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UnB - UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FGA - FACULDADE GAMA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA
BIOMDICA
SECTEM: SISTEMA BASEADO NA WEB DE ESPECIFICAO
E COMPARAO TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS
REGISTRADOS NA AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA
WALTER LIMA RAMIREZ FILHO
ORIENTADORA: Prof Dr Lourdes Mattos Brasil
DISSERTAO DE MESTRADO EM ENGENHARIA BIOMDICA
PUBLICAO: 050A/2016
BRASLIA/DF: 04 DE JULHO 2016
ii
UnB - UNIVERSIDADE DE BRASLIA
FGA - FACULDADE GAMA
PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA
BIOMDICA
SECTEM: SISTEMA BASEADO NA WEB DE ESPECIFICAO
E COMPARAO TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS
REGISTRADOS NA AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA
WALTER LIMA RAMIREZ FILHO
DISSERTAO DE MESTRADO SUBMETIDA AO PROGRAMA DE PS-
GRADUAO EM ENGENHARIA BIOMDICA DA FACULDADE GAMA DA
UNIVERSIDADE DE BRASLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSRIOS PARA A OBTENO DO GRAU DE MESTRE EM
ENGENHARIA BIOMDICA.
iii
FICHA CATALOGRFICA
WALTER LIMA RAMIREZ FILHO
SECTEM: SISTEMA BASEADO NA WEB DE ESPECIFICAO E COMPARAO
TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS REGISTRADOS NA AGNCIA
NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, [Distrito Federal] 2016.
107p., 210 x 297 mm (FGA/UnB Gama, Mestre, Engenharia Biomdica, 2016).
Dissertao de Mestrado - Universidade de Braslia. Faculdade Gama. Programa de Ps-
Graduao em Engenharia Biomdica.
1. SECTEM 2. ESPECIFICAO TCNICA
3. COMPARAO TCNICA 4. EQUIPAMENTOS MDICOS
I. FGA UnB Gama/ UnB. II. Ttulo (srie)
REFERNCIA BIBLIOGRFICA
FILHO, W. L. R. (2016). SECTEM: SISTEMA BASEADO NA WEB DE
ESPECIFICAO E COMPARAO TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS
REGISTRADOS NA AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA.
Dissertao de Mestrado em Engenharia Biomdica, Publicao 050A/2016, Programa de
Ps-Graduao em Engenharia Biomdica, Faculdade Gama, Universidade de Braslia,
Braslia, DF, 107p.
CESSO DE DIREITOS
AUTOR: WALTER LIMA RAMIREZ FILHO
TTULO: ENGENHEIRO BIOMDICO
GRAU: Mestre
ANO: 2016
concedida Universidade de Braslia permisso para reproduzir cpias desta dissertao
de mestrado e para emprestar ou vender tais cpias somente para propsitos acadmicos e
cientficos. O autor reserva outros direitos de publicao e nenhuma parte desta dissertao
de mestrado pode ser reproduzida sem a autorizao por escrito do autor.
________________________________________________
2016
QI 14 BLOCO H APT 213, GUAR I.
CEP .: 71.015-080. Braslia, DF Brasil.
iv
DEDICATRIA
O Mestre na arte da vida faz pouca distino entre
o seu trabalho e o seu lazer, entre sua mente e seu
corpo, entre sua educao e sua recreao. Ele
simplesmente persegue sua viso de excelncia
em tudo o que faz, deixando para os outros a
deciso de saber se est trabalhando ou se
divertindo. Ele acha que est sempre fazendo as
duas coisas simultaneamente.
Texto budista.
v
AGRADECIMENTOS
A todos que participaram diretamente ou
indiretamente na execuo deste trabalho.
vi
RESUMO
SECTEM: SISTEMA BASEADO NA WEB DE ESPECIFICAO E
COMPARAO TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS REGISTRADOS
NA AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA
Autor: Walter Lima Ramirez Filho
Orientadora: Prof Dr Lourdes Mattos Brasil
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Biomdica
Braslia, 04 de Julho de 2016.
A criao de ferramentas computacionais para aperfeioar o cuidado em sade e o
atendimento racionalizao, sustentabilidade dos eventos clnicos, econmicos e sociais
da sade possibilita solucionar problemas decorrentes da m especificao na aquisio de
Equipamentos Mdicos (EMs) no contexto da sade pblica. No presente estudo foi
proposto um Sistema de Especificao e Comparao Tcnica de EMs (SECTEM) que
auxilie profissionais tcnicos da Engenharia Clnica (EC), Engenharia Biomdica, entre
outros, em atender s solicitaes clnicas, por meio da especificao tcnica, em relao
compra de EMs para as Unidades de Sade. Estimam-se, tambm neste trabalho, aspectos
ainda no abordados pela literatura, quanto ao gerenciamento de tecnologias de sade,
medida que se discutem os impactos qualitativos da sade, quando lanado o processo de
compra de EMs. O software foi elaborado pelo padro Modelo, Viso e Controlador
(MVC), isto , em trs camadas que permite o acompanhamento e a realizao de vrios
pequenos ajustes durante o seu incremento. Os resultados evidenciaram que em meio
preocupao com o fator cuidado de sade, assim como a efetividade da atuao de
EMs, aps a aquisio pelo parque tecnolgico, a maioria (99%) dos achados cientficos
ainda incipiente na proposio de uma ferramenta capaz de auxiliar na adequada
conduo das comparaes e especificaes efetuadas na atualidade. O SECTEM proposto
foi capaz de empregar o indispensvel conhecimento tcnico para especificar e comparar
as tecnologias de forma til e simplificada para os profissionais de sade.
Palavras- Chave: SECTEM, Especificao Tcnica, Comparao Tcnica, Equipamentos
Mdicos.
vii
ABSTRACT
TCSME: WEB BASED SYSTEM FOR ESPECIFICATION AND TECHNICAL
COMPARISON OF MEDICAL EQUIPMENT REGISTERED IN THE NATIONAL
SANITARY VIGILANCE AGENCY
Author: Walter Lima Ramirez Filho
Supervisor: Prof Dr Lourdes Mattos Brasil
Post-Graduation Program in Biomedical Engineering
Braslia, 04 de July of 2016.
The creation of computational tools to improve health care and service rationalization,
sustainability of clinical, economic and social events in healthcare allows solving
problems arising from mismanagement in purchasing Medical Equipments (MEs) in the
context of public health. In this work it was proposed a Technical Comparison System of
MEs (TCSME) that helps technical professionals of Clinical Engineering (CE), Biomedical
Engineering, among others, to meet clinical demands, through the technical specification,
in relation to the purchase of MEs for Health Units. This work also estimates aspects not
yet addressed by literature on the management of Health Technologies, as it discusses the
qualitative impacts of health when launched the process of buying MEs. The results shows
that amid concern with the "Health Care" factor, as well as with the effectiveness of MEs
operation after its acquisition, the majority (99%) of scientific researchers are still
incipient in proposing a tool which is able to help in the proper conduct of the
comparisons and specifications made today. The proposed TCSME was able to apply the
indispensable technical knowledge to specify and compare the technology in a simplified
and useful way for healthcare professionals.
Key-words: TCSME, Medical Equipment, Technical Specification, Technical
Comparison.
