Upload
vonhan
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO AO PLANO DE SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO
LOURDE DIDONE BALENA
2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAISCOORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO – OESTE
CADERNO PEDAGÓGICO
GUARAPUAVA2011
IDENTIFICAÇÃO
PROFESSOR PDE: LOURDES DIDONE BALENA
ÁREA PDE: PEDAGOGIA
NRE: PATO BRANCO – PR
PROFESSORA ORIENTADORA IES: JUSSARA ISABEL STOCKMANNS
IES VINCULADA: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE -
UNICENTRO.
GUARAPUAVA /PR
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: ESCOLA ESTADUAL IRMÃO ISIDORO
DUMONT – ENSINO FUNDAMENTAL
PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: PROFESSORES E PEDAGOGOS
SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................................. 4 APRESENTAÇÃO...................................................................................................................5JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO.........................................................................6OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS...............................................................................6UNIDADE 1...............................................................................................................................7CONCEPÇÕES DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO............................................71. Introdução ............................................................................................................................. 7 2. Passos da construção do Projeto Político Pedagógico ....................................................... 7 3. Concepções do projeto político pedagógico ........................................................................ 8
3.1. Marco situacional ........................................................................................................................ 8
3.2. Marco conceitual ou doutrinal .................................................................................................... 8
3.3. Marco Operacional ou Operativo ................................................................................................ 9
UNIDADE 2.............................................................................................................................12ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL
IRMÃO ISIDORO DUMONT – ENSINO FUNDAMENTAL SÉRIES FINAIS.............121. Introdução ........................................................................................................................... 12 2. Projeto Político Pedagógico ................................................................................................ 12
2.1. Marco Situacional ...................................................................................................................... 12
2.2 Marco Conceitual ........................................................................................................................ 13
2.3 Marco Operacional ou operativo ................................................................................................ 14
UNIDADE 3.............................................................................................................................18NÍVEIS DE PLANEJAMENTO............................................................................................181. Introdução ........................................................................................................................... 18 2.Níveis de Planejamento na Área Educacional ................................................................... 18
2.1 Planejamento de um sistema educacional ................................................................................. 18
2.2 O Planejamento Escolar e ou Projeto Político Pedagógico ......................................................... 19
2.3 Planejamento Curricular ............................................................................................................. 19
2.4 Planejamento didático ou de Ensino .......................................................................................... 20
UNIDADE 4.............................................................................................................................26PLANO DE AULA..................................................................................................................261. Introdução ........................................................................................................................... 26 2. Plano de Aula ....................................................................................................................... 26 AVALIAÇÃO..........................................................................................................................31ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR.....................................................................................32PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO.........................................33REFERÊNCIAS......................................................................................................................34
5
APRESENTAÇÃO
O caderno pedagógico é um material didático de intervenção/implementação
pedagógica e seu desenvolvimento é um dos requisitos que fazem parte das
atividades feita pelo professor – PDE. A implementação deste material ocorrerá na
Escola Estadual Irmão Isidoro Dumont localizado no município de Itapejara D´Oeste,
na Rua Fernando Ferrari nº 218 e está prevista para o segundo semestre do ano de
2011. Este Caderno Pedagógico foi elaborado pela professora Lourdes Didone
Balena, sob orientação da professora Mestre Jussara Isabel Stockmanns, da
Universidade do Centro Oeste - UNICENTRO.
Este Caderno Pedagógico contém quatro unidades teóricas e sua abordagem
está centrada no tema “Planejamento Escolar”. Cada unidade propõe leitura de
livros, textos, artigos e atividades a serem desenvolvidas pelos educadores, com a
finalidade de debater e refletir sobre o tema. Em cada encontro, serão propostas
atividades com acompanhamento e avaliação no desenvolvimento do processo.
A confecção deste material tem por objetivo aprofundar o estudo referente ao
tema de pesquisa, “Planejamento Escolar”, ao buscar o significado de planejamento,
e refletir sobre ele para assim propor mudanças para redimensionar a prática
pedagógica, contribuindo, desta forma, para uma educação que vise à emancipação
humana.
6
TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE: PLANEJAMENTO ESCOLAR
JUSTIFICATIVA DO TEMA DE ESTUDO
Esta pesquisa e orientação didática se propõe a fornecer informações sobre o
planejamento e a organização de um espaço de reflexão e questionamentos sobre
os motivos de um percentual elevado de professores resistirem para realizar seus
planejamentos, compreendido como: planos globais, de médio e de curto prazo que
diz respeito a toda a instituição, e planos de cada um dos setores, isto é, de cada
segmento, da direção, da equipe pedagógica e de cada uma das turmas de alunos.
E todos esses planos devem estar coerentes com o Projeto Político Pedagógico.
OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS
Objetivo Geral
Conscientizar os educadores da importância do Projeto Político Pedagógico
como norteador de todas as ações desenvolvidas na escola, do plano global, ao
plano de aula, visando à construção humana.
Objetivos Específicos
Proporcionar aos educadores momentos de estudo e reflexão no que diz
respeito ao Projeto Político Pedagógico, para que compreendam teoricamente como
foi construído e o compromisso de executá-lo.
Refletir através de estudo referente ao projeto político pedagógico da Escola
Estadual Irmão Isidoro Dumont, fazendo um paralelo com o referencial teórico
evidenciando coerências e inconsistências entre ambos.
Proporcionar aos educadores momentos de estudo e reflexão no que diz
respeito aos níveis de planejamento, para compreender diferenças e relações entre
eles.
Pesquisar diferentes instrumentos e metodologias, referente à prática
educativa a fim de despertar nos educadores o interesse e necessidade em planejar.
7
UNIDADE 1
CONCEPÇÕES DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
O longo voo das aves, desde o gelado Canadá ao calor do
Brasil, ultrapassa todas as dificuldades, porque as aves “sabem” o
seu destino.
(Danilo Gandin)
1. Introdução
O projeto político pedagógico é considerado o maior documento da instituição
escolar É o norteador de todas as ações desenvolvidas, nos aspectos administrativo
e pedagógico.
Portanto, justifica-se dedicar tempo a estudá-lo, compreendendo sua
estrutura, o significado de cada marco, sua coerência com a teoria e a prática
educativa desenvolvida na instituição de ensino.
