c) A recuperar do estado no valor de € 15.650 d) A recuperar do estado no valor de € 28.550 e) Nenhuma das anteriores

21. Os custos de transporte suportados na venda de mercadorias devem ser:

a) Deduzidos ao valor da venda, aparecendo reflectidos na conta 711 Mercadorias b) Contabilizados na conta 684 Perdas em inventários c) Contabilizados na conta 6253 Transportes de mercadorias d) Acrescidos ao custo da compra, aparecendo reflectidos na conta 311 Mercadorias e) Nenhuma das anteriores

22. Considere a seguinte informação relativa ao exercício n: Pagamentos a fornecedores de mercadorias € 580.000 Redução das contas a pagar aos fornecedores de mercadorias € 50.000 Aumento das existências de mercadorias € 20.000

O custo das mercadorias vendidas do exercício n foi de: a) € 650.000

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b) € 610.000 c) € 550.000 d) € 510.000 e) Nenhuma das anteriores

23. Considere a seguinte informação da empresa C, Lda relativamente ao exercício n:

Si mercadorias € 86.000 Sf mercadorias € 94.000 Si produtos acabados € 184.000 Sf produtos acabados € 152.000 Si produtos em curso € 178.000 Sf produtos em curso € 200.000

Sabendo ainda que o valor das compras de mercadorias durante o exercício n foi de 540.000 e que a empresa utiliza o SII, qual o valor a incluir na linha variação nos inventários da produção da DR por naturezas da empresa C, Lda. relativa ao exercício n: a) € 522.000 b) - € 2.000 c) € 10.000 d) - € 10.000 e) Nenhuma das anteriores

2.8.2. Caixa A empresa W apresenta em 15 de Novembro de n um saldo de caixa de € 2.752. Durante a 2ª quinzena de Novembro verificaram-se os seguintes movimentos de caixa: Dia 16 - Depósito na conta à ordem de cheques registados em caixa € 750 Dia 18 - Pagamento de despesas de reparação de uma viatura de mercadorias € 200 (+ IVA à taxa de 23%) Dia 19 - Pagamento a um fornecedor para liquidação de facturas em dívida € 458 Dia 20 - Pagamento ao estado das retenções na fonte de impostos sobre rendimentos realizadas no mês de Outubro € 1.200 Dia 21 - Levantamento em numerário da conta à ordem para reforço de caixa € 500 Dia 23 - Adiantamento a um empregado sobre as remunerações do mês € 250 Dia 25 - Pagamento de gasolina € 123 (inclui IVA não dedutível à taxa de 23%) Dia 27 - Recebimento de cheque no valor de € 648 de um cliente para liquidação de facturas em dívida Dia 29 - Venda a dinheiro de mercadorias € 75 (+ IVA à taxa de 23%) Dia 30 - Falha de caixa imputável ao tesoureiro € 15 a) Elabore a folha de caixa (em disposição vertical) referente à 2ª quinzena de Novembro.

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b) Contabilize no diário o movimento de caixa referente à 2ª quinzena de Novembro reportado a 30/11/n.

2.8.3. Caixa Na sociedade A, Lda. (que desenvolve uma actividade isenta de IVA) a conta caixa apresentava em 1 de Fevereiro de n o saldo de € 4.538 correspondente a:

• Notas e moedas € 3.218 • Cheques € 1.820

Durante o mês de Fevereiro verificaram-se os seguintes movimentos de caixa: Dia 2 - Depósito à ordem da totalidade dos cheques em caixa Dia 10 - Pagamento de despesas de reparação de uma viatura € 1.750 Dia 12 - Pagamento ao fornecedor HH para liquidação de facturas em dívida € 1.450 Dia 15 - Levantamento em numerário da conta à ordem para reforço de tesouraria € 2.000 Dia 17 - Venda a dinheiro de mercadorias € 1200. Desconto de p. p. concedido de 3% Dia 18 - Adiantamento a um empregado sobre as remunerações do mês € 200 Dia 21 - Compra a pronto de mercadorias € 550. Desconto de p. p. obtido de 2% Dia 23 - Pagamento em dinheiro de gasóleo € 70 Dia 25 - Recebimento de cheque no valor de 2.700 do cliente KK para liquidação de factura Dia 27 - Pagamento de comissões em dívida (já processadas) ao n/ vendedor JJ € 800 Dia 28 - Falha de caixa não imputável ao tesoureiro € 12 a) Elabore a folha de caixa (em disposição vertical) referente ao mês de Fevereiro de n da

empresa A, Lda. b) Contabilize no diário o movimento de caixa referente ao mês de Fevereiro reportado a

28/02/n.

2.8.4. Caixa O órgão de gestão da empresa Z deliberou que a secção de pessoal fosse dotada com um fundo fixo de € 500 com vista ao pagamento de pequenas despesas relacionadas com o pessoal, tendo sido emitido, em 1/6/n, um cheque naquela importância sobre o banco A e à ordem da pessoa responsável por tal fundo. Foi ainda deliberado diminuir o fundo fixo da secção de vendas em € 200, por se considerar o valor excessivo face ao volume de despesas da secção. O responsável pelo fundo restituiu o valor em 15/06/n, tendo a empresa efectuado imediatamente o seu depósito na conta à ordem do banco A. Em 30/6/n (data de reposição do fundo), a secção de pessoal apresentou justificativos das seguintes despesas:

• Refeições do chefe da secção € 125

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• Multa por entrega de declaração fora de prazo € 150 • Compra e utilização de selos de correio € 45

A reposição foi feita através de cheque emitido à ordem do responsável do fundo. Proceda ao registo no diário das operações relacionadas com os fundos fixos de caixa. 2.8.5. Depósitos bancários A sociedade K tem uma conta de depósitos à ordem no Banco BQP. Relativamente a esta conta, constavam dos respectivos extractos, os seguintes saldos (ambos reportados a 30/09/n):

• Empresa € 17.905 • Banco € 13.830

Após da análise realizada verificou-se que:

• Não foi ainda contabilizada pela empresa a transferência bancária relativa a um adiantamento (monetário) feito pelo cliente A no valor de € 2.460 (IVA incluído à taxa de 23%).

• Não foi ainda apresentado a desconto um cheque da empresa no valor de € 3.240 emitido a favor do fornecedor B.

• Não foi ainda contabilizada pela empresa a transferência bancária a favor do Sr. C relativa à renda do armazém no valor de € 4.175 (valor já deduzido da retenção na fonte de imposto sobre o rendimento à taxa de 16,5%).

• Não consta do extracto bancário (por erro do banco) o depósito efectuado pela

empresa em 30 de Setembro no valor de € 5.600. a) Efectue a reconciliação dos saldos apresentados. b) Contabilize no diário as correcções às contas que considere convenientes reportadas a

30/09/n. 2.8.6. Depósitos bancários Em 05/05/n a empresa XYZ, Lda. procedeu à abertura de uma conta à ordem no Banco A com um depósito inicial de 50.000€. Em 31/05/n o extracto bancário enviado pelo banco A e a conta 121 - Banco A evidenciavam os seguintes movimentos: Extracto bancário emitido pelo Banco A relativo à empresa XYZ, Lda.

Data Descrição Débito Crédito Saldo 05/05/n Abertura de conta 50.000,00 50.000,00 08/05/n Cheque nº xxxx1 43.940,00 6.060,00 11/05/n Emissão cartão de crédito 250,00 5.810,00 12/05/n Livro de cheques 125,00 5.685,00 18/05/n Cheque nº xxxx2 73.970,10 (68.285,10) 21/05/n Desconto de letra a receber (VL) 7.325,64 (60.959,46) 21/05/n Depósito de valores 4.562,10 (56.397,36) 26/05/n Transferência conta caucionada 70.000,00 13.602.64 26/05/n Rectificação encargos desconto de letra a receber 35,68 13.566,96

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26/05/n Imposto de selo conta caucionada 650,00 12.916,96 30/05/n Cheque nº xxxx4 5.642,18 7.274,78 31/05/n Débito domiciliação de vencimentos 34.583,60 (27.308,82) 31/05/n Juros devedores 23,15 (27.331,97)

Extracto da conta 121 Depósitos à ordem - Banco A na empresa XYZ, Lda.

Data Descrição Débito Crédito Saldo 05/05/n Abertura de conta 50.000,00 50.000,00 06/05/n Cheque nº xxxx1 43.940,00 6.060,00 06/05/n Cheque nº xxxx2 73.970,10 (67.910,10) 16/05/n Emissão cartão de crédito 250,00 (68.160,10) 21/05/n Depósito de valores 4.562,10 (63.598,00) 21/05/n Transferência conta caucionada 70.000,00 6.402,00 26/05/n Cheque nº xxxx3 397,80 6.004,20 28/05/n Cheque nº xxxx4 5.642,18 362,02 31/05/n Ordem transferência conta caucionada 40.000,00 40.362,02

Elabore a reconciliação dos saldos da conta de depósitos à ordem apresentada. 2.8.7. Depósitos bancários A sociedade S, Lda. tem uma conta de depósitos à ordem no Banco E. Em 31 de Dezembro de n eram os seguintes os saldos apresentados por cada uma das entidades:

• Empresa € 3.890,32 • Banco € 1.070,22

Após uma análise às contas constatou-se que:

• A empresa ainda não registou os juros do depósito à ordem no valor de € 50. Foi efectuada uma retenção na fonte de IRC à taxa de 20%.

