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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED … · A moderna história oral tem um passado muito remoto, que poderíamos chamar de “Pré-história da história oral”. É comum dizer

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM

RUTH GONÇALVES DA SILVA

UNIDADE DIDÁTICA

TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNICÍPIO DE

INDIANÓPOLIS NO PERÍODO DE 1955 A 1980

MARINGÁ

2012

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM

RUTH GONÇALVES DA SILVA

TRANSFORMAÇÕES OCORRIDAS NO ESPAÇO AGRÁRIO NO MUNICÍPIO DE

INDIANÓPOLIS NO PERÍODO DE 1955 A 1980

Material pedagógico elaborado como parte dos

requisitos do Programa de Desenvolvimento

Educacional - PDE, na área de Geografia.

Orientação: Profª. Drª. Adélia Aparecida de Souza

Haracenko

MARINGÁ

2012

SUMÁRIO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL ................................................................. 6

SUGESTÕES DE ATIVIDADES ......................................................................................... 23

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS ................................................................................ 57

AVALIAÇÃO ...................................................................................................................... 62

CONSIDERAÇÕES FINAIS – PARTE I ............................................................................. 64

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 65

APRESENTAÇÃO

Estamos inseridos num cenário mundial, onde as transformações ocorrem

constantemente. Este município não seria diferente, pois apesar de apresentar

pequeno porte nele também são visíveis as alterações sucedidas no decorrer do

tempo. Todavia, para melhor compreensão a pesquisa se fará uma abordagem

sobre o espaço agrário, com um recorte temporal do início da colonização por volta

de 1950, até o início dos anos 80, período este que ocorreu uma substituição na

economia cafeeira por outras atividades, no caso deste município, principalmente a

pecuária.

Assim, salientará que por estarmos vivendo num sistema capitalista, o espaço

agrário irá apresentar inúmeras desigualdades, podendo observar regiões com um

avançado uso da tecnologia, bem como outras com um uso tecnológico em menor

escala, tanto uma como a outra é pautável as alterações ocorridas no cotidiano das

pessoas que vivem no campo, sendo refletidas até mesmo nas áreas urbanas.

Entre as várias possibilidades de formatos para a realização do material

didático dos professores participantes do Programa de Desenvolvimento

Educacional PDE – turma 2012 optamos por elaborar a Unidade Didática, por este

possibilitar desenvolvermos um tema, aprofundando-o de forma teórica e

metodológica, proporcionando uma compreensão melhor do conteúdo trabalhado.

Este material será implementado na Escola Estadual Felisberto Nunes Gonçalves no

município de Indianópolis Paraná, com os alunos do 6º ano A do período matutino.

Esta unidade didática propõe um olhar diferenciado sobre o cotidiano dos

alunos, especificamente no espaço agrário de Indianópolis, apresentando um

diálogo sobre as transformações ocorridas nele, espera-se que por meio deste

trabalho venha preencher a lacuna existente quanto à apropriação do conhecimento

científico, pois se notam no dia-a-dia em sala de aula inúmeros obstáculos que

impedem a formação do raciocínio geográfico.

Para vencermos estas barreiras, o conteúdo que será trabalhado tem estreita

relação com seu cotidiano, os procedimentos que serão aplicados os mobilizarão a

adquirir o conhecimento, pois faz parte de sua realidade, os desafiarão á a desejar

verdadeiramente a lançarem um olhar diferenciado ao espaço no qual está inserido.

Para obtermos êxito sugerimos diversos textos e/ou imagens (mapas, fotografias,

tabelas e gráficos), bem como questionamentos para a problematização dos temas e

verificação do conhecimento dos alunos, além de sugestões de atividades para que

eles passem do conhecimento prévio para o mais elaborado.

Esta unidade didática está composta por três partes distintas, divididas da

seguinte forma:

A primeira parte apresenta uma abordagem teórica sobre a história oral,

explicitando a relevância deste recurso para o êxito desse trabalho, em seguida

serão mostrados os teóricos que possibilitaram a sustentação teórica do estudo

presente. Também proporcionará aos professores um recorte espacial do município

de Indianópolis com o objetivo de levar ao conhecimento o nosso objeto de estudo

A segunda parte é composta por textos, imagens, tabelas e atividades dirigidas

aos estudantes com o objetivo de levá-los acompanharem o tema que está sendo

estudado por meio dos textos expostos em seu próprio material com atividades

propostas que ao desenvolver mostrarão a aprendizagem adquirida.

A terceira parte apresenta um encaminhamento metodológico voltado

inteiramente para os professores que estão em sala de aula.

A unidade didática direcionada aos alunos estará distribuída em cinco temas

diferentes:

1- Categorias Geográficas: Paisagem e espaço geográfico

2- Colonização de Indianópolis

3- Modernização Agrícola: Brasil

4- Modernização Agrícola: Paraná

5- Modernização Agrícola no município de Indianópolis – Paraná

A finalidade deste trabalho quanto ao objetivo geral e objetivos específicos são:

OBJETIVO GERAL

- Compreender as transformações ocorridas no Espaço Agrário, tanto as

espaciais como as sociais, desde a chegada dos primeiros colonos até a década de

1980, com a presença da modernização no campo, instrumentalizando os alunos do

6º ano do período Matutino, da Escola Estadual Felisberto Nunes Gonçalves –

Ensino Fundamental, do município de Indianópolis a entenderem este processo de

transformações.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Realizar leituras de diferentes autores, que possibilitasse o embasamento

teórico da pesquisa;

- coletar dados por meio de textos, fotografias, documentos, mapas, gráficos,

pessoas da comunidade que proporcionasse o desenvolvimento da pesquisa;

- Identificar indivíduos na comunidade de Indianópolis que viveram no espaço-

temporal contemplado pelo estudo, selecionando pessoas que poderão ser

entrevistadas;

- Realizar entrevistas com questões abertas, favorecendo uma participação

ativa dos entrevistados, após as entrevistas realizar a transcrição das mesmas,

sistematizando-as numa pasta na biblioteca da Escola, para futuros estudos das

mesmas;

- Observar o Espaço Agrário nos diferentes tempos, apontando as

transformações ocorridas no mesmo, e identificando as economias presentes neste

município no recorte temporal trabalhado na pesquisa;

- Descrever como era a mão-de-obra dos camponeses na cultura cafeeira;

- Estabelecer analogias deste Espaço Agrário local, de outros Espaços

Agrários;

- Localizar as áreas de estudo no mapa;

- Representar por meio de desenhos as paisagens do Espaço Agrário em

diferentes tempos;

- Realizar visita de campo para melhor compreensão do conteúdo;

- Sistematizar a pesquisa em forma de desenhos, mapas, murais com

fotografias, slides, e outros para apresentar os resultados à comunidade;

- Discutir os resultados obtidos com os alunos do 6º ano, equipe pedagógica,

direção, professores, funcionários da escola.

Após apresentarmos a justificativa pela opção em elaborar a unidade didática,

estaremos apresentando no item posterior, a abordagem teórica que salienta a

contribuição dos estudos e levantamentos de dados que possibilitou a realização do

material pedagógico.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CONCEITUAL

A vida é como uma sala de espectáculos; entra-se, vê-se e sai-se.

(Pitágoras)

Discussão da Metodologia da Pesquisa.

Para o desenvolvimento deste trabalho foi escolhido como metodologia

norteadora, à fonte oral, pois ela será de grande relevância para o estudo desta

pesquisa sendo, portanto, uma ferramenta imprescindível de coleta de dados que

aponte como ocorreram as transformações no espaço agrário de Indianópolis.

Primeiramente, se faz necessário conhecermos o conceito sobre a “história

oral” apresentada pelo autor MEIHY (1996, p.13), que nos mostra que “é um recurso

moderno usado para a elaboração de documentos, arquivamento e estudos

referentes à vida social de pessoas. Ela é sempre uma história do tempo presente e

também conhecida por história viva.”

Um fato imprescindível de relatar, é que atual história oral frequentemente

desacreditada possui um histórico bem antigo, como nos pontua MEIHY (1996,

p.19):

A moderna história oral tem um passado muito remoto, que poderíamos chamar de “Pré-história da história oral”. É comum dizer que a história oral é tão velha quanto a própria história. Fala-se também que toda história antes de ser escrita passou pela oralidade.

Se observarmos atentamente, a história oral já se faz presente no início do

século XX em estudos acadêmicos da Europa e dos Estados Unidos da América.

Contudo, em nosso país não houve campo para que ela florescer. Pois para a sua

existência tem que haver um diálogo com a democracia, e nosso país ficou sem

desfrutar deste bem, por muito tempo, como nos enfatiza MEIHY (1996, p.23):

Coincidentemente, o desdobramento do golpe militar de 1964, no Brasil [...], coibiu projetos que gravassem experiências, opiniões ou depoimentos. Em consequência disto, enquanto no resto do mundo proliferavam projetos de história oral, nós nos retraímos, deixando para o futuro algo que seria inevitável. [...]

Entretanto, como o próprio autor acima citado, quando passa existir uma maior

liberdade de expressão no Brasil, urge uma necessidade frenética de recuperar o

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tempo perdido. “[...] desde o momento da campanha pela anistia no fim dos anos 70

e principalmente depois da abertura política em 1983, notava-se uma grande

vontade de recuperar o tempo perdido.” (MEIHY, 1996, p.24).

A história vivida pelos sujeitos do nosso país, a partir deste período passa por

mudanças significativas, e este fato reflete nas pesquisas orais, pois esta apresenta

um compromisso social com os menos favorecidos, Paul Thompson, compartilha

este saber:

[...] A história oral, ao contrário, torna possível um julgamento muito mais imparcial: as testemunhas podem, agora, ser convocadas também de entre as classes subalternas, os desprivilegiados e os derrotados. Isto propicia uma reconstrução mais realista e mais imparcial do passado [...]. Ao fazê-lo, a história oral tem um compromisso radical em favor da mensagem social da história como um todo. (THOMPSON, 1998, p.26).

A história oral indiscutivelmente oportuniza aos pesquisadores uma maior

aproximação da realidade dos fatos, e a tecnologia veio dar credibilidade ainda

mais... Como destaca Queiroz, (1991, p.2), “O desenvolvimento tecnológico,

colocando à disposição do cientista social novos meios de captar o real [...]”. A

história oral moderna possibilita o uso de instrumentos tecnológicos para que o

pesquisador não confie apenas em sua memória, e isto permitirá uma maior

credibilidade em seu trabalho.

Segundo MEIHY (1996, p.16), ela apresenta três tempos principais [...] o de

gravação, o da confecção do documento escrito e o de sua eventual análise.

Entretanto, não basta ter um gravador, e ir paro o campo realizar as entrevistas, tem

que haver um compromisso do pesquisador em referenciar por meio de teóricos que

já produziram sobre o tema, para direcionar sua pesquisa.

Igualmente, a coleta de dados por meio das entrevistas apresenta formas

diferenciadas de realizá-las que se deve atentar, como explicita Queiroz:

Esta coleta pode seguir três rumos distintos: 1) entrevista rigorosamente orientada por perguntas do pesquisador, [...]; 2) entrevista com roteiro, ou semi-orientada, [...] finalmente, entrevista realmente livre, em que o pesquisador, [...] limita ao máximo, realmente suas intervenções, de tal modo que a fita registre um verdadeiro monólogo do informante, [...] (1991, p.58).

