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1
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Comando de Ensino Bombeiro Militar
Academia Bombeiro Militar
CURSO SUPERIOR DE BOMBEIRO MILITAR
Zaqueu Honorato de Oliveira Júnior
A viabilidade de implantação do fundo rotativo para
despesas emergenciais nos batalhões da capital do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Goiânia (GO)
Julho/2012
2
Zaqueu Honorato de Oliveira Júnior
A viabilidade de implantação do fundo rotativo para
despesas emergenciais nos batalhões da capital do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Artigo Científico apresentado em cumprimento
às exigências para término do Curso Superior
de Bombeiro Militar sob orientação do Instrutor
TC QOC Luiz Antônio da Silva
Goiânia (GO)
Julho/2012
3
SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA E JUSTIÇA
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Comando de Ensino Bombeiro Militar
Academia Bombeiro Militar
Zaqueu Honorato de Oliveira Júnior
A viabilidade de implantação do fundo rotativo para
despesas emergenciais nos batalhões da capital do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás
Artigo Científico apresentado em cumprimento
às exigências para término do Curso Superior
de Bombeiro Militar sob orientação do Instrutor
TC QOC Luiz Antônio da Silva
Avaliado em ____/____/____
Nota Final: ( ) ___________
__________________________________________________________________
Instrutor – Orientador (Luís Antônio da Silva – TC QOC)
Goiânia (GO)
Julho/2012
4
1 RESUMO
O artigo científico ressalta a importância da descentralização de
recursos emergenciais, propondo a viabilidade da implantação do fundo rotativo nos
batalhões da capital do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. O tema
abordado é produto da problemática enfrentada na administração das unidades da
capital com a escassez de recursos. O dinamismo administrativo de uma unidade
operacional requer atenção diária de seus comandantes, que por muitas vezes
esbarram em questões burocráticas na aquisição de materiais de consumo, tornando
a administração lenta, dificultando o atendimento às necessidades básicas da
unidade. Realizou-se pesquisa exploratória, delimitando o tema e identificando o
problema por meio do método indutivo. Através de estudo de caso foi apresentado
um diagnóstico da situação das organizações e o grau de responsabilidade dos
resultados para auxiliar a gestão financeira e melhoria do desempenho de suas
atividades. Foi estruturada uma planilha de estimativa de gastos mensais das
unidades e aplicado um questionário ao público alvo no intuito de verificar a
viabilidade da implantação do fundo rotativo nos batalhões da capital e o valor ideal
disponível para despesas mensais realizadas com a compra de material e prestação
de serviço de interesse da administração, caracterizadas como emergenciais.
Portanto ao final deste estudo, podemos afirmar que houve a confirmação das
hipóteses na solução do problema apresentado. Constatamos que com a
implantação do fundo rotativo nos batalhões da capital com a finalidade de
descentralizar recursos emergenciais, iremos de forma contundente contribuir com a
maior agilidade administrativa e autonomia financeira para essas unidades.
Palavras chaves: Descentralização de Recursos. Despesas emergenciais. Fundo
rotativo.
5
2 ABSTRACT
The scientific article emphasizes the importance of decentralization of
emergency resources, suggesting the viability of revolving fund implementation in
battalions of the capital of the Fire Brigade of the State of Goias. The subject matter
is the product of the problems faced in the administration of units of capital with
limited resources. The dynamism of an administrative operation requires daily
attention of his commanders, who often run into bureaucratic issues in the acquisition
of consumable materials, causing a slow administration and hindering the basic
needs of the unit. We conducted exploratory research, outlining the topic and
identifying the problem through the inductive method. Through a case study was
presented a diagnosis of the situation of the organizations and the degree of
responsibility for the results to aid financial management and performance
improvement activities. It was made a spreadsheet to estimate monthly expenses of
the units, applied a questionnaire to the target audience in order to verify the
feasibility of implementing the revolving fund in the battalions of the capital, found the
optimal value available for monthly expenses, related to the purchase of material and
providing service of interest of the administration, characterized as emergency. So at
the end of this study, we can say that there was confirmation of the hypothesis in the
solution of the problem. We verified that with the implementation of the revolving fund
in the battalions of the capital, in order to decentralize emergency funding, we will
incisively contribute to greater administrative flexibility and financial autonomy for
these units
Keywords: Decentralization of resources. Emergency expenses. Revolving fund.