• Ainda não tinha sido contabilizada pela empresa o reembolso de um empréstimo bancário no valor de € 2.000.

• Ainda não constava do extracto bancário o cheque n.º 123456 no valor de € 257,98 emitido a favor do fornecedor M.

• O débito do custo da renovação do cartão de crédito do sócio L, ainda não foi registado pela empresa. O valor da renovação ascende a € 25.

• Não foi igualmente registado pela empresa o recâmbio de uma letra descontada anteriormente. O valor nominal do título é de € 500, tendo o banco debitado despesas de devolução de € 5.

• Não consta do extracto bancário o depósito efectuado pela empresa em 30 de Dezembro de n no valor de € 588,08. Da consulta aos documentos da empresa concluiu-se que deverá haver erro do banco.

a) Efectue a reconciliação dos saldos apresentados. b) Contabilize no diário o recebimento dos juros do depósito à ordem em 31/12/n.

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2.8.8. Caixa e depósitos bancários A empresa X apresentava em 31/12/n (data de encerramento das contas), entre outros os seguintes saldos:

• 11 Caixa € 3.800 • 12 Depósitos à ordem € 14.200 • 13 Outros depósitos bancários € 30.000

A composição do saldo de caixa é a seguinte:

• Notas e moedas € 1.300 • Cheques € 1.600 • 1.000 USD € 700 • Vale do gerente € 200 (adiantamento por conta de remunerações)

A taxa de câmbio do USD é nesta data de € 0,65/USD A conta de depósitos à ordem apresenta o seguinte desdobramento:

• 121 Banco A € 9.500 • 122 Banco B € 6.900 • 123 Banco C (€ 2.200)

A conta 13 refere-se a um depósito com o prazo de um ano realizado em 1/03/n com juros (ainda não contabilizados) à taxa anual de 6% a receber no final do prazo a) Registe no diário os lançamentos que achar convenientes. b) Determine o valor de caixa e depósitos bancários a apresentar no balanço da empresa X

em 31/12/n. c) Registe no diário em 28/02/n+1 a transferência do depósito a prazo para a conta à ordem e

o recebimento dos juros do depósito a prazo, admitindo uma retenção na fonte de imposto sobre o rendimento de 25%.

2.8.9. Caixa e depósitos bancários A empresa Y apresentava em 31/12/n (data de encerramento das contas), entre outros os seguintes saldos:

• 11 Caixa € 9.450 • 12 Depósitos à ordem € 16.800 • 13 Outros depósitos bancários € 30.000

A composição do saldo de caixa é a seguinte:

• Notas e moedas € 2.100 • Cheques € 3.800 • 2.500 USD € 1.500 • Vales de empregados € 700 • Cheque devolvido pelo banco por falta de provisão € 1.000 • Documentos de despesas particulares do sócio € 300

A taxa de câmbio do USD é nesta data de € 0,65/USD. Os vales irão ser descontados no subsídio de férias do próximo ano.

O cheque devolvido aguarda acordo com o cliente para pagamento a prestações.

Os documentos de despesas do sócio estão a aguardar pagamento do mesmo.

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As falhas de caixa são imputáveis ao tesoureiro e regularizadas no processamento de salários.

A conta de depósitos à ordem apresenta o seguinte desdobramento:

• 121 Banco A € 20.700 • 122 Banco B (€ 3.900)

A conta 13 refere-se a um depósito com o prazo de um ano realizado em 1/03/n com juros à taxa anual de 6% já recebidos (no início do prazo) e contabilizados como rendimento do exercício n. a) Registe no diário os lançamentos que achar convenientes. b) Determine o valor de caixa e depósitos bancários a apresentar no balanço da empresa Y

em 31/12/n. c) Contabilize no diário em 28/02/n+1 a transferência do depósito a prazo para a conta à

ordem e a regularização do diferimento de juros efectuado no ano anterior. 2.8.10. Inventários e aquisições de serviços As empresas A (grossista) e B (retalhista) comercializam a mercadoria X. São ambas sujeitos passivos de IVA no regime geral mensal. Durante o mês de Abril de n ocorreram as seguintes operações entre as duas empresas: Dia 2/04/n - Adiantamento (através de cheque) com preço fixado da empresa B à empresa A no valor de € 36.000 (IVA incluído à taxa de 20%), por conta do próximo fornecimento de mercadoria X. Dia 14/04/n - Venda a crédito da empresa A à empresa B de 5.000 unidades de mercadoria X a € 16 (+ IVA à taxa de 20%). O adiantamento foi regularizado nesta data. Dia 18/04/n - Nota de crédito da empresa A relativa a descontos de revenda de 10%+5% (com regularização de IVA à taxa de 20%), por lapso, não incluídos na factura anterior. Dia 20/04/n - A empresa A pagou (em cheque) o transporte da mercadoria no valor de € 2.400 (+ IVA à taxa de 20%), conforme factura/recibo do transportador e enviou nota de débito à empresa B no valor de € 1.200 (+ IVA à taxa de 20%), respeitante a 50% do valor do frete (de acordo com o combinado). Dia 25/04/n - A empresa B pagou (por transferência bancária) 30% do valor em dívida e aceitou pagar uma letra a 60 dias pelo restante. Admitindo o SII, registe os lançamentos que achar convenientes nos diários das empresas A e B. 2.8.11. Inventários, aquisições de bens consumíveis e de serviços A empresa Y iniciou a sua actividade em 1 de Janeiro de n e realizou, entre outras, as seguintes operações durante o mês de Janeiro de n: Dia 3 - Compra a crédito à empresa E, Lda. de 400 unidades da mercadoria Z ao preço unitário de € 41,50 + IVA à taxa de 23% (V/ factura).

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Dia 6 - Oferta de 20 unidades da mercadoria Z ao cliente C, Lda., tendo a empresa liquidado IVA à taxa de 23%. Dia 10 - Facturas relativas a refeições do gerente no valor de € 100 (+ IVA à taxa de 13% não dedutível). Dia 16 - Venda a crédito de 350 unidades da mercadoria Z ao cliente G, Lda. ao preço unitário de € 49 + IVA à taxa de 23% (N/ factura). O transporte destas mercadorias foi assegurado pela transportadora F, Lda. (V/ factura/recibo no valor de € 738, IVA incluído à taxa de 23%). Dia 17 - Devolução de 15 unidades da mercadoria Z vendidas no dia 16 ao cliente G, Lda. (N/ nota de crédito com regularização de IVA à taxa de 23%). Dia 21 - Recibo modelo 6 do advogado relativo a serviços prestados no valor bruto de € 300 (+ IVA à taxa de 23% e retenção de IRS à taxa de 21,5%). Dia 28 - Recibos de gasóleo relativos ao mês de Janeiro no valor de € 492 (IVA incluído à taxa de 23% dedutível em 50%). Admitindo o SII, registe no diário as operações atrás mencionadas. 2.8.12. Inventários, aquisições de bens consumíveis e de serviços A empresa TT, Lda. que se dedica à comercialização de electrodomésticos, realizou as seguintes operações durante o mês de Fevereiro de n: Dia 2 - Factura n.º 12 de LL, Lda. referente à aquisição de 10 frigoríficos a € 396 cada (IVA incluído à taxa de 20%). A empresa tinha efectuado um adiantamento com fixação de preço por conta desta aquisição no valor € 1.200 (IVA incluído à taxa de 20%). Dia 3 - Factura n.º 953 de Transportes AA, Lda. referente ao transporte da mercadoria adquirida no dia anterior, no valor de € 250 (+ IVA à taxa de 20%). Dia 5 - Factura/recibo n.º 1212 da P Telecom no valor € 120 (IVA incluído à taxa de 20%). Valor pago em cheque. Dia 6 - Factura/recibo n.º 5432 da Eléctrica de Portugal no valor de € 57,75 (IVA incluído à taxa de 5%). Valor pago em dinheiro. Dia 8 - Aquisição de selos de correio, a dinheiro, no valor de € 25. Dia 10 - Factura/recibo n.º 796 relativa à aquisição de gasolina no valor de € 34,80 (IVA incluído à taxa de 20% não dedutível). Valor pago em dinheiro. Dia 11 - Factura/recibo referente à aquisição de gasóleo no valor de € 295,20 (IVA incluído à taxa de 20% dedutível em 50%). Valor pago em cheque. Dia 13 - Factura n.º 56 no valor € 325 (+ IVA à taxa de 20%) referente a material de consumo para o escritório. Dia 14 - N/ factura n.º 65 referente à venda de electrodomésticos no valor de € 2.300 (+ IVA à taxa de 20%).

