Upload
others
View
4
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO À SAÚDE DAS PESSOAS
PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E
DIRECIONAMENTO DE FLUXO NA ATENÇÃO BÁSICA
RIBEIRÃO PRETO – SP 2019
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas
PROTOCOLO DE ACOLHIMENTO DA DEMANDA ESPONTÂNEA E
DIRECIONAMENTO DE FLUXO NA ATENÇÃO BÁSICA
Protocolo destinado ao atendimento e direcionamento da demanda espontânea, documento norteador a ser seguido pelas unidades de saúde que compõem a rede de Atenção Básica do município de Ribeirão Preto do Estado de São Paulo.
2ª Versão
RIBEIRÃO PRETO – SP
2019
© 2019 Secretaria Municipal da Saúde
Todos os direitos reservados são permitidos a reprodução parcial ou total desta
obra, desde que citada à fonte e que não tenha nenhum fim comercial. Venda
proibida. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é
restrita a equipe técnica designada pelo Gabinete do Secretário da Saúde e
Departamento de Atenção a Saúde das Pessoas. O documento poderá ser
acessado na integra pelo site da Prefeitura Municipal da Saúde no link:
Administração Municipal/Saúde/Protocolos/Atenção Básica/Protocolo de
Acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na Atenção Básica.
Elaboração, distribuição e informações: Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas (DASP).
Gestão 2017-2020:
Dr. Sandro Scarpelini – Secretário Municipal da Saúde
Enfª. Jane Aparecida Cristina – Assistente do secretário
Dra. Suraia Zaki Sammour Vigarani – Diretora DASP
Autoria/Elaboração 2ª versão:
Ms. Jane Aparecida Cristina – Enfermeira – Assistente do Secretário.
Ms. Maria Alice de Freitas Colli Oliveira – Enfermeira – Coordenadora do Núcleo de
Educação Permanente (NEP).
Esp. Teresa Cristina Lima Baptista Donha – Dentista – Departamento de Atenção
Básica (DAB).
Dra. Maria de Fátima Paiva Brito – Enfermeira – Divisão de enfermagem.
Esp. Karina Domingues de Freitas – Enfermeira – Chefe da Divisão de enfermagem.
Dra. Lauren Suemi Kawata – Enfermeira – Divisão de Enfermagem.
Ms. Patrícia Lázara Serafim Campos Diegues – Enfermeira – Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher.
Revisão:
Programas de Saúde do Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas
Autoria/Elaboração 1ª versão:
Maria Alice de Freitas Colli Oliveira – Coordenadora do Núcleo de Educação
Permanente – NEP/DASP-SMS.
Rute Aparecida Casas Garcia – Coordenadora do Distrito Oeste/DASP-SMS.
Elisângela Aparecida de Almeida Puga – Coordenadora do Distrito Norte/DASP-
SMS.
Teresa Cristina Lima Baptista Donha – Coordenadora do Distrito Central/DASP-
SMS
Maria de Lourdes Vilela de Faria – Coordenadora do Distrito Leste/DASP-SMS.
Eder Shindi Waki – Coordenador do Distrito Sul/DASP-SMS.
Miriam da Silva Carvalho – Chefe da Divisão das Unidades de Saúde/ DASP-SMS.
Jane Aparecida Cristina – Enfermeira - SAMU-NEP/DASP-SMS.
Regilene Molina Zacareli Cyrillo – Enfermeira - SAMU – NEP/DASP-SMS.
Patrícia Lázara Serafim Campos Diegues – Enfermeira – Estratégia Saúde da
Família – NEP/DASP-SMS.
Ilka Barbosa Pegoraro – Diretora Departamento Atenção a Saúde das Pessoas
(DASP)
FICHA CATALOGRÁFICA
Ribeirão Preto. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde. Departamento de Atenção a Saúde das Pessoas. Protocolo: Acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na atenção básica / Secretaria Municipal da Saúde. Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas. Ribeirão Preto: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto, 2019. 44p.
Vários autores
1. Acolhimento. 2. Demanda espontânea. 3. Atenção Básica. I.
Título. II.Título: acolhimento da demanda espontânea e direcionamento de fluxo na atenção básica.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 10
1.1 ATENÇÃO BÁSICA ...................................................................................... 12
1.2 ACOLHIMENTO ........................................................................................... 13
1.3 ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA .. 14
1.4 RISCOS E VULNERABILIDADES ................................................................ 15
1.5 QUEIXAS/SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA ............................................. 18
2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 19
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 19
2.1.1 Objetivos específicos .................................................................................... 19
3 RESULTADOS .................................................................................................... 20
3.1 RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................ 20
3.2 RESULTADO ESPERADOS......................................................................... 20
4 INDICADORES ................................................................................................... 22
5 ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA
ESPONTÂNEA ......................................................................................................... 23
5.1 ATENÇÃO PROGRAMADA .......................................................................... 23
5.2 ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA ..................................................... 23
5.3 ORGANIZAÇÃO DO FLUXO DA DEMANDA ESPONTÂNEA ...................... 25
5.4 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE NA ORGANIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO DA
DEMANDA ESPONTÂNEA ....................................................................................... 27
CONSIDERAÇÕES ................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
APÊNDICE A ............................................................................................................ 39
APÊNDICE B ............................................................................................................ 40
APÊNDICE C ............................................................................................................ 41
APÊNDICE E ............................................................................................................ 43
APÊNDICE F ........................................................................................................... 474
LISTA DE FLUXOGRAMA
Fluxograma 1. Fluxo do acolhimento da demanda espontânea e direcionamento na Atenção Básica, Ribeirão Preto, São Paulo, 2019. .............. 26
APRESENTAÇÃO
O município de Ribeirão Preto vem há anos trabalhando com o
acolhimento da demanda espontânea na atenção básica, culminando em 2015
com a implantação do Protocolo do Acolhimento da Demanda Espontânea nas
unidades de saúde da Atenção Básica de sua rede assistencial.
Até 2015, a realidade da rede municipal era a diversidade na maneira de
conduzir a demanda espontânea, onde cada unidade realizava o acolhimento
da maneira possível com suas possibilidades para suprir as necessidades dos
usuários.
A necessidade de reorganizar o atendimento da demanda espontânea
era apontada pela gestão, pelos profissionais e pelos usuários, observávamos
principalmente o apontamento vindo dos participantes do Programa de Melhoria
do Acesso e da Qualidade na Atenção Básica (PMAQ – AB).
Diante desse panorama, partimos da busca de conhecimento técnico e
da realização de diagnósticos situacionais das unidades de saúde do município
para melhor entender as partes teóricas e práticas acerca do tema.
Fizemos buscas na literatura sobre o acolhimento da demanda
espontânea na atenção básica, foram encontradas várias recomendações para
o acolhimento com classificação de risco voltado ao pronto atendimento. Havia
poucas evidências bibliográficas frente à atenção básica. Participamos também
de oficinas que abordavam esse tema junto à Secretaria Estadual de Saúde. O
diagnóstico situacional de cada unidade de saúde buscava entender como cada
uma delas lidava com a demanda espontânea bem como identificar quais eram
as demandas mais frequentes.