6
3 INTRODUÇÃO
Este artigo científico surge com a ideia de demonstrar a importância da
descentralização de recursos emergenciais de pronto emprego nos batalhões da
capital do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás - CBMGO, através da
implantação do fundo rotativo.
Feijó (2007) explica que a descentralização de recursos de custeio
vista como forma de democratizar a gestão, faz parte de políticas relacionadas à
racionalidade administrativa.
O dinamismo administrativo de uma unidade operacional requer
atenção diária de seus comandantes. Qualquer falha nessa área de atuação poderá
comprometer sua capacidade de realização.
Segundo Chiavenato (2004):
O mundo está mudando com uma velocidade incrível. E as organizações também. Os novos tempos exigem novas posturas e novas soluções para problemas que, cada vez mais, envolvem diagnósticos, criatividade e inovações, comprometimento de pessoas envolvidas e, principalmente competências, lideranças, comunicação e motivação. Novos tempos requerem novos parâmetros que a administração possa enfrentar ambientes de imprevisibilidade e instabilidade exacerbadas com a globalização dos negócios.
As unidades operacionais da capital do CBMGO executam serviços de
extrema relevância operacional e administrativa, possuem os maiores efetivos do
Estado e ao longo dos anos vêm enfrentando problemas com a falta de recursos
financeiros de custeio para as despesas de pequena monta e pronto pagamento. Os
comandantes esbarram em questões burocráticas na aquisição de materiais de
consumo, tornando a administração lenta, dificultando o atendimento às
necessidades básicas da unidade.
Segundo Tenório (2001 p. 14-17): “Gerenciar é a ação de estabelecer
ou interpretar objetivos e de alocar recursos para atingir uma finalidade previamente
determinada, ou seja, orientar a dinâmica de uma organização.”
Pretende-se com este estudo contribuir com o bom desempenho
organizacional, através da descentralização de recursos.
Busca-se também apresentar um diagnóstico e seus resultados e
ações que possam ser desenvolvidas e no caso da análise apresentar divergências
de um bom desempenho organizacional.
7
A implantação do Fundo Rotativo nas unidades da capital justifica-se
pela sua aplicabilidade, solucionando problemas enfrentados no dia a dia nas
atividades de custeio e pronto pagamento, o que possibilitará maior agilidade e
autonomia ao comandante da unidade, diminuindo os efeitos negativos das
disfunções burocráticas.
Faz-se também necessário ressaltar dentro da pesquisa sua
importância no aspecto de gerenciamento de recursos que permitirá maior
representatividade na formulação de decisões.
A pesquisa fará uma abordagem comparativa entre modelos de
descentralização financeira visando uma melhor aplicabilidade nas unidades.
Dessa forma, como citado antes, este artigo possui como objetivo
principal a viabilidade da implantação do fundo rotativo nos batalhões da capital do
CBMGO, como forma de descentralização de recursos de pequena monta. E para
que seja alcançado esse objetivo serão trabalhados os seguintes objetivos
específicos:
Propor descentralização de recursos de pequena monta.
Propiciar maior agilidade e autonomia ao comandante de unidade para
atender as necessidades emergenciais da unidade.
Subsidiar o gestor no gerenciamento de recursos emergenciais de pronto
emprego.
Diminuir os efeitos negativos das disfunções burocráticas.
Propor respostas imediatas evitando a paralisação de processos internos.
A importância dessa pesquisa deve-se à relevância do tema e ao fato
de existirem poucos estudos publicados a cerca dos fatos no Corpo de Bombeiros
Militar do Estado de Goiás.
Pretende-se realizar um estudo de caso nos batalhões da capital
apresentando ao final uma planilha de estimativa de gastos mensais das unidades e
um questionário ao público alvo no intuito de verificar a viabilidade da implantação
do fundo rotativo e o valor ideal disponível para despesas mensais realizadas com a
compra de material e prestação de serviço de interesse da administração,
caracterizadas como emergenciais.
8
4 REVISÃO DA LITERATURA
Pretende-se através da pesquisa confirmar a viabilidade da
implantação do Fundo Rotativo nos batalhões da capital do CBMGO, dentro de uma
visão administrativa financeira, identificando os fatores que influenciam a falta de
recursos emergenciais de pronto emprego na gestão administrativa.
