3
ENsms ffiTómos Leopold Rodés Prensa e secagem das folhas de papel manual 03 l re11411 de 111 t 11 1 11 lâIh aja qual for o método de produ ção manual de folhas de papel ou o tipo de fõrma papeleira utilizada na manufatura as bolhas recém retiradas das fôrmas contém uma quantidade excessiva de água fato que torna difícil por não dizer impossível atender satisfatoriamente às expecta tivas funcionais nelas depositadas Es tas expectativas somente podem ser materializadas mediante a eliminação de grande parte da água que as folhas ainda conservam ao longo do proces so e até nas etapas finais de sua manu fatura Não podemos esquecer que a água é o meio utilizado para preparar as dispersões de fibras celulósicas cu jo entrelaçamento deverá constituir a rolha de papel Assim sendo a água é u componente predominante na massa preparada para alimentar as fôrmas onde as folhas de papel são obtidas A prensagem ea secagem das folhas de papel logo após elas serem reti radas das fôrmas são atividades que sucessivamente se completncntarn no seu objetivo comum de diminuir a água nelas remanescente 4 unário e seus atares No estudo interpretativo das opera çõescie prensar e seear devemos anali sar preliminarmente as situações e res pectivas funções dos principais ele mentos que participam diretamente destes processos Estes elementos se riam água liquida vapor d água ar Fibras celulósicas contendo moléculas de celulose e de hemicelulose com suas porosidades e capilaridades di versos aditivos papeleiros e os panos de feltrada para neles poder deitar as folhas de papel recém retiradas das fôrmas finalmente as fontes energé ticas fornecedoras ou absorvedoras de calorias A umidade total contida nas folhas de papel consiste em várias parcelas d água que se encontram em situações bem diferenciadas Por um lado temos água externa no seu estado líquido que fica aderida nas superfícies exter nas das fibras e por outro lado tam bém no estado liquido uma água inter na que ocupa totalmente ou parcial mente espaços ocos canais fissuras elou rachaduras capilares em segmen tos cristalinos ou amorfos elou adsor vida em superfícies internas de confi gurações variadas que apresentam 1 8 ü Papel Maio 1995

secagem papel manual - celso-foelkel.com.br - Prensa secagem das... · ENsms ffiTómos Leopold Rodés Prensa e secagem das folhas de papel manual 03 lre11411de 111 t11 111lâIh aja

Embed Size (px)

Citation preview

ENsms ffiTómos

Leopold Rodés

Prensa e secagem das folhas de

papel manual

03

lre11411 de

111 t 11 111 lâIh

aja qual for o método de produção manual de folhas de papel ou

o tipo de fõrma papeleira utilizada namanufatura as bolhas recém retiradas

das fôrmas contém uma quantidadeexcessiva de água fato que tornadifícil por não dizer impossívelatender satisfatoriamente às expectativas funcionais nelas depositadas Estas expectativas somente podem sermaterializadas mediante a eliminaçãode grande parte da água que as folhasainda conservam ao longo do processo e até nas etapas finais de sua manufatura Não podemos esquecer que aágua é o meio utilizado para prepararas dispersões de fibras celulósicas cujo entrelaçamento deverá constituir arolha de papel Assim sendo a água éu componente predominante na massa

preparada para alimentar as fôrmasonde as folhas de papel são obtidasA prensagem e a secagem das folhasde papel logo após elas serem retiradas das fôrmas são atividades quesucessivamente se completncntarn noseu objetivo comum de diminuir aágua nelas remanescente

4 unário e seus atares

No estudo interpretativo das operaçõescie prensar e seear devemos analisar preliminarmente as situações e respectivas funções dos principais elementos que participam diretamentedestes processos Estes elementos seriam água liquida vapordágua arFibras celulósicas contendo moléculasde celulose e de hemicelulose com

suas porosidades e capilaridades di

versos aditivos papeleiros e os panosde lã feltrada para neles poder deitaras folhas de papel recém retiradas dasfôrmas finalmente as fontes energéticas fornecedoras ou absorvedoras de

calorias

A umidade total contida nas folhas

de papel consiste em várias parcelasd água que se encontram em situaçõesbem diferenciadas Por um lado temos

