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SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E DIRECIONAMENTO DE FLUXO NA ATENÇÃO BÁSICA RIBEIRÃO PRETO SP 2019

SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE … · do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ ± AB). Diante desse panorama, partimos da busca de conhecimento técnico

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  • SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

    DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS

    PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E

    DIRECIONAMENTO DE FLUXO NA ATENÇÃO BÁSICA

    RIBEIRÃO PRETO – SP 2019

  • SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE

    Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas

    PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E

    DIRECIONAMENTO DE FLUXO NA ATENÇÃO BÁSICA

    Protocolo destinado ao atendimento e direcionamento da demanda espontânea, documento norteador a ser seguido pelas unidades de saúde que compõem a rede de Atenção Básica do município de Ribeirão Preto do Estado de São Paulo.

    2ª Versão

    RIBEIRÃO PRETO – SP

    2019

  • © 2019 Secretaria Municipal da Saúde

    Todos os direitos reservados são permitidos a reprodução parcial ou total desta

    obra, desde que citada à fonte e que não tenha nenhum fim comercial. Venda

    proibida. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é

    restrita a equipe técnica designada pelo Gabinete do Secretário da Saúde e

    Departamento de Atenção a Saúde das Pessoas. O documento poderá ser

    acessado na integra pelo site da Prefeitura Municipal da Saúde no link:

    Administração Municipal/Saúde/Protocolos/Atenção Básica/Protocolo de

    Acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na Atenção Básica.

  • Elaboração, distribuição e informações: Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

    Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas (DASP).

    Gestão 2017-2020:

    Dr. Sandro Scarpelini – Secretário Municipal da Saúde

    Enfª. Jane Aparecida Cristina – Assistente do secretário

    Dra. Suraia Zaki Sammour Vigarani – Diretora DASP

    Autoria/Elaboração 2ª versão:

    Ms. Jane Aparecida Cristina – Enfermeira – Assistente do Secretário.

    Ms. Maria Alice de Freitas Colli Oliveira – Enfermeira – Coordenadora do Núcleo de

    Educação Permanente (NEP).

    Esp. Teresa Cristina Lima Baptista Donha – Dentista – Departamento de Atenção

    Básica (DAB).

    Dra. Maria de Fátima Paiva Brito – Enfermeira – Divisão de enfermagem.

    Esp. Karina Domingues de Freitas – Enfermeira – Chefe da Divisão de enfermagem.

    Dra. Lauren Suemi Kawata – Enfermeira – Divisão de Enfermagem.

    Ms. Patrícia Lázara Serafim Campos Diegues – Enfermeira – Programa de

    Assistência Integral à Saúde da Mulher.

    Revisão:

    Programas de Saúde do Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas

    Autoria/Elaboração 1ª versão:

    Maria Alice de Freitas Colli Oliveira – Coordenadora do Núcleo de Educação

    Permanente – NEP/DASP-SMS.

    Rute Aparecida Casas Garcia – Coordenadora do Distrito Oeste/DASP-SMS.

    Elisângela Aparecida de Almeida Puga – Coordenadora do Distrito Norte/DASP-

    SMS.

    Teresa Cristina Lima Baptista Donha – Coordenadora do Distrito Central/DASP-

    SMS

    Maria de Lourdes Vilela de Faria – Coordenadora do Distrito Leste/DASP-SMS.

  • Eder Shindi Waki – Coordenador do Distrito Sul/DASP-SMS.

    Miriam da Silva Carvalho – Chefe da Divisão das Unidades de Saúde/ DASP-SMS.

    Jane Aparecida Cristina – Enfermeira - SAMU-NEP/DASP-SMS.

    Regilene Molina Zacareli Cyrillo – Enfermeira - SAMU – NEP/DASP-SMS.

    Patrícia Lázara Serafim Campos Diegues – Enfermeira – Estratégia Saúde da

    Família – NEP/DASP-SMS.

    Ilka Barbosa Pegoraro – Diretora Departamento Atenção a Saúde das Pessoas

    (DASP)

    FICHA CATALOGRÁFICA

    Ribeirão Preto. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde. Departamento de Atenção a Saúde das Pessoas. Protocolo: Acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na atenção básica / Secretaria Municipal da Saúde. Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas. Ribeirão Preto: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2019. 44p.

    Vários autores

    1. Acolhimento. 2. Demanda espontânea. 3. Atenção Básica. I.

    Título. II.Título: acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na atenção básica.

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10

    1.1 ATENÇÃO BÁSICA ...................................................................................... 12

    1.2 ACOLHIMENTO ........................................................................................... 13

    1.3 ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA .. 14

    1.4 RISCOS E VULNERABILIDADES ................................................................ 15

    1.5 QUEIXAS/SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA ............................................. 18

    2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 19

    2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 19

    2.1.1 Objetivos específicos .................................................................................... 19

    3 RESULTADOS .................................................................................................... 20

    3.1 RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................ 20

    3.2 RESULTADO ESPERADOS......................................................................... 20

    4 INDICADORES ................................................................................................... 22

    5 ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA

    ESPONTÂNEA ......................................................................................................... 23

    5.1 ATENÇÃO PROGRAMADA .......................................................................... 23

    5.2 ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA ..................................................... 23

    5.3 ORGANIZAÇÃO DO FLUXO DA DEMANDA ESPONTÂNEA ...................... 25

    5.4 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE NA ORGANIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO DA

    DEMANDA ESPONTÂNEA ....................................................................................... 27

    CONSIDERAÇÕES ................................................................................................... 34

    REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

    APÊNDICE A ............................................................................................................ 39

    APÊNDICE B ............................................................................................................ 40

    APÊNDICE C ............................................................................................................ 41

    APÊNDICE E ............................................................................................................ 43

    APÊNDICE F ........................................................................................................... 474

  • LISTA DE FLUXOGRAMA

    Fluxograma 1. Fluxo do acolhimento da demanda espontânea e direcionamento na Atenção Básica, Ribeirão Preto, São Paulo, 2019. .............. 26

  • APRESENTAÇÃO

    O município de Ribeirão Preto vem há anos trabalhando com o

    acolhimento da demanda espontânea na atenção básica, culminando em 2015

    com a implantação do Protocolo do Acolhimento da Demanda Espontânea nas

    unidades de saúde da Atenção Básica de sua rede assistencial.

    Até 2015, a realidade da rede municipal era a diversidade na maneira de

    conduzir a demanda espontânea, onde cada unidade realizava o acolhimento

    da maneira possível com suas possibilidades para suprir as necessidades dos

    usuários.

    A necessidade de reorganizar o atendimento da demanda espontânea

    era apontada pela gestão, pelos profissionais e pelos usuários, observávamos

    principalmente o apontamento vindo dos participantes do Programa de Melhoria

    do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ – AB).