viii
SUMRIO
1 INTRODUO ..................................................................................................................................... 15
1.1 Contextualizao e Formulao do Problema ........................................................................... 15
1.2 Objetivos .................................................................................................................................... 17
1.2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................................... 17
1.2.2 Objetivos Especficos ............................................................................................................ 18
1.3 Reviso da Literatura ................................................................................................................. 19
1.4 Organizao do Trabalho ........................................................................................................... 25
2 FUNDAMENTAO TERICA .............................................................................................................. 26
2.1 Especificao Tcnica de Equipamentos Mdicos ......................................................................... 26
2.1.1 A Importncia Real da Especializao Profissional na Especificao de Tecnologias .......... 28
2.1.2 A EC e sua Relao com o Cuidado de Sade ....................................................................... 30
2.2 Aquisio de EMs ....................................................................................................................... 31
2.2.1 Licitao Pblica ................................................................................................................... 31
2.2.2 Elaborao de Projeto Bsico ............................................................................................... 32
2.2.3 Compras ................................................................................................................................ 33
2.2.4 Fornecedores ........................................................................................................................ 34
2.3 Implicaes Clnicas .................................................................................................................... 34
2.4 Implicaes Legais ...................................................................................................................... 35
2.4.1 Casos de Impercias no Cuidado de Sade ........................................................................... 36
2.5 Teorias Computacionais de Software.............................................................................................. 37
3 METODOLOGIA ................................................................................................................................... 41
3.1 O Ambiente do Estudo ............................................................................................................... 41
3.1.1 Elaborao do Sistema ......................................................................................................... 41
3.1.2 Proposta Inicial ..................................................................................................................... 41
3.1.3 Proposta do Sistema de Comparao .................................................................................. 43
3.2 Delimitao do Estudo ............................................................................................................... 45
4. RESULTADOS ..................................................................................................................................... 46
4.1 Viso Geral ................................................................................................................................. 46
4.2 Sistema SECTEM ......................................................................................................................... 46
4.2.1 Levantamento e Requisitos do Sistema .................................................................................. 46
4.2.2 Apresentao do SECTEM ....................................................................................................... 64
4.3 Viabilidade da Pesquisa .............................................................................................................. 75
ix
4.4 Limitaes do Sistema ................................................................................................................ 76
5 DISCUSSO E CONCLUSO ................................................................................................................. 78
6 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................................................ 80
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................................. 81
ANEXOS/APNDICES .............................................................................................................................. 86
ANEXO 1: SUBMISSES .................................................................................................................... 87
APNDICE 1: MANUAL DO APARELHO DE RAIOS-X VMI .................................................................. 89
APNDICE 2: MANUAL DO APARELHO DE RAIOS-X GE ................................................................... 92
APNDICE 3: MANUAL DO APARELHO DE RAIOS-X SIEMENS ......................................................... 94
APNDICE 4: MANUAL DO CARDIOVERSOR ZOLL ........................................................................... 96
APNDICE 5: MANUAL DO CARDIOVERSOR PHILIPS ....................................................................... 98
APNDICE 6: MANUAL DO CARDIOVERSOR PHILIPS ..................................................................... 100
APNDICE 7: MANUAL DO CARDIOVERSOR GE ............................................................................. 102
APNDICE 8: MANUAL DO CARDIOVERSOR NIHON KOHDEN ....................................................... 104
APNDICE 9: MANUAL DO CARDIOVERSOR CMOS DRAKE ........................................................... 106
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Algumas especificaes mnimas dos aparelhos de raios-X .............................. 50
Tabela 2: Algumas especificaes mnimas dos cardioversores ........................................ 56
xi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo de vida dos EMs. ........................................................................................ 27
Figura 2: Fluxo de elaborao do SECTEM proposto. ....................................................... 43
Figura 3: Ao e Descrio. ................................................................................................ 44
Figura 4: Comparar tipos de produto. .................................................................................. 44
Figura 5: ANVISA Pgina Inicial - Servios. .................................................................. 47
Figura 6: ANVISA Produtos para Sade. ......................................................................... 47
Figura 7: ANVISA Consulta a Banco de Dados / Produtos para Sade. ......................... 48
Figura 8: ANVISA Pesquisa sobre Rotulagem e Instrues de Uso do Produto.. ........... 48
Figura 9: ANVISA Resultado da pesquisa.. ..................................................................... 49
Figura 10: Viso geral da arquitetura do SECTEM.. .......................................................... 64
Figura 11: Pgina Inicial do SECTEM.. .............................................................................. 65
Figura 12: Tipo de Produto - Novo.. .................................................................................... 66
Figura 13: Cadastrar tipo de Produto.. ................................................................................. 67
Figura 14: Editar tipo de Produto.. ...................................................................................... 68
Figura 15: Apagar tipo de Produto. ..................................................................................... 68
Figura 16: Cadastrar Parmetros. ........................................................................................ 69
Figura 17: Produto - Novo. .................................................................................................. 70
Figura 18: Inserir Produto desejado. ................................................................................... 70
Figura 19: Discriminar os itens de acordo com o manual da ANVISA. ............................. 71
Figura 20: Comparao do SECTEM. ................................................................................. 71
Figura 21: Definir o tipo de Produto para Comparao. ..................................................... 72
Figura 22: Resultado comparativo - aparelho de raios-X. ................................................... 73
Figura 23: Resultado comparativo cardioversor. .............................................................. 74
file:///C:/Alunos_Especializao_SBS/Patrycia/Verso%20Agosto/Monografia_Texto/Texto/Monografia%20(Patrycia%20Klavdianos)_VFinal.docx%23_Toc270776767file:///C:/Alunos_Especializao_SBS/Patrycia/Verso%20Agosto/Monografia_Texto/Texto/Monografia%20(Patrycia%20Klavdianos)_VFinal.docx%23_Toc270776768file:///C:/Alunos_Especializao_SBS/Patrycia/Verso%20Agosto/Monografia_Texto/Texto/Monografia%20(Patrycia%20Klavdianos)_VFinal.docx%23_Toc270776768file:///C:/Alunos_Especializao_SBS/Patrycia/Verso%20Agosto/Monografia_Texto/Texto/Monografia%20(Patrycia%20Klavdianos)_VFinal.docx%23_Toc270776769
xii
LISTA DE SMBOLOS, NOMENCLATURAS E ABREVIAES
ABDI - Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial
ACCE - American College of Clinical Engineering
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
ASD - Adaptive Software Development
BIREME - Biblioteca Regional de Medicina
BPA Boas Prticas de Aquisio
BPF Boas Prticas de Fabricao
BVS - Biblioteca Virtual em Sade
CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CDC - Cdigo de Defesa do Consumidor
CFM - Conselho Federal de Medicina
CGIS - Coordenao-Geral de Investimentos em Sade
DSDM - Dynamic Systems Development Method
EAS - Estabelecimentos Assistenciais de Sade
EC Engenharia Clnica
ECG - Eletrocardiograma
EMHs - Equipamentos Mdico-Hospitalares
EMs - Equipamentos Mdicos
FDD - Feature Driven Development
GEATS - Gerncia de Tecnologia em Sade
xiii
IEEE - Institute of Electrical and Electronic Engineers
LILACS - Literatura Latino Americana e do Caribe em Cincias da Sade
MEDLINE - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MS - Ministrio da Sade
MVC - Modelo, Viso e Controlador
NCBI - National Center for Biotechnology Information
NLM - National Library of Medicine
OMS - Organizao Mundial da Sade
OPAS - Organizao Pan-Americana da Sade
PubMed Publicaes Mdicas
PUC - Pontifcia Universidade Catlica
SCIELO - Scientific Eletronic Library On Line
SECTEM Sistema de Especificao e Comparao Tcnica de Equipamentos Mdicos
SPO - Oxmetria de Pulso
SUS - Sistema nico de Sade
TCU - Tribunal de Contas da Unio
UFG - Universidade Federal de Gois
UFPR - Universidade Federal do Paran
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFSC - Universidade de Santa Catarina
UnB - Universidade de Braslia
xiv
UNICAMP - Universidade de Campinas
USP - Universidade de So Paulo
UTI - Unidade de Tratamento Intensivo
WHO - World Health Organization
XP - Extreme Programming
15
1 INTRODUO
O trabalho em questo apresentou um software capaz de auxiliar na especificao e
comparao dos Equipamentos Mdicos (EMs), em especial, dos aparelhos de raios-x e
cardioversores. Os equipamentos e materiais de sade ou "produtos correlatos" so
aparelhos, materiais ou acessrios cujo uso ou aplicao esteja ligado defesa e a
proteo da sade individual ou coletiva, higiene pessoal ou de ambientes, ou
diagnsticos e analticos, os cosmticos e perfumes, e, ainda, os produtos dietticos,
pticos, de acstica mdica, odontolgicos e veterinrios (ANVISA, 2009). O sistema
proposto deve contribuir para a anlise tcnica dos EMs j registrados na ANVISA
como uma ferramenta de apoio na aquisio ou escolha de EMs via Web.
1.1 CONTEXTUALIZAO E FORMULAO DO PROBLEMA
A confiabilidade de tecnologias em sade um campo h muito visto como
multidisciplinar do conhecimento, pois envolve implicaes clnicas, sociais, ticas,
legais e econmicas das tecnologias em sade. O processo de compras de EMs situa-se
nesse campo de interesse, ou seja, acaso ocorra uma superviso sem efeito no curso do
processo de aquisio, em funo do notrio saber de especialistas, desencadeia efeitos
negativos no cuidado de sade (OMS, 2009; CHANG HU et al., 2012).
O ato de compra de EMs forte instrumento da gerncia de tecnologia em Sade
(GEATS), pois capaz de causar impactos na rea de atuao da Engenharia Clnica
(EC) e, consequentemente no cuidado ao doente: especificar, adquirir, avaliar, manter e
desativar a arquitetura tecnolgica (SOUZA et al., 2013; INFANTE e SANTOS, 2007).
O processo de aquisio de equipamentos hospitalares restringe-se a alguns
pormenores a serem observados: necessidades clnicas, avaliao das condies
ambientais, levantamento dos equipamentos existentes no mercado, especificaes dos
equipamentos, avaliao de propostas, escolha dos fornecedores, emisso do contrato e
instalao do equipamento. Dentre estas etapas, a especificao dos equipamentos a
mais fundamental, em funo das informaes bsicas que nela dever constar e,
portanto, definir a melhor escolha do fornecedor e a melhor proposta para a aquisio
(JACOBS, 2009).
16
Em regra, um processo de compras de equipamentos hospitalares inicia com a
solicitao do corpo clnico. A requisio pode ocorrer pela demanda em realizar a
reposio de equipamentos ou ainda a atualizao de tecnologias j existentes. No caso
de rgos pblicos, obrigam-se s exigncias da Lei Geral de Licitaes Pblicas n
8.666, de 21 de junho de 1993, visto que o dispositivo legal institui normas gerais sobre
licitaes e contratos administrativos relativos s obras, servios, compras, alienaes e
locaes, dentre outros que so igualmente importantes (RAMREZ, 2005; CALIL,
2002).
Para proceder ao certame licitatrio, o contratante observa se o objeto de compra
exclusivo de determinados fornecedores ou no. Se no houver exclusividade de
fornecimento, de acordo com a Lei Geral de Licitaes Pblicas n 8.666/1993,
propcia abertura de um certame licitatrio e, este depende do valor da aquisio dos
equipamentos e da tcnica solicitada (BRASIL, 2004).
Ao especificar um equipamento o profissional dever identificar informaes como
o nome do equipamento, a aplicao clnica, a configurao fsica, o tipo de montagem,
a capacidade nominal, as dimenses e peso, os parmetros, os dispositivos de controle e
alarmes, exatido, preciso e sensibilidade, alimentao, entrada e sadas, acessrios,
exigncias tcnicas e normativas. Tudo isto concorre para configurar o ciclo de vida de
uma tecnologia e principalmente dispor sobre a segurana, desempenho, instalao e
uso de equipamentos (BRASIL, 2013; ANVISA, 2004).
Alm das especificaes tcnicas, legitimar o processo de aquisio de EMs
implica em exigncias especiais, visto que no se pode prever que as exigncias
institucionais e tcnicas iro corresponder ao solicitado pela equipe clnica e tcnica.
Assim, so clusulas especiais do processo de compra a especificao dos
equipamentos, as peas de reposio, esquemas eltricos, prazo de garantia do
equipamento, treinamento equipe clnica/tcnica, assistncia tcnica e manuteno,
instalao e aceitao, custos e requisitos legais (BARBIERI, 2006; MARTIN et al.,
2011).
A investigao da aquisio de EMs orienta mensurao da segurana do
paciente/doente, medida que se avaliam os mecanismos da assistncia que impactam
negativamente o cuidado de sade. Neste sentido, alguns estudos tm sido bem
17
conduzidos para evidenciar que os insumos tecnolgicos influenciam na oferta da
qualidade em sade (WHO, 2011; SOUZA et al., 2013).