Druker (2002) afirmou que o papel das organizações é o de produzir
mudanças sociais, sejam elas ligadas a renda, a educação, as condições de
sobrevivência, etc. Com isso, ao se medir o desempenho dessas instituições, devem
ser observadas as metas definidas pela organização em seu planejamento anual ou
nos projetos que desenvolve ou pretende desenvolver; se uma missão está sendo
cumprida e seus serviços estão alcançando as pessoas a que se destinam. Ou seja:
se seu papel está sendo cumprido com a eficaz utilização dos recursos financeiros.
Mas, uma grande dúvida sempre surge quando se fala em ferramentas de gestão,
esses conceitos não são utilizados apenas em grandes instituições, independente do
porte econômico, uma série de decisões estratégicas está presente na
administração das organizações.
Na revisão de literatura serão abordados temas como: cenário
organizacional do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, modelos de
descentralização financeira, burocracia administrativa e disfunções burocráticas.
4.1 Cenário organizacional do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de
Goiás O Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás possui no seu quadro
organizacional doze Unidades Operacionais, dezesseis Subunidades Operacionais e
onze pelotões. Na capital possui quatro batalhões, sendo: Primeiro Batalhão de
Bombeiro Militar, Segundo Batalhão de Bombeiro Militar, Oitavo Batalhão de
Bombeiro Militar e o Batalhão de Salvamento em Emergências (BSE) que são
unidades que dependem do processo legal de aquisições previstos no orçamento
anual, porém são desprovidos de um suprimento de fundo, colocado à disposição, a
fim de dar condições a estas unidades de realizar despesas que, por sua natureza
ou urgência, não possam aguardar o processamento normal1.
1 Primeira Seção do Estado Maior Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
9
4.2 Modelos de Descentralização Financeira
Feijó (2007) afirma que a descentralização de créditos orçamentários
representa a transferência de uma unidade orçamentária ou administrativa, para
outra unidade, ou seja, do poder de utilizar créditos orçamentários ou adicionais que
estejam sob sua supervisão ou lhe tenham sido dotados ou transferidos.
4.2.1 Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado de Goiás - FUNEBOM
É um sistema de descentralização financeira estabelecido por lei
específica para cobrir as despesas de custeio, investimentos e inversões financeiras,
no que diz respeito à estruturação, aparelhamento e equipamento do órgão e
aprimoramento técnico-profissional do CBMGO, bem como aquelas geradas pelo
desempenho da atividade-fim. Este foi criado com o propósito de melhorar e
modernizar os equipamentos do CBMGO com a finalidade de salvar vidas e
preservar bens da população.
De acordo com a LEI Nº 17.480, DE 08 DE DEZEMBRO DE 2011,
aprovada com o seguinte texto:
Art. 1o Fica criado, no âmbito da Corporação, o Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás –FUNEBOM–, regido pelas disposições desta Lei, do seu regulamento e das demais normas legais pertinentes.
Art. 2o O Fundo criado pelo art. 1o destina-se ao provimento de recursos financeiros para cobrir as despesas de custeio, investimentos e inversões financeiras, no que diz respeito a estruturação, aparelhamento e equipamento do órgão e aprimoramento técnico-profissional do bombeiro militar, bem como aquelas geradas pelo desempenho da atividade-fim do Corpo de Bombeiros Militar.
Parágrafo único. Os recursos do FUNEBOM não poderão ser utilizados para cobrir despesas relativas à folha de pagamento de pessoal.
Destina-se o fundo à cobertura das despesas: de manutenção em
geral, compreendendo-se a aquisição de material de consumo, contratação de
pessoas físicas ou jurídicas e de serviços em geral, bem como de outras
necessárias ao funcionamento e deslocamento da frota de veículos automotores da
10
Corporação; com a operacionalização de atividades administrativas finalísticas,
capacitação de bombeiros militares; com aquisição de imóveis, viaturas, materiais e
equipamentos permanentes, móveis; equipamentos de informática; manutenção e
reforma.
4.2.2 Fundo rotativo
É um sistema de descentralização financeira, estabelecido por lei
específica, para viabilizar, com maior agilidade, o repasse de recursos às Unidades
Orçamentárias, visando dar melhor dinamismo à realização de despesas com
manutenção e outras atividades relacionadas ao serviço público.