    Diante desse panorama, partimos da busca de conhecimento técnico e

    da realização de diagnósticos situacionais das unidades de saúde do município

    para melhor entender as partes teóricas e práticas acerca do tema.

    Fizemos buscas na literatura sobre o acolhimento da demanda

    espontânea na atenção básica, foram encontradas várias recomendações para

    o acolhimento com classificação de risco voltado ao pronto atendimento. Havia

    poucas evidências bibliográficas frente à atenção básica. Participamos também

    de oficinas que abordavam esse tema junto à Secretaria Estadual de Saúde. O

    diagnóstico situacional de cada unidade de saúde buscava entender como cada

    uma delas lidava com a demanda espontânea bem como identificar quais eram

    as demandas mais frequentes.

    Em reuniões com os grupos de PMAQ – AB, foi desenvolvido o quadro

    de estratificação de sinais de alerta e junto à equipe do Programa DCNT

    (Doenças Crônicas Não Transmissíveis) foi construído o quadro de sinais vitais,

    assim como o fluxograma que exemplifica como é o caminhar do usuário na

    unidade de acordo com as diretrizes do protocolo.

    Além disso, foi criado um instrumento norteador para coleta e registro

    dos dados relatados pelos usuários na ação do acolhimento. Com todas essas

  • informações reunidas, elaboramos uma proposta para o acolhimento da

    demanda espontânea baseado em queixas/sintomas, sinais de alerta e

    vulnerabilidades e apresentamos o projeto ao Conselho Regional de

    Enfermagem - RP para conhecimento, avaliação e aprovação e assim

    iniciarmos a fase de validação junto às equipes de Atenção Básica.

    Para o processo de validação foram identificadas duas unidades de

    saúde por distrito, com características diferentes, onde fizemos oficinas locais

    com toda a equipe multidisciplinar que compõem as respectivas unidades. Após

    a validação, publicamos o protocolo em nosso site com a aprovação previa do

    grupo gestor da SMS, CMS, dentre outros.

    A partir de então, foi implantado em todas as unidades de saúde do

    município, com a realização de oficinas para capacitação das equipes in loco e

    monitoramento da aplicabilidade.

    As queixas referidas e os sinais de alerta levantados durante a vigência

    do protocolo de acolhimento, possibilitaram aos profissionais e gestores das

    equipes locais uma apropriação das reais necessidades da população para

    posterior planejamento de ações, para uma tomada de decisão objetiva.

    Hoje, após quatro anos de sua implantação, faz-se necessária a revisão

    e atualização deste protocolo e seus instrumentos norteadores a fim de

    contemplar as particularidades dos programas afins do Departamento de

    Atenção a Saúde das pessoas (DASP), realçando um olhar diferente para o

    acolhimento da atenção básica em relação ao pronto atendimento da urgência e

    emergência.

    Trazendo também modificações quanto à escala de referência do

    acolhimento e buscando superar as dificuldades de agenda de profissionais, na

    ambiência, na rotatividade profissional e no envolvimento de toda a equipe de

    saúde, que foram identificadas após a implementação da primeira versão do

    protocolo.

    Mais uma vez, utilizamos a metodologia de construção coletiva,

    buscando aprimorar o protocolo atendendo as necessidades ainda sentidas em

    nossa rede de saúde municipal.

  • 10

    1 INTRODUÇÃO

    A Integralidade da assistência de saúde e a capacidade de resolução dos

    serviços em todos os níveis de assistência fazem parte dos Princípios e Diretrizes do

    Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1990). Assim também como a Universalidade,

    que garante o acesso do indivíduo em todos os serviços públicos de saúde, prevendo a

    saúde como cidadania e dever das 3 (três) esferas do governo; e a Equidade que

    determina que “todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas

    necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para todos” (BRASIL, 1990).

    No que diz respeito à organização do SUS, a Resolubilidade exige que o serviço

    de saúde esteja capacitado para resolver problemas de impacto coletivo sobre a saúde

    quando um cidadão buscar por atendimento, resolvendo tal problema até o limite da

    competência deste serviço (BRASIL, 1990).

    A rede municipal de saúde de Ribeirão Preto atualmente conta com 61 (sessenta

    e uma) unidades de saúde, entre: Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS); Unidade

    Básica de Saúde (UBS); Unidade de Saúde da Família (USF); Unidade de Pronto

    Atendimento (UPA) e Unidades Especializadas. Apesar deste quantitativo e toda a

    oferta de serviços nelas disponibilizados, nem sempre é possível garantir o acesso com

    eficácia e atender as necessidades dos usuários.

    Faz-se necessário, à adoção de novas práticas que incluem desenvolver

    habilidades, capacidades e competências gerenciais, técnicas de relacionamento,

    exigindo ampla mobilização dos profissionais de saúde, dos gestores e da sociedade

    civil para viabilizar o acesso com equidade e humanização (BRASIL, 2013),

    considerando os princípios e diretrizes do SUS citados anteriormente para nortear tais

    práticas.

    A Política Nacional de Humanização (PNH) busca mudanças nos modos de gerir

    e cuidar através do uso da prática dos princípios do SUS como ferramenta para ser

    usada diariamente nos serviços de saúde (BRASIL, 2015). Uma de suas diretrizes é o

    Acolhimento.

    Segundo a PNH, acolher é “reconhecer o que o outro traz como legítima e

    singular necessidade de saúde”, devendo o acolhimento “comparecer e sustentar a

  • 11

    relação entre equipes/serviços e usuários/ populações”, tendo como objetivo “a

    construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços,

    trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva” (BRASIL, 2015).

    De acordo com as Diretrizes específicas da PNH, no que diz respeito à atenção

    básica, é importante estabelecer as formas de acolhimento e inclusão do usuário que

    possam promover à otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de riscos

    e o acesso aos demais níveis do sistema efetivados (BRASIL, 2012).

    A escuta qualificada realizada pelos trabalhadores amplia a efetividade das

    práticas de saúde é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias

    adequadas às suas necessidades (BRASIL, 2015).

    Entendemos que as unidades de saúde, anterior à implantação do protocolo,

    atendiam a sua demanda espontânea de forma subjetiva e desordenada (cada qual da

    sua maneira), todos atuando conforme suas realidades e características, atendendo da

    melhor forma possível aqueles que procuravam pelos serviços prestados pelas

    unidades.

    É percebido que com a implantação do protocolo em nosso município, houve

    uma melhora na organização do fluxo atendido à demanda espontânea na Atenção

    Básica, propiciando melhor acesso à comunidade e maior segurança na conduta

    profissional.