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Dia 15 - VD n.º 345 da Transportadora Ideal, Lda. referente ao transporte da mercadoria do dia anterior, no valor de € 292,80 (IVA incluído à taxa de 20%). Valor pago em cheque. Dia 17 - N/ cheque no valor € 850 a favor de Joaquim Bento para liquidação da renda do armazém (retenção na fonte de IRS à taxa de 15%) Dia 19 - N/ cheque no valor de € 400 para liquidação dos honorários do TOC (IVA à taxa de 20% e retenção de IRS à taxa de 20%). Dia 22 - Factura n.º 121 da Limpeza M, Lda. no valor de € 240 referente à limpeza mensal das instalações (IVA incluído à taxa de 20%) Dia 28 - O sócio X suportou e apresentou diversas despesas (a reembolsar pela empresa): - Refeições (IVA incluído não dedutível à taxa de 12%) € 112 - Estadia de clientes em hotel (IVA incluído não dedutível à taxa de 5%) € 997,50 Admitindo o SII, contabilize no diário as operações apresentadas. 2.8.13. Inventários e aquisições de serviços A empresa B iniciou a sua actividade em 1 de Janeiro de n, comercializa a mercadoria M e adopta o SII. Durante o mês de Janeiro de n registaram-se as seguintes operações relacionadas com a mercadoria M: Dia 2 - Factura da empresa J, Lda. relativa à aquisição de 2.000 unidades ao preço unitário de € 1,25 (+ IVA à taxa de 23%). Dia 3 - Factura/recibo da empresa T, Lda. no valor de € 500 (+ IVA à taxa de 23%) relativa ao transporte da mercadoria adquirida no dia anterior. Dia 5 - Oferta de 100 unidades ao cliente K, Lda. (foi liquidado IVA à taxa de 23%). Dia 10 - N/ factura referente à venda de 900 unidades à empresa K, Lda. ao preço unitário de € 5 (+ IVA à taxa de 23%). Dia 11 - Factura/recibo da empresa T, Lda. no valor de € 200 (+ IVA à taxa de 23%) relativa ao transporte da mercadoria vendida no dia anterior. Dia 13 - N/ nota de crédito sobre K, Lda. relativa a desconto comercial de 10% que, por lapso, não foi incluído na factura (foi regularizado IVA à taxa de 23%). Dia 15 - N/ recibo referente ao pagamento em cheque de K, Lda. do valor em dívida. O cliente beneficiou de um desconto (de antecipação de pagamento) no valor de € 199,26. Dia 31 - Recibo de J, Lda. referente ao n/ pagamento em cheque do valor em dívida. a) Registe no diário as operações atrás mencionadas. b) Registe no diário, em 31 de Dezembro de n, o apuramento do custo das mercadorias

vendidas, considerando a seguinte informação: - Compras brutas de mercadorias € 900.000 - Devoluções de compras de mercadorias € 50.000 - Descontos e abatimentos em compras de mercadorias € 20.000 - Ofertas de mercadorias a clientes € 10.000 - Saldo final de mercadorias (valorizadas ao custo de aquisição) € 150.000

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c) Admitindo que o valor realizável líquido das mercadorias em armazém no final do exercício é de € 90.000, registe no diário, em 31 de Dezembro de n, os lançamentos que achar convenientes.

2.8.14. Gastos com o pessoal Considere a seguinte informação relativa ao processamento de remunerações do mês de Outubro de n efectuado pela empresa A em 27/10/n:

Órgãos sociais Pessoal Remunerações brutas € 4.000 € 65.000 Descontos Segurança social € 400 € 6.600 IRS € 1.000 € 11.000 Reembolso de adiantamentos € 2.500 Sindicatos € 520

Remunerações sujeitas a contribuições para a segurança social às taxas normais: Órgãos sociais € 4.000 21,25% Pessoal € 60.000 23,75% As remunerações são pagas por transferência bancária em 30 de Outubro de n. Em 12 de Novembro de n foram pagos (através de cheque) as contribuições para a segurança social. Em 18 de Novembro de n foram pagas (através de cheque) as retenções na fonte de IRS. Em 30 de Novembro de n foram pagas (através de cheque) as quotizações sindicais. Com base nas informações apresentadas, contabilize no diário o processamento de salários relativo ao mês de Outubro de n e todos os pagamentos relacionados. 2.8.15. Inventários A empresa A comercializa, entre outras, a mercadoria W. Em 30 de Novembro de n existiam em armazém 8.000 unidades da mercadoria W adquiridas a € 18. Durante o mês de Dezembro de n registou-se os seguintes movimentos relativamente àquela mercadoria: Dia 4 - Compra a B (V/ factura n.º 3550/12) de 16.000 unidades ao preço de € 20 (+ IVA à taxa de 20%), relativamente às quais foi concedido um desconto comercial (incluído na factura) de 10%+5%. Esta compra originou despesas de transporte no valor de € 26.400 (+ IVA à taxa normal), pagas através de cheque sobre o Banco H. Dia 9 - Oferta de 1.000 unidades ao cliente G (+ IVA liquidado à taxa de 20%). Dia 11 - Venda a G (n/ factura n.º 7895) de 8.000 unidades ao preço de € 25 (+ IVA liquidado à taxa de 20%). Dia 14 - Nota de crédito n.º 99 de B relativa à devolução de 5.000 unidades adquiridas no dia 4 (com regularização de IVA à taxa de 20%).

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Dia 18 - Um acidente no armazém originou a destruição de 3.000 unidades, existindo já a confirmação da seguradora de que irá pagar a indemnização de € 60.000. Dia 22 - N/ nota de crédito n.º 137 relativa à devolução de 3.000 unidades vendidas no dia 11 (com regularização de IVA à taxa de 20%). Dia 26 - Envio à consignação de 2.000 unidades ao cliente O. Dia 30 - Factura n.º 3670/12 da empresa B relativa à compra de 18.000 unidades ao preço de € 20 (+ IVA à taxa de 20%), na qual foi obtido um bónus de 2.000 unidades. A pedido da n/ empresa as 20.000 unidades apenas serão entregues em 3/1/n+1. Dia 31 - A inventariação física efectuada nesta data revelou a existência de 7.800 unidades. Admitindo que a empresa A adopta o SIP e utiliza como fórmula de custeio o CMP: a) Elabore a ficha de armazém da mercadoria W. b) Contabilize as operações no diário da empresa A. 2.8.16. Inventários A empresa W comercializa, entre outras, a mercadoria AA. Em 1/3/n existiam em armazém 200 unidades adquiridas ao preço unitário de € 1,05. Durante o mês de Março registaram-se as seguintes operações (todas sujeitas a IVA à taxa de 20%) relativas à mercadoria AA: Dia 2 - Factura da empresa JJ relativa à aquisição de 2.000 unidades a € 1,25. Dia 4 - Nota de crédito de JJ no valor de € 100 relativa a desconto comercial que, por lapso, não foi incluído na factura anterior. Dia 5 - Devolução a JJ de 200 unidades. Dia 13 - Venda a pronto de 600 unidades à empresa YY ao valor unitário € 3,75, tendo ainda concedido um desconto de p.p. de 2% Dia 15 - V. D. da empresa ZZ referente a 700 unidades ao preço unitário de € 1,30, tendo ainda beneficiado de um desconto de p.p. de 3%. Dia 20 - Venda a crédito de 1.500 unidades à empresa HH ao preço unitário de € 4 Dia 21 - Envio de nota de crédito a HH relativa a desconto comercial de 5% que, por lapso, não foi incluído na factura anterior. Dia 23 - Devolução de 200 unidades por parte do cliente HH. Dia 24 - Oferta de 50 unidades ao cliente KK. Admitindo que a empresa W adopta o SIP e utiliza como fórmula de custeio o FIFO: a) Elabore a ficha da mercadoria AA e determine o custo da mercadoria AA vendida durante o

mês de Março de n. b) Contabilize as operações no diário da empresa W. 2.8.17. Inventários Do balancete da empresa X em 31/12/n, retirou-se a seguinte informação:

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Contas Saldos

Devedores Credores 311 Mercadorias 400.000 312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 750.000 3171 Mercadorias 25.000 3172 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 24.000 3181 Mercadorias 2.500 3182 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 3.750 32 Mercadorias 40.000 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 50.000 34 Produtos acabados e intermédios 60.000 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos 10.000 36 Produtos e trabalhos em curso 30.000 382 Mercadorias 250 383 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 500 384 Produtos acabados e intermédios 100 385 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos 50

Os saldos finais, conforme inventário realizado em 31/12/n, eram os seguintes:

• Mercadorias € 22.500 • Matérias-primas, subsidiárias e de consumo € 60.000 • Produtos acabados e intermédios € 40.000 • Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos € 9.000 • Produtos e trabalhos em curso € 37.500

Admitindo o SII: a) Efectue os lançamentos, no diário, relativos ao apuramento do custo das mercadorias

vendidas, das matérias consumidas, bem como da variação nos inventários da produção. b) Valores a incluir nas linhas ‘Variação nos inventários da produção´ e ‘Custo das

mercadorias vendidas e das matérias consumidas’ da DR por naturezas relativa ao exercício n e na linha ‘inventários’ do balanço reportado a 31 de Dezembro de n.