A Lei 16.933, de 12 de março de 2010 dispõe sobre o fundo rotativo no
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – CBMGO. De acordo com o “Art 1º
- Fica revigorado e convalidado o fundo rotativo do Corpo de Bombeiros Militar de
que se trata o art 1º, inciso II da lei nº 14.904, de 09 de agosto de 2004 e dá outras
providências”.
A Instrução Normativa n° 25, de 27 de outubro de 2006 “aprova as
normas técnicas e os procedimentos constantes dos manuais instituídos pelo
gabinete de controle interno do poder executivo estadual”.
Assim no seu Art. 1° aprova o Manual de Instruções do Fundo Rotativo
– MIFR, e estabelece:
Constituem fontes de receita do Fundo Rotativo, as transferências de
recursos financeiros do orçamento de cada unidade que o movimentará. São
permitidas despesas com aquisição de materiais de consumo, manutenção e
pequenos reparos, devendo os serviços e compras de maior monta serem
solicitados às Gerências competentes, para que os mesmos sejam
autorizados pelo Ordenador da Despesa.
Os recursos não podem ser aplicados, qualquer que seja a hipótese, em
despesas de pessoal, que são os pagamentos realizados a pessoas físicas
que prestam serviços exercendo uma função ou cargo permanente, com
carga horária definida, qualquer que seja o regime empregatício, tais como:
zeladoras, cantineiras, secretárias, vigias, etc. É vedada a aquisição de
materiais permanentes, tais como: mesas, cadeiras, arquivos, armários,
fogão, geladeira, utensílios, etc.
11
Os recursos alocados ao Fundo Rotativo serão geridos por um gestor,
preferencialmente em cargo efetivo, designado mediante ato oficial do
Comandante Geral da corporação.
As liberações de recursos estarão condicionadas à inexistência de pendência
de prestação de contas do Fundo Rotativo da unidade, junto a Gerência
Financeira do Órgão ou ao Tribunal de Contas do Estado. Os recursos serão
creditados diretamente em conta bancária, que deverá estar previamente
cadastrada pelo Órgão.
A movimentação da conta far-se-á obrigatoriamente por meio de cheque
nominal, sendo a guarda e zelo do talonário, bem como a emissão de
cheques sem a devida provisão de fundos, de inteira responsabilidade do
Gestor do Fundo. A entrega do cheque nominal ao fornecedor somente
deverá ocorrer mediante o recebimento da Nota Fiscal/Cupom Fiscal.
Os recursos do Fundo Rotativo destinam-se às compras diretas, ou seja,
aquisições e/ou contratações de serviços que não exigem procedimento
licitatório, conforme estabelecido em lei vigente.
As despesas a serem realizadas com recursos do Fundo Rotativo deverão ser
precedidas de pelo menos 3 (três) pesquisas de preços, objetivando a
economicidade dos recursos públicos. Estes orçamentos, quando prestados
por empresa, deverão ser colhidos formalmente em papel timbrado com
número e/ou carimbo de CNPJ. Os três orçamentos deverão compor o
processo da despesa, e este ser mantido sob a guarda do Gestor até a
respectiva aprovação da prestação de contas pelo Tribunal de Contas do
Estado.
A legislação proíbe que a compra de um conjunto de produtos ou a
contratação de um serviço seja dividida em duas ou mais partes, visando não
ultrapassar o valor limite dispensável de licitação. Isto significa que as
unidades devem ter a quantidade de cada compra ou serviço criteriosamente
definido.
Despesas com aquisição de gás engarrafado, café, açúcar, material de copa
e cozinha, material de limpeza e conservação, material para reparos e
manutenção de bens imóveis, materiais para manutenção de bens móveis,
material elétrico, entre outros, observando sempre se não há disponibilidade
12
dos produtos no almoxarifado e que não sejam adquiridos para fins de
estoque. As despesas envolvendo a prestação de serviços somente poderão
ser realizadas, quando por pessoa jurídica (empresa), mediante o
fornecimento da respectiva nota fiscal e quando por pessoa física com recibo
e cópia de documentação pessoal, incluindo comprovantes de residência.