2. Passos da construção do Projeto Político Pedagógico
O termo projeto implica empreendimento, um plano, uma idéia que se deseja
concretizar. A expressão, político, justifica-se por envolver um grupo de pessoas,
neste caso professores, alunos, funcionários, pais, direção e comunidade.
Pedagógico diz respeito à forma, diretrizes e princípios que regem a ação educativa.
O projeto político pedagógico é um documento que situa a realidade na qual
atuar, apresenta um ideal a ser conquistado e a concepção pedagógica que será
trabalhada para encurtar a distância dos resultados que se desejam alcançar.
Acredita-se que faz sentido construir um plano que norteia as ações a serem
desenvolvidas no interior da escola, quando todos os envolvidos participam de sua
construção e, além disso, sintam-se comprometidos em vivenciá-lo.
8
3. Concepções do projeto político pedagógico
3.1. Marco situacional
Este marco consiste em compreender a realidade vigente, compreendendo
todas as esferas onde se atua: município, estado, país e o mundo, fazendo uma
análise de como os aspectos social, econômico, político, cultural, religioso e
educacional repercutem na vida de cada um.
Segundo Gandin (2010, p.28) “A pergunta básica a ser respondida será: como
se apresenta o mundo em que estamos inseridos? Será uma descrição e um
julgamento”.
Ter este entendimento colabora no sentido de descrever e emitir um
julgamento da organização da sociedade. Dessa forma, haverá condições para
elaborar o ideal de educação, considerando a realidade atual, com suas limitações e
seus pontos de apoio e evidenciando os aspectos que o grupo acredita serem
importantes, para, enfim, buscar a concretização desse ideal.
3.2. Marco conceitual ou doutrinal
As metas estipuladas devem ser claras. Para tanto, faz-se necessário
elaborar a utopia da forma mais completa possível, isto é, estipular todas as
características necessárias para uma educação eficiente e de qualidade. Não
deixando de levar em conta a realidade vigente, ou seja, que o ideal elaborado seja
possível de conquistar. Quanto a isto Gandin afirma:
Trata-se portanto, de um marco, um ponto razoavelmente inamovível que serve como utopia, como força, como orientação. Não pode ser algo inteiramente alcançável, embora não possa se construir do teoricamente impossível para o homem (GANDIN, 2010 p 28).
E quanto à elaboração dos ideais previstos, é fundamental expressar quais
são de forma detalhada e para que servem. Estas escolhas devem ter
fundamentação teórica que as sustentem.
9
3.3. Marco Operacional ou Operativo
No primeiro momento, faz-se necessário fazer uma análise referente ao que é
adequado para a instituição de ensino. O grupo que planeja deve considerar a
realidade existente e a realidade idealizada. Propor uma concepção pedagógica
coerente com a descrição de educação e adequada com os ideais de homem e de
sociedade, elaborados no marco conceitual. Nas palavras de Gandin:
Numa escola, por exemplo, designar um marco operativo significa propor (escolher ou compor) um tipo de educação, traçar linhas gerais de organização da escola (governo, participação...) definir enfoques prioridades que serão sublinhados no período do plano, tudo em coerência com o marco doutrinal e para realizar os ideais nele traçados (GANDIN, 2010, p. 30).
Portanto, um marco operacional implica em definir linhas gerais de como será
conduzido o processo educacional, elencando prioridades, destacando os meios que
serão utilizados e a tendência pedagógica a ser adotada para alcançar o proposto.
10
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Projeto: Do Projeto Político Pedagógico ao plano de aula: uma proposta de
planejamento participativo.
Conteúdo: Concepções de Projeto Político Pedagógico
Objetivo: Proporcionar aos educadores momentos de estudo e reflexão no que diz
respeito ao Projeto Político Pedagógico, para que compreendam teoricamente como
foi construído e o compromisso de executá-lo.
Dia:24/08/2011
04 horas
Metodologia
No primeiro momento, será realizada uma reflexão sobre a música “A lista”,
em que o autor, Oswaldo Montenegro, faz uma análise das ações realizadas por ele
ao longo de sua vida. Com base nesse exemplo, sugerir-se-á aos professores que
repensem suas práticas educativas e seus resultados, para construir, a partir daí, um
planejamento participativo.
Para isso, far-se-á também uma análise histórica do planejamento, para
compreender seus entraves, avanços e a necessidade da sua elaboração, buscando
assim diminuir a resistência da maioria dos professores a realizar seu planejamento
educacional. Essa exposição será feita em forma de apresentação com figuras no
datashow.
Além disso, como o planejamento educacional individual deve estar
embasado no Projeto Político-Pedagógico da escola, explanar-se-á de forma geral
sobre este documento escolar.
Posteriormente, para maior compreensão dos Marcos do Projeto Político
Pedagógico (PPP), os educadores serão divididos em três grupos e cada um
estudará teoricamente como construir um marco diferente, utilizando como fonte de
consulta, o texto do livro “Planejamento Como Prática Educativa” do autor Danilo
Gandin. Cada grupo deverá elaborar uma síntese do estudo realizado. Feito isto,
cada pequeno grupo deverá fazer uma exposição do estudo concretizado.
11
Será aplicado um questionário diagnóstico para fins de constatar o nível de
compreensão do estudo que será realizado.
RECURSOS MATERIAIS: Livros, cartazes, artigos, vídeos, datashow, folha sulfite
notebook.
REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 18 ed. São Paulo: Loyola, 2010.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórica-crítica. 2. ed. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 2003.
LONGHI, Simone R. P. & BENTO, Karla L. Projeto Político Pedagógico: uma construção coletiva. Acesso em:<http://pt.scribd.com/doc/6779665/Projeto-Politico-Pedagogico>. Disponível em: 01 jul. 2011.
VASCONCELLO, Celso dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 20. ed. São Paulo: Libertad, 2010.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político – Pedagógico. Campinas. São Paulo, Papirus, 2007.
12
UNIDADE 2
ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ESTADUAL IRMÃO ISIDORO DUMONT – ENSINO FUNDAMENTAL SÉRIES FINAIS
Aumentando-se o poder de decisão das pessoas, aumenta-se
o poder de ação, de aprendizagem e de transformação das práticas
e, portanto, o poder da educação.