Nesta pesquisa direcionaremos as entrevistas de forma livre, onde os sujeitos

sociais poderão expor seus pensamentos livremente, com a mínima intervenção por

parte do pesquisador. Desta forma oportunizaremos apontamentos relevantes feitos

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pelos entrevistados, enriquecendo ainda mais o teor das entrevistas. Queiroz

corrobora com a ideia acima, quando expõe:

[...]. E é nesta autonomia do informante que reside o ilimitado potencial do que pode fornecer. Qualquer informação se torna, então proveitosa, podendo abrir horizontes que o pesquisador não suspeitara. O campo de coleta se apresenta, assim, infinito; uma revelação do entrevistado pode fazer derivar a entrevista para direções imprevistas e imprevisíveis, num questionamento que ao mesmo tempo se alarga e se estrutura a partir do seu próprio desenrolar, dando-lhe o caráter de uma “pesquisa progressiva”. (1991, p.76).

Mas afinal, quem são estes sujeitos que ao serem entrevistados possibilitarão

uma prática de ensino mais real?

Ao iniciar este estudo sobre o espaço agrário de Indianópolis, percebemos uma

ausência de registros escritos, contudo ao realizar o estudo de campo encontramos

um número considerável de indivíduos que presenciaram estes períodos da história,

e guardam em suas memórias lúcidas momentos marcantes que de forma direta ou

indireta foram determinantes para que ocorressem as transformações no espaço

agrário deste município. MEIHY esclarece ainda mais este pensamento com a

seguinte informação: “Muitos trabalhos de história oral registram a trajetória de

pessoas idosas e, por meio delas recompõem aspectos da vida individual, do grupo

em que estão inseridas ou da conjuntura que os acolhe.” [...] (1996, p.9).

Paul Thompson também cita a relevância destes sujeitos sociais:

[...]. Enquanto os historiadores estudam os atores da história a distância, a caracterização que fazem de suas vidas, opiniões e ações sempre estará sujeita a ser descrições defeituosas, projeções da experiências e da imaginação do próprio historiador: [...]. A evidência oral, transformando os “objetos” de estudo em “sujeitos”, contribui para uma história que não só é mais rica, mais viva e mais comovente, mas também mais verdadeira. [...] (1998, p.137)

Fica registrado o interesse destes sujeitos sociais, em participar de uma

pesquisa. Muitos deles no momento de confirmação, os seus olhos se encheram de

lágrimas, pois frequentemente são desprezados na sociedade onde residem. Com

base nisto Queiros (1991, p.76), aponta:

[...]. Os velhos constituem uma parcela desvalorizada dos membros em sociedade como a nossa, a qual repousa numa base econômica de que a produtividade é o critério fundamental: inaptos a produzir, nada mais se espera deles [...]; tal desvalorização se expressa de mil maneiras, uma das quais é a falta de interesse que os rodeia. [...]

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Sabemos que é fundamental para o crescimento justo de um país não somente

a valorização das crianças, mas também dos idosos, pois em suas memórias estão

guardadas informações de extraordinário valor, que nos proporcionarão um olhar

não somente destes indivíduos, mas de uma toda coletividade. Pontuschka;

Paganelli; Cacete (2009, p.181), confirmam no seguinte apontamento: “[...] As

entrevistas sobre como a pessoa vê o lugar revelam a maneira pela qual ela percebe

o mundo e se insere nele. [...]”. Com base nestas ponderações revela Queiroz

(1991, p.195):

[...] como demonstramos, ele pode proporcionar, e de fato proporciona, informação significativa e, por vezes, única do passado. [...] pode também transmitir a consciência individual e coletiva que é parte integrante deste

mesmo passado.

Após estudarmos sobre história oral, outra questão pertinente e muito discutida

entre diferentes autores, é no momento da transcrição. Diante disso, não podemos

fugir deste debate, e sim, dialogarmos com diferentes visões. Uns defendem que o

registro das entrevistas devem ser lapidadas, para serem lidas e compreendidas.

Meihy por sua vez aponta que “[...] a entrevista deve ser corrigida e que o ideal é a

manutenção do sentido intencional dado pelo narrador que articula seu raciocínio

com as palavras. [...]” (1996, p.58).

Por outro lado um número considerável de autores defende a transcrição

absoluta, tal como foi dita tem que constar no registro. Diante disso Queiroz diz: “Por

“transcrição” se entende por sua vez a reprodução, um segundo exemplar, de um

documento, em plena e total conformidade com sua primeira forma, em total

identidade, sem nada que o modifique; [...]” (1991, p.86). Por sua vez Paul

Thompson (1998, p.297) explicita esta mesma opinião ao escrever este fato em sua

obra “A voz do Passado”:

Ao passar a fala para forma impressa, o historiador precisa, pois, desenvolver uma nova espécie de habilidade literária que permita que seu texto escrito se mantenha tão fiel quanto possível, tanto ao caráter quanto ao significado do original. [...].

Com base nas ponderações explicitadas acima, após refletirmos sobre os

argumentos abordados pelos autores, neste trabalho nos posicionaremos com os

autores que apresentam uma preocupação em transcrever as entrevistas de forma

tal como ocorreu, o modo de falar dos sujeitos sociais será conservado, para que os

mesmos se sintam valorizados.

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Mesmo porque, na atualidade existe uma discussão sobre como a linguagem

deve ser tratada no âmbito escolar, e explicitamos que ao optar por manter as falas

dos entrevistados tal como foi dita, não desejamos abrir um leque para expor uma

ideologia sobre linguística, tal posição requer um estudo aprofundado, e esta não é a

temática deste projeto.

Portanto, se faz necessário expormos a escolha de se usar este tipo de

transcrição, e entre vários teóricos citaremos reflexões feitas por Carlos Piovezani

Filho, em seu texto: “Entre vozes, carnes e pedras: a língua, o corpo e a cidade na

construção da subjetividade contemporânea”. O autor apoia para escrever este texto

na noção de sociedade de controle, proposta por Foucault.

Na atualidade é comum ouvirmos que todos têm direito de se expressar,

todavia Filho (2004, p146), explicita que: “[...] Todos podem/devem falar... mas não

de qualquer jeito! [...]” Esta crítica ele faz com propriedade, pois mostra que nem

todos têm este direito de se expressar, pois os sujeitos que lhes foram negados a ter

uma escolaridade estão marginalizados da sociedade.

Esta citação de Filho fica explicitada ainda mais quando coloca: “[...] O sujeito

(pós) moderno constitui-se, por um lado, no jogo midiático entre [...], a correção

eloquente/exuberante do “bem falar” e a imperfeição emudecedora/intimidante do

“falar errado”; [...]” (FILHO, 2004, p.152/3).

Neste estudo primamos em derrubar os muros que aprisionam os camponeses

e possibilitarmos que sua voz seja ouvida como elas realmente são. Mesmo porque

impera uma dúvida linguística do que seja correto e incorreto, acreditamos que a fala

destes sujeitos estão certas na visão de sua cultura, e ao transcrevê-las com

fidelidade, pensamos que serão compreendidas por todos aqueles que vierem fazer

uso de leitura das mesmas.

Esperamos que este texto apresentado tenha explicitado a principal forma de

desenvolver este estudo, que esta proposta de trabalhar com fonte oral juntos aos

sujeitos sociais venha a nos proporcionar muitos frutos na aprendizagem aos que

direto ou indiretamente estejam envolvidos no mesmo.

Contudo, se faz necessário uma apresentação do cenário deste estudo, bem

como ele foi produzido.

O município em questão, localiza-se no norte do Paraná, mais precisamente na

região Noroeste (IBGE), se situa a 23° 29’ latitude sul, 52° 41’ 20” a oeste de

Greenwich apresentando uma extensão territorial de 128,611 Km Ferreira (1996,

11

p.339). Criado através da Lei Estadual nº. 5.496 de 02 de fevereiro de 1967, e

instalado em 14 de dezembro de 1968, foi desmembrado de Rondon.

(http://www.ipardes.gov.br/)

A explicação do termo Indianópolis se deve principalmente a uma homenagem

aos indígenas que viveram nesta área nos primórdios da colonização. De acordo

com Ferreira (1996, p.339): “Este vocábulo é a junção dos termos “índio” e “pólis”,

índio é uma homenagem ao Rio dos Índios, que banha este município, e também

uma referência aos indígenas que viveram nesta área nos primórdios da

colonização.” No desenvolvimento da pesquisa de campo, podemos perceber outros

fatos que nos remete a lembrança destes povos que aqui viviam como: nomes de

estradas, rios, ruas e avenidas, bem como a planta original da área urbana era no

formato de uma flecha.

Após este pequeno relato, percebemos que é um município de pequeno porte.

Mas isto não diminui o seu valor, pois as relações ocorridas neste espaço servirão

como base para tecer analogias com outros espaços, com a mesma dimensão deste

ou maiores.

Indianópolis, no ano de 1955, era somente um pequeno povoado. O espaço

geográfico era composto por paisagens belíssimas e exuberante, compondo o

cenário com mata pluvial-tropical dos planaltos do interior, esta classificação é

apontada por Maack (1981, p.233) “A mata pluvial-tropical da parte norte do terceiro

planalto e de seus vales fluviais, [...] representa uma variação da mata pluvial-

tropical do litoral.” Contudo, com um interesse pelas terras que pensavam que era

fértil, devido à beleza das matas, o número de pessoas que se direcionaram para

residir neste município foi crescente e acelerado.

Este processo de colonização foi feito por meio da Companhia Melhoramentos

Norte do Paraná, que neste período já se tornara uma empresa totalmente brasileira.

Pois no início ela pertencia a ingleses, como explicita (CIOFFI et al., 1995, p.69),

“Em fins de 1923, uma missão inglesa chefiada por LORD MONTAGU chegava ao

Brasil a convite do presidente Arthur Bernardes, [...] LORD LOVAT, [...] integrava a

comitiva”.

Neste período histórico a Inglaterra estava muito bem financeiramente, e Lovat,

ao adentrar em nosso território brasileiro, traz consigo outra missão além de

assessorar a Missão Montagu este fato é apontado por (CIOFFI et al., 1995, p.70),

quando mostra que Lovat “viera estudar a possibilidade de aplicar no Brasil os

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capitais da SUDAN PLANTATIONS, da qual fazia parte, em terras adequadas para o

plantio de algodão a fim de suprir a crescente indústria têxtil da Inglaterra.”

A empresa inglesa SUDAN PLANTATIONS demonstra muito interesse em

cultivar algodão nas terras brasileiras, especialmente as que pertenciam aos

Estados de São Paulo e no Paraná. Nesse sentido (CIOFFI et al., 1995, p.70),

ressalta: “Após haver conhecido o padrão de terras paulistas, Lord Lovat chega ao

norte do Paraná acompanhado de Willie Davids, prefeito de Jacarezinho e do DR.

Gastão de Mesquita Filho, em janeiro de 1924. [...].”

Depois de ativar a empresa em nosso país, volta para Europa e entrega o

projeto a Thomas, homem de sua inteira confiança, como se observa na citação

abaixo:

O Sr. ARTHUR THOMAS, pessoa de confiança de Lorde Lovat, é designado para o cargo de diretor-gerente e foi quem lançou o plano de colonização e realizou o levantamento topográfico das águas e dos espigões. Traçou as futuras estradas de modo que os lotes rurais ficassem com a frente na parte alta da estrada, onde era plantado o café e nos fundos, próximas ao ribeirão, seriam construídas as casas e outras instalações. (CIOFFI et al., 1995, p.71).

