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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Ordem de Serviço: 201505345 Município/UF: Contagem/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE CONTAGEM Montante de Recursos Financeiros: R$ 11.511.347,14 1. Introdução Os trabalhos de campo foram realizados no período de 29/10/2015 a 11/11/2015 sobre a aplicação dos recursos do programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) / 8761 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192, no município de Contagem/MG, objetivando o aprimoramento da rede de urgência e emergência, com expansão e adequação do SAMU 192, articulando-a com as outras redes de atenção. A ação fiscalizada destina-se a avaliar: - a utilização dos recursos referentes ao componente SAMU pela Secretaria Municipal de Saúde; - fiscalização da central de regulação quanto ao atendimento aos normativos que tratam da estrutura física, do quadro de profissionais e das funcionalidades necessárias ao processo regulatório; - fiscalização das bases descentralizadas e unidades móveis quanto ao atendimento aos normativos que tratam de sua estrutura física, do quadro de profissionais e condições de funcionamento. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames. 2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria. 2.1 Parte 1

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SECRETARIA FEDERAL DE CONTROLE INTERNO

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

Ordem de Serviço: 201505345 Município/UF: Contagem/MG Órgão: MINISTERIO DA SAUDE Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão Unidade Examinada: FUNDO MUNICIPAL DE SAUDE DE CONTAGEM Montante de Recursos Financeiros: R$ 11.511.347,14 1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 29/10/2015 a 11/11/2015 sobre a aplicação dos recursos do programa 2015 - Aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS) / 8761 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192, no município de Contagem/MG, objetivando o aprimoramento da rede de urgência e emergência, com expansão e adequação do SAMU 192, articulando-a com as outras redes de atenção. A ação fiscalizada destina-se a avaliar: - a utilização dos recursos referentes ao componente SAMU pela Secretaria Municipal de Saúde; - fiscalização da central de regulação quanto ao atendimento aos normativos que tratam da estrutura física, do quadro de profissionais e das funcionalidades necessárias ao processo regulatório; - fiscalização das bases descentralizadas e unidades móveis quanto ao atendimento aos normativos que tratam de sua estrutura física, do quadro de profissionais e condições de funcionamento. Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames.

2. Resultados dos Exames Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

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Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU em Contagem/MG. Fato A Portaria GM/MS n.º 1.864, de 29 de setembro de 2003, instituiu o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel às Urgências – SAMU 192, no âmbito do Sistema Único de Saúde. No ano seguinte, os Serviços de Atendimento Móvel às Urgências – SAMU foram instituídos nos municípios e regiões do território nacional pelo Decreto nº 5.055, de 27 de abril de 2004, visando a implementação de ações com maior grau de eficácia e efetividade na prestação de serviço de atendimento à saúde de caráter emergencial e urgente. O SAMU foi habilitado ao município de Contagem/MG por meio da Portaria GM/MS nº 326, de 04 de março de 2005, composto de uma Central de Regulação Médica, sete equipes de Suporte Básico e duas de Suporte Avançado, com abrangência de aproximadamente 788.210 habitantes (base 2010 IBGE), considerando Contagem, Ibirité e Sarzedo. Por meio da Deliberação CIB-SUS/MG Nº 1.821, em 28 de abril de 2014 foi aprovada a Rede de Urgência e Emergência da Região Ampliada de Saúde Centro no âmbito do Sistema Único de Saúde do Estado de Minas Gerais. A Rede é composta pelas unidades da atenção primária, hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), SAMU Regional, que seria regulado por uma única Central de Regulação localizada no município de Belo Horizonte e gerenciado por consórcio público de natureza jurídica pública, Serviço de Atenção Domiciliar e Salas de Estabilização. Em 30 de julho de 2014, o município de Contagem celebrou, juntamente com outros 102 municípios da região, o Protocolo de Intenções, objetivando a criação do Consórcio Intermunicipal Aliança para a Saúde - CIAS, com personalidade jurídica de Direito Público, sob a forma de Associação Pública, tendo como finalidade o desenvolvimento em conjunto, de ações e serviços de saúde, no âmbito do SUS, da otimização dos recursos e da priorização de utilização dos mesmos de acordo com a estratificação de riscos e as necessidades locais, bem como a estruturação da rede regional de urgência e emergência, dentre eles o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência regional. Não obstante, a entidade responsável pela gestão do SAMU 192 é o próprio município de Contagem. Conforme a Deliberação CIB-SUS/MG Nº 2.170, de 19 de agosto de 2015, o SAMU 192 será regional, coincidente com os municípios que compõem a Região Ampliada de Saúde Centro, passando para 05 (cinco) Centrais de Regulação das Urgências (CRU), localizadas nos municípios de Belo Horizonte, Betim, Contagem (grifo nosso), Itabira e Sete Lagoas e gerenciamento compartilhado entre os referidos municípios sede de CRU e por um consórcio público de natureza jurídica pública.

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De conformidade com a Portaria GM/MS nº 1.010, de 21 de maio de 2012, as despesas de custeio mensal do componente SAMU 192 são de responsabilidade compartilhada, de forma tripartite, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na seguinte proporção: I - União: 50% (cinquenta por cento) da despesa; II - Estado: no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa; e III - Município: no máximo, 25% (vinte e cinco por cento) da despesa. Atualmente, para custear as despesas do SAMU, o Fundo Municipal de Saúde de Contagem/MG, CNPJ 14.237.130/0001-57, recebe mensalmente do Fundo Nacional de Saúde, para as nove unidades habilitadas, o valor de R$ 258.475,00, depositado na conta nº 6624032-7, Agência 8931, da Caixa Econômica Federal, consoante incentivo financeiro estabelecido na Portaria GM/MS nº 1.010/2012, alterada pela Portaria GM/MS nº 1.473/2013; e do Fundo Estadual de Saúde do Estado de Minas Gerais R$ 97.737,50, na conta nº 83656-7, Agência 503-7, do Banco do Brasil, conforme Deliberação CIB-SUS/MG nº 1.583/2013, além da participação do município com recursos do seu tesouro. ##/Fato##

2.1.2. Informações sobre os recursos financeiros do Programa SAMU 192 em Contagem-MG. Fato O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 é um serviço de socorro pré-hospitalar móvel, no qual o usuário, por meio do acesso telefônico gratuito pelo número 192, solicita atendimento. Apresenta um componente regulador (a Central de Regulação) e um componente assistencial (a equipe das Unidades Móveis de Saúde). A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG – SMS/Contagem é a entidade responsável pela gestão do SAMU no município. Apresenta-se na tabela a seguir, o montante de recursos aplicados no Programa SAMU 192, no período de janeiro de 2014 a junho de 2015, sendo os aportes do Programa integralizados conforme participação tripartite, prevista na legislação.

Tabela 1 - RECEITAS DO SAMU 192 SES/MG FNS SMS/Contagem Totais

Exercício de 2014 879.637,50 2.345.700,00

4.321.653,33

7.546.990,83

Exercício de 2015 (Janeiro a Junho) 684.162,50 1.235.850,00

2.044.343,81

3.964.356,31

Total 1.563.800,00 3.581.550,00 6.365.997,14 11.511.347,14

Tabela 2 - DESPESAS DO SAMU 192

SES/MG FNS SMS/Contagem Totais Exercício de 2014 1.087.058,90 1.542.227,43 4.321.653,33 6.950.939,66 Exercício de 2015 (Janeiro a Junho) 852.800,24 1.036.948,95 2.044.343,81 3.934.093,00

Total 1.939.859,14 2.579.176,38 6.365.997,14 10.885.032,66 Fonte: Razão analítico e planilhas da SMS/Contagem.

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A movimentação dos recursos do programa SAMU 192 de Contagem/MG, fonte federal ocorre na conta relativa ao Bloco de Média e Alta Complexidade – BlMac, c/c nº 6624032-7, Agência 8931, da Caixa Econômica Federal, e os recursos financeiros cuja fonte seja estadual, na conta vinculada nº 83656-7 Agência 503-7, do Banco do Brasil. O fato dos recursos virem na conta comum de todos os recursos destinados à Média e Alta Complexidade dificulta o controle e a fiscalização da aplicação dos recursos do SAMU, fato agravado pela ausência de classificação orçamentária específica do Programa, no Município de Contagem. Para comprovação da realização das despesas os documentos de pagamentos foram escolhidos e coletados fisicamente pela área financeira, que não possui um relatório que permite a visualização e a boa gestão desses recursos. Verificou-se que os recursos aportados pelo Fundo Municipal de Saúde ultrapassam o percentual de 25% dos aportes de responsabilidade do município ao Programa, estabelecido na divisão tripartite. Este fato já foi constatado também em outros municípios, como o de Betim/MG, o que demonstra que o custeio das atividades do Programa ultrapassam o planejado. Das transferências federais realizadas para o programa, existe um saldo não utilizado de R$ R$1.002.373,62, enquanto o aporte de recursos municipais para o programa vem ultrapassando o limite previsto na legislação. Ressalta-se que pela forma da transferência Fundo a Fundo se dar em conta bancária única para toda a Média e Alta Complexidade, fica impreciso determinar se não houve pagamentos outros não apresentados pelo gestor à equipe de fiscalização. Em relação à elegibilidade das despesas empenhadas com recursos do SAMU, a SMS/Contagem optou por levar à conta do Programa: - Fonte Municipal: as despesas de parte do pessoal do SAMU 192: parte dos médicos, técnicos, enfermeiros, outros; - Fonte Estadual: parte dos gastos com folha de médicos (autônomos, via Consórcio Intermunicipal), de motoristas e teledigifonistas (terceirizados), despesas de material de consumo médico, manutenção e peças para ambulâncias, locação de equipamentos; - Fonte Federal: também parte dos gastos com folha de médicos (autônomos, via Consórcio Intermunicipal), de motoristas e teledigifonistas (terceirizados), combustível, manutenção e peças para ambulâncias, pneus, óleo lubrificantes, locação de equipamentos de comunicação. ##/Fato##

2.1.3. Aplicação da contrapartida estadual para o custeio do SAMU 192 em valores inferiores ao modelo pactuado. Fato O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192 é uma política desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com os Governos Estaduais e Prefeituras Municipais, que visa prestar assistência móvel no nível pré-hospitalar na área de urgência e emergência. As despesas para a manutenção do SAMU 192 são de responsabilidade compartilhada entre a União (50%), Estados (no mínimo 25%) e Municípios (até 25%). Os valores referentes à parcela da União são definidos conforme a quantidade de unidades móveis em