2.8.18. Gastos com o pessoal Considere-se que no final do ano n a empresa B não tem contabilizado qualquer estimativa relativa aos encargos com férias a pagar em n+1. Das análises efectuadas reuniram-se os seguintes elementos:

• Total das remunerações mensais em vigor em 31/12/n Órgãos sociais € 15.000 Restante pessoal € 120.000

• O aumento mínimo médio para n+1 é de 4%. • As contribuições para a segurança social são de 21,25% para os órgãos sociais e

23,75% para o restante pessoal. Em 31/07/n+1 a empresa B apurou os seguintes encargos definitivos com férias referentes ao exercício n:

Órgãos sociais Pessoal Remunerações do período de férias € 15.500 € 126.000 Subsídio de férias € 15.500 € 126.000 Segurança social € 6.587,50 € 59.850

Sabendo ainda que os descontos efectuados foram os seguintes:

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Órgãos sociais Pessoal Segurança Social € 3.100 € 27.720 IRS € 7.600 € 45.500 Sindicatos € 2.520

a) Contabilize em 31/12/n a estimativa dos encargos com férias a pagar em n+1. b) Contabilize o processamento das férias e subsídio de férias em 31/07/n+1. 2.8.19. Inventários A empresa A comercializa a mercadoria Z. No dia 1 de Outubro de n existiam em armazém 100 unidades da mercadoria Z adquiridas ao preço unitário de € 40. Durante o mês de Outubro de n ocorreram as seguintes operações relacionadas com a mercadoria Z: Dia 3 - Compra a prazo à empresa B, Lda. de 150 unidades ao preço unitário de € 43,75 + IVA à taxa de 23% (V/ factura), tendo obtido ainda um desconto comercial de 4%. Dia 6 - Oferta de 20 unidades ao cliente C, Lda., tendo a empresa liquidado IVA à taxa de 23%. Dia 10 - Venda a pronto de pagamento de 180 unidades ao cliente D, Lda. ao preço unitário de € 50 + IVA à taxa de 23%, tendo concedido um desconto financeiro de 5% (N/ factura/recibo). Dia 13 - Compra a prazo à empresa E, Lda. de 400 unidades ao preço unitário de € 41,50 + IVA à taxa de 23% (V/ factura). O transporte foi assegurado pela transportadora F, Lda. (V/ factura/recibo no valor de € 738, IVA incluído à taxa de 23%). Dia 15 - Devolução de 25 unidades adquiridas no dia 13 ao fornecedor E, Lda. (V/ nota de crédito com regularização de IVA à taxa de 23%). Dia 16 - Venda a crédito de 350 unidades ao cliente G, Lda. ao preço unitário de € 49 + IVA à taxa de 23% (N/ factura). Dia 17 - Devolução de 15 unidades vendidas no dia 16 ao cliente G, Lda. (N/ nota de crédito com regularização de IVA à taxa de 23%). Dia 30 - Um acidente no armazém destruiu 10 unidades, existindo já a confirmação da seguradora de que irá pagar a indemnização de € 300. Admitindo que a empresa A adopta o SIP e utiliza a fórmula de custeio FIFO: a) Elabore a ficha de armazém da mercadoria Z relativa ao mês de Outubro de n. b) Registe no diário as operações atrás mencionadas. 2.8.20. Principais operações do ciclo de exploração A empresa HH, S.A. dedica-se à comercialização das mercadorias P e Z, utiliza o SIP e o CMP e está enquadrada no regime mensal de IVA. Relativamente ao início do mês de Novembro de n, dispõe-se da seguinte informação sobre as mercadorias em armazém:

Mercadoria Quantidade CMP Z 5.000 € 5 P 5.000 € 4

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No mês de Novembro ocorreram os seguintes factos patrimoniais: Dia 3 - Nota de Crédito do fornecedor A, Lda. no valor de € 300 (IVA incluído à taxa de 20%), relativa a um desconto de natureza comercial na aquisição de mercadoria Z. Dia 4 - Entrega de 1.000 unidades da mercadoria Z ao consignatário J, Lda. Dia 7 - Saque de uma letra sobre o cliente K, Lda. no valor de € 3.500. Dia 9 - Pagamento do IVA relativo ao mês de Setembro no valor de € 6.300. Dia 10 - Uma inundação no armazém da empresa danificou irremediavelmente 500 unidades da mercadoria P. A empresa foi indemnizada pela seguradora em 1.500 €. Dia 11 - Adiantamento ao fornecedor T, Lda. para aquisição de 2.000 unidades de mercadoria P, ao preço unitário de 4 €. Para tal foi entregue um cheque no valor de € 1.800 (IVA incluído à taxa de 20%). Dia 15 - Factura relativa a uma reparação de uma viatura ligeira de passageiros no valor de € 450 (+ IVA não dedutível à taxa de 20%). Dia 17 - Acordo com o fornecedor G, Lda. para regularização de dívida titulada no valor de 25.000€ do seguinte modo: Reforma do aceite com entrega imediata de cheque no valor de 5.000€ e novo aceite de letra a 60 dias pelo valor restante mais encargos no valor de € 100. Dia 20 - Compra a crédito a uma empresa espanhola (aquisição intracomunitária) de 400 unidades de mercadoria Z a € 4,40/unid. (+ IVA liquidado e dedutível à taxa de 20%). Dia 23 - O consignatário J, Lda., vendeu a pronto, por conta da empresa HH, 800 unidades da mercadoria Z a € 6/unid. (+ IVA à taxa de 20%). Dia 25 - Venda a crédito (exportação) de 1.000 unidades de mercadoria Z a 8 USD/unid. (isenta de IVA). O câmbio nesta data era de € 0,80/USD. Dia 27 - Factura do consignatário J, Lda. respeitante à comissão sobre a venda do dia 23 no valor de € 0,4/unid. (+ IVA à taxa de 20%). Dia 29 - A empresa ofereceu 200 unidades de mercadoria P ao seu principal cliente (IVA liquidado à taxa de 20%). Registe no diário os factos patrimoniais apresentados. 2.8.21. Principais operações do ciclo de exploração A empresa B dedica-se à comercialização da mercadoria H, utiliza o SIP e o CMP e está enquadrada no regime mensal de IVA. No início do mês de Novembro de n, existem em armazém 30.000 unidades de mercadoria H valorizadas a € 3. No mês de Novembro de n ocorreram, entre outros, os seguintes factos patrimoniais: Dia 2/11/n - N/ cheque no valor de € 2.600 para liquidação de recibo modelo 6 do advogado relativo a serviços prestados (IVA à taxa de 20% e retenção de IRS à taxa de 20%).

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Dia 3/11/n - N/ nota de crédito no valor de € 500 (+ IVA à taxa de 20%) a favor do cliente C, Lda. relativa ao rappel (desconto comercial) concedido por via do volume de compras efectuado pelo cliente durante o 3º trimestre do ano. Dia 4/11/n - Entrega de 5.000 unidades de mercadoria ao consignatário V, Lda. Dia 7/11/n - Saque do fornecedor F, Lda. (N/ aceite) no valor de € 7.900. Dia 10/11/n - N/ cheque no valor de € 3.600 para pagamento total de uma factura (já contabilizada) no valor de € 4.000 emitida pelo Sr. G, relativa à reparação de um veículo ligeiro de mercadorias (o valor da mão-de-obra foi sujeito a retenção na fonte à taxa de 10%). Dia 15/11/n - Facturas relativas a refeições do gerente no valor de € 200 (+ IVA à taxa de 12% não dedutível). Dia 19/11/n - N/ cheque relativo à entrega ao estado das retenções na fonte de impostos sobre rendimentos realizadas no mês de Outubro no valor de € 6.200. Dia 20/11/n - Compra a crédito a uma empresa francesa (aquisição intracomunitária) de 25.000 unidades de mercadoria a € 4/unid. (+ IVA liquidado e dedutível à taxa de 20%). Dia 23/11/n - O consignatário V, Lda., vendeu a pronto, por conta da empresa B, 4.000 unidades de mercadoria a € 9/unid. (+ IVA à taxa de 20%), tendo sido concedido um desconto de pronto pagamento de 5%. Dia 27/11/n - Factura do consignatário V, Lda. respeitante à comissão sobre a venda do dia 23 no valor de € 0,1/unid. (+ IVA à taxa de 20%). Dia 30/11/n - Processamento da remuneração do gerente. A remuneração bruta é de € 2.500, sujeita a retenção na fonte de IRS à taxa de 20% e contribuição para a segurança social à taxa de 10% (por conta do gerente) e 21,25% (por conta da entidade patronal). Registe no diário da empresa B os factos patrimoniais apresentados. 2.8.22. Principais operações do ciclo de exploração Considere as seguintes informações no âmbito do trabalho de fim do exercício n da empresa X (que utiliza o SIP e apresenta um saldo na conta 321 de € 236.000): a) Não foi ainda contabilizada a venda a pronto por € 500 (+ IVA à taxa de 20%) de mercadorias adquiridas por € 2.300 (+ IVA à taxa de 20%) e relativamente às quais foi reconhecida, no final do ano anterior, uma perda por imparidade correspondente ao seu custo de aquisição. b) Não foi ainda registado o recebimento de uma dívida em mora do cliente Z no valor de € 3.400. No final do ano anterior havia sido reconhecida uma perda por imparidade correspondente a 40% do valor do crédito. c) O saldo da conta 228 Adiantamentos a fornecedores inclui o valor de € 3.000 relativo a um adiantamento ao fornecedor K, Lda. com acordo prévio de preço. d) O saldo da conta 211 Clientes c/c inclui um débito relativo a uma venda (isenta de IVA) por 10.000 GBP contabilizados ao câmbio de € 1,12/GBP. Nesta data o câmbio era de € 1,04/GBP.