Contudo, durante a II Guerra Mundial, a Inglaterra necessita de economizar,

pois a situação econômica, não somente deste país, mas na maior parte da Europa

estava dificílima, e neste contexto histórico como nos mostra (CIOFFI et al., 1995,

p.72), este país decide enxugar todos os gastos possíveis: “A II Guerra Mundial

obriga a Inglaterra a adotar uma política de retorno compulsório dos capitais ingleses

aplicados no exterior, para reduzir suas imensas despesas.”

Nesse sentido o Governo brasileiro, permite que uma empresa brasileira

adquira esta companhia:

Em 1943, o Governo Getúlio Vargas autorizou a negociação [...], a totalidade das ações da Companhia de Terras Norte do Paraná foi adquirida por ARTHUR BERNARDES FILHO, IRMÃO SOARES SAMPAIO, GASTÃO DE MESQUITA FILHO E GASTÃO VIDIGAL que conseguiu compor a sociedade que suportou vultosa e dificílima negociação. (CIOFFI et al., 1995, p.72).

A partir deste período ocorreram várias sociedades ao grupo, todavia, após

anos de sua existência como brasileira, seus fundadores conseguem o controle da

empresa, como demonstra (CIOFFI et al., 1995, p.72), “[...] outros grupos fizeram

parte da sociedade até que os fundadores, Vidigal e Mesquita, adquiriram o controle

acionário dos demais”.

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Nota-se que havia uma concordância na forma de distribuir os lotes adotados

pela empresa inglesa, e a Companhia brasileira, segue este mesmo plano, como é

salientado na seguinte citação:

As casas alinhadas nas margens dos cursos d’água formariam comunidades, evitando o isolamento das famílias e favorecendo o trabalho em mutirão. Isso garantia o lucro para a maioria dos agricultores, principalmente, na época da colheita de café. (CIOFFI et al., 1995, p.71).

A apresentação deste histórico do município e da empresa que o colonizou são

pertinentes para melhor compreensão do estudo presente.

No texto a seguir serão abordados, alguns conceitos relevantes para o

desenvolvimento desta pesquisa.

Reflexões conceituais dos conceitos norteadores da pesquisa

A ciência geográfica é de grande relevância no espaço escolar, pois por meio

dela os alunos desenvolverão o raciocínio geográfico que permitirá o agir no espaço

com maior criticidade.

Isso pode ser constatado nas DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO

BÁSICA o trabalho pedagógico é primordial para que “contribua com a formação de

um aluno capaz de compreender o espaço geográfico, [...] e atuar de maneira crítica

na produção socioespacial [...] de seu espaço”.

Nesta mesma perspectiva, Antonio Carlos Castrogiovanni (2007, p.43),

ressalta:

[...] deve ser trabalhada de forma a instrumentalizar os alunos para lidarem com a espacialidade e com suas múltiplas aproximações: eles devem saber operar o espaço! Tal postura procura dar conta da compreensão da vida social refletida sobre os diferentes sujeitos, agentes responsáveis pelas (trans) formações. [...]

Para que a aprendizagem geográfica de fato ocorra é imprescindível fazermos

o uso de procedimentos que são característicos desta disciplina, possibilitando

assim, aos alunos um olhar geográfico diferenciado sobre o espaço geográfico.

O conceito de espaço geográfico na maioria das vezes é confundido com o

conceito de paisagem, por este motivo se faz necessário apresentarmos o conceito

de ambos os termos para melhor esclarecimento. Segundo Santos (2012, p.67/8) o

conceito de paisagem: “Tudo o que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a

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paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista

abarca. [...].”.

Entretanto o conceito de espaço geográfico é mais amplo. O autor citado

acima, em sua obra Metamorfoses do Espaço Habitado (2012, p.79) enfatiza que o

espaço geográfico “resulta do casamento da sociedade com a paisagem. O espaço

contém o movimento. [...]”. Milton Santos, em sua obra A Natureza do Espaço:

Técnica e Tempo, Razão e Emoção, explicita que: “[...] A paisagem é o conjunto de

forma que, num dado momento, exprime as heranças que representam as

sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas

formas mais a vida que as anima.” (2006, p. 103).

Após inúmeras leituras e reflexões, nesta pesquisa apresentamos uma maior

proximidade com este autor, pois acreditamos que o espaço geográfico vai além de

uma mera paisagem, esta estático, ele dinâmico. Que para ele existir, tem que ter

uma união entre a natureza e a sociedade, pois é palco das relações ocorridas entre

os homens em diferentes tempos, sendo assim, uma produção histórica.

Logo, percebemos a importância da Geografia voltada para que os alunos

compreendam o conceito de espaço geográfico e mais ainda as relações que

ocorreram e ocorrem para que ele se apresente nesta configuração atual.

Sobre as reflexões acima, a autora Salete Kozel (2007, p. 73), colabora com as

mesmas com a seguinte indagação: “Enfim, qual é o papel da geografia? Propicia a

compreensão do mundo principalmente a partir do Espaço vivido, sobretudo por

ocuparmos, organizarmos, e transformarmos o espaço como agente social e

participativo”.

Atentos nessas reflexões tornam-se relevante, na sequência abordarmos o

conceito de colonização, bem como este processo ocorreu no município de

Indianópolis.

Como já foram citados anteriormente, os registros escritos sobre a colonização

do município são extremamente raros, não há um trabalho acadêmico até este

momento voltado para esta área. Existe sim, um número considerável de estudos

referentes a municípios de maior porte, como exemplo se tem Cianorte, porém o

mesmo não sucede com os municípios menores como este que será apontado, daí

sua importância.

Entretanto, como o estudo será norteado pela história oral, já se fez um

trabalho de campo encontrando muitos indivíduos que vivenciaram aquele período

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da história deste município, e com seus depoimentos faremos um registro, o mais

próximo possível da realidade. Haracenko (2007, p.179), corrobora com esta

reflexão:

Assim sendo, tomamos o cuidado de precisar a forma como analisamos a colonização, salientando que nosso pressuposto é o depoimento dos atores sociais. Trabalhamos com a história de vida dos camponeses, sendo assim, ela será a peça-chave no moldar da construção desse território no período em que foi colonizado, [...], pois somente dessa forma compreenderemos como os camponeses expõem, do seu ponte de vista, o processo do qual foram integrantes.

Neste momento, se torna oportuno conceituarmos o termo colonização, uma

expressão muito discutida entre diferentes autores, porém serão apresentadas

apenas algumas delas.

Haracenko, em sua tese aborda diferentes autores que tecem um diálogo

imprescindível sobre este conceito. Este termo é abordado por Laranjeira1 (1983

apud por Haracenko, 2007, p.182), “[...] é um processo de ocupação do território”,

isto levanta indagações sobre: este território já não estava ocupado? Mas esta

questão levará muito tempo para refletir da forma como é realmente preciso.

Por sua vez, Tavares, Considera e Silva2 (1972 apud por Haracenko, 2007,

p.185) apontam que “Colonização, num sentido mais restrito, é um povoamento que

ocorre precedido de um planejamento governamental ou privado”.

A própria Haracenko (2002), em sua tese aponta que colonização não tem

como dissociar os termos capital e Estado:

A colonização sempre esteve à mercê do poder do Estado, e sempre acompanhou a estratégia para expandir o capital sobre os novos territórios. Trata-se de uma forma de produção sobre um determinado meio natural, e se tratando de um processo social, a colonização agrícola define um espaço social de conflitos, porque no interior deste, estão os grupos, as classes e as forças sociais que entram em contradições (HARACENKO, 2002, p. 37).

Estas abordagens citadas anteriormente vêm ao encontro para nos explicar o

conceito de colonização, que nada mais é do que uma apropriação do espaço,

1 LARANJEIRAS, Raymundo. Colonização e reforma agrária no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização

Brasileira, 1983. 2 TAVARES, Vânia Porto; CONSIDERA, Cláudio Monteiro; SILVA, Maria Tereza L. L. de Castro e.

Perspectiva histórica da colonização dirigida no Brasil. In: ______. Colonização dirigida no Brasil: suas possibilidades na região Amazônica. Rio de Janeiro: IPEA: INPES, 1972. p. 25-35

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organizado por empresas privadas ou pelo Estado, com laços estreitos com o

capital, tecendo nesta área intensas relações sociais.

Após apresentarmos o conceito do vocábulo colonização por diferentes

autores, se torna pertinente refletirmos sobre como foi este processo neste

município, pois este espaço ao ser colonizado já havia pretensões acerca da

economia que seria desenvolvida nesta área. A partir deste momento, faremos um

recorte temporal que será de 1955 até a década de 1980, sobre as atividades

agrícolas desenvolvidas no espaço agrário deste município, para isto recorreremos a

diferentes teóricos que validarão a voz de quem realmente vivenciou este momento

da história.

Ressaltamos que esta área era toda coberta pela mata pluvial-tropical, mas

com a chegada dos primeiros colonizadores, este cenário começa sofrer alterações,

os colonos necessitam derrubar esta mata para construírem suas casas e cultivarem

suas plantações. Milton Santos faz o seguinte apontamento:

A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem; já, grosseiramente, podemos dizer que a paisagem natural é aquela ainda não mudada pelo esforço humano. Se no passado havia a paisagem natural, hoje essa modalidade de paisagem praticamente já não existe. (2012, p.71).

Outro fato de grande relevância que é necessário apresentarmos algumas

reflexões é sobre a estrutura fundiária brasileira, ela se apresenta muito mal

distribuída. Tornando-se uma preocupação que constantemente podemos observar

através do estudo de vários pesquisadores. Oliveira (2001, p.29), “O traço essencial

da estrutura fundiária brasileira é, portanto o caráter concentrado da terra”. [...].

Entretanto, no Estado do Paraná, esta má distribuição da estrutura fundiária é

menos acentuada como mostra Silva (1981, p.90): “[...]. Nesse sentido, a Região Sul

– [...] – apresentou particularidades visíveis em relação às demais regiões do país,

dada a importância que assumiu a pequena propriedade na sua colonização.”.

O autor citado acima aponta ainda que: “[...] o grau de concentração é maior na

região Norte e relativamente menos elevado nas regiões Sul e Sudeste. [...]”. (1981,

p. 174), todavia, quando lançamos um olhar direcionado somente ao Estado do

Paraná, percebe-se que nele também houve concentração de terras em diversas

áreas, como mostra a Dissertação de Angela Duarte Damasceno Ferreira, (1984,

p.55):

17

[...] Desde o início, a colonização se deu nos moldes paulistas tradicionais, à base de grandes fazendas de café, dirigidas diretamente pelo fazendeiro, através de seus administradores e com o uso do colonato como regime de trabalho preferencial [...].

Por sua vez, no que se refere ao município em questão, notamos que

predominou as propriedades médias e pequenas, esta era a política da Companhia

Melhoramentos Norte do Paraná, vender os lotes a prazo longo, para que os colonos

pudessem por meio das colheitas efetuarem os pagamentos que eram divididos em

várias parcelas. Ao fazermos o estudo exploratório de campo junto aos camponeses,

muitos colocaram que devido a alguns fatores ficaram impedidos de efetuarem a

parcela, e ao direcionar a empresa para entregar a terra, a Companhia estende o

prazo, sem assinar nenhum documento, tudo na base da credibilidade aos

camponeses.

Diante deste contexto, é relevante indagarmos quem são as personagens

sociais que se dirigiram a este município para aqui viver, e quais os motivos que as

levaram a migrarem de suas terras e dirigirem para uma área que ainda não

conheciam.