    Devido a isso, observamos a necessidade de atualizar a sistematização das

    ações de acolhimento da demanda espontânea na Atenção Básica da rede municipal

    de saúde, visto que, a primeira versão do protocolo, nesse momento, encontra-se

    desatualizada para as necessidades atuais, justificando a dinâmica do mesmo. Essas

    ações serão pautadas na construção coletiva a favor do acolhimento.

    Desta forma, partimos do pressuposto que o acolhimento da demanda

    espontânea reorganiza o processo de trabalho, otimizando a oferta de serviços,

    desviando o foco medicocêntrico, compartilhando a responsabilização do cuidado para

    toda a equipe e proporcionando melhor conhecimento a quem é assistido e quais suas

    reais necessidades (DIEGUES, SANTIESTEBAN, PEGORARO, 2014).

    A atualização deste protocolo institucional nos condiciona a premissa de que a

    prática do acolhimento deve ser vivenciada por toda equipe de saúde e ofertada a todos

    os usuários que procuram unidades de Atenção Básica em demanda espontânea,

  • 12

    sendo um dispositivo capaz de acolher o usuário e garantir um melhor acesso aos

    serviços de saúde, de maneira humanizada, organizada e possibilitando maior vínculo

    entre profissionais, usuários e equipe.

    1.1 ATENÇÃO BÁSICA

    O Ministério da Saúde, em sua portaria Nº 2.436 caracteriza atenção básica

    como sendo “um conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que

    envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,

    redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de

    práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe

    multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes

    assumem responsabilidade sanitária” (BRASIL, 2017).

    A Atenção Básica é a principal e preferencial porta de entrada do sistema e é

    composta por equipes multidisciplinares que oferecem cobertura para toda a população,

    integrando, coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de saúde das

    pessoas de acordo com seus respectivos territórios (BRASIL, 2017).

    Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) a Atenção Básica ocupa posição de

    prioridade do Ministério da Saúde e do Governo Federal. O acesso ao acolhimento

    juntamente da efetividade e resolutividade das suas práticas estão entre os desafios

    atuais da atenção básica (BRASIL, 2012).

    A unidade de saúde deve acolher todas as pessoas do seu território de

    referência, de modo universal e sem diferenciações excludentes, procurando sempre

    facilitar o acesso. A acessibilidade possibilita que as pessoas cheguem aos serviços, e

    o acesso permite o uso oportuno dos serviços para alcançar os melhores resultados

    possíveis (STARFIELD, 2004). Acesso diz respeito à capacidade do serviço em

    responder às necessidades de saúde da população (residente e itinerante), que devem

    ser o principal referencial para a definição do escopo de ações e serviços a serem

    ofertados (BRASIL, 2017).

    A diferenciação entre triagem e acolhimento é importante para que essas duas

    ideias não sejam confundidas. A triagem realizada em uma unidade de saúde não tem

    o compromisso de resolver, apenas selecionar, diferentemente do acolhimento que não

  • 13

    faz seleção, tendo o compromisso da resolutividade, trabalhando com a lógica, sendo a

    porta aberta para a escuta individual (MERHY1997; SILVA; BARROS; TORRES, 2012).

    1.2 ACOLHIMENTO

    O acolhimento à demanda espontânea e o atendimento às urgências em uma

    unidade básica de saúde diferencia-se do atendimento em uma unidade de pronto-

    socorro ou pronto atendimento, devido ao trabalho em equipe da Atenção Básica, ao

    conhecimento prévio da população e ao registro em prontuário anterior à queixa aguda,

    possibilitando o retorno com a mesma equipe de saúde, o acompanhamento do quadro

    e o estabelecimento de vínculo, o que caracteriza a continuidade do cuidado, e não

    somente um atendimento pontual (MENEZES et al., 2014; BRASIL, 2012; LOPES,

    2011).

    O acolhimento é avaliado como estratégia para mudar o processo de trabalho em

    saúde. Através do ato de escuta, considerado como um momento de construção, o

    trabalhador utiliza seu saber para a construção de respostas às necessidades dos

    usuários, e pressupõe o envolvimento de toda a equipe que, por sua vez, deve assumir

    postura capaz de acolher, de escutar e de dar resposta mais adequada a cada usuário,

    responsabilizando-se e criando vínculos (TESSER, NETO, CAMPOS, 2010; FRANCO

    et al., 1999).

    O acolhimento propõe inverter a lógica de organização e o funcionamento do

    serviço de saúde, partindo dos seguintes princípios: atender a todas as pessoas que

    buscam os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal; reorganizar o

    processo de trabalho, deslocando seu eixo central do médico para uma equipe

    multiprofissional e qualificar a relação trabalhador usuário a partir de parâmetros

    humanitários de solidariedade e de cidadania (SOUZA, et. al., 2010; FRANCO; MERHY,

    1999).

    O acolhimento propõe a reorganização dos serviços de saúde e das relações

    entre trabalhadores e usuários com base na escuta qualificada, responsabilização

    mútua, compromisso com a resolutividade e o trabalho multiprofissional e

    interdisciplinar. Um acolhimento deve ser humanizado de modo que responda a

  • 14

    necessidade dos usuários e que garanta acesso qualificado a uma população

    (PAULINO, 2014; FRANCO; FRANCO, 2012; GOMES; PINHEIRO, 2005).

    Faz-se necessário, portanto, a adoção de novas práticas, com o

    desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências gerenciais, técnicas e de

    relacionamento, exigindo ampla mobilização dos profissionais de saúde, dos gestores e

    da sociedade civil para viabilizar o acesso, com equidade e humanização (BRASIL,

    2012).

    Para a inovação assistencial as unidades devem utilizar como dispositivo na sua

    estruturação o acolhimento dos usuários, que buscam atendimento na rede de saúde

    do município, seja de forma programada ou por demanda espontânea.

    1.3 ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA

    O cuidado à demanda espontânea na Atenção Básica deve ser baseado nos

    princípios do acolhimento e da escuta qualificada à população, aliado à gestão local

    reflexiva e às boas práticas de atenção, de forma a garantir um atendimento

    humanizado, resolutivo e que propicie a criação de vínculo entre as equipes de atenção

    básica e as pessoas, legitimando este ponto como a porta de entrada prioritária e

    preferencial para as redes de atenção à saúde do SUS (BRASIL, 2012).

    Chama-se de demanda espontânea aquela que comparece a unidade

    inesperadamente, seja para problemas agudos ou por motivos que o próprio usuário

    julgue como necessidade de saúde. E ela deve ser acolhida na atenção básica por que:

    1) o usuário apresenta queixas que devem ser acolhidas e problematizadas junto ao

    profissional, 2) a atenção básica consegue absorver e ser resolutiva em grande parte

    dos problemas de saúde, 3) para criação e fortalecimento de vínculos e 4) cria-se

    oportunidade para invenção de novas estratégias de cuidado e de reorganização do

    serviço (BRASIL, 2010).