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funcionamento e o porte populacional da região de cobertura, e são repassados pelo Fundo Nacional de Saúde - FNS automaticamente aos Fundos de Saúde dos Estados ou Municípios que administram o SAMU 192 (transferências fundo a fundo). Os recursos repassados pelo Ministério da Saúde deverão ser destinados exclusivamente à gestão do SAMU 192. Por ocasião dos trabalhos de fiscalização realizada no município ficou constatado que o montante de recursos próprios aplicados pelo Estado está em desacordo com a forma de financiamento prevista na legislação vigente (Art. 40, Portaria GM/MS nº 1010/2012). Isto porque o Estado ainda não integralizou a totalidade de sua contrapartida prevista no exercício de 2014, sendo que foram repassadas 09 parcelas no valor total de R$879.637,50, quando o previsto seria R$1.172.850,00, referente a 12 parcelas, transferindo a menor R$293.212,50. Em 2015, de janeiro a junho, amortizou parte deste déficit em R$66.237,50, transferindo R$684.162,50 de um total devido de R$617.925,00 ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Nenhum pronunciamento, contudo, efetuou, com relação a esse fato.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Diante do fato constatado e da ausência de manifestação da Unidade Examinada, considera-se aplicável o acionamento do Estado pelo Gestor Federal no sentido de regularizar o montante pelo qual é responsável. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar a Secretaria Estado de Saúde de Minas Gerais para que regularize a aplicação de recursos próprios na gestão do SAMU 192, conforme pactuado na Comissão Intergestora Bipartite (CIB). 2.1.4. Contratação de empresa seguradora para cobertura de sinistros dos cascos dos veículos sem inclusão dos itens de transformação em ambulâncias. Fato No intuito de avaliar a contratação de seguro contra sinistros, dos veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192, no âmbito do município de Contagem/MG, previsto na Portaria GM/MS nº 1.010/2012, art. 27, inciso II, a equipe de fiscalização realizou visita ao Departamento de Transportes da Prefeitura, onde foi solicitada a documentação referente à contratação de seguros para a frota do SAMU 192.

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De posse da documentação, constatou-se que houve contratação de seguro para os veículos do SAMU 192, para os exercícios de 2013, 2014 e 2015. Para tanto, a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG realizou os Pregões Presenciais nºs 081/2011 e 032/2012, bem como a Dispensa de Licitação nº 105/2013, realizada para a inclusão de dois novos veículos, sendo que, em todos os procedimentos licitatórios retrocitados, sagrou-se vencedora a empresa Mapfre Seguros Gerais SA, (CNPJ 61.074.175/0001-38), pelos valores respectivos de R$ 61.000,00, R$ 21.100,00 e R$ 7.900,00. Os objetos licitados consistiram na prestação de serviços de Seguro de Responsabilidade Civil, dos veículos que compõem a frota da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, em conformidade com as respectivas apólices e propostas comerciais apresentadas nos certames. Os respectivos contratos administrativos celebrados foram devidamente aditivados, de modo a garantir a manutenção da cobertura securitária dos veículos até o término do exercício de 2015. Constatou-se, porém, que no valor segurado para as ambulâncias do SAMU, não estão inclusos os custos de transformação dos veículos. Logo, caso haja algum sinistro que provoque a perda total de alguma das ambulâncias, o valor a ser pago pela seguradora contratada somente será suficiente para a reposição do veículo vitimado, entretanto os custos de transformação de tal veículo em ambulância recairão sobre os cofres públicos do município. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos:

“A GM/MS nº 1.010/2012 exige como forma de comprovação do funcionamento efetivo para as unidades móveis a cópia do Seguro com Sinistro conforme abaixo: Art. 27. A demonstração do efetivo funcionamento se dará pelo encaminhamento de documentação para a CGUE/DAE/SAS/MS, da seguinte forma: (...) II - para as Unidades Móveis, o gestor de saúde deverá demonstrar o funcionamento efetivo da unidade mediante a apresentação da seguinte documentação: a) cópia do Seguro contra Sinistro das Unidades de Suporte Básico (USB) e/ou Unidades de Suporte Avançado (USA), das Ambulanchas, das Motolâncias, das Aeronaves e dos Veículos de Intervenção Rápida, ou documento do gestor contendo termo de compromisso de existência do Seguro contra Sinistro; O Município de Contagem possui as suas Unidades de Suporte Básico, Unidades de Suporte Avançado e Veículo de Intervenção Rápida seguradas pela Mapfre Seguros Gerais SA. Entretanto, a legislação em voga não deixa claro sobre a necessidade de ter assegurado a transformação do veículo em ambulância. Cabe ainda ressaltar que o Ministério da Saúde não se manifestou com ressalvas, o que corrobora o entendimento que o atual seguro é válido.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno De acordo com o artigo 27, II, “a”, da Portaria GM/MS nº 1010/2012, o município deve providenciar a documentação relativa ao seguro das unidades de suporte básico e as unidades de suporte avançado, dentre outros tipos de ambulância. Assim, para que se tenha uma unidade de suporte básico ou uma unidade de suporte avançado, é essencial que o veículo seja transformado em ambulância, pois, caso contrário, tem-se apenas um veículo produzido nos padrões do fabricante, e não um veículo adaptado para funcionamento como ambulância. Logo, a afirmação do gestor de que o regulamento em questão não é claro sobre a necessidade de se segurar também os custos de transformação dos veículos em ambulâncias não pode prosperar, tendo em vista os argumentos de análise anteriormente expostos. Desse modo, fica mantido o posicionamento da equipe de fiscalização apontado neste item do relatório. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que providencie os seguros contra sinistros agregando o valor da transformação dos veículos. 2.1.5. Desvio de finalidade na aplicação de recursos federais no montante de R$ 67.694,35, devido a aquisições de materiais e contratações de serviços que não possuem relação exclusiva com o atendimento móvel de urgência e emergência. Fato A Portaria MS 1.010/2012, especificamente em seu Art. 25, instituiu o incentivo financeiro para custeio da manutenção das Unidades Móveis efetivamente implantadas. Na análise dos documentos, constatou-se a aquisição de materiais e contratação de serviços que não possuem relação exclusiva com o atendimento móvel de urgência e emergência, para a manutenção do SAMU no município. Apesar das aquisições se relacionarem à área da Saúde, foram utilizados também nas demais unidades de atendimento no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Foram despendidos R$ 67.694,35 com recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde, conforme relacionados na tabela seguinte.

Tabela 3 – Relação de Despesas Não Relacionadas Somente ao SAMU 192 Recursos Federais

CNPJ Nota Fiscal

Data de Pagamento Descrição Quant.

Valor Unit (R$)

Valor Total (R$)

13.759.572/0001-09 531 08/10/2014 Longarina 4

lugares 120 un 290,00 34.800,00

13.759.572/0001-09 548 08/10/2014 Cadeira fixa 130 un 68,00 8.840,00

01.805.305/0001- 218553 27/03/2014 Serviços de 224 un --- 1.729,19

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33 esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno

01.805.305/0001-33 218554 27/03/2014

Serviços de esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno

1.070 un

--- 14.078,99

01.805.305/0001-33 218555 27/03/2014

Serviços de esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno

115 un --- 1.101,43

01.805.305/0001-33 218556 27/03/2014

Serviços de esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno

543 un --- 6.871,49

01.805.305/0001-33 218557 27/03/2014

Serviços de esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno

83 un --- 273,25

Total 67.694,35 Consoante o Art. 37 da Portaria MS nº 1.010/2012, os recursos de custeio repassados pelo Ministério da Saúde deverão ser destinados exclusivamente à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências, não devendo, portanto, serem utilizados para outras despesas afora as do SAMU. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos:

“O Relatório Preliminar de Fiscalização dispõe em seu item 5 que o incentivo financeiro para custeio da manutenção das Unidades Móveis deverão ser destinados à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências.

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De modo a justificar o desvio de finalidade na destinação exclusiva dos recursos do SAMU apresentou as Tabelas 3 e 4 como aquisição excessiva de materiais e contratação de serviços para manutenção do mesmo. Entretanto o Relatório não apresentou a metodologia utilizada para tal afirmação, o que dificulta uma análise mais apurada e discriminada dos itens adquiridos e se o quantitativo é superior ao necessário para as demandas do Programa. No nosso entendimento apenas profissional habilitado na área de saúde, com experiência, poderia aferir o material comprado em sua quantidade e finalidade. De mais a mais de acordo com o Ofício do Fundo Municipal de Saúde de Contagem - FMS já citado houve entendimento diverso nos pagamentos apresentados. Quando a auditoria requereu a documentação referente ao Programa SAMU 192 foram disponibilizados as documentações de relação de despesa do Bloco MAC as quais as despesas do SAMU fazem parte. Assim, foram enviados as Relações Bancárias com todas as movimentações, porém nem todos os pagamentos elencados nas relações bancárias são referentes a despesas do SAMU. A título de exemplo podemos citar a relação bancária nº 1211, nos quais os pagamentos à empresa FGV Com. E Serviços de Esterilização em Óxido de Etileno Ltda são do Bloco MAC e não são do SAMU, conforme discriminado nas Notas de Autorização de Pagamento nos 3698, 3731 e 3730. Apenas o pagamento à empresa WANCO TELECOMUNICAÇÕES LTDA – ME, através da NAP nº3674 de 17/02/2014, se refere ao Programa SAMU 192.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Quando a equipe de fiscalização da CGUMG visitou a Secretaria de Saúde solicitou a documentação referente às despesas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU realizadas pelo município. Dessa forma, a equipe analisou a documentação apresentada como tal. De fato, a conta que movimenta os recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde - FNS para fazer frente aos gastos com o SAMU é a para a Média e Alta Complexidade – MAC, na Caixa Econômica Federal. Por seu turno, os recursos oriundos da contrapartida estadual chegam em conta específica para gastos com o SAMU, no Banco do Brasil.