Uma das explicaes para encontrar um nmero considervel de equipamentos
mdicos que esto inoperantes a falta de capacitao tcnica de especialistas e do
conhecimento acerca dos aspectos legais, clnicos, administrativos, gerenciais dos
Estabelecimentos Assistenciais de Sade (EAS), no momento da aquisio. A partir
desta realidade necessrio um melhor gerenciamento das tecnologias (COELLI, 2002;
SANTOS, 2011).
O processo de obteno de um EM resulta da necessidade em garantir o ciclo de
vida das tecnologias, enquanto critrio mais importante para mant-las atuante, alm de
outros igualmente relevantes, como os custos de operao e a qualidade em sade
(BATISTA, 2008).
sabido que o interesse clnico satisfazer os requisitos de qualidade e segurana,
ao adquirir EMs. No entanto, de acordo com as condies em que so adquiridos, ou
seja, a busca por um timo equipamento, seguro e em menor preo tem se tornado um
processo difcil de assimilao pelas EAS. As principais razes desta ocorrncia so a
complexidade das tecnologias, dificuldades das polticas hospitalares e fornecedores
para promover treinamentos tcnicos, pouca flexibilidade da Lei Geral de Licitaes
Pblicas n 8.666/1993 (RAMIREZ, 2005; ALMEIDA et al., 2013).
Assim, foi desenvolvido um software de comparao tcnica para auxiliar na
especificao e comparao tcnica de EMs, denominado de SECTEM. Trata-se de uma
ferramenta computacional, em que consta o conjunto de informaes tcnicas, conforme
parmetros legais, que dar subsdios velocidade e apurao de informaes
respectivas a um conjunto especfico de EMs, pelos especialistas, no momento da
proposio de incorporao da tecnologia ao parque tecnolgico.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo geral
18
Desenvolver um software de especificao e comparao tcnica de EMs, em especial
dos aparelhos de raios-X e cardioversores registrados na ANVISA, para subsidiar a
aquisio deles.
1.2.2 Objetivos especficos
Quanto aos objetivos especficos, este trabalho segue um aspecto ou rea de interesse: o
gerenciamento da tecnologia mdico-hospitalar.
Este trabalho se disps a:
i. Testar um sistema computacional que disponibilize a especificao e
comparao de EMs, em especial, dos aparelhos de raios-x e cardioversores;
ii. Abordar a Lei Geral de Licitaes Pblicas n 8666/1993 e as exigncias
pertinentes aquisio de equipamentos, projeto bsico, direcionamento, modalidades,
menor preo, tcnica, entre outros;
iii. Descrever o processo de compra de EMs;
iv. Descrever o sistema computacional para subsidiar a especificao tcnica feita
por tcnicos;
v. Verificar a viabilidade de utilizar uma ferramenta computacional como auxlio
na especificao tcnica de EMs, em especial dos aparelhos de raios-X e cardioversores,
realizada pelo conhecimento de profissionais envolvidos na anlise de propostas para
aquisio de equipamentos mdicos;
vi. Propor a especificao dos EMs de forma prtica e til ao universo clnico, por
meio da disponibilizao de planilha eletrnica, constante de ferramenta computacional;
vii. Prever por meio do projeto bsico, no processo de compra, especificaes
efetivas do que o EAS necessita em termos de equipamento mdico.
19
1.3 REVISO DA LITERATURA
Uma reviso narrativa1 na literatura necessria, a fim de verificar se h publicaes
recentes, que propem abordagem computacional para efetivar especificaes de EMs,
sob a perspectiva do cuidado de sade. A partir desta constatao ser definida a reviso
de literatura.
A pesquisa da base bibliogrfica para a fundamentao terica deste trabalho foi
composta de livros, manuais, teses, dispositivos legais, artigos de revistas estrangeiras,
boletins informativos da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA),
monografias e artigos ligados de alguma forma a Universidades, tais como
Universidade de Braslia (UnB), Universidade de Campinas (UNICAMP), Pontifcia
Universidade Catlica (PUC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
Universidade Federal do Paran (UFPR), Universidade de So Paulo (USP),
Universidade Federal de Gois (UFG), rgos governamentais de regulao,
informativos tcnicos constantes da Organizao Mundial da Sade (OMS) e artigos nas
seguintes fontes especializadas: Science Direct, Publicaes Mdicas (PubMed), uma
base de dados que permite a pesquisa bibliogrfica de artigos submetidos em revistas de
grande circulao da rea mdica. A PubMed foi desenvolvida pelo National Center for
Biotechnology Information (NCBI) e mantida pela National Library of Medicine
(NLM); Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES);
Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE); Science Direct; Ministrio da
Sade (MS) com base na Biblioteca Virtual em Sade (BVS), cuja consolidao
devida Organizao Pan-Americana da Sade / Organizao Mundial da Sade
(OPAS/OMS), assim como cooperao tcnica com a Biblioteca Regional de Medicina
(BIREME) em informaes cientficas em sade na Amrica Latina e Caribe, a partir da
integrao de sistemas nacionais que operam redes de bibliotecas e centros de
documentao em cincias da sade.
Verificou-se que a BVS dispe de consulta nas bases de dados, de literatura tcnica
cientfica: Literatura Latino Americana e do Caribe em Cincias da Sade (LILACS);
1 Uma reviso narrativa, assim como outros tipos de estudo de reviso, so publicaes amplas, apropriadas para descrever e discutir o desenvolvimento ou o "estado da arte" de um determinado assunto, sob ponto de vista terico
ou contextual. As revises narrativas no informam as fontes de informao utilizadas, a metodologia para busca das
referncias, nem os critrios utilizados na avaliao e seleo dos trabalhos. Constituem, basicamente, de anlise da
literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrnicas na interpretao e anlise crtica pessoal
do autor. (BERNADO et al., 2004).
20
Scientific Electronic Library Online (SciELO) do Brasil e Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online (MEDLINE), todas so coordenadas pela BIREME. Das
bases citadas apenas a SciELO fora acesssada sob chave Compra de equipamentos
mdicos, que retornou 381.000 itens, com as opes aquisio ou compra. Destes
foram selecionados 11, que tratavam da aquisio de insumos hospitalares, entretanto
apenas 9 foram referenciados, ou seja, os trabalhos de Batista e Maldonado (2008),
Jacobs (2009), Tomazi et al (2004), Infante e Santos (2007), Almeida et al (2013),
Rocha et al (2007), Barra et al (2006), Silva e Ferreira (2009), Bulgarin (2009), visto
que apresentaram os aspectos que potencializam a iniciativa das instituies pblicas
em direo obteno de tecnologias, quais sejam, legais, administrativos e clnicos.
Alm disso, os referenciados ofertaram, em um primeiro momento, conceitos
importantes compreenso da pesquisa. O critrio de excluso dos selecionados deu-se
com base no que referenciavam o gerenciamento de materiais hospitalares, em vez de
tecnologias, enquanto foco da pesquisa.
No foram utilizadas referncias muito recentes, principalmente do ano de 2015,
sendo que foram referenciadas algumas publicaes do ano de 2013 e 2014, ou alguns
estudos especficos que complementam os achados mais recentes. Destaca-se que,
medida que a pesquisa for desenvolvida, pelo pesquisador, possvel que a demanda de
referncias seja atualizada. Uma observao mais aguada constatar que o tema
inovador, por isso a escassez de literatura. Os achados mais recentes no encontraram
vastas publicaes que pudessem ir ao encontro da ideia de elaborao de ferramentas
computacionais, para o gerenciamento tecnolgico-hospitalar.
A busca de referncias fora feita de forma hierrquica na apresentao dos
assuntos, ou seja, partiu-se dos conceitos genricos para em seguida expor aspectos
especficos como especificao, comparao, sistema, nomes de EMs, software, entre
outros acerca da aquisio de tecnologias mdicas.
Acerca do fator importncia da especializao profissional na especificao de
tecnologias mdicas, procedeu-se busca na base BIREME com os termos
engenheiro clnico e tecnologias, enfermagem e uso de tecnologias, Fisioterapeuta
e EMs, que retornou 15.200 itens, sendo 20 selecionados e 2 referenciados os artigos
de Oliveira (2009) e Guirro (2002). Foram eliminados 18 artigos, em funo de que no
abordavam a associao entre os profissionais elencados e EMs. Por sua vez, os 2
21
arquivos referenciados satisfazem busca, tendo em vista que fundamentaram a
importncia da estruturao de saberes e experincia para gerenciar tecnologias, em prol
do cuidado de sade.
A partir de outras fontes de informao cientfica, destaca-se a Science Direct, o
objetivo do estudo direcionou-se para a busca de artigos que fornecessem informao
acerca do cuidado em sade. A pesquisa realizada, com o argumento management of
purchasing medical equipments, retornou 25 itens, dentre estes foram referenciados os
trabalhos de Chang Hu et al (2012), Martin et al (2011), Sloane (2003), no total de 3
itens, porque descrevem a preocupao da EC, em suprir as necessidades tecnolgicas
clnicas e o cuidado mdico com o paciente, bem como citam o processo de compra de
tecnologias mdicas e seus efeitos na logstica hospitalar. Entretanto, 22 itens foram
descartados porque estudam especificamente os custos das tecnologias em sade,
aspecto que desmerece o foco da presente abordagem cientfica.
A base IEEE uma instituio de engenheiros, cujo objetivo promover
conhecimento no campo da engenharia eltrica, eletrnica e computao. Assim,
buscaram-se dados a partir do indexador em Ingls Purchasing of Equipment, 11
arquivos retornaram. Nenhum deles tratava da questo de aquisio de equipamentos
mdicos. Uma busca similar foi realizada com outro indexador em Ingls Acquisition
ofmedical equipment, a resposta trouxe 100 arquivos que descreveram impactos dos
custos da tomada de deciso nas compras de EMs, assim como aspectos tcnicos dos
equipamentos, sem vincular com o gerenciamento de compra. Logo, nenhum satisfez ao
tema de pesquisa.