4.2.3 Cartão Corporativo do Governo Federal
É um meio de pagamento instituído pelo governo federal que
proporciona à administração pública mais agilidade, controle e modernidade na
gestão de recursos.
A Instrução Normativa nº 04, de 30 de agosto de 2004,
Dispõe sobre a consolidação das instruções para movimentação e aplicação dos recursos financeiros da conta única do tesouro nacional, a abertura e manutenção de contas correntes bancárias e outras normas afetas à administração financeira dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal.
Nesse sentido fica estabelecido:
O Cartão corporativo foi desenvolvido para facilitar o dia-a-dia da
administração pública e de seus servidores para pagamento de bens,
serviços e despesas autorizadas. Permite total acompanhamento das
despesas realizadas com os recursos do Governo, facilita a prestação de
contas e confere maior segurança às operações.
Sua gestão será realizada pelo ordenador de despesa das Unidades Gestoras
– UG dos órgãos da Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional. Outras entidades integrantes do orçamento fiscal e da
seguridade social também poderão utilizar o Cartão.
A aquisição de materiais e contratação de serviços enquadrados como
suprimento de fundos; pagamento às agências de viagem previamente
licitadas; pagamento de diária de viagem a servidor; outras despesas que
venham a ser regulamentadas. É informado pelo Ordenador de Despesa da
Unidade Gestora contratante, tendo como valor máximo o equivalente à
Dotação Orçamentária da Unidade. Controle detalhado do suprimento de
fundos: a possibilidade de atribuir limites diário, semanal e mensal para cada
portador do cartão e o fornecimento de informações detalhadas permitem o
13
monitoramento dessas despesas, bem como o cumprimento, por parte dos
servidores, das políticas fixadas pela unidade gestora.
4.3 Burocracia administrativa
Segundo Almeida (2010) a burocracia em sua essência, diz respeito à
forma como o estado organiza e hierarquiza as ações de sua administração. Neste
processo são estabelecidos regras e procedimentos aos quais devem seguir os
funcionários públicos das várias áreas do interesse comum, nas relações internas e
com a sociedade. Logo sua implementação tem como nobre objetivo a cumprir,
dinamizar a interação entre os indivíduos e os governos. Contudo, quando essas
normas tornam-se excessivas e/ou inerentes às empresas e as pessoas começam a
perder qualidade na relação com o estado.
A análise de Weber segundo Cancian (2012) também aponta que a
burocracia existiu em todas as formas de Estado, desde o antigo até o moderno.
Contudo, foi no contexto do Estado moderno e da ordem legal que a burocracia
atingiu seu mais alto grau de racionalidade.
4.4 Disfunções Burocráticas
Merton (1970) explica que disfunções burocráticas são anomalias e
imperfeições no funcionamento da burocracia. Cada disfunção é o resultado de
algum desvio ou exagero em cada uma das características do modelo burocrático
explicado por Max Weber. Cada disfunção é uma conseqüência não prevista pelo
modelo weberiano.
14
5 METODOLOGIA
A pesquisa é um processo formal e sistemático do desenvolvimento do
método científico, conforme GIL (2002), na qual o interesse e a curiosidade do
homem buscam níveis diferentes de aprofundamentos e enfoques específicos,
conforme o objeto de estudo.
De acordo com GIL (2002), “o estudo de caso é caracterizado pelo
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permite o
seu amplo e detalhado conhecimento”.
O tema abordado é produto de aproximadamente dois anos à frente do
comando do 2° Batalhão de Bombeiros Militar, vivenciando a problemática da
administração com a falta de recursos emergenciais de pronto emprego.
Quanto ao seu tipo e conforme GIL (2002, p. 43), tendo em vista seus
objetivos, o presente trabalho é classificado como pesquisa exploratória. Quanto aos
seus procedimentos técnicos, foram utilizados a revisão bibliográfica e o estudo de
caso.