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Na consulta ao orçamento do município, mediante o Quadro de Detalhamento de Despesas dos exercícios de 2014 e 2015, verificou-se que a previsão de gastos é concentrada na “Aplicação Programada” da Média e Alta Complexidade. Assim sendo, no orçamento de 2014, a classificação orçamentária do MAC é global com denominação “Gestão e Manutenção do FMS – Bloco MAC” – 10.302.00001.2145 e em 2015 “Ações de Média e Alta Complexidade” – 10.302.0019.2258. Portanto, não há separação nem orçamentária nem contábil e financeira para segregar os gastos do SAMU, sendo este um Serviço do Componente de Média e Alta Complexidade. Por outro lado, quanto ao material adquirido, não prospera a alegação do gestor que apenas profissional habilitado na área de saúde, com experiência, poderia aferir o material comprado em sua quantidade e finalidade, conforme as seguintes observações, considerando os documentos apresentados como despesas do SAMU: Tabela 3 (recursos do MAC - CEF):

a) 120 longarinas de 4 lugares – geralmente utilizadas em sala de espera de postos de saúde, UPAs, e consultórios, não sendo encontradas nas bases do SAMU (NF 531);

b) 130 cadeiras fixas – não foi esclarecido onde foram utilizadas, pois em Contagem há cinco bases do SAMU e mais a Central de Regulação. Considerando que a Central de Regulação possui 10 estações de trabalho e que fosse utilizada uma cadeira em cada estação, mais 10 de reserva, bem como a distribuição de pelo menos seis cadeiras para cada base, seriam possivelmente 50 cadeiras no total sendo utilizadas. Ocorre que foram adquiridas 130 unidades sem o esclarecimento adequado da alocação dessas cadeiras (NF 548);

c) quanto aos serviços de esterilização e reprocessamento de artigos médicos hospitalares em óxido de etileno, conforme notas fiscais 218553 a 218557, do prestador de serviço CNPJ 01.805.305/0001-33, os materiais esterilizados referem-se àqueles destinados a cirurgias como serra de Gigle (49 un.), pinça bipolar (21 un.), bisturi elétrico (28 un.) e lâminas (70 un.); além de grande quantidade de macronebulizadores (166 un.), nebulizadores completos (398 un.), conectores (206 un.), máscaras para ventilação não invasiva VNI (81 un.), dentre outros.

O valor dessas despesas foi de R$ 67.694,35, cujos recursos vieram do Fundo Nacional de Saúde para conta MAC. Ressalta-se que o serviço efetuado pelo SAMU consiste, principalmente, em socorrer eventuais vítimas de acidentes e ocorrências diversas, prestar os primeiros socorros e transladá-las à determinada unidade hospitalar, quando é o caso, não havendo, na maioria das vezes, procedimentos cirúrgicos. Por fim, ressalta-se que a Relação Bancária nº 1211 retro citada não havia sido apresentada na ocasião dos trabalhos de fiscalização com as identificações de MAC e SAMU como está na manifestação do gestor, evidenciando fragilidades nos controles acerca da prestação de contas dos recursos federais transferidos. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que recomponha o saldo da rubrica referente ao SAMU, no montante de R$ 67.694,35.

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2.1.6. Desvio de finalidade na aplicação de recursos federais no montante de R$ 13.518,97, em manutenções de veículos que não compõem a frota de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Fato A Prefeitura Municipal de Contagem/MG realizou o Pregão Presencial nº 333/2012, cujo objeto foi a contratação de empresa para a prestação de serviço de manutenção das ambulâncias alocadas no SAMU, incluindo o fornecimento de peças automotivas, culminando na celebração do contrato administrativo nº 423/2012/FMS, em 21/12/2012, com a empresa Heloisa Flávia Freitas Malta Silva-ME, CNPJ nº 09.498.974/0001-11. Em 27/07/2015, foi celebrado outro contrato administrativo, de nº 100/2015, com a empresa Ana Cristina Parreira da Silva-ME, CNPJ nº 08.009.135/0001-20, mediante Dispensa de Licitação de nº 064/2015, para o mesmo objeto. Os veículos que são utilizados como ambulâncias do SAMU são cinco Fiat Ducato, quatro Renault Master e um Citroen Jumper, além de um Nissan X-Terra como VIR – Veículo de Intervenção Rápida. No intuito de avaliar as despesas levadas à conta do Programa SAMU 192, foram analisados documentos contábeis referentes à prestação de serviços de manutenção nos veículos que compõem a frota do SAMU 192, no âmbito de Contagem/MG. Ocorre, porém, que houve realização de despesas indevidas com manutenções e compras de peças para veículos outros que não compõem a frota do SAMU, utilizando-se recursos da conta corrente destinada à execução do programa no município. Foram despendidos R$ 13.518,97 com recursos oriundos do Fundo Nacional de Saúde, conforme despesas relacionadas na tabela seguinte.

Tabela 4 – Relação de Despesas Indevidas com Aquisições de Peças Recursos Federais

A. R. Comércio de Peças, Produtos e Serviços Ltda – CNPJ 42.814.517/0001-64 Nº Nota Fiscal

Data de Pagamento

Placa Veículo Marca/Modelo/Ano Valor (R$)

73249 23/05/2014 HLF 4120 Mercedes Bens/Sprinter 313 CDI/2008 365,86 73243 23/05/2014 GMF 3722 Fiat/não informado/não informado 115,57 73227 23/05/2014 JKH 0121 Chevrolet/S10/não informado 1.951,59 73226 23/05/2014 JKH 9091 Volkswagen/Kombi 1.4/não informado 539,33 73224 23/05/2014 HMM

9256 Iveco/Daily 35.10/2002 1.445,73

73223 23/05/2014 HMN 6478 Volkswagen/Kombi 1.4/2007 867,75 73222 23/05/2014 GMF 3861 Fiat/não informado/não informado 35,81 73220 23/05/2014 GMF 3880 Fiat/Palio Weekend/não informado 252,00 73307 23/05/2014 HBL 9123 Volkswagen/Gol 1.0/2004 1.877,34 73291 23/05/2014 HMN 9022 Volkswagen/Kombi 1.4/2008 492,99 73507 23/05/2014 HLF 0489 Iveco/Daily 55c16/2009 3.706,84 74374 16/07/2014 JKH 9001 Volkswagen/Kombi 1.4/2006 46,89 74375 16/07/2014 JKH 9001 Volkswagen/Kombi 1.4/2006 35,47 74376 16/07/2014 HMN 9022 Volkswagen/Kombi 1.4/2008 103,95 74377 16/07/2014 HBL 9123 Volkswagen/Gol/não informado 252,00

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74378 16/07/2014 HMG 2629 Mercedes Bens/Sprinter 313 CDI/2006 54,50 74379 16/07/2014 HLF 0490 Chevrolet/S10/não informado 1.170,15

2014/775 16/07/2014 HLF 0490 Chevrolet/S10/não informado 205,20 Total 13.518,97

Fonte: Notas fiscais, notas de empenho, notas de autorização de pagamento, extratos bancários, razão contábil. Consoante o Art. 37 da Portaria MS nº 1.010/2012, os recursos de custeio repassados pelo Ministério da Saúde deverão ser destinados exclusivamente à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências, não devendo, portanto, serem utilizados para outras despesas afora as do SAMU. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. “No que tange ao desvio de finalidade na aplicação de recursos do SAMU 192 em manutenção veicular temos [...]: [...], referente à Tabela 5 [4] (grifo nosso) – Relação de despesas indevidas com aquisições de peças - Recursos Federais – A. R. Comércio de Peças, Produtos e Serviços Ltda – CNPJ 42.814.517/0001-64 – o entendimento é o mesmo [...], ou seja, as relações bancárias não se referem tão somente as despesas do Programa SAMU 192.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno A equipe de fiscalização da CGUMG analisou a documentação apresentada e identificada pela servidora da Diretoria Geral do FMS como sendo referente às despesas com o SAMU no âmbito do município. Fica a expectativa do acerto financeiro no valor total, tendo em vista que todas as despesas relacionadas na tabela 4 não guardam relação com o SAMU 192. Reforça-se a necessidade em procurar uma forma de distinguir as despesas do SAMU daquelas referentes à Média e Alta Complexidade, demonstrando maior transparência dos gastos com os recursos públicos. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que recomponha o saldo da rubrica referente ao SAMU, no montante de R$ 13.518,97. 2.1.7. Programa SAMU 192 de Contagem não utiliza motolâncias recebidas do Minstério da Saúde.

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Fato O Setor de Transportes da Secretaria Municipal de Saúde informou que possui duas motolâncias, motocicletas para utilização em primeiro atendimento, constantes da relação de veículos que atendem o SAMU de Contagem. Tratam-se dos veículos placas HKY 6436 e HKY 6437, marca Yamaha, modelo XTZ, de 250 cilindradas, ano de fabricação 2008, doadas pelo Ministério da Saúde. Constatou-se que estes veículos encontram-se estacionados no pátio da Famuc-Fundação de Assistência Médica e Urgência de Contagem, prédio localizado na Av. Gal. David Sarnorff nº 3.113 – Bairro Industrial de Contagem, onde está sediada a Secretaria Municipal de Saúde, sem nenhuma utilização. Os hodômetros instalados nos veículos marcam a quilometragem total percorrida acumulada de 111,3 km e 123,6 km, respectivamente, demonstrando que nunca foram utilizadas para sua finalidade. Dessa forma, também encontram-se desprovidas de quaisquer equipamentos ou utensílios de atendimento médico. Indagado sobre os motivos que ocasionaram a não utilização prevista para os veículos, o esclarecimento informal é de que não foi aceita a cobertura do seguro dos pilotos, pela Seguradora, razão pela qual optou-se por mantê-los inoperantes. Importante destacar que, apesar de terem sido doados pelo Ministério da Saúde, tais veículos não foram habilitados e, portanto, não geram transferências de incentivos de custeio. No entanto, tal inoperância representa não suprir a população com o atendimento previsto, além do desperdício dos recursos públicos despendidos na aquisição.