Outro aspecto de busca para a construo terica foi o processo de compras de
EMs, o que se valeu da aplicao da chave licitao pblica, especificamente no stio
da ANVISA. Retornaram 14 itens, em que foram todos selecionados, visto que so
cartilhas e manuais de gerenciamento de compras de EMs, assim como ofertam as
diretrizes metodolgicas de especificao de compras, notadamente porque citam a Lei
de Licitaes Pblicas de n. 8.666/93 e sua sistemtica. Foram referenciados apenas 6
itens: Agncia Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) (2010), ANVISA
(2003), ANVISA (2004), ANVISA (2005), ANVISA (2011), ANVISA (2012), tendo
em vista que se tratam de manuais mais recentes, do ano de 2002 a 2013, elaborados
pela Unidade de Tecnovigilncia UTVIG. Os mais antigos foram descartados.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_el%C3%A9ctricahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_eletr%C3%B4nicahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_de_computa%C3%A7%C3%A3o
22
Uma procura similar foi realizada no MS, pois uma pesquisa isolada para o
argumento gerenciador de EMs foi efetivada, uma vez que o objetivo era saber como
ocorre o gerenciamento da compra de tecnologias para a sade e descrever o processo
de compra com nfase nas etapas de elaborao da proposta tcnica. Obteve-se a
resposta com 70 itens, dos quais todos foram selecionados porque tratam de orientaes
acerca da abertura de processo licitatrio para compras de EMs. Somente foi relevante o
total de 6, porque descreveram boas prticas de aquisio de EMs, por meio de
orientao tcnica, legal e administrativa, a exemplo dos seguintes arquivos: Brasil
(1993), Brasil (1994), Brasil (2002), Brasil (2013), OMS (2010), MS (2007). Outro
ponto positivo dos arquivos referenciados diz respeito descrio do processo de
compra, desde a elaborao do projeto bsico at a confirmao da compra de
tecnologias mdicas.
Uma vez que j se esgotavam as possibilidades de pesquisa para achar as diretrizes
metodolgicas do processo de compras de EMs e, diante da necessidade em
potencializar as pesquisas iniciais com maiores posicionamentos cientficos, recorreu-se
aos repositrios das Universidades, por exemplo, o da UNICAMP, sob o tema
Enfermagem e as tecnologias de sade, resultando em 78.500 itens, dos quais apenas
3 foram satisfatrias, ou seja, os trabalhos de Salvador et al (2012), Calil (2005),
Ramirez (2005), por tratar de referncia ao manejo de EMs, realizado por enfermeiros,
sob a perspectiva das campanhas lanadas pela OMS, em prol do cuidado de sade.
Foi realizada, ainda, outra pesquisa na Universidade de Santa Catarina (UFSC),
com a frase equipamentos mdico-assistenciais e resultou em 9 itens, dos quais
apenas 2 foram satisfatrios. Um deles, o trabalho de Vergara (1999), que menciona
sobre os procedimentos de aquisio de EMs de dois setores especficos de uma EAS
por meio de uma ferramenta computadorizada. O outro, o trabalho de Santos (2009),
que apresenta uma proposta de sistema para substituio de EMs.
Outras pesquisas efetivadas no repositrio da UnB, com a frase compra de
equipamentos mdicos, retornaram 437.000 resultados, sendo 7 selecionados e 4
referenciados. Dos referenciados apreciou-se a meno confiabilidade dos EMs
especificamente nos trabalhos de Souza (2012), Lemos (2012), Cartilha de Compras
(2014), Santos (2011), como requisito primordial para alcanar a qualidade em sade e
a abordagem do processo de compras por instituies do governo.
23
O mesmo parmetro de pesquisa foi lanado no repositrio da Pontifcia
Universidade Catlica do Paran (PUC/PR), com o termo Equipamentos Hospitalares,
retornou 70 arquivos, dos quais 10 foram selecionados e apenas 1 referenciado porque
tratava das implicaes trazidas ao contexto clnico, administrativo e legal por
profissionais que no esto preparados para o uso de equipamentos hospitalares
(BERTOLINI e NOHAMA, 2007). A conformidade com as normas tcnicas tambm
prevaleceu nos documentos referenciado.
Uma pesquisa aplicada no repositrio da UFRJ para a chave compra de EMs,
retornou 111 itens, dos quais apenas foram selecionados 20, por mencionar
equipamentos hospitalares. Porm foi referenciado apenas 1 trabalho de Coeli (2008)
em funo de que apresenta uma ferramenta tecnolgica que otimiza a qualidade de
sade. Contudo, 19 itens foram excludos porque somente descreveram aspectos
econmicos tais como, o ambiente negocial e o industrial da compra de EMs, o que no
est dentro da proposta do presente estudo.
Em outro repositrio, da USP, utilizou-se o argumento compra de equipamentos
hospitalares, responderam 98 itens, dos quais foram selecionados 20 arquivos, mas
destes apenas referenciou-se 1 item, visto que descreve um documento acerca da NR32,
norma de segurana e sade no trabalho em servio de sade, elaborado por Marinho
(2005). Todavia, 19 itens foram descartados devido abordagem ao gerenciamento de
materiais mdicos, edital de licitao com as normas de compras, aspecto j fartamente
colhido em outros artigos anteriormente consultados.
No stio da World Health Organization (WHO), ao lanar no campo de pesquisa o
seguinte termo Patient Safety, a resposta correspondeu com 113 arquivos. Destes
achados, foram selecionados 40 itens, pois aferem o cuidado ao paciente sob a condio
de uma nova disciplina do corpo clnico, sobretudo buscando a adoo de melhores
prticas em benefcio da prestao de assistncia em sade. Entretanto, ao analisar os
abstracts dos documentos apenas interessou, aos objetivos da pesquisa, uma coletnea
de itens, no total de 11, sem a especificao de autores, que relata, respectivamente: os
princpios da Investigao em Segurana do Paciente, a mensurao ao dano, o conceito
de segurana do paciente doente, os requisitos de segurana do paciente doente, as
causas dos incidentes de segurana, a identificao e a implementao de solues, a
causa de investigar da segurana do paciente, a mensurao do que no vai bem ao
24
cuidado de sade, a avaliao do impacto das solues de segurana, a aplicao prtica
na segurana de sade, a notificao de erros em sade. Estes boletins relatam falhas e
riscos no cuidado de sade, inclusive descrevem uma campanha mundial lanada pela
WHO como resultado da sua preocupao com o cuidado de sade. A motivao, assim,
descrita justifica-se em funo da prtica recorrente de erros mdicos e falhas na
assistncia em sade. O uso incorreto de insumos mdicos tambm est relatado nestes
achados do stio da WHO, em especial nos pases subdesenvolvidos como a frica. Os
demais achados no se adequavam descrio feita para a pesquisa porque abordam o
uso incorreto de materiais mdicos, como seringas, dentre outros, que no os aspectos
tecnolgicos de sade.
Quanto aos livros consultados, no total de 3, a maior parte (2) so da rea do
Direito Administrativo, de autoria respectiva a Gasparini (2005), Filho (2007), Niebuhr
(2003), Barbieri (2006). O direito administrativo legitimou o processo de licitao
pblica, ao passo que a obra da Cincia da Administrao abordou a logstica hospitalar,
por isso todos selecionados e referenciados.
Relativamente aos boletins informativos, foi consultado o Tribunal de Contas da
Unio (TCU) para saber a respeito da situao dos EMs inoperantes no Brasil. A
resposta trouxe 2 informativos contendo, respectivamente, matria especializada
publicada no ento repositrio do TCU, denunciando o descaso com a rea de sade, em
conformidade com relato feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e descrio
dos processos licitatrios. Ambos os arquivos foram selecionados e referenciados, bem
como so de autoria, respectivamente, de Mendes (2014), Camargo (2015).
De fato, a maioria das publicaes evidencia a preocupao com o gerenciamento
de EMs, mas tendo por critrio o atendimento aos princpios constitucionais que
regulam os aspectos econmicos do sistema de sade brasileiro. Em relao aquisio
de EMs, especificamente o alcance da qualidade em sade, encontrou-se uma lacuna no
desenvolvimento de pesquisa com este efeito. E, isto um pensamento manifestado em
pesquisas estrangeiras, de forma que em achados internacionais, a exemplo dos relatos
de Chung Hu et al (2012), no obstante serem poucos se verificou maior avano em
relao inquietao com o cuidado de sade. O prximo captulo tratar da
Fundamentao Terica que dar embasamento para esse trabalho.
25
1.4 ORGANIZAO DO TRABALHO
Este trabalho est organizado em seis captulos, incluindo este captulo.
No captulo dois, apresentada uma viso geral da Fundamentao Terica,
objetivando a compreenso na especificao e comparao de novas tecnologias,
conceitos e padres utilizados na aquisio de EMs na rea mdica. Logo, so
abordados os seguintes temas: Especificao Tcnica de EMs, A importncia Real da
Especializao Profissional na Especificao de tecnologias, A EC e sua relao com o
cuidado de sade, Aquisio de EMs, Licitao Pblica, Elaborao de Projeto Bsico,
Compras, Fornecedores, Implicaes Clnicas, Implicaes Legais, Casos de Impercia
no Cuidado de Sade, Ferramenta Computacional para EMs e Definies Tcnicas.
O captulo trs detalha a metodologia utilizada no estudo.
O captulo quatro descreve os resultados.
O captulo cinco discute os pontos de maior importncia envolvendo o tema deste
estudo e apresenta as concluses finais do trabalho.
Por fim, o captulo seis apresenta os trabalhos futuros que podem ser desenvolvidos
a partir das ideias apresentadas neste documento.
26
2 FUNDAMENTAO TERICA
Este captulo versar sobre os EAS e os procedimentos neles realizados que tm
apresentado mudanas significativas no que diz respeito aquisio de novas
tecnologias, mesmo se forem considerado apenas os ltimos 50 anos. No incio do
sculo XXI tratou-se no Brasil o conceito de qualidade em ambiente mdico-hospitalar
associado satisfao das expectativas do cliente em relao ao servio prestado. Logo,
ao se falar em qualidade, irrefutvel o valor dos protocolos e certificaes de
conformidade baseados em normas de Boas Prticas de Aquisio (BPA) e Boas
Prticas de Fabricao (BPF) do MS do Brasil, entre outras.
2.1 ESPECIFICAO TCNICA DE EQUIPAMENTOS MDICOS
EM qualquer equipamento de diagnstico, terapia e de apoio mdico-hospitalar.