Ao olharmos para o cenário de nosso município, notamos que para cá vieram

muitos paulistas, mineiros, nordestinos, paranaenses, catarinenses, gaúchos e

imigrantes, principalmente os portugueses, espanhóis e italianos, que aplicaram

suas pequenas economias e adquiriram terras para cultivarem o café.

Diante desta explicação da origem das personagens, é imprescindível

compreendermos por que vieram para este município, e diversos autores nos

possibilitam uma reflexão sobre este tema. Entre muitos aponta Silva, (1981, p.90)

identifica como causas:

Basicamente no século atual se deu a colonização do Norte e do Oeste. A ocupação do Norte do Paraná se constituiu numa expansão da cafeicultura paulista, que aí encontrou enormes extensões de terras roxas, ideais para essa cultura. As frentes pioneiras que ali se estabeleceram vieram atraídas pelas perspectivas de um novo Eldorado, geralmente trazendo algum capital e com objetivos comerciais.

No início da ocupação de Indianópolis, todos estavam muitos motivados,

atraídos pela tal prosperidade, entretanto, foi apenas uma ilusão... Como se

observaremos mais adiante.

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A febre do momento era a cultura cafeeira, e por sua vez neste município não

seriam diferente, todos vinham com muitos sonhos, em melhorar suas condições

econômicas praticando aquilo que eles sabiam fazer, cultivando o solo. O plantio do

café, também possibilitava aliar outros tipos de culturas como nos mostra Moro:

Nesta região, desde o início de sua ocupação, instalou-se, na maioria dos estabelecimentos rurais, a monocultura comercial do café, [...], associada durante a fase de formação dos cafezais, com uma policultura comercial de sustentação, de produtos como feijão, milho, arroz e mandioca, além da pecuária leiteira de subsistência. Posteriormente, em menor escala, como cultura de subsistência, quando então o cafezal já estava em plena produção. (1991, p. 25)

Outro fator fundamental que devemos refletir sobre esta cultura, é o modo

como às relações de trabalho ocorreram neste período, onde prevalece à ajuda

mútua, o trabalho familiar... Este fato é explicitado por diferentes autores. Oliveira,

(2001, p.36) aponta que “Com o advento da expansão cafeeira, tivemos a passagem

do trabalho escravo para o colonato e com a colonização oficial a ocupação do sul

do país por trabalhadores camponeses baseados no trabalho familiar.” O mesmo

autor nos revela que “[...] quando a família camponesa não consegue completar

totalmente a sua necessidade de trabalho, ela pode ser completada pela ajuda

mútua entre os camponeses.” (2001, p.56).

Por sua vez, Santos relata algumas situações na sua obra Colonos do Vinho:

estudo sobre a subordinação do trabalho camponês ao capital, (1978, p. 34/35) que

muito se assemelham com a prática da cultura cafeeira dos colonos em Indianópolis.

O mutirão [...] ocorre em casos de doença ou sinistro, quando todos os habitantes do bairro auxiliam a família a executar as tarefas de que não pode dar conta, seja porque um dos membros está incapacitado, seja pela impossibilidade de reparar adequadamente os danos causados por acidentes da natureza [...]. Também se faz mutirão com a finalidade de executar rapidamente uma tarefa do ciclo agrícola [...].

Também se faz necessário debruçarmos para compreendermos como era o

trabalho familiar, pois como não havia assalariados nestes lotes, todos tinham uma

função no campo até mesmo as crianças, auxiliavam com pequenos afazeres.

Podemos entender este processo por meio do relato de Santos:

[...] Não se realiza a separação do trabalho da pessoa do trabalhador nem a consequente conversão da força de trabalho em mercadoria. Cada pessoa da família camponesa desempenha um trabalho útil e concreto, segundo o momento e a necessidade. Desse modo, estrutura-se no interior

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da família uma divisão técnica do trabalho, articulada pelo processo de cooperação, resultando numa jornada de trabalho combinada dos vários membros da família. Nesse sentido, a família camponesa transforma-se em um trabalhador coletivo (1978: 33/4).

Oliveira também contribui com este relato ao explicitar:

Dessa forma, as crianças são iniciadas como personagens da divisão social do trabalho no interior da unidade produtiva do camponês. Ao atingirem os 12, 14 anos, passam a desempenhar tarefas de adultos, desenvolvendo dentro da unidade familiar o trabalho acessório. Nesse momento desencadeia-se a contradição no seio da unidade familiar: o jovem precisa continuar na propriedade, pois é parte integrante da força de trabalho familiar; aí permanecendo, garante a reprodução social do processo de trabalho camponês. No entanto, com o aumento da família, a migração é inevitável. (2001, p.60).

Um questionamento considerável diante do sistema capitalista é observar para

compreendermos como era a relação dos colonos com o capital. Diante desta

reflexão necessária para entendermos o contexto daquele período Marx3 (1984 apud

por Oliveira, 2001) aponta que na “produção camponesa - A circulação simples da

mercadoria – vender para comprar – serve de meio a um fim último situado à

margem da circulação: a apropriação de valores-de-uso, a satisfação de

necessidades”. E ainda este autor esclarece mais este fato quando referencia Marx

em:

O ciclo M- D- M parte de um extremo constituído por uma mercadoria e conclui no outro configurado por outra mercadoria, a qual sai da circulação e entra na órbita do consumo. Portanto, o consumo, a satisfação de necessidade ou, em uma palavra, o valor-de-uso, é seu objetivo final. D-M-D, ao contrário, parte do extremo constituído pelo dinheiro e retorna finalmente a esse mesmo extremo. [...]. (1984 apud por Oliveira, 2001, p. 52/53).

Outra forma de desenvolver o trabalho naquele período era o sistema de

parceria, neste município também foi muito usado outro tipo de trabalho que é

reconhecido popularmente como porcenteiro4. Oliveira explicita melhor este fato:

Outro elemento da produção camponesa decorrente dessa ausência de condições financeiras do camponês para assalariar permanentemente trabalhadores em sua propriedade, é a parceria. O camponês ao contratar o parceiro divide com ele custos e ganhos. Assim, tenta superar a falta de

3 MARX, Karl. El Capital. Tomo I, Vol. I e II, Livro Primeiro, 14. ed., México: Siglo Veintiuno, 1984.

4 Porcenteiro: Quem trabalha com uma porcentagem combinada entre o proprietário e camponês,

com direito de plantar no meio das ruas de café produtos agrícolas para a sua subsistência.

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capital variável, que o levaria a deixar de ser praticamente camponês, para transformar-se num pequeno capitalista. [...] (2001, p.56).

Notamos que esta particularidade não é apenas deste município como em todo

nosso país, Martins (1981, p.70) deixa isto bem claro quando coloca que: “Dessa

forma, a prática da parceria tem estado presente em todo o campo brasileiro [...]”.

Ressaltamos que a cultura cafeeira esteve presente neste município nas

décadas de 60 e 70, período de prosperidade econômica, onde segundo o censo do

IBGE a população indianopolitana ultrapassava a marca de 10.000 habitantes. Deste

momento histórico “descreve os colonos que somente sabe o valor dela quem viveu

neste período”. Moro (1991, p.54) a retrata como:

[...] sob o domínio da cafeicultura predominavam na paisagem, a nível de estabelecimento, as lavouras de café, ocupando a encosta dos espigões, por vezes com cultivos intercalares de feijão, milho, arroz ou mandioca. A baixa encosta era destinada às benfeitorias e às lavouras de subsistência, quando necessárias. O fundo dos vales era ocupado por pastagens. [...]

Contudo através destas palavras de Moro não sentimos os aromas, não

percebemos as cores vibrantes, em fim, não nos é possível observarmos as relações

sociais existentes entre os camponeses no espaço agrário, e este conhecimento

somente por meio das histórias orais é que se obtém.

Entretanto, estes camponeses que tão bravamente lutaram para não perderem

suas terras para o capital iniciam uma nova luta, não somente contra o capital, mas

também contra fenômenos naturais. Agora teriam que lutar contra o solo que já

começa aparecer os sinais do desgaste e contra as geadas.

Após citar o solo e o clima se torna simples compreender o fim da cafeicultura

no noroeste do Paraná, e especialmente neste município. (CIOFFI et al., 1995,

p.110) salienta com o seguinte relato: “A grande geada de julho de 1975, [...],

causou prejuízos totais aos cafeicultores. Ela foi seguida por um longo período de

estiagem que aumentou esse prejuízo retardando a recuperação da lavoura cafeeira

[...].” Notamos que ocorreu geadas antes deste ano, porém o cafezal estava se

formando e ainda havia um cinturão de matas ao redor do lote, protegendo assim, a

cultura cafeeira. Moro enfatiza ainda mais este fato com o seguinte apontamento:

[...] foi a geada de 17 de julho de 1975, de grande intensidade, que praticamente dizimou os cafezais, em especial no Norte Novo, acelerando o processo de erradicação e a consequente substituição por outras atividades agrícolas produtivas. [...] (1991, p.136)

21

Nesta década de 70, já havia sido introduzido em nosso país e áreas do

Paraná a modernização agrícola, mas neste município este processo demorou um

pouco mais de tempo, somente a partir da década de 80 efetua a modernização em

Indianópolis. Mesmo porque a política de incentivo econômico estava voltada para

as grandes propriedades como nos mostra Silva (1981, p.39): “Dentro dessa política,

destaca-se como principal instrumento o crédito rural, que tem privilegiado o grande

proprietário de terras, por poder dá-las como garantia, além de possuir outras

facilidades junto à rede bancária.” E como já foram mostradas anteriormente as

propriedades rurais de Indianópolis são compostas de pequenas e médias

propriedades, e também vale lembrar que os camponeses vendiam seus produtos e

o capital desta venda era para comprar produtos necessários para a sua

sobrevivência, e com a geada isto não foi possível. Logo, eles não tinham como

oportunizar aos bancos nenhuma garantia. Aliás, vale explicitarmos neste momento

que muitos médios proprietários deste município perderam suas terras para os

bancos e foram expropriados de sua terra neste período. Outros entregaram suas

propriedades nas mãos de parceiros e porcenteiros, como nos mostra Silva: “[...]. A

situação é típica, por exemplo, no caso das grandes geadas de café: nos anos

imediatamente subsequentes aumenta o número de parceiros. [...] (1981, p.55).”.

Num primeiro momento substitui a cultura cafeeira pela pecuária, esta

economia requer menor investimento no solo misto do município como nos mostra

Moro:

Estes se apresentam profundos, extremamente friáveis, relativa fertilidade, bastante suscetíveis à erosão. Assim, não são propensos a um manejo rápido com duas culturas anuais, como o sistema de rotação soja-trigo. Por esta razão, onde a substituição de culturas ocorreu, esta se fez sobremaneira pela pecuária, e em segundo plano, mais recente, por outras culturas como a da cana-de-açúcar, do algodão, da amoreira, da mandioca, dentre outras. (1991, p. 49/50)

Notamos que na cultura cafeeira, o número de habitantes deste município

ultrapassava de 10.000, porém com a substituição desta cultura este número é

reduzido de forma drástica, sendo que esta é apenas uma das consequências

apresentada. A outra é a modernização agrícola como nos aponta Moro (1991,

p.83): “Simultaneamente ao processo de substituição de culturas, verificamos a

modernização da agricultura paranaense.” Não que a modernização agrícola é

negativa, pois como todo processo ela apresenta aspectos positivos e negativos.