Foto 1: Motocicleta placa HKY.6436 Foto 2: Hodômetro atual – 111,3 km

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Foto 3: Motocicleta placa HKY.6437 Foto 4: Hodômetro atual – 123,6 km

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos: “As motolâncias doadas para o Município de Contagem pelo Ministério da Saúde não estão habilitadas e, portanto, não geram transferências de incentivos de custeio. O Município não conseguiu implantar o serviço de motolância por motivos de ordens técnicas tais como, contratação do seguro e a ausência de previsão de profissional socorrista com habilitação para dirigir tal veículo. Desta forma, o Município entrará em contato com o Ministério da Saúde para proceder à devolução dos mesmos.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Verificou-se na ocasião dos trabalhos, que o expediente de recebimento dos veículos não foi datado e nem assinado. Pressupõe-se que os veículos foram enviados pelo Ministério da Saúde por ocasião da emissão dos respectivos Certificados de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV das duas motocicletas em 2008 e a devolução irá ocorrer oito anos após o recebimento destes. Durante esse tempo elas ficaram inoperantes e somente após os trabalhos de fiscalização foi despertada a possibilidade da devolução. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações:

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Recomendação 1: Notificar o gestor para que regularize a situação das motolâncias inoperantes, no município de Contagem/MG,no prazo de 90 dias. Recomendação 2: No caso de decurso do prazo concedido para a regularização das motolâncias no município de Contagem/MG, providenciar a restituição dos respectivos veículos. 2.1.8. Ausência de capacitação prévia dos Técnicos Auxiliares de Regulação Médica (TARM) em exercício na Central de Regulação de Urgências. Fato Os Técnicos Auxiliares de Regulação Médica – TARM que operam na Central de Regulação Médica do SAMU de Contagem são terceirizados, com denominação de Teledigifonistas, em cumprimento ao contrato nº 181/2012, firmado entre a Prefeitura de Contagem e a empresa TRD Serviços e Administração Ltda, cuja licitação foi realizada por meio do Pregão Presencial 107/2012. Mediante a Solicitação de Fiscalização nº 201505345/001, de 26/10/2015, foi pedida a comprovação da participação desses técnicos em atividades de capacitação prévia, a relação de participantes nos cursos, respectiva carga horária, conteúdo programático e certificados. Em 28 de outubro de 2015, a empresa TRD Serviços emitiu o Ofício 01/2015, informando “que o treinamento de atendimento ao cliente, para os Teledigifonistas, está programado para dezembro 2015.”. Dessa forma, os TARM estão exercendo suas atividades sem que houvesse qualquer treinamento prévio para atuarem na Central de Regulação de Contagem. Por outro lado, cabe ao poder público promover a capacitação permanente dos recursos humanos que atuam nos Serviços de Atendimento de Urgência, conforme disposto na Portaria GM/MS nº 2.048, de 05 de novembro de 2002, bem como no Art. 11 da Portaria GM/MS nº 1.010, de 21 de maio de 2012, o qual reza que o componente SAMU 192 deverá dispor de programa de capacitação permanente e que a capacitação será promovida preferencialmente de forma direta pela Rede de Atenção às Urgências. De acordo com o Capítulo IV da Portaria GM/MS nº 2.048/2002, os profissionais que venham a atuar nos Serviços de Atendimento Pré-hospitalar Móvel (oriundos e não oriundos da área de saúde) devem ser habilitados pelos Núcleos de Educação em Urgências – NEU, cuja criação, organização e implantação são propostos aos gestores do SUS pelo Regulamento tratado na portaria supracitada, e que cumpram o conteúdo curricular mínimo nele sugerido em seu Capítulo VII. O Regulamento propõe, também, temas, conteúdos, habilidades e cargas horárias mínimas a serem desenvolvidos pelos Núcleos de Educação em Urgências e considerados necessários para a certificação inicial de todos os profissionais que já atuam ou que venham a atuar no atendimento às urgências e emergências, seja ele de caráter público ou privado.

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No item 1.2.1 do Capítulo IV da Portaria GM/MS nº 2.048/2002, figura que a capacitação e atuação do Telefonista – Auxiliar de Regulação seguem os padrões previstos no Regulamento, bem como para a recertificação periódica. O Item 2.1 – Profissionais do Atendimento Pré-Hospitalar Móvel, A-3 do Capítulo VII da Portaria GM/MS nº 2.048/2002, propõe um escopo mínimo e necessário para nortear o treinamento desses profissionais. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos:

“Conforme citado no Relatório de Fiscalização os TARM atualmente têm exercido suas atividades sem qualquer treinamento prévio para atuarem na Central de Regulação de Contagem. Afirma também, em virtude de tal fato, ser duvidosa a validade da declaração apresentada ao Ministério da Saúde pelo Município da realização de capacitação dos profissionais da Central de Regulação de Urgência. Entretanto, tal afirmação não encontra guarida, de acordo com o Diretor Geral do SAMU, ainda que não exista um curso modulado, com conteúdo programático e carga horária delimitada. Isto porque todos os TARM quando do seu ingresso nos quadros da Central de Regulação do SAMU são submetidos a treinamento específico e pelo tempo necessário ao aperfeiçoamento das suas habilidades, com monitoramento constante de profissional qualificado que só emite a liberação do profissional após este estar plenamente capacitado e apto para o exercício da função. Não obstante, no sentido de formalizar a participação dos TARM em treinamento prévio, o Município adotará como medida, a emissão de certificado com o período de treinamento de cada profissional após o mesmo ser liberado para o exercício das atividades pelo seu monitor. Importante frisar também que o treinamento de atendimento ao cliente, para Teledigifonista realizado em dezembro de 2015, informado pela empresa TRD Serviços, conforme anexo, não se refere ao treinamento preliminar quando do ingresso nos quadros da Central de Regulação do SAMU e sim, de treinamento específico de reciclagem ministrado e certificado pela própria empresa.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Na manifestação, o gestor confirma que não existe um curso modulado, com conteúdo programático e carga horária delimitada. Ele alega que no ingresso dos TARM nos quadros da Central de Regulação estes são submetidos a treinamento específico e pelo tempo necessário ao aperfeiçoamento das suas habilidades, com monitoramento constante de

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profissional qualificado. Contudo, não apresentou qualquer registro de comprovação desse treinamento. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que providencie a capacitação dos TARM em exercício no SAMU 192 no prazo de 90 dias a contar do recebimento da notificação, sob pena de suspensão dos repasses do incentivo de custeio da Central de Regulação de Urgências. 2.1.9. Insuficiência de profissionais na Central de Regulação de Urgências. Fato O Anexo I da Portaria GM/MS nº 1.010, de 21 de maio de 2012, define os quantitativos mínimos de profissionais da Sala de Regulação Médica, conforme a população a ser atendida, devendo seguir essas quantidades consoante disposto no Art. 4º da mesma norma. O Art. 3º daquela Portaria reza que a Central de Regulação das Urgências terá equipe composta por médicos com capacitação em regulação médica das urgências (MR), Técnico Auxiliar de Regulação Médica (TARM), e Rádio-Operador (RO). Ao computar os dados extraídos das relações de profissionais, conforme informados pela Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, constatou-se o déficit de 84 horas semanais para o cargo de Médico Regulador da Central de Regulação, estando o somatório da carga horária dos profissionais relacionados menor que a quantidade mínima determinada nas normas pertinentes, demonstrando que o quantitativo desses profissionais não está adequado às exigências das Portarias GM/MS nº 2.048/2002, 1.010/2012 e 1.473/2013. O somatório ideal, conforme a legislação, é de 420 horas por semana, considerando uma população da faixa de 700.001 a 1.500.000 habitantes, e em Contagem foi constatado que atualmente está em 336 horas semanais. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem apresentou cópia do OFÍCIO / SURG / SMS/305/2015, de 18/12/2015, expedido por Diretoria da Superintendência de Urgência e Emergência/FAMUC, com a seguinte manifestação: “Em resposta à solicitação de esclarecimento quanto ao déficit de horas para o cargo de médico regulador da Central de Regulação (item 1), informamos que este déficit, infelizmente, ocorre pela dificuldade de contratação e fixação de profissionais médicos, com perfil adequado, ao SAMU, conforme Portaria GM/MS 2048, de 20 de Novembro de 2002. Para sanar este problema, o município está promovendo as seguintes ações corretivas e saneadoras:

1) Realizar concurso público: 1.1 – Ações em implementação: A Comissão de concursos da FAMUC

(Fundação de Assistência Médica de Urgência de Contagem) já elaborou levantamento da necessidade de contratações (quantidade de profissionais,

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categorias profissionais, revisão de carga horária), para posterior elaboração de edital de concurso.

2) Ação corretiva executada: No último ano, foi feito reajuste no valor dos plantões médicos a saber: plantão durante a semana de R$ 550,00 para R$ 1.115,00 e plantões final de semana de R$ 750,00 para R$ 1.394,99.”

Posteriormente, por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos: “A equipe de auditoria constatou déficit de 84 horas semanais para o cargo de Médico Regulador da Central de regulação e considerou que o Município de Contagem encontra-se na faixa de 700.001 a 1.500.000 devendo assim possuir três médicos reguladores durante o dia e 2 pela noite conforme quadro da GM/MS nº 1.010/2012.

ANEXO I

Quantitativos mínimos de profissionais da Sala de Regulação Médica

Ocorre que o entendimento da SMS/FAMUC levava em consideração a população apenas do Município de Contagem que, de acordo com o IBGE, era de 603.442 habitantes no ano de 2010. Considerando este entendimento o quantitativo de horas semanal de médicos na central de regulação no Município corresponde exatamente ao valor encontrado pela Auditoria, ou seja, 336 horas semanais. Conforme memória de cálculo abaixo: 2 médicos dia por plantão de 12 horas = 24 horas 2 médicos noite por plantão de 12 horas = 24 horas 48 horas por dia multiplicado por 7 dias (semana) = 336 horas semanais Com o novo entendimento em que se considera a população dos municípios de Sarzedo e Ibirité para determinar o quantitativo de profissionais segundo a faixa populacional a Central de Regulação fará os ajustes necessários de modo a obedecer ao estipulado GM/MS nº 1.010/2012. Cumpre esclarecer que o Ministério da Saúde esteve em visita ao Município no ano de 2015 e que não apontou irregularidade neste quesito.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