    A Demanda Espontânea representa uma necessidade momentânea do usuário.

    Pode ser uma informação, um agendamento de consulta, uma urgência ou uma

    emergência (INOJOSA, 2005).

    Uma preocupação constante no acolhimento à demanda espontânea é o acesso

    com equidade. A equidade, como um princípio de justiça, baseia-se na premissa de que

  • 15

    é preciso tratar diferentemente os desiguais (diferenciação positiva) ou cada um de

    acordo com a sua necessidade. Uma estratégia proposta para garantia de acesso com

    equidade é a adoção do levantamento de três componentes importantes: queixa

    referida; vulnerabilidade e sinais de alerta. Vista que, após analise destes há subsídios

    para a tomada de decisão mediante as particularidades das necessidades

    apresentadas pelo usuário (BRASIL, 2012).

    Adotar o acolhimento como diretriz demanda grandes transformações no

    atendimento nas unidades. É um conjunto de ações integradas envolvendo todos os

    atores sociais presentes na unidade, pois não depende só do empenho de um, mas de

    todos os envolvidos no ato de cuidar (ANDRADE, FRANCO, FERREIRA, 2007).

    1.4 RISCOS E VULNERABILIDADES

    As informações relacionadas ao risco usadas isoladamente visam orientar a

    oferta do cuidado e quando associadas ao levantamento das vulnerabilidades propiciam

    o direcionamento assistencial a ser adotado pelo profissional. As vulnerabilidades

    muitas vezes não são verbalizadas e a identificação necessitará de percepção na

    escuta qualificada dos profissionais de saúde e/ ou conhecimento prévio acerca desta.

    Na Atenção Básica, diferentemente de um serviço de Pronto atendimento, não é

    necessário adotar limites rígidos de tempo para atendimento após a primeira escuta, a

    não ser em situações que demandam intervenção imediata dos profissionais (BRASIL,

    2012).

    É importante um olhar para além do risco biológico, sendo essencial lembrar que

    há algumas condições que aumentam a vulnerabilidade das pessoas, e que o

    acolhimento representa grande oportunidade de incluí-las, em planos de cuidado, pois é

    um momento em que o usuário está buscando ajuda e, em geral, está mais aberto e

    com a intenção de criar algum diálogo com a equipe de saúde.

    A natureza da Atenção Básica – na qual os princípios de vinculação,

    longitudinalidade, responsabilização, clínica ampliada e gestão do cuidado são

    fundamentais – exige, de forma bastante evidente, a combinação do olhar sobre riscos

    biológicos e sobre vulnerabilidades. Destacamos algumas questões concretas que

  • 16

    diferenciam o acolhimento da Atenção Básica dos protocolos de acolhimento com

    classificação de risco: a presença de condições geradoras de grande vulnerabilidade

    (riscos sociais, epidemiológicos, individuais e programáticos) pode requerer ações da

    equipe no mesmo dia, agendamento para data próxima ou construção de projeto

    terapêutico singular em curto prazo, mesmo com risco biológico baixo (BRASIL, 2012).

    Os conceitos de vulnerabilidade e risco embora tenham uma estreita relação,

    apresentam diferenças. Enquanto risco possui caráter analítico, evidenciado através

    dos estudos epidemiológicos tradicionais, que buscam produzir um conhecimento

    objetivo, isolando o fenômeno e utilizando instrumentos para identificar associações

    entre eventos patológicos ou não, a vulnerabilidade apresenta um caráter mais

    sintético, levando em conta os elementos abstratos e subjetivos associados aos

    processos de adoecimento (AYRES, et. al., 2006).

    As situações de risco, vulnerabilidade e incapacidade permeiam o cotidiano das

    pessoas e dos profissionais e alcança hoje praticamente todas as dimensões da vida.

    Nos estudos de epidemiologia o conceito de risco se incorpora a uma descrição mais

    ampla e conecta-se à ideia de identificação de pessoas e de características que as

    colocam sob maior ou menor risco de exposição a eventos de saúde, com

    comprometimento de ordem física, psicológica e/ou social. Integra desta forma, a

    probabilidade e as chances de grupos populacionais de adoecerem e morrerem por

    algum agravo de saúde (AYRES et al, 2006).

    A vulnerabilidade procura estabelecer suscetibilidade de cada indivíduo ou grupo

    a esse agravo, em um determinado conjunto de condições intervenientes (AYRES,

    2002). Refere-se aos diferentes graus e naturezas de suscetibilidades, que expõem

    indivíduos e coletividades ao adoecimento, considerando as particularidades de cada

    situação, dentro de um conjunto de aspectos individuais, sociais e programáticos,

    situando as pessoas frente à relação com o problema e com os recursos para enfrentar

    esse problema (GIROND et. al., 2010; JUNGES, s/d).

    Atualmente, o conceito de vulnerabilidade é entendido como algo dinâmico,

    multidimensional, polissêmico, transdisciplinar e qualitativo, amplamente utilizado em

    diferentes áreas do conhecimento. Abrange os diferentes níveis de complexidade,

    podendo favorecer abordagens integradas e contribuir para ampliar o diálogo entre

    diferentes profissionais (PORTO, 2007).

  • 17

    A exposição a agravos de saúde resulta de aspectos individuais e de contextos

    ou condições coletivas que produzem maior suscetibilidade aos agravos e morte e,

    simultaneamente, à possibilidade e aos recursos para o seu enfrentamento. O processo

    saúde-doença considera que o risco indica probabilidades e a vulnerabilidade é um

    indicador da iniquidade e da desigualdade social. A vulnerabilidade antecede ao risco e

    determina os diferentes riscos de se infectar, adoecer e morrer (AYRES, 1997).

    No conceito de vulnerabilidade está implícito o caráter multidisciplinar, sendo

    fundamental, quando se trata de problemas e de necessidades de saúde, diferenciando

    das ações as tarefas pontuais, de caráter emergencial, que não modificam a estrutura

    da teia de causalidade (MUÑOZ-SÁNCHES, BERTOLOZZI, 2007).

    A compreensão do conceito de vulnerabilidade e de adesão às práticas de

    intervenção se torna um importante instrumento para os profissionais da saúde, pois

    possibilita inovações na atenção à saúde, ao apresentar indicadores/marcadores que

    contemplam o processo saúde doença em sua dimensão integral e, portanto, permitem

    o atendimento às necessidades de saúde, que não se limitam àquelas de ordem física,

    clínica e biológica (BERTOLOZZI et. al., 2009).