Em reuniões com os grupos de PMAQ – AB, foi desenvolvido o quadro
de estratificação de sinais de alerta e junto à equipe do Programa DCNT
(Doenças Crônicas Não Transmissíveis) foi construído o quadro de sinais vitais,
assim como o fluxograma que exemplifica como é o caminhar do usuário na
unidade de acordo com as diretrizes do protocolo.
Além disso, foi criado um instrumento norteador para coleta e registro
dos dados relatados pelos usuários na ação do acolhimento. Com todas essas
informações reunidas, elaboramos uma proposta para o acolhimento da
demanda espontânea baseado em queixas/sintomas, sinais de alerta e
vulnerabilidades e apresentamos o projeto ao Conselho Regional de
Enfermagem - RP para conhecimento, avaliação e aprovação e assim
iniciarmos a fase de validação junto às equipes de Atenção Básica.
Para o processo de validação foram identificadas duas unidades de
saúde por distrito, com características diferentes, onde fizemos oficinas locais
com toda a equipe multidisciplinar que compõem as respectivas unidades. Após
a validação, publicamos o protocolo em nosso site com a aprovação previa do
grupo gestor da SMS, CMS, dentre outros.
A partir de então, foi implantado em todas as unidades de saúde do
município, com a realização de oficinas para capacitação das equipes in loco e
monitoramento da aplicabilidade.
As queixas referidas e os sinais de alerta levantados durante a vigência
do protocolo de acolhimento, possibilitaram aos profissionais e gestores das
equipes locais uma apropriação das reais necessidades da população para
posterior planejamento de ações, para uma tomada de decisão objetiva.
Hoje, após quatro anos de sua implantação, faz-se necessária a revisão
e atualização deste protocolo e seus instrumentos norteadores a fim de
contemplar as particularidades dos programas afins do Departamento de
Atenção a Saúde das pessoas (DASP), realçando um olhar diferente para o
acolhimento da atenção básica em relação ao pronto atendimento da urgência e
emergência.
Trazendo também modificações quanto à escala de referência do
acolhimento e buscando superar as dificuldades de agenda de profissionais, na
ambiência, na rotatividade profissional e no envolvimento de toda a equipe de
saúde, que foram identificadas após a implementação da primeira versão do
protocolo.
Mais uma vez, utilizamos a metodologia de construção coletiva,
buscando aprimorar o protocolo atendendo as necessidades ainda sentidas em
nossa rede de saúde municipal.
10
1 INTRODUÇÃO
A Integralidade da assistência de saúde e a capacidade de resolução dos
serviços em todos os níveis de assistência fazem parte dos Princípios e Diretrizes do
Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 1990). Assim também como a Universalidade,
que garante o acesso do indivíduo em todos os serviços públicos de saúde, prevendo a
saúde como cidadania e dever das 3 (três) esferas do governo; e a Equidade que
determina que “todo cidadão é igual perante o SUS e será atendido conforme suas
necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para todos” (BRASIL, 1990).
No que diz respeito à organização do SUS, a Resolubilidade exige que o serviço
de saúde esteja capacitado para resolver problemas de impacto coletivo sobre a saúde
quando um cidadão buscar por atendimento, resolvendo tal problema até o limite da
competência deste serviço (BRASIL, 1990).
A rede municipal de saúde de Ribeirão Preto atualmente conta com 61 (sessenta
e uma) unidades de saúde, entre: Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS); Unidade
Básica de Saúde (UBS); Unidade de Saúde da Família (USF); Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) e Unidades Especializadas. Apesar deste quantitativo e toda a
oferta de serviços nelas disponibilizados, nem sempre é possível garantir o acesso com
eficácia e atender as necessidades dos usuários.
Faz-se necessário, à adoção de novas práticas que incluem desenvolver
habilidades, capacidades e competências gerenciais, técnicas de relacionamento,
exigindo ampla mobilização dos profissionais de saúde, dos gestores e da sociedade
civil para viabilizar o acesso com equidade e humanização (BRASIL, 2013),
considerando os princípios e diretrizes do SUS citados anteriormente para nortear tais
práticas.
A Política Nacional de Humanização (PNH) busca mudanças nos modos de gerir
e cuidar através do uso da prática dos princípios do SUS como ferramenta para ser
usada diariamente nos serviços de saúde (BRASIL, 2015). Uma de suas diretrizes é o
Acolhimento.
Segundo a PNH, acolher é “reconhecer o que o outro traz como legítima e
singular necessidade de saúde”, devendo o acolhimento “comparecer e sustentar a
11
relação entre equipes/serviços e usuários/ populações”, tendo como objetivo “a
construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as equipes/serviços,
trabalhador/equipes e usuário com sua rede socioafetiva” (BRASIL, 2015).
De acordo com as Diretrizes específicas da PNH, no que diz respeito à atenção
básica, é importante estabelecer as formas de acolhimento e inclusão do usuário que
possam promover à otimização dos serviços, o fim das filas, a hierarquização de riscos
e o acesso aos demais níveis do sistema efetivados (BRASIL, 2012).
A escuta qualificada realizada pelos trabalhadores amplia a efetividade das
práticas de saúde é possível garantir o acesso oportuno desses usuários a tecnologias
adequadas às suas necessidades (BRASIL, 2015).
Entendemos que as unidades de saúde, anterior à implantação do protocolo,
atendiam a sua demanda espontânea de forma subjetiva e desordenada (cada qual da
sua maneira), todos atuando conforme suas realidades e características, atendendo da
melhor forma possível aqueles que procuravam pelos serviços prestados pelas
unidades.
É percebido que com a implantação do protocolo em nosso município, houve
uma melhora na organização do fluxo atendido à demanda espontânea na Atenção
Básica, propiciando melhor acesso à comunidade e maior segurança na conduta
profissional.
Devido a isso, observamos a necessidade de atualizar a sistematização das
ações de acolhimento da demanda espontânea na Atenção Básica da rede municipal
de saúde, visto que, a primeira versão do protocolo, nesse momento, encontra-se
desatualizada para as necessidades atuais, justificando a dinâmica do mesmo. Essas
ações serão pautadas na construção coletiva a favor do acolhimento.
Desta forma, partimos do pressuposto que o acolhimento da demanda
espontânea reorganiza o processo de trabalho, otimizando a oferta de serviços,
desviando o foco medicocêntrico, compartilhando a responsabilização do cuidado para
toda a equipe e proporcionando melhor conhecimento a quem é assistido e quais suas
reais necessidades (DIEGUES, SANTIESTEBAN, PEGORARO, 2014).
A atualização deste protocolo institucional nos condiciona a premissa de que a
prática do acolhimento deve ser vivenciada por toda equipe de saúde e ofertada a todos
os usuários que procuram unidades de Atenção Básica em demanda espontânea,
12
sendo um dispositivo capaz de acolher o usuário e garantir um melhor acesso aos
serviços de saúde, de maneira humanizada, organizada e possibilitando maior vínculo
entre profissionais, usuários e equipe.