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Análise do Controle Interno Para o cálculo do número de profissionais a equipe considerou a população de Contagem, Ibirité e Sarzedo, uma vez que o Serviço atende aos três municípios e comporta uma população total de 788.210 habitantes, com base no levantamento do IBGE em 2010. Em sua manifestação gestor concordou com a falha apontada e alegou estar tomando as providências necessárias. O gestor alegou, ainda, que o Ministério da Saúde não apontou essa inconsistência na ocasião de sua visita ao município, contudo, não demonstrou que esse assunto fez parte do escopo dos trabalhos realizados naquela oportunidade. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que providencie a adequação da força de trabalho na Central de Regulação do SAMU 192, sob pena de suspensão dos repasses do incentivo de custeio da Central de Regulação. 2.1.10. Ausência de registro no CNES dos profissionais em exercício na Central de Regulação de Urgências. Fato O Art. 6º da Portaria SAS/MS nº 356, de 08 de abril de 2013, determina que as unidades móveis SAMU 192 deverão ser cadastradas no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES), sob o tipo de estabelecimento 42 – UNIDADE MÓVEL DE NÍVEL PRÉ-HOSPITALAR NA ÁREA DE URGÊNCIA. Cada Unidade Móvel de Nível Pré-Hospitalar na Área de Urgência será considerada como uma equipe de atendimento à urgência. Dessa forma, ao realizar a inserção no SCNES, será cadastrada a equipe de atendimento à urgência com seus componentes mínimos (tripulação) conforme composição do Serviço Especializado 103 - SERVIÇO DE ATENDIMENTO MÓVEL DAS URGÊNCIAS. Foi constatado que profissionais integrantes das equipes do SAMU, conforme informação da Secretaria Municipal de Saúde, não estavam inseridos no Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde – CNES (base outubro/2015), contrariando a norma retro citada. Quadro 1 – Profissionais não inscritos no CNES

Matrícula Cargo CPF Aux. Enfermagem ***.684.166-** Médica ***.673.686-** Téc. Enfermagem ***.349.846-** Téc. Enfermagem ***.941.386-** Aux. Enfermagem ***.297.536-** Médico ***.574.836-** Aux. Enfermagem ***.607.496-** Enfermeiro ***.708.206-** Médico ***.081.436-**

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Aux. Enfermagem ***.906.866-** Téc. Enfermagem ***.640.646-** Aux. Enfermagem ***.308.276-** Téc. Enfermagem ***.659.776-** Téc. Enfermagem ***.631.356-** Médico ***.501.336-**

Fonte: relação fornecida pela SMS; CNES A Secretaria Municipal de Saúde de Contagem apresentou cópia do OFÍCIO / SURG / SMS/305/2015, de 18/12/2015, expedido por Diretoria da Superintendência de Urgência e Emergência/FAMUC, com a seguinte manifestação: “Em relação às inconsistências encontradas no CNES – base Outubro/2015 – (item 3 da solicitação de fiscalização), informamos que adotamos as seguintes ações corretivas: 1) Atualização de todos os profissionais do SAMU Contagem na base de dados do CNES. 2) Reuniões colegiadas com a proposta de que os cadastros (inclusão e exclusão de profissionais) sejam realizadas de forma descentralizada, a começar pelas Unidades de Urgência do município (UPA’s e SAMU). Atualmente, os cadastros são feitos pelo setor de Controle, avaliação e auditoria que alimenta o sistema através de relatórios emitidos pelas Unidades de Saúde públicas ou privadas, porém, às vezes acontecem falhas neste fluxo, como foi o caso do SAMU. A previsão para a descentralização e treinamentos dos profissionais envolvidos será o primeiro trimestre de 2016. Esta ação visa melhorar o fluxo de informações para que novos episódios de cadastros não-conformes ocorram novamente.” Posteriormente, por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016, editados os números de CPF, a fim de preservar as pessoas. “O registro no Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) é obrigatório também para as unidades móveis de nível pré-hospitalar na área de urgência. O Relatório Preliminar de Fiscalização apurou que havia profissionais não inscritos no CNES. De fato os servidores citados não estavam cadastrados à época no CNES, porém, dos 15 servidores citados 14 já estão regularizados, sendo a servidora B. B. F. D. S. teve o seu contrato cancelado e os abaixo listados já foram cadastrados no CNES, restando apenas o Ministério da Saúde atualizar o sistema: (quadro editado para preservar pessoas físicas)

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*Servidores cadastrados no CNES porém sem atualização do Ministério. Segue anexo comprovante de cadastro.

Ademais o Departamento de Controle Interno criou a “Trilha de Auditoria do CNES” com acompanhamento a cada dois meses de modo a verificar os servidores que possuem mais de dois cargos públicos no CNES.” Por meio de consulta ao Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (SCNES) foi comprovado que os profissionais estão devidamente registrados. Fica a expectativa, no entanto, de que esses registros sejam atualizados tempestivamente, atendendo, inclusive, a norma pertinente supracitada. ##/Fato##

2.1.11. Deficiências estruturais das bases descentralizadas e unidades móveis. Fato O município de Contagem/MG possui uma Central de Regulação e nove unidades móveis habilitadas por meio da Portaria GM/MS nº 326, de 04 de março de 2005, para o componente SAMU 192, sendo sete Unidades de Suporte Básico - USB e duas Unidades de Suporte Avançado – USA. Uma USA e uma USB operam na Central de Regulação - CR. A outra USA opera em conjunto com uma USB, em base nas instalações da Ceasa Minas, em Contagem/MG.

As Unidades têm como local de apoio as seguintes Bases Descentralizadas, além da Central de Regulação:

Quadro 2 - Dados sobre as unidades móveis e endereço das Bases Descentralizadas e CR.

UNIDADE PLACA CHASSI Nº SCNES ENDEREÇO BASE

USA 04 HNV.5144 93YADC1H6DJ274158 Av. João César Oliveira, 6155 – Bairro Beatriz – Central de

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Regulação

USA 08 HNV.5132 93YADC1H6DJ274153 Av. Severino Balesteros, s/nº - Bairro Guanabara – Ceasa.

USB 01 HMH.9822 93W245634A205214 Av. Gal. David Sarnoff, 3113-Bairro Industrial

USB 02 OPE.0358 8AFAR21J3DJ040689 Rua E, 317 Bairro Central Park - Sarzedo

USB 03 HNV.5137 93YADC1H6DJ274152 Av. das Indústrias, s/nº - Bairro Novo Eldorado

USB 04 HLF.5397 93W245G34B2055586

Av. João César Oliveira, 6155 – Bairro Beatriz – Central de Regulação

USB 05 HLF.5401 93W245G34B2055246 Av. Severino Balesteros, s/nº - Bairro Guanabara – Ceasa.

USB 06 HLF.5400 93W245G34B2055722 Rua Retiro dos Imigrantes,80 – B. Retiro

USB 07 FRR.4297 935ZCWMNCE2132082

Av. São Paulo, 1104 – Bairro Macaúbas-Ibirité

Fonte: Relatório para conhecimento conforme Solicitação de Fiscalização, de 26/10/2015, encaminhado pela Secretaria Municipal de Saúde.

Com o objetivo de verificar se as bases descentralizadas estão de acordo com as exigências mínimas definidas pelo Ministério da Saúde foram realizadas visitas a todas as bases descentralizadas e a Central de Regulação, sendo que os problemas identificados encontram-se listados a seguir com os respectivos registros fotográficos:

Quadro 3 - Problemas identificados na visita às Bases Descentralizadas do SAMU ENDEREÇO DA BASE PROBLEMAS IDENTIFICADOS

Av. São Paulo, 1104 – Bairro Macaúbas-Ibirité/MG

- Ausência de padronização visual que a identifique como base do SAMU (Foto 01); - Utilização de um mesmo cômodo do imóvel para banheiro e copa (Foto 2).

Rua E, 317 Bairro Central Park – Sarzedo/MG

- Ausência de padronização visual que a identifique como base do SAMU (Foto 03); - imóvel não oferece conforto e está localizado em terreno sendo utilizado como depósito de móveis descartados, bem como estacionamento de tratores; - Estacionamento não possui cobertura (Foto 4).

Av. Gal. David Sarnoff, 3113-Bairro Industrial (Famuc) – Contagem/MG

- Estacionamento da ambulância não possui cobertura (Foto 5); - A base fica localizada no final do estacionamento da FAMUC. A ambulância ainda tem que se deslocar aproximadamente 130 metros dentro do estacionamento para ter acesso à via urbana,

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estando sujeito a atrasos maiores se houver automóveis em manobra.

Rua Retiro dos Imigrantes,80 – B. Retiro (Vargem das Flores - Nova Contagem) – Contagem/MG

- Estacionamento não possui cobertura (Foto 6); - Ausência de equipamento para aquecer alimentos, necessário para os retornos após deslocamentos no horário de almoço (Foto 7); - Falta de aquecimento nos chuveiros (Foto 8).

Av. João César Oliveira, 6155 – Bairro Beatriz – Central de Regulação

- Estacionamento não possui cobertura (Foto 9).

Fonte: Visitas realizadas, nos dias 05 e 06/11/2015 às Bases Descentralizadas e a Central de Regulação do SAMU 192.

Foto 01: Base de Ibirité, sem padronização visual. Foto 2: Base de Ibirité – Banheiro e Copa no

mesmo cômodo.

Foto 3: Base de Sarzedo, sem padronização Foto 4: Base de Sarzedo, sem estacionamento

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visual. coberto.

Foto 5: Base Famuc, sem estacionamento coberto. Foto 6: Base Nova Contagem, sem

estacionamento coberto.

Foto 7: Base Nova Contagem – Aquecedor de alimentos sem funcionar, por avaria.

Foto 8: Base Nova Contagem - Banheiro com chuveiros testados, sem aquecimento

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Foto 9: Central de Regulação – estacionamento sem cobertura.