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e) A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n o prémio do seguro de incêndio no valor de € 750 referente ao período de 1/12/n a 30/11/n+1. f) A despesa com o consumo da electricidade em Dezembro de n, a facturar em Janeiro de n+1, estima-se em € 1.200. g) Existe em armazém um lote de 500 unidades de mercadoria adquirido no início do exercício n a € 35/unidade (+ IVA à taxa de 20%), de venda muito difícil, uma vez que o modelo está tecnologicamente ultrapassado. h) Faz ainda parte do saldo da conta 219 Perdas por imparidade acumuladas a totalidade de uma dívida do cliente Q no valor € 24.000, em mora há mais de 3 anos, por dificuldades económicas. Durante o exercício n o cliente levou a cabo um processo de reestruturação e chegou a acordo com a empresa para o pagamento da dívida em 12 prestações mensais sem juros a partir de Janeiro de n+1. i) A conta 711 Mercadorias inclui a quantia de € 58.600 correspondente a uma venda (isenta de IVA) realizada em 1/10/n nas seguintes condições, a título excepcional:

• 1/10/n € 25.000 • 1/10/n+1 € 33.600

Na definição do valor total a pagar pelo cliente foi considerada uma taxa de juro de 12% que corresponde à praticada pelo Banco em operações do mesmo prazo e risco. Registe no diário os lançamentos que achar convenientes e, com base na informação disponível, determine o valor dos inventários a incluir no balanço em 31/12/n. 2.8.23. Principais operações do ciclo de exploração Considere as seguintes informações no âmbito do trabalho de fim de exercício da empresa J reportado a 31 de Dezembro de n: � Não foi ainda registada a anulação de uma dívida no valor de € 6.000 (inclui IVA à taxa de

20%), considerada incobrável em resultado da falência do cliente. Sabe-se que está contabilizada, relativamente a este crédito, uma perda por imparidade acumulada no valor de € 4.000 e que a empresa pode regularizar o IVA a seu favor.

� O saldo da conta 221 Fornecedores c/c inclui uma dívida de € 16.800 (contravalor de

15.000 GBP) relativo a uma importação de mercadorias. Nesta data o câmbio era de € 1,04/GBP.

� A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n a renda das instalações relativa

aos meses de Dezembro/n e Janeiro/n+1, tendo emitido um cheque no valor de € 2.550 (retenção na fonte de IRS à taxa de 15%).

� Está por contabilizar o pagamento (em cheque) do prémio do seguro de incêndio no valor

de € 750 referente ao período de 1/12/n a 30/11/n+1. � Existe em armazém um lote de 500 unidades de mercadoria danificada adquirido no início

do exercício n a € 35/unidade (+ IVA à taxa de 20%). O valor previsível de venda deste lote não ultrapassará € 15/unidade (+ IVA à taxa de 20%).

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� A despesa com o consumo da electricidade em Dezembro de n, a facturar em Janeiro de n+1, estima-se em € 3.700.

� Estão por contabilizar alguns recibos de gasóleo (pagos em dinheiro) relativos ao mês de

Dezembro no valor de € 360 (IVA incluído à taxa de 20% dedutível em 50%). � Não há qualquer estimativa contabilizada de encargos com férias a pagar em n+1. O

cálculo da estimativa deverá ter em conta os seguintes elementos: - Remunerações mensais dos órgãos sociais em vigor em 31/12/n € 22.500 - Remunerações mensais do restante pessoal em vigor em 31/12/n € 180.000 - O aumento mínimo médio para n+1 é de 3% - As contribuições para a segurança social (entidade empregadora) são de 21,25% para os órgãos sociais e 23,75% para o restante pessoal

� Faz parte do saldo da conta 211 Clientes c/c uma dívida do cliente Q no valor € 24.000, em

mora há 11 meses. O cliente atravessa dificuldades económicas e o departamento comercial não espera receber mais do que 25% do valor da dívida.

� O valor do material de escritório por utilizar nesta data é de € 1.400. Registe no diário da empresa J os lançamentos que achar convenientes reportados a 31/12/n, admitindo o SIP. 2.8.24. Principais operações do ciclo de exploração Do balancete da empresa A em 31/12/n, constavam, entre outros, os seguintes valores:

Contas Saldos

Devedores Credores 11 Caixa € 8.400 13 Outros depósitos bancários € 150.000 219 Perdas por imparidade acumuladas € 45.000 228 Adiantamentos a fornecedores € 56.000 312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo € 930.000 317 Devoluções de compras € 14.000 318 Descontos e abatimentos em compras € 33.000 331 Matérias-primas € 170.000 341 Armazém € 290.000 384 Produtos acabados e intermédios € 3.800

Considere as seguintes informações no âmbito do trabalho de fim de exercício da empresa A reportado a 31 de Dezembro de n: � A composição do saldo de caixa é a seguinte: Notas e moedas € 1.900 Cheques € 5.980 Documentos de despesas particulares do gerente € 450 � Os documentos de despesas do gerente estão a aguardar pagamento do mesmo � As falhas de caixa não são imputáveis ao tesoureiro

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� A conta 13 refere-se a um depósito semestral realizado em 1 de Setembro de n com juros (ainda não contabilizados) à taxa semestral de 2% a receber no final do prazo

� O saldo da conta 219 diz respeito à totalidade de uma dívida do cliente Z no valor € 45.000,

em mora há mais de 3 anos, por dificuldades económicas. Durante o exercício n o cliente levou a cabo um processo de reestruturação e chegou a acordo com a empresa para o pagamento da dívida da seguinte forma: 25% em 30 de Dezembro de n (ainda não contabilizado) e o restante em 12 prestações mensais sem juros a partir de 30 de Janeiro de n+1

� O saldo da conta 228 refere-se a um adiantamento ao fornecedor K por conta de um

fornecimento de uma nova matéria-prima ao preço unitário (já contratado) de € 25 (+ IVA à taxa de 20%)

� A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n a renda das instalações relativa

ao 1º trimestre de n+1, tendo emitido um cheque no valor de € 3.825 (retenção na fonte de IRS à taxa de 15%).

� O valor dos selos de correio por utilizar nesta data é de € 180. � Nesta data os saldos (valorizados ao custo) de matérias-primas e de produtos acabados

são de 135.000 e de 320.000, respectivamente. Admitindo o SII, registe no diário da empresa A os lançamentos que achar convenientes e, com base na informação disponível, determine o valor dos inventários a incluir no balanço em 31/12/n. 2.8.25. Principais operações do ciclo de exploração Do balancete da empresa BB em 31/12/n, constavam, entre outros, os seguintes valores:

Contas Saldos Devedores Credores

228 Adiantamentos a fornecedores € 56.000 312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo € 930.000 317 Devoluções de compras € 14.000 318 Descontos e abatimentos em compras € 33.000 331 Matérias-primas € 170.000 341 Armazém € 290.000 384 Produtos acabados e intermédios € 3.800

Considere as seguintes informações no âmbito do trabalho de fim de exercício da empresa BB reportado a 31 de Dezembro de n: � Não foi ainda registada a anulação de uma dívida no valor de € 6.150 (inclui IVA à taxa de

23%), considerada incobrável em resultado da falência do cliente. Sabe-se que está contabilizada, relativamente a este crédito, uma perda por imparidade acumulada no valor de € 4.000 e que a empresa pode regularizar o IVA a seu favor.

� A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n a renda das instalações relativa

aos meses de Dezembro/n e Janeiro/n+1, tendo emitido um cheque no valor de € 2.505 (retenção na fonte de IRS à taxa de 16,5%).

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� O saldo da conta 211 Clientes c/c inclui um crédito relativo a uma venda (isenta de IVA) por 10.000 GBP contabilizados ao câmbio de € 1,12/GBP. Nesta data o câmbio era de € 1,15/GBP.

� A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n o prémio do seguro de incêndio

no valor de € 1.500 referente ao período de 1/12/n a 30/11/n+1. � A despesa com o consumo da electricidade em Dezembro de n, a facturar em Janeiro de

n+1, estima-se em € 3.700. � Faz parte do saldo da conta 211 Clientes c/c um crédito sobre o cliente Q no valor € 24.000,

em mora há 11 meses. O cliente atravessa dificuldades económicas e o departamento comercial não espera receber mais do que 25% do valor da dívida.