(Heloísa Lück)
1. Introdução
Nesta unidade far-se-á uma análise do projeto político pedagógico da escola
estadual Irmão Isidoro Dumont, no que tange a estrutura e coerência com a teoria
estudada, estabelecendo um parâmetro com a realidade educativa.
2. Projeto Político Pedagógico
2.1. Marco Situacional
De acordo com a fundamentação teórica descrita na primeira unidade, o
marco situacional consiste em descrever como a sociedade está organizada e o seu
processo de funcionamento. Sendo assim, é preciso compreender como os aspectos
econômico, político, cultural, religioso e educacional estão organizados.
Isto implica em fazer uma descrição com um julgamento sobre o contexto em
que a escola está inserida. A forma como esta será feita deixará transparecer a
concepção que se têm do mundo, ao qual todos fazem parte. Como exemplo, tem-
se o seguinte trecho do PPP da escola estadual Irmão Isidoro Dumont:
Quanto ao aspecto social e cultural, a população constitui-se por diversas etnias, apresentando diversidades culturais e religiosas. As tradições específicas são restritas a determinadas regiões, havendo no geral uma mistura devido à hegemonia das raças. (ITAPEJARA D’OESTE, 2011, p.23).
Ao realizar o estudo do marco situacional da escola em estudo, percebe-se
que foi realizada uma análise mais detalhada nas questões, econômica e
13
educacional, deixando os demais aspectos com poucas informações. E, além da
descrição e julgamento da realidade vigente, também foram desenvolvidos aspectos
do marco conceitual como o ideal, o proposto a alcançar, e de acordo com o estudo
realizado esta informação caberia ao marco posterior, o conceitual.
Neste marco se faz necessário estabelecer as diversas relações existentes
nas esferas, considerando a realidade local ao espaço global, sendo elas de ordem
econômica, educacional, política e cultural.
2.2 Marco Conceitual
Ao desenvolver este marco o grupo que o elaborar deve propor as linhas
gerais do ideal a ser alcançado. Na elaboração de um ideal, não se deve esquecer
os limites e possibilidades oferecidos pelo contexto escolar e social, mas sim, com
bases teóricas, elaborar um sonho passível de concretização, através de metas que
possam ser conquistadas gradativamente.
Compreende-se que devemos propor metas no sentido quantitativo e
qualitativo, por exemplo, estabelecer o percentual de aprovações que se deseja
alcançar e o nível de participação almejado, respectivamente.
Todas essas questões necessariamente devem estar fundamentadas em
teorias, para que possam ser reconhecidas e aceitas como norteadoras do ideal
proposto.
Percebe-se que neste marco a escola faz colocações referentes às
concepções idealizadas. Por outro lado, se ateve as questões do marco situacional,
discorrendo sobre a realidade, como no trecho a seguir:
O modelo de sociedade na qual estamos inseridos denomina-se sociedade capitalista ou de sociedade de consumo que é um termo utilizado em economia para designar a sociedade que se encontra numa etapa de desenvolvimento industrial capitalista e que se distingue pelo consumo de bens e serviços em massa, disponíveis graças a sua elevada produção e disponibilizaçao. Este modelo de sociedade traz como resultado uma grande concentração de renda nas mãos de poucos, causando enorme desigualdade social, cujos problemas são muitos e se apresentam em forma de famílias desestruturadas; individualismo; excessivo interesses lucrativos; falta de consciência de povo; baixa auto-estima; desânimo. (ITAPEJARA D’OESTE, 2011, P.27).
De acordo com as referencias teóricas estudadas, estes elementos caberiam
ao marco situacional.
14
2.3 Marco Operacional ou operativo
Este marco tem por objetivo especificar a forma como será dimensionado o
trabalho escolar, o caminho a trilhar e a determinação dos enfoques a serem
trabalhados. Para tanto, faz-se necessário se reportar ao marco situacional,
considerando a realidade descrita e o julgamento efetivado, e ao marco conceitual,
em que está contido o ideal proposto, com as finalidades e funções que a instituição
estabeleceu.
Portanto, deve-se neste marco estabelecer em linhas gerais os enfoques que
serão priorizados, esclarecendo de forma detalhada os aspectos quantitativos e
qualitativos almejados. Por exemplo, determinar o percentual de reprovações que a
instituição pretende atingir, assim como a participação, especificando “o que é” e a
que nível deseja-se alcançar. A seguir, têm-se algumas das metas e ações da
escola em estudo:
Diante dos desafios que o trabalho pedagógico demanda como conteúdo específico e como tema cuja natureza social se apresenta complexa apontamos algumas intervenções possíveis para dar conta dos desafios, tais como:- Dar maior ênfase à Formação Continuada dos Professores, estudando junto com eles textos sobre disciplina e indisciplina, buscando formas adequadas de enfrentar o problema;
- Reorganizar a Hora Atividade dispensando um tempo maior para a pesquisa de novas metodologias e um feedback com o pedagogo; - Conscientizar a comunidade escolar e órgãos governamentais para a grande necessidade de ampliação e construção de novas escolas;- Manter as parcerias com outras entidades (Ex: CESMAR, Ação Social, empresas, Sala de recurso, Sala de Apoio...)- Programa FICA, o programa Mobilização para a Inclusão Escolar e a Valorização da vida, Nenhuma Criança/Adolescente fora da escola;- Reuniões, encontros com a família para orientar e dar subsídios que contribuam com a educação.- Estabelecer cronograma de atendimento aos professores.Analisar o relatório final do ano anterior começando o trabalho pedagógico onde existem apontamentos de prioridades a serem atendidas. (ITAPEJARA D’OESTE, 2011 p. 65).
Analisando o Marco operacional da escola em estudo, percebe-se que
propuseram medidas a serem concretizadas e foram citadas as funções dos
profissionais da instituição, entretanto não há ligação direta entre estas e o ideal
proposto. Ainda é necessário acrescentar a esse marco práticas pedagógicas
participativas que contemplem a construção do tipo de educação e sociedade
citadas no marco Conceitual.