Quanto ao seu método de procedimento, essa pesquisa é do tipo
indutivo. A análise foi desenvolvida seguindo-se as seguintes etapas:
a. Pesquisa e registro dos dados secundários:
Pesquisa da bibliografia básica: delimitou-se o tema e identificou-se o
problema, partindo para a pesquisa e estudo da literatura básica em livros e
sites especializados em gestão financeira;
Registro da literatura: registro e separação por tipo de fontes de informação
(livros, artigos, trabalhos de conclusão de curso);
Colheu-se as informações da organização: junto às organizações selecionadas
foram feitas as solicitações formais das informações necessárias para a análise
financeira;
A interpretação ocorreu de forma quantitativa, sendo apresentada em forma de
tabelas, gráficos e/ou quadros;
b. Após a análise e a interpretação dos dados colhidos segue-se a apresentação
do diagnóstico da situação dos Batalhões da capital e recomendações ao
Comando do Corpo de Bombeiros do Estado de Goiás visando à implantação do
Fundo Rotativo, nas unidades citadas.
15
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
6.1 Estimativa de Gastos com Despesas Mensais nos Batalhões da Capital Quadro 1- Planilha geral de gastos mensais do 1º BBM, 2º BBM, 8º BBM, BSE
Ord Batalhão Gastos Mensais R$01 1º Batalhão Bombeiro Militar – 1º BBM 6.300,00 02 2º Batalhão Bombeiro Militar – 2º BBM 6.500,00 03 8º Batalhão Bombeiro Militar – 8º BBM 3.200,00 04 Batalhão Salvamento em Emergência – BSE 6.000,00 05 Média 5.500,00
Fonte: Autor, adaptado das informações coletadas nas referidas OBMs.
Quadro 2- Planilha de gastos mensais do 1º BBM
Item Gastos Descrição do Gasto Valores R$
01 Instalações do Quartel
Manutenção das instalações elétricas, instalações hidráulicas instalações estruturais, pintura e manutenção das dependências do quartel, serviços de terceiros.
1.500,00
02 Setor administrativo Impressão de apostilas, fotocópias, premiação, brevês e coffe-break
1.300,00
03 Setor operacional
Materiais operacionais, Manutenção de equipamentos, ferramentas, viaturas
2.700,00
04 Tropa Apoio / Alimentação em operações.
800,00
05 Total 6.300,00 Fonte: Autor, adaptado das informações coletadas na referida OBM.
Quadro 3 - Planilha de gastos mensais do 2º BBM
Item Gastos Descrição do Gasto Valores R$
01 Instalações do Quartel
Manutenção das instalações elétricas, instalações hidráulicas instalações estruturais, pintura e manutenção das dependências do quartel, serviços de terceiros.
2.500,00
02 Setor administrativo Impressão de apostilas, fotocópias, premiação, brevês e coffe-break
1.000,00
03 Setor operacional Materiais operacionais, 1.500,00
16
Manutenção de equipamentos, ferramentas, viaturas
04
Tropa Apoio / Alimentação em operações.
1.500,00
05 Total 6.500,00 Fonte: Autor, adaptado das informações coletadas na referida OBM.
Quadro 5 - Planilha de gastos mensais do 8º BBM
Item Gastos Descrição do Gasto Valores R$
01 Instalações do Quartel
Manutenção das instalações elétricas, instalações hidráulicas instalações estruturais, pintura e manutenção das dependências do quartel, serviços de terceiros.
1.000,00
02 Setor administrativo Impressão de apostilas, fotocópias, premiação, brevês e coffee-break
700,00
03 Setor operacional
Materiais operacionais, Manutenção de equipamentos, ferramentas, viaturas
500,00
04 Tropa Apoio / Alimentação em operações.
1.000,00
05 Total 3.200,00 Fonte: Autor, adaptado das informações coletadas na referida OBM.
Quadro 6 - Planilha de gastos mensais do BSE
Item Gastos Descrição do Gasto Valores R$
01 Instalações do Quartel
Manutenção das instalações elétricas, instalações hidráulicas instalações estruturais, pintura e manutenção das dependências do quartel, serviços de terceiros.
1.200,00
02 Setor administrativo Impressão de apostilas, fotocópias, premiação, brevês e coffe-break
1.200,00
03 Setor operacional
Materiais operacionais, Manutenção de equipamentos, ferramentas, viaturas
3.000,00
04 Tropa Apoio / Alimentação em operações.
600,00
05 Total 6.000,00 Fonte: Autor, adaptado das informações coletadas na referida OBM.
17
6.2 Resultados dos questionários aplicados aos Batalhões da capital
Gráfico 1 – Resultado da questão 1: Há necessidade na sua OBM de um
Suprimento de Fundos, colocado à disposição, a fim de dar condições à sua
Unidade de realizar despesas que, por sua natureza ou urgência, não possam
aguardar o processamento normal?