� Estão por contabilizar alguns recibos de gasóleo (pagos em dinheiro) relativos ao mês de

Dezembro no valor de € 307,50 (IVA incluído à taxa de 23% dedutível em 50%). � O saldo da conta 228 refere-se a um adiantamento ao fornecedor K por conta de um

fornecimento de uma nova matéria-prima ao preço unitário (já contratado) de € 25 (+ IVA à taxa de 23%)

� A empresa não tem matérias-primas em armazém nesta data e os saldos finais de produtos

acabados valorizados ao custo de produção são os seguintes: • Em armazém € 120.000 • Em poder de terceiros (consignatários) € 40.000

� A empresa vai iniciar a produção de um novo produto (substituto do actual) no início do

próximo ano e não espera realizar mais do que € 50.000 (+ IVA à taxa de 23%) na venda do produto actual em stock.

Admitindo que a empresa BB utiliza o SII: a) Registe no diário os lançamentos que achar convenientes. b) Com base na informação disponível, determine o valor dos inventários a incluir no balanço

em 31/12/n. 2.8.26. Principais operações do ciclo de exploração Do balancete da empresa A em 15/12/n, retirou-se a seguinte informação:

Contas Saldos

Devedores Credores 311 Mercadorias 560.000 317 Devoluções de compras 35.000 318 Descontos e abatimentos em compras 12.500 321 Armazém 90.000 326 Mercadorias em poder de terceiros 10.000 382 Mercadorias 1.200

Durante a 2ª quinzena do mês de Dezembro de n ocorreram as seguintes operações na empresa A relacionadas com inventários: Dia 16 - Compra a crédito (60 dias) de mercadorias à empresa B no valor de € 3.600 + IVA à taxa de 23% (V/ factura).

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Dia 19 - Venda a crédito (30 dias) de mercadorias à empresa C no valor de € 4.900 + IVA à taxa de 23% (N/ factura). Dia 20 - Nota de crédito da empresa B relativa a descontos de revenda não incluídos na factura anterior no valor de € 100 + IVA à taxa de 23%. Dia 21 - N/ nota de crédito relativa à devolução de mercadorias vendidas ao cliente C no valor de € 1.900 + IVA à taxa de 23%. Dia 27 - N/ cheque no valor de € 4.175,85 para liquidação da dívida à empresa B, tendo a empresa beneficiado de um desconto de 3% (do valor total a pagar) pela antecipação de pagamento. Dia 30 - Transferência bancária da empresa C no valor de € 3.616,20 para liquidação da dívida, tendo a empresa concedido um desconto de 2% (do valor total a receber) pela antecipação do recebimento. Dia 31 - Os saldos finais de mercadorias valorizados ao custo de aquisição são os seguintes: - Armazém € 82.500 - Em trânsito € 5.630 - Em poder de terceiros € 14.320 O valor realizável líquido das mercadorias em armazém consideradas obsoletas é de € 3.500, valor que corresponde a 25% do respectivo custo de aquisição. 1. Admitindo o SII:

a) Registe no diário os lançamentos correntes relacionados com as operações apresentadas.

b) Registe no razão os lançamentos de apuramento do custo das mercadorias vendidas (sem calcular previamente o seu valor).

c) Registe no diário outros lançamentos de regularização que considere necessários. d) Diga qual o valor a incluir na linha ‘Inventários’ do balanço da empresa A reportado a

31 de Dezembro de n. 2. Admitindo o SIP, registe no diário em 20/01/n+1 os lançamentos relacionados com a venda

a crédito para exportação das mercadorias obsoletas por € 3.000 (isenta de IVA). 2.8.27. Principais operações do ciclo de exploração A empresa D dedica-se à produção e comercialização do produto Z e está obrigada a adoptar o SIP. Considere as seguintes informações no âmbito do encerramento de contas da empresa D em 31 de Dezembro de n:

1. Estão considerados no saldo final do armazém produtos enviados para o consignatário A em Novembro de n cujo custo de produção foi de € 4.800.

2. O gasto respeitante ao consumo de electricidade do mês de Dezembro de n a facturar em Janeiro de n+1 pela empresa E (eléctrica) estima-se em € 6.000.

3. O saldo da conta 2211 Fornecedores gerais inclui uma dívida de € 77.900 (contravalor em euros de 95.000 CHF) ao fornecedor suíço F relativo a uma importação de matérias-primas. Nesta data o câmbio era de € 0,85/CHF.

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4. Faz parte do saldo da conta 2111 Clientes gerais um crédito sobre o cliente angolano

C no valor de € 3.000, em mora há 7 meses. O cliente atravessa dificuldades económicas e a empresa não espera receber mais do que 75% do valor da dívida.

5. Está considerado no saldo de caixa um vale do tesoureiro J, respeitante a um adiantamento por conta da remuneração do mês de Janeiro de n+1 (a regularizar no processamento de salários) no valor de € 280.

6. Na contagem de caixa verificou-se uma falha imputável ao tesoureiro J no valor de € 20 a regularizar no processamento de salários de Janeiro de n+1.

7. A empresa pagou em 8 de Dezembro de n e contabilizou como gasto do exercício n a renda do armazém de matérias respeitante ao mês de Janeiro de n+1, tendo emitido um cheque no valor de € 2.922,50 (valor após retenção na fonte de IRS à taxa de 16,5%).

Durante o mês de Janeiro de n+1 ocorreram as seguintes operações na empresa D relacionadas com as informações anteriores: Dia 4 - O consignatário A vendeu a pronto para Espanha (transmissão intracomunitária de bens) os produtos enviados em Novembro de n por € 5.760 (isenta de IVA). Dia 10 - Factura da empresa E (eléctrica) no valor de € 6.130 + IVA à taxa de 23% relativa ao consumo de electricidade de Dezembro de n. Dia 17 - Transferência bancária a favor do fornecedor F no valor de € 79.800 (contravalor em euros de 95.000 CHF) para a liquidação da dívida. Dia 25 - Recebimento por transferência bancária de € 1.800 do cliente C, no âmbito de um plano judicial de recuperação de empresas que determinou o perdão de 40% da dívida total do cliente. Dia 30 - Processamento da remuneração e encargos sobre a remuneração do tesoureiro J referente ao mês de Janeiro de n+1, com base nos seguintes elementos:

- Remuneração base € 1.500 (sujeito a IRS e segurança social) - Abono para falhas € 75 (não sujeito a IRS e segurança social) - Subsídio de refeição € 80 (não sujeito a IRS e segurança social) - Retenção de IRS 15% - Contribuição para a segurança social 11% (trabalhador) e 23,75% (empresa)

- Regularização do vale de caixa - Regularização da falha de caixa Dia 31 - Regularização da especialização do gasto relativo à renda de Janeiro de n+1 do armazém de matérias paga em 8 de Dezembro de n. a) Registe no diário os lançamentos de regularização que considere necessários ao

encerramento das contas em 31 de Dezembro de n. b) Registe no diário os lançamentos relacionados com as operações atrás mencionadas

referentes ao mês de Janeiro de n+1.

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2.8.28. Principais operações do ciclo de exploração A empresa AAA dedica-se à importação e venda no mercado interno da bebida energética Z, utiliza o SIP e o FIFO e está enquadrada no regime trimestral de IVA. Relativamente ao início do mês de Dezembro de n, dispõe-se da seguinte informação sobre a bebida Z em armazém:

Data de aquisição Quantidade Custo unitário Outubro/n 350 litros € 12,50

Novembro/n 2.000 litros € 14,25 No mês de Dezembro de n ocorreram, entre outras, as seguintes operações: Dia 2 - Factura/recibo da empresa H referente à aquisição de toneres para as impressoras no valor de € 600 (+ IVA à taxa de 23%), tendo a empresa pago por cheque apenas € 723,24 por ter beneficiado de um desconto financeiro. Dia 5 - Transferência bancária no valor de € 800 a favor do chefe da secção de manutenção referente a um adiantamento por conta da remuneração de Dezembro de n a regularizar no processamento de salários. Dia 7 - Cheque no valor de € 1.461,25 (valor após retenção na fonte de IRS à taxa de 16,5%) para pagamento da renda do armazém referente ao mês de Dezembro. Dia 8 - N/ factura referente à venda de 200 litros da bebida Z a € 24,60/litro (IVA incluído à taxa de 23%) ao cliente Y. Dia 10 - Envio de 450 litros da bebida Z ao consignatário W. Dia 12 - N/ nota de crédito a favor do cliente Y referente a descontos de revenda de 4% não incluídos na factura anterior (foi regularizado IVA à taxa de 23%). Dia 13 - Envio de 10 litros de bebida Z ao cliente X em amostras gratuitas (não sujeitas a IVA). Dia 21 - O consignatário, vendeu a pronto (transferência bancária), por conta da empresa, 250 litros da bebida Z a € 21/litro (+ IVA à taxa de 23%), tendo o cliente pago apenas € 6.328,35 por ter beneficiado de um desconto financeiro. Dia 30 - Factura do fornecedor brasileiro F referente a 3.000 litros de bebida Z a 40 BRL (reais brasileiros) por litro. A taxa de câmbio é nesta data de € 0,38/BRL. As mercadorias estão a aguardar desalfandegamento e de acordo com as condições de venda já pertencem à empresa. Dia 31 - Processamento da remuneração de Dezembro do chefe da secção de manutenção e dos encargos sobre a respectiva remuneração. A remuneração bruta é de € 1.520, sujeita a retenção na fonte de IRS à taxa de 18,5% e contribuição para a segurança social à taxa de 11% por conta do trabalhador e 23,75% por conta da entidade patronal e o subsídio de alimentação (não está sujeito a contribuições e impostos) é de € 80. Registe no Diário da empresa AAA os lançamentos que achar convenientes.