16
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Projeto: Do Projeto Político Pedagógico ao plano de aula: uma proposta de
planejamento participativo.
Conteúdo: Análise do Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Irmão Isidoro
Dumont – Ensino Fundamental Séries finais
Objetivo: Refletir através de estudo referente ao projeto político pedagógico da
Escola Estadual Irmão Isidoro Dumont, fazendo um paralelo com o referencial
teórico evidenciando coerências e inconsistências entre ambos.
Dia: 21/09/2011
04 horas
Metodologia
Como primeira atividade, todos assistirão o vídeo “o problema não é meu” em
que os intérpretes não assumem a responsabilidade pelos acontecimentos
mostrados no vídeo, pois eles alegam que estes não fazem parte de seus
respectivos setores. A partir desse vídeo, far-se-á uma reflexão de como é nosso
comprometimento com os desafios que surgem em nossa instituição de ensino.
Compreendemos como sendo um espaço onde todos precisam estar
comprometidos? Ou nos percebemos como parte separada do contexto?
Considerando que o Projeto Político Pedagógico é uma construção coletiva,
de todos os integrantes da comunidade escolar,e sendo o principal documento da
escola, norteador de todas as práticas educativas, é imprescindível dispensar tempo
para análise e estudo, comprometendo-nos a executá-lo. Sendo assim, far-se-á uma
explanação geral em forma de apresentação com slides no datashow.de como o
Projeto Político Pedagógico da Escola Estadual Irmão Isidoro Dumont Ensino
Fundamental foi construído.
Em seguida, os educadores serão divididos em três grupos e cada grupo
estudará a construção de um marco do PPP, a fim de compreender como foi
elaborado, e qual é sua coerência com a teoria estudada, identificando pontos
comuns e divergentes entre o esperado teoricamente e o documento escolar.
17
Depois disso, haverá um tempo aberto para sugestões de adição,
modificação, substituição e supressão de itens no Projeto Político Pedagógico da
escola.
RECURSOS MATERIAIS: Livros, vídeo, datashow. Folha sulfite
REFERÊNCIAS
ITAPEJARA D’OESTE, Projeto político pedagógico escola estadual Irmão
Isidoro Dumont – Ensino Fundamental – Séries Finais, 2011.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 18 ed. São Paulo: Loyola, 2010.
LONGHI, Simone R. P. & BENTO, Karla L. Projeto Político Pedagógico: uma construção coletiva. Acesso em:<http://pt.scribd.com/doc/6779665/Projeto-Politico-Pedagogico>. Disponível em: 01 jul. 2011.
LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola. Petrópolis. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
VASCONCELLO, Celso dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 20. ed. São Paulo: Libertad, 2010.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político – Pedagógico. Campinas. São Paulo, Papirus, 2007.
18
UNIDADE 3
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
Andar algum passo, a cada dia, na direção traçada é tão
importante como debater o rumo e questionar se caminhamos nele.
(Danilo Gandin)
1. Introdução
O planejamento pedagógico requer definir o que se deseja, com base na
realidade vigente, até onde se quer chegar, e como será trilhado este caminho para
diminuir a distância entre o almejar e o conquistar. Significa diagnosticar e a partir
daí atribuir um julgamento, isto é, tomar decisões referenciadas pelas teorias
visando melhores resultados da prática educativa.
2.Níveis de Planejamento na Área Educacional
2.1 Planejamento de um sistema educacional
O planejamento que abrange as esferas nacional, estadual e municipal é
denominado planejamento de um sistema educacional e tem por objetivo constatar
as dificuldades presentes, refletir sobre as mesmas e prever medidas para
solucioná-las. Ciente do quadro, é possível elencar prioridades e formas de atuação,
assim como o levantamento dos custos necessários para superar as dificuldades
constatadas. Em suma, o planejamento de um sistema educacional deixa
transparecer a política de educação escolhida. Na palavra de Haydt:
O planejamento de um sistema educacional é feito a nível sistêmico, isto é, a nível nacional, estadual e municipal. Consiste no processo de análise e reflexão das várias facetas de um sistema educacional, para delimitar suas dificuldades e prever alternativas de solução. (HAYDT, 1998. p. 95).
Portanto, a partir da constatação da realidade vigente nos seus diversos
espaços, é necessário prever medidas eficazes a serem adotadas a fim de resolver
ou amenizar as situações detectadas.
19
2.2 O Planejamento Escolar e ou Projeto Político Pedagógico
O planejamento escolar de uma instituição educacional significa elencar
objetivos e metas a serem concretizadas, no que diz respeito à área pedagógica e
administrativa, que devem ser executadas pelo coletivo da escola, para que a escola
ande bem, conforme o texto:
O planejamento escolar deve ser participativo, isto é, todos os segmentos que fazem parte da escola (professores, funcionários, pais e alunos) devem participar do processo de tomada de decisão. (HAYDT, 1998. p. 96).
Portanto, o resultado desta participação consiste na elaboração e execução
por toda a equipe da escola deste planejamento, definido como o projeto político
pedagógico, maior documento de uma instituição de ensino.
2.3 Planejamento Curricular
O planejamento do currículo visa prever todas as atividades que serão
desenvolvidas no decorrer do curso, estabelecendo os objetivos gerais, elencando
os conteúdos e definindo a concepção filosófica que norteará as expectativas da
ação educativa.
A partir da definição dos objetivos, serão definidos os critérios para a seleção
dos conteúdos, que devem ser significativos e funcionais e colaborar para o
letramento do educando, eliminando os conteúdos que não possuem importância e
funcionalidade, ou seja, os que servem apenas como informação e são apenas
memorizados por um espaço de tempo, sem apreensão de conhecimento.
Um fator importante que diz respeito ao planejamento curricular é o de
estabelecer a ordenação horizontal dos conteúdos a serem desenvolvidos em uma
série, assim como a ordenação vertical, que será o conjunto dos conteúdos do
curso, obedecendo uma sequência que garanta a possibilidade de serem
trabalhados, considerando os pré-requisitos.