Existem prescries e clusulas tcnicas a serem observadas junto ao edital de licitao
pblica para atender ao processo de aquisio de EMs, por instituies prestadoras de
servios de sade que utilizam procedimentos de licitao. Entretanto, a especificao
tcnica no isenta outras instituies que no adotam o processo licitatrio, embora
tenham que proceder s devidas adequaes a fim de que a compra seja efetivada
(ABDI, 2010; ANVISA, 2004; BRASIL, 1994).
A especificao de EMs atribuio pertinente equipe tcnica instituda para
aquisio dos equipamentos mdico-hospitalares. Desta forma, imprescindvel gerar
as especificaes para seleo do equipamento, em atendimento s prescries tcnicas,
a serem inseridas no projeto bsico, em conformidade com as diretrizes do edital de
licitaes pblicas (Lei n 8.666/93). Alm disso, deve-se proceder ao recebimento do
equipamento, acompanhamento de sua instalao e sua aceitao (ANVISA, 2004).
A instituio de sade responsabiliza-se por constituir a equipe tcnica para
aquisio do equipamento mdico-hospitalar requisitado. Neste caso, o dirigente da
unidade responsvel pela destinao clnica do equipamento, ou ainda o representante, o
dirigente da unidade responsvel pela gerncia e manuteno de equipamentos
comprados pela instituio ou representante participam da instituio do corpo tcnico,
para fundamentar o processo de compra (ANVISA, 2004). A Figura 1 apresenta a
intensidade de uso dos EMs em trs etapas: incorporao, utilizao e renovao, sendo
27
a primeira etapa a mais importante para este trabalho, visto que contempla a
especificao e a aquisio de novas tecnologias mdicas.
Figura 1: Ciclo de vida dos EMs (Elaborao prpria).
A etapa mais importante do processo de aquisio de EMs a especificao destes,
em funo de tal procedimento dispem-se informaes bsicas acerca da escolha de
fornecedor com a melhor e mais apropriada proposta. Dentre as informaes contidas na
especificao destacam-se: o nome do equipamento, aplicao clnica, configurao
fsica (se descartvel, reutilizvel, implantvel ou no, invasivo ou no, esterilizvel ou
no), tipo de montagem, capacidade nominal, resoluo, dimenses e peso, parmetros,
dispositivos de controle e alarmes, exatido, preciso e sensibilidade, alimentao,
entradas e sadas, acessrios, exigncias tcnicas e normativas (MS, 2002).
A especificao tcnica um posicionamento tcnico que tambm faz parte da
anlise de mrito que o MS oferta ao pleito da aquisio de Equipamentos Mdico-
Hospitalares (EMH) pelos EAS. Assim, a Coordenao-Geral de Investimentos em
28
Sade (CGIS), no MS, direciona-se rea tcnica de equipamentos e, portanto analisa
projetos de investimentos no setor sade, dentre os quais a obteno de EMH (MS,
2007).
A normatizao presente em manuais tem sido o referencial para as especificaes
feitas e custos sugeridos na proposta de projeto pelo proponente, isto , verifica-se a
compatibilidade tcnico-econmica dos EMs. Esto includos na anlise tcnico-
econmica parmetros legais porque servem como documentos de referncia (MS,
2007).
A observncia das normas nacionais (NBR IEC 60601-2-22) (10) e internacionais
(IEC 60825-1 e TR IEC 60825-8) (11, 12), no processo de especificao tcnica, visa
segurana dos usurios e operadores dos equipamentos hospitalares. A este respeito,
curioso constatar que no Brasil ainda faltam procedimentos padronizado de ensaios de
verificao, alm de laboratrios e pessoal treinado (BERTOLINI, 2007).
Especificar elaborar um documento de forma criteriosa, tendo em vista que as
informaes garantem a oferta de propostas adequadas s necessidades da instituio
em sade. No documento da especificao deve constar o escopo, ou seja, as reas
cobertas pela especificao, a organizao e o estabelecimento de abreviaes. A
respeito da lista de documentos que devero constar da especificao, a mesma define
as eventuais alteraes especificao (MS, 2002).
As exigncias especficas para o equipamento, relativo ao processo de obteno de
EMs, possuem a finalidade de evitar que a equipe de manuteno e equipe clnica
tenham longos e desgastantes conflitos com os fornecedores. Tais conflitos podem
ocorrer sob a hiptese das exigncias tcnicas no atenderem s informaes
necessrias s solicitaes clnicas (MS, 2002).
2.1.1 A Importncia Real da Especializao Profissional na Especificao de
Tecnologias
O corpo tcnico para proceder especificao de EMs deve ser composto de
profissionais graduados nas reas de sade; Engenharia Eltrica; Eletrnica ou
Mecnica com especializao e/ou ps-graduao em engenharia Clnica ou o prprio
29
Engenheiro Biomdico. necessrio ainda que estes profissionais sejam experientes na
rea de engenharia clnica (MS, 2007; SALVADOR et al., 2012).
O manejo ineficiente do processo de compras de EMs tem afetado
consideravelmente a qualidade e a eficincia da aquisio destes insumos. Desta forma,
imprescindvel a instituio de uma alternativa eficaz para especificar tecnologias
(CHUNG HU et al., 2012).
O treinamento tcnico de pessoal, assim como a especializao constitui requisito
primordial para a manuteno de cada tipo e modelo de equipamento. Gerir as
atribuies para lidar com equipamentos hospitalares cabe ao engenheiro clnico.
Assim, a criao e a melhoria das tecnologias j atuantes so um aspecto chave para a
qualificao da assistncia mdica (WADA e FELIPE, 2010).
O engenheiro clnico, tal como definido pela American College of Clinical
Engineering (ACCE), a partir dos seus conhecimentos em engenharia e prticas
gerenciais em tecnologias da sade, promove melhorias no cuidado aos pacientes. A
introduo da EC no Brasil fora induzida em virtude do elevado custo de manuteno
dos equipamentos e seus acessrios. No entanto, existem diversas instituies de sade
que enfrentam dificuldades para executar a poltica da EC, em vista da baixa qualidade
tcnica da mo-de-obra, devido insuficincia de profissionais capacitados, e a falta de
uma poltica clara para o setor (WADA e FELIPE, 2010).
Importante entender que em relao contribuio da especialidade em EC pode-se
esperar alta conscincia das contribuies econmico-financeiras que a gesto de
tecnologia apropriada pode trazer ao ambiente hospitalar. No obstante essa perspectiva,
a atuao da EC ainda incipiente, frente densidade de complexos EMs, o que
culmina em evidente risco para a segurana de pacientes e usurios. Frise-se que a viso
estabelecida acerca da incipincia da instalao da EC, em hospitais brasileiros, deve-se
discrepncia entre a magnitude do parque tecnolgico e o nmero de servios em
engenharia (MEDEIROS, 2009).
A prtica da enfermagem no cuidado ao paciente pode ser fortemente impactada
pelas tecnologias. Ento, uma assistncia de qualidade impe a especializao e o
aperfeioamento dos conhecimentos do enfermeiro a respeito de tudo que envolve a sua
30
prtica. Operar no processo de trabalho em sade, em especial com mquinas,
necessrio possuir saberes estruturados (BARRA, 2010; ROCHA, 2008; SILVA, 2009).
O enfermeiro deve estar atento aos possveis impactos, riscos e relaes que se
estabelecem entre os sujeitos participantes do processo de cuidado. Todavia, a forma
como as tecnologias sero contempladas que ir atender s necessidades dos usurios.
De fato, enfermeiros buscaram maiores conhecimentos com vistas a redimensionar o
espao para cuidar, pois a prestao do servio deve ser de qualidade (SILVA e
FERREIRA, 2012; PEREIRA et al., 2010).
2.1.2 A EC e sua relao com o cuidado de sade
O cuidado de sade condiciona-se ao gerenciamento que a EC patrocina as tecnologias
mdico-hospitalares. possvel a partir da EC identificar solues variadas para
problemas e situaes. O impacto que se verifica entre a EC e a preocupao com o
doente refere-se garantia de prestao de servios de melhor qualidade e com menor
custo (OLIVEIRA, 2009).
J existe uma gama de pesquisas no sentido de evidenciar e identificar as melhores
prticas de gerenciamento de equipamentos em sade e, consequentemente legitimar a
acreditao hospitalar, a qualidade, eficcia e segurana em servios de sade. Por
certo, muito do que foi publicado no fora colocado em prtica, no entanto induz ao
desenvolvimento de outros sistemas capazes de conter falhas na prestao de assistncia
ao doente (TOMASI et al., 2003).
O cuidado de sade vem desafiando profissionais da EC e gestores na conduo e
aperfeioamento do parque tecnolgico e, a partir deste, das aes por meio da
disseminao dos meios capazes de democratizar o acesso a um servio de sade de
qualidade. A busca da abordagem tecnolgica adequada no tratamento do doente
inquietao constante do contexto da EC (WHO, 2010).
Pesquisas realizadas no campo de sade (WHO, 2008) evidenciaram que h
magnitude de cuidados inseguros, especialmente nos pases que se encontram em
situao de desenvolvimento. Observa-se tambm que a extenso dos danos
ocasionados por falhas sistmicas aos doentes, na maioria dos casos, no tem sido
relatada em publicaes. Neste sentido, cabe EC administrar a segurana dos
31
profissionais de sade e, consequentemente a segurana do paciente/doente (NR-32,
2005).
2.2 AQUISIO DE EMs
2.2.1 Licitao Pblica
Os critrios envolvidos na licitao so importantes para compreender porque surgem
problemas gerenciais e tcnicos, ou melhor, inadequao ao uso de EMs ou ausncia de
manuteno bsica (RAMREZ, 2005).
As atividades da Administrao Pblica encontram-se regidas por princpios:
legalidade, impessoalidade, publicidade, economicidade e eficincia. Estes princpios
evitam o arbtrio que desacredita e compromete, substancialmente, o servio pblico.
Destaca-se que esses parmetros so essencialmente gerenciais, atuando, portanto, como
vetor da adequada gesto de recursos pblicos (BUGARIN, 2009).