Em todos os locais visitados não havia identificação de área de entrada e saída de veículo de emergência, por meio de sinalizador luminoso. Pelo Ofício SMS/GAB n.º 459/2015, de 19/11/2015, o gestor manifestou que “Conforme pactuação do SAMU para a microrregião Contagem/Ibirité/Sarzedo, o Município de Contagem têm as seguintes responsabilidades perante aos demais municípios: fornecimento da cobertura da central 192; disponibilização de uma ambulância UBS; e cobertura com as ambulâncias USA do Município de Contagem. Desta feita, os municípios de Ibirité e Sarzedo são responsáveis pelo fornecimento dos recursos humanos e das dependências para funcionamento das bases localizadas nestes municípios.” Não foi apresentada documentação que apresente as responsabilidades de cada gestor da microrregião do SAMU, que confirmassem a manifestação do gestor. Esse posicionamento não considera a responsabilidade do município gestor de promover, junto aos demais municípios atendidos, o cumprimento das disposições normativas no sentido de dotar as bases da estrutura física compatível com a configuração mínima estabelecida pelo Ministério da Saúde. Durante a inspeção física às Unidades Móveis habilitadas para o Programa SAMU, ficou constatado que o estado de limpeza de grande parte das ambulâncias necessita de aprimoramento, uma vez que foi verificado nos estojos, que guardam medicamentos e utensílios, macas, interior das ambulâncias e em diversos equipamentos, acúmulo de poeira e fuligem de asfalto, alguns itens com crostas desses agentes, situação inadmissível em se tratando de materiais destinados a atendimento de saúde. Segundo a Supervisão da Central, a higienização terminal, assim denominada a que envolve sangramento de pacientes, é realizada, “de favor”, pela empresa TRD, que terceiriza motoristas e teledigifonistas, em sua central no Bairro Caiçaras, em Belo Horizonte. A limpeza cotidiana, contudo, é

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designada para os próprios técnicos de enfermagem que trabalham nas viaturas, que promovem a limpeza externa e interna das ambulâncias. Observou-se, contudo, que os técnicos se mantêm nos alojamentos, nos horários diurnos, sem uma cobrança efetiva da supervisão quanto à manutenção adequada, resultando nos problemas relatados. Entre as Unidades inspecionadas destacamos as das fotos seguintes, que exemplificam uma situação geral de necessidade de melhoria.

Foto 10: Estojo de medicamentos – Base de Nova Contagem.

Foto 11: Interior de ambulância com fuligem de asfalto impregnada.

Foto 12: Estojo de utensílios médicos. Foto 13: Insuficiência de limpeza nos estojos. Por meio do Ofício SMS/GAB n.º 458/2015, de 19/11/2015, o gestor declarou que “O Município de Contagem, por intermédio da Coordenação de Enfermagem do SAMU, em consonância com as legislações pertinentes, elaborou o Formulário de Auditoria das Ambulâncias e Equipes, conforme anexo. Tal formulário tem por fim principal promover uma inspeção diária sobre a limpeza das ambulâncias, equipamentos, manutenção e equipes de enfermagem.

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O mesmo já está sendo utilizado pelo SAMU – Contagem, o que tem propiciado a correção dos apontamentos, conforme exemplo da UBS 06 Vargem das Flores, com fotos em anexo.” A posição do gestor quanto ao formulário e a inspeção diária vem de encontro aos fatos verificados na inspeção realizada pela fiscalização, sendo que tanto o Formulário de Auditoria e as fotos em anexo não foram efetivamente apensados como evidências. Diante do exposto, conclui-se que as bases descentralizadas e as unidades móveis em questão necessitam de adequações em sua estrutura física e manutenção, como a instalação de coberturas nos estacionamentos das unidades móveis, melhorias nos alojamentos e locais de descanso das equipes, bem como a identificação dos locais como Bases do SAMU 192, e a melhoria dos procedimentos de limpeza das ambulâncias, de modo a cumprir o que dispõem as Portarias GM/MS nº 1.010/2012 e nº 2.657/2004. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Pelo referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos: “Quanto às deficiências encontradas nas bases descentralizadas registradas no Quadro 3 – Problemas identificados na visita às Bases Descentralizadas do SAMU – o Diretor Administrativo da FAMUC propôs, de acordo com o Ofício SMS/DA nº 012/2016, sanear até o dia 29/04/2016 o conserto do equipamento para aquecer alimentos e o aquecimento nos chuveiros. Os demais problemas identificados no quadro em questão, bem como, a identificação de área de entrada e saída de veículo de emergência por meio de sinalizador luminoso, passarão por estudos para realização de processos administrativos específicos, inclusive para as bases em Sarzedo e Ibirité. Em relação ao estado de limpeza de grande parte das Unidades Móveis, este fato já foi corrigido através do Formulário de Auditoria das Ambulâncias e Equipes. Conforme o Relatório Preliminar de Fiscalização estas evidências não foram apensadas no Ofício SMS/GAB nº 458/2015, assim segue anexo a este parecer o Ofício citado com suas evidências. Por fim, cumpre esclarecer que a SMS/FAMUC já possui Ata de Registro de Preço nº 023/2016, que segue anexa, para contratação de empresa especializada na prestação de serviço continuado de higienização e desinfecção das ambulâncias do SAMU.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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A manifestação do gestor prevê providências no sentido de regularizar as deficiências detectadas por ocasião dos trabalhos. Fica a expectativa da solução e manutenção permanente da estrutura adequada e das boas condições de operação do serviço. ##/AnaliseControleInterno##

Recomendações: Recomendação 1: Notificar o gestor local para que providencie a adequação das bases descentralizadas. Em caso de descumprimento da presente determinação, conforme disposto na Portaria GM/MS nº 1.010/2012 e detalhado no Programa Arquitetônico Mínimo definido pelo Ministério da Saúde. Recomendação 2: Notificar o gestor local para que providencie a adequação dos veículos irregulares, sob pena de suspensão dos repasses do incentivo de custeio das unidades móveis irregulares. 2.2 Parte 2 Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Utilização de recursos da contrapartida estadual para aquisições de materiais e contratações de serviços que não possuem relação exclusiva com o atendimento móvel de urgência e emergência, no montante de R$ 254.080,21. Fato Na análise dos documentos, constatou-se a aquisição de materiais e contratação de serviços que não possuem relação exclusiva com o atendimento móvel de urgência e emergência, para a manutenção do SAMU no município, utilizando-se também recursos vindos do tesouro estadual. Apesar das aquisições se relacionarem à área da Saúde, foram utilizados também nas demais unidades de atendimento no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde. Foram despendidos R$ 254.080,21, conforme relacionados na tabela seguinte.

Tabela 5 – Relação de Despesas Não Relacionadas Somente ao SAMU 192 Recursos Estaduais

CNPJ Nota Fiscal

Data de Pagamento Descrição Quant.

Valor Unit (R$)

Valor Total (R$)

82.641.325/0043-77

187598 14/05/2015 Campo estrela 25x28 estetorx Cremer pre lav cx 40 pc/5un

6.940pc 4,22 29.286,80

20.235.404/0001-71 32806 29/12/2014 Carvão ativado

c/ prata 10x10 171 un 34,50 5.899,50

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recortável Compressa emulsão pet. 7,6x20,3 c/1 curatec

750 pt 4,00 3.000,00

Hidrogel c/ alginato 30g

750 un 12,00 9.000,00

20.235.404/0001-71

33325 04/03/2015 Touca descartável sanfonada branca c 100 de scarpack

1.200pt 4,55 5.460,00

20.235.404/0001-71 33601 04/03/2015

Hidrogel c/ alginato 30g

542 un 10,60 5.745,20

Compressa age rayon

418 un 4,00 1.672,00

20.235.404/0001-71 33531 04/03/2015

Máscara descartável tripla c/ tiras c/50

833 cx 4,57 3.806,81

Gaze hidr. tipo queijo 91x91 11 fios

400 rl 22,85 9.140,00

Campo operatório 45x50 c/ 50 especial

533 pt 37,90 20.200,70

Compressa 7,5x7,5 13 fios c/ 5 estéril

290.000pt 0,25 72.500,00

20.235.404/0001-71

33326 04/03/2015 Carvão ativado c/ prata 10x10 recortável

267 un 34,80 9.291,60

52.202.744/0001-92

254887 29/12/2014 Luva p/ procedimento plástica estéril c/ 100

490 pct 4,50 2.204,10

04.654.861/0001-44 20809 19/11/2014

Indagel gel higienizante da pele 800 ml

770 un 4,90 3.773,00

Indasept sol. Higienizante da pele 250 ml

15.400un 1,45 22.330,00

Indasept sol. Higienizante da pele 1 L

3.150 un 4,50 14.175,00

Formol tamponado 10% 1 L

42 un 5,25 220,50

Indaclean + sab. liq. perol. neutro 250 ml

18.540un 1,25 23.175,00

42.900.316/0001-80

11726 19/11/2014 Sabonete líquido inodoro gl 5 lt

1.000 gl 13,20 13.200,00

Total 254.080,21 Consoante o Art. 37 da Portaria MS nº 1.010/2012, os recursos de custeio repassados pelo Ministério da Saúde deverão ser destinados exclusivamente à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências, não devendo, portanto, serem utilizados para outras despesas afora as do SAMU.

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##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos:

“O Relatório Preliminar de Fiscalização dispõe em seu item 5 que o incentivo financeiro para custeio da manutenção das Unidades Móveis deverão ser destinados à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências. De modo a justificar o desvio de finalidade na destinação exclusiva dos recursos do SAMU apresentou as Tabelas 3 e 4 [5] (grifo nosso) como aquisição excessiva de materiais e contratação de serviços para manutenção do mesmo. Entretanto o Relatório não apresentou a metodologia utilizada para tal afirmação, o que dificulta uma análise mais apurada e discriminada dos itens adquiridos e se o quantitativo é superior ao necessário para as demandas do Programa. No nosso entendimento apenas profissional habilitado na área de saúde, com experiência, poderia aferir o material comprado em sua quantidade e finalidade. De mais a mais de acordo com o Ofício do Fundo Municipal de Saúde de Contagem - FMS já citado houve entendimento diverso nos pagamentos apresentados. Quando a auditoria requereu a documentação referente ao Programa SAMU 192 foram disponibilizados as documentações de relação de despesa do Bloco MAC as quais as despesas do SAMU fazem parte. Assim, foram enviados as Relações Bancárias com todas as movimentações, porém nem todos os pagamentos elencados nas relações bancárias são referentes a despesas do SAMU. A título de exemplo podemos citar a relação bancária nº 1211, nos quais os pagamentos à empresa FGV Com. E Serviços de Esterilização em Óxido de Etileno Ltda são do Bloco MAC e não são do SAMU, conforme discriminado nas Notas de Autorização de Pagamento nos 3698, 3731 e 3730. Apenas o pagamento à empresa WANCO TELECOMUNICAÇÕES LTDA – ME, através da NAP nº3674 de 17/02/2014, se refere ao Programa SAMU 192.”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Não prospera a alegação do gestor que apenas profissional habilitado na área de saúde, com experiência, poderia aferir o material comprado em sua quantidade e finalidade, conforme as seguintes observações, considerando os documentos apresentados como despesas do SAMU: Tabela 5 (recursos contrapartida estadual – BBSA):

a) aquisição de 34.700 campos operatórios, para uso em cirurgia (NF 187598); b) aquisição de 438 curativos de carvão ativado com prata, utilizados para tratamento

de feridas (NFs 32806 e 33326);

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c) compra de 291.168 compressas, material indicado para tratamento de feridas (NFs 32806, 33601 e 33531);

d) compra de 1.292 bisnagas de 30g de Hidrogel com alginato, utilizado em tratamento de feridas (NFs 32806 e 33601);

e) aquisição de 120.000 toucas descartáveis (NF 33325); f) compra de 41.650 máscaras descartáveis (NF 33531); g) aquisição de 490 pacotes com 100 luvas cada (NF 254887); h) compra de 7.616 litros de higienizante da pele (NF 20809); i) aquisição de 42 litros de formol (NF 20809); j) compra de 9.635 litros de sabonete líquido (NFs 20809 e 11726).