Por isso, conforme Haydt,
20
O plano de currículo é elaborado pela escola, por todos aqueles que participam do processo pedagógico. Cada escola do sistema público de ensino elabora o seu plano de currículo, seguindo as diretrizes básicas do sistema a que pertence, e levando em conta as características de sua clientela e as reais condições de trabalho que apresenta. (HAYDT, 1998, p. 98).
Portanto, para que o planejamento curricular possa atender as reais
necessidades da clientela, é imprescindível que todos os que fazem parte do
processo pedagógico tenham conhecimento real do campo de atuação, para prever
necessidades, adotando medidas cabíveis para obter os resultados a que se
propõem.
2.4 Planejamento didático ou de Ensino
Elaborar o planejamento de ensino significa prever as ações que serão
desenvolvidas com os alunos, organizar as atividades e vivências que serão
desenvolvidas no processo de aprendizagem, com a finalidade de alcançar as
expectativas propostas, expressas através dos objetivos educacionais. Sendo assim,
o planejamento de ensino é detalhar e viabilizar o plano curricular.
Quanto ao planejamento de ensino Regina diz:
O professor ao planejar o ensino antecipa, de forma organizada, todas as etapas do trabalho escolar. Cuidadosamente, identifica os objetivos que pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como estratégias de ação e prevê quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos alunos (HAYDT, 1998, p.98).
Portanto, compreende-se que o planejamento é uma caminhada que requer
operações mentais tais como: identificar, selecionar, distribuir no tempo previsto,
prever maneiras de agir que serão efetivadas, organizando as atividades previstas
para efetivar o planejamento.
Após o resultado do processo de planejamento do trabalho do educador, faz-
se necessário o plano didático. O ideal é que este plano seja uma elaboração
escrita, para evitar esquecimentos e desperdício de tempo.
A forma de registro vai depender de cada docente, mas é importante lembrar,
que seja simples e clara, para que sua execução seja viável. Sabe-se que cada
profissional tem sua maneira própria de elaborar seu plano, portanto, deve-se evitar
21
fazer cópias de plano de colegas, mas que estes possam ser consultados, como
fonte para contribuir com idéias ao seu trabalho.
É importante lembrar que o plano é apenas um roteiro esquematizado, isto é,
sucinto sem vida, é no momento da execução que ganha vida e expressividade
contemplando as características do executor.
O planejamento didático ou de ensino se caracteriza entre três tipos de
acordo com seu nível de especificidade crescente: planejamento de curso,
planejamento de unidade didática ou de ensino e planejamento de aula.
a) Planejamento de curso
É antecipar de modo geral a programação que será desenvolvida durante o
um tempo determinado, que poderá ser um semestre ou ano letivo, compreendendo
que se trata de todos os procedimentos desde o diagnóstico a avaliação, com vistas
a atingir os objetivos propostos. E ainda no que diz respeito ao planejamento de
curso Haydt diz:
Planejamento de curso é a previsão dos conhecimentos a serem desenvolvidos e das atividades a serem realizadas em uma determinada classe, durante um certo período de tempo, geralmente durante o ano ou semestre letivos. (HAYDT, 1998, p. 100).
O plano de curso consiste em detalhar o plano curricular, compreendendo
organização e sequência. Inicia-se com um diagnóstico da classe de alunos, a partir
dos dados obtidos e estabelece os objetivos a serem alcançados; dando
continuidade, propõe atividades, procedimentos e recursos, assim como a escolha
dos instrumentos para avaliar a fim de diagnosticar o alcance dos objetivos
propostos, havendo coerência com os conteúdos trabalhados.
b) Planejamento de unidade
É agrupar conteúdos que possui características comuns facilitando assim o
planejamento, possibilitando realizar inter-relações
Segundo Piletti (1987 apud HAYDT, 1998, p.101) “O professor ao planejar a
unidade de ensino, deve estabelecer três etapas: apresentação, desenvolvimento e
integração”.
22
A apresentação consiste em que o educador irá buscar o interesse do aluno
oferecendo oportunidade para manifestar o conhecimento que possui relacionando
com o conteúdo em estudo. Algumas atividades podem ser propostas para
diagnosticar o nível de conhecimento dos educados, tais como: questionamentos
orais ou escritos; introdução do assunto através de diálogo; informar os objetivos da
unidade e relacioná-los com os materiais a serem utilizado e com os recursos para o
desenvolvimento do conteúdo (PILETTI, 1987 apud HAYDT, 1998).
O desenvolvimento corresponde à etapa em que o educador coloca em
prática os procedimentos didáticos e os educando participam da construção do
conhecimento com a finalidade de alcançar os objetivos previstos. As atividades
serão as mais diversificadas possíveis; resolução de problemas, leituras, pesquisas,
debates, entrevistas, trabalho em grupos, visitas, experimentos, projetos, entre
outros (PILETTI, 1987 apud HAYDT, 1998).
A integração é uma etapa na qual o educando fará a síntese da
aprendizagem obtida através de atividades que poderão ser escritas ou orais,
resumos e quadros em forma de sinopse, isto é, aplicação de instrumentos a fim de
acompanhar e diagnosticar a habilidade do educando em reorganizar o
conhecimento de forma condensada (PILETTI, 1987 apud HAYDT, 1998).
Portanto, compreende-se que o plano de unidade é um miniprojeto, de
trabalho, uma parte do planejamento escolar. Após elencar os conteúdos que serão
trabalhados, é necessário um conjunto de procedimentos, a fim de garantir a
aquisição do conhecimento. Sendo assim, ao término da unidade, é imprescindível o
uso de instrumentos adequados, para que o educando sistematize e reorganize as
experiências de aprendizagem vivenciadas.
c) Planejamento de aula
No planejamento de aula, o educador estabelece detalhadamente o conteúdo
a ser desenvolvido, indicando os procedimentos que serão adotados, a fim de
efetivar o plano de curso e unidade. Sobre planejamanto de aula, Haydt diz:
Portanto, planejamento de aula “é a sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo (...). É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-aprendizagem”. (HAYDT, 1998, p. 103).
23
Assim sendo, planejar uma aula consiste em organizar e sequenciar o que
será trabalhado durante um dia letivo. É um trabalho de sistematização, onde
ocorrerá a relação professor com o aluno numa dinâmica de troca, visando à
aprendizagem.