    A epidemiologia, tradicionalmente, tem tratado o risco como núcleo central de

    seus estudos, buscando identificar nas pessoas, características que as colocam em

    maior ou menor risco de exposição, com comprometimento de ordem física, psicológica

    e/ou social. No termo risco, calcula-se a probabilidade e as chances maiores ou

    menores de grupos populacionais de adoecer ou morrer por algum agravo de saúde

    (AYRES, 1997). Nos dias de hoje, entretanto, pode-se considerar que o conceito de

    risco alcança, praticamente, todas as dimensões da vida e passa a ter uma conotação

    moral como um exercício de opção entre uma forma de vida e outra, como processo

    dinâmico do viver humano (AYRES, 2006).

    A vulnerabilidade pode ser compreendida como um conjunto de fatores que

    podem aumentar ou diminuir o risco a que estamos expostos em todas as situações de

    nossa vida, mas também como a forma de avaliar as chances que cada pessoa tem de

    contrair doenças, inclusive as infecciosas. Essas chances variam e são dependentes

    tanto de fatores biológicos como sociais e culturais, envolvendo, portanto, aqueles do

    ambiente de trabalho, assim como aos relacionados aos profissionais. No campo da

    saúde a vulnerabilidade também é compreendida como falta ou não condição de

  • 18

    acesso a bens materiais e bens de serviço que possam suprir aquilo que pode tornar o

    indivíduo vulnerável (JUNGES, 2007).

    1.5 QUEIXAS/SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA

    De modo geral, sintoma é considerado sinônimo de indício e queixa, ou seja,

    existência de algo diferente do fisiológico. Sinal corresponde a um dado objetivo (é o

    que o profissional de saúde identifica por meio de observação ou mensuração),

    verificável, como pintas vermelhas espalhadas pelo corpo. Queixa/Sintoma é

    considerado como um dado subjetivado (o que o usuário traz), pois dependem da

    verbalização do paciente, como relato de dor, coração acelerado (batedeira) e enjoo etc

    (SILVA; RUDGE, 2017)

  • 19

    OBJETIVOS

    1.6 OBJETIVO GERAL

    Revisar e atualizar o protocolo de acolhimento da demanda espontânea na

    Atenção Básica do município de Ribeirão Preto – SP.

    2.1.1 Objetivos específicos

    - Rever o protocolo através do coletivo de profissionais adequando as

    necessidades da população, da oferta da rede municipal contemplando as

    particularidades dos programas de saúde do DASP;

    - Organizar o atendimento da demanda espontânea por meio do

    levantamento de queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades;

    - Elencar as necessidades e agravos de saúde com base nas

    queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades, direcionando o fluxo

    com a utilização dos quadros norteadores;

    - Organizar as agendas dos profissionais de maneira a garantir o acesso da

    demanda programada e demanda espontânea;

    - Garantir o acolhimento da demanda espontânea de forma multidisciplinar;

    - Estabelecer as atribuições de cada membro da equipe multidisciplinar

    frente ao protocolo;

    - Divulgar as diretrizes descritas no protocolo para todos os profissionais da

    Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto;

    - Capacitar os profissionais no atendimento à demanda espontânea;

    - Ampliar o acesso dos usuários aos serviços de saúde municipais;

    - Avaliar e monitorar o processo de acolhimento na rede.

  • 20

    3 RESULTADOS

    3.1 RESULTADOS OBTIDOS

    Desde a implantação da primeira versão do protocolo pode-se observar:

    - Organização do fluxo de demanda espontânea com melhora da resposta

    para os problemas identificados;

    - Sistematização do processo de trabalho;

    - Melhora da escuta qualificada ao usuário;

    - Inovação na pratica de cuidados e intervenções terapêuticas;

    - Atuação dos profissionais com fundamentação técnica promovendo

    segurança no exercício da função.

    3.2 RESULTADO ESPERADOS

    Com a atualização deste protocolo esperamos:

    - Utilização do protocolo pelos profissionais adequando as necessidades da

    população e da oferta da rede municipal;

    - Organização do atendimento da demanda espontânea;

    - Organização das agendas dos profissionais garantindo o acesso da

    demanda espontânea conforme protocolo;

    - Realização do acolhimento da demanda espontânea de forma

    multidisciplinar;

    - Conhecimento das atribuições por cada membro da equipe multidisciplinar

    de acordo com o protocolo;

    - Conhecimento das diretrizes do protocolo por todos os profissionais da

    Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto;

    - Capacitação dos profissionais para o atendimento à demanda espontânea;

    - Ampliação do acesso dos usuários aos serviços de saúde municipais;

    - Avaliação e monitoramento do processo de acolhimento na rede através

    de indicadores como: perfil da demanda espontânea de cada unidade,

  • 21

    número de usuários atendidos na demanda espontânea em cada Unidade

    e seus direcionamentos.

  • 22

    4 INDICADORES

    Propõem-se que sejam avaliados, entre outros, os seguintes indicadores:

    - Percentual de usuários segundo direcionamento baseados na relevância

    (destaque): azul, verde, amarelo e vermelho;

    - Percentual de usuários segundo direcionamento e categorias de

    profissionais (médicos, enfermeiros, outros profissionais de nível superior

    e profissionais de nível médio);

    - Número de direcionamentos para outras Unidades Básicas de Saúde

    (UBS);

    - Número de direcionamentos para Unidades Básica Distrital de Saúde

    (UBDS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com uso de transporte

    municipal (USB, USA e VAN);

    - Número de direcionamentos para Unidades Básica Distrital de Saúde

    (UBDS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com uso de transporte

    próprio;

    - Proporção de atendimentos gerais da demanda espontânea por

    profissionais de nível superior.

  • 23

    5 ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA

    ESPONTÂNEA

    O acolhimento na Atenção Básica é iniciado no processo de territorialização,

    identificando os usuários e os seus problemas de saúde, além do reconhecimento da

    área adscrita à unidade de saúde, valendo-se das diretrizes estabelecidas pelo

    Ministério da Saúde que propõe o dimensionamento dos serviços e a organização dos

    processos de trabalho das equipes de Atenção Básica (BRASIL, 2012; 2011).

    Para organizar as formas de acesso do usuário à rede municipal de Atenção

    Básica no município de Ribeirão Preto, propõe-se didaticamente: Atenção Programada

    e Atenção da Demanda Espontânea (COSTA, 2010).

    5.1 ATENÇÃO PROGRAMADA

    Entende-se por atenção programada aquela que presta atendimento aos

    usuários que têm consultas, retornos, vacinas, curativos, exames, entre outros,

    previamente agendados (BRASIL, 2012).

    Na atenção programada, os usuários deverão ser encaminhados aos setores

    correspondentes para proceder ao atendimento. As unidades de saúde por sua vez

    precisarão estimular a adscrição da clientela em relação à equipe, seja da Estratégia de

    Saúde da Família (ESF) ou Unidade Básica de Saúde (UBS) para que o usuário seja

    preferencialmente avaliado por profissional que melhor atenda suas necessidades de

    saúde vinculada a sua área de moradia (o mais próximo da sua residência).