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2.8.29. Principais operações do ciclo de exploração Do balancete da empresa BBB em 31/12/n, constavam, entre outros, os seguintes valores:

Contas Saldos Devedores Credores

11 Caixa € 4.215 2111 Clientes gerais € 468.110 2113 Clientes – empresas subsidiárias € 77.900 2121 Clientes gerais € 58.700 218 Adiantamentos de clientes € 90.000 219 Perdas por imparidade acumuladas € 60.875 312 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo € 681.560 317 Devoluções de compras € 26.400 318 Descontos e abatimentos em compras € 10.500 331 Armazém € 78.600 341 Armazém € 252.300

Considere as seguintes informações no âmbito do trabalho de fim de exercício reportado a 31 de Dezembro de n:

1. A composição do saldo de caixa é a seguinte: - Notas e moedas € 1.175

- Cheques € 2.635 - Documentos de despesas particulares do sócio maioritário € 390

2. Os documentos de despesas do sócio estão a aguardar pagamento do mesmo. 3. As falhas de caixa não são imputáveis ao tesoureiro

4. Estão por contabilizar alguns recibos de gasóleo (pagos em cheque) relativos ao mês

de Dezembro no valor de € 922,50 (IVA incluído à taxa de 23% dedutível em 50%).

5. Está por contabilizar uma factura/recibo do Hotel H, no valor € 148,40 (IVA incluído à taxa de 6% não dedutível), emitida em nome da empresa e paga pelo gerente (através da sua conta particular). O valor ainda não foi reembolsado ao gerente.

6. O saldo da conta 218 refere-se a um pagamento do cliente K realizado no final de

Novembro de n por conta de um fornecimento de produtos por encomenda a entregar em Março de n+1. Todas as condições de venda foram definidas na encomenda.

7. O gasto respeitante ao consumo de electricidade do mês de Dezembro de n a facturar

em Janeiro de n+1 estima-se em € 3.200.

8. A empresa recebeu no início do prazo e contabilizou como rendimento do exercício n os juros anuais no valor de € 6.615 (valor após retenção na fonte de IRC à taxa de 26,5%) de um depósito anual realizado em 1 de Setembro de n.

9. A empresa pagou e contabilizou como gasto do exercício n prémios de seguro multirriscos de todas as instalações no valor de € 4.200 referente ao período de 1/11/n a 30/10/n+1.

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10. O saldo da conta 2113 corresponde a um crédito de 95.000 CHF sobre a filial suíça relativo a uma venda de produtos. Nesta data o câmbio era de € 0,85/CHF.

11. Não foi ainda registada a anulação de um crédito no valor de € 34.000 considerada

incobrável em resultado da falência do cliente espanhol. Está contabilizada, relativamente a este crédito, uma perda por imparidade no valor de € 25.500.

12. A conta 219 inclui € 20.000 que corresponde ao valor total da dívida do cliente Z

reclamada judicialmente. No início de Dezembro de n a empresa e o cliente chegaram a acordo para o pagamento da dívida em 10 prestações mensais sem juros a partir de 30 de Janeiro de n+1.

13. A conta 2111 inclui uma dívida do cliente C no valor de € 61.500 em mora há 19

meses. O cliente atravessa dificuldades económicas e o departamento comercial não espera receber mais do que 25% do valor da dívida. O ano passado foi já reconhecida uma perda por imparidade de € 15.375 respeitante a este crédito.

Admitindo o SII: a) Registe no Diário da empresa BBB os lançamentos que achar convenientes. b) Sabendo que os saldos finais de matérias-primas e de produtos acabados são € 68.390 (valorizado ao custo de aquisição) e 294.900 (valorizado ao custo de produção), registe no Razão da empresa BBB os lançamentos referentes ao apuramento do custo das matérias-primas consumidas e da variação dos inventários da produção (calculando previamente os respectivos valores). c) Sabendo que no saldo final de produtos acabados está considerado o custo de produção de diversos produtos defeituosos (devolvidos pelos clientes ao longo do exercício) que totaliza € 12.800 e que o valor previsível de venda desses produtos não deverá ultrapassar 10% do respectivo custo, registe no Diário da empresa BBB os lançamentos que achar convenientes. d) Com base na informação disponível, determine o valor (e respectivo sinal) da linha ‘Imparidade de dívidas a receber (perdas/reversões)’ a incluir na DR por naturezas da empresa BBB relativa ao exercício n. e) Com base na informação disponível, determine o valor da linha ‘Inventários’ a incluir no activo corrente do balanço da empresa BBB reportado a 31/12/n. f) Com base na informação disponível, determine o valor da linha ‘diferimentos’ a incluir no passivo corrente do balanço da empresa BBB reportado a 31/12/n.

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ÍNDICE

1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 2

1.1. Contabilidade 2 1.1.1. Noção 2 1.1.2. Objectivos / funções da contabilidade 2 1.1.3. Utilizadores da informação contabilística 2 1.1.4. Divisões da contabilidade 3

1.2. Património 3 1.2.1. Composição 4 1.2.2. Valor 4 1.2.3. Equação fundamental da contabilidade 5

1.3. Factos patrimoniais 6

1.4. Período contabilístico e período de relato 6

1.5. Resultado do período 7

1.6. Conta 9 1.6.1. Noção 9 1.6.2. Principais classificações das contas 9 1.6.3. Contas subsidiárias 10 1.6.4. Representação gráfica das contas 11 1.6.5. Saldos das contas 11 1.6.6. Regras de movimentação das contas 12

1.7. Método digráfico ou das partidas dobradas 12

1.8. Processo de contabilização dos factos patrimoniais 13 1.8.1. Documentos 13 1.8.2. Lançamentos 15 1.8.3. Diário 15 1.8.4. Razão 16 1.8.5. Balancete 16

1.9. Normalização contabilística 17 1.9.1. Instrumentos e âmbito de aplicação 17 1.9.2. Sistema de Normalização Contabilística (SNC) 19 1.9.3. Bases para a apresentação de demonstrações financeiras (BADF) 21 1.9.4. Estrutura conceptual (EC) 21 1.9.5. Código de contas (CC) 22 1.9.6. Modelos de Demonstrações Financeiras (MDF) 22 1.9.7. Normas contabilísticas e de relato financeiro (NCRF) 26 1.9.8. Normas interpretativas (NI) 27

1.10. Exercícios propostos 27 1.10.1. Património 27 1.10.2. Património 28 1.10.3. Património e factos patrimoniais 28 1.10.4. Património e resultado do período 28 1.10.5. Património e resultado do período 29 1.10.6. Património e resultado do período 29 1.10.7. Património e contas 30 1.10.8. Património e contas 30

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1.10.9. Património, resultado do período e contas 31 1.10.10. Contabilização dos factos patrimoniais 32 1.10.11. Contabilização dos factos patrimoniais 33 1.10.12. Contabilização dos factos patrimoniais, DR por naturezas e Balanço 34 1.10.13. Balanço 36 1.10.14. Balanço 36 1.10.15. DR por naturezas e Balanço 36 1.10.16. DR por naturezas 37 1.10.17. DR por naturezas e Balanço 37 1.10.18. DR por naturezas e Balanço 38 1.10.19. DR por naturezas 39 1.10.20. DR por naturezas e Balanço 39 1.10.21. Contas, património, resultado do período, DR por naturezas e Balanço 40 1.10.22. DR por naturezas e Balanço 41 1.10.23. DR por naturezas e Balanço 43 1.10.24. Contabilização dos factos patrimoniais, DR por naturezas e Balanço 44

2. PRINCIPAIS OPERAÇÕES DO CICLO DE EXPLORAÇÃO (OU OPERACIONAL) 46

2.1. Meios financeiros líquidos 46 2.1.1. Caixa 46 2.1.2. Depósitos bancários 48

2.2. Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) 50 2.2.1. Imposto liquidado, suportado e dedutível 50 2.2.2. Controlo contabilístico do IVA 50 2.2.3. Operações com o exterior 51 2.2.4. Operações excepcionais 51 2.2.5. Apuramento do imposto 52 2.2.6. Regime de IVA de caixa 52