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Além de que neste município, ela não foi tão acentuada no início como em outras

áreas como nos mostra Moro:

[...]. No Norte Novíssimo, em razão da presença de numerosas áreas de pastagens, bem como, pelo fato da substituição da cafeicultura pela cultura de soja e trigo ter sido menos acentuada que nas duas outras sub-regiões, o aumento, quer de máquinas para plantio, quer de máquinas para colheita, não foi tão expressivo.

Sobre esta região, Moro (1991, p.85) ressalta que: “A modernização agrícola

regional, desse modo, pode ser avaliada nos seguintes aspectos: mecanização,

eletrificação, irrigação e conservação do solo e, por fim, uso de fertilizantes e

defensivos agrícolas.” Percebemos então, que a intensidade sobre o uso da

tecnologia no campo não ocorreu da mesma forma em todas as áreas.

Contudo, como todas as alterações produzidas no espaço geográfico

acarretam mudanças significativas nas relações das pessoas que estão inseridas

neste contexto, e neste município não foi diferente.

A proposta deste estudo é levar os alunos a refletirem sobre o conhecimento

que é produzido dentro das salas de aula, a partir da realidade da qual está inserido.

Nidelcoff (1985, p.9) sobre o ensino da Geografia ressalta que:

“Deve ser assim, não apenas porque com as crianças é preciso partir do imediato, do que constitui sua experiência cotidiana, mas também porque significa iniciá-las na prática de um comportamento extremamente valioso: o de estar atentas à realidade que nos rodeia e o ponderar e dar opiniões partindo da análise de tal realidade.

Acreditamos que é esta a educação que queremos para nossa escola pública,

com qualidade e compromisso com a realidade que o cerca. Para concluir este texto

apresento um pensamento presente nos textos de Umbelino (1990, p.144) que vem

ao encontro desta proposta de trabalho: “[...] Uma geografia que possibilite às

crianças, no processo de amadurecimento físico e intelectual, irem formando/criando

um universo crítico que lhes permita finalmente construir o futuro”.

Esperamos que desta forma possamos transformar o sentido do pensamento

de Pitágoras: “A vida é como uma sala de espectáculos; entra-se, vê-se e sai-se”, e

que passamos de meros expectadores, saíamos da platéia... E que ocupamos

lugares de destaque neste cenário que é a vida.

Em sequência será mostrado o material didático que irá ser trabalhado com os

alunos do 6º ano da Escola Felisberto Nunes Gonçalves E-F de Indianópolis, são

23

sugestões que poderão ser utilizadas totalmente ou apenas parcialmente, mas com

certeza a prática das mesmas enriquecerá a aprendizagem em sala de aula.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES

Você traz consigo conhecimento que são importantes para que observem os

espaços por onde anda, com poucas palavras escreva os conceitos dos seguintes

vocábulos, não precise consultar o dicionário neste momento!

Os quadros a seguir serão trabalhados em forma de slides no power-point,

estão dispostos neste material para ter uma visão de como serão trabalhados os

slides para apresentar a pertinência desta pesquisa, bem como as categorias

geográficas tão necessárias para o desenvolvimento deste estudo!

Paisagem: ............................................................................................................

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Espaço Geográfico: ...........................................................................................

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GEOGRAFIA... GEOGRAFIA?

GEOGRAFIA!

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Fig. 1: Paisagem natural e cultural

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Fig. 3: Meu mundo caiu

Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Fig. 2: Balneário de Camboriú – SC Fonte: SILVA, Ruth Gonçalves da – 09/01/2012.

29

Fig. 5: Mata pluvial Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Fig. 6: Agricultura mecanizada Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Fig.4: Enchente. Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

30

Fig. 7: Mecanização agrícola Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Fig. 8: Erosão Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

Fig. 9: Erosão Fonte: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br

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Nós vimos e refletimos imagens que nos mostram a realidade de nosso país!

Agora vamos ter uma aula diferente... Sairemos da sala de aula, e entraremos

num ônibus escolar. Ele servira como espaço de aprendizagem, e nos

possibilitará conhecermos vários espaços agrários, e observamos de forma direta

como está retratado este espaço em nosso município! Para que haja uma melhor

aprendizagem levem a agenda, lápis e uma câmera fotográfica para registrar as

indagações que serão levantadas nos locais de visitas, bem como as possíveis

respostas para a representação destes possíveis espaços geográficos.

Para compreendermos melhor estes espaços agrários, vamos fazer uma

viagem no tempo, e voltamos para o início da década de 1950, e observamos

como era retratada a paisagem deste município?

Para tanto convido você para juntos irmos a uma reserva da Companhia

que ainda guarda resquícios daquela paisagem. E vamos saborear momentos

incríveis no interior da floresta, nos aventurando e conhecendo mais um

espaço que alguns de vocês já passaram por ela, porém não a viram com um

olhar geográfico?

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Você visitou uma área com resquício da cobertura vegetal que havia na

paisagem deste município. Caminhou no interior dela, observando as características

da vegetação. Porém estamos pesquisando um fato geográfico e para que suas

observações tenham uma base teórica é necessário recorrermos em leituras por

meio de sites e livros que nos mostram como são as características desta

vegetação.

Antes de iniciar a leitura vamos ler o mapa e vermos quais eram as vegetações

que predominavam no estado do Paraná, bem como qual era a que predominava

em Indianópolis, porém para isto é necessário você localizar o nosso município no

mapa.

Fig. 10: Cobertura vegetal nativa do Paraná Fonte: http://www.ipardes.gov.br/pdf/mapas/base_ambiental/

33

Bem você já localizou o município no mapa e conhece qual é a vegetação que

havia neste espaço, leu inúmeros textos que nos retrata estas florestas. Escreva

agora um pequeno texto que retrata esta cobertura vegetal, não esqueça no final de

comparar a lida da observada no estudo de campo, e tecer comentários ligando seu

pensamento.

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Gostaram da aula? Espera então o que vai acontecer na próxima! Fará uma

viagem no tempo... Porém isto será revelado na próxima aula, até mais!

Convido você a realizar a mesma visita que

fizemos de ônibus! Mas agora você irá fazer

sentado numa confortável cadeira... Isto só se

tornou possível com o avanço da tecnologia, e

agora por meio de programas como o Google

Earth pode localizar diferentes espaços, hoje

vai percorrer o caminho feito na aula anterior.

Boa viagem! Não, quero dizer boa

aula...

34

Conceito: Colonização

Você traz consigo conhecimento que são importantes para que observem os

espaços por onde anda, com poucas palavras escreva o conceito do vocábulo

colonização no espaço abaixo!

.

Agora apresentarei para vocês, alguns conceitos elaborados sobre colonização

por alguns pesquisadores deste tema. Eles nos levarão a refletir sobre este

conhecimento. Logo em seguida você lerá o texto sobre a colonizadora que praticou

esta ação em nosso município!

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Laranjeira (1983, p. 3) diz que é “[...] é um processo de ocupação

do território”.

Tavares, Considera e Silva (1972, p.25-35)

aponta que “Colonização, num sentido mais

restrito, é um povoamento que ocorre

precedido de um planejamento.”

governamental ou privado”.

Para a pesquisadora Haracenko (2002, p. 37), a colonização sempre

esteve à mercê do poder do Estado, e sempre acompanhou a estratégia

para expandir o capital sobre os novos territórios. Trata-se de uma forma

de produção sobre um determinado meio natural, e se tratando de um

processo social, a colonização agrícola define um espaço social de

conflitos, porque no interior deste, estão os grupos, as classes e as forças

sociais que entram em contradições.

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O processo de colonização foi feito por meio da Companhia

Melhoramentos Norte do Paraná, que neste período já se tornara uma empresa

totalmente brasileira. Pois no início ela pertencia a ingleses, como explicita

(CIOFFI et al., 1995, p.69), “Em fins de 1923, uma missão inglesa chefiada por

LORD MONTAGU chegava ao Brasil a convite do presidente Arthur Bernardes,

[...] LORD LOVAT, [...] integrava a comitiva”.

Neste período histórico a Inglaterra estava muito bem financeiramente, e

Lovat, ao adentrar em nosso território brasileiro, traz consigo outra missão além

de assessorar a Missão Montagu este fato é apontado por (CIOFFI et al., 1995,

p.70), quando mostra que Lovat “viera estudar a possibilidade de aplicar no Brasil

os capitais da SUDAN PLANTATIONS, da qual fazia parte, em terras adequadas

para o plantio de algodão a fim de suprir a crescente indústria têxtil da Inglaterra.”

Depois de ativar a empresa em nosso país, volta para Europa e entrega o

projeto a Thomas, homem de sua inteira confiança.

Contudo, durante a II Guerra Mundial, a Inglaterra necessita de

economizar, pois a situação econômica, não somente deste país mas na maior

parte da Europa estava dificílima, e neste contexto histórico como nos

mostra (CIOFFI et al., 1995, p.72) , este país decide enxugar todos os gastos

possíveis: “A II Guerra Mundial obriga a Inglaterra a adotar uma política de

retorno compulsório dos capitais ingleses aplicados no exterior, para reduzir

suas imensas despesas.”

Nesse sentido o Governo brasileiro, permite que uma empresa brasileira

adquira esta companhia:

A partir deste período ocorreram várias sociedades ao grupo, todavia, após

anos de sua existência como brasileira, seus fundadores conseguem o controle

da empresa, como demonstra (CIOFFI et al., 1995, p.72), “[...] outros grupos

fizeram parte da sociedade até que os fundadores, Vidigal e Mesquita,

adquiriram o controle acionário dos demais”.

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Vocês leram diferentes formas de conceituar o termo colonização, bem como por

meio da leitura de um texto ficou conhecendo quem foi a colonizadora deste

município. Agora quem irá construir é você... Escreva novamente o conceito do

termo colonização!

Vocês estão ampliando o conhecimento de forma singular, agora para ficar

melhor ainda, vamos realizar uma pesquisa de campo e entrevistar um colonizador

que esteve presente neste espaço quando era somente cobertura vegetal e

conhecer por meio de suas palavras como era a paisagem quando aqui ele chegou,

porque se direcionou a este município, quais eram os seus sonhos, e as dificuldades

encontradas por ele e outros companheiros, de quem comprou estas terras, como

fez para pagar, e qual foi a cultura praticada por ele, como fez para se manter até a

cultura estivesse formada?

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Muitos de vocês nasceram em Indianópolis, outros migraram para este

município em busca de melhores oportunidades. Mas será que vocês realmente

conhecem este município? Para que isto ocorra vamos ler um pequeno texto sobre

seu histórico, e também ver sua localização por meio dos mapas?

Visitamos o sítio do senhor Benedito Resende, e por meio de suas

palavras, ficamos conhecendo o início da história deste município,

percebemos também o valor de personagens que como ele fizeram

história. Tudo foi encantador, pois as lembranças dele nos fizeram viajar no

tempo e ampliar nosso conhecimento. Agora é com você! Escreva a parte

da entrevista que mais lhe marcou, e deixe registrado nestas pequenas

linhas um fato da colonização de nosso município!

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Você já visitou muitos espaços agrários, bem como realizou leituras onde

mostra o planejamento das áreas agrárias, mostre agora por meio de desenho

como era organizado estas áreas pela Companhia Norte Melhoramento.

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Nosso município está inserido na unidade federativa que se denomina Paraná,

que por sua vez pertence ao país chamado Brasil. O mapa abaixo é apenas uma

representação desta nação. Observe bem e faça o que se pede:

- Pinte as áreas que se limitam com o oceano e escreva o seu respectivo nome.

- Pinte as áreas que se limitam com países vizinhos.

- Trace os paralelos principais que passam em nosso país.