Ao preparar seu plano diário o educador faz uma previsão dos objetivos a
serem alcançados, no que diz respeito ao conhecimento, habilidades e atitudes;
decide sobre a metodologia de trabalho e os recursos que serão utilizados e
organiza a forma de avaliar as atividades propostas.
Ao elaborar o plano de aula, faz-se necessário considerar as condições reais
dos educados, para tanto é necessário realizar um diagnóstico, para situar o nível de
compreensão e entendimento do conteúdo a ser desenvolvido; e, com estas
informações, dar sequência ao trabalho.
Deste modo, o plano de aula é uma previsão diária do conjunto de ações a
serem desenvolvidas.
24
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Projeto: Do Projeto Político Pedagógico ao plano de aula: uma proposta de
planejamento participativo.
Conteúdo: Níveis de Planejamento
Objetivo: Proporcionar aos educadores momentos de estudo e reflexão no que diz
respeito aos níveis de planejamento, para compreender diferenças e relações entre
eles.
Data: 29/09/2011
04 horas
Metodologia
O professor ao desenvolver seu trabalho junto ao educando deve, em
primeiro momento, despertar nele o interesse e a curiosidade pela apreensão de
novos conhecimentos. E, além de proporcionar ao educando o domínio do
conhecimento científico, deve estabelecer ações no sentido de ensinar-lhes a
compaixão.
Considerando a importância destes saberes, será apresentada, através de
slides com ilustração no datashow, a reportagem “O Sabor do Saber” de Rubens
Alves, que versa sobre a questão de ensinar ao educando a compaixão e valorizar o
conhecimento de forma que este esteja a serviço da humanização. Será
apresentado também um Vídeo do mesmo autor “Papel do professor” que discute
sobre a questão de despertar no educando o desejo de aprender.
Para que nosso ideal de educação seja atingido, é necessário elaborar um
planejamento que ajude o professor a se organizar e conduzir um processo
educativo coerente com as necessidades do educando. E, para bem fazer um
planejamento, é indispensável conhecer os níveis em que se divide. Portanto, far-se-
á uma explanação destes.
Na sequência, os educadores serão divididos em grupos, para estudar o
Capítulo quatro (4): “O planejamento da ação didática” do livro “Curso de Didática
Geral” da autora Regina Célia Cazaux Haydt.
25
Posteriormente, para melhor sistematização das informações estudadas, os
educadores farão uma síntese do estudo realizado. Realizada esta etapa, será feito
um debate sobre as fases do planejamento, para maiores esclarecimentos do
assunto em pauta.
RECURSOS MATERIAIS: livros, vídeos, datashow, folhas sulfite.
REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo - A prática do planejamento participativo. 17 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
HAYDT, Regina C. C. Curso de Didática Geral. 5. Ed. São Paulo: Ática, 1998.
PILETTI, Claudino. Didática Geral. 8. Ed. São Paulo: Ática, 1987.
KLOSOUSKI, Simone S. & KLEVI, Mary R. Planejamento de Ensino como Ferramenta Básica do Processo Ensino-Aprendizagem. Disponível em: <http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/5%20Edi%C3%A7%C3%A3o/Humanas/PDF/7-Ed5_CH-Plane.pdf>. Acesso em: 18 jul 2011.
26
UNIDADE 4
PLANO DE AULA
Quanto mais nos dedicamos a atuar em nosso meio
participativamente, mais nos conduzimos para nossa
realização como seres humanos plenos
(Heloisa Lück)
1. Introdução
O plano de sala de aula tem sua origem no Projeto Político Pedagógico da
escola e prevê um ideal a ser alcançado. Com o diagnóstico, tem-se uma previsão
da distância que a escola se encontra do ideal previsto. Sendo assim, buscam-se as
falhas e a origem das mesmas, os obstáculos para avançar e os pontos de apoio. E,
a partir destes dados, elabora-se uma proposta de trabalho que inclui ações,
atitudes, normas e rotinas, especificando através dos objetivos as expectativas de
aprendizagem previstas.
2. Plano de Aula
A tarefa docente necessita, ainda que de maneira ampla, uma previsão do
conteúdo e a forma como será trabalhado. Gasparin (2009, p.54) recomenda: “que
não sejam planejadas aulas, mas unidades de conteúdo, ou seja, um conjunto de
aulas”.
O planejamento em unidades de conteúdos oferece condições para o
educador ampliar sua visão metodológica contextualizando as informações acerca
do conhecimento. Planejar vai além do aspecto técnico. Planejar implica muito mais.
É um ato político. O indispensável mesmo é ter clareza das necessidades e dos
objetivos traçados e ordená-los de modo a obter o máximo de resultado com o
melhor uso de recursos, visando à transformação social.
Por isso, conforme Gasparin,
Todo o processo pedagógico envolvendo as ações do professor e dos alunos desenvolve-se por meio de técnicas específicas, para que o confronto dos conceitos científicos apresentados pelo professor com os
27
conceitos cotidianos dos aprendestes gradativamente avance e sempre retome o aprendizado anterior, incorporando-o e superando-o, de tal forma que os conceitos cotidianos sejam transformados em científicos, a fim de que estes se tornem cotidianos. (GASPARIN, 2009, p.116)
Portanto, a construção do conhecimento acontece quando o seu processo é
compreendido. Para isso, é preciso ter domínio da teoria e discernir a prática que
possibilita o sucesso na aprendizagem.
De acordo com as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação
Básica do Estado do Paraná, devem-se organizar os conteúdos buscando o
conhecimento das diferentes áreas. Elas não são independentes, se complementam
entre si, ampliando assim a abordagem do planejamento de modo que as disciplinas
se comuniquem, visto que uma depende da outra, buscando a totalidade, numa
prática pedagógica que considera as dimensões científica, filosófica e artística do
conhecimento.