1.1 ATENÇÃO BÁSICA
O Ministério da Saúde, em sua portaria Nº 2.436 caracteriza atenção básica
como sendo “um conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que
envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação,
redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de
práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe
multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes
assumem responsabilidade sanitária” (BRASIL, 2017).
A Atenção Básica é a principal e preferencial porta de entrada do sistema e é
composta por equipes multidisciplinares que oferecem cobertura para toda a população,
integrando, coordenando o cuidado e atendendo as necessidades de saúde das
pessoas de acordo com seus respectivos territórios (BRASIL, 2017).
Dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) a Atenção Básica ocupa posição de
prioridade do Ministério da Saúde e do Governo Federal. O acesso ao acolhimento
juntamente da efetividade e resolutividade das suas práticas estão entre os desafios
atuais da atenção básica (BRASIL, 2012).
A unidade de saúde deve acolher todas as pessoas do seu território de
referência, de modo universal e sem diferenciações excludentes, procurando sempre
facilitar o acesso. A acessibilidade possibilita que as pessoas cheguem aos serviços, e
o acesso permite o uso oportuno dos serviços para alcançar os melhores resultados
possíveis (STARFIELD, 2004). Acesso diz respeito à capacidade do serviço em
responder às necessidades de saúde da população (residente e itinerante), que devem
ser o principal referencial para a definição do escopo de ações e serviços a serem
ofertados (BRASIL, 2017).
A diferenciação entre triagem e acolhimento é importante para que essas duas
ideias não sejam confundidas. A triagem realizada em uma unidade de saúde não tem
o compromisso de resolver, apenas selecionar, diferentemente do acolhimento que não
13
faz seleção, tendo o compromisso da resolutividade, trabalhando com a lógica, sendo a
porta aberta para a escuta individual (MERHY1997; SILVA; BARROS; TORRES, 2012).
1.2 ACOLHIMENTO
O acolhimento à demanda espontânea e o atendimento às urgências em uma
unidade básica de saúde diferencia-se do atendimento em uma unidade de pronto-
socorro ou pronto atendimento, devido ao trabalho em equipe da Atenção Básica, ao
conhecimento prévio da população e ao registro em prontuário anterior à queixa aguda,
possibilitando o retorno com a mesma equipe de saúde, o acompanhamento do quadro
e o estabelecimento de vínculo, o que caracteriza a continuidade do cuidado, e não
somente um atendimento pontual (MENEZES et al., 2014; BRASIL, 2012; LOPES,
2011).
O acolhimento é avaliado como estratégia para mudar o processo de trabalho em
saúde. Através do ato de escuta, considerado como um momento de construção, o
trabalhador utiliza seu saber para a construção de respostas às necessidades dos
usuários, e pressupõe o envolvimento de toda a equipe que, por sua vez, deve assumir
postura capaz de acolher, de escutar e de dar resposta mais adequada a cada usuário,
responsabilizando-se e criando vínculos (TESSER, NETO, CAMPOS, 2010; FRANCO
et al., 1999).
O acolhimento propõe inverter a lógica de organização e o funcionamento do
serviço de saúde, partindo dos seguintes princípios: atender a todas as pessoas que
buscam os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal; reorganizar o
processo de trabalho, deslocando seu eixo central do médico para uma equipe
multiprofissional e qualificar a relação trabalhador usuário a partir de parâmetros
humanitários de solidariedade e de cidadania (SOUZA, et. al., 2010; FRANCO; MERHY,
1999).
O acolhimento propõe a reorganização dos serviços de saúde e das relações
entre trabalhadores e usuários com base na escuta qualificada, responsabilização
mútua, compromisso com a resolutividade e o trabalho multiprofissional e
interdisciplinar. Um acolhimento deve ser humanizado de modo que responda a
14
necessidade dos usuários e que garanta acesso qualificado a uma população
(PAULINO, 2014; FRANCO; FRANCO, 2012; GOMES; PINHEIRO, 2005).
Faz-se necessário, portanto, a adoção de novas práticas, com o
desenvolvimento de habilidades, capacidades e competências gerenciais, técnicas e de
relacionamento, exigindo ampla mobilização dos profissionais de saúde, dos gestores e
da sociedade civil para viabilizar o acesso, com equidade e humanização (BRASIL,
2012).
Para a inovação assistencial as unidades devem utilizar como dispositivo na sua
estruturação o acolhimento dos usuários, que buscam atendimento na rede de saúde
do município, seja de forma programada ou por demanda espontânea.
1.3 ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA ESPONTÂNEA
O cuidado à demanda espontânea na Atenção Básica deve ser baseado nos
princípios do acolhimento e da escuta qualificada à população, aliado à gestão local
reflexiva e às boas práticas de atenção, de forma a garantir um atendimento
humanizado, resolutivo e que propicie a criação de vínculo entre as equipes de atenção
básica e as pessoas, legitimando este ponto como a porta de entrada prioritária e
preferencial para as redes de atenção à saúde do SUS (BRASIL, 2012).
Chama-se de demanda espontânea aquela que comparece a unidade
inesperadamente, seja para problemas agudos ou por motivos que o próprio usuário
julgue como necessidade de saúde. E ela deve ser acolhida na atenção básica por que:
1) o usuário apresenta queixas que devem ser acolhidas e problematizadas junto ao
profissional, 2) a atenção básica consegue absorver e ser resolutiva em grande parte
dos problemas de saúde, 3) para criação e fortalecimento de vínculos e 4) cria-se
oportunidade para invenção de novas estratégias de cuidado e de reorganização do
serviço (BRASIL, 2010).
A Demanda Espontânea representa uma necessidade momentânea do usuário.
Pode ser uma informação, um agendamento de consulta, uma urgência ou uma
emergência (INOJOSA, 2005).
Uma preocupação constante no acolhimento à demanda espontânea é o acesso
com equidade. A equidade, como um princípio de justiça, baseia-se na premissa de que
15
é preciso tratar diferentemente os desiguais (diferenciação positiva) ou cada um de
acordo com a sua necessidade. Uma estratégia proposta para garantia de acesso com
equidade é a adoção do levantamento de três componentes importantes: queixa
referida; vulnerabilidade e sinais de alerta. Vista que, após analise destes há subsídios
para a tomada de decisão mediante as particularidades das necessidades
apresentadas pelo usuário (BRASIL, 2012).
Adotar o acolhimento como diretriz demanda grandes transformações no
atendimento nas unidades. É um conjunto de ações integradas envolvendo todos os
atores sociais presentes na unidade, pois não depende só do empenho de um, mas de
todos os envolvidos no ato de cuidar (ANDRADE, FRANCO, FERREIRA, 2007).
1.4 RISCOS E VULNERABILIDADES
As informações relacionadas ao risco usadas isoladamente visam orientar a
oferta do cuidado e quando associadas ao levantamento das vulnerabilidades propiciam
o direcionamento assistencial a ser adotado pelo profissional. As vulnerabilidades
muitas vezes não são verbalizadas e a identificação necessitará de percepção na
escuta qualificada dos profissionais de saúde e/ ou conhecimento prévio acerca desta.