    5.2 ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA

    A atenção à demanda espontânea é entendida como o atendimento que ocorre

    no horário de funcionamento da unidade de saúde, caracterizada por situações que

    demandam intervenções imediatistas ou não, fatos que poderão ocorrer a qualquer

    instante. Conforme sua necessidade, todo e qualquer usuário deverá receber o

    atendimento inicial por qualquer unidade de saúde e posterior a intervenção ser

    direcionado para sua unidade referência (BRASIL, 2012).

  • 24

    O principal objetivo do acolhimento na atenção à demanda espontânea é o

    levantamento de eventos agudos, crônicos agudizados e não agudos que exijam

    intervenções pautadas nas necessidades dos usuários que propiciem o seu

    direcionamento assistencial (CASTRO, 2006).

    Neste contexto, as situações que não demandam atendimento imediatista da

    equipe deverão ter garantido o acolhimento (escuta inicial) para levantamento de

    informações baseado nas queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades

    avaliados por um profissional da equipe de saúde, que se norteará pelo protocolo para

    o direcionamento de cada caso.

    Para o município de Ribeirão Preto, o usuário que buscar atendimento na

    unidade de saúde de maneira espontânea incialmente passará por atendimento com

    profissional da equipe de enfermagem (auxiliar ou técnico de enfermagem escalado

    para o acolhimento) e este deverá proceder o levantamento de informações utilizando

    os seguintes instrumentos norteadores:

    - Instrumento de acolhimento da demanda espontânea Diegues & Cristina

    (APENDICE A) em formato digital disponível no Hygia web ou impresso

    (caso sistema inoperante com posterior digitalização);

    - Quadro de sinais vitais, glicemia, saturação de O2 e Dor (APÊNDICE B);

    - Quadro de queixas/sintomas (APÊNDICE C);

    - Quadro dos sinais de alerta (APÊNDICE D);

    - Quadro de vulnerabilidades (APÊNDICE E).

    Os instrumentos foram construídos com a finalidade de favorecer o

    direcionamento do fluxo na prática do acolhimento. Desta forma, elencaram-se os

    elementos: sinais vitais, glicemia, saturação de O2 e dor; sinais de alerta;

    vulnerabilidades.

    A partir da utilização dos instrumentos norteadores, o profissional poderá

    direcionar o usuário para:

    - Atendimento programado na rotina, desde que atendidas suas

    necessidades iniciais, garantido a continuidade do tratamento ambulatorial

    com médico, enfermeiro, e outros profissionais de nível superior que

    compor a equipe de saúde;

  • 25

    - Atendimento encaixe em vaga de faltoso ou programado até 7 dias,

    através de consulta com o médico, enfermeiro, e outros profissionais de

    nível superior que compor a equipe de saúde;

    - Atendimento prioritário ou no dia, através de consulta com o médico,

    enfermeiro, e outros profissionais de nível superior que compor a equipe

    de saúde;

    - Atendimento imediato, que exige a participação do médico (generalista,

    clínico, pediatra ou ginecologista) e enfermeiro.

    Ainda o usuário, poderá ficar em regime de observação na unidade, ou ser

    solicitado internação para tratamento hospitalar e até mesmo a transferência para

    tratamento em outro serviço de maior complexidade ou Suporte Avançado de Vida

    (SAV), de acordo com o protocolo vigente, ou seja, regulando o mesmo através do

    sistema TRUE.

    Entretanto as situações que a equipe esteja privada da presença do

    profissional médico, esta poderá dispor de apoio técnico do médico plantonista da

    Central de Regulação Médica de Urgência (fone: 3977-9173 e 3977-9174), para

    melhores orientações e intervenções pautadas na legalidade do exercício profissional,

    com sistema de gravação e garantia das ações realizadas pela tecnologia da

    telemedicina.

    5.3 ORGANIZAÇÃO DO FLUXO DA DEMANDA ESPONTÂNEA

    Para a organização do fluxo da demanda espontânea a unidade de saúde deverá

    considerar a sua característica, que envolve população da área, população atendida,

    serviços ofertados à população, horários de maior procura, disponibilidade de vagas na

    agenda dos profissionais (médico, enfermeiro, e outros profissionais de nível superior

    que compor a equipe de saúde). Nesta observância, o município considera o

    fluxograma 1.

  • 26

    Fluxograma 1. Fluxo do acolhimento da demanda espontânea e direcionamento na Atenção Básica, Ribeirão Preto, São Paulo, 2019.

    Fonte: Autoras

  • 27

    A equipe deverá dispor para organização do fluxo da demanda espontânea, de

    escala funcional diária de profissionais para a prática do acolhimento (escala de auxiliar

    ou técnico de enfermagem). No caso de situações para direcionamento de relevância

    azul, o profissional deverá encaminhar o usuário para agendamento de consulta na

    rotina não podendo utilizar de vagas com a sigla AI, para os casos de relevância

    verde este tem autonomia no encaixe do usuário em vaga de faltoso com os

    profissionais de nível superior ou procedendo ao agendamento de consulta em vaga

    de AI.

    Em situação em que o auxiliar e/ou técnico de enfermagem tiverem dúvidas

    quanto ao direcionamento de relevância vermelho ou amarelo, o enfermeiro e/ou o

    médico deverão ser consultados.

    A unidade deverá ainda dispor de equipe de referência, pactuado junto à

    gerência local, podendo ser semanal, quinzenal ou mensal (conforme acordo

    estabelecido internamente). A agenda desta equipe de referência deverá ser adequada

    de forma a permitir que o profissional consiga executar a pratica do acolhimento sem

    prejuízos para o serviço e sobrecarga de trabalho.

    Caso o auxiliar e/ou técnico de enfermagem identifique alguma queixa/sintomas,

    sinal de alerta, vulnerabilidade que não esteja contemplado nos instrumentos

    norteadores deverá acionar o enfermeiro e/ou médico para avaliação e direcionamento

    conjunto.

    5.4 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE NA ORGANIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO DA

    DEMANDA ESPONTÂNEA

    Comum a todos os profissionais da equipe de saúde

    - Participar no planejamento, coordenar e avaliar as ações de saúde

    prestada a Demanda Espontânea;

    - Analisar a situação da Assistência à Saúde prestada a Demanda

    Espontânea, face aos problemas prevalentes;

  • 28

    - Programar, executar e avaliar o processo de trabalho com base em

    prioridades, objetivos e metas propostas.

    - Avaliar e monitorar as ações do acolhimento à demanda espontânea;

    - Planejar ações que visem otimizar o atendimento da Demanda

    Espontânea e sensibilização da população.