É necessário saber que ao estudar um conteúdo ou tema, o professor precisa
ir além de dominar o conhecimento de sua disciplina. Necessita colocar na sua
prática diária a ampliação do conceito. Faz-se necessário enfatizar para o aluno os
diferentes enfoques pertinentes àquele conteúdo, fazendo assim a transposição para
as diferentes áreas, que a mesma é necessária para a compreensão do conteúdo e
assim este se tornar conhecimento. E ainda no que diz respeito à aquisição do
conhecimento Libâneo diz:
A atividade teórica é o processo que, partindo da prática, leva a “aprender” a realidade objetiva para, em seguida, aplicar o conhecimento adquirido na prática social para transformá-la. A ênfase nos conhecimentos não visa, portanto o acúmulo de informações, mas uma reelaboração mental que se traduzirá em comportamentos práticos, numa nova perspectiva de ação sobre o mundo social. (LIBÂNEO, 1985, p. 76)
Concordando com Libâneo, a escolha adequada da metodologia dá maior
garantia na aquisição e reelaboração do conhecimento. Porém, muitas vezes têm-se
atitudes desvinculadas do real. Olha-se sem perceber se é possível transpor teoria à
prática e vice-versa. Fica-se na superficialidade quando não se tem clareza sobre o
caminho que se pode percorrer, isto é, a metodologia apropriada para trabalhar
aquele conteúdo.
E ainda com respeito ao conceito de planejar, Gandin & Cruz (2010, p.27)
afirmam: “Planejar é, de fato, definir o que queremos alcançar: verificar a que
28
distância, na prática, está do ideal e decidir o que se vai fazer para encurtar essa
distância”.
Desta forma, considera-se que planejar é o processo pelo qual a pessoa que
o utiliza possa ter condições de contribuir significativamente para com a prática
educativa. Ao realizar um plano de aula se faz necessário ter claros: a meta; o
caminho a fazer, a fim de alcançar o ideal; e o programa que será utilizado, de forma
a viabilizar o proposto.
Vasconcello (2010, p.15) cita que: “planejar é uma atividade que faz parte do
ser humano”; mais adiante, ele ressalta que: “planejar é antecipar mentalmente
uma ação a ser realizada e agir de acordo com o previsto; é buscar fazer algo
incrível, essencialmente humano: o real ser comandado pelo ideal” (p.35) (grifos do
autor).
Sobre essa perspectiva, entende-se que o planejamento requer uma
mudança, e como tal, toda mudança assusta, faz sentir o medo do “novo”. Não é um
fato aceitado pacificamente por todos. A escola não é diferente, existe uma rotina, e
sair dela requer esforços, vontade.
Esta missão será atingida, à medida que a prática pedagógica for
compreendida como processo democrático. Referente a isso, Saviani afirma:
A prática pedagógica contribui de modo específico, isto é, propriamente pedagógico, para a democratização da sociedade na medida em que se compreende como se coloca a questão da democracia relativamente à natureza própria do trabalho pedagógico. (SAVIANI, 2003 p. 79)
Por isso, é importante salientar que o processo pedagógico será democrático
se compreendemos como possibilidade no seu início e como concreto no ponto de
chegada.
Portanto, deve-se ter bem clara a proposta de trabalho, a fim de analisar até
onde o educando avançou, dificuldades apresentadas, experiências vivenciadas,
pontos de apoio. A partir desta análise, reorganizar a programação, isto é,
replanejar.
Sendo desta forma, a função do planejamento é nortear o trabalho
pedagógico no momento de planejar, executar e avaliar. E cabe ao professor
pedagogo fazer essa mediação na organização do trabalho do professor.
29
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
Projeto: Do Projeto Político Pedagógico ao plano de aula: uma proposta de
planejamento participativo.
Conteúdo: Plano de aula
Objetivo: Pesquisar diferentes instrumentos e metodologias, referente à prática
educativa a fim de despertar nos educadores o interesse e necessidade em planejar.
Data: 05/10/2011
04 horas
Metodologia
Inicialmente, meditaremos sobre as palavras do filósofo Mario Sergio Cortella,
em seu seminário “Não nascemos prontos”, que versa sobre a questão da
construção gradativa dos seres humanos. Esta reflexão é importante para o
professor compreender que é necessário tempo para a apreensão de novos
conhecimentos e despertar o educando para a vivência de valores.
Além disso, espera-se transmitir a idéia de que o educador deve realizar o
trabalho com o aluno de modo a não passar somente conhecimentos científicos,
mas também valores que contribuam na construção de cidadãos generosos e
solidários que utilizem suas capacidades em prol do todo, e não só do individual.
Nesse contexto, ainda é indispensável que haja momentos de reflexão e
análise de como usamos o tempo, e como são as nossas relações estabelecidas
com o meio, as nossas formas de viver, consumir e conceber a vida. Pois, ao
realizar um planejamento, é imprescindível considerar estes aspectos e, a partir
deles pensar sobre que pessoas serão formadas, e assim poder construir o homem
e a sociedade idealizados.
Na seqüência, far-se-á uma explanação de conceitos de plano de aula, na
visão dos teóricos. Dando continuidade, será proposto um estudo dos textos: “A
programação como conseqüência” e “Funcionamento na prática”, respectivamente,
capítulos sete e oito do livro “Planejamento na sala de aula” do autor Danilo Gandin,
e o capítulo três do livro “Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto
Político-Pedagógico” intitulado “Programação” do autor Celso dos S. Vasconcellos.
30
A partir da elaboração e discussão do tema proposto, em grupos separados
por série, será sugerida a confecção de um plano de aula.
A seguir será realizado um seminário tendo como tema: o plano de aula. Será
proposto um momento de interação com discussões, debates, transmissões de
informações, discutindo-as, a fim de chegarmos a uma conclusão sobre o assunto
em pauta.
Para finalizar o trabalho com as unidades, aplicar-se-á um questionário
diagnóstico, com as mesmas questões aplicadas no inicio do trabalho, para verificar
o resultado das atividades desenvolvidas.
RECURSOS MATERIAIS -: Livros, vídeo, datashow, folhas sulfite, notebook.
REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo - A prática do planejamento participativo. 17 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórica-crítica. 2. ed. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 2003.
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 22. ed. São Paulo:Loyola, 1985
LUCK, Heloisa, Planejamento em Orientação Educacional. 21ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
PARANA. Secretaria de estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica - SEED.
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 36. ed. Campinas. São Paulo: 2003.
VASCONCELLO, Celso dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 20. ed. São Paulo: Libertad, 2010.