- Faça um X na unidade federativa que representa o Paraná.

Este município se localiza no norte do Paraná, mais precisamente na

região Noroeste (IBGE), se situa a 23° 29’ latitude sul, 52° 41’ 20” a oeste

de Greenwich apresentando uma extensão territorial de 128,611 Km

Ferreira (1996, p.339). Criado através da Lei Estadual nº. 5.496 de 02 de

fevereiro de 1967, e instalado em 14 de dezembro de 1968, foi

desmembrado de Rondon (http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br).

A explicação do termo Indianópolis se deve principalmente a uma

homenagem aos indígenas que viveram nesta área nos primórdios da

colonização. De acordo com Ferreira (1996, p.339): “Este vocábulo é a

junção dos termos “índio” e “pólis”, índio é uma homenagem ao Rio dos

Índios, que banha este município, e também uma referência aos indígenas

que viveram nesta área nos primórdios da colonização.” No

desenvolvimento da pesquisa de campo, pode-se perceber outros fatos

que remete a lembrança destes povos que aqui viviam como: nomes de

estradas, rios, ruas e avenidas, bem como a planta original da área

urbana era no formato de uma flecha.

39

Indianópolis é apenas mais um município que faz parte do Paraná. Segundo o

IBGE está localizado no noroeste do Estado. Observe o mapa abaixo e faça o que

se pede:

- Pinte o oceano que banha as terras do Paraná.

- Pinte de verde claro os estados que se limitam com o Paraná, e escreva seus

respectivos nomes.

- Pinte de cinza os países que se limitam com o nosso Estado e escreva seus

respectivos nomes.

- Trace o paralelo que está presente em nosso estado e escreva seu respectivo

nome.

Fig. 11: Brasil Político Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/

Fig. 12: Localização do município de Indianópolis no Estado do Paraná Fonte: http://www.paranaturismo.com.br/cidades/indianopolis/mapa.jpg

40

Agora chegou a vez de conhecer a representação cartográfica de nosso

município! Observe bem e faça o que se pede!

- Trace o paralelo que está presente no município de Indianópolis.

- Pinte o município de Indianópolis de vermelho.

- Construa uma rosa-dos-ventos.

- Vamos descobrir qual é a escala deste mapa?

Vimos que a colonização geralmente é precedida de interesses econômicos,

em nosso município não seria diferente. Pois quando os colonos aqui chegaram

já vinham com o propósito de praticar a cafeicultura, pensavam eles que as

terras eram férteis. Como nos aponta Silva (1981, p.90):

Basicamente no século atual se deu a colonização do Norte e do Oeste. A

ocupação do Norte do Paraná se constituiu numa expansão da cafeicultura

paulista, que aí encontrou enormes extensões de terras roxas, ideais para essa

cultura. As frentes pioneiras que ali se estabeleceram vieram atraídas pelas

perspectivas de um novo Eldorado, geralmente trazendo algum capital e com

objetivos comerciais.

Fig.13: Localização de Indianópolis e cidades vizinhas Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/mapas/brasil_mudo.htm

41

Mas quem eram estes personagens que vieram para este município trazendo

junto de si tanto sonhos? Cioffi (1995, p.106) em sua obra que fala sobre a

colonização do município de Cianorte, localizado bem próximo de Indianópolis os

descreve como sendo:

Para cá acorreram paulistas, mineiros, nordestinos, paranaenses,

catarinenses, gaúchos, estrangeiros [...]. Aqui aplicaram suas pequenas

economias e fazendeiros paulistas como mineiros demonstram seus

conhecimentos no cultivo do café.

No município de Indianópolis não seria diferente... Vieram atrás de terras para

poderem cultivar a cultura cafeeira, um dos motivos por ter escolhido esta área foi a

política da Companhia em vender os lotes em pequenas e médias propriedades,

com parcelas a perder de vista. Outro fator que favorecia a prática da cafeicultura

era que no mesmo espaço era desenvolvida uma cultura de subsistência o que

possibilitava o sustento da família até que obtivesse a formação do café, mesmo

após a formação continuavam a praticar a subsistência, porém em menor escala,

como nos mostra Moro (1991, p. 25):

Outro fator fundamental que se deve refletir sobre esta cultura, é o modo como

às relações de trabalho ocorreram neste período, onde prevalece a ajuda mútua, o

trabalho familiar... Este fato é explicitado por Oliveira, (2001, p.36) aponta que:

“Com o advento da expansão cafeeira, tivemos a passagem do trabalho

escravo para o colonato e com a colonização oficial a ocupação do sul do país por

trabalhadores camponeses baseados no trabalho familiar.”

Nesta região, desde o início de sua ocupação, instalou-se, na maioria dos

estabelecimentos rurais, a monocultura comercial do café, [...], associada

durante a fase de formação dos cafezais, com uma policultura comercial de

sustentação, de produtos como feijão, milho, arroz e mandioca, além da

pecuária leiteira de subsistência. Posteriormente, em menor escala, como

cultura de subsistência, quando então o cafezal já estava em plena produção.

42

O mesmo autor nos revela que:

“[...] quando a família camponesa não consegue completar totalmente a sua

necessidade de trabalho, ela pode ser completada pela ajuda mútua entre os

camponeses.” (2001, p.56).

Mas enfim como era realmente este trabalho familiar? Por meio de conversas

como os camponeses que viveram aquele tempo nos colocam que todos os

membros da família tinham uma função no campo até mesmo as crianças,

auxiliavam com pequenos afazeres. Pode-se entender este processo por meio do

relato de Oliveira (2001, p.60):

Dessa forma, as crianças são iniciadas como personagens da divisão social do

trabalho no interior da unidade produtiva do camponês. Ao atingirem o 12, 14

anos, passam a desempenhar tarefas de adultos, desenvolvendo dentro da

unidade familiar o trabalho acessório. Nesse momento desencadeia-se a

contradição no seio da unidade familiar: o jovem precisa continuar na

propriedade, pois é parte integrante da força de trabalho familiar; aí

permanecendo, garante a reprodução social do processo de trabalho

camponês. No entanto, com o aumento da família, a migração é inevitável.

Outra forma de desenvolver o trabalho naquele período era o sistema de

parceria, neste município também foi muito usado outro tipo de trabalho que é

reconhecido popularmente como porcenteiro. Oliveira (2001, p.56), explicita melhor

este fato com a seguinte fala:

Outro elemento da produção camponesa decorrente dessa ausência de

condições financeiras do camponês para assalariar permanentemente

trabalhadores em sua propriedade, é a parceria. O camponês ao contratar o

parceiro divide com ele custos e ganhos. Assim, tenta superar a falta de capital

variável, que o levaria a deixar de ser praticamente camponês, para transformar-

se num pequeno capitalista. [...].

43

Bem como todos podem perceber a cafeicultura foi fator de grande valia para a

organização do espaço geográfico do campo deste município e também de muitos

outros num determinado período de tempo.

Convido vocês a visitarem alguns camponeses que viveram aquele momento e

entrevistá-los para conhecermos de perto como foi esta história!

Agora após transcreverem as entrevistas, peço que você reflita somente em

alguns trechos delas e escreva sobre as informações transmitidas pelos

camponeses nos seguintes tópicos:

Não se esqueça de por o nome do entrevistado, bem como a data da

entrevista.

Qual o motivo que levou Chegando aqui o que cultivou?

a vir morar neste município? ..............................................................

.................................................. ..............................................................

................................................. .............................................................

Somente o café? Ou outros Como era organizado o espaço

produtos também? Quais? na roça?

.................................................... ...............................................................

.................................................... ..............................................................

.................................................... ..............................................................

O senhor já trouxe consigo Havia muito serviço na roça como

algum animal de criação? era realizado o trabalho?

..................................................... ...............................................................

..................................................... ...............................................................

44

As falas dos camponeses foram mantidas tal como faladas, a entrevista não foi

feita em forma de perguntas, mas sim de forma aberta, só interrompia o camponês

quando era necessário, foi colocada desta forma para que o aluno melhor

sintetizasse.

Bem você deve estar curioso, pois percebeu por meio das entrevistas o amor e

saudade que os camponeses têm deste tempo. E com certeza estão pensando...

Por que tudo mudou?

Este fato conhecerá na próxima aula, então até mais...

Quando os camponeses se dirigiram para o espaço agrário de Indianópolis

eles tinham em sua mente que este solo era fértil. Porém, logo quando se

apropriaram de suas terras notaram que não havia nelas a riqueza do solo

denominado de terra roxa. Pois o nosso município está inserido numa área mista,

onde existe a presença da terra roxa, mas também do arenito caiuá, este último com

maior porcentagem.

Este apenas foi o primeiro obstáculo, que foi superado pelos camponeses, o

que afetou sobremaneira a cultura cafeeira foi a geada, como nos mostra Moro

(1991, p.136):

[...] foi a geada de 17 de julho de 1975, de grande intensidade, que

praticamente dizimou os cafezais, em especial no Norte Novo, acelerando o

processo de erradicação e a consequente substituição por outras atividades

agrícolas produtivas. [...]

Nota-se que ocorreram outras geadas antes deste ano, porém o cafezal estava

se formando e ainda havia um cinturão de matas ao redor do lote, protegendo assim,

a cultura cafeeira.

Por que será que em nosso município ocorreu esta geada com tanta

intensidade?

45

Para compreendermos melhor vamos estudar o mapa do clima do Paraná do

Instituto Agronômico do Paraná com uma classificação segundo Köppen, para

conhecermos qual é o clima que está presente em nosso município?

1- Nosso município está inserido segundo Köppen em qual classificação?

R: ...................................................................................................................................

2- Sei que é um aluno curioso, pesquise agora as características deste clima para

ter conhecimento como se apresenta este elemento natural em nosso em nosso

município.

R: ...................................................................................................................................

........................................................................................................................................

........................................................................................................................................

Fig. 14: Classificação Climática do Paraná Fonte: http://www.iapar.br/

46

Com base em sua pesquisa, você percebeu que este elemento natural o clima

foi extremamente importante para a erradicação do café, todavia ele não foi o único

responsável, nosso país estava vivendo uma nova fase econômica, e Indianópolis

não seria diferente!

Como toda a ação gera uma reação! No campo esta frase representa muito

bem o que ocorreu em nosso município no final de década de 1970 e início da

década de 1980. É isto que estudaremos agora!

Quando ouve estas palavras modernização no campo, o que logo você pensa?

Escreva no espaço abaixo com suas palavras o que pensou sobre modernização no

campo!

Existem diferentes formas de conceituarmos modernização agrícola, depende

muito dos pesquisadores que tecem a abordagem deste tema.

Enquanto uns levam apenas em consideração a parte técnica, como o uso

intensivo de máquinas e insumos modernos, outros levam em consideração não

somente isto, mas todo o processo de modificações ocorrido nas relações sociais de

produção.

Mas como ocorreu este fato em nosso país? Para compreender melhor este

período leia o texto: “Modernização brasileira”.

........................................................................................................................

........................................................................................................................

........................................................................................................................

........................................................................................................................

.

47

Modernização agrícola brasileira

Este processo se iniciou em nosso país na década de 1950, porém adquiri

maior força a partir da década de 1960, com a implantação de um setor industrial

voltado para a produção de equipamentos e insumos para a agricultura.