    Recepção/Agente Administrativo

    - Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a

    unidade de saúde em demanda espontânea;

    - Recepcionar e encaminhar todos os usuários em demanda espontânea

    para auxiliar ou técnico de enfermagem escalado no acolhimento;

    - Realizar agendamentos.

    Agente Comunitário de Saúde

    - Divulgar o Protocolo de Acolhimento da Demanda Espontânea e

    Direcionamento de fluxo na Atenção Básica estabelecido na unidade, nas

    visitas domiciliares ou outros espaços de atuação (escolas, grupos,

    reuniões de quarteirão);

    - Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a

    unidade de saúde por meio de demanda espontânea, através de

    orientações acerca do fluxo de acolhimento instituído na unidade e

    direcionamento para o profissional de referência para levantamento de

    informações e direcionamento assistencial adequado.

    Auxiliar/Técnico de Enfermagem

    - Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a

    unidade de saúde por meio de demanda espontânea;

  • 29

    - Realizar a escuta qualificada utilizando os instrumentos norteadores de

    acordo com o protocolo municipal para direcionamento do fluxo de

    atendimento;

    - Registrar as informações no sistema informatizado e inserir na fila de

    atendimento do profissional de saúde seguindo os direcionamentos: casos

    de relevância vermelha e amarelo (independente de vaga) o médico e

    enfermeiro deverão ser comunicados imediatamente; casos de relevância

    verde, havendo vagas de faltosos, inserir na fila de atendimento do

    profissional que irá proceder ao atendimento sem comunicação previa, na

    ausência desta agendar para até 07 dias;

    - Realizar procedimentos de enfermagem de sua competência;

    - Proceder e auxiliar nas orientações após intervenções propostas para

    continuidade do cuidado.

    Importante: De acordo com o Decreto 94.406/87 – COFEn, artigo 11, II, é

    atribuição do auxiliar de enfermagem “observar, reconhecer e descrever sinais e

    sintomas ao nível de sua qualificação”. Ainda: “O Parecer COREN – SP 003/2019

    descreve que técnicos e auxiliares podem realizar o Acolhimento e Escuta Qualificada

    na Atenção Básica, dando respostas às necessidades dos usuários e direcionando o

    fluxo de atendimento estabelecido em Protocolos Institucionais, entretanto, não tem

    respaldo legal para realizar avaliação clínica e classificação de risco ou estratificação de

    risco, sendo estas atividades privativas do Enfermeiro, no âmbito da equipe de

    Enfermagem”.

    Enfermeiro

    - Coordenar as ações de acolhimento da Demanda Espontânea;

    - Supervisionar as ações dos auxiliar/técnico de enfermagem no

    levantamento de queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades do

    usuário contemplado no protocolo municipal;

    - Participar do processo decisório e direcionamento dos casos de relevância

    vermelha e amarela;

  • 30

    - Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos

    independentemente de vagas dos casos de relevância vermelha;

    - Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos no dia com ou sem

    vaga prevista dos casos de relevância amarela.

    - Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos em vaga de faltoso

    ou programado para um período de 1 a 7 dias, dos casos de relevância

    verde;

    - Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos em agenda de

    rotina para os casos de relevância azul.

    - Participar do processo decisório para tomada de decisão e direcionamento

    assistencial dos casos que não apresentarem suas queixas/sintomas,

    sinais de alerta e vulnerabilidades elencados nos instrumentos

    norteadores.

    Importante: A realização de atendimentos de enfermagem e procedimentos de sua

    competência deve ser realizada respeitando os aspectos legais do exercício profissional

    e em conformidade com os protocolos assistências dos programas de saúde do DASP,

    mediante as necessidades apresentadas pelo usuário como garantia da continuidade

    dos cuidados.

    Médico

    - Colaborar na coordenação das ações de acolhimento da Demanda

    Espontânea;

    - Participar do processo decisório e direcionamento dos casos de relevância

    amarela e vermelha;

    - Realizar atendimento médico independentemente de disponibilidade de

    vagas dos casos de relevância vermelha;

    - Proceder ao atendimento médico independente de sua especialidade nos

    casos de relevância vermelha em situações de ausência do especialista

    da área (clínico pediatra e ginecologista);

  • 31

    - Realizar atendimento médico no dia com ou sem vaga prevista dos casos

    de relevância amarela;

    - Realizar atendimento médico em vaga de faltoso direcionado pelo

    profissional que realizou o acolhimento dos casos de relevância verde,

    - Realizar atendimento médico dos casos de relevância verde cujo

    direcionamento foi programação de consultas para um período de 1 a 7

    dias;

    - Realizar consultas dos usuários em agenda de rotina dos casos de

    relevância azul;

    - Realizar procedimentos de sua competência.

    Gerente

    - Planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e monitorar as ações de saúde,

    bem como os indicadores relacionados ao acolhimento da demanda

    espontânea da unidade preconizados pelo Ministério da Saúde e pelo

    município;

    - Confeccionar, avaliar e monitorar as agendas dos profissionais

    diariamente ou quando necessário, de forma que esta contemple o

    acolhimento da Demanda Espontânea;

    - Proporcionar e participar das reuniões da unidade e/ou grupo gestor;

    - Direcionar de acordo com o protocolo municipal e garantir sua

    aplicabilidade por todos os profissionais.

    Observações importantes:

    - Todos os usuários que procurarem por atendimento sem agendamento

    prévio, será encaminhado para escuta inicial (acolhimento) para que o

    profissional escalado no dia realize a aplicabilidade dos instrumentos

    norteadores baseando-se em: queixas/sintomas, sinais de alerta e

    vulnerabilidade para direcionamento de fluxo mediante a necessidade e

    possibilidades assistenciais que demandam intervenções do médico ou

    enfermeiro, e outros profissionais obedecendo ao protocolo municipal;

  • 32

    - Em situações que caracterizam a necessidade de intervenção imediata o

    enfermeiro e/ou o médico deverão ser acionados imediatamente;

    - O caso de relevância vermelha e amarela deverá ter a participação

    obrigatória do enfermeiro e/ou médico;

    - Todos os profissionais da unidade devem compreender e pactuar o

    processo de trabalho previsto no acolhimento da demanda espontânea e

    direcionamento de fluxo na AB e estarem inseridos nele;

    - As agendas Médicas e de Enfermagem além de vagas para consultas

    programadas, deverão prever vagas para programação de consultas da

    demanda espontânea, a serem pactuadas entre Secretaria Municipal da

    Saúde (SMS) e unidade de saúde (gerência);

    - Os usuários que apresentam suas necessidades de relevância vermelha

    e amarela não deverão ter vagas previstas na agenda, pois caracterizam

    atendimento imediato e prioritário;

    - As faltas nas agendas programadas devem ser otimizadas para

    agendamento de consultas de acolhimento dos casos de relevância

    verde, pois caracterizam atendimento em vaga de faltoso ou em até 07

    dias;