O valor dessas despesas foi de R$ 254.080,21, cujos recursos são provenientes do Fundo Estadual de Saúde para conta específica do SAMU. Observa-se que a justificativa do Departamento de Controle Interno se ateve somente aos gastos com os recursos da conta MAC – recursos federais, mas não esclareceu sobre os gastos com a conta recebedora dos recursos do Estado de Minas Gerais, exceto quando cita que o “Relatório não apresentou a metodologia utilizada para tal afirmação, o que dificulta uma análise mais apurada e discriminada dos itens adquiridos e se o quantitativo é superior ao necessário para as demandas do Programa.” Pelos materiais e insumos listados e pela quantidade adquirida não são para serem utilizados no SAMU, ou somente neste. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Utilização de recursos da contrapartida estadual em manutenções de veículos que não compõem a frota de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, no montante de R$ 24.530,03. Fato Conforme ocorrido com os recursos advindos do Fundo Nacional de Saúde, houve realização de despesas indevidas com manutenções e compras de peças para veículos outros que não compõem a frota do SAMU, utilizando-se também recursos da conta corrente que recebe recursos vindos do Fundo Estadual de Saúde destinados ao SAMU. Foram despendidos R$ 24.530,03, conforme despesas relacionadas nas tabelas seguintes.

Tabela 6 – Relação de Despesas Indevidas com Manutenções Recursos Estaduais

Heloísa Flávia Freitas Malta Silva – ME CNPJ 09.498.974/0001-11 Nº

Nota Fiscal

Data de Pagamento

Placa Veículo Marca/Modelo/Ano Valor

(R$)

1571 25/06/2015 ORC 9317 Renault/Sandero/não informado 849,90 8418 26/06/2015 JFE 8181 Volkswagen/Kombi 1.4/2008 495,51 8424 26/06/2015 JKH 0121 Chevrolet/GM S10/2008 513,84 8423 26/06/2015 JKH 9091 Volkswagen/Kombi 1.4/não informado 650,00 8421 26/06/2015 JKH 0121 Chevrolet/GM S10/2008 1.495,91 8422 26/06/2015 GMF 4123 Chevrolet/GM S10 2.8/não informado 1.173,10 8427 26/06/2015 HMM

9256 Iveco/Caminhonete 3.0/não informado 5.551,11

8428 26/06/2015 HLF 0489 Iveco/Caminhonete/não informado 1.297,59

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8435 26/06/2015 HMM 9256

Iveco/Caminhonete 3.0/não informado 744,25

8430 26/06/2015 JFE 8181 Volkswagen/Kombi 1.4/2008 677,77 8431 26/06/2015 PUA 5515 Fiat/Palio 1.0/não informado 530,70

Total 13.979,68 Fonte: Notas fiscais, notas de empenho, notas de autorização de pagamento, extratos bancários, razão contábil.

Tabela 7 – Relação de Despesas Indevidas com Manutenções Recursos Estaduais

Ana Cristina Parreira Silva – ME CNPJ 08.009.135/0001-20 Nº

Nota Fiscal

Data de Pagamento

Placa Veículo Marca/Modelo/Ano Valor

(R$)

107 03/11/2015 HNH 1602 Fiat/Doblo/não informado 165,00 94 03/11/2015 HLF 0489 Iveco/não informado/não informado 2.529,90

318 03/11/2015 HNH 1602 Fiat/Doblo/não informado 719,12 300 03/11/2015 HLF 0489 Iveco/não informado/não informado 6.139,24 279 03/11/2015 ORC 9976 Renault/Sandero/2014 414,93 280 03/11/2015 ORC 9977 Renault/Sandero/2014 414,93 277 03/11/2015 OPQ 9097 Renault/Kangoo/não informado 167,23

Total 10.550,35 Fonte: Notas fiscais, notas de empenho, notas de autorização de pagamento, extratos bancários, razão contábil. Consoante o Art. 37 da Portaria MS nº 1.010/2012, os recursos de custeio repassados pelo Ministério da Saúde deverão ser destinados exclusivamente à manutenção e qualificação do componente SAMU 192 e da Central de Regulação das Urgências, não devendo, portanto, serem utilizados para outras despesas afora as do SAMU. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. “No que tange ao desvio de finalidade na aplicação de recursos do SAMU 192 em manutenção veicular temos [...]. [...] Em relação às despesas previstas nas Tabelas [..] restou constatado a aplicação errônea de recursos do SAMU provenientes do Estado devido a erro material, conforme ofício do FMS. Desta maneira A SMS/FAMUC tomará as medidas cabíveis para correção das irregularidades através de acerto financeiro, totalizando R$ 24.530,03 (vinte e quatro mil quinhentos e trinta reais e três centavos).” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

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A equipe de fiscalização da CGUMG analisou a documentação apresentada e identificada pela servidora da Diretoria Geral do FMS como sendo referente às despesas com o SAMU no âmbito do município. Fica a expectativa do acerto financeiro no valor total, tendo em vista que todas as despesas relacionadas nas tabelas não guardam relação com o SAMU 192. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Prorrogação de prazo de contrato por períodos distintos, sem a devida motivação. Fato Em 04/04/2012, a Prefeitura Municipal de Contagem/MG realizou o Pregão Presencial nº 113/2012, objetivando a contratação de serviços terceirizados de motorista para a condução dos veículos alocados no SAMU. Em decorrência do referido certame, foi celebrado o contrato administrativo nº 189/2012/FMS, em 16/06/2012, com a empresa TRD Serviços e Administração Ltda., CNPJ nº 39.413.414/0001-88, pelo valor total de R$ 2.023.995,72, cujo prazo de vigência foi fixado em doze meses, ou seja, com validade até 15/06/2013. De acordo com o mencionado contrato, seria disponibilizado, pela empresa contratada, o total de quarenta e três motoristas para o SAMU, os quais cumpririam uma jornada de trabalho individual em regime de escala à razão de 12x36 horas diárias, compreendendo os períodos diurno e noturno. Em 10/06/2013, foi celebrado o segundo termo aditivo ao contrato nº 189/2012/FMS, que prorrogou o prazo de vigência contratual em seis meses, ou seja, passando a vigorar de 10/06/2013 a 09/12/2013. Posteriormente, em 10/12/2013, foi celebrado o terceiro termo aditivo ao referido contrato, que objetivou a prorrogação do prazo de vigência contratual em vinte um dias, compreendendo o período de 10/12/2013 a 31/12/2013. Em 31/12/2013, foi celebrado o quarto termo aditivo contratual, que prorrogou o prazo de vigência da avença por mais noventa dias, ou seja, passando a vigorar pelo período de 01/01/2014 a 31/03/2014. Já em 01/04/2014, foi celebrado o quinto termo aditivo ao contrato em questão, que prorrogou seu prazo de vigência por mais doze meses, compreendendo o período de 01/04/2014 a 31/03/2015. Posteriormente, em 10/03/2015, o setor de gestão de contrato da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG emitiu uma solicitação de reserva orçamentária, no valor de R$ 978.765,24, que se destinaria a garantir o cumprimento das obrigações contratuais pelo período de seis meses, ou seja, de 01/04/2015 a 30/09/2015. Contudo, o termo aditivo

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prorrogando o prazo de vigência contratual não foi devidamente celebrado e acostado aos autos do respectivo processo licitatório. De acordo com informações verbais prestadas pela servidora da Superintendência Administrativa e Financeira da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, que atuou como interlocutora nos trabalhos de fiscalização realizados, tal termo aditivo ainda não havia sido firmado até data de término dos exames de campo, que ocorreu em 11/11/2015. Então, todos os serviços prestados e pagos após 31/03/2015, relativamente ao contrato nº 189/2012/FMS, carecem de cobertura contratual e legal para sua ocorrência, visto que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração Pública, salvo o caso da compra de produtos de entrega imediata, que não gerem obrigação de garantia por parte do fornecedor e que não ultrapasse o valor de R$ 4.000,00, equivalente a 5% do limite máximo previsto para realização de licitação na modalidade de Convite, nos termos do artigo 60, parágrafo único, da Lei nº 8666/1993. Ademais, deve-se ressaltar o descumprimento ao disposto no artigo 57, II, da Lei 8666/1993, que estabelece a prorrogação dos contratos de prestação de serviços de natureza continuada por iguais e sucessivos períodos. No caso do contrato nº 189/2012/FMS, seus diversos termos aditivos prorrogaram o prazo de vigência contratual por períodos totalmente distintos, conforme descrito anteriormente. ##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos:

“De acordo com o Relatório de Fiscalização, o termo Aditivo ao Contrato Administrativo nº 189/2012/FMS firmado com a empresa TRD Serviços e Administração Ltda, prorrogando o prazo de vigência contratual referente ao período de 01/04/2015 a 30/09/2015 não foi devidamente celebrado e acostado aos autos do respectivo processo licitatório. Conforme se depreende do relatório a informação foi obtida informalmente e não procede, uma vez que o Termo Aditivo do período citado apenas não se encontrava apensado ao processo. Não obstante já foram tomadas medidas no sentido de juntada do termo aditivo e publicação aos autos conforme anexos. Por fim, no que tange ao descumprimento ao disposto no artigo 57, II da Lei 8.666/93 que estabelece a prorrogação dos contratos de prestação de serviços de natureza continuada por iguais e sucessivos períodos não deve prosperar. Isto porque apesar da literalidade do referido inciso dispor sobre a obrigatoriedade de prorrogação por períodos iguais e sucessivos, não é razoável auferir interpretação literal conforme ensinamentos de Marçal Justen Filho: “Seria um contrassenso impor a obrigatoriedade de prorrogação por período idêntico. Se é possível pactuar o contrato por até sessenta meses, não seria razoável subordinar a Administração ao dever de estabelecer períodos idênticos para vigência.”. No mesmo sentido o Tribunal de Contas da União já se manifestou, senão vejamos: A prorrogação do contrato referido foi por tempo inferior à primeira prorrogação. Pelo disposto no art. 57, II, da Lei 8.666/93, a prorrogação deveria ser por iguais e sucessivos períodos. Contudo, pelo princípio da razoabilidade, se é