0%10%
20%30%
40%
50%60%
70%80%
90%
100%
Resultado da Questão 1
1º BBM 100% 0 0
2º BBM 100% 0 0
8º BBM 100% 0 0
BSE 80% 20% 0
Sim, muito necessário Sim, necessário Não
Fonte: Autor, baseado nos questionários respondidos pelas referidas OBMs.
Discussão do resultado da questão 1: 95% do público alvo entrevistado na
pesquisa responderam que “sim, muito necessário” a criação de um Suprimento de
Fundos, colocado à disposição, a fim de dar condições à sua Unidade de realizar
despesas que, por sua natureza ou urgência, não possam aguardar o
processamento normal.
Os Batalhões da capital do CBMGO, necessitam urgentemente da
implantação de um suprimento de fundos para despesas emergenciais. Destarte, é
imprescindível que o comandante da Unidade tenha maior autonomia e agilidade
administrativa, permitindo agir de pronto em situações imprevisíveis.
18
Gráfico 2 – Resultado da questão 2: Existem na sua OBM situações que por falta
de recurso financeiro disponível não são resolvidas, causando prejuízos e
consequentes dificuldades na realização das missões diárias?
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Resultado da Questão 2
1º BBM 100% 0 0
2º BBM 100% 0 0
8º BBM 100% 0 0
BSE 80% 20% 0
Sim, muitas Sim, poucas Não
Fonte: Autor, baseado nos questionários respondidos pelas referidas OBMs.
Discussão do resultado da questão 2: 95% do público alvo entrevistado na
pesquisa afirma que “sim, muitas”, existem na sua OBM situações que por falta de
recurso financeiro disponível não são resolvidas, causando prejuízos e
conseqüentes dificuldades na realização das missões diárias.
As unidades operacionais da capital do CBMGO executam serviços de
extrema relevância operacional e administrativa, possuem os maiores efetivos do
Estado e ao longo dos anos vêm enfrentando problemas com a falta de recursos
financeiros de custeio para as despesas de pequena monta e pronto pagamento. Os
comandantes esbarram em questões burocráticas na aquisição de materiais de
consumo, tornando a administração lenta, dificultando o atendimento às
necessidades básicas da unidade.
19
Gráfico 3 – Resultado da questão 5: Qual valor ideal deve ser disponível para as
despesas mensais realizadas com a compra de material e prestação de serviços de
interesse da Administração, caracterizadas como emergenciais na sua OBM?
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Resultado da Questão 5
1º BBM 22% 33% 12% 33%
2º BBM 0% 83% 17% 0
8º BBM 0% 0 0 100%
BSE 80% 20% 0 0
R$ 5.000 R$ 8.000 R$ 10.000 R$ 15.000
Fonte: Autor, baseado nos questionários respondidos pelas referidas OBMs.
Discussão do resultado da questão 5: 34% do público alvo entrevistado na
pesquisa afirmou que o valor ideal disponível para as despesas mensais realizadas
com a compra de material e prestação de serviços de interesse da Administração,
caracterizadas como emergenciais na sua OBM é de oito mil reais.
Conforme planilha de estimativa geral de gastos mensais, coletada nas
OBMs, verificou-se que a média de gastos mensais é de cinco mil e quinhentos
reais, mas existem peculiaridades na administração de cada unidade que interferem
diretamente em suas administrações, principalmente no que tange as despesas
relacionadas a consumo e custeio. Estimou-se o valor em oito mil reais para atender
as despesas supracitadas.
20
7 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Sabe-se que na gestão empreendedora de qualquer empresa, seja ela
pública ou privada, o que prevalece é a rapidez como a empresa se comporta
quanto às novas exigências do mercado, pois estas também mudam quase que
diariamente, isso faz com que o gestor também tenha que mudar a sua
administração, conforme a transformação de cada dia, semana mês, etc.
O administrador da iniciativa privada já vem se moldando às
necessidades do mercado ao longo dos anos, ou seja, se os clientes pedem uma
mudança estrutural da empresa, ou mudança comportamental de um funcionário, o
gestor possui condições administrativa e financeira de promover essas alterações,
tornando assim a gestão privada muito dinâmica e rápida em dar resposta ao
público, que se torna a cada dia mais seleto e exigente.