    - O direcionamento do fluxo de atendimento do profissional responsável

    pela escuta inicial deverá tratar o usuário perturbador como relevância

    amarela priorizando seu direcionamento, pois apresenta um perfil

    desagregador que poderá causar prejuízos aos demais usuários e para a

    própria equipe;

    - Nos casos de evasão do usuário que passou pelo acolhimento na qual o

    profissional decidiu seu direcionamento do fluxo ou que não aguardou

    pelo acolhimento, o profissional deverá proceder o chamado por três

    vezes com intervalo de 10 minutos entre as chamadas e anotar no

    prontuário o não comparecimento acrescido da assinatura e carimbo;

    - Os usuários hiperutilizadores (procuram a unidade por repetidas vezes)

    deverão ter a garantia do acolhimento e direcionamento quantas vezes

    comparecerem ao serviço;

  • 33

    - Todo e qualquer tipo de levantamento de queixa/sintoma, sinais de alerta,

    vulnerabilidades podem sofrer alteração, exigindo do profissional o reinicio

    do direcionamento em qualquer tempo oportuno;

    - A quantidade de vagas destinadas para atendimento da demanda

    espontânea e a carga horária destinada para a equipe de referência de

    acolhimento podem variar de acordo com a característica de cada unidade

    e pactuações prévias;

    - As questões referentes ao acolhimento da demanda espontânea e

    direcionamento de fluxo deverão ser pauta constante das reuniões de

    equipe e/ou grupo gestor afim de adequações para o fortalecimento da

    prática.

    Importante: Entende-se por usuários hiperutilizadores aqueles que frequentam a

    unidade de saúde com intervalos pequenos de tempo e sem motivos relevantes

    aparentemente, no entanto torna-se necessário um olhar mais aprofundado sobre esse

    perfil de população e uma abordagem diferenciada no acolhimento (BRASIL, 2012).

  • 34

    CONSIDERAÇÕES

    Considerando que a demanda espontânea é objeto de preocupação para os

    gestores municipais de saúde, a construção de um protocolo de tamanha magnitude

    exigiu a cooperação entre todos os atores envolvidos no cenário da atenção básica

    durante todo o processo, respeitando os critérios estabelecidos pelo Departamento de

    Atenção à Saúde das Pessoas da Secretaria Municipal da Saúde (DASP/SMS).

    Deve-se ressaltar que durante esses quatro anos de efetiva implantação do

    protocolo, a equipe técnica concluiu que o acolhimento de fato é um dispositivo

    estruturante para o processo de trabalho das equipes no que se refere ao

    direcionamento do fluxo, sejam programados ou de demanda espontânea, bem como

    amplia o acesso da população e promove maior segurança aos profissionais

    envolvidos.

    É diretriz da Secretaria Municipal da Saúde a implantação de estratégias para o

    fortalecimento da prática do acolhimento na AB, dentre elas a composição de grupo

    gestor nas unidades de saúde e reuniões de equipe para discussão do processo de

    trabalho.

  • 35

    REFERÊNCIAS ALBINO, R. M.; GROSSEMAN, S.; RIGGENBACH, V. Classificação de risco: uma necessidade inadiável em um serviço de emergência de qualidade. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 36, n. 4, p. 70-75, 2007.

    ANDRADE, C. S.; FRANCO, T. B.; FERREIRA, V. S. C. Acolhimento: uma experiência de pesquisa-ação na mudança do processo de trabalho em saúde. Revista APS, v. 10, n. 2, p. 106-115, 2007.

    AYRES, J. R. C. M. Vulnerabilidade e AIDS: para uma resposta social à epidemia. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo/Programa de DST/AIDS. Bol Epidemiol, v. 15, n. 3, p. 2-4, 1997.

    AYRES, J. R. C. M.; et. al. Vulnerability, Human Rights, and Comprehensive Health Care Needs of Young People Living With HIV/AIDS. Am J Public Health, v. 96, n. 6, p. 1001-1006, 2006.

    AYRES, J. R.C. M. Sobre o risco: para compreender a epidemiologia. Hucitec, 2002.

    BERTOLOZZI, M. R., et. al. Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na Saúde Coletiva, Rev Esc Enferm USP, v. 43, n. 2, p. 1323-1330, 2009.

    BRASIL. Lei 8.080 (Lei Orgânica da Saúde). Diário Oficial da União, 1990.

    BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à demanda espontânea na APS. Cadernos de Atenção Básica, nº 28, volume I., Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, p.8, Brasília, 2010.

    BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Ministério da Saúde, 110p, Brasília, 2012.

    BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixa mais comuns na Atenção Básica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.

  • 36

    BRASIL. Política nacional de humanização. Ministério da Saúde, 2015.

    BRASIL. Portaria Nº 2.436, De 21 De Setembro De 2017. Ministério da Saúde, 2017.

    BRASIL. Portaria Nº 2.488, De 21 De Outubro De 2011. Ministério da Saúde, 2011.

    CASTRO, A. R. Protocolos clínicos para unidades básicas de saúde / organizado por Abílio José Ribeiro de Castro e Maria Emi Shimazaki. Escola da Saúde Pública, 240 p.Belo Horizonte, 2006.

    COSTA, M. F. M. Implantação do acolhimento com classificação de risco em uma Unidade Básica de Saúde. UFMG. Belo Horizonte, 2010.

    DIEGUES, P. L. S. C.; SANTIESTEBAN O.O.; PEGORARO, I.B. Estratégia Saúde da Família: acolhimento da demanda espontânea. Anais Exposaúde da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto – SP, 2014.

    FRANCO, T. B.; et. al. O Acolhimento e os processos de trabalho em saúde: O caso de Betim. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Jun. 1999.

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  • 39

    APÊNDICE A Instrumento de acolhimento da demanda espontânea Diegues & Cristina.

  • 40

    APÊNDICE B Quadro de sinais vitais/glicemia/saturação de o2 e dor.

    Fonte: Adaptado: ROGER et al, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006; PEDROSO;

    KLS, 2006; ALBINO, R.M.; GROSSEMAN, S.; RIGGENBACH, V., 2007.

  • 41

    APÊNDICE C Quadro de queixas/sintomas

    Fonte: Compilado das informações enviadas pelas unidades de saúde da rede de Atenção Básica.

  • 42

    APÊNDICE D

    Quadros de sinais de alerta.

    Fonte: Compilado das informações enviadas pelas unidades de saúde da rede de Atenção Básica.

  • 43

    APÊNDICE E

    Quadro de vulnerabilidades

    Fonte: BRASIL, 2010; GIRONDI, 2010.

  • 44

    APÊNDICE F

    Planilha de monitoramento

    Fonte: Autoras.

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