2.3. Inventários 53 2.3.1. Compras de inventários 53 2.3.2. Sistemas de inventários 54 2.3.3. Lançamentos correntes relacionados com compras de inventários 55 2.3.4. Envio de bens à consignação 58 2.3.5. Consumos de matérias-primas, subsidiárias e de consumo 59 2.3.6. Variações nos inventários da produção 59 2.3.7. Reclassificação e regularização de inventários 59 2.3.8. Vendas de inventários e prestações de serviços 60 2.3.9. Lançamentos correntes relacionados com vendas de inventários e prestações de serviços 61

2.4. Aquisições de bens consumíveis e de serviços 64 2.4.1. Lançamentos correntes relacionados com aquisições de bens consumíveis 65 2.4.2. Lançamentos correntes relacionados com aquisições de serviços 66

2.5. Operações com títulos a pagar e títulos a receber 67 2.5.1. Lançamentos correntes relacionados com letras a pagar 67 2.5.2. Lançamentos correntes relacionados com letras a receber 68

2.6. Gastos com o pessoal 68 2.6.1. Remunerações 69 2.6.2. Benefícios pós-emprego 70 2.6.3. Benefícios de cessação de emprego 70 2.6.4. Encargos e descontos sobre remunerações 70 2.6.5. Lançamentos correntes relacionados com os gastos com o pessoal 71

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2.7. Principais lançamentos de regularização 73 2.7.1. Relacionados com caixa 73 2.7.2. Relacionados com depósitos bancários 74 2.7.3. Relacionados com inventários 74 2.7.4. Relacionados com dívidas de clientes e dívidas a fornecedores 78 2.7.5. Relacionados com gastos com o pessoal 80

2.8. Exercícios propostos 82 2.8.1. Principais operações do ciclo de exploração 82 2.8.2. Caixa 88 2.8.3. Caixa 89 2.8.4. Caixa 89 2.8.5. Depósitos bancários 90 2.8.6. Depósitos bancários 90 2.8.7. Depósitos bancários 91 2.8.8. Caixa e depósitos bancários 92 2.8.9. Caixa e depósitos bancários 92 2.8.10. Inventários e aquisições de serviços 93 2.8.11. Inventários, aquisições de bens consumíveis e de serviços 93 2.8.12. Inventários, aquisições de bens consumíveis e de serviços 94 2.8.13. Inventários e aquisições de serviços 95 2.8.14. Gastos com o pessoal 96 2.8.15. Inventários 96 2.8.16. Inventários 97 2.8.17. Inventários 97 2.8.18. Gastos com o pessoal 98 2.8.19. Inventários 99 2.8.20. Principais operações do ciclo de exploração 99 2.8.21. Principais operações do ciclo de exploração 100 2.8.22. Principais operações do ciclo de exploração 101 2.8.23. Principais operações do ciclo de exploração 102 2.8.24. Principais operações do ciclo de exploração 103 2.8.25. Principais operações do ciclo de exploração 104 2.8.26. Principais operações do ciclo de exploração 105 2.8.27. Principais operações do ciclo de exploração 106 2.8.28. Principais operações do ciclo de exploração 108 2.8.29. Principais operações do ciclo de exploração 109

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APÊNDICE 1 Soluções das questões propostas de escolha múltipla do capítulo 1 1. Resposta: b) Justificação: Do ponto de vista contabilístico, os recursos utilizados por uma entidade referem-se aos elementos do activo (elementos positivos do património) e o seu valor, de acordo com a equação fundamental da contabilidade, é sempre igual à soma do capital próprio e dos passivos. 2. Resposta: c) Justificação: Se as operações não foram registadas o património da sociedade Z em 30 de Junho não evidencia no activo os valores recebidos do cliente em consequência da venda a pronto e no passivo não mostra a dívida ao fornecedor da mercadoria. O valor do capital próprio estaria correcto porque a venda foi realizada ao preço de custo. 3. Resposta: d) Justificação: Trata-se do único facto descrito que altera a composição do património da sociedade sem modificar o seu valor porque o aumento do activo (veículo pesado) é compensado por um aumento do passivo (dívida ao fornecedor do veículo) de igual valor, mantendo-se, por isso, inalterado o valor do seu capital próprio. 4. Resposta: a) Justificação: A avaliação do desempenho da gestão do património exige a segmentação da actividade das empresas em períodos contabilísticos ou exercícios económicos. A duração de cada um desses períodos é de um ano. Ressalvam-se aquelas situações excepcionais em o exercício económico é inferior ou superior a 12 meses, por exemplo, nos exercícios de início ou cessação de actividade, quando a vida da empresa é inferior a um ano, quando se adopta um período contabilístico diferente do anterior, quando as empresas estão em liquidação. 5. Resposta: a) Justificação: De acordo com a informação disponível, o resultado líquido do mês de Abril de n corresponde à diferença entre os rendimentos do mês de Abril e os gastos do mês de Abril, ou seja:

Facturas referentes a prestações de serviços a clientes € 20.000 Consumo de electricidade e outros bens consumíveis - € 1.000 Pagamento da renda do escritório referente ao mês de Abril - € 2.000 Resultado líquido do mês de Abril de n = 17.000

O recebimento de clientes e a aquisição de mobiliário não alteram o capital próprio da sociedade (factos patrimoniais permutativos). A atribuição e pagamento de lucros aos sócios e o aumento de capital são factos patrimoniais modificativos (o primeiro reduz e o segundo aumenta o valor do capital próprio) mas não relacionados com o desempenho da gestão do património, pelo que não afectam o resultado líquido da sociedade mas sim os restantes elementos do capital próprio (reservas e capital). 6. Resposta: d)

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Justificação: Pela equação fundamental da contabilidade, os capitais próprios no máximo igualam o valor do activo quando não há obrigações de pagar valores no futuro, ou seja, quando o passivo da entidade é nulo. 7. Resposta: d) Justificação: A conta 711 Mercadorias incluída no código de contas do SNC é uma conta que pertence à classe dos rendimentos (classe 7), sendo, por isso, uma conta subsidiária da conta 81 Resultado líquido do período, como acontece com todas as restantes contas da classe 7 e com todas as contas da classe 6 (classe dos gastos). A conta 711 é também uma conta divisionária (ou subconta) da conta 71 Vendas (conta colectiva). 8. Resposta: e) Justificação: Em abstracto, a conta 21 Clientes incluída no código de contas do SNC é uma conta mista por incluir simultaneamente elementos patrimoniais activos e passivos. Por conseguinte, o seu saldo pode ser devedor, credor ou nulo. Não é, à partida, uma conta elementar porque o SNC prevê o seu desdobramento em diversas subcontas, nomeadamente, uma para créditos não titulados (211) e outra para créditos titulados por letras (212). 9. Resposta: b) Justificação: As contas de dívidas a receber são contas do activo e como tal, são debitadas pelos aumentos e creditadas pelas diminuições. Os gastos correspondem a variações negativas do resultado do período e, consequentemente, do capital próprio. As contas de gastos têm, por isso, uma movimentação que é simétrica relativamente às contas do capital próprio, isto é, debitam-se pelos aumentos e creditam-se pelas diminuições. 10. Resposta: d) Justificação: A factura-recibo é um documento utilizado nas operações de compra e venda em que as fases de entrega, liquidação e pagamento ocorrem em simultâneo e que substitui a emissão dos documentos associados a cada uma dessas fases (guia de remessa/transporte, factura e recibo). 11. Resposta: e) (CNC – Comissão de Normalização Contabilística) Normas aplicáveis: art. 3.º n.º 1 ou art. 4.º n.º 1 b) do anexo ao DL n.º 134/2012 ou art. 5.º n.º 1 b) ou n.º 2 a) do DL n.º 158/2009 de 13 de Junho. 12. Resposta: e) Normas aplicáveis: art. 4.º n.º 1, n.º 2, n.º 3 ou n.º 4 do DL n.º 158/2009 de 13 de Junho. 13. Resposta: c) Normas aplicáveis: art. 10.º n.º 1 do DL n.º 158/2009 de 13 de Junho. 14. Resposta: d) Normas aplicáveis: Parágrafos 49 a), 55, 56 ou 58 da EC do SNC.

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15. Resposta: e) (DR por funções é opcional e não substitui a DR por naturezas) Normas aplicáveis: art. 11.º n.º 1 ou n.º 2 do DL n.º 158/2009 de 13 de Junho. 16. Resposta: c) Normas aplicáveis: art. 11.º n.º 3 do DL n.º 158/2009 de 13 de Junho. 17. Resposta: b) Normas aplicáveis: Anexos 1, 7, 11 ou 18 da portaria n.º 220/2015 de 24 de Julho. 18. Resposta: d) Normas aplicáveis: parágrafos 14 ou 15 da NCRF 1 do SNC. 19. Resposta: c) Normas aplicáveis: parágrafos 4.5 ou 4.6 da NC-ME do SNC. 20. Resposta: d) Normas aplicáveis: parágrafo 4.9 da NCRF-PE do SNC.