TUNES, Elizabeth; TACCA, Maria C. V. R & JÚNIOR, Roberto dos S. B. O
professor e o ato de ensinar. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n126/a08n126.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2011.
31
AVALIAÇÃO
A produção didática “A Dinâmica do Planejamento e Seus Níveis” foi
elaborada na forma de Caderno Pedagógico.Este material é composto por quatro
unidades correlatas entre si, visando fundamentar teoricamente através de textos, o
tema em estudo.
Este material tem por finalidade servir de subsídio para consulta aos
profissionais da educação, a fim de repensar sua prática de planejamento, propondo
discussão aos seus pares.
É importante, destacar alguns textos ou capítulos do material referenciado,
elaborando grupos de estudo estabelecendo parâmetros entre os documentos de
sua escola e a prática educativa existente.
Acredita-se que toda prática educativa necessita de reflexão com base no
diagnóstico e fundamentação teórica, portanto, a busca do conhecimento é
necessária para responder os questionamentos e anseios dos educandos e
educadores.
32
ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR
O planejamento, no setor educacional, consolidou-se na década de 60,
passando por muitas etapas. Num primeiro momento, foi adaptado da indústria para
o setor educacional,de forma imposta, sem o mínimo de capacitação em relação ao
mesmo, passando por diversas etapas desde sua imposição à descrença.
Recentemente, o planejamento despertou interesse e pesquisa dos
especialistas em educação. Atualmente não se concebe uma instituição de ensino
sem um planejamento, compreendido como: planos de longo, médio e curto prazo.
Para que ele cumpra sua real função, precisa atender aos anseios e necessidades
da comunidade escolar. Ao pesquisar sobre o tema Planejamento Escolar, percebe-
se o quanto ele é merecedor de atenção e pesquisa.
Uma instituição de ensino, que acredita ser a educação uma das ferramentas
para a melhoria da qualidade de vida, busca um planejamento participativo,
fundamentado em teorias que lhe dê sustentação e viabilize sua execução. Este
planejamento compreende diferentes faces: elaboração, execução e avaliação
sendo que todas estão presentes de forma constante, porém a ênfase de cada face
depende do processo em andamento.
O planejamento será significativo e terá sua função social, se estiver a serviço
da comunidade contribuindo para o bem comum, possibilitando condições para
diminuir a desigualdade social e trabalhando para a emancipação do educando.
No que tange a elaboração deste material didático, houve a necessidade de
compreender como uma instituição de ensino está sistematizada no que diz respeito
ao planejamento, seus níveis e funções. Ao realizar a classificação bibliográfica para
confecção deste material percebeu-se que a diversidade de fontes a serem
pesquisadas é escassa. E por ser um tema indispensável, são necessárias novas
pesquisas, a fim de conduzir o trabalho pedagógico com maior sucesso, garantindo
a aprendizagem e a formação humana.
33
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Dentre tantos assuntos relevantes merecedores de atenção e estudo numa
instituição de ensino, foi selecionado o planejamento escolar como tema de
pesquisa. Compreende-se que ele é importante em todas as instituições, e na escola
não é diferente, porém não se trata de qualquer planejamento e sim um
planejamento participativo, em que todas as instâncias colegiadas: direção equipe
pedagógica, professores, funcionários, pais e alunos tenham liberdade e
compromisso em participar, contribuindo significativamente para a melhoria da
qualidade de ensino.
A partir do projeto de pesquisa, elaborou-se um Material Didático – Caderno
Pedagógico, contendo quatro unidades, que versa sobre o planejamento: Do Projeto
Político Pedagógico ao plano de aula, sendo fundamentados na teoria. Com essa
pesquisa, buscou-se desvendar como se deve construir o planejamento;
compreender sua origem, o Projeto Político Pedagógico, e, por fim, elaborar uma
proposta de construção de um plano de sala aula.
Portanto, este material contribuirá no sentido de propor caminhos para
discussão e análise da prática educativa, sugerindo estudos a fim de rever conceitos
sobre planejamento com possibilidade de execução.
34
REFERÊNCIAS
GANDIN, Danilo, A prática do planejamento participativo. 17 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
______________. Planejamento como prática educativa. 18 ed. São Paulo: Loyola, 2010.
GANDIN, Danilo & CRUZ, Carlos Henrique Carrilho. Planejamento na sala de aula. 10ª ed. São Paulo: Vozes, 2010.
GASPARIN, J. L. Uma didática para a pedagogia histórica-crítica. 2. ed. Campinas. São Paulo: Autores Associados, 2003.
KLOSOUSKI, Simone S. & KLEVI, Mary R. Planejamento de Ensino como Ferramenta Básica do Processo Ensino-Aprendizagem. Disponível em: <http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/5%20Edi%C3%A7%C3%A3o/Humanas/PDF/7-Ed5_CH-Plane.pdf
LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-social dos conteúdos. 22. ed. São Paulo:Loyola, 1985
LONGHI, Simone R. P. & BENTO, Karla L. Projeto Político Pedagógico: uma construção coletiva. Acesso em:<http://pt.scribd.com/doc/6779665/Projeto-Politico-Pedagogico>. Disponível em: 01 jul. 2011.
LUCK, Heloísa. A gestão participativa na escola.Petrópolis.Rio de Janeiro. Vozes,
2010.
____________, Planejamento em Orientação Educacional. 21ª ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
PARANA. Secretaria de estado da Educação. Diretrizes curriculares da educação básica - SEED.
PILETTI, Claudino. Didática Geral. 8. Ed. São Paulo: Ática, 1987.
VASCONCELLO, Celso dos S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico. 20. ed. São Paulo: Libertad, 2010.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org.). Quem sabe faz a hora de construir o Projeto Político – Pedagógico. Campinas. São Paulo, Papirus, 2007.
HAYDT, Regina C.C. Curso de Didática Geral. 5. Ed.São Paulo:Ática, 1998
35
SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 36. ed. Campinas. São Paulo: 2003.
TUNES, Elizabeth; TACCA, Maria C. V. R & JÚNIOR, Roberto dos S. B. O
professor e o ato de ensinar. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/cp/v35n126/a08n126.pdf>. Acesso em: 15 jul. 2011.