Na Atenção Básica, diferentemente de um serviço de Pronto atendimento, não é
necessário adotar limites rígidos de tempo para atendimento após a primeira escuta, a
não ser em situações que demandam intervenção imediata dos profissionais (BRASIL,
2012).
É importante um olhar para além do risco biológico, sendo essencial lembrar que
há algumas condições que aumentam a vulnerabilidade das pessoas, e que o
acolhimento representa grande oportunidade de incluí-las, em planos de cuidado, pois é
um momento em que o usuário está buscando ajuda e, em geral, está mais aberto e
com a intenção de criar algum diálogo com a equipe de saúde.
A natureza da Atenção Básica – na qual os princípios de vinculação,
longitudinalidade, responsabilização, clínica ampliada e gestão do cuidado são
fundamentais – exige, de forma bastante evidente, a combinação do olhar sobre riscos
biológicos e sobre vulnerabilidades. Destacamos algumas questões concretas que
16
diferenciam o acolhimento da Atenção Básica dos protocolos de acolhimento com
classificação de risco: a presença de condições geradoras de grande vulnerabilidade
(riscos sociais, epidemiológicos, individuais e programáticos) pode requerer ações da
equipe no mesmo dia, agendamento para data próxima ou construção de projeto
terapêutico singular em curto prazo, mesmo com risco biológico baixo (BRASIL, 2012).
Os conceitos de vulnerabilidade e risco embora tenham uma estreita relação,
apresentam diferenças. Enquanto risco possui caráter analítico, evidenciado através
dos estudos epidemiológicos tradicionais, que buscam produzir um conhecimento
objetivo, isolando o fenômeno e utilizando instrumentos para identificar associações
entre eventos patológicos ou não, a vulnerabilidade apresenta um caráter mais
sintético, levando em conta os elementos abstratos e subjetivos associados aos
processos de adoecimento (AYRES, et. al., 2006).
As situações de risco, vulnerabilidade e incapacidade permeiam o cotidiano das
pessoas e dos profissionais e alcança hoje praticamente todas as dimensões da vida.
Nos estudos de epidemiologia o conceito de risco se incorpora a uma descrição mais
ampla e conecta-se à ideia de identificação de pessoas e de características que as
colocam sob maior ou menor risco de exposição a eventos de saúde, com
comprometimento de ordem física, psicológica e/ou social. Integra desta forma, a
probabilidade e as chances de grupos populacionais de adoecerem e morrerem por
algum agravo de saúde (AYRES et al, 2006).
A vulnerabilidade procura estabelecer suscetibilidade de cada indivíduo ou grupo
a esse agravo, em um determinado conjunto de condições intervenientes (AYRES,
2002). Refere-se aos diferentes graus e naturezas de suscetibilidades, que expõem
indivíduos e coletividades ao adoecimento, considerando as particularidades de cada
situação, dentro de um conjunto de aspectos individuais, sociais e programáticos,
situando as pessoas frente à relação com o problema e com os recursos para enfrentar
esse problema (GIROND et. al., 2010; JUNGES, s/d).
Atualmente, o conceito de vulnerabilidade é entendido como algo dinâmico,
multidimensional, polissêmico, transdisciplinar e qualitativo, amplamente utilizado em
diferentes áreas do conhecimento. Abrange os diferentes níveis de complexidade,
podendo favorecer abordagens integradas e contribuir para ampliar o diálogo entre
diferentes profissionais (PORTO, 2007).
17
A exposição a agravos de saúde resulta de aspectos individuais e de contextos
ou condições coletivas que produzem maior suscetibilidade aos agravos e morte e,
simultaneamente, à possibilidade e aos recursos para o seu enfrentamento. O processo
saúde-doença considera que o risco indica probabilidades e a vulnerabilidade é um
indicador da iniquidade e da desigualdade social. A vulnerabilidade antecede ao risco e
determina os diferentes riscos de se infectar, adoecer e morrer (AYRES, 1997).
No conceito de vulnerabilidade está implícito o caráter multidisciplinar, sendo
fundamental, quando se trata de problemas e de necessidades de saúde, diferenciando
das ações as tarefas pontuais, de caráter emergencial, que não modificam a estrutura
da teia de causalidade (MUÑOZ-SÁNCHES, BERTOLOZZI, 2007).
A compreensão do conceito de vulnerabilidade e de adesão às práticas de
intervenção se torna um importante instrumento para os profissionais da saúde, pois
possibilita inovações na atenção à saúde, ao apresentar indicadores/marcadores que
contemplam o processo saúde doença em sua dimensão integral e, portanto, permitem
o atendimento às necessidades de saúde, que não se limitam àquelas de ordem física,
clínica e biológica (BERTOLOZZI et. al., 2009).
A epidemiologia, tradicionalmente, tem tratado o risco como núcleo central de
seus estudos, buscando identificar nas pessoas, características que as colocam em
maior ou menor risco de exposição, com comprometimento de ordem física, psicológica
e/ou social. No termo risco, calcula-se a probabilidade e as chances maiores ou
menores de grupos populacionais de adoecer ou morrer por algum agravo de saúde
(AYRES, 1997). Nos dias de hoje, entretanto, pode-se considerar que o conceito de
risco alcança, praticamente, todas as dimensões da vida e passa a ter uma conotação
moral como um exercício de opção entre uma forma de vida e outra, como processo
dinâmico do viver humano (AYRES, 2006).
A vulnerabilidade pode ser compreendida como um conjunto de fatores que
podem aumentar ou diminuir o risco a que estamos expostos em todas as situações de
nossa vida, mas também como a forma de avaliar as chances que cada pessoa tem de
contrair doenças, inclusive as infecciosas. Essas chances variam e são dependentes
tanto de fatores biológicos como sociais e culturais, envolvendo, portanto, aqueles do
ambiente de trabalho, assim como aos relacionados aos profissionais. No campo da
saúde a vulnerabilidade também é compreendida como falta ou não condição de
18
acesso a bens materiais e bens de serviço que possam suprir aquilo que pode tornar o
indivíduo vulnerável (JUNGES, 2007).
1.5 QUEIXAS/SINTOMAS E SINAIS DE ALERTA
De modo geral, sintoma é considerado sinônimo de indício e queixa, ou seja,
existência de algo diferente do fisiológico. Sinal corresponde a um dado objetivo (é o
que o profissional de saúde identifica por meio de observação ou mensuração),
verificável, como pintas vermelhas espalhadas pelo corpo. Queixa/Sintoma é
considerado como um dado subjetivado (o que o usuário traz), pois dependem da
verbalização do paciente, como relato de dor, coração acelerado (batedeira) e enjoo etc
(SILVA; RUDGE, 2017)
19
OBJETIVOS
1.6 OBJETIVO GERAL
Revisar e atualizar o protocolo de acolhimento da demanda espontânea na
Atenção Básica do município de Ribeirão Preto – SP.