Cada um dos princpios constitucionais resguarda a responsabilidade do gestor em
aplicar racionalmente o dinheiro pblico, de forma que todo o regramento estabelece
limites realizao de despesas. Portanto, o gestor, isto , os administradores e rgos
pblicos, devem buscar alternativas para diminuir os gastos ou investimentos de
projetos (OLIVEIRA, 2009).
O atendimento ao interesse da coletividade a mola mestra das atividades
realizadas pela Administrao, devendo por isso ser ininterrupto, consoante resguarda o
princpio constitucional da continuidade. Assim, o interesse pblico no deve ser
prejudicado. Da mesma forma o objetivo da licitao, qual seja, autorizar
administrao que contrate fornecedores que renam condies necessrias para
satisfao do interesse pblico, tendo por critrio aspectos relacionados capacidade
tcnica e econmico-financeira da empresa licitante, qualidade do produto e ao valor
do objeto (BERMDEZ et al., 2014).
O enquadramento da modalidade de licitao obedece aos critrios quantitativo e
qualitativo. Em funo do primeiro, afirma-se que se define o objeto em nome do valor
auferido para contratar. Em relao ao segundo, prevalecem as caractersticas do objeto.
Com efeito, so modalidades: prego eletrnico (bens e servios comuns, qualquer
valor); convite (bens e servios no definidos pelo edital, at R$ 80.000 para compras e
32
R$ 150.000 para obras); tomada de preos (convite e licitao internacional, at R$
1.500.000); concorrncia (obras e servios de grande vulto e licitao internacional,
acima de R$ 1.500.000 para obras e acima de R$ 650.000 para compras) (JUSTEN
FILHO, 2007).
As marcas do objeto a ser licitado so vedadas preferncia do administrador,
salvo se como parmetro de qualidade, aspecto que facilita a descrio do objeto, mas
que dever conter as expresses ou equivalente, ou similar e ou de melhor
qualidade (BERMUDEZ et al., 2014).
Nos casos de licitao dispensvel, de acordo com o artigo 24 da Lei n
8.666/1993, a Administrao pode contratar a competio. Assim, essencial que o
gestor escolha, no mnimo, trs oramentos. Entretanto, cabvel a inexigibilidade de
licitao, em funo da existncia de apenas um objeto que atenda s necessidades da
Administrao, hiptese em que poder o administrador contratar diretamente o objeto
(NIEBHUR, 2003).
Para disciplinar as compras do setor pblico a Lei n 8.666/93 prevalece, com foco
em seu artigo 1: Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos
administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras,
alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municpios. A Lei de licitaes para o gestor pblico forte instrumento de
gesto, para aplicar na compra de obras, servios ou bens com os quais o Administrador
deseja negociar (SOUZA et al., 2013).
2.2.2 Elaborao de Projeto Bsico
Um projeto bsico o documento prvio ao procedimento licitatrio e base para
elaborar o edital. O desenvolvimento deste documento sempre feito pelo setor
requisitante, juntamente com a Diretoria de compras. A aprovao do projeto ocorre
pelo gestor do processo licitatrio.
A elaborao do projeto, em qualquer licitao, condio principal para que a
Administrao tenha seus objetivos atendidos. Ao contrrio, um projeto bsico falho e
incompleto tornar a licitao viciada. Efetivamente, o projeto possui elementos
necessrios e suficientes, com nvel de preciso adequado, a fim de caracterizar a obra,
33
servio ou aquisio de materiais, portanto deve ser construdo com base nas indicaes
de estudos tcnicos preliminares (BRASIL, 1993).
A unidade requisitante direciona seu projeto com os seguintes elementos: objeto,
justificativa, preo estimado, quantidade, prazo de entrega, contratao/modo de
fornecimento, especificaes gerais e/ou prestaes de servios, pagamento, obrigaes
da contratada, obrigaes do contratante, penalidades/sanes, dotao oramentria,
acompanhamento da entrega, equipe da elaborao do projeto bsico, nmero da verso
do projeto, autorizao do diretor ou responsvel pela unidade requisitante, autorizao
do Diretor-Geral Administrativo para dar incio ao procedimento licitatrio (BRASIL,
2013).
Por certo, o modelo de Projeto Bsico algo flexvel, podendo ento ser adaptado
ao objeto a ser licitado. Em anexo ao Projeto Bsico devem constar as especificaes
tcnicas. Relativamente ao pagamento, frise-se que em face da necessidade, pode-se
elaborar o cronograma fsico-financeiro. O sucesso da aquisio ou contratao depende
da observao dos elementos constantes do projeto (BRASIL, 2013).
O projeto permite que a Administrao Pblica tome conhecimento do objeto que
se deseja licitar, em seus aspectos gerais, de modo claro e exato. Por igual, fornece ao
licitante as informaes pertinentes boa elaborao de proposta, de acordo com as
regras estabelecidas pela Administrao (BERMUDEZ et al., 2014).
2.2.3 Compras
por meio das compras que as instituies pblicas procedem aquisio de insumos
para o seu perfeito funcionamento. Para a Administrao Pblica, a compra implica na
seleo da proposta mais vantajosa e, obedece aos princpios da legalidade
impessoalidade, moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa,
vinculao ao instrumento convocatrio, julgamento objetivo e outros que so
pertinentes (JACOBS, 2009).
A proposta mais vantajosa significa que o objeto ou o servio contratado satisfaz ao
interesse pblico. Ento, so condies de compra: a definio do objeto a ser
contratado, a pesquisa perfeita das condies de mercado e concorrncia, condies de
relacionamento, o cumprimento dos princpios constitucionais (GASPARINI, 2007).
34
A especificao do equipamento, de forma clara e objetiva, conforme as normas da
ANVISA e demais parmetros legais, condio inafastvel para que a compra seja
efetivada. Frise-se que as abordagens tcnicas se estendem ao MS a fim de que este
possa assegurar o empenho financeiro na conta do projeto, para assegurar o pagamento
dos equipamentos (MS, 2007; ALMEIDA et al., 2013).
2.2.4 Fornecedores
Por meio da escolha de bons fornecedores em tecnologias mdicas conjugam-se foras
positivas e traz benefcios ao cuidado de sade. A boa qualificao torna-se clara a
partir da especificao a ser realizada por tcnicos. Certamente que a descrio tcnica
de tecnologias mdicas deve evidenciar aspectos fsicos e operacionais, por exemplo,
procedimentos necessrios antes do uso do equipamento, informaes detalhadas sobre
a natureza, tipo e a intensidade de uso, dentre outros (ABDI, 2010).
crucial que EMs tenham especificadas as precaues a adotar, nos casos de
alterao de funcionamento. Para tanto, informaes claras devem constar nas
instrues de uso e resoluo de problemas.
2.3 IMPLICAES CLNICAS
s implicaes clnicas da especificao inadequada de EMs somam-se as implicaes
ticas, tendo em vista que o paciente que paga a conta, alm de no obter o retorno do
cuidado em sade (BERTOLINI e NOHAMA, 2007).
As especificaes tcnicas que se direcionam a avaliar a aquisio de equipamentos
geram importantssimas informaes e dados que refletem possveis conflitos entre os
benefcios, custos e riscos aos pacientes e ao hospital. De fato, a aquisio um
investimento de capital (SLOANTE et al., 2003; SOUZA et al., 2013).
A inoperncia de EMs possibilita danos ao paciente ou at mesmo a sua morte,
assim como prejuzos atuao do operador. A este respeito literatura tem proposto
diversos relatos sobre ocorrncias de danos sade provocados por falhas tecnolgicas
(NETO, 2004).
A partir da disponibilidade dos equipamentos hospitalares, de forma plena, ocorre a
melhoria da qualidade da prestao dos servios mdicos/hospitalares. A falta de
correspondncia de uma dada tecnologia com os servios de sade impacta
35
consideravelmente o atendimento prestado nos EAS, j que, em sentido positivo,
aperfeioa a assistncia, alm de incrementar a disponibilidade de recursos financeiros
(JACOBS, 2009).
2.4 IMPLICAES LEGAIS
A partir da no conformidade s prescries tcnicas de EMs, as instituies esto
sujeitas s sanes previstas na legislao sanitria e nos contratos firmados entre os
EAS e rgos financiadores dos EMs que esto sendo comprados (ANVISA, 2004).
Outro procedimento previsvel nos casos de no atendimento s prescries
tcnicas a realizao de Auditoria. A ocorrncia de Auditoria tem como objetivo
verificar o cumprimento das prescries tcnicas estabelecidas para EMs, a fim de que
medidas precatrias determinadas pela autoridade sanitria competente sejam tomadas
nos casos do descumprimento do regramento. As auditorias so de responsabilidade do
sistema de sade que nomeia auditores formalmente reconhecidos pelo sistema de sade
(ANVISA, 2004; MS, 2007).
Tal como preconizado pelo artigo 31 da Instruo Normativa STN N. 1, de 15 de
janeiro de 1997, a Coordenao Geral de Investimentos em Sade, do MS, deve emitir,
a partir dos aspectos tcnicos das propostas de compras de EMs, parecer acerca da
prestao de contas parcial ou final. Com base nesta exigncia para executar convnios,
proceder-se- aos laudos de vistoria e coleta de informaes a respeito dos proponentes
dos projetos de compras. Sendo assim, as informaes apresentadas pelos proponentes
da compra de tecnologias so de sua inteira responsabilidade. No mesmo sentido, o
Cdigo Penal Brasileiro bem claro quando determina, em seu artigo n 299, sanes
por falsidade ideolgica (MS, 2007).
O paciente beneficirio do tratamento conferido pelo uso de EMs , diante do
contexto de sade, um cliente, portanto est amparado pelo Cdigo de Defesa do
Consumidor (CDC). Em face do recebimento do servio mdico com vcios de
qualidade ter direito restituio de valores e de servios (BERTOLINI e NOHAMA,
2007).
36
2.4.1 Casos de Impercias no Cuidado de Sade
flagrante o descaso com o cuidado em sade e a administrao em recursos pblicos,
para com a sociedade que o paciente. Neste sentido, bastando verificar denncia
efetuada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), segundo o qual h o sucateamento
de quase mil unidades bsicas de sade no Brasil. O CFM fiscalizou e constatou que,
aproximadamente 331 unidades de sade apresentam mais de 50 itens em
desconformidade com as normas sanitrias, at mesmo falta o ambiente propcio
instalao dos insumos hospitalares (CAMARGO, 2015).