Todavia, este processo inovador não foi oportunizado para todos, vivemos

num mundo capitalista, extremamente excludente, e no campo não seria

diferente. Pois foi gritante como ocorreu a modernização no campo, privilegiando

alguns em detrimento da grande maioria. Este fato nos é mostrado por diversos

autores, entre muito citarei a fala de José Graziano da Silva (1982, p.40):

“o que se pode ver no campo brasileiro é uma ‘modernização conservadora’

que privilegia apenas algumas culturas e regiões assim como alguns tipos

específicos de unidades produtivas (médias e grandes propriedades)”. Alguns

tipos de produtos agrícolas têm mais apoio e incentivo do governo do que

outros. Assim como determinadas regiões e tamanho de propriedades.

Toda a ação gera uma reação, e este processo de modernização no campo

não foi diferente... As consequências foram inúmeras. Em seguida vamos ver como

ficou a população que morava no campo, e que devido ao processo de

modernização foram praticamente expulsos do campo e tiveram que modificar seu

cotidiano brutalmente, indo residir nas áreas urbanas.

Estes dados ficam claro quando observamos a tabela fornecida pelo IBGE,

mostrando os números da população que moravam no campo e nas áreas urbanas

do ano de 1950 à 2010.

48

Observou a evolução dos números da população quanto à situação do

domicílio apresentada no Censo Demográfico do IBGE. Para ficar mais fácil a

visualização construa um gráfico mostrando esta evolução!

Tab. 1: População nos Censos Demográficos por situação do domicilio - Brasil Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/

49

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

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...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

...............................................................................................................................

..............................................................................................................................

E no nosso estado será que foi diferente este processo de modernização no

campo? É isto que veremos agora!

No Paraná, não foi diferente, seguiu os mesmos modos de modernização

brasileira, tendo como consequência a saída do camponês do campo e a

consequente migração para as cidades, todavia o período que ocorreu este

processo foi a partir da década de 1970.

Você percebeu que foram grandes alterações

ocorridas no espaço geográfico do campo,

refletindo principalmente no espaço urbano

também! Agora pesquise em sites, revistas,

jornais e livros e escreva algumas destas

consequências apresentadas tanto para os

que viviam no campo, como para os que

viviam nas áreas urbanas.

50

Para compreender melhor a modernização no campo do Paraná, leia o texto a

seguir:

Modernização agrícola no Paraná

A cafeicultura teve grande importância até meados da década de

1970, sendo que a maior parte se localizava no norte do Paraná, como nos

mostra Moro (1991, p. 25): “Nesta região, desde o início de sua ocupação,

instalou-se, na maioria dos estabelecimentos rurais, a monocultura

comercial do café”. E é justamente nestas áreas que vimos os impactos

mais brutais da modernização.

Pois é quando ocorre a substituição da cultura cafeeira por outras é

que é introduzida a modernização agrícola no estado do Paraná. Você

deve estar pensando o porquê da substituição se a cafeicultura trouxe

tantas benfeitorias a todos que estavam envolvidos.

Nesta década os camponeses precisavam renovar seus cafezais como

aponta Moro (1991, p. 48): “A nível local, no Norte do Paraná, por volta de

1970, a maioria das lavouras de café estavam em idade de serem

renovadas, para tanto era necessário a disponibilidade de capital com

vistas a custear a operação”

Não tendo capital para renovar esta cultura, muito camponeses no

Paraná substitui esta por outras. A mais significativa foi soja, naquele

momento havia política que oferecia vantagens fiscais e grande apoio do

governo, também era inteiramente mecanizável.

Enquanto a cafeicultura necessitava de numerosa mão-de-obra, a soja

não precisava. Neste processo fica fácil compreender a saída do

camponês do campo para as cidades.

Vamos observar novamente a tabela do Censo demográfico

oferecido pelo IBGE que nos mostra esta realidade!

51

E neste município como será que ocorreu o processo de modernização

agrícola? É o que veremos a seguir...

Por meio de diferentes leituras se pode perceber que neste município também

não foi diferente a modernização chegou, alterando o espaço geográfico agrário, e

as relações humanas pertencentes a ele.

Mas o que se nota é que em Indianópolis como em muitos outros houve

algumas particularidades quanto à modernização no campo é disto que vamos tratar

agora!

Após observamos os dados da tabela e refletirmos sobre os mesmos, faça

uma análise da mesma, comparando os números apresentados nas diferentes

décadas. Escreva as conclusões as quais você chegou!

......................................................................................................................

......................................................................................................................

......................................................................................................................

......................................................................................................................

Tab. 2: População nos Censos Demográficos por situação do domicílio - Paraná Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/

52

Primeiramente, se deve ressaltar que neste município ocorreu o mesmo fator

refletido nos cafezais do norte do Paraná, porém aqui existiu um referencial quanto

ao solo, pois eles não eram propensos a um manejo rápido com duas culturas, este

fato é esclarecido por Moro (1991 p.49/50):

Logo se entende que não foram estas culturas que primeiramente foram

introduzidas em Indianópolis. Por meio de conversas com camponeses que

vivenciaram este momento nos apontam que primeiramente se inicia com a

pecuária, o mesmo também é afirmado por Moro (1991, p. 87):

Você deve estar pensando... Se não houve uma intensa modernização

agrícola, esta região não sofreu as consequências da saída do homem do campo.

Este pensamento é engano, pois Moro (1991, p. 53) ressalta:

(...). No Norte Novíssimo, em razão da presença de numerosas áreas de

pastagens, bem como, pelo fato da substituição da cafeicultura pela cultura de

soja e trigo ter sido menos acentuada que nas duas outras sub-regiões, o

aumento, quer de máquinas para plantio, quer de máquinas para colheita, não

foi tão expressivo.

“Durante o domínio da monocultura comercial do café, como atividade produtiva

principal, empregando numerosa mão-de-obra, o efetivo da população rural era

superior ao urbano”.

Estes se apresentam profundos, extremamente friáveis, relativa

fertilidade, bastante suscetíveis à erosão. Assim, não são propensos a um

manejo rápido com duas culturas anuais, como o sistema de rotação soja-trigo.

Por esta razão, onde a substituição de culturas ocorreu, esta se fez

sobremaneira pela pecuária, e em segundo plano, mais recente, por outras

culturas como a da cana-de-açúcar, do algodão, da amoreira, da mandioca,

dentre outras.

53

Este fato é comprovado por meio do Censo demográfico do IBGE, onde nos

apresenta números relativos ao rural e urbano, os mesmos você pode analisar

agora:

Os dados nos mostra, que houve sim alterações no campo, este fato fica

patente para todos que observarem. E que a modernização foi introduzida em nosso

município somente a partir da década de 1980, e com menor intensidade que em

outros locais. Todavia, foi grande o contingente que foi expulso do campo e até

mesmo de nosso município, migrando para outros grandes centros urbanos, este

processo acarretou inúmeras consequências que você logo irá descobrir!

Observe os números apresentados na tabela sobre População residente

quanto a área urbana e rural, e construa um gráfico para sua melhor visualização

dos fatos.

Interpretando os gráficos

Tab. 3: População Residente por domicílio - Indianópolis Fonte: http://www.ibge.gov.br/home/

54

1- Faça uma leitura nas tabelas referentes ao Brasil, Paraná e Indianópolis, e

escreva as décadas que houve uma alteração nos números quanto a população

rural referentes ao urbano.

R- .................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

2- Por que será que ocorreram estas alterações em décadas diferentes?

R- ................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

.....................................................................................................................................

3- Analise os números apresentados no gráfico de seu município, e escreva a sua

conclusão.

R- ...............................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

Nós vimos como foi introduzido à modernização agrícola pelos pesquisadores,

mas agora vamos ver com ela realmente ocorreu com os olhos dos verdadeiros

personagens da historia de nosso município?

Convido agora para irmos até eles e entrevistarmos sobre as alterações

produzidas em seu cotidiano pela substituição da cafeicultura por outra cultura, e ver

os fatos como se sucederam?

55

Vocês leram diferentes formas de conceituar o termo modernização no campo,

e principalmente como ela ocorreu, bem como suas consequências. Agora quem irá

construir é você... Escreva novamente o conceito do termo modernização do campo!

Conversamos com alguns personagens que vivenciaram o período da

história que ocorreu a substituição da cafeicultura por outra cultura,

ficamos sabendo do fato como realmente ocorreu. Transcreva uma parte

da entrevista que mais lhe chamou a atenção, peço que a transcreva da

forma falada pelo personagem, não se esquecendo de colocar o nome e

data da entrevista!

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

....................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

.......................................................................................................................... ................

..........................................................................................................................................

..........................................................................................................................................

...................................................................................

56

Estamos chegando a etapa final de nosso trabalho! Confesso a vocês que este

trabalho me possibilitou uma aprendizagem muito significativa, e espero que para

vocês também... Chegou a hora de socializarmos o nosso conhecimento com a

sociedade, vamos mostrar o aprendizado adquirido neste período de tempo?

No decorrer de nosso trabalho, vocês registraram no diário o ocorrido,

documentaram as atividades desenvolvidas com fotos e vídeos curtos, agora vamos

preparar slides para mostrar para a comunidade nosso trabalho?

Pensando em uma maneira de homenagear nossos entrevistados, pois

participaram de nosso trabalho proporcionando a ele riqueza de forma singular,

vamos preparar um túnel do tempo onde fará uma viagem no tempo e espaço por

meio de desenhos, fotos, maquetes e instrumentos de trabalho no campo,

mostrando a evolução destas ferramentas do campo e também das paisagens no

decorrer do tempo?

57

ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

- Primeiramente será feita a apresentação do projeto como será o desenvolvimento

das aulas para que o objetivo do trabalho seja alcançado, neste momento é

essencial a participação dos alunos para que o trabalho enriqueça ainda mais. Pois

ele está planejado, todavia se necessário poderá sofrer alterações.

- Antes de tudo, é fundamental observarmos qual é o nível de conhecimento

apropriado pelos alunos, se eles já possuem ou não estes conhecimentos que serão

abordados no decorrer do trabalho. Para isto será feito um questionamento oral

sobre alguns conceitos tais como: paisagem e espaço geográfico. Após esta

conversa inicial, os conceitos serão registrados para servirem como parâmetro de

avaliação no término do trabalho.

- Apresentação dos conceitos de paisagem e espaço geográfico por meio de slides

abordados por meio do Power-point levando-os a refletirem sobre estas categorias

geográficas.

- Visitar algumas áreas de campo, previamente planejadas, para levar os alunos a

refletirem sobre o espaço geográfico que estão observando naquele momento. Se

elas sempre apresentaram daquela forma, se no passado elas foram diferentes, o

que será que ocorreu para que elas sofressem alterações e fossem modificadas de

tal forma. Os pontos considerados pertinentes serão registrados, bem como as

áreas observadas serão fotografadas, para servirem de material utilizado no término

de nosso trabalho.

- Visitar uma área de floresta conservada pela Companhia, para que por meio da

observação perceba como era apresentada a paisagem anteriormente a chegada do

homem neste município, bem como quais as características principais desta

vegetação. Novamente as falas mais pertinentes serão registradas, bem como será

fotografada a área visitada.

- Será apresentado um texto sobre a vegetação existente antes da chegada do

homem no nosso município, bem como um mapa da vegetação original do Paraná,

para que o aluno compreenda a distribuição destas florestas no espaço paranaense.

- Após o aluno identificar o tipo de vegetação existente neste município, pesquisará

em sites as principais características destas florestas e fará um pequeno texto de

como era a paisagem deste município anterior a chegada do homem.

58

- Os alunos irão para o laboratório de informática e localizarão a área de vegetação

visitada no Google Earth para melhor compreensão do espaço vivenciado, bem

como os espaços rurais visitados anteriormente.