2.1.1 Objetivos específicos
- Rever o protocolo através do coletivo de profissionais adequando as
necessidades da população, da oferta da rede municipal contemplando as
particularidades dos programas de saúde do DASP;
- Organizar o atendimento da demanda espontânea por meio do
levantamento de queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades;
- Elencar as necessidades e agravos de saúde com base nas
queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades, direcionando o fluxo
com a utilização dos quadros norteadores;
- Organizar as agendas dos profissionais de maneira a garantir o acesso da
demanda programada e demanda espontânea;
- Garantir o acolhimento da demanda espontânea de forma multidisciplinar;
- Estabelecer as atribuições de cada membro da equipe multidisciplinar
frente ao protocolo;
- Divulgar as diretrizes descritas no protocolo para todos os profissionais da
Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto;
- Capacitar os profissionais no atendimento à demanda espontânea;
- Ampliar o acesso dos usuários aos serviços de saúde municipais;
- Avaliar e monitorar o processo de acolhimento na rede.
20
3 RESULTADOS
3.1 RESULTADOS OBTIDOS
Desde a implantação da primeira versão do protocolo pode-se observar:
- Organização do fluxo de demanda espontânea com melhora da resposta
para os problemas identificados;
- Sistematização do processo de trabalho;
- Melhora da escuta qualificada ao usuário;
- Inovação na pratica de cuidados e intervenções terapêuticas;
- Atuação dos profissionais com fundamentação técnica promovendo
segurança no exercício da função.
3.2 RESULTADO ESPERADOS
Com a atualização deste protocolo esperamos:
- Utilização do protocolo pelos profissionais adequando as necessidades da
população e da oferta da rede municipal;
- Organização do atendimento da demanda espontânea;
- Organização das agendas dos profissionais garantindo o acesso da
demanda espontânea conforme protocolo;
- Realização do acolhimento da demanda espontânea de forma
multidisciplinar;
- Conhecimento das atribuições por cada membro da equipe multidisciplinar
de acordo com o protocolo;
- Conhecimento das diretrizes do protocolo por todos os profissionais da
Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto;
- Capacitação dos profissionais para o atendimento à demanda espontânea;
- Ampliação do acesso dos usuários aos serviços de saúde municipais;
- Avaliação e monitoramento do processo de acolhimento na rede através
de indicadores como: perfil da demanda espontânea de cada unidade,
21
número de usuários atendidos na demanda espontânea em cada Unidade
e seus direcionamentos.
22
4 INDICADORES
Propõem-se que sejam avaliados, entre outros, os seguintes indicadores:
- Percentual de usuários segundo direcionamento baseados na relevância
(destaque): azul, verde, amarelo e vermelho;
- Percentual de usuários segundo direcionamento e categorias de
profissionais (médicos, enfermeiros, outros profissionais de nível superior
e profissionais de nível médio);
- Número de direcionamentos para outras Unidades Básicas de Saúde
(UBS);
- Número de direcionamentos para Unidades Básica Distrital de Saúde
(UBDS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com uso de transporte
municipal (USB, USA e VAN);
- Número de direcionamentos para Unidades Básica Distrital de Saúde
(UBDS) ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com uso de transporte
próprio;
- Proporção de atendimentos gerais da demanda espontânea por
profissionais de nível superior.
23
5 ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO PROGRAMADA E ATENÇÃO DA DEMANDA
ESPONTÂNEA
O acolhimento na Atenção Básica é iniciado no processo de territorialização,
identificando os usuários e os seus problemas de saúde, além do reconhecimento da
área adscrita à unidade de saúde, valendo-se das diretrizes estabelecidas pelo
Ministério da Saúde que propõe o dimensionamento dos serviços e a organização dos
processos de trabalho das equipes de Atenção Básica (BRASIL, 2012; 2011).
Para organizar as formas de acesso do usuário à rede municipal de Atenção
Básica no município de Ribeirão Preto, propõe-se didaticamente: Atenção Programada
e Atenção da Demanda Espontânea (COSTA, 2010).
5.1 ATENÇÃO PROGRAMADA
Entende-se por atenção programada aquela que presta atendimento aos
usuários que têm consultas, retornos, vacinas, curativos, exames, entre outros,
previamente agendados (BRASIL, 2012).
Na atenção programada, os usuários deverão ser encaminhados aos setores
correspondentes para proceder ao atendimento. As unidades de saúde por sua vez
precisarão estimular a adscrição da clientela em relação à equipe, seja da Estratégia de
Saúde da Família (ESF) ou Unidade Básica de Saúde (UBS) para que o usuário seja
preferencialmente avaliado por profissional que melhor atenda suas necessidades de
saúde vinculada a sua área de moradia (o mais próximo da sua residência).
5.2 ATENÇÃO À DEMANDA ESPONTÂNEA
A atenção à demanda espontânea é entendida como o atendimento que ocorre
no horário de funcionamento da unidade de saúde, caracterizada por situações que
demandam intervenções imediatistas ou não, fatos que poderão ocorrer a qualquer
instante. Conforme sua necessidade, todo e qualquer usuário deverá receber o
atendimento inicial por qualquer unidade de saúde e posterior a intervenção ser
direcionado para sua unidade referência (BRASIL, 2012).
24
O principal objetivo do acolhimento na atenção à demanda espontânea é o
levantamento de eventos agudos, crônicos agudizados e não agudos que exijam
intervenções pautadas nas necessidades dos usuários que propiciem o seu
direcionamento assistencial (CASTRO, 2006).
Neste contexto, as situações que não demandam atendimento imediatista da
equipe deverão ter garantido o acolhimento (escuta inicial) para levantamento de
informações baseado nas queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades
avaliados por um profissional da equipe de saúde, que se norteará pelo protocolo para
o direcionamento de cada caso.
Para o município de Ribeirão Preto, o usuário que buscar atendimento na
unidade de saúde de maneira espontânea incialmente passará por atendimento com
profissional da equipe de enfermagem (auxiliar ou técnico de enfermagem escalado
para o acolhimento) e este deverá proceder o levantamento de informações utilizando
os seguintes instrumentos norteadores:
- Instrumento de acolhimento da demanda espontânea Diegues & Cristina
(APENDICE A) em formato digital disponível no Hygia web ou impresso
(caso sistema inoperante com posterior digitalização);
- Quadro de sinais vitais, glicemia, saturação de O2 e Dor (APÊNDICE B);
- Quadro de queixas/sintomas (APÊNDICE C);
- Quadro dos sinais de alerta (APÊNDICE D);
- Quadro de vulnerabilidades (APÊNDICE E).
Os instrumentos foram construídos com a finalidade de favorecer o
direcionamento do fluxo na prática do acolhimento. Desta forma, elencaram-se os
elementos: sinais vitais, glicemia, saturação de O2 e dor; sinais de alerta;
vulnerabilidades.