Ainda, conforme investigao realizada pelo CFM em ambulatrios, unidades
bsicas de sade, centros de sade e postos dos programas de Sade, destaca-se o de
Estratgia da Famlia do Sistema nico de Sade (SUS), constatou-se que faltam EMs,
por exemplo, desfibriladores, em torno de 74% das unidades consultadas. Neste caso,
cabe ao Ministrio Pblico investigar e criminalizar, a partir da responsabilizao pelas
ocorrncias (CAMARGO, 2015).
Equipamentos inoperantes lesam a populao, no tratamento mdico ofertado e nos
aspectos ticos, financeiros, j que conduz ao descrdito em funo de resultados
inconsistentes, irrelevantes (BERTOLINI e NOHAMA, 2007).
A impercia para a assistncia dispensada em sade tem sido questo das mais
complexas e polmicas, em tempos atuais, visto que aos profissionais de sade so
imputadas variadas faltas, dentre as quais: prescries inadequadas; negligncia pr e
ps-operatrias; diagnsticos errados; emprego de mtodos no sancionados
cientificamente; omisso no tratamento; emprego de equipamentos defeituosos durante
a anestesia; omisso no aconselhamento ao paciente; erros em transfuses de sangue;
experincias clnicas com inobservncia das normas correspondentes, absentesmo
(WHO, 2010).
Os diversos estudos publicados, no sentido de investigar impercias do campo da
sade, so ordenados em funo da chamada segurana do paciente/doente. De fato,
trata-se de uma linha explorada em diversas publicaes, em que se constata a exausto
e erros no cuidado de sade por especialistas (SHANAFELT, BALCH e BECHAMPS,
2010).
37
A OMS tambm tem lanado esforos no sentido de responder aos desafios globais
na rea de segurana do paciente. Uma de suas aes, neste sentido, condiz com o
Programa de Segurana dos pacientes da OMS, ou seja, a higienizao/lavagem das
mos e a lista de verificao de segurana cirrgica (WHO, 2010).
Acerca dos eventos adversos ou queixas tcnicas associados aos EMs, as suspeitas
devem ser documentadas pelo servio de sade.
2.5 TEORIAS COMPUTACIONAIS DE SOFTWARE
Ultimamente, a comunidade de software se depara com um grupo de novas
metodologias de desenvolvimento de sistemas, classificadas como Metodologias
geis. Foi assinado o Manifesto para o Desenvolvimento gil de Software em
fevereiro de 2001 por um grupo de pessoas que se reuniram no estado de Utah, nos
Estados Unidos, dentre os quais, alguns representantes de metodologias como Extreme
Programming (XP) e adeptos da necessidade de desenvolvimento de software dirigidos
documentao (ADDISON, 1999; HIGHSMITH, 2002). Tal manifesto foi intitulado
de Aliana gil de Desenvolvimento (AGILE ALLIANCE, 2015).
Devido s regras e procedimentos criados em torno da Engenharia de Software, a
produo ficou muito complexa e dispendiosa. Logo, a comunidade perdeu o controle
sobre os vrios documentos e modelos tidos como necessrios em qualquer
desenvolvimento (EXTREME PROGRAMMING, 2015).
Aps a assinatura do Manifesto para o Desenvolvimento gil de Software foi
definido alguns valores para o desenvolvimento de sistemas (HIGHSMITH, 2002):
Indivduos e iteraes sobre processos e ferramentas;
Software funcionando sobre documentao compreensiva;
Cooperao do cliente sobre negociao de contrato;
Resposta mudana sobre adotar um plano.
Em sntese, os processos e ferramentas so importantes, mas as iteraes as pessoas
so muito mais. A Aliana gil cita que as metodologias oferecem mais realce ao
processo usado em detrimento das pessoas que realizaro o trabalho. Da mesma forma,
38
apesar da documentao sustentar a elaborao do software, o objetivo final a
efetivao do software e a despeito de um contrato ser importante para estabelecer
limites e responsabilidades de um projeto de software, uma equipe s pode entender e
entregar o que o cliente deseja por meio da cooperao do cliente. Ademais, para
qualquer projeto ter plano admirvel, mas o mesmo deve estar passvel a alteraes
caso exista necessidade (HIGHSMITH, 2002).
Assim, os indivduos e iteraes, software funcionando, cooperao do cliente e
resposta mudana refletem o aspecto principal das metodologias geis, isto , o que
verdadeiramente valioso nestas metodologias. Os processos e ferramentas,
documentao compreensiva, negociao de contrato e adotar um plano indicam uma
prioridade secundria, contudo, no menos importante. (HIGHSMITH, 2002).
O Manifesto para o Desenvolvimento gil de Software, alm dos valores,
tambm inclui os princpios que a Aliana gil acredita de um processo de
desenvolvimento de software. Dentre eles, importante destacar (FOWLER, 2001):
Satisfazer o cliente por meio de entrega contnua e rpida de software de valor;
Mudanas em requisitos devem ser bem vindas, mesmo que em momentos
tardios do desenvolvimento;
Cliente e desenvolvedores devem trabalhar juntos, diariamente no projeto;
Deve-se utilizar a comunicao pessoal como o mtodo mais eficiente e efetivo
de fluxo de informaes;
Deve-se utilizar como medida principal de progresso do projeto o software
funcionando;
Deve-se assumir simplicidade para todos os aspectos do projeto.
Dentre as metodologias geis mais comentadas atualmente esto a Extreme
Programming (XP), Adaptive Software Development (ASD), Crystal, Dynamic Systems
Development Method (DSDM), Feature Driven Development (FDD) e Scrum, sendo XP
a mais conhecida e utilizada (FOWLER, 2000).
39
O XP uma metodologia gil de desenvolvimento de software, nascida nos Estados
Unidos ao final da dcada de 90. Faz sucesso em diversos pases por contribuir na
criao de sistemas de qualidade, que so produzidos de forma celere e econmica que
o habitual. Os objetivos so alcanados por meio de um pequeno conjunto de valores,
princpios e prticas, que diferem da forma tradicional de se desenvolver software
Portanto, o XP uma tecnologia gil para equipes pequenas e mdias e que iro
desenvolver software com requisitos vagos e em constante mudana. Para isso, adota a
estratgia de constante acompanhamento e realizao de vrios pequenos ajustes
durante o desenvolvimento de software (EPCC, 2009).
O XP admite que os requisitos do sistema variem constantemente, diferentemente
de outras metodologias. Essa metodologia constitui-se do que se chamou "Metodologia
gil". A mesma replica com velocidade as variaes nas especificaes de um projeto
de software e tambm libera a gerao da documentao em tempo real. Logo, o XP
uma Metodologia gil para equipes pequenas e mdias desenvolvendo sistemas com
requisitos vagos e em constante mudana, conforme citado por Kent Beck, criador da
XP (EPCC, 2009).
Os principais fundamentos do XP tiveram origem nas tradies do desenvolvimento
em Smalltalk e datam de meados da dcada de 80, quando Kent Beck e Ward
Cunningham trabalhavam na Tektronixs, Inc. Prticas, tais como, refatorao,
programao em par, mudanas rpidas, feedback constante do cliente, desenvolvimento
iterativo, testes automatizados, entre outras, so elementos centrais da cultura da
comunidade Smalltalk. Olhando deste ponto de vista, XP pode ser considerado o modo
de agir do Smalltalk generalizado para outros ambientes (TELES, 2005).
Entre 1986 e 1987, comearam a surgir algumas contribuies fundamentais para
aquilo que viria a ser o XP, uma dcada depois. De 1986 a 1996, Kent e Ward
desenvolveram um amplo conjunto de boas prticas que foram condensadas
sucintamente no padro de linguagem Episodes. Este padro foi publicado em 1996 sob
o ttulo Pattern Languages of Program Design 2 (TELES, 2005).
Os cinco valores fundamentais da metodologia XP so: comunicao, simplicidade,
feedback, coragem e respeito. A partir desses valores, possui como princpios bsicos:
feedback rpido, presumir simplicidade, mudanas incrementais, abraar mudanas e
http://www.desenvolvimentoagil.com.br/xp/metodologiahttp://www.desenvolvimentoagil.com.br/xp/valoreshttp://www.desenvolvimentoagil.com.br/xp/principioshttp://www.desenvolvimentoagil.com.br/xp/praticashttp://www.desenvolvimentoagil.com.br/xp/desenvolvimento_tradicional
40
trabalho de qualidade. O processo de desenvolvimento XP envolve quatro atividades
metodolgicas: Planejamento, Projeto (Designing), Codificao e Testes (TELES,
2005).
Definio tcnica do Software proposto - O padro Modelo, Viso e Controlador
(MVC) foi descrito pela primeira vez em 1979 por Trygve Reenskaug, que trabalhava
no Smalltalk, na Xerox PARC. A implementao original descrita em profundidade
no artigo de Steve Burbeck, Ph.D. com o ttulo:
"Applications Programming in Smalltalk-80: How to use ModelView
Controller".
Tem-se um relato de experincia da implantao de boas prticas de Engenharia de
Software em um ambiente heterogneo onde se aborda o uso de metodologias geis para
o desenvolvimento em 3 camadas, isto , MVC.
Modelo Consiste nos dados da aplicao, regras de negcios, lgica e funes:
PHP - Linguagem de programao do lado do servidor;
MySQL - Banco de dados.
Viso - Gera uma representao (viso) dos dados presentes na camada MODELO:
Bootstrap - Layout do sistema.
Controlador Envia comandos para as camadas de VISO e MODELO:
Javascript Linguagem de programao do lado do cliente. O Javascript envia
comandos para a camada MODELO por meio de requisies AJAX e recebe o retorno
no formato JSON para ento enviar comandos VISO.
O prximo captulo tratar da Metodologia empregada neste trabalho.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Trygve_Reenskaughttps://pt.wikipedia.org/wiki/Smalltalkhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Xerox_PARC
41
3 METODOLOGIA
Nesta seo, apresentar-se- o desenvolvimento de um software de especificao e
comparao tcnica para auxiliar profissionais da sade e da EC. Foram justificadas as
ferramentas computacionais escolhidas para a desenvoltura do trabalho e mtodos de
teste.