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possível prorrogar por até 60 meses, não há porque exigir-se a prorrogação por idênticos períodos conforme ensinamentos sempre balizados do insigne autor Marçal Justen Filho, em sua obra Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. (Acórdão TCU 771/2005 - Segunda Câmara) Deste modo a ampliação do conceito previsto no artigo serve para facilitar a atuação da Administração Pública em sua missão institucional, uma vez que o ajuste original, ou seja, pelo mesmo prazo, pode gerar dificuldades insuperáveis, sem qualquer benefício para a execução contratual.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Com relação ao termo aditivo ao contrato 189/2012, que prorrogou seu prazo de vigência de 01/04/2015 a 30/09/2015, cumpre relatar que tal documento foi apresentado pelo gestor em sua manifestação, razão pela qual essa falha apontada em relatório foi sanada. No tocante aos períodos de prorrogação do referido contrato, destaca-se que estes não foram devidamente motivados, sendo que existiram prorrogações sucessivas da ordem de seis meses, vinte e um dias, noventa dias e doze meses, respectivamente. Por fim, ressalta-se que o comando normativo contido no artigo 57, II, da Lei 8.666/1993, estabelece, de maneira clara e expressa, a prorrogação dos contratos de serviços de natureza continuada por iguais e sucessivos períodos, até o limite de sessenta meses. Desse modo, fica mantido o posicionamento da equipe de fiscalização, quanto à questão da prorrogação inadequada do contrato 189/2012. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Metodologia inadequada de cálculo do indicador ´espera`. Fato A Central de Regulação do SAMU de Contagem/MG utiliza para registro das ocorrências médicas e controle logístico das ambulâncias a serem encaminhadas para atendimento, o software denominado SISP-GEDAR, de procedência canadense, de onde são retiradas as informações para análise dos índices de qualidade. Este software foi instalado em 2008, para este gerenciamento, em opção ao Sistema de Regulação do SAMU-SRSAMU disponibilizado pelo Ministério da Saúde, por motivo de oferecer uma variedade de recursos, agilidade na utilização, confiança nos dados coletados, fácil manuseio pelos operadores e emissão de relatórios necessários para a prestação de contas do SAMU, segundo posicionou o gestor, pelo Ofício SAMU 011/16, de 26/01/2016. O Relatório apresentado pelo gestor das atividades registradas pelas chamadas atendidas, na Central de Regulação, nos últimos 30 dias, no caso, de 28/09/2015 a 28/10/2015, lista por tipo de ocorrência as chamadas recebidas e atendidas, o tempo de deslocamento, ocupação no atendimento e de espera pelos pacientes até o início do socorro, pela duração total e média.

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A metodologia constante do sistema, para este último indicador da qualidade do serviço prestado, no entanto, parte do tempo entre a saída da unidade móvel da Base até a chegada no destino onde o paciente espera o socorro. Tal método desconsidera o tempo entre o recebimento da chamada e a efetiva saída da Unidade móvel da Base. Este tempo pode ser relevante e deve ser incorporado ao cálculo. Poderá existir uma demora considerável entre a recepção da chamada e a partida para atendimento, motivada, entre outros, pelos seguintes fatos: - subdimensionamento da frota, com falta de veículo para atendimento; - demora na análise pelo corpo médico ou no acionamento do socorro. O indicador, estando reduzido dessa forma, pode não mostrar a necessidade de medidas corretivas a serem aplicadas pelos gestores. No Relatório das atividades dos últimos 30 dias, a média de espera mensal foi de 00hora34min24seg; contudo, esse valor deve ser maior, uma vez que desconsiderou o tempo entre o recebimento da ligação até a saída da base. Manifestou-se o gestor, pelo Ofício SAMU 011/16, de 26/01/2016, “...que o tempo de espera do atendimento passa a ser contado a partir do momento em que a frota recebe a informação, uma vez que o tempo anterior é de triagem, realizada pelo médico regulador.” , e que “Tendo em vista que no relatório entregue consta uma relação total de atendimentos, no qual estão contempladas as informações das USA que efetuam transporte inter-hospitalar, onde o tempo de resposta aumenta por nem todos os casos serem prioritários, e o atendimento da USA nos municípios de Ibirité e Sarzedo, que necessitam de um deslocamento maior, o tempo de resposta sofrerá distorções.”, complementando que “Considerando a disposição das bases, a cobertura do Município pelo SAMU de acordo com o MS, e a média de tempo resposta para o atendimento, conforme notamos internamente, é perceptível que a resposta é satisfatória, tendo em vista que, se retirarmos as situações mencionadas acima, este tempo passa a ser significativamente mais baixo que o geral apresentado.”. Não obstante os conceitos firmados, entendemos que o tempo de triagem deve ser computado no tempo de espera, e que as transferências inter-hospitalares e os deslocamentos das USA para os municípios conveniados devem ser apurados à parte, evidenciando o tempo integral dos deslocamentos para os atendimentos de urgência do Município, possibilitando melhor crítica sobre a prestação do serviço. No tocante aos demais procedimentos regulatórios, a entrevista com o Coordenador da Central e demais verificações mostrou que:

a) Existe uma interface do sistema com os estabelecimentos de saúde que possibilita conhecimento prévio das possibilidades para encaminhamento de pacientes e disponibilidades de leitos;

b) A inter-relação com os demais atores relacionados aos atendimentos móveis se dá: - com o Corpo de Bombeiros, mediante um plantão permanente de um componente dessa corporação na Central de Regulação; - com a Defesa Civil, Polícia Militar e Polícia Rodoviária por meio de rádio comunicação, fixo e móvel, e telefone;

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c) Não existe protocolo formal de atuação integrada com aqueles agentes públicos responsáveis pelo atendimento em situações de urgência e emergência, mas esta se dá mediante os procedimentos citados no item b);

d) A comunicação entre a central, unidades móveis e bases descentralizadas se realiza de forma adequada com a localização de cada Unidade Móvel e o posicionamento da situação geográfica e viária da ocorrência, que o sistema adotado possibilita.

Com relação à inserção das informações de registro dos atendimentos realizados no SIA/SUS, constatou-se que os relatórios mensais fornecidos pela Central de Regulação foram registrados pela Secretaria Municipal de Saúde no Sistema.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada Por meio do OF.GAB-GP Nº 0013/2016, de 12/04/2016, a Secretária Adjunta de Atos do Governo encaminhou anexo o Relatório de Acompanhamento de Fiscalização nº 1132.0002.16, de 11/04/2016, emitido pelo Departamento de Controle Interno da Secretaria Municipal de Saúde de Contagem/MG, em manifestação ao Relatório de Fiscalização Preliminar nº 201505345, enviado por meio do Ofício nº 8492/2016/CGUMG/CGU-PR, de 16/03/2016. Por meio do referido relatório, o gestor manifestou-se nos seguintes termos: “Não obstante o entendimento da Equipe de Auditoria em que o tempo de triagem deve compor o tempo total de atendimento, não foi encontrada metodologia de cálculo estabelecida pelo Ministério da Saúde e, por isto, o Município utiliza a metodologia que considera adequada, ou seja, apenas o tempo entre a saída da unidade móvel da base até a chegada no destino onde o paciente será efetivamente socorrido. De acordo com o gestor do SAMU, o SISP-GEDAR é um software moderno e seus módulos de informações e relatórios são adequados para trabalharem em qualquer parâmetro solicitado. Desta feita ainda que o relatório fornecido pelo SAMU-Contagem na ocasião da visita não tenha considerado a triagem no tempo de atendimento, o sistema permite que seja gerado outros tipos de relatórios. Destarte, segue o relatório conforme os parâmetros considerados adequados pela Equipe de Auditoria:”

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##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Os agentes envolvidos na prestação de serviço de urgência e emergência através do SAMU devem ter como objetivo a resposta à demanda no menor tempo possível, por isso devem considerar o tempo de triagem no indicador “tempo de espera” do paciente. O gestor demonstrou que o sistema que utiliza é capaz de apresentar relatórios que fornecem essa informação. Por isso, ele deve usá-los para o gerenciamento do programa e tomada de medidas corretivas. No relatório apresentado, considerando os parâmetros recomendados, de 38 casos registrados, pelo menos 09, numa primeira análise, mostram um tempo de espera elevado. Em quatro deles o despacho da Unidade Móvel levou acima de 01 hora para ocorrer, chegando até a 02:39hs em um deles. Este tipo de ocorrência pode revelar a necessidade de ações gerenciais corretivas nessa etapa de triagem. ##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, conclui-se que a aplicação dos recursos federais recebidos não está devidamente adequada à totalidade dos normativos referentes ao objeto fiscalizado, na medida em que há: - Desvio de finalidade na aplicação de recursos federais, no montante de R$ 81.213,32;

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- Utilização de recursos da contrapartida estadual em despesas que não se relacionam à execução do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192, no valor total de R$ 278.610,24; - permanência de duas motolâncias recebidas do Ministério da Saúde, sem qualquer utilização no SAMU 192 do município. Além dessas irregularidades, foi constatado também que as bases descentralizadas do SAMU não possuem padronização visual de identificação; a maioria das ambulâncias não fica em estacionamento coberto; e em todos os locais não havia identificação de área de entrada e saída de veículo de emergência, por meio de sinalizador luminoso. Vale destacar, também, que o município não possui classificação orçamentária própria do Programa SAMU o que dificulta sua gestão e controle uma vez que os recursos financeiros são recebidos e movimentados na conta bancária relativa ao Bloco de Média e Alta Complexidade – BlMac.

__________________________________ Chefe da Controladoria Regional da União no Estado de Minas Gerais