A partir da utilização dos instrumentos norteadores, o profissional poderá
direcionar o usuário para:
- Atendimento programado na rotina, desde que atendidas suas
necessidades iniciais, garantido a continuidade do tratamento ambulatorial
com médico, enfermeiro, e outros profissionais de nível superior que
compor a equipe de saúde;
25
- Atendimento encaixe em vaga de faltoso ou programado até 7 dias,
através de consulta com o médico, enfermeiro, e outros profissionais de
nível superior que compor a equipe de saúde;
- Atendimento prioritário ou no dia, através de consulta com o médico,
enfermeiro, e outros profissionais de nível superior que compor a equipe
de saúde;
- Atendimento imediato, que exige a participação do médico (generalista,
clínico, pediatra ou ginecologista) e enfermeiro.
Ainda o usuário, poderá ficar em regime de observação na unidade, ou ser
solicitado internação para tratamento hospitalar e até mesmo a transferência para
tratamento em outro serviço de maior complexidade ou Suporte Avançado de Vida
(SAV), de acordo com o protocolo vigente, ou seja, regulando o mesmo através do
sistema TRUE.
Entretanto as situações que a equipe esteja privada da presença do
profissional médico, esta poderá dispor de apoio técnico do médico plantonista da
Central de Regulação Médica de Urgência (fone: 3977-9173 e 3977-9174), para
melhores orientações e intervenções pautadas na legalidade do exercício profissional,
com sistema de gravação e garantia das ações realizadas pela tecnologia da
telemedicina.
5.3 ORGANIZAÇÃO DO FLUXO DA DEMANDA ESPONTÂNEA
Para a organização do fluxo da demanda espontânea a unidade de saúde deverá
considerar a sua característica, que envolve população da área, população atendida,
serviços ofertados à população, horários de maior procura, disponibilidade de vagas na
agenda dos profissionais (médico, enfermeiro, e outros profissionais de nível superior
que compor a equipe de saúde). Nesta observância, o município considera o
fluxograma 1.
26
Fluxograma 1. Fluxo do acolhimento da demanda espontânea e direcionamento na Atenção Básica, Ribeirão Preto, São Paulo, 2019.
Fonte: Autoras
27
A equipe deverá dispor para organização do fluxo da demanda espontânea, de
escala funcional diária de profissionais para a prática do acolhimento (escala de auxiliar
ou técnico de enfermagem). No caso de situações para direcionamento de relevância
azul, o profissional deverá encaminhar o usuário para agendamento de consulta na
rotina não podendo utilizar de vagas com a sigla AI, para os casos de relevância
verde este tem autonomia no encaixe do usuário em vaga de faltoso com os
profissionais de nível superior ou procedendo ao agendamento de consulta em vaga
de AI.
Em situação em que o auxiliar e/ou técnico de enfermagem tiverem dúvidas
quanto ao direcionamento de relevância vermelho ou amarelo, o enfermeiro e/ou o
médico deverão ser consultados.
A unidade deverá ainda dispor de equipe de referência, pactuado junto à
gerência local, podendo ser semanal, quinzenal ou mensal (conforme acordo
estabelecido internamente). A agenda desta equipe de referência deverá ser adequada
de forma a permitir que o profissional consiga executar a pratica do acolhimento sem
prejuízos para o serviço e sobrecarga de trabalho.
Caso o auxiliar e/ou técnico de enfermagem identifique alguma queixa/sintomas,
sinal de alerta, vulnerabilidade que não esteja contemplado nos instrumentos
norteadores deverá acionar o enfermeiro e/ou médico para avaliação e direcionamento
conjunto.
5.4 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE NA ORGANIZAÇÃO DO ACOLHIMENTO DA
DEMANDA ESPONTÂNEA
Comum a todos os profissionais da equipe de saúde
- Participar no planejamento, coordenar e avaliar as ações de saúde
prestada a Demanda Espontânea;
- Analisar a situação da Assistência à Saúde prestada a Demanda
Espontânea, face aos problemas prevalentes;
28
- Programar, executar e avaliar o processo de trabalho com base em
prioridades, objetivos e metas propostas.
- Avaliar e monitorar as ações do acolhimento à demanda espontânea;
- Planejar ações que visem otimizar o atendimento da Demanda
Espontânea e sensibilização da população.
Recepção/Agente Administrativo
- Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a
unidade de saúde em demanda espontânea;
- Recepcionar e encaminhar todos os usuários em demanda espontânea
para auxiliar ou técnico de enfermagem escalado no acolhimento;
- Realizar agendamentos.
Agente Comunitário de Saúde
- Divulgar o Protocolo de Acolhimento da Demanda Espontânea e
Direcionamento de fluxo na Atenção Básica estabelecido na unidade, nas
visitas domiciliares ou outros espaços de atuação (escolas, grupos,
reuniões de quarteirão);
- Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a
unidade de saúde por meio de demanda espontânea, através de
orientações acerca do fluxo de acolhimento instituído na unidade e
direcionamento para o profissional de referência para levantamento de
informações e direcionamento assistencial adequado.
Auxiliar/Técnico de Enfermagem
- Colaborar para a organização do fluxo dos usuários que procuram a
unidade de saúde por meio de demanda espontânea;
29
- Realizar a escuta qualificada utilizando os instrumentos norteadores de
acordo com o protocolo municipal para direcionamento do fluxo de
atendimento;
- Registrar as informações no sistema informatizado e inserir na fila de
atendimento do profissional de saúde seguindo os direcionamentos: casos
de relevância vermelha e amarelo (independente de vaga) o médico e
enfermeiro deverão ser comunicados imediatamente; casos de relevância
verde, havendo vagas de faltosos, inserir na fila de atendimento do
profissional que irá proceder ao atendimento sem comunicação previa, na
ausência desta agendar para até 07 dias;
- Realizar procedimentos de enfermagem de sua competência;
- Proceder e auxiliar nas orientações após intervenções propostas para
continuidade do cuidado.
Importante: De acordo com o Decreto 94.406/87 – COFEn, artigo 11, II, é
atribuição do auxiliar de enfermagem “observar, reconhecer e descrever sinais e
sintomas ao nível de sua qualificação”. Ainda: “O Parecer COREN – SP 003/2019
descreve que técnicos e auxiliares podem realizar o Acolhimento e Escuta Qualificada
na Atenção Básica, dando respostas às necessidades dos usuários e direcionando o
fluxo de atendimento estabelecido em Protocolos Institucionais, entretanto, não tem
respaldo legal para realizar avaliação clínica e classificação de risco ou estratificação de
risco, sendo estas atividades privativas do Enfermeiro, no âmbito da equipe de
Enfermagem”.
Enfermeiro
- Coordenar as ações de acolhimento da Demanda Espontânea;
- Supervisionar as ações dos auxiliar/técnico de enfermagem no
levantamento de queixas/sintomas, sinais de alerta e vulnerabilidades do
usuário contemplado no protocolo municipal;
- Participar do processo decisório e direcionamento dos casos de relevância
vermelha e amarela;
30
- Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos
independentemente de vagas dos casos de relevância vermelha;
- Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos no dia com ou sem
vaga prevista dos casos de relevância amarela.
- Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos em vaga de faltoso
ou programado para um período de 1 a 7 dias, dos casos de relevância
verde;
- Realizar atendimento de enfermagem e procedimentos em agenda de
rotina para os casos de relevância azul.