água externa no seu estado líquidoque fica aderida nas superfícies externas das fibras e por outro lado também no estado liquido uma água interna que ocupa totalmente ou parcialmente espaços ocos canais fissuraselou rachaduras capilares em segmentos cristalinos ou amorfos elou adsor

vida em superfícies internas de configurações variadas que apresentam

18 ü PapelMaio 1995

urna grande atividade adsorvedoraem decorrência das forças que ficaramliberadas quando as novas superfíciesforam abertas pela ação dos impactosna etapa do refino Temos tambémágua em fôrma de vapordágua cujaquantia vem definida pela temperaturaambiente e pela pressão atmosféricado momento sendo estes os parâmetros que comandam o valor da umidade relativa externa à folha de papel eque aos poucos vai determinando aquantidade de água condensada sobreas superfícies das fibras da folha ou ovolume dágua evaporado destas superfícíes pelo processo de secagem

Prensado das folhas

A prensagem iiinida das folhas depapel visa reduzir o volurne dosespaços vazios entre as fibras e atécerto ponto dentro das mesmas 0batimento repetido que precedeu aformação da folha influi no perfil dasfibras celulósicas que passaram a terum perfil mais ovalado ou achatado apartir do seu perfil circular original

A medida que vão se achatando pelosocado o lúmen das fibras perdegrande parte de sua capacidade deconter água livre absorvida e assimsendo a água ainda retida nestascondições é aquela que fica adsorvidadas paredes internas do lúmen

A elevada pressão necessária paraesta operação é conseguída medianteuma prensa vertical denominadaprensa de marachão As pilhas queresultam da superposição alternada defolhas de papel recémformadas epanos de feltro de lã são colocadasentre as duas placas da prensa cujaaproximação é forçada pelo acionamento da rosca espiral da prensamediante uma alavanca ou manchão

cuja longitude permite multiplicar aforça de tração exercida na sua extremidade por um cabo puxado por ummolinete robusto ou cabrestante

Como o papel o feltro é um entrelaçamento emaranhado de partículasfinas e longas No feltro porém aspartículas consistem em pêlos oucabelos de crinas animais os quais se

apresentam com uma estrutura polimérica com base a monômeros de

composição protéica Na prensagemdas folhas de papel junto com os panosde feltro que as separam o feltradodos panos proporciona uma superfíciede contato porosa pela qual a águalivre que ocupa os interstícios das fibras celulósicas do papel pode ser exportada mediante uma compressãoconjunta das camadas superpostasalternadarnente Podese dizer que aágua esvaziada dos espaços livres porela ocupados na folha de papel passoua encher os espaços vazios disponíveisnos feltros vizinhos dos quais foi subseqüentemente expulsa

Na compressão conjunta dos feltrose folhas de papel estas podem sofrerdeformações como conseqüência dapressão exercida pela água ainda nelasocluída por ser seu voiuine maiorque os espaços disponíveis nos interstícios fibrosos ficam cada vez mais

reduzidos por causa da prensagemOs feltros usados nas manufaturas de

papel apresentam compactações locaComíntiu na pág 20

0 Papel Maio 1995 19

bzoduu que decorremdentupinnonÓouoauxadnx por partículas fibrosasde tamanho menor do que o normalmente uaodn ou pela deposição dealguns dou produtos adicionados úmassa celulósica visando seu acaba

mento

Secagem das folhas de papelApós u prensagem úmida aofolhas

dc papel são destacadas dos panos deK feltrada e penduradas nas cordasesticadas deuzu varal situado eonlocal

bem ventilado normalmente noandar

superior do prédio do moinho papeleiro onde permaneciam para um lento processo de secagem até ficar prontas e cox condições do enfrentar asetapas seguintes de cnluânzu internade acabamento superficial A boa ventilação era uma condição muito desejada edn grande ionyuÚucio vistoque u evaporação duumidade contidaoum yolbux de papel após u pnonuuâenn demandava retirar duas toneladasdágua yuruoudatoncududcyapclsocou ser obtido isto significando ucirculação deucn volume denr equivalente ootre 5DoòDtoneladas deste

ciccucoÚo

Mesmo sendo insolúvel nu água acelulose sempre mostrou uma grandeafinidade com este elemento eoferece

um comportamento que mo desdobrapara diversos níveis dc uni idade equeuoduouoka interessantes caracterís

ticas na interação da água com as fibras celulósicas

Uma folha de papel seca absorveágua dm mtmuaru circundante atéatingir um ponto óo equilíbrio quevai depender du temperatura nda umidade rcluúvudounubiuoLcEstmabaop