- Iniciaremos mais um tópico de nosso trabalho: “Colonização do município”, todavia,

antes de apresentar este fato é imprescindível observarmos qual é o nível do

conhecimento prévio já apropriado pelos alunos a respeito do tema. Após

discutirmos, será pedido para que os alunos registrem o conceito que eles têm de

colonização, para posteriormente servir de parâmetro de avaliação no término do

trabalho.

- Logo após este registro, será apresentado o conceito de colonização elaborado por

alguns pesquisadores, em forma de texto escrito que serão lidos e discutidos cada

um deles.

- Em seguida levaremos os alunos a refletir sobre o espaço vivenciado por eles

diariamente, levando-os a pontuarem questões sobre como foi a introdução do

homem, bem como quais fatores ou fator que levou estes homens a desejarem a

ocupar o espaço deste município. Para melhor compreensão será apresentado um

texto sobre a colonização deste município por meio de um pequeno histórico sobre a

colonizadora que realizou este processo, bem como tudo ocorreu.

- Para o desenvolvimento deste estudo será trabalhado com a história oral, optamos

por trabalhar as entrevista com questões abertas, fazendo o mínimo de interrupções

possíveis e por meio deste instrumento será nos mostrado como realmente

aconteceu os momentos de ocupação do espaço agrário deste município. Neste

momento será entrevistado um personagem que participou da colonização desta

área, apesar de seu nome não estar registrado como pioneiro deste município ele

teve participação ativa no processo de transformação no espaço agrário como ele

houve muitos outros, e que por meio deste esperamos homenagear todos os outros

que não pudemos chegar por falta de conhecimento ou de tempo, e que suas

palavras nos contem como era esta paisagem antes da ocupação, bem como as

ações praticadas por ele e outros para que este espaço fosse modificado, bem como

qual a primeira cultura praticada por eles naquele momento histórico.

- Após a entrevista, será feita a transcrição das falas da forma apresentada pelo

entrevistado, pois neste estudo primamos em derrubar os muros que aprisionam os

camponeses e possibilitarmos que sua voz seja ouvida como elas realmente são.

Mesmo porque impera uma dúvida linguística do que seja correto e incorreto,

59

acreditamos que a fala destes sujeitos estão certas na visão de sua cultura, e ao

transcrevê-las com fidelidade, pensamos que serão compreendidas por todos

aqueles que vierem fazer uso de leitura das mesmas.

- Posteriormente a transcrição da entrevista, será pedido a cada aluno para refletir

na fala do entrevistado e escolher o fragmento que mais lhe interessou e escrever

para ficar registrado no seu material.

- Nosso objeto de estudo é o campo, e no decorrer da entrevista ficou sabendo

como era o espaço agrário, portanto para melhor compreensão será pedido para

que os alunos complementem esta informação por meio de pesquisas em sites,

textos escritos como era a organização do espaço agrário produzido pela companhia

e retratar por meio de um desenho este espaço.

- será apresentado um pequeno texto sobre o município de Indianópolis, bem como

a localização do mesmo em relação ao país e estado. Também será apresentado

um mapa do município de Indianópolis, posteriormente a leitura e discussão do texto

e mapas serão realizadas questões que os levem a refletir ainda mais. Estas

atividades propostas irão proporcionar aos estudantes o uso da cartografia,

ferramenta imprescindível para a Geografia.

- Se faz necessário apresentar um texto sobre a cafeicultura, a importância que a

mesma exerceu não só para este município, mas para todo o estado e país. Bem

como definir que são os personagens que vieram para o nosso município, e quais as

relações de trabalho que era proporcionado pela cultura cafeeira. Após a leitura,

discutir as questões mais pertinentes referentes a esta economia.

- Neste momento se fará o uso novamente do recurso fornecido pela história oral,

entrevistando alguns personagens que vivenciaram este período da cultura cafeeira,

contribuindo com suas falas sobre o cotidiano da vida naquela época. Questões de

como o espaço agrário eram apresentado, as dificuldades encontradas, o trabalho

produzido por ele nesta cultura bem como as relações de trabalho dele com os

outros que estavam a sua volta, e quais as outras culturas praticadas por ele neste

espaço e como faziam para conseguir dar a volta por cima até o café estar

completamente formado. Esperamos que estes encontros trouxessem uma riqueza

a teoria aprendida na sala de aula, fazendo com que a aprendizagem dos alunos

seja bem mais significativa. Após as mesmas, serão feitas as transcrições tal como

falada pelos entrevistados.

60

- Serão propostas algumas questões pertinentes sobre a cafeicultura, sendo que as

respostas estarão nas falas das entrevistas realizadas pelos alunos.

- Ao iniciar aula, fará provocações voltadas ao término da cultura cafeeira, e estas

possibilitarão a introdução sobre as possíveis causas que exterminaram os cafezais

deste município, bem como de outros locais. Será apresentado o mapa climático do

Paraná, segundo a classificação de Köppen, para que os alunos conheçam os

climas existentes no estado e em Indianópolis, após a leitura e discussão do texto e

mapa, os alunos irão responder algumas questões de interpretação.

- Na sequência de nosso trabalho será apresentado o novo tópico: “Modernização

agrícola”. Novamente se faz necessário, observarmos o conhecimento prévio que os

alunos trazem de casa, e pedirem para que os mesmo registrem seu pensamento

quanto ao tema.

- Feito isto, será oferecido aos alunos conceitos de alguns teóricos quanto a

modernização agrícola, bem como a modernização brasileira, período que este

processo foi introduzido, quais as consequências sofridas pela população. Para

melhor compreensão será oportunizado uma tabela da população urbana e rural de

nosso país do período de 1950 a 2010, mostrando como ficou organizada a

população nestes períodos.

- Para melhor visualização desta evolução, será pedido para que os alunos construa

um gráfico utilizando os dados apresentados na tabela, em seguida os alunos irão

pesquisar algumas consequências acarretadas pela modernização agrícola.

- Após apresentar a modernização brasileira, será apresentado um texto sobre este

processo no Paraná, identificando o período que iniciou com um olhar especial para

o norte do Paraná, em seguida será mostrada uma tabela do IBGE, com os números

da população residentes nas áreas urbanas e rurais nos períodos de 1950 a 2010.

Posteriormente a leitura e discussão do texto e tabela, os alunos irão escrever uma

conclusão sobre os números apontados na tabela.

- Nesta aula se fará uma abordagem sobre a modernização agrícola deste

município, mostrando como foi a introdução, e principalmente salientando a

intensidade da mesma, apontando que o fato de ser menos intensa não exclui sua

importância, pois a mesma alterou de forma drástica o cenário deste município. Este

fato é comprovado na tabela apresentada pelo IBGE, com os números da população

residentes nas áreas urbanas e rurais nos períodos de 1970 a 2010.

61

- Após a leitura e discussão, será pedido aos aluos que construam um gráfico

utilizando os números apontados na tabela do IBGE para melhor compreensão da

evolução deste processo de modernização. Também serão realizadas questões

relacionadas a tabelas da população do Brasil, Paraná e de Indianópolis para melhor

compreensão sobre as consequências para o espaço agrário e áreas urbanas

acarretadas pela modernização agrícola.

- Novamente serão realizadas algumas entrevistas com personagens que

vivenciaram o período da introdução da modernização agrícola em nosso município.

Apontando as principais alterações motivadas pela substituição da cultura cafeeira

por outra, e o que este fato mudou em seu cotidiano. Após a realização das mesmas

serão feitas as transcrições, tal como falada pelos entrevistados.

Após apresentarmos as orientações metodológicas, no item subsequente

apresentaremos a forma de avaliação.

62

AVALIAÇÃO

- Chegou o momento de mostrar o aprendizado destes conhecimentos geográficos

trabalhados no decorrer das aulas. Esclareço que a todo o momento houve um olhar

especial quanto a aprendizagem dos alunos, por meio da leitura de textos e imagens

(mapas, fotos, tabela, gráficos), interpretação oral e escrita, pesquisas e participação

nas aulas de campo (observação e entrevistas). Porém agora é a hora de

mostrarmos para a comunidade escolar o trabalho realizado, para que fosse

possível isto se tornar realidade, durante as aulas, os alunos documentaram por

meio de registro escrito, fotos e vídeos curtos, para produzirem em slides no

PowerPoint para socializar o estudo feito por eles.

- Outro momento importante é a homenagem que se fará a todos os entrevistados,

pois com certeza a sua participação deixou nosso trabalho bem mais rico. Será

construído um túnel do tempo entre os períodos de 1955 a 1985, mostrando a

evolução ocorrida no espaço agrário, que será retratado por meio de desenhos,

fotos, maquetes, ferramentas de trabalho, objetos domésticos e outros que forem

necessários. Quando todos passarem por este túnel perceberão as mudanças

ocorridas nos períodos retratados, e acima de tudo compreenderão que não é

porque estamos inseridos num município de pequeno porte, nossa história não tem

valor, pois ela tem sim uma importância grandiosa para todos que viveram, vivem e

viverão nestes espaços... E que estes fatos ocorridos em Indianópolis não ocorreram

isoladamente, mas sim eles estão dentro de um cenário maior, porque não dizer

global?

Observações:

- Para vencermos este estudo no tempo determinado, as fotos irão ser coletadas por

toda a escola, escaneadas e devolvidas para o seu proprietário.

- Os desenhos que serão expostos no final do trabalho serão confeccionados no

decorrer das aulas conforme for apresentando o conteúdo.

- A construção das maquetes, será produzida pelos alunos com a orientação da

professora fora do horário de aula.

- Os objetos que serão expostos no túnel do tempo serão coletados pelos alunos

com o auxílio de todos os alunos deste município, inclusive do Centro Municipal

63

Infantil, Escola do Ensino Fundamental dos primeiros anos e a escola que será

trabalhado este projeto.

- Será divulgada a apresentação de nosso trabalho em cartazes distribuídos na

cidade, convites escritos e pelo carro som da cidade.

-Para que fosse possível a conclusão deste trabalho foi feito um caderno especial

com todas as aulas, o aluno irá recebendo as folhas guardando nas pastas, e no

final construirá uma capa e compilará todo o material num livreto.

Que será sua lembrança deste trabalho.

Neste trabalho ficou explícito como será o desenvolvimento deste estudo, em

seguida terá conhecimento das considerações pertinentes relacionadas a este

estudo.

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64

CONSIDERAÇÕES FINAIS – PARTE I

A opção por esta temática tão simples foi a relevância deste estudo para

trabalhar o espaço geográfico do município de Indianópolis, devido a escassez de

materiais que contemplem o tema.

A metodologia norteadora que direcionou este projeto tem o compromisso de

oportunizar aos verdadeiros protagonistas da história deste município alçar suas

vozes que durante tanto tempo ficaram silenciadas, e trazer contribuições

significativas para que possamos compreender o processo de ocupação, bem como

foi a cultura cafeeira, e o início da modernização do campo de Indianópolis.

Por meio desse, espero que tenha conseguido plantar a semente da

necessidade de promover aulas de geografia que abrange o estudo de campo, bem

como a história oral, transformando assim a prática de ensino e aprendizagem no

cotidiano das salas de aulas.

Após a apresentação das considerações finais, serão apontadas as referências

que me deram suporte para tornar possível esta realidade.

65

REFERÊNCIAS

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Nota de crédito e de agradecimento:

Agradecemos ao José Henrique Gonçalves Bueno, pelas lustrações presentes neste estudo, as quais enriqueceram o texto e contribuíram para o entendimento do conteúdo.