- Participar do processo decisório para tomada de decisão e direcionamento
assistencial dos casos que não apresentarem suas queixas/sintomas,
sinais de alerta e vulnerabilidades elencados nos instrumentos
norteadores.
Importante: A realização de atendimentos de enfermagem e procedimentos de sua
competência deve ser realizada respeitando os aspectos legais do exercício profissional
e em conformidade com os protocolos assistências dos programas de saúde do DASP,
mediante as necessidades apresentadas pelo usuário como garantia da continuidade
dos cuidados.
Médico
- Colaborar na coordenação das ações de acolhimento da Demanda
Espontânea;
- Participar do processo decisório e direcionamento dos casos de relevância
amarela e vermelha;
- Realizar atendimento médico independentemente de disponibilidade de
vagas dos casos de relevância vermelha;
- Proceder ao atendimento médico independente de sua especialidade nos
casos de relevância vermelha em situações de ausência do especialista
da área (clínico pediatra e ginecologista);
31
- Realizar atendimento médico no dia com ou sem vaga prevista dos casos
de relevância amarela;
- Realizar atendimento médico em vaga de faltoso direcionado pelo
profissional que realizou o acolhimento dos casos de relevância verde,
- Realizar atendimento médico dos casos de relevância verde cujo
direcionamento foi programação de consultas para um período de 1 a 7
dias;
- Realizar consultas dos usuários em agenda de rotina dos casos de
relevância azul;
- Realizar procedimentos de sua competência.
Gerente
- Planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e monitorar as ações de saúde,
bem como os indicadores relacionados ao acolhimento da demanda
espontânea da unidade preconizados pelo Ministério da Saúde e pelo
município;
- Confeccionar, avaliar e monitorar as agendas dos profissionais
diariamente ou quando necessário, de forma que esta contemple o
acolhimento da Demanda Espontânea;
- Proporcionar e participar das reuniões da unidade e/ou grupo gestor;
- Direcionar de acordo com o protocolo municipal e garantir sua
aplicabilidade por todos os profissionais.
Observações importantes:
- Todos os usuários que procurarem por atendimento sem agendamento
prévio, será encaminhado para escuta inicial (acolhimento) para que o
profissional escalado no dia realize a aplicabilidade dos instrumentos
norteadores baseando-se em: queixas/sintomas, sinais de alerta e
vulnerabilidade para direcionamento de fluxo mediante a necessidade e
possibilidades assistenciais que demandam intervenções do médico ou
enfermeiro, e outros profissionais obedecendo ao protocolo municipal;
32
- Em situações que caracterizam a necessidade de intervenção imediata o
enfermeiro e/ou o médico deverão ser acionados imediatamente;
- O caso de relevância vermelha e amarela deverá ter a participação
obrigatória do enfermeiro e/ou médico;
- Todos os profissionais da unidade devem compreender e pactuar o
processo de trabalho previsto no acolhimento da demanda espontânea e
direcionamento de fluxo na AB e estarem inseridos nele;
- As agendas Médicas e de Enfermagem além de vagas para consultas
programadas, deverão prever vagas para programação de consultas da
demanda espontânea, a serem pactuadas entre Secretaria Municipal da
Saúde (SMS) e unidade de saúde (gerência);
- Os usuários que apresentam suas necessidades de relevância vermelha
e amarela não deverão ter vagas previstas na agenda, pois caracterizam
atendimento imediato e prioritário;
- As faltas nas agendas programadas devem ser otimizadas para
agendamento de consultas de acolhimento dos casos de relevância
verde, pois caracterizam atendimento em vaga de faltoso ou em até 07
dias;
- O direcionamento do fluxo de atendimento do profissional responsável
pela escuta inicial deverá tratar o usuário perturbador como relevância
amarela priorizando seu direcionamento, pois apresenta um perfil
desagregador que poderá causar prejuízos aos demais usuários e para a
própria equipe;
- Nos casos de evasão do usuário que passou pelo acolhimento na qual o
profissional decidiu seu direcionamento do fluxo ou que não aguardou
pelo acolhimento, o profissional deverá proceder o chamado por três
vezes com intervalo de 10 minutos entre as chamadas e anotar no
prontuário o não comparecimento acrescido da assinatura e carimbo;
- Os usuários hiperutilizadores (procuram a unidade por repetidas vezes)
deverão ter a garantia do acolhimento e direcionamento quantas vezes
comparecerem ao serviço;
33
- Todo e qualquer tipo de levantamento de queixa/sintoma, sinais de alerta,
vulnerabilidades podem sofrer alteração, exigindo do profissional o reinicio
do direcionamento em qualquer tempo oportuno;
- A quantidade de vagas destinadas para atendimento da demanda
espontânea e a carga horária destinada para a equipe de referência de
acolhimento podem variar de acordo com a característica de cada unidade
e pactuações prévias;
- As questões referentes ao acolhimento da demanda espontânea e
direcionamento de fluxo deverão ser pauta constante das reuniões de
equipe e/ou grupo gestor afim de adequações para o fortalecimento da
prática.
Importante: Entende-se por usuários hiperutilizadores aqueles que frequentam a
unidade de saúde com intervalos pequenos de tempo e sem motivos relevantes
aparentemente, no entanto torna-se necessário um olhar mais aprofundado sobre esse
perfil de população e uma abordagem diferenciada no acolhimento (BRASIL, 2012).
34
CONSIDERAÇÕES
Considerando que a demanda espontânea é objeto de preocupação para os
gestores municipais de saúde, a construção de um protocolo de tamanha magnitude
exigiu a cooperação entre todos os atores envolvidos no cenário da atenção básica
durante todo o processo, respeitando os critérios estabelecidos pelo Departamento de
Atenção à Saúde das Pessoas da Secretaria Municipal da Saúde (DASP/SMS).
Deve-se ressaltar que durante esses quatro anos de efetiva implantação do
protocolo, a equipe técnica concluiu que o acolhimento de fato é um dispositivo
estruturante para o processo de trabalho das equipes no que se refere ao
direcionamento do fluxo, sejam programados ou de demanda espontânea, bem como
amplia o acesso da população e promove maior segurança aos profissionais
envolvidos.
É diretriz da Secretaria Municipal da Saúde a implantação de estratégias para o
fortalecimento da prática do acolhimento na AB, dentre elas a composição de grupo
gestor nas unidades de saúde e reuniões de equipe para discussão do processo de
trabalho.
35
REFERÊNCIAS ALBINO, R. M.; GROSSEMAN, S.; RIGGENBACH, V. Classificação de risco: uma necessidade inadiável em um serviço de emergência de qualidade. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 36, n. 4, p. 70-75, 2007.
ANDRADE, C. S.; FRANCO, T. B.; FERREIRA, V. S. C. Acolhimento: uma experiência de pesquisa-ação na mudança do processo de trabalho em saúde. Revista APS, v. 10, n. 2, p. 106-115, 2007.