A administração pública, padece dessa velocidade de oferecer
resposta rápida aos clientes, pois os seus gestores não podem acompanhar os da
iniciativa privada no que tange ao modo de administrar, pois a rede pública exige
que o gestor cumpra todas as exigências legais que a lei de licitações e contratos
determina. Ao passar pelo crivo da exigência das exigências legais, o administrador
demora em dar resposta àquelas necessidades que ele acha pertinente mudar.
Por isso sugiro a criação de um recurso descentralizado, fundo rotativo,
para dar dinamismo à administração pública, pois a resposta para o gestor será mais
rápida e mais perfeita, o que tornará o serviço público uma referência.
Quando se verifica a realidade do Corpo de Bombeiros Militar do
estado de Goiás, mais precisamente batalhões da capital do CBMGO descobre-se
que os gestores-comandantes não podem dar respostas às pequenas necessidades
encontradas pelos militares, ou até mesmo pela população.
A pesquisa foi desenvolvida para propor a viabilidade da implantação
do fundo rotativo nos batalhões da capital do CBMGO, que padecem de recursos
emergenciais de pronto emprego para aplicar em manutenção, consertos, reparação
de equipamentos e serviços de pequena monta.
O resultado foi positivo, pois todos os oficiais dessas unidades foram
unânimes em dizer que o fundo rotativo agilizaria o processo de manutenção das
organizações militares.
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Através de pesquisa de estudo de caso foi apresentado um diagnóstico
da situação das organizações e o grau de responsabilidade dos resultados para
auxiliar a gestão financeira e melhoria do desempenho de suas atividades. Foi
estruturada uma planilha de estimativa de gastos mensais das unidades e aplicado
um questionário ao público alvo no intuito de verificar a viabilidade da implantação
do fundo rotativo nos batalhões da capital e o valor ideal disponível para despesas
mensais realizadas com a compra de material e prestação de serviço de interesse
da administração, caracterizadas como emergenciais.
Também se chegou à conclusão, através dos resultados levantados,
que o valor aproximado desse fundo para cada unidade seria de oito mil reais, tendo
em vista os dados levantados nessas unidades, no que se refere a gastos mensais
das unidades.
Portanto ao final deste estudo, podemos afirmar que houve a
confirmação das hipóteses na solução dos problemas apresentados. Constatamos
que com a implantação do fundo rotativo nos batalhões da capital do CBMGO com a
finalidade de descentralizar recursos emergenciais, iremos de forma contundente
contribuir para a maior agilidade das unidades proporcionando autonomia
administrativa, garantindo o gerenciamento de recursos minimizando os efeitos das
disfunções burocráticas.
Recomenda-se ao Comando do Corpo de Bombeiros Militar do Estado
de Goiás a implantação do fundo rotativo destinado a despesas emergenciais e de
custeio da unidade, como: gás de cozinha, lâmpadas e luminárias, materiais de
construção, elétrico, hidráulico, materiais de expediente, de laboratório, material
didático, esportivo, peças de reposição, produtos de higiene, materiais de limpeza,
utensílios de copa e cozinha, entre outros, nos batalhões da capital compreendendo
1° Batalhão de Bombeiros, 2° Batalhão de Bombeiros, 8° Batalhão de Bombeiros e
Batalhão de Salvamento em Emergências, com valor estimado em oito mil reais
mensais, conforme planilhas de gastos mensais apresentadas na pesquisa, este
instrumento viabilizará a administração dessas unidades dando maior agilidade no
repasse de recursos financeiros às unidades bombeiro militar. O fundo rotativo será
administrado pelo gestor, Comandante da Unidade que prestará contas das
despesas na forma da lei, conforme legislação pertinente prevista.
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GOIÁS, Instrução Normativa nº 25, de 27 de outubro de 2006. Aprova as normas e os procedimentos constantes dos manuais instituídos pelo gabinete de controle interno do poder executivo estadual. Art 1º - Ficam aprovados os manuais abaixo relacionados: Manual de instruções do fundo rotativo – MIFR.
GOIÁS, Lei n. 17.480, de 08 de dezembro de 2011. Cria o Fundo Especial de Reaparelhamento e Modernização do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás – FUNEBOM, e dá outras providências.
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