3.1 O AMBIENTE DO ESTUDO
Apesar do SECTEM possuir a capacidade de especificar e comparar os EMs, foi
realizado um estudo em um hospital de grande porte com aproximadamente duzentos
leitos que contm uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e tambm uma Clnica
de Radiologia.
Assim, para a aquisio de aparelhos de raios-X e de cardioversores, os
profissionais de tais setores contaram com o apoio do SECTEM para especificar e
comparar tecnicamente os referidos equipamentos mdicos.
3.1.1 Elaborao do sistema
O software foi elaborado com a metodologia de desenvolvimento Extreme
Programming (XP) que permite o acompanhamento e a realizao de vrios pequenos
ajustes durante o desenvolvimento de software. Como citado anteriormente, o processo
de desenvolvimento XP envolve quatro atividades metodolgicas: Planejamento,
Projeto (Designing), Codificao e Testes.
3.1.2 Proposta inicial
A proposta inicial foi desenvolver um sistema de comparao tcnica, com interface de
planilha, a partir de parmetros tcnicos indicados em manuais fornecidos pela
ANVISA que vo nortear s especificaes dos EMs, vigentes no mercado, para auxiliar
profissionais da rea de EC a especificar com maior preciso tais equipamentos.
Com base na planilha a equipe tcnica de EC pode prever as diferenas
considerveis, quanto escolha do EM conveniente s necessidades do EAS. A ideia
com o lanamento desta ferramenta computacional foi simular ao comportamento de um
42
profissional gabaritado, para avaliar a melhor proposta para aquisio de EMs. Destaca-
se que a proposta inicial do sistema computacional foi apenas um prottipo que,
posteriormente, poder ser melhorado e incrementado, conforme a necessidade dos
EAS.
O software SECTEM visa, ainda, o uso simples e intuitivo, fcil e inteligvel, pois
transmite informaes tcnicas de forma efetiva, independente das condies ambientais
ou das habilidades dos tcnicos.
Essa proposio tecnolgica deve constar do projeto bsico, para elaborao de
proposta ao certame licitatrio, em especial quando da previso do treinamento tcnico
a ser dispensado por fornecedores, aos profissionais responsveis pela especificao
tcnica das tecnologias comercializadas. Na meno das especificaes tcnicas, junto
ao projeto bsico, a fim de atender s diretrizes do edital de licitao, a equipe tcnica
deve fazer considerar que essa proposta do software um projeto de modernizao de
prticas de especificao.
A especificao contida no sistema tem um ponto de equilbrio entre a opo 1
(mnima) e 2 (mxima), claro, de acordo com a necessidade da unidade hospitalar. A
referida ferramenta computacional, em princpio, contm atualizao peridica de
acordo com a evoluo tecnolgica dos EMs, por exemplo: Planilhas comparando
parmetros tcnicos e modelos semelhantes de marcas diversas. Futuramente, a ideia
implantar no sistema as seguintes especificaes para cada EM:
Condies mnimas: Acessrios, cabos, transformador, no-break, entre outros,
claro, quando for o caso.
Condies gerais: Treinamento operacional (relativo ao equipamento, para que o
fornecedor tenha a obrigao do treinamento do corpo clnico), treinamento tcnico, o
equipamento deve possuir registro na ANVISA, fornecimento do manual operacional e
tcnico, entre outros.
O software SECTEM tem como meta atender s especificaes mnimas das
tecnologias hospitalares, conforme quesitos demandados pelas normas, enquanto
elementos determinantes para atender s necessidades clnicas, econmicas e, sobretudo
ao escopo social da sade pblica. A preocupao com a qualidade da sade uma
43
constante no software proposto, j que disponibilizou informaes tcnicas que
auxiliam na melhor escolha de EMs, em especial dos aparelhos de raios-X e
cardioversores.
Por fim, o SECTEM adotou as normas vigentes de armazenamento em mdias
magnticas e assinatura eletrnica (ABNT. NBR ISO 9000-3, NBR 13596 e NBR
ISO/IEC 12207).
3.1.3 Proposta do Sistema de Comparao
Segue a Figura 2 que resume o fluxo de elaborao do SECTEM proposto que analisou
os prs e os contras. Ento, percebeu-se que a construo de um prottipo um
excelente desafio, pois desenvolver um software, inserir os parmetros e compar-los
uma ao dispendiosa principalmente com todos os recursos disponveis de tecnologia e
a diversidade de EMs. Logo, a preocupao foi em diminuir as falhas e omisses na
elaborao do sistema de comparao.
Figura 2: Fluxo de elaborao do SECTEM proposto.
A Figura 3 apresenta as aes para o cadastro dos parmetros que foram inseridos
no SECTEM no intuito de atingir o objetivo proposto de comparar os EMs de marcas
diferentes e modelos semelhantes.
44
Figura 3: Ao e Descrio.
A Figura 4 apresenta o procedimento operacional para a insero dos parmetros
dos EMs, visto que a comparao dos EMs ocorrer somente aps a configurao dos
parmetros e o cadastramento dos produtos.
Figura 4: Comparar tipos de produto.
45
3.2 DELIMITAO DO ESTUDO
Apesar do SECTEM permitir a especificao e comparao de diversos EMs, este
estudo considerou primeiramente a execuo de comparaes e especificaes dos
aparelhos de raios-X e dos cardioversores selecionados.
Assim, atividades relacionadas avaliao e a compra dessas tecnologias por meio
do SECTEM foram analisadas. Acredita-se que os resultados obtidos no estudo podem
auxiliar aqueles que desejarem adquirir os equipamentos mencionados, entre outros
parmetros lgicos pautados na elaborao do SECTEM que servem para qualquer EM.
Alm disso, a metodologia de trabalho adotada no procurou analisar as atividades
associadas gesto e a manuteno das tecnologias estudadas, nem to pouco, descrever
todo o processo de implantao dessas tecnologias.
O trabalho apresentado limitou-se a proporcionar uma opo para solucionar o
problema das especificaes e comparaes das tecnologias dos EMs, em especial dos
aparelhos de raios-X e dos cardioversores. Assim, no que tange ao apoio aos EAS que
desejam adquirir novos equipamentos com comodidade, segurana, celeridade e
qualidade mediante explanao de uma soluo de software.
O SECTEM tem como objetivo principal auxiliar o corpo clnico, a administrao
pblica ou privada na especificao ou escolha de EMs. Assim, para solucionar o
problema das especificaes ou comparaes no bem elaboradas de EMs, o SECTEM
deve possibilitar o auxlio necessrio na soluo destes problemas.
importante frisar que a aplicao foi desenvolvida utilizando como plataforma a
internet. Os seguintes requisitos de qualidade tambm foram contemplados:
Utilizao de ambientes grficos;
Preocupao com a usabilidade;
Tempo de acesso s pginas e recuperao do Banco de Dados adequados;
Portabilidade;
Software que auxilie na especificao ou escolha de EMs.
46
4 RESULTADOS
Os resultados do SECTEM proposto so apresentados neste captulo de forma a
sustentar o desenvolvimento do SECTEM para subsidiar efetivamente a especificao e
a comparao de EMs, em especial, dos aparelhos de raios-x e cardioversores, por
profissionais que possuam ou no tanto conhecimento e experincia no contexto da EC.
4.1 VISO GERAL
A proposta inicial para o projeto do SECTEM foi a construo de um sistema capaz de
realizar uma soluo em software livre que permitiria auxiliar na especificao ou
comparao de EMs j registrados na ANVISA, em especial, dos aparelhos de raios-x e
cardioversores. Este estudo tem como foco a apresentao da proposta de criao de um
software para auxiliar nas especificaes ou comparaes das tecnologias.
4.2 SISTEMA SECTEM
4.2.1 Levantamento e Requisitos do Sistema
Os parmetros estabelecidos pelos manuais com as especificaes e a manuteno
mnimas de EMs, alm da especificao completa relativa a algumas marcas de EMs,
so informaes tcnicas que norteiam a representao grfica da especificao
constante do software desenvolvido. As informaes so representadas em linguagem
HTML 5.0, Javascript e PHP5. Os parmetros so analisados graficamente, isto , em
forma de planilhas, pois estas representaes grficas so essenciais ao reforo do
conhecimento que os profissionais da EC devem possuir para atuar na especificao
tcnica de equipamentos.
A coleta dos parmetros para avaliao dos resultados da viabilidade do SECTEM
proposto foi realizada a cada mensurao do andamento de elaborao do dispositivo
informacional. Estas avaliaes so feitas a cada repetio do procedimento de
especificao, a ser promovido pelo pesquisador, entre outros especialistas, utilizando o
sistema em fase de teste. A seguir, nas Figuras de 5 a 9, tem-se um roteiro de como
acessar os manuais dos EMs no site da ANVISA para a coleta dos parmetros.
47
Figura 5: ANVISA Pgina inicial - Servios.
Figura 6: ANVISA Produtos para Sade.
Ir no menu Servios.
Ir na opo Produtos para Sade.
48
Figura 7: ANVISA Consulta a Banco de Dados / Produtos para Sade.
Figura 8: ANVISA Pesquisa sobre Rotulagem e Instrues de Uso do Produto.
Ir na opo Pesquisa sobre rotulagem e Instrues de uso do produto.
Descrever o Nome do Fornecedor ou Nome do Produto ou N de Registro do produto.
49
Figura 9: ANVISA Resultado da pesquisa.
Aps a pesquisa dos manuais de determinados EMs fornecidos pela ANVISA,
foram geradas planilhas com especificaes e caractersticas intrnsecas para cada
equipamento selecionado. A coleta e anlise desses parmetros so fundamentais para
nortear a comparao entre equipamentos de marcas diversas e modelos semelhantes.
Como exemplo, seguem as planilhas dos aparelhos de raios-X e dos cardioversores que
renem os parmetros retirados dos manuais fornecidos pela ANVISA, os referidos
manuais encontram-se nos Apndices.
Ir na opo Word.
50
Tabela 1: Algumas especificaes mnimas dos aparelhos de raios-X.
FABRICANTE MARCA VMI GE SIEMENS SHIMADZU
NACI