AYRES, J. R. C. M. Vulnerabilidade e AIDS: para uma resposta social à epidemia. Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo/Programa de DST/AIDS. Bol Epidemiol, v. 15, n. 3, p. 2-4, 1997.
AYRES, J. R. C. M.; et. al. Vulnerability, Human Rights, and Comprehensive Health Care Needs of Young People Living With HIV/AIDS. Am J Public Health, v. 96, n. 6, p. 1001-1006, 2006.
AYRES, J. R.C. M. Sobre o risco: para compreender a epidemiologia. Hucitec, 2002.
BERTOLOZZI, M. R., et. al. Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na Saúde Coletiva, Rev Esc Enferm USP, v. 43, n. 2, p. 1323-1330, 2009.
BRASIL. Lei 8.080 (Lei Orgânica da Saúde). Diário Oficial da União, 1990.
BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção à demanda espontânea na APS. Cadernos de Atenção Básica, nº 28, volume I., Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica, p.8, Brasília, 2010.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Ministério da Saúde, 110p, Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixa mais comuns na Atenção Básica. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
36
BRASIL. Política nacional de humanização. Ministério da Saúde, 2015.
BRASIL. Portaria Nº 2.436, De 21 De Setembro De 2017. Ministério da Saúde, 2017.
BRASIL. Portaria Nº 2.488, De 21 De Outubro De 2011. Ministério da Saúde, 2011.
CASTRO, A. R. Protocolos clínicos para unidades básicas de saúde / organizado por Abílio José Ribeiro de Castro e Maria Emi Shimazaki. Escola da Saúde Pública, 240 p.Belo Horizonte, 2006.
COSTA, M. F. M. Implantação do acolhimento com classificação de risco em uma Unidade Básica de Saúde. UFMG. Belo Horizonte, 2010.
DIEGUES, P. L. S. C.; SANTIESTEBAN O.O.; PEGORARO, I.B. Estratégia Saúde da Família: acolhimento da demanda espontânea. Anais Exposaúde da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto – SP, 2014.
FRANCO, T. B.; et. al. O Acolhimento e os processos de trabalho em saúde: O caso de Betim. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Jun. 1999.
FRANCO, T. B.; FRANCO, C. M. Acolhimento com Classificaçãode Risco e a Micropolítica do Trabalho em Saúde: A Experiência de Silva Jardim– RJ. Rev. APS, v. 15, n. 2, p. 227-223, 2012.
FRANCO, T. B.; MERHY, Emerson Elias. O Uso de Ferramentas Analisadoras para Apoio ao Planejamento dos Serviços de Saúde: O Caso do Serviço Social do Hospital das Clínicas da UNICAMP, Campinas, Jul. 1999.
GIRONDI, J. B. R.; et. al. Risco, vulnerabilidade e incapacidade: reflexões com um grupo de enfermeiras. Rev. Eletr. Enf., n.12, v. 1, p. 20-27, 2010.
GOMES, M. C. P. A; PINHEIRO, R. Acolhimento e vínculo: práticas de integralidade na gestão do cuidado em saúde em grandes centros urbanos. Interface -Comunicação, Saúde, Educação, v.9, n.17, p.287-301,2005.
37
INOJOSA, R. M. Acolhimento: A qualificação do encontro entre profissionais de saúde e usuários. X Congresso Internacional de CLAD sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública. Santiago, Chile, 2005.
JUNGES, J. R. Vulnerabilidade e saúde: limites e potencialidades das políticas públicas. Barchifontaine. S/D.
LOPES, J. B. Enfermeiro na classificação de risco em serviços de emergência: revisão integrativa. 2011.
MENEZES, M. O. et al. Acolhimento com classificação de risco na rede de urgência e emergência: perspectivas para enfermagem. Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT, v. 2, n. 2, p. 45-58, 2014.
MERHY, E. E. O ato de governar as tensões constitutivas do agir em saúde como desafio permanente de algumas estratégias gerenciais. Ciências & Saúde Coletiva, v.4, n.2, p. 305 - 314, 1997.
MUÑOZ-SÁNCHEZ, A. I., BERTOLOZZI M. R. Pode o conceito de Vulnerabilidade apoiar a construção do conhecimento em Saúde Coletiva? Ciências Saúde Coletiva, v. 12, n. 2, p. 319-324, 2007.
PAULINO, J A. Demanda espontânea demanda programada: Lidando no acolhimento com uma procura maior que a oferta. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais, 2014.
PEDROSO, R. A.; KLS, C. Dor: quinto sinal vital, um desafio para o cuidar em enfermagem. Texto contexto enferm, v. 15, n. 2, p. 270-6, 2006.
PORTO, M. F. S. Uma ecologia política dos riscos: princípios para integrarmos o local e o global na promoção da saúde e da justiça ambiental. Fiocruz, 2007.
ROGER, V. L. et al. Heart disease and stroke statistics—2012 update a report from the American heart association. Circulation, v. 125, n. 1, p. e2-e220, 2012.
38
SILVA, A. C.; RUDGE, A. M. Construindo a noção de sintoma: articulações entre psicanálise e pragmática. Psicol. USP, São Paulo , v. 28, n. 2, p. 224-229, Aug. 2017.
SILVA, P. M.; BARROS, K. P.; TORRES, H. C. Acolhimento com classificação de risco na Atenção Primária: percepção dos profissionais de enfermagem. Revista Mineira de Enfermagem, v. 16, n. 2, p. 225-231, 2012.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. V Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial. Rev. bras. hipertens, v. 13, n. 4, p. 260-312, 2006.
SOUZA, E. C.; et. al. Primary health care access and receptivity to users: an analysis of perceptions by users and health professionals. Cad Saúde Pública, v. 24, n. 1, p. 100-110, 2010.
STARFIELD, B. Atenção Primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde/Unesco/DFID, 2004.
TESSER, C. D; NETO, P.P; CAMPOS, G.W.S. Acolhimento e (des) medicalização social: um desafio para as equipes de saúde da família. Ciência & Saúde Coletiva, v.15, Supl. 3 p.3615-3624, 2010.
39
APÊNDICE A Instrumento de acolhimento da demanda espontânea Diegues & Cristina.
40
APÊNDICE B Quadro de sinais vitais/glicemia/saturação de o2 e dor.
Fonte: Adaptado: ROGER et al, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2006; PEDROSO;
KLS, 2006; ALBINO, R.M.; GROSSEMAN, S.; RIGGENBACH, V., 2007.
41
APÊNDICE C Quadro de queixas/sintomas
Fonte: Compilado das informações enviadas pelas unidades de saúde da rede de Atenção Básica.
42
APÊNDICE D
Quadros de sinais de alerta.
Fonte: Compilado das informações enviadas pelas unidades de saúde da rede de Atenção Básica.
43
APÊNDICE E
Quadro de vulnerabilidades
Fonte: BRASIL, 2010; GIRONDI, 2010.
44
APÊNDICE F
Planilha de monitoramento
Fonte: Autoras.
Rua Prudente de Morais, 457 - Centro Ribeirão Preto – SP
CEP: 14015-100 Fone: (16) 3977-9300