çüoucmnnpuuhuucurvodeüouudupmusucessão de pontos du equilíbrio entrenm teores deuoúdadeabsorvida pelopapel eou diferentes umidades rcleuiux do ombieoo u16 uni máximo deabsorção pelas fibras que correspondeuu nível dc1U096de umidade relativa

ambiente 8e partindo deste ponto vamos êcuduúvuoneote diminuindo nunuidudc ambiental pode ser observadoocutoónncnodcdomaorçünnupecdo de umidade no folha depapel ecuja evolução traça uma nova curvau curva dedenmonúoNela oovalores

de umidade relativa doardeterminam

teores dc umidade on papel uonpoucomais elevados que os registrados nacurva de absorção para um valor deumidade relativa idêntico Esse é o

fenômeno conhecido como bistenmmc

c explicase pela ocorrência duranteo processo dc secagem daconversãodc pontes dc hidrogénio do tipo ceuomcüguucznpontes do tipo celolouccelulomoxguoiouoruoopoúnmmerdesfeitas pela absorção de água emcondições de pressão dc vapor maiselevadas

Influência dm prensado e secadosobre as folhas de papel

Tanto u pmoxudo como o secadouzodifioumu estrutura ccaracterísticas

das folhas dc papel Como ú foi nuencionadoopressão da água pode fazerestourar u estrutura celular interna das

fibnam quando ela bzcçudu u deixaros interstícios capilares pela força duprcumu ou saída da gunJ os empoçouvaziosdágua são menores que nx enchidos por ela antes de sua expulsãofato que oroulÚu num acréscimo uoruuaoa específica da folha seca PoruoÚn lado u cuodïúu que as fibcmauululósicma das folhas dc papel perdemumidade os crivos que estabelecemus intercomunicações internas nas unidades celulares pontuações pmdocoter a sua morfologia cuodiüuudo aoponto dcfioor fechadas para transferências de moiuçÜcn aquosas de uuiminorgânicos oudc outros líquidos cassim dificultando apeoctrução delíquidos pelas paredes celulares cxccoxivanuozúcaecu sabido que o tamanho destas pontuações e sua abundância são características que podem sofrer modificações em decorrência deiuz9nuLom mecânicos c ratuozcuinyõeicoquícojuom

sabido também que u absorçãodo água pela fibra dccelulose é acompanhada de um aumento no seu amanho que recebe a denominação de intumescimento Aa fibras depequenotucuuobo puréru Lêcn meu poder deiotuoocsoimocnto reduzido pela secagem ospcciunnooÓo uo caso das pequenas partículas fououdua por impactos mecânicos sobre fibras virgensAlém disso a capacidade do intumes

cer estu micmfibrílas uma segundavez fica prejudicada porquanto numaeuucasüo de occuâeoo os eboúoalimitantes do tratamento térmico so

bre o intumescimento se fazem serítir

a partir dc temperaturas cada vez maisbaixas oo longo dnseqüência

Visto que n água ioiunocucc umfibras c provoca emmnível noolcou4cmmo hidrólise ou separação de substâncias celulores é lógico supor queom aumento uo teor dc umidade dind

nuirü m resistência dom enlaces queinterligam um fibras celulósicas oportanto será ouobéro menor o esforço ncccxmáriopurapnovoomzunoarupturaducooutucuõbrouudufbhade

papel evidente porém que umaiorou noeooc resistência dum fibras

depende também de outros fatorcstais como u duração do esforço utemperatura c o nível de acidez ou doo1ouiiodududosistema

Am becuicolulomou parentes próximos duo moléculas couÜnicue se

diómeociuzn destas pela sua falta deoúmtmlinidodn Sendo mnorfãaoybc

mjceluiosmo são mais vulneráveis queus celuloses cristalinas perante uaçãode agentes qumicox apresentandocerta propensão para xc combinar comoutras oubotünciux Coo que até umtorna funcionalmente udomivao c

participativas de cxÚuoom poliozéhouo mais rígidas o que causa umanconíve diminuição do sua eIasticidade original em decorrência das interações que ocorrem em nível molecular durante u secagem

Pelo acima exposto podese avaliaruiompmrtüooiudawnpnnaçõcmdeprenmugeou e secado na udooinúxÚnçãodomíveldesejudo decupcu4urueutodum fibras veAetoúxque coro eoo asfolhas de papel lozpnÓmutc uúuâbum ponto óbrnonn compromisso entreo pernnunênciu dom coluccm iotorObónzengocuoxeâuromoemÚzbOidudcdimensional das folhas moreticulado

uniforme de cnpa0uo livres u vaziosentre as fibras reticulado queconfigura os duetos capilares quedeverão importar nas folhas dcpapelue tintas depositadas ou superfíciedas nncynoma para mediante convenções simbólicas us mais diversasregistrar o pensamento hurnano

20 0 PapelMaio 1995